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UMUARAMA
2023
1. Introdução
A obtenção de organismos geneticamente modificados (OGMs) é uma prática que
tem se tornado cada vez mais relevante nas últimas décadas. Segundo o art. 3º, inciso
V, da Lei Federal brasileira nº 11.105, de 24 de março de 2005, um OGM é definido
como um organismo cujo material genético (DNA/RNA) foi modificado por qualquer
técnica de engenharia genética. No entanto, é importante destacar que, de acordo com
Chaves (2006), essas técnicas de alterações no genoma envolvem a manipulação direta
da molécula de DNA, permitindo a clivagem, a separação de fragmentos, a
amplificação e o sequenciamento de DNA, a hibridação de ácidos nucléicos, o
isolamento de genes e a clonagem molecular.
A biotecnologia, que engloba as técnicas de engenharia genética, é a aplicação de
informações e metodologia científica para a solução de problemas biológicos em
diversas áreas, incluindo agricultura, pecuária e medicina. Embora muitos associam a
biotecnologia principalmente às ferramentas da engenharia genética desenvolvidas a
partir da década de 1970, a verdade é que a biologia, a tecnologia e as modificações
genéticas direcionadas por humanos já fazem parte da agricultura desde o início da
domesticação de plantas, há cerca de 10 mil anos. A biotecnologia se destaca pela sua
precisão na seleção de genes responsáveis por características específicas e sua
transferência para outros organismos. Isso contrasta com o método convencional, que
combina todas as características de ambos os pais, muitas vezes transferindo
características indesejadas. Além disso, a biotecnologia permite a transferência de
características específicas entre diferentes espécies, o que não é possível através do
melhoramento convencional, devido à incompatibilidade sexual interespecífica.
A utilização de marcadores moleculares, como destacado por Guimarães & Moreira
(1999), tem sido fundamental nesse processo. Esses marcadores permitem rastrear e
identificar genes de interesse, tornando possível a manipulação genética de maneira
mais precisa. A biotecnologia moderna tem demonstrado sua relevância na produção de
alimentos, medicamentos e outros produtos, como insulina humana obtida a partir de
bactérias recombinantes.
Entretanto, o uso de OGMs tem gerado controvérsias, com preocupações sobre a
produção de proteínas alergênicas, compostos tóxicos, redução da qualidade nutricional
e diminuição da biodiversidade, como observado por Moreira (1998). Portanto, a
pesquisa sobre OGMs e sua aplicação na alimentação é de extrema importância,
buscando entender os benefícios, riscos e impactos dessa tecnologia.
O objetivo do presente trabalho é proporcionar uma visão geral dos OGMs. A
pesquisa visa aprofundar o entendimento sobre os OGMs, seus benefícios e desafios, e
contribuir para uma discussão informada sobre seu uso na sociedade atual,
considerando aspectos científicos, éticos e socioeconômicos. Além disso, pretende-se
destacar a importância dos marcadores moleculares na obtenção de OGMs,
demonstrando como essas ferramentas desempenham um papel crucial na engenharia
genética e na garantia da segurança alimentar.
2. Desenvolvimento
Marcadores Moleculares
O planejamento de um programa de melhoramento genético envolve dois aspectos
fundamentais: a seleção dos genitores e a compreensão dos mecanismos de herança dos
caracteres a serem selecionados (BARBOSA NETO, 1995). No processo de escolha
dos genitores, o conhecimento da variabilidade genética disponível desempenha um
papel decisivo. A estreita relação genética entre as variedades cultivadas de trigo
(Triticum aestivum) (MARTIN et al., 1995; BARBOSA NETO, 1995), aveia (Avena
sativa) (O'DONOUGHUE et al., 1994) e cevada (Hordeum vulgare) (MELCHINGER
et al., 1994), juntamente com os desafios de realizar um grande número de cruzamentos
em espécies autógamas, enfatiza a importância de cruzar genótipos que exibam ampla
variabilidade genética. A categorização dos genitores em grupos heteróticos e a
realização de cruzamentos entre tipos geneticamente distintos podem contribuir para
aumentar a variabilidade genética nas populações segregantes (MESSMER et al.,
1993). Enquanto a seleção de genitores influencia o potencial máximo de progresso
genético em plantas autógamas, o segundo aspecto, relacionado aos mecanismos de
herança, é crucial para atingir esse potencial máximo. Caracteres de herança qualitativa,
que são menos afetados pelo ambiente, são mais fáceis de serem selecionados. Por
outro lado, a expressão de caracteres quantitativos é fortemente influenciada pelo
ambiente, tornando a identificação de indivíduos geneticamente superiores mais
desafiadora. Rendimento e qualidade dos grãos, resistência ao acamamento e
arquitetura da planta no trigo e na aveia são exemplos clássicos de caracteres
quantitativos.
Os marcadores genéticos representam caracteres com mecanismos de herança
simples que podem ser usados para avaliar diferenças genéticas entre dois ou mais
indivíduos. Esses marcadores podem ser divididos em dois grupos principais:
marcadores morfológicos e marcadores moleculares.
Marcadores morfológicos
A identificação de genótipos têm historicamente recorrido aos marcadores
morfológicos, remontando aos tempos de Mendel. Para várias culturas, incluindo o
milho (Zea mays L.) (COE & NEUFFER, 1993) e o trigo (Triticum aestivum L.)
(HART et al., 1993), foram desenvolvidos mapas de ligação genética usando essa
tecnologia. No entanto, a utilização de marcadores morfológicos no melhoramento de
plantas é acompanhada por várias limitações (PATERSON et al., 1991b). A influência
substancial dos genes associados aos marcadores morfológicos pode prejudicar a
análise genética de muitos caracteres de importância agronômica, devido a efeitos de
interações gênicas, como a epistasia. Além disso, o ambiente pode alterar a expressão
dos marcadores morfológicos, gerando complicações na análise. Vários estudos
empregaram marcadores morfológicos para caracterizar agrupamentos de variedades
em diferentes espécies (SORRELLS et al., 1993). Esses estudos pressupõem que
semelhanças morfológicas refletem semelhanças genéticas. No entanto, os marcadores
morfológicos têm sido menos utilizados na elaboração de mapas genéticos para
caracteres agronômicos devido às limitações previamente mencionadas.
Marcadores moleculares
A tecnologia de marcadores moleculares possibilita a análise genética eficiente de
um grande número de genótipos, usando procedimentos relativamente simples e
rápidos. Essas técnicas têm o potencial de impulsionar avanços significativos na
seleção de genitores, tanto em termos de capacidade específica quanto de combinação
geral, para a formação de populações superiores. Da mesma forma, essa tecnologia
pode ser valiosa na identificação de marcadores associados a genes de importância
agronômica. Como resultado, os programas de melhoramento genético podem realizar a
seleção de genitores com maior precisão e objetividade, resultando na formação de
populações segregantes com uma alta proporção de genótipos superiores. Apesar dos
custos envolvidos e do conhecimento técnico requerido, é provável que essa tecnologia
seja cada vez mais adotada por diversos programas de melhoramento, devido à alta
conservação das constituições genéticas entre diferentes populações dentro da mesma
espécie e entre espécies relacionadas evolutivamente. Os marcadores moleculares
podem ser classificados em dois tipos principais: aqueles baseados em enzimas (como
isoenzimas e aloenzimas) e aqueles baseados em ácidos nucleicos (marcadores de
DNA) (PATERSON et al., 1991).
RFLP
Restriction Fragment Length Polymorphisms (RFLP) representaram o primeiro
marcador de DNA utilizado na construção de mapas genéticos na espécie humana
(Botstein et al., 1980). Rapidamente, os RFLPs se tornaram uma ferramenta
amplamente empregada em várias áreas da genética vegetal. A técnica dos RFLPs
baseia-se na digestão do DNA genômico com enzimas de restrição. Os fragmentos de
DNA resultantes são separados em gel de agarose e posteriormente transferidos para
membranas de nylon ou nitrocelulose, onde são hibridizados com sondas de DNA que
são complementares a sequências genômicas específicas. Essas sondas podem ser
marcadas com nucleotídeos radioativos ou quimioluminescentes. Após cada
hibridização, as membranas contendo os fragmentos de DNA fixados são expostas a um
filme de raios X e submetidas ao processo de revelação. O polimorfismo é detectado
quando ocorre a perda ou a adição de sítios de restrição, que são sequências de quatro a
seis nucleotídeos reconhecidas pelas enzimas de restrição usadas na digestão do DNA.
Além disso, inserções, deleções ou outros rearranjos entre dois desses sítios também
podem alterar o tamanho dos fragmentos e são identificados pela presença de uma
região homóloga à sonda de DNA. Esses fragmentos se tornam polimórficos quando
exibem qualquer um dos rearranjos genéticos mencionados, sendo, assim, usados para
caracterizar indivíduos com diversidade genética. Os marcadores RFLPs são herdados
de maneira codominante, o que permite identificar genótipos homozigotos e
heterozigotos. Essa característica é uma das vantagens dos RFLPs, uma vez que
possibilita uma análise detalhada da ação dos genes e da interação entre alelos em
estudos de mapeamento de características quantitativas (Ferreira & Grattapaglia, 1998).
Além disso, outra vantagem significativa dos RFLPs é que eles representam loci
únicos em cada genoma, permitindo a utilização de sondas de DNA heterólogas para
realizar mapeamento comparativo entre espécies relacionadas. No entanto, uma grande
limitação dessa técnica é a necessidade de construir bibliotecas genômicas para obter
sondas. Em parte, essa limitação é superada em muitas culturas de interesse econômico,
que têm acesso a um grande número de sondas de DNA disponíveis gratuitamente em
instituições públicas internacionais. Além disso, as sondas heterólogas podem ser
usadas para mapear regiões de interesse entre espécies ou gêneros relacionados. Uma
desvantagem importante é a complexidade técnica da técnica RFLP, que requer
laboratórios bem equipados e mão-de-obra especializada.
RAPD
A introdução da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) (Mullis &
Faloona, 1987) e seus subsequentes aprimoramentos, incluindo a utilização de uma
enzima DNA polimerase termoestável e termocicladores programáveis de alta
capacidade, revolucionou a síntese in vitro de DNA. A técnica de PCR envolve a
síntese enzimática in vitro de um segmento de DNA, delimitado por um par de primers
contendo sequências específicas de nucleotídeos em fita simples. Os primers são
sequências curtas de DNA que emparelham com o DNA molde e servem como
iniciadores para a síntese in vitro de uma nova fita de DNA. O processo ocorre em
ciclos alternados de temperatura, com cada ciclo do PCR compreendendo três etapas.
Na primeira etapa, a fita dupla de DNA é desnaturada; em seguida, os primers se ligam
às sequências complementares específicas que cercam o local-alvo, permitindo a síntese
da nova fita de DNA a partir das extremidades 3'-OH livres dos primers, mediada pela
enzima DNA polimerase. Como os ciclos são repetidos várias vezes, a amplificação do
DNA-alvo ocorre em progressão geométrica, com a exigência de quantidades mínimas
de DNA molde. A facilidade, rapidez e sensibilidade dessa técnica deram origem a uma
nova geração de marcadores moleculares baseados em PCR. O primeiro deles foi o
DNA Polimórfico Amplificado ao Acaso (RAPD) (Williams et al., 1990) ou Reação em
Cadeia da Polimerase com Primers Arbitrários (AP-PCR) (Welsh & McClelland,
1990). O RAPD é uma variante da técnica de PCR que utiliza um único primer de dez
nucleotídeos com sequência arbitrária. Para que um fragmento de DNA seja
amplificado, duas regiões complementares ao primer devem estar presentes, separadas
por até 2.000 pares de bases e em orientações opostas. Isso permite a amplificação de
fragmentos de DNA distribuídos aleatoriamente no genoma, sem a necessidade de
conhecimento prévio da sequência de DNA.
A detecção dos produtos da amplificação é realizada em gel de agarose tratado com
brometo de etídio e visualizado sob luz ultravioleta. O polimorfismo no RAPD ocorre
devido a mutações pontuais, deleções no local de pareamento do primer ou inserções
entre os locais de pareamento, que afetam a amplificação. O RAPD é uma técnica de
execução simples e de baixo custo, aplicável a uma ampla variedade de organismos. No
entanto, enfrenta desafios relacionados à reprodutibilidade dos padrões de amplificação
e à baixa quantidade de informações genéticas por loco, uma vez que os marcadores são
dominantes. Esses marcadores permitem a detecção de apenas um alelo por loco, o que
significa que a presença de uma banda no gel identifica indivíduos homozigotos
dominantes (AA) e heterozigotos (Aa), mas não permite a distinção entre eles. O
homozigoto recessivo (aa) é identificado pela ausência da banda.
Os avanços no processo de sequenciamento de DNA e os projetos de
sequenciamento de genomas eucarióticos têm levado a um grande acúmulo de
informações sobre sequências de DNA. Isso permitiu a conversão de marcadores
RAPD, RFLP e informações de sequências gênicas em primers específicos para
análises genéticas detalhadas por meio da técnica de PCR. Sondas genômicas de RFLP,
originalmente usadas no mapeamento do genoma humano, foram as primeiras a serem
sequenciadas e amplificadas com primers específicos, sendo chamadas de Tags de
Sequência (STS) (Olson et al., 1989). Quando as sondas usadas para sequenciamento
são obtidas de bibliotecas de DNA, são denominadas Tags de Sequência Expressa
(EST). Os fragmentos de DNA resultantes da amplificação específica das sondas de
RFLP podem ser clivados com enzimas de restrição, gerando um tipo de marcador
molecular conhecido como Sequências Amplificadas Polimórficas Clivadas (CAPS)
(Konieczny & Ausubel, 1993 e Jarvis et al., 1994). Esses marcadores mantêm as
vantagens práticas do PCR, preservando a natureza co-dominante e alélica do RFLP.
Marcadores RAPD também podem ser sequenciados e convertidos em primers
específicos para amplificação por PCR, sendo denominados Regiões Amplificadas
Caracterizadas por Sequência (SCAR) (Paran & Michelmore, 1993), oferecendo uma
maior especificidade de amplificação, embora mantenham a sua natureza dominante.
Microssatélites ou SSR
Os genomas de organismos eucarióticos contêm diversas classes de sequências
repetidas, sendo uma delas os microssatélites (Litt & Luty, 1989) ou Repetições de
Sequências Simples (SSR). Esses microssatélites consistem em repetições curtas de um
a quatro nucleotídeos, com sequências flanqueadoras conservadas dentro de uma
espécie. Isso possibilita a seleção de primers de PCR para amplificar os SSRs. O
polimorfismo no tamanho dos fragmentos resultantes ocorre devido às variações no
número de repetições das sequências simples. Os marcadores de microssatélites
rapidamente ganharam destaque na genética humana para a construção de mapas de
ligação e a identificação de indivíduos. Em plantas, os microssatélites são amplamente
distribuídos aleatoriamente ao longo do genoma e são frequentes, tornando-os valiosos
na construção de mapas genéticos. Uma das principais vantagens dos microssatélites é
que eles são co-dominantes e multialélicos, oferecendo uma rica fonte de informação
genética por loco. Rongwen et al. (1995) caracterizaram 96 genótipos de soja com sete
primers de microssatélites e encontraram de 11 a 26 alelos por loco.
Em comparação, marcadores RFLP, conforme relatado por Keim et al. (1989, 1992),
utilizaram inicialmente 17 sondas de RFLP para caracterizar 58 genótipos de soja e,
posteriormente, 132 sondas de RFLP para caracterizar 38 genótipos. No primeiro
experimento, apenas duas sondas e, no segundo, apenas três, apresentaram mais de dois
alelos. A co-dominância dos marcadores microssatélites, quando associada a locos de
interesse, permite a obtenção de informações sobre o tipo de interação gênica entre
diferentes locos. Além disso, os marcadores SSR são altamente reprodutíveis e estáveis
dentro de uma espécie, o que facilita sua utilização em diferentes grupos de pesquisa
para seleção assistida e integração de mapas genéticos.
A técnica de microssatélites é de fácil execução e pode ser amplamente
automatizada, pois se baseia na PCR. No entanto, a detecção do polimorfismo requer
géis de alta resolução devido às pequenas diferenças de tamanho entre os segmentos
amplificados em termos de pares de bases. A principal limitação do método está na
obtenção dos primers específicos para flanquear regiões altamente repetitivas ou
microssatélites. Essa etapa envolve a construção de bibliotecas genômicas enriquecidas
com os microssatélites de interesse, métodos eficientes para o rastreamento das
bibliotecas e sequenciamento em larga escala de DNA, exigindo laboratórios com
infraestrutura especializada. No entanto, essa limitação tem sido superada rapidamente,
com um grande número de primers SSR disponíveis no mercado para diversas espécies
de importância econômica. Isso torna a técnica de microssatélites compatível com o
RAPD ou PCR convencional, com a necessidade de apenas algumas cubas adicionais
para eletroforese em géis de acrilamida. Além disso, como apenas um loco é
amplificado em cada indivíduo, é possível utilizar primers multiplex no mapeamento
genético, tornando a técnica ainda mais acessível em termos de custo. Essa estratégia
envolve o uso de dois ou mais pares de primers na mesma reação de PCR, desde que
esses primers não tenham homologia cruzada e amplificam alelos de tamanhos
diferentes.
AFLP
O Amplified Fragment Length Polymorphisms (AFLP) é uma categoria
relativamente recente de marcadores que combina a especificidade dos locais de
restrição do RFLP com a praticidade da amplificação do PCR, tornando-se uma
ferramenta poderosa na caracterização de genomas e no mapeamento genético (Vos et
al., 1995). Essa técnica é fundamentada na digestão simultânea do DNA genômico com
duas enzimas de restrição, com o EcoRI e MseI sendo as mais comuns. Adaptadores
específicos com terminais que complementam as extremidades coesas dos locais de
restrição são anexados aos fragmentos de DNA digeridos. São utilizados dois
adaptadores específicos, um para cada local de restrição. Os fragmentos digeridos com
os adaptadores são então submetidos a uma reação de PCR com primers pré-seletivos,
cuja sequência complementa a dos adaptadores, acrescida de um nucleotídeo arbitrário
em sua extremidade 3'. A amplificação pré-seletiva tem como finalidade aumentar a
proporção dos fragmentos de interesse que contêm os locais de restrição do EcoRI e
MseI, bem como realizar uma seleção preliminar desses fragmentos. Posteriormente, os
fragmentos pré-amplificados passam por reações de amplificação seletiva, utilizando
primers com a mesma sequência dos primers pré-seletivos, acrescida de dois
nucleotídeos arbitrários em sua extremidade 3'. A detecção dos fragmentos
polimórficos ocorre em um gel de sequenciamento, com o uso de um dos primers
seletivos marcado com radioatividade ou fluorescência.
O AFLP oferece a vantagem de uma detecção substancial de variabilidade genética,
explorando tanto polimorfismos de restrição quanto de amplificação. Isso permite
resolver numerosos fragmentos polimórficos em um único gel de sequenciamento.
Devido ao uso de primers relativamente longos, com cerca de 20 pares de bases, a
especificidade das reações é consideravelmente aumentada em comparação com o
RAPO. Portanto, o AFLP combina a capacidade de explorar regiões genômicas
arbitrárias sem a necessidade de conhecer previamente as sequências de DNA, com a
alta especificidade da técnica de PCR. No entanto, o AFLP possui uma limitação
semelhante ao RAPO em termos de baixo conteúdo de informação genética por locus,
uma vez que esses marcadores são predominantemente dominantes. Como o AFLP
envolve várias etapas, incluindo a digestão do DNA com enzimas de restrição, é uma
técnica trabalhosa que requer DNA genômico de alta qualidade e um maior número de
reagentes, tornando-a relativamente dispendiosa. Além disso, a resolução dos
polimorfismos deve ser realizada em géis de sequenciamento, utilizando marcação por
radioatividade ou fluorescência, o que não está ao alcance de todos os laboratórios
devido à complexidade dessas metodologias.
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