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Métodos de propagação de plantas: Cultura de tecidos e in vitro

Luana Maria da Silva, Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga,


l.manoel@outlook.com

Área Temática: Agropecuária, Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

RESUMO O homem passou a gerir o trato de plantas quando deixou de ser nômade e fixou
moradia. Como tudo nasce a necessidade e viu nas plantas o potencial para sua alimentação.
Várias revoluções foram ocorrendo com o tempo e a necessidade colocou-o frente aos
problemas e observações das adversidades do ambiente para as plantas. Ele conseguiu
estabelecer técnicas de manejo para propagação de vegetais, como a cultura de tecidos.
Concomitantemente, viu a possibilidade de melhoramento genético dos organismos. Então,
ter um controle relativamente alto sobre a forma como são propagadas as plantas e com que
qualidade elas promovem esse feito.
Palavras-Chave: Cultura de tecidos. In vitro. Propagação. Agricultura.

ABSTRACT The man went on to manage the deal when plants ceased to be nomadic and
fixed residences. As everything is born the need and seen in plants the potential for their food.
Several revolutions were taking place with the time and placed it against the problems and
observations of adversity of environment for the plants. He managed to establish management
techniques for plant propagation, tissue culture. At the same time, saw the possibility of
genetic improvement of organisms. So, have a relatively high control over the way in which
they are propagated plants and with what quality they promote this feat.
Key Words: Tissue culture. In vitro. Propagation. Agriculture.

1. INTRODUÇÃO

Certamente, um dos grandes desafios da agricultura atualmente é atender a demanda


de alimentos em vista do aumento da população mundial. O homem, quando deixou de ser
nômade e fixou moradia, passou a domesticar plantas e desenvolveu técnicas de manejo.
Começou com retirada de plantas daninhas, passou por rotação de culturas e viu florescer a
economia. Com a formação das cidades, floresceu o comércio, que se iniciou com o escambo,
troca de mercadorias. As famílias estruturavam-se com as potencialidades de
desenvolvimento econômico.
Cresceram de tal forma que o homem percebeu que precisava produzir mais e mais.
Melhoramentos genéticos ocorreram ano a ano e foram decisivos para os rumos de
produtividade no meio rural. Tivemos a revolução verde, passo decisivo para aumento
considerável na produção de alimentos. A cultura de tecidos vem justamente para resolver a
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problemática do método semente, diminuir tempo com relação ao desenvolvimento de
organismos e, sendo a melhor parte, desenvolver plantas idênticas a matriz inicial.
A importância da relação entre esses fatores é evidente: com ganho de agilidade no
processo de produção de mudas e com o melhoramento proveniente da análise de plantas que
mostram melhor adaptação, vem, também, a possibilidade que, a partir da observação de um
organismo mais adaptado, aplica-se a multiplicação desse material para propagação em larga
escala. O objetivo deste trabalho é apresentar o processo que envolve a cultura de tecidos e
cultivo in vitro.

2. METODOLOGIA

Para elaboração deste artigo foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meio de escritos e
eletrônicos, como livros e artigos científicos.

3. REVISÃO DE LITERATURA

A técnica de cultura de tecidos pode ser empregada para a multiplicação de espécies


de difícil propagação, como por exemplo, algumas espécies nativas do Cerrado. Outro
exemplo de grande importância é a limpeza clonal, por meio da qual é possível, em algumas
espécies, como abacaxi, morango, citrus, batata e outros, a produção de mudas livres de vírus
(FERREIRA, 1998). Essa técnica consiste em cultivar meristemas e induzir a formação de
material propagativa geneticamente idêntica aos parentais.
A propagação vegetativa in vitro ou micropropagação é um processo, no qual
pequenos fragmentos vegetais são isolados dos organismos ou obtidas a partir destes, sendo
assepticamente cultivadas em um meio de cultura apropriado sob condições favoráveis
(AMARAL, SILVA, 2003). Uma planta cultivada in vitro tem seu metabolismo heterotrófico
e por isso necessita de: água, macro e micronutrientes e carboidrato, como fonte de carbono
(PIERIK, 1988). Tais características permitem aos tecidos, células e órgãos vegetais serem
mantidos indefinidamente em cultura. De acordo com (VASIL, 1979), algumas células são
capazes de serem separadas do organismo e continuarem crescendo independentemente, o que
permite também a cultura de células in vitro.
No cultivo de tecidos são fundamentais, para todas as suas técnicas, a assepsia, o
explante, o meio nutritivo e os fatores ambientais: luz, temperatura, dióxido de carbono (CO2
) e oxigênio (O2 ), segundo( CID, 2001). Para evitar a contaminação dos meios por impurezas
minerais, todos os sais utilizados na sua preparação devem ser de qualidade analítica.
A cultura de tecidos consiste em um processo biotecnológico de cultivo de órgãos,
células ou tecidos vegetais em meio nutritivo apropriado, em condições ambientais assépticas.
É uma técnica que oferece excelentes oportunidades para a propagação comercial de plantas,
como também pode auxiliar em programas de melhoramento, possibilitando, neste caso,
grande economia de tempo. Facilita a obtenção de grande número de plantas, em curto espaço
de tempo e em área reduzida de laboratório (PAIVA; GOMES, 1995).
O uso da propagação vegetativa in vitro como instrumento para a implantação de
florestas clonais, substituindo-se as práticas convencionais por técnicas que passaram a

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garantir a superioridade genética dos indivíduos tem aumentado expressivamente durante os
últimos anos (BASSAN, 2006).
O estabelecimento e a multiplicação de uma determinada espécie vegetal in vitro
dependem da combinação adequada de variáveis que, sujeita à influência de diversos fatores,
proporciona o sucesso da propagação para cada espécie. As concentrações dos sais e dos
reguladores de crescimento nos meios de cultura, bem como a temperatura e fotoperíodo, são
os fatores que mais variam entre as técnicas utilizadas para a micropropagação. Outras
variáveis como a utilização de agentes geleificantes dos meios de cultura, o tamanho dos
frascos e os tipos de tampa empregadas no fechamento dos recipientes, pode influenciar o
desenvolvimento de algumas plantas (SOUZA et al., 1999).
Os meios nutritivos utilizados para a cultura de tecidos e órgãos de plantas fornecem
as substâncias essenciais para o crescimento dos tecidos e controlam, em grande parte, o 10
padrão de desenvolvimento in vitro. Baseiam-se nas exigências das plantas quanto aos
nutrientes minerais, com algumas modificações para atender às necessidades específicas nas
condições de cultivo in vitro (CALDAS, 1998; TORRES, 2001).
A regeneração de plantas in vitro pode ocorrer por organogênese ou embriogênese
somática. A organogênese pode ser definida como o processo em que as células e os tecidos
são induzidos a sofrer mudanças que levam à formação de uma estrutura unipolar, podendo
ser um primórdio caulinar ou radicular, cujo sistema vascular se encontra conectado ao
explante original. Diferentemente, a embriogênese somática leva à produção de uma estrutura
bipolar, contendo ápice caulinar e radicular, com um sistema vascular independente
(THORPE, 1994).
A produção de plantas in vitro pode ocorrer por duas vias, direta ou indiretamente. Na
organogênese direta, acontece a formação de órgãos diretamente, sem a passagem por fases
intermediárias, enquanto que, na organogênese indireta, passa-se, obrigatoriamente, pela fase
de calo (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998).
A cultura de tecidos vegetais é uma ferramenta de grande utilidade e com múltiplas
finalidades na agricultura, podendo-se citar entre elas a propagação de plantas, o
melhoramento genético, intercâmbio e conservação de germoplasma, a engenharia genética,
entre outras.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CULTURA IN VITRO

Antes de entrarmos nos aspectos gerais de cultura de tecidos, devemos salientar a


questão do cultivo in vitro, por trata-se de técnica intimamente ligada a cultura de tecidos.
A propagação in vitro de plantas, chamada de micropropagação, é
uma técnica para propagar plantas dentro de tubos de ensaios ou
similares de vidro (por isso, o termo in vitro), sob adequadas
condições de assepsia, nutrição e fatores ambientais como luz,
temperatura, O2 e CO2. (CID, Ano “?”, Propagação in vitro de plantas.
O que é isso?)
Assim, define-se cultura in vitro como modalidade de manejo, domesticação de
plantas, abrangendo sua forma de propagação, utilizando-se de controle de fatores
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condicionadores para germinação ou formação de plantas a partir de sementes ou parte de
outras plantas. Sua base envolve controle com utilização de tubos de ensaios ou similares e o
trato asséptico de todo material utilizado para manejo. Sendo uma importante ferramenta no
campo da biotecnologia, a cultura in vitro possui diversas modalidades, são elas: cultura de
protoplastos, cultura de anteras e cultura de calos.

4.2 ETAPAS DO PROCESSO DE CULTURA DE TECIDOS- CULTIVO IN VITRO


(VISÃO GERAL)

A partir do momento que se tem a matriz e objetivo de propagação clonal, é


estabelecido um processo de desinfestação. É um processo para esterilizar a superfície do
explante, livrando-o de fungos, bactérias e leveduras. O processo utiliza-se de hipoclorito de
sódio. O tempo, esquemas para aplicação e concentração de hipoclorito variam conforme tipo
e idade do tecido.
Após o processo de desinfecção, a cultura pode ser regenerada através de
organogênese ou embriogênese somática. O processo organogênese busca estabelecer
material a partir de partes dos órgãos vegetais, como brotos e/ou raízes. A indução trata em
fazer as células, através de sua característica de totipotência, estabelecer processo caulinar,
folhas e/ou raízes. O processo de embriogênese somática envolve o trabalho com os embriões
das plantas propriamente ditos.
Após o estágio de obtenção do indivíduo vegetal, é preciso estabelecer
macropropagação e aclimatização. Neste período, a planta passa por processos de exposição
ao ambiente externo, onde a umidade relativa é menor, tendo também variação das condições
de luminosidade e temperatura.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cultura de tecidos é um meio de promover a propagação em massa de plantas, tem sua


aplicação prática e limitada a objetiva e material matriz. Traz ao homem a possibilidade de
estabelecer melhorias estruturais na produção, criando organismos mais resistentes a
adversidades bióticas e abióticas. Apresenta aplicação nos mais diversos segmentos de
culturas, desde plantas ornamentais às frutíferas, além de auxílio na ciência básica
agronômica.
O método dá ao homem possibilidade de manejo para análise em função de fatores de
estresse às plantas. No cenário de inserção do sistema, há de se analisar a intrínseca ligação
com o cultivo in vitro, essencial ao processo. Enfim, em vista de inúmeros benefícios,
classifica-se como tema primordial por haver grande demanda por alimentos no cenário
mundial e engloba programas nacionais de desenvolvimento social,

REFERÊNCIAS
ALVES, C. et al. A cultura de tecidos na agricultura. CEFET Bambuí, [entre 2001 e 2014].
4p.
ANDRADE, S.R.M. de. Princípios da cultura de tecidos vegetais.EMBRAPA, 2012. 14p.
CID, L.P.B. A Propagação in vitro de plantas. O que é isso? Revista Biotecnologia Ciência
& desenvolvimento. V 2. Nº 25. 2000. 6p.
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FERREIRA, M.A.; CALDAS, L.S.; PEREIRA E.A. Aplicações da cultura dos tecidos no
melhoramento genético de plantas. BRASÍLIA, EMBRAPA. V 1. 1998. 43p.
LAVRAS, M.G. Cultura de Células e Micropropagação de Plantas. ABCT (Associação
Brasileira de Cultura de Tecidos). V 07. Nº 1.2011. 60 p.
LUDTKE, M. et al. Atividades de Pesquisa em cultura de tecidos vegetais com espécies
florestais nativas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, Agosto 2013.
CARVALHO, C.F.J.; VIDAL, M. et al. Noções de Cultivo de Tecidos Vegetais.
EMBRAPA, 2003.

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