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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA


CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA: AGRICULTURA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Orientadora: Maria Cristina Da Silva Mendonça

Aluno: Idelvan Kelve Costa Amorim

São Luís - MA
2024
1. Introdução
De acordo com Kampf (2005) há duas formas para propagação de plantas, a
forma sexuada, ou seja, através de sementes, onde a variabilidade entre as mudas é
maior, e a forma assexuada, que dispõe de partes do vegetal para a multiplicação. Uma
das formas se propagar assexuadamente uma planta é reprodução não seminal. Esse
método é a micropropagação, técnica de cultura de tecidos e órgãos vegetais in vitro que
vem ganhando cada vez mais espaço devido a produção de um número elevado de
mudas em um curto espaço de tempo e lugar que possibilita propagar vegetativamente
ou clonar genótipos de interesse, representando uma alternativa para a multiplicação de
plantas que apresentam dificuldades de reprodução sexuada, ou quando as aplicações
dos métodos convencionais de propagação vegetativa não se tornam viáveis
(MANTOVANI et al., 2008).
Com os primeiros postulados iniciados ao final do século XIX, a cultura de
tecidos teve suas descobertas mais evidentes no início século XX. Em 1902, o botânico
fisiologista Austro-húngaro chamado de Gottlieb Haberlandt foi um dos primeiros
pesquisadores a utilizar da teoria da totipotencialidade na manipulação in vitro de
vegetais, sendo considerado como o “pai da cultura de tecidos”, essencialmente por
explicitar as possibilidades e os primeiros passos rumo a micropropagação de plantas.
No Brasil, os trabalhos pioneiros com cultura de tecidos foram desenvolvidos no
Instituto Biológico, na década de 1950 (ARAÚJO E LÉDO, 2012)
A propagação in vitro vem sendo empregada em escala comercial em diversas
regiões do mundo, com destaque para a Europa Ocidental, América do Norte, Ásia,
Austrália e Israel (CARVALHO et al., 2011).
2. REVISÃO DE LITERATURA
Vantagens
Segundo paz (2017), A micropropagação é um método bastante eficiente pois
permite a produção de mudas em quantidade muito superior à um método normal e em
um período de tempo bastante inferior. Outra vantagem importante deste método é a
padronização das mudas produzidas, visto que a micropropagação é um método de
multiplicação assexuada, as mudas produzidas a partir do explante serão geneticamente
idênticas ao indivíduo que as originaram, mantendo assim um padrão no plantio e a
preservação das características da variedade que se deseja propagar.
Outrossim, o cultivo in vitro, que ocorre em condições de laboratório, são:
independência de condições climáticas, favorecendo a produção em grande escala
durante o ano todo; a multiplicação de espécies de difícil propagação pelos métodos
convencionais e a eliminação de fatores abióticos limitantes que poderiam ocasionar
muitas perdas na produção das mudas (PAZ, 2017).

Desafios
Dentre os principais problemas existentes na micropropagação,
ressalta-se a recalcitrância de várias espécies nativas ao cultivo in vitro e a
contaminação por microrganismos (tanto exógena quanto endógena),
representando limitações ao estabelecimento das culturas em condições in
vitro (Xavier et al., 2013). Além disso, as respostas das plantas às técnicas de
micropropagação são variáveis, e dependem da espécie, variedade e/ou
cultivar, época de coleta, tipo de explante utilizado e condições de
cultivo (Wendling et al., 2006).
Etapas da micropropagação
A micropropagação é realizada segundo um determinado
procedimento padrão, no qual os explantes oriundos de material vegetal
coletado no campo ou em casa de vegetação passam por uma limpeza
e desinfestação prévia ao estabelecimento in vitro (Dutra et al., 2009). Após o
estabelecimento in vitro, os explantes são multiplicados, alongados,
enraizados in vitro ou ex vitro, e por último, aclimatizados em ambiente ex
vitro.
Seleção de explantes
O explante deve ser selecionado cuidadosamente, pois o tipo de explante
utilizado determina, muitas vezes, o grau de sucesso na micropropagação. Explantes
juvenis provenientes de sementes e partes juvenis de plantas adultas são os preferidos,
embora tecidos maduros também sejam utilizados. Os explantes devem
preferencialmente ser retirados de plantas em crescimento ativo e que não estejam
passando por qualquer tipo de estresse e ataque de pragas ou doenças (TEIXEIRA,
2005).
Desinfecção
Desinfestação O processo de desinfestação pode começar com os pré-
tratamentos aplicados na planta matriz, principalmente para combater microrganismos.
Quando se utilizam explantes de plantas crescidas no campo, deve-se dar preferência
aos ramos novos em crescimento ativo, cuja coleta deve ser feita no início do período de
brotação. Órgãos e tecidos com contaminação endógena são de difícil desinfestação.
Quando se detecta a presença de fungos ou bactérias endógenas deve-se preferir outras
fontes de explantes, sobretudo aquelas derivadas de plantas cultivadas em ambientes
controlados (TEIXEIRA,2005).
Cuidados com a oxidação
A oxidação fenólica é altamente dependente da espécie e do genótipo. Ela
depende igualmente do tipo de explante utilizado. Em geral, explantes jovens oxidam
menos que os velhos; outro fator que influencia a oxidação in vitro é a época do ano.
Nos períodos do ano mais favoráveis ao crescimento, a oxidação fenólica dos explantes
in vitro é menor. Essa oxidação representa um dos mais sérios problemas, especialmente
na fase de estabelecimento da cultura in vitro de explantes de espécies lenhosas.
Menores danos físicos e químicos no momento da excisão e desinfestação podem
contribuir para minimizar o impasse; além do mais, a adição de compostos
antioxidantes, como cisteína, ácido ascórbico e adsorventes, como carvão ativado e
PVP, pode ser decisiva na prevenção à oxidação, a qual é mais acentuada nas fases
iniciais de cultivo (TEIXEIRA, 2005).
Multiplicação e alongamento
Nesta fase, o principal objetivo é produzir o maior número de gemas ou
brotos possíveis, no menor intervalo de tempo e com o mínimo de variação
genética entre explantes, além de livres de contaminantes que
prejudiquem a micropropagação (Léon, 2010). A qualidade e homogeneidade
das partes aéreas produzidas também são importantes, pois influenciam o
enraizamento adventício posterior, tanto in vitro quanto ex vitro.
Enraizamento e aclimatização
O enraizamento in vitro caracteriza-se pela indução de raízes adventícias em
brotações alongadas, a partir de gemas na fase de multiplicação/alongamento,
visando à obtenção de plantas completas para posterior transplante e
aclimatização para as condições ex vitro. De modo geral, os materiais
genéticos de espécies lenhosas em idade ontogenética mais avançada
apresentam maiores dificuldades para o enraizamento adventício (Mantovani
et al., 2010). O enraizamento pode ser induzido tanto in vitro quanto ex
vitro. No caso de enraizamento in vitro, as raízes são induzidas em meio de
cultura sob condições laboratoriais, sendo em última fase, as plantas
transplantadas para substratos e acondicionadas em casa de vegetação para a
aclimatização. Neste caso, tem-se melhor controle das condições de cultura
obtendo-se elevados percentuais de enraizamento (Leitzke et al., 2009).
Metodologia
Para este trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica. Bastos e Keller
(1995, p. 53) afirmam que “a pesquisa científica é uma investigação metódica acerca de
um determinado assunto com o objetivo de esclarecer aspectos em estudo”.
Para a busca de trabalhos como fonte de pesquisa, foram empregados estes
descritores: esporte e qualidade de vida; benefícios do esporte para a saúde; perigos da
não prática de esportes; na base de dados do Google Acadêmico, no período de 09 a 15
de junho de 2023. No Google Acadêmico foi possível encontra mais de 20.000 artigos
com certa relação ao tema. Dentre esse montante, somente os 30 artigos mais relevantes
foram escolhidos de acordo com o filtro “ordem de relevância” do próprio google.
Dessa forma, após um estudo prévio dos 30 artigos, foram selecionados 7 que
abordaram de forma mais específica o esporte como promotor da saúde e qualidade de
vida. A análise das informações foi realizada por meio de leitura exploratória, em
abordagem qualitativa

Conclusão
A micropropagação é uma técnica já bastante difundida e pesquisada nos dias
de hoje. Ela permite o crescimento e a multiplicação de células, tecidos, órgãos ou
partes de órgãos de uma planta, em meio artificial, sob condições de luminosidade,
temperatura e fotoperíodo controlados. Esta técnica consiste no aproveitamento da
totipotência das células vegetais, ou seja, na capacidade de se produzir órgãos
(organogênese) ou embriões (embriogênese somática). As plantas produzidas são
aclimatadas e posteriormente levadas a campo e, como resultado, são geradas cópias
idênticas às plantas que lhe deram origem (matriz) e livres de patógenos.

REFERENCIAS

ARAÚJO, A. G. de; LÉDO, A. da S. III Ciclo de Palestras sobre Cultivo in vitro de


Plantas. 1° ed. Brasília, DF: EM62BRAPA, 2012.

CARVALHO, A.C.P.P. de; SANTOS, E.O.; RODRIGUES, A.A.J. Panorama da


produção de mudas micropropagadas no Brasil. IN: LEE TSENG SHENG .

DUTRA, L. F.; WENDLING, I.; BRONDANI, G. E. A micropropagação de eucalipto.


Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, n.58, p.49-59, 2009.

GERALD. (ORG.). Biofábrica de plantas: produção industrial de plantas in vitro. 1 Ed.


São Paulo: ANTIQUA, 2011, p. 379-393.

Kampf, A. N. (2005). Produção comercial de plantas ornamentais. Guaíba: Agrolivros.

LEITZKE, L. N.; DAMIANI, C. R.; SCHUCH, M. W. Meio de cultura, concentração de


AIB e tempo de cultivo no enraizamento in vitro de amoreira-preta e framboeseira.
Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal, v. 31, n. 2, p. 582-587, 2009.

LEÓN, E. A. B. Germinação, estabelecimento, regeneração e calogênese in vitro em


explantes de açoita cavalo (Luehea divaricata Mart. & Zucc.). 2010. 61 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa
Maria, RS.

Mantovani, N., Grando, M. F., Suzin, M., Augustin, L., & Calvete, E. O. (2008).
Propagação de plantas ornamentais. In: Petry, C. (Orgs.). Plantas ornamentais: Aspectos
para produção. Passo Fundo: Editora Universitária.
PAZ, S (2017). Você já ouviu falar em micropropagação de plantas?
https://gespianos.wordpress.com/2017/06/29/voce-ja-ouviu-falar-em-micropropagacao-
de-plantas/. Acesso em: 13/02/2024.

TEIXEIRA, J.B. Limitações ao processo de cultivo in vitro de espécies lenhosas.


Brasilia: Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia. Brasília, 2005.

WENDLING, I.; DUTRA, L. F.; GROSSI, F. Produção de mudas de espécies lenhosas.


Colombo: Embrapa Florestas. 2006. 54 p. (Embrapa Florestas. Documentos, 130).

XAVIER A.; WENDLING L.; SILVA, R. L. Silvicultura clonal: princípios e técnicas. 2.


ed. Viçosa, MG: Ed. da UFV, 2013. 279 p.

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