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Caderno de Resumos

Viçosa - 12 a 16 de Agosto de 2013


Caderno de Resumos do IV Simpósio de Entomologia
Edição LATEX: Vinı́cius Barros Rodrigues
Fotos de capa: Yeisson Gutiérrez López

Realização

Programa de Pós-Graduação em Entomologia


Departamento de Entomologia
Universidade Federal de Viçosa
http://www.simposioentomologia.ufv.br
http://www.pos.entomologia.ufv.br

Comissão Organizadora

Presidente Vivian Sandoval


Eraldo Rodrigues de Lima
Comissão Social
Vice-Presidente Gláucia Cordeiro
Simon Luke Elliot Pollyanna Pereira Santos
Marilza da Silva Costa
Coordenadora Natállia Maria de Freitas Vicente
Talitta Guimarães Simões
Comissão de Tesouraria
Comissão Cientifica/Divulgação Marcus Vinı́cius Alfenas Duarte
Michela Costa Batista Matos
Camila Moreira Thiago Gechel Kloss
Mateus Ramos Andrade
Tiago Georg Pikart Comissão de Infraestrutura
Aline Garcia
Comissão de Secretaria Fábio de Assis Pinto
Bruno Gusmão Vieira Maria Luiza Fernandes
Cleber Macedo de Oliveira Milaine Fernandes dos Santos
Daniele de F. Alves Venâncio Silma Leite Rocha
Yeisson Gutiérrez López
Maira Coelho de Moura Moraes
Talitta Guimarães Simões Comissão de Apoio
Verônica Saraiva Fialho Cassiano Rosa
Vinı́cius Barros Rodrigues Paulo Fellipe Cristaldo
Programação

Mini-cursos

ˆ Polinização de plantas cultivadas: MSc. Paula Netto


A polinização é fundamental para perpetuação das espécies vegetais,
essencial para a reprodução cruzada das plantas e manutenção da
variabilidade genética. De acordo com (Costanza et al., 1997), o
serviço da polinização prestado ao ecossistema, em benefı́cio ao homem,
representa 200 bilhões de dólares por ano. A polinização biótica é
de extrema importância para a reprodução sexuada de mais de 90%
das espécies de Angiospermas, estimadas em cerca de 250.000 espécies
(Kearns et al, 1998). Dentre as espécies vegetais cultivadas no mundo,
estima-se que aproximadamente 73% dessas sejam polinizadas por
alguma espécie de abelha, 19% por moscas, 6,5% por morcegos, 5%
por vespas, 5% por besouros, 4% por pássaros e 4% por borboletas e
mariposas (FAO, 2004). A polinização abiótica (vento e água) também
se faz necessária para a agricultura (McGregor, 1976). Vários grupos
de insetos são conhecidos como agentes polinizadores, no entanto, as
abelhas se destacam por serem, provavelmente, os mais importantes
agentes polinizadores de diversas culturas (Corbet et al., 1991; Shipp
et al., 1994; Heard, 1999) e ecossistemas (Bawa, 1990; Neff & Simpson,

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1993). Aproximadamente 30% da alimentação humana derivam de
plantas que dependem em algum grau da polinizaçãorealizadas por
abelhas (McGregor, 1976). A perda de polinizadores poderia afetar a
produção agrı́cola em nı́veis nacionais e internacionais (O’Toole, 1993).
Diante da preocupação com a crise dos polinizadores e seus efeitos pra
a produção agrı́cola mundial vem sendo desenvolvido alguns trabalho
sobre o papel dos polinizadores em culturas em todo o mundo (Freitas,
1995; Freitas, 1998; Freitas & Paxton, 1998; Fávero & Couto, 2000;
Kevan & Phillips, 2001; Malerbo-Souza et al., 2003; Ricketts et al.,
2004)

ˆ Aspectos gerais sobre a evolução de resistẽncia de lepdópteros


a plantas transgênicas e estudos visando seu manejo no campo:
MSc. Fernanda Freitas Sousa, MSc. Katherine Girón Pérez,
MSc. Nilson Rodrigues Silva, MSc. Oscar Santos Amaya
A resistência de insetos a plantas transgênicas constitui um problema
sério que pode inviabilizar a utilização deste método no controle de
pragas em nı́vel mundial. De um total de 160 milhões de hectares
plantados no mundo em 2011, no Brasil foram plantados 30,3 milhões
de hectares (ha) com plantas transgênicas,com tendência de aumento
dessa área, sendo a maior parte dessa área cultivada com algodão,
milho e soja, expressando pró-toxinas oriundas da bactéria Bacillus
thuringiensis (Bt). Isto configura-se em um cenário de alta pressão
de seleção para resistência em populações dos insetos alvo; e deve ser
adotado um plano de manejo adequado da resistência para evitar a
perda de viabilidade dessa tecnologia. Assim, devem ser realizados
estudos que gerem conhecimentos que auxiliam no desenvolvimento e
aprimoramento das tecnologias que envolvem o uso de toxinas Bt e em
sua durabilidade, os riscos a e otimização do uso dessa ferramenta em
campo. O mini-curso visa fornecer conceitos e ferramentas básicas que
auxiliem na condução de estudos e obtenção de informações importantes
perante a adoção e uso da tecnologia, mudança ou alternância de
estratégias de manejo, para prolongar a durabilidade e eficácia da
tecnologia.

ˆ Cupins: introdução a ecologia e taxonomia: Msc. Diogo


Costa, Msc. Vinicius Barros Rodrigues
Os cupins são insetos sociais da ordem Isoptera, com cerca de 3.000
espécies descritas. A colônia de cupins é formada por indivı́duos que
exercem funções especializadas, como: busca de alimento, reprodução e
defesa do ninho. Esses insetos possuem um papel ecológico primordial,
uma vez que ocupam a posição de consumidores primários ou decom-
positores no ecossistemas naturais, atuando na reciclagem de nutrientes.
Algumas espécies de cupins possuem relevante interesse econômico, já

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que podem causar danos, tanto em áreas agrı́colas quanto em áreas
urbanas, por se alimentarem da madeira utilizada nas construções.
Apesar de sua importância, pouco se conhece a respeito da biologia da
maioria das espécies e vários gêneros possuem uma taxonomia confusa,
demandando trabalhos de taxonomia.

ˆ Práticas forenses com vestı́gios entomológicos: Msc. Verônica


Saraiva Fialho
A Entomologia Forense trata da utilização de insetos como evidências
em casos judiciais. Divide-se em três áreas principais: Entomologia
Médico-Legal, ligada à morte (de humanos e outros animais); Entomolo-
gia Urbana, relacionada à prejuı́zos causados por insetos ao patrimônio
privado; e Entomologia de Produtos Armazenados, que diz respeito
às infestações em alimentos e outros produtos armazenados. Assim,
o objetivo deste mini-curso é introduzir os interessados ao universo
da Entomologia Forense, com foco no cotidiano prático de um en-
tomólogo forense. Para isso, atividades em campo (coleta de insetos
em cadáveres) e laboratório (identificação de insetos) serão desenvolvi-
das para estimativas de Intervalo Pós-Morte e de contaminação de
alimentos por insetos. A parte teórica abordará o estado da arte da
Entomologia Forense e servirá para ilustrar as possibilidades e demais
aplicações dos vestı́gios entomológicos.

ˆ Sistema glandular em insetos sociais: comunicação quı́mica


e bioprospecção a partir dos compostos quı́micos do veneno:
Drª. Luiza Carla Barbosa Martins, Msc. Pollyanna Pereira
Santos
Os insetos sociais são caracterizados como organismos que apresentam
as seguintes caracterı́sticas comportamentais: indivı́duos da mesma
espécie que cooperam com o cuidado da cria; as fêmeas estéreis trabal-
ham para uma fêmea reprodutiva; e sobreposição de, no mı́nimo, duas
gerações em estágios de vida capazes de contribuir com a divisão de
trabalho na colônia (Wilson, 1971; Hölldobler & Wilson, 1990). Dentre
os insetos, aqueles definidos como verdadeiramente sociais incluem
espécies de abelhas, vespas, formigas e cupins (Wilson, 1971).
Uma das caracterı́sticas comuns aos insetos sociais é a presença de uma
grande diversidade de glândulas exócrinas distribuı́das por todo o corpo.
O conhecimento morfofisiológico e quı́mico das glândulas exócrinas
nos insetos sociais faz-se importante, uma vez que essas glândulas
desenvolvem múltiplas funções biológicas essenciais à perpetuação do
individuo e da colônia, como alimentação, reprodução, comunicação
quı́mica e defesa.
Adicionalmente a importância biológica do sistema glandular dos inse-

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tos sociais, as secreções produzidas por essas glândulas, em especial
a glândula de veneno, vem tendo uma atenção especial no cenário
atual. Assim como o veneno de outras espécies de invertebrados e de
vertebrados, os venenos dos himenópteros representam uma fonte rica
e inexplorada de compostos bioativos de importância farmacológica. O
desenvolvimento de novas técnicas como a espectrometria de massas
e a bioinformática representaram avanços importantes na elucidação
da caracterização estrutural e funcional, e no estudo do mecanismo de
ação dos compostos do veneno. Apesar dos poucos trabalhos desen-
volvidos com o veneno dos Hymenoptera, toxinas com elevada atividade
microbiana, inseticida, anti-inflamatória e antiangiogênica, vem sendo
identificadas no veneno desse grupo animal, apontando esses organis-
mos como importantes objetos de estudos na procura de novas drogas
de uso comercial que auxiliem no diagnóstico, tratamento e cura de
algumas doenças.

ˆ Aspectos biológicos e ecológicos de insetos predadores e par-


asitoides: MSc. Júlio César Melo Poderoso, MSc. Daniele de
Fátima Venâncio, MSc. Rafael Coelho Ribeiro, MSc. Fran-
cisco Andrés Rodriguez Dimaté
Os produtos quı́micos sintéticos são tóxicos para as pragas, mas também
conferem risco ao homem, animais domésticos e silvestres, podendo
deixar resı́duos nos alimentos, na água ou no solo. Para evitar esses
problemas, foi criada uma estratégia que integrasse diferentes métodos
de controle, o Manejo Integrado de pragas (MIP). Uma das táticas mais
eficientes no Manejo Integrado de Pragas é o Controle Biológico que, em
sua essência, pode ser considerado como o uso de organismos vivos para
manter a população de determinada praga em equilı́brio no agrossis-
tema, de modo a não ocasionar danos ambientais e econômicos. Entre
os organismos utilizados no controle biológico, os inimigos naturais
entomófagos (predadores e parasitóides) e entomopatógenos (bactérias,
fungos, nematóides, vı́rus, etc.), são importantes agentes em diversos
programas de controle de insetos-praga. Nesse minicurso abordaremos
os temas: Importância do controle biológico no manejo integrado de
pragas (MIP); tipos de controle biológico; diferenças entre predador,
parasita, parasitóide; principais grupos de insetos predadores e par-
asitóides; métodos de criação e avaliação da qualidade dos inimigos
naturais em laboratório e campo; iremos expor as pesquisas desen-
volvidas no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LCBI –
UFV).

ˆ Principais ácaros de importância econômica e seus inimigos


naturais no Brasil: Msc. Fredy Alexander Rodriguez Cruz,
Msc. Cleide Dias, Marcus Vinicius Duarte Alfenas

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Os ácaros são organismos usualmente pequenos e habitam uma ampla
gama de ambientes. Representam o segundo maior grupo de artrópodes
depois dos insetos e podem ocorrer no solo, em ambientes aquáticos,
como parasitas de vertebrados e outros artrópodes, assim como em
plantas cultivadas ou espontâneas (fitófagos). Embora existam um
número significativo de espécies fitófagas, são poucas as consideradas
como pragas de importância econômica no contexto da agricultura.
Seu ataque acontece geralmente em folhas e frutos de seus hospedeiros.
Ao danificar as folhas, reduzem a área fotossinteticamente ativa e tem
a capacidade de ser vetores de doenças. O principal método de controle
dos ácaros fitófagos no mundo é o quı́mico. No entanto, seu inadequado
uso pode levar a problemas de contaminação ambiental, intoxicação aos
produtores e surgimento de populações resistentes. Uma alternativa é
o controle biológico, os principais inimigos naturais dos fitófagos são
ácaros predadores, eles pertencem a varias famı́lias, podendo possuir
hábito de vida e alimentar diversificado. O mini-curso visa fornecem
informações sobre aspectos morfológicos e biológicos de ácaros-praga e
seus inimigos naturais no Brasil.

ˆ Biologia e taxonomia de formigas neotropicais: Msc. Gabriela


Procópio Camacho, Dra. Vivian Sandoval, Msc. Laila Fieto
Ribeiro, Ana Carolina Maradini
Este minicurso tem como objetivo apresentar aos alunos uma breve
introdução à Mirmecologia, ou seja, ao estudo das formigas. Ire-
mos abordar também a importância das formigas, suas caracterı́sticas
biológicas, morfológicas e ecológicas. Além disso, serão apresentados os
principais e mais eficientes métodos de coleta da fauna de formigas e a
forma adequada de processamento do material. Por fim, será feita uma
introdução à taxonomia de formigas, com o objetivo de possibilitar aos
alunos a autonomia de identificação das subfamı́lias e dos principais
gêneros de formigas neotropicais.

ˆ Microsoft Excel para iniciantes: Ricardo Siqueira da Silva,


Tarcı́sio Visintin da Silva Galdino
Desenvolvimento dos conhecimentos básicos do uso de Planilhas eletrônicas,
focando organização de dados cientı́ficos para análises estatı́sticas,
permitindo realização de tarefas elementares de cálculos e tabelas
dinâmicas.

ˆ Citogenética convencional e molecular aplicada aos estudos e


insetos: Dra. Denilce M. Lopes, Msc. Rı́udo Paiva Ferreira,
Msc. Samira Ravaiano
O mini-curso abordará as bases teóricas das principais técnicas de
citogenética clássica e molecular usadas no estudos de insetos e como a

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citogenética pode contribuir para estudos do genoma e evolução nesses
organismos.

ˆ Introdução à fotografia macro: Yeisson Gutiérrez López


As fotografias são ferramentas visuais muito importantes no campo das
ciências, permitindo documentar, no nosso caso, processos interessantes
nos insetos. Sua importância na entomologia vê-se refletida princi-
palmente nas áreas da sistemática, morfologia e taxonomia clássica;
ainda assim também pode ser vista desde uma perspectiva artı́stica ou
simplesmente pode ser um passatempo ou uma opção de atividade ao
ar livre. O objetivo deste mini-curso é fornecer conhecimentos básicos
para o manuseio de câmeras fotográficas digitais, passar instruções so-
bre como escolher o melhor equipamento e abordar conceitos aplicáveis
a câmeras análogas, digitais, microscópios e estereomicroscópios. Ao
final teremos uma parte prática de fotografia em mini-estudos e sessão
de discussão de fotografias dos participantes.

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Realização

Apoio
Apresentações orais

Machos com face atraente: Sinal sexualmente selecionado em


uma vespa social

André R. de Souza (1); Fábio S. Nascimento (2); José Lino-Neto (3)


(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Biologia, Universidade de São Paulo; (3) Departamento de
Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: andrebioufjf@gmail.com
Sinais sexualmente selecionados são comuns em diversos taxa, mas pouco
conhecidos em insetos sociais. Vespas do gênero Polistes são bons modelos
para o estudo da seleção sexual. Tipicamente, machos defendem territórios
(leques), onde competem por cópulas com fêmeas monogâmicas que ar-
mazenam os espermatozoides e os utilizam progressivamente, fertilizando os
ovos durante os vários meses de vida. A coloração dos machos de Polistes
simillimus é muito variada. Nós demonstramos que a proporção de pigmento
preto na face funciona como sinal durante a seleção intersexual. Quando
dois machos são apresentados à uma fêmea em uma arena, aquele escolhido
pela fêmea como parceiro sexual tem maior proporção de pigmentação preta
(Wilcoxon: p bilateral=0,0488; n=10) que o macho não escolhido. Além
disso, quando machos são experimentalmente manipulados com tinta para
um aparentar maior e o outro menor proporção de pigmentação preta, aquele
que aparenta maior é preferido como parceiro sexual (Teste dos sinais: p
unilateral=0,0333; n=11). Assim, a quantidade de pigmentação preta na face
dos machos funciona como sinal durante a escolha de parceiros sexuais pelas
fêmeas de Polistes simillimus. Em outra espécie distantemente relacionada,
Polistes dominulus, a irregularidade na forma de manchas abdominais amare-
las funciona como sinal na seleção sexual. Os sinais nas duas espécies são
conspı́cuos, contı́nuos e variáveis, mas diferem quanto à coloração (amarelo
vs. preto), localização (abdômen vs. cabeça) e a caracterı́stica analisada pela
fêmea (irregularidade vs. proporção). Sinais independentemente evoluı́dos
frequentemente tem diferentes propriedades, podendo estar correlaciona-
dos com algo útil para o receptor. Futuros estudos sobre como fêmeas se
beneficiam ao prestar atenção nos diferentes sinais sexuais em machos de
Polistes serão interessantes para entender quais fatores seletivos promoveram
a evolução de ornamentos em insetos sociais.
Palavras-chave: ornamento, escolha da fêmea, inseto social
Apoio: CNPq (proc. 143246/2011-9 para André R. De Souza)

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Comunidades de besouros de importância forense em Barba-
cena, Minas Gerais

Felipe L. T. Gomes (1); Ana Carolina dos P. Sacramento (1); Fernando


W.T. Leivas (2); Ana Paula Baumgratz (3); Letı́cia Vieira (4)
(1) Universidade Federal de São João del-Rei; (2) Departamento de
Zoologia, Universidade Federal do Paraná; (3) Instituto Federal do Sudeste
de Minas, Campus Barbacena; (4) Departamento de Ciências Naturais,
Universidade Federal de São João del-Rei
E-mail: felipelops@yahoo.com.br
Coleoptera é a ordem mais utilizada como modelo em entomologia forense,
pois estes insetos compreendem a principal evidência entomológica na deter-
minação do Intervalo Pós Morte. Estudos demonstram que a composição
de espécies e a sucessão no cadáver variam em relação à região geográfica
e a estação climática. Os objetivos foram: 1) descrever e identificar a
coleopterofauna associada aos cadáveres e; 2) conhecer o padrão de sucessão
e determinar o gradiente de substituição de espécies. Para a coleta de dados
foram utilizados, em cada estação do ano, dois corpos de Sus scrofa colocados
em uma gaiola e, para cada porco, foram utilizados três métodos de coleta:
pitfalls, coleta manual e nas bandejas sob os porcos. Foram aferidas as
temperaturas retal, ambiente e umidade relativa do ar. Foram coletados
4914 indivı́duos de 153 espécies distribuı́das em 22 famı́lias, sendo 10 famı́lias
de importância forense com 4661 representantes distribuı́dos nas famı́lias
Carabidae (6 spp.) com 60 espécimes, Cleridae (2 spp.) com 7 espécimes,
Dermestidae (1 sp.) com 7 espécimes, Histeridae (6 spp.) com 1573 espécimes,
Nitidulidae (6 spp.) com 130 espécimes, Scarabaeidae (34 spp.) com 202
espécimes, Silphidae (1 sp.) com 1135 espécimes, Staphylinidae (32 spp.)
com 1529 espécimes, Tenebrionidae (1 sp.) com 8 espécimes, Trogidae (2
spp.) com 10 espécimes. O total de espécies de interesse forense perfazem
94,85% da coleta. A ordenação das coletas na bandeja e nos porcos não
formaram grupos distintos, indicando que essas metodologias podem ser
complementares na coleta de espécies de coleópteros de importância forense,
ao passo que as amostras com pitfall formaram um grupo à parte. Existe
uma resposta da comunidade às mudanças nas estações do ano, sendo que a
composição de espécies no verão e primavera tende a ser próxima, indicando
um padrão conhecido na zona tropical onde os artrópodes possuem sua
atividade de vida.
Palavras-chave: Coleoptera, entomologia forense, sucessão ecológica

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Limão galego infectado por fitoplasma aumenta o crescimento
populacional do inseto vetor Diaphorina citri

Gabriel A. Vieira (1); Renan B. Queiroz (1); Fábio N. da Silva (2); Felipe
V. Prado (3); Simon L. Elliot (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Depar-
tamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: gabriel.a.vieira@ufv.br
O psilı́deo dos citros, Diaphorina citri, é capaz de adquirir a bactéria
Candidatus Phytoplasma aurantifolia, colonizadora de floema em limão galego
(Citrus aurantifolia). O objetivo deste trabalho foi comparar o crescimento
populacional do inseto criado em plantas de limão galego com e sem fitoplasma
via construção de tabela de vida. Os insetos foram criados em mudas livres
de patógenos no interior de gaiolas. Já os pés de C. aurantifolia utilizados
no experimento foram adquiridos em viveiro na cidade de Dona Euzébia,
Minas Gerais, e alocados em casa de vegetação, onde o experimento foi
conduzido. Após extração de DNA total e posterior dupla PCR, as plantas
foram divididas em dois tratamentos: com e sem fitoplasma, cada um com
10 repetições. Em cada planta foi colocado um saco de organza com cinco
casais do psı́lideo para oviposição. Após 24 horas, os sacos foram removidos
e os ovos em cada planta foram contados. Ao atingirem a fase adulta, os
adultos foram coletados e sexados, sendo então colocados em outro ramo
da mesma planta para oviposição. A partir da 2ª geração, sobrevivência e
desenvolvimento foram avaliados diariamente e as exúvias foram utilizadas
como parâmetro para mudança de ı́nstar. As avaliações foram realizadas até
a morte da última fêmea (aproximadamente 100 dias). Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância, feita com base nos parâmetros
obtidos pela tabela de vida. A taxa intrı́nseca de crescimento dos insetos
criados em plantas com fitoplasma (0,075) foi maior (F1,14 = 26,37, p<0,001)
quando comparada a taxa dos insetos criados em plantas saudáveis (0,04).
Analogamente, a taxa reprodutiva lı́quida também foi maior (F1,14 = 42,87,
p<0,001) nos insetos em plantas infectadas (27) do que nos insetos em
plantas sadias (7). Portanto, podemos afirmar que o controle do fitoplasma é
necessário para conter o aumento populacional de D. citri, vetor do greening,
importante doença cı́trica da atualidade.
Palavras-chave: psilı́deo, fitoplasma, limão galego
Apoio: CNPq, Fundação Vale

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Atividade inseticida de Annona coriacea sobre larvas de Aedes
aegypti (Diptera: Culicidae)

Alice F. Camargos (1); Marilza S. Costa (1); José E. Serrão (1); Francyne
S. Correia (2); Evandro L. Dall’Oglio (2)
(1) Laboratório de Biologia Celular e Estrutural, Universidade Federal
de Viçosa; (2) Laboratório de Pesquisa em Quı́mica de Produtos Naturais,
Universidade Federal de Mato Grosso
E-mail: alice.ufv@hotmail.com
É crescente a busca por substâncias vegetais bioativas para o controle de
insetos. Dentre as plantas, extratos de Annonaceae destacam-se por terem em
sua composição as acetogeninas, com alta atividade biocida, podendo ser uma
alternativa no controle de vetores de doenças, como o Aedes aegypti. Portanto,
este estudo verificou a atividade larvicida dos extratos hexânico e metanólico
de Annona coriacea sobre larvas de A. aegypti. Os extratos metanólico e
hexânico de sementes de A. coriacea foram testados nas concentrações de
100, 80, 50, 20 e 10 ppm e como controle foi utilizado DMSO ou Tween
20 a 2%. Os bioensaios foram conduzidos em delineamento inteiramente
casualizado com quatro repetições, contendo 25 mL de cada concentração e
20 larvas de 3° estádio, por réplica, sendo avaliada a quantidade de larvas
mortas após 24 horas de exposição. Os dados foram submetidos à ANOVA e
as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O extrato
hexânico provocou 100% de mortalidade larval nas concentrações acima de
20 ppm, enquanto que em 10 ppm a mortalidade foi de 51, 25% contra 0% no
tratamento controle. Com o extrato metanólico a mortalidade foi de 97, 92,
87, 83 e 72% em 100, 80, 50, 20 e 10 ppm, respectivamente. A concentração
de 100 ppm diferiu estatisticamente das concentrações de 80 e 50 ppm que
foram semelhantes a concentração de 20 ppm, sendo a menor mortalidade
observada a 10 ppm. Extratos de A. coriacea apresentam ação larvicida
com os dois solventes testados, no entanto, apesar do extrato hexânico obter
maiores taxas de mortalidade (> 20 pmm), o extrato metanólico em menor
concentração (10 ppm) obteve letalidade mais significativa (72%) que o
hexânico (51%).
Palavras-chave: Larvicida, acetogenina, Annonaceae
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

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Avaliação da taxa de encapsulação de operárias de formigas-
cortadeiras submetidas à dieta a base de Neem

Karina D. Amaral (1); Vanessa E. Seide (1); Terezinha M. C. Della Lucia


(1)
(1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa
Email: karina damaral@yahoo.com.br
A existência de um sistema de defesa altamente complexo nas formigas-
cortadeiras tem dificultado o desenvolvimento de estratégias mais elaboradas
para o controle desses insetos-praga. Dentre as substâncias quı́micas que
afetam negativamente o sistema imune de insetos, conhecem-se, por exem-
plo, os efeitos imunossupressores da actinomicina D, da ciclohexamidae da
azadiractina. Este trabalho objetivou avaliar a resposta imune de operárias
de Atta sexdensrubropilosa ao imunossupressor azadiractina,presente na folha
de Neem,Azadirachta indica. O parâmetro utilizado para medir a imuno-
competência foi a taxa de encapsulação de um antı́geno padronizado, um
microfilamento de náilon. Foram utilizados três formigueiros de Atta sex-
densrubropilosaque receberam durante um mês apenas folhas de Neem como
substrato para seu fungo simbionte. Outros três, que foram utilizados como
controle, receberam folhas de Acalyphawilkesiana. Vinte e cinco formigas
foram selecionadas semanalmente, de cada um dos seis formigueiros, nas
quais os microfilamentos de 0,12 mm de diâmetro e 1,0 mm de comprimento
foram introduzidos no tórax, entre o segundo e terceiro pares de pernas.
Após a introdução dos antı́genos, as operárias foram colocadas individual-
mente em tubos de ensaio e, posteriormente,incubadas em B.O.D. a 25ºC
por 24 horas. Em seguida, os microfilamentos foram retirados da hemocele, e
montados com resina em lâminas de microscópio. As fotomicrografias foram
analisadas no programa Image J, adotando-se que quanto mais escura a
imagem maior a taxa de encapsulação do microfilamento. Após uma semana
de tratamento, as colônias que receberam folhas de Neem apresentaram maior
taxa de encapsulação em relação às colônias não tratadas, condição que se
manteve ao final de três semanas de tratamento. Dessa forma, verificou-se
que o imunossupressor azadiractina aumentou a taxa de encapsulação nas
operárias, significando que o sistema imune foi afetado adversamente.
Palavras-chave: imunocompetência, azadiractina, formigas-cortadeiras
Apoio: CNPq

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Variação geográfica na morfologia da genitália masculina de
Belostoma grupo bifoveolatum (Heteroptera: Belostomati-
dae)

Fabiano Stefanello (1); José R. I. Ribeiro (1)


(1) Laboratório de Estudos em Biodiversidade do Pampa, Universidade
Federal do Pampa, Campus São Gabriel
E-mail: stefanellof@yahoo.com.br
A genitália masculina é um dos traços mais divergentes em animais,
muitas vezes o mecanismo que direciona tal variação não é claro. As variações
morfológicas observadas nessa estrutura podem ser resultantes de seleção
sexual contı́nua após a cópula ou produto de outros mecanismos, como
por exemplo, um reforço de isolamento pré-zigótico ou pleiotrópico. A
fim de testar essas previsões investigou-se a variação clinal no tamanho
do corpo, forma e tamanho dos braços dorsais e divertı́culo ventral do
falossoma, bem como o tamanho das válvulas genitais das fêmeas. Para
tanto, foram examinados 130 machos e 90 fêmeas de três espécies do gênero
Belostoma, grupo bifoveolatum, de 52 populações distintas ocorrentes desde
o sul da Argentina, incluindo parte do Brasil, até a Bolı́via e Peru. O
tamanho do corpo e as válvulas genitais foram medidos através de métodos
tradicionais de morfometria. Para quantificar a variação na forma e no
tamanho dos braços dorsais e do divertı́culo ventral do falossoma, técnicas
robustas de Morfometria Geométrica usando análises de contorno foram
implementadas no programa estatı́stico R 2.15.3. A detecção de clinas lineares
ou curvilineares deu-se a partir de Análises de Tendência de Superfı́cie e, o
melhor modelo de variação foi escolhido via critério de informação Akaike.
Clinas lineares foram encontradas para os escores de tamanho do corpo e
das válvulas genitais, assim como para o centroide das partes amostradas
do falossoma. Para a forma, a variação clinal encontrada foi curvilinear. A
forte correlação na clina, entre o tamanho do corpo dos machos e o tamanho
do falossoma, r < 0,90 com p < 0,01, evidencia a possı́vel evolução da
genitália masculina através de mecanismos pleiotrópicos. Entretanto, para
a forma tanto dos braços dorsais como do divertı́culo ventral a correlação
significativa com o tamanho das válvulas genitais das fêmeas, r = 0,38 e r =
-0,46, respectivamente, sugere algum tipo de seleção sexual direcionada pelas
fêmeas.
Palavras-chave: morfometria, variação morfológica, seleção sexual
Apoio: PBDA, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 15


Toxicidade de novas amidas sintéticas à Rhyzopertha dominica

Mirian F. Pimentel (1); Elba N. C. Pereira (2); Elson S. Alvarenga (2);


Joel M. Oliveira (1); Suélen K. Sartori (2)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: mirian.filgueira@ufv.br
A busca por novos compostos com ação inseticida para o controle de
insetos praga, utilizando modelos naturais, é uma necessidade crescente em
todo o mundo. Um modelo promissor são as amidas encontradas nas plantas
da famı́lia Piperaceae. A toxicidade de extratos de pimenta do reino a alguns
coleópteras da famı́lia Bruchidaea e Curculionidae deve-se a amidas como a
piperina. O coleóptera Rhyzopertha dominica é uma das principais pragas da
cultura do trigo. Larvas e adultos alimentam-se dos grãos causando enormes
perdas. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade
inseticida de 17 novas amidas sintéticas a R. dominica. O experimento foi
desenvolvido no laboratório de Manejo Integrado de Pragas da Universidade
Federal de Viçosa. Nos bioensaios, foram utilizados insetos adultos provindos
de criações em laboratório. Os tratamentos foram 17 novas amidas nomeadas
por 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 20, 21 e 22, piperina e a
testemunha. O delineamento foi inteiramente casualizado com 4 repetições.
Cada repetição foi constituı́da por 10 insetos acondicionados em um pote
plástico (250 ml). Cada inseto recebeu 0,5 µl da substância via aplicação
tópica, sendo que a testemunha recebeu apenas o solvente. Avaliou-se a
mortalidade 48 e 168 horas após a aplicação. Os dados de mortalidade foram
submetidos à ANOVA e as médias agrupadas pelo teste Scott-Knott com
p<0.05. As novas amidas apresentaram efeito inseticida sobre R. Dominica.
Entretanto, a mortalidade causada após 48 horas foi baixa para todas as
substâncias. Após 168 horas as amidas tenderam a apresentar um maior
efeito inseticida sobre R. Dominica. Neste tempo a substância 21 foi a que
causou a maior mortalidade (80%), os demais análogos e a piperina causaram
baixa mortalidade. Deste modo, a amida 21 apresenta potencial para uso no
controle de R. Dominica.
Palavras-chave: Análogos de piperina, besourinho dos cereais, toxicidade
Apoio: CAPEs, CNPq, FAPEMIG, PIBEX

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Abelhas polinizadoras como ferramenta para a educação am-
biental em comunidades rurais

Marcelita F. Marques (1); Ulli B. Oliveira (1); Vivian de F. Manhães (1);


Anna P. Hautequestt (1); Maria Cristina Gaglianone (1)
(1) Laboratório de Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro
E-mail: marcelita marques@yahoo.com.br
A fragmentação dos ecossistemas naturais em consequência de atividades
humanas é considerada uma das principais ameaças à diversidade biológica e
aos serviços ecológicos como a polinização, realizada principalmente pelas
abelhas. Nesse contexto, a conscientização da comunidade para a importância
da diversidade e do papel dos polinizadores torna-se base para as boas práticas
de sustentabilidade nos diversos ecossistemas florestais e agrı́colas. Esse
trabalho teve como objetivo aplicar um questionário aos alunos do Ensino
Fundamental de uma escola rural em São José de Ubá – RJ, antes e depois
de diversas atividades práticas relacionadas ao tema da polinização para
compreender o conhecimento atual e o adquirido pelos alunos. Além disso,
com base nas dificuldades e lacunas de informações observadas no questionário
propõe-se a elaboração de atividades lúdicas como forma de apoio para as
aulas dos professores. Por meio da análise dos questionários, verificou-se que
inicialmente 7% dos alunos afirmaram saber o conceito e importância da
polinização realizada pelas abelhas e 19% relataram conhecer a existência das
abelhas sem ferrão. Após as atividades práticas, esse percentual aumentou
para 61% e 84%, respectivamente. Como propostas para as atividades
práticas foram realizadas dinâmicas para a confecção de ponteiras para lápis,
máscaras decorativas e dobraduras em formatos de abelha, além de jogos da
memória, dominó, quebra-cabeça e jogos de tabuleiro, com base nos temas
polinização e conservação da biodiversidade. O uso dessas atividades lúdicas
com finalidade de associar o tema abordado com a criatividade e o trabalho
manual, visando à divulgação e à construção de materiais que apoiem os
professores em aulas práticas, pode auxiliar na conscientização ambiental e
na busca de boas práticas para a conservação da biodiversidade.
Palavras-chave: polinização, biodiversidade, sustentabilidade
Apoio: FAPERJ, MCT-CNPq-CTAgro, FAO-GEF-FUNBIO, RioRural-
GEF

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 17


Influência de inibidores de proteases sintéticos na expressão
gênica de enzimas digestivas de Anticarsia gemmatalis

Francelina A. D. Rocha (1); Franciny M. Pilon (1); Camila R. Silva (1);


Joel A. Oliveira (2); Maria Goreti A. Oliveira (1)
(1) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, Universidade
Federal de Viçosa; (2) Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de
Viçosa
Email: francelina.rocha@ufv.br
A lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis é considerada uma das prin-
cipais pragas da cultura da soja. Insetos-pragas utilizam estratégias de
controle baseadas no uso de inibidores de proteases. Tais estratégias têm
sido estudadas e o conhecimento dessas enzimas digestivas tem-se mostrado
fundamental. O objetivo do trabalho é avaliar a expressão gênica de serino-
proteases de A. gemmatalis quando submetidas a dieta contendo inibidores
sintéticos de serino-proteases. Intestinos médios das lagartas de quinto instar
foram coletados com 6, 12, 24 e 48h após serem alimentadas com dieta
contendo inibidores de serino-proteases. Foram realizados a extração de
RNA, sı́ntese de cDNA, amplificação utilizando primers degenerados para
serino-proteases; seqüenciamento e análise da expressão gênica das sequências
obtidas por RT-PCR. Foram isolados três genes distintos de serino-proteases
do genoma de A. gemmatalis denominados de Agem 1, Agem 2 e Agem 3,
indicando que os genes estão organizados em famı́lia multigênica. Verificou
que a expressão do gene Agem 2 se sobressaiu em relação ao gene Agem 1 e
Agem 3, evidenciando que esse deve ser expresso em maior quantidade no
trato intestinal do inseto. Os genes descritos expressaram tripsinas sensı́veis
e/ou insensı́veis ao inibidor sintético Benzamidina, onde verificou um au-
mento na sua expressão durante o tratamento com o inibidor em relação
ao controle. O inibidor sintético Berenil foi potencialmente eficiente na
supressão dos genes de tripsinas isolados evidenciando que o sı́tio de ativação
secundário S2’ de tripsinas, estando livre da interação com inibidores, é
extremamente importantes na adaptação do inseto aos inibidores de pro-
teases. A expressão diferencial de proteases digestivas de insetos é de grande
importância para elucidar o mecanismo adaptativo de pragas agrı́colas aos
inibidores de proteases.
Palavras-chave: Anticarsia gemmatalis, inibidor de protease, serino-
proteases
Apoio: CPNq, CAPES, FAPEMIG, INCT-IPP

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Apresentações de painéis

Sumário

1 Entomologia Agrı́cola e Florestal 33


1.1 Monitoramento da traça-das-crucı́feras no agreste sergipano . 33
1.2 Padrão de distribuição espacial da Tuta absoluta nos diferentes
estágios fenológicos do tomateiro . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.3 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de Melaleuca
alternifolia em Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.4 Identificação de insetos-praga e inimigos naturais associados à
cultura do limão Tahiti no municı́pio de Vassouras-RJ . . . . 36
1.5 Efeito comportamental de inseticidas neurotóxicos a Orius
tristicolor, predador de Tuta absoluta . . . . . . . . . . . . . . 37
1.6 Atividade deterrente de óleos essenciais em imaturos de Anti-
carsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) . . . . . . . . . . 38
1.7 Novos hı́bridos de tomateiro resistentes a Tuta absoluta . . . 39
1.8 Aspectos biológicos do parasitoide de pupas Trichospilus di-
atraeae (Hymenoptera: Eulophidae) sob o efeito de óleos
essenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.9 Atividade inseticida do óleo essencial de Rosmarinus officinalis
sobre Dichelops melacanthus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.10 Tricomas de tomateiro afetando a população de mosca minadora 42
1.11 Biodiversidade de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae)
associadas à cultura da uva Niagra em Inconfidentes - MG . . 43
1.12 Potencial de extrato da raiz de Jatropha curcas, sobre o manejo
daPlanococcus citri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.13 Aspectos biológicos dos potenciais agentes selecionados para
o controle biológico de Pereskia aculeata . . . . . . . . . . . . 45
1.14 Avaliação de consumo e durabilidade de iscas granuladas, com
e sem embalagens, para o controle de formigas cortadeiras . . 46
1.15 Efeitos das condições de campo sobre Podisus nigrispinus no
estado de Sergipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.16 Redução da dose comercial de inseticidas inibidores da sı́ntese
de quitina em combinação com óleo de P. aduncum . . . . . . 48

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 19


1.17 Primeiro registro da ocorrência de Adetus analis associado à
planta invasora Pereskia aculeata . . . . . . . . . . . . . . . . 49
1.18 Primeiro registro da microcigarrinha-do-sombreiro (Euphare-
lus clitoriae, Hemiptera: Psyllidae), no Piauı́ . . . . . . . . . 50
1.19 Misturas de óleos essenciais de Piper hispidinervum e Piper
aduncum no controle de Spodoptera frugiperda . . . . . . . . 51
1.20 Manejo de Planococcus citri com extratos da casca do caule
de Jatropha curcas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.21 Eficiência do óleo de nim no manejo do ácaro branco e rajado
em cultivo de mamoeiro orgânico . . . . . . . . . . . . . . . . 53
1.22 Resistência de clones de café conilon a Leucoptera coffeella . . 54
1.23 Abelhas polinizadoras de Solanum lycopersicum (Solanaceae)
em áreas de cultivo no noroeste do estado do Rio de Janeiro . 55
1.24 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela
em Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
1.25 Interação entre óleo de mamona e óleo de pinhão manso no
controle do pulgão-das-brássicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
1.26 Manejo de ácaro rajado com torta de pinhão manso . . . . . 58
1.27 Bioatividade de produtos naturais sobre Cryptolestes ferrugineus 59
1.28 Ação indireta da torta de pinhão manso no controle do àcaro
rajado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
1.29 Fatores de mortalidade de Myzus persicae . . . . . . . . . . . 61
1.30 Disseminação de Ceratocystis fimbriata através da serragem
eliminada por coleobrocas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
1.31 Amostragem de Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae)
como subsı́dio na diminuição do uso de iscas formicidas . . . 63
1.32 Ocorrência de Psilı́deo-de-Concha em eucalipto no Estado de
Sergipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
1.33 Infestação de insetos-praga do feijão armazenado, Phaseolus
vulgaris e Vigna unguiculata, na Cidade de Porto Velho-RO . 65
1.34 Seletividade de inseticidas ao percevejo predador Amphiareus
constrictus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
1.35 Efeito inseticida de extratos vegetais liofilizados sobre o pulgão-
verde Myzus persicae em couve . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
1.36 Consumo alimentar de larvas de Diatraea saccharalis como
indicativo da resistência varietal em cana . . . . . . . . . . . 68

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 20


1.37 Caracterização da suscetibilidade de Spodoptera frugiperda a
diferentes inseticidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
1.38 Efeito ovicida de inseticidas sintéticos em Neoleocinodes ele-
gantalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
1.39 Estudo preliminar da atividade fumegante de óleo essencial
comercial de Cymbopogon citratus no controle de Sitophilus
zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
1.40 Efeito da mistura de inseticida e fungicida no controle de
Chrysodeixis includens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
1.41 Linha básica de suscetibilidade de Spodoptera frugiperda à
proteı́na Cry1F de Bacillus thuringiensis . . . . . . . . . . . . 73
1.42 Ganho de seleção na tolerância à toxina Cry1F de Bacillus
thuringiensis em uma linhagem da lagarta do cartucho . . . . 74
1.43 Seletividade do óleo essencial de Piper aduncum (Piperaceae)
sobre parasitoides de ovos do percevejo marrom da soja . . . 75
1.44 Análise da espécie predominante de formiga cortadeira em
plantio de Pinus taeda no planalto sul catarinense . . . . . . 76
1.45 Extrato aquoso de crambe no controle Frankliniella schultzei 77
1.46 Patogenicidade de Bt em Oligonychus ilicis . . . . . . . . . . 78
1.47 Desenvolvimento e sobrevivência do besouro Tribolium cas-
taneum em diferentes farinhas provenientes de semente de
trigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
1.48 Bioatividade de caldas alternativas sobre o pulgão-verde Myzus
persicae em brássicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
1.49 Avaliação da relação entre nı́veis de infestação por broca-da-
cana e injúria em plantas de dois genótipos de cana-de-açúcar 81
1.50 Uso de inseticidas botânicos no controle de Ascia monuste
orseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
1.51 Redução da dose comercial carbaril sinergizado com óleo
pimenta-de-macaco para controle de Cerotoma tingomarianus
no feijoeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
1.52 Redução da dose de fosforados com Piper aduncum no controle
de Spodoptera frugiperda em plantas de milho . . . . . . . . 84
1.53 Manejo do pulgão da couve com óleo de pinhão manso ar-
mazenado em vidro âmbar e embalagem polietileno . . . . . . 85

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1.54 Análise da resistência em genótipos do amendoinzeiro Arachis
hypogaea rasteiro ao tripes do prateamento Enneothrips flavens 86
1.55 Respostas locomotoras e toxicidade do inseticida imidaclopride
em Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . 87
1.56 Eficiência de combate de formigas cortadeiras em eucaliptais 88
1.57 Extrato aquoso de samambaia sobre Frankliniella schultzei . 89
1.58 Entomofauna associada à cultura do quiabeiro Abelmoschus
esculentus (L.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
1.59 Flutuação populacional da entomofauna associada à planta
invasora Pereskia aculeata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
1.60 Levantamento da entomofauna associada aos acessos de Var-
ronia curassivica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
1.61 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela
em Sitophilus zeamais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
1.62 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de citronela
em Zabrotes subfasciatus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
1.63 Potencial de Beauveria bassiana para o controle de larvas de
Leucothyreus femoratus (Coleoptera: Scarabaeidae) . . . . . . 95
1.64 Controle de Acromyrmex spp. em povoamentos de Pinus
taeda, com o inseticida sistêmico imidacloprid . . . . . . . . . 96
1.65 Diversidade hospedeira e proteção contra atividade inseticida
de óleo essencial de cravo em Acanthoscelides obtectus . . . . 97
1.66 Ricinoleato de sódio no controle de Frankliniella schultzei . . 98
1.67 Susceptibilidade de clones de cana-de-açúcar sob diferentes
nı́veis de infestação artificial pela broca-da-cana . . . . . . . . 99
1.68 Mudanças morfológicas no intestino médio de Anticarsia gem-
matalis (Lepidoptera: Noctuidae) após a exposição de produ-
tos comerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
1.69 Presença de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thau-
mastocoridae) em plantações de eucaliptos no Estado de Sergipe101
1.70 Toxicidade de inseticidas biorracionais a inimigos naturais da
traça do tomateiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
1.71 Primeiro registro de danos causados por mirı́deos (Heteroptera:
Miridae) em pastagens do Espı́rito Santo . . . . . . . . . . . . 103
1.72 Controle populacional de Hypothenemus hampei por fungos
entomopatogênicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

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1.73 Preferências polı́nicas de abelhas africanizadas na região da
Mata Atlântica e Baixo São Francisco Sergipano . . . . . . . 105
1.74 Dinâmica interna em colônias de Apis mellifera: tipo de
investimento após alimentação suplementar . . . . . . . . . . 106
1.75 Efeito do tegumento de Phaseolus vulgaris sobre o desenvolvi-
mento embrionário e larval de Callosobruchus maculatus . . . 107
1.76 Interações intra e interespecı́fica no desenvolvimento e re-
produção de percevejos predadores (Heteroptera: Pentatomidae)108
1.77 Predação e consumo alimentar nas interações intra e intere-
specı́fica de adultos de Heteroptera: Pentatomidae . . . . . . 109
1.78 Efeito fumigante do óleo essencial de Ocimum basilicum sobre
populações de Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) 110
1.79 Toxicidade de indoxacarbe em populações brasileiras de Sito-
philus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) . . . . . . . . . . 111
1.80 Manejo alternativo de Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechi-
idae) com extrato aquoso de pimenta roxa . . . . . . . . . . . 112
1.81 Suscetibilidade de clones hı́bridos de eucalipto a Thaumasto-
coris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) . . . . . . . 113
1.82 Simulação de danos da broca dos ponteiros em diferentes
estádios de crescimento da soja . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
1.83 Sintomatologia ocasionada por Thaumastocoris peregrinus em
clones hı́bridos de Eucalyptus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
1.84 Sementes como fonte de compostos quı́micos com potencial
para o controle do besouro Tribolium castaneum . . . . . . . 116
1.85 Nı́vel de dano econômico para insetos desfolhadores em feijão-
caupi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
1.86 Potencial de predação de percevejos predadores à Diaphania
hyalinata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
1.87 Diferentes fontes de alimentação na criação do percevejo mar-
rom em laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
1.88 Morfometria de trofócitos e aspectos reprodutivos de Acan-
thoscelides obtectus mantidos em duas cultivares de feijão . . 120
1.89 Neonicotinoide afeta parâmetros biológicos de Podisus nigrispi-
nus (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . 121
1.90 Impacto do Metarhizium anisopliae sobre parâmetros biológicos
de Palmistichus elaeisis (Hymenoptera: Eulophidae) . . . . . 122

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1.91 Efeito de extratos vegetais na longevidade de saúva limão
adicionados em dieta artificial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
1.92 Criação de Thaumastocoris peregrinus em clones hı́bridos de
eucalipto em laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
1.93 Ocorrência de predadores em lagarta desfolhadora Nystalea
nyseus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
1.94 Levantamento preliminar de besouros coprófagos em mata
nativa na região de Pato Branco – PR . . . . . . . . . . . . . 126
1.95 Atividade ovicida de Piper aduncum sobre Plutella xylostella
(Lepidoptera: Plutellidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
1.96 Registro Oncideres ulcerosa (Insecta: Cerambycidae) em Ma-
clura tinctoria (Moraceae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
1.97 Óleo de mamona da variedade Paraguaçú no controle de Myzus
persicae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
1.98 Composição bioquı́mica de ovos de Callosobruchus maculatus
(Coleoptera: Chrysomelidae) sobre sementes hospedeiras e
não hospedeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
1.99 Mudanças no comportamento de oviposição de Diatraea sac-
charalis em duas variedades de cana-de-açúcar . . . . . . . . 131
1.100Ação indireta da interação entre óleo de mamona e óleo de
pinhão manso no controle do pulgão-das-brássicas . . . . . . . 132
1.101Levantamento de pragas e desenvolvimento de girassol orna-
mental em diferentes adubações . . . . . . . . . . . . . . . . . 133

2 Entomologia Médica e Veterinária 134


2.1 Aspectos fı́sicos e quı́micos da água de criadouros de Aedes
(Stegomyia) aegypti em ambiente urbano . . . . . . . . . . . . 134
2.2 Ocorrência de dı́pteros vetores de Leishmaniose no Instituto
Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́ . . . . . . . . . . 135
2.3 Diversidade de malófagos em Gallus gallus na região serrana
do Estado do Rio de Janeiro, Brasil . . . . . . . . . . . . . . 136
2.4 Aedes albopictus e Aedes aegypti em área de mata urbana de
Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

3 Entomologia Molecular e Genética 138


3.1 Purificação parcial de cisteı́no-proteases do intestino médio de
Anticarsia gemmatalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138

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3.2 Variação cariotı́pica de duas populações de Polistes ferreri
(Vespidae, Polistinae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
3.3 Caracterização citogenética de Tetragona dorsalis (Hymenoptera:
Apidae: Meliponini) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
3.4 Análise citogenética de uma população de Camponotus atriceps 141
3.5 Estudos citogenéticos de Frieseomelitta doederleini (Hymenoptera:
Apidae) de Urbano Santos - Maranhão . . . . . . . . . . . . . 142
3.6 Transmissão horizontal de Wolbachia entre espécies de Sito-
philus (Coleoptera: Curculionidae) . . . . . . . . . . . . . . . 143
3.7 Detecção molecular de sequência telomérica (TCAGG)n em
três espécies de abelhas da tribo Meliponini . . . . . . . . . . 144
3.8 Análise de populações polimórficas de Melipona quinquefasci-
ata (Hymenoptera: Apidae) quanto à presença de cromosso-
mos B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
3.9 Caracterização citogenética de Cyphomyrmex olitor (Formici-
dae: Myrmicinae: Attini) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
3.10 Citogenética da abelha sem ferrão Melipona puncticolis (Hy-
menoptera: Meliponini) coletada em Altamira, Pará . . . . . 147

4 Entomologia Ecológica 148


4.1 Inventário das espécies de abelhas Euglossina através do uso
de iscas odorı́feras na Mata do Ginásio São José, em Ubá-MG 148
4.2 Floresta tropical seca: os efeitos sob assimetria flutuante de
uma espécie do gênero Uroxys (Coleoptera: Scarabaeinae) . . 149
4.3 Diversidade de vespas sociais no Instituto Federal de Minas
Gerais – Campus Bambuı́, Minas Gerais, Brasil . . . . . . . . 150
4.4 Levantamento de Abelhas da subtribo Euglossina no bairro
ligação (campus da UEMG) Ubá- MG . . . . . . . . . . . . . 151
4.5 Diversidade de Enicospilus (Hymenoptera: Ichneumonidae:
Ophioninae) no Refugio de Vida Silvestre ”Bosques Nublados
de Udima”, Cajamarca, Peru . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
4.6 A abundância de vespas parasitoides em áreas de campos é
influenciada pela proximidade de plantações de soja? . . . . . 153
4.7 Diversidade de himenópteros aculeados em fragmentos de
Floresta Estacional Semidecidual . . . . . . . . . . . . . . . . 154
4.8 Estudos taxonômicos de tripes (Thysanoptera, Terebrantia)
associados às plantas ornamentais . . . . . . . . . . . . . . . . 155

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4.9 Metodologia de criação de Tenebrio molitor em dieta artificial 156
4.10 Ocupação de ninhos-armadilha por Trypoxylon aurifrons em
fitofisionomias savânicas e florestais do Bioma Cerrado . . . . 157
4.11 Influência da sazonalidade na distribuição de vespas sociais
do Parque Estadual do Ibitipoca/MG . . . . . . . . . . . . . 158
4.12 Diversidade e frequência de Mantodea na Caatinga em Bom
Jesus-PI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
4.13 Fatores determinantes da abundância e riqueza de flores visi-
tadas por formigas em campos do sul do Brasil . . . . . . . . 160
4.14 Distribuição de besouros herbı́voros no dossel florestal em
resposta à perturbação e a presença de formigas dominantes . 161
4.15 Desenvolvimento de Merosargus gracilis em Heliconia: in-
fluência da qualidade e quantidade dos substratos . . . . . . . 162
4.16 Mosquitos em fitotelmata da Área de Recursos Ambientais
“El Zaimán” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
4.17 Diversidade da grilofauna em um fragmento de Floresta Pluvial
Atlântica no Estado do Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . 164
4.18 Estruturas vegetativas utilizadas pelas formigas como trajetos
de acesso ao alimento numa floresta nublada de Costa Rica . 165
4.19 Entomofauna associada à serrapilheira recente em área de
Caatinga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
4.20 Levantamento preliminar da diversidade de Scarabaeinae (Co-
leoptera: Scarabaeidae) na Estação Ecológica de Cuniã, Rondônia,
Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
4.21 Estados imaturos de culicı́deos presentes na zona de afetação
da Represa Yacyretá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
4.22 Ninhos de abelhas carpinteiras e visitantes florais do maracujá-
amarelo, em Sooretama, Espı́rito Santo: dados iniciais . . . . 169
4.23 Ocorrência de grupos tróficos da coleopterofauna em fragmento
de Floresta Pluvial Atlântica no Estado do Rio de Janeiro . . 170
4.24 Levantamento de ninhos de Meliponina (Hymenoptera: Api-
dae) na Mata do Ginásio São José em Ubá/ MG, Brasil . . . 171
4.25 Comportamento de Omaspides pallidipennis (Coleoptera: Chry-
somelidae: Cassidinae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
4.26 Presença de Acanthoscelides obtectus aumenta as capacidades
competitivas de Zabrotes subfasciatus em grãos de feijão . . . 173

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4.27 Aspectos reprodutivos de Cladomorphus phyllinus (Phasma-
todea, Phasmatidae) criados em laboratório . . . . . . . . . . 174
4.28 Comportamento de abelhas na flor do maracujá amarelo (Pas-
siflora edulis f. flavicarpa) e os reflexos na polinização . . . . 175
4.29 Riqueza de espécies de Arsenurinae (Lepidoptera: Saturniidae)
em área de vegetação de Mata Atlântica no Espı́rito Santo . . 176
4.30 Riqueza de espécies de Sphingidae (Lepidoptera) em área de
vegetação natural de Mata Atlântica no Espı́rito Santo . . . . 177
4.31 Comunidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) copro-
necrófagos da Serra de São José- MG . . . . . . . . . . . . . . 178
4.32 Riqueza de formigas em áreas ciliares do Rio Itapecerica, em
Divinópolis – MG após nove anos de reflorestamento . . . . . 179
4.33 Perda de diversidade de insetos da ordem Coleoptera e Hemi-
ptera é maior em bordas antropizadas e ausente em bordas
naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
4.34 Ectoparasitas de Phyllostomus hastatus da região central de
Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181
4.35 Comportamento dos insetos visitantes florais da goiabeira
(Psidium guajava, Myrtaceae) e os reflexos na polinização . . 182
4.36 Caracterização de criadeiras na Área de Recursos Ambientais
“El Zaimán” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
4.37 Escarabeı́neos (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) bioindi-
cadores da Serra de São José – MG . . . . . . . . . . . . . . . 184
4.38 Levantamento preliminar da entomofauna forense de Lavras
em dois fragmentos florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
4.39 Diversidade de abelhas Euglossina em 5 fragmentos diferentes
de Floresta Estacional Semidecidual . . . . . . . . . . . . . . 186
4.40 O show de luzes do neotrópico: comportamento sincrônico do
vaga-lume de Mata Atlântica Bicellonycha sp8 . . . . . . . . 187
4.41 O aumento da biomassa do recurso proporciona maiores con-
sumidores de sementes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
4.42 Interação formiga-diásporos: efeito negativo da manipulação
de sementes por Acromyrmex subterraneus na germinação de
Mabea fistulifera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
4.43 Impactos do nim sobre o tempo de desenvolvimento larval de
abelhas sem ferrão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190

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4.44 Efeitos de impactos antrópicos na estrutura da comunidade
de coleópteros na Serra de Ouro Branco, Ouro Branco, Minas
Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
4.45 A fragmentação de áreas de campo no sul do Brasil interfere
na abundância de Apis mellifera e em suas preferências florais?192
4.46 Condições de referência para a bacia hidrográfica do Rio
Grande com base na fauna de macroinvertebrados bentônicos 194
4.47 Biodiversidade de térmitas em fragmentos florestais . . . . . . 195
4.48 Composição de visitantes e horários de visitação em flores de
Dombeya wallichii (Malvaceae) . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
4.49 Galhas entomógenas e insetos associados em duas fitofisiono-
mias da Reserva Biológica Unilavras/Boqueirão após queimadas
sucessivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
4.50 Diversidade de abelhas sem ferrão na região do Alto São
Francisco, Minas Gerais, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
4.51 Inimigos naturais de Omaspides pallidipennis (Coleoptera:
Chrysomelidae: Cassidinae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
4.52 Volume de alimento ingerido influencia a determinação de
castas em Partamona helleri (Hymenoptera, Apidae) . . . . . 200
4.53 Aplicação de Avaliação Ecológica Rápida (AER) de Euglossina
para conservação da Mata de Aluvião, Linhares, Espı́rito Santo201
4.54 Diversidade de entomofauna em uma área de Caatinga no
municı́pio de Bom Jesus-PI, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . 202
4.55 Os grilos de serrapilheira preferem ovipor em lugares muito
úmidos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
4.56 Levantamento de abelhas solitárias com uso de ninhos-armadilha
no Parque Estadual do Biribiri, Minas Gerais . . . . . . . . . 204
4.57 Perfil da entomofauna associada a frutos e sementes de Fabaceae
(Magnoliophyta), numa área de Cerrado do sudoeste mineiro 205
4.58 Risco de predação de grilos de serrapilheira em relação ao
tempo de regeneração florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
4.59 Composição da fauna de abelhas Euglossina na Mata do
Ginásio São José (Mata Estacional Semidecidual) em Ubá –
MG, Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207

5 Entomologia Urbana 208

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5.1 Comportamento de nidificação de Camponotus sericeiventris:
novo sı́tio de ocupação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
5.2 Staphylinidae (Coleoptera) com potencial forense no municı́pio
de Palotina, Paraná . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
5.3 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponina (Hymenoptera:
Apidae) na área urbana no municı́pio de Guiricema- MG . . . 210
5.4 Criação de ninhos deXylocopa frontalis (Apidae, Xylocopini)
em um abrigo de abelhas mantido em área urbana . . . . . . 211
5.5 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponini na área ur-
bana do municı́pio de Visconde do Rio Branco- MG . . . . . 212

6 Ensino e Etnoentomologia 213


6.1 Simulação de um estudo de comunidade como abordagem
prática para o ensino de Entomologia . . . . . . . . . . . . . . 213
6.2 Polinização por insetos e a manutenção dos recursos naturais
uma proposta de material didático . . . . . . . . . . . . . . . 214
6.3 A importância do borboletário para formação de uma con-
sciência ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215

7 Semioquı́micos e Comportamento 216


7.1 Competição larval em Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Chry-
somelidae): efeitos na razão sexual . . . . . . . . . . . . . . . 216
7.2 Comportamento de Polybia platycephala (Hymenoptera: Vesp-
idae) durante ataque de Labidus praedator (Hymenoptera:
Formicidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
7.3 Estimativa da resistência, do tipo antibiose, para controle do
curuquerê por genótipos de couve-flor . . . . . . . . . . . . . 218
7.4 Aspectos do comportamento alimentar de Harmonia axyridis (Co-
leoptera: Coccinelidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219
7.5 Memórias robustas para reconhecimento individual em rainhas
de formiga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
7.6 Desempenho reprodutivo de Sitophilus zeamais (Coleoptera:
Curculionidae) tratados com o antibiótico ciprofluxacino . . . 221
7.7 Comportamento sexual de Diaphorina citri (Hemiptera: Livi-
idae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
7.8 Resposta olfatória de Cotesia flavipes a genótipos rústicos e
melhorados de cana-de-açúcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223

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7.9 Comportamento defensivo em Apis mellifera africanizada:
padrão comportamental e influência de estı́mulos visuais . . . 224
7.10 Hábitos de nidificação de vespas sociais em fragmento urbano
na Zona da Mata Mineira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225

8 Sistemática, Morfologia e Biogeografia 226


8.1 Morfologia do aparelho reprodutor feminino de Deltochilum
furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae) . . . . . . . . . . . . . . 226
8.2 Schizopteridae (Hemiptera: Heteroptera: Dipsocoromorpha)
do Parque Estadual Mata São Francisco, Paraná, Brasil . . . 227
8.3 Aspectos morfológicos testicular e dos espermatozoides de
Dysdercus maurus (Heteroptera: Pyrrhocoridae) . . . . . . . 228
8.4 Atualização de formicı́deos (Insecta: Hymenoptera) da Área
de Recursos Ambientais El Zaimán, Misiones Argentina . . . 229
8.5 Chave pictórica de identificação de gêneros de Staphylinidae
com potencial forense em Palotina, Paraná . . . . . . . . . . 230
8.6 Descrição dos estágios imaturos de Aspisoma sticticum (Cole-
optera: Lampyridae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231
8.7 Dimorfismo em espermatozoides de Euschitus heros (Het-
eroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232
8.8 Caracterização morfológica do sistema reprodutor masculino
da praga de milho Dichelops melacanthus (Heteroptera: Pen-
tatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
8.9 Morfologia do sistema reprodutor masculino de Arvelius al-
bopunctatus (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . . . . 234
8.10 Nova espécie de Horismenus (Hymenoptera: Eulophidae) do
Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
8.11 Sexando larvas de vespas sociais . . . . . . . . . . . . . . . . 236
8.12 Anatomia e histologia do sistema reprodutor masculino de
Zelus longipes (Heteroptera: Reduviidae) . . . . . . . . . . . 237
8.13 Coleção de Lepidoptera no Museu de Ciências Naturais PUC-
Minas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
8.14 Coleoptera de Jalisco, México: primeira abordagem . . . . . . 239
8.15 Desenvolvimento ovariano e postura de ovos em operárias de
Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) . . . 240

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8.16 Gêneros de Gryllotalpidae (Orthoptera: Ensifera) em plantios
de fumo na região do Recôncavo do Estado da Bahia . . . . . 241
8.17 Coleção de macroinvertebrados bentônicos do Museu de Ciências
Naturais PUC-Minas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242
8.18 Histologia da espermateca de Bothynus medon (Coleoptera,
Scarabaeidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
8.19 Nova espécie de Hydrometra (Hemiptera: Heteroptera: Gerro-
morpha: Hydrometridae) do Nordeste do Brasil . . . . . . . . 244
8.20 Análise morfológica do aparelho reprodutor feminino de culicı́deos
que apresentam diferentes comportamentos de oviposição . . 245
8.21 Inseticida derivado do nim não altera produção de espermato-
zoides em machos jovens de Melipona quadrifasciata . . . . . 246
8.22 Três novas espécies de Baetodes (Ephemeroptera: Baetidae)
para a Colômbia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247
8.23 Morfometria dos espermatozoides em Tenebrionidae (Insecta:
Coleoptera) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
8.24 Estrutura do aparelho reprodutor de machos de Deltochilum
furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) . . . . . . 249
8.25 Novos registros do gênero Collaria Provancher, 1872 (Hemi-
ptera: Heteroptera: Miridae) no Brasil . . . . . . . . . . . . . 250
8.26 Nova espécie de Ochterus (Hemiptera: Heteroptera: Nepo-
morpha: Ochteridae) do Estado do Piauı́, Brasil . . . . . . . 251
8.27 Caracterização morfológica e biológica de Rachiplusia nu (Lep-
idoptera: Noctuidae) em condições controladas e plantas hos-
pedeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
8.28 Lista preliminar dos Odonata ocorrentes no Parque Natural
Municipal do Açude da Concórdia, Valença, Rio de Janeiro,
Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253
8.29 Caracterização morfológica dos espermatozóides de Dalbulus
maidis (Auchenorrhyncha: Cicadellidae) . . . . . . . . . . . . 254
8.30 Uma nova espécie de Dicranocentrus (Collembola: Entomo-
bryidae: Orchesellinae) do sudeste do Brasil . . . . . . . . . . 255
8.31 Ultraestrutura das glândulas acessórias do trato reprodutivo
dos machos do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera:
Pentatomidae) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 256
8.32 Contribuições da morfologia interna para a taxonomia do
gênero Dichelops (Heteroptera: Pentatomidae) . . . . . . . . 257

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8.33 Desenvolvimento ovariano em operárias de Plebeia lucii (Hy-
menoptera, Apidae) em colônias com e sem rainha . . . . . . 258

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1 Entomologia Agrı́cola e Florestal

1.1 Monitoramento da traça-das-crucı́feras no agreste sergi-


pano

Jéssica V. Fernandes (1); Jobson M. R. S. de L. Peixoto (2); Gláucia B.


Gonçalves (2); Maria E. Correia-Oliveira (1); Genésio T. Ribeiro (1)
(1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe;
(2) Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade do Federal de
Sergipe
E-mail: gbg3105@gmail.com
Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae), é considerada a principal
praga de brássicas, destacando-se pela alta taxa de alimentação durante
o perı́odo larval, causando grandes prejuı́zos à cultura. Com o objetivo
de avaliar a eficiência do uso de feromônio sexual de P. xylostella no seu
monitoramento em cultivo de couve, Brassica oleracea L., nas condições
climáticas de Itabaiana/SE, foi conduzido experimento de campo em uma
propriedade rural do municı́pio. O delineamento utilizado foi em blocos casu-
alizados, composto por quatro tratamentos (armadilhas Delta com feromônio
sexual instaladas a 0,6 m, 0,9 m e 1,2 m de altura e armadilha Delta sem
feromônio sexual instalada a 0,9 m de altura como testemunha), quatro blocos
e vinte repetições (número de avaliações semanais) submetidos à análise de
variância. As avaliações semanais ocorreram nos perı́odos de novembro/2010
a abril/2011 (estação seca) e maio/2011 a outubro/2011 (estação chuvosa).
Paralelamente, foi realizado, na estação seca, o registro da altura das plantas
e, na estação chuvosa, a coleta ativa de indivı́duos da espécie-praga em
estágio imaturo de desenvolvimento. O uso das iscas aumentou o número
de capturas nas armadilhas (p≤0,01). A altura de instalação mais eficiente
na captura de adultos foi 60 cm (p≤0,01), não havendo correlação entre
as médias de altura das plantas hospedeiras e capturas de adultos nas ar-
madilhas. Durante o perı́odo de avaliação do experimento, P. xylostella foi
encontrada em todos os meses, de novembro/2010 a outubro/2011, tendo dois
picos de ocorrência, de março a junho e em outubro. Ocorreu correlação entre
o número de adultos capturados nas armadilhas com o número de lagartas
(p≤0,01) e pupas (p≤0,05) nas plantas. Cada dois adultos capturados em
armadilhas correspondeu a uma lagarta nas plantas de couve manteiga no
campo, sendo possı́vel calcular os ı́ndices de infestação da praga nesse cultivo
com a utilização dessas armadilhas.
Palavras-chave: Plutella xylostella, feromônio sexual, pragas agrı́colas

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1.2 Padrão de distribuição espacial da Tuta absoluta nos
diferentes estágios fenológicos do tomateiro

Júlio C. Martins (1); Marcelo C. Picanço (2); Alfredo H. R. Gonring (3);


Mateus Chediak (2); Raul N. C. Guedes (2)
(1) Instituto Federal Baiano, Campus Teixeira de Freitas; (2) Departa-
mento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Du Pont do
Brasil S.A., Setor de Pesquisa e Desenvolvimento
Email: julio.martins@teixeira.ifbaiano.edu.br
A distribuição espacial dos insetos é decorrente da interação entre os
indivı́duos com o ambiente. O conhecimento do padrão da distribuição
espacial de uma praga possibilita o planejamento de táticas de controle,
geração de planos de amostragens eficientes e pode auxiliar na previsão de
seus danos. Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) constitui a
praga mais importante do tomateiro em muitas regiões do mundo. Apesar
da importância desta praga até o momento não se conhece o padrão de
distribuição espacial de T. absoluta nas lavouras. Assim, o presente trabalho
teve por objetivo determinar a distribuição espacial de T. absoluta. Foram
avaliadas as densidades de ovos de T. absoluta em 22 lavouras comerciais
de tomate nos estágios: vegetativo, inicio e final do reprodutivo. Dos 66
modelos de semivariogramas testados, 19 foram selecionados. Entre os
modelos selecionados 18 foram anisotrópicos. Nos três estágios fenológicos
do tomateiro, a densidade de ovos se concentrou nas bordas dos cultivos.
Foi verificado que T. absoluta realiza maior dispersão dos ovos ao longo das
fileiras do que entre estas.
Palavras-chave: Traça do tomateiro, geoestatı́stica, semivariograma
Apoio: CNPq, FAPEMIG, CAPES

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1.3 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de
Melaleuca alternifolia em Sitophilus zeamais

Priscila Stinguel (1); Vinicius R. Ferreira (1); Wilson R. Valbon (1); Hugo
B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: pri stinguel@hotmail.com
O controle de insetos-praga em grãos armazenados, geralmente é realizado
com o uso de inseticidas sintéticos. Dentre outras técnicas de controle, o
uso de óleos essenciais de plantas tem sido uma alternativa promissora
para o controle de insetos-praga em diversos ecossistemas agrı́colas. Assim,
o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade inseticida por fumigação
do óleo essencial de citronela, Melaleuca alternifolia em Sitophilus zeamais
(Coleoptera: Curculionidae). Os ensaios foram realizados em sala climatizada
a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fase de luz de
12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de S. zeamais foram acondicionados
em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L), fechados com 4 camadas de filme
PVC, contendo no interior uma fita de papel filtro (2x5 cm) embebido
com a dose do óleo essencial supracitado, situada na região superior do
recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh) evitando o contato direto com
os insetos. A quantidade de óleo utilizada foi aplicada com pipeta automática
correspondendo às concentrações 7,14; 14,28; 21,42; 28,57 e 35,71 µL L-1 de
ar, mais controle (0 µL L-1 de ar). Para cada dose do óleo e testemunha foram
realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72 horas de exposição
aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos. Para confirmar a
mortalidade foi avaliado o tigmotropismo (resposta a um estı́mulo mecânico)
causado pelo toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas
apresentaram 0% de mortalidade. O óleo essencial de M. alternifolia não
apresenta atividade inseticida por fumigação em S. zeamais.
Palavras-chave: grãos armazenados, bioinseticida, controle alternativo
Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI

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1.4 Identificação de insetos-praga e inimigos naturais associ-
ados à cultura do limão Tahiti no municı́pio de Vassouras-
RJ

Armando S. Vargas (1); Marcelo N. Duarte (2); Marcelo R. G. Santos


(3); Lucas C. Moura (3); Paulo C. R. Cassino (3)
(1) Bolsista de Iniciação Cientı́fica FAPERJ/Universidade Severino Som-
bra; (2) Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade Sev-
erino Sombra; (3) Centro de Ciências Tecnológicas, Exatas e da Natureza,
Universidade Severino Sombra;
E-mail: armando.vargas@biologo.bio.br
As pragas da lima ácida Tahiti Citrus latifolia representam perigo para
a manutenção sustentável da cultura. O controle dessas pragas tem sido
feito pela aplicação de produtos quı́micos, na maioria das vezes em épocas,
quantidades e princı́pios ativos inadequados. O monitoramento das pragas
permite estabelecer os nı́veis para as tomadas de decisão compatı́veis com
o controle e a identificação dos inimigos naturais, e este trabalho se propôs
a utilizar este método na produção lima ácida em fase de implantação na
Unidade Experimental da Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ. O
estudo foi conduzido entre Maio de 2012 e Maio de 2013, com monitoramento
quinzenal. A metodologia consiste na divisão da planta em quadrantes,
sendo vistoriadas 10 folhas por quadrante, de forma aleatória. Em cada
coleta, são escolhidas aleatoriamente 6 plantas dentre as 40 do pomar, com
intervalos de 7 plantas entre cada uma delas. Foram identificados Coccus
viridis, Toxoptera citricida, Phyllocnistis citrella, Saissetia coffeae e Aphis
spiraecola como insetos-praga e Pseudodorus clavatus e Cycloneda sanguinea
as espécies predadoras. A dentre as espécies pragas, P. citrella foi a mais
abundante (43,35%), seguida por T. citricida (35,19%), e dentre as espécies
predadoras, C. sanguinea foi a mais abundante (75%) seguido por P. clavatus
(25%). A pequena população de indivı́duos predadores, bem como a ausência
de outros predadores naturais pode estar associada à baixa quantidade de
insetos fitófagos alvo da predação natural. Este método se mostrou eficiente
na determinação das espécies-chave para o monitoramento e manejo, bem
como para melhorar a eficiência da produção.
Palavras-chave: citrus, monitoramento, inseto
Apoio: PIBIC/CNPq, FAPERJ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 36


1.5 Efeito comportamental de inseticidas neurotóxicos a Orius
tristicolor, predador de Tuta absoluta

Júlia N. D. Campos (1); Renata R. Pereira (1); Marcelo C. Picanço (1);


Thiago L. Costa (1); Elenir A. Queiroz (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: julhaduarte@hotmail.com
O Orius tristicolor é um importante predador de ovos e lagartas de
primeiro instar de T. absoluta, praga chave do tomateiro. Pouco se sabe so-
bre a biologia e comportamento destes predadores. O objetivo deste trabalho
foi avaliar alterações nas atividades locomotoras de O. tristicolor (Hemi-
ptera: Anthocoridae), aos inseticidas: indoxacarbe, metamidofós, fentoato
e espinosade. Foram realizados bioensaios com arenas total e parcialmente
tratadas com os inseticidas. As arenas foram confeccionadas em placas de
Petri, com discos de papel-filtro tratados com 1 mL da solução e o controle
com 1 mL de água. O primeiro ensaio foi constituı́do por uma arena impreg-
nada com resı́duo seco de cada inseticida e outra com água. Foi avaliado:
a distância percorrida, o tempo em movimento e a velocidade média de
caminhamento. No segundo ensaio a arena foi confeccionada com metade
da área tratada e metade não tratada e avaliou-se a proporção do tempo de
permanência do indivı́duo em cada uma das metades. As arenas foram moni-
toradas por uma câmera de vı́deo acoplada a um computador, por 10 minutos.
O delineamento foi inteiramente casualizado com 20 repetições. Para a arena
totalmente tratada foi realizada análise de variância multivariada e para
a parcialmente tratada foi realizado teste t Student pareado. Em arenas
totalmente tratadas, o predador apresentou maior atividade de locomoção no
controle e menor nos tratamentos com os inseticidas espinosade, metamidofós
e fentoato. Em arenas parcialmente tratadas, o predador permaneceu por
menos tempo na metade tratada com o indoxacarbe do que nas metades
não tratadas. O comportamento de evitar os pesticidas é uma caracterı́stica
desejável dos inimigos naturais em programas de Manejo Integrado de Pragas,
por reduzir a exposição e aumentar a sobrevivência em campo. O predador
apresentou alta irritação pela metade tratada com o inseticida indoxacarbe,
o que pode implicar em uma mudança de comportamento do predador no
campo.
Palavras-chave: bioensaios, percevejo, traça do tomateiro
Apoio: CNPq, CAPES, Fapemig

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 37


1.6 Atividade deterrente de óleos essenciais em imaturos de
Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae)

Mı́rian M. dos Santos (1); Ana F. F. Gomes (2); Germano L. Vinha (1);
Rafael C. Ribeiro (3); Jose C. Zanuncio (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Depar-
tamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: mirian.santos@ufv.br
Devido ao crescente problema da resistência, impactos negativos sobre
organismos não-alvo e resı́duo em alimentos, associados ao uso constante de
inseticidas sintéticos, se tornou necessário o desenvolvimento de inseticidas
botânicos ecologicamente seguros. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar
o potencial de proteção de concentrações subletais de óleos essenciais de
diversas plantas, óleo emulsionavel de nim (Azamax ®) e piretróide (Keshet
25 EC ®) sobre a escolha de alimentação de imaturos de Anticarsia gem-
matalis H. (Lepidoptera: Noctuidae) em laboratório. Os bioensaios foram
conduzidos com discos foliareas de soja (10,25 cm2 ) tratados ou não, inseridos
numa arena de placa Petri (12 x 1,5 cm), com e sem chance de escolha, após
24 horas de exposição foi calculado o ı́ndice de deterrência alimentar (IDA).
Óleo essencial de canela apresentou maiores taxas de deterrência alimentar
(IDA) para imaturos de A. gemmatalis, seguidas por taxas moderadas de
deterrência pelo óleo essencial de pimenta-negra e o óleo emulsionavel de
nim. Os óleos essenciais de cravo e andiroba proporcionaram variações no
comportamento alimentar da lagarta-da-soja, com efeitos de preferência e
deterrência de alimentar moderada em testes sem e com escolha, respecti-
vamente. O produto quı́mico sintético (deltametrina) mostrou baixas taxas
de deterrência alimentar (IDA < 10). No entanto, os óleos essências de
canela, pimenta-negra e o produto de nim demostram potencial para serem
empregados em programas de Manejo Integrado de Pragas.
Palavras-chave: controle alternativo, lagarta-da-soja, ı́ndice de deterrência
alimentar, Manejo Integrado de Pragas
Apoio: CAPES, CNPQ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 38


1.7 Novos hı́bridos de tomateiro resistentes a Tuta absoluta

Paulo R. Silva (1); Maria E. de S. Fernandes (1); Derly J. H. da Silva


(2); Marcelo C. Picanço (3); Flavio L. Fernandes (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa
– Campus Rio Paranaı́ba; (2) Departamento de Fitotecnia, Universidade
Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Animal, Universidade
Federal de Viçosa
E-mail: paulo.r.roberto@ufv.br
A traça do tomateiro Tuta absoluta foi constatada pela primeira vez no
Brasil em 1980 estando hoje dentre as principais pragas da tomaticultura
nacional. O principal método de controle de T. absoluta é realizado por
meio de inseticidas. Alternativas ao controle quı́mico têm sido utilizadas.
Dentre elas, tem-se o melhoramento com a busca por cultivares resistentes,
que é considerado ideal por reduzir as aplicações inseticidas, constituindo
uma tática efetiva, econômica e sustentável. Os Bancos de Germoplasma
são fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa, na medida em que,
com a caracterização de genótipos de interesse, contribuem para a obtenção
de cultivares resistentes. Assim o objetivo desde trabalho foi inferir so-
bre a capacidade combinatória de subamostras de tomateiro do Banco de
Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa, quanto à
resistência a T. absoluta. Os experimentos foram conduzidos na Universidade
Federal de Viçosa-Campus de Rio Paranaı́ba, MG, em condições de campo
e casa-de-vegetação. Onze acessos de tomateiro foram cruzados em um
esquema de dialelo parcial. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado com 31 tratamentos e três repetições. Cada parcela experimental
foi constituı́da por vaso plástico contendo uma planta de tomate com quatro
folhas totalmente expandidas distribuı́das de forma equidistantes no solo
da casa-de-vegetação. Para instalação do experimento foram liberados na
parte central da casa-de-vegetação cerca de 400 adultos de T. absoluta. As
caracterı́sticas avaliadas foram os números de ovos/face adaxial, ovos/face
abaxial e calculou-se o total de ovos/folha, realizou-se ainda a contagem do
número de tricomas glandulares e não glandulares na face abaxial e adaxial
da folha, estes conferem proteção ao tomateiro contra ataque de insetos.
Concluiu-se que os hı́bridos selecionados como hı́bridos resistentes foram
BGH 2119 x LA 716, BH 2119 x PI 127826, BGH 2214 x PI 127826, BGH
985 x LA 716 e St Cl x BGH 674.
Palavras-chave: traça-do-tomateiro, Solanum lycopersicum, antixenose
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 39


1.8 Aspectos biológicos do parasitoide de pupas Trichospilus
diatraeae (Hymenoptera: Eulophidae) sob o efeito de
óleos essenciais

Germano L. Vinha (1); Ana Flávia F. Gomes (2); Ernesto T. Silva (1);
Rafael C. Ribeiro (3); José C. Zanuncio (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Depar-
tamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: germano.lopes.vinha@gmail.com
Inseticidas de fontes naturais, assim como agentes de controle biológico,
estão sendo cada vez mais utilizados em substituição aos inseticidas sintéticos
no controle de insetos-praga. O presente trabalho visa investigar a com-
patibilidade do uso de óleos essenciais de cinco plantas com o parasitoide
de pupas Trichospilus diatraeae Cherian e Margabandhu (Hymenoptera:
Eulophidae) para o controle de lepidópteros-praga. A pesquisa foi realizada
no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LCBI) do Instituto de
Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO) da Universidade Federal
de Viçosa (UFV). Pupas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera:
Noctuidae) com até 48 horas foram imersas por 5 segundos em caldas de
doses subletais (CL25) dos óleos essenciais de andiroba (Carapa guianensis),
cravo (Sygygium aromaticum), orégano (Origanum vulgare), pimenta-negra
(Piper nigrum), mostarda (Brassica juncea), canela (Cinnamomum zeylan-
icum), (Citrus sinensis) e em etanol (controle), doze pupas de S. frugiperda
(repetições) foram analisadas por tratamento (óleos essenciais). Seis fêmeas
de T. diatraeae foram expostas por 48 horas com as pupas de S. frugiperda,
previamente, imersas em 5 mL dos tratamentos ou do controle (etanol). O
parasitismo de fêmeas de T. diatraeae não foi afetado pelos óleos essenciais.
Entretanto, os óleos essencias de orégano, canela e mostarda reduziram a
emergência e a quantidade da progênie de T. diatraeae de acordo com teste
de SNK (p ≤0,05) em relação àquelas pupas tratadas com óleo essenciais
de andiroba, laranja, pimenta-negra e etanol (controle). Estes resultados
indicam que o óleo de andiroba, laranja e pimenta-negra podem ser utilizados
no controle alternativo para o Manejo Integrado de Praga com populações
de T. diatraeae.
Palavras-chave: Controle alternativo, inimigos naturais, óleos essenciais
Apoio: Fapemig, CNPq, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 40


1.9 Atividade inseticida do óleo essencial de Rosmarinus of-
ficinalis sobre Dichelops melacanthus

Mércia C. de Araújo (1); Simone C. A. de Souza (1)


(1) Pontifı́cia Universidade Católica de Minas Gerais
O uso frequente de inseticidas na agricultura tem estimulado buscas
por alternativas menos agressivas ao meio ambiente e a saúde humana e
animal. O presente trabalho objetivou avaliar em condições laboratoriais
a atividade inseticida e repelente do óleo essencial de alecrim, Rosmarinus
officinalis L., sobre adultos de Dichelops melacanthus (Dallas, 1851). Foram
testadas três concentrações (0, 30 e 50%) utilizando como solvente óleo
mineral 100% e a mesma substância como controle. No tratamento tópico
(T1 ), aplicou-se no dorso de cada inseto 2 µL da solução. Avaliou-se por
72h, a cada 24h os insetos mortos foram quantificados. Para avaliação do
efeito de contato (T2 ), 1ml da solução foi distribuı́do sobre papel-filtro em
placas de Petri com tampa e em cada placa colocou-se cinco insetos. Os
insetos mortos foram quantificados após 24h. Para avaliação da repelência
(T3 ), utilizou-se um esquema formado por quatro vasilhas plásticas com
tampa ligadas simetricamente a uma vasilha central por tubos de plástico.
Colocou-se vagens frescas (15g) impregnadas com a solução 30% em uma
das vasilhas. Em outra, oposta a essa, procedeu-se da mesma forma com
a solução 50%. Nas outras duas vasilhas colocou-se apenas vagens frescas
(15g), sendo este o controle. No recipiente central foram liberados 15 insetos.
Avaliou-se após 24h, contando o número de insetos por recipiente e a partir
dos dados observados, realizou-se o cálculo do Índice de Preferência. De
acordo com os resultados, em T1 , observou-se que as concentrações 30% e
50%, nos intervalos de 24, 48 e 72h, resultaram em mortalidade inferior a
50%, demonstrando rápida degradação, sendo então consideradas inativas
via contato dorsal. Em T2 , houve mortalidade de 100% para ambas as
concentrações, no intervalo de 24h, demonstrando a capacidade inseticida
via contato ventral. Em T3 , o cálculo do Índice de Preferência apontou a
concentração 30% como neutra (-0,20) e a concentração 50% como repelente
(-1,00).
Palavra-chave: óleos essências, inseticida botânico, Dichelops melacanthus
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 41


1.10 Tricomas de tomateiro afetando a população de mosca
minadora

Jéssica E. R. Gorri (1); Maria E. S. Fernandes (1); Derly J. H. Silva (2);


Marcelo C. Picanço (3); Flávio L. Fernandes (1)
(1) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa; (2) De-
partamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento
de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: jessica.rodrigues@ufv.br
A baixa densidade de tricomas em folhas de tomateiro pode ser de
extrema importância para que seja menos visitada por Liriomyza trifolii.
Quando a população das larvas dessa praga é alta, há redução significativa
da área fotossintética, causando murcha e queda prematura das folhas. O
objetivo deste trabalho foi estudar a densidade de tricomas associados à
resistência por antixenose de 42 subamostras de tomateiro do Banco de
Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa (BGH-UFV)
à L. trifolii. Foram estudadas 42 subamostras de tomateiro do BGH-UFV,
além da cultivar Santa Clara que foi utilizada como padrão de suscetibilidade
a insetos minadores, com três repetições. Foram avaliados os números de
folı́olos minados/planta, minas/planta e densidade de tricomas nas folhas.
Detectaram-se diferenças entre os acessos nas variáveis avaliadas que foram
submetidos aos testes de Cochran e de Lilliefors para verificação se os dados
obedeciam às pressuposições de homogeneidade de variância e normalidade
dos erros. Posteriormente, estes dados foram submetidos à análise de variância
e suas médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a p¡0,05. O
mecanismo de resistência associado dessas subamostras foi a antixenose.
Além disso, a baixa densidade de tricomas presentes nos acessos avaliados
podem ser as possı́veis causas da resistência à praga, pois resultou em menor
quantidade de minas por plantas devido a não formação de microclima
favorável ao desenvolvimento das larvas.
Palavras-chave: mosca minadora, tricomas, antixenose
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 42


1.11 Biodiversidade de vespas sociais (Hymenoptera: Vesp-
idae) associadas à cultura da uva Niagra em Inconfi-
dentes - MG

Paloma P. Bonfitto (1); Rafaela Costa (1); Suelen S. Nunes (1); Rafael
T. Serone (1); Marcos M. de Souza (1)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do sul de Minas,
Campus Inconfidentes
E-mail: paloma bonfitto@hotmail.com
O Estado de Minas Gerais é um dos seis maiores estados produtores de
uva do Brasil, ocupando aproximadamente uma área de 83.700 hectares,
com produção anual variando entre 1.300 e 1.400 toneladas. Com relação à
produtividade efetiva dessas espécies frutı́feras, os insetos são essenciais na
polinização, porém podem constituir importantes pragas, gerando prejuı́zo
econômico ao paı́s. Existem diferentes métodos de controle de praga, den-
tre eles o biológico, que consiste na utilização de inimigos naturais como
predadores, parasitoides e patógenos. As vespas sociais são insetos popular-
mente conhecidos como marimbondos, e pertencem à ordem Hymenoptera,
famı́lia Vespidae, e são valiosos no controle biológico e na manutenção das
cadeias tróficas, seja em agrossistemas ou em ambientes naturais, agindo
como predadores de diversos insetos fitófagos em várias culturas de interesse
econômico. O presente trabalho teve como objetivo monitorar a biodiversi-
dade de vespas sociais associadas à cultura da uva. O estudo foi realizado em
uma área de 1760m2 cultivados com videiras localizados na fazenda experi-
mental e no laboratório de zoologia do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do sul de Minas Gerais – Campus Inconfidentes, no perı́odo
de dezembro de 2012 e abril de 2013, com o uso de armadilhas atrativas,
utilizando como isca goiaba, sardinha e maracujá. No total, foram coletadas
13 espécies. A armadilha com maior desempenho em número de espécies e
indivı́duos foi a que continha isca de goiaba, com 13 espécies obtendo ao final
104 indivı́duos coletados, seguida da armadilha de maracujá com 10 espécies,
totalizando 83 indivı́duos e da armadilha de sardinha com seis espécies e
47 indivı́duos. A espécie de maior incidência foi a Agelaia pallipes (Olivier,
1791) com 127 indivı́duos.
Palavras-chave: armadilhas, Agelaia pallipes, monitorar
Apoio: IFSuldeminas

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 43


1.12 Potencial de extrato da raiz de Jatropha curcas, sobre
o manejo daPlanococcus citri

Gabriel Passos (1); Anderson M. Holtz (1); Hagabo H. Paulo (1); Luziani
R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo, Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal – NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: gabrielpasssos@hotmail.com
A cochonilha da roseta, Planococcus citri, acarreta grandes prejuı́zos
devido à sucção contı́nua de seiva e introdução de toxinas no sistema vascular
das plantas, além da transmissão de viroses e engruvinhamento das folhas em
que se alojam, prejudicando o desenvolvimento da cultura do café. Dentre
os métodos utilizados para controle de P. citri na agricultura, o quı́mico
é o mais usual. Desta forma, com o objetivo de reduzir e/ou substituir os
agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse trabalho
visou avaliar extratos aquosos da raiz de Jatropha curcas quanto a sua
atividade inseticida sobre P. citri. As concentrações utilizadas no experimento
foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% (v/v). No teste de ação direta foram
inoculados 10 indivı́duos, sendo posteriormente utilizado torre de Potter com
pressão exercida de 15lb/pol2 e volume de 6ml de solução por repetição. Na
aplicação indireta, os discos de folha de café foram imersos durante 5 segundos
nas diferentes concentrações inoculando, posteriormente, as cochonilhas.
Foram realizadas 6 repetições por concentração. As avaliações foram feitas
24, 48 e 72 horas após as aplicações. O uso do extrato não apresentou
interação significativa entre os fatores forma de aplicação e concentração do
extrato da raiz de pinhão-manso. Em todas as concentrações testadas, o
tratamento de aplicação direta foi igual a aplicação indireta, ocasionando
mesmas mortalidades de P. citri, com média de 50,9 e 56,2% cochonilhas
mortas, respectivamente. Isto indica a inexistência de um efeito dose-resposta
do extrato. Ou seja, tanto para a forma de aplicação direta, como para
a aplicação indireta, as concentrações avaliadas ocasionaram mortalidades
estatisticamente iguais. Assim, a concentração de 0,5% é a indicada para o
controle. Com os resultados obtidos observa-se que o extrato da raiz de J.
curcas deve ser melhor estudado antes de seu uso efetivo.
Palavras-chave: cochonilha da roseta, pinhão-manso, controle alternativo
Apoio: IFES, CNPq, UFES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 44


1.13 Aspectos biológicos dos potenciais agentes selecionados
para o controle biológico de Pereskia aculeata

Adam H. M. Gonçalves (1); Sandra C. de Cristo (1); Liliam C. Beal (1);


Paula A. da Costa (1); Marcelo D. Vitorino (1)
(1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal – LaMPF, De-
partamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau
E-mail: adam henryy@hotmail.com
Coleoptera constitui-se na maior ordem de insetos, com cerca de 40% das
espécies conhecidas de Hexapoda. Desta ordem dois potenciais agentes de
controle para a espécie exótica invasora na África do Sul Pereskia aculeata
foram selecionados, Adetus analis (Cerambycidae) e um besouro não identifi-
cado da famı́lia Curculionidae, subfamı́lia Cryptorhynchinae. Para estudo
dos aspectos biológicos de ambos, foram coletados em campo posturas, larvas
e adultos. As larvas coletadas foram criadas em laboratório, para a obtenção
de dados morfométricos através da medição de ovos e cápsula cefálica, além
da determinação da duração de cada ı́nstar. Para obtenção de adultos,
machos e fêmeas foram colocados para acasalar em gaiola entomológica com
uma planta de P. aculeata por cerca de 10 dias. No caso da espécie A.
analis os ovos possuem coloração esbranquiçada e forma cilı́ndrica, as larvas
também possuem coloração esbranquiçada, caracterı́sticas da famı́lia. Foi
encontrado um endoparasitóide do gênero Horismenus se desenvolvendo
na larva, sendo este uma nova espécie do gênero. Quanto ao indivı́duo da
famı́lia Curculionidae, os ovos e as larvas possuem coloração esbranquiçada,
cápsula cefálica marrom clara quando neonata, passando a castanho escura.
O Curculionidae apresentou cinco instares de desenvolvimento sendo possı́vel
o acompanhamento da duração apenas do segundo ao quinto. A duração
média para esta espécie foi de 12,5; 12,3; 17,3 e 20,3 dias para o 2º, 3º, 4º e
5º ı́nstares respectivamente, perfazendo mais de 63 dias em fase larval.
Palavras-chave: controle biológico, P. aculeata, aspectos biológicos
Apoio: Universidade de Rhodes (África do Sul), FURB Universidade
Regional de Blumenau

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 45


1.14 Avaliação de consumo e durabilidade de iscas granu-
ladas, com e sem embalagens, para o controle de formi-
gas cortadeiras

Raı́za S. B. Voltan (1); Mahayana Z. Ferronato (2); David A. Buratto


(2); Nilton J. Sousa (3); Marcelo D. de Souza (2)
(1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal do
Paraná; (2) Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal, Universi-
dade Federal do Paraná; (3) Departamento de Ciências Florestais, Universi-
dade Federal do Paraná
Email: raizavoltan@gmail.com
As formigas cortadeiras são os principais insetos-praga dos cultivos flo-
restais, devido aos danos frequentes e a presença constante de formigueiros
em todas as fases do desenvolvimento da floresta. O principal método de
controle deste inseto é com uso de iscas granuladas, da qual a distribuição
dessas ocorre de forma sistemática com o uso de micro-porta-iscas (mipis)
ou à granel (sem embalagem). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o
percentual de degradação (resistência à umidade) e o consumo destas iscas
testadas em área de pré-plantio de eucaliptos no municı́pio de Telêmaco
Borba/PR, região centro-paranaense. Foram avaliados no mês de Abril
(outono), dois talhões reformados de eucaliptos e destinados à implantação
desta mesma cultura. A determinação do número de amostras e dos pontos
de distribuição das mesmas, foram feitas com base na dosagem operacional
de 2kg/ha de iscas, sendo distribuı́das em da seguinte maneira: Tratamento
1 – um micro-porta-iscas com embalagem plástica impermeável, sendo uti-
lizados 16 parcelas de 500m2 com 16 mipis cada (5,607g/mipi), totalizando
256 e Tratamento 2: distribuição à granel seguindo as mesmas proporções
(5,122g/dosagem). Foram avaliados as 10 coletas, sendo avaliado as amostras
que estavam: consumidas, não consumida, parcialmente consumida e danifi-
cada pela chuva, da qual foram avaliadas por meio de analise visual. Após as
dez coletas, os resultados percentuais para o tratamento 1 foram: consumidas
9,7%, não consumidas 0%, parcialmente consumidas 0% e degradadas pela
chuva 100% e o tratamento 2 obteve 20,6% consumida, 58,7% não consum-
ida, 16,68% consumida parcialmente e 18,5% danificada pela chuva. Estas
proporções variaram devido à intensidade de chuva ser de 50,75 mm durante
as coletas, elevando assim, o grau de degradação de umidade para as iscas à
granel por não possuı́rem embalagens. Portanto, conclui-se que as utilizações
de iscas embaladas possuem maior durabilidade e maior consumo em relação
às formigas cortadeiras, garantindo maior controle as formigas cortadeiras.
Palavras-chave: eucalipto, formigas cortadeiras, micro-porta-isca
Apoio: Klabin S. A, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 46


1.15 Efeitos das condições de campo sobre Podisus nigrispi-
nus no estado de Sergipe

Raul C. G. Ferreira (1); Genésio T. Ribeiro (1); Maria E. Correia-Oliveira


(1); José de O. Dantas (2); Gabriela S. Rolim (1)
(1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe;
(2) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Sergipe
E-mail: raul-110@hotmail.com
O uso do percevejo predador Podisus nigrispinus como forma de combate
às pragas agrı́colas e florestais tem perspectivas promissoras devido à forma
de predação observadas neste pentatomı́deo. Entretanto, como esse inseto
não está adaptado às condições climáticas do Nordeste, sua utilização no
controle biológico ainda é deficiente. Este trabalho teve como objetivo avaliar
a viabilidade do predador P. nigrispinus em condições de campo no estado
de Sergipe. Os ensaios foram conduzidos no Departamento de Ciências
Florestais/UFS, onde ovos e ninfas oriundas da criação de P. nigrispinus do
Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais/UFS, que encontravam-se a tem-
peratura de 25±2°C, 60±10% de umidade e fotofase de 12h foram transferidas
para galhos de goiabeiras (/textilPsidium guajava, Myrtaceae) envolvidos
por tecido voil. Para as ninfas foram colocadas pupas de Tenebrio molitor
como alimento. O delineamento foi composto por 10 indivı́duos/repetição
em campo, e uma testemunha com 30 indivı́duos em laboratório, para ovos
e ninfas de 1° a 5° ı́nstar. Foram avaliados o tempo de eclosão dos ovos e
a duração dos instares até a fase adulta. Nas ninfas de todos os estágios
foram avaliados o tempo de desenvolvimento e o ı́ndice de sobrevivência de
cada ı́nstar. O experimento foi feito utilizando delineamento inteiramente
casualizado. Os resultados foram submetidos à análise de variância. Em
campo, a viabilidade dos ovos foi de 50%, e o tempo médio de duração dos
ı́nstares foi entre dois e quatro dias para os cinco instares. Nas testemunhas,
a viabilidade dos ovos foi de 56,67%, e a duração de cada instar foi entre três
e 4,33 dias. Para ninfas, o tempo de desenvolvimento em campo foi de três
dias para ninfas de 1° instar, e 4,0; 6,95; 4,2 e 4,75 dias para 2°, 3°, 4° e 5°
instar respectivamente. Conclui-se que as ninfas de P. nigrispinus a partir
do 2° instar, apresentam uma melhor adaptação as condições de campo.
Palavras-chave: predação, controle biológico, pentatomı́deo

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 47


1.16 Redução da dose comercial de inseticidas inibidores da
sı́ntese de quitina em combinação com óleo de P. adun-
cum

Maria S. de F. Silva (1); Murilo Fazolin (1); Joelma L. V. Estrela; (1)


Luiara P. Gomes; (1) Iriana M. Silva
(1) Lab. de Entomologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -
Acre
E-mail: samylla farias@hotmail.com
O controle de Spodoptera frugiperda tem sido realizado, preferencialmente,
por agrotóxicos. O uso indiscriminado de inseticida leva a seleção de in-
divı́duos resistentes na população. A utilização de sinérgicos é uma das
formas de manejar a resistência minimizando a quantidade de inseticida
quı́mico. A Piper aduncum L. Possui compostos que atuam nas funções
do citocromo P-450, podendo alterar o processo de desintoxicação dos in-
setos. O objetivo do trabalho foi quantificar a redução da dose comercial
de inseticidas inibidores de sı́ntese de quitina quando combinados com o
óleo essencial. Os experimentos foram conduzidos em ambiente telado com
cobertura de vidro. O delineamento experimental foi casualizado com dez
repetições de oito tratamentos: 1- Inseticida na dose comercial (DC); 2- Meia
dose comercial (1/2 DC); 3- Um quarto da dose comercial (1/4 DC); 4- 1/2
DC + 1/2 concentração letal de óleo de P.aduncum (PA.1/2 CL50 ); 5- 1/2
DC + 1/4 da concentração letal de P. aduncum (PA.1/4 CL50 ); 6- 1/4 DC +
1/2(PA.1/2 CL50 ); 7- 1/4 DC + 1/4PA CL50 e 8- Testemunha: pulverizada
com água. As avaliações foram realizadas 24, 72, 144 e 216 horas após a
montagem do experimento, determinando-se o número de lagartas mortas em
cada tratamento e atribuindo-se notas de 0 a 5, relativas aos danos causados
às plantas de milho onde 0 nenhum dano e 5 cartucho destruı́do. O óleo
essencial de P. aduncum em combinações sinérgicas com o inseticida a base
de Lufenurom e Treflubenzuron possibilitou redução da dose comercial dos
inseticidas em ate 75%, mantendo a eficácia no controle de lagartas de S.
frugiperda. Já com o inseticida a base de Triflumurom não foi observada
possibilidade de reduzir a dose comercial. Todos os resultados toxicológicos
indicam que o óleo de P. aduncum pode reduzir em no mı́nimo 1/2 da dose
comercial, somente em dois dos três inseticidas avaliados, apresentando-se
como uma opção ao butóxido de piperonila.
Palavras-chave: monooxigenase P450, pimenta de macaco, sinergista
botânico
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 48


1.17 Primeiro registro da ocorrência de Adetus analis asso-
ciado à planta invasora Pereskia aculeata

Sandra C. de Cristo (1, 2); Liliam C. Beal (1); Adam H. M. Gonçalves


(1); Michel D. Pereira (1); Marcelo D. Vitorino (1, 2)
(1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal, Departamento
de Engenharia Florestal; (2) Departamento de Engenharia Florestal, Univer-
sidade Regional de Blumenau
E-mail: sandraciriaco@hotmail.com
A cactácea Pereskia aculeata Miller ocorre naturalmente na América
do Sul, sendo que no Brasil sua distribuição ocorre entre a Bahia e o Rio
Grande do Sul. Essa espécie foi introduzida na África do Sul por volta de
1696 sendo utilizada como planta ornamental e em 1979 foi considerada uma
espécie invasora. Em 1983 tornou-se grande ameça para a agricultura e
também para a biodiversidade nativa daquele paı́s. Pereskia aculeatainvade
áreas pertubadas antropicamente, além de ecossitemas naturais, onde já há
indicios de perda de biodiversidade. A melhor maneira de controlar esta
espécie invasora seria através do controle biológico utilizando insetos que
acompanharam o processo de evolução desta planta em sua área de origem.
O objetivo deste estudo é selecionar potencias agentes para o controle da
invasora. Estudos sobre a entomofauna relacionada à P. aculeata estão sendo
realizados no litoral norte de Santa Catarina.. Foram selecionados oito pontos
de coletas distribuı́dos nas cidades de Barra Velha, Penha, Piçarras, Itajaı́
e Balneário Camboriú, no intuito de selecionar potenciais agentes para o
controle biológico desta planta. Dentre algumas das espécies associadas à P.
aculeata com potencial como inimigo natural foi encontrada a espécie Adetus
analis (Haldeman) (Coleoptera: Cerambycidae). Além do primeiro relato
de A. analis em uma cactácea, foi também encontrada uma nova espécie
de parasitoide associada a este cerambicı́deo. Exemplares do parasitoide
Horismenus spp. (Hymenoptera: Eulophidae: Entedoninae) foram enviados
a identificação no Instituto Biológico de Campinas.
Palavras-chave: Controle Biológico Clássico, Cactaceae, Cerambycidae
Apoio: Universidade de Rhodes (África do Sul), FURB

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 49


1.18 Primeiro registro da microcigarrinha-do-sombreiro (Eu-
pharelus clitoriae, Hemiptera: Psyllidae), no Piauı́

Nathan C. Fonsêca (1); Rodolfo M. de Sousa (1); Jaqueline Z. de Moura


(1); Higor do N. Lucena (1)
(1) Universidade Federal do Piauı́
E-mail: nathancalista@hotmail.com
Em meados de 1999, no Rio de Janeiro, registrou-se pela primeira vez
o ataque de microcigarrinha (Eupharelus clitoriae (Burckhardt & Guajará,
2000) em árvores de Clitoria fairchildiana Howard (Fabaceae), uma espécie
nativa conhecida como Sombreiro, muito utilizada em arborização urbana
em diversas cidades. Este inseto é monomórfico, ovı́paro e se reproduz
sexuadamente. As ninfas colonizam preferencialmente a face inferior das
folhas, fazendo as posturas ao longo das nervuras. Após a eclosão começam a
produzir uma massa cerosa de cor branca, sob a qual permanecem protegidos,
sugando a seiva das folhas, o que leva ao amarelecimento e posterior queda
prematura das folhas do sombreiro. Na Região Nordeste, a presença da
microcigarrinha-do-sombreiro já havia sido registrada nos estados da Bahia
e de Pernambuco. Este trabalho tem como objetivo aumentar os registro de
ocorrência de E. clitoriae na Região Nordeste e analisar as diferenças no nı́vel
de infestação desse psilı́deo nas árvores de C. fairchildiana para cada cidade
avaliada. Para isso foram analisadas 15 árvores nos limites dos municı́pios de
Bom Jesus e Currais entre os meses de abril e maio de 2013, onde a presença
do psilı́deo foi constatada em 100% das plantas. No municı́pio de Currais-PI
foram analisadas 6 árvores, onde por possuir uma maior distância entre
as árvores, e uma menor quantidade da espécie de sombreiro, constatou-se
uma diminuição no nı́vel de infestação. Já na cidade de Bom Jesus foram
verificadas 9 árvores e em todas houve um aumento significante no nı́vel de
infestação e consequentemente uma maior percentagem de amarelecimento e
posterior queda prematura das folhas das árvores.
Palavras-chave: Psilı́deo, Sombreiro, Piauı́
Apoio: Universidade Federal do Piauı́- UFPI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 50


1.19 Misturas de óleos essenciais de Piper hispidinervum e
Piper aduncum no controle de Spodoptera frugiperda

Joelma L. V. Estrela (1); Murilo Fazolin (1); Iriana M. da Silva (1);


Maria S. de F. Silva (1); Luiara P. Gomes (1)
(1) Embrapa Acre
E-mail: faz.olin@hotmail.com
Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) é uma das mais impor-
tantes pragas polı́fagas do Brasil, destacando-se como a mais destrutiva na
cultura de milho. O controle quı́mico é o mais utilizado. Vem se verificando
uma crescente procura por defensivos alternativos destacando-se entre eles
os óleos essenciais que apresentam potencial para o controle desta praga. No
entanto é desconhecida a sinergia da mistura entre eles. Os óleos de Piper
hispidinervum e Piper aduncum foram obtidos pela técnica “arraste a vapor
d’água”, e apresentam como constituintes quı́micos mais comuns as amidas,
em especial a isobutilamida, piperidina e pirrolidina. O objetivo do trabalho
foi avaliar a mortalidade de lagartas de terceiro instar da praga, por meio das
combinações de sub-doses entre os óleos e o butóxido de piperonila por con-
tato em superfı́cie contaminada (papel-filtro). O delineamento experimental
foi inteiramente casualizado, com sete tratamentos. As combinações avaliadas
foram as seguintes: ½ DL50 de P. aduncum v/v; ½ DL50 P. hispidinervum;
butóxido de piperonila; ½ DL50 de P. aduncum + DL50 ½ de P. hispinervum;
½ DL50 de P. hispidinervum + butóxido; ½ DL50 de P. aduncum + butóxido;
acetona (testemunha). Cada bioensaio foi repetido três vezes. Após a Anova
as médias foram submetidas ao teste de Scott & Knott. Todos os bioensaios
foram realizados no Laboratório de Entomologia e mantidos em câmaras
de crescimento tipo BOD, à temperatura de 26± 2ºC, umidade relativa
de 70 ± 5% e fotofase de 12h. Os valores de mortalidade foram obtidos
após 24 horas. A combinação do ½ DL50 de P. aduncum + DL50 ½ de P.
hispinervum apresentou o maior valor de mortalidade (62,25%) diferindo
significativamente das demais combinações. Esses resultados indicam sig-
nificativa toxicidade para S. frugiperda podendo viabilizar seu emprego no
controle dessa importante praga.
Palavras-chave: óleos, sinergismo, toxicidade
Apoio: CNPq, Embrapa

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 51


1.20 Manejo de Planococcus citri com extratos da casca do
caule de Jatropha curcas

Thais Coffler (1); Anderson M. Holtz (1); Johnatan J. P. Marchiori (1);


Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal – NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: thais-coffler@hotmail.com
A cochonilha da roseta, Planococcus citri, tem aumentado sua importância
pelos prejuı́zos diretos à produtividade do cafeeiro. Dentre os métodos
utilizados para controle de cochonilhas na agricultura, o método quı́mico
é o mais usual e de eficiência relativa. Desta forma, com o objetivo de
reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente
corretos, esse trabalho visou avaliar extratos aquosos da casca do caule
de Jatropha curcas, quanto a sua atividade inseticida sobre P. citri. As
concentrações utilizadas no experimento foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e
3,0% (v/v). Foram realizados testes de aplicação direta e indireta. No teste
de ação direta foi inoculado 10 cochonilhas e em seguida pulverizadas com o
auxilio da torre de Potter, com pressão exercida de 15lb/pol2 e volume de
6ml de solução por repetição. Na aplicação indireta, os discos de folha de
café foram imersos durante 5 segundos nas diferentes concentrações, sendo,
posteriormente, inoculadas as cochonilhas. Foram realizadas 6 repetições
por concentração. No decorrer dos experimentos foram realizadas avaliações
24, 48 e 72 horas após as aplicações. O extrato não apresentou diferença
significativa entre as formas de aplicação direta e indireta nas concentrações
de 1,0 e 3,0%, com média de mortalidade de 67,2 e 68,8% respectivamente.
Nas concentrações de 1,5 e 2,0%, quando aplicado de forma direta, o extrato
causou mortalidades de 89,7 e 85,8%, sendo superior a aplicação indireta nas
mesmas concentrações. Contudo, nas concentrações de 0,5 e 2,5%, a aplicação
indireta do extrato de casca do caule de pinhão-manso propiciou maiores
mortalidades de P. citri quando comparado a aplicação direta. Através dos
resultados obtidos observa-se que o extrato da casca do caule de J. curcas
pode ser utilizado no controle de P. citri.
Palavras-chave: cochonilha da roseta, pinhão-manso, controle alternativo
Apoio: FAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 52


1.21 Eficiência do óleo de nim no manejo do ácaro branco e
rajado em cultivo de mamoeiro orgânico

Amanda S. Rocha (1); Marlúcia P. dos Santos (1); Marcelo M. Rabelo


(1); Lize de Moraes (1); Joyce Gomes (1)
(1) Universidade Estadual de Montes Claros
E-mail: amandarochaagronomia@yahoo.com.br
No Brasil, a cultura do mamoeiro pode ser seriamente afetada pelo desen-
volvimento de ácaros fitófagos, como o ácaro branco Polyphagotarsonemus
latus (Banks) e o ácaro rajado Tetranychus urticae. Os produtos derivados da
planta de nim Azadirachta indica destacam-se pela sua eficiência no controle
de artrópodes-praga e baixa toxicidade aos inimigos naturais e ao homem.
Buscou-se testar a eficiência do óleo de nim no controle de ácaro branco
e ácaro rajado na cultura do mamoeiro. Foram realizadas três aplicações
semanais com o óleo a 10% de concentração, em uma área de mamão orgânico,
cultivar Formosa Tainung 01. Avaliaram-se 15 plantas em toda a área, onde
apenas uma folha do ápice e uma folha da base eram analisadas em cada
planta sendo quantificado o número total de ácaros. A primeira avaliação foi
realizada antes do inicio das aplicações do extrato de nim, para verificar a
população inicial de ácaros, a partir de então, as avaliações foram realizadas
5 dias após cada aplicação. Na primeira avaliação encontrou-se 53 T. ur-
ticae e 11 do gênero P. latus nas 15 plantas amostradas caracterizando a
população inicial. Após as aplicações do óleo de nim a população de ácaros
rajados caiu em 81,2%, enquanto que o ácaro branco reduziu em 90,9%. A
redução no número de ácaros brancos e rajados ao longo das aplicações do
nim pode ser atribuı́da a ação do principal metabólito secundário da planta,
a azadiractina, que se destaca pela elevada ação inseticida e acaricida de
diferentes modos. Apesar de sua semelhança com o hormônio da ecdise, não
causa sua morte imediatamente, dado o seu efeito fisiológico, mas reduz o
consumo de alimento, retarda o desenvolvimento, repele os adultos e reduz a
postura nas áreas tratadas. Portanto o óleo de nim é eficiente no controle de
ácaro branco e ácaro rajado.
Palavras-chave: nim, ácaro, mamão

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 53


1.22 Resistência de clones de café conilon a Leucoptera cof-
feella

João R. S. Soares (1); Izailda B. dos Santos (1); Renata R. Pereira (1);
Elenir A. Queiroz (1); Lucas de P. Arcanjo (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
Email: joao.rafael@ufv.br
O bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é uma praga disseminada por
todas as regiões do mundo. As lagartas dessa praga consomem o mesofilo
foliar, provocando queda prematura da folha. Essa praga ataca o café
conilon (Coffeea canephora), a segunda espécie de café mais cultivada no
mundo. A principal forma de controle desta praga é aplicação de defensivos
quı́micos. No entanto este método pode ser prejudicial ao ambiente e ao
homem. Devido a estes problemas, tem-se buscado plantas resistentes para
o controle do bicho mineiro. Uma forma de resistência de plantas a insetos
pragas é através da antibiose. As plantas que expressam essa resistência
podem causar mortalidade ou afetar o desenvolvimento da praga. Diante
disso, o objetivo foi avaliar se clones de café conilon apresentam resistência
por antibiose ao bicho mineiro. O trabalho foi conduzido no Laboratório
de Manejo Integrado de Pragas da UFV. O experimento consistiu em cinco
repetições. Cada repetição foi constituı́da por três genótipos de conilon (9V,
6V e 7V) e para o controle utilizou-se o café arábica (Coffea arabica), por
ser uma variedade suscetı́vel. Os insetos utilizados foram provenientes da
criação do laboratório. Em cada planta, foi selecionado um ramo com três
folhas. Este ramo foi revestido com um saco de organza contendo 50 adultos
de bicho mineiro. Após 24 horas foram retirados os sacos dos ramos. Em
seguida foi realizada diariamente a contagem das larvas, anotando o estádio
e a sobrevivência. Os dados obtidos foram submetidos à ANOVA e as médias
comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Observou-se que as
larvas de 3º e 4º ı́nstar tiveram maior mortalidade nos genótipos 9V e 6V
quando comparados com o controle. Houve média de sobrevivência de 45;
26; e 75% larvas de 3º ı́nstar e 18; 3; e 64% larvas de 4º ı́nstar nos genótipos
9V, 6V e no controle respectivamente. Portanto os clones 9V e 6V de C.
canephora são resistentes por antibiose à L. coffella.
Palavras-chave: Coffeea canephora, antibiose, bicho mineiro
Apoio: Consórcio Pesquisa Café - Embrapa Café, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 54


1.23 Abelhas polinizadoras de Solanum lycopersicum (Solanaceae)
em áreas de cultivo no noroeste do estado do Rio de Ja-
neiro

Mariana S. Deprá (1); Maria C. Gaglianone (1)


(1) Laboratório de Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro
Email: marianadepra@gmail.com
A presença dos polinizadores em áreas de cultivos agrı́colas pode propor-
cionar maior produtividade de espécies vegetais de grande interesse econômico,
como por exemplo, o tomate. As flores do tomateiro (Solanum lycopersicum
L., Solanaceae) são hermafroditas e suas anteras apresentam grãos de pólen
pequenos e secos, que são liberados através de poros apicais, sendo que esta
morfologia permite a coleta de pólen por vibração, exercida por abelhas
que vibram. O objetivo desse trabalho foi identificar os visitantes florais
do tomateiro em plantações no municı́pio de São José de Ubá, noroeste
do estado do Rio de Janeiro, e verificar a importância dos polinizadores
para a produção dos frutos dessa espécie. Foram estudados 36 plantios de
tomate nos anos de 2010 e 2011. As coletas dos visitantes florais foram
realizadas com rede entomológica, das 8 às 14 horas em três sessões de 15
minutos a cada hora, ao longo de transectos acompanhando as fileiras dos
plantios. Para verificar a frutificação a partir da polinização natural foram
marcadas 800 flores e deixadas abertas à visitação. Para verificar a formação
de frutos a partir da autopolinização espontânea, 800 flores em pré-antese
foram marcadas e ensacadas. Foram amostradas 1729 abelhas de 41 espécies,
pertencentes às famı́lias Apidae, Halictidae e Andrenidae. Destas, 39 espécies
foram consideradas potenciais polinizadores por apresentarem capacidade de
vibrar. Os principais polinizadores foram Bombus morio e espécies do gênero
Exomalopsis. O horário de maior frequência de visitas dos polinizadores foi
de 10 às 13 horas. A porcentagem de frutificação foi significativamente maior
para a polinização natural (97,5%) em relação à autopolinização espontânea
(90,2%). Houve correlação positiva (R= 0,57; p= 0,02) entre a porcentagem
de frutificação e taxa de visitação, avaliadas em cada área estudada. Estes
resultados indicam a importância das abelhas no aumento da produção de
tomates na região.
Palavras-chave: tomateiro, frutificação, buzz pollination
Apoio: FAPERJ, MCT-CNPq-CTAgro, FAO/GEF/FUNBIO, Rio Rural-
GEF, LCA/UENF

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 55


1.24 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de
citronela em Sitophilus zeamais

Wilson R. Valbon (1); Priscila Stinguel (1); Tamara V. D. Almeida (1);


Hugo B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: wilsonvalbon@hotmail.com
O caruncho-do-milho, Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae), é
uma das principais pragas do milho no armazenamento, causando principal-
mente redução do peso e diminuição da qualidade nutricional do grão. O
controle torna-se um problema, pois o uso de inseticida pode inviabilizar o
consumo do grão devido sua toxicidade. Assim, o objetivo deste trabalho foi
avaliar a atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela,
Cymbopogon winterianus em S. zeamais. A extração do óleo essencial de
C. winterianus foi realizada por vapor com Clevenger. Os ensaios foram
realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa
de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de S.
zeamais foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L),
fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior uma fita de
papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial supracitado,
situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh)
evitando o contato direto com os insetos. O óleo foi aplicado com auxı́lio de
pipeta automática, correspondendo às concentrações 10; 20; 30; 40; 50; 70;
140 µL L-1 de ar, mais controle (0 µL L-1 de ar) . Para cada dose do óleo e
testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72
horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos.
Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo causado pelo
toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0%
de mortalidade. O óleo essencial de C. winterianus não apresenta atividade
inseticida por fumigação em S. zeamais.
Palavras-chave: Curculionidae, óleo essencial, fumigação
Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 56


1.25 Interação entre óleo de mamona e óleo de pinhão manso
no controle do pulgão-das-brássicas

Jéssica M. C. Botti (1); Anderson M. Holtz (1); Gabriel Passos (1);


Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo, Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal – NUDEMAFI
E-mail: jessicabotti@hotmail.com
O pulgão-da-couve, Myzus persicae, acarreta grandes prejuı́zos à cultura
da couve, devido, principalmente, à transmissão de viroses e engruvinhamento
das folhas. Dentre os métodos utilizados para controle desta praga, o quı́mico
é o mais usual. Com o objetivo de reduzir e/ou substituir os agrotóxicos
sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse projeto visou estudar a
potencialidade e eficácia do uso da interação dos óleos extraı́dos das espécies
Ricinus communis (mamona) e Jatropha curcas (pinhão manso) quanto à sua
atividade inseticida sobre o pulgão. Foram utilizados discos de folhas de couve
(4 cm de diâmetro) contendo 10 pulgões. Estes discos foram pulverizados
com auxilio de torre de Potter, cuja pressão exercida foi de 15 Lb/pol2
e volume aplicado foi de 6 ml de solução por repetição. Para a diluição
e aplicação dos óleos foi utilizada água destilada com espalhante adesivo
Tweenr 80 (0,05%). A concentração total utilizada em cada tratamento
foi de 3% e foram realizadas 10 repetições por tratamento. As relações de
interações dos tratamentos foram 0-100; 10-90; 20-80; 30-70; 40-60; 50-50;
60-40; 70-30; 80-20; 90-10; 100-0 de óleo de pinhão manso e óleo de mamona
respectivamente. Sendo a avaliação da mortalidade realizada 24, 48 e 72
horas após a aplicação. Os dados de mortalidade total foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott ao nı́vel
de 5% de probabilidade. A mortalidade do pulgão diferiu estatisticamente
entre as proporções avaliadas. A mortalidade foi superior a 65,6%, nas
proporções de 20-80, 60-40, 70-30, 80-20 e 90-10 de pinhão-manso e mamona,
sendo que a máxima mortalidade foi de 77,0% na proporção de 60-40. A
proporção de 30-70 foi responsável por menor porcentagem de pulgões mortos
(29%). Através dos resultados obtidos observa-se que a interação do óleo
pinhão manso e óleo mamona pode ser usado no controle de M. persicae.
Palavras-chave: Jatropha curcas, Ricinus communis, Myzus persicae
Apoio: IFES, UFES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 57


1.26 Manejo de ácaro rajado com torta de pinhão manso

Hágabo H. Paulo (1); Anderson M. Holtz (1); Mayara L. Franzin (1);


Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: hagabohp@hotmail.com
O ácaro rajado é uma das principais pragas da cultura do mamão. Este
ácaro é encontrado em regiões de clima quente e úmido do mundo e em todo o
território nacional. Entre os métodos utilizados para o controle na agricultura,
o quı́mico é o mais usual. Porém, o uso intensivo destes, principalmente os
nãos registrado para determinada praga, pode provocar o ressurgimento da
praga alvo, bem como o aparecimento de novas pragas. Com o objetivo de
reduzir e/ou substituir os agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente
corretos, estudou-se o potencial do uso da torta de Jatropha curcas, quanto à
sua atividade acaricida sobre Tetranychus urticae na cultura do mamão. As
concentrações da torta utilizadas no experimento foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0;
2,5 e 3,0% (v/v). Disco de folha de “feijão de porco” com 4 cm de diâmetro
contendo 10 fêmeas de T. urticae foram pulverizadas em torre de Potter, cuja
pressão exercida foi de 15lb/pol2 , e volume de 6ml de solução por repetição.
Foram realizadas 10 repetições por tratamento, avaliando-se os parâmetros
de mortalidade em função do tempo pós-pulverização (24, 48 e 72 horas). A
mortalidade do ácaro rajado variou em função das concentrações da torta
de pinhão manso (P = 0,004), assumindo um efeito quadrático, com uma
curva crescente a partir da concentração 2%. A maior eficiência da torta de
pinhão manso foi verificada na concentração de 3,0%, a qual ocasionou 78,6%
de mortalidade, seguido pelas concentrações de 2,5 e 2,0%, com 68,6 e 61,8
respectivamente. Em concentrações menores, a mortalidade foi abaixo de
60%. A torta de pinhão manso exerceu efeito de contato sobre T. urticae. A
utilização da torta de pinhão manso mostrou-se eficiente no manejo do ácaro
rajado possibilitando ao agricultor utilizar a mesma no controle da praga.
Palavras-chave: controle alternativo; acaricida; Jatropha curcas
Apoio: CNPq, IFES, UFES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 58


1.27 Bioatividade de produtos naturais sobre Cryptolestes
ferrugineus

Marcela C. Guimarães (1); Shaiene C. Moreno (1); Rick M. da Silva (1);


Pedro Henrique C. Miranda (1); Bárbara L. M. Pinheiro (1)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
E-mail: marcelacapato.g@gmail.com
As pragas de grãos armazenados são responsáveis pela perda de qualidade
do grão e de subprodutos. Os besouros da espécie Cryptolestes ferrugineus são
muito comuns, causando sérios danos em cereais e subprodutos armazenados.
O objetivo deste trabalho foi estudar a atividade inseticida de extratos
e caldas naturais sobre adultos de C. ferrugineus. Avaliaram-se extratos
liofilizados de alho e pimenta malagueta a 8%, além da calda sulfocálcica (1%)
e do Agrobio (2%), produzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Estado do Rio de Janeiro. Os bioensaios foram realizados com adultos de C.
ferrugineus obtidos em criações do Laboratório do Núcleo de Agroecologia do
Campus Nilo Peçanha do IFRJ. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado com cinco repetições. Cada parcela experimental foi constituı́da
de placa de Petri contendo 10 insetos. Os tratamentos foram os extratos e
caldas e a testemunha. Os insetos foram tratados topicamente uma solução
dos extratos e caldas diluı́dos em água usando-se uma microseringa Hamilton
de 10 µL. Foi aplicado 0,5 µL de solução/ inseto. Na testemunha os insetos
foram tratados topicamente com igual volume de água. A avaliação da
mortalidade foi feita 24, 48 e 72 horas após o tratamento. Os dados de
mortalidade dos insetos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância. De acordo com
os resultados, os produtos testados apresentaram baixa toxicidade para C.
ferrugineus. Todos os produtos causaram mortalidade inferior a 40% no
tempo de 72 horas após a aplicação dos tratamentos. Portanto, os extratos e
caldas estudados não apresentam ação inseticida sobre C. ferrugineus.
Palavras-chave: grãos armazenados, atividade inseticida, Coleoptera
Apoio: CNPq, FAPERJ, PESAGRO

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 59


1.28 Ação indireta da torta de pinhão manso no controle do
àcaro rajado

Mayara L. Franzin (1); Anderson M. Holtz (1); Vanessa. V. S. Frohelich


(1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: mayaralossfranzin@hotmail.com
O ácaro rajado é uma das principais pragas da cultura do mamão. Dentre
os métodos utilizados para o seu controle, o quı́mico é o mais usual. Porém,
os graves problemas relacionados ao seu uso, já amplamente conhecidos,
têm incentivado o desenvolvimento de métodos alternativos de controle.
Sendo assim, este trabalho teve por objetivo estudar o potencial da aplicação
indireta da torta de Jatropha curcas, quanto à sua atividade acaricida sobre
Tetranychus urticae. As concentrações da torta utilizadas no experimento
foram 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% (v/v). Disco de folha de “feijão
de porco” com 4 cm de diâmetro foram imersos durante 5 segundos nos
diferentes tratamentos e depois inoculou as fêmeas de T. urticae por disco.
Foram realizadas 10 repetições por tratamento, avaliando-se os parâmetros
de mortalidade em função do tempo pós-pulverização (24, 48 e 72 horas). A
mortalidade de T. urticae aumentou em razão das concentrações da torta de
pinhão manso, quando esta foi pulverizada sobre o alimento (P= 0,0006). As
concentrações de 3,0% e 2,5% ocasionaram as maiores taxas de mortalidade
em T. urticae, com 32% e 27% respectivamente. Em menores concentrações
a mortalidade foi inferior a 16%. Apesar de efeitos não expressivos na
mortalidade, a torta de pinhão manso atuou de forma negativa para T. urticae
quando pulverizada sobre o alimento, principalmente em concentrações mais
elevadas. Em sistemas de Manejo Integrado de Pragas, este extrato poderia
ser uma alternativa simples, a ser utilizado associado a outros métodos de
controle, visando maximizar a eficiência de manejo. A utilização da torta de
pinhão manso mostrou-se eficiente no manejo do ácaro rajado possibilitando
ao agricultor utilizar a mesma no controle da praga.
Palavras-chave: controle alternativo, ácaro rajado, pinhão manso
Apoio: CNPq, IFES, UFES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 60


1.29 Fatores de mortalidade de Myzus persicae

Tamı́ris A. de Araújo (1); Elisângela G. F. de Morais (1); Marcelo C.


Picanço (1); Thiago L. Costa (1); Elenir A. Queiroz (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: tamirisaa@gmail.com
O pulgão Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae) é uma espécie polı́faga
que ataca diversas plantas cultivadas e não cultivadas. O conhecimento da
contribuição dos efeitos climáticos e dos inimigos naturais sobre o controle
natural da população deste fitófago é de grande valia no contexto do MIP.
Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a mortalidade de M. persicae
nos diferentes estádios de desenvolvimento e identificar quais são os fatores
para sua mortalidade. O estudo foi desenvolvido em lavouras de repolho
Brassica oleracea var. capitata do Hı́brido “Sekai F1” localizadas na Área
Experimental da UFV durante as diferentes estações do ano. O experimento
foi conduzido em DIC com 10 parcelas. Cada parcela foi constituı́da de duas
plantas de repolho na fase de pré-formação das cabeças. Foram transferidas
para as plantas 30 a 40 fêmeas ápteras adultas de M. persicae provenientes
da criação do Laboratório de MIP-UFV. Após 24 horas, as fêmeas eram
retiradas e cerca de 100 ninfas de 1° ı́nstar colocadas por elas foram deix-
adas na planta. A mortalidade em cada estádio de desenvolvimento e a
identificação dos fatores de mortalidade foram monitoradas diariamente no
campo, desde o estabelecimento da coorte até os adultos entrarem na fase
reprodutiva. Foram confeccionadas tabelas de vida na qual foram extraı́dos
os resultados obtidos. O estádio de desenvolvimento que ocorreu a maior
mortalidade foi o 5º ı́nstar ninfal (46,08±9,80). A contribuição da mortal-
idade ocasionada pelos diferentes fatores foi na seguinte ordem: predação
(43,06±0,23); distúrbios fisiológicos (33,35±1,00); chuva (14,00±0,13); par-
asitismo (3,10±0,05) e fungos entomopagênicos (0,31±0,01). Diante disso,
compreender os fatores que afetam a dinâmica populacional dos insetos é
fundamental para o desenvolvimento de sistemas eficientes de manejo destes
organismos em cultivos agrı́colas.
Palavras chaves: pulgão-verde, fatores abióticos, controle biológico natural
Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 61


1.30 Disseminação de Ceratocystis fimbriata através da ser-
ragem eliminada por coleobrocas

Elenir A. Queiroz (1); Rogério M. Pereira (2); Marcelo C. Picanço (1);


Tarcı́sio V. S. Galdino (3); Obiratânea S. Queiroz (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2),
Departamento de Entomologia e Acarologia, Universidade de São Paulo; (3)
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: elenir.queiroz@ufv.br
O fungo Ceratocystis fimbriata é o agente causal da seca da mangueira
(Mangifera indica L.), uma importante doença que causa a morte das plantas.
Pouco se conhece sobre a disseminação dessa doença. Sabe-se que há uma
grande colonização das plantas doentes por besouros da famı́lia Curculionidae
que liberam serragem pelos orifı́cios que fazem no tronco e nos galhos.
Assim este trabalho teve por objetivo determinar se estas espécies de insetos
podem disseminar a doença pela serragem. Foram realizadas coletas nos
municı́pios de Itaperuna e Itaocara no Estado do Rio de Janeiro. Cada
unidade experimental foi constituı́da por uma planta de mangueira com
sintomas da doença. No tronco da planta foi coletada serragem e pedaços
do tecido vegetal das espécies Hypocryphalus mangiferae e Xyleborus affinis
que são as mais abundantes em plantas com sintomas da doença. Foram
avaliadas 50 mangueiras. As amostras de serragem das coleobrocas foram
acondicionadas em tubo Eppendorf de 2 mL. No mesmo local foi retirada
uma seção do lenho. Cada amostra foi acondicionada em sacola de papel e
transportada para laboratório. Para os isolamentos foram utilizadas iscas
de cenoura. Foi adicionado entre os discos de cenoura as serragens das
coleobrocas ou o tecido vegetal, foi feito um controle com discos de cenoura
onde não houve adição de nenhum material. Os discos foram acondicionados
em placas de Petri onde foram mantidas por 10 dias em câmara de germinação
a 25°C e fotoperı́odo de 12 horas. Após esse perı́odo, foi avaliada a esporulação
do fungo em cada disco. O fungo C. fimbriata foi isolado em 7% das amostras
com a serragem produzida pelas coleobrocas e em 100% das amostras com
tecido vegetal. Já no controle o fungo não foi encontrado. Através do
resultado obtido nesse estudo podemos concluir que as coleobrocas podem
disseminar a doença através da serragem que liberam.
Palavras-chave: mangueira, Hypocryphalus mangiferae, Xyleborus affinis
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, VALE

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 62


1.31 Amostragem de Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formi-
cidae) como subsı́dio na diminuição do uso de iscas
formicidas

Marcelo D. Vitorino (1); Taise C. P. Arenhardt (1); Liliam C. Beal (1);


Adam H. M. Gonçalves (1); Paula A. da Costa (1)
(1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal – LAMPF, De-
partamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau
E-mail: diniz@furb.br
As formigas cortadeiras, representam um dos maiores problemas rela-
cionados a pragas em reflorestamentos de Pinus spp. pois limitam o desen-
volvimento adequado das mudas. A maioria das empresas do setor florestal
brasileiro não adotam sistemas de amostragem de formigas cortadeiras apli-
cando quantidades padronizadas de isca formicida antes do plantio. O FSC
têm cobrado das empresas por ele certificadas, até o ano de 2015, a redução
do uso dos princı́pios ativos fipronil e sulfluramida no controle de formigas
cortadeiras. Este trabalho teve como objetivo reduzir a quantidade de isca
formicida através da amostragem de formigueiros como subsı́dio para a
determinação da infestação e quantidade de formicida a ser aplicado. O lev-
antamento foi feito em áreas da empresa Celulose Irani S. A, compreendendo
184,06 hectares distribuı́dos em 14 talhões onde 2% da área de cada talhão
foi amostrada. O inventário foi realizado através de transectos de 50 m x 10
m (500 m2 ) e parcelas de 50 m x 20 m (1.000 m2 ). Cada colônia de formiga
encontrada teve sua área determinada (m2 ) e as coordenadas geográficas
coletadas, além da identificação da espécie. Foram encontradas 4 espécies
pertencentes ao gênero Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae). Os
levantamentos possibilitaram uma redução média de 94,14% na quantidade
de isca aplicada para o controle de formiga cortadeira. O levantamento de
sobrevivência, demonstrou uma taxa de ataque de mudas entre 1,11% e
4,03%.
Palavras-chave: controle sustentável, formiga cortadeira, reflorestamentos
Apoio: Celulose Irani S. A. e FAPESC

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 63


1.32 Ocorrência de Psilı́deo-de-Concha em eucalipto no Es-
tado de Sergipe

Glaziely S. de Oliveira (1); Jessica dos S. Sá (1); Gabriela da S. Rolim


(1); José de O. Dantas (2); Genésio T. Ribeiro (1)
(1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe;
(2) Instituto Federal de Sergipe, Campus de São Cristóvão
E-mail:glazielysantos@gmail.com
Glycaspis brimblecombei Moore, 1964 é um inseto de origem Australiana,
da ordem Hemiptera e famı́lia Aphalaridae, que usa como hospedeiro espécies
de Eucalyptus, sendo conhecida vulgarmente como psilı́deo-de-concha. Em
condições de campo o seu ciclo de vida dura de 26 a 57 dias e apresentam cinco
ı́nstares, podendo o adulto atingir 5mm de comprimento. Tem preferência
por brotações e folhas novas. Foi observado no Brasil em junho de 2003
em plantações de eucalipto no Estado de São Paulo. No perı́odo de janeiro
à maio de 2013, foram vistoriadas plantações de eucalipto em diversas
localidades litorâneas do estado de Sergipe para avaliar a presença de possı́veis
pragas. Estas quando encontradas coletou-se exemplares das diferentes
fases presentes que foram conduzidos ao laboratório de Pragas Agrı́cola e
Florestal da Universidade Federal de Sergipe, para identificação e iniciar
uma criação em laboratório. Dentre os insetos coletou-se ninfas, adultos e
folhas com a presença da concha em sua superfı́cie, identificados como G.
brimblecombei. Nas plantações de eucalipto monitoradas foram observados
redução, enrolamento, deformação do limbo foliar e indução do aparecimento
de fumagina, sintomas citados como clássicos dos danos dessa praga. Notou-
se que entre o perı́odo chuvoso de abril à maio houve redução da população
e no perı́odo seco de janeiro à março aumento. Esta é a primeira ocorrência
do psilı́deo-de-concha no Estado de Sergipe em plantações de eucalipto.
Palavras-chave: eucaliptocultura, monitoramento de praga, Glycaspis
brimblecombei

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 64


1.33 Infestação de insetos-praga do feijão armazenado, Phase-
olus vulgaris e Vigna unguiculata, na Cidade de Porto
Velho-RO

Thiarles T. Silva (1); Fábio M. da Costa (1)


(1) Coordenação de Agronomia, Faculdades Integradas Aparı́cio Carvalho-
FIMCA
E-mail: thiarlesilva@gmail.com
O feijão tem papel fundamental na alimentação dos brasileiros e de muitas
regiões do mundo. Os carunchos,Callosobruchus maculatus e Acanthoscelides
obtecus (Coleoptera: Curculionidae: Bruchinae) são espécies cosmopolitas,
considerados como os principais insetos-praga do feijão armazenado, cujos
danos podem chegar até 100%. Devido a capacidade de infestação cruzada,
esses carunchos podem afetar o feijão maduro tanto no campo quanto no
armazenamento dos grãos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar
a infestação de insetos-pragas do feijão armazenado em supermercados e
feiras livres da cidade de Porto Velho, Rondônia. As coletas foram realizadas
em seis supermercados e duas feiras livres. As amostras de cada ponto
foram fracionadas em três sub-amostras de iguais quantidades para facilitar
a observação da infestação dos grãos, foram contadas as quantidades dos
grãos de cada uma delas e registrados o número de grãos ı́ntegros e sadios.
Semanalmente foram realizadas leituras de grãos carunchados das amostras
obtidas para se obter o percentual de infestação. Os dados foram submetidos
à análise de variância para aferir o nı́vel de infestação entre os pontos
coletados. Para o feijão Phaseolus vulgaris só foi encontrada A. obtecus,
cujas taxas de infestação média não diferiram estatisticamente entre os
pontos, variando de 0,00 a 0,02%. Em feijão Vigna unguiculata a espécie
predominante foi C. maculatus, no qual detectou-se diferenças de infestação
significativas, conforme seguem os pontos mais crı́ticos: 20% para o ponto
7; 0,5% no ponto 1; e 0,26% no ponto 5. Os pontos 7 e 5 são representados
por supermercados de médio porte, já o ponto 1 trata-se de uma feira livre,
nos quais detectou-se precárias condições de armazenamento dos grãos. Com
base nas informações levantadas no decorrer deste trabalho será elaborado
um manual com recomendações aos comerciantes e consumidores locais sobre
as formas adequadas de armazenamento de grãos.
Palavras-chave: feijão, carunchos, infestação
Apoio: FIMCA, CIFICE

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 65


1.34 Seletividade de inseticidas ao percevejo predador Am-
phiareus constrictus

Thiago L. Costa (1); Marcelo C. Picanço (1); Paulo A. Santana Júnior


(1); Julia N. D. Campos (1); Lucas P. Arcanjo (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: thiago.leandro@ufv.br
O controle quı́mico é a prática mais utilizada na agricultura. Entretanto,
se utilizado de maneira indevida, põe em risco a saúde e a vida humana,
além de causar danos ao ecossistema, sobretudo nos inimigos naturais. A
traça-do-tomateiro Tuta absoluta é uma importante praga do tomate no
Brasil. Esta praga pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento do
tomateiro, o que torna frequente o uso de inseticidas. Os inseticidas uti-
lizados podem ser prejudiciais ao Amphiareus constrictus, um importante
predador da praga. Assim, o uso de inseticidas seletivos constitui-se em uma
importante ferramenta para o manejo integrado de pragas. Desta forma, este
trabalho teve por objetivo avaliar a seletividade dos inseticidas Abamectina,
Clorantraniliprole e Clorfenapir, utilizados no controle da traça-do-tomateiro
T. absoluta, ao predador A. constrictus. Esta pesquisa foi conduzida no
laboratório de Manejo Integrado de Pragas, da Universidade Federal de
Viçosa. Foi utilizada a concentração letal de 80% (CL80 ) para T. absoluta.
A CL80 foi escolhida por ser a concentração discriminatória de seletividade
dos inseticidas. O bioensaio foi composto de quatro tratamentos, sendo três
inseticidas e um controle, com seis repetições. Para cada repetição, foram
colocados dez adultos de A. constrictus em uma placa de petri contendo
um folı́olo de tomate tratado, além de água e alimento. Após 48 horas
avaliou-se o número de insetos mortos. Os dados obtidos foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de
probabilidade. O inseticida Clorfenapir não foi seletivo, pois causou mortali-
dade superior a 80%. Os inseticidas Abamectina e Clorantraniliprole foram
seletivos, causando médias de mortalidade de 13% e 7,3%, respectivamente.
Assim, Abamectina e Clorantraniliprole devem ser usados para o controle da
T. absoluta, visto que são seletivos em favor do predador A. constrictus.
Palavras-chave: controle quı́mico, Tuta absoluta, inimigo natural
Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 66


1.35 Efeito inseticida de extratos vegetais liofilizados sobre
o pulgão-verde Myzus persicae em couve

Shaiene C. Moreno (1); Alessandra de C. Silva (2); Luiz A. de Aguiar


(3); Bárbara C. do Carmo (1); Carolina de P. R. dos Santos (1)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro;
(2) Embrapa Agrobiologia; (3) Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado
do Rio de Janeiro
E-mail: shaiene.moreno@ifrj.edu.br
Os pulgões estão entre os principais grupos de pragas agrı́colas. Os
danos causados por esses insetos são sucção de seiva, introdução de toxinas
e transmissão de viroses. O pulgão-verde Myzus persicae é uma espécie
polı́faga altamente eficiente como vetor de vı́rus. O objetivo do trabalho
foi avaliar a atividade inseticida de extratos de plantas sobre M. persicae
em couve. Avaliaram-se extratos liofilizados de alho, pimenta malagueta,
fumo e citronela produzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Estado do Rio de Janeiro. Os pulgões utilizados nos experimentos foram
obtidos de criação mantida no Laboratório do Núcleo de Agroecologia do
IFRJ. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado
com cinco repetições. Os tratamentos consistiram dos diferentes extratos
vegetais e a testemunha, onde se utilizou apenas água. Os tratamentos foram
pulverizados na superfı́cie de folhas de couve contendo quinze ninfas cada.
Essas folhas foram posteriormente acondicionadas no interior de gaiolas de
madeira fechadas com organza. Os insetos vivos e mortos foram contados
24, 48 e 72 horas após aplicação dos tratamentos. Os dados experimentais
foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas
pelo teste de Scott-Knott a p < 0,05. Os extratos de fumo e de pimenta
malagueta foram os mais eficazes no controle do pulgão M. persicae, causando
mortalidade superior a 80%. Os extratos de alho e citronela não apresentaram
eficiência satisfatória, causando mortalidade inferior a 50%. De acordo com os
resultados observados, podemos concluir que os extratos de fumo e pimenta
malagueta se apresentam como uma alternativa no controle de M. persicae
na cultura da couve. Apesar de serem naturais e apresentar alta eficiência, é
importante lembrar que esses produtos são altamente tóxicos para humanos e
todos os cuidados devem ser observados na ocasião da aplicação dos mesmos.
Palavras-chave: afı́deos, inseticidas botânicos, hortaliças
Apoio: CNPq, FAPERJ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 67


1.36 Consumo alimentar de larvas de Diatraea saccharalis
como indicativo da resistência varietal em cana

Katherine G. Pérez (1); Anderson. L. Oliveira (1); Clébson Tavares (1);


André. F. Teixeira (1); Raul Narciso C. Guedes (1)
(1) Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Entomologia
E-mail: entomologa@live.com
A resistência varietal em plantas envolve mecanismos de defesa que po-
dem ser identificados e mensurados diretamente na planta ou no organismo
que a ataca. O consumo alimentar é um indicador que auxilia na detecção
da resistência por antibiose ou antixenose. No caso de Diatraea saccharalis
(Lepidoptera: Crambidae), a observação da existência de tais mecanismos
através do consumo alimentar e do número de insetos se alimentando é
difı́cil devido ao desenvolvimento larval ocorrer no interior dos colmos da
cana-de-açúcar comprometendo a estimativa do consumo. A hipótese estab-
elecida foi que o menor consumo de alimento está associado a altos nı́veis de
resistência nas plantas, o que foi viabilizado mediante uso de digitalização
radiográfica. O objetivo do trabalho foi testar duas variedades de cana
(RB1115 e RB5486) e por meio do tecido interno consumido, detectar car-
acterı́sticas de suscetibilidade ou resistência nas plantas. Quarenta plantas
de duas variedades de cana com cinco folhas expandidas foram infestadas
com duas densidades de larvas neonatas (5 e 10 larvas/planta) e mantidas
em sala climatizada (26°C, fotoperiodo 14:10) durante sete dias. Dois dias
após a infestação iniciou-se o registro do consumo alimentar dos colmos (três
leituras) fotografando as plantas individualmente em aparelho de Raio-X
(26Kv) digital (Faxitron) e mensurando as áreas consumidas no programa
Image Pro-Plus. O delineamento foi inteiramente casualizado, os dados foram
submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste t (p<
0,05). Os resultados indicaram que houve diferenças no consumo alimentar
entre variedades (F1 =4.88; P=0,033) independentemente da densidade larval
(P=0,94), indicando a existência de interferência varietal no comportamento
alimentar. Conclui-se que a variedade RB5486 é mais resistente ao ataque
do inseto do que a RB1115 e que a metodologia de inspeção e avaliação por
Raio-X é promissora na rápida detecção da resistência para broqueadores.
Palavras-chave: resistência varietal, broca-da-cana, Raio-X
Apoio: CAPES, FUNARBE, UFV

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 68


1.37 Caracterização da suscetibilidade de Spodoptera frugiperda
a diferentes inseticidas

Daniel M. C. da Costa (1); Nilson R. Silva (1); Hugo M. Monteiro (1);


Clebson de S. Tavares (1); Afonso F. Canuto (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa/
Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos
E-mail: daniel.m.canossa@gmail.com
A lagarta Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) é uma das
principais pragas do milho. Seu dano é devido a raspagem de folhas e do
broqueamento da gema apical e das espigas. O uso de produtos quı́micos é o
principal método de controle desta praga. Entretanto, o uso exagerado desses
produtos tem favorecido a seleção de populações resistentes. O desenvolvi-
mento de estudos que visem detectar e monitorar populações de S. frugiperda
resistentes a inseticidas, possibilita minimizar os impactos sociais e ecológicos
através do manejo correto destas populações de praga. Assim, neste trabalho
objetivou-se avaliar a susceptibilidade da população de S. frugiperda de
Morrinhos-GO a quatro diferentes grupos de inseticidas. Os bioensaios foram
realizados em delineamento experimental inteiramente casualizado composto
por quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram compostos
pelos inseticidas deltametrina (piretróide), clorfenapir (análogo de pirazol),
espinosade (espinosinas) e malationa (organofosforado), foi adotado as doses
comerciais dos produtos. Cada parcela experimental foi constituı́da de um
pote plástico transparente de 250 mL contendo pedaços de folha de milho
tratadas com um dos inseticidas e dez lagartas de 2º ı́nstar de S. frugiperda.
Após a confecção dos bioensaios, os potes foram mantidos sob temperatura
de 26±2°C, umidade relativa de 75±5%, e fotofase de 12h. A avaliação da
mortalidade foi realizada 48h após a montagem do experimento. A mortal-
idade observada para os inseticidas espinosade, clorfenapir e etofemproxi
foi de 100, 93, 98 e 79%, respectivamente. Dentre os inseticidas testados,
apenas o inseticida malationa apresentou menor eficiência de controle sobre
a população de Morrinhos-GO. Portanto, foi verificado que grande parte dos
inseticidas testados apresenta alta eficiência de controle sobre a população
de S. frugiperda usada nos bioensaios. E que uso de inseticidas a base de
malationa deve ser evitado no controle desta população.
Palavras-chave: Spodoptera frugiperda, resistência, inseticidas
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 69


1.38 Efeito ovicida de inseticidas sintéticos em Neoleocin-
odes elegantalis

Lucas P. Arcanjo (1); Marcelo C. Picanço (1); João R. Silva (1); Dalton
F. Gomes (1); Ricardo S. Silva(1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: lucas.arcanjo@ufv.br
Neoleocinodes elegantalis, conhecida como broca pequena do tomateiro, é
uma praga importante de solanáceas e é considerada praga chave do tomate.
Os prejuı́zos causados por esta praga são altos e o seu controle é difı́cil, pois
a lagarta perfura o fruto rapidamente após a eclosão dos ovos. Diante deste
problema, o objetivo do trabalho foi identificar inseticidas que possuem efeito
nos ovos da praga. Este trabalho foi realizado no laboratório de Manejo
Integrado de Pragas na UFV. Os inseticidas testados foram: Belt, Lannate,
Match, Premio, todos na dose recomendada do produto, e o controle (água
e espalhante). Foram utilizados insetos obtidos em criações no laboratório.
Primeiramente, frutos artificiais foram envolvidos com um plástico filme e
colocados dentro de gaiolas que continham adultos de N. elegantalis para
ovipositarem. Após 24 horas, esses frutos artificiais foram retirados. Após
dois dias, o plástico filme foi retirado do fruto e aberto sobre uma placa de
petri para facilitar a contagem dos ovos. Os ovos foram individualizados e
colocados em placa de Petri recobertas com papel filtro. Sobre este papel
foram colocados 10 ovos. Após essa montagem a placa com os ovos receberam
os tratamentos. Esses ovos foram pulverizados com o auxilio de uma torre
de Potter. Foram realizadas seis repetições. Após cinco dias, realizou-se a
contagem dos ovos eclodidos com um auxilio de uma lupa. Verificou-se que
o inseticida Lannate provocou a menor eclosão de ovos (19% de eclosão),
também foi verificado a morte de lagartas dentro do ovo e também a eclosão
incompleta das lagartas. Já nos demais inseticidas foi verificado eclosão
superior a 78%. Conclui-se que o inseticida Lannate possuı́ efeito sobre os
ovos de N. elegantalis.
Palavras-chave: ovos, broca pequena do tomateiro, lannate
Apoio: CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 70


1.39 Estudo preliminar da atividade fumegante de óleo essen-
cial comercial de Cymbopogon citratus no controle de
Sitophilus zeamais

Priscila Stinguel (1); Wilson V. Rodrigues (1); Vitor Zuim (2); Hugo
Zago (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agrono-
mia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco
Email: pri stinguel@hotmail.com
O controle de insetos-praga em grãos armazenados, geralmente é realizado
com o uso de inseticidas sintéticos. Dentre outras técnicas de controle, o uso de
óleos essenciais extraı́dos de plantas tem sido uma alternativa promissora para
o controle de insetos-praga em diversos ecossistemas agrı́colas, inclusive no
tratamento pós-colheita, podendo assim reduzir o uso de inseticidas sistêmicos.
Desse modo, o objetivo desse trabalho foi determinar a composição quı́mica de
óleo essencial extraı́do de Cymbopogon citratus e avaliar à atividade inseticida
em Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Para a realização dos
experimentos, procedeu-se a compra do óleo essencial de capim-limão. As
concentrações usadas foram de 7,14; 14,28; 21,42; 28,57 e 35,71 µL L−1 .
Analisando a composição quı́mica de C. citratus, comprovou-se que o neral
é o composto majoritário deste óleo. Contudo, os resultados em relação ao
controle de S. zeamais com o respectivo óleo essencial não foi significativo
através do teste de fumigação, ou seja, não apresentou atividade inseticida.
Conclui-se que o uso desse óleo, nas concentrações e formas de aplicação
estudadas, não se mostrou viável para controle de S. zeamais.
Palavras-chave: grãos armazenados, insetos-praga, bioinseticida
Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 71


1.40 Efeito da mistura de inseticida e fungicida no controle
de Chrysodeixis includens

Afonso F. Canuto (1); Hugo M. Monteiro (1); Clebson de S. Tavares (1);


Daniel M. C. da Costa (1); Eliseu J. G. Pereira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: afonso.canuto@ufv.br
A lagarta falsa-medideira Chrysodeixis includens e a ferrugem asiática
Phakopsora pachyrhizi causam grandes perdas à cultura da soja. No controle
desses organismos, são realizadas aplicações simultâneas de inseticidas e
fungicidas. No entanto, o efeito das interações que podem ocorrer mediante a
aplicação simultânea desses produtos é desconhecido. Assim, neste trabalho
objetivou-se verificar a eficiência de controle de C. includens por um dos
principais inseticidas utilizado no controle dessa praga, quando esse é apli-
cado com fungicida. Para isso, foram utilizado o inseticida Flubendiamida
(Diamida do ácido ftálico) e o fungicida a base de Pyraclostrobin + epoxi-
conazole. Os bioensaios foram realizados em DIC, com três tratamentos e seis
repetições. Os tratamentos foram a Flubendiamida, Pyraclostrobin + epoxi-
conazole e a mistura de Flubendiamida com Pyraclostrobin + epoxiconazole,
em todos os tratamentos foram utilizadas as doses comerciais recomendadas
para ambos. As parcelas experimentais constituı́ram de um pote plástico
transparente de 250 mL, contendo uma folha de soja, previamente tratada
com calda inseticida, fungicida ou mistura de inseticida mais fungicida, em
seguida foram colocadas dez lagartas de segundo ı́nstar de C. includens por
pote. Os potes foram mantidos sob condições controladas (26±2°C, umidade
relativa de 75±5% e fotofase de 12h). A mortalidade das larvas foi avaliada
48h após a montagem do experimento. Para análise dos dados foi usado
teste LSD a 5% de probabilidade. A mortalidade observada para Flubendi-
amida, Pyraclostrobin + epoxiconazole e Flubendiamida + Pyraclostrobin +
epoxiconazole foi de 100, 85 e 100%, respectivamente. Portanto, todos os
tratamentos causaram elevada mortalidade de C. includens, o uso associ-
ado de Flubendiamida com o fungicida Pyraclostrobin + epoxiconazole não
diminuiu a eficiência desse inseticida, além disso, o fungicida Pyraclostrobin
+ epoxiconazole causou alta mortalidade de C. includens.
Palavras-chave: lagarta falsa-medideira, inseticida, fungicida
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 72


1.41 Linha básica de suscetibilidade de Spodoptera frugiperda
à proteı́na Cry1F de Bacillus thuringiensis

Clebson S. Tavares (1); Oscar S. Amaya (1); Hugo M. Monteiro (1);


Afonso F. Canuto (1); Eliseu J. G. Pereira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: clebsonufv@yahoo.com.br
O milho geneticamente modificado que expressa a toxina Cry1F de Bacil-
lus thuringiensis (Bt) foi aprovado no ano 2009 para comercialização no Brasil,
visando um melhor controle da lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda,
considerada a sua principal praga chave. A evolução da resistência em pop-
ulações de pragas-alvo controladas pelas culturas Bt é uma grande ameaça
ao uso sustentável dessa tecnologia. O passo inicial no Programa de Manejo
da Resistência de Insetos (MRI) inclui o estabelecimento de uma linha base
de suscetibilidade das populações através da sua zona de influência. Nesse
sentido, objetivou-se nesse trabalho estabelecer a linha base de susceptibili-
dade à toxina Cry1F em populações de S. frugiperdade diferentes localidades
geográficas. Para tanto, foram coletados insetos em dois estados do Brasil,
Viçosa (MG) e Teresina (PI). Como população susceptı́vel foi utilizada uma
linhagem mantida sem exposição a inseticidas por mais de dez anos no
laboratório de Ecotoxicologia e Manejo de Insetos da Embrapa – Centro
Nacional de Pesquisa em Milho e Sorgo (CNPMS). As larvas foram expostas
a sete concentrações da toxina Cry1F purificada mais o controle (aplicação
unicamente do diluente) utilizando dieta artificial tratada superficialmente.
Cada concentração foi repetida duas vezes em duas datas diferentes. Sete
dias depois foram avaliadas a inibição do crescimento e a mortalidade. Os
resultados indicam que existe variação na CL50 das populações, sendo a
população de Viçosa duas e quatro vezes menos susceptı́vel que as populações
de Teresina e a linhagem susceptı́vel respectivamente. Na inibição de cresci-
mento foram observados padrões similares. As diferenças de suscetibilidade
observadas refletem a variação natural da suscetibilidade à toxina Cry1F,
que pode ter sido influenciada pela exposição prévia das populações ao milho
transgênico nessas localidades. Contudo, não foi observado alto nı́vel de
resistência à toxina Cry1F nas populações.
Palavras-chave: lagarta do cartucho, MRI, plantas transgênicas
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 73


1.42 Ganho de seleção na tolerância à toxina Cry1F de Bacil-
lus thuringiensis em uma linhagem da lagarta do car-
tucho

Hugo M. Monteiro (1); Clébson S. Tavares (1); Daniel M. C. Costa (1);


Afonso F. Canuto (1); Eliseu J. G. Pereira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
Email: hugomonteiro13@hotmail.com
A lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda é a principal praga do milho
no Brasil e uma das estratégias utilizadas para seu controle tem sido a adoção
de cultivares de milho transgênico que expressam toxinas da bactéria Bacillus
thuringiensis (Bt). O estudo da genética da resistência (herança, custo e
estimativas de frequência de alelos de resistência em populações de campo) é
importante para delinear estratégias de manejo para retardar a aparição da
resistência dos insetos. Para realização desses estudos, é necessário contar
com populações resistentes, as quais podem ser selecionadas em laboratório.
Nesse sentido, objetivou-se nesse trabalho obter uma linhagem resistente de
S. frugiperda à toxina Cry1F, a fim de fornecer populações que permitam o
estudo da resistência em laboratório e campo. A população de estudo foi
obtida de cruzamentos recı́procos com insetos coletados de Cascavel (Paraná),
Sorriso (Mato Grosso), Morrinhos (Goiás) e Brası́lia (Distrito Federal). O
experimento foi realizado no Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos
da Universidade Federal de Viçosa. O processo de seleção para resistência
foi realizado mediante exposição crônica de lagartas neonatas (<24h de
idade) a folhas de milho Bt do evento TC1507 (hı́brido 30F35H da Pioneer
Sementes, Brasil), que expressa à forma ativa da toxina Cry1F e o seu
isogênico não-Bt (P30F35) que foi utilizada como testemunha. As variáveis
avaliadas foram: mortalidade e biomassa aos três e sete dias, peso das pupas
e tempo de desenvolvimento de neonata até pupa. O estudo foi realizado
em condições controladas de laboratório. Após sete gerações de seleção, a
população selecionada teve suas médias de mortalidade e biomassa aos três e
sete dias, peso das pupas e tempo de desenvolvimento de neonata até pupa,
semelhante a insetos controle mantidos sem pressão de seleção, demonstrando
seu significativo nı́vel de resistência a Cry1F, o que demonstra o sucesso na
seleção.
Palavras-chave: milho transgênico, Spodoptera frugiperda, resistência
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 74


1.43 Seletividade do óleo essencial de Piper aduncum (Piper-
aceae) sobre parasitoides de ovos do percevejo marrom
da soja

Leonardo M. Turchen (1); Ludmila P. Piton (1); Vanessa Golin (2);


Mônica J. B. Pereira (1); Alessandra R. Butnariu (1)
(1) Departamento de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso,
Campus Universitário de Tangará da Serra; (2) Departamento de Zoologia,
Universidade Federal do Paraná
E-mail: leonardo1311@gmail.com
Esta pesquisa teve por objetivo avaliar a seletividade do óleo essencial
(OE) de Piper aduncum (Piperaceae) sobre os parasitoides de ovos Telenomus
podisi e Trissolcus urichi (Hymenoptera: Platygastridae), inimigos naturais
de Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae), principal praga da soja
no Brasil. Foram conduzidos dois bioensaios, (1) com T. podisi e (2) com
T. urichi, utilizando as concentrações 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0% do OE, e como
controles água e acetona. Para montagem dos bioensaios ovos de E. heroscom
até 24 horas de idade foram imersos durante 5 segundos nos tratamentos e
após ofertados à fêmeas dos parasitoides. Foram realizadas cinco repetições
com dez ovos cada, para todos os tratamentos. Avaliou-se o número de ovos
parasitados e a emergência dos parasitoides nos tratamentos. Os dados foram
submetidos à análise de variância de Kruskal-Wallis. Verificou-se que o óleo
de P. aduncum não interferiu no parasitismo (H=6,614; df=5 e p=0,2509)
e na emergência (H=8,8424; df=5 e p=0,1155) de T. urichi. O mesmo
foi observado para T. podisi em relação ao parasitismo (H=3,3041; df=5 e
p=0,6532), e emergência (H=8,2739; df=5 e p=0,1418). Estes resultados
indicam que o óleo essencial não foi deterrente à oviposição e não interferiu no
desenvolvimento dos parasitoides, em nenhuma das concentrações testadas,
portanto o óleo de P. aduncum pode ser considerado seletivo aos parasitoides
de ovos que atuam no controle natural do percevejo marrom da soja.
Palavras-chave: microhimenóptero, controle biológico, fitoinseticida
Apoio: UNEMAT, CNPq, FAPEMAT

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 75


1.44 Análise da espécie predominante de formiga cortadeira
em plantio de Pinus taeda no planalto sul catarinense

Rafaela A. Francisco (1); David A. Buratto (2); Emily F. Strujak (1);


Nilton J. Sousa (1); Mahayana Z. Ferronato (2)
(1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal do
Paraná; (2) Programa de Pós-Graduação em engenharia Florestal, Universi-
dade Federal do Paraná
E-mail: rafaap12@gmail.com
Entre as pragas florestais, destacam-se as formigas cortadeiras que causam
grandes prejuı́zos aos povoamentos de Pinus, especificamente sobre os povoa-
mentos desse gênero, pouco se conhece sobre a distribuição, e o comporta-
mento das espécies de formigas cortadeiras associadas a esta cultura. Em
consequência disso, as técnicas de controle realizados nesta região são basea-
dos em parâmetros adaptados de espécies de outras regiões do paı́s, fato que
muitas vezes leva a excessos nas doses de iscas e baixa eficiência no controle.
Assim, a identificação das espécies predominantes e densidade de formigueiros
é uma necessidade. Neste sentido, varias iniciativas estão sendo realizadas.
Entre estas as deste trabalho, que foi executado no Planalto Sul Catarinense,
na Fazenda Dois Irmãos, situada no municı́pio de São Cristóvão do Sul-SC.
Para tanto, foi realizado um censo em uma área de reforma de plantio de
Pinus taeda L., com área total de 25 ha e área efetiva para o trabalho de
15 ha. As avaliações foram realizadas durante o mês de março de 2011. A
área de estudo foi percorrida, seguindo as linhas de plantio do povoamento
anterior, onde foram contados e anotados todos os formigueiros visı́veis.
Foram encontrados 17 formigueiros na área de estudo, representando 1,13
formigueiros por hectare. De cada formigueiro localizado, foram coletados 10
indivı́duos que foram acondicionados em frascos contendo álcool 70%. Todo
material coletado foi montado e etiquetado. Após a montagem os exem-
plares foram enviados a USP/Pirassununga - SP, aos cuidados do Dr. Pedro
Pacheco dos Santos Lima, que procedeu a identificação do material. Durante
os levantamentos realizados foi encontrada apenas a espécie Acromyrmex
crassispinus (Forel, 1909), popularmente conhecida como Quenquém-de-cisco
e Quenquém. Esses resultados indicam que a identificação da espécie predom-
inante de formigas cortadeira serve de subsidio para se realizar o controle
formicida de modo mais eficaz.
Palavras-chave: quenquém, formigueiros, Pinus
Apoio: UFPR, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 76


1.45 Extrato aquoso de crambe no controle Frankliniella
schultzei

Wilker P. Lima (1); Wilson R. Valbon (1); Vando M. Rondelli (2); Hugo
J. G. dos Santos Junior (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agrono-
mia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco
Email: wilker-plima@hotmail.com
O tomateiro Lycopersicon esculentum, está sujeita a ocorrência de inúmeros
problemas fitossanitários que podem interferir e limitar a produção, destacando-
se os insetos-praga. Sendo o tripes, Frankliniella schultzei (Thysanoptera:
Thripidae), um importante vetor de viroses. Assim, pesquisas que visem alter-
nativas de controle são necessárias para implementar o manejo fitossanitário
de F. schultzei. Dessa forma, foi avaliado o efeito inseticida do extrato aquoso
de C. abyssinica sobre F. Schutzei, visando assim a sua adoção no manejo
fitossanitário de insetos-praga na tomaticultura. Para a elaboração do ex-
trato, as sementes foram esmagadas e adicionou água deionizada, em seguida
deixado em repouso por 4 (quatro) dias. O extrato aquoso foi preparado
na concentração de 20% (m/v), diluı́do em água deionizada para obter as
demais concentrações. Posteriormente, realizou-se a filtragem e diluição para
as respectivas concentrações analisadas. Na testemunha foi usada água deion-
izada. Ambos os lados das folhas cotiledonares de feijão de porco, Canavalia
ensiformis, contendo10 ninfas de segundo ı́nstar foram pulverizadas com
cada um dos tratamentos em placas de Petri (repetições) com o auxı́lio de
torre de Potter. As folhas pulverizadas foram trocadas no segundo dia da
avaliação. A avaliação foi feita até o quinto dia. Empregou-se o delineamento
experimental inteiramente casualizado. A mortalidade corrigida foi calculada
em relação à testemunha. Os dados foram submetidos à análise de variância
e as médias foram comparadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. O
extrato de C. abyssinica teve efeito inseticida em F. schutzei, apresentando
mortalidade corrigida de aproximadamente 50%.
Palavras-chave: MIP, extratos vegetais, inseto-vetor
Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 77


1.46 Patogenicidade de Bt em Oligonychus ilicis

Kharen P. de O. S. Salomão (1); José R. de Carvalho (1); Ramon S.


Minas (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito
Santo
E-mail: kharensalomao@yahoo.com.br
O ácaro vermelho do cafeeiro, Oligonychus ilicis (McGregor) (Acari:
Tetranychidae) vive na parte superior das folhas, se alimentando das folhas
do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. Assim, a folha
perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado, ocasionando a redução
na capacidade fotossintética da planta. A praga pode provocar a desfolha
do cafeeiro e o retardamento no desenvolvimento de plantas jovens, tendo
um grande poder de disseminação, necessitando de controle no inı́cio da
infestação. O controle quı́mico da praga pode ser feito com acaricidas, porém
seu uso indiscriminado acarreta problemas de contaminação do meio ambiente,
do homem e dos animais e o surgimento de populações resistentes. As
bactérias da famı́lia Bacillaceae, destacam-se dentro do grupo dos patógenos
apresentando vantagem por não apresentar toxidez às plantas e inocuidade
aos mamı́feros e vertebrados, sendo a espécie Bacillus thuringiensis Berliner
(Bt) a mais utilizada. Foram testados 5 isolados de Bt (BtS646, Bt941D,
Bt1012, Bt1077C e Bt810B) pertencentes ao banco de entomopatógenos do
NUDEMAFI. Foram feitas suspensões de B. thuringiensis, contendo 3 x 108
esporos viáveis/mL. Discos de folhas de Café Conilon de 4,5 cm de diâmetro
foram imersos durante 5 segundos nas suspensões e a testemunha foi imersa
em água destilada esterelizada. Após esta etapa foram transferidas 10 fêmeas
adultas de O. ilicis por disco. As avaliações foram feitas no terceiro e quinto
dia após a transferência das fêmeas. Os bioensaios foram conduzidos em
câmara climatizada a temperatura de 26 ± 1 ºC, 70 ± 10% UR e fotofase
de 12 h. Dentre os isolados testados o isolado BtS646 foi o que mais se
destacou apresentando mortalidade corrigida superior a 60%. Novos testes
com componentes adjuvantes podem ser realizados visando obter melhores
taxas de mortalidade.
Palavra-chave: Oligonychus ilicis, controle biológico, ácaro-vermelho
Apoio: NUDEMAFI, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 78


1.47 Desenvolvimento e sobrevivência do besouro Tribolium
castaneum em diferentes farinhas provenientes de se-
mente de trigo

Janaina Macedo (1); Arianne Fabres (1); Gustavo L. de Rezende (1);


Antônia E. A. Oliveira (1)
(1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos – LQFPP
- Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
E-mail: janaina.campos.silva@gmail.com
O Tribolium castaneum é um inseto que ataca produtos como farinhas,
grãos quebrados e outros. O controle deste inseto é realizado pela utilização
de inseticidas o que tem provocado o aparecimento de populações resistentes.
Desta forma, meios alternativos de controle são necessários para evitar danos
à saúde e ao meio ambiente. Uma linha de investigação que tem recebido
atenção nas últimas décadas é o estudo de sementes como fonte de compostos
quı́micos com potencial para o controle de insetos. Dentro deste contexto o
objetivo desse projeto é investigar o comportamento do besouro T. castaneum
em diferentes farinhas provenientes de semente de trigo, a fim de encontrar
alguma fonte de compostos tóxicos a esse inseto. Adultos de T. castaneum
foram utilizados para a obtenção de ovos. Os ovos foram colocados nas
diferentes farinhas na proporção de 1g para 10 ovos e mantidos em estufa a
30 °C e 70% de umidade. Foi utilizado como fonte alimentar para os besouros
do T. castaneum farinhas de trigo de diferentes marcas, chamadas de farinhas
1, 2, 3 e 4. As larvas foram fotografadas, contadas e medidas 11 e 17 dias após
a eclosão. As larvas foram medidas através do programa ImageJ. Através do
qual, observamos aumento no tamanho das larvas de 11 para 17 dias após a
eclosão, nas farinhas 1, 2, 3 e 4, nas respectivas percentagens, 47,4%, 39,3%,
44% e 36,7%. Os resultados obtidos também mostraram a sobrevivência larval
para as farinhas 1, 2, 3 e 4, de respectivamente, 84,5%, 74%, 50% e 62,5%.
Observamos também que a percentagem de pupas formadas em relação ao
número de ovos para as farinhas 1, 2, 3 e 4, foi de respectivamente, 63%,
60%, 54,5% e 6%. Esses resultados preliminares mostram que mesmo dentro
do grupo dos alimentos preferenciais desse inseto, que são as farinhas de
trigo, existe um padrão de desenvolvimento variável, indicando que diferenças
na composição alimentar interferem seriamente no desenvolvimento do T.
castaneum.
Palavras-chave: Tribolium castaneum, trigo, desenvolvimento larval
Apoio: CAPES, CNPq, FAPERJ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 79


1.48 Bioatividade de caldas alternativas sobre o pulgão-verde
Myzus persicae em brássicas

Rick M. da Silva (1); Shaiene C. Moreno (1); Alessandra de C. Silva (2);


Emerson J. M. Fonseca (1); Maria do C. de A. Fernandes (3)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro;
(2) Embrapa Agrobiologia; (3) Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado
do Rio de Janeiro
E-mail: rickmoraes8@gmail.com
A demanda por novos produtos para o manejo de pragas é crescente.
Os riscos ambientais do uso indiscriminado de pesticidas sintéticos para
controle de pragas agrı́colas são evidentes e vêm sendo amplamente discuti-
dos. Consequentemente, os pesticidas naturais são considerados alternativas
promissoras. Nos últimos anos, diversos produtos naturais, como caldas,
biofertilizantes e extratos botânicos têm sido indicados para o controle de
pragas sem terem sua atividade inseticida comprovada. Esse trabalho teve
como objetivo avaliar a atividade inseticida de caldas alternativas sobre o
pulgão-verde Myzus persicae em couve. Foram avaliados o biofertilizante
Agrobio e as caldas sulfocálcica e bordalesa produzidos pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro. Os bioensaios foram
realizados com ninfas de M. persicae obtidas em criações massais do Labo-
ratório do Núcleo de Agroecologia do IFRJ. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com cinco repetições. Os tratamentos consistiram
das diferentes caldas e da testemunha, onde se utilizou apenas água. Cada
unidade experimental foi constituı́da de uma folha de couve com quinze
insetos. Os tratamentos foram pulverizados na superfı́cie das folhas de couve
infestadas. Os insetos vivos e mortos foram contados 24, 48 e 72 horas após
aplicação dos tratamentos. Os dados experimentais foram submetidos à
análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott
a p < 0,05. As caldas sulfocálcica e bordalesa foram as mais eficazes no
controle do pulgão M. persicae, causando mortalidade superior a 90%. O
biofertilizante Agrobio não apresentou eficiência satisfatória, causando mor-
talidade inferior a 50%. Os resultados do presente trabalho evidenciam a ação
inseticida das caldas sulfocálcica e bordalesa contra M. persicae em condições
de laboratório, sugerindo seu potencial no controle deste inseto-praga em
condições de campo.
Palavras-chave: afı́deos, biofertilizantes, hortaliças
Apoio: CNPq, FAPERJ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 80


1.49 Avaliação da relação entre nı́veis de infestação por broca-
da-cana e injúria em plantas de dois genótipos de cana-
de-açúcar

Adriano C. Tomaz (1); Alan E. Coutinho (2); Hugo M. Monteiro (2);


Eliseu J. G. Pereira (2); Márcio H. P. Barbosa (1);
(1) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: alandc1@ymail.com
A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) é o principal inseto-praga da
cultura da cana-de-açúcar no Brasil. O estudo da relação entre densidade da
praga e nı́vel de injúria nas plantas pode auxiliar na determinação de nı́vel
de dano econômico. Assim, o objetivo deste trabalho foi definir a relação
entre nı́veis de infestação com lagartas e nı́veis de injúria nas plantas para
uma variedade susceptı́vel e uma variedade resistente. Para isso, avaliaram-
se as variedades SP803280 (resistente) e SP891115 (susceptı́vel). As duas
variedades foram infestadas com cinco densidades de lagartas em casa de
vegetação na Universidade Federal de Viçosa. Foi utilizado o delineamento
em blocos casualizados com três repetições. Os nı́veis do fator estudado foram:
0, 5, 10, 20 e 30 lagartas por planta, sendo a variável resposta o comprimento
total de galeria por colmo (cm). As unidades amostrais foram constituı́das
de um vaso contendo uma planta de cana-de-açúcar com sete meses de idade.
Cada planta foi infestada com lagartas de 15 dias de idade obtidas de criação
em dieta artificial. Quinze dias após a infestação, as plantas foram cortadas,
abertas longitudinalmente e foi medido o comprimento total de galerias por
colmo. Os dados observados em cada variedade foram submetidos à análise
de regressão linear sendo a variável independente (x) o nı́vel de infestação e
a variável resposta (y) o comprimento total de galerias por colmo (cm). Para
a variedade SP803280 obteve-se a equação de reta y=1,339*x +3,693 (r2 =
0,95) e para a variedade SP891115 obteve-se a equação y= 1,879*x+10,251
(r2 = 0,86). Para as duas variedades houve aumento linear no nı́vel de injúria
com o aumento no nı́vel de infestação no intervalo estudado. Sendo assim
podemos concluir que tanto para uma variedade susceptı́vel quanto para
uma resistente, o aumento no nı́vel de infestação por lagartas causa aumento
linear no nı́vel de injúria nas plantas no intervalo estudado.
Palavras-chave: Manejo Integrado de Pragas, nı́vel de dano econômico,
nı́veis de injúria em plantas de variedade susceptı́vel e resistente
Apoio: Capes, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 81


1.50 Uso de inseticidas botânicos no controle de Ascia monuste
orseis

Izailda B. Santos (1); Elba N. C. Pereira (2); Elson S. Alvarenga (2);


Suélen K. Sartori (2); Elenir P. Queiroz (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de Viçosa
Email: izailda santos@yahoo.com.br
Um dos entraves para aumento da produção das culturas é o ataque
de pragas. Para o controle destes insetos, os inseticidas sintéticos são
amplamente utilizados. Entretanto, o uso contı́nuo e errôneo de inseticidas
pode levar a seleção de populações de pragas resistentes, diminuindo a eficácia
de controle. Por isso, é evidente a necessidade de estudos de novas moléculas
inseticidas. Um modelo que pode ser usado para a sı́ntese de novas moléculas
são as amidas encontradas em plantas da famı́lia Piperaceae, sobretudo a
piperina, encontrada em maior concentração. Uma praga chave, de extrema
importância por causar grandes prejuı́zos na cultura da couve é Ascia monuste
orseis. Esta praga causa desfolha consumindo grande área foliar. Diante
disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade inseticida da piperina e
de seus análogos a A. monuste orseis. Os insetos foram obtidos de criação no
laboratório de Manejo integrado de pragas da UFV. Os análogos da Piperina
foram sintetizados no Departamento de Quı́mica-UFV e codificados com a
numeração 1, 2, 3, 5, 7, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 19, 20, 21 e 22. O bioensaio
foi realizado com aplicação tópica destes análogos em larvas do 2° ı́nstar,
utilizando 10 mg de composto por grama do inseto e controle com acetona.
Foram feitas 3 repetições de cada tratamento, contenho 10 lagartas em cada
repetição. As avaliações de mortalidade ocorreram 48 após a montagem. Os
dados foram submetidos à ANOVA e as médias agrupadas pelo teste Scott-
Knott à p<0,05. Observou-se que os análogos 5 e 12 causaram mortalidade
média de 81% e 84% respectivamente. O análogo 1 causou mortalidade de
63%, não diferindo da piperina, 64%, e o análogo 16 causou mortalidade
de 34%. Os demais análogos causaram baixa mortalidade, não diferindo do
controle. Visto que os análogos 5 e 12 causaram mortalidade acima de 80%,
mais estudos sobre as caracterı́sticas fı́sico-quı́micos e toxicológica destes
análogos são promissoras.
Palavras-chave: couve, amidas, curuquerê da couve
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 82


1.51 Redução da dose comercial carbaril sinergizado com
óleo pimenta-de-macaco para controle de Cerotoma tin-
gomarianus no feijoeiro

Luiara P. Gomes (1); Murilo Fazolin (1); Iriana M. da Silva (1); Joelma
L. V. Estrela (1); Maria S. de F. Silva (1)
(1) Lab. de Entomologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -
Acre
E-mail: luiara.gomes@hotmail.com
Na região amazônica, a espécie Cerotoma tingomarianus é considerada a
principal praga do feijoeiro, por provocar desfolhamento nas plantas e reduzir
sua capacidade fotossintética. Dos produtos quı́micos registrados para o
controle desses crisomelı́deos está o carbaril, que possui ação de contato e
ingestão. Porém a contı́nua utilização deste praguicida pode causar a perda
de eficácia do produto mediante a seleção de populações resistentes. A ação
de sinergistas como o óleo essencial de Piper aduncum (PA) pode minimizar
a quantidade do inseticida necessária para o controle da praga. O objetivo do
trabalho foi quantificar a redução da dose comercial do carbaril para o controle
de C. tingomarianus. Os ensaios foram conduzidos em ambiente telado,
utilizando gaiolas metálicas revestidas com tela de nylon que protegeram vasos
contendo uma planta de feijão. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado em quatro repetições de dez tratamentos: 1- Inseticida na dose
comercial (DC); 2- meia dose comercial do inseticida ( DC); 3- um quarto
da dose comercial do inseticida ( 14 DC); 4- DC + PA; 5- DC + 14 PA;
6- DC + BUT; 7- 14 DC + PA; 8- 14 DC + 14 PA; 9- 14 DC + BUT;
10- Testemunha. Infestou-se em cada repetição cinco insetos adultos. Foi
avaliado o consumo foliar e a mortalidade dos insetos durante cinco dias. Os
resultados foram submetidos à ANOVA e comparação por teste de médias
Scott e Knott. Não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto
ao consumo foliar que diferiram apenas da testemunha. Quanto à mortalidade,
a combinação de 14 da DL50 do óleo essencial com da dose comercial do
carbaril foi significativamente superior à respectiva dose sem o sinérgico
e comparável à dose comercial do inseticida aplicado isoladamente. Pelos
resultados apresentados, infere-se que o óleo de P. aduncum poderá ser uma
alternativa para a redução da dose comercial de carbaril para o controle de
C. tingomarianus.
Palavras-chave: pimenta-de macaco, Piper aduncum, carbamato
Apoio: Embrapa - Acre, Uninorte

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 83


1.52 Redução da dose de fosforados com Piper aduncum no
controle de Spodoptera frugiperda em plantas de milho

Iriana M. da Silva (1); Joelma L. V. Estrela (1); Luiara P. Gomes (1);


Maria S. de F. Silva (1); Murilo Fazolin (1)
(1) Lab. de Entomologia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -
Acre
E-mail: ana rbo@hotmail.com
Fosforados são comumente utilizados no controle de Spodoptera frugiperda,
eles atuam na inibição da acetilcolinesterase. Utilizar sinérgicos é uma forma
de minimizar a quantidade de inseticida quı́mico. A Piper aduncum possui
compostos que atuam nas funções do citocromo P-450 dos insetos, tendo a
possibilidade de atuar também em esterases. O objetivo do trabalho foi quan-
tificar a redução da dose comercial de fosforados, para o controle S. frugiperda,
quando combinados com P. aduncum. Os experimentos foram realizados em
ambiente telado, utilizando-se delineamento inteiramente casualizado com
dez repetições de oito tratamentos: 1- Inseticida na dose comercial (DC); 2-
Inseticida meia dose comercial (1/2 DC); 3- Inseticida um quarto da dose
comercial (1/4 DC); 4- Inseticida 1/2 DC + meia concentração letal de óleo de
P. aduncum (PA. CL50 ) ; 5- Inseticida 1/2 DC + um quarto da concentração
letal de óleo de P. aduncum (PA. 14 CL50 ); 6- Inseticida DC + PA. CL50 ;
7- Inseticida 14 DC + PA. 14 CL50 e 8- Testemunha: Pulverização com água.
Os inseticidas comerciais utilizados foram: profenofós, parathion metı́lico
e clorpirifós. As avaliações toxicológicas do óleo essencial de P. aduncum
foram realizadas em laboratório determinando-se a CL50 que definiu as doses
sinérgicas utilizadas nas combinações com os inseticidas como metade e a
quarta parte desta concentração letal. As avaliações foram realizadas 24,
72, 144 e 216 horas após a montagem do experimento, determinando-se o
número de lagartas mortas em cada tratamento e atribuindo notas de 0 a 5,
relativas aos danos causados às plantas de milho. Os inseticidas Parathion
Metı́lico e Clorpirifós tiveram as doses comerciais reduzidas em até 75%
quando combinados com o óleo de P. aduncum. Portanto, o óleo de P.
aduncumapresenta-se como uma opção à redução de doses comerciais dos
inseticidas Parathion Metı́lico e Clorpirifós.
Palavras-chave: pimenta-de-macaco, citocromo P-450, esterases
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 84


1.53 Manejo do pulgão da couve com óleo de pinhão manso
armazenado em vidro âmbar e embalagem polietileno

Johnatan J. P. Marchiori (1); Anderson M. Holtz (1); Jéssica M. C. Botti


(1); Luziani R. Bestete (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal – NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: johnatanmarchiori@gmail.com
Myzus persicae é considerada praga-chave da cultura da couve, causando
prejuı́zos devido à introdução de toxinas e transmissão de viroses. Dentre os
métodos utilizados para o seu controle, o quı́mico é o mais usual. Porém,
o uso intensivo destes produtos tem provocado problemas sócio-ambientais,
como a contaminação da água quando usado de forma incorreta. Sendo
assim, o referido trabalho visou estudar o potencial de uso do óleo de pinhão
manso, quanto ao tempo de armazenamento em vidro âmbar e embalagem
de polietileno (embalagem de iogurte) e sua atividade inseticida sobre M.
persicae. As concentrações do óleo utilizadas no experimento foram de 0,0;
0,5; 1,0; 2,0% (v/v). O tempo de armazenamento avaliado foi de 120 dias
após a sua extração. Discos de folhas de couve 4cm de diâmetro foram
imergidas por 5 segundos nas concentrações (previamente determinadas) do
óleo de pinhão manso proveniente dos dois tipos de embalagens. Estes discos
foram acondicionados em placa de petri (10,0 x 1,2 cm) e após 45 minutos
foram transferidos 10 pulgões para cada disco. Foram utilizadas 10 repetições
por tratamento, avaliando-se a mortalidade em função do tempo pós-imersão
(24, 48 e 72 horas). A mortalidade de M. persicae variou em função do tipo de
recipiente utilizado para armazenar o óleo de pinhão manso, e concentração
do mesmo, ocorrendo uma interação significativa entre esses fatores. Quando
o óleo foi armazenado em recipiente âmbar, maior mortalidade foi verificada
na concentração de 2% (95,3%). Nas concentrações inferiores, a mortalidade
não atingiu 72%. Já para o óleo de pinhão manso armazenado em recipiente
de iogurte, mesma mortalidade foi verificada nas concentrações de 0,5 e
1,0, com média de 32,2% dos pulgões mortos. A concentração de 2,0%
do recipiente de iogurte diferiu estatisticamente das demais, sendo a mais
eficiente, ocasionando 98,9% de mortalidade, demonstrando potencialidade
no controle de M. persicae.
Palavras-chave: Myzus persicae, embalagens, Jatropha curcas
Apoio: CNPq, IFES, UFES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 85


1.54 Análise da resistência em genótipos do amendoinzeiro
Arachis hypogaea rasteiro ao tripes do prateamento En-
neothrips flavens

Willian B. de Carvalho (1); Alexandre C. Perozini (1); Giliesio Ap.


Fontana (1); Renato Nery (1); Jeferson A. Damasceno (1);
(1) Departamento de Entomologia, Instituto Federal de Educação Ciência
e Tecnologia, Campus São Vicente – MT
E-mail: willian lrv@hotmail.com
Esta pesquisa foi conduzida na área experimental do curso de Agronomia
do IFMT, Campus São Vicente, e teve por objetivo analisar o comportamento
de genótipos (IAC-tupã; IAC-tatu-st; Tição; Tatui; e Oirã) de amendoinzeiro,
de hábitos de crescimento ereto ao tripes do prateamento Enneothrips flavens
Moulton e mecanismos de resistência. Foi utilizado o modelo estatı́stico
em blocos casualizados com 4 repetições. Cada parcela experimental foi
constituı́da de 4 linhas com 5m de comprimento. No desenvolvimento da
cultura, foram amostrados adultos e ninfas de E. flavens mediante coletas,
ao acaso, de folı́olos fechados ou semi-abertos com o total de 10 folı́olos na
área útil experimental e, posteriormente, realizadas as contagens dos insetos.
Avaliações de sintomas de danos causados pelo tripes do prateamento, em
nı́vel de campo, foram realizadas com base em escala de notas que variaram
de 1 a 9, como do limbo com sintoma de ataque. Foram avaliadas a área foliar,
altura das plantas e componentes de rendimento de produção. Os estudos do
tripes do prateamento E. flavens na cultura do amendoim foi desenvolvido
simultaneamente, em um único experimento instalado sob condições de
campo. A maior população de E. flavens ocorre dos 30 aos 72 dias após
a emergência das plantas. Os genótipos Tição, Tatuı́ e IAC-Tatu-ST são
menos infestados por E. flavens e Tatuı́ apresenta menor sintomas de danos
causados por esta praga. Os genótipos IAC -Tupã e Tatuı́ apresentam as
maiores produções e rendimentos mesmo com altas infestações de E. flavens.
Conclui-se que para essa região de São Vicente - MT as cultivares analisadas
apresentaram grandes quantidades de E. flavens e que mesmo assim obteve
alta produtividade de grãos, sendo assim a praga analisada não proporcionou
perdas significativas na produção.
Palavras-chave: genótipos, amendoinzeiro, tripes
Apoio: PROIC/ CNPQ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 86


1.55 Respostas locomotoras e toxicidade do inseticida imida-
clopride em Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomi-
dae)

Daniela de C. Guedes (1); Natalie N. S. Miranda (1); Filipe I. de Almeida


(1); Marcos V. Mendes (1); Eugenio E. Oliveira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
Contato: daniela.guedes@ufv.br
No Brasil, o percevejo-marrom da soja, Euschistus heros (F.), tem cau-
sado elevadas perdas de produção na cultura da soja. O controle dessa
praga é feito pela aplicação de inseticidas neonicotinóides (geralmente em
misturas). Entretanto, ainda são poucos os estudos que avaliaram os efeitos
toxicológicos e os distúrbios comportamentais causados por neonicotinóides
às fases imaturas destes insetos. Desta forma, este estudo foi realizado com
o objetivo de avaliar o comportamento de caminhamento de indivı́duos de 4°
instar de E. heros expostos á áreas tratadas com o inseticida neonicotinóide
imidaclopride, bem como os nı́veis de toxicidade de imidaclopride em ninfas
de 3° e 4° instar destes insetos. Nos estudos de comportamento locomotor,
ninfas de 4° instar foram expostas às áreas (papel de filtro) tratadas com
imidaclopride na concentração de 5,8 µg/cm2 (equivalente à dosagem re-
comendada para aplicação a campo). Bioensaios de concentração-resposta
foram realizados para ninfas de 3° e 4° instar. Nestes experimentos, grupos
de ninfas foram isolados e expostos à superfı́cie tratada com inseticida em di-
ferentes concentrações (0,58; 2,9; 5,8; 11,6; 17,4 e 58 µg/cm2 ). O tratamento
controle se constituı́a de papel filtro tratado apenas com água destilada.
Apesar de ninfas de 4° instar expostas a imidaclopride na dosagem de 5,8
µg/cm2 permanecerem paradas por um tempo significativamente superior
(P ¡ 0,05. t-test) aos de indivı́duos expostos a superfı́cies tratadas com água,
a maior taxa de mortalidade alcançada neste instar foi de 44% e somente
em uma concentração de 58 µg/cm2 - equivalente a 10 vezes à dosagem
recomendada para aplicação a campo. Ninfas de 3° instar mostraram-se
mais sensı́veis (CL50 de 39,7 µg/cm2 ) à ação de imidaclopride. Portanto,
a aplicação isolada de imidaclopride pode não propiciar nı́veis de controle
adequado, sendo mais recomendada a sua aplicação somente em misturas
com outros inseticidas.
Palavras-chave: neonicotinóides, locomoção, toxicologia de inseticidas
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, FUNARBE

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 87


1.56 Eficiência de combate de formigas cortadeiras em eu-
caliptais

Nathália L. Mendes (1); Iris C. Magistrali (1); Leopoldo B. Lemes (2)


(1) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; (2) Departamento de
Defesa Fitossanitária, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de
Santa Maria
E-mail: nathalia ufrrj@yahoo.com.br
No Brasil, existe uma extensa área cultivada com espécies do gênero
Eucalyptus. Entre os problemas silviculturais desses plantios se destacam as
formigas cortadeiras, principalmente dos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex
(quenquéns), que alcançaram o nı́vel de principal praga pela magnitude
dos prejuı́zos que causam aos plantios florestais. Na atualidade, existem
diferentes métodos de combate de formigas cortadeiras. Nesse sentido, o
objetivo desse trabalho foi avaliar a eficiência de uma isca formicida à
base de sulfluramida (0,3%) aplicada com auxı́lio de microporta-iscas e de
forma sistemática no combate de formigas cortadeiras. O experimento foi
conduzido no municı́pio de Palmas, Paraná em áreas pertencentes a uma
empresa reflorestadora. Foram selecionadas três áreas de implantação de
Eucalyptus saligna de 10 ha cada. Em cada área foram marcadas dez parcelas
de 300m2 (10x30m), que receberam os seguintes tratamentos: T1 = aplicação
sistemática a granel de isca à base de sulfluramida (0,3%) em microporta-
iscas (saquinhos de polietileno), na dosagem de 10g a cada 9m2 (3x3); T2=
aplicação sistemática a granel de isca à base de sulfluramida (0,3%) na
dosagem de 10g a cada 9m2 (3x3) e T3= testemunha (sem aplicação). A isca
a granel foi aplicada com dosador aplicador costal conforme a metodologia
de distribuição empregada pela empresa reflorestadora. Após 30 dias, os
ninhos de formigas do gênero Acromyrmex sp. foram escavados para avaliar
a mortalidade dos formigueiros. Os dados foram submetidos ao teste de
Scott Knott, a 1% de significância. Como resultados houve maior eficiência
na aplicação a granel de isca formicidas (58,6%) de controle nos ninhos em
comparação com a aplicação em microporta-iscas (39,2%) e a testemunha
(2,2%). Apesar da utilização do microporta-iscas ser comprovadamente
eficiente, principalmente em formigas do gênero Acromyrmex, os resultados
sugerem que a utilização de iscas a granel é mais eficiente na região de estudo.
Palavras-chave: isca, combate, entomologia florestal
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 88


1.57 Extrato aquoso de samambaia sobre Frankliniella schultzei

Hı́gor de S. Rodrigues (1); Wilson R. Valbon (1); Wilker P. Lima (1);


Vando M. Rondelli (2); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito
Santo; (2) Departamento de Agronomia/Entomologia, Universidade Federal
Rural de Pernambuco
E-mail: higorsr@live.com
O tripes Frankliniella schultzei (Trybom, 1920) (Thysanoptera: Thrip-
idae) é um importante causador de danos na agricultura, o qual vive em
colônias nas folhas causando estrias esbranquiçadas e transmitindo virose
em algumas culturas de grande importância econômica. O extrato aquoso
de samambaia, Pteridium aquilinum, apresenta atividade inseticida. Assim,
o objetivo foi avaliar o efeito inseticida do extrato aquoso de samambaia
sobre F. schultzei. Os insetos foram obtidos em plantios de feijão-de-porco,
Canavalia ensiformis, e mantidos em câmara climatizada a 25±1o C, umidade
relativa de 70±10% e fotofase de 12h, sobre folhas cotiledonares de feijão-de-
porco. Folhas de samambaia foram levadas à estufa de circulação de ar a
40o C por 72h, moı́das em moinho de facas e fervida em panela de alumı́nio
tampada, de acordo com o processo de infusão, na proporção de um grama de
planta seca em 10 mL de água destilada, onde permaneceram em repouso por
24h. Após esse perı́odo a mistura foi filtrada, obtendo-se o extrato aquoso da
planta. O extrato foi aplicado nas concentrações de 1,0; 2,5; 5,0; 7,5 e 10%.
Na testemunha foi utilizada água destilada. Cada tratamento foi composto
por cinco repetições, sendo que cada repetição continha dez ninfas de 24-48h
de idade. Os extratos foram pulverizados utilizando uma torre de Potter com
pressão de 15 lb/pol2 . A avaliação da mortalidade foi feita até o quinto dia
após o ensaio. O extrato aquoso de samambaia, nas concentrações avaliadas
não apresentou atividade inseticida ao tripes estudado. Sendo assim, o uso
desse extrato nas concentrações de 1,0 a 10% não pode ser implementado
em um programa de manejo de F. schultzei.
Palavras-chave: Pteridium aquilinum, controle alternativo, tripes
Apoio: CAPES, FAPES, CNPq, FINEP, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 89


1.58 Entomofauna associada à cultura do quiabeiro Abel-
moschus esculentus (L.)

Glaúcia B. Gonçalves (1); Adelson S. Lima (1); Gabriela S. Rolim (2);


Maria E. Correia-Oliveira (2); Genésio T. Ribeiro (2)
(1) Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de
Sergipe; (2) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de
Sergipe
E-mail: glauciabarretto@yahoo.com.br
Sergipe é o terceiro estado produtor de quiabo Abelmoschus esculentus
(L.) Moench do paı́s, tendo o municı́pio de Itabaiana uma destacada produção
da hortaliça. Entretanto, a expansão das áreas de cultivo ocorre junto com o
uso excessivo de agroquı́micos para combate aos insetos praga da cultura. O
conhecimento da entomofauna relacionada ao quiabo na região é fundamental
para a elaboração de estratégias adequadas de manejo de pragas. Com o
objetivo de realizar tal levantamento, este trabalho foi conduzido em duas
áreas produtoras do municı́pio Itabaiana, representativas das condições de
manejo local: área “1” – com uso de tratos culturais regulares e controle
quı́mico de pragas; área “2” – com uso apenas de capina no primeiro mês
de cultivo. Em cada área foram demarcados dois transectos de 25m2, nos
quais foram realizadas oito coletas ativas semanais de insetos. Os exemplares
foram transportados para o Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais da
Universidade Federal de Sergipe, onde foram identificados utilizando chaves
taxonômicas. Os dados foram analisados através dos ı́ndices faunı́sticos:
Frequência, Abundância, Constância e Dominância. Na área “1” foram
coletados um total de 321 insetos distribuı́dos em seis ordens, enquanto que na
área “2”, 2289 insetos de cinco ordens. Das doze espécies praga identificadas
as que apresentaram frequências expressivas foram: larva minadora Liriomyza
sp. (Diptera: Agromyzidae) (área “1”- 24,30% e área “2”- 32,29%), cigarrinha
verde Empoasca kraemeri (Hemiptera: Cicadelidae) (8,73% e 13,80%) e
pulgão Aphis gossypii Glover, 1877 (Hemiptera: Aphididae) (9,97% e 11,80%).
Entre as seis espécies de inimigos naturais identificadas, somente Psyllobora
confluens (Coleoptera: Coccinellidae) (9,66% e 22,15%) obteve frequência
expressiva. Observou-se que a abundância e a diversidade de insetos praga e
inimigos naturais estão relacionadas com o tipo de manejo empregado na
área.
Palavras-chave: levantamento de insetos, ı́ndices faunı́sticos, quiabo
Apoio: Instituto GBarbosa

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 90


1.59 Flutuação populacional da entomofauna associada à planta
invasora Pereskia aculeata

Michel D. Pereira (1); Sandra C. de Cristo (1, 2); Taise C. P. Arenhardt


(1); Patricia Prade (1, 2); Marcelo D. Vitorino (1, 2)
(1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blu-
menau; (2) Laboratório de Monitoramento de Proteção Florestal – LAMPF,
Departamento de Engenharia Florestal
Email: michel.darlan@hotmail.com
As plantas indesejáveis, como qualquer outra planta, são consumidas
por herbı́voros. Os insetos têm sido protagonistas de programas de con-
trole biológico clássico, tanto de plantas exóticas invasoras aquáticas como
terrestres. Pereskia aculeata (Cactaceae) foi introduzida na África do Sul
e é considerada causadora de danos ambientais no paı́s. Estudos sobre a
flutuação popupacional da entomofauna associada a esta planta estão sendo
realizados no litoral norte de Santa Catarina em 08 pontos de coletas. As
coletas para obtenção dos dados referentes a entomofauna e da flutuação
populacional de potenciais agentes de controle oriundos desta entomofauna
ocorrem mensalmente, sendo visitados todos os pontos de coletas. Ao todo
foram coletados 389 indivı́duos, pertencentes a cinco diferentes espécies
que nidificam em P. aculeata nos oito pontos de coletas. Um total de 130
indivı́duos pertencem à famı́lia Curculionidae, 68 são da espécie Adetus
analis(Cerambycidae), 166 pertencem à famı́lia Scolytidae, 11 são da espécie
Maracayia chlorisalis (Crambidae), 14 indivı́duos pertencentes ao gênero
Porphyrosela spp. (Gracillariidae). No total, as espécies da famı́lia Scolytidae
obtiveram a maior freqüência em todos os pontos de coleta, com 42,7%, a
famı́lia também obteve a maior constância com 63,9%. Em seguida temos a
famı́lia Curculionidae, com 33,4% de freqüência e 59% de constância. Para
todos os pontos de coleta as duas famı́lias foram as únicas que foram con-
stantes no levantamento. Já a espécieA. analis obteve 17,5% de freqüência
e 37,7% de constância, sendo considerada espécie acessória. A espécie M.
chlorisalis e o gênero Porphirosela spp., foram consideradas acidentais com
8,20% de constância.
Palavras-chave: controle biológico, parasitoides
Apoio: Universidade de Rhodes (África do Sul), FURB

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 91


1.60 Levantamento da entomofauna associada aos acessos de
Varronia curassivica

Vitor B. Pinto (1); Aretusa D. R. Mendes (1); Rizia R. Santos (1); Ernane
R. Martins (1); Germano L. D. Leite (1)
(1) Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Minas Gerais
E-mail: vitorbts@yahoo.com.br
A erva-baleeira Varronia curassavica é um subarbusto nativo na região
Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha e apresenta o α-humuleno
como princı́pio ativo de ação anti-inflamatória. O medicamento Acheflanr
foi o primeiro fitoterápico produzido no Brasil, tendo o óleo essencial da
espécie como ingrediente ativo. Este trabalho teve como objetivo realizar o
levantamento da entomofauna associada aos acessos de V. curassavica cole-
tados nos municı́pios de Grão Mogol/MG, Juramento/MG, Itacambira/MG,
Serro/MG, São Francisco/MG, Cristália/MG, Sete Lagoas/MG e Taquaraçu
de Minas/MG. As observações e coletas dos insetos foram realizadas com pe-
riodicidade quinzenal, nos perı́odos de 16 de março de 2012 a 14 de setembro
2012, no intervalo das 9h às 12h. Nas avaliações foram observados os insetos
pousados e, ou, se alimentando dos troncos, ramos, folhas e inflorescência
dos indivı́duos, sendo que os insetos adultos foram coletados. O processo de
identificação seguiu os critérios taxonômicos e por comparação com coleções
entomológicas do Insetário George Washington Gomes de Moraes do Instituto
de Ciências Agrárias/UFMG. Os insetos coletados foram identificados em
nı́vel de ordem, famı́lia e espécie, essa última identificação foi feita quando
possı́vel. As espécies da ordem Coleoptera encontradas foram Cycloneda san-
guinea, Diabrotica speciosa, Cerotoma sp., Chalcolepidius sp., Lagria villosa,
Euphorbia sp., Systena sp., da ordem Diptera membros da famı́lia Syrphidae,
ordem Hemiptera indivı́duos da famı́lia Lygaeidae, além das espécies Dictyla
monotropidia e Poekilloptera sp., ordem Hymenoptera membros da famı́lia
Vespidae e as espécies Atta sp., Crematogaster sp. e Trigona sp., na ordem
Mantodea foi encontrada a espécie Stagmatoptera sp., ordem Neuroptera,
Chrysoperla sp. e na ordem Thysanoptera, Frankliniella spp.
Palavras-chave: plantas medicinais, erva-baleeira, fitoterápico
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 92


1.61 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de
citronela em Sitophilus zeamais

Wilson R. Valbon (1); Priscila Stinguel (1); Tamara V. D. Almeida (1);


Hugo B. Zago (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: wilsonvalbon@hotmail.com
O caruncho-do-milho, Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae), é
uma das principais pragas do milho no armazenamento, causando principal-
mente redução do peso e diminuição da qualidade nutricional do grão. O
controle torna-se um problema, pois o uso de inseticida pode inviabilizar o
consumo do grão devido sua toxicidade. Assim, o objetivo deste trabalho foi
avaliar a atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela,
Cymbopogon winterianus em S. zeamais. A extração do óleo essencial de
C. winterianus foi realizada por vapor com Clevenger. Os ensaios foram
realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC, umidade relativa
de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24 horas) de S.
zeamais foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de vidro (1,4 L),
fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior uma fita de
papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial supracitado,
situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó (40 mesh)
evitando o contato direto com os insetos. O óleo foi aplicado com auxı́lio de
pipeta automática, correspondendo às concentrações 10; 20; 30; 40; 50; 70;
140 µL L-1 de ar, mais controle (0 µL L-1 de ar) . Para cada dose do óleo e
testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após 72
horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos.
Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo causado pelo
toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0%
de mortalidade. O óleo essencial de C. winterianus não apresenta atividade
inseticida por fumigação em S. zeamais.
Palavras-chave: Curculionidae, óleo essencial, fumigação
Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 93


1.62 Avaliação da atividade inseticida de óleo essencial de
citronela em Zabrotes subfasciatus

Wilson R. Valbon (1); Priscila Stinguel (1); Vitor Zuim (2); Hugo B.
Zago (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agrono-
mia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco
E-mail: wilsonvalbon@hotmail.com
O uso de inseticidas sintéticos no controle de pragas de grãos-armazenados
e a busca por alimentos de qualidade é uma preocupação atual. Estudos
relacionados a novas técnicas de controle de pragas têm sido desenvolvidos,
como o uso de extratos de plantas têm demonstrado resultados promissores
no manejo integrado de pragas. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a
atividade inseticida por fumigação do óleo essencial de citronela, Cymbopogon
winterianus em Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Bruchidae). A extração
do óleo essencial de C. winterianus foi realizada por vapor com Clevenger.
Os ensaios foram realizados em sala climatizada a temperatura de 25 ± 1 ºC,
umidade relativa de 70 ± 10% e fase de luz de 12 h. Dez adultos (idade 0-24
horas) de Z. subfasciatus foram acondicionados em recipientes cilı́ndrico de
vidro (1,4 L), fechados com 4 camadas de filme PVC, contendo no interior
uma fita de papel filtro (2x5 cm) embebido com a dose do óleo essencial
supracitado, situada na região superior do recipiente e envolto por tecido filó
(40 mesh) evitando o contato direto com os insetos. A quantidade de óleo
utilizada foi aplicada com pipeta automática correspondendo às concentrações
10; 20; 30; 40; 50; 70; 140 µL L-1 de ar, mais testemunha. Para cada dose do
óleo e testemunha foram realizadas quatro repetições ao logo do tempo. Após
72 horas de exposição aos óleos foi contabilizado o número de insetos mortos.
Para confirmar a mortalidade foi avaliado o tigmotropismo causado pelo
toque de um pincel fino. Todas as concentrações avaliadas apresentaram 0%
de mortalidade. O óleo essencial de C. winterianus não apresenta atividade
inseticida por fumigação em Z. subfasciatus.
Palavras-chave: Bruchidae, óleo essencial, fumigação
Apoio: FAPES, CNPq, CAPES, FINEP, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 94


1.63 Potencial de Beauveria bassiana para o controle de lar-
vas de Leucothyreus femoratus (Coleoptera: Scarabaei-
dae)

Francisco A. R. Dimaté (1); Adriana C. Barbosa (2); Júlio C. M. Poderoso


(1); Rafael C. Ribeiro (2); Jose C. Zanuncio (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
Email: ingpachogro@hotmail.com
Leucothyreus femoratus é um besouro desfolhador do dendezeiro, en-
contrado principalmente atacando culturas jovens (0 e 6 anos de idade)
causando desfolhação no dendezeiro. Para o experimento foram utilizados
quatro isolados de Beauveria bassiana B002, B017, B025, B032 provenientes
do Banco de Fungos entomopatogênicos de Cenipalma (BEC) Barrancaber-
meja, Colômbia. Larvas de 2° instar de L. femoratus foram coletadas no
campo e deixadas em potes plásticos com solo estéril com plântulas de milho
para se alimentar, a humidade do solo foi mantida pela aplicação direta de
água. Para o processo de inoculação, as larvas foram desinfestadas com
hipoclorito de sódio a 0,5% durante 3 segundos, lavadas com água destilada,
posteriormente foram preparadas a diluição de 108 conı́dios mL-1. As larvas
foram mergulhadas na solução durante 4 segundos, a testemunha foi tratada
com água destilada esterilizada contendo espalhante adesivo Tween 80r
a 0,1%. A cada 4 dias até 24 dias foram feitas avalições, registrando a
sintomatologia e o porcentagem de mortalidade. Os resultados demonstram
que os isolados B017, B025 foram mais patogênicos para as lagartas de L.
femoratus ocasionando mortalidades de 76,3 e 72,5% das larvas. Pode se
concluir que os isolados de Beauveria bassiana B017, B025 selecionados para
o bioensaio mostram perspectivas promissoras para pesquisas em campo.
Palavras-chave: Entomopatogênicos, controle biológico, Elaeis guineensis
Apoio: FEDEPALMA, CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 95


1.64 Controle de Acromyrmex spp. em povoamentos de Pi-
nus taeda, com o inseticida sistêmico imidacloprid

Taise C. P. Arenhardt (1); Liliam C. Beal (1); Adam H. M. Gonçalves


(1); Paula A. da Costa (1); Marcelo D. Vitorino (1; 2)
(1) Laboratório de Monitoramento e Proteção Florestal – LaMPF, Depar-
tamento de Engenharia Florestal; (2) Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Regional de Blumenau
E-mail: taise.arenhardt@hotmail.com
As formigas cortadeiras destacam-se como as principais pragas nas
plantações de Pinus spp., tornando o seu controle fundamental em reflo-
restamentos, uma vez que constituem fator limitante ao seu desenvolvimento,
causando perdas como a morte das mudas e a redução do crescimento das
árvores. Inseticidas comerciais são os mais utilizados e os mais eficientes
para o controle desta praga. A redução do impacto ambiental e questões
econômicas têm levado empresas do setor florestal a buscarem alternativas
para melhorar as técnicas de controle quı́mico e reduzir os efeitos dos inseti-
cidas no ambiente. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a utilização do
ingrediente ativo (i.a.) imidacloprid, aplicado em diferentes dosagens, por
meio de gel condicionador de solo, em mudas de Pinus taeda recém-plantadas.
O experimento foi instalado em uma das áreas da Empresa Celulose Irani S.
A. no municı́pio de Vargem Bonita/SC, com delineamento experimental em
blocos ao acaso com 5 tratamentos e 8 repetições. Os tratamentos foram: I –
50mL de gel na concentração 0,2g de i.a.; II – 100mL de gel na concentração
0,2g de i.a.; III – 50mL de gel na concentração 0,4g de i.a.; IV – 100mL
de gel na concentração 0,4g de i.a. e V – testemunha (sem aplicação do
gel). As avaliações foram realizadas aos 25, 56 e 81 dias após a instalação do
experimento. A análise estatı́stica mostrou não haver diferença significativa
entre os tratamentos. A intensidade de dano ao final das avaliações resul-
tou em 4,06%, valor promissor para o controle de quenquém (Acromyrmex
spp.) com a metodologia proposta. A presença da APP próximo à área do
experimento influenciou no ataque de formigas nas margens do experimento.
Recomenda-se a utilização da maior quantidade de solução (100mL) com a
menor concentração de i.a. (0,2g), uma vez que a menor quantidade de gel
(50mL) não foi suficiente para a proteção das mudas.
Palavras-chave: formiga cortadeira, neonicotinoide
Apoio: Celulose Irani S.A., FAPESC

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 96


1.65 Diversidade hospedeira e proteção contra atividade in-
seticida de óleo essencial de cravo em Acanthoscelides
obtectus

Luı́s V. Jumbo (1); Eugenio E. Oliveira (1); Lêda Rita D’Antonino Faroni
(2); Marco Aurélio G. Pimentel (3), Gutierrez N. Silva (2)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Engenharia Agrı́cola, UFV; (3) Centro Nacional de Pesquisa
de Milho e Sorgo (EMBRAPA/CNPMS), Sete Lagoas-MG
E-mail: luis.jumbo@ufv.br
O uso indiscriminado de inseticidas sintéticos tem favorecido a seleção de
bruquı́neos Acanthoscelides obtectus (Say) tolerantes a ação destes compostos,
aumentando a necessidade de desenvolvimento de métodos alternativos para
o controle destas pragas. Além disto, como A. obtectus coloniza diferentes
variedades de feijão, é possı́vel que indivı́duos que se desenvolveram em
diferentes hospedeiros apresentem respostas reprodutivo-fisiológicas diferen-
ciadas, tornando a adoção de medidas de controle uma tarefa ainda mais
complexa. Portanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de averiguar
a capacidade de proteção contra a ação inseticida do óleo essencial de cravo
bem como o sucesso reprodutivo de A. obtectus em massas de grãos de
diferentes variedades de feijão (“vermelho” ou “rainha”). A toxicidade do
óleo de cravo foi avaliada através de estimativas das concentrações letais para
bruquı́neos adultos e provenientes de grãos da variedade “rainha”. Grupos
de 25 insetos foram expostos por 24h à superfı́cie tratada com diferentes
dosagens do óleo essencial de cravo. O óleo essencial de cravo mostrou-se
tóxico a A. obtectus, apresentando DL50 de 0,51 µL/cm2. Insetos que se
desenvolveram na variedade “vermelho” foram três vezes mais tolerantes
(P<0,05; t-test) a DL50 do óleo de cravo do que insetos que se desenvolveram
no feijão “rainha”. Isto demonstra que o hospedeiro influencia na proteção
contra a ação de xenobióticos em A. obtectus. Em contrapartida, 50 casais
de A. obtectus foram colocados para colonizar massas de grãos de ambas as
variedades de feijão e o número total de indivı́duos gerados (após 42 dias)
foi significantemente menor (P<0.05, t-test) na massa de grãos da variedade
“vermelho” (valores de ri – “vermelho” = 0,054 ± 0,002; “rainha” = 0,063 ±
0,002) indicando que possı́veis investimentos em proteção contra xenobióticos
pode influenciar no sucesso reprodutivo destes organismos.
Palavras-chave: bruquı́neos, óleos essenciais, desempenho reprodutivo
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, SENESCYT (Equatorian Governe-
ment)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 97


1.66 Ricinoleato de sódio no controle de Frankliniella schultzei

Lorena C. Machado (1); Vando M. Rondelli (2); Wilker P. Lima (1);


Vagner T. de Queiroz (3); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agrono-
mia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco; (3) Depar-
tamento de Quı́mica e Fı́sica, Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Espı́rito Santo
E-mail: lorenarini@hotmail.com
O tripes, Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae), ataca uma
ampla variedade de plantas cultivadas, como tomate, algodão, soja, pepino,
além de frutı́feras e plantas daninhas. Dentre as formas de controle propostas
pelo MIP destacam-se as plantas com propriedades inseticidas. Assim, o
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito inseticida do ricinoleato de sódio
sobre F. schultzei. O ricinoleato de sódio foi obtido em uma loja de produtos
quı́micos. Foi preparado na concentração de 5% (m/v), diluı́do em água
destilada. Na testemunha foi usada água destilada. Ambos os lados de folhas
cotiledonares de feijão-de-porco, Canavalia ensiformis, contendo 10 ninfas de
segundo ı́nstar foram pulverizadas com cada um dos tratamentos em placas
de Petri (repetições) com o auxı́lio de uma torre de Potter com pressão
de 15 lbf/pol2 . As folhas pulverizadas foram trocadas no segundo dia da
avaliação e novamente quando necessário. A avaliação foi feita até o quinto
dia. Empregou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado
com 10 repetições contendo 10 ninfas em cada repetição. Os dados foram
submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste
F, a 5% de probabilidade. No tratamento com ricinoleato de sódio foi
observada mortalidade de F. schultzei em 28%. A mortalidade observada na
testemunha foi de 8%. Foi verificada diferença estatı́stica entre estes valores
de mortalidade. Desta forma, o ricinoleato de sódio na concentração de 5%
tem efeito inseticida sobre ninfas de F. schultzei.
Palavras-chave: tripes, Ricinus communis, atividade inseticida
Apoio: CNPq, CAPES, FINEP, FAPES, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 98


1.67 Susceptibilidade de clones de cana-de-açúcar sob dife-
rentes nı́veis de infestação artificial pela broca-da-cana

Adriano C. Tomaz (1); Alan E. Coutinho (2); André F. Teixeira (2);


Márcio H. P. Barbosa (1); Eliseu J. G. Pereira (2)
(1) Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: adrianotomaz86@gmail.com
A broca-da-cana Diatraea saccharalis é o principal inseto-praga da cul-
tura da cana-de-açúcar no Brasil. O uso de variedades com maior nı́vel
de resistência a esta praga pode ser uma alternativa no manejo integrado
da broca na cultura. Sendo assim, o objetivo neste trabalho foi estudar a
diferença genotı́pica entre clones de cana-de-açúcar em relação à susceptibili-
dade ao ataque da broca-da-cana sob diferentes nı́veis de infestação. Para isso,
avaliaram-se seis variedades submetidas a infestações com quatro densidades
de lagartas em casa de vegetação na Universidade Federal de Viçosa. Foi
utilizado o esquema fatorial 4 x 6, no delineamento em blocos casualizados
com três repetições. Os fatores estudados foram os nı́veis de infestação:
5, 10, 20 e 30 lagartas por planta e os genótipos: SP803280, SP813250,
RB928064, RB835486, RB867515 e SP891115. As unidades amostrais foram
constituı́das de um vaso contendo uma planta de cana-de-açúcar com sete
meses de idade. Para infestação, foram utilizadas lagartas de 15 dias de
idade obtidas de criação em dieta artificial. Quinze dias após a infestação,
as plantas foram cortadas, abertas longitudinalmente e foi medido o com-
primento total de galerias por colmo. Os dados foram submetidos à análise
de variância, sendo utilizado o teste Fisher (p < 0,05) para comparação
de médias. Não houve interação entre os fatores densidade de lagartas e
variedades, sendo assim o número de lagartas usado entre os nı́veis estudados
não interfere na diferenciação dos genótipos. Quanto ao comprimento de
galeria da broca, encontramos diferenças significativas entre as variedades.
As variedades RB867515 e SP891115 apresentaram maiores comprimentos,
e SP803280 apresentou o menor comprimento de galerias, enquanto as out-
ras variedades ficaram em nı́veis intermediários. Podemos concluir que as
variedades RB867515 e SP891115 são as mais susceptı́veis e a variedade
SP803280 a mais resistente em relação ao ataque da broca-da-cana.
Palavras-chaves: Diatraea saccharalis, variedades resistentes, melhora-
mento genético
Apoio: CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 99


1.68 Mudanças morfológicas no intestino médio de Anticar-
sia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) após a ex-
posição de produtos comerciais

Ana Flávia F. Gomes (1); Rafael C. Ribeiro (2); Germano L. Vinha (3);
José E. Serrão (1); José C. Zanuncio (3)
(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departa-
mento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: anaffgomes@yahoo.com.br
O uso de produtos quı́micos sintéticos para o controle de insetos-praga
levanta várias preocupações relacionadas ao meio ambiente e à saúde hu-
mana. Uma alternativa é a utilização de produtos naturais de boa eficácia,
sem efeitos negativos sobre agentes de controle biológico. Com a presente
pesquisa objetivamos analisar o efeito de produtos comerciais de forma direta
sobre a histologia do intestino médio de imaturos de Anticarsia gemmatalis
Hueber (Lepidoptera: Noctuidae). A pesquisa foi realizada no Laboratório
de Ultra-Estrutura Celular do Departamento de Biologia Animal e no Labo-
ratório de Controle Biológico de Insetos (LCBI) do Instituto de Biotecnologia
Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO). Cem lagartas de terceiro estadio
de A. gemmatalis foram alimentados com discos foliares de soja Glycine
max contaminados com as concentrações letais (CL90) (obtido em ensaios
preliminares) do produto comercial natural base de nim (Azamaxr) e do
sintético de deltametrina (Keshet 25 EC circledR) e etanol ( controle). Após
48 horas de alimentação os sobreviventes foram crio-anestesiados, dissecados
e o intestino médio desses foi analisado e fotografado. Lagartas tratadas com
o produto quı́mico sintético de deltametrina não apresentaram modificações
no mesêntero, semelhantes as observadas no controle. Porém, aqueles in-
divı́duos tratados com o óleo emulsionável de nim apresentaram modificações
deletérias nas bordas estriadas, alongamento de células colunares e calici-
formes, vacuolização do citoplasma e projeções epiteliais e celulares no lúmen.
Esses resultados demonstram que o produto comercial de nim (Azamaxr),
pode ser efetivo para o controle de A. gemmatalis por promover alterações
morfológicas no mesêntero.
Palavras-chave: lagarta-da-soja, predador, intestino médio
Apoio: Fapemig, CNPq, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 100


1.69 Presença de Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera:
Thaumastocoridae) em plantações de eucaliptos no Es-
tado de Sergipe

Jessica dos S. Sá (1); Genésio T. Ribeiro (1); Maria E. Correia-Oliveira


(1); Marcelo da C. Mendonça (2); Gabriela da S. Rolim (1)
(1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe;
(2) ITP – Instituto de Tecnologia e Pesquisa – UNIT
E-mail: joinha jessica@hotmail.com
A ordem Hemiptera é bastante diversificada, apresentando diferenças
consideráveis na forma do corpo, asas, antenas, ciclo de vida e hábitos
alimentares. Este trabalho objetivou relatar o registro de pragas recentes em
plantações de eucalipto em Sergipe, sendo realizadas vistorias em plantios
de Eucalyptus sp. no Campus Rural e Campus da Universidade Federal
de Sergipe, no munı́cipio de São Cristóvão, no perı́odo de janeiro a maio
de 2013. As inspeções nas plantas foram realizadas semanalmente, quando
eram encontrados insetos, independente do estágio de desenvolvimento, estes
eram coletados e levados para o Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais
da UFS, para triagem e identificação por meio de chave taxonômica. Um
dos insetos pragas encontrados foi o Thaumastocoris peregrinus, conhecido
vulgarmente por percevejo bronzeado. Este inseto é de origem australiana,
tendo sido relatada sua primeira ocorrência no Brasil em 2008, no municı́pio
de São Francisco de Assis, interior do estado do Rio Grande do Sul. Os
percevejos coletados exibiam corpo achatado de coloração marrom clara na
fase adulta, as ninfas possuı́am coloração castanho-clara, com a presença de
mancha escura na região dorsal do abdome, e os ovos encontrados possuı́am
coloração preta e estavam depositados agrupados na folha. Os eucaliptos
onde foram encontrados os T. peregrinus apresentavam sintomas da ação
causada pela presença do mesmo, como o aspecto de bronzeamento nas
copas das árvores e desfolha. Esse é o primeiro registro de T. peregrinus
atacando eucalipto em Sergipe. A importância do registro desse inseto em
demais estados brasileiros, mostra a dispersão dessa praga, que está ocorrendo
juntamente com o aumento das plantações de eucalipto e aparentemente está
se adaptando bem as diversidades climáticas do paı́s.
Palavras-chave: percevejo-bronzeado, Eucalyptus sp, praga florestal

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 101


1.70 Toxicidade de inseticidas biorracionais a inimigos natu-
rais da traça do tomateiro

Guilherme Braoios (1); Daiane Celestino (1); Lessando Gontijo (1); Raul
Guedes (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: guilherme.braoios@ufv.br
A traça do tomateiro Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae) é consid-
erada uma praga chave nessa cultura. A dependência do controle quı́mico
como forma única de combate a essa praga é econômicamente inviável e eco-
logicamente incorreta. Sendo assim, a procura por inseticidas biorracionais
tem sido o alvo de recentes pesquisas. Inseticidas bioracionais apresentam
maior especificidade à praga, mas são relativamente inócuos aos organismos
não alvos, sendo dessa forma, mais compatı́veis com programas de controle
biológico. Porém, a maioria dos trabalhos até o momento tem investigado
com maior frequência o efeito letal em espécies pragas, enquanto os efeitos
letais desses inseticidas sobre inimigos naturais têm sido negligenciados. Além
disso, muitos desses trabalhos têm focado somente sobre o estádio adulto
de inimigos naturais. Alguns dos inimigos naturais mais comuns da traça
do tomateiro são os percevejos predadores Amphiareus constrictus e Blap-
tostethus pallescens (Heteroptera: Anthocoridae). Estes inimigos naturais
predam principalmente ovos e larvas jovens de T. absoluta, e sua preservação
pode contribuir para o controle desta praga de forma mais sustentável.
Neste trabalho nós investigamos o efeito subletal de dois inseticidas biora-
cionais, azadiractina e clorantraniliprole, sobre o estádio ninfal dos percevejos
predadores. Os resultados mostram que o inseticida azadiractina aumenta
significativamente a mortalidade das ninfas tanto para A. constrictus como
para B. pallescens, enquanto que clorantraniliprole não apresenta tal efeito.
Mortalidade causada por azadiractina sobre ambas espécies ocorreu entre
um e dez dias após o tratamento. Em resumo, o trabalho mostra que doses
subletais do inseticida azadiractina podem causar a mortalidade de ninfas de
percevejos predadores e que testes de efeito não alvo deveriam compreender
perı́odos superiores a 24-48h horas (mais comum).
Palavras-chave: Inseticidas biorracionais, Amphiareus constrictus, Blap-
tostethus pallescens
Apoio: CAPES (Programa Ciência sem Fronteiras)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 102


1.71 Primeiro registro de danos causados por mirı́deos (Het-
eroptera: Miridae) em pastagens do Espı́rito Santo

Lı́via A. Coelho (1); Maurı́cio J. Fornazier (2); David dos S. Martins (3);
José S. Zanuncio Júnior (2); Paulo S. F. Ferreira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Centro Regional de Desenvolvimento Rural Centro Serrano, Instituto Capix-
aba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural; (3) Departamento
de Operações Técnicas, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica
e Extensão Rural
E-mail: liviaguiar04@gmail.com
O estado do Espı́rito Santo possui uma grande variedade de habitats,
propiciando recursos para várias atividades produtivas, tanto ligadas a terra
quanto ao mar. O agronegócio revela-se o segmento mais importante para a
maioria dos municı́pios capixabas e a pecuária bovina é a segunda atividade
agrı́cola, estando distribuı́da por todo o estado, com rebanhos para produção
de leite e carne. Dentre os principais fatores que afetam a produtividade
das pastagens no estado, estão os percevejos fitófagos. Este trabalho tem
o objetivo de registrar a primeira ocorrência do percevejo Collaria oleosa
(Distant, 1883) (Heteroptera: Miridae) em pastagens no estado do Espı́rito
Santo. O dano tı́pico causado por esta espécie consiste na formação de estrias
brancas na folha, devido à perda de pigmentação; isto porque o inseto insere
o estilete na epiderme, através dos estômatos, para sugar o conteúdo celular.
Desta forma a fotossı́ntese é comprometida e há redução de biomassa. Foram
registrados focos de aumento populacional e sinais evidentes de danos em
pastagens de três municı́pios capixabas. O primeiro registro ocorreu em
Afonso Cláudio (Córrego da Floresta, dezembro de 2011) em capim mombaça
(Panicum maximum). No ano seguinte os focos ocorreram em Afonso Cláudio
(Rio do Peixe) em capim pernambuco (Paspalum mandiocanum) e Brachiaria
ruziziensis; Barra de São Francisco (capim mombaça); Pinheiros (capim
mulato: hı́brido de Brachiaria ruziziensis x Brachiaria brizantha) e Afonso
Cláudio em capim mombaça. Devido ao aparente avanço dos focos de
aumento populacional deste inseto em pastagens no estado, e à importância
que a pecuária possui para o agronegócio capixaba é necessária a tomada de
medidas de monitoramento e investigação de métodos de controle para que,
se necessário, práticas corretas de manejo sejam empregadas, proporcionando
um seguro sistema de produção de alimentos.
Palavras-chave: pastagens, Collaria oleosa, percevejos fitófagos
Apoio: CNPq, FAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 103


1.72 Controle populacional de Hypothenemus hampei por
fungos entomopatogênicos

Joel M. de Oliveira (1); Matheus Chediak (1); Tarcisio V. Galdino (1);


Marcelo C. Picanço (1); Thiago L. Costa (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: joel.marques23@gmail.com
A broca do café, Hypothenemus hampei (Coleoptera: Curculionidae:
Scolytinae) é uma praga do cafeeiro de grande importância econômica. Entre
os fatores de mortalidade das pragas estão os fungos entomopatogênicos. O
objetivo deste trabalho foi determinar a mortalidade de H. hampei causada
por fungos. Os dados foram coletados em seis lavouras de Coffea arabica
das variedades Catuaı́ amarelo e Catuaı́ vermelho, nas cidades de Viçosa e
Paula Candido, MG durante dois anos. Coletaram-se quinzenalmente em
cada lavoura 100 frutos de café broqueados distribuı́dos entre vinte plantas.
Os frutos foram levados ao Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da
Universidade Federal de Viçosa. Cinquenta frutos foram acondicionados em
potes de acrı́lico de 10 mL onde foram avaliados semanalmente. O restante
dos frutos foi avaliado no mesmo dia da coleta. Estes frutos foram cortados
em frações finas sob microscópio estereoscópico. Durante a abertura dos
frutos contou-se o número de ovos, larvas, pupas e adultos da broca do
café vivos e mortos. Para a avaliação da mortalidade ocorrida por fungos
entomopatogênicos verificou-se o crescimento micelial sobre e dentro do corpo
dos insetos. Indivı́duos encontrados mortos com crescimento micelial branco
foram considerados mortos por Beauveria bassiana. Indivı́duos encontra-
dos mortos com crescimento micelial verde acinzentado foram considerados
mortos por Metarhizium anisopliae. Fungos entomopatogênicos causaram
mortalidade em pupas e adultos. Na fase de pupa a mortalidade marginal
ocasionada por B. bassiana foi de 0,04%. Na fase adulta as causas de mortal-
idade foram os fungos M. anisopliae (MM = 0,07%) e B. bassiana (MM =
7,99%). Todas se correlacionaram com a mortalidade total dos estádios. A
infecção fúngica ocorreu apenas em pupas e adultos, sendo mais importante
no estádio adulto, onde se encontraram as duas espécies de fungos.
Palavras-chave: praga, cafeeiro, broca do café
Apoio: CNPq, CAPES, FAPEMIG, Embrapa Café

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 104


1.73 Preferências polı́nicas de abelhas africanizadas na região
da Mata Atlântica e Baixo São Francisco Sergipano

Maria E. Correia-Oliveira (1); Genésio T. Ribeiro (1); Gabriela S. Rolim


(1); José W. S. Oliveira (2); Jodnes S. Vieira (2)
(1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe;
(2) Departamento de Zootecnia, Universidade do Federal de Sergipe
E-mail: emilenebio@hotmail.com
As abelhas africanizadas apresentam intensa atividade de forrageamento
na coleta polı́nica. Estas coletas ocorrem de forma dinâmica, propiciando as
abelhas maior diversidade de conteúdo proteico. O objetivo deste trabalho
foi avaliar as preferências de fontes proteicas em apiários na Mata Atlântica
e Baixo São Francisco Sergipano, utilizando coletores de pólen por cinco
horas, em três colônias em maio de 2013 nos municı́pios sergipanos de São
Cristóvão e Neópolis. Os pólens coletados foram transportados para o
Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais/UFS, submetidos à técnica
de acetólise, confeccionadas lâminas com gelatina glicerinada, e realizada
a avaliação quantitativa (contagem de 900 grãos de pólen por amostra
em três repetições), e qualitativa (identificação dos gênero/espécie), além
de classificação de acordo com a frequência nas lâminas como, dominante
(acima de 46%), acessório (entre 16 e 45%), e ocasional (até 15%). As
colônias apresentaram similaridades entre os pólens, em Neópolis nas colônias
um (C1), dois (C2) e três (C3) os grãos de Mimosa caesalpinifolia foram
dominantes (89, 80 e 95%), no entanto C1 apresentou maior diversidade
de gêneros/espécies (Cocus nuscifera, Anthurium, Vernonia, Croton, M.
pigra, Tipo Fabaceae e Borreria), que C2 (Cocus nuscifera, Croton, M.
pigra, Eucaliptus e Borreria) e C3 (Cocus nuscifera, Anthurium e Cecropia).
Em São Cristóvão os pólens coletados foram similares em quantidade e
tipos nas três colônias, sendo Croton o pólen dominante (50%), Eucalyptus
acessório (30%) e M. caesalpinifolia, Tipo Fabaceae, Morus, Asteraceae e
Anacardiaceae como pólen ocasional. Apesar de alguns enxames apresentarem
maior diversidade polı́nica, o forrageamento é direcionado a fontes especı́ficas,
garantindo às operárias menor gasto energético.
Palavras-chave: palinologia, Apis mellifera, apicultura
Apoio: CAPES, FAPITEC

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 105


1.74 Dinâmica interna em colônias de Apis mellifera: tipo
de investimento após alimentação suplementar

Santos H. B. Dias (1); Weyder C. Santana (1)


(1) Setor de Apicultura, Departamento de Entomologia, Universidade
Federal de Viçosa
E-mail: santos.dias@ufv.br
A apicultura no Brasil avançou muito no manejo e consequentemente na
produtividade apı́cola a partir da africanização das abelhas Apis mellifera. O
conhecimento gerado sobre a biologia destas abelhas levou ao aprimoramento
de técnicas de criação, sendo muito utilizada pelos apicultores a alimentação
suplementar ou “artificial” na manutenção dos enxames. Objetivou-se avaliar
o tipo de investimento que A. mellifera faz da alimentação suplementar na
colônia. Foram utilizados 5 colônias de A. mellifera africanizadas mantidas
em núcleos de 5-6 quadros; estes receberam 500ml/dia de uma solução de
50% de concentração de mel (1:1 de água destilada e mel), em alimentador
interno tipo Boardman, durante sete dias. As colônias foram pesadas, os
quadros das colônias foram mapeados a partir de fotografias e com o auxilio
do programa Image-Pro Plusr as áreas de cria nova, cria velha e alimentos
foram mensuradas antes e ao final do perı́odo experimental. Os dados foram
analisados pelo teste estatı́stico t-student com nı́vel de significância de 5%
(α=0,05). O teste mostrou que não houve diferença estatı́stica entre as médias
das áreas de cria nova (P=0,233), cria velha (P=0,793), alimento (P=0,121)
e peso (P=0,152) das colônias. Acreditamos que não houve diferenças entre
as colônias após receberem a alimentação suplementar foram devidas ao
curto intervalo de tempo avaliado (7 dias), o qual não foi suficiente para
completar o ciclo de desenvolvimento dos imaturos. Verificou-se também
grandes diferenças nos valores entre as colônias (alto erro padrão), o qual
está relacionado ao baixo número de repetições (n-=5). Assim para entender
melhor a dinâmica interna relacionada a alimentação externa em abelhas
faz-se necessário considerar as variações genéticas entre as colônias de abelhas.
Palavras-chave: Apis mellifera, alimentação suplementar, alimentador
Boardman
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 106


1.75 Efeito do tegumento de Phaseolus vulgaris sobre o de-
senvolvimento embrionário e larval de Callosobruchus
maculatus

Leonardo F. R. de Sá (1); Kayan E. V. Baptista (1); Gustavo L. Rezende


(1); Antonia E. A. Oliveira (1)
(1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos, Centro
de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
E-mail: leofig.reis@gmail.com
O tegumento de sementes é a primeira barreira de proteção contra a
infestação de bruquı́deos. Embora esse tecido de sementes não hospedeiras
frequentemente interfira na oviposição, eclosão e sobrevivência larval do in-
seto Callosobruchus maculatus, os aspectos morfológicos e bioquı́micos desse
processo ainda são desconhecidos. Esse trabalho tem como objetivo avaliar
a interferência do tegumento de Phaseolus vulgaris (cultivar vermelho) sobre
a oviposição, eclosão, sobrevivência e o desenvolvimento embrionário e larval
do inseto C. maculatus, comparando com seu desenvolvimento em sementes
hospedeiras de Vigna unguiculata (cultivar fradinho). O desenvolvimento
embrionário foi avaliado por microscopia de fluorescência pela marcação com
DAPI. Sementes artificiais com tegumentos naturais e artificiais (contendo
diferentes concentrações de uma farinha de tegumentos de V.unguiculata e
P. vulgaris marcadas com FITC) foram utilizadas para demostrar a inter-
ferência dos tegumentos no desenvolvimento pós-embrionário do inseto. Não
foi observada nenhuma alteração no desenvolvimento embrionário em ovos de
C. maculatus que se desenvolveram sobre os tegumentos de V. unguiculata
ou P. vulgaris. Por outro lado, o tegumento natural de P. vulgaris reduziu
a oviposição de fêmeas de C. maculatus, aumentando o tempo de pene-
tração das larvas e comprometendo o peso corporal e a sobrevivência larval.
Também foram reduzidas as atividades de proteases cisteı́nicas, α-amilases
e α-glicosidases em larvas que atravessaram o tegumento de P. vulgaris.
Um efeito dose-dependente foi observado em larvas que atravessaram um
tegumento artificial de P. vulgaris. Em intestinos e de larvas (15 e 20 dias
após a oviposição) que atravessaram o tegumento artificial de /textiP. vul-
garis foi detectada uma forte fluorescência (referente ao FITC ligado aos
tegumentos) e uma fraca fluorescência nas fezes, indicando que proteı́nas
desses tegumentos ficam retidas nos intestinos.
Palavras-chave: tegumento de sementes, Callosobruchus maculatus, em-
briogênese - Apoio: CNPq, FAPERJ, UENF

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 107


1.76 Interações intra e interespecı́fica no desenvolvimento
e reprodução de percevejos predadores (Heteroptera:
Pentatomidae)

Gabriel de C. Jacques (1); Evérton B. da Silva (1); Luiz E. Neto (1);


Vinı́cius G. Silva (1); Heslander J. Coelho (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais
– Campus Bambuı́
E-mail: gabriel.jacques@ifmg.edu.br
Podisus nigrispinus (Dallas) e Supputius cincticeps (Stål) (Heteroptera:
Pentatomidae) são predadores generalistas e consomem alta variedade de
presas, não sendo restritos ao nı́vel trófico inferior, pois podem se alimentar
uns dos outros, na “predação intraguilda” e no canibalismo. O experimento
foi realizado com ninfas de segundo estádio desses predadores e pupas de
Tenebrio molitor Linnaeus (Coleoptera: Tenebrionidae) em delineamento
fatorial em blocos casualizados com dois fatores em esquema 3 x 2 e quinze
repetições. Um fator foi espécie e o número de ninfas: T1– quatorze ninfas de
Podisus nigrispinus; T2- quatorze ninfas de Supputius cincticeps; T3– sete
ninfas de cada espécie. O outro fator foi a dieta oferecida: D1– pupas de T.
molitor ad libitum; D2– pupas de T. molitor oferecidas a cada quatro dias.
Casais foram formados no dia da emergência dos mesmos e mantidos nos
mesmos tratamentos. Foram avaliados sobrevivência, duração dos estádios,
peso, razão sexual e longevidade dos adultos; número, viabilidade e perı́odo
de incubação dos ovos; total de posturas, taxa de oviposição e de eclosão de
ninfas por fêmea desses predadores. Além disso, toda predação intraguilda e
canibalismo observados foram registrados. Interações intra e interespecı́ficas
não afetaram o desenvolvimento e a reprodução de P. nigrispinus com
alimentação ad libitium, mas com quatro dias ocorreram canibalismo e
predação intraguilda. Interações interespecı́ficas afetaram S. cincticeps com
alimentação ad libitum e a cada quatro dias, com desenvolvimento beneficiado,
mas com reprodução prejudicada. A população de S. cincticeps deve-se
manter em baixa densidade em contato com P. nigrispinus. O canibalismo
e predação intraguilda ocorreram com alimentação a cada quatro dias e
ajudaram na sobrevivência de parte das ninfas até a localização da presa
principal.
Palavras-chave: Canibalismo, predação intraguilda, reprodução
Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 108


1.77 Predação e consumo alimentar nas interações intra e in-
terespecı́fica de adultos de Heteroptera: Pentatomidae

Guilherme A. F. Silva (1); Luiz E. Neto (1); Evérton B. da Silva (1);


Heslander J. Coelho (1); Gabriel de C. Jacques (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais
– Campus Bambuı́
E-mail: gui arena@hotmail.com
Podisus nigrispinus (Dallas) e Supputius cincticeps (Stål) (Heteroptera:
Pentatomidae) são predadores generalistas que consomem e compartilham
uma alta variedade de presas. A identificação dos mecanismos que promovem
interações entre inimigos naturais, sinérgicas ou antagônicas, é vital para se
compreender o controle de pragas com mais de um inimigo natural. Dois
desses mecanismos são a taxa de predação e o consumo alimentar por predador.
O experimento foi realizado com fêmeas adultas dos percevejos e pupas
de Tenebrio molitor Linnaeus (Coleoptera: Tenebrionidae) oferecidas aos
predadores a cada 24 horas durante nove dias e em delineamento fatorial em
blocos casualizados com dois fatores em esquema 5 x 2 e quinze repetições. Um
fator foi espécie e quantidade de fêmeas de percevejos: T1– 1 P. nigrispinus;
T2– 2 P. nigrispinus; T3– 1 S. cincticeps; T4– 2 S. cincticeps; T5– 1 P.
nigrispinuse 1 S. cincticeps. O outro fator foi o tipo de alimento: D1- sem
alimentação; D2- uma pupa de textitT. molitor por predador. A taxa de
predação, o consumo alimentar, a ocorrência de predação intraguilda e o
canibalismo e seus efeitos na longevidade dos predadores foram avaliados.
Interações intra e interespecı́ficas não afetaram P. nigrispinus com alta
densidade de presa. Na ausência de alimentação, essa espécie é pouco
afetada por essas interações devido à baixa ocorrência de canibalismo, porém
pode ser predada por S. cincticeps. S. cincticeps, com alta densidade de
presa, também, não foi afetado pelas interações intra e interespecı́ficas. Na
ausência de alimento, esse predador é beneficiado, pois é pouco predado por
P. nigrispinus e possui alta ocorrência de canibalismo e predação intraguilda,
o que aumenta sua longevidade. A taxa de predação entre esses predadores
apresentou sinergismo em alta densidade de presa, sendo benéfico ao controle
biológico.
Palavras-chave: Canibalismo, consumo alimentar, predação intraguilda
Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 109


1.78 Efeito fumigante do óleo essencial de Ocimum basilicum
sobre populações de Sitophilus zeamais (Coleoptera:
Curculionidae)

Alice M. N. de Araújo (1); José V. Oliveira (1); Lêda R. A. Faroni (2);


Paula G. Viol (3); Rita C. P. de Freitas (2)
(1) Departamento de Agronomia-Entomologia, Universidade Federal
Rural de Pernambuco; (2) Departamento de Engenharia Agrı́cola e Ambiental,
UFV; (3) Departamento de Agronomia, UFV
E-mail: alicemna@yahoo.com.br
O gorgulho, Sitophilus zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae), é
praga primária interna de grande expressão econômica do milho e outros
cereais. Compostos bioativos obtidos de plantas como alternativa de controle
para estes insetos têm sido testada. Assim, o objetivo deste trabalho foi
avaliar a toxicidade do óleo de Ocimum basilicum sobre populações de S.
zeamais. Inicialmente, foram realizados testes preliminares para estabelecer
para cada população, concentrações para os bioensaios definitivos. Esses
foram realizados em frascos de vidro de 0,8L de capacidade. As concentrações
do óleo variaram de 15 a 34,5µl para Machado-MG, de 12 a 30,7µl para
Paracatu-MG, de 8 a 29µl para Piracicaba-SP, de 10 a 35µl para Recife-PE
e de 15 a 30,7µl para Tunapólis-SC. O óleo foi aplicado com uma pipeta
automática em papéis de filtro, dentro de sacos feitos com organza, presos à
tampa do frasco. Após os insetos serem liberados os frascos de vidro foram
fechados por uma tampa metálica e vedados com borracha de silicone, durante
o perı́odo de 48 h de exposição. Para cada concentração foram utilizadas
quatro repetições, cada uma com 20 insetos adultos não sexados com idade
entre 0 e 15 dias. A testemunha foi feita de modo semelhante, porém sem a
exposição dos insetos ao óleo. Após o perı́odo de exposição, contabilizou-se o
número de insetos mortos. A determinação das CL50s foi efetuada através do
programa SAS. A razão de toxicidade foi obtida através do quociente entre
a CL50 do óleo essencial que apresentou menor toxicidade e as demais. De
acordo com as CL50, a população de Piracicaba foi a mais susceptı́vel com
CL50 de 17,2µl/L de ar, seguida por Recife, Paracatu, Tunapólis e Machado,
com concentrações de 22; 23,6; 25,4; 26,6µl/L de ar, respectivamente. As
razões de toxicidade foram 1,54; 1,2; 1,12 e 1,04 para Piracicaba, Recife,
Paracatu e Tunapólis, respectivamente, em relação à população de Machado.
Palavras-chave: Concentrações letais, gorgulho-do-milho, óleo de man-
jericão - Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 110


1.79 Toxicidade de indoxacarbe em populações brasileiras de
Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae)

Fernanda M. Cortes (1); Milaine F. Santos (1); Edmar Tuelher (1);


Eugenio E. Oliveira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa (UFV)
E-mail: fernanda.cortes@ufv.br
Dentre as pragas de cereais armazenados, o caruncho-do-milho Sitophilus
zeamais está entre as pragas que causam os maiores danos em unidades
brasileiras de armazenamento. Inseticidas piretróides são comumente uti-
lizados para o controle desta praga. No entanto, a evolução da resistência a
esses compostos tem sido apontada como a principal razão para a ocorrência
de falhas de controle. Oxadiazinas (indoxacarbe) são moléculas que tem
se mostrado eficientes no controle de coleópteros com elevados nı́veis de
resistência a piretróides, mas que ainda não possuem registro para o controle
de pragas com estas caracterı́sticas no Brasil. Desta forma, este trabalho foi
desenvolvido com o objetivo de avaliar a toxicidade do inseticida indoxacarbe
em populações brasileiras de S. zeamais. Bioensaios do tipo dose-resposta
foram realizados em seis populações S. zeamais (onde duas delas são con-
hecidamente resistentes a piretróides). Nestes estudos, foram utilizadas pelo
menos 7 dosagens para cada combinação de inseticida por população, sendo
que para cada dosagem de inseticida foram realizadas 5 repetições. Cada
repetição constituı́a-se de 20 insetos expostos ao inseticida em uma massa
de 20 g de grãos confinada em frascos de 20 mL. O perı́odo de exposição
foi de 24 horas. Os dados de mortalidade foram submetidos à análise de
probit para determinação das DL50. Indoxacarbe apresentou nı́vel similar
de ação entre todas as populações, inexistindo diferenças significativas em
termos de DL50 (P > 0,05; t-test). As DL50 de indoxacarbe foram (em µg
Kg-1): 0,30 (0,20-0,42); 0,26 (0,19-0,35); 0,50 (0,34-0,64); 0,38 (0,30-0,46);
0,39 (0,31-0,49) e 0,42 (0,31-0,56) para as populações de Dourados; Gurupi;
Jacarezinho, Juiz de Fora; Sete Lagoas; e Xapuri respectivamente. Por-
tanto, indoxacarbe mostrou-se eficiente no controle de indivı́duos de todas
as populações, inclusive as resistentes a piretróides.
Palavras-chave: grãos armazenados, inseticidas neurotóxicos, insetos-
praga
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 111


1.80 Manejo alternativo de Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechi-
idae) com extrato aquoso de pimenta roxa

Ingrid S. Kaiser (1); Lorena C. Machado (1); Luziani R. Bestete (2);


Débora L. Fornazier (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito
Santo; (2) Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de
Pernambuco
E-mail: ingrid schimidt@hotmail.com
A traça-do-tomateiro, Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera: Gelechi-
idae), se destaca como uma importante praga para a tomaticultura. Essa se
alimenta em todas as partes da planta (exceto as raı́zes) e em qualquer fase
de desenvolvimento, provocando perdas consideráveis. Algumas plantas do
gênero Capsicum apresentam ação inseticida contra diferentes insetos-pragas,
podendo ser uma alternativa no manejo de T. absoluta. Assim, o objetivo
deste trabalho foi avaliar a toxicidade do extrato aquoso de pimenta roxa
(Capsicum chinense Jacq.) para lagartas de T. absoluta. Foram utilizados
frutos maduros de pimenta-roxa, sendo estes secos em estufa a 40 ºC por 72h,
e posteriormente moı́dos em moinho de facas. O extrato aquoso foi preparado
a 10% (m/v), sendo diluı́do e utilizado nas concentrações de 0,5; 1,0; 2,5; 5,0;
7,5; e 10%. Como testemunha foi utilizada água destilada. Para avaliar o
efeito tóxico, folı́olos de tomate foram pulverizados em torre de Potter com
6 mL de cada uma das concentrações, e logo após, lagartas de 2° instar de
T. absoluta foram colocadas sobre estes. Os tratamentos foram conduzidos
em DIC com 3 repetições contendo dez lagartas cada. O experimento foi
mantido à 27 ± 1 ºC, UR de 70% e fotofase de 14 horas, e a avaliação de
mortalidade realizada após 72 horas. Não foi verificada diferença estatı́stica
entre os tratamentos, sendo observada mortalidade entre 10% a 25%. O
extrato de pimenta roxa não apresenta efeito tóxico sobre lagartas de T.
absoluta, ocasionando mortalidade similar à testemunha.
Palavras-chave: Extrato vegetal, traça-do-tomateiro, planta inseticida.
Apoio: CNPq, FAPES, FINEP

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 112


1.81 Suscetibilidade de clones hı́bridos de eucalipto a Thau-
mastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae)

Marcele S. Ferreira (1); Leonardo R. Barbosa (2); Sebastião L. A. Júnior


(1); Janaı́na F. Gonçalves (1); Marcelo L. de Laia (1)
(1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri; (2) Laboratório de Entomologia Florestal,
Embrapa Florestas
E-mail: marcele s.f@hotmail.com
O percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus) é um inseto praga
originário da Austrália, cuja presença no Brasil foi relatada, pela primeira
vez, em 2008. O T. peregrinus se alastrou rapidamente pelos plantios de
Eucalyptus, tornando-se uma séria ameaça ao gênero e levando à necessidade
do desenvolvimento de métodos que reduzam a disseminação do inseto. A
identificação de materiais suscetı́veis e resistentes ao ataque do percevejo
é necessária a estudos que visam o controle do mesmo. Nesse contexto,
objetivou-se identificar genótipos de eucalipto resistentes e suscetı́veis ao
ataque do percevejo bronzeado. Dessa forma, 27 clones hı́bridos de Euca-
lyptus, fornecidos pela empresa GERDAU S.A. foram cultivados em sacos
plásticos e mantidos no Centro Integrado de Propagação de Espécies Flo-
restais, pertencente ao Departamento de Engenharia Florestal da UFVJM.
Três mudas de cada um dos clones foram transferidas para uma casa de
vegetação e distribuı́das aleatoriamente. Foram colocadas duas gaiolas em
cada muda e 10 ninfas de ı́nstares iniciais por gaiola. As gaiolas foram
confeccionadas em material plástico transparente fechado nas extremidades
com uma espuma, com um furo na lateral recoberto com voil. O desenvolvi-
mento das ninfas foi acompanhado até o aparecimento do indivı́duo adulto,
fato que foi verificado em apenas dois clones. Em um dos clones o perı́odo
ninfal durou 24 dias e no outro clone o perı́odo ninfal do inseto durou 28
dias. Nos demais clones não foram observadas ninfas em estágio avançado de
desenvolvimento ou indivı́duos adultos. Foi constatada a suscetibilidade dos
dois clones ao ataque do T. peregrinus, uma vez que o inseto foi capaz de
completar seu ciclo de desenvolvimento nas mudas. É possı́vel que os demais
clones possuam algum grau de resistência ao inseto.
Palavras-chave: Percevejo bronzeado, interação patógeno-planta, ciclo
biológico
Apoio: Fapemig, Capes, CNPq, Gerdau S.A

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 113


1.82 Simulação de danos da broca dos ponteiros em diferen-
tes estádios de crescimento da soja

Edson R. Silveira (1); Kamila K. Kovali (1); Deiverson Agostini (1);


Heloı́sa P. Machado (1); Rejane Fuhr (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Tecnológica Federal
do Paraná
E-mail: edsonsilveira@utfpr.edu.br
A soja está entre as culturas que mais se desenvolveram nas últimas
décadas, e devido à grande importância econômica adquirida pela cultura,
torna-se necessário um melhor estudo sobre o ataque de insetos que podem
provocar redução na produtividade, por sua atuação direta na área foto-
ssintética. Entre estes insetos está à broca-das-axilas ou broca-dos-ponteiros,
Epinotia aporema, citada como praga secundária, devido seu ataque ser muito
inconstante de ano para ano e seu controle ser recomendado quando houver
de 25% a 30% dos ponteiros atacados. Visando obter mais informações
sobre danos causados por estes insetos, realizou-se experimento em São Jorge
D’oeste - Paraná, o delineamento experimental utilizado foi o de blocos
ao acaso com parcelas subdivididas com quatro repetições onde o fator 1
correspondeu ao dano 0%, 33%, 67% e 100% de retirada dos ponteiros e o
fator 2 aos estádios de desenvolvimento vegetativo em V2, V4 e V6 sobre a
cultivar de soja FTS Campo Mourão. Os parâmetros avaliados foram altura
de inserção da primeira vagem, número de hastes laterais, número de vagens
na haste central e em hastes laterais, produtividade em hastes laterais e em
haste central, e produtividade total. Não houve interação entre época e danos
sobre as avaliações. Os danos simulados do ataque de Epinotia aporema na
soja pode até apresentar benefı́cios quanto à produtividade quando ocorre
em estádio inicial de desenvolvimento (V2), porém não é significativo, já
nos estádios seguintes não há nem prejuı́zo nem benefı́cios. Sendo assim,
conclui-se que os danos simulados em diferentes graus e estádios não geraram
perdas da produtividade da soja podendo inferir pela redução do numero de
aplicações ou até ainda que não se faz necessária a aplicação de inseticidas
para o controle dessa espécie, desencadeando economia ao agricultor e a
redução dos tratamentos com agroquı́micos na cultura da soja.
Palavras-chave: broca-das-axilas, avaliação de danos, manejo

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 114


1.83 Sintomatologia ocasionada por Thaumastocoris pere-
grinus em clones hı́bridos de Eucalyptus

Marcele S. Ferreira (1); Viviane F. dos Anjos (1); Francisco S. Gomes


(2); Janaı́na F. Gonçalves (1); Marcelo L. de Laia (1)
(1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri; (2) Gerdau Florestal S/A, Três Marias,
MG, Brasil
E-mail: marcele s.f@hotmail.com
Thaumastocoris peregrinus, popularmente conhecido como percevejo
bronzeado, é uma praga exótica originária da Austrália que ataca diver-
sas espécies do gênero Eucalyptus. Até o momento, estudos foram feitos a fim
de se obter informações quanto à biologia da praga e quanto aos sintomas
que causa nos indivı́duos atacados em condições de campo. Tais informações
são relevantes na definição de estratégias de controle e monitoramento do
inseto. À vista disso, objetivou-se analisar os sintomas ocasionados por T.
peregrinus em cinco clones hı́bridos de Eucalyptus. Os clones foram fornecidos
pela empresa GERDAU S.A., cultivados em sacos plásticos e mantidos no
Centro Integrado de Propagação de Espécies Florestais do Departamento
de Engenharia Florestal da UFVJM. Cada um dos clones, escolhidos por
meio de observações quanto à suscetibilidade ao ataque do percevejo, teve
de seis a 12 mudas transferidas para uma sala artificialmente climatizada
(23ºC±2; 70%±10 UR; 12hL/12hE). Os insetos foram coletados de árvores de
Eucalyptus infestadas, localizadas nos arredores do Campus JK da UFVJM,
e transferidos para as mudas. Poucas horas após a transferência, foi possı́vel
observar o prateamento foliar em um dos clones. Por volta de 15 dias, foi
possı́vel a visualização de sintomas mais avançados, como o bronzeamento das
folhas. Após esse perı́odo, todos os clones apresentaram sintomas tı́picos do
ataque do percevejo. Por fim, constatou-se que a sintomatologia ocasionada
por T. peregrinus em condições controladas é semelhante ao já relatado em
estudos prévios, variando quanto à intensidade conforme a suscetibilidade do
material genético.
Palavras-chave: Eucalipto, percevejo bronzeado, interação patógeno-
hospedeiro
Apoio: Fapemig, Capes, CNPq, Gerdau S.A

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 115


1.84 Sementes como fonte de compostos quı́micos com poten-
cial para o controle do besouro Tribolium castaneum

Arianne Fabres (1); Janaina S. Macedo (1); Gustavo L. Rezende (1);


Antônia E. A. Oliveira (1)
(1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos, Centro
de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense
E-mail: ariannefabres@yahoo.com.br
Tribolium castaneum é um inseto praga de grãos estocados que causa
grandes perdas econômicas. O controle deste inseto é realizado através da
utilização de inseticidas o que tem provocado o aparecimento de diversas
populações resistentes, além de problemas de saúde e meio ambiente. Estes
problemas estimulam o estudo de métodos alternativos para o controle deste
inseto. O objetivo desse trabalho é investigar o desenvolvimento larval de T.
castaneum em diferentes dietas compostas por farinhas obtidas de cotilédones
de Glycine max, Vigna unguiculata, Phaseolus vulgaris e dois cultivares de
trigo. Para cada tratamento foram realizados 3 experimentos independentes,
sendo que cada um continha 200 larvas. Nossos resultados demonstram que
diferentes dietas interferem diferentemente no desenvolvimento do inseto.
Observamos uma redução no tamanho larval de mais de 60% em larvas 17
dias após a eclosão (DAE) alimentadas com G. max e V. unguiculata quando
comparado com larvas alimentadas com trigo. Um atraso na formação de
pupas também foi observado. A mortalidade das larvas alimentadas com as
diferentes farinhas não apresentou diferença significativa, exceto para larvas
alimentadas com 100% de P. vulgaris que tiveram mortalidade de 100%.
Observamos variação na quantidade de açúcar total e triglicerı́deos em larvas
alimentadas com as diferentes dietas, enquanto a concentração de proteı́na
permaneceu constante. Houve um aumento na atividade de a-amilase em
larvas 15 DAE alimentadas com V. unguiculata. Larvas alimentadas com G.
max apresentaram redução na atividade de proteases cisteı́nicas em todo o
desenvolvimento larval e redução na atividade de proteases serı́nicas 9, 11 e
13 DAE. As proteı́nas de farinhas de G. max, V. unguiculata e P. vulgaris
foram capazes de reduzir a atividade de proteases cisteı́nicas do conteúdo
intestinal de larvas provavelmente pela presença de inibidores na farinha.
O entendimento das necessidades nutricionais assim como a fisiologia deste
inseto quando submetido a diferentes dietas pode fornecer ferramentas para
novos métodos de seu controle.
Palavras-chave: Tribolium castaneum, trigo, leguminosas

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 116


1.85 Nı́vel de dano econômico para insetos desfolhadores em
feijão-caupi

Jaqueline Z. de Moura (1); Sinevaldo G. de Moura (2); Luis E. de M.


Pádua (3); Paulo R. R. e Silva (3); Shara G. D. Noleto (1) (1) Departamento
de Engenharias/CPCE, Universidade Federal do Piauı́; (2) Departamento
de Zootecnia/CPCE, Universidade Federal do Piauı́; (3) Departamento de
Fitotecnia/CCA, Universidade Federal do Piauı́
E-mail: jaqueline.zanon.m@hotmail.com
O feijão-caupi Vigna unguiculata (L.) Walp. é atacado por diversos insetos
que se destacam pelo número de espécies e pelos prejuı́zos que causam. A
compreensão da relação entre a infestação de pragas e o rendimento da
cultura é uma condição para embasar o programa de manejo integrado.
Pesquisas de desfolha artificial são favoráveis para simular danos às plantas,
como os ocasionados por insetos desfolhadores. Trabalhos de pesquisa de
desfolhamento artificial em feijão-caupi ainda são insuficientes, por isso, o
presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de se determinar o nı́vel
de dano econômico para insetos desfolhadores em feijão-caupi, na cultivar
BR 17-Gurguéia. Os experimentos foram conduzidos no campo agrı́cola do
Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Piauı́. As desfolhas foram de 0; 25; 50; 75 e 100%, realizadas
aos 25 e 40 dias após a semeadura. Avaliando-se a produtividade de grãos
em função da desfolha, pela análise de regressão, conclui-se que: o nı́vel de
controle para insetos desfolhadores na fase vegetativa é de 60% de desfolha,
enquanto que na fase reprodutiva o desfolhamento pode chegar apenas a
47%.
Palavras-chave: Vigna unguiculata, nı́vel de desfolha, entomologia econômica
Apoio: Capes/CNPQ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 117


1.86 Potencial de predação de percevejos predadores à Di-
aphania hyalinata

Obiratanea S. Queiroz (1); Rodrigo S. Ramos (2); Thadeu C. de Souza


(1); Thiago Moreira (1); Marcelo C. Picanço (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: obiratania silva@hotmail.com
Diaphania hyalinata é uma importante praga das cucurbitáceas. Al-
guns fatores podem auxiliar no controle da população desta praga, como
a ocorrência de inimigos naturais que ajudam a controlar as populações
de pragas mediante o consumo de ovos e larvas. Os percevejos da famı́lia
Antochoridae possuem potencial para predação à D. hyalinata, porém são
pouco estudados. Assim neste trabalho objetivou-se avaliar o potencial de
predação de percevejos predadores à D. hyalinata. O trabalho foi realizado
no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas/UFV. Foram utilizadas três
espécies de percevejos predadores sendo Blaptostethus pallencens, Amphireus
constrictus e Orius tristicolor. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado, com três tratamentos mais a testemunha com 25 repetições.
Cada repetição foi composta de uma placa de Petri contendo 10 lagartas de 1°
instar de D. hyalinata e um percevejo. Já as testemunhas das parcelas foram
constituı́das somente com as lagartas. Para a alimentação das lagartas foram
usadas folhas de chuchu. Após 24 horas foi avaliado o número de insetos
consumidos para cada espécie de percevejo. Os dados foram submetidos a
ANOVA e ao teste Duncan a 5% de probabilidade. Não houve diferença
significativa entre os percevejos B. pallencens e A. constrictus quanto ao
consumo de presas, com média de consumo de três lagartas. Porém o O.
tristicolor teve um consumo menor, cerca de uma lagarta. Isso provavelmente
ocorreu devido ao tamanho dos insetos. As espécies B. pallencens e A. con-
strictus por serem de maior tamanho conseguem consumir maior número de
presas. Já o O. tristicolor por ser entre as três a espécie de menor tamanho
consome uma menor quantidade de presas. Portanto o B pallencens e A.
constrictus apresentam maior potencial de predação de lagartas da broca
das cucurbitáceas.
Palavras-chave: inimigos naturais, predação, broca das cucurbitáceas
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 118


1.87 Diferentes fontes de alimentação na criação do percevejo
marrom em laboratório

Rejane Fuhr (1); Edson R. Silveira (1); Kamila K. Kovali (1); Heloı́sa P.
Machado (1); Jorge Jamhour (1)
(1) Departamento de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná
E-mail: rejane fuhr@hotmail.com
O percevejo marrom Euchistos heros (Fabricius) é considerado uma praga
de grande importância para a cultura da soja, pois ele se alimenta diretamente
do grão comprometendo o rendimento, causando também retenção foliar
(soja louca) e transmissão de doenças. Sua abundância é em regiões mais
quentes do Brasil, ocorrendo em alguns casos na região extremo Sul. Várias
espécies de inimigos naturais são encontradas em lavouras, reduzindo assim
a população de percevejos. Neste trabalho teve-se por objetivo avaliar as
diferentes fontes de alimentação para o percevejo marrom, visando à criação
do parasitoide Trissolcus basalis (Wollaston). Para execução do experimento
foram usadas as fontes de alimento: vagens de feijão, amendoim, grãos de
soja, frutos do ligustro Ligustrum lucidum W. T. Aiton e o consórcio dentre
elas. Os percevejos, em número de dez casais, foram colocados separada-
mente em gaiolas de criação sob luminosidade controlada, e com os diferentes
tratamentos de fonte de alimento. A avaliação foi conduzida diariamente,
observando a mortalidade e a postura de ovos em cada gaiola. Após quatro
semanas de acompanhamento constatamos que todos os percevejos da gaiola
contendo somente amendoim ou grãos de soja morreram e não tiveram nen-
huma postura de ovos. Entretanto as demais gaiolas obtiveram um pequeno
número de postura e baixa mortalidade. Concluiu-se que a alimentação mais
adequada para criação do percevejo marrom em laboratório pode ser com
vagens de feijão, o ligustro e o consórcio de vagens de feijão, amendoim, grãos
de soja, ligustro, obtendo um número de postura relativo e uma pequena
mortalidade.
Palavras-chave: inseto praga, criação em laboratório, ligustro
Apoio: UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 119


1.88 Morfometria de trofócitos e aspectos reprodutivos de
Acanthoscelides obtectus mantidos em duas cultivares
de feijão

Marilza S. Costa (1); Milaine F. Santos (1); Luı́s V. Jumbo (1); Eugenio
E. Oliveira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa (UFV)
E-mail: marilza.costa@ufv.br
As respostas fisiológicas e reprodutivas de Acanthoscelides obtectus (Say)
em relação aos diferentes tipos de feijão em regiões neotropicais não tem
recebido a devida atenção, apesar do impacto que estas informações podem
ter na adoção de estratégias de controle desta praga. Desta forma, neste
estudo foram avaliadas caracterı́sticas reprodutivas (oviposição) e padrões
citomorfológicos de células trofocı́ticas de A. obtectus mantidos em grãos de
feijão da variedade “vermelho” e da variedade “rainha”. Padrões citomor-
fológicos de células trofocı́ticas são utilizados como indicativos da quantidade
de substâncias energéticas (e. g., lipı́deos, carboidratos) armazenadas no
corpo gorduroso dos insetos. Cinco casais adultos de A. obtectus (com idade
de até três dias) e provenientes de cada variedade de feijão foram submetidos a
cortes histológicos e a técnicas de coloração (HE e PAS) e 10 células adiposas
de cada indivı́duo tiveram suas áreas calculadas (em µm2). Experimentos de
oviposição foram realizados utilizando 10 casais adultos (com menos de 8h
de idade) em 100 g de grãos para cada variedade de feijão. Três repetições
foram utilizados neste experimento e uma contagem do número total de ovos
foi feita após três dias de colonização. Análises morfométricas de corpos
gordurosos de machos e fêmeas de A. obtectus demonstraram que fêmeas
provenientes de grãos de feijão da variedade “rainha” apresentavam menores
áreas de células trofocı́ticas (P<0.05, t-test). Por sua vez, colonização de
massas de grãos-de-feijão da variedade “rainha” resultou numa maior quan-
tidade de ovos depositados (P<0.05, t-test), indicando que boa parte das
reservas armazenadas no corpo gordurosos foi utilizada para suprir demandas
fisiológicas da reprodução. A possı́vel influência do hospedeiro (variedade de
feijão) em outros processos fisiológicos (tolerância térmica, proteção contra
xenobióticos e patógenos) será investigada em estudos futuros.
Palavras-chave: bruquı́neo, corpo gorduroso, reservas energéticas
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 120


1.89 Neonicotinoide afeta parâmetros biológicos de Podisus
nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae)

Lorene C. Reis (1); Lucas F. Rocha (1); Júlio César M. Poderoso (1);
Rafael C. Ribeiro (2); José C. Zanuncio (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: lorene.reis@ufv.br
A seletividade é um dos principais requisitos nos programas de manejo
integrado de pragas (MIP). O inseticida deve ser eficaz contra insetos-praga,
mas relativamente seguro para inimigos naturais. Podisus nigrispinus (Het-
eroptera: Pentatomidae) é um percevejo predador comumente encontrado
no Brasil como um agente de controle biológico de lagartas desfolhadoras.
Os neonicotinóides afetam os receptores de acetilcolina em insetos levando à
paralisia e a falha do sistema nervoso central. O objetivo foi avaliar o impacto
do neonicotinoı́de (Thiametoxam 250 WG) sobre parâmetros biológicos do
predador P. nigrispinus. Ninfas de terceiro instar foram colocadas em placas
contendo discos de papel filtro com 1mL das concentrações do inseticida nas
concentrações 500ppm; 50ppm; 5ppm; 0,5ppm; 0,05ppm e Controle (água).
Os parâmetros avaliados foram sobrevivência, duração ninfal, longevidade e
peso de machos e fêmeas. A sobrevivência de ninfas de quarto e quinto instar
foram semelhantes entre tratamentos. A duração do quarto e quinto instar foi
menor para os percevejos submetidos a maior concentração. A longevidade
de adultos de P. nigrispinus tratados com as concentrações de 500 e 50ppm
foi menor, comparadas com o controle. A maior concentração do inseticida
afetou a longevidade e o peso das fêmeas do predador. Fêmeas apresentaram
maior longevidade que os machos de P. Nigrispinus expostas ao inseticida.
Podisus nigrispinusexpostos ao Thiametoxam tem os parâmetros biológicos
afetados negativamente.
Palavras-chave: seletividade, percevejo predador, Asopinae

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 121


1.90 Impacto do Metarhizium anisopliae sobre parâmetros
biológicos de Palmistichus elaeisis (Hymenoptera: Eu-
lophidae)

Lucas F. Rocha (1); Lorene C. Reis (1); Júlio César M. Poderoso (1);
Francisco Andres R. Dimate (1); José C. Zanuncio (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: lucasrochamg@gmail.com
O sucesso de programas de controle biológico com parasitoides depende
de pesquisas sobre o impacto de entomopatógenos em insetos não alvo
por isso, observamos o impacto do fungo entomopatogênico Metarhizium
anisopliae sobre o desenvolvimento da prole do parasitoide Palmistichus
elaeisis. Sessenta tubos de vidro, cada um com seis fêmeas recém-emergidas
de P. elaeisis e uma pupa de Tenebrio molitor com, até, 72 horas de idade
mergulhadas soluções (106 , 107 e 108 conı́dios viáveis mL−1 ) e a testemunha
(água + Tweenr 80 a 0,01%). Fêmeas acasaladas foram colocadas nos tubos
com os diferentes tratamentos. O delineamento foi inteiramente casualizado,
com 24 repetições, sendo cada tubo de vidro uma repetição. O ciclo de vida
(ovo-adulto) de P. elaeisis não foi afetado pelas diferentes concentrações do
fungo M. anisopliae, no entanto a razão sexual foi afetada na concentração
de 108 . O número de indivı́duos de P. elaeisis emergidos de pupas tratadas
com o fungo M. anisopliae foi menor comparado ao controle. O menor
número de indivı́duos foi observado em pupas submetidas na concentração
de 108 (59,0±9,7) enquanto o controle apresentou 88,79 ± 5,04 indivı́duos.
O parasitismo assim como a emergência de parasitoides foi afetado em pupas
tratadas com M. anisopliae. O parasitismo e emergência de parasitoides
foi significativamente menor em pupas expostas a concentração 108 (33,3%)
enquanto que no controle foi obtido 100% de parasitismo e emergência.
Palavras-chave: Entomopatógeno, parasitoide, Eulophidae

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 122


1.91 Efeito de extratos vegetais na longevidade de saúva
limão adicionados em dieta artificial

Randy Marcolino (1); Marcelo D. de Souza (1); Nilton J. Sousa (1);


Otávio Peres Filho (2); Valdiclei C. Jorge (2)
(1) Departamento Ciências Florestais, Universidade Federal do Paraná;
(2) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato
Grosso
E-mail: rmarcol4000@gmail.com
As relações tróficas entre as formigas cortadeiras são complexas e a
herbivoria que exercem sobre as espécies vegetais, dificultam estudos sobre o
desenvolvimento e longevidade desses insetos, uma vez que essas formigas
podem se alimentar de diversos tipos de plantas e os vegetais influenciam
diretamente na longevidade. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo
analisar os efeitos de diferentes extratos vegetais adicionados em dietas
artificiais e fornecidas a operárias de Atta sexdens rubropilosa. O experimento
foi realizado no laboratório de Proteção Florestal, da UFMT, onde foram
coletados operárias de A. sexdens rubropilosa e colocas em placas de Petri,
dez formigas/placa, sendo mantidas em sala climatizada na temperatura de
24 ± 1o C. Para cada tratamento foram utilizadas seis placas forradas com
papel filtro, sendo mantidas com dietas artificiais + água. As dietas foram
preparadas com a adição dos extratos na formulação 50 g de glicose, 10 g
de peptona bacteriológica, 1 g de extrato de levedura e 15 g de ágar para
1000 ml de água destilada. Foram montados cinco tratamentos, duas dietas
contendo extratos de Cedrela fissilis e Physocalymma scaberrimum (aricá) e
três controles. Os controles consistiram em: fornecimento dietas sem extrato
+ água; fornecimento de apenas água; sem fornecimento de dieta e água.
Diariamente foi observada a quantidade de formigas mortas nas placas e
renovadas as dietas. As formigas mantidas com ausência de dieta e água
sobrevivem por no máximo 8 dias (M100 ) e em apenas cinco dias metade
das formigas já estavam mortas (M50 ). Quando foi fornecido apenas água
não houve aumento significativo na longevidade. Na situação controle dieta
+ água, teve menor mortalidade, sendo significativamente igual aos dias de
sobrevivência das dietas com extrato de cedro. A dieta contendo extrato de
aricá apresentou maior mortalidade significativa, em que ao decorrer de sete
dias metade dos indivı́duos morreram e com 12 dias houve mortalidade total.
Palavras-chave: Atta sexdens, sobrevivência, metabólitos secundários

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 123


1.92 Criação de Thaumastocoris peregrinus em clones hı́bridos
de eucalipto em laboratório

Marcele S. Ferreira (1); Inaê M. A. Silva (1); Reynaldo C. Santana (1);


Janaı́na F. Gonçalves (1); Marcelo L. de Laia (1)
(1) Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri
E-mail: marcele s.f@hotmail.com
O gênero Eucalyptus engloba centenas de espécies conhecidas e possui
grande área plantada no Brasil, fato que leva à uma preocupação quanto
a ocorrência de pragas e doenças. O T. peregrinus, já detectado no paı́s,
é uma ameaça crescente aos plantios do gênero. O estabelecimento efetivo
de sistemas de criação do inseto propicia a realização de estudos ao longo
de todo o ano. Dada essa importância, objetivou-se a criação do percevejo
bronzeado em clones de eucalipto, em laboratório. Os clones foram fornecidos
pela empresa GERDAU S.A. e cultivados no viveiro da Universidade Federal
dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Após uma análise inicial, cinco
clones suscetı́veis ao ataque do inseto foram selecionados. Realizaram-se
dois procedimentos: a) dois percevejos adultos foram mantidos em tubos de
material plástico transparente contendo um disco foliar dos clones suscetı́veis,
estes foram vedados com espuma para aeração; b) em béqueres de 250 ml,
contendo uma lâmina de água, um disco de espuma e duas folhas de um dos
cinco clones pré-selecionados foram mantidos de 4 a 5 indivı́duos adultos,
os recipientes foram vedados com voil. Os procedimentos foram conduzidos
em BOD, com temperatura controlada (25o C) e fotoperı́odo de 12hL/12hE.
Foram observados sintomas devido à alimentação dos insetos em ambos os
procedimentos, tendo ocorrido alta mortalidade dos indivı́duos. Não houve
a ocorrência de posturas no primeiro procedimento. No segundo método
foram observadas poucas posturas, as ninfas eclodiram após seis dias. Não
foi possı́vel a manutenção das ninfas recém-eclodidas em laboratório até o
momento da emergência do indivı́duo adulto. Nenhum dos dois métodos
testados se mostrou eficiente no estabelecimento da criação de T. peregrinus
em laboratório.
Palavras-chave: Ciclo de vida, percevejo, sintomas
Apoio: Fapemig, Capes, CNPq, Gerdau S.A

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 124


1.93 Ocorrência de predadores em lagarta desfolhadora Nys-
talea nyseus

Iris C. Magistrali (1); Ervandil C. Costa (2); Leopoldo B. Lemes (2);


Leonardo M. Machado (2)
(1) Instituto de Florestas, Departamento de Ciências Ambientais. Uni-
versidade Federal Rural do Rio de Janeiro; (2) Departamento de Defesa
Fitossanitária. Centro de Ciências Rurais. Universidade Federal de Santa
Maria
E-mail: irismagistrali@gmail.com
Nos últimos anos tem crescido o interesse sobre a utilização percevejos
da famı́lia Pentatomidae como agentes de controle biológico de insetos-
pragas. Dessa forma, a correta identificação das espécies que podem ser
utilizadas é de extrema importância. Portanto, o objetivo deste trabalho
foi identificar a ocorrência de percevejos predadores de lagartas de Nystalea
nyseus em plantios de eucaliptos. Durante os meses de abril e maio de
2011, foram realizados levantamentos em um plantio de Eucalyptus saligna,
com 77 hectares, no municı́pio de São Sepé, Rio Grande do Sul (30o 1 2’
97” S e 53o 35’ 63” W), a fim de verificar a ocorrência de percevejos em
atividade de predação sobre lagartas de N. nyseus. Os percevejos coletados
foram identificados pela Dr.a Jocelia Grazia da UFRGS. Visando confirmar
a real condição de predador os percevejos foram individualizados em potes
de plásticos (20x10cm), forrados com papel filtro, sendo oferecidas lagartas
de N. nyseus para cada espécie de predador. Os indivı́duos permaneceram
em sala de criação durante cinco dias. As observações realizadas a campo e,
posteriormente, em laboratório confirmaram o ataque e consumo de lagartas
de Nystalea nyseus por representantes da sub-famı́lia Asopinae, das seguintes
espécies predadoras: Podisus nigrispinus (Dallas, 1851), Brontocoris tabidus
(Signoret, 1863) e Alcaeorrhynchus grandis (Dallas, 1851). Até o momento,
não há registro no Brasil das espécies B. tabidus e A. grandis em associação
com lagartas de Nystalea nyseus, sendo, portanto, a primeira constatação
dessa natureza. A espécie P. nigrispinus têm seu primeiro registro em
lagartas de N. nyseus para o Estado do Rio Grande do Sul. A presença
dos predadores relatados no presente trabalho é uma alternativa no Manejo
Integrado de Pragas e revela o potencial de uso desses inimigos naturais em
surtos de Nystalea nyseus.
Palavras-chave: inimigo natural, entomologia florestal, percevejo
Apoio: CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 125


1.94 Levantamento preliminar de besouros coprófagos em
mata nativa na região de Pato Branco – PR

Jorge Jamhour (1); Heloı́sa P. Machado (1); Edson R. Silveira (1); Rejane
Fuhr (1); Kamila Kovali (1)
(1) Departamento de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná
E-mail: jamhour@utfpr.edu.br
Os besouros coprófagos são importantes componentes da macrofauna de
solo, onde, no sistema de integração lavoura-pecuária, atuam na incorporação
e decomposição da matéria orgânica e auxiliam no controle biológico de insetos
prejudiciais como larvas de moscas hematófagas e parasitas gastrointestinais
que afetam os animais. O levantamento do número de espécies do besouro
rola-bosta em mata nativa é fundamental para se definir o grau de degradação
dos sistemas agro-pastoris. Neste trabalho teve-se como objetivo realizar
um levantamento preliminar do número de espécies de besouros coprófagos
em mata nativa na região de Pato Branco/PR, para, em outros trabalhos,
poder efetuar a devida comparação entre os ambientes de pastagem e mata
nativa. Este trabalho foi executado usando quatro armadilhas de solo em
um perı́odo de 32 dias entre os meses de abril e maio, em uma área de mata
nativa, no perı́odo de entressafra de lavoura e pastagem, visando verificar a
presença e atividade dos insetos rola-bosta, em relação ao número de espécies,
em uma área de mata marginal às áreas onde está consolidado o sistema de
integração lavoura-pecuária. Os exemplares coletados nas armadilhas foram,
após uma limpeza inicial, depositados em frascos devidamente identificados
segundo data e posição da armadilha no transecto. Os insetos foram então
triados, montados e secos, em seguida receberam uma etiqueta de coleta
e uma segunda etiqueta, com o número do exemplar, foi adicionada em
sequência, conforme data e armadilha em que foi coletado. Posteriormente
esses insetos foram enviados para um especialista para a correta identificação
das espécies. Foram constatados a presença de 16 diferentes espécies de
besouros rola-bosta e um ı́ndice de diversidade Alfa= 2.3283.
Palavras-chaves: macrofauna, rola-bosta, coprofagia

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 126


1.95 Atividade ovicida de Piper aduncum sobre Plutella xy-
lostella (Lepidoptera: Plutellidae)

Weverson J. Lima (1); Jamile F. S. Cossolin (2); Mônica J. B. Pereira (1)


(1) Departamento de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso;
(2) Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Estrutural, Universi-
dade Federal de Viçosa
E-mail: weversonjlima@gmail.com
Dentre os insetos-pragas que atacam a cultura das brássicas (crucı́feras),
a lagarta Plutella xylostella conhecida como traça-das-crucı́feras é a principal
praga que causa grandes danos a cultura. Diante desta problemática, a
presente pesquisa teve por objetivo avaliar a bioatividade do extrato de
Piper aduncum (Piperaceae) sobre ovos de Plutella xylostella.O bioensaio foi
conduzido no Laboratório de Entomologia, na Universidade do Estado de
Mato Grosso (UNEMAT), campus de Tangará da Serra – MT. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco
repetições, com 60 ovos/repetição. As concentrações testadas foram de 0,5;
1,0; 2,0; 4,0 e 8,0%, como controle utilizou-se acetona. Para montagem do
bioensaio, foram utilizadas folhas de couve Brassica oleracea var. acephala, e
os ovos provenientes da criação em laboratório. As folhas foram imersas nas
concentrações de cada tratamento e secas ao ar por aproximadamente 1 hora.
Em seguida as folhas tratadas foram colocadas em potes plásticos de 500 ml
contendo papel filtro, cobertos com tecido fino do tipo voil. Após 48 horas,
foram avaliados o número de lagartas vivas nos tratamentos e a viabilidade
dos ovos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA)
e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O extrato
de P. aduncum apresentou atividade ovicida sobre P. xylostella, pois, todos
os tratamentos diferiram estatisticamente do controle. Nas concentrações
de 4,0 e 8,0% a inviabilidade foi de 100% dos ovos após 48h. Nas demais
concentrações a inviabilidade diminui de acordo com a concentração testada,
sendo, 2,0% (93,0), 1,0% (53,3) e 0,5% (47,0). Os resultados mostram que o
extrato de P. aduncum apresenta atividade ovicida. Desta forma, é necessário
o desenvolvimento de novas pesquisas, visando o isolamento e identificação
dos compostos ativos presentes no extrato de P. aduncum.
Palavras-chave: traça-das-crucı́feras, brássicas, extratos vegetais
Apoio: PROBIC

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 127


1.96 Registro Oncideres ulcerosa (Insecta: Cerambycidae)
em Maclura tinctoria (Moraceae)

Gláucia Cordeiro (1); Isaac R. Jorge (2); Paulo S. F. Ferreira (1); Nori-
valdo dos Anjos (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: glacordeiro@yahoo.com.br
Os serradores são considerados pragas por causarem danos econômicos ao
utilizarem plantas de interesse agrı́cola, florestal ou ornamental. Oncideres
ulcerosa possui distribuição do Espı́rito Santo ao Rio Grande do Sul e já
foi registrado em diversos hospedeiros. Entretanto, não existe registro deste
serrador em Maclura tinctoria (Tajuba). Em relação aos insetos daninhos
a essa essência florestal citam-se espécies de Heteroptera e Diptera, sendo
O. dejeanii o único representante da ordem Coleoptera. Este trabalho teve
como objetivo ampliar a lista de hospedeiros utilizados por O. ulcerosa.
Em maio/2012 foi observada a presença de O. ulcerosa em Tajuba, numa
área de regeneração natural, Cajuri-MG. Foram coletados galhos roletados
e procederam-se estudos morfométricos. Estes galhos foram armazenados
em baldes, molhados periodicamente e mantidos em condições controladas
(21,8±1,1o C; 73±2,7% UR e 12 horas de fotofase) até a emergência dos
adultos. Foram coletados 38 galhos. O diâmetro e comprimento médio
dos galhos roletados foi de 1,51±0,03cm (1,18-1,88cm) e 1,38±0,05m (0,71-
2,15m), respectivamente. Nos galhos observamos a presença de anelamentos,
sendo na forma de anel ou espiral, localizados próximo ao roletamento e/ou
das alimentações. Esta injúria é comum nos hospedeiros de O. ulcerosa.
Emergiram 24 besouros (11 machos e 13 fêmeas) entre outubro/2012 e
março/2013, sendo dezembro o mês de maior emergência (n=8). Este é o
primeiro relato da ocorrência de O. ulcerosa danificando árvores de Tajuba
no Brasil.
Palavras-chave: tajuba, serrador, injúrias
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 128


1.97 Óleo de mamona da variedade Paraguaçú no controle
de Myzus persicae

Amanda C. Túler (1); Vando M. Rondelli (2); Hı́gor S. Rodrigues (1);


Wilker P. Lima (1); Dirceu Pratissoli (1)
(1) Departamento de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias
da Universidade Federal do Espı́rito Santo; (2) Departamento de Agrono-
mia/Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco
E-mail: amandatuller@hotmail.com
O pulgão-verde, Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae), é um inseto
fitófago sugador de seiva, de polifagia pronunciada e ocasiona injúrias em
diversas culturas de importância econômica. Entre as medidas de controle
mais utilizadas, destaca-se o método quı́mico com produtos sintético, o que
torna necessária a busca por métodos de controle que visam boas práticas
agrı́colas para manter a sustentabilidade em sistemas de cultivo. O uso de
extratos vegetais com potencial inseticida tem sido uma alternativa. Assim,
o objetivo foi avaliar a atividade inseticida do óleo de mamona da variedade
Paraguaçú sobre M. persicae. Para isso, sementes de mamona da variedade
Paraguaçú foram submetidas à extração do óleo, por prensagem a frio e
filtragem com filtro de tela fina. O óleo foi preparado na concentração
de 5% (m/v), diluı́do em água destilada e solubilizado em acetona a 2%
mais Tweenr 80 a 0,01%. Na testemunha foi usada acetona a 2% mais
Tweenr 80 a 0,01% em água destilada. Ambos os lados dos discos foliares
de couve-manteiga, Brassica oleracea variedade acephala, de 4,5 cm de
diâmetro, contendo 10 ninfas de 24-48h, foram pulverizados com cada um
dos tratamentos em placas de Petri (repetições) com o auxı́lio de uma torre
de Potter com pressão de 15 lb pol−2 . Os discos foliares pulverizados foram
trocados no segundo dia da avaliação e novamente quando necessário. A
avaliação foi feita até o quinto dia. Empregou-se o delineamento experimental
inteiramente casualizado com 10 repetições contendo 10 ninfas em cada
repetição. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. Foi verificada
diferença estatı́stica entre os valores de mortalidade de M. persicae nos
tratamentos com óleo de mamona e na testemunha. O óleo de mamona
causou mortalidade de M. persicae em 98,9%, sendo que na testemunha foi
observada mortalidade de 6,9%. Com isso, o óleo de mamona da variedade
Paraguaçu na concentração de 5% apresenta atividade inseticida sobre ninfas
de M. persicae.
Palavras-chave: Pulgão-verde, Ricinus communis, controle alternativo
Apoio: CNPq, CAPES, FINEP, FAPES, NUDEMAFI

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 129


1.98 Composição bioquı́mica de ovos de Callosobruchus mac-
ulatus (Coleoptera: Chrysomelidae) sobre sementes hos-
pedeiras e não hospedeiras

Kayan E. V. Baptista (1); Leonardo F. R. de Sá (1); Arianne Fabres (1);


Antonia E. A. Oliveira (1)
(1) Laboratório de Quı́mica e Função de Proteı́nas e Peptı́deos, Centro
de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
E-mail: kayanbaptista@gmail.com
A penetração do tegumento das sementes por bruquı́deos pode representar
um estresse e muitas vezes esse tecido pode agir como uma barreira tóxica
devido a presença de compostos quı́micos tóxicos. Este trabalho tem como
objetivo avaliar a composição bioquı́mica e a degradação de reservas em ovos
de Callosobruchus maculatus, durante o processo embrionário. Sementes hos-
pedeiras Vigna unguiculata e não-hospedeiras Canavalia ensiformes foram
infestadas com fêmeas por um perı́odo de 4 horas à 28o C. A cada intervalo
de 24 horas ovos postos sobre os tegumentos foram retirados e submetidos a
analises. O desenvolvimento embrionário foi avaliado através de coloração
com DAPI. O perfil proteico dos ovos foi visualizado através de eletroforese
em gel de poliacrilamida 10%. Dosagens de triglicerı́deos foram realizadas
em ovos até 96 h após a oviposição. Nossos resultados mostraram que o
desenvolvimento embrionário sobre o tegumento de V. unguiculata ocor-
reu de maneira similar a previamente descrita pelo nosso grupo. O perfil
protéico dos ovos mostrou a presença de duas bandas majoritárias próximas
a 160 e 40 KDa em ovos de 24, 48 e 72 h. Essas bandas aparentemente
diminuı́ram de intensidade em 96 h onde novas bandas de massas moleculares
inferiores foram visualizadas. As dosagens de triglicerı́deos revelaram uma
concentração maior nos ovo de 24 h, diminuindo no tempo posterior. Esses
resultados indicam uma possı́vel mobilização de proteı́nas e gorduras du-
rante a embriogênese desse inseto. O conhecimento dos eventos bioquı́micos
durante o desenvolvimento embrionário pode fornecer novas ferramentas
para a descoberta de alvos que possibilitem o bloqueio do desenvolvimento
embrionário e conseqüentemente a entrada das larvas na semente.
Palavras-chave: Callosobruchus maculatus, tegumento de sementes, em-
briogênese
Apoio: FAPERJ, CNPq, UENF

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 130


1.99 Mudanças no comportamento de oviposição de Dia-
traea saccharalis em duas variedades de cana-de-açúcar

André F. Teixeira (1); Katherine G. Pérez (1); Anderson L. Oliveira (1);


Eliseu J. G. Pereira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: andre.ferraz@ufv.br
Os padrões de comportamento reprodutivo e de oviposição dos insetos
fitófagos podem variar dependendo das caracterı́sticas fı́sicas e quı́micas das
plantas e das condições ambientais. Tais mudanças ajudam na identificação
de genótipos suscetı́veis ou resistentes como tática de manejo das populações
de insetos em campo. Em arroz, hospedeiro alternativo da broca-da-cana
Diatraea saccharalis(Lepidoptera: Crambidae), tem se observado mudanças
no comportamento de oviposição das fêmeas em diferentes cultivares. Espera-
se que no hospedeiro principal, a cana-de-açúcar, variedades com diferentes
nı́veis de resistência gerem mudanças no comportamento dos adultos. O
objetivo foi observar se ocorrem mudanças na emergência e na oviposição da
broca da cana em duas variedades de cana, uma suscetı́vel (RB1115) e outra
resistente (RB5486). Para tal, em casa de vegetação, três casais em estádio
de pupa foram colocados em gaiolas plásticas, cada uma contendo uma planta
de cana com cinco folhas expandidas. Ao todo, foram usadas 15 plantas por
variedade, sendo o delineamento experimental inteiramente casualisado. Os
parâmetros avaliados foram a distância das posturas a partir do ponto de
inserção das folhas, a folha e a face preferencial para oviposição. Os dados
foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste t
(p<0,05). A distância das posturas em relação à bainha variou entre folhas;
as fêmeas ovipositaram preferencialmente nas folhas do terço superior (F4 =
6.58; p< 0,0001) e principalmente naquelas mais novas (F4 = 4.20; p= 0,026)
em ambas as variedades. Nas plantas suscetı́veis, a preferência de oviposição
foi pela face adaxial e nas plantas resistentes pela face abaxial (F1 = 12.66;
p= 0,0008). Conclui-se que o terço superior das folhas mais novas são os
locais preferidos de oviposição independentemente da variedade e que na face
da folha parece haver algum fator que afeta o comportamento de oviposição
das fêmeas.
Palavras-chave: resistência varietal, broca-da-cana, preferência de oviposição,
Saccharumspp.
Apoio: CAPES, DuPont Young Professor Grant, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 131


1.100 Ação indireta da interação entre óleo de mamona e
óleo de pinhão manso no controle do pulgão-das-brássicas

Vanessa V. S. Frohelich (1); Anderson M. Holtz (1); Thais Coffler (1);


Vando M. Rondelli (2); Dirceu Pratissoli (2)
(1) Instituto Federal do Espı́rito Santo – Campus Itapina; (2) Departa-
mento de Produção Vegetal, Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: vanessavicterdosantos@hotmail.com
O pulgão-da-couve, Myzus persicae, é praga chave da cultura da couve
causando grandes prejuı́zos devido à sucção contı́nua de seiva e introdução
de toxinas no sistema vascular das plantas, além da transmissão de viroses e
engruvinhamento das folhas em que se alojam, prejudicando o desenvolvi-
mento da planta. Dentre os métodos utilizados para controle desta praga,
o quı́mico é o mais usual. Com o objetivo de reduzir e/ou substituir os
agrotóxicos sintéticos por produtos ecologicamente corretos, esse projeto
visou estudar a potencialidade e eficácia do uso indireto da interação dos
óleos extraı́dos das espécies Ricinus communis (mamona) e Jatropha curcas
(pinhão manso) quanto à sua atividade inseticida sobre o pulgão. Foram
utilizados discos de folhas de couve (4cm de diâmetro) contendo 10 pulgões.
Estes discos foram imersos durante 5 segundos na solução. A concentração
utilizada em cada tratamento foi de 3% e foram realizadas 10 repetições
por tratamento. As relações de interações dos tratamentos foram 0-100;
10-90; 20-80; 30-70; 40-60; 50-50; 60-40; 70-30; 80-20; 90-10; 100-0 de óleo
de pinhão manso e óleo de mamona respectivamente. Sendo a avaliação da
mortalidade realizada 24, 48 e 72 horas após a aplicação. A mortalidade de
M. persicae diferiu estatisticamente entre as proporções avaliadas (F10,99 =
37,91; P < 0,0001). Maiores mortalidades foram observadas nas proporções
80-20 e 90-10 (70 e 84,2% respectivamente), seguido da proporção 100-0 com
54,3%. Nas proporções 20-80 e 30-70, foi observada mortalidade acima de
12%. Contudo, nas demais proporções, a mortalidade foi significativamente
menor, não atingindo 9%. Desta forma, concluiu-se que a ação indireta da
interação dos óleos extraı́dos das espécies R. communis (mamona) e J. curcas
(pinhão manso) pode ser eficaz no manejo de M. persicae.
Palavras-chave: Jatropha curcas, Ricinus communis, Myzus persicae
Apoio: IFES, UFES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 132


1.101 Levantamento de pragas e desenvolvimento de girassol
ornamental em diferentes adubações

Verônica A. Ladeira (1); Lı́via M. Carvalho (2); Júnia R. M. Figueiredo


(1); Daiany O. Fuzzato (1); Simone N. Reis (2)
(1) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São
João del Rei; (2) Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
E-mail: veronica ladeira@yahoo.com.br
O uso do girassol como planta ornamental é recente no Brasil, porém
vem aumentando a cada ano devido às suas várias possibilidades econômicas.
Frente a esse retorno financeiro rápido, muitos agricultores utilizam defensivos
quı́micos para controlar o ataque de pragas e doenças em sua produção.
Entretanto, tais produtos causam sérios impactos ao ambiente, riscos à
saúde humana, além de poder causar problemas de resistência. O trabalho
teve como objetivo avaliar a ocorrência de pragas e o desenvolvimento de
girassol ornamental cultivado com diferentes adubos orgânicos e minerais.
O experimento foi conduzido no perı́odo de maio a outubro de 2012, na
EPAMIG, em São João Del Rei-MG. O delineamento experimental foi em
blocos casualizados e os tratamentos utilizados foram: T1- 100% de adubação
quı́mica, T2- 50% de adubação quı́mica, T3- 50% de adubação quı́mica + 50%
de adubação orgânica (Tinocão), T4- 100% de adubação orgânica (Tinocão),
T5- 50% de adubação quı́mica + 50% de adubação orgânica (esterco bovino),
T6- 100% de adubação orgânica (esterco bovino), em quatro repetições.
Semanalmente foram realizadas amostragens dos artrópodes fitófagos em três
folhas por planta e 10 plantas por repetição. As avaliações do desenvolvimento
das plantas foram altura, números de folhas e diâmetro do caule. Foi possı́vel
observar que o manejo do solo influenciou diretamente a ocorrência de pragas e
o desenvolvimento do girassol. Os principais artrópodes fitófagos encontrados
foram pulgões, moscas brancas e cigarrinhas. O pulgão apresentou maior
ocorrência (0,42 ± 0,06 pulgões/planta) no tratamento 1, ou seja, quando
foi utilizada 100% da adubação quı́mica, comparado aos demais tratamentos.
O girassol apresentou melhor desenvolvimento no tratamento 6 (100% de
adubação orgânica/esterco bovino), comparado aos demais tratamentos.
Esses resultados poderão auxiliar no manejo correto da adubação do girassol
ornamental visando à obtenção de flores de qualidade.
Palavras-chave: manejo de pragas, floricultura, manejo do solo
Apoio: EPAMIG, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 133


2 Entomologia Médica e Veterinária

2.1 Aspectos fı́sicos e quı́micos da água de criadouros de


Aedes (Stegomyia) aegypti em ambiente urbano

Marylene de Brito-Arduino (1); Gabriela de O. de Ávila (2)


(1) Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Superintendência de Con-
trole de Endemias; (2) Programa de Aprimoramento Profissional/FUNDAP-
SUCEN
E-mail: maryleneb@uol.com.br
A espécie Aedes (Stegomyia) aegypti é originária do Continente Africano,
e hoje, alcança extensa distribuição nos cinco continentes, principalmente
no ambiente urbano. Esta espécie teve participação em quase todas as
epidemias registradas no mundo, com os quatro sorotipos da dengue. Este
estudo buscou avaliar os vários microhabitats utilizados por esta espécie
no ambiente urbano e levantar informações com vistas a contribuir para o
aprimoramento das ações de controle da dengue. Foram feitas coletas no
municı́pio de São Sebastião, litoral do estado de São Paulo por 14 meses.
Os parâmetros mensurados foram: volume, oxigênio dissolvido (OD), pH,
salinidade, condutividade elétrica e temperatura da água dos criadouros
com A. aegypti. Foi observada alta variabilidade para todos os parâmetros
mensurados. Sugerindo adaptação desta espécie, tanto no macro quanto
no microhabitat em ambiente urbano. Evidenciando que o criadouro de A.
aegypti não é mais o clássico “recipiente com água limpa”. Em razão de ter
sido encontrada criando-se em água com resı́duo de óleo, ferrugem, tinta,
grande concentração de matéria orgânica e salinidade. O que foi confirmada
pela ampla variação dos parâmetros mensurados. Conclui-se que a água
contendo estes resı́duos não foi fator limitante para o desenvolvimento desta
espécie.
Palavras-chave: adaptação, criadouro, controle da dengue
Apoio: FAPESP, SUCEN

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 134


2.2 Ocorrência de dı́pteros vetores de Leishmaniose no Insti-
tuto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́

Luiz E. Neto (1); Vinı́cius G. Silva (1); Éverton B. da Silva (1); Guilherme
A. F. Silva (1); Gabriel de C. Jacques (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais,
Campus Bambuı́
E-mail: neto-cristais@bol.com.br
A leishmaniose é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral,
causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania. Na região de
Bambuı́ (MG), o relato de ocorrência da doença em canı́deos e humanos
mobiliza a atenção polı́tica a fim de prevenir e conter a doença na região. Para
o estudo dessa enfermidade deve-se verificar o ambiente para identificar a
presença dos vetores, além de investigar a aptidão de determinadas áreas como
habitat dos vetores da doença. Este trabalho tem por objetivo de relatar a
ocorrência de dı́pteros da Famı́lia Psychodidae, transmissores do protozoário
causador da leishmaniose, no Campus de Bambuı́ do Instituto Federal de
Minas Gerais em diferentes épocas do ano. As áreas com perfil semelhante
ao adequado para o desenvolvimento das larvas e abrigo dos adultos do
mosquito-palha foram estabelecidas para montagem das armadilhas e para
a coleta ativa. Foram realizadas coletas ativas nos pontos estabelecidos e
montagem de armadilha luminosa adaptada do tipo Malaise. Foram coletados
vinte espécimes de mosquito-palha, Lutzomyia longipalpis, sendo que o maior
número desses insetos coletados ocorreu em épocas de maior temperatura
média e umidade relativa do ar. Além disso, as áreas em que um maior
número de insetos foi capturado têm como caracterı́stica comum a presença de
locais sombreados, solo coberto com matéria orgânica e proximidade a locais
com água. Estas caracterı́sticas podem estar influenciando a permanência
desses insetos na área, já que estes têm preferência para reprodução e
manutenção em locais com essas caracterı́sticas. O número de mosquitos-
palha encontrados no desenvolvimento do trabalho indica que há necessidade
de adoção de medidas de controle deste, principalmente, no verão, onde se
tem uma maior temperatura e também uma maior umidade relativa do ar, e
em áreas próximas a matas e regiões úmidas, que favoreceram a manutenção
desses indivı́duos.
Palavras-chave: Diptera, Leishmaniose, mosquito-palha
Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 135


2.3 Diversidade de malófagos em Gallus gallus na região
serrana do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Emı́lia C. Nunes (1); Daniel L. Navarro (1); Liliane Durães (1); Erik
Daemon (2)
(1) Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal de Juiz de
Fora; (2) Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora
Email: emiliacnunes@gmail.com
Perdas econômicas causadas por piolhos na avicultura tem reflexo na
produtividade de carne, reduzindo o peso corpóreo, e redução da postura,
devido aos distúrbios nervosos, comportamentais e fisiológicos causados às
aves infestadas. Com o objetivo de conhecer a fauna de piolhos de galinhas,
Gallus gallus, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro foram examinados
50 aves (machos e fêmeas) de diferentes colorações e tamanhos em quatro
propriedades particulares, duas localizadas no municı́pio de Petrópolis e
duas delas em São José do Vale do Rio Preto. As aves foram inspecionadas
individualmente, retirando-se os ectoparasitos manualmente e acondicionado-
os em recipiente contendo etanol 70°GL para posterior identificação em chaves
próprias. Os piolhos foram separados de acordo com sı́tio de localização,
assim delimitados: cabeça, pescoço, asas, região dorsal, região ventral e
perna. Foram encontradas quatro espécies: Lipeurus caponis, Menopon
gallinae, Goniodes gigas e textitMenopon stramineus. Das 50 aves analisadas,
100% apresentaram poliparasitismo totalizando 1.079 espécimes, sendo M.
gallinae e L. caponis as mais prevalentes em ambos os locais de coletas. De
acordo com resultados obtidos através do teste do qui-quadrado observou-se
preferência pelo parasitismo de L. caponisna região da cabeça e pescoço,
local pouco infestado pelas demais espécies. G. gigas apresentou preferência
pelo parasitismo na região das asas e M. stramineus apresentou preferência
pela região das pernas. Fica evidenciada a alta prevalência de malófagos nas
aves analisadas, bem como o elevado grau de poliparasitismo.
Palavras-chave: piolho, avicultura, poliparasitismo
Apoio: Capes, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 136


2.4 Aedes albopictus e Aedes aegypti em área de mata ur-
bana de Minas Gerais

Tatiana F.A. Mingote (1); Mariele P. Ribeiro (1); Flávia N. Vieira (2);
Iara A. Borges (3); Álvaro E. Eiras (1)
(1) Departamento de Parasitologia, Universidade Federal de Minas Gerais;
(2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais;
(3) Departamento de Microbiologia, Universidade Federal de Minas Gerais
E-mail: tatimingote@hotmail.com
Aedes albopictus e A. aegypti são espécies invasoras e vetoras de arbovı́rus.
O seu encontro em ambientes silvestres, rurais e urbanos com possı́vel
transição entre estes habitats permite a proximidade com os seres humanos.
A estimativa de fêmeas de mosquitos que ovipositaram indica a realização
de repasto sanguı́nea, o que auxilia na detecção de mudanças na idade da
população e estabelece sua significância epidemiológica. O trabalho teve
como objetivo monitorar as populações de A. albopictus e A. aegypti em
diferentes ecótopos de mata urbana e avaliar a paridade das fêmeas de ambas
as espécies. Coletas de mosquitos foram realizadas em mata urbana de
Cerrado e Mata Atlântica em Sabará/MG. Foram delimitadas três trilhas,
uma na área de Cerrado e duas na área de Mata Atlântica. Em cada uma
foram instaladas três armadilhas BG-Sentinelr, sendo outras seis instaladas
ao redor da edificação principal. As coletas foram realizadas ao longo de uma
semana, uma vez ao mês. Entre abril/2011 e maio/2012 foram capturados
476 mosquitos. Destes, 413 foram A. albopictus (87%) e 63 A. aegypti (13%).
Ambas as espécies foram encontradas em todos os locais de coleta. A maior
média de coleta para A. albopictus foi observada na área de Mata Atlântica,
diferindo do Cerrado e da área edificada (Kruskal-Wallis, p<0.05). Nesta
área foi encontrada a maior média de captura para A. aegypti, porém não
houve diferença significativa dentre as demais áreas (p=0.238). Observou-
se a presença de A. albopictus em todos os meses de coleta enquanto A.
aegypti não foi coletada apenas em julho/2011. Para ambas as espécies
foi observada uma maior porcentagem de fêmeas que já ovipositaram. As
espécies demonstraram capacidade de transitar entre os diferentes habitats,
o que aumenta o risco de transmissão de patógenos veiculados por elas, risco
este aumentado também pela presença de população mais velha em campo.
Palavras-chave: área urbana, culicı́deos, remanescente de mata
Apoio: CAPES, FAPEMIG, IM Izabela Hendrix, INCT-Dengue, Pronex-
Dengue

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 137


3 Entomologia Molecular e Genética

3.1 Purificação parcial de cisteı́no-proteases do intestino médio


de Anticarsia gemmatalis

Rafael A. Barros (1); Eduardo G. Mendonça (1); Carolina R. Silva (1);


Joel A. Oliveira (2); Maria Goreti A. Oliveira (1)
(1) Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, Universidade
Federal de Viçosa; (2) Departamento de Quı́mica, Universidade Federal de
Viçosa
Enzimas digestivas, presentes no intestino dos insetos, têm sido uma das
alternativas no controle de pragas agrı́colas sem o uso de agrotóxicos. A
inibição enzimática por bioinseticidas pode levar a uma redução da proteólise
dentro do intestino, resultando numa carência de aminoácidos livres. Neste
contexto o objetivo desse trabalho foi realizar a purificação parcial e a carac-
terização de cisteı́no-proteases do intestino médio de Anticarsia gemmatalis,
uma das maiores pragas da cultura da soja no Brasil. O extrato enzimático
do intestino médio foi submetido à precipitação diferencial com 30 – 60% de
(NH4)2SO4 e logo após à cromatografia de afinidade em coluna de aprotinina-
agarose. As proteı́nas não ligadas à coluna, que apresentaram atividade
proteolı́tica, foram reunidas num pool enzimático e caracterizadas utilizando-
se o substrato sintético L-BApNA. A melhor atividade foi observada em pH
8,0 e na temperatura de 55-60°C. O KM app obtido foi de 0,74 mM e a
Vmax app foi de 0,8 µM.min-1. A análise do efeito de ı́ons Ca2+ mostrou
que as cisteı́no-proteases parcialmente purificadas são cálcio-dependentes e
apresentam melhor atividade em 30 mM de CaCl2. Nos ensaios de inibição
foram testados: um inibidor de metalo-proteases (EDTA), um inibidor de
aspartil-proteases (Pepstatina A) e dois inibidores de serino-proteases (Apro-
tinina e TLCK). O único resultado significativo foi para o EDTA. A atividade
foi diminuı́da com o aumento da concentração de EDTA, comprovando o
fato da dependência de ı́ons Ca2+. Portanto, esses resultados nos ajudam
a conhecer o sistema de proteases envolvidas no mecanismo de interação
inseto-planta, sob o ponto de vista da relação estrutura-função.
Palavras-chave: Anticarsia gemmatalis, interação inseto-planta, cisteı́no-
proteases
Apoio: CPNq, CAPES, FAPEMIG, INCT-IPP

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 138


3.2 Variação cariotı́pica de duas populações de Polistes fer-
reri (Vespidae, Polistinae)

Jaqueline Celante (1); Henrique B. Silva (2); Aline E. Arquilar (1);


Yasmini B. Eggert (1); Milton Rönnau (1)
(1) Laboratório de Histopatologia, Universidade Federal do Paraná- setor
Palotina; (2) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de
Viçosa
Email: celante1@gmail.com
Espécies com ampla distribuição podem apresentar flexibilidade para
adaptação a diferentes ambientes ao longo de sua área de distribuição. Assim,
estudos populacionais podem ser um caminho para entender sua origem e
história evolutiva. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e comparar o
cariótipo de duas populações da vespa social Polistes ferreri. Os ninhos foram
coletado em Juiz de Fora, Minas Gerais (pfMG) e Palotina no Paraná (pfPR).
Para a confecção das lâminas, foi usado o gânglio cerebral de larvas e pré-
pupas. Estas foram coradas com Giemsa e tratadas com as técnicas de banda
C e fluorocromos (DAPI e CMA3) para descrever os cariótipos. O número
diplóide variou entre as duas populações sendo 2n=26 para pfPR e 2n=28
para pfMG. Em pfPR, um par de cromossomos foi marcado pela banda C na
região centromérica e os demais na região pericentromérica e no braço menor
dos cromossomos. Em pfMG foram marcados um dos braços na maioria
dos cromossomos e a região pericentromérica de um par cromossômico. O
fluorocromo CMA3 marcou 10 pares de cromossomos em pfPR enquanto
pfMG apresentou apenas três pares marcados. As regiões DAPI+ foram
correspondentes com as porções de heterocromatina para ambas as espécies,
indicando uma riqueza de bases A:T nesses locais. Pelos resultados obtidos
as duas populações apresentaram variações tanto relacionadas com o número
quanto outras caracterı́sticas do cariótipo. Estas variações podem refletir
adaptações visto que as condições climáticas e ambientais de cada região
são muitos diferentes. Outra possibilidade é que essas populações estejam
bem estruturadas sendo que o fluxo gênico entre elas seja restrito ou que
elas estejam em processo de especiação. O polimorfismo observado nesse
trabalho indica que essa espécie deve ser estudada com mais detalhes a fim
de compreender melhor sua estrutura filogeográfica ou se essas populações
correspondem a um complexo de espécies crı́pticas.
Palavras-chave: vespas sociais, polimorfismo, citogenética clássica
Apoio: CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 139


3.3 Caracterização citogenética de Tetragona dorsalis (Hy-
menoptera: Apidae: Meliponini)

Monique P. de Oliveira (1); Rı́udo de P. Ferreira (1); Francisco P. M.


Oliveira (2); Denilce M. Lopes (1)
(1) Departamento de Biologia Geral, UFV; (2) Universidade Federal do
Pará, Campus Altamira
E-mail: monique.povoa@ufv.br
As abelhas sem ferrão possuem distribuição geográfica em regiões de
clima tropical e subtropical, sendo consideradas espécies-chave em diferentes
ecossistemas mediante sua atividade polinizadora. Dentre as 13 espécies
descritas do gênero Tetragona, quatro já foram descritas citogeneticamente.
Dentre elas a espécie Tetragona dorsalis (Smith, 1854), já analisada anteri-
ormente, havia apresentado um número cromossômico diferente de outras
espécies do gênero. Tal fato considerado é incomum, levando em consideração
que o número de cromossomos tende a ser constante neste grupo (2n=34).
Neste trabalho foi analisada outra colônia da espécie T. dorsalis, coletada na
cidade de Altamira,estado do Pará, Brasil. As lâminas foram submetidas às
técnicas de coloração com Giemsa, Banda C e Banda Ag-NOR. Foi observado
um número cromossômico 2n=34 e duas marcações no núcleo pela técnica
de Ag-NOR, sendo que anteriormente o numero de cromossomos observa-
dos era n=18. Essa variação pode ser atribuı́da à técnica de esmagamento
utilizada na descrição cromossômica anterior, a qual é considerada menos
eficaz que a metodologia utilizada nesse trabalho. Mediante os resultados,
o número de cromossomos observados foi o mesmo encontrado para outras
Tetragonas, demonstrando que esse número geralmente é bem conservado
dentro do gênero. Pela técnica de Banda C observou-se uma predominância
de cromossomos do tipo pseudo-acrocêntricos. Estes são caracterizados por
apresentar um braço eucromático e um heterocromático. O grande número
de cromossomos pseudo-acrocêntricos pode ser considerado uma evidência
de fissões cromossômicas, que são eventos comuns explicados pela Teoria
da Interação Mı́nima (TIM). Segundo essa teoria haveria uma tendência à
fissão dos cromossomos durante a evolução de modo a reduzir seu tamanho e
desta forma evitar que ocorram trocas e inversões entre cromossomos não
homólogos. Posteriormente para recuperar a estabilidade telomérica ocorreria
uma adição de heterocromatina resultando em um braço eucromático e outro
heterocromático. Logo, as caracterı́sticas encontradas em T. dorsalis indicam
que a TIM também pode ser aplicada nessas abelhas para explicar a evolução
de seu cariótipo.
Palavras-chave: Hymenoptera, citogenética, pseudo-acrocêntrico - Apoio:
CNPq, FAPEMIG, FAPESPA

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 140


3.4 Análise citogenética de uma população de Camponotus
atriceps

Danúbia R. Alves (1); Hilton J. A. C. de Aguiar (1); Eduarda R. de


Oliveira (1); Luı́sa A. C. Barros (1); Sı́lvia G. Pompolo (1)
(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: danubia.alves@ufv.br
A espécie Camponotus atriceps possui uma ampla distribuição no con-
tinente americano, da região sul dos EUA até a Argentina. Essa espécie
apresenta uma intensa atividade sinantrópica, causando transtornos ao nid-
ificar em ambientes residenciais, e gerando possı́veis prejuı́zos econômicos
por representarem pragas hospitalares. É possı́vel que C. atriceps seja na
verdade um complexo de espécies relacionadas, apresentando um alto grau
de polimorfismo, além de similaridades morfológicas com outras espécies
de Camponotus. Nesse contexto, as informações citogenéticas são úteis por
representarem métodos confiáveis de comparação intra e inter-especı́ficos,
podendo auxiliar na compreensão das relações filogenéticas entre os possı́veis
grupos existentes dentro de C. atriceps. O trabalho teve como objetivo
caracterizar citogeneticamente uma população de C. atriceps proveniente da
cidade de Viçosa (MG), avaliando a morfologia, o padrão da heterocromatina
e as regiões ricas em bases AT/CG dos cromossomos. Dessa forma os cromos-
somos metafásicos foram submetidos à coloração convencional, bandeamento
C e tratamento com os fluorocromos (DAPI/CMA3 ). O cariótipo apresentou
2n=40 cromossomos (26st+14t). O bandeamento C mostrou que não há no
cariótipo um padrão de distribuição de heterocromatina, ela está presente
em pequenos blocos nas regiões teloméricas e pericentroméricas dos braços
curtos e longos e nas regiões intersticiais dos braços longos dos cromossomos.
Os fluorocromos revelaram uma região rica em pares GC no braço curto de
um par de cromossomos subtelocêntricos, que em himenópteros normalmente
é relacionada à Região Organizadora de Nucléolos (NOR). Embora os dados
obtidos sejam restritos a uma população, torna-se necessário estudos poste-
riores, no entanto as informações apresentadas podem contribuir para um
melhor entendimento da espécie Camponotus atriceps.
Palavras-chave: formiga, citogenética, bandeamento cromossômico
Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 141


3.5 Estudos citogenéticos de Frieseomelitta doederleini (Hy-
menoptera: Apidae) de Urbano Santos - Maranhão

Arthur M. Elizeu (1); Alexandra Avelar (1); Mara G. Tavares (1)


(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: arthur.elizeu@ufv.br
A espécieFrieseomelitta doederleini destaca-se por possuir grande im-
portância econômica na região nordeste do Brasil e também nos estados de
Minas Gerais e Mato Grosso, devido a sua atividade polinizadora. Estudos
citogenéticos são relevantes, pois podem fornecer dados sobre o comple-
mento cromossômico, e assim auxiliar na realização de estudos evolutivos
e taxonômicos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo,
analisar o número cromossômico, as regiões heterocromáticas e as regiões
organizadoras do nucléolo (NORs) de indivı́duos de três colônias de F. doeder-
leini, coletadas em Urbano Santos - MA. Foram analisados dez indivı́duos por
colônia e, trinta metáfases por lâmina. Essas foram obtidas a partir de células
de gânglio cerebral de larvas submetidas à solução de colchicina 0,005%. Para
análise morfológica dos cromossomos realizou coloração com Giemsa 3%. A
técnica de Banda C utilizando o método BSG (Hidróxido de Bário/Solução
Salina/Giemsa) foi realizada para evidenciar a presença de heterocromatina.
A impregnação por AgNO3 foi utilizada para evidenciar as NORs, enquanto
a coloração com fluorocromos (DA/CMA3 /DAPI) foi utilizada para evi-
denciar as regiões ricas em CG e AT. Todas as colônias estudadas apre-
sentaram indivı́duos com 2n=30 cromossomos (2k= 4M+22AM +4A) em
fêmeas e n=15 em machos. O bandeamento C mostrou marcação positiva no
braço curto dos cromossomos pseudoacrocêntricos e acrocêntricos, enquanto
nos metacêntricos, marcação centromérica. A coloração com fluorocromo
CMA3 bem como a impregnação por AgNO3 apresentou marcações positivas
em vários cromossomos, sendo mais evidente em um par. O fluorocromo
DAPI mostrou, em alguns cromossomos, marcações mais fortes perto do
centrômero. Portanto, os dados contidos nesse trabalho mostram marcadores
cromossômicos que podem ajudar a compreender melhor a caracterização
genética dessa espécie e, consequentemente, auxiliar em estudos evolutivos e
filogenéticos desse grupo de abelhas.
Palavras-chave: abelha sem ferrão, citogenética, filogenia
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 142


3.6 Transmissão horizontal de Wolbachia entre espécies de
Sitophilus (Coleoptera: Curculionidae)

Laura M. Pantoja (1); Gislaine A. Carvalho (2); Alberto S. Correa (1);


Luiz O. de Oliveira (2); Raul N. C. Guedes (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, Universidade Federal de
Viçosa
E-mail: lauramaria9101@hotmail.com
Wolbachia (alfa-Proteobacteria; Rickettsiaceae) são bactérias de ocorrência
exclusivamente intracelular, as quais infectam um número considerável de
invertebrados incluindo ácaros, crustáceos, nematoides e especialmente in-
setos. Esses endossimbiontes têm despertado grande interesse, devido a
sua habilidade de modificar o comportamento reprodutivo dos hospedeiros
através de uma variedade de mecanismos tais como incompatibilidade cito-
plasmática (IC), feminilização de machos, partenogênese. Sua principal
forma de dispersão é através da transferência vertical e materna, mas em
alguns casos, essa transmissão pode se dar horizontalmente. Importantes
questões sobre a biologia do endossimbionte e dos mecanismos de interação
possuem implicações de grande interesse na dinâmica das populações hos-
pedeiras. Neste trabalho, uma população de Sitophilus zeamais proveniente
do México e que possui dupla infecção por Wolbachia foi analisada. Para se
investigar a transferência horizontal dos endossimbiontes, foi extraı́do DNAs
e posteriormente foram feitas reações de polimerase em cadeia, utilizando
primers para o gene 16S, especı́fico para Wolbachia, gerando um fragmento
de 589 pb. Os produtos de PCR foram tratados com a enzima exosap e
o sequenciamento dos fragmentos amplificados foi realizado pela empresa
MACROGEN COREA©. Confirmada a dupla infecção, os produtos de PCR
foram clonados utilizando células ultracompetentes num vetor pGEMr-T
Easy (Promega) e os clones positivos foram caracterizados por reações de
PCR e purificados com o Kit Wizardr Plus Minipreps (Promega). As
sequências obtidas foram importadas para o aplicativo Sequencherr, onde
foram editadas e analisadas. Todos os indivı́duos estudados apresentavam
duas estirpes de Wolbachia, sendo uma comumente encontrada em espécies
de S. zeamais e a outra encontrada em Sitophilus oryzae (Linnaeus, 1763),
confirmando assim a transferência horizontal do endossimbionte.
Palavras-chave: caruncho, endossimbionte, transferência horizontal
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 143


3.7 Detecção molecular de sequência telomérica (TCAGG)n
em três espécies de abelhas da tribo Meliponini

Alexsandra M. Correia (1); Elisa da S. Barreto (1); Denilce M. Lopes (1)


(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: alexsandra.correia@ufv.br
As abelhas possuem grande importância por serem as principais polin-
izadoras de angiospermas e, além disso, por serem produtoras de itens
comerciais. As abelhas da tribo Meliponini são popularmente conhecidas
como “abelhas indı́genas sem ferrão” e exibem ampla distribuição, sendo
encontradas em várias regiões. As porções finais dos cromossomos de eu-
cariotos e da molécula de DNA de alguns procariotos são conhecidas como
telômero. A esta região, são atribuı́das várias funções, como: proteção contra
recombinação inter cromossômica; atuação na organização do DNA durante
a interfase em alguns organismos; colaboram com o emparelhamento dos
cromossomos durante a meiose, dentre outras. A sequência nucleotı́dica
encontrada na região telomérica é bastante simples e é formada por pequenos
monômeros repetidos em tandem, além disso, as unidades são bastante
conservadas, mesmo entre diferentes taxa. Estudos iniciais sobre a com-
posição nucleotı́dica dos telômeros de artrópodes evidenciaram um motivo
(TTAGG)n em representantes de diversas ordens de insetos. O presente
trabalho teve como objetivo detectar sequência telomérica (TCAGG)n em
três espécies de abelhas sem ferrão: Tetragonisca angustula, Melipona ru-
fiventris e Partamona helleri, a partir da utilização de técnicas moleculares.
Para detectar a região telomérica (TCAGG)n foi realizada a extração do
DNA total de operárias das espécies P. Helleri, M. rufiventris e T. angustula.
Posteriormente, foi feita a amplificação do DNA através da técnica de PCR
utilizando primers especı́ficos. Os produtos da amplificação foram separados
por eletroforese em gel de agarose a 1,2% e a análise do gel foi feita a partir da
presença e ausência do marcador nos indivı́duos. As três espécies obtiveram
marcação positiva, com isso, podemos inferir que a região telomérica destes
indivı́duos é composta pela sequência (TCAGG)n.
Palavras-chave: telômero, marcador molecular, Meliponini
Apoio: CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 144


3.8 Análise de populações polimórficas de Melipona quin-
quefasciata (Hymenoptera: Apidae) quanto à presença
de cromossomos B

Alexandra Avelar (1); Mara G. Tavares (1); Arthur M. Elizeu (1)


(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: alexandra.avelar@ufv.br
Os cromossomos B ou supranumerários, são verificados nos mais diversos
grupos de animais e plantas. No gênero Melipona, foi descrito em apenas duas
espécies. Melipona quinquefasciata é uma delas e se destaca por apresentar
variação no número cromossômico padrão e discrepância entre o conteúdo
de DNA e heterocromatina esperados para o gênero. Assim, o objetivo
deste trabalho foi caracterizar e comparar o cariótipo de duas populações de
M. quinquefasciata, a fim de verificar se estas diferenças ocorrem devido à
presença de cromossomos B. As populações analisadas foram coletadas em
Bicas (Zona da Mata Mineira) e no Parque Nacional do Peruaçu, em Januária
(norte de Minas Gerais). As metáfases foram obtidas do gânglio cerebral de
larvas pós-defecantes e as lâminas foram submetidas à coloração com Giemsa,
tripla coloração com fluorocromos (CMA3/DA/DAPI), impregnação com
Ag-NOR e bandeamento C. O número cromossômico encontrado em fêmeas
da espécie variou de 2n=19 a 22, devido à presença de 1 a 4 cromossomos
B. Na população do Parque do Peruaçu todos os indivı́duos apresentaram 2
cromossomos B, enquanto na de Bicas, verificou-se indivı́duos com 2, 3 e 4.
A heterocromatina, evidenciada pela técnica de banda C, estava localizada
apenas na região pericentromérica do par 1, apresentando heteromorfismo
de tamanho. Esta região também apresentou marcação positiva para o
fluorocromo CMA3 e para a impregnação com prata, o que indica que ela
é rica em pares CG e, possivelmente, corresponde à Região Organizadora
de Nucléolos (NOR). Os cromossomos B, por sua vez, foram totalmente
heterocromáticos e ricos em pares de bases AT (DAPI+). As análises
realizadas confirmaram que as variações encontradas no número cromossômico
de M. quinquefasciata ocorrem devido à presença de cromossomos B, os quais
são sempre totalmente heterocromáticos, justificando, portanto, o fato desta
espécie apresentar baixo conteúdo de heterocromatina, porém, alto conteúdo
de DNA.
Palavras-chave: Melipona quinquefasciata, cromossomos B, heterocro-
matina
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 145


3.9 Caracterização citogenética de Cyphomyrmex olitor (Formi-
cidae: Myrmicinae: Attini)

Gisele A. Teixeira (1); Luı́sa A. C. Barros (1); Hilton J. A. C de Aguiar


(1); Sı́lvia G. Pompolo (1)
(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: gisele.teixeira@ufv.br
As formigas do gênero Cyphomyrmex são classificadas em dois grupos: Ri-
mosus e Strigatus. Apenas três espécies do grupo Rimosus têm informações
sobre o número e morfologia dos cromossomos: Cyphomyrmex costatus
(2n=20) e Cyphomyrmex rimosus (2n=32) do Panamá e Cyphomyrmex
cornutus (2n=22) da Guiana Francesa. Sabe-se que Cyphomyrmex costatus
possui blocos de heterocromatina centromérica em todos os cromossomos.
Esse trabalho objetivou o estudo citogenético, através número, morfologia e
padrão dos fluorocromos CMA3/DAPI dos cromossomos de um formigueiro
de Cyphomyrmex olitor (grupo Strigatus) de Viçosa-MG. O número cro-
mossômico observado para Cyphomyrmex olitor foi 2n=20 (8m+6sm+6st).
Embora tenham o mesmo número cromossômico, Cyphomyrmex olitor e
Cyphomyrmex costatus apresentam nı́tidas diferenças na morfologia dos
cromossomos uma vez que a primeira espécie possui apenas cromossomos
metacêntricos e a segunda, cromossomos submetacêntricos e subtelocêntricos.
Já em Cyphomyrmex cornutus observa-se um padrão de morfologia cro-
mossômica semelhante em relação ao da Cyphomyrmex olitor, diferindo no
menor par de cromossomos que tem o braço curto maior. A variação obser-
vada no número cromossômico entre as espécies sugere uma origem antiga
para o gênero. O fluorocromo CMA3 mostrou bandas ricas em pares GC
na região centromérica da maioria dos cromossomos. Marcações ricas em
pares AT não foram encontradas. Há pouca informação envolvendo bandea-
mento cromossômico em espécies de Attini e os resultados deste trabalho
representam os primeiros dados citogenéticos das Cyphomyrmex incluı́das no
grupo Strigatus. O estudo da localização e composição da heterocromatina
em outras espécies de Cyphomyrmex é muito promissor por representarem
marcadores cromossômicos, úteis para a melhor compreensão da evolução
cromossômica desta espécie enriquecendo assim o entendimento do gênero.
Palavras-chave: Attini, citogenética, fluorocromos
Apoio: FAPEMIG, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 146


3.10 Citogenética da abelha sem ferrão Melipona punctico-
lis (Hymenoptera: Meliponini) coletada em Altamira,
Pará

Henrique B. da Silva (1); Riudo de P. Ferreira (1); Francisco P. M.


Oliveira (2); Denilce M. Lopes (1)
(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Universidade Federal do Pará, Campus Altamira.
E-mail: henriquebarbosadasilva@yahoo.com
As abelhas desempenham um papel importante na manutenção da biodi-
versidade e caracterizam-se como um dos principais grupos de polinizadores
em diversos ecossistemas. No entanto, devido a ações antrópicas, populações
de diversas espécies vêm sendo drasticamente reduzidas, como ocorrerá
em uma área de floresta amazônica no Pará para a construção da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte. Dessa forma, colônias de várias espécies estão
sendo remanejadas para outros locais na tentativa de minimizar o efeito da
destruição causada por esse processo. Dentre os estudos realizados estão
os citogenéticos, que contribuem para o entendimento da diversidade cro-
mossômica bem como processos evolutivos nos diferentes grupos. Nesse con-
texto, o objetivo do trabalho foi avaliar aspectos citogenéticos da abelha sem
ferrão Melipona puncticolis, coletada na região de Altamira (PA). Análises
por meio de coloração convencional e banda C foram realizadas e permiti-
ram identificar caracteres da organização cromossômica. Pela análise das
metáfases o número diploide foi 2n=18. Por meio da banda C foi possı́vel
visualizar marcações na região pericentromérica de alguns pares. O mesmo
número cromossômico já havia sido observado em outras espécies do gênero
Melipona, confirmando a constância do número cromossômico. Quanto à
heterocromatina essa espécie pode ser classificada dentro do grupo de espécies
com baixo conteúdo heterocromático. Esse fato corrobora com a classificação
de M. puncticolis juntamente com M. bicolor e M. marginata no subgênero
Eomelipona. Estas também são espécies de baixo conteúdo heterocromático,
o que indica que caracterı́sticas citogenéticas podem fornecer informações
e serem utilizadas para auxiliar no entendimento de outros aspectos como
filogenéticos e evolutivos.
Palavras- chave: Apidae, Meliponini, Pará
Apoio: CNPq, FAPEMIG, FAPESPA

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 147


4 Entomologia Ecológica

4.1 Inventário das espécies de abelhas Euglossina através do


uso de iscas odorı́feras na Mata do Ginásio São José, em
Ubá-MG

Ságora A. Pereira (1); Rafaela D. Marques (1); Georgina M. de Faria-


Mucci (1); Érica B. Pacheco (1); Gustavo J. Araújo (2)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais; (2) Universidade Federal
de Ouro Preto
E-mail: sagorapereira@yahoo.com.br
As abelhas da subtribo Euglossina (Hymenoptera: Apidae) são popular-
mente conhecidas como “abelhas das orquı́deas” e distribuem-se exclusiva-
mente na região neotropical. O objetivo desse trabalho é inventariar a fauna
das abelhas Euglossina através do uso de iscas odorı́feras, verificando qual
isca é a mais atrativa para essas abelhas, bem como a riqueza de espécies
e a atividade dessas abelhas. Para atrair os machos de Euglossina foram
utilizadas como iscas-odorı́feras: Cineol, Eugenol, Vanilina e Salicilato de
Metila. Estas foram dispostas em armadilhas próprias para coleta dessas
abelhas, confeccionadas de garrafas PET. As abelhas foram amostradas a
cada intervalo de 30 dias, no perı́odo de 12 meses, das 09h00min às 15h00min
horas. Na área de estudo foram demarcadas cinco trilhas e nestas foram
colocadas quatro armadilhas com cada tipo de isca-odorı́fera. No total, foram
amostradas 311 abelhas da subtribo Euglossina, pertencentes a três gêneros
e 10 espécies. A espécie mais abundante foi Eulaema nigrita (157) seguida
por Euglossa cordata (48), Euglossa securigera (48), Eulaema cingulata (36),
Euglossa fimbriata (6), Euglossa truncata (6), Exaerete smaragdina (6), Eu-
glossa pleosticta (2), Euglossa sp. 1 (1) e Euglossa sp. 2 (1). A essência mais
atrativa foi Cineol (151), seguida por Eugenol (80), Vanilina (72) e Salicilato
de Metila (8). Em relação à riqueza de espécies atraı́das por essência, Cineol
atraiu um maior número de espécies (8), seguida de Eugenol (7), Vanilina
(3) e Salicilato de Metila (2). Os dados desse trabalho contribuirão para o
desenvolvimento de programas de reabilitação de áreas, como recomposição
da fauna de polinizadores, que são extremamente importantes na preservação
e conservação da biodiversidade.
Palavras-chave: Euglossina, iscas-odorı́feras, Mata do Ginásio São José
Apoio: FAPEMIG (Projeto Endogovernamental – DEG 39/11)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 148


4.2 Floresta tropical seca: os efeitos sob assimetria flutuante
de uma espécie do gênero Uroxys (Coleoptera: Scarabaeinae)

Ruthelly V. S. Rocha (1); Bráulio F. S. Bento (1); Lucas S. Cordeiro (1);


Ronaldo R. Júnior (1)
(1) Laboratório de Ecologia Comportamental e Computacional – LECC,
Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros
E-mail: ruthellyviereca@gmail.com
A terceira maior formação vegetal dos trópicos em área é representada por
florestas secas. A definição de florestas tropicais secas é relativamente ampla
e, refere-se a vegetações tipicamente decı́duas, com temperatura anual média
≥ 25 °C, com pelo menos três ou mais meses secos. Normalmente constituem
um mosaico de formações vegetais em diferentes estágios sucessionais. Os
besouros da subfamı́lia Scarabaeinae, conhecidos popularmente como “rola-
bostas”, são uns dos grupos pertencentes à biodiversidade desta formação
vegetal sendo considerados um excelente taxa para estudos de biodiversidade
e conservação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da sucessão
ecológica entre os estágios: Inicial, Intermediário e Tardio sobre a assimetria
flutuante de espécies de Uroxys aff. bahianos (Scarabaeinae). Foram utiliza-
dos 735 indivı́duos Scarabaeinae da espécie Uroxys aff. bahianos (Inicial: 113,
Intermediário: 405 e Tardio: 217) coletados na Reserva Biológica do Jaı́ba
em um fragmento de Mata Seca, cada indivı́duo foi fotografado duas vezes, e
em seguida, várias caracterı́sticas foram medidas: (i) comprimento do élitro
esquerdo; (ii) comprimento do élitro direito; (iii) largura do élitro esquerdo e
(iv) largura do élitro direito. Para analisar o efeito dos estágios sucessionais
na assimetria flutuante esta foi calculada fazendo a medida da direita –
medida da esquerda de cada indivı́duo. Após isto foi realizada uma análise
de deviance com modelos lineares generalizados no sistema estatı́stico R. Os
resultados não apresentaram diferença significativa da assimetria flutuante
dos indivı́duos entre todos os estágios (p = 0,2384), deste modo, podemos
concluir que a assimetria flutuante de Uroxys aff. bahianos dos estágios:
Inicial, Intermediário e Tardio da Floresta tropical Seca foram semelhantes.
No entanto em todos os estágios houve um certo grau de assimetria que pode
indicar que tal ambiente é estressante para estes organismos.
Palavras-chaves: assimetria, Scarabaeinae, mata seca
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 149


4.3 Diversidade de vespas sociais no Instituto Federal de Mi-
nas Gerais – Campus Bambuı́, Minas Gerais, Brasil

Heslander J. Coelho (1); Guilherme A. F. Silva (1); Luiz E. Neto (1);


Marcos M. de Souza (2); Gabriel de C. Jacques (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais
– Campus Bambuı́; (2) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal
do Sul de Minas – Campus Inconfidentes
E-mail: heslandercoelho@hotmail.com
O levantamento e identificação de gêneros e espécies de animais e plantas
são importantes para se conhecer os recursos naturais disponı́veis em deter-
minda área, além de contribuir para o estudo das caracterı́sticas ecológicas de
um ecossistema. A diversidade de espécies de vespas sociais no estado de Mi-
nas Gerais é pouco conhecida, principalmente em ambientes antropofizados.
O objetivo deste trabalho foi obter dados preliminares sobre a diversidade de
vespas sociais no Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuı́, Minas
Gerais, Brasil. As coletas foram realizadas entre junho de 2012 à junho de
2013 através de armadilhas atrativas e coleta direta. Quinhetas e doze vespas
sociais de 30 espécies e 9 gêneros foram coletadas. A alta riqueza de espécies
é explicada pelo ambiente diversificado da área estudada, pois subtratos
heterogêneos podem favorecer a coexistência de um maior número de espécies
devido à maior oferta de microhabitats, maior proteção contra predadores e
maior disponibilidade e diversidade de recursos alimentares e de substratos
para nidi[U+FB01]cação. Além disso, o uso combinado desses métodos de
coleta fornece uma maior diversidade do número de vespas capturadas.
Palavras-chave: vespas, biodiversidade, coleta
Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 150


4.4 Levantamento de Abelhas da subtribo Euglossina no bairro
ligação (campus da UEMG) Ubá- MG

Karoline F. Iasbik (1); Georgina M. Faria- Mucci (1); Ronaldo V. Silva


(2)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais
E-mail: karoliasbik@yahoo.com.br
As abelhas da subtribo Euglossina Latreille, estão distribuı́das na região
neotropical ocorrendo do norte da Argentina ao sul dos Estados Unidos,
sendo amplamente diversificadas nas florestas úmidas. A presente pesquisa
tem como objetivo estudar a composição da fauna de abelhas Euglossina no
bairro Ligação verificando a abundância, a riqueza e a diversidade de espécies.
O trabalho foi realizado no perı́odo de agosto-2012 a maio-2013, a área de
estudo (local onde será construı́do o Campus da UEMG) é antropizada,
com 38 ha (composta de uma área plantada com pinus e eucalipto, mata
nativa e pastagem). As abelhas foram coletadas por meio de iscas aromáticas
(Vanilina, Cineol, Eugenol e Salicilato de Metila) dispostas em armadilhas
próprias para coleta, confeccionada de garrafas PET. As amostragens ocor-
reram em quatro trilhas de sessenta metros, onde cada vinte metros uma
armadilha foi colocada com cada tipo de isca. A cada duas horas as abelhas
eram coletadas das armadilhas, colocadas em câmaras mortı́feras com acetato
de etila e levadas para o laboratório, onde eram montadas em alfinetes ento-
mológicos etiquetadas com todos os dados pertinentes e acondicionadas em
caixas apropriadas. No total foram amostrados 46 indivı́duos pertencentes a
cinco espécies, sendo a mais abundante Eulaema nigrita com 21 indivı́duos
amostrados, seguida por Euglossa cordata com 10, Euglossa segurigera com
9, Eulaema cingulata com 5 e Exaerete smaragdina com 1 individuo. A
isca Eugenol que obteve um melhor resultado, atraindo 20 indivı́duos e 4
espécies. O número de indivı́duos e de espécies amostradas neste trabalho foi
menor comparado com outros ecossistemas. Inclusive deve-se destacar que
E. nigrita tem ampla distribuição geográfica e é bem adaptada à ambientes
secos e alterados, caracterı́sticas notadas na área de estudo.
Palavras-chave: Euglossina, diversidade, iscas odorı́feras
Apoio: CNPq, Fapemig, Projeto Endogovernamental – DEG 39/11

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 151


4.5 Diversidade de Enicospilus (Hymenoptera: Ichneumonidae:
Ophioninae) no Refugio de Vida Silvestre ”Bosques Nubla-
dos de Udima”, Cajamarca, Peru

Evelyn Y. Sánchez Sandoval (1); Mabel Alvarado Gutierrez (1)


(1) Departamento de Entomologia, Museo de Historia Natural, Universi-
dad Nacional Mayor de San Marcos
E-mail: eyss13@hotmail.com
As vespas parasitoides da famı́lia Ichneumonidae conformam um dos gru-
pos mais diversos do planeta, são abundantes em quase todos os ambientes
terrestres e constituem, possivelmente, a famı́lia mais diversa do reino animal.
A subfamı́lia Ophioninae é um grupo distintivo de Ichneumonidae devido
a seu grande tamanho, aparência esbelta, venacão caracterı́stica das asas
e hábitos noturnos. São conhecidas 1025 espécies descritas de Ophioninae
no mundo, distribuı́das em 33 gêneros. Enicospilus é o gênero com maior
riqueza de espécies da subfamı́lia Ophioninae que se distribui em quase todas
as regiões do mundo; é um dos gêneros com maior importância no controle
biológico, pois algumas espécies são particularmente abundantes nos ecos-
sistemas agrı́colas. Têm-se reportado 679 espécies no mundo; 135 espécies
na região Neotropical e 26 espécies no Peru. O objetivo deste trabalho foi
determinar a composição de espécies e distribuição altitudinal da comunidade
de vespas Enicospilus no Refugio de Vida Silvestre “ Bosques Nublados
de Udima”. Neste estudo foram analisados os espécimes depositados na
coleção do Departamento de Entomologia do Museo de Historia Natural da
Universidad Nacional Mayor de San Marcos. As amostras foram coletadas
em abril e outubro de 2009 e em maio de 2010. Um total de 333 espécimes
pertencentes a este gênero (272 fêmeas e 61 machos) foram identificados,
utilizando-se critérios taxonômicos. Estes espécimes foram encontrados só
nas altitudes de 1195 m, 1615 m, 2150 m e 2841 m. Não se encontrando
nas altitudes maiores de 3000 m. Na altitude de 2150 m se obteve o maior
valor de riqueza de espécies; Enicospilus flavoscutellatus foi a espécie domi-
nante em toda a comunidade (N=281). Registraram-se nove espécies e três
morfoespécies adicionais. Quatro espécies foram encontradas pela primeira
vez no Peru: Enicospilus cubensis, Enicospilus guatemalensis, Enicospilus
cressoni e Enicospilus mexicanus.
Palavras-chave: Enicospilus, diversidade, espécies
Apoio: Conservation International-APECO

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 152


4.6 A abundância de vespas parasitoides em áreas de campos
é influenciada pela proximidade de plantações de soja?

Priscila Padilha (1); Bethânia. O. Azambuja (1); Valério D. Pillar (1);


Gisele S. da Silva (2)
(1) Departamento de Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul; (2) Departamento de Fitossanidade, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
E-mail: prici.padilha2@gmail.com
Os remanescentes de campos nativos da região do Planalto Médio do Rio
Grande do Sul estão próximos a lavouras de soja. A implantação de extensas
áreas de monocultura tende a aumentar a abundância de insetos praga que se
beneficiam dessa cultura, porém inimigos naturais como parasitoides também
podem ser influenciados. Dentre os himenópteros parasitoides, a famı́lia
Braconidae merece destaque pela sua preferência em parasitar a lagarta
da soja. Neste estudo, relacionamos a abundância de vespas parasitoides
e, em especial, Braconidae, em pontos de coleta em áreas campestres no
Rio Grande do Sul, a diferentes distâncias de lavoura de soja. A coleta foi
realizada com rede de varredura em nove fragmentos. Essas áreas foram
amostradas em três distanciamentos da lavoura de soja (perto, médio e
longe), com cercade 58m, 172m e 448m, respectivamente. Em cada área, a
rede foi passada 120 vezes, divididas em quatro transecções paralelas com 30
golpes em cada. Entre as vespas/abelhas, 98% eram parasitoides e destes,
11% da famı́lia Braconidae. A análise de variância (ANOVA) mostrou que
a abundância total de parasitoides não diferiu significativamente entre as
distâncias (p=0,318), indicando que a lavoura de soja não interferiu na
quantidade de parasitoides. Já os braconı́deos foram mais abundantes nas
áreas perto da lavoura (p=0,068). Os resultados encontrados mostram que
a abundância total de parasitoides está igualmente distribuı́da na região,
não sendo influenciada por diferentes distâncias das lavouras de soja. Já a
abundância de Braconidae, foi possivelmente influenciada pela proximidade
da lavoura devido à maior abundância de lagartas nas áreas de plantio de
soja. De modo geral, todos os himenópteros parasitoides atuam no controle
biológico de diferentes fitófagos e, portanto, sua presença em campos nativos
demonstra a importância destas áreas como fonte de inimigos naturais de
insetos pragas.
Palavras-chave: Hymenoptera, controle biológico, campo nativo
Apoio: CNPq, FAPERGS

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 153


4.7 Diversidade de himenópteros aculeados em fragmentos
de Floresta Estacional Semidecidual

Nathiele T. O. Artmann (1); Priscila S. Oliveira (1); Rodrigo B. Gonçalves


(1)
(1) Laboratório de Hymenoptera, Setor Palotina, Universidade Federal
do Paraná
E-mail: nathiartmann@gmail.com
Este trabalho foi idealizado com o objetivo de comparar a diversidade de
famı́lias de Aculeata, em cinco fragmentos de Floresta Estacional Semide-
cidual, capturadas com pratos-armadilhas nas cores azul e amarelo, sendo
dispostos uma vez a cada mês durante o dia todo. Os pratos apresentavam
cores vivas e uma lâmina de água com algumas gotas de detergente a fim
de romper a tensão superficial. As vespas são atraı́das pela coloração do
prato e ficam aprisionadas ao entrar em contato como o filme d‘água. Este
estudo foi conduzido na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de
Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais
circundados por áreas de agricultura, sendo que um deles é uma RPPN (Área
1), com um perı́metro de 11,08 km. As outras áreas com 3,13 km (área 6),
3,48km (área 7), 1,62km (área 8) e 0,709 km (área 9). A quantidade de
pratos dispostos foi proporcional ao tamanho de cada área de amostragem e
foram colocados a uma distância de 5 a 10m, sendo: área 1 com 110 pratos,
área 7 com 34, área 6 com 32, área 8 com 16 e área 9 com 8. As amostragens
iniciaram-se em agosto de 2012, totalizando, até agora, 10 coletas. O número
total de indivı́duos coletados foi de 593, sendo: 312 na área 1, 113 na área
6, 89 na área 7, 32 na área 8 e 39 na área 9, distribuı́dos em nove famı́lias
sendo que Crabronidae apresentou o maior número de indivı́duos (358),
seguido por Pompilidae (155), Vespidae (34), Formicidae (18) Mutillidae
(13), Chrysididae (5), Tiphiidae (5), Sphecidae (4), Scoliidae (1). A riqueza
de famı́lias entre as áreas foi proporcional ao seu tamanho, maiores áreas
(1,6,7) apresentaram maior riqueza. Mas o número de indivı́duos coletados
por prato foi maior na menor área. Isso pode ser explicado pelo aumento da
dominância de uma famı́lia em uma pequena área.
Palavras-chave: Apocrita, fragmentaçäo, pratos-armadilha
Apoio: PRAE-UFPR, Rufford Small Grants Foundation

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 154


4.8 Estudos taxonômicos de tripes (Thysanoptera, Terebran-
tia) associados às plantas ornamentais

Patricia Pereira (1); Alan M. Oliveira (1); Elisa A. Miyasato (1)


(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas
Gerais, Campus Barbacena
E-mail: alansasori002@gmail.com
Os tripes são pequenos insetos pertencentes à ordem Thysanoptera com
ampla distribuição geográfica, tendo cerca de 522 espécies conhecidas no
Brasil. Esses insetos apresentam importância agrı́cola, atuando como polin-
izadores, predadores de outros artrópodes, causando danos pela sucção do
tecido vegetal ou transmissão de bactérias, fungos e vı́rus patogênicos. A
fauna de Thysanoptera do Brasil é pouco conhecida, o que se faz necessária
novas pesquisas. A correta identificação de um organismo é o alicerce dos
demais estudos, pois permite a junção de todas as informações de uma
determinada espécie. Este trabalho tem como principal objetivo a coleta e
posterior identificação dos tripes pertencentes à subordem Terebrantia associ-
ados às plantas ornamentais. O trabalho foi realizado no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de MG, Campus Barbacena, no
perı́odo de agosto de 2012 a junho de 2013. As coletas dos insetos foram feitas
através de guarda chuva entomológico, sendo posteriormente armazenados
em álcool 70%. Para montagem dos insetos, os adultos foram descoloridos em
solução aquosa de NaOH, lavados em água destilada, desidratados em série
alcoólicos e montados em lâmina com bálsamo do Canadá. A identificação foi
feita sob o microcópio utilizando a chave de identificação. Foram encontradas
espécies de tripes em 19 espécies de plantas pertencentes à famı́lia: Rosaceae,
Fabaceae, Asteraceae, Agavaceae, Malvaceae, Amaryllidaceae, Bignoniaceae
e Apocynaceae. O único gênero de tripes encontrado foi Frankiniella sendo as
espécies: Frankiniella condei e Frankiniella insularis. A presença de imaturos
foi constatada em rosas (Rosaceae) e no picão-amarelo (Asteraceae), sendo
assim classificadas como plantas hospedeiras.
Palavras-chave: taxonomia, Thysanoptera, plantas ornamentais
Apoio: IF Sudeste MG, Campus Barbacena

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 155


4.9 Metodologia de criação de Tenebrio molitor em dieta
artificial

Iago S. de Paula (1); Niedja G. G. Gonçalves (1); João P. Maciel Neto


(1); Jefferson F. de M. Fortes (1); Carlos R. F. Bernardinho (1)
(1) Departamento de Fitotecnia/Fitossanidade, Universidade Federal do
Ceará
E- mail: iagospaula@hotmail.com
A entomofagia pode ser uma opção de alimento para o homem e outros
animais. O consumo de insetos, segundo o Relatório ONU/FAO (maio/2013)
registra algumas espécies degustadas no Brasil, indicando a formiga içá como
um alimento relativamente comum no interior de Minas Gerais e do Nordeste.
Outro inseto, é o besouro Pachymerus nucleorum, a “larva do coquinho” na
zona rural, que é utilizada em treinos de sobrevivência na selva. O Tenebrio
molitor destaca-se sobretudo pela grande concentração de proteı́nas em seu
estágio larval, quando ingere farinhas, fubás, farelos, rações, macarrão, grãos
quebrados etc.. A dieta artificial é uma forma alternativa de criação de
insetos. Assim, objetivou-se desenvolver uma técnica de criação de Tenebrio
molitor, em laboratório, capaz de produzir larvas comparáveis às encontradas
na natureza, permitindo a produção contı́nua para estudos básicos e aplicados
desse inseto na alimentação, inclusive, humana. Para a colônia inicial desse
inseto utilizou-se 30 adultos que infestavam rações no setor de Zootecnia
da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. Como a dieta se compõe
de materiais secos, e o habitat é escuro, os adultos foram colocados em
recipientes (50x50 cm) tampados, de modo a admitir a aeração e impedir
a entrada de organismos indesejáveis (aranhas e parasitas). Eles foram
acondicionados em temperaturas entre 260 C e 320 C, contendo substrato
formado por leite em pó, serragem, feijão triturado e farelo de trigo. Após
estabelecer a colônia, 16 insetos adultos, sexados e separados, foram mantidos
em recipientes para a reprodução. Após a infestação, notou-se a presença de
ovos com o auxı́lio de uma lupa estereoscópica. De acordo com os resultados
obtidos (contagem dos ovos e, depois, dos adultos) concluiu-se que o método
usado permite a criação satisfatória de Tenebrio molitor, possibilitando
pesquisas futuras e, também, uma forma de se produzir proteı́na animal que
poderá complementar a alimentação humana.
Palavras-chave: entomofagia, agronomia, alimentação
Apoio: Projeto Cores-da- natureza

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 156


4.10 Ocupação de ninhos-armadilha por Trypoxylon aurifrons
em fitofisionomias savânicas e florestais do Bioma Cer-
rado

Otávio Armondes (1); Sharita Miranda (1); Laı́ce S. Rabelo (1); Solange
C. Augusto (1)
(1) Insituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia
E-mail: otavio.armondes@gmail.com
O gênero Trypoxylon se caracteriza por vespas de comportamento solitário.
A fêmea constrói seu ninho utilizando cavidades pré-existentes no ambiente.
Paredes de barro separam as células de cria, que são aprovisionadas com
aranhas paralisadas para alimentação das larvas. Trypoxylon aurifrons ocorre
em todo o Brasil, sendo abundante em levantamentos no Cerrado mineiro.
Considerando que estas vespas predam aranhas de diversas espécies, elas
podem ser importantes na estruturação da comunidade deste grupo de
artrópodos. O estudo teve como objetivos comparar o número de ninhos
construı́dos e razão sexual de T. aurifrons em duas fitofisionomias do Cerrado:
duas áreas de cerrado sentido restrito - CSR (Estação Ecológica do Panga
e Fazenda Experimental Água Limpa) e duas áreas de floresta estacional
semidecidual - FES (Fazenda Experimental do Glória e Fazenda Furnas), no
perı́odo de outubro de 2009 a setembro de 2010. Em cada área foi montado um
abrigo de abelhas contendo 414 ninhos-armadilha (NA). Estes NA consistiram
em 212 gomos de bambu (com comprimentos variáveis e diâmetros entre
0,4-2,3cm) e 200 tubos de cartolina preta (0,6 e 0,8 cm de diâmetro e 5,8
e 10,5 cm de comprimento), inseridos em duas placas de madeira, medindo
28x25x4cm. Mensalmente, os ninhos fechados foram levados ao laboratório
para aguardar a emergência dos adultos. Foram coletados 86 ninhos (FES: n
= 50 e CSR: n = 36), dos quais emergiram 272 indivı́duos (FES: machos =
61; fêmeas = 79; CSR: machos = 51; fêmeas = 76). Não houve diferença
significativa na razão sexual dos indivı́duos (X2 = 10,467; GL = 7; P = 0,16)
nem na média dos diâmetros dos ninhos utilizados (t = -1,374; GL = 84; P
= 0,173) entre as duas fitofisionomias. A ocupação dos ninhos-armadilha e
razão sexual é influenciada pela disponibilidade de alimento para as larvas.
Sendo T. aurifrons uma espécie de ampla distribuição, o comportamento
generalista do gênero pode explicar as semelhanças entre os parâmetros
analisados.
Palavras-chave: Hymenoptera, cerrado, ninhos-armadilha
Apoio: FAPEMIG, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 157


4.11 Influência da sazonalidade na distribuição de vespas so-
ciais do Parque Estadual do Ibitipoca/MG

Mateus A. Clemente (1); Fábio Prezoto (1); Bruno C. Barbosa (1); Kleber
Del-Claro (2); Karine M.Vieira (1)
(1) Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2)
Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia
E-mail: mateusbiologia@yahoo.com.br
As vespas sociais são representadas no Brasil pelos Polistinae e se desta-
cam por causar grandes impactos nos ecossistemas, uma vez que são impor-
tantes predadoras e coletoras de néctar. Este trabalho teve como objetivo
estudar a estrutura e composição da taxocenose de vespas sociais durante
os perı́odos quente/úmido e frio/seco em três fitofisionomias (Mata Ciliar,
Campo Rupestre e Mata Atlântica) do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas
Gerais. Foram realizadas 12 coletas no perı́odo de novembro de 2007 a
outubro de 2008. Usou-se três metodologias de coleta: busca ativa; busca
pontual onde eram vistoriadas plantas em floração com vespas visitantes e
armadilhas atrativas com suco de maracujá ou caldo de sardinha. A Mata
Ciliar apresentou uma alta abundância de vespas sociais com mais de 100
indivı́duos capturados em fevereiro (perı́odo quente/úmido), sendo que nos
demais meses, o número total de indivı́duos capturados não ultrapassou 70.
No Campo Rupestre e na Mata Atlântica, a abundância durante as 12 coletas
não ultrapassou 17 indivı́duos/mês. As maiores riquezas foram observadas
nos meses de novembro (n=13) e janeiro (n=12) na Mata Ciliar, e dezembro e
outubro na Mata Atlântica com seis espécies coletadas. No Campo Rupestre
durante as 12 amostragens não ultrapassou o registro de 4 espécies/mês
coletadas. Não houve correlação significativa das variáveis temperatura e
pluviosidade com a abundância e riqueza de vespas sociais para os 12 meses
de coleta para as três áreas. No perı́odo quente e úmido, foi coletado um
maior número de espécies de vespas sociais em relação ao perı́odo frio e
seco. Essas caracterı́sticas favoráveis propiciam um crescimento da biomassa
vegetal, o que significa que as vespas sociais possuem mais lugares para
nidificar e uma maior oferta de recursos alimentares, como o néctar de flores
e pelos herbı́voros, principalmente lagartas, que constituem as principais
presas capturadas por vespas sociais.
Palavras-chave: nidificação, predadoras, clima
Apoio: CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 158


4.12 Diversidade e frequência de Mantodea na Caatinga em
Bom Jesus-PI

Maria Dariana A. Conceição (1); Rodrigo F. da Silva (1); Ioleide B.


Ribeiro (1); Luiz P. de L. Simão (1); Jaqueline Z. de Moura (1)
(1) Departamento de Engenharias, Universidade Federal do Piauı́ - Cam-
pus Professora Cinobelina Elvas
E-mail: dara alves3@hotmail.com
O Brasil possui ampla biodiversidade em sua fauna e flora, com abundante
variedade de espécies endêmicas disseminadas nos seus distintos domı́nios.
A Caatinga, o único ecossistema exclusivamente brasileiro, ocupa lugar de
destaque na região Nordeste chegando a 60% da área total. Alguns lev-
antamentos sobre a fauna e flora têm sido realizados neste bioma, porém
muitos têm ignorado os insetos, que pode ser considerado o grupo que mais
contribui para os processos essenciais dos ecossistemas. Este trabalho teve
como objetivo avaliar a população de Mantodea em uma área de Caatinga
no municı́pio de Bom Jesus, no sul do estado do Piauı́, Brasil. O moni-
toramento foi realizado mensalmente no perı́odo de maio 2009, a maio de
2010, utilizando armadilha do tipo Malaise. A diversidade das espécies foi
estimada utilizando-se os Índices de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e
Simpson (Ds). Foram coletados 151 exemplares pertencentes a 4 (quatro)
espécies: Mantoida sp. foi a mais representativa em relação à frequência com
68,21%, seguida por Diabantia perpava, Chaeteessa valida e Mussoniella sp.
com 9,27%, 6,62% e 3,31%, respectivamente; outras espécies dessa ordem
representaram 12,58% da frequência. Do total de espécies amostradas 20,00%
foram categorizadas como constantes, 60,00% como acessórias e 20,00% como
acidentais A análise faunı́stica dos grupos de insetos coletados neste estudo
foi efetuada demonstrando um Índice de Diversidade no valor de H’ = 0,45
para Shannon-Wiener e Ds = 0,48 para Simpson. Desse modo, conclui-se
que tais resultados nos permitem observar o equilı́brio natural dessa ordem
dentro do bioma Caatinga, visto que a população de Mantódea diminui com
a queda no número de presas, permitindo que a população de outras espécies
se recupere e volte a crescer; a espécie Mantoida sp. apresenta a maior
frequência entre os espécimes coletados e caracteriza-se como eudominante.
Palavras-chave: insetos, Malaise, Mantodea
Apoio: CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 159


4.13 Fatores determinantes da abundância e riqueza de flores
visitadas por formigas em campos do sul do Brasil

Juliana R. Lima (1); Bethânia O. Azambuja (1); Luciana R. Podgaiski


(2); Valério P. Pillar (1)
(1) Ecologia Quantitativa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
(2) Ecologia de Interações, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
E-mail: juliana.lima@ufrgs.br
Os ecossistemas campestres do sul do Brasil apresentam grande diversi-
dade florı́stica, e é esperado que essa diversidade se reflita nas interações com
visitantes florais. Por outro lado, a crescente perda de habitat campestre
devido à conversão para uso agrı́cola, assim como o manejo exercido nessas
áreas podem influenciar a diversidade de plantas e seus visitantes florais.
Neste trabalho, buscamos entender os efeitos de variáveis ambientais, de
manejo e de paisagem sobre a abundância e riqueza de flores visitadas por
formigas. Em 27 fragmentos de campos cerca do municı́pio de Júlio de
Castilhos, no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, amostramos todas as
espécies de plantas floridas presentes e coletamos todas as formigas vistas em
contato com as flores com um aspirador entomológico durante 30 minutos
para cada espécie de plantas. A amostragem foi realizada um dia no verão e
outro na primavera para cada área e as abundâncias somadas dentro da área.
Utilizando o programa R, fizemos uma regressão múltipla passo- a-passo
relacionando o número de plantas visitadas por formigas, assim como a
riqueza de plantas visitadas, com as variáveis de altura da vegetação, riqueza
de flores, estratificação da vegetação, grau de intensificação do manejo,
riqueza total de plantas, além das variáveis de fragmentação: porcentagem
das áreas de campo em um raio de 8 e 2 km, forma e área do fragmento.
O número de plantas visitadas por formigas foi influenciado pela riqueza
de flores (R2 =0,151, p=0,045) enquanto a riqueza de plantas visitadas por
formigas foi correlacionada com a altura da vegetação, riqueza de flores e
área do fragmento campestre (R2 =0,301, p=0,037). Este estudo demonstra
preliminarmente que a fragmentação e principalmente variáveis ambientais
locais podem ser importantes para determinar a abundância e riqueza de
flores visitadas por formigas em ambientess campestres. Como perspectivas,
estamos investigando como isso se reflete na composição e diversidade de
espécies.
Palavras-chave: riqueza de plantas, formigas, campos, Hymenoptera,
manejo
Apoio: FAPERGS

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 160


4.14 Distribuição de besouros herbı́voros no dossel florestal
em resposta à perturbação e a presença de formigas
dominantes

Carlos A. Corrêa (1); Giselle M. Lourenço (2); Renata B. F. Campos (1,


2); Sérvio P. Ribeiro (1, 2)
(1) Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente/ICEB,
Universidade Federal de Ouro Preto; (2) Programa de Pós-Graduação em
Ecologia de Biomas Tropicais, Universidade Federal de Ouro Preto
E-mail: carlos cb mg@hotmail.com
O dossel das florestas tropicais é um dos habitats mais diversos da Terra e
está entre os menos estudados. O conhecimento da distribuição dos besouros
no dossel é escasso, sendo os efeitos da perturbação e da abundância de
formigas dominantes ainda menos conhecidos. O objetivo deste trabalho
foi investigar os padrões de distribuição dos besouros herbı́voros no dossel
florestal em resposta à perturbação antrópica e à abundância de formigas
dominantes. O estudo foi realizado no Parque Estadual do Itacolomi, entre
Ouro Preto e Mariana (MG), durante duas estações chuvosas (2007, 2011)
e duas estações secas (2011, 2012), em três áreas com diferentes nı́veis
de impacto (intenso, moderado e leve). Em cada área foram amostrados
oito segmentos de dossel (4 a 7 árvores contı́nuas), utilizando o método de
batimento com o guarda chuva entomológico para coletar os besouros e as
formigas. Para testar a hipótese de que a riqueza e abundância dos besouros
variam em resposta à perturbação antrópica, ao mosaico e à abundância de
formigas dominantes, foram realizadas para a escala do segmento do dossel
análises de covariância (ANCOVA) bifatoriais com medidas repetidas, e para a
escala da copa da árvore análises com o uso de modelos lineares generalizados
(GLM). Os resultados indicam um padrão distinto para as duas escalas. Na
escala dossel, a riqueza e a abundância dos besouros não responderam a
diferença de perturbação entre as áreas (ANOVA riq. F2,95 =0,90, p=0,41;
abun. F2,95 =0,55, p=0,58) nem à presença de formigas dominantes (ANOVA
riq. F2,47 =3,27, p=0,23; abun. F2,47 =2,68, p=0,27). Mas, na escala da copa
das árvores os besouros foram mais abundantes na área menos perturbada
e nas copas com menor abundância de formigas (X25,126 12,78, p=0,02). O
estudo demonstra que a distribuição dos besouros herbı́voros nas copas das
árvores pode ser influenciada pelo estado de perturbação da área e pela
presença de formigas dominantes, e evidencia a importância das análises em
diferentes escalas.
Palavras-chave: Coleoptera, interação inseto-planta, Parque Estadual do
Itacolomi
Apoio: CAPES/PROF, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 161


4.15 Desenvolvimento de Merosargus gracilis em Heliconia:
influência da qualidade e quantidade dos substratos

Grazieli de F. Dueli (1); Julio Cesar R. Fontenelle (2)


(1) Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente. Uni-
versidade Federal de Ouro Preto; (2) Laboratório de Pesquisas Ambientais,
Instituto Federal de Minas Gerais – Ouro Preto
E-mail: grazidueli@gmail.com
Larvas de Merosargus (Diptera: Stratiomyidae) têm grande importância
na ciclagem de nutrientes. Elas alimentam-se de matéria orgânica morta,
sendo as plantas do gênero Heliconia (Heliconiaceae) recursos bastante uti-
lizados. O desenvolvimento dos insetos pode ser influenciado por agregação
de larvas, presença de aleloquı́micos e defesas fı́sicas nas plantas, temperatura
e umidade ambiental. Para avaliar o desenvolvimento de M. gracilis, usou-se
como isca pseudocaules de Heliconia (H. espiscopalis, H. spathocircinata e
Heliconia x mantenensis) em tamanhos diferentes (5, 10 e 20 cm de compri-
mento). O estudo foi realizado no Parque Estadual do Rio Doce, MG, entre
novembro de 2010 e novembro de 2011. Os dados foram analisados usando
Ancova e Anova three way. Emergiram 91 moscas em Heliconia x mantenen-
sis, 18 em H. episcopalis e 13 em H. spathocircinata. Pseudocaules de 20cm
tiveram mais emergências (N=74), seguidos pelos de 10 cm (N=33) e 5 cm
(N=14). Houve efeito significativo da espécie de planta (F=4,65; p=0,012) e
do tamanho do pseudocaule (F=9,17; p<0,001) no número de emergências.
A interação entre planta e tamanho do pseudocaule também foi significativa
(F=4,47; p=0,003), com mais emergências em Heliconia x mantenensis e em
pseudocaules de 20cm. Para tempo de desenvolvimento, ocorreu diferença
significativa entre os sexos (F=7,12; p=0,008). Machos desenvolveram-se em
menor tempo em pseudocaules de 10 cm e fêmeas nos de 5 e 20cm. Houve
influência da planta no tempo de desenvolvimento (F=6,11; p<0,0028) e no
tamanho das moscas (F=7,08; p=0,0014). Estas desenvolveram em menor
tempo e maior tamanho em H. spathocircinata. Nesta planta ocorreram
menos emergências, mas, ela mostrou-se mais adequada ao desenvolvimento
das moscas. O fator competição deve ser considerado, pois, o baixo número
de emergências destes substratos podem ter minimizado a competição larval,
favorecendo o desenvolvimento das mesmas. Merosargus gracilis maiores
apresentaram menor tempo de desenvolvimento e vice-versa. Sabe-se que
em condições desfavoráveis, os insetos podem apresentar maior número de
instares, acarretando em maior tempo de desenvolvimento.
Palavras-chave: Merosargus gracilis, tempo de desenvolvimento, tamanho
do corpo
Apoio: PELD/CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 162


4.16 Mosquitos em fitotelmata da Área de Recursos Ambi-
entais “El Zaimán”

Camila G. Rippel (1,2); Yamila N. Fagundi Zalazar (1,2); Mahia M.


Ayala (2); Leonardo H. Walantus (2)
(1) Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais – Universidade
Nacional de Misiones; (2) Centro de Pesquisas Entomológicas - Parque
Tecnológico Misiones
E-mail: cieptmi@gmail.com
O seguinte trabalho foi realizado dentro da Área de Recursos Ambientais
(ARA) “El Zaimán”, localizado na Cidade de Posadas, Misiones. Nesta área
podem-se encontrar um grande número de bromélias (Bromeliaceae) que
servem para o desenvolvimento de diversas comunidades de organismos, entre
eles os mosquitos, que são insetos dı́pteros, pertencentes à famı́lia Culicidae.
Alguns dos mosquitos presentes em nossa região são transmissores de agentes
causadores de doenças humanas. Dentro das atividades para conhecer a
biodiversidade de culicı́deos na ARA, o objetivo deste trabalho é levantar as
espécies de mosquitos que se desenvolvem nas bromélias e caracterizar estas
criadeiras. Foram realizadas amostragens durante os meses de setembro de
2012 e março de 2013. As bromélias analisadas encontram-se distribuı́das
sobre as margens do arroio Zaimán dentro da área do Parque Tecnológico
Misiones. Para a caracterização das criadeiras, foram levantados parâmetros
fı́sico-quı́micos como pH, condutividade, temperatura e oxigênio dissolvido,
assim como também a vegetação e entomofauna associada. Durante o
perı́odo de estudo foram capturadas e identificadas 87 larvas pertencentes a 6
espécies do gênero Culex. Os dados obtidos são importantes já que fornecem
informações sobre a ecologia dos culicı́deos na ARA. Os estudos publicados
sobre fitotelmata em nossa região são poucos e é necessário continuar as
pesquisas para contribuir no seu conhecimento. Apesar de que atualmente não
registaram-se casos de doenças transmitidas por estas espécies de culicı́deos,
estes mosquitos constituem um perigo potencial na área.
Palavras-chave: mosquitos, criadeiras, fitotelmata

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 163


4.17 Diversidade da grilofauna em um fragmento de Floresta
Pluvial Atlântica no Estado do Rio de Janeiro

Matheus P. Mendes (1); Marcelo N. Duarte (2); Armando S. Vargas (3);


Lucas C. Moura (4); Paulo C. R. Cassino (4)
(1) Bolsista de Iniciação Cientı́fica CNPq/PIBIC/Universidade Severino
Sombra; (2) Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade
Severino Sombra; (3) Bolsista de Iniciação Cientı́fica FAPERJ/Universidade
Severino Sombra; (4) Centro de Ciências Tecnológicas, Exatas e da Natureza,
Universidade Severino Sombra
E-mail: matheusprem@gmail.com
Os ortopteróides são um componente comum da entomofauna terrestre,
e os grilos são um componente importante da macrofauna de serapilheira
florestal, tendo limites de tolerância restrita a certas condições ambien-
tais. A fim de conhecer a diversidade da grilofauna, é necessário realizar
o levantamento dos espécimes bioindicadores que habitam o local, sendo o
objetivo deste trabalho estudar a famı́lia Gryllidae (Insecta: Orthoptera)
como bioindicador em um fragmento de floresta pluvial atlântica secundária,
no Instituto Zoobotânico de Morro Azul, no municı́pio de Engenheiro Paulo
de Frontin-RJ. Foram feitas duas coletas, compreendendo verão e outono.
Dentro da mata, foram estabelecidos oito pontos de coleta, levando em
consideração a composição vegetal, nı́vel de serapilheira e luminosidade.
Utilizou-se armadilhas de queda, contendo 150 mL de solução (95% de água,
3% de formol e 2% de detergente). Os grilos coletados foram identificados
em nı́vel de gênero. Foram coletados 161 grilos, dos quais 48 no verão e
113 no outono, distribuı́dos em cinco gêneros, sendo Anurogryllus spp. o
mais abundante, com 27,33% do total, seguido por Megalogryllus (16,15%),
Hygronemobius spp. (13,66%), Nemobius spp. (4,35%) e Odontogryllus spp.
(1,24%). A maior abundância e diversidade ocorreram nos pontos com maior
nı́vel de serapilheira e menor incidência de luz, indicando sua afinidade por
estes locais, e no outono, que com decaimento das folhas, serve de abrigo e
alimento. Os gêneros Anurogryllus spp. e Nemobius spp. são comumente
encontrados em locais descampados, o que explica sua dominância nos pontos
mais degradados. Os resultados mostram que os grilos podem ser bons
bioindicadores, pois respondem às modificações no ambiente. Contudo, ainda
é preciso intensificar os estudos sobre este grupo, pois são pouco conhecidos
nos trópicos, buscando assim uma melhor compreensão da sua taxonomia e
ecologia.
Palavras-chave: Insecta, Gryllidae, bioindicador
Apoio: PIBIC/CNPq, FAPERJ, Instituto Zoobotânico de Morro Azul

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 164


4.18 Estruturas vegetativas utilizadas pelas formigas como
trajetos de acesso ao alimento numa floresta nublada
de Costa Rica

Manuel A. Solı́s (1, 3); Susana Rivera (1, 2); Gabriela Chavarrı́a (2)
(1) Unidade de Artrópodes, Instituto Nacional de Biodiversidade, Costa
Rica; (2) Departamento de Biologia, Universidade Latina de Costa Rica; (3)
Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: solimyrmex@gmail.com
As formigas são um componente importante das florestas tropicais e
geram um rol vital na estrutura das interações bióticas. As lianas tem
um crescimento abundante e diverso, pela sua distribuição vertical fazem
parte importante das interações na maioria das árvores. Por sua vez as
formigas representam a maior parte da abundância e biomassa dos artrópodes
associados às árvores tropicais. As formigas podem mudar as estratégias na
procura do alimento devido a complexidade do hábitat, assim no caso do
solo este pode apresentar obstáculos que podem prolongar a rota e reduzir
a velocidade. Nas florestas de terras baixas as formigas quando forrageiam
utilizam galhos caı́dos que atravessam o solo do bosque. Mas como a ecologia
das formigas muda de uma zona de vida a outra, propõe-se determinar as
preferências das vias e rotas de acesso ao recurso alimentı́cio no forrageio
por parte das formigas numa floresta nublada. Foram escolhidas lianas de
distintas espessuras e texturas alem de folhas e galhos caı́dos onde foram
colocadas iscas de atum com mel. Foram identificadas 36 espécies de formigas
e houve diferenças na preferência de uso das lianas, sendo as de superfı́cie
lisa as mais visitadas pelas formigas (X2 =19,27 g.l=2, p<0,05), assim como
na parte superior que na base da árvore (X2 =34,34, g.l=2, p<0,05). A
composição de espécies também foi distinta entre árvores e o solo, havendo
maior visitação de espécies no solo (X2 =59,09, g.l=1, p<0,05). O uso destas
estruturas vegetativas pelas formigas para atingir o alimento gera vantagens
no forrageamento como um possı́vel menor gasto de energia e um acesso mais
rápido.
Palavras-chave: Formicidae, forrageamento, energia
Apoio: OEA, CAPES, Hotel Villa Blanca Cloud Forrest, INBio, Univer-
sidade Latina

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 165


4.19 Entomofauna associada à serrapilheira recente em área
de Caatinga

Gabriela S. Rolim (1); Genésio T. Ribeiro (1); Glaziely S. Oliveira (1);


Maria E. Correia-Oliveira (1); Francineide B. Gonçalves (1)
(1) Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe
E-mail: gabi rolim18@yahoo.com.br
Os insetos são um grupo evolutivamente bem sucedido. Eles possuem
diversas funções importantes para os ecossistemas, pois estão envolvidos com
a decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, polinização,
dispersão de sementes, entre outras. O trabalho objetivou realizar levanta-
mento da entomofauna presente em serrapilheira recém-caı́da, avaliando a
diversidade de insetos em remanescente de Caatinga no municı́pio de Porto
da Folha, Sergipe. As avaliações mensais ocorreram entre março de 2011 a
junho de 2012. Os coletores suspensos para serrapilheira foram distribuı́dos
em uma área de 49,8ha permanecendo a 50cm do solo por 30 dias. Todo
material coletado foi quantificado, e os insetos foram colocados em álcool 70%
e encaminhados ao Laboratório de Pragas Agrı́colas e Florestais/UFS para
identificação em nı́vel de famı́lia, por meio de chave taxonômica. Os dados
foram analisados através dos ı́ndices faunı́sticos: Frequência, Abundância,
Constância e Dominância. Foram encontrados 226 insetos distribuı́dos em
oito ordens e 23 famı́lias. Destes, 61,06% pertencia a ordem Coleoptera,
24,78% a Hymenoptera, 4,42% a Orthoptera, 3,98% a Dermaptera, 3,09% a
Blattodea, 1,33% a Hemiptera, 0,88% a Diptera e 0,44% a Lepidoptera. Co-
leoptera apresentou maior número de indivı́duos coletados e estes pertenciam
às famı́lias Chrysomelidae (49,27%), Bruchidae (15,94%) e Curculionidae
(7,97%). A maior incidência de coleopteras pode ter ocorrido devido aos
seus hábitos alimentares, uma vez que a serrapilheira é composta por folhas,
galhos, parte reprodutiva e detritos, favorecendo a sua prevalência nesse ambi-
ente, sendo a maior incidência dos coleopteros nos meses de julho a setembro
de 2011, que coincidiu com o perı́odo de maior deposição de biomassa na
área. As demais ordens foram pouco frequentes e não dominantes, sendo con-
sideradas espécies acidentais ou acessórias. Conclui-se que a abundância e a
riqueza de insetos na serrapilheira podem estar relacionadas com a produção
de biomassa.
Palavras-chave: levantamento entomofaunı́stico, biomassa, semi-árido

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 166


4.20 Levantamento preliminar da diversidade de Scarabaeinae
(Coleoptera: Scarabaeidae) na Estação Ecológica de Cuniã,
Rondônia, Brasil

Camila M. Lemke (1); Débora C. Castro (1); Aline A. Souza (1); Carolina
M. Brum (1); Maria Aurea P. A. Silveira (1)
(1) Departamento de Biologia, Laboratório de Biologia e Diversidade de
Insetos, Universidade Federal de Rondônia
E-mail: lemkecamila@gmail.com
A subfamilia Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) é popularmente
conhecida como Rola-Bosta. Estes indivı́duos desempenham importante
papel ecológico, devido ao seu hábito alimentar coprófago, em função de serem
decompositores, inimigos naturais de pragas coprobiontes e bioindicadores.
Tendo em vista que os levantamentos são a melhor forma de contribuir
com conhecimentos sobre a fauna, pois geram informações estatı́sticas e
taxonômicas importantes para caracterizar a biodiversidade de determinada
área, preferencialmente em parques e unidades de conservação, esta pesquisa
objetivou conhecer as espécies da subfamı́lia Scarabaeinae, ocorrentes na
Estação Ecológica de Cuniã (8° 4’ 11.82” S 63° 28’ 34.64” W), no municı́pio
de Porto Velho, Rondônia. Utilizou-se armadilhas pitfall iscadas com banana,
frango e massa fecal fresca de humanos, monitoradas em intervalos de 48 horas.
O perı́odo de coleta foi de 04 de dezembro de 2011 a 20 de outubro de 2012
na grade padrão PPBio de 25km2 em uma área de terra firme com floresta
do tipo ombrófila aberta. Foram encontrados até o momento 2204 indivı́duos
pertencentes a 51 espécies e 11 gêneros, destes apresentaram maior riqueza
Canthon (Canthon proseni 14,3%; Canthon fulgidus 4,5%), Dichotomius
(Dichotomius aff. lucasi 10,2%; Dichotomius aff. batesi 4%; Dichotomius
podalirius 4%), Eurysternus (Eurysternus cayennensis 10%; Eurysternus
hypocrita 7%), Deltochilum (Deltochilum sp1 5,7%; Deltochilum orbiculare
5%; Deltochilum orbignyi 4%), Coprophanaeus (Coprophanaeus telamon 6%).
Em novas campanhas e com o uso de maior quantidade de armadilhas é
provável que novas espécies sejam adicionadas. O presente estudo contribuiu
para conhecimento da composição, abundância e diversidade de Scarabaeinae
na Esec Cuniã.
Palavras-chave: Canthon proseni, Dichotomius aff. lucasi, bioindicadores
Apoio: PPBio, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 167


4.21 Estados imaturos de culicı́deos presentes na zona de
afetação da Represa Yacyretá

Mahia M. Ayala (1, 2); Leonardo H. Walantus (2); Valeria L. Le Gall (1,
2); Gustavo C. Rossi (3); Gustavo Spinelli (3)
(1) Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais - Universidade
Nacional de Misiones; (2) Centro de Pesquisas Entomológicas. Parque Tec-
nológico Misiones; (3) CEPAVE, CCT CONICET e Departamento Cientı́fico
de Entomologia da Faculdade de Ciências Naturais e Museu - Universidade
Nacional de La Plata
E-mail: ayalamahia@gmail.com
Desde 1993, o convênio chamado “Vigilância epidemiológica. Seguimento
de criadeiras de mosquitos de interesse sanitário”, entre a Entidade Bina-
cional Yacyretá e a Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais
(Universidade Nacional de Misiones), tem a finalidade de avançar no conheci-
mento dos ambientes onde são criados os mosquitos, bem como a avaliação de
potenciais criadeiras das espécies de interesse sanitário. Esses trabalhos são
feitos na zona de afetação da Represa Yacyretá sobre a beira do Rio Paraná
das localidades de Posadas, Garupá e Candelaria. Os objetivos do trabalho
foram: identificar as espécies de culicı́deos presentes na zona de afetação da
Represa e realizar as caracterizações de possı́veis criadeiras de mosquitos, e
desse jeito acrescentar ao estudo das zonas que se apresentam como hábitats
favoráveis para o desenvolvimento destes dı́pteros, sugerindo que sejam úteis
às obras de tratamento costeiro para diminuir as potenciais criadeiras de
culicı́deos de importância sanitária, tendo um efeito direto na qualidade de
vida das pessoas. Neste trabalho apresentamos os resultados das capturas de
estados imaturos no perı́odo entre 2009 e 2012. A metodologia utilizada foi
a busca de larvas em zonas predeterminadas consideradas como potenciais
criadeiras e a caracterização dessas áreas foi feita em função dos fatores
ambientais medidos, espécies vegetais e a entomofauna relacionada. Foram
identificadas 22 espécies correspondentes a 8 gêneros. A maior diversidade
especı́fica foi observada nos gêneros Anopheles e Culex com 8 e 6 espécies
respectivamente, os quais apresentam grande interesse na área da saúde
pelas doenças que eles transmitem. De acordo aos resultados encontrados,
nas áreas com obras de tratamento costeiro, confirma-se a diminuição de
zonas com hábitats ideais para o desenvolvimento das criadeiras de larvas de
culicı́deos e, portanto de culicı́deos adultos.
Palavras-chave: mosquitos, criadeiras, represa

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 168


4.22 Ninhos de abelhas carpinteiras e visitantes florais do
maracujá-amarelo, em Sooretama, Espı́rito Santo: da-
dos iniciais

Schayanne L. Santos (1); Fernanda C. Maciel (1); Emanuelle de F. França


(1); Karina S. Furieri (1); Alex Fabian R. Teixeira (2)
(1) Faculdade Pitágoras de Linhares; (2) Instituto Capixaba de Pesquisa,
Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER)
E-mail: schayannelongui@gmail.com
A produção de frutos do maracujá depende da polinização cruzada, re-
alizada, principalmente, pelas Xylocopa. Mesmo em lavouras nas quais há
emprego de polinização manual, a presença dessas abelhas aumenta a produ-
tividade. O estudo dos ninhos naturais de Xylocopa e dos visitantes florais é
fundamental na elaboração de planos de manejo com uso desses polinizadores.
Pretende-se caracterizar os ninhos de Xylocopa residentes em um fragmento
de mata próximo à lavoura de maracujá; identificar e analisar a abundância
relativa dos visitantes florais. O estudo foi realizado no Distrito de Juncado,
Sooretama, ES. A coleta iniciou-se às 11h30min (pré-antese floral) e terminou
às 16h30min, sendo utilizado o método de varredura com redes entomológicas.
Foram encontrados nove ninhos, todos em galhos secos. Caracterı́sticas dos
ninhos: antigos; média da circunferência da entrada de 21cm (±8,34); média
da altura em relação ao solo de 2,37m (±1,23m); duas galerias e média
de quatro células. Apoidea foram os visitantes mais abundantes nas flores
do maracujá (86,57%), seguidos por Diptera (5,97%), Vespoidea (2,99%),
Lepidoptera (2,99%) e Neuroptera (1,49%). Foram coletadas seis espécies
de abelhas, sendo as de hábito eussocial mais abundantes Apis mellifera
(72%) e Trigona cf. spinipes (20%). As demais, consideradas solitárias, com
tamanho suficiente para realizar a polinização, Xylocopa frontalis, Eulaema
cingulata, Centris sp. e Epicharis sp. representaram apenas 2% cada. Os
dados não são conclusivos, uma vez que o estudo encontra-se em andamento.
Contudo, apesar da proximidade da lavoura com um fragmento de mata que
disponibiliza recursos florais e locais de nidificação para a guilda das abelhas
polinizadoras efetivas do maracujá, foi encontrado menor abundância para
esse grupo. Isso pode estar relacionado ao uso de agrotóxicos, tendo em vista
que a lavoura é conduzida de forma convencional.
Palavras-chave: polinização, mangangás, agrotóxicos

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 169


4.23 Ocorrência de grupos tróficos da coleopterofauna em
fragmento de Floresta Pluvial Atlântica no Estado do
Rio de Janeiro

Matheus P. Mendes (1); Marcelo N. Duarte (2); William C. Rodrigues


(3)
(1) Bolsista de Iniciação Cientı́fica PIBIC/CNPQ, Universidade Severino
Sombra; (2) Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade
Severino Sombra; (3) Diretoria Geral, Methodos Consultoria Agronômica e
Ambiental.
E-mail: matheusprem@gmail.com
O presente trabalho teve como objetivo o levantamento da Coleopter-
afauna presente no Instituto Zoobotânico de Morro Azul, um fragmento
de floresta atlântica no municı́pio de Engenheiro Paulo de Frontin-RJ. A
ordem Coleoptera é um dos grupos de insetos com maior número de in-
divı́duos no mundo, havendo diferentes denominações de agrupamentos de
espécies, dentre eles, os grupos tróficos, sendo uma importante ferramenta
no biomonitoramento do ambiente. Dentro da mata, foram estabelecidos
oito pontos de coleta levando em consideração o estágio sucessional e com-
posição florı́stica. Foram utilizadas armadilhas de queda para captura dos
insetos, com 150 mL de solução (95% de água, 3% de formol e 2% de de-
tergente), os insetos capturados foram identificados em nı́vel de famı́lia.
Foram capturados 1.812 besouros, distribuidos em 11 famı́lias, sendo os
mais abundantes Silphidae (39,62%) e Staphylinidae (32,78%). Estas duas
famı́lias são consideradas saprófagas, e são importantes agentes ecológicos
na fragmentação da matéria orgânica, tendo preferência por locais mais
estruturados. Já Scarabaeidae (2,32%) em geral é considerado coprófago,
decompondo fezes de animais, e, juntamente com Silphidae e Staphylinidae,
são bons indicadores em estudos de fragmentação florestal. Os besouros da
familia Anobiidae (20,14%), Curculionidae (1,55%) e Bruchidae (0,72%) são
fitófagos, estando inclusive associados a danos a grãos e cereais na agricultura.
A Scolytidae (1,66%) estão incluı́dos no grupo dos micófagos. Os besouros
da famı́lia Carabidae (0,88%) são predadores e ótimos indicadores de áreas
conservadas. A ocorrência de certos grupos nas áreas mais conservadas,
mostrou que podem ser bioindicadores e são um importante mecânismo para
estudos de biodiverdade, pois fornece resultados claros e rápidos do estado
de conservação da área monitorada.
Palavras-chave: biodiversidade, bioindicadores, Coleoptera
Apoio: Methodos Consultoria Agronômica e Ambiental, Instituto Zoobotânico
de Morro Azul

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 170


4.24 Levantamento de ninhos de Meliponina (Hymenoptera:
Apidae) na Mata do Ginásio São José em Ubá/ MG,
Brasil

Érica B. Pacheco (1); Rafaela D. Marques (1); Georgina M. de Faria-


Mucci(1)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais
Email: ericabp15@yahoo.com.br
As abelhas da subtribo Meliponina ocorrem nas regiões tropicais e sub-
tropicais do mundo, com grande diversidade nas florestas tropicais. Em geral,
os meliponı́deos fazem seus ninhos em cavidades pré-existentes e utilizam
uma variedade de substratos: ocos e galhos de árvores, cavidades no solo,
ninhos de outros insetos ou aves, tocas abandonadas, entre outros. Os obje-
tivos desse trabalho foram verificar a riqueza de espécie dessas abelhas e os
substratos utilizados para nidificação. A área de estudo esta localizada em
Ubá/MG e está inserido no bioma Mata Atlântica. A Mata do Ginásio São
José localiza-se na área urbano e possui uma área de 45 ha. Para verificar a
presença de ninhos foram feitas caminhadas dentro e na borda da mata ob-
servando as árvores vivas e mortas (no perı́odo de agosto-2011 a julho-2012),
cupinzeiros, mourões de cerca, e cavidades no solo onde poderia haver ninhos.
Os ninhos encontrados foram georreferenciados, fotografados dados foram
anotados, como a espécie de planta onde o ninho foi encontrado, o diâmetro
e altura da arvore, altura da entrada do ninho e detalhes da estrutura da
boca do ninho. Foram coletados dez indivı́duos diretamente na entrada do
ninho, com auxilio de uma rede entomológica. Essas abelhas foram montadas
em alfinetes entomológicos, etiquetadas, identificadas e estão depositadas na
Coleção Camargo, Faculdade de Filosofia e Letras de Ribeirão Preto-USP.
No total, foram encontrados 41 ninhos de cinco espécies de Meliponina:
Tetragonisca angustula (Latreille, 1811), Plebeia droryana (Friese, 1900),
Tetragona sp. gr. Clavipes (Fabricius, 1804) , Trigona spinipes (Fabricius,
1793) e Friesella schrottkyi (Friese, 1900. A espécie que apresentou maior
abundância de ninhos foi T. angustula. Na Mata do Ginásio São José a
maioria dos ninhos foi encontrado em Anadenanthera colubrina (Fabaceae).
Palavras-chave: Meliponina, substratos de nidificação, Mata Atlântica
Apoio: CNPq, FAPEMIG:Projeto Endogovernamental – DEG 39/11

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 171


4.25 Comportamento de Omaspides pallidipennis (Coleoptera:
Chrysomelidae: Cassidinae)

Fernando A. Frieiro-Costa (1); Paula A. A. Gomes (2); Fábio Prezoto (2)


(1) Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas - Centro Universitário de
Lavras; (2) Programa de Pós-graduação em Ecologia, Universidade Federal
de Juiz de Fora
E-mail: ffrieiro@gmail.com
Cassidinae é uma subfamı́lia muito pouco conhecida, seja em relação ao
comportamento das espécies, ou seja, comportamento dos inimigos naturais.
Notável caracterı́stica apresentada por algumas espécies é a Subsocialidade.
Poucos dados quantitativos são encontrados sobre a sobrevivência da prole
quando a fêmea não está presente. Além da subsocialidade observam-se
comportamentos defensivos, como cicloalexia e auto-hemorragia. Tentando
comprovar a eficiência do cuidado maternal e outros comportamentos de
defesa, realizou-se a presente pesquisa na Floresta Nacional de Passa Quatro,
MG/BR, entre outubro de 2010 e abril de 2011. As fêmeas que tomavam
conta das proles foram marcadas e observadas diariamente, em horários
alternados. Fêmeas foram removidas para verificar a eficiência do cuidado
maternal. Acompanhamos, diariamente, 170 proles. As fêmeas realizaram
cuidado parental e estiveram junto à prole durante todos os estágios imaturos.
Cuidado maternal pode ser explicado pelo maior investimento da fêmea.
Processo auto-hemorrágico ocorreu durante o manuseio dos adultos. O
processo tem função deterrente, expondo o atacante a substâncias tóxicas.
Detectando presença de inimigos as fêmeas: erguiam suas pernas, agitando-
se em movimentos laterais; iam de encontro ao atacante ou utilizavam os
élitros como escudo tentando desalojar o oponente. Exceto pela primeira
unidade comportamental, não observada na defesa de pupas, as demais
aconteceram em todos os estágios de desenvolvimento. Estas atividades,
provavelmente, visam alarmar e/ou defender a prole, ou ainda alertar o
atacante de sua disposição em enfrentá-lo. Cicloalexia é, frequentemente,
associada ao cuidado maternal. As larvas, exceto quando se alimentavam,
permaneciam sempre em cicloalexia, movimentando as furcas com o anexo
exúvio-fecal quando molestadas. Conjuntos manipulados experimentalmente
(n = 15 desovas) foram predados. Os resultados mostraram que cuidado
maternal nessa espécie é muito eficaz na sobrevivência, principalmente, do
estágio de ovo.
Palavras-chave: auto-hemorragia, cicloalexia, subsocialidade
Apoio: CNPQ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 172


4.26 Presença de Acanthoscelides obtectus aumenta as ca-
pacidades competitivas de Zabrotes subfasciatus em
grãos de feijão

Alice S. Rodrigues (1); Eugênio E. de Oliveira (1); Karina V. Mallqui


(1,2)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Faculdade de Ciências Agrárias, Universidad Nacional de Ancash Santiago
Antunez de Mayolo
E-mail: alice.rodrigues@ufv.br
Os bruquı́neos Acanthoscelides obtectus e Zabrotes subfasciatussão capazes
de explorar nichos altamente similares (e.g. grãos de feijão no perı́odo de
armazenamento) em regiões neotropicais. Registros de coexistências destas
espécies em unidades brasileiras de armazenamento são frequentes e, apesar
de serem importantes pragas em massas de grãos de feijão, pouco se é
conhecido sobre as habilidades competitivas de cada espécie quando se
encontram em condições de competição direta. O objetivo desse trabalho foi
avaliar o desenvolvido de ensaios de competição direta seguindo delineamento
experimento do tipo fatorial bivariado, onde uma espécie teve o número
inicial de insetos fixados em 50, enquanto se variava a quantidade inicial de
insetos (de 0 a 50) da outra espécie. Assim, a espécie que tinha variada sua
quantidade inicial de insetos começava o experimento com as proporções
iniciais de 0; 0,17; 0,29; 0,38 e 0,50. Massas de grão de feijão de 100g foram
infestadas por insetos adultos (e não sexados) por um periodo de 42 dias
(tempo de uma geração). Ao final deste perı́odo realizou se a contagem do
número total de insetos adultos vivos e se calculou a taxa de crescimento
(ri) para cada espécie. Os resultados obtidos foram submetidos a analise de
covariância, onde a proporção inicial de insetos foi utilizada como variável
independente. Nas condições de competição direta usadas no presente
estudo, as capacidades competitivas de Z. subfasciatus foram favorecidas
pela presença de seu competidor heteroespecı́fico A. obtectus enquanto que as
capacidades competitivas de A. obtectus não foram alteradas pela presença
de Z. subfasciatus. Portanto, a inexistência de interações negativas entre
as espécies pode estar facilitando a coexistência de ambas as espécies no
mesmo nicho (massas de grãos de feijão), sendo que Z. subfasciatus pode até
se beneficiar da presença de seu competidor.
Palavras-chave: competição interespecı́fica, bruquı́neos, carunchos-do-
feijão
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG, LASPAU Foundation e Programa
Fincyt (Governo Peruano)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 173


4.27 Aspectos reprodutivos de Cladomorphus phyllinus (Phas-
matodea, Phasmatidae) criados em laboratório

Victor D. Pinto (1); Paula C. Zama (1, 2); Fernando A. da Silva (1)
(1) Instituto Superior de Ciências da Saúde; (2) Departamento de Zoolo-
gia, Universidade Federal de Minas Gerais
E-mail: victordinizbio@hotmail.com
A Ordem Phasmatodea é formada por insetos herbı́voros e lentos conheci-
dos como bichos-pau. É um grupo pouco estudado, pois seus representantes
são insetos sedentários, com baixas densidades populacionais e sem interesses
médicos ou econômicos. O objetivo do presente trabalho foi conhecer parte
da biologia reprodutiva de Cladomorphus phyllinus em condições laboratori-
ais restritas. O trabalho foi realizado de setembro de 2011 a dezembro de
2012 no laboratório de Zoologia do INCISA, BH-MG, que caracteriza-se por
ambiente sem janelas, com temperaturas entre 250 -280 e pouca circulação de
ar. Três casais de C. phyllinus foram separados e acompanhados durante o
trabalho. Os viveiros passaram por inspeção diária para retirada dos ovos.
Após o perı́odo de oviposição, os seguintes dados foram analisados: o número
de ovos por fêmea, o número de ovos por dia, o tempo médio de eclosão dos
ovos, a taxa de eclosão e o tamanho médio dos filhotes. Um total de 420 ovos
foi colocado, sendo 66 pela fêmea 1, 169 pela fêmea 2 e 185 pela fêmea 3. A
média de ovos postos por dia variou entre 3,25-3,47. Com base no número de
ovos que eclodiram, foi calculada a taxa de natalidade, sendo de 0%; 31,36%
e 4,32% para cada fêmea respectivamente. O tempo médio para eclosão dos
filhotes foi de 176 dias. O tamanho médio dos filhotes após a eclosão foi de
1,95 cm. Dos filhotes eclodidos apenas duas fêmeas atingiram idade adulta.
A reprodução por partenogênese foi observada, já que as fêmeas realizaram
posturas de ovos sem contato prévio com machos. Desta forma, conclui-se
que apesar das limitações, C. phyllinus apresenta sucesso reprodutivo em
condições laboratoriais. Contudo, mais estudos deverão ser realizados a
fim de determinar quais são as condições ideais para maior desempenho
reprodutivo da espécie.
Palavras-chave: Bicho-pau, Hexapoda, reprodução

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 174


4.28 Comportamento de abelhas na flor do maracujá amarelo
(Passiflora edulis f. flavicarpa) e os reflexos na polin-
ização

Brayan R. de Oliveira (1); Jacimar B. Boti (2); Milson L. de Oliveira (3);


Hediberto N. Matiello (4)
(1) Biólogo, MSc. Ecologia, Santa Teresa/ES; (2) Biólogo, MSc. En-
tomologia, Colatina/ES; (3) Professor, DSc. Solos e Nutrição de Plantas,
Instituto Federal do Espı́rito Santo Campus Santa Teresa/ES; (4) Instituto
Federal do Espı́rito Santo Campus Santa Teresa/ES
E-mail: brayanro@hotmail.com
Espécies de maracujá são comuns em regiões tropicais, incluindo o Brasil
que é o maior produtor e consumidor da fruta. No Estado do Espı́rito Santo,
principalmente no Municı́pio de Santa Teresa, a espécie mais cultivada é
o maracujá amarelo. Trata-se de uma espécie dependente da polinização
cruzada, realizada por certas abelhas que têm a capacidade de transferir o
pólen das anteras para o estigma floral, realizando a fecundação. Alguns
autores admitem que certas abelhas atuam como agentes polinizadores do
maracujá amarelo, outros, no entanto, ressaltam que o tamanho do agente
polinizador é fator primordial, devido a posição do estigma floral. Assim, a
pesquisa teve por objetivo identificar as abelhas visitantes florais, verificar seu
comportamento na flor e os reflexos na polinização do maracujá amarelo. O
estudo foi realizado em um pomar do Ifes campus Santa Teresa/ES (19º56’S e
40º37’W). Os visitantes foram observados com auxı́lio de binóculo e coletados
com rede entomológica para identificação, sendo separados em nı́vel de famı́lia
sob estereomicroscópio e depois comparados com material de coleções para
determinação das espécies. Durante um mês de observações (março, 2013),
no perı́odo de intensa florada, coletaram-se 36 abelhas visitantes florais,
destacando-se três espécies de abelhas Anthophoridae Xylocopa frontalis, X.
muscaria e X. nigrocinata como potenciais polinizadores. No entanto, nas
observações in loco, a eficiente polinizadora pelo seu comportamento de tocar
os estigmas florais com o dorso do tórax repleto de pólen foi X. frontalis. As
demais abelhas não são potenciais polinizadores, dado ao seu pequeno porte
não conseguem tocar o estigma, em decorrência da grande distância entre
os órgãos reprodutivos da flor. Foi observada ainda a competição entre a
abelha Apis mellifera e as do gênero Xylocopa, salientando que A. mellifera
chega primeiro, logo após a abertura da flor e coleta grande parte do pólen.
Palavras-chave: maracujá, abelhas, polinização

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 175


4.29 Riqueza de espécies de Arsenurinae (Lepidoptera: Sat-
urniidae) em área de vegetação de Mata Atlântica no
Espı́rito Santo

Andrielle de Castro (1); Luciano S. F. Ferreira (2); Hemerson P. dos S.


de Oliveira (1); David dos S. Martins (3); Paulo S. F. Ferreira (4)
E-mail: drika pianna@hotmail.com
(1) CRDR Centro Norte, Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência
Técnica e Extensão Rural; (2) Campus Rio Paranaı́ba, Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa; (3) Instituto Capixaba
de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural; (4) Departamento de
Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
Saturniidae é uma famı́lia de mariposas mundialmente conhecida pela
multiplicidade de formas e cores de suas espécies. Embora tenha havido
contribuições ao conhecimento dessa famı́lia na Região Neotropical muitos
ecossistemas brasileiros como a Mata Atlântica no Espı́rito Santo, ainda
carecem de estudos. Este estudo apresenta a riqueza da subfamı́lia Arsenuri-
nae com informações sazonais das espécies, como parte dos resultados de
um projeto sobre a biodiversidade da entomofauna na Reserva Natural Vale
(RNV), fragmento de vegetação natural de Mata Atlântica, localizado entre
os municı́pios de Linhares e Jaguaré, no norte do Espı́rito Santo. Sua área
compreende 21.787 ha, com altitude variando entre 28 a 65 m, tendo como
principal formação vegetal a Floresta Ombrófila Densa de terras baixas e
clima do tipo tropical quente com verão chuvoso e inverno seco. As coletas
ocorreram no perı́odo de 1987 a 1993, com armadilhas luminosas UV instal-
adas a 3 m do solo em áreas de mata primária e secundária. As armadilhas
permaneceram acesas, simultaneamente, uma vez a cada 10 dias, no perı́odo
das 18 às 07 horas. Cerca de cinco exemplares das espécies capturadas
foram montados, etiquetados e preservados na coleção entomológica da RNV.
Os espécimes excedentes foram conservados em mantas entomológicas ar-
mazenadas em recipientes lacrados contendo naftalina e paraformaldeido
para futuros estudos. Os dados climáticos, no perı́odo, foram obtidos na
estação meteorológica da RNV. Foram coletadas 10 espécies de Arsenuri-
nae. A ocorrência das espécies se apresentou em todos os meses do ano
com tendência maior no perı́odo quente e chuvoso (outubro-novembro) e
menor nos meses mais frios e secos (julho-agosto). A espécie Titaea tamerlan
(Maassen) foi a mais frequente, ocorrendo em todo o perı́odo anual, seguida
por Parademonia pluto (Westwood) com 9 meses. A espécie T. tamerlan foi
a mais abundante seguida por P. pluto e Rhescyntis pseudomartii Lemaire.
Palavras-chave: Biodiversidade, Mata Atlântica, Saturniidae
Apoio: CEPEB/RNV, Projeto Biomas/Mata Atlântica, CNPq, Fapes

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 176


4.30 Riqueza de espécies de Sphingidae (Lepidoptera) em
área de vegetação natural de Mata Atlântica no Espı́rito
Santo

Andrielle de Castro (1); Luciano S. F. Ferreira (2); Hemerson P. dos S.


de Oliveira (1); Paulo S. F. Ferreira (3); David dos S. Martins (4)
(1) CRDR Centro Norte, Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência
Técnica e Extensão Rural; (2) Campus Rio Paranaı́ba, Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa; (3) Departamento
de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (4) Instituto Capixaba de
Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural
E-mail: drika pianna@hotmail.com
A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em diversidade e produ-
tividade do planeta, mas também um dos mais ameaçados. Para conservar
a biodiversidade de um bioma, há que se conhecer as espécies que aı́ se
encontram, como estão distribuı́das e em que área e habitat vivem. A
Reserva Natural Vale (RNV), fragmento da Mata Atlântica, localizada entre
os municı́pios de Linhares e Jaguaré, no norte do Espı́rito Santo, abriga uma
grande riqueza de espécies da flora e da fauna neotropical, incluindo diversos
grupos de insetos. Este estudo teve como objetivo inventariar as espécies
de Sphingidae (Lepidoptera) na RNV e as suas sazonalidades durante o ano.
As coletas ocorreram no perı́odo de 1987 a 1993, com armadilhas luminosas
UV instaladas a 3m do solo em áreas de mata primária e secundária. As
armadilhas permaneceram acesas, simultaneamente, uma vez a cada 10 dias,
no perı́odo das 18 às 07 horas. Cerca de cinco exemplares representantes das
espécies capturadas foram montados, etiquetadas e preservados na coleção
entomológica da RNV. Os espécimes excedentes foram conservados em man-
tas entomológicas armazenadas em recipientes (lata metálica de 20 litros)
lacrados contendo naftalina e paraformaldeido para futuros estudos. Foram
coletadas 49 espécies de Sphingidae distribuı́das em 24 gêneros, destacando-se,
com maiores números Manduca (6 espécies), Xylophanes (5) e Erinnyis (4).
A espécie de maior frequência anual foi Erinnyis ello ello (Linnaeus) (8 meses)
seguida por Adhemarius palmeri (Boisduval), Perigonia lusca lusca (Fabri-
cius), Protambulyx strigilis (Linnaeus) e Xylophanes tersa tersa (Linnaeus),
com 7 meses cada. Observou-se uma tendência no aumento do número de
espécies a partir de janeiro até julho com uma queda significativa em agosto,
tornando a crescer a partir de setembro e atingindo o maior número em
outubro. Os meses de maior ocorrência de espécies foram outubro (20), julho
(18) e novembro (15).
Palavras-chave: Biodiversidade, Mata Atlântica, Sphingidae
Apoio: CEPEB/RNV, Projeto Biomas/Mata Atlântica, CNPq, Fapes

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 177


4.31 Comunidade de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaei-
dae) copro-necrófagos da Serra de São José- MG

Victor S. Totino (1); Nayara L. Reis (1); Priscila K. S. Nascimento (1);


Fernando A. B. Silva (2); Letı́cia Vieira (3)
(1) Universidade Federal de São João del-Rei; (2) Instituto de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará; (3) Departamento de Ciências
Naturais, Universidade Federal de São João del-Rei
E-mail: victortotino@gmail.com
Os besouros da subfamı́lia Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae) são
considerados bioindicadores importantes ao fornecer informações úteis acerca
do estado de conservação de remanescentes de florestas tropicais. O objetivo
deste trabalho foi descrever parâmetros da comunidade de escarabeı́neos na
Serra de São José em quatro diferentes fitofisionomias (floresta estacional
semidecidual, cerrado, campo rupestre e pastagem). Para captura dos be-
souros foram utilizados “pitfall traps” contendo um dos três tipos de iscas
(fezes humanas homogeneizadas com fezes de porco, baço apodrecido ou
fezes de boi), durante o perı́odo chuvoso de 2012 (janeiro a março). Os
parâmetros analisados foram: a riqueza estimada baseada no número de
indivı́duos amostrados x riqueza observada (Sobs MaoTau) e a resposta da
comunidade aos fatores fitofisionomia e tipo de isca (PERMANOVA). Foram
coletados 2460 indivı́duos, distribuı́dos em 79 espécies e 7 tribos, Canthonini
(15 espécies), Ateuchini (6 espécies), Coprini (31 espécies), Deltochilini (7
espécies), Oniticelini (4 espécies), Onthophagini (5 espécies) e Phanaeini (11
espécies). Foram registradas espécies exclusivas em quase todas as fitofi-
sionomias, exceto nos campos rupestres. Algumas espécies foram registradas
apenas em um tipo de isca. A fitofisionomia de floresta apresentou o maior
número de espécies (55 spp). A comunidade de Scarabaeinae demonstrou
estar estruturada de acordo com os tipos de fitofisionomia (p=0.02) e iscas
(p=0.03). Dessa forma, a utilização dos três tipos de iscas se faz necessária
para uma amostragem efetiva da comunidade. Os fragmentos de cerrado
apresentam uma composição de espécies comuns entre os campos rupestres,
pastagem e florestas semideciduais, enquanto as áreas de pastagem se diferen-
ciam mais em composição quando comparados às outras três fitofisionomias.
Dentre as fitofisionomias amostradas, os fragmentos de floresta semidecidual
mantém uma maior diversidade regional de Scarabaeinae na Serra de São
José.
Palavras-chave: APA Serra de São José, Floresta Estacional Semidecidual,
rola-bosta
Apoio: IEF, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 178


4.32 Riqueza de formigas em áreas ciliares do Rio Itapecer-
ica, em Divinópolis – MG após nove anos de refloresta-
mento

Kátya D. Freitas (1); Renata B. F. Campos (2); Alysson R. Fonseca (1)


(1) Instituto Superior de Educação de Divinópolis-ISED; (2) Departa-
mento de Biodiversidade Evolução e Meio Ambiente, Universidade Federal
de Ouro Preto
E-mail: katyadanielle@hotmail.com
Neste trabalho, foi avaliado o processo de recuperação de áreas ciliares,
por meio da riqueza da comunidade de formigas às margens do rio Itapecerica,
no perı́metro urbano de Divinópolis MG. Foram analisadas quatro áreas
reflorestadas, duas áreas remanescentes secundárias e uma área sem histórico
de remoção da vegetação original (referência). Em cada área foram realizadas
três campanhas de amostragem, sendo a primeira em 2003 imediatamente
antes do reflorestamento, a segunda em 2004 e a terceira em 2012. Em cada
transecto, perpendicular ao rio, foram dispostas quatro armadilhas do tipo
pitfall, equidistantes 15m, sendo os mesmos separados uns dos outros por
cerca de 100m. Foram analisados dois parâmetros de riqueza como resposta,
sendo: (1) o total de espécies coletado por área e (2) a média da riqueza
nas armadilhas de cada área. O número de pontos instalados por área, cujo
número era proporcional ao tamanho da mesma e o tratamento (reflorestado,
remanescente e referência) foram utilizados como variáveis explicativas. A
riqueza total em cada área variou entre seis e 41espécies, mas não foi explicada
pelo tratamento, tempo ou tamanho, que foi inferido pelo número de pontos
de amostragem, corroborando a ideia de que a riqueza de formigas não foi um
indicador adequado de recuperação, evidenciando a necessidade de estudos
sobre a composição de espécies. Entretanto, o tamanho da área afetou a
média de espécies em cada área, sendo que fragmentos maiores apresentaram
menor riqueza média. Estes resultados constituem uma importante evidência
acerca da estruturação de comunidades de formigas em matas ciliares, uma
vez que sugerem a existência de um grupo restrito de espécies, que se repete
ao longo de áreas maiores. Este padrão pode ser gerado por dominância
daquelas espécies que conseguem superar a perturbação ocasionada pelas
cheias anuais, além daquelas decorrentes da urbanização.
Palavras-chave: Mata Ciliar, bioindicação, mirmecofauna
Apoio: Fapemig, CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 179


4.33 Perda de diversidade de insetos da ordem Coleoptera e
Hemiptera é maior em bordas antropizadas e ausente
em bordas naturais

Raquel L. Carvalho (1); Diego V. A. Silva (1); Thiago Polizei (3); Roberth
Fagundes (1, 2); Sérvio P. Ribeiro (1)
(1) Departamento de Biodiversidade, Universidade Federal de Ouro
Preto; (2) Departamento de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia;
(3) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista
”Julia de Mesquita Filho”
E-mail: raqueluly@gmail.com
As caracterı́sticas dos limites de um ambiente (floresta, savana, etc.)
dependem das condições desse ambiente e do ambiente adjacente. Conhecido
como Efeito de Borda, isso pode ter reflexos direto na diversidade desse
habitat. Neste estudo foi avaliado o Efeito de Borda através do contraste
entre as faunas de insetos das ordens Coleoptera e Hemiptera presentes em
áreas de borda contrapostas com o interior de Mata Atlântica, no PERD -
Parque Estadual do Rio Doce. As amostragens foram realizadas em fevereiro
e setembro de 2011 (estações seca e chuvosa) em quatro áreas diferentes
do PERD: borda com pasto, borda com estrada, borda natural de ecótone
com um lago e interior de mata secundária tardia. Utilizou-se da técnica
de batimento em ramos e folhas com auxı́lio do guarda chuva entomológico,
aplicada a 15 árvores por área de duas espécies (Byrsonima sericea e Mabea
fistulifera). Na estação chuvosa foram coletados 291 indivı́duos adultos de
insetos, divididos em 26 famı́lias pertencentes a 73 morfoespécies. Na estação
seca foram coletados 226 indivı́duos adultos de insetos, divididos em 22
famı́lias e 59 morfoespécies. Tanto para riqueza (ANOVA F(2,117)=10.816;
p<0,0001), quanto para abundância (ANOVA F(2,117)=13.505, p<0,0001),
foram observados valores maiores para os ambientes o interior da mata (2,93
± 0,37) e a borda natural (3,08 ± 0,30) do ecótone comparados com as
bordas com estrada (1,24 ± 0,16) e borda com pastagem (1,85 ± e 0,24),
independente da estação e da espécie de planta. Além disso, entre o interior e
a borda natural a diversidade foi semelhante sugerindo que o efeito de borda
é mais dependente das caracterı́sticas do ambiente adjacente e do modo que
a borda foi criada.
Palavras-chave: Mabea fistulifera, Byrsonima sericea, insetos, dossel
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 180


4.34 Ectoparasitas de Phyllostomus hastatus da região cen-
tral de Minas Gerais

Carla E. F. A. Dias (1); Silvana de Melo (1); Gisele M. L. Del Giúdice


(1)
(1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: carla.aleixodias@gmail.com
Phyllostomidae é a famı́lia de Chiroptera brasileira mais diversa, carac-
terizada por um apêndice nasal em forma de folha ovalada ou lanceliforme,
que auxilia na ecolocalização. Dentre estes destaca-se o gênero Phyllostomus.
Phyllostomus hastatus é uma espécie de ampla distribuição geográfica, en-
contrada nas Américas Central e do Sul. O objetivo do presente trabalho
é relatar a presença de ectoparasitas da famı́lia Streblidae em P. hastatus.
No Brasil, essa espécie de morcego já foi registrada em 20 estados, está
entre uma das maiores espécies de morcegos da América e é a maior do
gênero, possuindo comprimento cabeça-corpo entre 94 e 124 centı́metros. Os
morcegos foram coletados na Gruta Guanabara no municı́pio de Cordisburgo,
na região central de Minas Gerais. Em todos os 4 espécimes coletados foram
encontrados ectoparasitas, a maioria deles estavam localizados na parte inte-
rior das pernas e fixos ao uropatágio. Os ectoparasitas são dı́pteros da famı́lia
Streblidae, que é composta por moscas hematófagas e ectoparasitas exclusivas
de morcegos. As espécies tendem a ser especı́ficas de um hospedeiro, com uma
espécie de mosca geralmente parasitando uma espécie hospedeira ou poucas
espécies hospedeiras intimamente relacionadas. É uma famı́lia cosmopolita,
porém existem relatadas na literatura algumas espécies endêmicas do cerrado.
A relação parasita hospedeiro é alvo de muitos estudos, contudo ainda não
existem dados de quão prejudiciais estas moscas podem ser para os morcegos
e qual seu impacto em uma colônia.
Palavras-chave: hastatus, parasita, morcego
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 181


4.35 Comportamento dos insetos visitantes florais da goiabeira
(Psidium guajava, Myrtaceae) e os reflexos na polin-
ização

Jacimar B. Boti (1); Brayan R. de Oliveira (2); Milson L. Oliveira (3)


Fernando Z. Madalon (3); Rafael C. Santana(3)
(1) Biólogo, MSc. Entomologia, Colatina/ES; (2) Biólogo, MSc. Ecologia,
Santa Teresa/ES; (3) Instituto Federal do Espı́rito Santo, Campus Santa
Teresa
E-mail: jbertiboti@bol.com.br
A goiabeira é uma espécie frutı́fera nativa das regiões tropicais americanas,
desde o México até o sul do Brasil. Sua flor é hermafrodita, rica em pólen,
com frutificação por autopolinização; porém, requer polinização cruzada para
melhor desenvolvimento de seus frutos. Poucos trabalhos têm abordado o
estudo de insetos visitantes florais, bem como, seus polinizadores especı́ficos.
O presente estudo teve por objetivo verificar o comportamento dos insetos
visitantes florais, mencionando o tempo (médio) de visitas nas flores de
P. guajava e qualificando-os como visitantes e potenciais polinizadores. O
estudo foi conduzido durante o mês de março de 2013 em um pomar com
150 goiabeiras, localizado no campus do Ifes, Santa Teresa-ES (19º 56’S e
40º 37’W). O pomar foi irrigado para produção de flores. Os insetos foram
monitorados nas flores com auxı́lio de um binóculo e foram analisados seus
comportamentos em relação ao toque no estigma floral e, sendo verificado
o material coletado, foi registrado o tempo de visita de cada inseto na flor
com um cronômetro. Os visitantes foram coletados com redes entomológicas
e, posteriormente, separados em famı́lias e espécies sob estereomicroscópio.
Parte do material coletado foi conduzido ao Museu Regional de Entomologia
da UFV para análise. Foram coletados 62 indivı́duos, a maioria abelhas,
principalmente no perı́odo matutino, destacando-se Apis mellifera como o
principal polinizador, sendo o primeiro inseto a chegar na flor por volta
das 6:00h, forçando a abertura dos botões florais e permanecendo cerca de
10s na flor. Outras abelhas de maior porte, por tocarem várias vezes no
estigma foram, também, consideradas potenciais polinizadores de P. guajava.
Entretanto, Trigona spinipes, foi a abelha mais abundante em indivı́duos e
juntamente com vespas e moscas não apresentaram comportamento polin-
izador, o que está de acordo com diversos autores, em relação ao tamanho
das abelhas e seu comportamento na flor.
Palavras-chave: goiabeira, polinização, abelhas

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 182


4.36 Caracterização de criadeiras na Área de Recursos Am-
bientais “El Zaimán”

Yamila N. Fagundi Zalazar (1,2); Camila G. Rippel (1,2); Mahia M.


Ayala (2); Valeria L. Le Gall (2); Leonardo H. Walantus (2)
(1) Faculdade de Ciências Exatas, Quı́micas e Naturais – Universidade
Nacional de Misiones; (2) Centro de Pesquisas Entomológicas - Parque
Tecnológico Misiones
E-mail: cieptmi@gmail.com
O presente trabalho foi realizado na Área de Recursos Ambientais (ARA)
“El Zaimán”, no marco de um convênio entre a Entidade Binacional Yacyretá e
o Parque Tecnológico Misiones, através do Centro de Pesquisas Entomológicas.
Os mosquitos (Culicidae) são insetos com importância sanitária devido a sua
capacidade de transmitir doenças às populações humanas e animais. Dentro
das atividades para conhecer a biodiversidade de culicı́deos, o objetivo deste
trabalho é identificar as espécies de mosquitos e caracterizar as potenciais
criadeiras na ARA. Para conseguir isso amostragens foram realizadas durante
os meses de abril de 2012 e março de 2013. A captura de estados imaturos
realizou-se com conchas e bandejas brancas. Em cada lugar analisado
foram medidas a temperatura, umidade, pH, oxigênio dissolvido e outros
parâmetros que junto com à vegetação e entomofauna associada permitiram
a caracterização das criadeiras. As espécies capturadas e identificadas foram
Anopheles albitarsis, Anopheles strodei, Anopheles argyritarsis, Anopheles
rondoni, Anopheles galvaoi, Anopheles triannulatus, Anopheles evansae,
Anopheles sp., Culex quinquefasciatus, Culex tatoi, Culex coronator, Culex
microculex, Culex soperi, Culex maxi, Culex glyptosalpinx, Lutzia bigoti,
Aedomyia squamipennis, Psorophora ferox, Uranotaenia sp., e Stegomyia
sp. Comparando as criadeiras naturais e artificiais pode-se observar que a
maior diversidade de culicı́deos ocorreu nas primeiras, com 13 espécies no
total, e a média dos parâmetros registrados foram: temperatura da água
18,8°C, pH 7,25, oxigênio dissolvido 4,65 ppm e condutividade elétrica 360,85
µS. É importante continuar com as observações de culicı́deos na área para
contribuir ao conhecimento da ecologia e dinâmica destes mosquitos.
Palavras-chave: culicı́deos, reserva, criadeiras

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 183


4.37 Escarabeı́neos (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae)
bioindicadores da Serra de São José – MG

Nayara L. Reis (1); Priscila K. S. Nascimento (1); Victor S. Totino (1);


Fernando A. B. Silva (2); Letı́cia Vieira (3)
(1) Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade Federal de São
João Del-Rei; (2) Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará; (3) Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de São
João Del-Rei
E-mail: nayarinha bio@hotmail.com
Os bioindicadores ecológicos são identificados por estabelecer uma relação
forte com alguma caracterı́stica de seu habitat. Dentre os insetos, os besouros
escarabeı́neos têm sido recomendados como bioindicadores de qualidade am-
biental por apresentarem facilidade de amostragem, taxonomia bem definida,
respostas rápidas às perturbações do meio, ampla distribuição e diversidade
elevada. O objetivo deste estudo foi designar espécies de escarabeı́neos
bioindicadoras para as quatro principais fitofisionomias da Serra de São José
- MG: Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado arbustivo, Campo Rupestre
e Pastagem. Os besouros foram coletados com armadilhas do tipo pitfall
traps, durante o verão de 2012. Para identificar espécies bioindicadoras em
cada fitofisionomia foi utilizado o Indicator Species (IndVal). Ao todo foram
registradas 79 espécies de escarabeı́neos, sendo 39 consideradas indicadoras
de alguma das fitofisionomias analisadas. Das 55 espécies registradas em
fragmentos florestais, 26 foram consideradas indicadoras dessa fitofisionomia,
dentre elas Onthophagus sp.3 apresentou o maior valor de indicação (VI),
seguida por Deltochilum brasiliense e Deltochilum fucatum. Os fragmentos
de cerrado apresentaram seis espécies bioindicadoras, sendo Canthon histrio
a espécie com maior VI. As áreas de campo rupestre apresentaram duas
espécies bioindicadoras, sendo Canthon aff. janthinus com o maior VI e
as áreas de pastagem cinco, dentre elas Canthon chalybaeus. Os besouros
escarabeı́neos são, assim como em outros estudos, considerados bons indi-
cadores ecológicos. Os fragmentos florestais da Serra de São José apresentam
o maior número de espécies com alta fidelidade e frequência ao habitat,
sendo 47% das espécies registradas consideradas boas indicadoras. Portanto,
conservar os fragmentos florestais da Serra de São José é importante para
que a comunidade de escarabeı́neos tenha suas estrutura e funções mantidas.
Palavras-chaves: indicadores ambientais, Floresta Estacional Semidecid-
ual, rola-bosta
Apoio: IEF, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 184


4.38 Levantamento preliminar da entomofauna forense de
Lavras em dois fragmentos florestais

Carolina A. Munaier (1); Lucas D. B. Faria (1)


(1) Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras – UFLA
E-mail: carolina munaier@yahoo.com.br
As moscas varejeiras (Diptera: Calliphoridae) são as mais abundantes
frente a outros grupos taxonômicos de importância forense, principalmente
nos estágios iniciais da decomposição. O objetivo deste trabalho foi realizar
um levantamento preliminar da entomofauna forense e da abundância de
Calliphoridae em iscas em decomposição em dois ambientes florestais (floresta
homogênea de Pinus spp. e floresta heterogênea) inseridos no campus da
Universidade Federal de Lavras, MG. Para isso, em cada fitofisionomia, foram
colocadas dez armadilhas distantes 10 m entre si, durante os meses de Janeiro
a Maio de 2013. As iscas foram deixadas em campo por 48h; no primeiro
momento, as armadilhas eram posicionadas já com a isca. Posteriormente,
os indivı́duos foram coletados e a isca trocada. Em seguida, novos indivı́duos
foram coletados e as armadilhas retiradas. Cada armadilha era composta
por duas garrafas pets de 2 L, com fundo removido para que uma garrafa
se encaixasse sobre a outra, permitindo a entrada de insetos pelo fundo da
garrafa inferior. A garrafa superior foi mantida transparente e a inferior,
sem tampa, foi totalmente pintada de preto e foi adicionado um anzol
na parte superior com uma isca de fı́gado bovino. A coleta de dados foi
realizada durante uma semana de cada mês. Foram coletados 1108 indivı́duos
pertencentes às ordens Diptera (917), Hymenoptera (134), Lepidoptera (36),
Neuroptera (12), Coleoptera (4), Blattodea (4) e Thysanoptera (1). Dentre os
dı́pteros foram coletados 41 indivı́duos da famı́lia Calliphoridae distribuı́dos
em quatro espécies. A espécie mais abundante foi Chrysomya albiceps (31),
seguida das espécies Hemilucilia segmentaria (5), Chrysomya megacephala
(4) e Calliphora vicina (1). Não houve diferença na abundância (p=0,668, F=
0,191) e na riqueza (p=0,777, F= 0,083) de califorı́deos entre os fragmentos
homogêneo e heterogêneo, sugerindo que para estas espécies a heterogeneidade
do ambiente não possui influência.
Palavras-chaves Entomologia Forense, Dipteras, Calliphoridae
Apoio: FAPEMIG; CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 185


4.39 Diversidade de abelhas Euglossina em 5 fragmentos di-
ferentes de Floresta Estacional Semidecidual

Priscila O. Soares (1); R. B. Gonçalves (1)


(1) Laboratório de Hymenoptera, Setor Palotina, Universidade Federal
do Paraná
E-mail: priscilasoaresbio@gmail.com
O objetivo deste trabalho foi comparar a captura de abelhas Euglossina
em cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, utilizando garrafas-
armadilha, compostas por garrafas pet (500mL) com duas aberturas laterais
e cotonetes embebidos em cineol para atração das abelhas. Este estudo foi
conduzido na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no
oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais circundados
por agricultura, sendo um deles uma RPPN (área 1), com um perı́metro
de 11,08 km. As outras áreas possuem 3,13km (área 6), 3,48km (área 7),
1,62km (área 8) e 0,709km (área 9). As amostragens começaram em agosto
de 2012, totalizando, até agora, 10 coletas. Em cada coleta foram instaladas
40 garrafas, distribuı́das em função do tamanho das áreas, sendo 22 garrafas
na área 1, seis na área 6, sete na área 7, três na área 8 e duas na área
9. Em dez amostragens, 366 indivı́duos foram coletados, sendo Euglossa
o gênero mais amostrado com 262 espécimes. A espécie mais abundante
foi Euglossa fimbriata (144), seguida de Eulaema nigrita (49), Euglossa
cordata (39), Eufriesea violacea (34), Euglossa annectans (19) e Euglossa
pleosticta (3). Na área 1 foram encontrados em média 0,94 indivı́duo por
armadilha e o total de 6 espécies, na área 6, 0,76 indivı́duo e 6 espécies, na
área 7, 0,95 indivı́duo e 5 espécies, na área 8, 0,86 indivı́duo e 5 espécies e
na área 9 em média 0,95 indivı́duo e o total de 4 espécies. As armadilhas
amostraram cerca de um indivı́duo por garrafa, com exceção das áreas 6 e 8
(tamanhos intermediários) que amostraram menos. Quanto ao número de
espécies em cada área, este ficou entre quatro e seis espécies, sendo que a
área de menor perı́metro amostrou o menor número que as demais. Desta
maneira percebe-se que, com o maior perı́metro da área, parece haver uma
leve tendência ao aumento do número de espécies, mas uma estabilização da
taxa de captura de indivı́duos.
Palavras-chave: diversidade, Euglossini, fragmentação
Apoio: PRAE-UFPR, Rufford Small Grants Foundation

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 186


4.40 O show de luzes do neotrópico: comportamento sincrônico
do vaga-lume de Mata Atlântica Bicellonycha sp8

Pedro R. Busana (1); Raphael Machado Santos (1); Vadim R. Viviani (1)
(1) Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba, Rodovia
João Leme dos Santos, km 110, Bairro do Itinga, SP-264, Laboratório de
Bioquı́mica e Biotecnologia de Sistemas Bioluminescentes
E-mail: pedrobusana@live.com
Das mais de 2.000 espécies de vaga-lumes descritas, menos de 1% apre-
sentam comportamento sincrônico. O termo “show de luzes” refere-se a este
comportamento visto em algumas espécies norte-americanas que sincronizam
seu brilho quando reunidas em grupos compostos principalmente por machos
que buscam, através da sincronia, atrair uma minoria de fêmeas. O fenômeno
foi primeiro estudado em vaga-lumes do sudeste asiático e da melanésia,
sendo depois descrito em espécies neárticas. Na região oriental, os vaga-lumes
sincrônicos Luciola e Pteroptyx coordenam seus flashes para acenderem e
apagarem simultaneamente enquanto fixos na vegetação. Já vaga-lumes
norte-americanos Photinus e Photuris realizam sincronismo intermitente,
intercalando seu brilho em pleno voo e criando um efeito em onda. O Brasil
apresenta o caso inédito da espécie de Mata Atlântica Bicellonycha sp8, estu-
dada afundo somente neste trabalho. Seu comportamento foi observado no
Parque Estadual Intervales ( região sul do Estado de São Paulo) e em criações
em cativeiro. As análises e coletas noturnas foram feitas de primavera a
verão durante dois anos. Foram aferidos principalmente os horários de inı́cio
e término da atividade dos insetos e os requisitos ambientais que favorecem
ou interferem em seu sincronismo (temperatura, umidade, luminosidade,
chuva, vento, etc), delimitando as principais áreas onde o fenômeno ocorre.
As condições do campo foram recriadas em cativeiro com o intuito de repro-
duzir o sincronismo em ambiente controlado. Os resultados das atividades
mostram que há muitas caracterı́sticas comportamentais análogas às espécies
orientais e neárticas, sendo que o comportamento dos machos se mostrou
mais fixo do que aéreo; todavia, o ambiente de Mata Atlântica selecionou
traços comportamentais únicos para a espécie, tal como sua distribuição
ascendente nas bordas da mata e a capacidade de realizar tanto sincronismo
contı́nuo quanto intermitente durante vários ciclos por noite.
Palavras-chaves: vaga-lumes, sincronismo, região neotropical
Apoio: FAPESP, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 187


4.41 O aumento da biomassa do recurso proporciona maiores
consumidores de sementes

Jéssica A. Silva (1); Juliana Tuller (1); Lucas D. B. Faria (1)


(1) Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras
E-mail: jessica-apsilva@hotmail.com
A biomassa é a melhor forma para medir a energia transferida de um
nı́vel trófico para outro. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar a
biomassa dos insetos em resposta à biomassa das sementes atacadas. Entre
os meses de junho e agosto de 2012, foram realizadas três coletas de 25 frutos
de Senegalia tenuifolia, em sete subáreas localizadas entre os municı́pios de
Lavras e Luminárias, MG, totalizando 75 frutos por subárea e 525 frutos ao
final do estudo. Em laboratório, cada fruto foi armazenado individualmente
em tubos de PVC vedados por organza até que os insetos associados a
eles emergissem. Dentre os predadores de sementes encontrados, todos
os indivı́duos das espécies Merobruchus terani (101 indivı́duos) e Stator
maculatopygus (Chrysomelidae, Bruchinae) (3 indivı́duos) foram secados em
estufa a 40ºC por 48 h e em seguida pesados individualmente em balança de
precisão. Este mesmo procedimento foi feito com as sementes sadias. Em
seguida, foi mensurada a área das sementes e utilizando a equação da reta
oriunda da relação entre área e biomassa das sementes sadias, foi possı́vel
estimar o valor real de sua biomassa, anteriormente a elas serem atacadas, a
partir da área das mesmas. Posteriormente os dados foram analisados através
de Modelos Lineares Generalizados (GLM). Foi observado que o aumento
da biomassa das sementes leva ao aumento da biomassa dos coleópteros
(F=19.464; P<0.001). Portanto, os resultados mostram que um acréscimo no
recurso (biomassa das sementes) permite que organismos de um nı́vel trófico
superior aumente também a sua biomassa, o que sugere ainda um possı́vel
aumento no fitness desses consumidores de sementes.
Palavras-chave: predação de sementes; Senegalia tenuifolia; Bruchinae
Apoio: UFLA, FAPEMIG, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 188


4.42 Interação formiga-diásporos: efeito negativo da manip-
ulação de sementes por Acromyrmex subterraneus na
germinação de Mabea fistulifera

Tiago V. Fernandes (1); Ricardo I. de Campos (1)


(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail : tiagovf@yahoo.com.br
Na literatura podemos encontrar trabalhos que apontam uma maior taxa
de germinação de sementes de Mabea fistulifera que foram manipuladas por
Acromyrmex subterraneus quando comparadas à sementes não manipuladas.
Assim este trabalho tem como objetivo testar as seguintes hipóteses: i) a
manipulação de sementes de M. fistulifera por A. subterraneus causa um
efeito positivo na germinação dessas sementes; ii) esse possı́vel aumento
na taxa de germinação se deve a escarificação da semente e/ou a retirada
do elaiossoma. Para o experimento foram utilizados 10 ninhos maduros de
A. subterraneus. Inicialmente durante 10 dias, cada um desses recebeu 40
sementes de M. fistulifera a cada 48 h. As sementes que foram manipuladas
pelas formigas eram recolhidas e separadas em dois grupos: sementes sem
elaiossoma e não escarificadas e sementes sem elaiossoma e escarificadas.
Foram preparados ainda outros quatro grupos a partir de sementes não
manipuladas por formigas: controle com sementes intactas; sementes com a
retirada manual do elaissoma, sementes escarificadas manualmente e sementes
escarificadas manualmente e com a retirada manual do elaiossoma, totalizando
seis tratamentos (200 sementes cada). As sementes foram divididas em 300
placas de Petri com papel filtro umedecido, com 4 sementes em cada placa.
O número de sementes germinadas foi avaliado todos os dias perfazendo um
total de 31 dias. Ao contrário do esperado as sementes do grupo controle
obtiveram uma maior velocidade e taxa final de germinação do que dos
outros tratamentos analisados. Além disso, não houve diferença entre os
cinco outros tratamentos em relação a velocidade e taxa final de germinação.
Assim conclui-se que ao contrário do esperado A. subterraneus parece diminuir
a germinação de sementes de M. fistulifera ao manipula-las. Além disso,
tanto a retirada do elaiossoma quanto a escarificação das sementes parecem
ser mecanismos responsáveis por esse efeito com magnitudes semelhantes.
Palavras-chave: Mirmecocoria, Canudo de pito, dispersão
Apoio: CNPq, FAPEMG, Universidade Federal de Viçosa

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 189


4.43 Impactos do nim sobre o tempo de desenvolvimento
larval de abelhas sem ferrão

Franciele M. Cruz (1); Micaele F. Araujo (1); Rodrigo C. Bernades (1);


Maria A. P. Lima (1)
(1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: franciele.cruz@ufv.br
Com o objetivo de investigar a hipótese de que a mortalidade das larvas de
abelhas sem ferrão aumenta em virtude da ingestão de alimento larval contam-
inado com nim (Azadirachta indica) ou altera o tempo de desenvolvimento
larval, foram conduzidos bioensaios com a abelha Melipona quadrifasciata.
Foram coletados, nos ninhos da espécie, ovos de abelha e alimento larval.
Os ovos foram transferidos para células artificiais de cria e mantidos sobre
o alimento. Após a eclosão, as larvas ingeriram o alimento ao longo do
desenvolvimento. As larvas foram tratadas com diferentes dietas: tratamento
controle (alimento puro) ou alimento contaminado com nim em diferentes
concentrações (4,2ng, 8,4ng, 42,0ng, e 840,0ng de azadiractina/abelha), que
correspondem respectivamente às diluições de 5, 100, 500 e 1000 vezes em
relação à dose de campo recomendada (250ml de Azamax/100L de água). As
células de cria foram mantidas em frascos dessecadores acondicionados em
BOD, em temperatura de 28ºC, umidade de 98% e 24 horas de escotofase.
Diariamente era feita a avaliação dessas larvas com o intuito de observar
a sobrevivência e o desenvolvimento, até chegarem à fase de pupa. Cada
tratamento continha 24 ovos individualizados nas células de cria. Ao final
do experimento, foi observado que não houve efeito significativo da ingestão
de nim sobre a sobrevivência larval (X2 = 4,14, g.l. = 4, P = 0,387), mas
o tempo de desenvolvimento larval foi alterado em virtude do tratamento
com o nim (F4,7 = 163,37, P < 0,001). A ingestão da maior concentração de
azadiractina (840 ng/abelha) retardou o desenvolvimento larval em relação
ao controle (q = 525,1; g.l. = 4,75; p<0,001).
Palavras-chave: Azadiractina, ecotoxicologia, meliponı́neos
Apoio: PROBIC/FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 190


4.44 Efeitos de impactos antrópicos na estrutura da comu-
nidade de coleópteros na Serra de Ouro Branco, Ouro
Branco, Minas Gerais

Saulo R. L. Costa (1); Yasmine A. Itabaiana(1)


(1) Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Labo-
ratório de Biodiversidade, Universidade Federal de Ouro Preto
Email: saulinholelis@gmail.com
Scarabaeinae (Scarabaeidae, Coleoptera) são coleópteros detritı́voros e
desempenham assim uma importante função na dinâmica de diferentes tipos
de ecossistemas, prestando vários serviços ambientais como a ciclagem de
nutrientes, dispersão de sementes e ainda servem como presas para outros
animais de nı́veis tróficos superiores. O presente estudo visa efetuar um
inventário das espécies de Scarabaeinae na Serra de Ouro Branco, além de
estabelecer relações entre os padrões de abundância, distribuição e riqueza
com as diferentes áreas e fragmentos em estudo. O estudo foi desenvolvido em
três fragmentos localizados na borda entre a estrada e a mata, outro entre a
borda da mata e monocultivo de milho e um no interior de cada fragmento de
mata. Em cada unidade amostral foram instalados três transectos e em cada
um foram instalados três conjuntos de pitfalls em forma de Y, interligados por
uma lona de plástico, contendo cada um quatro baldes de 60 litros. Cada balde
ficou distanciado cinco metros do balde central e cada Y distanciado 50 metros
um do outro. A cada mês, durante 11 meses, as armadilhas foram abertas
por cinco dias consecutivos, sendo que os invertebrados foram coletados
somente no último dia da campanha. Os indivı́duos capturados foram triados
e conservados em álcool a 70% no laboratório de Biodiversidade da UFOP.
Os indivı́duos foram identificados até o nı́vel taxonômico possı́vel. A ordem
Coleoptera, apresentou significativa abundância, sendo encontrada em sua
maior parte no perı́odo chuvoso. A subfamı́lia Scarabainae, apresentou uma
representatividade significativa entre oscoleópteras, representando 29,78%
dos indivı́duos encontrados, apresentando uma alta riqueza com 28 espécies,
distribuı́das em 6 tribos. Também houve diferenças na abundância entre os
fragmentos, onde a área do interior da mata apresentou maior abundância do
que as demais, mostrando que as áreas que apresentam menores perturbações
antrópicas, possuem comunidades mais sólidas e diversificadas.
Palavras-chave: coleópteros, fragmento, antrópico
Apoio: CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 191


4.45 A fragmentação de áreas de campo no sul do Brasil
interfere na abundância de Apis mellifera e em suas
preferências florais?

Bethania O. Azambuja (1); Priscila Padilha (2); Rosana Halinski (3);


Betina Blochtein (4); Valerio D. Pillar (5)
(1) Laboratório de Ecologia Quantitativa, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; (2) Universidade Federal do Rio Grande do Sul; (3) Labo-
ratório de Entomologia, Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul; (4) Departamento Biodiversidade e Ecologia, Pontifı́cia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul; (5) Departamento de Ecologia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
E-mail: beazambuja@gmail.com
Apis mellifera Linnaeus é uma espécie introduzida no Brasil e alvo de
estudos sobre sua competição com espécies nativas e efeitos nas comunidades
de abelhas locais. É generalista e pode visitar flores em ambientes florestais e
campestres. Este estudo buscou (1) responder se a fragmentação de habitats
campestres favorece a ocorrência de A. mellifera e (2) identificar as espécies
de flores visitadas por A. mellifera em áreas de campo nativo em uma região
predominantemente agrı́cola. Insetos visitantes florais foram coletados em
27 áreas de campo nativo na região do Planalto Médio do Estado do Rio
Grande do Sul (28 47’S 54 26’W e 29 28’S 53 14’W). A amostragem foi
feita no verão e primavera de 2011/2012, em plantas entomófilas, durante 30
minutos/espécie/área. A proporção de A. mellifera sobre o total de abelhas
visitantes florais foi 22,9%, mas variou de 0% a 100% entre áreas. Avaliamos
a relação desta proporção com a fragmentação, cujas métricas foram: porcent-
agem de campo em raios de 2 e 8 km a partir do ponto amostrado, distância
até a lavoura, tamanho e forma do fragmento. Realizamos regressão múltipla
passo-a-passo com essas variáveis. Os resultados não foram significativos
(R2 =0,024; p=0,435) para nenhuma variável, mostrando que a proporção de
A. mellifera sobre outras abelhas não é afetada pela fragmentação. Os in-
divı́duos de A. mellifera foram coletados em 12 espécies de plantas, entretanto
a média de espécies visitadas por área foi de 1,35 (sd=0,79) e o máximo de
4. Eryngium horridum destacou-se pela atratividade, revelada pelo registro
de 58% dos indivı́duos coletados. As lavouras de soja em floração, próximas
às áreas de estudo, por oferecerem abundantes recursos alimentares, podem
justificar a baixa abundância de abelhas em algumas áreas estudadas. O
efeito do recrutamento para fontes alimentares mais atrativas, caracterı́stico
do comportamento social nesta espécie, pode ter sido determinante para
ambos os resultados encontrados.
Palavras-chave: Pampa, fragmentação, abelhas sociais

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 192


Apoio: FAPERGS

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 193


4.46 Condições de referência para a bacia hidrográfica do
Rio Grande com base na fauna de macroinvertebrados
bentônicos

Jahn P. S. Andrade (1); Nathalia Melgaço (1); Diogo França (1)


(1) Museu de Ciências Naturais, Pontifı́cia Universidade Católica de
Minas Gerais
E-mail: jahn.pierry@hotmail.com
Nas últimas décadas, os ecossistemas aquáticos vêm sendo negativamente
alterados em decorrência de diversos impactos ambientais causados pelo
aumento desordenado das atividades antrópicas. Como consequência, tem-
se observado uma redução acentuada da biodiversidade aquática e uma
queda expressiva na qualidade da água. Atualmente, a Companhia En-
ergética de Minas Gerais (CEMIG) realiza o monitoramento ambiental das
Usinas Hidrelétricas (UHE) de Volta Grande, Jaguara e Igarapava, bacia
hidrográfica do Rio Grande, utilizando macroinvertebrados bentônicos. O
presente trabalho objetivou estabelecer condições de referência, com base
na fauna destes organismos, como forma de aprimorar o monitoramento
ambiental realizado na região. Dessa forma, foi realizado levantamento de
dados secundários sobre macroinvertebrados bentônicos de ocorrência na
bacia hidrográfica do Rio Grande através de consultas aos relatórios de
monitoramento de qualidade das águas disponibilizados pela Companhia
Energética de Minas Gerais (CEMIG) e pesquisa bibliográfica aos Periódicos
Capes, Scielo e Google Acadêmico. Os dados obtidos foram organizados
através da confecção de planilhas e gráficos no software Microsoft Excelr
e analisados estatisticamente no software EstimateS Win8.20, através da
construção de curvas de acumulação de espécies (Sobs Mao Tau) e utilização
do estimador de riqueza ICE Mean. Até o momento, foi registrada uma
riqueza observada de 81 táxons, sendo 50 registrados somente nos relatórios,
31 exclusivos da pesquisa bibliográfica e 12 compartilhados entre os relatórios
de monitoramento e a pesquisa bibliográfica. A riqueza estimada para região
foi de 115 táxons, sendo que, a riqueza observada (81) representa 70,43% da
riqueza estimada, onde a curva de acumulação de espécies possui inclinação
significativa, o que significa potencial de surgimento de novos táxons com o
prosseguimento deste trabalho.
Palavra-chave: insetos aquático, monitoramento ambiental, limnologia
Apoio: FIP, PUC Minas, CEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 194


4.47 Biodiversidade de térmitas em fragmentos florestais

Carlos H. da S. Silveira (1); Renan, B. Jordaim (1); Hugo J. G. dos


Santos Junior (2)
(1) Graduando em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do
Espı́rito Santo; (2) Professor do Departamento de Produção Vegetal, Centro
de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espı́rito Santo
E-mail: carloshenr2@gmail.com
Estudar a biodiversidade sempre foi de extrema importância, apesar disso,
nos últimos anos peloo crescente interesse pelas questões ambientais, se tornou
primordial conhecer a diversidade nos mais diversos ecossistemas. Dentre os
seres vivos que compõem o ecossistema florestal, a entomofauna termı́tica
é essencial para o funcionamento deste e outros habitats, isso devido aos
inúmeros serviços ecológicos prestados. Contudo, apesar de tais benefı́cios,
também é responsável por problemas fitossanitários em ecossistemas agroflo-
restais. Dessa forma, estudos que visem aprimorar os conhecimentos da
dinâmica populacional desses insetos e consequentemente um melhor entendi-
mento das interações envolvidas no ambiente são necessários. A partir desse
contexto, foram avaliados diferentes ecossistemas florestais, dentre os quais:
sistema agroflorestal, plantio de seringueira, plantio de eucalipto e um trecho
de floresta nativa, considerando apenas uma coleta em cada, a fim de realizar
levantamentos da biodiversidade termı́tica em cada ecossistema, através
de coleta ativa. Os resultados comprovam que o gênero Nasutitermes é o
mais abundante. Contudo, outros gêneros foram identificados destacando-se:
Cornitermes, Heterotermes, Diversitermes, Armitermes, Coptotermes, além
das operárias dos gêneros Anoplotermes, Aparatermes e Ruptitermes, sendo
que as operárias de Aparatermes e Anoplotermes, em alguns casos, foram
amostradas formando ninhos sem soldados.
Palavras-chave: biodiversidade, termı́tica, plantios florestais
Apoio: NUDEMAFI, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 195


4.48 Composição de visitantes e horários de visitação em
flores de Dombeya wallichii (Malvaceae)

Tatiane T. Maciel (1,2); Bruno C. Barbosa (1); Newton J.J. Silva (1);
Mariana P. Frias (1); Fabio Prezoto (1)
(1) Laboratório de Ecologia Comportamental (LABEC), Departamento
de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Curso de Ciências
Biológicas, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora
E-mail: tatitagliatti@hotmail.com
Os insetos integram a guilda de visitantes florais e muitos mantêm relações
ecológicas com estas plantas, tais relações podem sofrer interferências caso
haja mudanças na disponibilidade de recursos por plantas exóticas. Dombeya
wallichii conhecida popularmente como “Astrapeia” é originária de Madagas-
car e foi introduzida no Brasil para ser usada em ornamentação de Jardins e
para fins apı́colas, sendo difundida pela vegetação nativa ao longo do tempo.
Suas flores são grandes, aromáticas, aveludadas, cordiformes e com pecı́olo
longo, fornecendo quantidades moderadas de substâncias como néctar. O
objetivo deste estudo foi identificar os insetos visitantes assim como seus
horários de visitação em flores de D. wallichii, na zona rural de Juiz de
Fora, MG. Foram utilizados 16 arranjos florais de cinco plantas, observadas
das 8h/17h por oito dias não consecutivos, totalizando 72 horas. Foram
coletados 974 insetos, distribuı́dos em 20 espécies de quatro ordens. A ordem
Hymenoptera foi a mais diversa ( n=13) e abundante (n=957), destacando-se
as espécies: Trigona spinipes (49%), Agelaia vicina (21%) e Apis mellifera
(19%). A maior abundância de visitantes foi observada entre 09:30/10:30
(19%, n=186), e a maior riqueza especifica entre 10:30/11:00 (n=11). Houve
correlação significativa entre a abundância de insetos visitantes e os fatores
abióticos como umidade relativa do ar (rs=0,65; p<0,05), velocidade do
vento (rs=0,59; p≤0,05) e luminosidade (rs=0,55; p<0,05). O padrão das
visitações, intenso durante a manhã, pode fazer referência à maior disponibil-
idade de substâncias atrativas existentes nas estruturas florais neste perı́odo,
que declina no decorrer do dia. Com estas informações, concluı́-se que
as florações de D. wallichii, atraem principalmente insetos pertencentes à
ordem Hymenoptera, guilda de polinizadores de variadas plantas nativas,
podendo assim, influir a longo prazo, nas redes ecológicas desses ambientes
atrapalhando a polinização dessas plantas nativas.
Palavras-chave: visitantes florais, Hymenoptera, planta exótica

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 196


4.49 Galhas entomógenas e insetos associados em duas fitofi-
sionomias da Reserva Biológica Unilavras/Boqueirão
após queimadas sucessivas

Fernanda A. Faria (1); Kira Malves (1); Fernando A. Frieiro-Costa (1)


(1) Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas, Centro Universitário de
Lavras
E-mail: fernandafaria26@gmail.com
Galhas ou cecı́dias são tecidos tumorais causados nos vegetais por ação
de diversos organismos sendo os insetos os principais indutores. Os insetos
galhadores são capazes de suplantar as defesas da sua planta hospedeira es-
timulando a proliferação e diferenciação do tecido meristemático. O presente
estudo teve como objetivo inventariar as plantas onde houve ocorrência de
galhas após queimadas sucessivas. Objetivou-se, ainda, caracterizar morfo-
logicamente as cecı́dias e relacionar outros insetos associados. A pesquisa
foi desenvolvida entre o perı́odo de Junho de 2012 a Maio de 2013. Foram
marcadas 100 plantas encontradas com galhas (78 no Cerrado “stricto sensu”,
22 na Mata Ciliar). No Cerrado “stricto sensu” foram observadas cecı́dias
em 10 famı́lias, sendo Asteraceae a mais atacada. Na Mata Ciliar, entre
as cinco famı́lias vegetais que apresentavam tumores, Myrtaceae foi a que
mostrou maior número de representantes. Em ambos os ambientes as cecı́dias
observadas foram envolvidas com armadilhas confeccionadas em tecido tipo
“voil” para se obter os insetos associados. Comparando os resultados com
pesquisa realizada nos mesmos locais, anteriormente às queimadas, verificou-
se menor número de espécies afetadas em ambas fitofisionomias. Nas espécies
da famı́lia Asteraceae foi encontrada maior diversidade de insetos associados.
Dı́pteros da famı́lia Cecidomyiidae foram os insetos mais abundantes seguido
por diversas espécies de microhimenópteros, embora não tenha sido possı́vel
saber se eram galhadores ou inimigos naturais dos mesmos. Foram encon-
trados 6 diferentes morfotipos de galhas, sendo globuloso o mais frequente.
A análise dos resultados mostrou que há grande influência das queimadas
sucessivas na riqueza de espécies hospedeiras e de insetos associados às galhas.
Palavras-chave: galha, cerrado, queimadas
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 197


4.50 Diversidade de abelhas sem ferrão na região do Alto
São Francisco, Minas Gerais, Brasil

Éverton B. da Silva (1); Heslander J. Coelho (1); Guilherme A. F. Silva


(1); Vinı́cius G. Silva (1); Gabriel de C. Jacques (1)
(1) Departamento de Ciências Agrárias, Instituto Federal de Minas Gerais
– Campus Bambuı́
E-mail: everton-ifmg@hotmail.com
As abelhas constituem um grupo de insetos de essencial importância
no Cerrado, pois desempenham papéis ecológicos fundamentais como polin-
izadores naturais. Pouco se sabe sobre a diversidade das abelhas sem ferrão
em áreas do Alto São Francisco. Este estudo teve como objetivo analisar
os hábitos de nidificação, a riqueza e a abundância de abelhas sem ferrão
em uma área de transição Mata Atlântica/Cerrado: Fazenda Capão Grande
(Bambuı́-MG, 20°02.340’S e 046°02.167’W) e beira de estradas que dão acesso
as fazendas ao entorno de Bambuı́. Os locais de nidificação de abelhas
sem ferrão foram vistoriados, fotografados e medidos em relação à altura.
Foram encontrados 27 ninhos, sendo 20 em troncos de árvores vivas, 3 em
cupinzeiros, 2 em pedreira, 1 em edificações e 1 sobre o solo. Também,
foram realizadas capturas com puçá para registro de espécies que não foram
encontrados os ninhos, sendo encontradas 6 morfoespécies pertencentes a
tribo Trigonini e 4 da tribo Meliponini. Nas áreas estudadas constatou-se que
a maioria dos ninhos se encontrava em cavidades pré-existentes em árvores
vivas, reforçando a necessidade de se manter os ambientes protegidos do
desmatamento para a manutenção das espécies de abelhas sem ferrão em
áreas naturais, oferecendo-lhes locais para a nidificação. Dessa maneira, esse
estudo contribui para o conhecimento das espécies de abelhas sem ferrão
existentes na região, servindo de suporte para futuros trabalhos visando à
conservação de áreas naturais e de seus polinizadores.
Palavras-chave: abelhas, nidificação, conservação
Apoio: Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG, Campus Bambuı́

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 198


4.51 Inimigos naturais de Omaspides pallidipennis (Cole-
optera: Chrysomelidae: Cassidinae)

Paula A. A. Gomes (1); Fábio Prezoto (1); Fernando A. Frieiro-Costa (2)


(1) Programa de Pós-graduação em Ecologia, Universidade Federal de Juiz
de Fora; (2) Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas - Centro Universitário
de Lavras
E-mail: paulaakeho@gmail.com
Cassidinae é a segunda maior subfamı́lia de Chrysomelidae, mas pouco
se conhece sobre a biologia de seus representantes. Há várias espécies de
inimigos naturais que, também, têm passado despercebidos. O objetivo
da pesquisa foi descrever a atuação dos inimigos naturais de Omaspides
pallidipennis verificar a relação entre eles e os visitantes dos nectários ex-
traflorais da hospedeira. O estudo ocorreu na Floresta Nacional de Passa
Quatro, Minas Gerais entre outubro de 2010 e abril de 2011. De outubro a
janeiro (primeiro ciclo) foram observadas 35 proles, em 40% (n=14) delas
pelo menos um representante atingiu o estágio adulto; 60% (n=21) foram
totalmente predadas e/ou parasitoidadas. Durante os meses de fevereiro a
abril (segundo ciclo) 72,8% (n=81) das proles foram atacadas. Em ambos
os ciclos o maior porcentual de ataque ocorreu no estágio de ovo. Neste
estágio foram encontrados o micro himenóptero Emersonella pubipennis,
um hemı́ptero do gênero Stiretrus e as formigas dos gêneros Crematogaster,
Pseudomyrmex,Pheidole e Solenopsis e a espécie Tapinoma melanocephalum
– encontradas, também, nos NEFs. Larvas do cassidı́neo sofreram ataques
por espécies de Tachinidae (Diptera), Chalcididae (Hymenoptera), Coccineli-
dae (Coleoptera) e formigas dos gêneros Pseudomyrmex, Crematogaster e
Solenopsis. Pupas foram predadas por Conoderus sp. (Coleoptera), Cre-
matogaster sp. (Formicidae) e parasitoidadas por espécies não identificadas
de calcidı́deos e micro lepidópteros. O parasitoidismo por micro lepidópteros
é ocorrência rara apenas 3 proles foram parasitoidadas. Adultos foram preda-
dos por espécie não identificada de Hemiptera. A presente pesquisa mostra a
importância dos estudos de história natural para melhor compreensão das
interações entre as espécies.
Palavras-chave: Cassidinae, inimigos naturais, nectário extrafloral
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 199


4.52 Volume de alimento ingerido influencia a determinação
de castas em Partamona helleri (Hymenoptera, Api-
dae)

Rodrigo C. Bernardes (1); Micaele F. Araujo (1); Franciele M. da Cruz


(1); Maria Augusta P. Lima (1)
(1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: rodrigo.bernardes@ufv.br
Com o propósito de estudar o processo de determinação de castas em Par-
tamona helleri, importantes polinizadores, realizamos testes onde fornecemos
diferentes quantidades de alimento às abelhas durante o desenvolvimento
larval. Para isso, conduzimos bioensaios nos quais ovos e alimento larval
foram coletados nos ninhos da espécie. Foram realizados 4 tratamentos
com as seguintes quantidades de alimento: 32, 55, 65 e 75µl. Em cada
tratamento foram utilizados seis ovos de P. helleri tratados com os volumes
de alimento descritos. As células artificiais foram mantidas em placas de
polipropileno, identificadas e fechadas com opérculos de cera natural. As
placas foram acondicionadas em condições de temperatura, umidade e lumi-
nosidade semelhantes às naturais. Após emergência das abelhas adultas, a
massa de todas as abelhas foi avaliada em balança analı́tica. O diagnóstico
das castas, realizados nos adultos, foi baseado em caracterı́sticas morfológicas
que discriminam bem rainhas de operárias. Nos tratamentos com 32 e 55µl
de alimento, obteve-se 100% de operárias. Quando as larvas receberam 65µl
de alimento, a frequência foi de 50% de rainhas e 50% de operárias. O
aumento na frequência de rainhas atingiu 100% no tratamento com 75µl.
Ocorreu aumento da massa corporal das abelhas em virtude da ingestão de
maiores volumes de alimento durante o desenvolvimento larval. As rainhas,
que ingeriram 75 µl de alimento, apresentaram maior massa corporal em
relação às operárias, que ingeriram 32 µl (t = 22,19; g.l. = 1,4; P < 0,0001).
Palavras-chave: Desenvolvimento larval, meliponı́neos, produção de castas
Apoio: FUNARBIC/FUNARBE

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 200


4.53 Aplicação de Avaliação Ecológica Rápida (AER) de Eu-
glossina para conservação da Mata de Aluvião, Lin-
hares, Espı́rito Santo

Paula D. G. Garcia (1); Thainara D. Viçosi (2); Karina S. Furieri (3);


Alex Fabian R. Teixeira (1)
(1) Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
(INCAPER - CRDR Centro Norte); Espaço Infantil Estação Criança (2); (3)
Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA)
Email: pauladuraogama@gmail.com
O presente estudo teve como objetivo verificar a diversidade de Euglossina
a partir da estimativa de riqueza, para avaliar a necessidade de criação de
Unidade(s) de Conservação (UC). O estudo foi realizado em Linhares, ES,
em áreas de formações de tabuleiro costeiro de florestas ombrófilas densas
(19º 24’31,6”S, 39º 51’17,1” W) e em área de crescimento secundário em
intenso estado de regeneração (19º 25’ 42,33”S, 40º03’50,63”W). Para atrair
e amostrar machos de Euglossina foram utilizados chumaços de algodão com
essência de eucaliptol, colocados no interior de 16 armadilhas confeccionadas
com garrafas pet incolor, com um cone verde fixado na lateral e penduradas a
1,5 m do chão, a 5m uma da outra. Os exemplares coletados foram alfinetados,
secos em estufa e identificados. A estimativa de riqueza foi obtida através
do estimador não-paramétrico Jackknife de 1ªordem. Foram capturados 46
indivı́duos em 48 horas de amostragem, pelo método de Avaliação Ecológica
Rápida (AER), pertencentes a três gêneros e seis espécies, sendo duas espécies
de cada gênero Eulaema, Euglossa, Exaerete. A espécie mais abundante
foi Eulaema negrita (48%), seguida de Euglossa cordata (37%) e Euglossa
imperialis (9%). As demais, Eulaema cingulata, Exaerete dentata, Exaerete
smaragdina representaram apenas 2% cada. Estimou-se a ocorrência de
8,91±3,3, ou seja, provavelmente ocorre de seis a 13 espécies dessas abelhas.
O padrão da estimativa de riqueza indicou que é necessário maior esforço
de coleta na Foz do Rio Doce. Estudos realizados no Brasil, num perı́odo
mı́nimo de 12 meses, com mais de um tipo de essência, obtiveram a riqueza
similar ou igual ao presente trabalho. A Foz do Rio Doce é classificada como
área com alta prioridade para conservação, sendo cogitada a transformação
em uma UC. A diversidade de Euglossina e os resultados obtidos, a partir
do AER, nesse estudo, reforçam a importância da criação dessa UC.
Palavras-chave: Abelhas das orquı́deas, Unidade de Conservação, diversi-
dade
Apoio: FUNAPE, IPEMA

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 201


4.54 Diversidade de entomofauna em uma área de Caatinga
no municı́pio de Bom Jesus-PI, Brasil

Shara G. D. Noleto (1); Jaqueline Z. de Moura (1); Ioleide B. Ribeiro


(1); Wédison C. Brito (1); Alan A. Sousa (1)
(1) Departamento de Engenharias, Campus Professora Cinobelina Elvas,
Universidade Federal do Piauı́
E-mail: sharagrazielly@hotmail.com
O Bioma Caatinga recobre a maior parte da área com clima semiárido
da região Nordeste do Brasil. Inúmeros levantamentos têm sido realizados
neste e nos demais biomas presentes no paı́s, contudo, muitos têm ignorado
o grupo que pode ser de grande contribuição para os processos essenciais
dos ecossistemas, os insetos. Diante do exposto e das poucas informações
existentes sobre os insetos no municı́pio de Bom Jesus-PI e, considerando a
importância ecológica deste grupo, o presente trabalho teve como objetivo
avaliar a diversidade de entomofauna em uma área de Caatinga no municı́pio
de Bom Jesus, no sul do estado do Piauı́, Brasil. O monitoramento foi
realizado semanalmente no perı́odo de maio 2009 a Junho de 2011, em área
de Caatinga no municı́pio de Bom Jesus-PI, utilizando armadilha Malaise.
Foram amostrados 25.280 espécimes pertencentes a 15 ordens da classe
Insecta. As ordens mais representativas foram: Diptera, Hymenoptera,
Trichoptera, Coleoptera e Lepidoptera, como dominantes: Coleoptera e
Lepidoptera. A análise faunı́stica dos grupos de insetos coletados neste
estudo foi efetuada demonstrando um Índice de Diversidade no valor de H’ =
1,52 para Shannon-Wiener e Ds = 0,94 para Simpson. De modo geral pode-se
observar que a entomofauna da região de Caatinga estudada apresentou uma
baixa diversidade de ordens.
Palavras-chaves: dominância, insetos, malaise
Apoio: Capes/CNPQ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 202


4.55 Os grilos de serrapilheira preferem ovipor em lugares
muito úmidos?

Pedro R. L. Souza (1); Geanne C. R. Rodrigues (1); Carlos F. Sperber


(1); Neucir Szinwelski (1)
(1) Laboratório de Orthoptera, Departamento de Biologia Geral, Univer-
sidade Federal de Viçosa
E-mail: pedro.souza362@gmail.com
Segundo a definição Hutchinsoniana, o nicho de uma espécie é determinado
pela interação de tolerâncias e requerimentos que definem as condições e os
recursos necessários para um organismo sobreviver e se reproduzir. A seleção
natural, por sua vez, favorecerá os indivı́duos mais aptos, aumentando
a frequência de determinada caracterı́stica com o passar do tempo. Em
nosso trabalho avaliamos, no campo e laboratório, a umidade selecionada
para oviposição por grilos de serrapilheira de interior de Floresta Atlântica.
Distribuı́mos aleatoriamente no campo 300 bandejas com algodão embebido
em água em 10 nı́veis: 0 a 198 gramas(g) de água de 22 em 22 g, rendendo
30 réplicas/nı́vel. Para o experimento em laboratório foram capturadas 30
fêmeas partenogenéticas de Ectecous que foram colocadas em 30 bandejas
perfazendo o mesmo experimento realizado em campo, com a umidade
variando de 0 a 9.54 g de água, de 1.06 em 1.06 g, rendendo 30 réplicas.
A maior umidade (campo e laboratório) foi calculada para conter água
sobrenadante. O experimento de campo e laboratório durou 96 horas. Para
testar a umidade preferencial de oviposição, ajustamos Modelos Lineares
Generalizados, com distribuição de erros binomiais e posteriormente ANOVA
com erros normais. Nos experimentos de campo e de laboratório, as fêmeas
apresentaram maior oviposição em altas umidades. A teoria de nicho poderia
explicar satisfatoriamente os resultados encontrados, uma vez que a umidade
selecionada pode representar o conjunto de tolerâncias e requerimentos
necessários para a reprodução. A umidade é essencial para o desenvolvimento
dos grilos, especialmente após a eclosão. Portanto, pode ser que algumas
fêmeas prefiram ovipor em altas umidades, porque ambientes com elevada
umidade proporcionam condições ideais para o desenvolvimento das ninfas
mesmo com variações ambientais atı́picas. Com os resultados conclui-se que
os grilos de serapilheiras preferem ovipor em locais com alta umidade.
Palavras-chaves: Nicho, seleção natural, oviposição
Apoio: FAPEMIG, CNPq, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 203


4.56 Levantamento de abelhas solitárias com uso de ninhos-
armadilha no Parque Estadual do Biribiri, Minas Gerais

Priscila de C. S. Araújo (1); Anete P. Lourenço (1)


(1) Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri
Email: pittynvb@hotmail.com
A distribuição de abelhas solitárias está relacionada a fatores bióticos
e abióticos ligados a altitude, além da existência de locais adequados para
nidificação nos ecossistemas. Essas abelhas nidificam em cavidades pré-
existentes, o que facilita seu estudo ao se utilizar ninhos-armadilha. O
objetivo do estudo foi analisar as populações de abelhas solitárias coletadas
por ninhos-armadilha em duas áreas de diferentes altitudes (área 1: 1178
m e área 2: 678 m) de campo rupestre no Parque Estadual do Biribiri-MG.
Para isto, em cada área foram colocados 129 ninhos-armadilha de cartolina e
200 ninhos de bambu com diâmetros e comprimentos variados. Eles foram
instalados em Novembro de 2012, e as coletas mensais foram feitas em
Dezembro de 2012 a Maio de 2013. Os ninhos coletados foram levados
para o laboratório para desenvolvimento dos imaturos. Após emergência,
os indivı́duos adultos foram alfinetados e identificados. Até o momento,
foram coletados 87 ninhos ocupados por abelhas, e destes, 34 emergiram
abelhas pertencentes a 5 espécies e 36 continuam em desenvolvimento. Na
área 1 foram coletados 55 ninhos, sendo 23 ninhos com abelhas emergidas
pertencentes a 5 espécies: Centris sp.1, n=8; Centris sp.2, n=8; Tetrapedia
sp., n=5; Euglossa sp., n=1 e Epanthidium tigrinum, n=1. Na área 2
foram coletados 32 ninhos, sendo 11 com abelhas emergidas pertencentes
a 3 espécies: Centris sp.1, n=2; Centris sp.2, n=5 e Tetrapedia sp., n=4.
Durante os meses de coleta a temperatura foi mais alta na área 2 do que na
área 1, mas a umidade não variou. É possı́vel observar que há uma maior
riqueza e abundância de ninhos-armadilha fundados na área 1, que pode estar
relacionada com a temperatura, a vegetação do local e/ou fatores antrópicos
como a proximidade da estação de coleta da área 2 a uma rodovia.
Palavras-chave: abelhas solitárias, ninho-armadilha e altitude
Apoio: Instituto Estadual de Florestas

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 204


4.57 Perfil da entomofauna associada a frutos e sementes de
Fabaceae (Magnoliophyta), numa área de Cerrado do
sudoeste mineiro

Tiago M. Silva (1); Sônia L. Modesto Zampieron (1)


(1) Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Faculdades In-
tegradas do Sudoeste Mineiro FESP/UEMG
E-mail: tiagomorales.bio@hotmail.com
O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, é constantemente modificado
pelo avanço da agricultura e pecuária, afetando a biodiversidade local. Di-
ante disto se torna necessário o estudo de interações ecológicas existentes,
envolvendo insetos e plantas. O estudo foi realizado em um fragmento de
Cerrado, no entorno do Parque Nacional Serra da Canastra, localizado na
porção sudoeste do estado de Minas Gerais, entre os municı́pios de São
Roque de Minas, Delfinópolis e Sacramento (20º00’-20º30’ S; 46º15’-47º00’
W), apresentando área de 71.525 há. Foram feitas cinco coletas de frutos de
espécies leguminosas (Fabaceae) encontrados aleatoriamente dentro da área,
entre maio e outubro de 2012, bem como ramos com folhas e flores para a
identificação das plantas, utilizando-se tesoura de poda e podão de haste
longa. Todo o material foi conduzido ao laboratório de Botânica e Entomolo-
gia da FESP/UEMG, onde foram identificados, e os frutos acondicionados
em frascos vedados com tecido de voil para contenção dos insetos emergentes
e livre entrada de ar. Tais frascos foram diariamente inspecionados, sendo os
insetos emergentes transportados para novos recipientes devidamente etique-
tados contendo álcool a 70%. Todos os himenópteros foram identificados pelo
menos em nı́vel de famı́lia, de acordo com chave de identificação especializada.
Foram identificados 45 representantes de 6 familias de Hymenoptera; alguns
representantes da ordens Diptera (28), Coleoptera (71), Lepidoptera (24),
Hemiptera (4) e Blattodea (2). Dentre as representantes da famı́lia Fabaceae,
foram identificadas pelo menos 8 espécies, destancando-se a espécie Senna
sp., quanto ao número de indivı́duos da Ordem Coleoptera associado aos três
exemplares encontrados. O estudo revelou importantes interações ecológicas
da famı́lia Fabaceae com a fauna associada, confirmando a importância de se
aprofundar no estudo destas relações, principalmente dentro do Cerrado, um
bioma negligenciado, porém de extrema importância.
Palavras-chave: leguminosas, himenopterofauna, hospedeiros
Apoio: UEMG, HYMPAR/Sudeste

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 205


4.58 Risco de predação de grilos de serrapilheira em relação
ao tempo de regeneração florestal

Geanne C. R. Rodrigues (1); Pedro R. L. Souza (1); Carlos F. Sperber


(1); Neucir Szinwelski (1)
(1) Laboratório de Orthoptera, Departamento de Biologia Geral, Univer-
sidade Federal de Viçosa
E-mail: geanneripani@hotmail.com
A regeneração florestal altera a estrutura do ambiente e as interações
entre os organismos. O Risco de predação é a probabilidade de morte devido
à predação. Muitos organismos mudam o seu comportamento, fisiologia,
morfologia e alimentação quando estão expostos ao risco de predação. Os
predadores adaptam a essas mudanças, tornando-se mais aptos e eficazes na
captura de suas pressas. Nesse trabalho avaliamos o risco de predação de
grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal. Nossa
hipótese é que áreas regeneradas apresentam menor risco de predação, ou
seja, áreas regeneradas apresentam maior tempo de ataque. Para testar nossa
hipótese, realizamos um experimento manipulativo em 7 áreas com diferentes
tempos de regeneração, a saber: 0, 6, 15, 35, 70, 130 e 300 anos. Em cada
área foram oferecidas 30 iscas de 3 gramas de sardinha enlatada e foi anotado
o tempo de chegada do primeiro predador (Formiga) na isca. Nosso tempo
máximo de observação foi de 5 minutos. Para testar estatisticamente nossa
hipótese, ajustamos modelos lineares generalizados com distribuição Weibull.
Nossos resultados mostraram que o risco de predação diminui à medida
que aumenta o tempo de regeneração, ou seja, o tempo de ataque aumenta
com o tempo de regeneração. Atacar rapidamente uma presa em uma área
em inı́cio de regeneração é fundamental para a sobrevivência do predador.
Áreas em inı́cio de regeneração, em geral, possuem baixa riqueza e densidade
de organismos. Os indivı́duos que vivem nesses locais são especializados e
hábeis em se esconder de predadores. Portanto, o predador que rapidamente
capturar uma presa e subjugá-la, terá maior chance de sobrevivência, visto
que a disponibilidade de presas é limitada nesses ambientes. À medida
que avança o tempo de regeneração florestal, ocorre o aumento da riqueza
e densidade de organismos. A implicação direta é que se o predador não
capturar a presa rapidamente ele, provavelmente, terá outra chance de
capturar outros indivı́duos.
Palavras-chaves: Predação, ataque, regeneração
Apoio: Fapemig, CNPq, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 206


4.59 Composição da fauna de abelhas Euglossina na Mata
do Ginásio São José (Mata Estacional Semidecidual)
em Ubá – MG, Brasil

Rafaela D. Marques (1); Ságora A. Pereira (1); Georgina M. Faria Mucci


(1); Érica B. Pacheco (1); Gustavo J. Araújo (2)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais- Campus Ubá; (2) Universi-
dade Federal de Ouro Preto
E-mail: rafaeladutra30@yahoo.com.br
As abelhas da subtribo Euglossina estão amplamente distribuı́das na
região neotropical, com maior diversidade nas florestas úmidas. O objetivo
desse trabalho foi inventariar e estudar a composição da fauna de abelhas
Euglossina na Mata do Ginásio São José, em Ubá. Na área de estudos foram
demarcadas 5 trilhas , cada uma com 60 metros de comprimento.Em cada
trilha em um intervalo de 20 metros as armadilhas foram penduradas nas
ramagens das árvores e os machos de Euglossina foram atraı́dos pelas iscas-
odorı́feras: Cineol, Eugenol, Vanilina e Salicilato de Metila. As coletas foram
realizadas mensalmente, no perı́odo de abril de 2012 a março de 2013, das 9
às 15h. A cada duas horas as abelhas foram coletadas das armadilhas, mortas
em câmaras mortı́feras e depois transferidas para frascos coletores etiquetados
com os seguintes dados: dia da coleta, horário, isca-odorı́fera e trilha. No
total, foram amostrados 311 machos de abelhas da subtribo Euglossina,
pertencentes a três gêneros e 10 espécies. A espécie mais abundante foi
Eulaema nigrita Lepeletier, 1841 (50,48%) seguida por Euglossa cordata
(Linnaeus, 1758) (15,43%), Euglossa securigera Dressler, 1982 (15,43%),
Eulaema cingulata (Fabricius, 1804) (11,61%), Euglossa fimbriata Rebêlo &
Moure, 1996 (1,92 %), Euglossa truncata Rebêlo & Moure, 1996 (1,92%),
Exaerete smaragdina (Guérin, 1844) (1,92%), Euglossa pleosticta Dressler,
1982 (0,64%), Euglossa sp 1 (0,32%) e Euglossa sp 2 (0,32%). Com relação
à composição da fauna, de um modo geral, as espécies amostradas nesse
estudo ocorrem em diferentes ecossistemas, apresentando ampla distribuição
geográfica.
Palavras-chave: Euglossina, diversidade, Mata Atlântica
Apoio: FAPEMIG (Bolsa e Projeto Endogovernamental – DEG 39/11)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 207


5 Entomologia Urbana

5.1 Comportamento de nidificação de Camponotus sericeiven-


tris: novo sı́tio de ocupação

Elisa F. Fernandes (1); Mariana M. Castro (1); Bruno C. Barbosa (1);


Viviane Z. Rodrigues (1); Fabio Prezoto (1)
(1) Laboratório de Ecologia Comportamental (LABEC), Universidade
Federal de Juiz de Fora, 36036-900, Juiz de Fora, MG, Brasil
E-mail: elisafurtadofernandes@yahoo.com.br
A formiga Camponotus sericeiventris forma colônias bastante populosas
e possui hábito de nidificação arborı́cola, em árvores de grande porte vivas
ou mortas, preferencialmente em madeira morta ou de constituição macia,
a qual facilita a construção e manutenção do ninho. Esta espécie vem
sendo relatada em ambientes urbanos, com formação de grandes colônias
ativas e bem-sucedidas. Assim, este trabalho teve como objetivo descrever
o comportamento atı́pico de nidificação de C. sericeiventris em ambiente
urbano. As observações foram realizadas em uma colônia de C. sericeiventris
em junho de 2012 e junho de 2013 em uma área urbana situada no campus da
Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais. A colônia se encontrava
na borda de um fragmento de mata, localizada em uma área subterrânea,
abaixo de placas de cimento com aproximadamente 2m x 5m de dimensão.
Com auxı́lio de uma ferramenta para remoção das placas de cimento, foi
encontrado um orifı́cio ativo de entrada/saı́da dos indivı́duos. O ninho
estava instalado entre as raı́zes de uma árvore próxima, logo abaixo das
placas de cimento, e a terra do local foi removida ativamente pelas operárias,
resultando em uma cavidade compactada. Ali foram encontrados indivı́duos
imaturos (ovos, larvas e pupas) e adultos, inclusive alados, o que comprova
que a colônia já estava bem estabelecida no local. Do primeiro registro (em
2012) para o segundo (em 2013), houve mudança de local da prole, com
deslocamento para uma área mais protegida, mas a atividade dos indivı́duos
adultos permaneceu também no antigo local. O presente relato atesta a
capacidade adaptativa da espécie quanto ao processo de alteração do habitat,
ao procurar por novos locais de nidificação e assim suprir as necessidades da
colônia. Essa flexibilidade comportamental parece favorecer o estabelecimento
dessas colônias em ambientes urbanos.
Palavras-chave: área urbana, ecologia comportamental, Formicidae
Apoio: CAPES, FAPEMIG, UFJF

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 208


5.2 Staphylinidae (Coleoptera) com potencial forense no mu-
nicı́pio de Palotina, Paraná

Sidnei B. da Silva (1); Edilson Caron (1)


(1) Laboratório Integrado de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade
Federal do Paraná, campus Palotina (UFPR)
E-mail: sidnei.bs91@gmail.com
A entomologia forense estuda os insetos associados a diversos procedi-
mentos legais, entre eles, os relacionados à investigação de crimes contra
pessoas vı́timas de morte violenta. Dentre os insetos que habitam cadáver,
destacam-se principalmente os da ordem Diptera e Coleoptera. Staphylinidae
(Coleoptera) está entre os principais grupos de besouros que habitam cadáver.
Portanto, o presente trabalho teve por objetivo inventariar os principais gru-
pos de Staphylinidae de interesse forense no municı́pio de Palotina, Paraná.
O experimento foi realizado de 2011 a 2012, no qual em cada estação do ano,
uma carcaça de porco doméstico, de aproximadamente 12 kg, foi deixada em
uma mata anexa ao setor Palotina, UFPR. As coletas seguiram pro três vias:
Shannon modificada, pitfall e coleta manual. No total foram coletados 507
indivı́duos em 23 espécies de 6 subfamı́lias. Entretanto somente 7 espécies
de 2 subfamı́lias (Staphylininae, 4 espécies, e Aleocharinae, 3) foram consid-
erados de importância forense devido a abundância, ou seja, cada espécie
representando pelo menos 5% de todo o material coletado. A abundância
total destas 7 espécies foi de 88%. Dentre essa espécies, Belonuchus sp.
(27%) foi à espécie mais abundante, ocorrendo em todas as estações do ano
e em todas as fases de decomposição. Xenopygus sp. (13%) foi encontrado
principalmente nas estações mais quentes, enquanto Oligotergus sp. (12%)
foi encontrado no inverno, e Philonthus sp1 (10,5%) não ocorreu na primav-
era. Para os Aleocharinae, Atheta sp. (23%) tem destaque, pois 90% dos
indı́viduos ocorreram na fase coliquativa. Já Aleochara, gênero com espécies
exclusivamente ectoprasitóides de pupário de Diptera, foi representado por
duas espécies: A. pseudochrysorrhoa (9%) e A. bonariensis (5%). Com
relação à metodologia de coleta, 5 das 7 espécies foram mais abundante na
coleta manual do que nos dois outros métodos.
Palavras-chave: carcaça, entomologia forense, sucessão
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 209


5.3 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponina (Hy-
menoptera: Apidae) na área urbana no municı́pio de
Guiricema- MG

Lorena M. da Silva (1); Érica B. Pacheco (1); Ságora A. Pereira (1);


Georgina M. de Faria-Mucci (1)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais
Email: lorenamoura14@hotmail.com
As abelhas da subtribo Meliponina, mais conhecidas como abelhas
indı́genas sem ferrão, são de grande importância para a manutenção da
biodiversidade e para agricultura, pois estas polinizam de 40 a 90% da flora.
O Brasil é rico em espécies de Meliponina, entretanto as abelhas brasileiras
sem ferrão estão desaparecendo, muito rapidamente, devido a inúmeros fa-
tores como: desmatamento, queimadas, o uso de inseticidas, entre outros.
Esse trabalho tem como objetivos fazer o inventário da fauna de Meliponina
urbana de Guiricema, através de levantamento de ninhos, verificando os dife-
rentes tipos de substratos utilizados para nidificação, caracterizar e discutir
a composição dessa fauna. As construções e árvores dos bairros centrais e
parte da periferia são vistoriadas para verificar a ocorrência de ninhos de
meliponı́deos. No perı́odo de março a maio de 2013 foram encontrados 9
ninhos, sendo 5 ninhos de Trigona spinipes, 3 de Tetragonisca angustula e
apenas 1 de Friesella schrottkyi, nos seguintes bairros: Centro, Taboa, Morro
do Cemitério, Morro do Ginásio e Taquaruçu. Estes ninhos encontrados
foram mapeados através de GPS, fotografados e alguns indivı́duos são coleta-
dos e mortos em câmaras mortı́feras com acetato de etila, depois levadas para
o laboratório, montadas em alfinetes entomológicos, etiquetados com todos
os dados pertinentes, e então acondicionadas em caixas apropriadas. De
um modo geral as espécies encontradas são as mais comuns encontradas em
diferentes áreas urbanas, principalmente T. angustula que uma espécie bem
resistente às influências antrópicas, construindo seus ninhos em diferentes
substratos entre eles: caixa de correio, árvores, mourão de cerca e parede.
Sendo que a maioria foi encontrada em árvores. T. spinipes foi a espécie
mais abundante, isso pode estar associado a sua capacidade de se adaptar a
regiões antropizadas.
Palavras-chave: substrato de nidificação, diversidade, Meliponina
Apoio: FAPEMIG (bolsa e Projeto Endogovernamental – DEG 39/11)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 210


5.4 Criação de ninhos deXylocopa frontalis (Apidae, Xylo-
copini) em um abrigo de abelhas mantido em área ur-
bana

Arthur C. Oliveira (1); Camila N. Junqueira (1); Laı́ce S. Rabelo (1);


Solange C. Augusto (1)
(1) Laboratório de Ecologia e Comportamento de Abelhas, Instituto de
Biologia, Universidade Federal de Uberlândia
E-mail:arthurbioufu@gmail.com
Xylocopa frontalisdestaca-se por ser o principal polinizador natural do
maracujá-amarelo. Essa espécie constrói seus ninhos em madeira morta
e de textura macia e pode ocupar cavidades preexistentes. Tais hábitos
de nidificação possibilitam a atração destas abelhas por meio de ninhos-
armadilha (NA). Sendo assim, esse estudo tem como objetivos verificar a
preferência das abelhas por diferentes tipos de NA e avaliar o incremento de
ninhos em um abrigo de abelhas mantido em área urbana. O presente estudo
ocorreu no Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia,
localizado na cidade de Uberlândia-MG, entre outubro/2012 e maio/2013.
Neste local havia um abrigo de abelhas, contendo inicialmente nove ninhos
de X. frontalis se desenvolvendo em gomos de bambo (ninhos iniciais=NI).
Cada NI continha inicialmenteuma fêmeae de 0 a 4 células. Adicionalmente
foram disponibilizados mais três tipos de NA:10 gomos de bambu (GB), 10
vigotas de Sphatodea(VS) e 10 placas retangulares (44,0x14, 5x3,0cm) de
madeira balsa (NB) para a atração de fêmeas fundadoras. Estes substratos
foram mantidos na mesma quantidade ao longo do experimento. Vinte e
nove NA foram ocupados por fêmeas e todos eram do tipo GB. Em apenas
13 NA as fêmeas permaneceram e produziram células de cria e nos demais
houve dispersão. Sete fêmeas que ocuparam os NA e produziram células de
cria, eram provenientes dos NI (=FNI) e sete emergiram de ninhos presentes
na área de entorno do abrigo (=FEA). Não houve diferença significativa em
relação ao número de células produzidas pelas FNI e FAE (X2 =2,63;gl=1;
0,10<p<0,25). A utilização exclusiva de GB como substratos por estas
fêmeas de Xylocopa evidencia que os GB são ótimos NA para experimento de
atração e criação de Xylocopa em áreas pré-estabelecidas, pois além de mais
atrativos são facilmente manejáveis. As FNI e FEA contribuı́ram igualmente
para o incremento de ninhos e de células no abrigo de abelhas.
Palavras-chave: polinizador, ninhos-armadilha, nidificação
Apoio: FAPEMIG, CNP, CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 211


5.5 Levantamento de ninhos da fauna de Meliponini na área
urbana do municı́pio de Visconde do Rio Branco- MG

Ana Elisa G.Tavares (1); Georgina M. de Faria-Mucci (1); Ságora A.


Pereira (1); Érica B. Pacheco (1)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais - Campus Ubá
E-mail: ana elisa tavares@hotmail.com
As abelhas da subtribo Meliponini (Hymenoptera, Apidae) são eussociais
e possuem o ferrão atrofiado, sendo, por esta caracterı́stica, conhecidas
como abelhas indı́genas sem ferrão. São encontradas em todo o Brasil e
desempenham papel ecológico importante nos ecossistemas, são os principais
agentes polinizadores. A presente pesquisa tem por objetivo verificar a
ocorrência de ninhos de espécies de Meliponini na área urbana de Visconde
do Rio Branco-MG, bem como os tipos de substratos de nidificação utilizados
por cada espécie. Foram realizadas entrevistas com os moradores na tentativa
de encontrar ninhos através do conhecimento dos mesmos e, posteriormente,
construções de alvenaria, padrões de energia, mourões de cerca e árvores
foram vistoriadas. A pesquisa foi realizada no perı́odo de março a maio de
2013 entre 9:00hs ás 15:00 h, em cinco bairros do Municı́pio: Barreiro, Beira
Rio, Coronel Joaquim Lopes, Centro e Jardim Alice. Os ninhos encontrados
foram georreferenciados, fotografados e também foram anotados os seguintes
dados: substrato utilizado, altura do ninho, forma da entrada e presença de
abelhas na mesma. Verificou-se a presença de treze ninhos, sendo quatro de
Trigona spinipes (Fabricius, 1793) e nove de Tetragonisca angustula (Latreille,
1811). Estes ninhos foram encontrados em diferentes substratos, quatro em
árvores, quatro em parede de alvenaria e cinco em postes de energia. De
Tetragonisca angustula dos nove ninhos encontrados, cinco estavam em postes,
um em árvore e três em paredes de alvenaria. Essa espécie é bem adaptada
aos ambientes urbanos, fato que foi verificado por vários autores em diferentes
municı́pios.
Palavras-chave: Substrato de nidificação, Meliponini, diversidade
Apoio: FAPEMIG (Bolsa e Projeto Endogovernamental – DEG 39/11)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 212


6 Ensino e Etnoentomologia

6.1 Simulação de um estudo de comunidade como abordagem


prática para o ensino de Entomologia

Júlio V. Rabelo (1); Verônica A. Ladeira (1); Kênia Santos (1); Letı́cia
Vieira (2); André F. S. F. Rodrigues (2)
(1) Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade Federal de São
João del-Rei; (2) Dep. de Ciências Naturais, Universidade Federal de São
João del-Rei
E-mail: oiluj-vr@hotmail.com
O ensino de Ciências pode ser promovido por meio da observação de
fenômenos. Para tanto, é necessário valorizar a abordagem prática, con-
duzindo a problematização do assunto pelos alunos e para que os mesmos
possam se apropriar do conteúdo, procedimentos e atitudes cientı́ficas. No
presente relato, durante a disciplina Entomologia, foi adotado um método
onde, ao longo do processo de aprendizagem de conceitos teóricos, os alunos
elaboraram e executaram um projeto de pesquisa que investigou a eficiência
de diferentes armadilhas para amostragem de artrópodes para um estudo de
comunidade. O objetivo foi desenvolver habilidades processuais ligadas ao
método cientı́fico através da redação e execução de projeto de pesquisa. Os
artrópodes foram coletados por pitfall trap, funil de Berlese, coleta manual
em transecto linear, guarda chuva entomológico, rede entomológica e isca
atrativa com sardinha e mel. Para verificar a similaridade dos métodos
de captura foram utilizados dados de ocorrência para cada amostra pela
análise de agrupamento, observando-se a distinção de grupos representando
as diferentes técnicas de coleta. Considerando a interpretação dos resultados
de acordo com a hipótese como um aspecto importante na construção do
conhecimento, os alunos formularam hipóteses que poderiam explicar os re-
sultados obtidos e nas discussões utilizaram embasamentos obtidos ao longo
da disciplina Entomologia e de outras disciplinas já cursadas. Com essa abor-
dagem prática, os alunos desenvolveram habilidades técnicas relacionadas à
captura, triagem e identificação das ordens encontradas, bem como análise
de dados e redação de um trabalho cientı́fico. Portanto, o método de ensino
adotado na disciplina contribuiu de forma favorável para a aprendizagem de
conceitos de Entomologia e Ecologia pelos alunos, fato constatado ao longo
da disciplina durante a execução do projeto e principalmente nas análises e
discussão dos resultados bem como na redação do manuscrito em forma de
um artigo. - Palavras-chave: habilidades processuais; experimentação; ensino

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 213


6.2 Polinização por insetos e a manutenção dos recursos nat-
urais uma proposta de material didático

Raissa G. W. Mendonça (1); Bruna S. de Souza (1); Adriana H. Pereira


(1); Ricardo C. de Meireles (1)
(1) Departamento de Ciências Biologias, Pontifı́cia Universidade Católica
de Minas Gerais
E-mail: raissagwm@yahoo.com.br
Este kit de apoio paradidático foi criado com o objetivo de auxiliar os
professores. O material conta com exercı́cios educativos a serem realizados
pelos alunos do ensino médio a fim de fixar o conteúdo, além de jogos e textos
auxiliares. O presente trabalho teve como propósito a criação de uma revista
didática e um folder, buscando diferentes estratégias de ensino, para auxiliar
na conscientização e aprendizagem sobre a importância da polinização e
como o homem pode interferir nesse fenômeno essencial para a manutenção
da biodiversidade que é imprescindı́vel para o desenvolvimento de muitas
espécies. Nessa obra pode-se estudar as plantas, remetendo a sua morfologia
e seus mecanismos de atração é também os agentes polinizadores abordando
principalmente os insetos é a sua morfologia, destacando suas adaptações
morfológicas para auxiliar na polinização. Além de falar da interação entre
flores e insetos. No material está explicitada a dependência nutricional
da humanidade, pois, somos dependentes dos polinizadores para mais de
um terço das frutas e vegetais que comemos. Focando principalmente nas
abelhas, em um contexto geral, que são elementos de extrema importância
para a manutenção da vida no planeta, não apenas como produtoras de mel,
o própolis, a geléia real e a cera, mas, sobretudo pela importância que as
abelhas têm como agentes polinizadores. O trabalho remete também às causas
do desaparecimento dos agentes polinizadores, muitas vezes relacionadas
com ações do homem, sendo as abelhas uma das mais afetadas. Algumas
dessas ações não são notadas como prejudiciais ao meio ambiente, como
a construção de muitas lanchonetes, que além de gerar muito lixo, faz
com que as abelhas sejam atraı́das pela facilidade de encontrar xarope de
refrigerantes nos restaurantes e lanchonetes, com isso muitas flores deixam
de ser polinizadas.
Palavras-chave: polinização, insetos, preservação
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 214


6.3 A importância do borboletário para formação de uma
consciência ecológica

Carlos R. F. Bernardino (1); Niedja G. G. Gonçalves (2); João P. Maciel


Neto (3); Iago S. De Paula (1); Nathaniel C. Rocha (1)
(1) Bolsista Departamento de Fitotecnia/Fitossanidade, Universidade
Federal do Ceará; (2) Departamento de Fitotecnia/Fitossanidade, Univer-
sidade Federal do Ceará; (3) Mestrando no Departamento de Engenharia
Agrı́cola/DENA, Universidade Federal do Ceará
E-mail: rafaelfernandescrfb@yahoo.com.br
O Borboletário/UFC, em Fortaleza, é uma ferramenta de ensino, pesquisa
e extensão objetivando teorias-práticas em Entomologia-Ecologia, investi-
gando interações dentro do meio ambiente através de estudos sobre a diversi-
dade biológica, cujo foco principal é a preservação dos ecossistemas e, assim,
ampliar a consciência ecológica das pessoas, que visitam o local. As ações
levam o indivı́duo a relacionar o ciclo de vida das borboletas à preservação
do ambiente, e de atentá-lo para a importância desses insetos na natureza.
Procura-se atender as diversas indagações/curiosidades sobre os componentes
do espaço ecológico: borboletário, suscitadas pela população estudantil em
diferentes nı́veis ou quaisquer entes da sociedade. Com palestras/oficinas,
consegue-se alcançar crianças, adolescentes e adultos (200 pessoas/mês) onde
09 alunos/UFC, de diferentes cursos, contando com mı́nima infraestrutura,
realizam um bom trabalho enfatizando o papel das borboletas na cadeia ali-
mentar, como bioindicadores da qualidade do ambiente, seres polinizadores e
sensı́veis às mudanças negativas em qualquer dos fatores ambientais dos quais
dependam. Enfim, registramos nas feiras culturais e encontros universitários
inúmeros trabalhos cujo tema é o meio em que vivemos.
Palavras-chave: meio ambiente, ecossistema, borboletário
Apoio: Projeto Cores da Natureza, Pró-reitoria de Extensão e Centro de
Ciências Agrárias/UFC

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 215


7 Semioquı́micos e Comportamento

7.1 Competição larval em Zabrotes subfasciatus (Coleoptera:


Chrysomelidae): efeitos na razão sexual

Linamara S. Moreira (1); Sharrine O. D. Oliveira (1); Alice S. Rodrigues


(1); Juliana L. Vieira (1); Raul N. C. Guedes (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: linamara.moreira@ufv.br
A competição por recursos limitados tem sido amplamente reconhecida
como um importante processo, responsável tanto pela seleção natural quanto
pela regulação do tamanho populacional. Competição por exploração ocorre
quando um animal se propõe a utilizar um recurso comum sem perceber a
presença de outro, caracterizando-se como uma ação independente de todos
os animais envolvidos. O caruncho do feijão, Zabrotes subfasciatus, apresenta
esse comportamento. Porém, conhecidos efeitos podem ser observados quando
da ocorrência desse comportamento, como alteração da massa corporal e
redução da fecundidade devido à redução de alimento disponı́vel ou mesmo
de um possı́vel comportamento de interferência. Outro parâmetro a ser
avaliado refere-se à razão sexual dos indivı́duos submetidos à crescente
presença de larvas. Assim, grãos com densidade de 1 a 12 larvas foram
selecionados e armazenados separadamente em sala climatizada (26 ± 2
ºC, UR= 56% e fotoperı́odo de 12 horas). O número de repetições foi
inversamente proporcional à densidade larval, que vão desde 1 a 30 repetições,
devido à dificuldade em obter elevadas densidades de ovos por grão. Após a
emergência, os indivı́duos foram sexados. Os dados foram avaliados através
de análises de regressão quadrática em função da densidade de larvas por
grão, pelo programa SAS (SAS Institute, 2008). Os resultados indicam
que a proporção de fêmeas não é dependente da densidade larval (P>0,05).
Resultados semelhantes foram observados em Callosobruchus maculatus, que
apresentou uma pequena variação na proporção de fêmeas em estudo de
competição larval, porém, esta não foi influenciada pela densidade de larvas
no mesmo grão.
Palavras-chave: comportamento, competição intraespecı́fica, razão sexual
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 216


7.2 Comportamento de Polybia platycephala (Hymenoptera:
Vespidae) durante ataque de Labidus praedator (Hymenoptera:
Formicidae)

Bruno C. Barbosa (1); Antônio M. O. Toledo (2); Tatiane T. Maciel (2);


Fabio Prezoto (1)
(1) Programa de Pós-Graduação em Comportamento e Biologia Ani-
mal, Universidade Federal de Juiz de Fora; (2) Departamento de Ciências
Biológicas, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora
E-mail: barbosa.bc@outlook.com
Os ninhos envelopados de vespas sociais funcionam como fortalezas para
inimigos naturais de suas colônias. Polybia platycephala é uma vespa social
enxameante que apresenta preferência em nidificar na porção abaxial de
folhas largas e de plantas perenes com altura média de 140 cm em relação ao
solo. A formiga Labidus praedator é uma predadora generalista de topo que
vive em colônias compostas por milhões de indivı́duos e tem um importante
papel de estruturação na comunidade de invertebrados, abrangendo grandes
áreas devido ao seu hábito nômade. O objetivo deste trabalho foi retratar o
comportamento de P. platycephala durante ataque de formigas-de-correição
L. praedator em sua colônia. A observação foi realizada no mês de dezembro
de 2012 em uma área remanescente de Mata Atlântica, no municı́pio de Juiz
de Fora, MG, Sudeste do Brasil (21°43’55”S - 43°22’16”O). A colônia se
encontrava a 130 cm de altura do solo, na parte abaxial da folha de Monstera
deliciosa. O ninho possuı́a formato cônico, com 15cm x 9cm de dimensão.
As vespas que estavam no ninho, ao detectarem a presença das formigas,
assumiram postura defensiva caracterizada pelo par de asas semiaberto. Em
função do aumento no número de formigas, ocorreu abandono de vespas nos
ninhos avaliados. As formigas apresentaram dois tipos de comportamentos,
postura defensiva pelas formigas soldados e de forrageio pelas formigas
operárias, que retornavam do ninho das vespas carregando ovos, larvas,
pupas e recursos armazenados. As vespas adultas só foram atacadas quando
retornavam do forrageio ao ninho, sem perceber o ataque. O forrageio das
formigas durou cerca de 27 min e durante o ataque as vespas se agruparam em
outra folha, não havendo reocupação do ninho. Concluı́mos que existe uma
ineficiência de defesa de vespas P. platycephala quando estas são atacadas
por um grande número de formigas L. praedator.
Palavras-chaves: defesa, forrageio, ninhos

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 217


7.3 Estimativa da resistência, do tipo antibiose, para con-
trole do curuquerê por genótipos de couve-flor

Vitória E. da S. Alves (1); Eunice C. Schlick-Souza (2); Edson L. L.


Baldin (2); Genivaldo D. Souza-Schlick (3); Maria de Lourdes N. M. Araujo
(4)
(1) Faculdade de Tecnologia e Ciências; (2) Departamento de Proteção de
Plantas, Universidade Estadual Paulista; (3) Departamento de Agricultura,
Universidade Estadual Paulista; (4) Escola Estadual Prof. José Pedretti Neto
E-mail: vitoriaemanuella@gmail.com
A couve-de-folha, Brassica oleracea (L.) var. acephala é atacada por
diversas pragas, e o curuquerê, Ascia monuste orseis (Godart) (Lepidoptera:
Pieridae) vem causando intensas desfolhas às plantas. Considerando-se a
importância deste inseto para a cultura da couve-de-folha e também os
efeitos indesejáveis decorrentes de aplicações de inseticidas para seu controle,
o trabalho objetivou avaliar a resistência, do tipo antibiose, de genótipos
de couve-de-folha frente A. monuste orseis sob condições de laboratório.
Para a instalação dos bioensaios, foi mantida uma criação de A. monuste
orseis em casa-de-vegetação. Foram avaliados 29 genótipos de couve-de-folha:
Manteiga de Ribeirão Pires I-2620, Manteiga I-1811, Roxa I-919, Manteiga
de São Roque I-1812, Gigante I-915, Manteiga I-916, Crespa I-918, Manteiga
de Ribeirão Pires I-2446, Crespa de Capão Bonito, Manteiga de Tupi, Couve
de Leguminosas, Manteiga de Jundiaı́, Manteiga de Mococa, Manteiga São
José, Verde-escura, Pires 1 de Campinas, Pires 2 de Campinas, Japonesa,
Hortolândia, Orelha de Elefante, Vale das Garças, Comum, Introduções do
municı́pio de Arthur Nogueira: variedades Y; W; Z e comerciais: Cabocla;
Couve de folhas Manteiga 900 Legı́tima Pé Alto, Couve de folhas Manteiga
Tronchuda Portuguesa; Couve Manteiga da Geórgia. A antibiose foi observada
confinando-se formas jovens do inseto nos diferentes genótipos e avaliando-se
os parâmetros biológicos: duração dos ı́nstares larvais; duração total da fase
jovem; duração da fase pupal e ciclo de ovo a adulto. Nas avaliações de
biologia, Introduções do municı́pio de Arthur Nogueira: variedade Z, Cabocla,
Japonesa e Manteiga de Mococa prolongaram a fase larval do inseto. Os
genótipos Japonesa e Introduções do municı́pio de Arthur Nogueira: variedade
Z aumentaram o perı́odo de desenvolvimento do inseto; sendo que o genótipo
Japonesa também prolongou o perı́odo pupal, indicando a expressão de
antibiose à A. monuste orseis.
Palavras-chave: resistência de pragas, curuquerê-da-couve, brassicaceae
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 218


7.4 Aspectos do comportamento alimentar de Harmonia axyridis (Co-
leoptera: Coccinelidae)

Aline C. C. Francêz (1); Morgana M. F. Porto (1); Antonio Chamuene


(1); Rebeca L. Marcellos (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
Email: aline.francez@gmail.com
Harmonia axyridis é considerada um predador voraz e eficaz, princi-
palmente de pulgões, e por esta razão tem sido utilizada como agente de
controle biológico em várias culturas por todo o mundo. Os pulgões Myzus
persicae e Brevicoryne brassicae são considerados pragas importantes da
couve e outras Brassicáceas. Assim esse trabalho teve como objetivos avaliar
os aspectos comportamentais alimentares de H. axyridis alimentada com
as duas espécies de pulgões e verificar a preferência alimentar entre essas
presas. As duas espécies de presas foram oferecidas para machos adultos
de H. axyridis, simultaneamente e os comportamentos delineados nas ob-
servações preliminares para o etograma comportamental foram registrados
por 30 minutos. O predador apresentou a preferência alimentar por M.
persicae (85%) o que pode ser devido às estratégias de defesa quı́mica contra
predadores apresentadas por B. brassicae (35%). Essas defesas também
explicam os comportamentos de “liberação da presa” (20%) e “rastro de
excreção” (21%), apresentados pelo predador depois de manipular essa presa,
além da frequência de “manipulação”, que foi muito maior em B. brassicae
(55%) do que em M. persicae (14%). Todos os pulgões não são igualmente
adequados como alimento para joaninhas. No entanto, é mais provável que
isso seja resultado dos metabólitos secundários das plantas hospedeiras dos
pulgões, do que de diferentes balanços de nutrientes.
Palavras-chave: predador, preferência de presa, comportamento alimentar
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 219


7.5 Memórias robustas para reconhecimento individual em
rainhas de formiga

Altamiro Pontes (1); André R. de Souza (1); Luiza C. B. Martins (1);


José E. Serrão (2); José Lino-Neto (2)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: andrebioufjf@gmail.com
O reconhecimento individual (RI) ocorre entre fêmeas de alguns insetos
sociais que fundam colônias cooperativamente e estabelecem uma hierarquia
de dominância. O RI evita custos com repetidas interações agressivas entre
parceiros cuja relação de dominância já foi estabelecida, portanto, indivı́duos
são menos agressivos quando familiares. Este é o caso da formiga Pachy-
condyla inversa. Rainhas memorizam a assinatura quı́mica única de um
coespecı́fico mesmo após 24 h de separação e interação com outro coespecı́fico,
suportando a ocorrência de RI em associações cooperativas com até três
fêmeas. A memoria de rainhas está sujeita à interferência retroativa, isto é,
a degradação de memórias prévias pela aquisição de novas memórias. Isto
porque interações repetidas entre rainhas cooperativas são comuns no espaço
reduzido do ninho. Associações cooperativas de P. inversa podem conter
até seis fêmeas. Nesse caso, o RI só é eficiente se as memórias de parceiros
sociais são suficientemente robustas à interferência. Ao quantificar o nı́vel
de agressão entre rainhas familiares e não familiares, nós mostramos que as
memórias de identidade de parceiros sociais são retidas após dois dias de
interações simultâneas com outros cinco coespecı́ficos (teste de Friedmann:
X2 =8,78; n=6, p=0,02; df=3). Assim, as memórias da identidade de par-
ceiros sociais em P. inversa são robustas à interferência retroativa. Nossos
resultados suportam a ocorrência de RI nas maiores associações cooperativas
de P. inversa. Similarmente, fêmeas cooperativas da vespa social Polistes
fuscatus são capazes de recordar a identidade visual de parceiros sociais após
uma semana de separação e interação simultânea com dez outros coespecı́ficos.
A evolução convergente da memória robusta para sinais quı́micos e visuais
sugere que esta é uma propriedade essencial para a ocorrência do RI, dada a
complexidade do ambiente social que fêmeas cooperativas de insetos sociais
estão inseridas.
Palavras-chave: agressão social, interferência retroativa, Pachycondyla
inversa
Apoio: FAPEMIG, CNPq (proc. 143246/2011-9), SECTI/FAPESB-
CNPq (PNX0011/2009)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 220


7.6 Desempenho reprodutivo de Sitophilus zeamais (Cole-
optera: Curculionidae) tratados com o antibiótico ciprofluxa-
cino

Juliana L. Vieira (1); Gislaine A. Carvalho (2); Alberto S. Correa (1);


Luiz O. de Oliveira (2); Raul N. C. Guedes (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular
E-mail: juliana.livia.vieira@gmail.com
O coleóptero-praga Sitophilus zeamais possui dois simbiontes conhecidos
Wolbachia e SPZE (Simbionte Primário de Sitophilus zeamais). Estes coex-
istem com o genoma da célula hospedeira eucariótica, intervindo tanto na
fisiologia como na manipulação da reprodução do hospedeiro. O presente es-
tudo tem como objetivo verificar se há diferenças na reprodução de Sitophilus
zeamais Motschulsky, 1855 quando tratados com antibiótico ciprofluxacino.
Para a administração do antibiótico ciprofluxacino (25 mg/mL), foram uti-
lizados inicialmente 15 casais de uma população de laboratório. Os insetos
com um dia de idade foram colocados em dissecador com sı́lica, umidade
relativa em torno de 0 %, provocando assim, um estresse hı́drico. Decorridas
24 h nessas condições, os insetos foram transferidos para placas de petri,
individualizados e exposto a 5 µL de antibiótico por 40 minutos. Decorrido
esse tempo, os insetos foram colocados em milho por 24 h. Esse processo foi
repetido por 10 dias. Após esse perı́odo, os casais foram colocados em milho,
deixando-os acasalar por 30 dias, sendo então removidos. Após a eclosão da
progênie F1, trezentos gramas de milho inteiro foram colocados em frascos
de 1 L juntamente com vinte adultos sexados de S. zeamais (10 fêmeas e 10
machos). Após 30 dias os insetos foram removidos e o número de indivı́duos
emergido foi monitorado por 60 dias. Quatro repetições foram utilizados. Os
dados foram submetidos ao teste de t onde foi observado uma queda marginal
(t6 =2,435; p= 0,0508) no número final de indivı́duos em relação aqueles
não tratados com antibióticos. Nos resultados apesar de não significativos
aumentam o suspeita de estes simbiontes estarem diretamente relacionados
ao desempenho reprodutivo destes insetos e o tratamento continuo deste
antibiótico durante gerações consecutivas podem comprovar nossa hipótese.
Palavras-chave: caruncho do milho, endossimbionte, taxa de desenvolvi-
mento
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 221


7.7 Comportamento sexual de Diaphorina citri (Hemiptera:
Liviidae)

Carolina H. Landi (1); André Signoretti (2)


(1) Centro Universitário de Araraquara, UNIARA; (2) Fundo de Defesa
da Citricultura, Fundecitrus
E-mail: carolhlandi@gmail.com
O ‘Huanglongbing’ (HLB) é considerado a doença mais severa dos citros
atualmente, causada por um complexo de bactérias do gênero Candidatus.
No Brasil, são transmitidas através do vetor Diaphorina citri Kuwayama
(Hemiptera: Liviidae). O controle desta praga nos pomares de citros vem
sendo realizado por meio de aplicações repetidas de defensivos quı́micos,
independente da constatação ou não do inseto na área. Isso ocorre porque os
métodos atuais de monitoramento do psilı́deo não são eficientes. Neste sentido,
a utilização de compostos atraentes em armadilhas permitiria a redução no
número de aplicações de inseticidas e preservação dos inimigos naturais
da praga. Assim, este trabalho avaliou o efeito de voláteis liberados por
fêmeas do psilı́deo sobre o comportamento de seus coespecı́ficos por meio de
duas diferentes metodologias com auxı́lio de olfatômetro ‘Y’. Os tratamentos
utilizados nos bioensaios com psilı́deos foram: i) voláteis de fêmeas vivas de
D. citri, com idade entre 3 a 10 dias após emergência e ii) controle (ar limpo).
Na primeira, adultos machos e fêmeas foram liberados individualmente
no equipamento e, na segunda, os insetos foram liberados em grupos de 10
(machos ou fêmeas). Os resultados obtidos apontam para uma atração apenas
dos machos aos voláteis liberados pelas fêmeas, sugerindo a existência de um
feromônio sexual produzido pelas mesmas. Adicionalmente, os resultados
indicam que apenas a primeira metodologia foi adequada para estudo do
comportamento destes insetos frente a estes estı́mulos. Desta forma, é possı́vel
que haja uma interferência entre os indivı́duos liberados em grupos sobre suas
respostas comportamentais frente aos mesmos estı́mulos olfativos, o que não
ocorre quando a avaliação é individual. Estes resultados representam novas
perspectivas para os trabalhos que visam o aperfeiçoamento dos sistemas de
monitoramento atuais desta praga e podem direcionar os futuros trabalhos
comportamentais com o psilı́deo.
Palavras-chave: Diaphorina citri, huanglongbing, atrativos sexuais

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 222


7.8 Resposta olfatória de Cotesia flavipes a genótipos rústicos
e melhorados de cana-de-açúcar

Débora M. F. Mendonça (1); Aline C. C. Francêz (1); Luisa F. P. Grisales


(1); Claryssa O. Motta (1); Eraldo Lima (1)
(1) Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Entomologia, Lab-
oratório de Semioquı́micos e Comportamento de Insetos
E-mail: deboravrb@gmail.com
O parasitoide Cotesia flavipes (Cam) (Hymenoptera: Braconidae), re-
conhece seu hospedeiro através dos voláteis emitidos pela planta, após a
herbivoria por Diatraea saccharalis (Fabr) (Lepidoptera: Crambidae), prin-
cipal praga da cana de açúcar. Avaliou-se a preferência de C. flavipes por
voláteis de plantas rústicas ou melhoradas de cana em um olfatômetro de
tubo-Y. Foram testados três genótipos: dois “rústicos” (White pararia e
Archi) e um geneticamente modificado (RB867515), utilizando-se voláteis de
plantas ilesas e infestadas por D. saccharalis. Os resultados mostraram uma
maior preferência do parasitoide por plantas infestadas do que por plantas
ilesas. No entanto, quando o parasitoide foi exposto a White pararia e a
RB867515, houve preferência pelo genótipo melhorado. Já em relação a
RB867515, o genótipo Archi atraiu significativamente mais insetos. Assim,
C. flavipes mostrou preferência por plantas infestadas por D. saccharalis no
experimento conduzido em olfatômetro de tubo Y. Os resultados demon-
stram que C. flavipes é capaz de discriminar entre diferentes genótipos de
cana em laboratório, bem como se a planta sofreu herbivoria, o que pode
ter implicações na utilização desse parasitoide em programas de controle
biológico.
Palavras-chave: voláteis, parasitoide, herbı́voro
Apoio: Fapemig, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 223


7.9 Comportamento defensivo em Apis mellifera africanizada:
padrão comportamental e influência de estı́mulos visuais

Fábio de A. Pinto (1); Paula Netto (1); Kleber de S. Pereira (1)


(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: fabio.assis@ufv.br
A apicultura brasileira tem como caracterı́stica a utilização de abelhas
africanizadas, uma linhagem polihı́brida conhecida pela alta tolerância de
patógenos e parasitas, mediante fatores como alto comportamento higiênico e
defensivo. Embora fatores abióticos possam interferir nos padrões comporta-
mentais da colônia, a alta variabilidade genética encontrada nessa linhagem
pode proporcionar variações acentuadas envolvendo o comportamento de-
fensivo. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o
repertório do Comportamento Defensivo (C.D.) em colônias de Apis mellifera
africanizada na região de Viçosa, Minas Gerais, evidenciando a importância
dos estı́mulos visuais dentre outros fatores na defesa da colônia. A capaci-
dade defensiva foi medida de acordo com o método de Stort (1974) com
adaptações. Houve diferenças significativas na velocidade e intensidade dos
ataques dentre as colônias (p<0,05%), ressaltando a grande plasticidade no
comportamento de abelhas africanizadas, contudo fatores como variação de
temperatura e umidade ao longo do dia não afetaram os padrões de defesa
da colônia. Nesse estudo foi observado que as pistas visuais (cores escuras e
movimento) induziram as primeiras respostas de ataque, no entanto após a
primeira ferroada o sinal quı́mico (feromônio de ataque) atua como marcador,
acentuando o padrão defensivo. A técnica para avaliação do comportamento
defensivo proporciona informações relevantes à seleção de colônias de manejo
mais fácil, entretanto aspectos como produtividade e tolerância a parasitas
também devem ser considerados para o desenvolvimento da atividade apı́cola
racional.
Palavras-chave: Apidae, Varroa destructor, africanização
Apoio: CNPq, CAPES, Apiário UFV

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 224


7.10 Hábitos de nidificação de vespas sociais em fragmento
urbano na Zona da Mata Mineira

Bruno C. Barbosa (1); Mariana P. Frias (1); Helba H. S. Prezoto (1, 2);
Fabio Prezoto (1)
(1) Laboratório de Ecologia Comportamental (LABEC), Programa de
Pós-Graduação em Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal
de Juiz de Fora; (2) Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora
E-mail: barbosa.bc@outlook.com
A degradação de ambientes naturais resulta na perda da diversidade
biológica, incluindo espécies ainda desconhecidas para a ciência. Vespas
sociais interagem com seu ambiente onde residem, na procura por recursos e
locais para construir suas colônias. O objetivo deste trabalho foi identificar
os substratos de nidificação selecionados por vespas sociais em um fragmento
urbano inserido em uma área de Mata Atlântica em Juiz de Fora, MG,
Brasil (21° 43’ 28” S - 43°16’ 47” O). Durante abril/2011 a março/2013
foram vistoriadas as construções humanas presentes na área, registrando-se
as colônias de vespas sociais que utilizavam o ambiente antropizado como
substratos de fundação. Foram encontrados 163 ninhos de vespas sociais, de 12
espécies divididas em seis gêneros: Mischocyttarus (n=110), Polistes (n=38),
Polybia (n=10), Agelaia (n=3), Apoica (n=1), Parachartergus (n=1). Foram
identificados quatro tipos de substratos utilizados pelas vespas: madeira
(n=90), Telha (n=27), cimento (n=32), metal (n=7), outros ninhos (n=5),
vidro (n=1) e tijolo (n=1). As espécies Mischocyttarus atramentarius (n=53),
Polistes versicolor (n=37) e Mischocyttarus cassununga (n=33) foram as
mais freqüentes durante o trabalho. Estudos sobre a preferência de substratos
registram a preferência de vespas sociais por metal e alvenaria, contudo nesse
estudo observou-se que o substrato madeira (55%) foi a principal escolha das
vespas, que sugere que as vespas sociais desta área ainda estão passando pelo
processo de sinantropismo, ou seja, ainda preferindo nidificar em substratos
de fibras vegetais.
Palavras-chave: comportamento animal, Hymenoptera, substratos
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 225


8 Sistemática, Morfologia e Biogeografia

8.1 Morfologia do aparelho reprodutor feminino de Deltochilum


furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae)

Manuel A. Ix-Balam (1); Pedro G. Lemes (1); José E. Serrão (2); José C.
Zanuncio (1); Maria G. de A. Oliveira (3)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Depar-
tamento de Bioquı́mica e Biologia Molecular, UFV
E-mail: manuelbalam1786@hotmail.com
Deltochilum furcatum é uma espécie comum na Mata Atlântica, na
região sudeste do Brasil, com ocorrência na primavera e verão. Tem hábito
necrófago noturno, mas pode alterar seu perı́odo de atividade, dependendo
do habitat e da disponibilidade de alimento, aproveitando outros recursos
como excrementos. O conhecimento atual sobre essa espécie, em muitos
aspectos, é limitado. O objetivo deste trabalho foi analisar a morfologia do
aparelho reprodutor em fêmeas de D. furcatum, coletadas em um fragmento de
Mata Atlântica, em Viçosa, Minas Gerais. Deltochilum furcatum apresentou
apenas um ovário com um ovarı́olo delimitado por uma membrana vitelina
e células foliculares. O germário não pode ser distinguido do vitelário e
ocupou todo o ovarı́olo, exceto uma pequena área pré-folicular composta
por células foliculares alongadas transversalmente; o oviduto apresentou
a parede formada por uma camada única de células. Associada ao ovário
estava uma espermateca delimitada por uma camada única de células cúbicas,
contendo uma glândula espermatecal. Apenas uma das fêmeas apresentou
um ovócito em fase de formação no vitelário. A presença de um ovarı́olo
pequeno sem vitelário aparente somado a ausência do espermatóforo na
vagina e de espermatozoides na espermateca, indica que essas fêmeas eram
adultas sexualmente imaturas em perı́odo de alimentação e maturação das
gônodas. A redução do sistema reprodutor para um só ovário e ovarı́olo
em fêmeas de D. furcatum é uma condição comum em Scarabaeinae, onde
já foi descrita a atrofia completa do ovário e oviduto direito e de cinco
ovarı́olos do ovário esquerdo. Este fenômeno é atribuı́do à baixa fecundidade
e ao comportamento de nidificação bastante elaborado e complexo presente
nessas espécies (rolagem e enterro de alimento efêmero para se alimentar
e/ou nidificação, cuidado parental), o qual possui um alto gasto energético.
Apesar disso, esse mecanismo é recompensado por uma alta sobrevivência
da prole.
Palavras-chave: Scarabaeinae, ovarı́olo, nidificação

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 226


8.2 Schizopteridae (Hemiptera: Heteroptera: Dipsocoromor-
pha) do Parque Estadual Mata São Francisco, Paraná,
Brasil

Irina T. Morales-C (1); Nikolas G. Cipola (2)


(1) Departamento de Entomologia, Museu Regional de Entomologia,
Universidade Federal de Viçosa; (2) Laboratório de Sistemática e Ecologia de
Invertebrados do Solo, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
E-mail: irinamorales@gmail.com
Schizopteridae é a famı́lia mais diversa dentre os heterópteros dipsocoro-
morfos, contendo 235 espécies agrupadas em 48 gêneros, entretanto estima-se
que possa haver cerca de 1.200 espécies no mundo. Contudo a fauna de
Schizopteridae é totalmente inexplorada na região neotropical, existindo
apenas 11 espécies registradas no Brasil, O objetivo do trabalho foi ampliar
a distribuição de Schizopteridae no Brasil. O estudo foi realizado no Parque
Estadual Mata São Francisco, que se localiza em um fragmento de floresta
estacional semidecidual, no norte do estado do Paraná. As amostragens
foram através da coleta de 1m2 de serrapilheira para extração e de armadil-
has pitfall. Foram coletados 101 espécimes de esquizopterı́deos, distribuı́dos
em cinco espécies e três gêneros: Schizoptera (Schizoptera) sp.1 (n=41),
Schizoptera (Lophopleurum) sp.1 (n=30), Schizoptera (Cantharocoris) sp.1
(n=4), Ptenidiophyes mirabilis (n=23), Glyptocombus saltador (n=3). As
espécies S. (S.) apicalis e S. (C.) scymnus foram registradas para o estado
de Pernambuco, S. (S.) flavipes para o Rio de Janeiro e S. (L.) reitteri para
Santa Catarina, portanto os três subgêneros são novos registros no Paraná.
G. saltator é registrada pela primeira vez no Brasil e trata-se de uma espécie
de ampla distribuição, pois foi registrada desde Estados Unidos até a América
do Sul. P. mirabilis é um novo registro para o estado, pois o único registro da
espécie no Brasil foi ao municı́pio de Blumenau, Santa Catarina. Estes novos
registros para o Paraná apenas reforça a necessidade de estudos taxonômicos
e de distribuição com Schizopteridae, especialmente no Brasil.
Palavras-chave: fauna edáfica, distribuição neotropical, novos registros
Apoio: CAPES/CNPq, IEL Nacional, Brasil

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 227


8.3 Aspectos morfológicos testicular e dos espermatozoides
de Dysdercus maurus (Heteroptera: Pyrrhocoridae)

Aline B. Reis (1); Marcelo Barcellos (1); José Lino-Neto (1)


(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: aline.beatriz@ufv.br
Os Pyrrhocoridae são percevejos fitófagos, com algumas espécies cau-
sando danos significativos em várias culturas agrı́colas. Eles possuem corpo
alongado com pigmentação marcante amarela, vermelha, preta e branca.
Em insetos, os espermatozoides apresentam morfologia espécie-especı́fica,
entretanto podem variar bastante até mesmo entre espécies filogeneticamente
próximas. Assim, o estudo da morfologia dessas células, bem como do sistema
reprodutor, tem contribuı́do para a sistemática de vários grupos, assim como
para o entendimento da biologia reprodutiva. Por isso, testı́culos de cinco
adultos maduros do percevejo Dysdercus maurus foram preparados de acordo
com a técnica histológica de rotina. Para as medidas, usando o programa
imagem ImagePro-Plus, os espermatozoides foram corados com Giemsa e
os núcleos com DAPI. Em D. maurus os testı́culos apresentam cápsula
de coloração vermelha intensa, com seis folı́culos fusiformes cada. Estes
folı́culos são preenchidos por cistos contendo até 256 espermatozoides por
unidade, indicando que cada espermatogônia passa por seis ciclos mitóticos.
Os espermatozoides, de um único tipo, mediram aproximadamente 900 µm,
dos quais 37 µm correspondem ao núcleo. Com este comprimento, estes
espermatozoides são os mais longos já descritos para Heteroptera. Ainda,
nesta subordem é comum a produção de mais de um tipo de espermatozoides
pelo mesmo indivı́duo, assim a produção de um único tipo nesta espécie pode
representar uma caracterı́stica derivada.
Palavras-chave: Hemiptera, fitófagos, testı́culo
Apoio: CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 228


8.4 Atualização de formicı́deos (Insecta: Hymenoptera) da
Área de Recursos Ambientais El Zaimán, Misiones Ar-
gentina

Gerardo N. Bernal (1, 2); Liliana A. Sadaniowski (1, 2); Mauro Ramı́rez
(1, 2); Marcelo Gamarra (1, 2); Leonardo H. Walantus (1)
(1) Centro de Investigaciones Entomológicas, Parque Tecnológico Mi-
siones; (2) Facultad de Ciencias Exactas, Quı́micas y Naturales, Universidad
Nacional de Misiones
E-mail: gnicolasbernal@gmail.com
As formigas são artrópodes dominantes nos ecossistemas tropicais e sua
ampla distribuição no mundo nos diversos habitats as torna um forte indi-
cador de diversidade biológica. Elas desempenham um importante papel na
estrutura das comunidades, na ciclagem de nutrientes do solo, na dispersão
de sementes, e na fauna. Pela sua alta abundância e diversidade elas pos-
suem uma alta importância em todos os nı́veis tróficos. Nos ecossistemas
controlados são pragas e agentes controladores de pragas. Por tudo aquilo,
é de maior importância conheçer cuais formigas estão presentes na área,
asim como tambem sua distribucão. O objetivo do presente trabalho foi
atualizar a lista de gêneros de formigas na área do El Zaimán, entre 2011
e 2013. Seis pontos de coleta foram estabelecidos aleatoriamente num raio
de 40 metros entre cada um. O 90% das formigas foram coletadas de modo
direto, e somente 10% foram coletadas com armadilhas de queda. Os exem-
plares coletados foram fixados com álcool 70%. No laboratório do Centro
de Investigaciones Entomológicas foram definidos os nı́veis taxonômicos das
amostras até o gênero, aplicando as chaves taxonômicas de Kusnezov (1978),
Palacio e Fernandes (2003) e Jaffe e col. (2004). Durante o perı́odo de
estudo foram coletas e identificadas um total de 16 gêneros, distribuı́das
em 6 subfamı́lias: Acromyrmex, Atta, Cephalotes, Crematogaster, Pheidole,
Solenopsis (Myrmicinae); Dorymyrmex (Dolichoderinae); Dinoponera, Pachy-
condila, Hypoponera, Odontomachus (Ponerinae); Nylanderia, Camponotus,
Brachymyrmex (Formicinae); Pseudomyrmex (Pseodomyrmicinae) e Labidus
(Ecitoninae). Estes dados ampliam a informação de gêneros de formigas
publicados em trabalhos prévios apresentados no VII Congresso Argentino
de Entomologia (Abril de 2012).
Palavras-chave: Formicidae, gêneros, coleta

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 229


8.5 Chave pictórica de identificação de gêneros de Staphylin-
idae com potencial forense em Palotina, Paraná

Renato J. Simioni (1); Edilson Caron (1)


(1) Laboratório Integrado de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade
Federal do Paraná, campus Palotina
E-mail: simioni.r.j@gmail.com
Staphylinidae é a mais diversa famı́lia dentro de Coleoptera com cerca de
57.000 espécies descritas. São facilmente reconhecı́veis devido à presença de
élitros curtos e truncados, deixando descoberto parte de seu abdômen flexı́vel.
A maioria das espécies são predadoras generalistas, sendo encontradas em
diversos tipos de habitats, inclusive em matéria orgânica animal em decom-
posição. A entomologia forense é uma ciência aplicada ao estudo dos insetos
em procedimentos legais, e, um dos aspectos fundamentais para um resultado
preciso é a identificação correta dos indivı́duos coletados nas cenas de crime.
Para isso, é comum o uso de chaves dicotômicas descritivas ou pictóricas.
A chave pictórica tem como finalidade facilitar o processo de identificação
através da disponibilidade de ilustrações pontuais. O objetivo deste projeto
foi elaborar uma chave pictórica de Staphylinidae com potencial forense no
municı́pio de Palotina-PR. Ilustrações da morfologia externa foram confec-
cionadas em lupa Nikon SMZ1000 com câmara clara e captura de imagem
acoplada. A chave foi elaborada em 6 passos dicotômicos utilizando carac-
teres da cabeça, pronoto e coloração de sete espécies com potencial forense.
Os gêneros utilizados foram Xenopygus que possui hipomero pronotal com
processo pós-coxal, Aleochara com padrão de coloração variando de inteira-
mente castanho claro a preto com máculas amareladas no pronoto, élitros
ou ápice do abdômen, Xanthopygus que possui pronoto com microestrutura
constituı́da por linhas onduladas, Philonthus com macrocerda do pronoto
próximo a linha lateral, menos que 3 vezes o diâmetro da pontuação, Be-
lonuchus com macrocerda do pronoto afastada da linha lateral, mais que 3
vezes o diâmetro da pontuação, Atheta pronoto sem impressões longitudinais
em cada lado da linha média e Oligotergus que possui antenômeros VII-X
alargados e cônicos.
Palavras-chave: taxonomia, Coleoptera, morfologia
Apoio: CNPq, Tesouro nacional

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 230


8.6 Descrição dos estágios imaturos de Aspisoma sticticum
(Coleoptera: Lampyridae)

Eduardo J. L. Matos (1); Luiz F. L. Silveira (2); José R. M. Mermudes


(3)
(1) Laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro; (2) Laboratório de Entomologia, Departamento
de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro; (3) Laboratório de
Entomologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de
Janeiro
E-mail: eduardomatos@globomail.com
Lampyridae possui sete subfamı́lias, com cerca de 100 gêneros e 2000
espécies. O Brasil possui 31 gêneros e 350 espécies. Aspisoma Laporte,
1833 (Lampyrinae: Cratomorphini) ocorre no México, América Central e
do Sul, possui 79 espécies, das quais 31 são encontradas no Brasil, mas
apenas quatro espécies deste gênero têm larvas descritas. Acrescentamos
a descrição da pupa e do último ı́nstar da larva de Aspisoma sticticum
Gemminger, 1870 coletada na Reserva Ecológica de Guapiaçu (Cachoeiras de
Macacu, RJ) e no campus Ilha do Fundão, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro. As larvas foram coletadas à noite através de busca ativa e foram
facilmente encontradas sobre a vegetação marginal de áreas alagadas devido
a sua bioluminescência. Em laboratório, foram acondicionadas em potes
plásticos e alimentadas com caramujos até atingirem a fase pupal. Esta larva
difere das outras descritas por apresentar: mandı́bula com fileira de cerdas
presente até a altura do retináculo, abertura do canal da mandı́bula localizada
dorsalmente na face interna abrangendo a metade apical da mandı́bula; palpo
labial com dois segmentos, primeiro segmento quatro vezes mais longo que o
segundo, bem esclerosado, afilado e com um sulco na face interna, segundo
segmento membranoso e cônico. Corpo amarelado-alaranjado, par de máculas
parassagitais nos tergitos do tórax com variação no tamanho; pronoto com
um ou dois pares, sendo o primeiro na margem anterior. Extremidades
laterais dos tergitos abdominais podem apresentar coloração rosa. Diagnose
da pupa: adéctica, exarata, achatada dorsoventralmente; cabeça encoberta
pelo pronoto, mesonoto com projeção distal proeminente; primeiro ao quinto
tergito abdominal com projeção espiniforme nos ângulos posteriores, sexto
e sétimo tergito abdominal com projeções em forma de gancho, oitavo
tergito abdominal com projeção em forma de gancho maior que as anteriores;
metanoto com linha ecdisial visı́vel.
Palavras-chave: vaga-lume, biodiversidade, neotropical
Apoio: FAPERJ

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 231


8.7 Dimorfismo em espermatozoides de Euschitus heros (Het-
eroptera: Pentatomidae)

Jamile F. S. Cossolin (1); Marcelo S. Barcellos (1); Aline B. Reis (1);


Mônica J. B. Pereira (2); José Lino-Neto (1)
(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso
E-mail: jslinoneto@gmail.com
O percevejo marrom da soja Euschistus heros é a maior praga desta
cultura no Brasil. Considerando sua importância econômica, o estudo mor-
fológico dos espermatozoides da espécie contribui para o conhecimento de
sua biologia reprodutiva e levanta informações que podem ser utilizadas
na inferência filogenética do grupo. Portanto, este estudo teve como ob-
jetivo descrever a morfologia dos espermatozoides de E. heros. Para isso,
espermatozoides da vesı́cula seminal de cinco percevejos foram espalhados
sobre lâminas histológicas, corados por HE, fotografados em microscópio
de luz com câmera acoplada e medidos com auxı́lio do programa Image
Pro-plus. Como resultado, observamos que E. heros apresenta dois tipos de
espermatozoide, sendo o maior medindo aproximadamente 900µm de com-
primento total, deste 175 µm correspondem ao núcleo. Já o espermatozoide
menor apresenta cerca de 200 µm de comprimento total, sendo que 31µm
correspondem ao núcleo. O dimorfismo em espermatozoides é relatado em
diferentes Hemı́pteros, como outros Pentatomidae, Largidae e Cicadidae,
sendo possivelmente, uma caracterı́stica comum dentro da ordem Hemiptera.
Em E. heros observamos que o espermatozoide grande é cerca de 4,5 vezes
maior que o pequeno, e que até o momento, essa diferença acentuada ocorre
apenas nessa espécie.
Palavras-chave: Hemiptera, espermatozoide, filogenia de insetos
Apoio: CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 232


8.8 Caracterização morfológica do sistema reprodutor mas-
culino da praga de milho Dichelops melacanthus (Het-
eroptera: Pentatomidae)

Luciano S. F. Ferreira (1); Igor L. A. Munhoz (1); Bárbara M. Cunha


(1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1)
(1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, UFV, Campus de
Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias, UFV, Campus de Rio
Paranaı́ba
E-mail: luciano.ferreira@ufv.br
A espécie Dichelops melacanthus é uma importante praga da cultura do
milho no Alto Paranaı́ba, causando danos econômicos por alimentar sugando
sementes e atacando plantas durante o perı́odo reprodutivo. Visando fornecer
caracteres que possam elucidar as estratégias reprodutivas desta espécie, neste
trabalho, descrevemos a morfologia do sistema reprodutor masculino. Ma-
chos adultos foram coletados em área de cultura de milho na cidade de
Rio Paranaı́ba, MG. Os sistemas reprodutores de 15 machos adultos foram
processados para técnica de microscopia de luz. O trato reprodutor com-
preende um par de testı́culos, cada um com seis folı́culos, ductos deferentes,
glândulas acessórias e um ducto ejaculatório. Os folı́culos apresentaram
cistos em diferentes fases espermatogenéticas, mostrando produção contı́nua
de espermatozoides. Os espermatozoides saem em feixes dos folı́culos tes-
ticulares, desembocam nos ductos eferentes e, em seguida, estes se fundem
formando os ductos deferentes. Uma cápsula conjuntiva de cor vermelha
recobre os testı́culos e os ductos deferentes até a junção com as glândulas
acessórias. Os ductos possuem epitélio cúbico com núcleos basais e uma fina
camada muscular externa. O lúmen dos ductos deferentes estava repleto de
espermatozoides, evidenciando sua função armazenadora dos gametas. Foram
evidenciados dois tipos de glândulas acessórias, uma de epitélio cubóide e
núcleos medianos e outra com epitélio prismático, embora ambos os tipos de
glândulas mostraram secreção homogênea e PAS positiva. Na porção inicial
do ducto ejaculatório desembocam o par de ductos deferentes e as secreções
oriundas das glândulas acessórias. Nesta espécie foram observados aproxi-
madamente 510 espermatozoides por cisto, evidenciando 9 ciclos mitóticos
durante a espermatogênese. Os caracteres morfológicos descritos, aliados
aos dados comportamentais da espécie, podem contribuir para o controle
populacional desta praga e para estudos que envolvem a sistemática dos
Pentatomidae.
Palavras-chave: Heteroptera, morfologia reprodutiva, espermatozoides
Apoio: FAPEMIG, UFV

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 233


8.9 Morfologia do sistema reprodutor masculino de Arvelius
albopunctatus (Heteroptera: Pentatomidae)

Igor L. A. Munhoz (1); Bárbara M. Cunha (1); Luciano S. F. Ferreira


(1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1)
(1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal
de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba
E-mail: igor.munhoz@ufv.br
A superfamı́lia Pentatomoidea apresenta cerca de 5.720 espécies descritas,
dividas em 14 famı́lias. Na famı́lia Pentatomidae a maioria dos representantes
são fitófagos, sendo que a espécie Arvelius albopunctatus é uma importante
praga de espécies de Solanaceae. Neste trabalho foi descrita a morfologia
do sistema reprodutor masculino de A. albopunctatus visando contribuir
para o conhecimento da sua morfologia reprodutiva. Para tanto, machos
adultos foram coletados em áreas agrı́colas, no perı́odo entre safras, sob as
flores de Nicandra physaloides, no municı́pio de Rio Paranaı́ba, MG. Quinze
indivı́duos foram dissecados e os sistemas reprodutores preparados para as
técnicas rotineiras de microscopia de luz. O trato reprodutor compreende
um par de testı́culos, com cinco folı́culos cada, ductos deferentes, glândulas
acessórias e um ducto ejaculatório. Os folı́culos testiculares em machos jovens
apresentam cistos em diferentes fases da espermatogênese. Os testı́culos e os
ductos deferentes são cobertos por uma cápsula conjuntiva com pigmentos
avermelhados. Os folı́culos desembocam nos ductos eferentes e estes se fundem
formando o ducto deferente. O epitélio dos ductos deferentes é cubóide com
núcleos medianos, o lúmen é repleto de espermatozoides e uma fina camada
muscular recobre o epitélio. As glândulas acessórias apresentam dois tipos
principais, sendo um par com epitélio cubóide e núcleos basais e outra com
vários pares e epitélio prismático com núcleos apicais. Ambos os tipos de
glândulas mostraram secreção homogênea e PAS positiva, evidenciando sua
natureza protéica. O ducto ejaculatório recebe a secreção das glândulas e
dos ductos deferentes e apresentam uma cutı́cula de origem ectodérmica
cobrindo o seu epitélio. As secreções das glândulas podem estar envolvidas em
estratégias reprodutivas do macho. Os caracteres morfológicos reprodutivos
descritos podem contribuir em estudos que visem o controle da explosão
populacional destes insetos praga.
Palavras-chave: sistema reprodutor, morfologia, Pentatomidae
Apoio: FAPEMIG, UFV

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 234


8.10 Nova espécie de Horismenus (Hymenoptera: Eulophi-
dae) do Brasil

Tiago G. Pikart (1); Valmir A. Costa (2); Christer Hansson (3); José C.
Zanuncio (1); José E. Serrão (4)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Instituto Biológico; (3) Museu de Zoologia, Universidade de Lund; (4) De-
partamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: tiago.florestal@gmail.com
Eulophidae (Hymenoptera) é uma das maiores famı́lias dentre os Chalci-
doidea e seus representantes estão entre os mais coletados desta superfamı́lia
em todas as regiões biogeográficas. Horismenus Walker é um dos maiores
gêneros de Eulophidae e, com exceção de H. absonus Narendran & Girish
Kumar (Índia) e H. specularis (Erdös) (Europa), apresenta distribuição ex-
clusiva nas áreas tropicais das Américas. Até o momento, 400 espécies foram
descritas, mas apesar do número relativamente alto de espécies conhecidas,
menos de 10% ocorrem no Brasil. O objetivo deste trabalho foi descrever uma
espécie de Horismenus a partir de 56 fêmeas e 17 machos coletados em Patos,
Paraı́ba. O material examinado encontra-se depositado na Coleção de Insetos
Entomófagos “Oscar Monte” do Instituto Biológico, em Campinas, São Paulo.
A espécie nova caracteriza-se por apresentar comprimento do corpo de 1,5
(macho) a 2,0 mm (fêmea); escapo antenal marrom claro; pedicelo e flagelo
marrom escuro com brilho metálico; fronte verde-dourado; vértice, mesoes-
cuto, escutelo, propódeo e coxas azul metálico; fêmures marrom escuro; tı́bias
e tarsos branco-amarelados, com último segmento tarsal marrom; pecı́olo
roxo escuro; gaster com áreas lisas azul metálico e áreas reticuladas roxo
escuro. Áreas entre os escrobos antenais e logo acima da sutura frontal lisas
e brilhantes; demais áreas da fronte reticuladas; escrobos antenais unindo-se
abaixo da sutura frontal; vértice reticulado, com sulco mediano na parte
posterior. Mesoescuto reticulado, com notáulices distintas; escutelo liso e
brilhante, com sulco mediano; propódeo com sulcos submedianos reticulados,
carena mediana lisa e com formato triangular, e três setas na região do
calo. Gáster 1,7x maior que o mesossoma; primeiro tergito gastral com faixa
reticulada na parte posterior. Machos diferem das fêmeas por possuı́rem
escapo anternal marrom escuro com brilho metálico e dilatado medianamente,
e fronte azul metálico.
Palavras-chave: Entedoninae, Região Neotropical, biodiversidade
Apoio: CAPES, CNPq, INCT dos Hymenoptera Parasitoides da Região
Sudeste Brasileira

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 235


8.11 Sexando larvas de vespas sociais

André R. de Souza (1); Rı́udo de P. Ferreira (2); Fábio Prezoto (3);


Fernando B. Noll (4); José Lino-Neto (2)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (3) Depar-
tamento de Zoologia, Universidade Federal de Juiz de Fora; (4) Departamento
de Zoologia e Botânica, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho
E-mail: andrebioufjf@gmail.com
A determinação do sexo em larvas em Hymenoptera tem sido realizada
por técnicas genéticas baseadas na homozigozidade de múltiplos loci. Fêmeas
são diploides e machos haplóides, sendo respectivamente heterozigotas e
homozigotos em loci altamente polimórficos. Tais métodos são caros, la-
boriosos e dependem dos machos serem haploides, como normalmente são.
Assim, é interessante o implemento de ferramentas alternativas. Nós tes-
tamos se a estrutura dos gonóporos e a morfologia das gônadas podem ser
utilizadas para sexar larvas das vespas sociais preservadas em álcool: Agelaia
lobipleura, Agelaia sp., Polybia emacita, Mischocyttarus bertonii, Polistes
versicolor, Polybia platycephala e Polybia micans. Os gonóporos se localizam
na superfı́cie abdominal ventral das larvas. Em larvas fêmea, eles são um
par de pequenos cı́rculos no 8o segmento e um disco não pareado com dois
cı́rculos dentro no 9o segmento. Já nas larvas macho são apenas um disco
não pareado no 9o segmento. As gônadas estão ao redor da superfı́cie in-
testinal, envolvidas por uma cápsula que tem, apenas nas fêmeas, forma de
gota. Nas quatros últimas espécies listadas as gônadas não foram dissecadas
devido a má preservação das larvas. Entretanto, nas três primeiras houve
100% de concordância nos dois métodos de sexagem (gonóporos e gônadas),
realizados independentemente por duas pessoas. Assim, a estrutura dos
gonóporos e a morfologia das gônadas podem ser usadas para sexar larvas
de vespas sociais. Devido ao mecanismo complementar de determinação do
sexo em Hymenoptera podem ocorrer machos diploides morfologicamente
parecidos com os haploides que seriam classificados como fêmeas por métodos
exclusivamente genéticos. Além da sexagem convencional, a estrutura dos
gonóporos e a morfologia das gônadas podem potencialmente ser associadas
à métodos genéticos, a fim de encontrar machos diplóides em vespas sociais.
Palavras-chave: gônada, gonóporo, Vespidae
Apoio: CNPq (proc. 143246/2011-9 para André R. De Souza)

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 236


8.12 Anatomia e histologia do sistema reprodutor masculino
de Zelus longipes (Heteroptera: Reduviidae)

Bruno. L. C. Bertholino (1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1)


(1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal
de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba
E-mail: bruno.bertholino@ufv.br
A famı́lia Reduviidae é uma das maiores dentre os Heteroptera com cerca
de 6.250 espécies e 25 subfamı́lias. A espécie Zelus longipes tem distruibuiçao
em todo o continente americano, são predadores generalista de importantes
pragas agrı́colas, como a lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda a principal
praga na cultura do milho. Neste trabalho a morfologia dos espermatozoides
e do sistema reprodutor masculino foi descrita para Z. longipes, objetivando
caracteres que possibilitem inferências na filogenia do grupo e em questões
comportamentais associadas à presença de polimorfismo. A espécie foi
coletada em áreas de agroecossistemas, cultura do milho, Rio Paranaı́ba,
MG. Utilizou-se microscopia de luz e morfometria dos espermatozoides. O
sistema reprodutor é composto por dois testı́culos, cada um com três folı́culos
preenchidos por cistos em diferentes fases da espermatogênese. De cada
folı́culo parte um ducto eferente e, em seguida se fundem formando o ducto
deferente. Após o processo espermatogênico, os espermatozoides saem dos
testı́culos e ficam armazenados nas vesı́culas seminais. O epitélio dos ductos
deferentes e das vesı́culas seminais é cubóide com núcleos esféricos e basais
e envoltos por uma fina camada muscular. Na região posterior, os ductos
deferentes recebem as secreções das glândulas acessórias que são bastante
desenvolvidas e, em seguida, desembocam no ducto ejaculatório. Possui um
par de glândulas com formato ovalado e bem maior do que os vários pares
menores e esféricos. As glândulas acessórias possuem diferentes tipos de
epitélio, prismático e cubóide, os quais produzem respectivamente, secreções
granulares e de aspecto homogêneo. Algumas glândulas possuem secreção
do tipo apócrina. Neste trabalho novos caracteres foram descritos para a
famı́lia como os três folı́culos testiculares e os diferentes tipos de glândula e
suas secreções.
Palavras-chave: morfologia reprodutiva, espermatozoides, testı́culos
Apoio: FAPEMIG, UFV

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 237


8.13 Coleção de Lepidoptera no Museu de Ciências Naturais
PUC-Minas

Isabella M. Saraiva (1); Nathalia P. R. Melgaço (1); Ana Beatriz Borges


(1); Henrique Paprocki (1)
(1) Museu de Ciências Naturais, Pontifı́cia Universidade Católica de
Minas Gerais
E-mail: isabellamoreira.bio@gmail.com
Criado em 1983, o Museu de Ciências Naturais PUC Minas é composto
por laboratórios destinados à pesquisa zoológica. O laboratório de inverte-
brados criado em 2009, contém em seu acervo entomológico 6.000 espécimes
da ordem Lepidoptera. Sendo a segunda ordem mais diversa da classe In-
secta, há aproximadamente no Brasil, 25.000 mariposas e 3.300 borboletas,
constituindo 61% das espécies neotropicais já descritas. O acervo possui
uma riqueza de 5.520 espécies, sendo, 16 espécies pertencentes à famı́lia
Lycaenidae, 207 espécies da famı́lia Nymphalidae, 18 espécies da famı́lia
Papilionidae, 38 espécies da famı́lia Pieridae, 5 espécies da famı́lia Riodinidae
e 44 espécies pertencentes à famı́lia Hesperiidae. Os indivı́duos recebidos
foram identificados, tombados e depositados na coleção. O acervo registra
a diversidade e composição biológica de diversos locais, podendo ser uma
ferramenta para a gestão da conservação da biodiversidade. Esta coleção
também fornece um banco de dados sobre a distribuição destas espécies,
sobre o endemismo e o estado de conservação das lepidopteras. As coleções
biológicas correspondem ao conhecimento morfológico, ecológico e evolu-
tivo da biodiversidade desse grupo. Sendo assim, o presente trabalho teve
como objetivo levantar, atualizar e divulgar a coleção de Lepidoptera do
Laboratório de Invertebrados do Museu de Ciências Naturais PUC Minas.
O estabelecimento e manutenção de coleções como esta, são importantes
ferramentas de estudo do grupo, sendo necessários maiores investimentos na
complementação do acervo e acesso ao acervo através da Internet.
Palavras-chave: Lepidoptera, borboletas, coleção entomológica
Apoio: Museu de Ciências Naturais PUC-Minas

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 238


8.14 Coleoptera de Jalisco, México: primeira abordagem

José L. Navarrete-Heredia (1); Ana L. González-Hernández (1); Georgina


A. Quiroz-Rocha (1); Manuel A. Ix-Balam (2)
(1) Entomologı́a, Departamento de Botánica y Zoologı́a, Universidad de
Guadalajara; (2) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de
Viçosa
E-mail: glenusmx@gmail.com
A ordem Coleoptera é o grupo de insetos com o maior número de espécies
no mundo. Atualmente, mais de 384.000 espécies são conhecidas. No México
não há nenhum número aproximado atualizado de espécies registradas no
paı́s, mas se tem conhecimento de que ocorrem, pelo menos, representantes de
114 famı́lias. Neste contexto, e a fim de conhecer a diversidade de Coleoptera
de Jalisco, México, esse trabalho apresenta informações para 29 famı́lias
encontradas no estado. A lista de espécies registradas para o estado de
Jalisco foi gerada a partir de informações contidas na Colección Entomológica
del Centro de Estudios en Zoologia, Universidad de Guadalajara, México,
além da compilação de publicações em revistas especializadas nacionais e
estrangeiras. Também foi realizada uma pesquisa no Zoological Record.
Com base na lista resultante com 29 famı́lias (Buprestidae, Cantharidae,
Cerambycidae, Cleridae, Chrysomelidae, Ciidae, Curculionidae, Dytiscidae,
Elmidae, Endomychidae, Geotrupidae, Gyrinidae, Hybosoridae, Hydraenidae,
Lampyridae, Leiodidae, Lepiceridae, Lycidae, Noteridae, Passalidae, Phengo-
didae, Rhipiphoridae, Scarabaeidae, Silphidae, Staphylinidae, Telegeusidae,
Tenebrionidae, Trogidae e Zopheridae) atualmente existem 1.509 espécies
registradas, sendo Scarabaeidae (316), Cerambycidae (286) e Curculionidae
(192) as que apresentaram a maior diversidade. Por outro lado, as famı́lias
Ciidae, Phengodidae, Rhipiphoridae, Telegeusidae e Zopheridae são represen-
tadas por apenas uma espécie. Embora este número represente apenas cerca
de cinco por cento das espécies estimadas para o México (cerca de 30.000),
esse número pode aumentar significativamente se forem incluı́das famı́lias
cuja diversidade é grande no México, como Carabidae.
Palavras-chave: Diversidade, Coleoptera, Jalisco
Apoio: Universidad de Guadalajara

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 239


8.15 Desenvolvimento ovariano e postura de ovos em operárias
de Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae, Meliponini)

Jaqueline A. Pereira (1); Talitta G. Simões (2); Lucio A. de O. Campos


(1)
(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: jaqueline.pereira@ufv.br
As operárias em abelhas eussociais constituem a casta responsável pelos
trabalhos de defesa, construção e alimentação das colônias, podendo em
alguns casos fazer postura de ovos não fecundados que podem dar origem a
machos ou servir de alimento para a rainha. No entanto, na espécie de abelha
sem ferrão Frieseomelitta varia já foi observada a ausência de postura de
ovos por operárias e estudos apontaram a degeneração completa dos ovários
das operárias no estágio de pupa. Em um estudo acerca da produção de
rainhas em colônias sem rainha fisogástrica (colônias órfãs) dessa espécie
em Viçosa-MG observamos a postura de ovos pelas operárias, desta forma o
objetivo do presente trabalho foi analisar os ovários de operárias provenientes
de colônias órfãs de F. varia, comparando-os com os ovários de operárias
provenientes de colônias com rainha fisogástrica (colônias normais) desta
espécie, a fim de obter mais informações acerca desse achado inédito. Foram
coletadas quinze operárias alimentadoras de cria de colônias normais e quinze
órfãs e estas foram dissecadas tendo seus ovários retirados, fixados, incluı́dos
em resina e cortados em micrótomo. Os cortes foram montados em lâminas,
corados com Hematoxilina e Eosina e fotografados em microscópio óptico.
Observamos que ovários de operárias provenientes de colônias órfãs são mais
desenvolvidos que ovários de operárias provenientes de colônias normais, no
que diz respeito ao tamanho total (comprimento e largura), desenvolvimento
dos ovarı́olos e presença de ovócitos. Os dados demonstram que ovários
de operárias de F. varia de algumas colônias podem se desenvolver e estas
operárias podem realizar postura de ovos, diferentemente do descrito até o
momento, além disso podemos afirmar que o desenvolvimento do ovário das
operárias está relacionado a ausência de uma rainha fisogástrica na colônia.
Palavras-chave: abelha sem ferrão, desenvolvimento ovariano, operária
Apoio: CAPES, CNPq, Fapemig

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 240


8.16 Gêneros de Gryllotalpidae (Orthoptera: Ensifera) em
plantios de fumo na região do Recôncavo do Estado da
Bahia

Kleber de S. Pereira (1); Oton M. Marques (2)


(1) Programa de Pós Graduação em Entomologia, Universidade Fed-
eral de Viçosa; (2) Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas,
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
E-mail: kleberagrarias@yahoo.com.br
Espécies de Gryllotalpidae são popularmente conhecidas como ”paquin-
has”, ”cachorrinhos d’água”, ”frades”, ”macacos”e ”grilos toupeira”. Estes
insetos vivem no solo, alimentando-se de raı́zes e tubérculos e durante a noite,
saem à superfı́cie para atacar as partes das plantas ao nı́vel do solo sendo
nocivas a diversos vegetais de importância econômica, inclusive plantas novas
de fumo (Nicotiana tabacum L.). Esta pesquisa teve como objetivo identificar
as subfamı́lias e gêneros de Gryllotalpidae que ocorrem em plantios de fumo
na Região do Recôncavo do Estado da Bahia, Brasil. As coletas dos insetos
foram realizadas quinzenalmente com 10 armadilhas de solo tipo “pitfall”
dispostas em um transecto de 100 m e posicionadas a 10 m de distância entre
si. Foi realizado um total de 14 coletas onde, as armadilhas permaneceram
em campo por 48 horas consecutivas em cada amostragem entre dezembro
de 2011 a junho de 2012. Após a captura, os insetos foram transferidos
para recipientes contendo álcool 70% e transportados para o Laboratório de
Entomologia do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde foram triados, montados
em alfinetagem simples, secados, etiquetados, identificados e depositados no
laboratório de Entomologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Foram analisados 191 exemplares pertencentes à subfamı́lias Gryllotalpinae
e Scapteriscinae. Scapteriscinae representada pelo gênero Scapteriscus Scud-
der, 1868 apresentou maior abundância de insetos com 184 exemplares. A
subfamı́lia Gryllotalpinae foi representada pelo gênero Neocurtilla Kirby,
1906 com sete exemplares.
Palavras-chave: Neocurtilla, Scapteriscus, Nicotiana tabacum

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 241


8.17 Coleção de macroinvertebrados bentônicos do Museu
de Ciências Naturais PUC-Minas

Nathalia Melgaço (1); Isabela M. Saraiva (1); Ana Beatriz Borges (1);
Henrique Paprocki (1)
(1) Museu de Ciências Naturais, Pontifı́cia Universidade Católica de
Minas Gerais
E-mail: nathalia.melgaco@hotmail.com
Situado no Museu de Ciências Naturais PUC-Minas, o Laboratório de
Invertebrados foi criado em 2009, com o objetivo de depositar os indivı́duos
da classe insecta coletados em estudos ecológicos e trabalhos de consultoria
ambiental. A coleção entomológica contém 23.079 espécimes de macroin-
vertebrados bentônicos, sendo distribuı́dos nas ordens Coleoptera, Diptera,
Ephemeroptera, Plecoptera, Hemiptera, Odonata, Trichoptera e Megaloptera.
A ordem mais abundante são os dı́pteros com 12.000 indivı́duos, constituindo
52% dos espécimes coletados. A ordem Coleoptera possui 572 indivı́duos, a
ordem Ephemeroptera com 8.000 indivı́duos, a ordem Plecoptera com 780
indivı́duos, a ordem Odonata com 257 indivı́duos, a ordem Megaloptera com
20 indivı́duos, a ordem Hemiptera com 150 indivı́duos, e por fim a ordem
Trichoptera com 1.300 indivı́duos. O acervo registra a diversidade e com-
posição biológica de ambientes lóticos e lênticos, podendo ser uma ferramenta
para a percepção de mudanças ambientais prejudiciais, por serem espécies
bioindicadoras de qualidade de água. As coleções biológicas correspondem ao
conhecimento morfológico, ecológico e evolutivo da biodiversidade desses gru-
pos. Com isso, este trabalho tem o objetivo de levantar, atualizar e divulgar
a coleção de macroinvertebrados bentônicos do Laboratório de Invertebrados
do Museu de Ciências Naturais PUC Minas.
Palavras-chave: insetos aquáticos, coleção entomológica, invertebrados
bentônicos
Apoio: Museu de Ciências Naturais PUC-Minas

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 242


8.18 Histologia da espermateca de Bothynus medon (Cole-
optera, Scarabaeidae)

André H. Oliveira (1); Edmilson A. Souza (1); José E. Serrão (2)


(1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal
de Viçosa – Campus Rio Paranaı́ba; (2) Departamento de Biologia Geral,
Universidade Federal de Viçosa – Campus Viçosa
E-mail: andreoliveira.ufv@gmail.com
A manutenção da viabilidade dos espermatozoides a partir da cópula
até a fecundação do ovócito nos insetos é função da espermateca, órgão de
origem ectodérmica que, geralmente, é constituı́do por um bulbo associado
a um ducto muscular e glândulas da espermateca. Entretanto, diferenças
na constituição e na morfologia das espermatecas tem contribuı́do com
estudos taxonômicos. Por isso, este trabalho tem como objetivo descrever
a histologia da espermateca de Bothynus medon. Para realizar a análise
histológica, fêmeas adultas de B. medon foram coletadas no municı́pio de Rio
Paranaı́ba, Minas Gerais, Brasil. As espermatecas foram dissecadas, fixadas,
desidratadas e incluı́das em historesina. O material foi seccionado, corado
com Azul de Toluidina e, posteriormente, as lâminas foram observadas ao
microscópio de luz e fotografadas. A espermateca de B. medon é constituı́da
de duas regiões alongadas com estrutura histológica semelhante, contendo
várias camadas de células envolvendo um receptáculo. A organização da
espermateca de B. medon difere das espermatecas de outros insetos em
relação à presença das glândulas espermatecais. As glândulas não estão
presentes como órgãos individualizados, mas como células que fazem parte
do revestimento do receptáculo. Estas células são volumosas com núcleos
grandes com cromatina descondensada, caracterı́sticas estas de células com
alta atividade metabólica. Além disso, estas células apresentam canalı́culos
intracelulares que as conectam ao receptáculo da espermateca, indicando que
estas células são secretoras e que sua secreção é transportada para o lúmen.
Palavras-chave: morfologia, canalı́culos intracelulares, células secretoras
Apoio: FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 243


8.19 Nova espécie de Hydrometra (Hemiptera: Heteroptera:
Gerromorpha: Hydrometridae) do Nordeste do Brasil

Felipe F. F. Moreira (1); Isabelle da R. S. Cordeiro (1)


(1) Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de
Triatomı́neos, Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz
E-mail: felipe.moreira@ioc.fiocruz.br
Hydrometridae compreende um grupo de insetos semiaquáticos que podem
ser facilmente identificados por apresentarem cabeça e corpo extremamente
delgados e apêndices filiformes. A famı́lia é mais diversa nos trópicos, e repre-
sentada apenas pelo gênero Hydrometra em outras regiões. Os representantes
deste gênero podem ser coletados em vegetação marginal de corpos d’água
dulcı́colas lênticos ou lóticos, andando na superfı́cie da água ou em plantas
aquáticas. Na região neotropical, ocorrem 37 espécies, sendo 11 registradas
para o Brasil, cuja região nordeste ainda carece de muitos estudos acerca
da fauna de heterópteros aquáticos e semiaquáticos. Baseado em material
coletado no litoral do estado da Bahia e depositado na Coleção Entomológica
Professor José Alfredo Pinheiro Dutra do Departamento de Zoologia, Univer-
sidade Federal do Rio de Janeiro, uma nova espécie do gênero foi descoberta.
A nova espécie pode ser distinguida das demais espécies neotropicais do
gênero pelas caracterı́sticas a seguir: corpo relativamente curto, proporção
da região anteocular/pós-ocular da cabeça claramente abaixo de 2.5, dorso
da cabeça com porções anterior e posterior claras, clı́peo em forma de cone,
pronoto amarelo, lados do tórax com distinta faixa prateada longitudinal,
acetábulos sem perfurações, abdome do macho sem projeções ventrais ou
escovas de cerdas e segmento genital I do macho terminando em projeção
aguda. Morfologicamente a espécie é similar a H. argentina devido ao corpo
curto, clı́peo mais longo que largo e ápice do primeiro segmento genital niti-
damente projetado, contudo os representantes da nova espécie têm cabeça,
antenas e pernas mais longas, carecem de perfurações nos acetábulos e de
projeções ventrais no macho. A nova espécie assemelha-se ainda a H. placita,
pela ausência de perfurações no acetábulo, e comprimento do corpo similar.
No entanto, os comprimentos das pernas e da cabeça e as proporções entre
os antenômeros são diferentes.
Palavras-chaves: Heteroptera, região Neotropical, taxonomia

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 244


8.20 Análise morfológica do aparelho reprodutor feminino
de culicı́deos que apresentam diferentes comportamen-
tos de oviposição

Tales V. Pascini (1); Maria L. Fernandes (1); Samira V. Ravaiano (1);


Eraldo Lima (1)
(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: tales.pascini@ufv.br
O aparelho reprodutor feminino dos insetos é de fundamental importância
para o processo de produção, maturação e desenvolvimento dos ovócitos, além
de estar relacionado como o processo de alocação de espermatozoides até o
momento da fertilização. A organização e manutenção de suas estruturas
são fatores essenciais para a produção de descendentes viáveis. O processo
de escolha de um ambiente favorável, bem como a presença de diferentes
padrões de oviposição está diretamente relacionado com suas caracterı́sticas
morfológicas. Fêmeas de Aedes agypti ovipositam nas proximidades de
locais úmidos propı́cios para o desenvolvimento de suas larvas, já os ovos de
Culex mollis são depositados sobre a água, agrupados em forma de jangada,
contrastando a oviposição de Toxorhynchites theobaldi que ocorre de maneira
individual sobre a lâmina d’água. Nesse trabalho foi analisado a estrutura
do aparelho reprodutor feminino desses três culicı́deos o A. aegypti, o C.
mollis e o textitT. theobaldi, que apresentam comportamento de oviposição
distintos. As amostras foram incluı́das em historresina e cortadas a 5µm.
Logo após, as lâminas foram coradas com hematoxilina e eosina, analisadas
e fotografadas sob microscópio óptico. O comprimento do canal vaginal, a
organização dos ovários, bem como o número das espermatecas analisadas
foi bastante distinto entre os grupos avaliados. Ressaltamos nesse trabalho,
como as caracterı́sticas morfológicas das principais estruturas do aparelho
reprodutor feminino refletem no comportamento de oviposição desses insetos.
Palavras-chave: reprodução, aparelho reprodutor feminino, ultraestrutura
Apoio: CAPES, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 245


8.21 Inseticida derivado do nim não altera produção de es-
permatozoides em machos jovens de Melipona quadri-
fasciata

Micaele F. Araujo (1); Franciele M. da Cruz (1); Rodrigo C. Bernardes


(1); Maria A. P. Lima (1)
(1) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa
Email: micaele.araujo@ufv.br
Neste trabalho, testamos a hipótese de que a ingestão de um inseticida
derivado do nim prejudica o desenvolvimento do sistema reprodutor mas-
culino de machos de abelhas indı́genas sem ferrão (Hymenoptera: Apidae:
Meliponini). Para isso, comparamos a morfologia testicular de machos de
Melipona quadrifasciata tratados ou não tratados com o inseticida. Favos
contendo cria em fase de ovo foram coletados em colônias da espécie e ovos
foram transferidos para células de cria artificiais contendo alimento larval
puro obtido nas próprias colônias. As células de cria foram mantidas em
frascos dessecadores e acondicionadas em BOD, com temperatura e umidade
controladas de acordo com a necessidade da espécie. Dessa forma, todos
os indivı́duos utilizados nos ensaios toxicológicos receberam, ao longo do
desenvolvimento, a mesma quantidade de alimento e se desenvolveram sob as
mesmas condições ambientais. Machos que emergiram das células artificiais
foram posteriormente submetidos, durante 8 dias, à ingestão de alimento
contendo água e sacarose (tratamento controle) ou à ingestão do mesmo
alimento contaminado com o inseticida (dose crônica). Os machos foram
dissecados para remoção do aparelho reprodutor, que foi submetido a técnicas
histológicas. As lâminas dos testı́culos, analisadas em microscopia de luz,
indicaram que, aos 8 dias de idade, machos de M. quadrifasciata são sexual-
mente imaturos, pois não apresentaram sinais de degeneração testicular e
ainda não ocorreu migração dos espermatozoides para as vesı́culas seminais.
Além disso, observamos que, nessa idade, não há diferença entre a morfologia
testicular de machos tratados e não tratados. Ambos apresentaram esperma-
tozoides no interior dos cistos testiculares. Apesar desses resultados negativos,
a influência da ingestão de nim sobre machos sexualmente maduros deve
ser testada futuramente para descartar a hipótese de que o nim prejudica o
desenvolvimento do sistema reprodutor masculino de meliponı́neos.
Palavras-chave: Azadiractina, ecotoxicologia, polinizadores
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 246


8.22 Três novas espécies de Baetodes (Ephemeroptera: Baeti-
dae) para a Colômbia

Luis G. Salinas Jimenez (1,2); Frederico F. Salles (1)


(1) Laboratório de Sistemática e Ecologia de Insetos, Departamento
de Ciências Agrárias e Biológicas, Universidade Federal do Espirito Santo;
(2) Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Tropical, Universidade
Federal do Espirito Santo
E-mail: biobaetodes@gmail.com
Baetodes foi originalmente descrito por Needham & Murphy no ano de
1924 para a América do Sul baseado em ninfas do Brasil. Este gênero foi
estabelecido baseado em: (1) brânquias nos segmentos abdominais 1–5; (2)
filamento medial reduzido; (3) margem externa do fêmur com uma fileira
de cerdas finas intercaladas com cerdas clavadas; (4) coxas com uma crista
dorsal bem desenvolvida; (5) labro ventralmente com uma fileira sublateral
de cerdas longas, plumosas e basalmente bı́fidas. Baetodes é um dos generos
mais diversos de Baetidae, com 49 espécies distribuı́das desde o Arizona
(Estados Unidos) até a Argentina. Na Colômbia estão registradas sete espécies,
distribuı́das em sete departamentos. O objetivo deste estudo é descrever três
novas espécies baseadas em ninfas da Colômbia. As descrições foram feitas
com ajuda do programa DELTA (DEscription Language for TAxonomy). O
material examinado está depositado nos laboratórios de coleções biológicas da
Universidad de Caldas (Colômbia) e na Coleção Zoológica Norte Capixaba,
da Universidade Federal do Espirito Santo (Brasil). Os principais caracteres
diagnósticos são: Baetodes sp. n. 1 : a) glossa com duas cerdas pectinadas
finas subiguais; b) margem anterior molar convexa; c) pronoto e mesonoto
sem tubérculos; d) metanoto com tubérculo menor aos tubérculos abdominais.
Baetodes sp. n. 2 : a) glossa com uma cerda pectinada fina longa; b) margem
anterior molar convexa; c) pronoto com um tubérculo pronunciado, mesonoto
sem tubérculos; d) tubérculo do metanoto maior que tubérculos abdominais.
Baetodes sp. n. 3 : a) glossa com três cerdas pectinadas de diferentes
tamanhos; b) margem anterior da mola reta; c) pronoto e mesonoto com um
par de tubérculos; d) metanoto com tubérculo semelhante aos abdominais.
As novas espécies de Baetodes são reportadas para a região andina nos
departamentos de Caldas, Huila e Valle del Cauca.
Palavras-chave: insetos aquáticos, região andina, taxonomia
Apoio: PEC- PG, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 247


8.23 Morfometria dos espermatozoides em Tenebrionidae (In-
secta: Coleoptera)

Glenda Dias (1); José Lino-Neto (1)


(1) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: linoneto@ufv.br
Em insetos, considerando os diversos tipos celulares, o espermatozoide é,
de longe, o mais diversificado. O comprimento dessas células varia de 1,7 µm,
como no térmita Reticulitermes lucifugus, a 58.000 µm, em Drosophila bifurca.
A partir da análise de uma única célula espermática é possı́vel determinar
famı́lia, gênero e espécie do macho, no qual essa célula foi produzida. Neste
trabalho, descrevemos a morfometria dos espermatozoides em cinco espécies
de Tenebrionidae. Espermatozoides retirados das vesı́culas seminais de Lagria
villosa, Palembus dermestoides, Tenebrio molitor, Tribolium castaneum, e
Zophobas confusa foram espalhados sobre lâminas histológicas e fotografados
em um microscópio Olympus BX-60 com câmara digital acoplada. Para
medir os núcleos, algumas lâminas foram coradas com DAPI. Todas as
medidas foram feitas usando o programa Image-Pro Plus. Dentre as espécies
analisadas, Te. molitor apresentou os mais longos espermatozoides, medindo
310 µm e o núcleo 20 µm. Em contraste, os espermatozoides de L. villosa,
com 70 µm total e 8 µm de núcleo, são os menores observado até o momento
para a famı́lia. Já em Tr. castaneum, P. dermestoides e Z. confusa os
espermatozoide apresentaram tamanhos muito próximas sendo 90 µm, 100
µm e 107 µm respectivamente e os núcleos 10 µm nas duas primeiras espécies
e 17 µm em Z. confusa. Com base nesses valores, podemos observar que
o espermatozoide, pelo menos nos indivı́duos aqui estudados, é espécie-
especı́fico.
Palavras-chave: besouro, morfologia, célula espermática
Apoio: CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 248


8.24 Estrutura do aparelho reprodutor de machos de Del-
tochilum furcatum (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae)

Pedro G. Lemes (1); Manuel Ix-Balam (2); José E. Serrão (3); José C.
Zanuncio (1); Maria G. de A. Oliveira (3)
(1) Laboratório de Controle Biológico de Insetos, Departamento de Ento-
mologia, Universidade Federal de Viçosa; (2) Laboratório de Enzimologia e
Bioquı́mica de Proteı́na e Peptı́deos, Departamento de Entomologia, Univer-
sidade Federal de Viçosa; (3) Departamento de Biologia Geral, Universidade
Federal de Viçosa
E-mail: pedroglemes@hotmail.com
Scarabaeinae (Coleoptera) inclui espécies adaptadas para consumir fezes
de mamı́feros, aproveitar recursos como carcaças e frutos em decomposição,
atuar na decomposição de matéria orgânica e ciclagem de nutrientes e
dispersar sementes. Esses insetos apresentam comportamento reprodutivo
singular e a morfologia e histologia do aparelho reprodutor de espécies
desse grupo é pouca estudada. O objetivo desse trabalho foi descrever
a morfologia do aparelho reprodutor masculino de Deltochilum furcatum
(Coleoptera: Scarabaeinae). Machos adultos dessa espécie foram coletados
com armadilhas tipo “pitfall” em fragmento de Mata Atlântica em Viçosa,
Minas Gerais em fevereiro de 2013. Esses insetos foram dissecados em
solução fisiológica sob lupa e o sistema reprodutor masculino submetido
à técnica histológica de rotina. O aparelho reprodutor de machos dessa
espécie foi constituı́do por um par de testı́culos, cada um contendo seis
folı́culos alongados. Cada folı́culo apresenta seu vaso eferente, os quais se
dirigem ao vaso deferente que se diferencia em uma vesı́cula seminal. Os
vasos deferentes de cada lado terminam no ducto ejaculatório, e esse por
sua vez no edeago. Um par de glândulas acessórias foi observado, com
abertura no ducto ejaculatório. Numerosos cistos de espermatócitos em
maturação com a presença de espermátides e espermatozoides em processo de
diferenciação e maturação foram observados próximos a zona periférica dos
folı́culos. As glândulas acessórias apresentam uma parede epitelial constituı́da
por células globulares com núcleos grandes e citoplasma com granulação
fina. Aparelho reprodutor masculino com seis folı́culos já foi relatado em
outros Scarabaeinae. Deltochilum furcatum apresenta folı́culos alongados,
indicando seu grau evolutivo na subfamı́lia Scarabaeinae e as observações
feitas mostram que essa espécie pertence ao grupo mais ancestral dessa
subfamilia.
Palavras-chave: aparelho reprodutor, histologia, rola-bosta
Apoio: CAPES, CNPQ, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 249


8.25 Novos registros do gênero Collaria Provancher, 1872
(Hemiptera: Heteroptera: Miridae) no Brasil

Irina T. Morales-C (1); Mayra C. Vélez-R (1); Lı́via A. Coelho (1); Paulo
S. F. Ferreira (1)
(1) Departamento de Entomologia, Museu Regional de Entomologia,
Universidade Federal de Viçosa
E-mail: irinamorales@gmail.com
O gênero Collaria Provancher, 1872 pertence à tribo Stenodemini; se
sabe que o gênero tem grande importância econômica, pois tem reporte de
algumas espécies que praticam fitofagia em gramı́neas, aveia, arroz, milho e
trigo. Mudanças no trato agrı́cola, ampliação de áreas de cultivo e câmbios
climáticos tem resultado o surgimento de novas espécies praga e novos
registros na distribuição geográfica das espécies. Desta maneira surgem as
necessidades de ampliar o conhecimento sob a distribuição das espécies do
gênero Collaria no Brasil. A partir da revisão de coleções entomológicas
no pais (Museu Regional de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa-
UFVB; Coleção Entomologica Pe. Jesus Santiago Moure, Departamento
Zoologia Universidade Federal de Paraná-DZUP, Museu Ciencias Naturais
Fundação Zoobotanica Rio Grande do Sul-MCZN) e no exterior (American
Museum of Natural History-AMHN), se amplia a distribuição para as espécies
Collaria capixaba Carvalho & Fontes, 1981; Collaria guaraniana Carvalho
& Fontes, 1981 e Collaria oleosa (Distant, 1883). Registra-se por primeira
vez para Brasil a espécie Collaria boliviana Carvalho, 1990 a qual estava
previamente registrada para Bolı́via e Colômbia. Finalmente os mapas de
distribuição atualizados das espécies são oferecidos.
Palavras-chave: percevejos, pastagem, distribuição neotropical
Apoio: CAPES/CNPq, IEL Nacional, Brasil

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 250


8.26 Nova espécie de Ochterus (Hemiptera: Heteroptera:
Nepomorpha: Ochteridae) do Estado do Piauı́, Brasil

Isabelle da R. S. Cordeiro (1); Felipe F. F. Moreira (1)


(1) Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de
Triatomı́neos, Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz
E-mail: rocha.belle@gmail.com
A famı́lia Ochteridae se divide em três gêneros: Megochterus, restrito ao
oriente, Ochterus, cosmopolita e Ocyochterus, da América do Sul. O gênero
Ochterus é representado na região neotropical por 16 espécies, 12 das quais
tem registro na América do Sul. As espécies deste gênero tem coloração
marrom ou preta e possuem uma aparência uniforme, sendo necessária
a remoção da genitália do macho para análise e posterior identificação
especı́fica. Os representantes do gênero são encontrados em ambientes
lênticos e lóticos, em margens úmidas, lamacentas ou arenosas, preferindo
lugares com pouca vegetação e bem luminosos. São de difı́cil captura, pois ao
se sentirem perturbados saltam ou dão voos rápidos, e devido a isto são pouco
representados em coleções. Com base em um macho e uma fêmea coletados
no Parque Nacional de Sete Cidades, Piauı́, Brasil, foi descoberta uma espécie
nova deste gênero, que se caracteriza por apresentar o comprimento do corpo
de 4,0 mm (macho) a 6,0 mm (fêmea) ; fronte preta brilhante; um par de
manchas cinza arredondadas na linha mediana do pronoto; embólio com
quatro manchas cinzas laterais e uma mancha cinza subcircular no cório (em
par na fêmea); genitália masculina assimétrica, com processo do pigóforo
alongado e de ápice agudo; e parâmero com corpo sinuoso e ápice em forma de
gancho obtuso. Dentre outras caracterı́sticas, difere-se de O. perboci por não
apresentar projeções agudas no ângulo anterior do pronoto; de O. parvus pelo
dorso escuro, comprimento do corpo muito superior a 3,3mm, e parâmero
direito sem projeções pré-apicais. Difere-se, ainda, de O. americanus, pois
seu parâmero direito não se expande muito além do ápice da cápsula genital
e seu comprimento é inferior a 6,5 mm; de O. aeneifrons por apresentar
escutelo preto sem manchas cinza-azuladas; e, por fim, de O. tenebrosus por
apresentar manchas cinzas fortes ao longo do dorso.
Palavras-chave: Parque Nacional Sete Cidades, Região Nordeste, taxono-
mia

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 251


8.27 Caracterização morfológica e biológica de Rachiplusia
nu (Lepidoptera: Noctuidae) em condições controladas
e plantas hospedeiras

Priscila M. C. da Luz (1); Wilson S. de Azevedo-Filho (2); Neiva M. de


Barros (1); Alexandre Specht (3)
(1) Lab. de Controle Biológico, Instituto de Biotecnologia, Universidade
de Caxias do Sul; (2) Lab. de Entomologia, Campus Região dos Vinhedos,
Universidade de Caxias do Sul; (3) Laboratório de Entomologia, Embrapa
Cerrados
E-mail: pricolomboluz@gmail.com
Noctuidae representa a maior famı́lia de macrolepidópteros no Brasil,
incluindo grande parte das lagartas de importância econômica. Entre estes
noctuı́deos, encontra-se a subfamı́lia Plusiinae, um grupo monofilético com lar-
vas conhecidas como “falsas-medideiras”. A espécie Rachiplusia nu (Guenée,
1852) apresenta hábito polı́fago, sendo uma das principais desfolhadoras no
sul do Brasil e em outros paı́ses. Este estudo teve como objetivo obter e
avaliar dados biológicos, morfológicos e fornecer uma listagem atualizada das
plantas hospedeiras de R. nu. Os insetos foram coletados na localidade de
Tuiuty (29º05’002”S e 51º31’448”W), Bento Gonçalves, RS com o auxı́lio
de armadilha luminosa. As lagartas foram alimentadas com dieta artificial
e os adultos de R. nu com solução de mel a 10%. A criação foi conduzida
sob as condições controladas 25 ± 1ºC, 70 ± 10% UR e fotofase de 14 horas
no laboratório de Controle de Pragas da Universidade de Caxias do Sul,
RS. Para caracterização morfológica foram preservados exemplares de cada
fase de desenvolvimento em álcool 70%. Verificou-se que as larvas passaram
por cinco instares. Os valores médios das larguras das cápsulas cefálicas
em mm foram: 0,393 ± 0,070; 0,853 ± 0,140; 1,266 ± 0,129; 1,766 ± 0,081;
2,946 ±0,155. Foram constatadas com a quetotaxia da larva, a presença da
cerda L3 nos segmentos torácicos T1,T2,T3, sendo a partir de T2 a cerda L3
horizontal a L1, nos segmentos abdominais A1-A4, SD1 está presente acima
da SD2, vertical a D2, apenas em A10 as cerdas L1,L2,L3, não foram encon-
tradas, em todos os segmentos são presentes as cerdas D1,D2,SD1,V1. Foram
encontradas 26 plantas hospedeiras para R. nu pertencentes à 11 famı́lias
botânicas, incluindo espécies cultivadas destacam-se: algodão, batata, feijão,
girassol, soja e tabaco. Os diferentes resultados descritos para R. nu podem
ser melhor esclarecidos em novos estudos que vinculem diferenças genéticas
intra e inter-populações.
Palavras-chave: morfologia, biologia, Plusiinae - Apoio: UCS, CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 252


8.28 Lista preliminar dos Odonata ocorrentes no Parque Nat-
ural Municipal do Açude da Concórdia, Valença, Rio de
Janeiro, Brasil

Marcus V. O. De Almeida (1); Luiz G. V. Salgado (2)


(1) Departamento de Entomologia, Museu Nacional, Universidade Federal
do Rio de Janeiro; (2) Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Grande
Rio
E-mail: mvoalmeida@gmail.com
Pertencentes à ordem Odonata, as libélulas, ou até mesmo lava-bundas,
são um dos grupos de insetos mais conhecidos. As formas imaturas estão
adaptadas a ambientes dulçaquı́colas e os adultos, por sua vez, são terrestres,
com asas e olhos bem desenvolvidos. Ambas as fases são predadoras, sendo as
presas na fase adulta interceptadas durante o vôo. Nos últimos anos, estudos
sobre a composição e diversidade de libélulas no Brasil têm aumentado, no
entanto diversas lacunas necessitam ser preenchidas. Desse modo, o objetivo
deste trabalho é fornecer uma lista preliminar de libélulas do Parque Natural
Municipal do Açude da Concórdia, municı́pio de Valença, Estado do Rio de
Janeiro. Situado à uma altitude de 765 metros, o parque é caracterizado por
ser uma área com remanescente de Mata Atlântica nativa. As coletas foram
realizadas entre os dias 1 e 3 de fevereiro de 2013, das 9:00h às 15:00h, em
diferentes pontos, incluindo a Trilha Cova da Onça e Mirante. Os espécimes
foram coletados com auxı́lio de rede entomológica aérea. Foram capturados
39 exemplares adultos, distribuı́dos em quatro famı́lias, 12 gêneros e 13
espécies, como segue: Acanthagrion lancea, Oxyagrion microstigma, Telebasis
corallina, Telebasis filiola, Coryphaeschna perrensi, Aphylla theodorina, Gom-
phoides infumata, Dythemis nigra, Idiataphe longipes, Micrathyria artemis,
Oligoclada abbreviata, Planiplax phoenicura, Tramea binotata. O material
encontra-se depositado na Coleção Entomológica do Departamento de Zoolo-
gia da Universidade Federal do Rio do Janeiro. Os adultos de Libellulidae
e Coenagrionidae foram os mais abundantes e apresentaram maior riqueza,
com seis gêneros e seis espécies e três gêneros e quatro espécies, respecti-
vamente. Baseado no número de espécies capturadas no curto perı́odo de
tempo, presumimos que o parque seja importante para a conservação da
biodiversidade desses insetos.
Palavras-chaves: levantamento, lavadeira, Anisoptera
Apoio: CNPq

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 253


8.29 Caracterização morfológica dos espermatozóides de Dal-
bulus maidis (Auchenorrhyncha: Cicadellidae)

Marcelo S. Barcellos (1); Jamile F. S. Cossolin (1); Felipe V. Prado (2);


José Lino-Neto (1)
(1) Programa Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural, Depar-
tamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa. (2) Programa
Pós-Graduação em Ecologia, Departamento de Biologia Geral, Universidade
Federal de Viçosa
E-mail: linoneto@ufv.br
A cigarrinha-do-milho, Dalbulus maidis, tem grande importância econômica,
pois ao sugar seiva das folhas dessa cultura para se alimentar ela pode trans-
mitir bactérias e vı́rus que causam severas doenças nessa planta. Os adultos
de D. maidis são de coloração amarelo-palha e o comprimento de seus cor-
pos varia de 3.0 a 4.4 mm, sendo as fêmeas comumente maiores do que
os machos. Outra diferença entre os sexos é que as fêmeas apresentam na
porção terminal do abdome um ovipositor em forma de sabre, enquanto
que nos machos a porção terminal do abdome é mais obtusa. Considerando
sua importância econômica, o estudo morfológico de seus espermatozoides
poderá contribuir para um maior conhecimento de sua biologia reprodutiva e
levantar informações que poderão ser utilizadas na inferência filogenética do
grupo. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo descrever a morfologia
dos espermatozoides de D. maidis. Para isso, espermatozoides retirados
da vesı́cula seminal foram espalhados sobre lâminas histológicas, corados
com hematoxilina e eosina, fotografados em microscópio de luz com câmera
digital acoplada e medidos com o auxı́lio do programa ImagePro-Plus. Como
resultado, observamos que os espermatozoides estão organizados em feixes,
mantidos pela região acrossomal inserida em uma substância corada por
eosina. O comprimento total dos espermatozoides é de aproximadamente
130 µm, com núcleo medindo cerca de 20 µm. Na porção terminal da cauda,
observa-se uma região com cerca de 10 µm de comprimento em que o flagelo
se abre em três filamentos. Considerando os Hemiptera já analisados, a
organização dos espermatozoides em feixe na vesı́cula seminal pode ser uma
caracterı́stica exclusiva para os Auchenorrhyncha, pois tem sido descrito
em outras espécies dessa subordem, mas não na subordem Heteroptera. O
tamanho do espermatozoide estudado está dentro da média dos encontrados
no grupo, sendo entre 56 a 233 µm.
Palavras-chave: Hemiptera, cigarrinho-do-milho, biologia reprodutiva
Apoio: CAPES, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 254


8.30 Uma nova espécie de Dicranocentrus (Collembola: En-
tomobryidae: Orchesellinae) do sudeste do Brasil

Thiago Xisto (1); Maria C. de Mendonça (1)


(1) Laboratório de Collembola, Departamento de Entomologia, Museu
Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: xistocollembola@gmail.com
O gênero Dicranocentrus Schött, 1893, pertencente à subfamı́lia Or-
chesellinae (Entomobryidae), abriga até o momento cerca de 60 espécies
procedentes principalmente das regiões tropicais e subtropicais. No Brasil
o seu conhecimento é ainda incipiente incluindo apenas uma descrição de
espécie representada por D. heloisae Arlé & Mendonça, 1982 encontrada na
Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro) e o registro de outras três, D. silvestrii
Absolon, 1903, D. bicolor Handschin, 1924 e D. termitophilus Handschin,
1924. Este gênero é caracterizado por apresentar espécies de médio e grande
porte, coloração diversificada, cabeça com 8 + 8 olhos, antenas com 6 seg-
mentos sendo os 2 últimos anelados e sem escamas, cerdas pré labrais não
bifurcadas e corpo coberto por escamas bem desenvolvidas, arredondadas
ou truncadas. Com o objetivo de ampliar o conhecimento taxonômico e
faunı́stico de Dicranocentrus na região sudeste, foi estudado o material colem-
bológico procedente da Serra do Gandarela que se situa no quadrilátero
ferrı́fero e que se estende por 7.200 km2 no estado de Minas Gerais. O solo
desta região é basicamente formado por canga e a vegetação compreende
Campos Rupestres, Campos de Altitude e Floresta Estacional Semidecidual.
O exame deste material revelou espécimes de Dicranocentrus próximos de D.
spinosus Prabhoo, 1971 procedente do sul da Índia e de D. platensis (Izarra,
1972) ocorrente na região de La Plata (Argentina). O novo táxon se aproxima
da primeira quanto à disposição das macroquetas da parte dorsal da cabeça
e da segunda pela estrutura da unha e número e disposição de espinhos
na parte interna da dens. No entanto, o estudo detalhado da morfologia
externa dos espécimes aqui estudados mostrou diferença que se referem à
coloração, número e disposição das macroquetas dos tergitos torácicos II e
III e abdominais I, III e IV.
Palavras-chave: taxonomia, biodiversidade, collembola
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 255


8.31 Ultraestrutura das glândulas acessórias do trato repro-
dutivo dos machos do predador Podisus nigrispinus
(Heteroptera: Pentatomidae)

Maria do Carmo Q. Fialho (1); José C. Zanuncio (2); José E. Serrão (3)
(1) Departamento de Morfologia, Universidade Federal do Amazonas;
(2) Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa; (3)
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: mcqfilaho@hotmail.com
As glândulas acessórias do trato reprodutor masculino produzem secreções
essenciais para a transferência do esperma para a fêmea. Este trabalho
descreve a ultraestrutura das glândulas acessórias do predador Podisus
nigrispinus. Cinco machos de P. nigrispinus foram dissecados três dias após
a emergência e as glândulas acessórias foram processadas para análise de
microscopia eletrônica de varredura e transmissão. Machos de P. nigrispinus
possuem três tipos de glândulas acessórias em seu aparelho reprodutor: uma
glândula maior (anterior) e uma mediana (posterior), com simetria bilateral,
e várias outras menores tubulares formando um grupo assimétrico. As três
glândulas apresentaram citoplasma repleto de reticulo endoplasmático rugoso,
vesı́culas de secreção e projeções da membrana plasmática apical, porém
as glândulas tubulares apresentaram projeções mais longas e irregulares.
A glândula anterior é constituı́da por células prismáticas com núcleo bem
desenvolvido na região basal da célula contendo cromatina descondensada.
Tanto as glândulas anterior e posterior apresentaram extensas invaginações
da membrana plasmática basal associadas a mitocôndrias. As glândulas
tubulares apresentaram inclusões lipı́dicas no citoplasma. Cristais de proteı́na
foram visualizados em grande quantidade nas células das glândulas anterior
e tubular. As três glândulas acessórias apresentaram padrão caracterı́stico
de células com alta sı́ntese de proteı́nas, mas a presença dos cristais nas
glândulas anterior e tubular sugere uma atividade ainda maior, e estoque
dessas substâncias. A presença de invaginações da membrana plasmática
basal nas glândulas anterior e posterior sugere o transporte de materiais
da hemolinfa para a célula. As glândulas acessórias apresentaram padrão
proteico alto sugerindo função na secreção de proteı́nas que podem afetar a
biologia reprodutiva da fêmea.
Palavras-chave: reprodução, predador, glândula acessória
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 256


8.32 Contribuições da morfologia interna para a taxonomia
do gênero Dichelops (Heteroptera: Pentatomidae)

Bárbara M. Cunha (1); Igor L. A. Munhoz (1); Luciano S. F. Ferreira


(1); Ézio M. Silva (2); Vinı́cius A. Araújo (1)
(1) Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal
de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba; (2) Instituto de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaı́ba
E-mail: barbara.maciel@ufv.br
A famı́lia Pentatomidae abrange uma grande riqueza de espécies, sendo a
maioria encontrada nas regiões tropicais. Esses percevejos apresentam grande
importância econômica, pois diversas espécies são pragas em culturas agrı́colas.
Neste trabalho, descrevemos a morfologia do sistema reprodutor masculino em
15 indivı́duos da espécie Dichelops sp., com o objetivo de fornecer caracteres
que possam contribuir para o conhecimento da biologia reprodutiva e para
taxonomia desse gênero. Os indivı́duos foram coletados em cultura de milho,
na cidade de Rio Paranaı́ba, MG. Os sistemas reprodutores foram processados
para microscopia de luz. O sistema reprodutor de Dichelops sp. é constituı́do
por dois testı́culos, cada um com quatro folı́culos, ductos deferentes, pares
de glândulas acessórias e um ducto ejaculatório. Cada testı́culo possui
quatro folı́culos, diferente de Dichelops melacanthusque possuem seis folı́culos
testiculares. Os cistos nos folı́culos encontram-se em diferentes fases da
espermatogênese, o que mostra a produção contı́nua de espermatozoides,
comum entre os Heteroptera. Em cada cisto foram observados, em média 500
espermatozoides, o que evidencia nove ciclos mitóticos, como encontrado em
D. melacanthus. As caracterı́sticas histológicas do trato reprodutor mostram
semelhanças com outros Heteroptera já descritos. As glândulas acessórias
apresentam dois tipos de secreção diferentes, homogênea e granulosa, as
quais foram PAS positivas, indicando natureza protéica. Na espécie analisada
neste trabalho, observou-se polimorfismo de espermatozoides (tipo maior
280 µm e o menor 170 µm). Análises morfométricas dos espermatozoides
têm sido usadas para auxiliar em trabalhos taxonômicos. A análise dos
caracteres morfológicos do sistema reprodutor aliada ao estudo taxonômico
da morfologia externa poderão contribuir para a identificação da espécie em
questão ou para a possı́vel descrição de uma nova espécie de Pentatomidae.
Palavras-chave: sistema reprodutor, morfologia, Pentatomidae
Apoio: FAPEMIG, UFV

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 257


8.33 Desenvolvimento ovariano em operárias de Plebeia lucii
(Hymenoptera, Apidae) em colônias com e sem rainha

Maira C. de M. Moraes (1); Denise de C. Godoy (2); José E. Serrão (3)


(1) Departamento de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa; (2)
Programa de Biologia Celular e Estrutural, Universidade Federal de Viçosa;
(3) Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa
E-mail: maira.coelho@ufv.br
As abelhas sem ferrão (Meliponini), são altamente eussociais, com duas
castas femininas bem definidas, ou seja, um indivı́duo fértil que realiza o
trabalho reprodutivo (a rainha) e outros estéreis ou parcialmente estéreis
(as operárias). Diferenças nos órgãos internos podem ocorrer, como o acen-
tuado dimorfismo entre ovários de rainhas e operárias. Em Apis mellifera,
o desenvolvimento ovariano de operárias é controlado principalmente por
feromônios produzidos pela rainha. Nos Meliponini, a dominância da rainha
sobre as operárias não é tão evidente, e uma caracterı́stica peculiar nas
colônias dos Meliponini é a capacidade de postura pelas operárias, mesmo
na presença de rainha fisogástrica. O objetivo do trabalho foi acompanhar o
desenvolvimento ovariano das operárias de Plebeia lucii em colônias com e
sem rainha, para verificar se as operárias respondem a condição de orfandade,
resultando no desenvolvimento ovariano e comparar o aparelho reprodutor de
rainha fisogástrica e rainha virgem. Operárias com 3 e 9 dias de idade, rainha
fisogástrica e rainha virgem recém emergida duas colônias distintas foram
analisadas. Os indivı́duos tiveram seus abdomens retirados, preparados e
realizados os cortes histológicos. Diferenças no tamanho dos ovócitos e no
comprimento dos ovarı́olos ocorreram entre rainha, rainha virgem e operárias.
Foi observado muitos ovócitos em desenvolvimento na rainha fisogástrica e
na rainha virgem estes ovócitos eram poucos, mais diferentes em número
e tamanho se comparados com o das operárias. Sinais de degeneração de
ovócitos foram observados em operárias de 3 dias de idade de colônias com
rainha, o que não ocorreu em operárias de colônias órfãs. Um maior grau
de desenvolvimento dos ovócitos foi observado em operárias com 9 dias de
idade de colônia órfã em comparação com as operárias de colônia com rainha.
Esses dados são preliminares, porém há evidência que, a presença da rainha
inibe o desenvolvimento ovariano em operárias.
Palavras-chave: desenvolvimento ovariano, colônia órfã, Plebeia lucii
Apoio: CAPES

Programa de Pós-Graduação em Entomologia - UFV 258

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