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DESCRIÇÃO
A biotecnologia e suas aplicações nas áreas vegetal, animal, ambiental e industrial.
PROPÓSITO
Compreender que a biotecnologia faz parte do nosso dia a dia e que suas aplicações estão
presentes em diferentes áreas, como a vegetal, animal, ambiental e industrial, pela produção
de transgênicos, modelos vivos para estudo, bioprodutos, formas de eliminar poluentes e
bioenergia.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
A biotecnologia envolve a utilização de seres vivos (células) ou partes destes (como proteínas,
moléculas, lipídeos, carboidratos, material genético etc.) a fim de fabricar ou modificar produtos
ou processos para a utilização específica. Essa tecnologia revolucionária é uma área
multidisciplinar (engloba as grandes áreas da Biologia, Química e Engenharia) e altamente
fascinante.
A cada dia, a biotecnologia vem ganhando espaço em diferentes áreas, trazendo, na maioria
das vezes, soluções úteis, rápidas e fáceis e que podem solucionar graves problemas que
assolam o mundo, como a fome, resistência a pragas em plantas, e ajudar na produção de
medicamentos, vacinas, melhoramento genético, análise de DNA, diagnóstico, recuperação de
áreas poluídas e uma série de outras aplicações.
A biotecnologia pode ser dividida por áreas; de acordo com suas aplicações, podemos ter:
Biotecnologia Vegetal, Biotecnologia Animal, Biotecnologia Industrial e de Combustível,
Biotecnologia Ambiental. Nos dias de hoje, não temos como fugir dela; aqui, vamos explorar
suas aplicações nos produtos e processos gerados a partir de seres vivos ou parte deles e
veremos como podemos utilizar os recursos biológicos ao nosso redor para criar produtos e
gerar conhecimento.
MÓDULO 1
BIOTECNOLOGIA VEGETAL
A Biotecnologia Vegetal se preocupa com o melhoramento de plantas, como aumento da
disponibilidade de nutrientes, resistência a pragas, melhor crescimento do vegetal, produção de
medicamentos, vacinas e enzimas nas células vegetais.
CÉLULAS VEGETAIS
Células do tipo eucarionte com núcleo celular, organelas membranosas. Diferem das células
animais pela presença de parede celular, composta por celulose, e cloroplastos, responsáveis
pela fotossíntese.
O crescimento de plantas de acordo com alguma característica favorável é realizado há
milhões de anos, como, por exemplo, o processo de domesticação do milho, em que eram
escolhidas espécies fáceis de serem colhidas, armazenadas e com maior produtividade. Hoje,
sabemos que os vegetais eram escolhidos de acordo com características de interesse e que
isso leva ao que chamamos de seleção artificial. Ou seja, estamos selecionando vegetais de
acordo com a característica genética desejável há muito tempo.
Além disso, as células vegetais possuem uma característica interessante, que é a totipotência.
Em outras palavras, as células vegetais podem se reproduzir e formar todos os tecidos daquele
vegetal. A partir de uma célula vegetal, é possível gerar uma planta inteira. A Biotecnologia
Vegetal teve seu avanço com as técnicas de cultivo de tecido vegetal em laboratório e as
técnicas de engenharia genética.
ENGENHARIA GENÉTICA
Conjunto de técnicas utilizadas para alterar o material genético (DNA) de um ser vivo.
Os meios de cultura podem ser semissólidos, pela adição de ágar ou líquidos. Apesar das
células vegetais serem consideradas totipotentes, são necessários hormônios que estimulam o
crescimento do vegetal e os padrões de crescimento, como o surgimento de raiz, caule, calos,
brotamento e órgãos vegetais. Os principais hormônios utilizados nas culturas incluem as
auxinas e as citocininas. Dependendo da concentração deles no meio de cultura, podem
estimular diversos padrões morfológicos de crescimento, como, por exemplo, o aumento de
auxinas no meio estimula a formação de raízes e o de citocininas estimula o brotamento ou os
ramos.
CITOCININAS
São hormônios vegetais responsáveis pela divisão celular. Acredita-se que esses hormônios
são produzidos nos meristemas de raízes, folhas e frutos jovens, além de sementes em
desenvolvimento.
PAREDE CELULAR
FITOPATÓGENOS
Por exemplo, sabemos que os seres humanos possuem 3 bilhões de pares de bases de
nucleotídeos, divididos em 46 cromossomos, a bactéria E. coli possui 4,6 milhões de bases
de nucleotídeos em um único cromossomo, um gato doméstico possui cerca de 3 bilhões de
pares de bases de nucleotídeos divididos em 38 cromossomos, e o milho, 177 milhões de
pares de bases de nucleotídeos divididos em 20 cromossomos, ou seja, cada espécie possui
uma quantidade definida de material genético.
NUCLEOTÍDEOS
CROMOSSOMOS
É nele que estão contidas as informações para produzir as proteínas de um ser vivo, que nós
chamados de genes. Toda proteína vem de uma informação genética, e as proteínas fazem
parte das nossas características e exercem diversas funções tanto para a célula quanto para
um organismo como um todo.
GENES
RNA
Abreviação para ácido ribonucleico. Formado por nucleotídeos com pequenas diferenças em
relação ao DNA. Nos nucleotídeos do RNA, podemos encontrar: um açúcar, a ribose, um
fosfato e uma das quatro bases nitrogenadas: adenina, uracila, citosina e guanina.
Figura 2: Dogma central da biologia molecular.
Conclusão, no DNA, temos os genes, e todo ser vivo possui DNA. A expressão de um gene é
muito similar entre os diferentes seres vivos. Com base nesses achados, cientistas se
questionaram: “E se eu pegar o gene (DNA) de uma espécie e colocá-lo em outra espécie?
Será que essa célula que está recebendo este gene vai produzir a informação contida nele?”.
Com isso, temos o surgimento dos transgênicos (trans = diferente e gênico = gene).
Os cientistas não só conseguiram como fazem os transgênicos, que são espécies que
receberam um gene (DNA) de outra espécie e, devido à similaridade do processamento dessa
molécula entre os seres vivos, é possível produzir aquela característica nova no ser vivo que a
recebeu.
Um OGM é um organismo que sofreu qualquer alteração no seu material genético (DNA),
enquanto transgênicos são os organismos que receberam um gene de outra espécie. Todo
transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico.
Uma planta transgênica pode ser criada por meio da transferência de um gene de interesse
(também chamado de gene doador) para a planta, fazendo com que ela adquira aquela nova
característica, pela técnica do DNA recombinante, que faz parte da engenharia genética. Para
transferir um gene de uma espécie para outra, primeiro é necessário obter o gene de interesse,
inseri-lo em um vetor de DNA e ligar os dois, o que gera o DNA recombinante. Então, este é
inserido na célula hospedeira, que passará a produzir essa característica (Figura 3).
DNA DOADOR
Gene de interesse para clonagem / gene a ser inserido em outra espécie ou célula.
ENDONUCLEASE DE RESTRIÇÃO
Enzima que corta o DNA, tanto o DNA doador quanto o DNA vetor, em locais específicos, de
modo que o DNA doador é inserido no vetor.
VETOR
DNA utilizado para inserir o gene de interesse na célula hospedeira, funcionando como veículo
para transformação.
DNA LIGASE
Enzima utilizada para ligar as extremidades livres e adaptáveis do DNA do vetor e do DNA
doador e, assim, formar o vetor recombinante.
CÉLULA HOSPEDEIRA
Célula na qual será inserido o vetor com o gene-alvo ( pode ser qualquer tipo de célula; nesse
caso, uma célula vegetal).
A técnica envolve a obtenção do DNA de interesse, o gene com a característica que se quer
adicionar ao tecido vegetal. Trata-se do corte do gene com enzimas de restrição, que corta o
DNA, deixando extremidades livres de fita simples, chamadas de extremidades coesivas.
Depois disso, é necessário escolher o vetor, sendo os mais empregados os plasmídeos.
Entretanto, dependendo do seu objeto, pode-se utilizar vetores de vírus, cosmídeos e os
cromossomos artificiais. De qualquer modo, todo vetor deve ter essas três características em
comum: sítio para corte pela enzima de restrição, origem de replicação e um gene marcador
que vai permitir a seleção de quem recebeu ou não o DNA recombinante.
Selecionado o vetor, ele também é tratado com a mesma enzima de restrição que o gene
doador. Em seguida, ambos são colocados juntos (em um microtubo), contendo a enzima DNA
ligase. Nesse momento, devido ao corte coesivo realizado pela enzima de restrição, tanto no
DNA doador quanto no vetor, as extremidades do corte se ligam pela complementariedade do
DNA (A-T e C-G), e a DNA ligase termina de ligar o DNA do vetor com DNA de alvo, gerando
uma molécula de DNA recombinante. E é assim que chamaremos essa molécula agora.
Nesse momento, ainda temos um problema: colocar o DNA recombinante dentro da célula
vegetal.
PLASMÍDEOS
VÍRUS
COSMÍDEOS
Vetores de DNA circular que carregam características dos plasmídeos e dos vírus.
O DNA recombinante pode ser inserido dentro da célula vegetal através de várias técnicas. São
elas:
MICROINJEÇÃO
É uma técnica adaptada da transformação animal para a transformação vegetal. Consiste na
utilização de microinjeção do DNA recombinante direto no núcleo da célula. É uma técnica
trabalhosa e que requer diversos equipamentos para realização, porém garante maior precisão
da transformação.
ELETROPORAÇÃO
Envolve a utilização de choques elétricos com voltagem e duração controlados, que induzem a
formação de poros na célula por onde o DNA recombinante entra. No entanto, a eletroporação
é utilizada para células desprovidas de paredes celular por meio de digestão enzimática, os
chamados protoplastos.
AGROBACTERIUM TUMEGACIENS
É um sistema natural de transfecção. Esta bactéria é descrita por infectar alguns vegetais e
inserir um plasmídeo no material genético da célula. No processo de infecção no ambiente, o
plasmídeo carrega genes que geram o tumor vegetal, também chamado de galha-da-coroa. No
laboratório, esse plasmídeo, chamado de plasmídeo T, é modificado, retirando-se os genes que
causam o tumor e adicionando-se o gene doador. Assim, quando a bactéria infecta a célula
vegetal, o plasmídeo T é transferido, e o gene de interesse é inserido no genoma do vegetal
(Figura 4).
BIOBALÍSTICA
Método de transferência de genes para uma célula de forma direta. O DNA recombinante é
associado a micropartículas de tungstênio ou ouro e bombardeado contra a célula vegetal-alvo.
Todo o processo acontece em um acelerador de partículas, onde adquirem velocidade
suficiente para atravessar a parede celular vegetal e o núcleo, inserindo o DNA recombinante
dentro da célula vegetal.
Transformação por biobalística.
Após a seleção, a célula vegetal é cultivada em meios de cultura in vitro a fim de estimular a
formação da planta. Estudos para determinação da produção do gene de interesse são
realizados. Antes de uma planta transgênica ser liberada para uso, existe uma regulamentação
que garante a biossegurança e a bioética na sua utilização e liberação. Após todos os estudos
de comprovação de sua eficácia, seu uso e seus impactos, a planta pode ser produzida em
campo em larga escala.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o DNA recombinante e os tipos de transgênicos
no Brasil.
Dentro desta lista, podemos citar: milho, arroz, feijão, tomate, abóbora, algodão, batata, alfafa,
maçã, cana-de-açúcar. A cada ano, a lista de produtos transgênicos aumenta, e diversos
estudos são conduzidos nessa área. Além, é claro, dos subprodutos, com destaque para o óleo
de cozinha, derivados de soja, milho ou algodão.
Para conhecer alguns exemplos de produtos vegetais transgênicos, não deixe de visitar o
Explore +!
No Brasil, está regulamentado o uso da letra “T” em maiúsculo e negrito nas plantas e
alimentos que contenham algum derivado de produto(s) transgênico(s). Muita discussão ainda
ocorre acerca dos seus benefícios e malefícios. Diante disso, cada consumidor tem o direito de
saber e de escolher se consome ou não um produto transgênico.
Parte de microrganismos que vão ser reconhecidos pelo nosso sistema imunológico para gerar
uma resposta imune.
ANTICORPOS
Nos dias atuais, pesquisadores estão fazendo com que arroz e trigo expressem anticorpos
anticâncer que podem ser utilizados como terapia e no diagnóstico de câncer de mama,
pulmão e cólon. Apesar de muitos destes produtos estarem em fase de desenvolvimento, existe
uma enorme expectativa quanto à sua utilização e eficácia. Em outras palavras, estamos
criando biofábricas com as células vegetais para produção de diversos antígenos para
vacinas, anticorpos e enzimas.
BIOFÁBRICAS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
O material genético na forma de cromossomos está organizado aos pares, o que significa que
cada animal possui dois genes, um vindo do macho e outro da fêmea, e, portanto, chamados
de diploides. De acordo com a lei de Mendel, uma característica irá se sobressair sobre a
outra, chamada de gene dominante (o gene que é expresso) e gene recessivo (o gene que não
é expresso). Com isso, surge o conceito de alelo gênico, onde o mesmo gene para a mesma
característica é herdado do macho e outro da fêmea, mas não são idênticos, são formas
alternativas daquele gene, onde as características de um dos alelos ou ambos podem ser
expressas no animal.
DIPLOIDES
Células que possuem dois conjuntos de cromossomos (DNA), um vindo do macho e outro da
fêmea.
LEI DE MENDEL
Considerado o pai da genética, postulou a primeira lei de Mendel com seus estudos com
ervilhas, que diz que cada característica é dada por um par de genes (que ele chamou de
fatores na época) que se separam nos gametas (óvulos e espermatozoides) e voltam a juntar-
se na fecundação. Ou seja, cada animal possui dois genes para cada característica, um vindo
do macho e outro da fêmea.
A criação de animais para produção pelo ganho de características nutritivas, como a diminuição
da quantidade de gordura e ganho de massa muscular ou ainda pela resistência a
determinadas infecções.
A criação do DNA recombinante envolve a seleção do gene de interesse, seu tratamento com
enzimas de restrição, a escolha do vetor, onde será inserido o gene de interesse para ser
transportado para célula hospedeira. O vetor também é tratado com a mesma enzima de
restrição, que tem a função de cortar o DNA de ambos e gerar extremidades possíveis de
ligação. A ligação entre o gene de interesse e o vetor vai ser realizada pela DNA ligase,
gerando, então, o DNA recombinante.
O DNA recombinante precisa ser inserido e estar presente em todas as células do animal, e
isso só é possível pela sua inserção do vetor ainda no embrião ou nas células germinativas, os
espermatozoides ou óvulos. Assim, além do preparo do DNA recombinante, é preciso remover
as células-alvo (nesse caso, as células germinativas), inserir o DNA recombinante e, depois,
colocá-lo em um animal que sirva de barriga de aluguel para desenvolvimento do feto.
Existem diferentes técnicas para isso. Vamos conhecer agora as mais empregadas:
Acontece no pronúcleo do animal a ser gerado, ou seja, o gene de interesse vai ser injetado
por uma microagulha antes da fusão do núcleo do espermatozoide e do óvulo. Dá para
imaginar quão difícil deve ser conseguir inserir um gene e fazer com que ele seja adicionado ao
genoma da célula germinativa e, depois, realizar a fusão dos núcleos do espermatozoide e do
óvulo. Por isso, o rendimento da técnica é baixo: cerca de 0 a 3% dos embriões se
desenvolvem e geram descendentes com o gene inserido, ou seja, o animal transgênico.
Apesar disso, a técnica permite que todas as células do animal possuam o gene inserido. A
transgenia é confirmada após o nascimento do animal com técnicas moleculares para
identificar a presença do gene de interesse (Figura 5).
Envolve preparo e alteração do vírus para conter a sequência do gene de interesse. Um vírus
infecta naturalmente uma célula e um retrovírus é um vírus formado por RNA e que possui uma
enzima, transcriptase reversa, capaz de transformar RNA em DNA e, assim, ser inserido no
genoma da célula. A infecção pode ocorrer durante a fecundação. As limitações incluem a
inserção do DNA produzido em lugar aleatório do genoma, podendo gerar alterações que não
permitem o desenvolvimento do animal, o controle da quantidade de retrovírus para infectar a
célula, o tamanho do gene a ser inserido. O embrião modificado é inserido na barriga de
aluguel, e o animal transgênico é confirmado após o nascimento por técnicas moleculares
(Figura 6).
É possível, pois, após a fecundação, nas fases iniciais de desenvolvimento do animal, temos as
células-tronco totipotentes, aquelas células capazes de formar todos os tecidos do animal,
incluindo as células da placenta, fase chamada de blastocisto. Essas células são removidas e
recebem o DNA recombinante e colocadas de volta na fêmea em que o embrião está sendo
gerado. O embrião será composto por células transgênicas e células não transgênicas. Após o
nascimento, os animais são cruzados entre si, até que seja obtida uma linhagem totalmente
transgênica, detectada por técnicas moleculares (Figura 7).
Figura 8: Transferência nuclear.
A TRANSFERÊNCIA NUCLEAR
Trata-se de uma clonagem aplicada na criação de animais transgênicos e tem sido uma opção
interessante. Neste caso, o material genético do animal de interesse recebe o DNA
recombinante e, após a modificação e inserção do DNA recombinante, o núcleo (onde fica o
DNA das células eucarionte) é removido e inserido em um óvulo anucleado.
Depois de um estímulo, o óvulo com o núcleo é ativado e colocado em uma barriga de aluguel.
Assim, o animal será um clone do animal que doou o núcleo célula, porém com DNA
recombinante inserido. Lembrando que a clonagem em si não é um processo de transgenia,
mas, sim, uma forma de criar cópias idênticas de um ser vivo. Se, durante o processo de
clonagem, o DNA for alterado pela adição de um gene de outra espécie (transgenia) e depois
inserido em um óvulo e estimulado a se reproduzir, teremos um clone transgênico. Esta técnica
tem se mostrado útil na criação de animais transgênicos, pois a inserção do DNA recombinante
acontece antes da fecundação (Figura 8).
PRONÚCLEO
TRANSPOSONS
PRODUÇÃO DE BIOFÁRMACOS
Para conhecer mais sobre como essas proteínas são produzidas, não deixe de visitar o
Explore+!
A criação de animais transgênicos para produção, que sejam resistentes a doenças, é uma
área que requer mais estudos para entender como ocorre o processo e o desenvolvimento das
doenças nestes animais. Entretanto, já é possível criar porcos e vacas resistentes à gripe
suína, febre aftosa e encefalopatia espongiforme (conhecida como mal da vaca louca).
Outro ponto interessante seria criar vacas com baixo teor de lactose. A intolerância à lactose é
um problema em alguns indivíduos e que acomete, principalmente, a população da Ásia. A
ideia de produzir leite com menos lactose veio pela criação de animais transgênicos, que têm
adição do gene que codifica a enzima lactase, responsável pela quebra da lactose, podendo
gerar assim um leite com menos lactose.
Além disso, estudos tentam aumentar a taxa de crescimento de porcos, por meio do
melhoramento do leite de porcas. Durante a criação de porcos, um dos maiores problemas que
afetam o seu desenvolvimento é seu aleitamento curto. Pesquisadores, então, criaram porcas
transgênicas, inserindo o gene da lactalbumina bovina e aumentando as proteínas que
compõem o leite. O aumento na quantidade de proteínas do leite levou a um crescimento mais
acelerado de leitões, diminuindo o tempo de criação.
Também é possível criar ovelhas com maior produção de lã, porcos e vacas com carne menos
gordurosa, mais musculosos, resistentes a doenças, com menos produção de poluentes etc.
Dentre todos os casos, o mais interessante é o do salmão transgênico disponível para
consumo no Canadá e nos EUA que está em teste em diversos outros países, incluindo o
Brasil. O salmão transgênico é o primeiro animal liberado para consumo e levou cerca de 25
anos para ser testado quanto à sua segurança e aos processos regulatórios e, agora, passa
pela aprovação da população.
Salmão transgênico
O salmão leva cerca de 30 a 34 meses para crescer e ser utilizado para consumo. Já o salmão
transgênico leva de 16 a 20 meses. Essa vantagem iria aumentar a produção de salmão e
atender à alta demanda desse peixe atualmente. O salmão transgênico é chamado de salmão
AquAdvantage, onde foi usado o gene do crescimento do salmão-rei, obtido no oceano
pacífico, no salmão do atlântico pela tecnologia do DNA recombinante, o que permitiu que
estes animais se alimentassem o tempo todo e sem parar durante o período de crescimento.
Sua criação é feita em tanques artificiais e são usadas apenas fêmeas estéreis. Existe muita
discussão bioética e de biossegurança quanto ao seu uso em todo o mundo.
Transplante de órgãos permitem, a partir de cirurgia, a troca de um órgão doente (fígado, rim,
baço, coração etc.) por um órgão saudável. Todo ano, mais de 30% dos indivíduos que estão
na fila de espera para um transplante de órgãos morrem. A biotecnologia tenta suprir essa
necessidade, abrir novos horizontes para que mais vidas sejam salvas e zerar filas de
transplantes. Com isso, a possibilidade de transplantes de órgãos de animais para humanos
abriu mais uma área de estudo, os chamados xenotransplantes.
No xenotrasplante, podem ser utilizados tecidos, órgãos ou partes de um animal para o ser
transplantado no humano. O animal mais utilizado tem sido o porco e, com modificações
genéticas, tem sido promissor para o transplante. Os porcos são utilizados como modelos por
terem seus órgãos similares aos humanos, mas a rejeição do órgão de um animal pelo corpo
humano ainda é um problema. Para resolver essa ponte, as técnicas de biotecnologia são
utilizadas para alterar o material genético destes animais e facilitar a aceitação do órgão pelo
nosso corpo.
CRISPR-CAS9
Técnica da engenharia genética que permite a edição de genomas. É composta por uma
enzima de restrição, a CAS9, e um RNA guia associado a enzima. A função do RNA guia é
direcionar qual parte do genoma a enzima deve cortar. Esta técnica deu o prêmio Nobel de
2020 para duas pesquisadoras: Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna.
ANIMAIS TRANSGÊNICOS COMO MODELOS DE
DOENÇAS
O ser humano possui mais de 20 mil genes em cada uma de suas células, e muitas doenças
estão associadas a alterações nesses genes. Para encontrar uma cura, é preciso entender
como a doença funciona, e os animais transgênicos são desenvolvidos com esses genes para
se entender seu real papel nas doenças humanas, os chamados animais-modelo de doenças
humanas. Isso é possível devido à similaridade genética, anatômica e fisiológica destes
animais com o ser humano e o fato de o material genético dos seres vivos ter a mesma
composição, o DNA.
Os animais mais utilizados como modelo de estudo de doenças em laboratório são os ratos,
camundongos, cães, coelhos e porcos. Eles são criados através da inserção do DNA
recombinante por duas formas: a inserção de um gene humano suspeito de causar a doença
ou o silenciamento de um gene já presente no animal pela inserção de um gene repressor no
seu genoma, lembrando que a criação de animais transgênicos envolve a inserção do gene no
embrião ou nas células germinativas.
VÍRUS ONCOGÊNICOS
Vírus que, ao interagir com o material genético humano, são capazes de gerar câncer.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Para entendermos a Biotecnologia Ambiental, vamos precisar dar uma olhada nas leis e formas
que regem o nosso planeta. Uma das mais importantes diz respeito à lei da conservação de
massas, que diz que nada no nosso planeta se cria, tudo se transforma. Podemos dizer que
todos os recursos naturais utilizados são transformados em outros produtos.
População.
Recursos naturais.
Poluição.
A população mundial, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, é de
cerca de 7,79 bilhões de pessoas. Só no Brasil, temos cerca de 211,8 milhões de pessoas, e a
perspectiva é que isso aumente ainda mais com o passar dos anos (ALVES, 2019). Os
recursos naturais são os elementos do ambiente e da natureza que são utilizados pela
população. Quando se fala em recursos naturais, podemos pensar em tecnologia, economia e
meio ambiente.
RENOVÁVEIS
NÃO RENOVÁVEIS
Aqueles que, após sua utilização, ficam disponíveis novamente para uso: água, ar e biomassa.
Aqueles que, após sua utilização, não estão mais disponíveis para uso: combustível fóssil,
minerais, urânio, cálcio, fósforo, entre outros.
A poluição surge pela utilização dos recursos naturais pela população, gerando substâncias ou
energia prejudiciais ao meio ambiente. A poluição pode afetar a atmosfera (gases como o ar),
litosfera (solo e rochas) e a hidrosfera (água) de forma negativa. Existem diversos parâmetros
para avaliar seu impacto no meio ambiente. Podemos citar como poluentes o esgoto doméstico
e industrial, efluentes gasosos, vazamento de óleo e petróleo, aterros sanitários, agrotóxicos,
plásticos, chorume, entre outras formas de contaminação e poluição. Seus efeitos podem ser a
nível local, regional ou global. Hoje, esforços para diminuir e/ou reverter os efeitos da poluição
têm sido abordados em todos os países.
O ambiente aquático se torna um dos mais afetados, uma vez que, além de compor os
ecossistemas, pode ser utilizado por diversos animais, plantas e seres humanos, seja para
recreação, seja para alimentação. Engana-se quem pensa que a poluição não chega até os
seres humanos, pois existem várias formas de carregar a poluição e seus contaminantes.
A água faz parte dos recursos naturais renováveis devido ao ciclo da água ou ciclo hidrológico,
que diz respeito ao movimento que a água faz entre a atmosfera e a superfície terrestre,
passando por processos de evaporação, condensação, precipitação, infiltração e transpiração.
A água é indispensável para manutenção da vida e pode ser encontrada em rios, lagos, mares,
oceanos, no lençol freático ou em geleiras (Figura 9).
Vale ressaltar que nem toda a água da superfície da terra pode ser consumida por animais e
seres humanos, o que limita ainda mais este recurso. A poluição da água pode acontecer por
elementos químicos, físicos ou biológicos que são liberados como consequência,
principalmente, de esgoto doméstico ou industrial, efluentes industriais e atividades agrícolas,
metais pesados (cobre, chumbo, zinco, cadmio, entre outros), hidrocarbonetos e pesticidas.
Nesse momento, não podemos considerar contaminação e poluição a mesma coisa, pois a
contaminação ocorre quando existe um risco à saúde do homem e na poluição ocorre um
desequilíbrio ecológico. Ou seja, contaminação nem sempre está associada à poluição, e vice-
versa. Um ambiente pode estar poluído e não ser um risco para a saúde do homem, assim
como um ambiente pode estar contaminado e ser um risco para a saúde do homem, embora
não esteja poluído, pois não leva a um desequilíbrio ecológico.
BIOINDICADORES
São um grupo de espécies ou gêneros que crescem em determinada condição biológica,
podendo estar em abundância ou não, dependendo da espécie, mas que reflete as oscilações
ambientais e o impacto antropológico (feito pelo homem a partir da poluição).
BIOMARCADORES
São as variações a nível molecular, celular, fisiológico ou até comportamental que acontecem
com as espécies que estão naquele ambiente e que indicam uma alteração prejudicial do
ambiente. Exemplos: bioacumulação, biotransformação, estresse oxidativo, diversas proteínas,
parâmetros hematológicos, imunológicos, reprodutivos etc.
Para ser considerado um bioindicador, a espécie deve ser sensível às variações do ambiente,
e, assim, conseguir indicar um desequilíbrio ambiental causado pela poluição. Com isso, os
bioindicadores mais utilizados são os macroinvertebrados bentônicos, que são um grupo de
invertebrados visíveis a olho nu, como as espécies e os gêneros dos filos Mollusca, Arthropoda,
Annelida e Platyhelminthes, entre outros. Estes vivem no fundo do ambiente aquático se
alimentando de substâncias depositadas. Sua diminuição no ambiente indica poluição (Figura
10).
TRATAMENTO PRELIMINAR
Remoção de resíduos sólidos grosseiros que acabaram por parar no esgoto por descarte
incorreto. O uso de filtros e calhas ajuda neste processo.
TRATAMENTO PRIMÁRIO
Resíduos sólidos e sedimentos, como areia, pedras e outros elementos são removidos pela
caixa de areia e ficam no fundo do tanque. A parte liquida segue para a próxima etapa.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
Parte biológica, onde se usa microrganismos em tanques de aeração, para consumir a matéria
orgânica presente na água. Os microrganismos consomem a matéria orgânica para o seu
crescimento gerando flocos biológicos, o lodo. Nessa etapa, podem ser utilizados
microrganismos aeróbicos (utilizam o oxigênio para o seu metabolismo) ou microrganismos
anaeróbicos (não utilizam oxigênio para o seu crescimento). Depois disso, o líquido sofre um
processo de decantação, onde o lodo formado vai para o fundo do tanque.
TRATAMENTO TERCIÁRIO
Acontece a remoção dos microrganismos, principalmente os que apresentam algum risco para
o homem. Poluentes específicos também são removidos, como amônia e fósforo.
A biotecnologia entra na utilização dos biodigestores, que são equipamentos fechados que
permitem que bactérias anaeróbicas cresçam. Nesse equipamento, é colocada toda a água
residual contendo matéria orgânica, que será decomposta em um processo chamado de
biodigestão. Nesse processo, as bactérias anaeróbicas alimentam-se de toda matéria orgânica
presente na água, gerando o biogás, composto, principalmente, por metano, e biofertilizantes,
compostos pela parte sólida da decomposição. O biogás pode ser utilizado como gás de
cozinha, gerar energia e até abastecer um veículo. A parte sólida da biodigestão pode ser
utilizada como biofertilizantes para plantas.
CURIOSIDADE
BIORREMEDIAÇÃO
Uma das grandes aplicações da Biotecnologia Ambiental é a biorremediação, tecnologia que
visa reduzir ou remover poluentes do meio ambiente pela utilização de organismos vivos. Em
outras palavras, quando um ambiente está poluído, alguns organismos, como plantas,
microrganismos, fungos, algas ou algumas enzimas produzidas por organismos, são utilizados
para digerir, alimentar-se do poluente e, assim, eliminá-lo daquele ecossistema, gerando
produtos do metabolismo que são menos tóxicos, como, por exemplo, água, biomassa, gases,
sais minerais, entre outros. Os biodigestores que permitem que a biodigestão aconteça são
exemplos de biorremediação.
A biorremediação pode ser aplicada para tratamento de águas poluídas por agrotóxicos,
chorume, efluentes industriais, esgoto doméstico, óleo, petróleo e plástico. As aplicações são
finitas, e vários estudos estão sendo desenvolvidos com esses organismos.
Existem duas formas de aplicar a biorremediação:
BIORREMEDIAÇÃO IN SITU
BIORREMEDIAÇÃO EX SITU
Aquela em que o organismo ou microrganismo é utilizado para digerir o poluente no local da
poluição. Entretanto, uma preocupação desse método é liberar o organismo no ambiente e este
crescer sem controle, afetando o ecossistema daquele local.
Quando ocorre a remoção do poluente do ambiente para outro local a fim de tratá-lo com os
organismos ou microrganismos digestores. Um dos principais problemas nesse tipo de
procedimento é a retirada de grande quantidade de poluente, como em um vazamento de
petróleo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
Reconhecer as aplicações da biotecnologia industrial, seus bioprodutos, as formas
de bioenergia e os biocombustíveis
CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS DA
BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL
A Biotecnologia Industrial visa a substituição de processos industriais por processos mais
limpos e menos poluentes pelo uso de organismos ou de partes destes. O melhoramento
industrial pode ser aplicado a diversas indústrias, como a de alimentos, farmacêutica,
cosmética, química, entre outras. A diminuição da poluição, conservação dos recursos naturais
e redução dos custos pelo uso de tecnologias, como os biorreatores, bioenergia,
biocombustíveis, produção de polímeros biodegradáveis e enzimas, são algumas de suas
atribuições.
Vinho
Cerveja
Pão
Queijo
Iogurte
Vinagre
Leite fermentado
IMPORTANTE
Na Idade Média, já era possível observar o uso de microrganismos, bactérias e fungos, para
produção de alimentos (pão, cerveja e vinho). Ao longo dos anos, esses processos foram
otimizados, e podemos usar os chamados biorreatores para produção deles. A engenharia
genética contribuiu bastante para o aprimoramento destas metodologias.
Processo fermentativo do pão (1º Pote: Tempo: 0 minutos / 2º Pote: Tempo: 30 minutos / 3º
Pote: Tempo: 60 minutos).
PROBIÓTICOS
Alimentos que contêm microrganismos vivos que são benéficos à saúde humana.
O biorreator possui uma entrada para matéria-prima a ser consumida, um sistema de agitação
e um sistema de efluxo onde a solução vai sair e ser processada para a obtenção do produto.
Durante o processo, a solução em constante agitação e o controle da temperatura, pH,
pressão, entre outros fatores, permitem as condições ideias de crescimento destes
microrganismos. Neles, acontecem os bioprocessos, reações bioquímicas feitas por
microrganismos ou enzimas que alteram a matéria-prima.
Ele atua em quatro grandes campos:
Medicamentos.
Alimentos.
Bebidas.
Compostos industriais.
APLICAÇÕES DA BIOTECNOLOGIA
INDUSTRIAL
A utilização do biorreator vai além da produção desses alimentos mencionados anteriormente;
eles podem ser empregados para a produção de insulina humana em bactérias que receberam
o gene da insulina pela tecnologia do DNA recombinante, produção de vacinas, de
antimicrobianos em larga escala e outros insumos. Por exemplo, a bactéria Clostridium
acetobulylicum, utilizada para obtenção de acetona e butanol pelas indústrias, o fungo
Aspergillus niger, empregado na produção de ácido cítrico, e a bactéria Pseudomonas
denitrificans, para produção de vitamina B12.
É importante destacar que uma das grandes aplicações para as indústrias é a obtenção de
enzimas que possam ser utilizadas como produtos. Essa aplicação ganhou destaque na
década de 1970, quando o uso de fosfato em produtos para lavagens de roupa estava poluindo
o ambiente. Para solucionar esse problema, as indústrias desenvolveram processos para
produzir em larga escala enzimas que substituíssem o uso do fosfato, pois produtos de base
biológica são menos poluentes para o ambiente.
Algumas enzimas são produzidas em grande quantidade nos biorreatores pelo crescimento do
microrganismos, capazes de sintetizá-las. Ao final do processo, essa enzima é extraída para
que seja aplicada em algum produto. Além disso, é possível adicionar o gene para uma enzima
de interesse no microrganismo e fazer com que este passe a produzir a enzima. Apesar de
conseguimos tirar enzimas de qualquer tipo de fonte celular, como vegetais ou animais, os
microrganismos são os mais utilizados devido ao seu rápido crescimento, à produção em larga
escala nos biorreatores e às fontes de energia mais baratas.
Essas enzimas são utilizadas na indústria de alimentos para a produção de queijo e suco; têxtil,
para a produção de roupas; na indústria de papel e na indústria farmacêutica, com diferentes
aplicabilidades, até mesmo para a formulação dos cosméticos aplicados na estética.
Para conhecer mais sobre as enzimas utilizadas, não deixe de visitar o Explore+! Vale a pena a
visita!
PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL
Biogás.
Etanol.
Biodiesel.
HIDRÓLISE
FERMENTAÇÃO
METANOGÊNESE
Ocorre a solubilização do material a ser utilizado no processo. Nesta primeira etapa, os
constituintes orgânicos são quebrados em compostos mais simples e solúveis.
Nesta etapa, são utilizados microrganismos chamados de metanógenos, que vão utilizar os
produtos (acetato, hidrogênio e CO2) obtidos na etapa de fermentação para produzir o metano,
o biogás que pode ser empregado como fonte de energia (Figura 12).
Figura 12: Produção de Biogás a partir de resíduos animais.
O uso de biogás gera menos poluentes para o ambiente, reduz o desmatamento, a economia
com os trabalhadores e ajuda na eliminação de dejetos de animais e humanos.
A produção de etanol, também conhecido como álcool, faz parte dos biocombustíveis por
utilizar fontes renováveis para sua geração e poluir menos o ambiente. O etanol é um líquido,
transparente, volátil e combustível, cuja fórmula química é CH 3CH2OH. Dependendo do teor
de água no etanol, podemos ter o etanol anidro, teor de 0,5%, e o etanol hidratado, teor de 5%.
Além de ser utilizado para produção de bebidas, produtos farmacêuticos, perfumaria e como
antisséptico para eliminação de microrganismos, também pode ser empregado como
combustível ou aditivo, onde cerca de 25% da gasolina é composta por álcool anidro.
Cana-de-açúcar.
Milho.
Aveia.
Arroz.
Cevada.
Trigo.
Outras fontes têm sido pesquisadas. O Brasil é o maior produtor de etanol usando cana-de-
açúcar, que até o momento tem se mostrado a fonte de melhor rendimento. Por ser derivado de
vegetais, é uma fonte renovável e menos poluente que o petróleo; seu processo de produção
envolve a fermentação alcoólica.
Produção de etanol por meio da fermentação da cana-de-açúcar, milho e celulose.
O substituinte do diesel tem sido o biodiesel, cuja produção é derivada de óleos vegetais e
gordura animal, com baixos índices de poluição. Os vegetais oleaginosos, aqueles ricos em
óleos e gorduras, como girassol, amendoim, mamona, soja, milho, palma, algodão, entre
outros, são a matéria-prima vegetal para produção de biodiesel, além de carcaças de animais.
Óleos gordurosos de frituras também podem ser utilizados.
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A primeira etapa da sua produção envolve a obtenção do óleo puro e a eliminação do máximo
de água desse material.
O óleo e a gordura obtidos são ricos em ácidos graxos, em sua maioria formando os
triglicerídeos (uma glicerina mais três ácidos graxos).
Ocorre uma reação de transesterificação, com a separação da glicerina dos ácidos graxos.
A glicerina é removida e pode ser utilizada pela indústria de cosméticos, por exemplo.
Os ácidos graxos separados são colocados em contato com um álcool de cadeia curta, como
etanol ou metanol, o que leva a uma reação de esterificação, ou seja, o ácido carboxílico,
presente no ácido graxo, reage com o álcool, produzindo éster e água, originando, assim, o
biodiesel.
Todo esse processo acontece na usina usando reatores. O biodiesel é misturado com diesel
comum e segue para consumo – cerca de 12% do diesel é composto pelo biodiesel.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A biotecnologia tem aberto novas oportunidades e formas de se fazer e ser. É notório que o
avanço científico tem impulsionado cada vez mais o uso de tecnológicas com bases biológicas.
Ao longo deste tema, vimos que o uso de transgênicos vegetais e animais podem ser
produzidos para atender à necessidade das empresas e da população. Promessas como os
xenotransplantes e plantas que sejam capazes de imunizar um indivíduo estão em
desenvolvimento neste exato momento. O uso de enzimas obtidas de plantas ou
microrganismos tem acelerado processos industriais e diminuído o impacto ambiental. A
Biotecnologia Ambiental e Industrial tem proposto novas formas de produção mais eficientes e
menos poluentes. A biotecnologia é uma área em constante avanço, e, a cada ano, um novo
produto biotecnológico é lançado e diversos outros estudados. Bem-vindos ao futuro!
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALVES, J. E. D. A revisão 2019 das projeções populacionais da ONU para o século XXI.
Consultado em meio eletrônico em: 4 dez. 2020.
EXPLORE+
Para saber mais sobre as leis de biossegurança acerca dos transgênicos, você pode
acessar o site da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).
Para conhecer um pouco mais sobre a produção do milho, assista Prática agropecuária -
Produção do Milho BT.
Por fim, para conhecer alguns exemplos de produtos vegetais transgênicos, leia
Exemplos de produtos comercializados transgênicos.
CONTEUDISTA
IVSON CASSIANO DE OLIVEIRA SANTOS
CURRÍCULO LATTES