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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ENGENHARIA DE AQUICULTURA

CALIEL VITOR MADEIRA


MARCELLI REZENDE QUEIROZ
NÉLVIA PRADINÉ
PEDRO LINDENBERG

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESENVOLVIMENTO DE CULTIVOS


EXPERIMENTAIS DA MICROALGAS Tetraselmis sp.

FLORIANÓPOLIS
2019
CALIEL VITOR MADEIRA
MARCELLI REZENDE QUEIROZ
2

NÉLVIA PRADINÉ
PEDRO LINDENBERG

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESENVOLVIMENTO DE CULTIVOS


EXPERIMENTAIS DA MICROALGAS Tetraselmis sp.

Trabalho apresentado para disciplina de


cultivo de microalgas do curso de
Engenharia de Aquicultura da
Universidade Federal de Santa Catarina.

Professor: Dr. Roberto Bianchini Derner

FLORIANÓPOLIS
2019
LISTA DE FIGURAS
3

Figura 1 - Microscopia óptica de Tetraselmis


sp………………………………………….6
Figura 2 - Culturas de Tetraselmis
sp……………………………………………………...7
Figura 3 - Tabela do Meio LCA-AM: empregado nas culturas de microalgas
marinhas………………………………………………………………………………………8
Figura 4 - Culturas de microalgas submetidas a iluminação de LED azul e
vermelha………………………………………………………………………………………9
Figura 5 - Microscópio óptico utilizado para contagem de células de microalgas na
câmara de Neubauer……………………………………………………………………….10
Figura 6 - Divisão da Câmara de Neubauer……………………………………………..11
Figura 7 - Tetraselmis vista pelo microscópio na câmara de
Neubauer……………...12
Figura 8 - Turbidímetro…………………………………………………………………….13
Figura 9 - Medição de pH………………………………………………………………….14
Figura 10 - Tabela de dados de densidade celular coletados da cultura de
Tetraselmis
sp……………………………………………………………………………….15
Figura 11 - Gráfico das coletas da densidade celular das culturas em LED azul e
vermelho……………………………………………………………………………………..15
Figura 12 - Gráfico das coletas da turbidez das culturas em LED azul e vermelho...16
Figura 13 - Tabela de dados dos valores coletados do pH das culturas em LED azul
e vermelho…………………………………………………………………………………..17
Figura 14 - Gráfico das coletas do pH das culturas em LED azul e vermelho……....17
4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5
2. MATERIAIS E MÉTODOS 7
2.1 MEIO DE CULTURA 7
2.2 ILUMINAÇÃO 9
2.3 CONTAGEM 9
2.4 TURBIDEZ E PH 12
3. RESULTADOS 14
4. CONCLUSÃO 18
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
5

1. INTRODUÇÃO

As microalgas compõem o fitoplâncton e realizam diversos papéis ecológicos


em seus respectivos ambientes e cada grupo e espécie de microalga tem
peculiaridades distintas em seus processos biológicos fundamentais (LOURENÇO,
2006). De acordo com Lourenço (2006), iniciaram-se as aplicações biotecnológicas e
o aproveitamento comercial de microalgas entre as décadas de 1940 e 1950.
A utilização de produtos oriundos de microalgas que são encontradas em
ambientes naturais não são em quantidade suficiente para que possa ser
aproveitada, então é necessário o domínio das técnicas de cultivo para que possa
tornar a exploração de microalgas uma atividade relevante (LOURENÇO, 2006).
O cultivo de microalgas é uma das atividades mais importantes na aquicultura
mundial e que sustenta outras atividades da área, tendo em vista que grande parte
da sua biomassa cultivada é utilizada para o desenvolvimento de pelo menos uma
parte da vida dos animais cultiváveis na aquicultura (LOURENÇO, 2006).
Porém, cultivos intensivos podem ter outros produtos finais. É muito comum o
cultivo de microalgas para a extração de pigmentos fotossintetizantes, que tem
grande valor comercial. Carotenóides e ficobilinas são pigmentos comuns de serem
explorados no mercado global (LOURENÇO, 2006).
Além das aplicações diretas relacionadas ao cultivo de microalgas, a
presença delas no ambiente é necessária mesmo quando a atividade sendo
realizada não é sobre elas. A presença desses organismos é fundamental para a
produção de oxigênio dissolvido no ambiente aquático.
Neste relatório de aula prática será apresentado o cultivo de Tetraselmis sp.
realizado na aula prática de Cultivo de Microalgas. As microalgas desse gênero são
unicelulares, de formato oval e possuem quatro flagelos divididos igualmente em
dois pares (Figura 1). São células eurialinas, ou seja, podem suportar grandes
variações de salinidade na água. A utilização de Tetraselmis na aquicultura é
principalmente para a alimentação para outras espécies, mas também tem potencial
como fonte de lipídios (BOROWITZKA, 2018).

Figura 1 - Microscopia óptica de Tetraselmis sp.


6

Fonte: Website ScienceDirect1

2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 MEIO DE CULTURA

1 Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/topics/agricultural-and-biological-


sciences/tetraselmis>. Acessado em: 10 dez. 2019
7

A água empregada nos cultivos foi previamente tratada num sistema


contendo filtros de discos e de cartuchos com porosidade decrescente (5,0 até 0,5
µm) e aplicação de luz ultravioleta. A água e/ou os meios de cultura foram
esterilizados em autoclave a 125 ºC, numa pressão de 1,3 Kgf cm-2 por 30 min, em
seguida foram mantidos em ambiente asséptico, no escuro e numa temperatura de
22 ºC durante 24 h.
As culturas serão desenvolvidas em frascos cilíndricos de vidro (borosilicato)
(Figura 2) contendo 0,8 L do Meios de Cultura LCA-AM (Figura 3) e serão mantidas
sob agitação constante pelo borbulhamento de ar atmosférico injetado nas culturas
com uma pipeta de vidro (fluxo de ar correspondente a 0,15 L min-1).

Figura 2 - Culturas de Tetraselmis sp.

Fonte: Autores.

Figura 3 - Tabela do Meio LCA-AM: empregado nas culturas de microalgas marinhas.


Desenvolvido a partir do Meio Conway. As soluções de nutrientes devem ser adicionadas na câmara
de fluxo laminar, em água salgada esterilizada em autoclave.
8

Fonte: Aula Prática 3: Cultivo Experimental de Microalgas.

2.2 ILUMINAÇÃO
9

Para poder determinar a diferença entre os cultivos de microalgas, utilizamos


duas ondas de luzes (Figura 4), uma LED vermelha e outra LED azul.

Figura 4 - Culturas de microalgas submetidas a iluminação de LED azul e vermelha.

Fonte: Autores.

A iluminação no experimento foi com fotoperíodo integral, sendo o tempo de


24 horas de exposição a luz, sob uma irradiância de 150 µmol de fótons m-2 s-1. A
utilização de duas ondas de luz diferentes tem como intuito comparar a densidade
celular e a turbidez de cada grupo em diferentes condições de crescimento. O grupo
de microalga exposta a luz de LED VERMELHO estará iniciando seu
desenvolvimento em circunstâncias de estresse, devido a esse fator o resultado
esperado é que haja um maior valor no aumento da densidade celular das
microalgas do grupo exposto ao LED AZUL que estarão em circunstâncias
adequadas para se obter um melhor resultado na curva de crescimento.

2.3 CONTAGEM

Em uma cultura de microalgas se faz necessário definir a densidade celular


por volume, isto é, a observação do crescimento algal da cultura em determinadas
condições as quais foram submetidas. Para a determinação da densidade celular é
efetuada a contagem de células presentes em determinado volume, e para isso
utilizamos a câmara de Neubauer .
10

As câmaras de Neubauer são feitas de vidro e possuem duas zonas de


contagem, na qual são separadas por um sulco, fazendo com que as amostras
presentes em cada zona não se misturem. Para que a câmara seja preenchida com
as amostras e levada ao microscópio para a realização da contagem é necessário
fazer alguns procedimentos de montagem até que esta esteja pronta, estes são:
umedecer os lados esmerilados, colocar a lamínula para que ela fique bem aderida a
câmara, com auxílio de capilares pegamos a amostra e colocamos em uma das
zonas de contagem, preenchendo-a por completo (sem deixar bolhas). Após este
procedimento a câmara está pronta para ser levada ao microscópio (Figura 5).

Figura 5 - Microscópio óptico utilizado para contagem de células de microalgas na câmara de


Neubauer.

Fonte: Autores.

As zonas de contagem das câmaras de Neubauer estão subdivididas em 9


quadrados. Os 4 quadrados que compõem as extremidades da câmara são divididos
em 16 quadrados menores, já o quadrado central é o que possui uma divisão maior,
apresentando 25 quadrados menores (Figura 6).

Figura 6 - Divisão da Câmara de Neubauer


11

Fonte: Website CienciaViva2

A utilização das divisões das zonas de contagem irá variar de acordo com a
densidade celular que teremos na cultura. Em uma cultura com densidade baixa é
possível utilizar os quadrados maiores para contar, já em culturas com altas
densidades celulares é necessário mais zonas de contagem, ou seja, mais
quadrados para a obtenção de um melhores resultado da real densidade. Na
contagem da cultura de Tetraselmis utilizamos o quadrado central (25 quadrados
menores) e fizemos a contagem de 5 quadrados menores dentro deste (Figura 7).

Figura 7 - Tetraselmis sp. vista pelo microscópio na câmara de Neubauer.

2 Disponível em: <http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/Cianobacterias%20-


%20quantificacao.pdf>
Acessado em: 10 dez. 201
12

Fonte: Autores.

2.4 TURBIDEZ E PH

A análise da turbidez foi dada por conta do aumento da densidade celular que
consequentemente está ligada com o acúmulo de células algais, o que acaba
causando escurecimento na água da cultura. Para determinar a turbidez diária do
experimento, utilizamos um medidor de turbidez de água (ou Turbidímetro) (Figura
8), os métodos para a medição foi a retirada diariamente de uma amostra das
culturas para que pudesse ser avaliada a quantidade de células, foi utilizada uma
ficha de acompanhamento de crescimento das culturas para anotar os parâmetros
medidos e para obtenção dos resultados finais.

Figura 8 - Turbidímetro.
13

Fonte: Autores.

O pH é uma variável físico-química e seu controle é essencial para a


absorção dos nutrientes no meio de cultura por parte desses organismos. O pH é
influenciado pelas proporções entre formas de carbono dissolvidas na água. No
crescimento das microalgas o consumo de CO2 é muito elevado, isso ocasiona o
aumento de pH no meio de cultura. Uma prática para regular o pH é o bombeamento
de ar natural ou enriquecido por CO2, que além de regular o pH também contribui
para o crescimento das microalgas ao disponibilizar mais carbono (LOURENÇO,
2006). Devido a isso, foi realizado a medição diária do pH nas amostras (Figura 9),
para acompanhar o crescimento dessas culturas.

Figura 9 - Medição de pH.


14

Fonte: Autores.

3. RESULTADOS

Os resultados das coletas da densidade celular da microalga Tetraselmis sp.


estão apresentados na tabela (Figura 10) durante uma análise diária de onze dias.
Com os dados, foi possível realizar a construção de gráficos da densidade celular
(Figura 11) e da turbidez (Figura 12), possibilitando uma análise do crescimento das
culturas quando expostos a diferentes tipos de iluminação.
A iluminação, segundo Lourenço (2006), é um dos pilares do cultivo de
microalgas que requerem especial atenção. Os melhores resultados com cultivos de
microalgas são alcançados com uma iluminação artificial fluorescente, é a
intensidade luminosa que irá desencadear os processos para que a fotossíntese
ocorra.
Figura 10 - Tabela de dados de densidade celular coletados da cultura de Tetraselmis sp.
15

Fonte: Disponibilizado pelo Professor Roberto Bianchini Derner

As divergências observadas do gráfico da densidade celular (Figura 11) com


relação ao gráfico da turbidez (Figura 12), atribui-se ao erro humano, a falta de
interação com o cultivo e os aparelhos, deixou em aberto a possibilidade de
acontecer erros na contagem ou até mesmo no manejo e preparação das amostras.

Figura 11 - Gráfico das coletas da densidade celular das culturas em LED azul e vermelho.

Fonte: Disponibilizado pelo Professor Roberto Bianchini Derner.


16

Figura 12 - Gráfico das coletas da turbidez das culturas em LED azul e vermelho.

Fonte: Disponibilizado pelo Professor Roberto Bianchini Derner.

O pH do meio de cultura é um parâmetro essencial não apenas para obter o


crescimento ideal, mas também determina a quantidade máxima de CO 2 dissolvido
no meio (balanço de carbono). Tetraselmis sp. O pH observado nas coletas (Figura
13) possibilitou a construção de um gráfico (Figura 14), em que se observa não ter
grandes alterações no pH das culturas, condicionando o pouco crescimento. A faixa
ideal do pH para o cultivo da Tetraselmis sp. de acordo com PEREIRA (2018) é de
8,0, sendo que resultados favoráveis também são obtidos com pH 7,0 e 7,5.
17

Figura 13 - Tabela de dados dos valores coletados do pH das culturas em LED azul e vermelho.

Fonte: Disponibilizado pelo Professor Roberto Bianchini Derner.

Figura 14 - Gráfico das coletas do pH das culturas em LED azul e vermelho.

Fonte: Disponibilizado pelo Professor Roberto Bianchini Derner.


18

4. CONCLUSÃO

A realização deste experimento teve como objetivo a construção da curva de


crescimento, usada para avaliar o crescimento microalgal da Tetraselmis sp. e com
isso, identificar suas fases: fase Lag (inoculação), fase Log (exponencial), fase de
transição (diminuição de crescimento), fase estacionária e fase de morte
(senescente). Em vista dos resultados obtidos pelo experimento, podemos avaliar
que não houveram fases bem definidas e por isso, não é possível identificar a fase
exponencial, que é a principal fase para utilização na Aquicultura, onde a microalga
estará com um alto valor nutricional e poderá ser utilizada para a alimentação.
A cultura apresentou uma baixa taxa de crescimento, atribuímos isso,
principalmente, à baixa quantidade de luz (incidência) que foi utilizado durante o
cultivo. Teoricamente, segundo estudos realizados em sala de aula, a luz de LED
AZUL deveria apresentar uma maior densidade celular do que o LED VERMELHO,
mas não foi isso que se observou após o fim do experimento, em que a cultura
exposta à luz de LED VERMELHO apresentou uma densidade celular maior.
Este experimento possibilitou que a equipe entrasse em contato com um
cultivo, as condições necessárias para que ele ocorra, os aparelhos utilizados, o
método de elaboração de uma amostra e como realizar a contagem e estimação da
densidade celular, sendo que essa análise e método de contagem é usado em
diferentes tipos de espécies de microalgas.
19

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOROWITZKA, Michael A.. Microalgae: in Health and Desease Prevention.


2018. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/topics/agricultural-and-
biological-sciences/tetraselmis> Acesso em: 10 dez. 2019.
LOURENÇO, Sergio O. Cultivo de Microalgas Marinhas: Princípios e
Aplicações. São Carlos: Rima, 2006.
MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO DE FITOPLÂNCTON. Disponível em:
<http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/Cianobacterias%20-
%20quantificacao.pdf>. Acesso em: 11 de dezembro de 2019.
PEREIRA, H., PÁRAMO, J., SILVA, J. et al. Scale-up and large-scale
production of Tetraselmis sp. CTP4 (Chlorophyta) for CO2 mitigation: from an
agar plate to 100-m3 industrial photobioreactors. Sci Rep 8, 5112 (2018).

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