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Laudo Ecotoxicologia - Ensaio Biológico com Base na Alga Chlorella sorokiniana

Cassiano Sampaio Descovi1; Isadora Cirele Santana2; Luana Vieira da


Rocha3;Marcelo Tecli da Costa Junior4; Roberta Sorhaia Samayara Sousa Rocha
de França5
1
Estudante do curso de Engenharia Ambiental, RGM: 23567, 6º semestre,
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-
2
mail:cassianodescovi_15@hotmail.com; Estudante do curso de Engenharia Ambiental,
RGM: 23579, 6º semestre, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-
mail:Isadora_cirele@hotmail.com; 3 Estudante do curso de Engenharia Ambiental,
RGM: 23587, 6º semestre, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-
mail:luanarochav@gmail.com; 4 Estudante do curso de Engenharia Ambiental, RGM:
23569, 6º semestre, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-mail:
marcelo.tecli@hotmail.com; 5 Estudante do curso de Engenharia Ambiental, RGM:
23569, 6º semestre, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-
mail:robertasssrf@hotmail.com.

1. PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O ensaio biológico foi realizado com base na alga Chlorella sorokiniana que se
desenvolve rapidamente e é capaz de sobreviver em meios pobres em nutrientes (neste
caso, o crescimento da população é limitado), além de ser capaz de tolerar condições de
salinidade muito variadas.
O método de contagem de micro algas com o auxílio da Câmara de Neubauer
consiste em uma lâmina grossa de uso microscópico, com formato retangular e
normalmente de vidro, com uma depressão no centro, utilizada para fazer contagem de
células por unidade de volume de uma suspensão [1].
O peróxido de hidrogênio (H2O2) é encontrado em concentrações baixas (3-9%)
em muitos produtos domésticos para uso medicinal e como clareador da roupa e
do cabelo. Na indústria, o peróxido de hidrogênio é usado em concentrações mais
elevadas para clarear tecidos (THÉNARD, 1818). Considerado um metabólito natural
em muitos organismos, o qual, quando decomposto resulta em água e oxigênio
molecular (Mattos et al, 2002).
Este procedimento teve como objetivo avaliar a toxidade de produtos químicos
domésticos (peróxido de hidrogênio, no caso) comumente associados a efluentes
urbanos utilizando a espécie de microalga Chlorella sorokiniana.
2. METODOLOGIA:
A metodologia utilizada foi a de contagem de Micro- organismos utilizando a
Câmara de Neubauer. O procedimento realizado está descrito abaixo:
Primeiramente, foi feita a limpeza da bancada e das mãos com álcool 70%. Em
seguida, 9 tubos de ensaio estéreis foram separados, sendo 3 para controle e 6 para teste
(destes, 3 para concentração de 50% e 3 para concentração de 5%).
O tubos foram identificados da seguinte maneira:
Tubos para Bioteste (Concentração 50%)  tubos 1,2 e 3.
Tubos para Bioteste (Concentração 5%)  tubos 4,5 e 6.
Tubos para Controle  tubos 7,8 e 9.
Tubos para Bioteste (Concentração 50%) - tubos 1,2 e 3
a) Pipetou-se 7,5 ml de meio NPK com a microalga Chlorella sorokiniana nos
três tubos de ensaio;
b)Em seguida, pipetou-se 7,5 ml de poluente-teste (Alvejante sem Cloro) .
Tubos para Bioteste ( Concentração 5%) - tubos 4,5 e 6
a) Pipetou-se 7,5 ml de meio NPK com a microalga Chlorella sorokiniana nos
três tubos de ensaio;
b)Em seguida, pipetou-se 0,75 ml de líquido poluente-teste nos três tubos de
ensaio e;
c) Os três tubos de ensaio foram completados com 6,25 ml de água deionizada.
Tubos para Controle - tubos 7,8 e 9
a) Foi pipetado 7,5 ml de meio NPK com a microalga Chlorella sorokiniana nos
três tubos de ensaio;
b)Em seguida, os tubos foram completados com 10 ml de água deionizada.
Contagem das Microalgas
a) Com o auxílio de uma pipeta foi retirada uma amostra de cada tubo teste e
controle após 30 minutos de inoculação e foi feita a contagem na câmara de Neubauer
( com o auxílio da apostila de como utilizar a câmara);
b)Os tubos foram mantidos em BOD em sistema de cultivo estático não axênico,
sem aeração constante, temperatura ambiente e fotoperíodo (12h luz/ 12 h escuro);
c) Em seguida, foram anotados os valores em planilhas para o cálculo da
densidade algal (número de organismos por m3);
d)Uma semana depois de realizar este procedimento, foi feita novamente a
contagem de microalgas seguindo o mesmo procedimento descrito acima.
Obs: Para fazer a contagem, foi utilizada a objetiva de 40x no microscópio
óptico.
3. RESULTADOS
Os resultados obtidos na avaliação encontram-se no gráfico 01, onde o mesmo
foi dividido pela contagem das C. sorokiniana após 30 minutos de exposição ao
alvejante – Efeito agudo – e uma nova contagem, depois de uma exposição mais
prolongada com o produto, nesse caso foram sete dias – Efeito Crônico.

Gráfico 01- Desenvolvimento das microalgas C. sorokiniana, em diferentes


concentrações de Peróxido de Hidrogênio (H2O2).

4. PARECER TÉCNICO:
4.1 Efeito Agudo
Logo após a aplicação de diferentes concentrações do Peróxido de Hidrogênio
(H2O2) nas microalgas, Chlorella sorokiniana, visualizou-se uma rápida queda no
número de células em relação ao controle. Verificou-se também que, nos tubos de
concentrações 5 e 50%, ocorreram aglomeração de microalgas, possivelmente um
mecanismo natural de defesa e reparo das células após o estresse, ao ter um primeiro
contato com o produto, ou devido a falta de iluminação natural.
4.2 Efeito Crônico:
Com os primeiros resultados obtidos, esperou-se que, após uma semana, uma
maior mortalidade em relação à primeira contagem. Todavia verificou-se um crescente
aumento do número de células em relação ao controle, sete dias depois:
 Tubos 4, 5, 6 (C5%): aumento de 100%.
 Tubos 1, 2, 3 (C50%): aumento de 18%.
Nisso, se observou que, visivelmente, as células tinham maiores volumes que
anteriormente.
Assim, a conclusão que se obtém é que o alvejante não demonstrou potencial
tóxico para as microalgas. As concentrações de 5%, sete dias depois, foram muito
favoráveis para o crescimento destes organismos, pois houve certa resposta adaptativa
das células de C. sorokiniana, que se reproduziram, duplicando seu crescimento em
meio a essa concentração.
Todavia vale lembrar que a solução tornou-se um meio nutritivo para as
microalgas, assim deve-se cuidar o despejo desse solvente em corpos hídricos, pois com
essa avaliação, existem evidências de que este produto pode causar eutrofização na
água.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Câmara de Neubauer – Contagem de células microbianas – Determinação da
Concentração de células. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAezrAAC/tecnica-camara-neubauer#> Acesso
em: 19 novembro 2013.

L. J. Nardo. (1818). "Observações sobre novas combinações de oxigênio e vários


ácidos". Anais de Química e Física, 2 ª série 8: 306-312.

MATTOS, I. L., et al, Peróxido de Hidrogênio: Importância e determinação.


Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/qn/v26n3/15664.pdf>. Acesso em 18 nov.
2013.

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