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Capítulo 6
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Desinfecção Microbiológica Da Água Pelo Uso De Nanopartículas De Zinco Em Suportes De Poliamida
1. INTRODUÇÃO
A importância da preservação dos recursos hídricos tem resultado na aplicação de tecnologias, tais
como o uso de materiais nanoestruturados, para minimizar o impacto associado à contaminação da
água (Koslowski et al., 2018). Portanto, torna-se imprescindível a procura por tecnologias alternativas
a fim de atender os padrões de potabilidade da água requeridos para o consumo humano, impostos
pela Portaria MS 2.914/2011. O estudo em questão tem como proposta avaliar a atividade
antimicrobiana sobre os microrganismos, notadamente a bactéria E.coli, um organismo indicador de
contaminação fecal e que segundo a Portaria citada anteriormente, deve-se mostrar ausente na água.
Recentemente a preparação de nanopartículas tem recebido uma grande atenção por parte da
comunidade acadêmica devido às propriedades catalíticas, ópticas, eletrônicas, magnéticas e
bactericidas (Sifontes, 2010). As propriedades diferenciadas que muitos materiais apresentam quando
em escala manométrica, comparadas aos de dimensões micrométricas, têm como um dos motivos
principais a alta relação entre superfície e volume, determinando que ocorra um aumento no número
de átomos que estão na região interna das partículas (Smetana, 2008).
(Li, Zhu e Lin, 2014) apontam que o óxido de zinco na forma de nanopartículas apresenta controle
efetivo de uma grande quantidade de microrganismos, pois apresentam a capacidade de alterar os
componentes da membrana celular da bactéria, difundindo-se e resultando na perda do componente
intracelular. Jones et al. (2008) estudaram o efeito antibacteriano de nanopartículas de óxido de zinco
(ZnO) frente a um amplo espectro de microrganismos. Neste estudo, os autores utilizaram cinco tipos
de cepas bacterianas Staphylococcus epidermidis, Streptococcus pyogenes, Escheria coli,
Enterococcus faecalis, e Bacillus subtilis, empregando seis nanopartículas de óxidos metálicos
diferentes: MgO, TiO2, Al2O3, CuO, CeO2 e ZnO. De acordo, com os resultados obtidos pelos autores,
as nanopartículas de MgO, TiO2, CuO e CeO2 promoveram reduzida inibição no crescimento das
bactérias.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A síntese das ZnNPs foi realizada por meio de dissolução de acetato de zinco di-hidratado em
monoetileno glicol, sob controle de temperatura (200 °C) e agitação constante. O sistema foi mantido
nestas condições por 180 minutos e, ao término da reação, o produto foi diluído em acetona e
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Para a caracterização do óxido de zinco sintetizado, foi adicionado 0,1 mL de amostra de ZnO seco e
diluído em 8,0 mL de etilenoglicol, e analisado por 3 vezes em um espectrofotômetro (Cary Bio UV/Vis)
permitindo comparar a radiação transmitida ou absorvida pela solução empregando uma cubeta de
quartzo. Os pellets funcionalizados, obtidos por meio da impregnação do pó na matriz polimérica,
foram submetidos aos ensaios microbiológicos a fim de avaliar a atividade antimicrobiana do mesmo.
Para a análise quantitativa fez-se uso da metodologia de contagem do Número Mais Provável (NMP)
proposta no Standard Methods ASTM 9222D, empregando a bactéria E.coli como bioindicador de
contaminação fecal. A análise de controle foi realizada empregando frascos estéreis graduados, com
capacidade para 100 mL, flaconetes com meio de cultura Colilert-18, cartelas estéreis com 97
cavidades e seladora Quanti-Tray, marca IDEXX.
A quantificação da eficiência dos pellets funcionalizados foi realizada por meio da inserção de 0,5 g
destes em 100 ml de água deionizada estéril. Para a preparação do inóculo, utilizou-se o
microrganismo Escherichia Coli, solubilizando 0,8 g de ágar bacteriológico em 100 mL de água
destilada. Na etapa final, adicionou-se 1 ml de solução aquosa diluída de E.coli e submeteu-se, as
condições de planejamento fatorial (temperaturas de 25 e 35 °C).
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A refletância total difusa das nanopartículas de óxido de zinco empregadas neste estudo demonstra
que o espectro de absorbância obtido para a amostra sintetizada ocorreu em uma faixa de
comprimento de onda entre 300 e 400 nm. Neste sentido, podem ser observadas na Figura 1 os
espectros de UV-Vis das soluções coloidais de ZnNPs. o comprimento de onda de máxima absorção da
luz para as ZnNPs com valor aproximado de 400 nm, sendo indicativo da formação de nanopartículas
com formato esférico (Nogueira et al., 2014).
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No entanto, no início da região do UV, há uma banda de absorção relativamente acentuada na faixa
de 350-410 nm Estes resultados estão de acordo com os espectros de absorção de amostras de filmes
de óxido de zinco obtidos por Tezumen et al. (2013). Os espectros obtidos apresentam uma absorção
acentuada na faixa de comprimento de onda de 350 a 400 nm, muito semelhante ao espectro obtido
para a amostra de óxido zinco produzido no presente trabalho.
De acordo com os dados observados na Tabela 1, percebe-se que a condição estática, com tempo de
residência de 3h e temperatura de 35°C apresentou maior eficiência em relação ao decaimento
bacteriano.
De acordo com as recomendações da norma ASTM-2149, a Equação 1 foi utilizada para calcular a
porcentagem de redução das colônias de bactérias e quantificar o potencial bactericida das
nanopartículas de zinco em estudo.
𝑈𝐹𝐶 𝐵−𝐴
𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 % ( 𝑚𝑙 ) = 𝑥100 (1)
𝐵
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Conforme reportado por Liu et al. (2009), nanopartículas de óxido de zinco são capazes de promover
o rompimento das membranas celulares bacterianas, promovendo assim ruptura do conteúdo
intracelular e causando a letalidade das células bacterianas. Algumas pesquisas reportam sobre a
utilização de nanopartículas na superfície da membrana celular e seus mecanismos de difusão na
bactéria (Durán et al., 2016). Neste aspecto, existem discussões não conclusivas sobre o mecanismo
de ação dessa nanoestrutura, em parte pela ação sinérgica da atividade antibacteriana (Mohanty et
al., 2012).
4. CONCLUSÕES
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ser realizados para melhor compreensão dos mecanismos de desinfecção da água com a utilização de
nanoparticulas funcionalizadas a serem processados em outras matrizes poliméricas.
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5. REFERÊNCIAS
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nanoparticles: a new view on mechanistic aspects on antimicrobial activity. Nanomedicine:
Nanotechnology, Biology and Medicine, v. 12, n. 3, p. 789-799, 2016.
JONES, N.; RAY, B., RANJIT, K. T.; MANNA, A. C. Antibacterial activity of ZnO nanoparticle suspensions
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KOSLOWSKI, L. A. D., NOGUEIRA, A. L., LICODIEDOFF, S., COMPER, A. T.; FOLGUERAS, M. V. Silver
nanoparticles impregnated with polyamide-66 to disinfect drinking water. Revista Ambiente & Água,
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LI M. ZHU L. LIN D. Toxicity of ZnO nanoparticles to Escherichia coli : mechanism and the influence of
medium components. Environ. Sci. Technol. v. 45(5), p. 1977–1983, 2011.
LIU Y, Liu, HE YL, MUSTAPHA A, LI H, HU, ZQ, LIN M. Antibacterial activities of zinc oxide nanoparticles
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MOHANTY, S.; MISHRA, S.; JENA, P.; JACOB, B.; SARKAR, B.; SONAWANE, A. An investigation on the
antibacterial, cytotoxic, and antibiofilm efficacy of starch-stabilized silver nanoparticles.
Nanomedicine: Nanotechnology, Biology and Medicine, v. 8, p. 916-924, 2012.
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n. 25, p.41-50, 2013.
SMETANA, A.B. Biocidal Activity of Nanocrystalline Silver Powders and Particles. Langmuir, v.24,p.
7457-7464, 2008.
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