o Introdução, ferramentas e a endossimbiose o Protistas: qualquer ser eucarionte que não seja fungos, animais e V.
e não seja fungos, animais e V. SAR (Stramenopiles): SAR é um supergrupo constituído por
o Diversidade biológica: medida que considera tanto riqueza em
espécies como o grau de igualdade em sua representação
quantitativa.
o Biodiversidade: termo amplo usado para englobar toda a
variedade de tipos, formas, arranjos espaciais, processos e
interações de sistemas biológicos em todas as escalas e níveis de
observação, desde genes a espécies e ecossistemas, juntamente
com a história evolutiva que conduziu a suas existências.
o Riqueza em espécies: número de espécies por área padrão.
o Linhagem: é uma sequência de espécies que, em conjunto,
constitui uma linha de descendência com características
(idealmente) bem definidas.
o Filogenia: a história evolutiva de origem e diversificação de um
táxon.
o Espécie biológica: grupos de indivíduos com características
morfológicas semelhantes, intercruzantes e capazes de gerar
indivíduos férteis.
o Índice de diversidade: expressão matemática que utiliza três
componentes da estrutura da comunidade: riqueza (número de
espécies presentes), equitatividade (uniformidade na
distribuição dos indivíduos entre as espécies) e abundância
(número total de organismos presentes).
o Espécie: categoria taxonômica conveniente que define uma
unidade de diversidade organismal num dado tempo. Compõe-
se de indivíduos semelhantes em todos ou na maioria de seus
caracteres estruturais e funcionais, que se reproduzem sexuada
ou assexuadamente e constituem uma linhagem filogenética
distinta.
o Espécie filogenética: entidade delimitada no tempo por
sucessivos eventos de especiação, originada por especiação de
uma espécie ancestral e existente até que se divida em duas
novas espécies-filhas. É representada pela distância entre dois
pontos ramificantes sucessivos num cladograma.
o Especiação: mecanismo evolutivo que leva à formação de
espécies.
o Especiação alopátrica: processo de formação de espécies que é
deflagrado quando grandes populações se tornam fisicamente
isoladas por uma barreira externa, criando um isolamento
reprodutivo interno, de tal modo que mesmo depois que a
barreira física eventualmente desaparecer, os indivíduos das
populações já não cruzam devido à acumulação de diferenças
genotípicas e fenotípica são longo do tempo de isolamento.
o Especiação simpátrica: processo em que novas espécies são
formadas a partir de um mesmo ancestral, habitando a mesma
área geográfica. A especiação simpátrica depende da ocorrência
de uma divergência genética em populações (de uma espécie
parental única) que habitam a mesma região geográfica, de
modo a que essas populações se tornam espécies diferentes.
plantas. (Protozoário: protista heterótrofo; Alga: protista
autótrofo; Pseudofungo: protista fungoide).
o Thonius Philips van Leeuwenhoek (1632-1723) é considerado a
primeira pessoa a ter registrado a existência de protistas, em
relatos de 1675, em meio aquático – “ANIMÁLCULOS”.
o Procariontes: ausência de membrana nuclear, citoesqueleto
rudimentar (característica que permite um trânsito eficiente de
moléculas).
o Com base na nutrição e papeis ecológicos, três categorias de
protistas podem ser consideradas: protistas algáceos ou
fotossintetizantes, com nutrição mineral; protozoários que
englobam alimentos (partículas alimentares); protistas que
absorvem alimentos (incorporação das substâncias orgânicas
que constituem os alimentos).
o O papel da endossimbiose: a teoria endossimbiótica é
praticamente um consenso atualmente. Os eucariontes mais
primitivos teriam adquirido mitocôndrias a partir de uma
endossimbiose estável com proteobactérias alfa. Os organismos
eucariontes têm mitocôndrias dotadas de duas membranas, uma
delas atribuída ao endossimbionte e outra ao fagossomo.
Mitocôndrias têm tamanhos semelhantes aos de bactérias.
Posteriormente, uma linhagem de eucariontes dotados de
mitocôndrias realizou uma segunda endossimbiose, com
organismos semelhantes a cianobactérias, dando origem aos
plastos fotossintetizantes. Plastos são dotados de ADN e
ribossomos 70S, além de membranas duplas. Capacidade de
auto-duplicação. Ocorre transcrição do ADN e síntese de ARNm.
o Nesta disciplina é adotada a classificação proposta pela
Sociedade Internacional de Protistologia, apresentada por Adl et
al. (2012), que estabelece a distribuição dos eucariontes em
cinco supergrupos, havendo alguns clados que englobam
também os animais, as plantas e os fungos.
I. Opisthokonta: Vastíssimo grupo formado por organismos cuja
sinapomorfia é a presença de um flagelo posterior desprovido de
mastigonemas, presente ao menos uma etapa do ciclo de vida.
Metazoários, fungos e coanoflagelados são seus componentes
fundamentais.
II. Amoebozoa: Clado formado por organismos que apresentam
forma ameboide e presença de pseudópodes não-eruptivos,
capazes de realizar encistamento e dotados de mitocôndrias
com cristas tubulares.
III. Excavata: Este supergrupo é formado quase totalmente por
espécies heterotróficas (muitas delas parasitas), sendo a
principal sinapomorfia uma pequena depressão ventral ou
irregularidade na célula, associada à captura e ingestão de
partículas alimentares em suspensão.
IV. Archaeplastida: Clado formado por organismos que possuem
células com plastídeos fotossintetizantes, derivados de uma
endossimbiose primária envolvendo cianobactérias.
espécies morfológica e ecologicamente muito diversas, unidas
por informações moleculares. Muitos membros deste clado são
dotados de um plastídeo, o qual seria resultante de uma
endossimbiose secundária entre um heterótrofo e um membro
de Archaeplastida.
VI. Insertae sedis: São linhagens com afinidades evolutivas ainda
não elucidadas.
o Transferência horizontal de genes (THG): Ao contrário de macro-
organismos complexos, onde a evolução das espécies é marcada
por transferências verticais de genes (dos progenitores para a
prole), em microrganismos ocorrem processos de trocas de
genes entre espécies diferentes, sem reprodução sexuada. Trata-
se da transferência horizontal de genes, um mecanismo
poderoso de geração de variabilidade genética na natureza.
I. Transformação: fragmentos de DNA bacteriano no meio são
absorvidos por bactérias.
II. Transdução: um vírus invade uma bactéria e insere seu DNA,
posteriormente, esse vírus invade outra bactéria agora com
material genético dele e da outra bactéria.
III. Conjugação: bactéria criam uma ponte e fazem um pareamento,
trocando genes.
o Características morfológicas: Em algumas situações, as
características morfológicas podem funcionar perfeitamente
para separar macro-organismos, sobretudo quando são
analisadas espécies não aparentadas. Mas em muitos casos, a
morfologia é inútil para identificar microrganismos.
o Características ultraestruturais: agregação de informações sobre
ultraestrutura, sobretudo as características dos flagelos e de
estruturas subcelulares.
o Características químicas: Diversos componentes químicos são
peculiares e específicos de grupos taxonômicos, contribuindo
para caracterizá-los e separá-los.
o Análises moleculares: sequenciamento de genomas estão sendo
estudados no momento. Este avanço permite hoje a análise de
vários genes para comparar os táxons e não apenas uma
característica. As análises têm se tornado mais conclusivas
porque várias características são analisadas em conjunto.
o Biomassa e abundância de vírus: os vírus infectam em sua
maioria, células procarióticas, mas hoje se sabe que
componentes do fitoplâncton e do microzooplâncton também
são infectados. A abundância de vírus e procariontes
acompanha a disponibilidade de matéria orgânica.
o Arqueias: microrganismos procariontes não bacterianos. Muitas
espécies são extremófilas.
o Endossimbiose: condição na qual um ou mais organismos vivem
dentro do corpo, entre tecidos (extracelularmente) ou dentro de
células de um hospedeiro sem causar doença ou qualquer outro
 efeito nocivo. Talvez os eucariontes tenham surgido através de
um processo endossimbiótico.
o O termo endossimbiose pode ser usado de duas formas: em
referência a relações ecológicas em que uma espécie vive dentro
de outra; em referência ao processo de conversão de um
endossimbionte em uma organela celular, acontecendo fusão
entre as espécies envolvidas.
o Bactérias Gram-positivas apresentam uma parede celular
espessa formada por peptidoglicano. Bactérias Gram-negativas
apresentam uma camada fina de peptidoglicano e são
constituídas por duas membranas, uma externa e outra interna
em relação à camada de peptidoglicano. A membrana externa é
integrada a camada de peptidoglicano, constituindo a parede
celular.
o Há quatro classes de modelos para a origem dos eucariontes:
fusão de uma arqueia com uma bactéria, seguida de unificação
do genoma. Neste cenário, a aquisição da mitocôndria por
endossimbiose seria um evento posterior; endossimbiose de
uma arqueia e bactéria, com o núcleo originando-se diretamente
de uma arqueia (ou outra célula) englobada. A natureza da
célula hospedeira não é sugerida, mas seguramente não seria
uma célula proto-eucariótica. O momento em que a simbiose
que levou à formação da mitocôndria não é determinada,
podendo ser posterior à endossimbiose com a arqueia;
endossimbiose, com uma arqueia adquirindo uma bactéria que
seria um ancestral da mitocôndria. Este modelo implica que a
primeira etapa na evolução dos eucariontes foi a evolução da
mitocôndria e todas as feições específicas dos eucariontes
teriam se desenvolvido após este evento; endossimbiose, com
uma célula proto-eucariótica englobando uma bactéria que seria
a ancestral da mitocôndria. Este modelo implica que os
eucariontes eram, desde os primórdios da evolução, uma
linhagem distinta das arqueias, e que o hospedeiro já
apresentava algumas feições que se perpetuaram nos
eucariontes.
o Os eucariontes mais primitivos teriam adquirido mitocôndrias a
partir de uma endossimbiose estável com proteobactérias alfa (o
grupo a que pertencem as bactérias purpúreas), dotadas de
bacterioclorofila. Os organismos eucariontes têm mitocôndrias
dotadas de duas membranas: a mais externa tem composição
química semelhante à membrana plasmática eucariótica e a mais
interna, muito rica em proteínas, é quimicamente semelhante às
membranas plasmáticas bacterianas. Mitocôndrias têm
tamanhos semelhantes aos de bactérias, possuem um pouco de
ADN ativo e dispõem de ribossomos tipicamente procarióticos
(do tipo 70 S).
o Hidrogenossomos: organelas esféricas dotadas de membrana
dupla presente em protistas anaeróbicos. Especula-se que o
hidrogenossomo seja derivado de mitocôndrias, embora não
possuam material genético. Possuem enzimas que são
encontradas frequentemente bactérias e arqueias. O nome da
organela resulta de sua capacidade de produzir hidrogênio como
um coproduto da síntese de ATP. Entende-se que a perda ou a
redução de mitocôndrias é uma resposta à adaptação à
anaerobiose ou a níveis baixos de oxigênio.
o Os diferentes plastídeos derivam de mais de um processo
endossimbiótico: Posteriormente, uma linhagem de eucariontes
dotados de mitocôndrias realizou uma segunda endossimbiose
estável, incorporando organismos semelhantes as
cianobactérias, dando origem aos primeiros plastídeos
fotossintetizantes: surgiu a primeira alga na natureza. Plastídeos
são dotados de ADN e ribossomos 70 S, além de membranas
duplas ou múltiplas. Ocorre transcrição do ADN e síntese de
ARNm dentro dos plastídeos. Outras incorporações
endossimbióticas de plastídeos ocorreram ao longo da evolução,
envolvendo diferentes grupos taxonômicos. Diferenças no
número de membranas que envolvem plastídeos, nos tipos de
pigmentos e de substâncias de reserva energética refletem as
distintas endossimbioses que os geraram.
o Endossimbiose primária: incorporação de um procarionte
fotossintético de vida livre por uma célula hospedeira
eucariótica, com subsequente transformação do procarionte em
uma organela.
o Endossimbiose secundária: incorporação de um organismo
eucarionte fotossintetizante, cujo(s) plastídeo(s) era(m)
derivado(s) de um procarionte (através de endossimbiose
primária), em uma célula eucariótica hospedeira, convertendo-
se subsequentemente o endossimbionte em um plastídeo.
o Endossimbiose terciária: incorporação de um organismo
eucarionte fotossintético, cujo plastídeo(s) era(m) derivado(s) de
endossimbiose secundária, em uma célula eucariótica
hospedeira.
o A endossimbiose completa envolve THG.
o Origem da vida
o A origem da vida resulta fundamentalmente da mais profunda
das questões: compreender como os mesmos elementos
químicos que formam materiais inanimados podem ser
utilizados para gerar formas vivas.
o Conceito de vida: sistema autopoiético de base aquosa, limites
lipoproteicos, metabolismo de carbono e regulação proteica
(Varela & Maturana, 1980).
o Características dos seres vivos:
I. Organização de seus constituintes e delimitação física,
manifestada pela composição corporal por uma ou muitas
células.
II. Ocorrência de metabolismo.
III. Ocorrência de homeostase, a capacidade de manter o
metabolismo em níveis controlados e estáveis.
IV. Presença de algumas classes de moléculas orgânicas
fundamentais, como ácidos nucleicos, proteínas, hidratos de
carbono e lipídeos.
V. Existência de movimento, a nível molecular ou do corpo.
VI. Ocorrência de crescimento, processo caracterizado pela
produção de novas células e/ou constituintes.
VII. Apresentação de respostas a estímulos.
VIII. Realização de reprodução, a capacidade de gerar descendentes
semelhantes de si próprio.
IX. Capacidade de adaptar-se ao ambiente, uma característica que
envolve implicações fundamentais quanto à evolução das
espécies.
o Concepções sobre a origem da vida: o estudo sobre a origem da
vida é conhecido como abiogênese. Este termo refere-se à
origem química da vida a partir de compostos orgânicos, sendo
estes originados de materiais inorgânicos. Charles Darwin
acreditavam na abiogênese (geração espontânea). Ele chegou a
sugerir que a vida poderia ter surgido em algum lago raso e
quente, pleno de sais nutritivos inorgânicos (como amônia e
fosfato), luz e calor.
o Hipótese heterotrófica clássica:
I. Morse & Mackenzie (1998) avaliam que as chuvas torrenciais
nos primórdios do planeta teriam sido suficientes para formar
um proto-oceano já no Hadeano.
II. Oparin e Haldane postulavam que a atmosfera da Terra primitiva
deveria ser fortemente redutora, com presença abundante de
metano, água, hidrogênio e amônia. Em porções rasas dos mares
primitivos, poderia haver concentrações altas de moléculas
orgânicas formadas a partir de processos inorgânicos, sendo
transportadas pelas chuvas intensas.
III. Urey acreditava que moléculas orgânicas simples poderiam ter
sido formadas na Terra primitiva, sob condições de alta
disponibilidade de energia (calor, descargas elétricas), a partir
das moléculas inorgânicas. No experimento, foram obtidas dois
dias depois moléculas de glicina (aminoácido mais simples), e,
com uma semana, foram registradas moléculas de alanina e
ácido aspártico.
IV. Implicações: não aborda porque os seres vivos não têm
proporções racêmicas de ácidos aminados, não contempla o
surgimento do ADN na natureza e aborda de forma insatisfatória
a transição entre moléculas orgânicas simples e células
verdadeiras. Além disso, hoje se sabe que houve pouquíssimo H2
na atmosfera terrestre primitiva.
o Hipótese autotrófica
I. Günter Wächtershäuser postula uma fase primitiva do
metabolismo em que os processos bioquímicos seriam
estruturados de forma bidimensional, sobre as superfícies da
pirita (FeS2), um mineral abundante em aberturas hidrotermais
contemporâneas. Cristais de pirita podem crescer (e dividir-se)
pelo acréscimo de novas moléculas, de forma que moléculas
orgânicas que se acumulassem sobre superfícies de pirita
 poderiam ter assumido o mesmo comportamento. Com isso os
primeiros seres vivos devem ter sido bactérias, que viviam em
locais protegidos e obtinham energia para seu metabolismo a
partir da síntese de substâncias inorgânicas, ou seja, a
quimiossíntese.
II. Implicações: pressupõe que ciclos bioquímicos auto-organizáveis
teriam surgido muito cedo na evolução e de forma espontânea,
originando seres extremófilos. E este processo provavelmente
seria realizado sem a ação de genes, exceto se for admitido que
a evolução dos ácidos nucleicos também tenha ocorrido de
forma rápida e em paralelo ao surgimento de processos
metabólicos complexos associados à pirita. A hipótese
autotrófica indica o surgimento da vida no mar profundo, longe
das condições adversas da superfície da Terra primitiva, mas
todas as fragilidades da HHC também se aplicam aqui. Além
disso, nutricionalmente, a autotrofia é mais complexa que a
heterotrofia: é difícil considerar que a autotrofia tenha surgido
antes da heterotrofia.
o O mundo dos lipídeos
I. A hipótese do mundo dos lipídeos combina dois diferentes tipos
de informações: a suposta capacidade de lipídeos em armazenar
informações (não comprovada) e a conhecida capacidade física
de lipídeos formarem agregados. Nesta hipótese, bolhas que se
formam aleatoriamente na água podem ter criado micelas
anfifílicas esféricas que poderiam aprisionar outras moléculas
simples, como ácidos aminados, bases nitrogenadas e hidratos
de carbono. Contudo, até o presente, não foi apresentado
nenhum mecanismo bioquímico completo para dar suporte à
hipótese do mundo dos lipídeos.
o A hipótese das argilas
I. Essencialmente, a hipótese das argilas estabelece que os
minerais argilosos dotados de silicatos teriam constituído não
somente o suporte, mas também o próprio sistema genético da
vida primitiva, posteriormente suplantado por compostos
orgânicos (ácidos nucleicos). Por fim, as moléculas orgânicas se
tornariam totalmente independentes das argilas para obter
replicação. Esta hipótese sempre foi considerada especulativa,
sobretudo por não apresentar detalhes sobre como aconteceria
a transição entre as plataformas minerais e a plena
independência das moléculas orgânicas.
o O mundo do ARN
I. O ARN tem duas funções: armazenar informações e promover
reações metabólicas. Citosina em presença de uma mistura de
metano (CH4) e nitrogênio (N2), mediante descargas elétricas.
Por hidrólise, a citosina leva a concentrações elevadas de uracila.
o A origem da vida no gelo
I. Levy et al. (2000) relatam a formação das bases nitrogenadas
adenina e guanina, bem como de alguns ácidos aminados,
formado a partir dos gases HCN e NH 3) mantidas congeladas
entre -20°C e -78°C por 25 anos. Trinks et al. (2005) argumentam
que o gelo é uma plataforma eficiente para a replicação do ARN,
demonstrando ser viável a replicação não-enzimática de ARN no
gelo, a partir de ácido adenílico e de ácido uridílico (precursores
de nucleotídeos) e água do mar artificial. Estudos como estes
indicam outras possíveis direções para a origem da vida e
servem como argumento para os defensores da panspermia,
uma vez que as temperaturas predominantes no Universo são
bem mais baixas do que as verificadas na Terra.
o A hipótese da panspermia
I. Considerando que as condições para o surgimento da vida na
Terra somente seriam possíveis após mais de 500 milhões de
anos desde a origem do planeta, após o resfriamento de sua
superfície. A suposta ausência de quantidades abundantes de
água líquida e a ocorrência de uma atmosfera altamente
redutora seriam barreiras à formação autóctone de vida durante
os primeiros milhões de anos da Terra. Segundo os defensores
da panspermia, durante o lapso de 500 milhões de anos as
reações químicas pré-bióticas seriam inviáveis, deixando um
tempo curto para o início da evolução molecular, que poderia já
estar ocorrendo em outras partes do Universo. A hipótese da
panspermia ganhou adeptos quando se descobriu a presença de
dezenas de ácidos aminados em diferentes meteoritos (Mullen,
2005), sugerindo que reações químicas para a criação de
moléculas orgânicas essenciais à vida podem de fato ocorrer em
outras partes do Universo.
o Organização corporal
o Os primeiros seres vivos deveriam ser procariontes e
unicelulares.
o Os ribossomos (80S) eucarióticos são 40% maiores, possuem um
sistema de endomembranas, citoesqueleto complexo etc.
o Muitas vezes não é possível identificar as células, mas o eventual
enriquecimento de carbono sobre uma rocha pode ser um
indicativo de atividade biológica.
o Entende-se por organização corporal o arranjo físico através do
qual um ser vivo apresenta sua integridade corporal. Em outras
palavras, são as formas de expressão e ocorrência de seus
corpos.
o Os seres vivos podem apresentar corpos unicelulares e
multicelulares, sendo unicelulares a forma de organização
corporal que envolve mais espécies na natureza.
o Todos os procariontes são unicelulares, bem como a maioria dos
protistas.
o Cada célula unicelular realiza todas as funções vitais que
viabilizam sua existência.
o Células gigantes: Em geral, quando se imaginam seres
unicelulares vem à mente organismos pequenos. Contudo, há
muitos exemplos na natureza de seres unicelulares gigantes.
o Diversos seres unicelulares podem constituir abrigos ou
estruturas rígidas externas para protegerem-se.
o Embora os abrigos não façam parte da célula, a maioria das
espécies depende deles para existir, podendo eventualmente ser
encontradas fora dos abrigos apenas por períodos curtos e
transitórios.
o Há espécies cujas existências dependem dos abrigos externos,
sendo inviáveis sem eles.
o O termo “lórica” geralmente é atribuído a abrigos de células
flageladas e ciliadas de aparência homogênea e lisa, ao passo
que “teca” tende a ser usado com ameboides sendo
heterogênea e descontínua. O termo “testa” também é usado
com células ameboides, mas em geral testas são inorgânicas,
com composições minerais (como o CaCO 3). Há muitas exceções
quanto à aplicação destes princípios.
o Nas espécies que praticam parasitismo, é comum o uso do
termo trofozoíto, que é a forma que pratica nutrição ativa. O
termo cisto é atribuído a formas de resistência que não se
alimentam, geralmente não se movimentam e que se encontram
num estado de latência. Um envoltório rígido é secretado para
formar o cisto – cistos de protozoários fazem parte da matriz
extracelular. Pode ocorrer multiplicação celular dentro de um
cisto. Cistos produzidos por algas são formas diferenciadas de
paredes celulares.
o Diversos seres unicelulares apresentam paredes celulares e,
portanto, estas são partes indissociáveis das células, sem as
quais as células não podem existir. Paredes celulares podem
também ser constituídas por materiais inorgânicos. Nos casos
em que componentes inorgânicos ocorrem em paredes
celulares, eles são depositados e enrijecidos sobre um “molde”
orgânico (escamas).
o Colônia: grupo de organismos da mesma espécie, geralmente
aparentados ou idênticos geneticamente, vivendo em
proximidade uns com os outros e que funcionam como uma
unidade. Colônias podem ser globosas, achatadas, filamentosas
etc., com ou sem diferenciação de seus integrantes. Seja qual for
a forma da colônia, algum tipo de benefício será compartilhado
entre seus integrantes, que são geneticamente iguais. Aumento
da flutuabilidade, defesa e troca de substâncias são alguns dos
benefícios mais comuns em formas coloniais. Colônias com
número definido de células são chamadas de cenóbios. Algumas
espécies de cianobactérias formam colônias filamentosas com
células diferenciadas.
o Acinetos são células de resistência formadas quando células
vegetativas espessam fortemente suas paredes celulares e
tornam-se latentes. Heterócitos e acinetos ocorrem apenas em
parte das formas filamentosas.
o Existem organismos multicelulares que apresentam organização
filamentosa do corpo, como fungos e algas vermelhas. Os
filamentos que formam um fungo são chamados de hifas.
o Filamento: conjunto de células dispostas num arranjo linear,
com ou sem ramificação.
o Com poucas exceções, os seres multicelulares são mais
complexos e suas células têm mais especializações de funções.
Na maioria dos casos, as células de seres multicelulares morrem
 se forem separadas. A multicelularidade surgiu de forma
independente em cinco linhagens de seres vivos e diferentes
princípios.
o Em algas verdes/plantas, a multicelularidade é baseada no
compartilhamento de paredes celulares, em animais, as células
são unidas por junções celulares e proteínas adesivas especiais
(caderina e colágeno), em fungos existe também o
compartilhamento de paredes celulares entre células vizinhas.
o Supõe-se que a multicelularidade resulte de colônias que se
tornaram altamente especializadas.
o Plasmódios multinucleados: são incluídos neste grupo os
organismos possuidores de fase vegetativa diploide,
multinucleada, desprovida de parede celular. Este pode originar
estrutura de resistência, os esclerócios ou esporocarpos, que
formam esporos dotados de parede celular, em seu interior.
Plasmódios multinucleados são entendidos como formas
ameboides gigantes. E são unicelulares!
o Movimentos microbianos
o Movimentos bacterianos: flagelo bacteriano: estruturas em
forma de fio que são feitas de um material rígido, as quais se
inserem na célula e giram livremente em relação a seu eixo a
partir de um ponto dentro da célula. Flagelos bacterianos
crescem pela adição de moléculas proteicas em sua extremidade
terminal externa. O flagelo bacteriano é um tubo oco constituído
pela proteína flagelina (exclusiva), não apresenta conexão com o
protoplasma e origina-se na membrana plasmática. Flagelos são
longos filamentos helicoidais feitos de um único tipo de proteína
(flagelina) e crescem pela adição de moléculas proteicas em sua
extremidade terminal externa. Origina-se na membrana
plasmática.
o Bactérias dotadas de dois ou mais flagelos podem experimentar
movimentos nulos, pois cada flagelo gira de forma independente
e desarticulada do(s)outro(s).
o Elas também têm apêndices que lhes permitem aderir a
superfícies e evitar ser arrastadas por fluidos em movimento ao
redor. Fímbrias ou pilus sãoprojeções que lhes permitem aderir
a superfícies e evitar ser arrastadas por fluidos em movimento
ao redor. (fímbrias estão presentes apenas em bactérias Gram-
negativas).
o Certos pilus são utilizados para permitir que uma bactéria
reconheça e pareie a outra, num processo de trocas de genes
chamado de conjugação.
o Movimentos arqueais: flagelos de arqueias também giram
livremente sobre seu eixo, originam-se na membrana plasmática
e são constituídos por uma flagelina diferente das encontradas
em bactérias. Flagelos arqueais diferem ainda dos flagelos
bacterianos por serem movimentados pela ação de ATP (e não
por fluxo de prótons), e por apresentarem movimentação
organizada.
o Movimentos em protistas: undulipódios: cílios e flagelos.
Enquanto os flagelos procarióticos giram apoiados em rotores
proteicos, o movimento do flagelo eucariótico é semelhante ao
de uma chicotada.
o Cílios e flagelos eucarióticos apresentam duas regiões distintas:
o axonema, que se projeta para fora da célula, e o cinetossomo
ou corpo basal, que se encontra sob a membrana plasmática. O
axonema é constituído por microtubulos que se organizam em
um arranjo peculiar de nove pares periféricos e um par central.
Nos cinetossomos os microtubulos ocorrem em trios e não
existe o par central. Os axonemas são recobertos por uma
membrana contínua em relação à membrana plasmática, feição
que caracteriza cílios e flagelos como organelas celulares. Os
movimentos de cílios e flagelos consistem em propagações pelo
axonema dos movimentos iniciados no cinetossomo, que por
sua vez é conectado a microtubulos que fazem parte do
citoesqueleto.
o Infraciliatura: A infraciliatura consiste num arranjo de
microtubulos sob a membrana plasmática, o qual permite a
articulação dos movimentos de cada cílio individual. Confere
mais eficiência de geração de fluxo de água e velocidade ao
ciliado.
o Pseudópodes: característicos de células ameboides, consistindo
de extensões temporárias do citoplasma em direção a um
estímulo. Os lobópodes são fluxos de endoplasma movem-se
para a direção do estímulo e ao tocarem a membrana plasmática
distribuem-se para os lados, formando ectoplasma. Segue-se
imediatamente à formação de ectoplasma o agrupamento de
unidades da proteína actina, criando um enrijecimento
temporário do ectoplasma. Além dos lobópodes, que são largos
e arredondados, típicos de organismos grandes, há os filópodes,
típicos de organismos pequenos, que são estreitos, claros e
eventualmente ramificados, preenchidos apenas por
ectoplasma.
o Lobópodes e filópodes são típicos de amebozoários. Ambos são
gerados de forma não-eruptiva, fluindo suavemente do interior
para a periferia da célula. Pseudópodes servem para deslocar a
célula e também para a captura de alimento por fagocitose.
o Pseudópodes de Rhizaria:
I. Axópodes: estes apresentam um eixo contrátil em seu interior, o
qual mantém o pseudópodes com uma forma mais rígida. Isto
não torna o pseudópodes imóvel, pois ele é capaz de realizar
contrações rápidas quando estimulado.
II. Reticulópodes: formam ramificações que se conectam, gerando
uma estrutura semelhante a uma rede - daí o nome recebido;
além disso, os reticulópodes são desprovidos do eixo central de
microtubulos verificado nos Axópodes existentes em
Actinopoda.
o Metabolia ou movimentos euglenoides, que consiste em
sequências rápidas de contrações das fibras proteicas que
ocorrem associadas à membrana plasmática de organismos
euglenoides. A metabolia é entendida como um mecanismo que
proporciona recursos de defesa contra micropredadores e
também a possibilidade de que a célula se infiltre por frestas
estreitas, por exemplo.
o Redes de muco: pseudofungos dotados de uma organela
secretora especial, o botrossomo, eles lançam membranas e
secreções sobre o substrato, criando uma espécie de cobertura
que se assemelha aos da lesma. A produção deste material
mucilaginoso permite que as células deslizem sobre o substrato
e proporciona o aproveitamento de alimento.
o Diversos protistas são desprovidos de movimentação, sendo
transportados passivamente pelo meio circundante.
o Apicomplexos penetram nos eritrócitos e hepatócitos de
mamíferos através da ação de organelas capazes de aderir e
perfurar as células dos hospedeiros. Além disso, os apicomplexos
possuem outras organelas especiais capazes de lançar enzimas
que provocam uma invaginação da membrana plasmática da
célula do hospedeiro, conduzindo o parasita para seu interior. O
formato alongado das células infectantes dos apicomplexos
contribui para facilitar sua passagem através da membrana
plasmática.
o Movimentos em fungos: Fungos não apresentam movimentos
ativos, exceto em células reprodutivas flageladas de quitrídios,
as quais são flageladas. Quitrídios são considerados fungos mais
primitivos.
o Nutrição microbiana
o Do ponto de vista metabólico, os eucariontes são menos
diversificados que os procariontes.
o Parte dos eucariontes apresenta nutrição autotrófica, viabilizada
através da fotossíntese oxigênica. Por contraste, seis tipos
diferentes de fotossíntese existem entre os procariontes: a
mesma fotossíntese oxigênica encontrada em eucariontes e
outras cinco formas de fotossíntese que não geram oxigênio
como produto.
o Vários tipos de metabolismo existem em arqueias e bactérias e
não existem em eucariontes, incluindo a fixação de nitrogênio,
desnitrificação, quimiolitotrofia e crescimento hipertermofílico.
Por exemplo, há bactérias que consomem nitrogênio
exclusivamente na forma de nitrato (NO3-) e há formas que
obtêm energia única e exclusivamente mediante o consumo de
metano (CH4). Metanogênese (a produção de metano como um
subproduto metabólico) ocorre apenas no domínio Archaea,
especificamente na subdivisão Euryarchaeota.
o A fotossíntese oxigênica (e também a respiração aeróbica) gera
muito mais energia do que a fermentação e quaisquer outros
tipos de fotossíntese e talvez por isto tenha se difundido na
natureza.
o A gradual acumulação de oxigênio na atmosfera selecionou
novas espécies de procariontes e posteriormente eucariontes
tolerantes/resistentes a este gás.
o Diversas espécies de bactérias e arqueias apresentam nutrição
autotrófica através da quimiossíntese, uma forma de autotrofia
inexistente em eucariontes. Síntese de moléculas orgânicas a
partir de oxidação de sulfetos, nitratos, gás hidrogênio,
amoníacos etc.
o Por fim, existem espécies de procariontes que realizam nutrição
heterotrófica, através do consumo de matéria orgânica, e
também formas particulares da quimiossíntese, como a
quimioautotrofia e a quimiolitoautotrofia.
o Protistas são seres muito diversificados do ponto de vista
nutricional e podem ser classificados em três categorias básicas
em função de seu modo de nutrição: protozoário (heterotróficos
por ingestão de partículas), alga (fotoautotróficos) e
pseudofungo (heterotróficos por absorção de matéria orgânica).
o Uma terceira forma de nutrição, a mixotrofia, consiste na
combinação das nutrições autotrófica e heterotrófica num
mesmo organismo.
o A ocorrência de onivoria e a realização de mixotrofia dificultam a
classificação clara de alguns protistas em níveis tróficos bem
definidos.
o Esta percepção corrige a ideia equivocada que mixotróficos
seriam espécies meramente situadas em um meio termo entre
autótrofos e heterótrofos: há desde espécies que obtêm a quase
totalidade de fotossíntese e que só eventualmente realizam
heterotrofia.
Assim, a nutrição heterotrófica seria um caráter primário em
o alternância de gerações.
fotoautotróficos e a perda dela seria secundária, refletindo o
comportamento e a nutrição de seus ancestrais heterotróficos.
o A capacidade de realizar nutrição mixotrófica oferece uma
vantagem competitiva importante para as espécies, sobretudo
em ambientes oligotróficos.
o Os mixótrofos sofrem desvantagem em relação a competidores
altamente especializados e eficientes, refletindo-se numa
tendência de geração de menor biomassa que a de seus
competidores. Em outras palavras, os mixótrofos sempre sofrem
com a competição exercida por organismos nutricionalmente
mais especializados.
o Alguns seres heterotróficos são capazes de manter algas e/ou
cianobactérias vivas em suas células ou tecidos, aproveitando
seus produtos da fotossíntese. Trata-se de uma forma especial
de mixotrofia, pois a fotossíntese não é efetivamente gerada
pelo organismo heterotrófico.
o A endossimbiose teve um papel crítico na diversificação das
formas fundamentais de nutrição em eucariontes.
o Hidrogenossomos: organelas esféricas dotadas de membrana
dupla presente em diversos protistas anaeróbicos. Especula-se
que o hidrogenossomo seja derivado de mitocôndrias.
Algumas linhagens de algas sofreram uma segunda (e também
o bactérias Gram-negativas as paredes são mais flexíveis, e o septo
uma terceira) endossimbiose, gerando plastídeos com mais
membranas e mais combinações de pigmentos
fotossintetizantes.
o A predação é uma relação ecológica especial que envolve um
heterótrofo ativo.
o As espécies parasitas podem ter um hospedeiro (sendo
chamadas de monoicas ou monoxênicas) ou mais hospedeiros
(sendo chamadas de heteroicas ou heteroxênicas).
o Apicomplexos são protozoários altamente adaptados ao
parasitismo. As estruturas apicais dos apicomplexos são próprias
para penetrar células, sendo conhecidas como complexo apical,
característica que dá nome ao grupo.
o Pseudofungos oomicetos: pertencem à linhagem Stramenopiles
do supergrupo SAR. Todos são parasitas e são especialmente
nocivos a plantas. Diversos oomicetos causam míldio, uma
designação extensiva a doenças produzidas por fungos e
pseudofungos que afetam plantas diversas.
o Efeitos nocivos de peronosporomicetos: os peronosporomicetos
se “infiltram” nos tecidos das plantas, onde absorvem
nutrientes. Há três tipos:
I. Os chamados biotrofos obrigatórios crescem e reproduzem-se
em tecidos vivos de plantas e estabelecem uma relação não-
destrutiva com seus hospedeiros. Dentre os oomicetos que são
classificados como biotrofos obrigatórios, estão espécies que
causam míldio.
II. Por outro lado, patógenos necrotróficos alimentam-se de
material celular morto. Antes de efetivamente colonizarem os
tecidos das plantas, os necrótrofos matam células através da
secreção de toxinas ou de enzimas que degradam as paredes
celulares.
III. Uma terceira estratégia é intermediária entre a biotrofia e a
necrotrofia, sendo conhecida como hemibiotrofia. A primeira
fase da hemibiotrofia é baseada numa relação íntima do
patógeno com seu hospedeiro, na qual ocorre um
comportamento típico de um biotrofo. Depois, quando o
processo de infecção é iniciado, o hemibiótrofo muda sua ação
para um modo destrutivo e necrotrófico.
o Nutrição de fungos verdadeiros: são seres exclusivamente
heterotróficos. Eles compartilham com os animais a habilidade
de exportar enzimas hidrolíticas que quebram biopolímeros, os
quais podem ser absorvidos para nutrição.Em vez de
necessitarem de um estômago para conseguir realizar a
digestão, fungos vivem em suas próprias fontes de alimento e
simplesmente crescem em direção a novos alimentos à medida
que o ambiente local se torna exaurido de nutrientes. São
usualmente os organismos decompositores primários. Muitas
espécies são sapróbias de vida livre (usuários de carbono fixado
por outros organismos) em substratos de madeira, solo,
serapilheira, animais mortos e exsudações animais. As grandes
cavidades abertas em árvores vivas por fungos consumidores de
madeira morta fornecem buracos para aninhar uma variedade
de animais. Em ambientes pobres em nitrogênio, diversos
grupos independentes de fungos têm adaptações tais como
“laços” e hifas adesivas com as quais eles aprisionam e
degradam nematoides e outros animais pequenos.
o Muitos fungos são biótrofos, e neste papel um número
de grupos bem-sucedidos formam associações
simbióticas com plantas (incluindo algas), animais
(especialmente artrópodes) e procariontes. Exemplos
são líquenes, micorrizas e endófitos de folhas e
troncos.
o Reprodução em microrganismos
o Reprodução assexuada: forma de reprodução que não envolve
redução da ploidia, meiose, ação de gametas ou fertilização.
Predomina em organismos unicelulares, como bactérias,
arqueias e muitos protistas.
o Reprodução sexuada: forma de reprodução que envolve fusão
de gametas e fertilização. Há recombinação plena do material
genético, mesmo quando não há gametas bem diferenciados.
o Reprodução vegetativa: Não há intenção de reprodução.
o Fissão é um tipo de reprodução assexual no qual a célula-mãe se
divide para formar duas (fissão binária) ou mais (fissão múltipla)
células-filhas. A fissão envolve mitose no caso de eucariontes,
mas não no caso de procariontes.
o Esporo: termo genérico que designa reprodutivas assexuais
produzidas por algas, plantas e fungos. Esporângio é o órgão que
produz esporos. Esporófito é fase que se caracteriza pela
produção de esporos, num ciclo de vida que envolve a
o Para muitos protistas a ocorrência de fecundação é conhecida,
mas isto não significa que a reprodução sexuada seja
predominante. Ao contrário, formas de reprodução vegetativa e
de reprodução assexuada são predominantes na maioria das
espécies.
o A meiose gera gametas (meiose zigótica) e esporos (meiose
espórica) e meiose gaméticas.
o Brotamento: tipo de fissão, no qual as células descendentes são
menores que as parentais.
o Em fungos, algas e pseudofungos, a reprodução assexuada
envolve a produção de esporos. Os esporos podem ser móveis,
sendo chamados de zoósporos, ou imóveis, conhecidos como
aplanósporos.
o Algumas espécies de algas podem se reproduzir
assexuadamente através de um processo conhecido como
produção de autocolônia.
o A maioria dos procariontes se reproduz por um processo de
divisão binária, em que a célula cresce em volume até que se
divide ao meio para produzir duas células-filhas idênticas.
o Em bactérias Gram-positivas, o septo cresce para dentro a partir
da membrana plasmática ao longo do ponto médio da célula; em
de divisão se forma quando as paredes laterais se projetam para
dentro, dividindo a célula em duas.
o Um grupo de bactérias se reproduz por brotamento. Neste
processo forma-se uma gema pequena em uma extremidade da
célula-mãe ou em filamentos chamados prostecas.
o Cistos ou endosporos geram divisão celular.
o A conjugação bacteriana nao é considerada reprodução sexuada
pois não envolve combinação gênica plena e não gera
descendentes.
o A reprodução vegetativa em algas verdes ocorre através de
divisão celular simples e de fragmentação de talos filamentosos,
multicelulares macroscópicos, por exemplo. Formas unicelulares
também podem produzir esporos. Formas coloniais podem gerar
colônias-filhas a partir da produção de zoósporos, que se
agregam, diferenciam-se morfologicamente e originam novas
colônias da espécie.
o Ciclo de vida de Giardia lamblia: chega ao homem através de
alimentos contados. A incubação do parasita dura uma a quatro
semanas. À medida que trofozoítos migram para o cólon,
transformam-se em cistos e são liberados nas fezes aos milhões.
o Na isogamia dois gametas móveis são idênticos ou quase
idênticos; na anisogamia os dois gametas são diferentes em
tamanho ou comportamento e na oogamia um gameta pequeno,
móvel ou não, funde-se com um gameta bem maior e imóvel. Se
os dois tipos de gametas são produzidos por um mesmo
indivíduo, este é designado como monoico. Se os gametas
diferentes forem produzidos por indivíduos distintos, estes são
ditos dioicos.
o Em alguns protistas é possível também que gametas não
realizem fecundação e produzam zigotos, dando origem
diretamente a indivíduos haploides. Uma vez que não há
fecundação, trata-se de uma forma de reprodução assexuada,
conhecido como partenogênese.
o Os oomicetos realizam oogamia, envolvendo um gameta grande,
a oosfera, núcleos transportados por hifas especiais até a
oosfera; não há mobilidade em “anterídios”. A fecundação
resulta na formação de um zigoto arredondado e com parede
espessa, conhecido como oósporo. Se as condições ambientais
forem desfavoráveis, o oósporo pode funcionar como um cisto
de resistência, permanecendo latente até que haja condições
adequadas para crescimento e formação de hifas vegetativas.
o Fungos se reproduzem predominantemente de forma
assexuada, através da formação de esporos quase sempre
aflagelados.
o Os esporos formados pelos fungos do líquen germinam e
formam um novo micélio fúngico. Se o esporo do fungo entrar
em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria eles
poderão germinar e formar um novo líquen.
o O liquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que
são propágulos que contêm células de algas e hifas do fungo, e
por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O
líquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.
o Diversidade de bactérias
o Algumas bactérias podem causar doenças em seres humanos,
animais ou plantas, mas a maioria é inofensiva e são agentes
ecológicos benéficos, cujas atividades metabólicas sustentam
formas de vida mais elevados. Outras bactérias são simbiontes
de plantas e invertebrados, exercendo funções importantes para
o hospedeiro, tais como a fixação de nitrogênio e a degradação
da celulose. Sem procariontes, o solo não seria fértil e qualquer
material orgânico morto decairia muito mais lentamente.
Algumas bactérias são amplamente utilizados na preparação de
alimentos, produtos químicos e antibióticos.
o As células procarióticas e eucarióticas diferem em muitas outras
formas, incluindo a composição lipídica, a estrutura das
principais enzimas metabólicas, respostas a antibióticos e
toxinas, e o mecanismo de expressão da informação genética.
o Plasmídeo: as bactérias têm um cromossomo circular que
contém toda a sua informação genética, e os seus ARNms são
cópias exatas de seu gene e não são modificados.
o As bactérias Gram-negativas tornam-se osadas, enquanto que as
bactérias Gram-positivas permanecem azuis.
o Abs actérias Gram-positivas apresentam uma parede celular
espessa formada por peptidoglicano e uma membrana. Abs
actérias Gram-negativas apresentam uma camada fina de
peptidoglicano e são constituídas por duas membranas, uma
externa e outra interna em relação à camada de peptidoglicano.
A membrana externa é integrada a camada de peptidoglicano,
constituindo a parede celular.
o Muitas células bacterianas secretam algum material extracelular
sob a forma de uma cápsula ou uma camada de muco. Uma
camada de muco é fracamente associada com a bactéria e pode
ser facilmente lavada, enquanto que uma cápsula está ligada
rigidamente à bactéria e tem limites definidos. A cápsula pode
ser definida como uma camada externa à parede celular,
geralmente apresentando-se como um material viscoso,
fortemente associado à superfície celular, tipicamente de
natureza polissacarídica e raramente proteica. A maioria das
cápsulas são hidrofílicas e podem ajudar as bactérias evitar a
dessecação (desidratação), impedindo a perda de água. As
cápsulas podem proteger uma célula bacteriana da ingestão e
destruição por glóbulos brancos (fagocitose).
o Fixadoras de Nitrogênio.
o Indivíduos de Rhizobium no solo reconhecem e invadem os pelos
da raiz da sua planta hospedeira específica, entram nos tecidos
da planta e formam um nódulo de raiz. Este processo faz com
que as bactérias percam muitas das suas características de vida
livre. Elas tornam-se dependentes do carbono fornecido pela
planta e, em troca de carbono, elas convertem o gás de
nitrogênio em amônia, que é usada pela planta para a sua
síntese de proteínas e crescimento.
o Este conjunto altamente diversificado de materiais de origem
biológica, formado fundamentalmente pela excreção e
exsudação de animais, plantas e microrganismos (que envolve
muitas outras formas não mencionadas de matéria orgânica) é
coletivamente chamado de matéria orgânica dissolvida (MOD).
o A matéria orgânica particulada (MOP)também está presente na
água do mar e pode ser consumida por bactérias.
o Alça microbiana: introdução de MOP E MOD na cadeia alimentar
novamente.
o Os vírus infectam em sua maioria células procarióticas. A
abundância de vírus e procariontes acompanha a disponibilidade
de matéria orgânica.
o Ciano bactérias:
o Chloroxybacteria (Cyanophyta): Pigmentos fotossintetizantes:
clorofila a, ficocianina, aloficocianina, β-caroteno, xantofilas.
Flagelo ausente.
o A presença de outros pigmentos fotossintetizantes aumenta a
absorção de luz pelas células.
o As proclorofíceas, um grupo especial de cianobactérias, possui
também clorofila b e não apresentam ficobilinas.
o Há quase uma década foi descoberta uma espécie de
cianobactéria dotada de clorofila d, Acaryochloris marina
(Miyashita et al., 2003).
o O excesso de mucilagem pode formar um halo, visível em todas
as imagens desta lâmina. Tecnicamente, esta cobertura é
chamada de bainha de mucilagem.
o Heterocitos são especializados na fixação de nitrogênio
molecular (N2), sendo dotados de nitrogenases em grandes
concentrações.
o Acinetos são células de resistência formadas quando células
vegetativas espessam fortemente suas paredes celulares e
tornam-se latentes.
o Estromatólitos.
o Floração de (insira) é um processo de multiplicação excessiva
num intervalo de tempo curto, geralmente associada a alguma
alteração ambiental.
o Cianotoxinas: Toxinas classificadas como hepatotoxinas,
neurotoxinas e irritantes porcontato estão entre aquelas
produzidas por cianobactérias.
o As diferenças entre os filos são essencialmente metabólicas e
genéticas.
o Proteobactérias (gran-negativas) possuem grandes semelhanças
quanto às características químicas da ARN polimerase e da DnaK
(proteína de choque térmico, análoga às existentes em
eucariontes).
o Biofilme: uma concentração de células, móveis ou não,
conectadas entre si pela presença de mucilagem.
o Quorum sensing caracteriza-se por um sistema de comunicação
intra- e inter-espécies de microrganismos, baseado na emissão
de estímulos e respostas dependentes da densidade
populacional.
o A expressão de diversos genes bacterianos resulta de interações
do tipo QS. Também se entende que a intensidade de processos
 infecciosos se influenciada pelo QS, ao menos em parte dos
casos.
o Muitas bactérias marinhas são bioluminescentes (gerados pelo
qs) e podem ser de vida livre ou viver associadas aos corpos de
outros seres.
o A maioria dos procariontes se reproduz por um processo de
divisão binária, em que a célula cresce em volume até que se
divide ao meio para produzir duas células-filhas idênticas.Em
bactérias Gram-positivas, o septo cresce para dentro a partir da
membrana plasmática ao longo do ponto médio da célula; em
bactérias Gram-negativas as paredes são mais flexíveis, e o septo
de divisão se forma quando as paredes laterais se projetam para
dentro, dividindo a célula em duas.
o O crescimento de culturas bacterianas é definido como um
aumento no número de bactérias em uma população e é
exponencial.
o Temperatura ideal de crescimento:
o Psicrófilo: 4°c
o Mesófilo: 39°c
o Termófilo: 60°c
o Hipertermófilo: 88°c
o A conjugação bacteriana parece ter um papel crucial na criação
de superbactérias.
o Organismos geralmente possuem elementos genéticos móveis
chamados transposons que podem reorganizar a ordem e
presença de quaisquer genes no cromossomo. Transposons
podem desempenhar um papel em ajudar a acelerar o ritmo da
evolução. Um transpóson, também chamado de elemento de
transposição, é uma sequência de ADN capaz de se movimentar
de uma região para outra num genoma de uma célula.
o Proteobactérias
o ampla gama de morfologias abrangidas pelo clado.
o Dividido por dados moleculares em cinco clados grandes, com
numerosos representantes:
o Alfa-proteobactérias. A maioria compreende dois fenótipos
principais: bactérias purpúreas não-sulfurosas e bactérias
aeróbias portadoras de bacterioclorofila. As α-proteobactérias
são conhecidos por suas propriedades simbióticas com plantas.
São consideradas precursoras das mitocôndrias, devido a
semelhanças morfológicas e genéticas.
o Beta-proteobacterias compreendem principalmente quimio-
heterótrofos e quimioautótrofos, que derivam nutrientes a
partir da decomposição do material orgânico. β-proteobacterias
desempenham um papel importante na fixação do nitrogênio
em vários tipos de plantas.
o Gama-proteobacterias são em sua maioria constituídas por
bactérias facultativamente anaeróbias e fermentativas. As γ-
proteobactérias envolvem vários grupos de bactérias médica e
cientificamente importantes .Algumas são oxidadoras de metano
e muitos deles ocorrem em simbiose com animais.
o Delta-proteobactérias são representadas principalmente por
bactérias sulfidogênicas anaeróbias morfologicamente.
o Epsilonproteobactérias são, em sua maioria, compostas de
quimio-organotróficos. A maioria das espécies conhecidas habita
o trato digestivo de seres humanos e animais e servem como
simbiontes.
o Diversidade de arqueias
o O domínio Archaea ocupa uma posição intermediária entre
Bacteria e Eukarya na árvore da vida.
o Vários tipos de paredes celulares existem em arqueias. Portanto,
a ausência ou presença de peptidoglicano é uma característica
distintiva entre o arqueias e bactérias. Algumas espécies não
possuem parede celular.
o Nas bactérias e eucariotos a ligação entre o ácidos graxos e o
glicerol é do tipo éster. Nas arqueias é do tipo éter e os ácidos
graxos são ramificados.
o As polimerases de ARN arqueais são mais parecidas com
polimerases de ARN de eucariontes do que com as de bactérias.
o O RNAt iniciador nas bactérias é o formilmetionina e nas
arqueias e eucariotos é a metionina.
o Vários tipos de metabolismo existem em arqueias e bactérias e
não existem em eucariontes, incluindo a fixação de nitrogênio,
desnitrificação, quimiolitotrofia e crescimento hipertermofílico.
Metanogênese (a produção de metano como um subproduto
metabólico) ocorre apenas no domínio Archaea, especificamente
na linhagem Euryarchaeota. Algumas bactérias, como diversas
proteobactérias, podem consumir metano (metanotrofia), mas
não podem gerar metano.
o São extremófilas.
o A maioria das arqueias não pode ser cultivada em laboratório e a
sua é presença ubíqua.
o Muitas arqueias são extremófilas e diversas adaptações
viabilizam a existência em ambientes extremos. Uma das mais
importantes é a composição química de suas membranas. Além
disso, o material genético, enriquecido com sequências CG,
também é resistente a altas temperaturas.
o Espécies halófilas de arqueias podem ainda acumular grandes
quantidades de pigmentos que as protegem de radiação solar,
como o carotenoide bacteriorruberina.
o Linhagens: se baseia principalmente em informações
moleculares.
o Crenarcheota: compreende a maioria das espécies
hipertemofílicas de Archaea. As espécies apresentam uma ampla
variabilidade de formas celulares. Metabolicamente, as
crenarqueias são muito diversificadas, variando de
quimiorganótrofos a quimiolitoautótrofos.
o Euryarcheota: Os representantes cultivados de Euryarchaeota
incluem organismos isolados de ambientes quentes, todos os
organismos que são metanogênicos e organismos que crescem
vigorosamente em ambientes com altas concentrações de sal
(halófilos).
o Nanoarcheota: as nanoarqueias são altamente incomuns porque
elas crescem e dividem-se sobre a superfície de uma outra
arqueia, Ignicoccus.
o Korarcheota: Linhagem formada por seres hipertermofílicos não
cultiváveis, registrados através de análises de ADN ambiental, ou
seja, pela aplicação de técnicas de metagenômica.
o Tomando por base a ampla influência dos processos de
transferência horizontal de genes entre seres vivos, alguns
autores questionam a validade de representações sobre a
evolução dos domínios da vida. Além disso, alguns autores
consideram também que pode não ter existido um ancestral
universal comum a todos os seres vivos, mas uma
protocomunidade microbiana que já sofria THG e da qual
derivaram as formas de vida conhecidas.
o Opisthokonta
o Vastíssimo grupo formado por organismos cuja principal
sinapomorfia é a presença de um flagelo posterior desprovido de
mastigonemas, presente ao menos uma etapa do ciclo de vida.
Em algumas linhagens ou espécies o flagelo foi perdido ao longo
da evolução. Há um par de cinetossomos ou de centríolos,
muitas vezes modificados. As mitocôndrias apresentam cristas
planas nos estádios unicelulares. Não há algas neste
supergrupo. Metazoários, fungos e coanoflagelados são seus
componentes fundamentais.
o A linhagem Holomycota seria formada por Cristidiscoidea e
Fungi. A linhagem Holozoa seria formada por Mesomycetozoea,
Filasterea, Choanoflagellata e Metazoa.
o Holomycota: clado formado por fungos e por alguns táxons que
parecem se encontrar na “fronteira evolutiva” entre animais e
fungos, como os nucleariídeos.
o Cristidiscoidea: Pequeno grupo de organismos ameboides
dotados de pseudópodes filosos e cristas mitocondriais
discoidais, feição que caracteriza o nome do grupo. Eles são
encontrados em solos úmidos e em ambientes de água doce.
Heterotróficos e raros, os cristidiscóideos parecem se alimentar
de bactérias, algas pequenas e cianobactérias. O grupo, que
pode ser entendido como um filo, é dividido em dois grupos, que
podem ser entendidos como classes: Nucleariida e Ministeriida.
Nucleariídeos podem formar cistos orgânicos, sãoincolores e
possuem citoplasma granular. Escamas silicosas já foram
registradas em parte das espécies. Ministeria são seres
ameboides marinhos pequenos (até 5 μm de diâmetro), com
braços duros (supostamente suportados por microtúbulos)
espaçados de forma equidistante entre si, 2-3 vezes mais
compridos que o diâmetro da célula. Um dos braços torna-se
mais grosso e funciona como um pedúnculo, fixando-se em
substratos adequados. As espécies fagocitam bactérias através
de uma forma de taça alimentar. A superfície da célula é mucosa
e pode reter bactérias. A vibração característica de uma das
 espécies (Ministeria vibrans) sugere a existência de um flagelo,
mas o mecanismo exato que leva à vibração da célula ainda não
foi elucidado.
o Fungi:
o Grupo-irmão dos metazoários. Eles compartilham com os
animais a habilidade de exportar enzimas hidrolíticas que
quebram biopolímeros, os quais podem ser absorvidos para
nutrição. Fungos vivem em suas próprias fontes de alimento e
simplesmente crescem em direção a novos alimentos à medida
que o ambiente local se torna exaurido de nutrientes. Fungos
são caracterizados por possuírem corpos não-móveis (talos)
construídos de filamentos dotados de paredes e com
extremidades alongáveis, chamados de hifas. Fungos podem se
reproduzir sexuada ou assexuadamente. Eles são haploides e
capazes de realizar meiose zigótica, e nutrição heterotrófica. Os
componentes característicos da parede celular são a quitina e
glucanas. Quando todo o alimento se torna exaurido, a
esporulação é acionada. Antes de se acasalarem na reprodução
sexuada, fungos individuais podem se comunicar uns com os
outros quimicamente através de feromônios.
o Exceções a esta caracterização de fungos são bem conhecidas, e
incluem os seguintes: A maioria das espécies de quitrídios tem
células com um único flagelo liso e inserido posteriormente em
alguns estádios do ciclo de vida, e centríolos estão associados
com a divisão celular. Esporos fúngicos podem ser ativa ou
passivamente liberados por diversos métodos efetivos: ar, água,
animais etc.
o Produção de alimentos e antibiótico. Outros fungos produzem
metabólitos secundários, tais como as aflatoxinas, que podem
ser toxinas potentes e carcinogênicos. Onde quer que haja
umidade e temperatura adequadas, e substratos orgânicos
estejam disponíveis, fungos estarão presentes. Artrópodes
associados também podem mostrar distribuições através de
parte ou de toda a amplitude de ocorrência do hospedeiro.
o Penicillium chrysogenum (Ascomycota) é conhecido por sua
produção do antibiótico penicilina. Embora outros antibióticos
sejam produzidos por uma variedade de organismos, Penicillium
foi o primeiro a ser desenvolvido.
o O ramo que une os fungos e animais é bem suportado com base
em um número de conjuntos de dados de filogenia molecular,
incluindo sequências gênicas que codificam o ARNr da
subunidade menor do ribossomo, o compartilhamento de uma
característica singular na natureza - sequências de inserções em
proteínas como o fator de elongação* 1α, genomas
mitocondriais inteiros e genes concatenados de codificação de
proteínas
* fatores de elongação são conjuntos de proteínas especiais que
atuam na síntese de novas proteínas durante o ciclo celular. Nos
ribossomos, os fatores de elongação auxiliam na formação das
ligações químicas que unem todos os ácidos aminados que
formam as proteínas que estão sendo sintetizadas.
o Opisthokonta como um supergrupo monofilético e bem
definido.
o Numerosos estudos filogenéticos agora sugerem que eles não
são monofiléticos, e que o último esquema de classificação inclui
seis filos e quatro subfilos adicionais sem posição definida
o Linhagens:
o Ascomycota: o grupo inclui a maioria dos fungos que se
combinam com algas para formar líquenes e a maioria dos
fungos que não apresentam evidências morfológicas de
reprodução sexual. A característica derivada compartilhada que
define os Ascomycota é o asco. É no interior do asco que a fusão
nuclear e a meiose ocorrem. Um asco é uma célula especializada
na qual dois núcleos haploides se fundem produzindo um zigoto,
que imediatamente se divide por meiose. Posteriormente os
ascósporos são liberados do asco. Os ascósporos são haplóides e
dotados de parede grossa, sendo resistentes a ambientes
adversos. Ascomas podem ser fechados (cleistotécios), abertos
por um orifício estreito (peritécios) ou amplamente abertos
como uma taça (apotécio). Algumas espécies apresentam duas
algas ao mesmo tempo (ex.: uma alga verde e uma
cianobactéria), mas sempre ocupando porções diferentes do
líquen.
o Há três tipos morfológicos básicos de líquenes:
o Líquenes crostosos ou incrustantes: são formas achatadas e
aderidas ao substrato por toda sua superfície inferior.
o Líquenes foliformes: são formas achatadas aderidas
parcialmente ao substrato, havendo porções “soltas”.
o Líquenes arbustivos: têm talo ereto ou pendente, o qual é
conectado ao substrato por uma parte pequena do corpo
liquênico. Em espécies hifais, a fusão do citoplasma pode não ser
imediatamente seguida por fusão nuclear, levando a uma fase
dicariótica curta.
o Saccharomycotina e Pezizomycotina são dois táxons notáveis de
Ascomycota. Embora a maioria dos membros de
Saccharomycotina sejam primariamente unicelulares, os táxons
basais fazem hifas abundantes. Os Saccharomycotina são
desprovidos de ascos.Pezizomycotina contém mais de 90% dos
Ascomycota, e quase todas as formas que se reproduzem
sexuadamente possuem ascos. As hifas de Pezizomycotina são
regularmente septadas com um septo simples que possui um
único poro dividindo a hifa em compartimentos hifais ou células.
A fase meiótica (teleomorfo) envolve a fertilização de um
gametângio feminino (ascogônio) por um gametângio masculino
(anterídio) ou por um gameta masculino (espermácio ou
microconídio).Em Saccharomycetales as células somáticas se
convertem em ascos livres durante a reprodução sexual e não
são inseridas em ascomas (corpos de frutificação). Membros de
Saccharomycetales parecem ser desprovidos de corpos de
Woronin, organelas que têm um papel em fechar/circundar
poros septais.
o Leveduras ascomicéticas diferem de outras formas com
crescimento de levedura, particularmente de leveduras
basidiomicéticas, por outras feições, incluindo menores
quantidades de quitina em suas paredes celulares, ADN nuclear
com um conteúdo de guanina + citosina relativamente baixo,
formação holoblástica de brotos com camadas da parede
permanecendo contínuas, habilidade fermentativa frequente e,
usualmente, inabilidade para corar com azul de diazônio.
o Membros do clado têm alta tolerância a álcool. Muitas dessas
leveduras crescem anaerobicamente e fermentam glicose a
álcool.
o Basidiomycota: os mais conspícuos e familiares Basidiomycota
são aqueles que produzem cogumelos, que são estruturas
reprodutivas sexuais. Os Basidiomycota também incluem
leveduras (formas unicelulares) e espécies assexuais.
o Estilos de vida simbióticos (associações íntimas com outros
organismos vivos) são bem desenvolvidas nos Basidiomycota.
Representantes simbióticos de Basidiomycota incluem
importante patógenos de plantas, tais como as ferrugens
(Uredinales) e as quais atacam trigo e outras lavouras.
o Fungos diversos, incluindo basidiomicetos, ajudam a estabilizar
as galerias internas de formigueiros e cupinzeiros.
o Alguns Basidiomycota formam ectomicorrizas, que são
associações com as raízes de plantas vasculares. Ajudam suas
plantas parceiras a obter nutrientes minerais do solo, e em troca
recebem açucares que as plantas produzem através da
fotossíntese.
o A potente toxina faloidina, extraída de basidiomicetos (ela é
obtida do cogumelo Amanita phalloides), adere-se à actina, que
é um componente fundamental de microfilamentos celulares.
Corantes fluorescentes que incorporam faloidina são usados por
biólogos celulares para visualizar o citoesqueleto.
o Basidiomycota envolve espécies unicelulares e multicelulares,
sexuais e assexuais, terrestres e aquáticas.
o A feição mais diagnóstica é a formação do basídio, que são as
células nas quais os esporos sexuais são produzidos, e que
conferem o nome do grupo. Um dicárion de vida longa, em que
cada célula no talo contém dois núcleos haploides resultando de
um evento de reprodução, é outra feição característica. O
basídio é a célula em que a cariogamia (fusão nuclear) e meiose
ocorrem, e no qual basidiósporos haploides são formados
(basídios não são formados por Basidiomycota assexuais).
Tipicamente, quatro esporos são produzidos em cada basídio,
nas extremidades de pedúnculos minúsculos chamados de
esterigmas.
o Uma das características mais fascinantes de Basidiomycota é a
produção de balistósporos, que são arremessados no ar a partir
dos esterigmas. Balistósporos podem ser sexuais ou assexuais, e
podem ser produzidos por basídios, hifas, células de leveduras
ou mesmo por outros balistósporos. Balistosporia é associada
 com a produção de uma gotícula hilar preenchida com líquido
que se forma na base do esporo, logo acima de sua conexão com
o esterigma.
o Três clados principais: Pucciniomycotina, Ustilaginomycotina e
Agaricomycotina.
I. Agaricomycotina: inclui cogumelos, fungos gelatinosos e
outros. Inclui a vasta maioria dos cogumelos comestíveis.
II. Ustilaginomycotina: inclui carvões e outros. Todos
parasitas.
III. Pucciniomycotina: inclui ferrugens e outros táxons.
Possuem tamanho minúsculo. As ferrugens são parasitas
obrigatórios de uma ampla gama de plantas de importância
agrícola.
o Zygomycota: 1% das espécies descritas de fungos verdadeiros (~
900 espécies descritas). Eles geralmente são de tamanho
microscópico.
o Sinapomorfia: reprodução sexuada através dos zigósporos,
seguindo a fusão gametangial, e reprodução assexuada por
esporângios dotados de um a múltiplos esporos, dentro dos
quais esporangiósporos não-móveis e unicelulares são
produzidos.
o Funcionam como saprófitos, habitantes de entranhas de
artrópodes, ectomicorrizas, e como patógenos.
o