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Morrinhos - GO
2018
INCÊNDIOS FLORESTAIS NA MICROREGIÃO DO VÃO DO PARANÃ: DINÂMICA
ESPACIAL ENTRE 1987 E 2017.
3. INTRODUÇÃO
Nesse sentido, optou-se por estudar a Microrregião do Vão do Paranã, por se tratar de uma
das áreas mais endêmicas do estado, com ocorrência de áreas protegidas e de interesse ambiental:
Reserva da Biosfera do Cerrado – Fase II; o Corredor Ecológico Paranã-Pirineus; as Áreas de
Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, da Serra Geral de Goiás e das Nascentes do Rio
Vermelho; e o Parque Estadual de Terra Ronca. Segundo mapeamento realizado pelo Ministério do
Meio Ambiente (MMA) 2015, 35 % da região estão inseridos nas classes de alta e muito alta
prioridade para preservação da biodiversidade, fato que reafirma a importância de se estudar a
região do ponto de vista do planejamento ambiental.
A microrregião localiza-se no nordeste goiano e devido a sua aptidão para manejo de
gado, a atividade pastoril foi consolidada ao longo dos anos. A ausência de políticas públicas
adequadas pode facilitar a expansão da fronteira agrícola vinda da Bahia e do sudeste de Goiás
(Ponciano, 2017). Portanto, é de extrema relevância que estudos sejam realizados no intuito de
viabilizar uma gestão territorial mais eficiente a partir da compreensão do ordenamento espacial,
minimizando ou, talvez, contribuindo numa reeducação coletiva sobre os impactos negativos
causados pelo mau uso do fogo.
5. MATERIAIS E MÉTODOS
A evolução da maior parte das fisionomias do Cerrado ocorreu na presença do fogo e dele
dependem para manter seus processos ecológicos. No entanto, o seu como ferramenta de manejo,
quando não controlado, pode afetar profundamente o equilíbrio do bioma, gerando impactos
negativos. De acordo com Pivello(2006), regimes de fogo inadequados podem degradar a vegetação
e o solo, resultando em perda da biodiversidade. Fisionomias como cerradão ou cerrado sensu
stricto vem sendo descaracterizadas devido a esses regimes que ocorrem, principalmente, para
atender às demandas das atividades pastoris (Gottsberger & SilberbauerGottsberger 2006).
Para que o fogo coexista de maneira equilibrada com o bioma é essencial analisa-lo sob a
perspectiva do Planejamento Ambiental. A preservação e a conservação do ambiente devem ser
garantidas, a partir da análise integrada, afim de. Além do levantamento de informações, a
sistematização e analise das mesmas são imprescindíveis para alcançar tais objetivos. A análise
geográfica integrada e de abordagem sistêmica, através da Geoecologia das Paisagens, oferece
subsídios para o ordenamento do uso e ocupação das terras (Trombeta e Leal, 2016).
A Geoecologia das Paisagens é um fundamento teórico e metodológico, e surge junto com o
planejamento da paisagem, que defende uma abordagem sistêmica e integrada em todas fases do
planejamento ambiental (Rodriguez e Silva 2013). Segundo essa perspectiva o paradigma do
pensamento fragmentado não se aplica aos estudos ambientais. Seus fundamentos são elaborados no
final do século XIX por Dokuchaev que analisou a natureza considerando o homem e a sociedade
sob o enfoque paisagístico ( Rodriguez, Silva, Leal, 2012). No entanto, apenas na década de 1930
Carl Troll concebe a Geoecologia como disciplina cientifica. Ele propôs a concepção de uma
ciência sobre os sistemas naturais, considerando as relações dos seres vivos e o ambiente na
formação das paisagens (Rodriguez e Silva 2013).
A Geoecologia tornou-se reconhecida por estudar as paisagens e os geossistemas em
diferentes escalas: global, regional e local. Esses estudos têm como objetivo alcançar a harmonia
entre qualidade ambiental o bem estar da sociedade através do planejamento ecológico que devem
colaborar com o planejamento territorial. Segundo Faria (2011, p. 23):
Autores como Coelho Netto et al. (2007), apontam o geoprocessamento como ferramenta
para as análises geoecológicas no intuito de se compreender a estrutura, a função e a dinâmica dos
elementos da paisagem. O geoprocessamento torna-se progressivamente ferramenta decisiva para as
analises geoecológicas com o emprego do Sistema de Informação geográfica(SIG) . A interpretação
das imagens possibilita o mapeamento de geossistemas, onde são representadas as unidades de
paisagem do território de acordo com sua homogeneidade.
Disciplinas
Pesquisa Bibliográfica
Ida a campo
Elaboração dos mapas
Análise e interpretação
dos dados
Elaboração da redação
provisória
Discussão e reformulação
da redação
Qualificação
Redação definitiva
7.CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Para a realização da pesquisa será seguido o seguinte cronograma:
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COELHO NETTO, A.L.. “A Geoecologia e a Arquitetura da Paisagem do Rio de Janeiro no século
XXI: da degradação à reabilitação funcional da cidade e da Floresta Atlântica Remanescente”. In:
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em:< https://www.ibama.gov.br/prevfogo#sobre-o-prevfogo> Acesso em: 20 de setembro de 2018.
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