+PANORAMA

São Paulo, segunda-feira 20 março 2023.

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Após um fim de semana de intensas negociações, o
UBS confirmou, neste domingo, a compra do Credit
Suisse por 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,25 bi-
lhões), enquanto o Fed e cinco grandes bancos cen-
trais anunciaram uma ação coordenada para garan-
tir a liquidez do sistema financeiro global, à medida
que aumenta a tensão com a crise bancária nos EUA
e Europa. A dúvida é se essas operações vão tran-
quilizar o mercado ou ter o efeito da ponta de um
iceberg. Com tal cenário de fundo, o Fomc e o Copom
decidem sobre juro nesta Super Quarta, enquanto
divergências no governo Lula atrasam a definição
da nova regra fiscal.(BDM)
ÁSIA
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segun-
da-feira, após autoridades suíças intermediarem
a venda do problemático Credit Suisse em meio a
temores de uma crise bancária global e à espera de
uma nova decisão de juros do Federal Reserve (Fed,
o banco central dos EUA).
Liderando as perdas na Ásia, o índice Hang Seng
caiu 2,65% em Hong Kong, a 19.000,71 pontos, en-
quanto o japonês Nikkei recuou 1,42% em Tóquio, a
26.945,67 pontos, o sul-coreano Kospi teve queda
de 0,69% em Seul, a 2.379,20 pontos, e o Taiex
registrou baixa mais modesta em Taiwan, de 0,21%,
a 15.419,97 pontos.
Na China continental, as perdas foram moderadas:
de 0,48% do Xangai Composto, a 3.234,91 pon-
tos, e de 0,32% do menos abrangente Shenzhen
Composto, a 2.053,65 pontos. Como se previa, o
banco central chinês (PBoC) deixou hoje suas princi-
pais taxas de juros inalteradas, após anunciar uma
redução no compulsório bancário, no fim da semana
passada.
Ontem, autoridades na Suíça disseram que o UBS
irá comprar o Credit Suisse, numa transação de US$
3,25 bilhões, após o banco suíço recentemente se
tornar alvo de uma mais onda de desconfiança. O
acordo veio cerca de uma semana após a quebra
de dois bancos regionais nos EUA, o Silicon Valley
Bank (SVB) e o Signature Bank.
Investidores estão na expectativa também para
a decisão de juros do Fed, que será conhecida na
quarta-feira (22). As apostas são de que a turbulên-
cia no setor bancário levará o BC americano a limitar
seu aumento de juros a 25 pontos-base esta sema-
na, repetindo o ajuste do começo de fevereiro.
Na Oceania, a bolsa australiana fechou hoje no
menor nível em quatro meses, também em meio às
preocupações com a estabilidade do sistema bancá-
rio global. O S&P/ASX 200 caiu 1,38% em Sydney, a
6.898,50 pontos.
EUROPA
O UBS comprará o Credit Suisse por 3 bilhões de
francos (US$ 3,24 bilhões) em um acordo mediado
pelo governo, com o objetivo de restaurar a calma
nos mercados financeiros. O CEO do UBS, Ralph
Hamers, comandará o banco que resultará da fusão
quando o acordo for fechado ainda este ano. Princi-
pais desdobramentos:
O BC suíço ofereceu ao UBS cerca de 100 bilhões de
francos em reforço de liquidez para a transição e o
governo suíço concedeu uma garantia de 9 bilhões
de francos para possíveis perdas do Credit Suisse.
O chairman do UBS, Colm Kelleher, disse que
alinhará o negócio de banco de investimento do
Credit "com nossa cultura de risco conservadora",
provavelmente encerrando os planos para uma
cisão do CS First Boston. O acordo cria uma gestora
de patrimônio global com US$ 5 trilhões em ativos
investidos.
O UBS indicou que haverá demissões adicionais
significativas no Credit, embora bônus e aumentos
ainda serão pagos na sexta-feira.
Os 3 bilhões de francos suíços que o UBS vai pagar
pelo seu antigo rival equivalem a menos da metade
dos 7,4 bilhões de francos que o Credit Suisse valia
no fechamento de sexta-feira. O banco perdeu 98%
de seu valor de mercado desde o pico em 2007 e,
nos últimos dois anos, sofreu uma sucessão impla-
cável de infortúnios e fracassos.
EUA
Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS. Os títu-
los de dívida mais arriscados de bancos despencam,
com quedas recordes em alguns casos, depois que
o apoio do governo suíço implicou em dar baixa em
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toda a dívida ligada ao capital de nível 1 do Credit, o
que significa que 16,3 bilhões de francos (US$17,5
bilhões) na mão de investidores de renda fixa
viraram pó. Títulos do mesmo tipo de outros bancos
europeus afundaram em até 10 pontos percentuais
do valor de face, e um índice de ações dos bancos da
região caiu para o nível mais baixo desde novembro.
A ação do UBS caiu até 16% e a do Credit, 65%.
Crise bancária nos EUA: os depósitos do Signature e
alguns de seus empréstimos foram adquiridos pelo
Flagstar Bank de Hicksville, uma unidade do New
York Community Bancorp. O FDIC não conseguiu
vender o SVB inteiro e agora quer dividir a operação
em pelo menos dois blocos para uma segunda ten-
tativa de venda, segundo uma fonte. O First Repu-
blic foi rebaixado novamente pela S&P. Um grupo
de bancos de médio porte quer que as garantias do
FDIC sejam estendidas a todos os depósitos por dois
anos, para evitar mais corridas aos bancos.
O Fed está entre a cruz e a espada às vésperas de
sua reunião de política monetária desta semana. A
aversão ao risco já afetou os depósitos bancários e
isso deve impactar a concessão de crédito a empre-
sas e famílias. Mais aperto pode exacerbar esses
riscos; mas manter os juros inalterados pode gerar
receio de que uma grande crise está em andamento.
Mais opiniões sobre o dilema:
Uma pausa esta semana parece ser apropriada,
disse Gregory Peters, co-CIO da PGIM Fixed Income.
"Aumentar juros seria muita indiferença e cortar
seria muito suspeito."
Mas uma pausa pode enviar "um sinal de pânico",
afirmou Gerard Macdonell, diretor sênior da 22V
Research.
Sim, "o pior que podem fazer agora é vacilar", disse
Mohamed El-Erian à Fox. Opte por uma alta de 0,25
pp.
Lloyd Blankfein também vota em uma pausa. "Nes-
te contexto, manter os juros equivale a um aumento,
em certos aspectos."
Uma coisa é certa, aumento de 0,50 pp não tem
mais nenhum cabimento, disse David Robin da TJM
Institutional.
BRASIL
Cerca de 41% dos brasileiros consideram o governo
de três meses do presidente Lula ótimo ou bom,
enquanto 24% o consideram ruim ou péssimo,
segundo pesquisa do Ipec publicada ontem pelo O
Globo. Outros 30% não têm uma visão positiva nem
negativa. Os índices de aprovação de Lula supera-
ram os de seu antecessor Jair Bolsonaro no começo
de seu governo, mas vieram abaixo dos de seus dois
primeiros mandatos, segundo a pesquisa.
A reunião de sexta-feira sobre o novo arcabouço
fiscal entre o ministro da Fazenda, Fernando Ha-
ddad, o presidente Lula e outros membros do seu
gabinete, como o ministro Rui Costa, da Casa Civil,
foi inconclusiva e o assunto continua a ser discutido.
A proposta prevê um cenário no qual a dívida bruta
seria estabilizada após 2026. A Junta Orçamentária
voltará a discutir o plano nesta semana.
A CVM instaurou dois novos processos administra-
tivos relacionados ao caso Americanas, além dos
10 processos já em andamento. Um dos processos
analisados prevê falhas na divulgação de informa-
ções relevantes ao mercado sobre capitalização,
renegociações de dívida e eventual venda de ativos.
O outro se refere a "eventuais irregularidades a
respeito do recebimento por Sergio Rial de remu-
neração" paga pela Americanas. Em nota, Rial disse
que seu contrato com a Americanas era totalmente
regular e que está à disposição das autoridades para
esclarecimentos.
PETRÓLEO
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa
na manhã desta segunda-feira, ampliando perdas
de mais de 10% da semana passada, à medida que a
notícia de que o UBS comprou o Credit Suisse falhou
em aliviar preocupações sobre o setor bancário.
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Agenda segunda-feira 20 março 2023.

08:25 BRL/Boletim Focus 13,8
11:00 EUR/Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
13:00 EUR/Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE

Terceira semana: (Fraca)

Índices Mundiais: (+/-)
Dólar: (+/-)
Posição estrangeiros: (+)Compraram 4.090 - Posição dos estrangeiros no contrato J23 | +80.778
Notícias Locais: (+/-)
S&P: (+/-)
Petróleo: (+)

Fechamento DOLJ23: 5.295,00

Ajuste anterior DOLJ23: 5.260,83
Ajuste DOLJ23: 5.290,04

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