+PANORAMA

São Paulo, quarta-feira 22 março 2023.

PA N O R A M A L A AT U S
A agenda desta quarta-feira, 22, traz a decisão de
política monetária do Federal Reserve, acompa-
nhada nesta edição pela atualização das projeções
econômicas. Na sequência, fala em coletiva do pre-
sidente do Fed, Jerome Powell. Aqui no Brasil, o
Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua
decisão sobre a Selic.
ÁSIA
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quar-
ta-feira, mais uma vez acompanhando Wall Street,
que ontem estendeu um rali em meio à recuperação
de ações de bancos após a recente turbulência no
setor.
Liderando os ganhos na Ásia, o índice japonês Ni-
kkei subiu 1,93% em Tóquio, a 27.466,61 pontos, na
volta de um feriado nacional, enquanto o Hang Seng
avançou 1,73% em Hong Kong, a 19.591,43 pontos,
o sul-coreano Kospi assegurou ganho de 1,20% em
Seul, a 2.416,96 pontos, e o Taiex registrou alta de
1,59% em Taiwan, a 15.760,46 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto avan-
çou 0,31%, a 3.265,75 pontos, e o menos abran-
gente Shenzhen Composto se valorizou 0,60%, a
2.098,44 pontos.
Ontem, as bolsas de Nova York subiram pelo segun-
do pregão consecutivo, impulsionadas por ações de
bancos, em meio a um alívio nas preocupações com
bancos regionais dos EUA e com o Credit Suisse,
que no fim de semana foi comprado pelo UBS numa
operação de emergência intermediada por regula-
dores suíços.
Investidores na Ásia e em outras partes do mundo
estão na expectativa agora para a decisão de juros
do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA),
a ser anunciada na tarde de hoje. A maioria dos
economistas prevê que o Fed elevará juros em 25
pontos-base, como fez no começo do mês passado,
mas há quem acredite numa pausa do processo de
aperto monetário, diante das recentes dificuldades
enfrentadas pelo setor bancário.
Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no
azul, com alta de 0,87% do S&P/ASX 200 em Syd-
ney, a 7.015,60 pontos.
EUROPA
As bolsas europeias operam sem direção única na
manhã desta quarta-feira, com investidores mos-
trando cautela antes do anúncio de juros do Federal
Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e após da-
dos da inflação britânica mais fortes do que o espe-
rado. Ações do setor bancário, no entanto, seguem
se recuperando das fortes perdas que sofreram em
meio a preocupações com o Credit Suisse e a quebra
de bancos regionais americanos.
Por volta das 7h05 (de Brasília), o índice pan-eu-
ropeu Stoxx 600 tinha modesta alta de 0,19%, a
447,32 pontos, mas o subíndice de bancos apresen-
tava desempenho melhor, com avanço superior a
2%.
Em Zurique, a ação do Credit Suisse recuava 2,8%,
depois de subir mais de 6% ontem, enquanto a
do UBS caía 0,5%. No fim de semana, o Credit foi
comprado pelo UBS, numa operação emergencial
intermediada por reguladores suíços.
Entre outros gigantes bancários europeus, porém,
o tom era positivo: o papel do Santander saltava
quase 3% em Madri, o do Deutsche Bank subia
0,8% em Frankfurt e o do HSBC avançava 2,7% em
Londres.
Mais tarde, quando os mercados europeus já esti-
verem fechados, o Fed anuncia decisão de juros. A
maioria dos economistas prevê que o BC americano
elevará juros em 25 pontos-base, como fez no co-
meço do mês passado, mas há quem acredite numa
pausa do processo de aperto monetário, diante do
recente colapso de dois bancos regionais dos EUA,
o Silicon Valley e o Signature Bank, e as dificuldades
enfrentadas pelo Credit.
Já no Reino Unido, a taxa anual de inflação ao con-
sumidor (CPI) contrariou as expectativas e voltou
a acelerar, atingindo 10,4% em fevereiro. A leitura
desfavorável do CPI ajudou a impulsionar a libra, um
dia antes de o Banco da Inglaterra (BoE) também
definir juros.
Também no âmbito da política monetária, a presi-
dente do Banco Central Europeu (BCE), Christine
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Lagarde, disse mais cedo que a instituição não está
comprometida a elevar mais seus juros básicos, mas
também não encerrou o processo de alta das taxas.
Lagarde reafirmou ainda que a inflação na zona do
euro segue alta, levando o euro a ampliar ganhos
frente ao dólar.
Às 7h20 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía
0,30% após o CPI britânico, mas a de Frankfurt
subia 0,39% e a de Paris avançava 0,17%. Já as de
Milão e Madri e Lisboa tinham ganhos de 0,07%
e 0,24%, respectivamente, enquanto a de Lisboa
recuava 0,39%.
EUA
Epicentro no momento da turbulência bancária
americana, o First Republic Bank está procurando
formas de reduzir o tamanho de suas operações
caso as tentativas de aumentar seu capital falhem,
segundo a Reuters. O banco californiano está
examinando como pode vender partes de seus
negócios, incluindo uma fatia de sua carteira de
empréstimos, em uma tentativa de levantar dinheiro
e cortar custos, disse uma fonte à agência. A venda
de toda a transação segue no radar, afirmou outra
fonte.
BRASIL
Com informações oficiais vindo a conta-gotas, o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou
na noite de ontem que a proposta de arcabouço
para as contas públicas terá uma regra de transição
para recompor os orçamentos das áreas da Saúde e
da Educação. A pressão pela reposição de recursos
está por trás do adiamento da divulgação da nova
regra fiscal para depois da viagem da comitiva do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. "Como a
gente está saindo de uma regra muito rígida, que re-
tirou muitos recursos da Saúde e Educação, temos
de imaginar uma transição para o novo arcabouço
que contemple a reposição das perdas dos dois
setores", argumentou. Após a entrada em vigor do
teto de gastos, em 2017, os pisos de Saúde e Edu-
cação previstos na Constituição foram, na prática,
congelados e passaram a ser corrigidos anualmente
pela variação do IPCA. Como o teto vai acabar com
a implementação do novo regime fiscal, os pisos
voltam a valer. É a partir daí que nasce a necessida-
de de uma transição. Conforme mostrou ontem à
tarde a repórter Adriana Fernandes, há uma discus-
são no governo que os pisos nessas áreas deveriam
migrar para um modelo de vinculação a indicadores
per capita para não ficarem sujeitos à flutuação de
receitas do ciclo econômico. O entendimento é que
não faz sentido, por exemplo, diminuir o tamanho
do SUS num momento de dificuldade econômica,
quando a receita cai. Só que seria preciso alterar a
Constituição para alterar esse valor mínimo. Assim, o
projeto de Orçamento de 2024 terá de ser feito com
os pisos já existentes.
Em meio ao confronto aberto com o PT e a ala
política do governo em torno do arcabouço, Haddad
recebeu um novo aceno do presidente da Câma-
ra, Arthur Lira (PP-AL). O deputado procurou não
pressionar o ministro sobre prazos e disse emitir
sinais para fortalecer o chefe da equipe econômica.
"Não vou comentar prazo, porque o prazo [para
apresentar o arcabouço] é do governo. Nós estamos
ajudando. Estou dando todos os sinais públicos
para o fortalecimento do Haddad. O Haddad está
dando todos os sinais públicos de muita conversa. O
Haddad está sofrendo críticas do mercado e críticas
do PT. Está bom o texto. Crítica dos dois lados, está
bom o texto", afirmou.
Só que, como mostrou o repórter Iander Porcella,
alguns líderes da Câmara ficaram insatisfeitos com
o adiamento da apresentação do arcabouço porque
o próprio governo quer uma aprovação rápida do
projeto, para que a nova regra já seja incluída na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, que
precisa ser enviada para o Congresso até 15 de abril.
"Tem de mandar [a proposta de arcabouço] para
dirimir dúvidas. Quanto antes mandar, melhor. Se
deixar para a última hora, pode dar problema", disse
um líder de partido de centro ao jornalista.
Ontem à noite, Lira confirmou que não abrirá mão
de indicar um parlamentar do seu partido, o PP, para
a relatoria do arcabouço na Câmara. Os deputados
Fernando Monteiro (PE) e André Fufuca (MA) são
os favoritos no momento.
Lula aceitou as indicações de Haddad para as
diretorias em aberto do Banco Central, de acordo
com a jornalista do G1 e da GloboNews Ana Flor.
Segundo ela, a de Política Monetária ficará com
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Rodolfo Fróes, que trabalhou no Fator e no BofA, e expandir

a de Fiscalização com Rodrigo Monteiro, servidor
de carreira da instituição. O provável apontamento
de Fróes foi elogiado pelo ex-diretor de Assuntos
Internacionais do BC Tony Volpon. "Eu trabalhei com
Rodolfo Fróes no BOFA, profissional e conhecedor
de mercado. Será excelente Diretor do DIPOM",
escreveu Volpon, em sua conta oficial no Twitter.
REUTERS (Inglaterra)- Fed pego entre inflação e
crise bancária em reunião crucial
THE ECONOMIST - Aquisição do Credit Suisse cau-
sa turbulência em mercado de títulos de US$ 275
bilhões
CHINA DAILY - Líderes pedem negociações de paz
na Ucrânia
NHK (Japão) - Terremoto atinge Afeganistão e Pa-

PETRÓLEO
quistão e deixa pelo menos 11 mortos

MANCHETES
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa
na manhã desta quarta-feira, interrompendo duas

NACIONAIS
sessões de ganhos, após o API estimar no fim da
tarde de ontem que o volume de petróleo bruto
estocado nos EUA teve aumento de 3,3 milhões de VALOR
barris na última semana. Nas próximas horas, o DoE Lula adia para abril anúncio de regra fiscal
publica levantamento oficial sobre estoques de pe- Appy diz que IVA poderá ter mais de uma alíquota
tróleo e derivados dos EUA, que inclui números de GLOBO
produção. Operadores também aguardam decisão Orçamento secreto 'reciclado' beneficia primos de
de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central Lira
dos EUA), a ser anunciada à tarde. Governo vai ao STF para mudar privatização da
Eletrobras

MANCHETES
FOLHA
Planalto indica diplomatas deixados de lado por

INTERNACIONAIS
Bolsonaro
Brasil faz rara crítica à Venezuela na ONU por direi-
THE NEW YORK TIMES (USA) - Uma grande ques- tos humanos
tão para o Fed: o que deu errado com a supervisão ESTADÃO
bancária? Presidente pretende discutir mandato fixo para o
THE WALL STREET JOURNAL (USA) - Futuros da STF
Dow caem antes da decisão do Fed SP tem fevereiro com mais mortes no trânsito desde
FINANCIAL TIMES (Inglaterra) - Chefe do Bundes- 2017
bank diz que criadores de taxas devem ser 'mais
teimosos' na luta contra a inflação
BLOOMBERG (USA)- EUA estudam maneiras de
garantir todos os depósitos bancários se a crise se

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Agenda quarta-feira 22 março 2023.

10:45 EUR/Pronunciamento de Panetta, do BCE
11:30 EUA/Estoques de Petróleo Bruto -1,565M 1,550M
11:30 EUA/Estoques de Petróleo em Cushing -1,558M -1,916M
12:00 BRL/Ata do Copom
15:00 EUA/Projeção de taxa de juros - 1o ano (Q1) 5,1%
15:00 EUA/Projeção de taxa de juros - 2o ano (Q1) 4,1%
15:00 EUA/Projeção de taxa de juros - Atual (Q1) 4,4%
15:00 EUA/Projeção de taxa de juros - Período maior (Q1) 2,5%
15:00 EUA/Projeções Econômicas FOMC
15:00 EUA/Taxa-alvo de Fundos Fed 5,00% 4,75%
15:30 EUA/Coletiva de Imprensa FOMC
18:30 BRL/Decisão da Taxa de Juros Selic 13,75% 13,75%

Terceira semana: (Fraca)

Índices Mundiais: (-)
Dólar: (+/-)
Posição estrangeiros: (+)Compraram 7.545 - Posição dos estrangeiros no contrato J23 | +88.293
Notícias Locais: (+/-)
S&P: (+/-)
Petróleo: (+)

Fechamento DOLJ23: 5.256,00

Ajuste anterior DOLJ23: 5.259,00
Ajuste DOLJ23: 5.246,26

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