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Livro “$ócio do filho” de Marco Vitale

Sócio do Filho conta os detalhes dos negócios milionários que


envolveram o filho do ex-presidente Lula e os seus sócios.
Escrevo o livro Sócio do Filho para revelar as sociedades
criadas e os negócios forjados visando o enriquecimento de Fábio
Luis – conhecido como Fábio Luis - conhecido como Lulinha e
filho mais velho do ex-presidente Lula – e de seus sócios: Jonas
Suassuna, Fernando Bittar (proprietários do Sítio de Atibaia) e
Kalil Bittar.
Mais que denúncias, o livro conta como essas sociedades foram

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meticulosamente planejadas, negócios de fachada oficializados
através de contratos sem nenhuma lógica comercial,
possibilitando que empresas como a Oi jorrassem milhões de reais
em operações que colocam sob suspeitas as vantagens políticas e
econômicas obtidas durante o período em que Lula era presidente
do Brasil.
O leitor conhecerá a fundo os interesses e negociatas por trás
do episódio em que a Telemar/Oi realizou a aquisição da
operadora Brasil Telecom apostando antecipadamente na mudança do
Plano Geral de Outorgas – Decreto 2.534 de 1998 – que
regulamentava o setor de telecomunicações e foi alterado pelo
então presidente Lula. Um negócio de 4,8 bilhões de reais que
tinha como objetivo a formação de uma superempresa de telefonia
e beneficiou diretamente a empreiteira Andrade Gutierrez do
empresário Sérgio Andrade e a La Fonte de Carlos Jereissati.
​ Nos anos seguintes, o Grupo Gol de Jonas Suassuna realizou
negócios fraudados com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, na
gestão de Sérgio Cabral, e a Prefeitura do Rio de Janeiro, na
gestão de Eduardo Paes, também intermediados pela operadora Oi e
que trouxeram prejuízos de milhões de reais aos cofres públicos.
​ Antes de escrever Sócio do Filho, tive o cuidado de entregar,
pessoalmente, todos os arquivos e documentos que atestam a sua
veracidade à Polícia Federal do Paraná - Força Tarefa da Lava
Jato. Além de entregar voluntariamente essas provas, oficializei
em depoimentos os fatos aqui relatados à Receita Federal - Força
Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, Ministério Público
Federal no Rio de Janeiro e Polícia Federal - Força Tarefa da
Lava Jato em Curitiba.
​ Bem, chegou a hora do Brasil conhecer a fundo essa verdade!

1° Edição
Capa comum: 216 páginas
Editora: Marco Vitale; Edição: 1ª (1 de janeiro de 2018)
Idioma: Português
ISBN-10: 8592368308

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ISBN-13: 978-8592368302
Dimensões do produto: 14 x 1,4 x 21 cm
Peso de envio: 336 g

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“Prefira dizer a verdade e ficar mal com os homens a mentir e vir a ficar mal com Deus.”
(Cid Noreira)

Dedicatória
Dedico este livro às minhas quatro filhas: Amanda, Giovana, Letícia e Clara, Com esperança
de que no futuro o Sócio do Filho não seja mais o retrato do país em que elas vivem.

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Gratidão
A gratidão é um sentimento de amor e conexão com Deus. É acima de tudo a Ele que
agradeço.

Sócio do Filho me revelou rostos amigos, poucos, mas bastantes para me fortalecer e fazer
perseverar na escrita destas páginas, um documento da corrupção que macula a história
recente do país.

Agradeço a minha família que, embora preocupada, compreendeu as horas dedicadas a


pesquisas, investigações e textos muitas vezes reescritos.

A Manasses Andrade, um irmão e artista plástico, que cedeu a sua obra para ilustrar a capa
desse livro.

A Janir Holanda, jornalista, a cuja experiência profissional muito deve esta obra.

A Gabriel Soares pela revisão dos originais, palavras amigas e pelo prefácio desta edição.

Na reta final, felicidade em conhecer Sergio Felipe, um incrível parceiro e talento na


editoração.

Destaco o trabalho jornalistico serio realizado por Ítalo Nogueira, da Folha de S. Paulo, e
Claudio Dantas, do Antagonista. Suas reportagens foram fontes preciosas para este trabalho.

A Jacó por seus inigualáveis almoços servidos para para os que me vistaram durante esse
quase retiro.

Finalmente, a Lovely, minha collie, que me fez companhia em intermináveis noites de


trabalho.

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Nota do autor
O jornalista é o historiador do presente. Recorro a esta afirmação para definir o Sócio do Filho
como uma grande reportagem. Ela cobre os anos de 2009 a 2016, nos quais Fábio Luis
Lulinha da Silva usou a influencia política do pai, o ex-presidente Lula, para fazer fortuna ao
lado dos sócios Jonas Suassuma, dono do Grupo Gol, e Kalil e Fernando Bittar. Não
interpretei, não julguei e cuidei para que minhas convicções não interferissem no curso
editorial do livro. Prevaleceu a soberania dos fatos — o que vi e ouvi –, ilustrados por
documentos inéditos que expõem a gênese das ações criminosas aqui relatadas.

Prefácio

“A luta do homem contra o poder é a luta


da memória contra o esquecimento.”
Milian Kundera

Em nosso país, a corrupção não é exclusividade de empresas, partidos políticos e instancias


governamentais, mas uma característica endêmica de uma sociedade que insiste em fetiches
de esperteza, vantagem e benefício de pares. O Sócio do filho, quase um exercício de micro-
historia brasileira, contribui no debate contra o ideário vil “pequenos e grandes atos
corruptos”, que apenas servem para aprofundar as mazelas sociais da nação.

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Num país em que a figura do “cidadão do bem” e tão mitológica quanto a do “político
honesto”, cabe-nos seguir a recomendação de Cícero, Maquiavel e tantos outros: nos munir
da História, assimilar seus erros e acertos, assumir nossa cota de responsabilidade e atuar de
forma eficaz na construção de uma república que faça jus ao nome.

Maquiavel em várias obras além de O Principe, como Discursos e Histórias Florentinas, afirma
que a humanidade sempre esteve mais ou menos no mesmo estagio e somente o estudo
profundo do passado, aliado ao diálogo, debate e prospecção do presente, permite a uma
nação se libertar dos erros cometidos pelos governantes no poder. A motivação de Marco
Vitale ao trazer Sócio do filho à luz alinha-se essas missão quase pedagógica.

Embora não seja mais historiográfica, a famosa lição de Cícero da “História, mestra da vida”
é vital na formação política e histórica de cada cidadão, principalmente se levarmos em
conta os interesses escusos e individuais que sempre foram um entrave a civilizações mais
igualitárias e socialmente justas.

Em países como o Brasil, que tem um interesse plutocrático em manter desigualdades para
subsidiar sues pares, sempre se caminhou politicamente na parte única da areia para a
próxima onda apagar rastros do percurso. E se por ventura algum indício fica , queima-se a
história viva — por negligência ou crime — e passa-se por cima de quem, e do que, preciso
for. Um maquiavelismo forjado vale mais que o original.

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A experiência jornalística do autor, num relato livre de agendas editorias e financiamentos


duvidosos, documenta sete anos de convívio no coração do Grupo Gol, uma empresa que
servia de palco para um teatro do absurdo. O leitor encontrará aqui uma obra corajosa de um
fotógrafo, jornalista e cidadão consciente de seu papel. É uma narrativa imparcial de fatos
vividos e presenciados para que não sejam apagados e esquecidos.

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Marco Vitale faz uma contribuição cívica importante ao relatar de forma voluntária às
autoridades tudo o que viu e ouviu. O sócio de Filho é um novo passo nessa direção. Sua
narrativa mostra de forma clara, envolvente, como stricto sensu, o Grupo Gol e seus
associados conduziram “negócios”, deixando na mente do leitor, lato sensu, uma nítida ideia
dos bastidores do “fazer política” no Brasil. São revelações estarrecedoras, com cifras
milionárias, de mau uso dos recursos públicos e de desmandos políticos. É o que ocorre
enquanto os homens exercem seus podres poderes.

Rio de Janeiro, setembro de 2018

Gabriel Soares de Souza


(professor, revisor e Life Coach, atua de forma independente em atividades de
extensão cultural e científica)

“Vou de dar um tiro na testa”


Um circo chamado Gol. Uma aldeia de caciques. O que vi e ouvi durante meus sete anos no
Grupo Gol. Como descobri e por que decidi revelar os bastidores das negociatas promovidas
por Lulinha e sua trupe. Ameaças veladas e explícitas. Quem sou eu.

Eu sou o dono da testa que continua sob ameça de um tiro. Chamo-me Marco Vitale, 49 anos,
jornalista e acima de tudo, fotógrafo. Para o objetivo deste livro, comecei a existir em 2009
quando entrei para o Grupo Gol de Jonas Suassuna. Já o conhecia. Eu era gerente de
marketing da Folha de S. Paulo, onde entrei em 1992. Meu trabalho também abrangia os

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jornais Folha da Tarde e o saudoso Notícias Populares. Certa vez, fui chamado para conhecer
um publicitário carioca que tinha os direitos dos hinos dos principais clubes de futebol do
Brasil. Levava a ideia de lançá-los em CDs por meio dos jornais como produto agregado. Era
Jonas Suassuna. O resultado de vendas na Folha da Tarde e notícias Populares foi bom, nada
mais do que isso, mas tornou-se o embrião de um projeto cujo sucesso seria contado em
milhões de reais.

Na época Cid Moreira havia gravado o Novo Testamento, com vendas realizadas
principalmente pela TV em programas populares. Sugeri — estamos, então, em 1998 — que
fizéssemos o mesmo com a Bíblia e Suassuna se encarregou de contratar Cid Moreira. A
novidade é que pela primeira vez os CDs da Bíblia seriam vendidos como produtos agregados
a jornais. Sucesso imediato em São Paulo e conquistou o Brasil. Suassuna ficou milionário e
quando lhe era conveniente, me concedia o mérito de autor da ideia. Só voltei a encontrá-lo
em 2009. Fui à empresa dele, a Gol, que não tem relação a companhia aérea de mesmo
nome, com uma ideia que não prosperou,mas acabei contratando para desenvolver projetos
mobile para jornais, que teriam o conteúdo disponibilizado em smartphones e tablets.

Logo percebi que a empresa tinha despesas incompatíveis com seus negócios conhecidos. A
conta simplesmente não fechava: uma estrutura de luxo em um prédio na barra da tijuca,
zona oeste do Rio de Janeiro, uma equipe de executivos bem remunerada — uma aldeia de
caciques, todos em cargos de direção, e uns poucos índios. Motoristas particulares, almoços
de diretoria carros, em que colocar a empresa e seus negócios sob suspeição.

Suassuna, que controlava as pessoas a seu redor com dinheiro e o poder que acreditava
possuir, sempre me tratou com respeito e isso significava ser poupado dos gritos e palavrões
que costumava dirigir a outros diretores. Gritar sempre foi característica dele. Gritava por
tudo e por nada. Ora imprecava por causa de uma conta de R$ 20 mil de táxi de de seus
sócios Fábio Luís e Kalil Bittar que a gol devia pagar, ora ameaçava genericamente qualquer
um que pensasse em prejudica-lo.

Ele não poupava esforços para se manter onipresente dentro e fora do Grupo Gol. Uma de
suas estratégias era manter-se próximo dos veículos de comunicação, oferecendo-lhes em
permuta de anúncios publicitários o desenvolvimento de aplicativos mobile para

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smartphones e tablets. Dessa forma, fortalecia o portfólio da Gol Mobile e criava a imagem
de uma empresa fornecedora de tecnologia para grandes grupos de mídia. Tinha medo que a
imprensa viesse a descobrir contratos nebulosos como os firmados com a Oi, seus negócios
de fachada de milhões de reais intermediados pelos sócios Fábio Lulinha da Silva, Kalil e
Fernando Bittar, sempre por meio do uso da influência política do ex-presidente Lula.

Quando chego à Gol em 2009, Suassuna já era sócio do Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e
dos irmãos Kalil e Fernando Bittar. Convivi com Fábio, Kalil e Fernando de forma harmoniosa.
O Kalil tinha problemas de relacionamento com outros diretores, não gostava deles,
sentimento que era recíproco. Na Gol não havia negócios sendo realizados, mesmo assim a
empresa era rica. Todos sabiam que existia uma rotina de reuniões de Suassuna, Fábio, Kalil
e Fernando Bittar com Luiz Eduardo Falco, então presidente da Oi. A Gol tinha contratos
vultosos com essa operadora de telefonia, mas não se sabia para que prestação de serviços.
Certo dia, um dos diretores me alertou: “Marco, você sabe que é o otário da vez? Aqui não é
para fazer negócios. Aqui é para alugar a bunda. Ficar sentado e mostrar que tem história e
sucesso profissional para contar.” Éramos vacas de presépio para Suassuna exibir para
visitas. Executivos de alto nível a serviço dele.

Um discurso de moralidade, interpretado por Suassuna — “não queremos negócio com


estatais!” — era a exceção numa empresa cuja regra seguia a máxima “locupletemo-nos
todos”. O projeto Conexão Educação de 2009, com o governo do estado do Rio de Janeiro
(Sérgio Cabral), por exemplo — detalhado em outro capítulo — gerou R$ 93,7 milhões para a
Oi e um repasse estimado em mais de R$ io milhões para a recém-criada Gol Mobile. Nessa
época o Grupo Gol tinha mais dois contratos com a Oi: um deles com a Goal Discos e outro
com a Gol Mobile, que geraram R$ 52,4 milhões até 2013. Os objetos dos contratos eram
subterfúgios para justificar sua assinatura e nunca se registraram para a Oi resultados
financeiros compatíveis com o negócio.

O ambiente na Gol parecia a exibição de um espetáculo de variedades. Um circo em que o


bufão Suassuna circulava contando suas vantagens, dirigentes fingiam que trabalhavam e,
para quebrar a rotina, os corredores às vezes serviam como octógono de MMA. Roberto
Bahiense — diretor responsável pela Nuvem de Livros — e Kalil Bittar mais de uma vez
enfrentaram-se a socos. Percebo que aquilo ia virar um inferno quando a imprensa começa a

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devassar a sociedade de Suassuna com Fábio Luís e os irmãos Bittar.

O apartamento em que morava Fábio Lulinha da Silva, nos Jardins, em São Paulo, era então
um complicador. Suassuna, locatário de fato, o “emprestara” ao sócio, filho de Lula, que
depois se mudou para um apartamento comprado por Suassuna e avaliado em R$ 7 milhões.
Em todo caso, este era apenas um detalhe a mais num grande imbróglio. A sociedade deles
abrigava negócios suspeitos em que faturamentos não tinham a contrapartida de entregas
de produtos e serviços. Foram contratos de fachada obtidos por meio da influência política do
então presidente Lula.

Era tarde, não havia como reparar os malfeitos. O cerco aperta. A Operação Lava Jato está
nas ruas e Suassuna demonstra insegurança e apreensão. Também perdera a confiança nos
sócios, pois suspeitava que agiam sem sua participação em outros negócios. A sociedade,
tornada inviável, encerra-se em 2015.

No dia 4 de março de 2016 deflagra-se a Operação Aletheia. Lula é levado coercitivamente


para depor. Com uma ordem de busca e apreensão a Polícia Federal chega à Gol e a casa de
seu dono. Um fato a mais no seu temor de ser preso, desde que as suspeições se agravaram
por ser um dos proprietários do sítio de Atibaia. É um empresário acuado, inseguro, quem me
chama: “Marco, eu preciso que você monte uma empresa, uma plataforma de Ensino a
Distância. Um novo negócio porque vou fechar a Gol. Vou mandar estes filhos da puta todos
embora. Preciso de um novo caminho.” Seu objetivo era me tirar da empresa. Eu não
precisava mais ir à Gol, mas continuaria recebendo meu salário.

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