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Marcelo Andrade Garcia | fnmarceloagarcia@hotmail.

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Ações
Carteira Mensal

Analista
Eduardo Rahal
CNPI-T 2947
Marcelo Andrade Garcia | fnmarceloagarcia@hotmail.com

Carteira de Ações
Para o mês de agosto, optamos por não realizar movimentações na
estratégia.

Cenário Macro

Brasil

No mês de julho, os principais pontos abordados que fizeram preço no mercado estão
relacionados à dinâmica entre PIB, inflação, câmbio e Dívida Pública.

Em relação ao PIB, alteramos de forma sensível nossa leitura para o PIB em 2023 e 2024,
influenciada, principalmente, por uma expectativa de redução de forma antecipada da taxa
básica de juros e de um PIB no primeiro trimestre mais forte do que o estimado por nós
inicialmente, positivamente impactado por um resultado acima das expectativas mais otimistas
para o agronegócio. Ainda assim, permanecemos relativamente mais cautelosos quando aos
níveis de atividade econômica por conta dos efeitos defasados da política monetária
atualmente em patamar restritivo e as implicações no mercado de crédito.

Do ponto de vista da inflação, houve uma considerável evolução da nossa percepção para o
final do ano, fortemente influenciada pela redução de itens administrados, principalmente
combustíveis. Qualitativamente, continuamos cautelosos, mas assumimos que o IPCA-15,
divulgado no último dia 25, trouxe uma dinâmica mais benigna com um bom avanço do ponto de
vista qualitativo. Tanto a inflação de serviços (0,35%) quanto a média dos núcleos (0,09%)
vieram melhores do que o esperado por nós e pelo consenso de mercado. Além disso, o índice de
difusão veio abaixo de 50%, uma boa evolução em relação a última leitura. O ponto de alerta,
desta vez, fica por conta de um ambiente relativamente mais exigente, ao passo em que a
flexibilização da política monetária esteja em curso.

Em relação às expectativas de inflação, a reunião do CMN, que aconteceu no final de junho,


reforçou a tendência de melhora já observada algumas semanas antes. O Conselho optou por
manter a meta de inflação em 3% e intervalo de 1,5 pp para mais ou para menos. A manutenção,
conforme já sinalizávamos nos nossos últimos relatórios, é fundamental para ajustar as
expectativas de inflação e reforçar as condições necessárias para o início do ciclo de cortes na
taxa básica de juros.

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Acreditamos que durante o ciclo de corte da Selic, leituras de maior qualidade no IPCA e evolução
benigna do resultado primário (principalmente do ponto de vista das metas contempladas no
novo arcabouço fiscal) serão fundamentais para continuidade do movimento recente de
descompressão dos múltiplos na bolsa brasileira, sendo esta última, a que ainda consideramos
em ambiente bastante desafiador. Além do IPCA-15, outra boa notícia foi a evolução do rating de
crédito soberano do Brasil (BB- para BB) pela Fitch, com perspectiva estável. A agência citou o
progresso em importantes reformas que visam superar os desafios fiscais e econômicos. Na
mesma linha da S&P, a primeira a se manifestar sobre os avanços feitos, também melhorando
sua perspectiva para o Brasil, a Fitch citou a reforma tributária e fiscal como sendo ponto
fundamental para a continuidade dessa evolução. Acreditamos que esse movimento deva se
estender às principais agências de risco globais. Mudanças mais positivas que pudessem
elevar a nota do Brasil para grau de investimento pelas principais agências são altamente
dependentes do padrão de evolução da dívida pública daqui por diante e da continuidade do
fluxo positivo de notícias em relação à reforma tributária. Como dissemos anteriormente, o
exigente plano traçado no novo arcabouço fiscal não deve permitir estabilizar nos níveis atuais o
endividamento público, mas deve afastar o país de uma rota explosiva da nossa dívida em
relação ao PIB. Nesse contexto, um ambiente mais produtivo para o país através da reforma
tributária, associado ao momento de flexibilização da política monetária, pode alimentar um
potencial incremento na atividade econômica brasileira e estimular que as agências de rating
coloquem o Brasil de volta ao grau de investimento, juntamente com seus pares mais óbvios,
México, Chile e Colômbia, por exemplo.

Os principais indicadores de risco-país (CDS BR 5Y e EMBI+ BR) continuam em queda,


impulsionados pela conjuntura local positiva, mas as pontas longas da curva de juros têm
operado em estabilidade. Uma possível interpretação deste movimento reflete o esgotamento
de gatilhos de “baixa”, à medida que os principais nós econômicos e políticos foram desatados
até julho. Agora, o foco é na discussão referente à alíquota única de imposto – a ser definida via
Lei Complementar apenas em 2024 – cujo maior risco é de ficar demasiadamente elevada
segundo parâmetros internacionais (a Húngria, líder nesse quesito, tem um Imposto de Valor
Agregado de 27%), em resposta à parte negativa da reforma tributária: o alto grau de regimes e
tratamentos diferenciados para setores econômicos.

Por fim, o maior desafio estrutural para o País continua sendo o fiscal. A estabilização da dívida
pública em relação ao crescimento econômico (DBGG/PIB) ainda é incerta dado o novo
arcabouço fiscal e a expectativa é de crescimento dos gastos públicos, em termos reais e em %
do PIB, no curto prazo. Na mesma esteira, as ambiciosas metas para o resultado primário dos
próximos anos requerem um esforço extra do governo a partir deste segundo semestre, uma
vez que a Receita Federal registrou alta real de 0,3% nas receitas do governo entre janeiro e junho
de 2023 – denunciando a perda de fôlego na arrecadação da União e ensejando a antecipação
de debates como a tributação de fundo exclusivos via come-cotas e o fim do pagamento de
Juros sobre Capital Próprio (JCP).

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Medidas desse calibre devem ser recebidas negativamente pelos investidores. Por outro lado,
a impossibilidade de atingir as metas de resultado primário estabelecidas para os próximos
anos, em meio a um governo que pretende continuar com o ritmo acelerado de gastos e
investimentos, podem trazer cenários fiscais mais negativos à frente e correções mais severas
para os ativos locais.

Mesmo diante de avanços positivos para o ambiente local, reforçamos que continuamos
entendendo que durante o ciclo de corte de juros o mercado deve se tornar cada vez mais
exigente com dados econômicos. Ainda que a história mostre a força dos ativos de risco em
cenários como o que se avizinha, acreditamos que o momento atual possa exigir cautela extra.
Negligenciar leituras de PIB, Inflação, resultado primário do governo e cenário externo (EUA e
China) em prol de apostar todas as fichas na força que o ciclo de corte de juros tem sobre ativos
de risco, não nos parece o caminho ideal. Entendemos que nos últimos meses demos a dose ideal
de risco para nossos portfólios de ações, não desprezando tal benefício, mas sem abaixar demais
a guarda.

Cenário Global

No começo do ano, uma sondagem com uma seleção de investidores teria provavelmente
revelado uma perspectiva negativa para os mercados globais. Até gestores renomados e com
performances históricas excelentes alimentavam um viés mais conservador. No entanto, o
excessivo pessimismo geralmente indica que pode não ser a melhor hora para apostar contra os
ativos. Com efeito, é o que temos observado. O S&P 500, por exemplo, já registra uma
impressionante alta de +20,00%, enquanto a Nasdaq, impulsionada por ações tecnológicas,
mostra um avanço de mais de 45,00%.

Entre os fatores que mais contribuíram para esse cenário otimista, destacamos: (i) a inflação
voltando gradualmente para níveis mais confortáveis, apesar de ainda acima da meta do FED. O
Índice de Preços ao Consumidor (CPI) tem declinado sucessivamente nos últimos 12 meses,
chegando a cerca de 3,00%, um patamar muito melhor do que o de um ano atrás, quando os EUA
enfrentaram a maior inflação desde 1981, superior a 9,00%; (ii) uma percebida diminuição da
probabilidade de uma recessão abrupta nos EUA; (iii) resultados empresariais sólidos, refletindo
a resiliência da economia americana; e (iv) a redução do risco sistêmico que preocupou o
mercado no primeiro semestre, com os receios sobre o setor financeiro se dissipando
gradualmente.

Tudo isso alimentou um sentimento mais positivo em relação aos ativos de risco. No primeiro
semestre, a Inteligência Artificial (IA) destacou-se, levando algumas empresas específicas a
serem negociadas em múltiplos extremamente elevados.

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Os investidores anteciparam grandes aumentos de lucros, impulsionados por ganhos de


produtividade, fusões e aquisições e novas áreas de tecnologia. A visão geral é de que o mercado
antecipou fortemente o crescimento futuro dessas empresas e, ao contrário do começo do ano,
agora se torna consenso que o pior já passou e que a recessão está cada vez mais distante.

Contudo, é importante ressaltar: (i) apesar da melhora dos indicadores econômicos, a inflação
ainda está acima da meta, a taxa de desemprego é extremamente baixa e os juros estão em um
patamar atípico para o mercado americano. Isso pode gerar uma série de desafios, como o
aumento exponencial da dívida americana e um alto custo de capital para as empresas que, em
nossa visão, não estão nos preços atuais; (ii) os recentes ganhos no mercado americano foram
bastante desiguais, o que resultou em um nível recorde de concentração dos índices de ações
em poucas empresas. Hoje, as dez maiores empresas do S&P 500 representam mais de 30% do
índice, enquanto seus lucros representam pouco mais de 20% dos lucros totais. Nessa mesma
linha, as sete maiores empresas do S&P 500 são negociadas, em média, a um múltiplo próximo de
32x Preço/Lucro, enquanto as demais negociam em patamares bem menores, por volta de 17x;
(iii) o VIX, conhecido como "índice do medo", está em níveis tão baixos quanto os vistos antes da
pandemia. Isso mostra uma mudança de postura dos investidores, adotando uma abordagem
mais propensa ao risco, que muitas vezes leva os ativos financeiros a níveis que ultrapassam o
sensato.

Olhando adiante, após o recente aumento de 25 pontos base na taxa básica de juros dos EUA
(Fed Funds Rate), conforme amplamente esperado pelo mercado e por nós aqui na Levante,
elevando-a para o patamar entre 5,25% - 5,50%, agora o mercado prevê quedas sucessivas a
partir do próximo ano, chegando a algo próximo de 3,70% em 2025. Se isso ocorrer, será uma
significativa mudança de postura para o FED, que manteve uma política monetária frouxa por um
longo tempo e agora impõe a taxa de juros mais restritiva em mais de uma década. A meta de
inflação de 2% no longo prazo continua sendo o foco, o que justifica a decisão de aumentar a
faixa dos juros, mas deve continuar levando em consideração os efeitos acumulativos da política
monetária atual e o atraso nos efeitos que devem ser sentidos na atividade econômica e inflação
à frente para determinar doses adicionais que poderiam ser necessárias para cumprir com a
meta de inflação de longo prazo, ponto que achamos mais relevante no comunicado. Nesse
caso, entendemos que está em aberto a possibilidade de pelo menos mais uma alta de 25bp
antes do encerramento do ciclo de aperto. Algo muito diferente disso para a próxima reunião, nos
parece condicionado à uma forte evolução do cenário atual de inflação e mercado de trabalho.
Também em nosso radar, com efeito, estão as altas mais recentes nos preços das commodities,
sendo um fator extremamente difícil de precisar e que deve ser incorporado no balanço de riscos
do FED. As commodities agrícolas, por exemplo, começaram a apresentar algum nível de
recuperação, suportadas pelas tensões no Mar Negro, bem como situações climáticas
adversas em regiões produtivas.

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Já as energéticas, como o Petróleo, também vêm recuperando preços, com o Brent já sendo
negociado no patamar acima dos US$ 85,00. Reforçamos aqui que boa parte da queda da
inflação é advinda da amenização dos preços dessas commodities, que contribuíram
significativamente para reduções nos preços de combustíveis e alimentos nos últimos meses.

Empresa Ticker Setor de atuação Jul/23 Ago/23 Preço alvo Upside/downside

Petro Rio PRIO3 Combustiveis 10% 10% R$48,00 40,76%

Minerva BEEF3 Alimentos 10% 10% R$18,00 97,0%

Equatorial EQTL3 Utilities 10% 10% R$31,20 9,8%

Banco Itau ITUB4 Bancos 15% 15% R$32,50 25%

Transporte/
Vamos VAMO3 7,5% 7,5% R$18,50 50,3%
Logística

Vale VALE3 Mineração 12,5% 12,5% R$100,00 43,6%

Banco do
BBAS3 Bancos 7,5% 7,5% R$61,00 41%
Brasil

Cosan CSAN3 Oil & Gas 10% 10% R$30,00 84,28%

Eletrobras ELET3 Utilities 7,5% 7,5% R$52,59 21,3%

B3 B3SA3 Financeiro 10% 10% R$16,00 9,0%

Distribuição Setorial

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Histórico de Rentabilidade

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez ano acm.
2023

Carteira 7,57% -7,52% -2,81% -1,71% 2,33% 8,04% 4,18% 9,46% 92,64%

IBOV 6,63% -7,49% -2,91% 2,50% 3,74% 9,00% 3,27% 14,63% 63,50%

2022

Carteira 4,95% -3,52% 8,84% -6,07% 0,30% -12,85% 0,65% 3,95% -0,06% 9,58% -7,58% -6,73% -10,63% 55,85%

IBOV 6,98% 0,89% 6,06% -10,10% 3,22% -11,50% 4,69% 6,16% 0,47% 5,45% -3,06% -5,43% 1,48% 38,73%

2021

Carteira -1,63% -2,51% 10,31% 5,96% 6,41% -0,86% -0,84% -2,50% -7,15% -6,42% -3,82% -0,40% -4,83% 74,38%

IBOV -3,32% -4,37% 6,00% 1,94% 6,16% 0,46% -3,94% -2,48% -6,57% -6,74% -1,53% 2,85% -11,93% 36,70%

2020

Carteira -0,61% -9,13% -31,69% 10,21% 4,65% 12,94% 2,75% -1,26% -3,28% -0,65% 10,93% 9,07% -5,21% 83,22%

IBOV -1,63% -8,43% -29,90% 10,25% 8,57% 8,76% 8,27% -3,44% -4,80% -0,69% 15,90% 9,30% 2,92% 55,22%

2019

Carteira 9,51% 0,54% -1,77% 0,30% 0,67% 7,89% 4,59% 3,63% 1,39% 4,54% 3,10% 12,57% 57,08% 93,29%

IBOV 10,82% -1,86% -0,18% 0,98% 0,70% 4,06% 0,84% -0,67% 3,57% 2,36% 0,95% 6,85% 31,58% 50,82%

2018

Carteira 5,86% 5,40% 7,15% 2,93% 23,05% 23,05%

IBOV 3,48% 10,19% 2,38% -1,81% 14,62% 14,62%

* até maio/21 foi utilizada a rentabilidade histórica da estratégia Carta do Estrategista, que segue o mesmo mandato e é
comandada pelo mesmo time da Carteira Mensal

* Devido a baixa liquidez do início do ano, a realocação do mês de dez/22 se deu de forma extraordinária no dia 03/01/2022. Dessa
forma, a rentabilidade da estratégia do mês de jan/23 foi apurada entre os dias 03/01/2023 e 31/01/2023

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Contribuição últimos 30 dias

PRIO3 2,30%
BEEF3-0,51%

B3SA3 0,20%

EQTL3 0,43%

ELET3-0,21%

ITUB4 0,13%

CSAN3 1,16%

VAMO3-0,11%

VALE3 0,96%

BBAS3-0,18%

116,70%
109,50%
105,41%
102,42%
93,85% 94,52% 92,76% 92,64%
92,11% 90,70% 90,43% 89,32%
85,98% 84,91%
83,22% 82,03%
74,57% 75,73% 75,08% 73,88% 75,99% 75,08%
71,15%
66,54% 67,98% 67,28%
65,37% 64,15% 63,50%
59,31% 59,60%
55,22% 55,06% 54,91%
51,63% 52,42% 52,15% 52,08%
48,36% 47,13%
44,97% 43,50% 44,74% 43,46% 45,25%
39,83% 42,01% 41,19%
38,87%
34,75% 35,86% 34,21% 34,88% 36,60%
33,48% 31,90% 32,92% 30,81%
26,54%
23,05% 23,97% 22,53%
14,62% 13,99%

3,48% 4,99%

-4,77%
O /18
No t/18
De 18
Ja /18
Fe /19
M /19
Ab /19
M /19
Ju i/19
Ju 19
Ag l/19
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No t/19
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Ju i/23
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Ag l/2

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M /2

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No t/2

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Estratégia IBOV

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Racional de Stock Picking

Vamos • VAMO3

Com um crescimento exponencial nas vendas nos últimos 5 anos, a Vamos é uma empresa que
desbrava praticamente sozinha o oceano azul do setor de locação de caminhões no Brasil,
apresentando market share superior a 80%. O segmento ainda possui baixa penetração, uma
vez que tem apenas 1,4% da frota alugada, contra 25% do total nos Estados Unidos.

Os juros altos e um desempenho fraco da economia levaram muitas companhias a adiarem a


compra de caminhões. Como consequência, a frota nacional está velha (21 anos), o que gera
custos adicionais, como mais gastos com combustível e manutenções mais frequentes. Neste
cenário, a organização é favorecida pela necessidade das empresas de renovarem as suas
frotas. Porém, os juros ainda estão altos e o cenário não é propício a grandes investimentos,
principalmente em ativos não-core. Nesse contexto, alugar os caminhões evita o desembolso
imediato e intensivo de capital, e é muitas vezes uma alternativa mais barata do que a
compra.

Além disso, a Vamos tem uma vantagem competitiva importante: ela é a maior compradora
de caminhões do país, conseguindo preços e prazos mais favoráveis com as montadoras. Essa
escala se torna ainda maior por conta de sua controladora, a Simpar, que negocia veículos para
todas as suas subsidiárias, como Movida e JSL. A companhia também criou um modelo de
negócios único no setor: ela detém redes de concessionárias, com lojas que não só fomentam os
negócios de locação, como também fortalecem ainda mais o vínculo com as montadoras. Com
contratos de longa duração – em média 5 anos –, a Vamos combina rentabilidade,
lucratividade e grande potencial de crescimento.

Banco do Brasil • BBAS3

A nossa tese de investimentos no Banco do Brasil está pautada, em linhas gerais, em seu
balanço sólido, com elevada qualidade em sua carteira de crédito, que vem tendo performance
superior aos seus pares e ao mercado em geral, nos pagamentos de dividendos, os quais devem
continuar em patamares interessantes no ano de 2023. Ademais, o Banco do Brasil negocia com
bastante desconto em relação aos seus pares diretos. Entendemos que parte desse desconto
se deve por receios envolvendo a utilização do Banco para meios políticos, principalmente se
levarmos em consideração as dúvidas que envolvem o posicionamento do governo federal
quanto às possíveis intervenções no banco.

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Itaú • ITUB4

A nossa tese de investimentos no Itaú está pautada, em linhas gerais, em sua solidez, no
diferencial de execução em relação aos seus pares setoriais em conjunturas menos
favoráveis e ao track record de sucesso. Acreditamos que o banco possui diferenciais
competitivos que são evidenciados nos seus resultados. O banco consegue manter um
resultado de tesouraria acima da maioria de seus pares, além de ter um controle de
inadimplência e provisionamento extremamente em linha com o seu guidance, enquanto
entrega um nível de ROE bastante interessante, um dos maiores do segmento.

Equatorial Energia • EQTL3

A Equatorial Energia é uma empresa consolidada do setor elétrico com foco no segmento de
distribuição, atendendo cerca de 10 milhões de clientes ao redor do Brasil, além de
participação relevante no segmento de transmissão, com 3,3 mil km de extensão de linhas. Em
2021, a companhia ingressou no mercado de renováveis através da aquisição da Echoenergia,
com foco em geração eólica, e no segmento de saneamento, com o arremate da CSA (AP).
Como pilares da sua tese de investimentos, destacamos o seu track record, dado os turnarounds
de sucesso de suas distribuidoras, além das avenidas de crescimento abertas com a entrada em
novos mercados – principalmente em saneamento, com expectativa de uma série de leilões do
setor para ocorrer em 2023. Ademais, cabe salientar a alta governança da companhia, com o
sócio fundador da Squadra Investimentos sendo o vice-presidente do seu Conselho de
Administração e a gestora possuindo 9% das ações ordinárias da empresa. A companhia
ainda possui seu controle pulverizado, além de cinco dos oito membros de seu Conselho serem
independentes.

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Eletrobras • ELET6

A Eletrobras é hoje a maior empresa de geração de energia elétrica no Brasil, com 50,5
gigawatts (GW) de capacidade instalada em seu portfólio que inclui majoritariamente
hídricas (36 usinas), além de térmicas, eólicas e fotovoltaicas. No segmento de transmissão de
energia, no qual também é líder, é responsável por aproximadamente metade de todas as linhas
de transmissão do país em sua rede básica, em alta e extra-alta tensão. Como pilares da sua tese
de investimentos, destacamos: i) o aumento de eficiência esperado com a sua privatização,
sendo este o que consideramos ser o principal driver para a maior geração de valor para seu
acionista; ii) melhora da governança, como resultado do fim da interferência política sobre a
companhia, o que motivaria investidores estrangeiros a alocarem em suas ações; e iii) maior
competitividade, uma vez que a privatização traz também perspectivas de novas aquisições
dentro do setor elétrico, o que poderá beneficiar ainda mais sua operação. Por fim, cabe ressaltar
o impacto positivo oriundo da extinção do regime de cotas em suas usinas, de modo que estas
terão maior competitividade nos preços de energia.

Vale • VALE3

Uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale vem sofrendo com problemas operacionais,
entregando uma produção abaixo do guidance. Com a entrada de um acionista de referência
operacional, como a Cosan, acreditamos que deve haver uma melhora neste quesito.

No curto prazo, sua cotação se movimenta de acordo com as perspectivas chinesas, alternando
entre uma possível reabertura e os lockdowns. Porém, acreditamos que a cotação da
commodity encontrou um suporte na casa dos US$80, mesmo com grande pessimismo com
relação à economia do país asiático. Ainda, com poucos investimentos a serem realizados e uma
forte geração de caixa, a companhia se tornou uma boa pagadora de dividendos.

No médio/longo prazo, medidas de descarbonização devem beneficiar a empresa,


aumentando os prêmios por minério de alta qualidade. Além disso, a Vale é uma grande
produtora de níquel e cobre, minérios essenciais para a transição para uma economia mais
verde, e acreditamos que o mercado parece não precificar esse segmento. A companhia já
estuda uma maneira de monetizar as operações de metais básicos.

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PetroRio • PRIO3

Principal Junior Oil brasileira, a PetroRio vem aumentando sua produção constantemente
com suas campanhas de revitalização de campos maduros. Com operações offshore, a
companhia já possui um ótimo track record em suas campanhas de revitalização, correndo
baixo risco exploratório.

Principal aquisição realizada, Albacora Leste ainda se encontra em fase de transição e deve ser
consolidado no 1T23, aumentando substancialmente a produção total da companhia. Após a
revitalização, o ativo tem potencial para produzir cerca de 50 mil boed. Ainda, a PetroRio deve
se beneficiar de um fluxo interessante vindo da Petrobras, com investidores que querem se
posicionar na tese de petróleo, mas sem o risco político embutido na estatal.

Minerva • BEEF3

A Minerva é líder em exportação (cerca de 70% do faturamento) de proteína bovina na América


Latina. A companhia vem se beneficiando da virada no ciclo do boi no Brasil, trazendo uma maior
disponibilidade para o abate e redução nos custos, assim como uma demanda e preços
robustos no mercado internacional. Com uma alavancagem saudável e forte geração de caixa,
a Minerva vem sendo uma ótima pagadora de dividendos, com perspectivas ainda mais
favoráveis.

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Cosan • CSAN3

A Cosan é uma das maiores corporações do país, com alto nível de diversificação de negócios
e serviços, e um histórico de alocação de capital extremamente bem-sucedido. Dentre a
estrutura da empresa, temos a Raízen Combustíveis, que atua com distribuição de
combustíveis, a Raízen Energia, que atua com açúcar, etanol e bioenergia, a Compass, que atua
com gás natural e energia elétrica, a Moove, que atua com lubrificantes, e a Rumo, que atua com
operações logísticas.

As atividades da trading da Raízen é uma das principais vantagens competitivas da Cosan,


que abrange 15% do mercado brasileiro de etanol e açúcar, com uma priorização gradual para
o ESG, resultando em mais uma vantagem competitiva, já que a demanda por energia advinda
de fontes alternativas tende a crescer com o tempo.

A empresa enfrenta os riscos típicos de commodities, por conta da volatilidade de preços de


açúcar, petróleo, etanol e gás. Outros riscos adicionais envolvem condições climáticas
desfavoráveis, que podem impactar adversamente a produção, e os riscos regulatórios,
principalmente no segmento de combustíveis.

B3 • B3SA3

A B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão, empresa de infraestrutura do mercado financeiro, presta


serviços de negociação em ambiente de bolsa e balcão. Opera através de Listado;
OTC;Infraestrutura para Financiamento; e segmentos de Tecnologia, Dados e Serviços. Dessa
forma,sua receita está muito atrelada ao volume diário médio negociado (ADTV) no mercado à
vista, uma tese que no médio e longo prazo surfará com a maior entrada de pessoas físicas no
mercado financeiro e no curto prazo fica mais suscetível ao “sentimento Brasil”, apetite de risco
para o mercado de capitais nacionais.

Por fim, a companhia informou no seu guidance para 2023 um payout na faixa de 110%~140%,
algo que segundo nossa projeção de lucro para o ano geraria um dividend yield líquido de
aproximadamente 8%.

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Marcelo Andrade Garcia | fnmarceloagarcia@hotmail.com

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Marcelo Andrade Garcia | fnmarceloagarcia@hotmail.com

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