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Caio Rouxinol | caio.rouxinol@nomos.com.

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Small Caps
Carteira Mensal

Analista
Eduardo Rahal
CNPI-T 2947
Caio Rouxinol | caio.rouxinol@nomos.com.br

CARTEIRA SMALL CAPS


Para o mês de setembro, optamos pelas seguintes modificações: (i)
Saídas de Kepler (KEPL3) e Cyrela (CYRE3); e (ii) Entradas de Santos Brasil
(STBP3) e Auren (AURE3); O restando do portfólio segue sem demais
modificações.

Cenário Macro

No Brasil, o Copom iniciou um ciclo de cortes na taxa básica de juros, reduzindo-a em 50 bps para
13,25%, em um cenário de desinflação e ajustes fiscais. No entanto, ainda existem diversos riscos,
incluindo pressão inflacionária global e incertezas no ambiente fiscal e político. Globalmente,
após meses de ganhos, os mercados acionários mostraram leve correção em agosto. O foco
esteve no Simpósio de Jackson Hole, onde o Federal Reserve dos EUA sinalizou uma postura mais
hawkish, influenciando expectativas de futuros ajustes na política monetária. Mantemos uma
abordagem cautelosa e focada na seleção rigorosa de ativos, dada a complexidade do
cenário atual.

Brasil

O grande destaque do mês foi o início do ciclo de corte de juros, conforme amplamente
esperado pelo mercado. Apesar de um comitê bastante dividido, bem como as expectativas do
mercado para a ocasião, o Copom optou por um corte de 50 bps, acima do que esperávamos
para o início de flexibilização da política monetária, deixando a taxa básica de juros em 13,25%
até a próxima reunião em setembro. O BC avaliou que o cenário inflacionário mostrou evolução
recente, tanto no índice cheio quanto em subjacentes, este último em menor grau e acima da
meta. Contribuindo com o cenário do lado positivo, a potencial desaceleração global e
momento de aperto monetário em outras economias. Na ata, o comitê sinalizou sobre a
importância da definição na última reunião do CMN sobre a manutenção da meta de inflação e o
impacto positivo que isso trouxe para as expectativas de inflação, ponto bastante discutido pelo
atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao longo de todo primeiro semestre. Do lado
negativo, ainda persiste o cenário de pressão inflacionária global, especialmente em serviços.

O comitê aproveitou para dar uma sinalização clara sobre o nível de aperto para próxima
reunião, se mantendo em 0,50 p.p. Ainda nesse mesmo contexto, o comitê reforçou a
necessidade de manter uma política monetária contracionista até a consolidação do processo
de desinflação e ancoragem das expectativas.

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Nossa percepção está mais alinhada com o discurso da parte mais técnica do comitê,
defendendo que um início mais cauteloso nos cortes pudesse ser a melhor escolha nesse
momento. Concordamos com a ideia de que houve poucas alterações entre uma reunião e
outra, inclusive nas projeções para inflação do ponto de vista do próprio Banco Central, o que já
tornaria o início de um ciclo de afrouxamento monetário, por si só, mais arrojado. O cenário atual,
aparentemente mais benigno para inflação, a melhora nas expectativas do mercado e o nível
contracionista da taxa de juros, seriam suficientes, na nossa opinião, apenas para se optar pelo
início dos cortes na reunião de agosto, sem muitas dúvidas sobre o carácter parcimonioso de tal
decisão.

No nosso último relatório mensal encerramos o trecho sobre macro Brasil com a seguinte frase:
"Mesmo diante de avanços positivos para o ambiente local, reforçamos que continuamos
entendendo que durante o ciclo de corte de juros o mercado deve se tornar cada vez mais
exigente com dados econômicos. Ainda que a história mostre a força dos ativos de risco em
cenários como o que se avizinha, acreditamos que o momento atual possa exigir cautela extra".
Isso tem se mostrado verdadeiro, com o ambiente doméstico sendo um multiplicador dos
desafios que evidenciamos no cenário global.

Após um momento globalizado de pressão nos preços, resultado, principalmente, de um choque


inflacionário em bens e energia, vivemos uma tendência positiva de desinflação, mais evidente
ainda naquelas regiões onde o câmbio se fortaleceu, caso específico do Brasil. Porém, em um
segundo momento, entendemos que as diferentes economias irão enfrentar desafios mais
regionalizados, fortemente relacionados com a dinâmica interna de cada país, como é o caso do
mercado de trabalho, importante variável do ponto de vista da inflação de serviços. É nesse
momento que devemos começar a ver a desconstrução do movimento sincronizado de aperto
monetário entre os BC´s de grande parte das economias globais.

No caso específico do Brasil, que já iniciou seu ciclo de cortes na taxa básica de juros, vemos
alguns pontos de atenção que devem ser monitorados com atenção. O primeiro deles é (i) o
cenário mais desafiador no EUA, com a possibilidade de um prolongamento do ciclo atual de
juros altos no país, poderia reascender o risco inflacionário em torno do nosso câmbio.
Paralelamente, (ii) um mercado de trabalho relativamente pressionado e uma taxa de
desemprego baixa, para a realidade Brasileira, poderia significar um limitador para a magnitude
do movimento de desinflação de serviços vista recentemente. (iii) Além disso, diante de preços
mais firmes do Brent, sustentado por corte de produção da Arábia Saudita e baixos estoque no
EUA, o cenário atual de precificação dos combustíveis pode se tornar insustentável, forçando
uma sequência de reajustes de preços por parte da Petrobras em ondas mais agressivas, como o
reajuste feito recentemente pelo atual presidente da companhia, naturalmente impactando o
IPCA, (iv) juntamente com a nossa visão mais cautelosa em relação à uma possível mudança de
postura do Banco Central para o novo mandato da presidência em 2025, argumento esse
reforçado pela dinâmica complexa dos comunicados das duas últimas reuniões, que poderia
sugerir um maior apetite ao risco, bem como tolerância à inflação.

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(v) Por último, os riscos em relação ao ambiente fiscal, reiteradamente apontados por nós em
nossos últimos relatórios, poderiam se mostrar um obstáculo à frente, limitando o espaço de um
ciclo de corte de juros mais arrojado.

Olhando para ativos de risco na bolsa Brasileira, o prêmio de risco, ainda que hoje pareça menos
atrativo do que há dois ou três meses, ainda abre espaço para oportunidades; porém,
justificando os desafios que entendemos pertinentes do ponto de vista fiscal apontados acima,
nos parece razoável imaginar que o governo encontrará nas empresas sua fonte primária para
ampliar a arrecadação, em uma tentativa, que ainda assim, deve se mostrar frustrada, de zerar o
déficit primário no ano que vêm. Isso, por si só, já adiciona um risco a mais para o crescimento de
curto e médio prazo das companhias, podendo prejudicar uma expansão dos múltiplos dos
ativos em bolsa caso os resultados futuros dessas companhias acabem frustrando as previsões
do mercado. Nossa visão continua sendo de que é um bom momento para ativos de risco no
Brasil, mas os riscos apontados por nós anteriormente, poderiam sugerir um teto mais baixo
para reprecificação de curto prazo do que o consenso tem sugerido, e que uma possível
expansão de múltiplos a médio/longo prazo deveria vir acompanhada de mudanças
estruturais relevantes.

Cenário Global

Após cinco meses consecutivos de ganhos nos principais índices acionários globais, agosto
trouxe uma leve correção. O S&P 500 e o Nasdaq registraram realizações marginais, mas
continuam a exibir um desempenho robusto no ano, com altas de 17,40% e 41,69%,
respectivamente.

O evento mais notável de agosto foi o Simpósio de Jackson Hole, organizado anualmente pelo
Federal Reserve Bank de Kansas City. A conferência, que contou com a presença de banqueiros
centrais, economistas e acadêmicos, foi palco para discussões importantes sobre política
monetária e economia.

As declarações do Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, causaram oscilações nos


mercados devido ao seu tom mais hawkish. Entre os pontos-chave estavam: (i) "higher for
longer", comprometimento do Fed em manter taxas mais altas por mais tempo para alcançar a
meta de inflação de 2,00%; (ii) Possibilidade de futuros aumentos nas taxas de juros para manter
um ambiente monetário restritivo; e (iii) O efeito do "lag" da política monetária como justificativa
para manter as taxas de juros elevadas, tendo em vista que altas de juros realizadas no passado
demoram meses até de fato fazer preço nos mercados e na economia como um todo.

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Com isso, os agentes de mercado reajustaram suas expectativas quanto às próximas decisões
de juros do FED. Na CME, as probabilidades de um novo aumento de 0,25 pontos percentuais em
novembro nas taxas americanas chegaram a 50%, contra 39% de manutenção e 11%
esperando altas mais significativas.

Em linha com nossas comunicações anteriores, continuamos a advertir contra um otimismo


excessivo em relação ao início de um ciclo de cortes de juros nos EUA. No começo do ano, o
consenso do mercado apontava para cortes em meados de 2023. Hoje, não apenas essa
expectativa foi postergada para 2024, como também há debates sobre a necessidade de futuros
ajustes nas taxas ainda esse ano, como falamos logo acima.

Outro marco significativo foi o aumento nos yields dos títulos de dez anos do Tesouro
americano, que atingiram 4,362% — um patamar não observado desde o final de 2007. Vários
fatores estão influenciando essa trajetória ascendente, incluindo: (i) Refinanciamento dos EUA
em Ambiente de Juros Elevados - No final de julho, o Tesouro Americano anunciou planos de
captar mais de US$ 1 trilhão para reforçar suas reservas neste trimestre, substancialmente acima
da estimativa anterior de US$ 274 bilhões. Vale ressaltar que esse anúncio foi feito após a Fitch
rebaixar o rating de crédito dos EUA de AAA para AA+, citando uma deterioração fiscal severa.
Para contextualizar, em 2023, apenas o custo do serviço da dívida dos EUA deverá superar todo o
seu orçamento de defesa; (ii) Mudança de Postura Monetária no Japão - Depois de décadas de
juros baixos, o Japão sinalizou uma mudança na sua política monetária, elevando os yields dos
títulos de 10 anos. Embora essas alterações no Japão sejam graduais, é crucial lembrar que o país
é um dos maiores detentores da dívida pública dos EUA. Com taxas mais atraentes no Japão, os
investidores podem reduzir sua demanda por títulos americanos, exercendo pressão ascendente
sobre os yields dos EUA a longo prazo; (iii) Resiliência da Economia Americana - A despeito de
alguns sinais de desaceleração, a economia dos EUA tem mostrado uma resiliência notável,
contradizendo as expectativas anteriores de recessão. Com um mercado de trabalho aquecido e
níveis de desemprego historicamente baixos (3,5%), há um argumento para um possível
aumento nas taxas de juros, intensificando a pressão sobre os yields; e (iv) Expectativas de
Inflação a Longo Prazo - O mercado está começando a ajustar suas expectativas para uma
inflação mais alta no futuro, o que implica em uma maior demanda por prêmios de risco e,
portanto, em yields mais elevados. As expectativas de inflação para os próximos cinco anos nos
EUA atingiram 2,53% no início de agosto.

Mantemos uma abordagem cautelosa no mercado dos EUA, priorizando uma seleção rigorosa
de ações (stock picking) para nossa alocação. Reconhecemos que, à medida que os mercados
continuam a subir, a margem de segurança nos ativos de risco tende a diminuir. Paralelamente,
enxergamos oportunidades em crédito com perfil de risco-retorno assimétrico como uma
estratégia complementar para a composição do portfólio. Isso se deve ao atrativo rendimento
em dólar oferecido atualmente pela renda fixa, um cenário que não era observado desde 2007.

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Empresa Ticker Setor de atuação Ago/23 Set/23 Preço alvo Upside/downside

ABC Brasil ABCB4 Banco 10% 10% R$22,00 14,82%

Santos Brasil STBP3 Logística 0% 10% R$10,10 17,0%

Kepler Weber KEPL3 Agro 10% 0% R$16,00 61,50%

Auren AURE3 Utilities 0% 10% R$16,75 20,90%

São Martinho SMTO3 Açúcar e Etanol 10% 10% R$49,00 30,60%

3R RRRP3 Petróleo 10% 10% R$56,00 49,02%

Cyrela CYRE3 Construção 10% 0% R$-- --

Alianse
ALSO3 Shopping 10% 10% R$30,00 24,00%
Sonae

Simpar SIMH3 Logística 10% 10% R$14,80 39,60%

Bradespar BRAP4 Mineração 10% 10% R$19,00 13,98%

Sanepar SAPR11 Utilities 10% 10% R$28,50 38,68%

Vivara VIVA3 Varejo 10% 10% R$36,00 20,00%

Composição Setorial

10,00% 10,00%

10,00%

20,00%

10,00%

10,00% 10,00%

20,00%

Bancos Logística Mineração Utilities Açúcar e Etanol Petróleo

Shopping Varejo

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Rentabilidade Acumulada
98,36% 98,69%
92,14%
89,49%
86,24% 85,47% 84,75%
82,22% 82,06%
76,22% 74,22% 74,46% 75,89% 74,37%
73,45% 73,61% 71,94%
66,60% 65,26% 67,29%
63,99% 64,74% 63,67%
60,08% 61,03%
58,45% 58,08% 56,72%
51,80% 53,17%
50,72% 49,78% 48,63%
44,60% 45,06% 44,00% 46,04%
43,69% 42,41% 43,70%
39,94%
36,08% 36,20% 35,73%
33,25% 33,66%
27,33% 28,36% 28,47%
25,56%
22,10%
17,26% 18,73% 18,07% 18,80%
16,40% 15,51% 14,66% 15,59% 15,84%
10,71% 10,58%
5,46% 5,26% 7,09%
1,88% 0,20% 1,70%
-1,78% -1,28%
-5,81%-5,68%
-13,49%
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Estratégia SMLL

Histórico de Rentabilidade

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano Início

2023

Estratégia 14,64% -7,02% -4,66% 2,51% 9,33% 6,54% 7,97% 0,65% 31,87% 89,49%

SMLL 6,63% -10,52% -1,74% 1,91% 13,54% 8,17% 3,12% -7,43% 12,01% 10,58%

Δ Smll 8,01% 3,50% -2,92% 0,60% -4,21% -1,63% 4,85% 8,08% 19,85% 78,92%

2022

Estratégia 7,66% -4,26% 13,89% -8,37% -3,39% -18,13% 9,78% 6,78% 1,86% 7,45% -15,17% -8,31% -15,10% 43,70%

SMLL 3,42% -5,19% 8,81% -8,36% -1,82% -16,33% 5,16% 10,90% -1,84% 7,30% -11,23% -6,39% -18,02% -1,28%

Δ Smll 4,24% 0,93% 5,08% -0,01% -1,57% -1,80% 4,62% -4,12% 3,70% 0,15% -3,94% -1,92% 2,92% 44,98%

2021
Estratégia -2,80% -6,44% 5,58% 3,77% 10,67% 3,28% -0,04% -6,76% 0,29% -13,18% -5,73% 11,50% -2,85% 69,26%

SMLL -3,44% -1,83% 4,56% 4,36% 6,34% 1,29% -5,79% -3,81% -6,43% -12,53% -2,29% 3,80% -16,20% 20,42%

Δ Smll 0,64% -4,60% 1,02% -0,59% 4,34% 1,99% 5,75% -2,95% 6,72% -0,65% -3,44% 7,70% 13,35% 48,84%

2020
Estratégia -1,03% -5,38% -34,45% 16,37% 1,24% 20,27% 5,98% -5,46% -8,67% -2,47% 13,14% 5,42% -7,42% 74,22%

SMLL 0,46% -8,27% -35,08% 10,24% 5,07% 14,43% 9,50% -1,26% -5,42% -2,30% 16,67% 7,50% -0,63% 43,69%

Δ Smll -1,49% 2,89% 0,63% 6,13% -3,84% 5,84% -3,52% -4,20% -3,25% -0,17% -3,53% -2,09% -6,78% 30,53%

2019

Estratégia -5,13% 2,01% 2,05% 6,63% 8,82% 11,11% 9,91% 0,52% 7,15% 10,53% 12,95% 88,17% 88,17%

SMLL -1,78% 0,10% 1,66% 1,94% 7,00% 6,77% 0,48% 2,05% 2,30% 5,13% 12,65% 44,60% 44,60%

Δ Smll -3,35% 1,90% 0,39% 4,70% 1,82% 4,34% 9,43% -1,53% 4,84% 5,40% 0,30% 43,57% 43,57%

até maio/21 foi utilizada a rentabilidade histórica da estratégia Carta do Estrategista, que segue o mesmo mandato e é comandada
pelo mesmo time da Carteira Mensal de Ações do Levante Corp
* Devido a baixa liquidez do início do ano, a realocação do mês de dez/22 se deu de forma extraordinária no dia 03/01/2022. Dessa
forma, a rentabilidade da estratégia do mês de jan/23 foi apurada entre os dias 03/01/2023 e 31/01/2023.

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Contribuição Últimos 30 dias

ABCB4: -0,07%

SAPR11: 0,81%

KEPL3: 2,28%

VIVA3 -0,76%

SMTO3: 0,79%

RRRP3: -0,74%

CYRE3: -0,58%

ALSO3: -0,63%

SIMH3:-0,03%

BRAP4: -0,42%

TOTAL: 0,65%

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RACIONAL DE STOCK PICKING

3R Petroleum

A 3R Petroleum é uma Junior Oil brasileira, atuando majoritariamente em campos onshore. Sua
estratégia consiste na aquisição de campos maduros e em seu redesenvolvimento,
aumentando consideravelmente sua produção sem incorrer em riscos exploratórios. Principal
ativo adquirido do plano de desinvestimentos da Petrobras, o Polo Potiguar ainda se encontra em
fase de transição e deve ser consolidado no 1S23. Com o ativo, a companhia muda de patamar
de produção, além de dar maior flexibilidade às suas operações.

Ainda, a 3R deve se beneficiar de um fluxo interessante vindo da Petrobras, com investidores


que querem se posicionar na tese de petróleo, mas sem o risco político embutido na estatal.

ABC Brasil
O Banco ABC tem um histórico bem interessante de distribuição de dividendos. Além de
remunerar seus acionistas com um payout médio – percentual dos lucros que são distribuídos
como proventos – considerável, entre 30% e 40%, ele consegue entregar uma taxa de
crescimento anual composta de lucro nos últimos 3 anos próxima a 17%. O banco tem um
balanço pouco suscetível a descasamentos de ativos e passivos dados por elevações e quedas
abruptas da Selic, sendo a remuneração do seu patrimônio líquido um dos poucos itens
beneficiados pelo alto patamar da taxa. Ademais, o banco paga JCP's trimestralmente, tendo
entregue um provento no segundo trimestre de 2022 que, anualizado, corresponderia a
aproximadamente 9% de dividend yield.

Aliansce Sonae

A Aliansce é uma operadora do setor de shopping center que nasceu da fusão entre a Aliansce
Shopping Centers e a Sonae Sierra Brasil em 2019. Com um portfólio formado por 39 shoppings
voltados para as classes média/baixa, a companhia aprovou no início de abril/22, a fusão com a
brMalls, que foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em
novembro/22.

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A fusão entre as duas companhias resultará na maior empresa de shoppings do país, com 69
shoppings no portfólio, além de gerar grandes sinergias entre as empresas, o que se refletirá em
uma operação mais eficiente e, consequentemente, em uma maior geração de valor para seus
acionistas.Além disso, destacamos ainda que as ações de shoppings centers estão
descontadas em relação ao valor de mercado de suas propriedades, desconto este que é ainda
maior no caso da Aliansce, que negocia abaixo do seu valor patrimonial (0,8x P/VPA).
Enxergamos um upside bastante expressivo para o ativo, assim como uma provável
recuperação de múltiplos no curto a médio prazo.

São Martinho

A São Martinho é uma empresa brasileira líder no setor sucroenergético, com sede em Pradópolis,
São Paulo. Ela se destaca por sua abordagem sustentável e inovadora na produção de açúcar,
etanol e energia elétrica a partir da biomassa. A empresa cultiva cana-de-açúcar em suas
modernas usinas, com capacidade de pro-cessamento de milhões de toneladas por safra. A
São Martinho busca constantemente aprimorar suas práticas agrícolas, utilizando tecnologias
avançadas como plantio direto, colheita mecanizada e gestão inteligente da irrigação. Além
disso, ela utiliza o bagaço da cana-de-açúcar como combustível para gerar energia elétrica,
contribuindo para o suprimento de energia limpa e renovável. A produção de açúcar e etanol é
uma das princi-pais atividades da empresa. Seu açúcar é reconhecido pela alta qualidade e
atende tanto ao mercado interno quanto ao externo. O etanol produzido é utilizado como
combustível e possui diversas aplicações na indústria química. A São Martinho também se
destaca em projetos de cogeração de energia, trabalhando em parceria com outras empresas e
cooperativas. Essas iniciativas demonstram seu compromisso com soluções energéticas
sustentáveis e o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que atua. Olhando para a
safra 2023/2024, há perspectivas otimistas. Com a expectativa do retorno dos tributos federais
sobre a gasolina, os produtores de etanol aguardam um aumento no preço do biocombustível,
tornando-o mais competitivo em relação aos combustíveis fósseis. Isso beneficia especialmente
a São Martinho, que iniciará a produção de etanol de milho e possui possibilidades de expansão.
Além disso, as condições climáticas favoráveis nas últimas semanas prometem aumentar a
quantidade de cana processada, reduzindo os custos fixos. A queda nos preços dos insumos
agrícolas, como os fertilizantes, também contribuirá para melhorar as margens na safra
2023/24.

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Simpar

Uma nova empresa desde sua privatização, a Vibra conseguiu se tornar referência em
rentabilidade no setor, consolidando sua liderança. No curto prazo, as flutuações nos preços dos
combustíveis trazem desafios e opor-tunidades, mas a companhia já demonstrou que consegue
navegar bem em qualquer cenário, se tornando a maior importadora de combustíveis do Brasil.
Para o longo prazo, o foco da Vibra é se tornar uma empresa completa de energia, visando a
transição energética. Nesta linha, a companhia já realizou suas principais mo-vimentações,
como a aquisição da Comerc, JV com a Copersucar para comercialização de etanol e parceria
com a ZEG Biogás para geração de biometano. Desta forma, a geração de caixa da empresa terá
uma maior destinação para seus acionistas, através de dividendos.

Bradespar

A Bradespar, (BRAP4) é a Holding do Bradesco que detém 3,64% das ações da Vale, as ações da
mineradora são o único ativo controlado pela empresa de investimentos.

Nós adicionamos a posição uma vez que observamos um momento de descolamento entre o
minério de ferro que atualmente está na casa dos 105 dólares a tonelada e o preço das ações de
Bradespar e Vale.

Em nossa visão este é um bom ponto de entrada na companhia, o retorno médio histórico das
ações de Bradespar em seus 22 anos listada na B3 é 14% ao ano, o que fez com que a holding
batesse o CDI e o Ibovespa, isso ocorre em grande parte pelo minério de alta pureza produzido
pela Vale, que garante um prêmio pela venda de seu principal produto, o minério de ferro, no
mercado internacional frente aos seus concorrentes. Além disso, a Bradespar está
indiretamente exposta à reabertura da China principal cliente de seu único ativo, a Vale, o país
asiático é onde existe mais uma vez a maior probabilidade de crescimento no mundo em 2023.

Adicionalmente podemos colocar como pontos atrativos para essa tese de investimentos o
pagamento recorrente de proventos que mais uma vez deve ser elevado neste ano, esperando
um dividend yield de 10% para BRAP4 nos próximos doze meses.

A Bradespar neste momento conta com um desconto de holding de 25% para as ações de Vale
e dessa forma se mostra um veículo interessante para que estejamos posicionados em um dos
melhores ativos de renda variável do Brasil. É valido comentar que os juros pagos pela
mineradora em seu baixo endividamento são menores do que os que são pagos pelo próprio
governo federal do Brasil.

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Vivara

A Vivara lidera o mercado de Joias e Relógios no Brasil, com presença em praticamente todo
território nacional - são mais de 310 pontos de venda espalhados por todas as regiões do país. As
lojas encontram-se, predominantemente, na região Sudeste (53%), local com a maior renda
per capita do Brasil. Com a proposta de acompanhar o cliente em todas as fases de sua vida, os
produtos e marcas de fabricação própria abrangem peças desde o nascimento até a vida
adulta. A companhia possui duas marcas próprias (Vivara e Life). Com a volta à normalidade, a
Vivara retomou seu plano de expansão de lojas (em torno de 40 a 50 por ano), com o fechamento
pontual de alguns pontos de vendas não rentáveis e a abertura em novas praças intensificando a
presença da marca, principalmente da categoria Life, que é bastante significativa, devendo
contribuir cada vez mais para o aumento das margens da companhia, visto que a marca possui
maior margem bruta que a Vivara.

Considerando a melhora consistente em seu desempenho trimestral somada a um múltiplo


Preço/Lucro projetado na casa dos 14x para 2023, podemos observar um upside interessante
para a Vivara considerando seu múltiplo histórico. Dado o alto potencial de crescimento dos
resultados, entendemos que seus múltiplos deverão continuar desinflando nos anos seguintes, à
medida que a companhia colhe os frutos do seu projeto de expansão. Destacamos ainda, o
market share de 14% da Vivara em relação a 2,8% do segundo maior player do setor e também os
benefícios fiscais que a companhia possui devido à fábrica na Zona Franca de Manaus,
conferindo a ela maiores vantagens competitivas.

Sanepar

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) é uma empresa estatal que provê serviços
de saneamento no Paraná e em partes de Santa Catarina, cujas ações são negociadas na B3
com o código SAPR11. A Sanepar, devido ao seu monopólio regional e à natureza essencial de
seus serviços, apresenta uma receita relativamente estável. A necessidade de expansão da
infraestrutura de saneamento no Brasil pode representar oportunidades de crescimento para a
empresa. No entanto, é fundamental considerar os riscos regulatórios e a importância da
sustentabilidade para o setor. Sempre é recomendável realizar uma análise financeira
detalhada e entender o contexto do setor de saneamento antes de investir.

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Santos Brasil

A Santos Brasil é uma empresa de destaque no cenário de operações portuárias, sendo


responsável por movimentar quase 20% de todas as cargas portuárias e contêineres do Brasil.
Sua influência se estende por diversos portos ao longo da costa brasileira, com um enfoque
especial no Porto de Santos. Além disso, a empresa amplia sua atuação oferecendo um portfólio
de serviços logísticos adicionais, como armazenagem alfandegada e transporte rodoviário, com
o objetivo de proporcionar uma solução abrangente e integrada às necessidades de seus
clientes.

A empresa apresenta margens saudáveis em suas operações portuárias, além de


perspectivas positivas de crescimento de volumes, impulsionadas pelo aumento das
exportações agrícolas. Além disso, a empresa segue investindo em modernização e expansão,
implementando projetos destinados a elevar a capacidade e eficiência de suas atividades. Um
exemplo notável é o avanço das operações de logística integrada 3PL, que têm contribuído de
forma favorável para o EBITDA, bem como o ramp up da operação dos Terminais Líquidos.

Auren Energia

A Auren Energia é uma das principais empresas no setor de energia renovável no Brasil, com uma
capacidade instalada significativa que abrange fontes hidrelétricas, eólicas e solares, além de
ser uma das maiores plataformas de comercialização no país. Como pilares da sua tese de
investimentos, destacamos: i) Diversificação de Fontes Energéticas: A empresa possui um
portfólio diversificado, o que a torna resiliente a variações sazonais e de mercado. Esta
diversificação é um fator crucial para a geração de valor para os acionistas; ii) Foco em ESG: Com
um compromisso claro com práticas sustentáveis e de boa governança, a Auren Energia atrai
investidores que buscam alocar recursos em empresas com fortes credenciais ESG; iii) Inovação
e Digitalização: Investimentos contínuos em inteligência de mercado e tecnologia posicionam a
Auren Energia como uma empresa inovadora no setor, contribuindo para sua competitividade e
eficiência.

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