+PANORAMA

São Paulo, quinta-feira 23 março 2023.

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A agenda desta quinta-feira, 23, traz a decisão de
política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na
sigla em inglês). Nos Estados Unidos, serão conheci-
dos dados do setor imobiliário e do índice de ativida-
de nacional medido pelo Federal Reserve de Chica-
go. E a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen,
testemunha na Câmara sobre orçamento de 2024.
No Brasil, além de balanços como Sabesp e Cogna,
destaque aos dados da arrecadação federal.
ÁSIA
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em
alta nesta quinta-feira, após o Federal Reserve (Fed,
o banco central dos EUA) sinalizar que poderá ser
mais contido no aperto de sua política monetária.
Liderando os ganhos na Ásia, o índice Hang Seng
avançou 2,34% em Hong Kong, a 20.049,64 pon-
tos, com destaque para a Tencent, cuja ação saltou
7,55% após a gigante de tecnologia divulgar resul-
tados trimestrais positivos. Já o sul-coreano Kospi
subiu 0,31% em Seul, a 2.424,48 pontos, e o Taiex
registrou alta de 0,66% em Taiwan, a 15.863,95
pontos.
Na China, o Xangai Composto avançou 0,64%, a
3.286,65 pontos, e o menos abrangente Shen-
zhen Composto teve alta semelhante, de 0,62%, a
2.111,45 pontos.
Ontem, o Fed elevou seus juros básicos em 25
pontos-base, como era previsto pela maioria dos
economistas, mas adotou tom mais moderado para
a trajetória futura dos juros americanos. Além disso,
o chamado gráfico de pontos sugere apenas mais
um aumento de juros até o fim do ano, também de
25 pontos-base.
Exceção na região asiática, o índice japonês Nikkei
caiu 0,17% em Tóquio hoje, a 27.419,61 pontos,
pressionado por ações dos setores financeiro e de
eletrônicos.
Em Wall Street, as bolsas sofreram perdas expressi-
vas ontem, à medida que ações de bancos regionais
caíram após a Secretária do Tesouro dos EUA, Janet
Yellen, dizer que não está considerando oferecer
seguro generalizado para depósitos bancários, mes-
mo após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do
Signature Bank.
Na Oceania, a bolsa australiana contrariou o tom
majoritário da Ásia e ficou no vermelho. O S&P/ASX
200 recuou 0,67% em Sydney, a 6.968,60 pontos.
EUROPA
As bolsas europeias operam em baixa na manhã
desta quinta-feira, após o Federal Reserve (Fed, o
banco central dos EUA) e BCs da região seguirem
adiante com novos aumentos de juros, apesar dos
recentes transtornos no setor bancário. Logo mais, o
Banco da Inglaterra (BoE) também anuncia decisão
de política monetária.
Por volta das 6h40 (de Brasília), o índice pan-euro-
peu Stoxx 600 recuava 0,69%, a 444,07 pontos.
Ontem, o Fed elevou seu juro básico em 25 pontos-
-base, como era previsto pela maioria dos econo-
mistas, mas também adotou tom mais moderado
para a trajetória futura dos juros americanos. Além
disso, o chamado gráfico de pontos sugere apenas
mais um aumento de juros até o fim do ano, tam-
bém de 25 pontos-base.
Já na Europa, os BCs da Suíça (SNB) e da Noruega
(Norges Bank) aumentaram juros hoje, a despeito
da recente turbulência no setor bancário que levou
o Credit Suisse a ser comprado pelo UBS, numa
operação emergencial intermediada por autorida-
des suíças. O juro básico suíço foi elevado em 50
pontos-base, a 1,5%, e o norueguês, em 25 pontos-
-base, a 3%.
Investidores também seguem atentos aos bancos
regionais dos EUA, após a quebra do Silicon Valley
Bank (SVB) e do Signature Bank. Ontem, a Secre-
tária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse não
estar considerando oferecer seguro generalizado
para depósitos bancários, fala que ajudou a derrubar
as bolsas de Nova York no fim do último pregão.
Nas próximas horas, será a vez de o BoE definir
seus juros. Após a inflação do Reino Unido voltar a
acelerar em fevereiro, analistas preveem que o BC
inglês elevará sua taxa básica em 25 pontos-base.
Às 6h56 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía
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0,82%, a de Frankfurt recuava 0,45% e a de Paris
cedia 0,28%. Já as de Milão, Madri e Lisboa tinham
perdas de 0,45%, 0,59% e 0,67%, respectivamente.
EUA
O Fed subiu 25 bps e sinalizou que mais aperto
pode estar por vir. Jerome Powell disse que o FOMC
considerou uma pausa devido ao caos bancário e
alertou que os desenvolvimentos recentes podem
criar condições de crédito mais rígidas. Ainda assim,
"se precisarmos aumentar as taxas, nós o faremos",
disse ele. O gráfico de pontos de 2023 permaneceu
inalterado, com um pico de final de ano em torno de
5,1%.
Ontem, a Secretária do Tesouro dos EUA, Janet
Yellen, disse não estar considerando oferecer segu-
ro generalizado para depósitos bancários, fala que
ajudou a derrubar as bolsas de Nova York no fim do
último pregão.
BRASIL
O Banco Central dobrou a aposta em um tom duro
na condução de sua política monetária ao deixar
a Selic inalterada em 13,75%, sem brechas para
uma queda de juros em breve. O Comitê de Políti-
ca Monetária (Copom) reforçou o alerta quanto à
deterioração adicional das expectativas de inflação
e inseriu em seu balanço de riscos, pelo viés de alta,
o temor de uma desancoragem maior. Inclusive ele
mesmo elevou a sua projeção, agora no cenário de
referência em 5,8% para 2023 (de 5,6% na reunião
de fevereiro) e em 3,6% para 2024 (de 3,4%). Para
surpresa de uma parcela do mercado, o colegiado
manteve, em seu penúltimo parágrafo, o trecho
em que admite que "não hesitará em retomar o
ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não
transcorra como esperado". Houve menção ainda
às incertezas com o arcabouço fiscal. Na reformu-
lação do parágrafo de balanço de riscos, pelo viés
de baixa, indicou estar observando as "condições
adversas no sistema financeiro global" e acrescen-
tou que monitora uma "desaceleração na concessão
doméstica de crédito maior do que seria compatível
com o atual estágio do ciclo de política monetária".
Apesar desses dois pontos, a percepção generaliza-
da no mercado é de manutenção dos juros básicos
por um período prolongado. "A menos que vejamos
uma mudança significativa do conjunto de informa-
ções, que possa reduzir as expectativas de inflação
significativamente, não vemos espaço para que o
Copom comece a cortar juros no segundo trimestre,
como está embutido na curva de juros", escreveram
os economistas do Citi Leonardo Porto, Paulo Lopes
e Thaís Ortega, em relatório a clientes. Profissionais
de outras instituições, como Itaú Unibanco, BNP Pa-
ribas, XP Investimentos, BTG Pactual, Original e BV
vão na mesma linha, ao mesmo tempo que agentes
esperam alta dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) de
curtíssimo prazo na sessão de hoje.
Quem não ficou nada feliz com o comunicado foi o
governo federal. Até mesmo o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, um dos "bombeiros" durante o
pior momento da crise entre Planalto e BC, elevou
o tom contra a autarquia. "Eu considerei o comuni-
cado preocupante. Muito preocupante porque hoje
[ontem] nós divulgamos o Relatório Bimestral da
Lei de Responsabilidade Fiscal, mostrando que as
nossas projeções de janeiro estão se confirmando
sobre as contas públicas", disse a jornalistas.
"Obviamente, nós sempre vamos fazer chegar ao
Banco Central as nossas observações, como acon-
teceu no primeiro comunicado [de fevereiro]. O
primeiro comunicado também veio muito duro. A ata
atenuou. Alguns dias depois, a ata veio diferente,
um pouco atenuada. Nós esperamos que isso acon-
teça de novo", sugeriu o ministro, que argumentou
ainda que a desancoragem das expectativas de
inflação é conjuntural, e não estrutural.
Da ala política, o ministro da Casa Civil, Rui Cos-
ta, chamou de "insensibilidade" a manutenção da
Selic. Presidente nacional do PT, a deputada Gleisi
Hoffmann (PR) direcionou o ataque ao chefe da
autarquia. "Roberto Campos [Neto], explica: como
empresários podem captar recursos com os maiores
juros do mundo? Como investir se o dinheiro aplica-
do rende 8% reais? Você não entendeu seu com-
promisso com o Brasil? Seus juros só beneficiam
rentismo e quem não produz. Sua política monetária
já foi derrotada", escreveu a parlamentar no Twitter.
A Coluna do Estadão mostra que uma parte da sigla
trabalha para que o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva não indique Rodolfo Fróes para a diretoria de
Política Monetária. Integrantes do partido alegam
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que o executivo do mercado financeiro fez contri-
buições eleitorais ao Partido Novo, que apoiou Jair
Bolsonaro e hoje é parte da oposição.
O Diário Oficial da União (DOU) de hoje formalizou
a saída de Bruno Serra Fernandes da diretoria de
Política Monetária. Enquanto o substituto não for
indicado pelo governo e sabatinado pelo Senado, o
diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, acumu-
la os dois cargos.
Em entrevista à GloboNews, o presidente da Petro-
bras, Jean Paul Prates, afirmou que a estatal vai uti-
lizar o Preço de Paridade de Importação (PPI) como
uma referência para os valores dos combustíveis,
mas sem tratá-lo como "imposição dogmática". Se-
gundo ele, a empresa seguirá disputando o mercado
consumidor com a concorrência. "Sempre que puder
praticar o preço mais barato, farei."
PETRÓLEO
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa
na manhã desta quinta-feira, depois de acumularem
ganhos por três sessões consecutivas, enquanto
investidores digerem a nova alta de juros do Federal
Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e avaliam a
perspectiva de mais aumentos dos juros america-
nos.
MANCHETES
INTERNACIONAIS
THE NEW YORK TIMES (USA) - Advogado de
Trump no caso Mar-a-Lago deve entregar os regis-
tros, diz tribunal de apelações
THE WALL STREET JOURNAL (USA) - Fed anda na
corda bamba entre inflação e estabilidade financeira
FINANCIAL TIMES (Inglaterra) - Regulador suíço
defende eliminação de US$ 17 bilhões em títulos
AT1 em acordo com o Credit Suisse
BLOOMBERG (USA)- Fed aumenta taxas na aposta
de que a crise bancária permanecerá contida
REUTERS (Inglaterra)- Ucrânia diz que ataque de
Bakhmut da Rússia perde força, contra-ataque em
breve
THE ECONOMIST - Os bancos centrais enfrentam
um trade-off excruciante
CHINA DAILY - Visita de Xi à Rússia promove estabi-
lidade estratégica global
NHK (Japão) - Ministros do Japão e da Coreia do Sul
discutem a Coreia do Norte
MANCHETES
NACIONAIS
VALOR
Fed eleva taxas em meio a crise bancária
Regra fiscal deve passar ainda em abril, diz Lira
GLOBO
PF desmonta plano de facção para matar Moro e
autoridades
Agenda de Lula na China pode gerar ruído com EUA
FOLHA
Nos EUA, Fed aumenta taxa e indica que ciclo pode
acabar
PF revela plano do PCC contra autoridades e faz
prisões
ESTADÃO
PF impede PCC de soltar Marcola e atacar Moro
Base do governo falha, e oposição chama ministros
para depoimentos
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Agenda quinta-feira 23 março 2023.

09:00 Reino Unido/BoE divulga decisão monetária 4,00%
09:30 EUA/Transações Correntes (Q4) -213,2B -217,1B
09:30 EUA/Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego 197K 192K
11:00 EUA/Vendas de Casas Novas (Mensal) (Fev) 7,2%
11:00 EUA/Venda de Casas Novas (Fev) 650K 670K
12:00 EUR/Pronunciamento de Lane, do BCE
16:00 EUA/Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, testemunha na Câmara sobre orçamento de 2024

Terceira semana: (Fraca)

Índices Mundiais: (+/-)
Dólar: (+/-)
Posição estrangeiros: (--)Venderam 17.544 - Posição dos estrangeiros no contrato J23 | +70.749
Notícias Locais: (+/-)
S&P: (-)
Petróleo: (+)

Fechamento DOLJ23: 5.251,00

Ajuste anterior DOLJ23: 5.246,00
Ajuste DOLJ23: 5.224,76

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