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Psicologia e Saúde

RESUMO DO DOCUMENTÁRIO

 No documentário SICKO – S.O.S Saúde, o documentarista Michael Moore, apresenta


a realidade de casos reais enfrentados pela população norte americana dos EUA,
aproximadamente cinquenta milhões de americanos estão sem acesso ao plano de saúde e
esperam não precisar de atendimento, desses cinquenta milhões, dezoito mil chegaria a
fatalidade, pela falta do plano médico, como cita o documentarista.
Michael Moore, realiza uma crítica para validar a veracidade da precariedade que os
EUA passa no contexto da saúde, indaga diversos questionamentos, do qual em como um
país com diversos recursos, não consegue entregar assistência básica em saúde para a sua
população.
Ao decorrer da base de suas informações, Michael acompanha relatos reais
vivenciados dessa população e em complementação, visita outros países como: Canadá,
França, Inglaterra e Cuba, com a realidade distinta do contexto em plano de saúde e que
implementaram o sistema universal da saúde.
Abaixo relatos e casos que Michael acompanhou nos E.U.A:
Relato 01: Michael inicia o documentário com o Adam, um cidadão americano que
está desempregado e relata não querer se envolver com mais dívida, realiza seus cuidados em
casa após um acidente que lhe deu um corte profundo em seu joelho, nas cenas apresentadas,
Adam está limpando o local e dando pontos em seu ferimento.
Relato 02: Rick, cerrou as duas pontas de seus dois dedos: o médio e o anular. Suas
preocupações iniciais foram a falta do plano médico, se teria que pagar por isso e quanto
iriam cobrar para essa recolocação. O hospital apresentou as opções para Rick, recolocar o
dedo médio por sessenta mil dólares e o anular por doze mil dólares, sua escolha foi a
segunda opção.
Relato 03: Larry era um operador de máquina sindicalizado e dona Smith escrevia
para um jornal, o casal tem seis filhos e estão se mudando para Denver no Colorado, irão
morar no quarto da bagunça da filha. Larry sofreu três ataques cardíacos seguidos e D. Smith
teve câncer, eles tinham plano de saúde, mas as taxas e as cobranças aumentaram, o que
levou a perderem sua casa e dessa forma faliram.
Relato 04: Frank tem 79 anos, trabalha na Medicar para cobrir os gastos de seus
remédios e de sua mulher, descarta a percepção de algo errado em trabalhar assim, para ter o
seu direito livre aos medicamentos.
Relato 05: Loren bateu o carro a 70 km/h e perdeu a consciência, foi tirada do carro
por paramédicos e levada até uma ambulância. Foi informada pelo plano de saúde dizendo
que o transporte (ambulância) não seria pago, por não ter sido pré-aprovado.
Algumas pessoas são recusadas no plano de saúde, incluindo sua forma estética,
Michael se depara com recusas, como: alta(o) demais ou gorda(o) demais. O documentarista
cita que as empresas de planos de saúde existiam para ajudar as pessoas, com essa
inquietação, ele posta uma mensagem na internet para entender se mais pessoas
experienciaram problemas com seus planos, obteve três mil e setecentas respostas no dia e
mais de vinte e cinco mil respostas no final da semana, afirmando sua inquietude.
Michel apresenta Becky, a responsável por trabalhar em uma das maiores redes do
plano de saúde nos EUA, afirma que certos tipos de doenças não são cobertos: diabete,
cardíacas, certos tipos de câncer e isso impede de fazer um plano. Os números de doenças
não aceitas são bem altas, como: AIDS, dependência, autismo, e entre inúmeras outras.
O documentarista apresenta também a realidade das pessoas que contratam um plano
de saúde, porém precisaram lutar contra os planos de saúde, como sendo até mesmo
investigados sobre a validade de suas informações, em um dos relatos, é apresenta a Maria,
que solicitou uma ressonância e foi recusada pela Blue Shield (plano de saúde), em uma
visita ao Japão, os médicos japoneses validaram um tumor cerebral, que antes foi negado
várias vezes pela Blue Shield. Ela levou o caso para a justiça, o diretor responsável por essa
empresa, realizava recusa de diversas necessidades médicas e de cirurgias, sem analisar,
apenas assinava, alegando que eram iguais.
Dra. Linda, apresentada como uma das médicas, diz que as recusas são algo recorrente
nos planos de saúde e o médico que tivesse a maior recusa dentro do mês, até ganhava bônus.
“Quando você não gasta dinheiro com ninguém e até nega tratamento, tomando decisão que
evita gastar, é uma economia para a empresa”. Realizou em 1996 uma confissão pública de
seus atos irregulares e também do hospital em qual trabalhava, sobre as recusas de
tratamento, para um benefício totalmente financeiro, do qual a oportunizou ganhar salários
altos de seis dígitos e a sua reputação pelo desenvolvimento dessa prática nos planos de
saúde.
Em ocorrências de algum passo anterior não ter funcionado pelo plano de saúde da
recusa, ainda assim, eles trabalham com pessoas que investigam a vida dentro de cinco anos
desses pacientes, para que encontrem qualquer vestígio de uma informação sobre a saúde da
qual não foi relatada no início da solicitação, o motivo disso, é para que de qualquer maneira,
nenhuma dessas empresas tenham uma perda financeira, elas buscam um meio de ter o seu
dinheiro de volta.
July que trabalha em um hospital que forneceu à sua família um plano de saúde, relata
a perda do seu marido Smith que teve um câncer renal, sua cirurgia foi negada pelo plano de
saúde e deixou sua esposa e filho. July lutou pela vida de seu marido, realizando até reunião
com a diretoria do hospital e os responsáveis pela recusa das cirurgias, mas não foi o
suficiente.
Michael, busca informações para entender o motivo de médicos se tornarem
responsáveis pela morte de pacientes, como iniciou esse sistema, como tudo isso começo e
como as empresas de saúde foram criadas, em com o recurso da fita magnética, é possível
identificar esse início, em 17 de fevereiro no ano de 1971 o presidente Richard Nixon e Edgar
Kaiser milionário e dono de uma das maiores empresas de saúde, realizaram início da ideia
lucrativa nos planos de saúde particular, negar os tratamentos e ganhar dinheiro com essas
recusas, o resultado foi a sobrecarga nos hospitais públicos e o sistema começou ir à falência.
Em meados dos anos 90 Hillary Clinton como primeira dama, iniciou os passos para
uma cobertura universal da saúde, mencionada como socialista foi criticada por revolucionar
a saúde e intimidar o poder público, os planos de saúde gastaram cem milhões de dólares para
derrubar o programa de saúde de Clinton e conseguiram. Foi silenciada e bem paga por isso.
Os planos de saúdes particulares tomaram conta do poder do plano de saúde, com o
controle total, mas ainda assim, existe as indústrias farmacêuticas com boa parte desse poder.
O governo criou uma lei para ajudar idosos a comprarem remédios, saindo dos impostos e
indo direto para indústrias farmacêuticas, tornando o plano de saúde o intermediário.
Michael, recorre a outras realidades do plano de saúde, seu primeiro local é o Canadá
que apresenta o sistema universal de saúde e nenhum tratamento é cobrado, em dados
relatados por Moore, os canadenses vivem três anos a mais que os americanos.
Um dos parentes do documentarista, da qual foi realizada uma visita, relata um caso
de um amigo que machucou a cabeça nos EUA e foi até o hospital, recebendo uma conta de
seiscentos mil dólares para pagar, após o tratamento.
Brad, cidadão canadense, realizou uma cirurgia, do qual perdeu seus cinco dedos, os
médicos estavam preocupados com a vida dele e suas condições e não de suas condições de
pagamento. Nesse caso, podemos resgatar o relato de Rick, do qual precisou escolher apenas
um de seus dedos perdidos e pagar para a recolocação.
Ainda assim inquieto, Michael passa pela Inglaterra. Em suas paradas na Grã-
Bretanha, se deparar com uma realidade da rede farmacêutica, não importa a quantidade,
qualquer remédio custa seis dólares, mas qualquer cidadão com menos de dezesseis anos
acima dos sessenta anos não paga.
Ele vai atrás de algum lugar que cobre pelos tratamentos e se depara com um caixa,
mas esse local é apenas para as pessoas que não tem condições de voltar para casa e recebem
um reembolso, com condições de voltar para casa com segurança.
O documentarista conversa com Tony Benn, membro parlamentarista, que relata o
motivo da saúde na Inglaterra ser universal, a democracia levou o poder de voto ao pobre, o
que povo disse foi relacionado que não tiveram empregos na guerra, porque não teriam
dinheiro construindo hospitais, recrutando enfermeiras e professores, construindo escolas, se
pode levantar dinheiro para matar pessoas, pode levantar para ajudar pessoas. Se tentarem
acabar com o serviço, haveria uma revolução.
Michael procura um médico britânico, ele se apresenta como o médico da família e
relata que quanto mais fizer pelo paciente maior é o seu salário, dentro desses atendimentos,
o objetivo é um paciente parar de fumar ou até mesmo realizar uma avaliação psiquiátrica,
dentre outras condições de melhorias que o médico precisa fornecer. Podemos resgatar a
recusa nos hospitais com plano de saúde nos EUA que ganham por essa prática.
A gestação das britânicas, recebem cobertura em seus seis meses de gestação finais e
seis meses após o nascimento, recebem um ano de licença.
Em contra ponta, o documentarista apresenta alguns índices, os EUA obtém o pior
índice de mortalidade infantil, porcentagem altas de pessoas endividadas e com vários
trabalhos, adquirem insônias, precisam de médico, remédios e não conseguem se aposentar.
Michael apresenta o caso de Michelle, garota que perdeu a vida por febre alta, da qual
o plano recusou seu atendimento, seu quadro se agravou e sofreu uma parada cardíaca.
Quando o documentarista relata um caso semelhante da Zoe, que teve a mesma condição
febril de Michelle, o tratamento que ela recebeu foi diferente, sua estadia e de sua mãe foi de
três dias seguidos no hospital, da qual não foram cobrados nada, essa realidade constatada
diferente, foi vivenciada na França.
Nos relatos obtidos, abaixo alguns dos direitos das condições e relações de saúde
universal que os franceses recebem acesso:
- Seguro do empregador e do governo;
- Os médicos perguntam sobre doenças preexistentes para ajudar na prevenção;
- Médico domiciliar - atende em casa e não pagam nada.
- Universidade gratuita;
- Direito a férias de até cinco meses e empresas maiores até oito semanas;
- Uma semana de licença para casamento;
- Um dia para mudança;
- Serviço gratuito para atendimento de mães em casa até o sexto mês de gestação para
ajudar em casa, para a mãe, o bebê e em casa.
Com alguns relatos nos EUA, os abrigos acolhem pessoas que são largadas nas ruas
sem condições de pagamento nos hospitais.
Michael, apresenta voluntários do 11 de setembro que fazem arrecadação para
tratamentos respiratórios, a alegação do governo da falta do tratamento, consta a falta de
identificação na lista de despesas. Inquieto com essas condições, Moore encontra um local
em Cuba, administrado pelos EUA que recebem alto nível de condições médicas e cobertura
instantânea. Os voluntários são levados até a fronteira de Cuba, a solicitação do
documentarista é a realização de um tratamento adequado para essas pessoas, que esperam
por anos uma resposta do governo sobre suas condições precárias de saúde.
Cuba oferece equipamento tecnológico para o mundo e é um país adepto a saúde
universal, trabalha com medicina preventiva e a cada quarteirão é necessário a presença de
um médico.
Mesmo diante de tanta diversidade, Michael consta que somos iguais, existem esses
lugares que cuidam um dos outros, apesar dos desentendimentos. Com todos os recursos e
ideias disponíveis sempre é realizada uma cópia, mas qual é a dificuldade em realizar isso
com os doentes, as crianças e as outras necessidades da população, para viver um mundo de
nós e não de eu. O documentarista realiza uma breve crítica do governo esperar que a
população permaneça alinhada e que não busque nada além do que é oferecido, mas anseia
por um dia um resultado melhor, até lá ele comenta: “enquanto isso eu vou pedir para o
governo lavar a minha roupa”.

Psicologia e Saúde

Conteudo Estruturado a partir das questões norteadoras

Ana Caroline
1- Breve resumo dos principais sistemas de saúde apresentados no
documentário:
O documentário Sicko de Michael Moore (2008) retratou os diversos sistemas de
saúde existentes, nos trouxe suas características e pontos de fundamentam e
norteiam esses sistemas.
Foram cinco sistemas de saúde de diferentes países, dentre eles o francês,
americano, cubano, canadense e inglês. Os três últimos se caracterizam por serem
sistemas do modelo de seguridade social, onde o acesso aos serviços de saúde é
universal, ou seja, para todos, sem discriminação.
O NHS, sistema do Reino Unido, foi criado em 1948, pós segunda guerra e é gerido
separadamente por cada país, mas é concebido de forma unificada. De acordo com
a fonte de Paim (2015, p.18) o NHS é um dos maiores empregadores do mundo
com 1,7 milhões (à época) de agentes trabalhando em seus pontos de atendimento,
que se ramificam em dois nívies de atenção que são: atenção primária (clínico geral;
farmacêutico, etc.) e secundária (emergência; cirurgia; etc).
O Canadá possui um sistema com princípios de universalidade, equidade e
solidariedade desde 1984, quando foi instaurada a lei Canada Health Act. O país
levou cinquenta anos para chegar ao que se tem atualmente, nomeado de Medicare
o sistema alcança mais de 33 milhões de pessoas e ainda prevê serviços adicionais
a crianças e idosos, como dentário e oftalmológico.
Cuba possui um sistema que atende integralmente a população, nomeado de SNS (
sistema nacional de saúde) em amplo funcionamento há mais de cinqueta anos,
esse sistema possui três níveis de atenção que são: primário, secundário e terciário,
tendo capilaridade em todo processo de promoção, proteção e reabilitação da
populção.
Na França o Assurance Maladie, sistema de saúde adotado no país, que tem
origem no seguro social, se caracteriza por cobrir “ [..]uma ampla gama de serviços
de saúde providos pelo setor público ou por agentes privados[...]” como afirma
Cordilha e Lavinas (2018), ainda:
o sistema de Seguridade francês divide-se em três regimes
principais [(i) Regime Geral; ii) dos trabalhadores agrícolas; iii)
independentes], cada qual com “caixas” próprias de
financiamento, divididas em instâncias nacionais e locais.
( CORDILHA; LAVINAS, 2018).

Os Estados Unidos possuem um sistema de assistencia/residual em que se prevê


algum atendimento para aqueles que comprovem a condição de pobreza,
exonerando o Estado da responsabilidade de promover saúde, que fica a cargo do
mercado regular a disposição da maioria dos serviços em saúde.
Em comparação com o SUS -que foi implantado em 1990- alguns sistemas existem
há muito mais tempo -como o Inglês (1948), o Cubano (1959) e o Francês (1946)- a
partir desse fato, devemos considerar que temos um sistema jovem e que por sua
idade já possui caráter que assegura muitos benefícios para a população brasileira,
desde programa de vacinação completo até combate ao mosquito da dengue,
campanhas de proteção e prevenção que são veiculadas através do SUS. Dessa
forma cabe destacar que sendo o brasil um país de ampla proporção territorial e
populacional, há sempre o que aprimorar de acordo com as especificidades sociais
e econômicas da população, sempre pautado nos princípios e diretrizes que
norteiam o SUS.

2- Similaridades e diferenças com SUS:


Tabela 1.1
País Diferenças Similaridades
França O sistema de seguridade Universalidade;
subdivide-se em três financiado por impostos e
(Geral; trabalhadores contribuições; fundadado
agrícolas e em princípios de
independentes). solidariedade;
Descentralização entre descentralização entre
Estado e entidades União, estados e
paraestatais que municípios.
contemplam a saúde
complementar- – “setor
privado complementa
marginalmente a
cobertura da rede
pública” (CORDILHA;
LAVINAS, 2018).

Estados Unidos Sistema de saúde Incentivo à aquisição de


vinculado a condição de seguros/planos de saúde
saúde como direito social privados; a assistência à
e dever do Estado; saúde livre à iniciativa
universalidade no acesso privada.
aos serviços de saúde.

Cuba Centralização do Estado Universalidade; Três


nos serviços de saúde; é níveis de atenção:
vedada a oferta de Primário; Secundário;
serviços privados de Terciário (SUS - Básica,
saúde; “não há diretrizes”; média complexidade e
“aos estrangeiros são alta complexidade);
cobrados encargos” cobertura de tratamentos
(Rollo et al; 2020, p. 330). crônicos.

Canadá Em casos crônicos pode Universalidade; vinculado


haver cobranças para à condição de cidadania;
cobrir custos de financiado por impostos e
alojamento; maiores contribuições; há filas de
investimentos (per capita) espera para alguns
em saúde quando serviços; cobertura de
comparado ao Brasil; tratamentos crônicos.
atenção primária é feita
por profissionais da
iniciativa privada e não
por servidores públicos.
Reino Unido Atenção à saúde dividida Universalidade; há filas
em primária e secundária de espera para alguns
apenas; princípios serviços; financiado por
adaptados às impostos e contribuições;
necessidades e vinculado à condição de
preferencias dos cidadania; integralmente
pacientes; gratuito; iniciativa privada
é permitida.

Psicologia e Saúde
Maria Fernanda

3- Quais as concepções de saúde identificada no documentário?

O documentário “Sicko S.O.S saúde” traz a realidade do sistema de saúde de


alguns países que em muitos deles as pessoas sofrem por não ter acesso a saúde,
por exemplo nos Estados Unidos não tem um sistema de saúde público e até
mesmo os planos de saúde privados que existe é de difícil acesso para a
população, fora que os valores(custos) para aquisição normalmente são elevados,
umas das falas de destaque é que os “Os americanos rezam todos os dias para não
ficarem doentes”. A questão de medicação também entra em destaque no
documentário, pois os valores acabam sendo muito elevados, levando idosos a
trabalharem para poder conseguir pagar pelos remédios que eles precisam.
No Canada e na França, por outro existe um plano de saúde mais acessível, que
garante que a população receba os devidos tratamentos, alguns idosos canadenses
não passam a fronteira para os Estados Unidos de forma alguma, pois eles têm
medo de que aconteça algo com eles e estarem sem o plano de saúde.
O documentário traz essas grandes diferenças do sistema de saúde dos países
citados, entre outros também, que mostra de forma sucinta a questão de saúde e o
quanto que a população padece por falta do acesso a saúde em alguns, e também
mostra a facilidade e a satisfação dos indivíduos onde se tem fácil acesso a saúde
sem nenhum custo.

4-Tragam um breve histórico do surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e


suas principais diretrizes e princípios (trabalhado em sala de aula).

A questão da saúde vinha sido muito pautada no mundo inteiro desde o século
passado, foram feitos vários trabalhos para o desenvolvimento de um conceito de
saúde positivo. Foi um marco importante a 8 º Conferência Nacional de Saúde, pois
foi a primeira a ser aberta a sociedade, e a partir dela foi a base para que a
Constituição da Republica de 1988 fosse elaborada, a partir dessa constituição a
saúde se tornou um direito social independente da condição do indivíduo, por isso
se tornou responsabilidade do poder público garantir isso a toda população
brasileira.
ART. 196 A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.

A constituição resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS) que visam que
todos os indivíduos tenham o direito de saúde, e esse direito é devido a condição de
cidadania, como cita Paim (2015).
Com base na concepção de seguridade social,
o SUS supõe uma sociedade solidária e
democrática, movida por valores de igualdade e

de equidade, sem discriminações ou privilégios.


As três principais diretrizes do SUS como traz Paim é a “descentralização, com
direção única em cada esfera de governo” que tem como objetivo de adequar a
diversidade do país, que tem realidades distintas de economia, sociais e sanitárias,
sendo assim a gestão do sistema de saúde é de cada município de acordo com a
sua realidade.
Já a segunda diretriz trás o “atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais”, que são ações que buscam
evitar que as pessoas adoeçam, seja com vacinas, trabalhos de concretização que
buscam informar a população de determinados males para que assim todos
consigam tomar precauções para evitar uma doença, como o caso da dengue.
A terceira destaca a “participação da comunidade” que é uma orientação para a
democratização dos serviços e as descrições em relação a saúde

Amanda
5- Conhecendo o sistema de saúde brasileiro e vendo outros modelos, vocês avaliam que o
sistema de saúde brasileiro é adequado a nossa população?
O sistema de saúde brasileiro pode ser considerado adequado por corresponder às
necessidades da população brasileira, porém, assim como todos os serviços públicos, é
necessário melhorias, assim como afirma Paim (2015):
“já não existem barreiras formais para assegurar
serviços de saúde para todos, e a universalidade
se expande para além da retórica. Permanecem,
não obstante, grandes dificuldades no acesso a
na continuidade da atenção, em virtude de
problemas vinculados à organização dos
serviços (...)”

É comum que os serviços do SUS sejam apresentados à maioria das pessoas apenas como
uma unidade de tratamento de doenças, e muitos ignoram outros serviços essenciais
pensados exclusivamente para a realidade da comunidade, como por exemplo, os Agentes
de Combate às Endemias (ACE) que fazem o monitoramento de locais com focos
endêmicos; os Agente Comunitário de Saúde (ACS) que passam nas residências para fazer
o cadastramento e acompanhamento de pessoas acamadas, vacinação de crianças, de
gestantes, tomando conta de certo número de famílias por área do município; e também a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), além de outros serviços oferecidos pelo
SUS que objetivam atender as particularidades da população brasileira.
6- Quais pontos vocês avaliam que deveriam ser exaltados e quais deveriam ser
melhorados?
Os serviços de Atenção Primária do SUS que trabalham com a conscientização, prevenção
e promoção de saúde por serem administrada pelos municípios podem carecer ou não de
melhorias por depender da gestão vigente, mas de certa forma, a hierarquização dos
serviços compreendidos em Atenção Primária, Secundária e Terciária pode ser considerado
uma estratégia para a promoção de saúde e melhor atendimento aos cidadãos.
7- Reflexões potentes no debate:
Pensar sobre saúde e SUS no brasil ainda é complexo, ainda mais porque sabe-se
que a grande maioria da população não tem conhecimento sobre o que é um
sistema de saúde que se pretende universal, integral e equânime. Para tanto, Paim
(2015) pontua que “um sistema de saúde é o conjunto de agencias e agentes cuja
atuação tem como objetivo principal garantir a saúde das pessoas e das
populações”.
As reflexões feitas no debate pelo grupo foram diversas, e dentre elas foram as que
tangem os níveis de atenção primária (UBSs) em saúde, onde percebe-se que em
casos de demanda espontânea ou programada há muitas vezes demora e
descumprimento do papel ético do profissional, conforme traz Giovanella citada em
Paim (2015):
. A questão de articular essas duas demandas é fundamental. O informe da
OMS mostra que se consegue fazer uma atenção integral e trabalhar
melhor com os grupos prioritários no momento em que você, no
atendimento à própria demanda espontânea, vai incorporando um conjunto
de ações preventivas de promoção de saúde e identificando os grupos de
risco, agendando e estruturando melhor a demanda

Outra reflexão trazida foi a de que o SUS é um sistema amplo e eficiente na medida
em que seus coparticipados, dentre eles estados e municípios promovem uma boa
gestão, proporcionando assim acesso integral aos serviços de saúde.
Pesquisando sobre as inovações tecnológicas no ambito da saúde no SUS, o
resultado da pesquisa foi o site ConecteSUS que une diversos serviços para a
população, dentre eles, o recurso de mostrar resultados de redes de saúde
próximas a pessoa, de acordo com a localização.

Quadro 1.2 ConecteSUS.


Partindo para a conclusão, sabe-se que as formas de de estilo de vida e de trabalho
da sociedade brasileira estão em constante mudança- mais acelerada e
precarizada- como traz Batistella (2007) há “ uma nova estratificação social surgida
nas diferentes formações sociais[..]” portanto, é necessário o constante
aprimoramento e aperfeiçoamento do nosso sistema de saúde, que promova uma
“formação ético-política dos trabalhadores de sáude” (Batistella 2007) -cabe
ressaltar aqui que ‘política’ diferencia-se de partidária- e que essa formação, tenha
em pressuposto a conscientização dos agentes de saúde para que superem a lógica
reducionista biomédica e considerem os determinantes sociais que incluem:
as condições mais gerais –socioeconômicas, culturais e ambientais – de
uma sociedade, e se relacionam com as condições de vida e trabalho de
seus membros, como habitação, saneamento, ambiente de trabalho,
serviços de saúde e educação, incluindo também a trama de redes sociais
e comunitárias. (BATISTELLA, p. 68, 2007).
JUSTIFICATIVA

O presente trabalho esclarece o assunto abordado dentro da matéria de Psicologia


e Saúde, bem como os principais conceitos de saúde pública, justificando sua
importância através de dados colhidos em textos, artigos científicos e documentário.
Podemos perceber através de Sicko de Michael Moore várias realidades diferentes
no mundo, procedimentos e diretrizes que mudam de acordo com o país, pessoas
sendo obrigadas a escolher partes de si, ou dos seus, por uma questão econômica.
É de grande relevância o assunto, esse trabalho construído sobre a justificativa que
saúde pública é essencial para garantir que as pessoas tenham acesso a serviços
de saúde de qualidade e para promover a igualdade no acesso aos cuidados de
saúde. Ela desempenha um papel fundamental na prevenção e no controle de
epidemias, na promoção de estilos de vida saudáveis e na melhoria da saúde da
população em geral.
Quando falamos em saúde pública, vale justificar o tema que, é responsável por
diversas áreas, incluindo o controle de doenças transmissíveis, a promoção da
saúde mental, a prevenção de doenças crônicas, a segurança alimentar, a saúde
ambiental, a saúde ocupacional, entre outras.

Vale ressaltar a importância do SUS que vai muito além de promover somente a
justiça social com atendimento para as pessoas, ele é o maior sistema público de
saúde do mundo. Atendendo cerco de 190 milhões de pessoas, sendo que 80%
delas dependem exclusivamente do sistema para tratar da saúde.
Podemos partir do principio que o SUS é um grande marco, uma conquista de
direitos como um atendimento adequado e de qualidade, com organização, um
tratamento humanizado e sem discriminação assegurados e garantidos para a
sociedade brasileira.
O acesso a saúde antes de sua existência era extremamente limitado,
consequentemente as mortes por doenças, que não receberam seus devidos
cuidados, acabava por serem mais precoce e ocorriam frequentemente. As pessoas
não tinham seus direitos assegurados, e nem onde recorrer em emergências.
Hoje o SUS atende desde um simples atendimento como a medição de uma
pressão arterial até um transplante de órgão, garantindo acesso integral, universal e
gratuito para toda a população do país. Atualmente oferece vários instrumentos e
meios de assistências à saúde e qualidade de vida a toda uma população mesmo
em lugares afastados onde por exemplo instituições privadas não abrangem.
O Brasil conta como porta de entrada a um atendimento as APS - Atenção Primária
à Saúde que tem por objetivo solucionar problemas relacionados a saúde enquanto
ainda não estão em um estágio avançado, com isso gera uma economia com
tratamentos intensivos e evita sequelas e incapacitação a longo prazo.
Em países que contam com uma sistemas nacionais de saúde como foi exposto no
documentário Sicko de Michael Moore (2008), países como Brasil, Inglaterra,
Canadá e Cuba, tem uma base forte e resolutiva com as APS - Atenção Primária à
Saúde, tornando os atendimentos satisfatórios para a população e
consequentemente gerando menos custos. Diferente de países como Estados
Unidos que a população precisa recorrer a um sistema privado, ou até mesmo
outros países que consolidam o uso de um sistema universal de saúde em busca de
um atendimento adequado, pois acabam segregando e impedindo grande parte da
população a um atendimento básico de saúde.
A importância do SUS para o Brasil é incontestável, que abrange: uma programa de
vacinação que busca atender todas as faixas etárias e classes sociais, o SAMU - O
Serviço de Atenção Móvel de Urgência com o objetivo de prestar socorro e
assistência a população, fazendo o transporte do paciente, para os hospitais e
centros especializados em urgência e emergência, transplantes possuindo uma rede
bastante estruturada de forma segura e tratamentos como de câncer, doenças
crônicas , que em outros países não asseguram e nem arcam, pois são caros e não
é de seus interesse assegurar tal coisa.
Além desses pontos para assegurar uma qualidade de vida melhor as cidadãos
brasileiros o SUS abrange a vigilância sanitária e epidemiológica, assegurando e
fiscalizando a qualidade de diversos estabelecimentos e serviços, como
restaurantes e o fornecimento de água. Através da vigilância epidemiológica, o SUS
desempenha um papel fundamental na detecção, mapeamento e na prevenção de
doenças transmissíveis e seus fatores de risco.
Com tudo precisa-se salientar que o SUS também possui seus déficits, que estão
ligados as dificuldades geográficas, problemas estruturais como pobreza,
concentração de renda, desigualdade nas distribuições de recursos entre outros,
que acabam gerando diferenças estruturais e de qualidade de vida, além de ser o
único país entre as dez maiores economias mundiais em que os gastos privados
com saúde são maiores que os gastos públicos, afirma o economista Ladislau
Dowbor.
Segundo o médico e sanitarista Drauzio Varella, em artigo de 2019:
“Ao SUS faltam recursos e gestão competente para investi-los de forma que
não sejam desperdiçados, desviados pela corrupção ou para atender a
interesses paroquiais e, sobretudo, continuidade administrativa. Nos últimos
dez anos, tivemos 13 ministros da Saúde. Apesar das dificuldades, estamos
numa situação incomparável à de 30 anos atrás. Devemos defender o SUS
e nos orgulhar da existência dele”.

Com isso, O SUS possui suas áreas deficitárias, mas também possui seus pontos
fortes com excelência, sendo referência para o mundo. A valorização e importância
do SUS para a população brasileira, para o país é essencial para que o seu
aperfeiçoamento seja uma prioridade política e se dê por meio da continuidade
administrativa e ampliação de seus serviços, visando um atendimento cada vez
mais adequado e assegurado para toda a população independente de classes
sociais e faixas etárias.
Brena Tostes (2021), destaca que “O SUS é um sistema para o Brasil e não um
subsistema para os pobres, por isso a necessidade de defendê-lo, reconhecer suas
conquistas e pleitear ainda mais avanços”.
Considerações finais
Com todos os recursos disponíveis e tecnologia avançada, há países que não se
responsabilizam integralmente pela saúde pública, que atenda universalmente toda
a sociedade.
Sabemos que, para que haja a promoção de um sistema público geram gastos
financeiros, e a implementação do sistema privado na saúde, exonera o país das
problemáticas enfrentadas numa gestão e atendimento, a qual nem mesmo sistema
privado consegue lidar e/ou aceitar.
A negativa ou recusa dos planos de saúde nos EUA, acabam alarmando e
evidenciando ainda mais a desigualdade social, levando em consideração que
muitos cidadãos além de, perderem tudo que tem em troca da saúde, acabam não
tendo o atendimento e/ou tratamento necessário.

O SUS diferentemente do sistema de saúde privado dos EUA, atende integralmente


a todas e quaisquer pessoas independente da classe social e estereótipo, prestando
assistência desde o início da gestação com foco na qualidade de vida, visando a
prevenção e a promoção da saúde. Sendo que neste período se inicia a Atenção
Básica a Saúde (ABS), que se estende ao longo da vida, considerando as regiões
de atendimento e a diversidade das condições de vida dos seus habitantes, como
definido na PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017:

considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando


produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde - a
qual constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação,
análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde - além
disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas para a
proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos
e doenças, bem como para a promoção da saúde. (POLÍTICA NACIONAL DE
ATENÇÃO BÁSICA, 2017)
Mesmo em um país subdesenvolvido como o brasil, em contraponto ao EUA,
consegue atender a demanda desde um simples atendimento como, medição da
pressão arterial até o transplante de órgão e disponibilização de medicamentos de
alto custo, por meio do SUS.
O SUS como qualquer outro sistema de saúde publico e até mesmo o privado,
possui limitações em suas diversas áreas, como fiscalização, ética profissional e
controle. Mas assim como afirmou PAIM (2015), mesmo diante de discursos
negativos, através dos possíveis avanços do sistema e expectativa da população a
respeito da saúde geram também apostas na garantia do direito a saúde dos
cidadãos.

REFERÊNCIAS

CORDILHA, Ana Carolina; LAVINAS, Lena. Transformações dos sistemas de saúde


na era da financeirização. Lições da França e do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva,
v. 23, p. 2147-2158, 2018.
ROLLO, Rosane Machado e col. Organização de sistemas nacionais de saúde:
diferenças e semelhanças entre Brasil e Cuba, Rev. APS. 2020; abr./jun.; 23 (2)
PAIM, Jairnilson Silva. O que é o SUS. Rio de Janeiro. Fiocruz, 2015.
BATISTELLA, Carlos Eduardo Colpo. Abordagens contemporâneas do conceito de
saúde. In: FONSECA, Angélica Ferreira; CORBO, Ana Maria D'Andrea (Org.). O
território e o processo saúde-doença. Rio de Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007. p.
51-86. (Coleção Educação Profissional e Docência em saúde: a formação e o
trabalho do agente comunitário de saúde, 1).

OBS: Citar o documentário; e o site CONECTESUS, por favor. (Carol)

GOV.BR. Sistema Único de saúde


(2022)..https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus. Acessado
em: 24/04/2023

GOV.BR . Conheça os direitos de todos os cidadãos usuários do SUS (2022)


https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2022/05/conheca-os-
direitos-de-todos-os-cidadaos-usuarios-do-sus. Acessado em: 24/04/2023

FE SAUDE EM PAUTA, Abril de 2021, edição 06. https://fesaude-bucket.s3.us-east-


1.amazonaws.com/Boletim_Fesaude_Abril_49dac9ac70.pdf. Acessado em
24/04/2023

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA, 2017.CAPÍTULO I, DAS


DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE. Minist�rio da Sa�de
(saude.gov.br)

Paim, Jairnilson. O que é o SUS.ed. 2009, Rio de Janeiro: Fiocruz,2015.

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