Você está na página 1de 4

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE


DO NORTE

JOYCE TAVARES PRAXEDES

TEXTO DISSERTATIVO SOBRE O


DOCUMENTÁRIO “SICKO – SOS SAÚDE”, A
EDUCAÇÃO NÃO ESCOLARIZADA E O MUNDO
“REAL”

Patu
2023
2

Inicialmente, o documentário “SiCKO – SOS Saúde” apresenta ao telespectador uma


provisória retratação a respeito do que irá ser evidenciado no decorrer do longa no qual
se tornará o assunto principal: A crise no sistema de saúde estadunidense, onde tal assunto
ainda se é bastante presente na sociedade dos Estados Unidos. Tem-se desde o início, a
visão mostrada explicitamente de que apenas uma parte da população recebe o “sonho
americano”, que garante a essas pessoas um acesso a saúde, enquanto outra parte da
população se vê com a incerteza de que passará mais um ano vivo, pois é mostrado que
18 mil cidadãos morrem todos os anos em decorrência da falta de um plano de saúde. E
isso acontece em decorrência de um sistema de saúde ineficiente e injusto que prejudica
milhões de pessoas.
Michael Moore, diretor do longa, faz diversas analises sobre essa inconsistência ao
acesso a saúde nos Estados Unidos, e utiliza de metáforas em muitas partes do
documentário para que o telespectador possa refletir se o que de fato é plausível no mundo
real, ou no que é vendido pelo capitalismo pelo chamado “sonho americano” no qual se
torna um objeto de desejo para a maioria dos cidadãos, onde as pessoas passam a tornar
toda a vida em busca desse tal objeto de desejo. Porém, o mundo real para determinadas
pessoas torna-se subjetivo e não tão generalista, visto que há incidência de menos acesso
ao plano de saúde por parte de pessoas negras e de classe mais baixa.
Um exemplo de como os cidadãos são reféns da falta de recursos para se obter um plano
de saúde, é mostrado como uma crítica na animação televisiva “Bojack Horseman”, onde
aparece um cervo que sofre de um atropelamento em uma rodovia e quando cogitado a
ligar para emergência, se recusa, pois afirma que seu plano de saúde “não está em dia”,
assim, preferindo não ter um atendimento médico e se recuar entre a floresta. Isso deixa
de ser ficção e passa a se tornar realidade, visto que diversas pessoas em todos os EUA
quando sofrem de uma emergência medica, não cogitam chamar uma ambulância mesmo
se o que tiver ocorrido seja algo grave, situação que Michael Moore cita em seu
documentário.
É completamente um fato de que os interesses políticos contribuem para que as vidas
das pessoas sejam decididas se elas podem ou não ter o capital necessário que lhes
garantem o acesso a saúde. É citado em uma parte do longa, a denominada “medicina
socializada”, que é mostrada como algo que é uma negação para pessoas do meio político
de que se torne algo verídico na sociedade capitalista, pois segundo eles, o socialismo se
impõe primeiramente pela medicina, e se essa medicina socializada der as luzes na
3

“querida américa”, os interesses capitalistas e individualistas podem ser ameaçados.


Então assim, fazendo com que algo material compre totalmente uma coisa não
personificada e que deveria ser garantida a toda população como um direito básico e
humanista.
Outro fator importantíssimo mostrado no documentário, são os exemplos de países
como Cuba, Canadá e França, no qual possuem um sistema de saúde público e universal,
onde todos da população podem ter acesso. Um fator contribuinte para que se tenha esse
acesso a saúde é a educação não escolarizada, educação que ocorre fora do ambiente
escolar tradicional e é voltada pra comunidade. Com essa educação, o impacto positivo
na saúde é bastante notório, pois os países citados por Michael Moore usam dessa
educação para que se tornem uma das melhores saúdes do mundo, o que já acontece na
realidade. Podemos usar Cuba como exemplo, pois possui uma saúde pública de alta
qualidade e que utiliza de programas de alfabetização não escolarizada, assim como
França e Canadá.
A educação não escolarizada com relação a saúde se torna importante na pratica porque
se torna mais acessível e relevante para algumas comunidades, especialmente aquelas
com menor renda e menor educação formal, trazendo para as pessoas uma melhor
compreensão sobre suas saúdes e bem-estar. A sua ausência pode contribuir para mais
problemas na área da saúde, pois ela também atribui para maiores entendimentos sobre
prevenções de doenças e como evitar que certas coisas possam trazer mais danos a
doenças pré-existentes, sendo necessário recorrentes usos de serviços de emergência, o
que pode levar a maiores custos de saúde e piora da qualidade de vida para as pessoas.
Conclui-se, portanto, que a realidade é vendida por uma perspectiva hierárquica e
comprada pelas camadas inferiores da sociedade onde pessoas ditam as pessoas que o
mundo real é aquilo que lhes são apresentados, fazendo com que o trabalho excessivo se
torne um beco sem escapatória para aqueles que almejam uma vida digna com saúde. Vê-
se que há um receio do povo estadunidense em protestar por mais direitos a saúde, ao
analisar que ao longo de suas vidas o que lhes eram mostrados é que o governo e aqueles
que o governam sabem o que é melhor para seu povo com sua propaganda capitalista,
ignorando totalmente os números de cidadãos que já sofreram e ainda sofrem em
decorrência de um pensamento egoísta e de cunho monetário, visto que as companhias de
plano de saúde visam apenas o material e não realmente na importância do cidadão em se
viver bem, e principalmente com a sua saúde garantida.
4

Você também pode gostar