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Antestesia regional
Contraindicações absolutas são recusa do paciente e infecção no local de inserção da agulha.
Contraindicações relativas incluem a necessidade de avaliar função nervosa ou síndrome
compartimental no pós-op imediato; pacientes anticoagulados; e procedimento bilateral.
Bloqueios específicos
BLOQUEIO INTERESCALENO: Entre escaleno anterior e
médio, ao nível da cartilagem cricóide. Produz bloqueio
incompleto das raízes baixas. Comumente causa paralisia
diafragmática ipsilateral e horner ipsilateral.
BLOQUEIO DE PUNHO
Nervo ulnar
Nervi radial
Injeção de 2 ml dentro da bainha dos flexores. Ao nível da prega digital palmar, agulha é
inserida perpendicularmente, até contato ósseo. Recuada discretamente e anestésico é
injetado.
Bloqueio transmetacarpal
Agulha inserida na prega palmar distal, 1 cm proximal à MF, com injeção de 2mL
de anestésico.
Bloqueio subcutâneo
Esvazia-se membro, e injeta-se lidocaína pura a 0.5% numa dose de 3mg/kg. Bupivacaina está
contraindicada (toxicidade cardíaca).
Complicações
NEUROPRAXIA
Tipos de infecção
Celulite
Infecção do subcutâneo, difusa, podendo ser associada com linfangite, geralmetente causada
pelo Staphylococcus Aureus (mais comum) ou Streptococcus Beta Hemolítico (mais associado
com linfangite). Necessita de internação hospitalar, ATB EV e, caso não apresente melhora em
12 a 24 h, descompressão cirúrgica.
Fasceíte necrotizante é uma doença com risco de vida, que inicialmente se assemelha a
celulite. Apesar de não ter purulência, apresenta secreção aquosa, superficial à fascia.
Infecções Nosocomiais
Princípios do tratamento
Incisões para drenagem devem ser amplas, todo tecido necrótico deve ser desbridado. ATB
empírico deve ser iniciado após coleta de culturas. Exsanguinação deve ser feita por elevação.
Infecções específicas
Paroníquea aguda
Infecção mais comum da mão. Inoculação de bactéria no
perioníqueo, sendo o organismo mais comum o S. Aureus.
Anatomia
Opções de tratamento
Método
preferido do
autor:
Pós-op: ATB oral por 7 a 10 dias, deformidade da unha pode ocorrer. Complicação mais
comum é a extensão da infecção para a polpa digital, através de fístula (13.5%).
Paroníquea Crônica
Eponíqueo cronicamente endurecido e arredondado, entidade distinta da paroníquea aguda.
Possui episódios de exacerbação, e se deixada sem tratamento pode levar a sulcos e
deformidades em unha. Mais comum em mulheres de meia-idade, sendo a taxa de mulher
para homem de 4:1. Imersão constante em água com detergente ou álcalis, predispõe a
doença.
Inicia-se com a separação da unha e suas partes moles dorsais (eponíqueo, cutícula e prega
ungueal), levando a infecção por S Aureus, com subsequente infecção pela Candida Albicans,
levando a inflamação crônica e exacerbações constantes. Esta inflamação crônica leva a
fibrose e espessamento do eponíqueo, com diminuição da vascularização da prega ungueal
dorsal. Essa diminuição de vascularização reduz a resistência a infecções, levando a episódios
de exacerbação.
Tratamento
Tratamento conservador inclui corticóides tópicos, ATB oral ou tópico ou antifúngicos orais e
tópicos, além do controle de exposição a ambientes predisponentes.
Felon
Incisão feita dorsal a prega de flexão da IFD, inciando-se 0.5 cm distal a ela, e seguindo em
direção distal, sem cruzar polpa digital, seguindo borda volar da falange. Abrir septos, colher
cultura, não violar bainha dos flexores (a menos que haja sinal de tenossinovite flexora).
Examinar falange distal com probe, caso esteja amolecida, será necessário desbridá-la.
Pós-op: Cobertura para S. Aureus, dor na polpa digital pode permanecer por muitos meses ou
ser permanente, assim como atrofia da polpa.
Diferenciar com pioartrite, que geralmente possui trauma penetrante dorsal, edema nas
articulações e não há dor em todo o trajeto dos flexores, sendo mais concentrada na
articulação.
Anatomia
Bainha flexora possui duas camadas, a parietal e a visceral. A visceral está intimamente ligada
ao tendão, sendo basicamente o epitendão. A parietal está adjacente ao sistema de polias.
Estas duas camadas se conectam proximalmente e distalmente, criando um sistema fechado.
Nos dedos, se inicia ao nível do colo do metacarpo, e termina proximal a IFD.
No quinto dedo, a bainha flexora tem continuidade com a bursa ulnar, que se extende
proximalmente ao ligamento carpal transverso. No polegar também há continuidade da bainha
flexora com a bursa radial, que também se extende proximalmente ao ligamento carpal
transverso.
Os tendões se nutrem, além de vascularização direta, pela difusão do líquido sinovial, que
funciona como meio de cultura para bactérias nele inoculado. Quando as bactérias se
propagam dentro deste meio, podem aumentar a pressão compartimental (acima de
30mmHg), levando a obstrução arterial das vínculas, necrose e rotura tendínea.
Tratamento
Pacientes que se apresentam com menos de 24 horas di sintomas, com sintomatologia leve e
poucos sinais de Kanavel, podem ser tratadas com ATB EV, elevação de mão, internação e
observação. Caso não haja melhora dos sintomas em 12 horas, deve-se prosseguir ao
tratamento cirúrgico. Em diabéticos e imunossuprimidos, evitar tratamento conservador.
Antes de iniciar ATB, aspirar bainha flexora, evitando áreas de celulite. Se pus for encontrado,
partir para tratamento cirúrgico.
Tratamento cirúrgico
Exposição da bainha, por incisões de Bruner ou Médioaxial. Permite maior exposição, porém
leva a maior rigidez.
Alternativa é incisão limitada, como descrito por Nevasier. Abertura da bainha distal a polia
A4, através de incisão médioaxial. Proximalmente, bainha é exposta na palma, proximal a
polia A1 e cateter é inserido para irrigação. Cateter 16 é inserido por 1.5 a 2 cm, e sutura é
fechada ao redor dele. Na abertura distal, cateter é deixado dentro da polia.
Siringa de 50ml é conectada ao tubo e, 50ml de soro são injetados na polia a cada 2 hr, pelas
primeiras 48 hr. Se sinais flogísticos diminuírem, sonda e dreno são removidos. Se não, manter
sistema por mais 24 h.
Incisão médioaxial, dorsal ao ligamento de Clealand, nas bordas ulnar do 2°, 3° e 4° e radial do
polegar e 5°. Incisão da falange distal até comissura, dissecção dorsal ao feixe. Abertura de 4-
6mm da bainha distal a polia A4. Obtenção de amostras para cultura da secreção que sairá da
bainha. Abertura de 1.5 a 2 cm, tranversa, proximal a polia A1.
Inserido cateter por 1.5 a 2cm, e irrigação com Soro Fisiológico associado a antibiótico. Todas
lesões volares devem ser desbridadas.
Pós op: Feridas deixadas abertas, antibiótico endovenoso, gases úmidas são deixadas para
manter feridas abertas (ferida palmar fecha rapidamente). Se não houver melhora em 24 a 36
horas, repetir desbridamento.
Antibiótico endovenoso por 7 a 10 dias e oral por 4 semanas. Incisão médio-axial fecha por
segunda intenção entre 10 e 20 dias.
Fatores de risco para mal prognóstico: Diabetes, mordida humana, apresentação tardia,
idade acima de 43 anos, isquemia digital, doença vascular periférica, IRC.
Para adesões tendíneas, aguardar, pelo menos 6 meses antes de tenólise. Iniciar terapia
ocupacional precocemente, para evitar adesão.
Se houver necrose tendínea, ressecção do tendão, do nível da polia A1 até sua inserção. Em
casos de tenossinovite infecciosa associada a necrose tendínea, caso não seja no polegar,
considerar amputação do dedo.
Anatomia
BURSA RADIAL
Continuação da bainha do tendão flexor longo do polegar, bainah começa na base da falange
distal e, tecnicamente, termina ao nível da MF. Bursa radial começa na MF, envolve o tendão
do FLP dentro de todo o túnel do carpo, terminando de 1 a 2 cm proximal ao limite proximal
do ligamento carpal transverso. A bursa é considerada como um espaço separado da bainha
do FLP, porém em 95% dos adultos há contiguidade entre bursa e bainha.
BURSA ULNAR
Comunicação entre a bursa radial e ulnar ocorre em 85% dos casos. Proximal ao ligamento
carpal transverso, a bursa radial e ulnar se encontra profunda aos FFPP e superficial à fáscia,
podendo haver comunicação neste espaço em potencial (espaço de Parona).
ESPAÇO DE PARONA
Infecção isolada do espaço de arona pode ocorrer através de ferimento penetrante ou mais
raramente disseminação hematogênica.
Apresentação clínica
Semelhante a tenossinovite infecciosa do polegar e quinto. Além dos sinais de kanavel, pode
haver edema e dor nas eminências tenar e hipotenar. Os dedos adjacentes e o punho
assumem posição fletida, com dor à extensão passiva (mesmo que os dedos adjacentes não
estejam edemaciados).
Sinal mais valioso de infecção da bursa ulnar é a dor no ponto de junção da eminência
hipotenar e prega de flexão distal do punho. De maneira semelhante, o sinal de infecção da
bursa radial, é a dor na junção de eminência tenar com a prega de flexão distal do punho.
Edema extensivo não ocorre, porque a bursa se torna necrótica rapidamente. Acumulação do
pus não ocorre, porque com a necrose ele é descomprimido e se espalha pelos tecidos ao
redor. A infecção pode se espalhar nas bursas adjacentes, através de comunicações e do
espaço de Parona.
Em 15% dos pacientes ocorre variação anatômica das interconexões das bainhas tendíneas.
Assim, o exame deve incluir palmar, dedos e punho.
Infecções isoladas do espaço de Parona são raras, e podem se apresentar como dor, edema e
flutuação no antebraço volar distal, com flexão digital difícil e dolorosa. Geralmente as
infecções do espaço de Parona são associadas com infecção da bainha flexora do polegar ou
quinto, sendo a mais comum a bainha flexora do polegar.
Tratamento
Infecções da bursa ulnar e radial raramente ocorrem isoladamente, sendo mais comumente
associada com infecções das bainhas flexoras do quinto e polegar. Tratamento cirúrgico
imediato é necessário, tratando tando a tenossinovite infecciosa quanto a infecção da bursa.
Drenos são usados por 48 horas.
BURSA ULNAR
Tratamento é realizado com duas incisões. A primeira, mais distal, é paralela a borda proximal
da polia A1, podendo ser extendida proximalmente pela borda radial da prega hipotenar. A
segunda incisão, mais proximal, é feita paralelamente à borda volar da ulna, por 6 cm,
começando proximal a prega volar do punho. FUC e ramo sensitivo dorsal do nervo ulnar são
afastados volarmente, com exposição da bursa e lavagem exaustiva de proximal para distal.
BURSA RADIAL
Incisão distal ao nível da MF do polegar, e mesma incisão proximal que a da bursa ulnar, com
dissecção radial em direção à bursa radial.
INFECÇÕES ISOLADAS DO ESPAÇO DE PARONA
Mesma incisão da bursa ulnar, utilizando somente a proximal. Se houver sintomas de síndrome
do túnel do carpo pode-se utilizar a via de túnel do carpo extendida, para descomprimir tanto
o espaço médiopalmar quanto o de Parona.
Incisões deixadas abertas, com dreno de Penrose na fascia do pronador. Distalemente, gaze
umedecida é deixada na incisão, para mantê-la aberta.
Infecções isoladas do espaço de Parona são tratados apenas com a incisão proximal da bursa
ulnar. Se houver sintomas de síndrome do túnel do carpo, usar via do túnel do carpo
extendida.
Existem outros 3 espaços mais superficiais, que não possuem bordas anatômicas bem
definidas: Dorsal subcutâneo, dorsal subaponeurótico e interdigital
Comumente causada por ferimento penetrante. Nos espaços tenar e médio palmar pode
haver disseminação por contiguidade de tenossinovite piogênica dos flexores (tenar: bainha do
FLP, 2° e 3°; hipotenar: bainhas do 3°, 4° e 5°). Disseminação através de abcesso subcutâneo
pode ser também uma causa.
Quadro de edema, principalmente dorsal (fáscia palmar é mais rígida, assim edema tende a ir
para dorsal), dor na localização do compartimento e edema palmar.
Anatomia:
Espaços tenar e mediopalmar se localizam dorsal aos tendões flexores e volar aos metacarpos
e fáscia dos interósseos. Estes dois espaços são separados pelo septo oblíquo (ou septo
mediopalmar) que se extende da fáscia palmar até a incisura diafisária volar do 3° metacarpo.
O espaço médiopalmar é separado do espaço hipotenar pelo septo hipotenar, que se extende
da fáscia palmar até a incisura volar diafisária do 5° metacarpal.
Tratamento:
Cirúrgico, de emergência.
ESPAÇO TENAR
Drenagem por via dorsal, volar ou combinada. Se combinada, não conectar as incisões
pela comissura, pois pode levar a contratura.
Via volar
Via dorsal
Via Combinada
As duas incisões são usadas, e um dreno é deixado em cada uma delas. Não se deixa
dreno passando através das duas.
ESPAÇO MÉDIOPALMAR
Diversas vias descritas, tendões flexores do 4° dedo são usados como guia, sendo que a
dissecção é feita em ambos os lados destes tendões.
Incisão longitudinal entre 3° e 4° dedo ou entre 4° e 5° dedos. Dissecção romba na borda ulnar
do 3° metacarpo ou nas bordas radial ou ulnar do 4° metacarpo. Dissecção entre metacarpo e
musculatura interóssea. O espaço mediopalmar se encontrará abaixo do interósseo.
ESPAÇO HIPOTENAR
O espaço subcutâneo dorsal é uma área de tecido concetivo, sem limites definidos, podendo o
pus se acumular em todo o dorso da mão. O espaço dorsal subaponeurótico se encontra
profundo aos tendões extensores e acima do periósteo dos metacarpais e fáscia dos
interósseos. O espaço das comissuras interdigitais são áreas de tecido conectivo entre os
dedos. Nesta região, a infacção pode se espalhar em direção dorsal ou volar, sendo chamada
de abcesso em botão de gola (collar-button abscess).
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Resultantes de trauma penetrante, apresenta edema, eritema e calor no dorso da mão. Dor e
dificuldade para extensão dos dedos. Diferenciar com celulite.
A posição em abdução dos dedos ajuda a diferenciar do uma infecção subcutânea dorsal. Na
infecção subcutânea os dedos não estão abduzidos, pois não há pus se espalhando em direção
volar entre as bases dos dedos.
ANATOMIA
O espaço
subaponeurótico
dorsal é limitado,
dorsalmente,
pela aponeurose
dos extensores.
Volarmente é
limitado pelo periósteo dos metacarpos e fáscia dorsal dos interósseos. Medial e lateralmente
a aponeurose se funde com a fascia dos interósseos, gerando um espaço em formato de cone,
com a parte mais larga nas MFs e a mais fina no punho.
Incisão longitudinal dorsal e uma incisão volar, podendo ser longitudinal curva ou em zig-zag.
Longitudinal Curva
Zig-zag
ESPAÇO INTERDIGITAL: Dupla via, sem conectar a via dorsal com a volar, sendo esta
longitudinal curva.
Lembrar:
Artrite Séptica
Presença de exsudato purulento dentro de articulação, que ocorre quando há inoculação de
bactérias, em concentrações maiores que 100.000 bactérias/microlitros.
Pus dentro da articulação leva ao aumento de pressão, fazendo com que a articulação assuma
a posição de maior volume potencial e levando a pseudoparalisia.
Sinais sistêmicos, como febre, calafrios, sudorese, taquicardia são raros, e sua presença deve
levar a suspeita de disseminação hematogênica, devendo buscar-se o foco primário.
Leucócitos estão elevados em menos de 50% dos pacientes. VHS e PCR tipicamente estão
elevados.
Leucócitos acima de 50.000/mL sugerem infecção. Se contagem for menor, porém com alta
porcentagem de polimorfonucleares (>90%), suspeita-se de infecção precoce. Contagens
acima de 90.000/mL devem ser tratadas como infecção aguda, independente da porcentagem
de polimorfonucleares.
Infecções da IFP
Incisão médioaxial, da comissura até a IFD. Abertura do
ligamento retinacular transverso, excisão do ligamento colateral
acessório..
Infecções da IFD
Incisão dorsal em H ou Y invertido, com afastamento do tendão
extensor terminal.
Osteomielite
Rara na mãe, devido a vascularização, ocorrendo mais comumente na falange distal, e sendo a
causa mais comum o trauma penetrante. Disseminação hematogênica é mais comum em
imunocomprometidos e crianças (por causa dos capilares, perto da placa fisária, que possuem
gaps e trajeto sinuoso, permitindo o extravasamento de bactérias). Após 1 ano de idade, não
há mais vasos comunicando a metáfise com a epífise, o que reduz a chance de pioartrite após
osteomielite.
Infecções Específicas
MORDIDAS DE ANIMAIS
Flora comum na boca de gatos e cães incluem Staphylococcus Aureus, Streptococcus viridans,
Bacteroides e Pasteurella multocida. Geralemente as feridas possuem contaminação
polimicrobiana. A pasteurella é a bacteria comumente encontrada, sendo mais comum nas
mordidas de gatos.
Francisella tularensis deve ser considerada na presença de pneumonia após mordida de gato.
Bartonella henselae pode causar a febre do arranhado de gato (febre, linfadenopatia e lesões
papulares).
ORGANISMOS AQUÁTICOS
Mycobacterium marinum é associada com infecções crônicas.
Aeromonas e Edwardsiella tarda são associadas com infecção aguda e altas taxas (27%) de
mortalidade.
Mordida Humana
Terceira lesão por mordidas, atrás de gatos e cachorro. Lesões podem ser causadas por
amputação devido a mordida (FD ou IFD), lesões por roer unhas, mordidas propriamente
ditas ou fight bites (geralmente cabeça do 3° e 4° MTC da mão dominante – possui a maior
incidência de complicações).
Fight bites ocorrem quando os tecidos dorsais à cabeça se encontram esticados sobre ela,
podendo dente e outros tecidos atingirem partes profundas. Quanto mais fletido estiver o
dedo no momento do impacto, mais proximal é a lesão na cápsula e tendão, e mais distal é a
lesão na cabeça do metacarpal.
Colher HMG, PCR e VHS do paciente, que geralemente estão normais. Solicitar rx em busca de
corpo estranho ou osteomielite. Realizar antitetânica.
Tratamento se dá por exploração ampla, com dedo em flexão, devendo-se sempre abrir a
cápsula para explorar, mesmo que não aparente estar rompida. A ferida é deixada aberta e
não é tentado o reparo de extensores.
ATB deve ser iniciado, sendo que a Eikenella corrodens, apesar de não ser a mais prevalente, é
a mais associada a mordida humana.
Tromboflebite séptica
Infecção do sistema venoso superficial ou profundo, enviando êmbolos à distância (mais
comumente pulmão). Associada com uso de catéteres, punções venosas ou uso de droga EV.
Tratamento realizado pelo vascular.
Infecções fúngicas podem causar fasceíte necrotizante, sendo mais comum nos
imunocomprometidos.
Trauam inicial geralemente é desconhecido, podendo ser pequeno trauma penetrante. Edema
eritematoso e doloroso, sem sinal do cacifo, em área extensa, é a primeira apresentação. Pele
apresenta-se com aspecto em casca de laranja, e conforme a infecção progride passa de
vermelha para roxa e, finalmente, azul-acizentada. Pele apresenta, mais tardiamente,, áreas
de necrose, com bolhas. Crepitação de partes moles pode ocorrer, mas não é comum.
Radiografias demonstram presença de gás nos tecidos.
GANGRENA GASOSA:
Infecção rara do membro superior, que pode se tornar rapidamente fatal. Existem 6 tipos de
Clostridium causadores, mas o Clostridium perfringens é o mais comum, especialmente em
infecções associadas a traumas. Clostridium é encontrado no solo, trato gastrointestinal e
urogenital feminino. Produz várias toxinas, sendo a alfa responsável pela mionecrose,
hemólise e depressão do miocárdio, através da inibição da bomba de cálcio. A toxina theta
produz hemólise e cardiotoxicidade. A toxina kappa destrói vasos sanguíneos através da
colagenase.
Gangrenas gasosas espontâneas são associadas com Clostridium septicum. A infecção pode se
“metastatizar” de um ponto de entrada distal.
80% das gangrenas não traumáticas são associadas a neoplasias, mais comum câncer
colorretal e leucemia.
Sinais clínicos se inciam horas após a inoculação. Ocorre necrose do músculo, tecido celular
subcutâneo e gordura. Ocorre produção de gás, Sulfureto de hidrogênio e CO2, que disseca
planos fasciais. Hemólise, hemoglobinúria e IRA ocorrem em seguida. Morte pode ocorrer em
períodos como 12 horas após a inoculação.
História inicial geralemente envolve trauma, principalmente de esmagamento, com sinais de
dor, taquicardia desproporcional a febre ou desidratação e crepitação de subcutâneo.
Tumores e metástases: metástases geralmente são lesões acrais, sendo que mais de 50% se
encontram na falange distal, e tumores primários do pulmão são a principal causa de
metástase para as mãos. Rim, mama, cólon, tireóide e próstata também podem causar
metástases.
Capítulo 3 – Infecções Crônicas
Biópsia e culturas precoces facilitam diagnóstico.
“Realizar cultura de tumor e biópsia de infecção”.
Tuberculose: Hanseníase
Bactéria: Nocardiose
Fungo: Esporotricose
Hanseníase
70% dos casos atingem os nervos ulnar, mediano e radial, nesta ordem. Mycobacterium
Leprae causa, no nervo, neuropatia infecciosa, neuropatia imunológica e neuropatia
compressiva (compressão intraneural e extraneural).
Bactéria tem preferência pelos nervos nas partes mais frias do corpo, como ramos cutâneos
terminais, e nervos mais superficiais. Perda sensitiva sempre vem antes da perda motora, pois
os nervos cutâneos superficiais são acometidos antes dos motores mais profundos. Fibras não-
mielinizadas são afetadas antes que as mielinizadas.
EPIDEMIOLOGIA
Endêmica no Brasil. Contaminação entre humanos, epecialmente por secreção nasal, com
picos de incidência entre os 10 e 20 anos. 20% são crianças com menos de 10 anos e 50% são
adultos jovens. Transmissão por contato de pele não foi provada. Tatus são reservas naturais
da bactéria.
PATOLOGIA CLÍNICA
Essencialmente uma infecção dos nervos periféricos, sendo que a proliferação do M Leprae
ocorre dentro das Células de Schwann. Sempre há lesão nervosa na hanseníase, e a
neuropatia periférica pode se desenvolver antes das lesões de pele (neuropatia primária), após
inciar tratamento (neurite infecciosa ou imunológica) ou após fim da terapia (neurite
imunológica tardia).
É necessário, pelo menos, 30% de destruição de fibras sensitivas antes que a perda de
sensibilidade possa ser detectada. Assim, quando uma faixa de pele se encontra anestesiada, a
lesão nervosa já está avançada. Em casos de mancha anestésica, com nervo adjacente visível
ou palpável, há grandes chances de se tratar de hanseníase.
A carga bacilar nos nervos é sempre maior que a na pele, em qualquer tipo e estágio de
hanseníase. A alteração mais precoce observada na hanseníase Wirchowiana (lepromatosa) é
a presença do M Leprae dentro das células de Schwann. Nas formas tuberculóides, a bactéria
pe encontrada dentro dos nervos em 70% dos casos, e quase nunca na pele.
As lesões nervosas são causadas pela invasão dos nervos pelo bacilo, e continuam mesmo após
a erradicação dele, pois fragmentos da bactéria peranecem dentro do nervo, levando a
inflamação e fibrose.
A concentração máxima dos bacilos é encontrada dentro dos nervos dérmicos, subcutâneos e
troncos nervosos superificiais. O nervo infectado é subtituído por fibrose. Em alguns casos, o
bacilo permanece dentro da fibrose, não sendo alcançado pela medicação, podendo haver
reativação da doença tardiamente.
Bactéria invade célula de Schwann e se multiplica, até que organismo reconheça a infecção e
linfócitos associados a macrófagos formam granuloma e fibrose. Assim, o aumento dos nervos
não ocorre pela infecção, mas sim pela reaçao do organismo. Aumento dos nervos é
patognomônico de hanseníase. Ele está presente em 25% dos novos casos, e, quando
presente, 95% dos pacientes apresentam déficits neurológicos.
Além dos nervos, doença se manisfesta na pele, olho, testículos e trato respiratório superior.
CLASSIFICAÇÃO
Formas Tuberculóide: Alta imunidade, resposta imune rapidamente destrói o bacilo e células
de Schwann, levando a necrose caseosa de todo o nervo.
Forma Lepromatosa (ou Wirchowiana): Baixa resposta imune, bacilo se multiplica dentro das
células de Schwann livremente, levando a fibrose ao longo dos anos. Hanseníase histióide e de
Lúcio são variações da Wirchowiana.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Nervo espessado
Nervo ulnar é sempre o primeiro a ser afetado, e é envolvido em doença com ou sem lesões
cutâneas.
Tratamento (Ministério da
Saúde- 2014)
Paucibacilar:
Rifampicina 600mg/mês
com Dapsona 100mg/dia,
por 6 meses.
Multibacilar:
Rifampicina 600mg/mês
com Dapsona 100mg/dia,
Clofazimina 50mg/dia
associada a dose mensal de 300mg, por 12 meses.
Reações
Reação do tipo 2 (Eritema nodoso leproso): Mais comum nos tipo wirchowianos, envolve
vários órgão, causando febre e granulocitose e vasculite
Descompressão nervosa:
Abcessos nervosos:
Mais comuns no nervo ulnar(58%) e raros no mediano (7%). Cutâneo medial do braço e
antebraço somam 35% dos abcessos. São tratados com corticóide e epineurotomia.
Correção de deformidades
Está indicada, mesmo que não devolva função, para a remoção do estigma social. Deformidade
mais comum é a garra ulnar; a segunda mais comum é a garra de mediano e ulna, a mão
simiesca. São tratadas com transferências tendíneas.
Atrofia de 1° comissura pode ser tratada com retalho adipofascial do antebraço. Corrigir a
mais, pois 50% do volume irá diminuir em 6 meses.
Infecções Bacterianas Crônicas
ACTINOBACILOSE
ACTINOMICOSE
Causado pelo Actinomyces israelii, também presente na boca. Infecção ocorre após soco ou
mordida, se espalhando localmente, sem respeitar planos. Na biópsia, apresenta grânulo
amarelo sulfúrico. Tratamento com Desbridamento e penicilina.
ANTRAX
BRUCELOSE
MICETOMA
Pode ser causado por fungo (eumicetoma) ou bactéria (nocardia). Mais comum em
homens, entre 30-60 anos. Se apresenta como múltiplos nódulos, com fístulas
associadas que expelem grânulos. Micetomas são tratados com bactrim, eumicetomas
necessitam de desbridamento amplo e antifúngicos.
SÍFILIS
PIODERMITE GANGRENOSA
Infecções Fúngicas
INFECÇÕES CUTÂNEAS
Causadas por fungos que se alimentam de queratina, por isso não passam da pele. Infecção
crônica por Cândida Albicans pode ocorrer em pacientes que apresentam espasticidade e mão
fechada.
INFECÇÕES SUBCUTÂNEAS
Paroníquea Crônica
Tratamento se dá por Itraconazol e calor local (fungo não cresce acima de 30°)
Causada pelo Aspergilus fumigatus é a causa mais comum (A. Ustus é encontrado
em transplantados cardíacos), causa infecção em imunocomprometidos, como
diabéticos, quimados, QTx e transplantados.Tratamento com desbridamento
agressivo e Voriconazol.
Blastomicose
Causado pelo Blastomyces dermatitidis, infecta quem trabalha com solo, através da
inalação. Clínica inespecífica, 60% de acometimento osteoarticular, diagnóstico feito por
biópsia e tratamento com Itraconazol. Raramente desbridamento é necessário.
Candidíase
Coccidiomicose
Coccidioides immitis, fungo de lugares quentes, tem preferência por sinóvais, 10% da
sinfecções ocorrem na mão e punho. Diagnóstico feito pela biópsia, tratamento difícil, mesmo
com antifúngicos e desbridamento há altas taxas de recorrências.
Criptococose
Osteomielite Fúngica
3 principais: Blastomicose, coccidiomicose e histoplasmose. Aparência lítica ao rx.
TUBERCULOSE CUTÂNEA
Causada pelo Mycobaterium Marinum (associada a aquários), em paises ocidentais, ou M
tuberculosis, em orientais. Se apresenta como linfangite linear migratória. Tratamento se dá
por Rifampicina, Isoniazida e etambutol.
Tenossinovite micobacteriana
Artrite tuberculosa
Osteomielite tuberculosa
Adultos: Ocorre mais comumente nos dedos que nos metacarpais, mais nos 3° e 4° dedos do
que no 2° e 5° e, na ordem, falange proximal, média e distal. 70% não possuem tuberculose
em nenhum outro lugar.
Pode ser confundida com TGC. Tratamento se dá por equema antituberculínico e curetagem,
quando drogas não funcionam.
Drogas antituberculínicas
Isoniazida: Base do tratamento, é um bactericida. Pode causar neuropatia periférica e
hepatite. Pirodoxina pode diminuir neuroparia periférica.
Pirazinamida: Bacteriostático, benéfico nos primeiros 2-3 meses do tratamento. Pode causar
hepatite e hiperurecemia.
Leishmaniose
Granuloma de corpo estranho, causado por cabelo, nas comissuras interdigitais de barbeiros
(cortam cabelos de homens, que são mais pontudos). Uma fístula se desenvolve na região
dorsal da comissura, onde fios de cabelo penetraram, gerando um granuloma que pode
fistulizar e ter descarga de pus e fios de cabelo. Geralemente apenas uma comissura é afetada,
sendo as mais comuns, na ordem, terceira, segunda e quarta. Tratada pela excisão do
granuloma.
DOENÇA DO TOSADOR
Pelos do gado penetram pele dos ordenhadores, formando granuloma de corpo estranho,
principalmente na segunda e terceira comissura. Tratamento se dá pela remoção do
granuloma.
Escabiose
Não é uma infecção, mas uma infestação da pele e epiderme pelo Sarcoptes scabiei. Regiões
interdigitais dos dedos da mão, dos pé, virilha e fossa poplítea são os locais mais comuns de
aparecimento da sarna. Eritema e coceira intensa é o quadro clínico. Tratamento com
permetrina.
Infecções Virais
AIDS
Causada pelo HIV-1 (mais comum) ou HIV-2. Considerar como hipótese diagnóstica em
pacientes com infecções atípicas do membro superior ou em casos que precisem de repetidos
desbridamentos.
Sintomas só ocorrem quando contagem de linfócitos CD4 está menor que 200/mm3. Sarcoma
de Kaposi é associados com o herpes virus número 8. Linfomas são associados ao vírus de
Epstein-Barr. Infecções de pele e útero são associadas com o HPV. Infecções oportunistas
geralemente surgem quando a contagem de CD4 está menor que 100/mm3.
Infecções pelo Herpes Simplex Virus tipo 2 se apresentam como múltiplas lesões vesiculares
de base eritematosa, que se resolvem em 3 semanas em pacientes imunocompetentes. Se
persitirem por mais de 3 semanas, suspeitar de AIDS. Não confundir com felon ou paroníquea,
e não perfurar bolhas.
Angiomatose Bacilar
Causada pela Bartonella henselae, podendo ser transmitida por gatos, pulgas ou carrapatos.
Lesão ulcerada ou semelhante a granuloma piogênico. Tratamento com eritromicina. Se não
tratada, pode ser fatal.
Sarcoma de Kaposi
Transmitido pelo virus da herpes tipo 8. Apresenta-se como placas firme, não dolorosas, sendo
a pele o primeiro lugar acometido.
VERRUGAS
Causada pelo HPV, se apresenta como lesões elevadas e vegetativas. Verruga vulgar
representa 95% dos casos, enquanto verrugas planas correspondem a 5%. Vírus infecta
apenas a epiderme, e é mais comum em crianças e adultos jovens.
Verrugas planas tendem a regressão espontânea e são mais comuns em mulheres.
Verrugas raramente podem malignizar para CEC.
Tratamento pode ser feito por queratolíticos (ácido salicílico), crioterapia (CO2),
injeção intralesional de bleomicina, eletrocoagulação ou excisão cirúrgica.
Doença hereditária que afeta tecido conjuntivo mais comum. Condição hereditária, benigna,
crônica e progressiva que resulta em alterações fibróticas da fáscia palmar e digital, e nas
partes moles adjacentes.Tecidos se encurtam ao longo das linhas mecânicas de tensão,
limitando a extensão digital.
EPIDEMIOLOGIA
Mais prevalente em homens, caucasianos, olhos verdes ou azuis, com história familiar.
Prevalência aumenta com idade, sendo idade de diagnóstico mais comum entre os 50 e 60
anos.
Mais prevalentes em homens, mais a razão homem:mulher diminui conforme idade (taxa
maior de mortalidade?). Mulheres possuem mais após menopausa.
Menos de 1/5 dos pacientes com a doença de dupuytren irão desenvolver a contratura de
dupuytren.
GENÉTICA
Doença autossômica dominante, com penetrância variável, metade dos doentes possuem
parente com doença. Mais comum em caucasianos, Asiáticos (1/10 da prevalência dos
caucasianos), Negros (1/5) e hispânicos (1/3) possuem prevalência menor.
História familiar é o fator preditivo mais importante e é associado com aparecimento mais
precoce, e necessidade de tratamento mais precoce. Se ambos os pais afetados, início da
doença é mais precoce. Se um irmão possui a doença, o risco de desenvolver a doença triplica.
CONDIÇÕES ASSOCIADAS
Hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes, etilismo, epilepsia, uso de anti-convulsivantes,
trauma local, trabalho manual pesado, IMC baixo possuem associação, mas não são a causa do
Dupuytren.
EXAME FÍSICO
Sinais precoces: pele tensa (esbranquiçamento quando ocorre extensão dos dedos), alterações
no contorno da mão (alteração das pregas, formação de covas), nódulos, cordas sem
contraturas.
Nódulos geralmente são as primeiras alterações notadas, sendo áreas ovóides de tensão no
subcutâneo, fixas a pele, de 0.5 a 1.5 cm de diâmetro, sem bordas bem delimitadas. As papilas
dermais (impressão digital) estão poeminentes ou estão comprimidas longitudinalmente. Em
tumores de crescimento lento, estas papilas estão esticadas e achatadas. Raramentes nódulos
são eritematosos, coçam ou doem.
Nódulos dorsais,
também chamados de
Nódulos de Garrod,
são massas firmes no
dorso dos dedos, que
histologicamente se
assemleham aos
nódulos palmares. São
mais comuns na IFP,
mas podem ser
encontrados nas MFs,
IFDs ou IF do polegar.
São fixos ao
paratendão superficial e envolvem tecido celular sucutâneo e fibras retinaculares, podendo
haver acometimento cutâneo.
Não devem ser confundidos com nódulos cutâneos dorsais, que são espessamentos ou
queratose da pele dorsal das articulações, envolvendo apenas a pele.
Os nódulos de Garrod estão presentes em 1/5 dos pacientes com Dupuytren, precedem o
surgimento da doença palmar, e estão associados com doença mais agressiva.
Já os nódulos cutâneos dorsais, não são associados com Dupuytren, sendo presentes e
pacientes com ou sem a doença.
Cordas podem ser palpadas por baixo da pele, podendo ser confluentes ou independentes
uma das outras. Geralemente nódulos e cordas são associados, como um rosário. Ficam tensas
quando esticadas, possuem margem definidas, e não são fixas à pele.
Pacientes com manifestação leve incial da doença provavelmente não irá evoluir para a
contratura de Dupuytren. Contratura, geralmente, não dói.
Cordas podem resultar em contratura da MF, IFP, IFD ou combinações destas. Acometimento
do polegar pode levar a contratura na CMC, MF, IF ou contraturas em adução ou abdução
palmar. Contraturas na borda ulnar da mão podem posicionar 5° dedo em flexão-abdução.
ESTADIAMENTO
CLASSIFICAÇÃO DE LUCK
Célula chave é o miofibroblasto. Fáscia palmar quase não tem colágeno tipo III. Níveis
aumentados dele são encontrados na doença de Dupuytren.
Fase Proliferativa: Nódulos, muitas células, alta taxa de mitose, miofibroblastos e fibras de
colágeno orientados aleatoriamente. Maior razão entre colágeno tipo 3/tipo1 (maior que
35%)
Fase Involutiva: Cordas nodulares, menos células, não há mitose, com orientação paralela dos
miofibroblastos e das fibras de colágeno. Razão colágeno 3/1 de 20-35%.
Fase Residual: Cordas não nodulares,colágeno relativamente acelular, com células achatadas
dentro de áreas de feixes de colágenos densamente agrupados. Razão colágeno 3/1 menor
que 20%. Colágeno tipo III ainda persiste na fase residual, é uma fase estática, mas não
normal.
Estágio 1: 0-45°
Estágio 2: 45-90°
Estágio 3: 90-135°
Estágio 4: 135-180°
ADM INDIVIDUAL
Cordas podem produzir contraturas estáticas ou dinâmicas das articulações. Aquelas cordas
que passam por duas articulações adjacentes criam contratura dinâmica via fasciodese: a
posição de uma articulação afeta a medida da outra.
FATORES DE GRAVIDADE
Indicam a velocidade de progressão da doença, risco de recorrência, extensão, rigidez, e
inflamação após tratamento. Associação com Nódulos de Garrod, Peyronie, Ledderhose e
Ombro congelado indicam doença mais grave.
Quanto mais fatores de predisposição, maior a taxa de recorrência após cirurgia. A idade de
início menor que 50 anos é o fator preditivo mais forte para gravidade da doença.
Taxa de recorrência: Maior quanto mais jovem era o paciente no seu primeiro tratamento.
Recorrência é o aumento da contratura em uma articulação tratada, acima de 20°, que surge
num período de um ano, quando comparada com a 6° semana pós-op.
-Precoce: até 3 meses no pós op, seguida de plateau. Causada por liberação incompleta.
EXAMES DE IMAGEM
Diagnóstico clínico. Não existe exame laboratorial ou de imagem para diagnóstico de
Dupuytren.
Rx pode mostrar aletrações degenerativas, USG pode mostrar desvio do feixe neurovascular.
ANATOMIA
Fáscia palmar superficial se encontra
num plano coronal, logo abaixo do
tecido celular subcutâneo, cobrindo
área triangular da palma, sendo que
o palmar longo termina nela.
O ligamento palmar tranverso superficial passa sobre, através e por baixo das bandas centrais,
dividindo-as em 3 partes:
- Fibras Superficiais: se dirigem superficialmente, mesclando-se com fibras retinaculares
verticais abixo da pele da palma distal, entre as pregas palmares, local onde os nódulos
comumente surgem.
- Fibras Intermediárias: irão ser divididas em duas seções, que se dirigem à borda lateral da
base do dedo. Chamada de banda espiral, pois fibras tem trajeto ao redor do feixe
neurovascular. Proximalmente é superficial e central ao feixe; distalmente é localizada
lateralmente e profundo ao feixe.
Comissuras
Nas comissuras, uma camada fascial subdermal se extende do polegar ao quinto dedo. É
chamada de ligamento distal da 1° comissura, entre o polegar e indicador, e se continua nos
dedos como ligamento natatório. As fibras do ligamento natatório se continuarao distalmente
na base lateral dos dedos, em continuidade com o ligamento de grayson.
Dedos
Feixes neurovasculares são
circunferencialmente envolvidos por envelope
fascial, sendo os componentes deste envelope
dorsais ao feixe chamados de ligamento de
Clealand, e os palmares de Ligamento de
Grayson.
Anatomia Patológica
Nódulos são as regiões mais ativas do processo, onde devido a stress
mecanico, os fibroblastos se diferenciam em miofibroblastos, que se
contraem numa taxa de 1cm/mês.
Cordas tenares e hipotenares são mais raras, e estão associadas a maior agressividade da
doença. A maioria das contraturas de MF são resultados de corda central isolada. Ao contrário,
contratura de IFPs geralemente estão associadas a múltiplas corda, sendo as mais comuns, na
sequência: digital central, retrovascular, espiral e lateral.
Patologia Secundária
Com o tempo, a postura em flexão leva a alterações articulares, especialmente na IFP.
Contraturas maiores que 45° levam a contratura dos ligamentos colaterais acessórios da IFP.
Contraturas maiores que 60° podem levar a atenuação da bandeleta central e défict de
extensão da IFP.
Dupuytren é menos comum em pacientes com Artrite Reumatóide, mas pode coexistir.
Corda Espiral
Comum (50% dos casos), corda se enrola no feixe, e quando há
contratura, ele é superficializado, mais comumente entre a prega
palmar distal e a prega da IFP. Apresentam risco de lesão
iatrogênica do feixe.
IFP do 5° dedo
A IFP do 5° dedo possui pior prognóstico e maior recorrência que as outras IFP. O
envolvimento do tendão do abdutor não é fator de risco para isso.
Tratamento
Todos os tratamentos são paliativos e sujeitos a recorrência,
podendo ser divididos em 4 categorias: minimamente
invasivos, fasciectomia, dormofasciectomia e procedimentos
de salvação.
Indicada para paciente cooperativo, com corda palpável e reserva adequada de pele.
Contraindicada em pacientes que não toleram procedimento acordado, cordas não palpáveis
ou envolvimento difuso.
Anestesia de pele, tensionamento de corda, agulha é usada para quebrar cordas. Risco de
lesão de feixe ou tendão.
FASCIOTOMIA ENZIMÁTICA (COLAGENASE CLOSTRIDIUM HISTOLITICUM)
Procedimentos abertos
FASCIECTOMIA
Pode ser segmentar, onde se remove apenas um pedaço da fáscia, ou regional, onde se
remove toda a fáscia doente, ambas com resultados semelhantes.
Incisões longitudinais, zig-zag ou método de McCash, da palma aberta, que deixa a ferida
cicatrizar por segunda intenção entre 3 e 4 semanas.
DERMOFASCIECTOMIA
Contratura Grave de IFP: Contraturas acima de 60° possuem outras alterações associadas,
podendo precisar de aumento de partes moles ou encurtamento ósseo (amputação, artrodese
de IFP ou ressecção da falange média).
A doença de dupuytren é a causa mais comum de amputação eletiva de dedo. Amputar raio se
contratura for combinada (MF e IFP) ou desarticular IFP se contratura isolada da IFP com
extensão total da MF.
Contratura Graves Combinadas: Tubiana 4 pode apresentar maceração de pele e deve ser
tratada de forma estadiada. No primeiro estágio busca-se ganhar a extensão da MF e 3 meses
depois, trata-se o dedo.
Supeitar de cordas espirais quando houver quebra da continuidade de uma corda por uma
faixa de gordura.
Anestesiar somente a pele, iniciar de distal para proximal, de maneira que, caso ocorra
bloqueio do nervo, outros lugares possam ser liberados (caso encoste no nervo proximal ainda
vai dar choque).
VARIAÇÕES ANATÔMICAS
Variações anatômicas mais comuns são associadas aos extensores do punho, geralmente se
inserindo no 2° o 3° MTC
JUNTURA TENDÍNEA
Presentes no Extensor Comum dos Dedos, ligam o tendão do ECD do 4° ao 3° e 5°. Entre o 2° e
o 3° há uma juntura mais fina. Permitem que haja a extensão conjunta dos dedos, mesmo se
tendão estiver lesado proximalmente à juntura. Impede a extensão independente do 3° e 4°
dedos, caso os outros estejam fletidos na MF.
-5°: ECD ausente, juntura tendínea entre ECD4° e EPQ grossa e EPQ com dupla inserção no
capuz extensor
Algumas variações já foram notadas, como EPI duplo, ou EIP se inserindo volar ou radial ao
ECD. Existem casos onde não há juntura entre o EPQ e o ECD. Assim, caso o EPQ seja usado
como enxerto, haverá déficit de extensão na MF.
BANDAS SAGITAIS
Centralizam os tendões extensores na MF. Surgem da placa volar da MF e ligamentos
intermetacarpais e se inserem no capuz extensor. Em casos de lesão, podem levar a
subluxação do ECD.
ANATOMIA DO MECANISMO
EXTENSOR SOBRE A FALANGE
PROXIMAL
Bandas laterais se deslocam volarmente na
flexão dos dedos, e retornam ao dorso na
extensão.
O extensor comum dos dedos se trifurca proximalmente a IFP, formando a bandeleta central,
que irá se inserir na base dorsal da falange média, e as bandeletas laterais que irão se unir as
bandas laterais, formando as bandas laterais conjuntas, que por sua vez irão se unir no dorso
na falange média e continuar como tendão extensor terminal.
ANATOMIA DO MECANISMO EXTENSOR SOBRE A
FALANGE MÉDIA
Bandas laterais são mantidas na posição pelo ligamento triangular, que
as une distal e dorsal a IFP, e ligamento retinacular tranverso, que as
estabiliza ao retináculo flexor.
Flexo-extensão independente das IFPs e IFDs é impossível. Somente quando a IFP é ativa ou
passivamente travada em hiperextensão que a IFD pode ser fletida independentemente.
TESTE DA BANDELETA CENTRAL: O TESTE DE ELSON
Quando a IFP é flexionada ao máximo passivamente, a inserção da bandeleta central é
tracionada distalmente, e frouxidão ocorre nas bandas laterais. Percebe-se que a flexão da
IFD é maior com a IFP fletida, em comparação com a IFP extendida. Devido a esta frouxidão, a
extensão da IFD é impossível quando a IFP
Teste de Elson está completamente fletida.
Examinador flete passivamente a IFP a 90°, e pede ao Quando a bandeleta central está rompida, não
paciente que realize extensão da IFP, contra resistência. ocorre frouxidão nas bandeletas laterais, e
Quando existe rotura da bandeleta central, não há força de força de extensão pode ser transmitida para a
extensão na IFP, mas IFD se extende ou até hiperextende. IFD, mesmo com a IFP em flexão máxima.
É o teste físico mais sensível para detectar rotura da Autor realiza bloqueio digital, supina mão e
bandeleta central. passivamente realiza flexão máxima da IFP, e
solicita ao paciente que realize extensão da
Teste de Boyes IFD. Caso esta seja sentida, há rotura da
bandeleta central.
IFP mantida em extensão, testa-se a resitência passiva à
flexão da IFD. Não é útil em situações agudas, e só se
torna positivo quando uma deformidade em botoeira já se
desenvolveu, com retração crônica das bandas laterais.
Alongamento tendíneo Para cada 1mm de tendão alongado sobre a falange proximal, ocorre
déficit de extensão de 12° na IFP (Vahey et al). Schwaitzer mostrou que
Dorso da mão: 1mm, 7° déficit na cada 1mm de alongamento do tendão terminal leva a 25° de déficit de
MF (5-6mm são bem tolerados) extensão da IFD e 1mm de encurtamento limita gravemente a flexão da
IFD.
Na FP: 1mm, 12° de déficit na IFP
No dorso da mão, para cada 2mm de alongamento, ocorre déficit de 7° na
Tendão extensor terminal: 1mm,
MF. Como a MFF possui uma “reserva de hiperextensão” de
25° déficit na IFD
aproximadamente 35°, de 5-6 mm de alongamento são tolerados, sem
prejuízo à função.
ZONAS DE LESÃO
Kleinert e Verdan ia até 8 (antebraço). Doyle adicionou zona 9 (músculo no
antebraço proximal e médio).Zonas ímpares, são articulações.
No polegar, IF é zona T1, dorso da falange proximal é zona T2, MF zona T3,
metacarpo zona T4 e carpo zona T5.
Se lesão irregular, autor usa suturas simples invertidas ou 8 para aproximar bordas, das zonas
1-4.
PÓS-OPERATÓRIO
Zonas 1 e 2: Imobilização por 6 semanas com fios K ou tala.
Zona 3-5: Punho em 40° de extensão, MF levemente fletida, IFP em extensão, por 4 semanas.
Zona 6-7: Punho em 40° de extensão, MF levemente fletida, com IFs livres para movimentação
ativa, por 4 semanas.
Método de Evans e Burkhalter: Reparos na zona 5-7, permite flexão da MF de até 30°,
mantendo punho em 45° de extensão.
Geralmente reparos nas zonas 1-3 não são candidatos a mobilização precoce.
RESULTADOS
Quanto mais estruturas lesadas, pior.Dedos geralmente perdem a capacidade de flexão total,
ao invpes da extensão. Zonas 1-4 possuem o pior prognóstico. Lesões na zona 5-7 recuperam
80% do ADM. Perda de fexão total pode ser maior que lag de extensão.
Se ADM passivo for completo antes da tenólise, significa que não há contratura capsular ou de
ligamentos colaterais. Sua ausência, no entanto, não contraindica tenólise, mas expectativas
devem ser moderadas.
LESÕES ESPECÍFICAS
Lesões na Zona 1: Dedo em Martelo Agudo
Perda de continuidade do tendão extensor terminal, resultando em déficit de extensão da IFD,
com ou sem hiperextensão compensatória da IFP (Swan-Neck). Pode ser chamada de dedo
caído ou dedo do baseball. Clasicamente descritos como ósseos ou tendíneos.
MECANISMO DE TRAUMA: Pode ser causado por lesões abertas ou fechadas (mais comum).
Dentre as fechadas, pode haver apenas lesão tendínea ou avulsão óssea. Causada por flexão
súbita da IFD em extensão. Menos comumente, uma força de hiperextensão da IFD pode
causar fratura envolvendo 1/3 ou mais da base da falange distal.
Pacientes mais velhos podem ter osteoartrite da IFD e deformidade em martelo, não
relacionada a trauma. Pacientes com hiperfrouxidão ligamentar podem ter deformidades
múltiplas em swan-neck.
EPIDEMIOLOGIA: Dedos mais envolvidos são 5°, 4° e 3° da mão dominante, principalmente
em homens. Martelo tendíeno tende a ocorrer a partir dos 11 anos. Em crianças
esqueleticamente imaturas, fraturas transfisárias tendem a ocorrer.
ANATOMIA: Bandas laterais radial e ulnar se juntam para formar o tendão extensor terminal,
distal ao ligamento triangular, no dorso da falange média.
Movimento da IFP e instrínsecos não afeta gap no tendão extensor terminal. Este gap
aumenta quando a IFD se flete e diminui quando se extende, independente da posição da IFP.
Martelos ósseos com grandes fragmentos da base dorsal da falange distal tendem a
subluxação volar, porque os ligamentos colaterais ficam presos ao fragmento e são incapazes
de resistir ao momento de translação volar causado pelo flexor profundo.
Fragmentos menores que 43% da superficie articular NÃO subluxam pra volar, enquanto que
os maiores que 52% luxam. (autor não fala sobre 43-52%)
CLASSIFICAÇÃO:
A: Tendinosa
- A1: <30°
-A2: >30°
B: Óssea
- B1: <30°
-B2: >30°
C: Fratura da Base
Tratamento cirúrgico se dá por fixação da IFD em extensão por fio de kirchner 1.0 ou 1.5mm,
seguido por mais duas semanas de uso de fperula noturna. Vantagem de passar fio oblíquo é
que ele pode ser retirado pela cortical lateral da falange média, em casos de quebra.
Tipo IV: Se não houver subluxação volar, tala em extensão por 5-6 semanas. Se subluxação,
usar técnica de fio de bloqueio.
DERMOTENODESE (BROOKS-GRANER)
Ressecção elíptica de cunha de pele e tendão, com sutura em bloco dos dois. Fio K mantém IFD
em extensão por 4-6 semanas.
TENOTOMIA DE FOWLER
Tenotomia da bandeleta central, que depende de um tendão que cicatrizou alongado e está
levando a lag de extensão (de 6 a 12 meses até a lesão se maturar).
Permite que o mecanismo extensor se desloque proximalmente ao
nível da IFP, removendo assim a frouxidão do mecanismo extensor.
Deformidade em botoeira não é criada pois ligamento triangular é
preservado, já que bandeleta é liberada por baixo do mecanismo
extensor.
Até 35° de lag pode ser corrigido. Extensão da IFD é melhor com IFP
em flexão, posi aumenta tensão no mecanismo extensor. Tala dorsal
mantendo IFD em extensão e IFP em 20° de flexão.
Swan-neck também pode ser causado por hiperatividade do mecanismo extensor intrínseco
ou extrínseco, devido a espasticidade ou contratura de instrínsecos. Outra causa de swan-neck
é a insuficiência dos estabilizadores volares da IFP, como ocorre nas
incompetências da placa volar ou lesão dos flexores superficiais.
Littler: Divisão da banda lateral proximal, com reroteamento palmar ao eixo de rotação da
IFP, fixando-a na bainha flexora.
Em martelos com mais de 45°, associados com swan-neck ou naqueles onde não há
continuidade entre o tendão extensor terminal lesado e a falange distal, autor recomenda
reconstrução do LRO, com ou sem enxerto.
Polegar em Martelo
Reparo de lesões abertas, mesmo protocolo para Doyle I nas fechadas.
Lesões na Zona 2
Lacerações no dorso da falange média envolverm lesões de uma banda lateral, as duas, e do
ligamento triangular. Apenas uma banda lateral funcionante é o suficiente para manter
extensão ativa da IFD. Lacerações envolvendo menos de 50% do mecanismo extensor podem
ser tratadas sem reparo tendíneo.
Lacerações com mais de 50% são tratadas com sutura continínua de nylon 5.0, com pontos
cruzados dorsais. Pontos no core não são possíveis nesta área, pois tendão é muito fino. IFD é
imobilizada em extensão por 6 semanas, com IFP livre.
Lesões T2 são tratadas da mesma maneira. Casos crônicos, podem ser tratados pela
recosntrução do LRO, com recosntrução espiral.
Lesões na Zona 3
Lesões abertas ou fechadas do mecanismo extensor sobre a IFPpode lesar a bandeleta central,
as bandas laterais, ou ambas, levando a déficit de extensão da IFP e Hiperextensão da IFD,
chamado de botoeira. Causas de botoeira fechada incluem contusões no dorso da IFP ou
luxações volares da IFP, resultando em avulsão da bandeleta central, com ou sem osso.
Como visto na tenotomia de Fowler, lesão isolada da bandeleta central não causaria déficit na
IFP, mas aumentaria a tensão de extensão na IFD, especialmente com IFP fletida. Este
aumento de tensão corrige um dedo em martelo, mas leva a hiperextensão num dedo normal.
Se as bandas laterais estiverem lesadas ou ligamento triangular for rompido, permitindo que
as bandas laterais migrem para volar, um déficit de extensão da IFP irá se desenvolver.
Agudamente, a deformidade em botoeira não está presente, devendo ser feito teste de Elson
para diagnosticar casos suspeitos. Após 2-3 semanas, ligamento triangular se estica, bandas
laterais subluxam para volar, e deformidade
se desenvolve. Todos os tendões que cruzam
a IFP agora agem como flexores dela.
Lesões Abertas:
Geralmente penetram a IFP, devendo ser lavadas e
desbridadas. Lesões de apenas uma banda lateral ou
até 50% da bandeleta central podem ser tratadas
apenas com cuidado de ferida e mobilização precoce.
Como a ausência congênita do ECP não traz déficit de extensão da MF ou IF, uma lesão isolada
do ECP, com ELP intacto não necessita de reparo. Porém, caso lesão do ECP seja notada
durante exploração, autor recomenda sua sutura, para evitar potencial déficit de extensão da
MF.
Estágios I e II podem ser tratados com órteses em extensão até se atingir extensão total.
Quando isso ocorrer, manter órtese por 6 a 12 semanas. Neste tempo, realizar exercícios de
flexão ativa e passiva da IFD. Se extensão total não for possível, liberação dos ligamentos
colaterais é necessária.
Se extensão passiva é obtida, mas existe déficit de extensão ativa, tratamento cirúrgico é
necessário, porém dificilmente déficits menores que 30° irão apresentar melhora.
Bandas laterais se movem em sentido dorso-volar com a flexo-extensão da IFP. A divisão delas
distalmente,, com sutura na bandeleta central, para restringir flexão,é descrita na literatura,
com resultados variáveis.
No estágio I, uma incisão Lazy-S é feita sobre a IFP. Ligamento retinacular transverso é
liberado proximalmente e distalmente, e uma tenólise do extensor é realizada. Se extensão
ativa completa for obtida, a cirurgia é encerrada.
No estágio III, se ainda houver déficit de extensão de 20° ou menos, uma tenotomia de Fowler
distal (Dolphin) é realizada. Curtis recomenda step-cut para evitar martelo. Autor realiza
secção oblíqua distal ao ligamento triangular. Se déficit maior que 20°, prosseguir direto para
estágio IV (necessário em 38% dos casos).
No estágio IV, a bandeleta central é liberada e avançada 4-6mm no dorso da falange média.
Bandas laterais se tornam frouxas e são suturadas ao tendão central.
Após 1 ano, IFP se mantém com déficit de extensão de cerca de 10°. Em pacientes que
necessitaram do estágio IV, déficit de 20°.
Lesões na zona IV
Como a falange proximal tem formato dorsal convexo, lacerações dorsais geralemente são
associadas com lesões tendíneas. Fraturas da FP são comumente associadas com estas lesões.
Sutura com kessler modificado e sutura dosral epitendínea. Protocolo de mobilização precoce
deve ser realizado, para evitar adesões. Se tratado com imobilização, manter MF e IFs em
extensão por 4 semanas.
Zona T4 se encontra sobre o MTC onde tendões são grandes o suficientes para sofrerem
sutura no Core associada com sutura epitendínea.
Método Preferido do Autor: Reparo e avaliação da sutura na flexão da MF e IFP. Nos pacientes
confiáveis, mobilização precoce. Nos outros, tala com punho em 20° de extensão e MF e IFs
em extensão por 4 semanas.
Lesões na Zona 5
MORDIDAS HUMANAS
Lesão tipicamente causada por soco, com lesão parcial do tendão e comunicação da ferida
com a articulação MF. Parecem inocentes mas levam a pioartrite da MF. MF do 3° dedo da
mão dominante é a localização mais comum.
Solicitar radiografias para descartar fraturas e corpos livres intrarticulares, lavar ferida, inciar
ATB e deixar ferida aberta. Lesões tendineas parciais não necessitam ser reparadas, e lesões
completas podem ser reparadas após ferida estar limpa.
LACERAÇÕES
Em feridas limpas podem ser tratadas com sutura no core, associada a suturas epitendíneas.
Se não houver gap, pacientes podem ser tratados com tala mantendo MF em extensão e IFPs
livres, por 4 semanas.
Raras, levam a luxação do tendão extensor para o lado oposto ao da lesão. Instabilidade
quando lesão envolve 2/3 proximais da banda sagital. Subluxação é comum na lesão da banda
sagital radial do 3° e 4° dedo. Reparo com pontos simples 4.0 ou 5.0. Buddy-taping no dedo
adjacente no pós-op.
LESÕES FECHADAS DA BANDA SAGITAL
Mais comum que as lesões abertas, geralmente envolve a banda sagital radial dos 3° e 4°
dedos, após extensão contra resistência ou trauma direto no dorso da MF. Pode ser
confundida com gatilho, devido ao estalido que o tendão faz quando cai no espaço
intermetacarpal e volta para a cabeça do MTC.
Geralmente extensão ativa não consegue ser iniciada da MF em flexão e dedo se encontra
desviado para ulnar. Quando passivamente colocada a MF em extensão, esta pode ser
mantida. 3° dedo é o mais envolvido, pela sua posição mais exposta e porque o ECD do 3° é
mais frouxamente ancorado à banda sagital.
Lesão da banda sagital ulnar é mais rara. Hiperfrouxidão ligamentar pode levar a subluxação
do ECD, e não precisa de tratamento. Realizar comparação bilateral.
Lesões da banda sagital que não levam a luxação podem ser tratadas com Buddy-taping ao
dedo adjacente por 4 semanas, mas dor pode persistir por até 1 ano.
Lesões de banda sagital com subluxação do ECD, com até 3 semanas podem
ser tratadas com tala, mantendo MF em 25-35° de hiperextensão comparada
com as MFs adjacentes, por 8 semanas. Movimento de MF e IFP é permitido
dentro da tala.
Lesões com mais de 2-3 semanas, ou aquelas onde a tala não obteve
resultados, são candidatos ao tratamento cirúrgico. Banda sagital ulnar
geralemente se encontra encurtada, e deve ser liberada para permitir a
centralização do ECD. Avalia-se a viabilidade do reparo da banda sagital radial
(mais comumente lesada).
Pacientes com subluxação, com até 3 semanas, são tratados com tala. Paciente com mais de 3
semanas ou com falha do tratamento conservador são submetidos ao Procedimento de
Carroll, onde uma tira radial de base distal do ECD é elevada, passada ao redor do ligamento
colateral radial da MF afetada, e suturada nela mesma, para centralizar mecanismo extensor.
Autor usa esta técnica em idosas com atenuação da banda radial.
Zona T5 - Carpometacárpica
Lacerações nesta zona envolvem o ALP, ECP e raramente o ELP. Tratados com sutura no core
associada a epitendínea.
Função do ELP: testada com a capacidade de elevar polegar de uma mesa ou hiperextender IF
(Abdutor curto do polegar, através de suas expansões, pode extender IF até neutro).
Método Preferido do Autor: Core com kessler modificado (Strickland), sutura epitendínea e
talas dinâmicas.
Geralemente lesões nestas áreas retraem até antebraço, e pacientes devem ser avisados que
incisões poderão ser grandes. Suturas no coro com fios 2.0 ou 3.0 associadas a suturas
epitendíneas são a escolha.
Janela no retináculo sobre o reparo. Sutura 2-0 para extensores do punho e 3-0 para
extensores dos dedos, associada com sutura epitendínea. Lesões dos extensores do punho são
tratadas com tala com punho em extensão (MF e IF livres) por 4 semanas. Extensores dos
dedos usam tala com punho e MF em extensão (IFs livre) por 4 semanas. Pacientes orientados
podem usar órteses de extensão dinâmica.
Lesões na Zona 8 – Antebraço distal
Envolvem as junções miotendíneas, lesões fechadas são raras, geralmente associadas a
extensão violenta contra resistência. Os tendões mais comumente lesados nesta área são os
extensores comum para o 3° e 4° dedo. Se reparo frágil, pode-se considerar solidarização dos
tendões.
Suturas em X dos ventres pode ser realizada e, em casos de lesões de 2 ou mais ventres, com
lesão de pelo menos 50% da substância, pode-se realizar enxertia tendínea.
AVALIAÇÃO INICIAL
PELE: Examinar dorsal e volar
MUSCULOESQUELÉTICO:
NEUROLÓGICO:
VASCULAR:
Tempo de enchimento capilar e turgor são avaliados. Se necessário, manobra de Allen digital.
Os 9 tendões possuem relação Flexor Profundo dos Dedos surge do aspecto volar e medial dos ¾
constate dentro do túnel do proximais da ulna e da membrana interóssea. Se encontra na camada
carpo, sendo os mais superficiais mais profunda do antebraço, adjacente ao Flexor longo do polegar.
os flexores superficiais do 3° e 4°; Suprimento arterial pela a. Ulnar, inervação pelo n. Ulnar (4° e 5°) e n.
logo abaixo, os flexores Interósseo anterior (2° e 3°).
superficiais do 2° e 5°; e na Flexor longo do Polegar surge do
camada mais profunda, os 4 1/3 médio da diáfise do rádio e do
flexores profundos e o flexor aspecto lateral da membrana
longo do polegar. interóssea. Inervado pelo NIA e
irrigado pela artéria radial.
As polias A1, A3 e A5 surgem das placas volares da MF, IFP e IFD. Polia A2 se origina do terço
proimal da falange proximal e polia A4 se origina da falange média.
Quanto mais cedo o reparo, melhor o prognóstico. Em casos de apresentação tardia ou tempo
desconhecido desde o trauma, considerar reconstrução com enxerto e espaçador.
Em casos onde o reparo de ambos os tendões não for possível, reparar apenas o Flexor
profundo. Se apenas o reparo do flexor superficial for possível, realizar tenodese do Flexor
profundo na falange média ou artrodese da IFD.
Geralmente o reparo dos dois tendões é o ideal, para força e deslizamento adequado. Em
casos selecionados, pode ser retirada uma das bandas do flexor superficial, para facilitar
deslizamento e prevenir que sutura fique muito volumosa.
- INSERÇÃO ÓSSEA
Pode se realizada por suturas pull out (6 semanas) ou por âncoras. Independente
do método, tendão deve ser reinserido em seu footprit.
Tipo II: Retração até a IFP, com alguma circulação pelas vínculas
preservada. Reparo em até 6 semanas
-SUTURAS DO CORE
-SUTURA EPITENDÍNEA
Aumentam a força da sutura, pode ser feita primeiro no aspecto dorsal, depois o core.
(no expertconsult, vídeo 6.1, autor diz que sutura epitendínea deve ser colocada a 2mm da
borda e a 2 mm de profundidade)
- FORMAÇÃO DE GAPS
Em estudo em modelo canino, reparos sem gaps ou com gaps menores que 3mm, adquiriram
resistência após 6 semanas. Gaps maiores que 3mm não desenvolveram resistência.
-CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS
3 fases
1) Inflamatória inicial
2) Reparo intermediária
3) Remodelação tardia
A área 1cm ao redor da zona de sutura é a mais ativa, e é caracterizada por proliferação
celular e migração para a área de lesão. Apesar da sutura coaptar as extremidades dos
tendões, quem define o prognóstico final é a biologia. Aumento de RNA mensageiro de
colágeno tipo I, fibronectina, integrinas e fibroblastos na região de sutura.
- CONCEITOS FUTURO
Cola de fibrina, poderá ser utilizada como substituta para suturas epitendíneas.
Vitamina C usada localmente, aparenta diminuir aderência, além de evitar distrofia simpático
reflexa
Autor prefere explorar lesões com chance de lesão tendíena, já que imagens geralmente são
inconclusivas.
Método Preferido pelo autor: Zona 1 – reinserção tendínea
Garrote 100 mm Hg acima da pressão sistólica, ATB, extender
laceração com incisão medioaxial ou Bruner. Recuperação do
coto proximal e passagem pelo túnel.
Abertura de janela no túnel osteofibroso, entre polia A2 e A4, evitar contato com peritendão,
para evitar adesão. Manipular coto pelo endotendão (região da lesão).
Para recuperar coto proximal, método de Sourmelis e McGrouther, usando sonda pediátrica e
abertura proximal à polia A1. Suturar cateter na lateral de ambos os tendões e tracionar distal.
Mesmos prinípios, lesões no antebraço são reparadas na ordem: artérias, tendões (de
profundo para superficial) e nervos. Fasciotomia, se necessário.
Resultados Esperados:
Complicação mais comum é a rigidez devido a aderência peritendínea. Roturas são raras,
geralmente ocorrendo devido a não adesão do paciente ao progrma de reabilitação.
Mais recentemente, observou-se que a maior excursão segura tolerada é entre 6-9mm.
Em crianças e adolescentes que não são maduros o suficiente para reabiliatação acelerada,
imobilizar de 4-6 semanas em gesso, com punho neutro, MF a 70° e IFs a 0°. Essa imobilização
prolongada não é tão deletéria em crianças como é em adultos.
Tenólise é indicada após 4-6 meses do reparo, quando ADM passivo está proximo do normal.
Roturas precoces devem ser tratadas com novo reparo. Antes de tenólise ou liberação
capsular, esperar entre 4-6 meses de terapia.
TENÓLISE
Adesão limita movimentação ativa. Adesões leves podem ser tratadas com terapia. Quando
esta atinge um plateau e ADM passivo é maior que ativo, considerar tenólise, após 4-6 meses.
A mobilização deve ser imediata, assim, toda cx que necessite de imobilização deve ser
realizada antes. Se contratura capsular, adicionar capsulectomia.
Fatores prognósticos de resultados ruins: Idade maior que 40 anos, reparo ou enxerto
nervoso, tenólise tardia (> 1 ano), capsulotomia simultânea e tenólise que levou tempo
cirúrgico prolongado.
Indicações:
Entrar na reconstrução preparado para recontruir polias, usar silastic e reconstruir nervos.
Dedo deve ter ADM passivo completo, com partes moles cicatrizadas e estáveis (Boyes 1).
EXPLORAÇÃO INICIAL
Incisão medioaxial, ampla exposição. Capsulotomia, tenólise e
reconstrução de polias devem ser feitas no mesmo tempo. Determinar
os pontos de junção distal e proximal do enxerto. Para medir tamanho
necessário, extender dedo e adicionar entre 4-6 cm.
TENDÕES DOADORES:
Outras fontes doadoras podem ser: extensor longo dos 3 dedos centrais
do pé, EPI e uma banda do EP5°.
Enxertos devem ser manuseados com delicadeza e enrolados em gaze úmida para evitar
ressecamento.
PALMAR LONGO
Se encontra no mesmo campo cirúrgico, deve ser verificada sua presença no pré-
operatório, solicitando ao paciente que realize oponência do polegar com 5° e flexione o
punho. Tendão está presente em 75-85% da população.
TENDÃO PLANTAR
Se necessidade de múltiplos tendões, ou de um que se extenda do antebraço
até a ponta dos dedos, deve-se recorrer ao membro inferior. Não existe texte
clínico para avaliar presença do plantar, USG e RNM podem ajudar. Ausente
em 7% de cadáveres em um estudo. Outro estudo indicou presença em 80%
dos casos (autor reafirma esta porcentagem no fim do capítulo). Quando
presente, pode suprir de 2 a 3 enxertos da palma para a ponta do dedo, ou
um do antebraço até a ponta.
EPI: Incisão tranversa na MF, EIP é ulnar ao EDC e deve ser seccionado 1 cm proximal ao capuz
extensor. Mobilização subcutânea, contra-incisão no punho (EIP possui o ventre muscular
mais distal). Se junturas tendíneas atrapalharam a retirada, realizar terceira incisão no dorso
da mão, e liberá-las.
EPQ: Retirado de maneira similar, é o tendão mais ulnar da MF. Possui menor comprimento e
menor calibre que o EIP. É composto por 2 bandas, Snow propõe o uso apenas da mais ulnar.
Se apenas um tendão for necessário, escolher o do 2° dedo, pois tem maior percurso
intrasinovial. Flexor identificado na falange distal, através de incisão transversa ou bruner.
Incisão de 6 cm curva é realizada, fora da área de
carga do pé. Tendão selecionada é separado da
coalescência dos flexores, cuidando para não lesar
estruturas neurovasculares da região. Ressecção do
tendão até o médio-pé fornece enxerto com
comprimento para palma-dedo. Caso seja necessário
enxertia de múltiplos dedos, pode-se preservar a
coalescência e dissecar flexor proximalmente,
posterior ao malélo medial e dentro do túnel do
tarso.
SUTURA DISTAL
É realizada primeiro, e depende do tamanho
do coto do flexor profundo. Se houver coto
longo o suficiente, enxerto é suturado nele.
Se não houver, realiza-se pull-out
modificado (pullout associado a sutura no
coto) ou âncora.
Sutura Pull-out ao redor do osso
Enxerto passa por dentro do coto do flexor profundo
e ao redor da falange (ao invés de através) saindo no
terço médio da unha, evitando matriz germinativa
(saindo a 3-4mm da lúnula e 2 mm da linha média).
SUTURA PROXIMAL
Pulvertaft é a sutura de escolha para enxertos nas zonas 3,4 e
5. Além de ser mais forte, permite o ajuste da tensão na
primeira passada. Quanto mais passadas, mais resistente.
Autor faz no mínimo 2, sendo o ideal entre 4 e 5.
Escolher enxerto fino, pois é mais fácil de passar pelo túnel, tornando o palmar longo,
extensor do quinto ou plantar boas escolhas. Enxerto tem de passar entre as duas bandas do
flexor superficial, e um flexor superficial funcional não deve ser removido. Uma de suas
bandas pode ser removida.
Se polia em mau estado ou flexor superficial com lesão parcial, considerar enxertia em 2
tempos.
Autor informa aos pacientes sobre a alta chance de rigidez, aconselhando a cirurgia apenas
para quem precisa fazer serviço especializado ou tocar instrumento musical.
Reconstrução em 2 tempos
Cirurgia de Hunter, primeira etapa realizando a exploração digital, reconstrução de lesões
associadas, correção de contraturas, reconstrução de polias, e colocação de implante de
silicone, com formação de pseudobainha ao redor dele.
-TÉCNICAS ALTERNATIVAS
Paneva-Holevich faz a secção dos tendões lesados na palma, e Flexor superficial e profundo é
suturado um no outro, ao nível da palma (término-terminal). Após 6 semanas, flexor
superficial é seccionado no antebraço, na junção miotendínea, e recuperado na palma da
mão. O flexor superficial será então suturado na falange distal.
Este método tem como vantagens o fato de necessitar de apenas uma rafia na segunda fase, e
de colocar um tendão intrasinovial dentro do túnel.
A técnica original foi modificada, colocando um espaçador de silicone dentro do túnel, para
preparar o leito para transferência subsequente. Como o enxerto de flexor superficial é mais
calibroso, deve-se usar espaçadores de maior diâmetro.
Incisão ampla medioaxial, excisão dos flexores lesados, preservando 2 cm de coto distal no
flexor superficial. Incisão na face volar do punho, recuperação do flexor superficial envolvido,
secção neste nível, perto da junção miotendínea. Tendão pe guardado em gaze úmida, para
reconstrução de polias, se necessário.
O flexor profundo proximal é seccionado ao nível dos lumbricais. Caso estes estejam
lesionados, também são removidos. Deformidades fixas são resolvidas neste estágio, com
capsulotomias, liberação de placa volar e de colateral acessório.
Neste momento, silicone é tracionado, para se testar o sistema de polias. Caso haja arco de
corda, o sistema de polias deve ser reconstruído, por cima do espaçador, usando os tendões
excisados, sempre que possível.
Polia A2 é reconstruída na metade proximal da falange proximal. Se uma cinta de tendão for
utilizada, deve ser passada por baixo do aparelho extensor. Polia A4 é reconstruída no meio da
falange média. Se uma cinta de tendão for utilizada, deve ser passada por baixo do aparelho
extensor.
Pós-op: Tala dorsal com punho em 35° de flexão (permite que implante crie bainha mais
proximal), MF em 60-70° de flexão e IFs em extensão. Mobilidade passiva precoce. Intervalo
apropriado entre fase 1 e 2 é o tempo de cicatrização das feridas e desenvolvimento de
bainha flexora. Geralmente espera-se, no mínimo, 6 semanas, mas antes da segunda fase
paciente tem que ter obtido ADM passivo total.
SEGUNDO ESTÁGIO
Após 6 semanas, incisão feita na flaange distal,
silicone identificado, tomando cuidado para
não lesar polia A4. Se sutura proximal for feita
no antebraço, pseudobainha é aberta e a parte
proximal do implante é identificada. A massa
comum do flexor profundo é selecionada como
motor. Para o indicador, um flexor profundo
independente é selecionado. Quando o FFPP
não está adeqauado, pode-se selecionar o
flexor superficial.
Sutura proximal, quando apenas um motor é usado, se faz pelo pulvertaft. Nos casos onde a o
flexor profundo do terceiro, quarto e quinto são usados, estes são unidos para formar massa
comum. Realizar sutura em lugar onde a extensão simultânea do punho e dedos não levará a
sutura a impactar no retináculo flexor. A tensão é dada na primeira passada, e busca-se a
recuperação da cascata normal.
Na rara ocasião onde a palma não está lesada, pode-se usar um enxerto menor, suturado
distal a origem dos lumbricais, com uma sutura proximal o suficiente para evitar impacto na
bainha digital quando o dedo estiver em máxima extensão. Caso o flexor profundo não esteja
bom o suficiente, deve-se utilizar o Flexor superficial.
Reconstrução está indicada quando reparo primário não é mais possível e IF tem ADM
passivo completo. Pode ser feita em 1 ou 2 estágios.
- ENXERTO LIVRE
Incisão em zig-zag, da falange distal até MF. Polia oblíqua é preservada e nos casos de
incompetência do sistema de polias, reconstrução em 2 tempos com espaçador de silicone
está indicada. Tensão lesado é ressecado, e, através de incisão no punho, recuperado no
antebraço distal.
Enxerto de palmar longo ou plantar é obtido e passado pela polia, sendo fixado distalmente.
Enxerto é suturado proximalmente através de pulvertaft, e tensão é dada de maneira que,
com punho em neutro, IF se encontre em 30° de flexão.
Em pacientes de baixa demada, com IF estável, não é necessário se fazer nada. Em casos que a
pinça se faz necessária, artrodesar a IF.
-ENXERTO INTERPOSICIONAL
Geralemente após demora do tratamento, gaps
de 2-5 cm são encontrados quando se tenta unir
os flexores profundos. Estes gaps podem ser
enxertados, usando flexor superficial do dedo
lesado ou palmar longo. Em gaps maiores, usar
pulvertaft. Não há enxertos preferenciais, usar o
mais descartável.
Resultados
Reparo primário tem melhor resultado que reconstrução. 28% de maus resultados.
Quando 2 ou mais polias anulares contíguas são rompidas, geralmente ocorre diminuição do
ADM das IFP e surge contratura em flexão.
Polias A2 e A4 devem ser preservadas. Se mesmo com elas intactas ainda houver arco de
corda, reconstruir sistema de polias para otimizar a flexão digital.
INDICAÇÕES
Se reconstrução em 1 estágio for planejada, reter todas as partes da polia que não estejam
lesionadas. Se não houver material de polia, realizar recosntrução em 2 tempos. Pode suturar
polia sobre o implante de silicone, pois ela não irá aderir como adere no enxerto
Técnica de Kleinert: Enxerto é suturado nas bordas remanescentes das polias. Caso
bordas não sejam suficientes, enxerto pode ser fixo em túneis ósseos (técnica de Doyle).
No entanto, há risco de fratura.
Técnica do Flexor Superficial dos Dedos: Inserção distal mantida, coto suturado no
lado contralateral, no periósteo, remanescentes do túnel ou túneis ósseos. É uma
excelente maneira de se criar uma polia A3.
Lister: Tem como vantagens uma superfície ideal de deslizamento e resistência para
permitir mobilização precoce. Como desvantagem, a retirad de 6-8 cm de retináculo pe
processo muito demorado.
Karev: Criação de fendas na placa volar, por onde será passado enxerto. Técnica mais
mecanicamente eficiente, porém Bunnel é a mais resistente
Enxerto preferido é palmar longo ou flexor superficial lesado (plantar é muito fino).
Conforme a criança cresce, enxerto cresce junto, porém dedo ainda continua discretamente
menor que um normal.
-ROTURA DO IMPLANTE: Soltura da sutura distal na fase I é rara. Não suturar implante de
silicone proximalmente, pois pode levar a soltura distal e formação de cicatrizes.
-ROTURA DO ENXERTO: Mais frequente na sutura distal. Se não for possível reposicionar
enxerto na falange distal, inserí-lo na proximal para criar dedo com apenas FS.
-HIPEREXTENSÃO DA IFP: Causada pela ausência do flexor Superficial, o que leva a um swan
neck. Pode ser resolvido com tenodese de uma das bandeletas do flexor superficial.
-INFECÇÃO: Rara, necessita de desbridamento, retirada do implante e nova colocação após 3-6
meses.
Tipo I: IFD inadequada, como lesões articulares, artrodese, ou lesão do mecanismo extensor;
Tipo II: Ausência de polias ou falha na reconstrução, levando a efeito arco de corda;
São as fraturas mais comuns do membro superior, 70% ocorrem entre os 11 e 45 anos.
Fraturas cominutas podem ser tratadas com cerclagem, fios K, tração esquelética ou, caso
irreparável, imobilizadas em flexão de MF de 70° por 2-3 semanas, seguida de FST intensa.
Para fraturas cominutas e com perda óssea, a artroplastia pode ser considerada.
Contraindicações à artroplastia da MF são:
1- Fratura da Cabeça do 2° MTC, stress da pinça irá levar a falha de implante
2- Cobertura de partes moles inadequadas
3- Perda óssea excessiva
Desvios angulares são melhores tolerados no 4° e 5° MTC, já que estes possuem mobilidade na
CMC entre 20-30°. Angulação até 10-15° no segundo e terceiro metacarpal são aceitas. 4° e 5°
aceitam mais, podendo chegar a 70°.
REDUÇÃO FECHADA
Manobra de Jahss, com flexão
de 90° na MF, para relaxar
intrínsecos e tensionar
colaterais, permitindo que
falange proximal exerça força
dorsal na cabeça do
metacarpo. Aplicação do
gesso em duas etapas.
Primeiro imobilizando a MF
em flexão e depois
empurrando a falange
proximal dorsalmente,
enquanto aplicava a segunda camada do gesso.
Apesar da manobra de Jahss ser o padrão ouro de redução, mão não deve ser imobilizada
nesta posição (90° MF, 90° IFP ), pelo risco de lesão de pele dorsal da IFP e rigidez
permanente da IFP.
Hofmeister provou que imobilização da MF em extensão não altera a redução e gesso é mais
fácil de confeccionar.
Desvios Aceitáveis Calha dorso-ulnar, imobiliza punho em extensão de 30°, MF em 70°, com Buddy-
taping entre 4° e 5° dedo, por 2 semanas.
2° MTC e 3° MTC: 15°
Redução da fratura se faz necessária em casos de pseudogarra ou desvio rotacional.
4° MTC: 30-40° MF e IFP em 90°, com pressão em direção dorsal na FP e em direção volar na diáfise do
MTC. Imobilização com calaha dorso-ulnar, com punho em 30° de extensão, MF
5° MTC: 50-60°
maximamente fletida e IFs extendidas.
Fraturas Transversas: Decorrentes de carga axial, angulação com ápice dorsal devido à
ação dos interósseos. Esta angulação é melhor tolerada no 4° e 5° MTC.
4° MTC: 20° - Proeminencia dorsal pode ser esteticamente inaceitável para alguns
pacientes
5° MTC: 30°
- Encurtamento de metacarpal pode causar fraqueza dos intrínsecos
Ecurtamento: 2-5mm
Maioria dos cirurgiões aceitam entre 2 e 5mm de encurtamento, contanto que
não haja pseudogarra.
Fraturas Cominutas: São causadas por trauma direto, levando a lesão de partes moles e
encurtamento do metacarpo.
Redução Aberta
Pequena porcentagem das fraturas não são reduzidas por
manobras fechadas e necessitam de redução aberta. Indicações
absolutas de redução aberta:
- Fratura exposta
- Múltiplas fraturas
BANDA DE TENSÃO
Furo transverso no fragmento distal, e cruzada por baixo dos fios proximalmente.
Contraindicada na cominuição, osteopenia ou perda segmentar.
CERCLAGEM
Indicada para fraturas oblíquas ou espirais, pouco utilizada, pode ser
associada a fio K.
FIXAÇÃO INTRAMEDULAR
Técnica não recomendada para fraturas oblíquas longas ou espirais, melhor indicada para
fraturas transversas. Determina-se o tamanho do canal medular com um pino de steinmann,
fresando o canal com um número maior. Pino é inserido no fragmento proximal, com sua
ponta romba primeiro, e cortado, deixando 1.5 cm além do traço da
fratura. Fratura distraída, pino inserido no fragmento distal e
impactado, para evitar instabilidade rotacional.
PARAFUSOS INTERFRAGMENTÁRIOS
Indicados para fraturas oblíquas longas ou espirais. Comprimento da
fratura deve ser, no mínimo, duas vezes o diâmetro do osso.
6 Passos são
seguidos, e
parafusos deve ser
apertados sem
grandes resitência.
Caso estta ocorra,
tomar cuidado para
nao estar
empurrando o
fragmento oposto.
Autor passa
primeiro a broca
2.0 nos dois
fragmentos,
macheia, e por
último passa a 2.7
no fragmento cis.
FIXAÇÃO COM PLACA
Placa dorsal, com ou sem parafuso interfragmentário, é construção mais estável que fios K
cerclagem ou associações. Possuem complicações como aderência e sinovite causada pelo
implante
FIXADOR EXTERNO
Indicado para fraturas graves, onde a reconstrução não é possível, ou pseudoartroses
infectadas.
Fraturas dorsais são facilmente reduzidas, mas dificilmente se mantém esta redução. Para
atingir a redução aplica-se força em direção palmar no ápice da fratura, com força em direção
dorsal aplicada à MF fletida. Gesso antebraquiopalamar, mantendo MF fletida em 60° e IFs
extendidas é aplicado.
Se redução não é mantida, fazer redução fechada e fixação percutânea. Em casos de fratura
transversa do 5°, autor fixa no 4°, com 2 fios no fragmento distal e um no proximal.
Redução aberta está indicada se angulação residual for maior que 10° no segundo e terceiro,
20-30° no 4° e 30-40° no 5° metacarpo. Em casos de desvio rotacional, dificilmente a redução
é mantida, e RAFI é indicada.
Fios K podem ser usados para quase todas as fraturas; autor utiliza principalmente em oblíquas
curtas ou transversas. Fixação intramedular com steinman é usada para múltiplas fraturas
expostas transversas. Caso alinhamento rotacional seja um problema, realizar fixação
transversa ao metcarpo adjacente (caso este esteja intacto).
Fraturas espirais e oblíquas longas são candidatas a fixação com parafusos interfragmentários.
Tamanho do traço deve ser pelo menos duas vezes, idealmente 3 vezes o diâmetro do
metacarpo ao nível da fratura.
Autor reserva placa para fraturas expostas, múltiplas, com perdas óssea, cominuição ou lesão
tecidual. Pelo menos 4 corticais proximais, quatro distais a fraturas. Pode-se usar parafuso
para aumentar a estabiidade da fratura. Caso a síntese não possar ser coberta por tecido ou
flaps locais, autor indica uso do fixador externo. Remoção da síntese a partir de 6 meses (AO
indica).
Autor só remove placa se estiver incomodando. Risco de fratura após RMS.
Quando a falha envolve múltiplos metacarpos, autor prefere usar um monobloco de enxerto.
Fraturas da Base e Fraturas-Luxações Carpometacárpica
FRATURAS-AVULSÃO DA BASE DO 2° E 3° METACARPO
Fraturas isoladas na base do 2° e 3° MTC são raras, devido a falta de mobilidade nestas CMC.
Geralmente são causadas por queda com punho em flexão. Tratamento é controverso,
podendo ser cirúrgico ou não.
FRATURA-LUXAÇÃO DA 4° CMC
Raras, associadas com fraturas de metcarpo e podem passar despercebidas inicialmente.
Fratura isolada da base do 4° MTC deve levantar suspeita quando a lesão da CMC. Rx ou TC
para delimitar articulação.
ANGULAÇÃO DORSAL
Decorrentes de fraturas transversas, possuem angulação no plano
sagital com ápice dorsal. Angulação do 2° e 3° metacarpos podem
levar a pseudogarra e proeminência d acabeça do metacarpo na
palma, levando a dor e fraqueza de preensão.
Weckesser afiirma que osteotoia realizada na base pode corrigir até 25°. Osteotomia pode ser
fixada com fios K ou placas.
OSTEOMIELITE
Rara, tratamento individualizado.
1) Colher culturas, remover implantes soltos, desbridamento amplo, preencher falha com
espaçador de cimento com antibiótico
2) ATB sistêmico por pelo menos 4-6 semanas, desbridamento cirúrgcico até ferida limpa
e cicatrização por segunda intenção
3) Quando ferida sem sinais de infecção, enxertia óssea e fixação com placas
PSEUDOARTROSE
Rara, mais comuns são hipotrófica e atrófica. Tratamento baseado em ressecção da
pseudoartrose,enxertia e fixação rígida.
Fraturas de Falanges
FRATURAS DA FALANGE DISTAL
Fratura mais comum da mão, classificadas em
transversas, do tofo e articulares.
FRATURAS DO TOFO
Secundárias a esmagamento, associadas a
laceração do leito ungueal ou polpa digital. Se fechadas, associado a hematoma subungueal,
que deve ser liberado. Imobilização por 10-14 dias, para alívio da dor. Fraturas cominutas não
necessitam de RAFI, mas leito ungueal deve ser reparado.
Se suspeita de lesão da matriz ungueal, remover unha, especialmente se esta estiver fraturada
ou deslocada. Reparo do leito ungueal diminui chances de deformidades futuras na unha.
As fraturas do tofo geralemente não consolidam, mas são estabilizadas por união fibrosa.
Se unha for perfurada para descompressão de hematoma ou removida para reparo do leito,
uma fratura fechada foi convertida em exposta, e ATB deve ser administrado.
FRATURAS DA DIÁFISE
Dois tipos: longitudinais e transversas.
Fraturas longitudinais sem desvio são estabilizadas pelo tecido ao redor e não precisam de
RAFI. Fraturas transversas podem ser expostas e comumente estão associadas a laceração
transversa da matriz ungueal, devendo ser fixado com fio K longitudinal e o reparo da matriz
realizado.
Fratura de Seymour negligenciada irá se apresentar como uma tumoração dorsal, causada pelo
crescimento contínuo da epífise deslocada dorsalmente.
Fraturas articulares, como não são articulações de carga, estabilidade e alinhamento são
mais importantes que congruência articular para determinar prognóstico.
Tipo II: Unicondilares, instáveis Weiss e Hastings desenvolveram uma classificação para fraturas
unicondilares da falange proximal. Observaram que mesmo fraturas
Tipo III: Bicondilares ou cominutas não desviadas são inerentemente instáveis e que fixação com apenas
um fio k não é suficiente.
Fraturas unicondilares desviadas necessitam de RAFI, sendo as fixações mais comuns o fio de
kirchner e parafusos interfragmentários.
Podem ser tratadas com RAFI (selecionar bem os casos), tração esquelética dinâmica
(movimento precoce, articulação rmeodela com o tempo), artroplastia hemihamato (mais de
50% da base fraturada, base dorsal intacta)
FRATURAS DIAFISÁRIAS COM EXTENSÃO ARTICULAR
Espiral longa da falange proximal (ou as vezes da média) pode se extender até espaço
retrocondilar e se tornar um bloqueio mecânico para a flexão. RAFI necessária. Se fratura
consolidar de forma viciosa, com espícula bloqueando a flexão, remover esta espícula.
Fraturas unicondilares desviadas são tratadas cirurgicamente. Incisão dorsao radial ou dorso-
ulnar, abertura entre abnda lateral e bandeleta central, redução do côndilo sem lesão
colaterais. Fixada com fios K paralelos (pelo menos 2) ou com parafusos 1.5mm se fragmento
tiver entre 2,5 e 3 vezes o tamanho do diâmetro externo dos parafusos.
Apesar de RAFI ser padrão ouro, redução fechada com fixação percutânea pode ser usada para
fraturas com até 5 dias. Dedo é colocado em tração na malha chinesa, fio é passado no
fragmento e usado como joystick para redução e fixação (pelo menos dois fios, 2 parafusos, ou
um de cada).
Fraturas em pilão da base da falange média envolvem impacção central e abertura das
margens articulares. Autor prefere fixador externo dinâmico com mobilidade precoce ou
artroplastia hemihamato (caso base dorsal esteja intacta).
Como a perda da mobilidade da IFD não é tão devastadora, fraturas bicondilares da cabeça da
falange média pode ser tratadas com redução fechada e mobilidade precoce. Caso opte-se por
RAFI, via dorsolateral e fixação com fios k ou parafusos.
Fraturas extrarticulares
FRATURAS DO COLO
Fraturas do colo (ou subcapitais ou subcondilares) são raras em adultos e podem ser tratadas
por redução fechada e imobilização ou pinagem. Fraturas do colo da falange proximal ou
média são comuns em crianças, e ocorrem quando a criança tenta retirar um dedo preso na
porta. Necessário perfil verdadeiro.
Devido a falta de inserções tendíneas, a cabeça desvia para dorsal e roda 90°, de maneira que
o foco da fratura fica coltado para volar e a cartilagem voltada para dorsal. Estas fraturas
possuem baixa capacidade de remodelamento.
Classificação de Al-Qattan Fraturas da cabeça da falange média podem ser reduzidas de forma
aberta, lateral ou radialmente a banda lateral, e fixadas por um único
(falange proximal) fio K, longitudinal, se extendendo da falange distal, através da IFD,
passando pela cabeça e falange média.
Tipo I: sem desvio
Fraturas da cabeça da falange proximal são reduzidas entre a banda
Tipo II: Desviada, com contato
lateral e tendão e fixadas com fios K, evitando base da falange média,
ósseo
por 4 a 5 semanas.
Tipo III: Completamente desviada,
Complicações incluem consolidação viciosa, restrição de ADM e
sem contato óseo, pode rodar até
pseudoartrose.
180°
Redução pode ser feita com até 4 semanas, realizando caloclasia com
Freer. Se bloqueio de flexão devido a espícula óssea,
realizar ostectomia.
FRATURAS DIAFISÁRIAS
Espirais e oblíquas: mais comum na falange
proximal.
TEMPO DE CONSOLIDAÇÃO
Consolidação radiográfica leva até 5 meses, enquanto
clínica ocorre em 1 mês, aproximadamente.
REDUÇÃO FECHADA E GESSO/TALA
Posição de James: 70° flexão das MFs (evitar contratura
colaterais) e extensão de IFP (evita contratura de colaterais e
placa volar). Burkhalter adicionou punho em 30-40° de extensão.
RAFI
Permite mobilidade
precoce.
VIAS DE ACESSO
Pratt: Split longitudinl
no mecanismo extensor
Posner: Incisão
mediolateral, do lado
par ao qual o fragmento
distal desvio, excisão de
uma banda lateral.
Fios não fornecem fixação rígida, e imobilização que é necessária pode levar a rigidez. Bandas
de tensão (espiral e oblíqua) e cerclagem(transversas e reimplantes) podem ser usados (são
menos proeminentes que placas e parafusos).
FIXAÇÃO INTRAMEDULAR
Mini TEN, entrando na base em direção anterógrada.
FIXAÇÃO EXTERNA
Indicada na lesão de partes moles, como nos FAF.
Método Preferido do Autor:
Considera 4 fatores:
Fraturas oblíquas e espirais geralmente encurtam e desviam após redução fechada. Mesma
posição de imobilização. No raro caso de fraturas espirais estáveis, imobilizar por 3 ½
semanas, seguido por buddy-taping por mais 2 semanas. Não tentar repetidas tentativas de
redução. Se ocorrer perda da redução, ou não for obtida a redução anatômica, partir para
tratamento conservador.
Redução provisória com tração longitudinal e compressão dos fragmentos com Backhaus. 2 a
3 fios K 1.0 e 1.2mm, perpendiculares ao traço de fratura e não-paralelos uns com os outros.
Não tentar mais que 2 reduções fechadas, caso não se obtenha redução anatômica, partir
para redução aberta.
Redução aberta se dá por incisão longitudinal dorsal, na falange proximal tendão extensor é
aberto longitudinalmente, na falange média libera-se o ligamento retinacular transverso e
mobiliza-se o mecanismo extensor sem cortá-lo.
Expor os dois ápices da fratura e fazer com que encaixem, estabilizando-os com Backhaus e
fixando-os com fios K ou parafusos interfragmentários (autor não tem preferência). Caso o
parafuso seja escolhido, na falange proximal, 2 a 3 parafusos 2.0mm são usados, enquanto na
falange média utiliza-se dois 1.5 ou 1.3 mm. Idealmente, parafusos devem ser inseridos no
plano que bissecta o traço de fratura e o eixo longo do osso, estando a uma distância da
linha de fratura igual a 2 vezes o diâmetro externo do parafuso. Usar técnica
interfragmentária e escarificar. Fechar abertura longitudinal do tendão com nylon 4.0 e
suturas invertidas.
Fraturas Transversas:
Fixação difícil, objetivo é inserir dois fios cruzados evitando a MF e IFP. Redução
fechada é dificil, e uma alternativa é inserir fio através da cabeça do metacarpo
(radial ou ulnar ao tendão extensor), com MF fletida. Manter mão imobilizada,
porque fio cruza MF.
Caso redução aberta seja necessária, realizar fixação bicortical, com fios cruzados
retrógrados ou não.
Se houver falha óssea, considerar enxertia, desde que ferida limpa e cobertura de partes moles
adequada. Fixador deixado por 4 semanas, em casos muito graves pode ficar até 7.
Fratura reduzida com flexão máxima da MF, com extensão das IFs, por 3-4 semanas.
Fixação intramedular pode ser obtida, passando fio pela MF, no fragmento proximal. Redução
da fratura e progressão do fio para o fragemento distal. Fios cruzados também podem ser
utilizados.
Desvio Rotacional
Melhor avaliada no exame físico, comum após fraturas oblíquas ou espirais. Tratada com
osteotomia tranversa da falange e fixação com placa ou fio K.
Antes do desenvolvimento das placas 1.5mm, osteotmia era feita na base do metcarpo
(osteotomia de Gross). Osteotomia da base do 2°, 3° e 4° metacarpos levavam a uma correção
entre 18-19°, enquanto que na base do 5° era obtido entre 20 e 30° .
Angulação lateral
Autor prefere realizar osteotomia de abertura, com enxerto, apesar de a de fechamento ser
mais simples. Osteotomia de abertura usa enxerto corticoesponjoso, deixando córtex oposto
intacto, e fixada com placa lateral.
Encurtamento
Ocorre após fratura cominuta ou espiral longa. Dificilmente se indica osteotomia para a
recuperação do comprimento isoladamente, sendo geralemente feita quando há deformidade
rotacional associada.
Pseudoartrose
Raras, tratamento cirúrgico indicado
a partir de 4 meses.
Perda de ADM
Complicação mais comum na fixação com placa. Tratada com FST, órteses e controle de
edema. Tratamento cirúrgico apenas quando ganho de movimento atinge plateau e edema
está controlado.
Aderência do tendão extensor limitam flexão passiva e extensão ativa. Extensão passiva não
é afetada. Tratada com tenólise. Se flexão da IFP for menor que 90° após tenólise,
capsulotomia com ressecção de colaterais está indicada. Após capsulotomia, solicita-se ao
paciente (sedação + bloqueio local) que realize a flexo-extensão do dedo. Se flexão passiva for
maior que ativa, realiza-se tenólise dos flexores.
Para evitar esta perda, imobilizar IFs em extensão. Maioria dos pacientes toleram entre 15-20°
de déficit. Realizar teste de Elson para descartar lesão da bandeleta central.
Infecção
Classificação de Swanson – Fts expostas da mão
Rara, entre 2-11%, associada a fraturas
Tipo I (1.4% de taxa de infecção- fechar primário) expostas, cominutas, contaminadas, em
A: Limpas, sem contaminação, sem demora no tratamento pacientes imunocomprometidos ou cujo
tratamento foi retardado.
B: Sem doenças sistêmicas
Fraturas do tofo geralmente são cominutas e associadas com lesão da matriz ungueal ou
polpa. Raramente necessitam de redução ou fixação. Tratamento consiste em evacuação do
hematoma subungueal e reparo da matriz, quando necessário. Tala por 3-4 semanas.
Fraturas transversas da falange distal são potencialmente instáveis. Angulação com ápice
anterior devido a tração do Flexor Longo do Polegar no fragmento proximal. Se redução não
for mantida com tala, passar fio K longitudinal, fixando na
cabeça da falange proximal.
Avulsões da base volar da falange distal representam fraturas de impacção após uma luxação
dorsal da IF ou, raramente, avulsão do FLP.
Fraturas avulsão da base ulnar da falange proximal representam avulsão pelo LCU, devendo
ser fixada caso fragmento esteja desviado mais que 2mm ou com instabilidade lateral. Se
fragmento pequeno ou quebrar durante fixação, excisar e inserir ligamento. Fixar MF com fio e
gesso para escafóide por 4-6 semanas.
Fraturas avulsão da base radial representam avulsão pelo LCR. Se fratura desviada, fixar
cirurgicamente, para recuperar estabilidade.
Fraturas do 1° Metacarpal
FRATURAS DA CABEÇA
Raras, pois as forças longitudinais que podem produzí-las geralmente são dissipadas na
metáfise proximal ou na trapezio-metacarpica. Fraturas desviadas devem ser fixadas, por
incisão entre ELP e ECP, e fixadas por parafusos ou fio k por 3 semanas.
FRATURAS DA DIÁFISE
Deve ser tratado com redução fechada com pinagem do 1° metacarpo para o trapézio ou para
o segundo metacarpo (intermetacarpal), se fragmento menor que 15-20% da superfície
articular. Manobra de redução é extensão, pronação, tração longitudinal do metcarpo, e
opressão da base em direção volar. Redução aceitável é quando degrau articular é menor que
2mm e metacarpo reduzido ao fragmento.
Se fragmento é irredutível, parte-se para a RAFI, pela via de Wagner, com incisão longitudinal
na borda radial do metacarpo, entre ALP e musculatura tenar, e extensão proximal e ulnar
para o FRC. Musculatura tenar elevada, cápsula aberta, fragmentos fixados por parafusos
1.5mm ou 2.0mm, ou fios K (caso sejam menores).
COMPLICAÇÕES: Artrose sintomática é tratada por artrodese trapéziometacárpica.
Fraturas de Rolando
Qualquer fratura cominuta da base do 1° Metacarpo.
Se cominuta, tração de Gelbermann, fio passado de radial para ulnar, saindo na primeira
comissura, confecção de gesso com banjo e fixação com elásticos.
Após tratamento, em caso de dor persistente, aguardar no mínimo 6 meses para nova
intervenção. Em casos de incongruência articular sintomática, artrodese trapézio-
metacárpica.
Capítulo 8 – Luxações e lesões ligamentares
dos dedos
IFP
Articulação em dobradiça que permite, pela assimetria dos cônilos, 9 graus de supinação
durante ADM completa.
Liagmentos colaterais durgem de fossa na lateral do côndilo e têm trajetos oblíquos e volares
até suas inserções. Possuem o componente próprio e acessório, que apesarem de ser
confluentes, possuem pontos de inserção distintos.
O Ligamento Colateral Próprio possui componentes dorsal e volar, e se insere no terço volar
da base da falange média. O ligamento colateral acessório se insere na placa volar. Os
ligamentos colaterais são os restritores primários do desvio radio-ulnar.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Lesão da IFP é a lesão ligamentar mais comum da mão.
EXAMES DE IMAGEM
Rx AP e P verdadeiro do dedo.
EXAME FÍSICO
1-Estabilidade Ativa
Paciente realiza ADM ativamente. Se ADM for próximo do normal, significa que mesmo
com a rotura ligamentar articulação continua estável. Se ocorrer reluxação, com o
movimento, significa que pelo menos dois lados da caixa estão rompidos. Anotar em que
angulação ocorre a reluxação.
Luxações da IFP
Pode ocorrer em 3 direções: Dorsal, Volar e Lateral. A direção é nomeada conforme a posição
da falange média em relação a proximal.
Numa luxação pura, os ligamentos colaterais estarão distendidos, mas após redução eles
continuam intactos, enquanto que a placa volar é avulsionada da falange média (uma
pequena fratura-avulsão da base da falange média é comumente encontrada nas luxações
dorsais, mas não muda o diagnóstico ou o tratamento).
Não aplicar tração longitudinal pura, ou pode-se prender os côndilos com os ligamentos
colaterais e interpor a placa volar, tornando uma luxação simples em irredutível.
Testar estabilidade após redução. Se articulação estiver estável, encorajar mobilidade precoce,
protegida por pbuddy-taping. A maior complicação destas lesões é a rigidez devido a
imobilização prolongada.
Se articulação instável, colocar uma órtese de bloqueio de extensão com 10° a mais de flexão
além do ponto onde começa a subluxar. Objetivo é usar tala por no máximo 3 semanas. Esta
tala ajuda a posicionar a placa volar avulsionada em posição anatômica. Se mais de 30° de
flexão for necessário para manter articulação estável, cogitar tratamento cirúrgico.
Redução aberta:
Luxação lateral
Necessita da rotura de um colateral e avulsão de pelo menos parte da placa volar. Com o
dedo em extensão, mais que 20° de deformidade indica rotura completa do colateral e
lesão de um estabilizador secundário. Lesão grave, mas que geralmente se cura com com a
redução e mobilizaçção precoce, protegida pelo Buddy-Taping no dedo adjacente.
Luxação Volar
Rara. Falange média pode se deslocar para volar sem rotação ou rodar em torno de um
ligamento colateral intacto (luxação volar rotatória), de maneira que o lado lesado subluxa
para volar. Mecanismo típico é enroscar dedo em máquina giratória. Conforme a falange
média vai pra volar, a cabeça da falange proximal rasga o mecanismo extensor, entre a
bandeleta central e lateral, podendo prender o côndilo.
Na luxação volar sem rotação, a bandeleta central está rompida. Caso seja irredutível,
provavelmente a bandeleta, ligamentos colaterais ou fragmento de fratura estão interpostos.
Enrugamento da pele (puck sign) ao redor da articulação sugere interposição. Mesmo com
redução fácil, suspeitar da lesão da bandeleta central, solicitando ao apciente que extenda
completamente o dedo. Caso haja alguma suspeita de lesão do mecanismo extensor,
imobilizar IFP em extensão.
Fraturas-luxação volares são raras, e se fragmento grande, realizar RAFI. Caso fragmento
pequeno, e bandeleta central intacta e articulação cocêntrica, imobilizar IFP em extensão por
até 3 semanas, iniciando FST após.
- Redução aberta
Incisão dorsolateral, no lado da rotura ligamentar. Banda lateral removida da
articulação, e articulação reduzida. Testar extensão ativa dos dedos (se anestesia
local). Se banda lateral for reparável, realizar reparo delicado. Caso esteja irreparável, excisar,
já que lado contralateral tem força suficiente para garantir força de extensão.
(na figura fala que o corte para instável estável é 40%. No texto, diz
que até 30% é estável, entre 30-50% moderadamente estável e
mais que 60% é instável, mas não diz entre 50-60%)
Fraturas do Pilão:
FIO DE CERCLAGEM
Fraturas do pilão, cominutas, pode-se elevar os fragmentos, enxertar as falhas e
realizar cerclagem ao redor. Ideal para o raro caso onde há cominuição mas
mínima subluxação.
ARTROPLASTIA HEMI-HAMATO
Enxerto obtido da porção distal do hamato dorsal, centrado entre a 4° e 5° articulação CMC,
pegando metade de cada uma delas, tanto no plano radioulnar quanto no dorsovolar. Fixado
no defeito com 2 ou 3 parafusos.
Método preferido pelo autor
Articulação congruente após redução: Férula de bloqueio de extensão (envolvimento deve ser
menor que 40%). Tomar cuidado para não ocorrer subluxação dorsal durante uso da tala. Se
fratura tiver indicação de tala de bloqueio dorsal, mas dedo estiver muito inchado, for curto ou
gordo, realizar pinagem de bloqueio dorsal.
ARTROPLASTIA HEMI-HAMATO
Incisão medioaxial centrada na IFP, incisão entre polia A2 e A4,
liberação dos colaterais na sua origem, confirmar que região dorsal
da FM é congruente com FP. Medidas da falha.
Fixação com parafusos 1.0mm, caso defeito seja maior que 60%,
considerar placa apoio volar 1.3mm.
TENODESE: Para a recostrução da placa volar com tenodese, pode-se usar uma bandeleta ou
as duas do Flexor superficial dos dedos, ou uma das bandas laterais. O uso das duas bandeletas
do FSD é feito em casos de desbalanço crônico grave, como na paralisia cerebral. A tenodese
da banda lateral é um procedimento mais simples, que não afeta a flexão.
Incisão volar de Bruner, abertura da polia A3, liberação dos colaterais, começando na cápsula e
indo para proximal. Placa volar e checkreins são liberados da falange proximal. Liberação dos
colaterais na sua origem proximal. Se dedo ainda não atingir extensão total, tenólise dos
flexores.
IFD e IF do Polegar
Anatomia semelhante a da IFP. Porém, como braço de alavanca da FD é menor, e inserções de
flexores e extensores agregam estabilidades, luxações são mais raras.
Luxações da IFD geralmente são dorsais ou laterais, e acompoanham lesões de partes moles,
já que há pouco envelope na região. Tratamento por redução fechada, após bloqueio, com
tração longitudinal, pressão no dorso da FD e flexão da IFD. Se exposta, lavar. Testar
estabilidade após redução e radiografar. Imobilizar com IFD em 20° de flexão.
Raramente são irredutíveis e, quando isso acontece, é devido a avulsão proximal da placa
volar e interposição.
Também raramente ocorre fratura da base volar da FD. Se tendão não tiver sido avulsionado,
objetivo é redução estável. Se tiver, objetivo é reinserção. Mesmo com tendão inserido, o
tamanho do fragmento poe instabilizar articulação. Assim, se flexão da IFD não for suficiente
para estabilizá-la, especialmente se mais de 40% da superfície articular estiver acometida,
recomenda-se artroplastia com placa volar.
Luxação dorsal tanto da IFP quanto da IFD é mais comum no quinto dedo.
Luxação volar da IFD deve ser tratada como martelo. Possuem fácil redução e devem ser
imobilizadas em extensão por 6 semanas.
Articulação Metacarpofalangeana – Dedos
Relativamente estáveis, sendo mais vulneráveis a forças direcionadas para dorsal e ulnar.
Cabeça do metacarpo é estreita dorsal, se tornando mais larga e tendo inclinação para volar, o
que resulta em maior contato ósseo quanto maior a flexão.
Luxações Dorsais da MF
Raras, mais comum no segundo dedo, depois no quinto. Geralmente só ocorre luxação do 3°
e 4° quando um dos dedos da borda também luxaram.
Placa volar, polia A1, tendões flexores, lumbricais e no dedo mínimo, abdutor do 5° e FC5°.
Conforme a placa volar se interpõe, tendões periarticulares são deslocados dorsalmente a
cabeça do metacarpo, formando um laço que aperta com a tração.
Subluxação (simples) da MF
Ao invés de interposta, placa volar está apenas encostada na cabeça
do MTC. Falange proximal se encontra entre 60-80° de hiperextensão.
Se hiperextensão ou tração longitudinal forem aplicadas, a placa volar
pode entrar na articulação, tornando lesão irredutível. Manobra de
redução consiste em flexão do punho (para relaxar tendões flexores) e
aplicar força em direção distal e volar na base da falange proximal,
para deslizar falange sobre metacarpo.
Luxação (complexa) da MF
Ao contrário da luxação imcompleta, na luxação completa MF se apresenta em leve extensão,
com flexão impossível. Articulações distais estão levemente fletidas, e dedo está desviado
para dedo central mais adjacente. Proeminência palpável na palma (cabeça do metacarpo),
com vazio palpável dosalmente proximalmente a base da FP. Pele pode apresentar pregas ou
rugas (puck sign).
Radiografias irá mostrar alargamento da articulação. Presença de sesamóide dentro da
articulação confirma a interposição da placa volar. Rx lateral pode mostrar fratura de
cizalhamento da cabeça do metacarpo. Solicita-se uma incidência de Brewerton.
Incidência de Brewerton
Raio inclinado em 15° de ulnar para radial Acesso dorsal, volar ou combinado.
Divisão da placa volar, longitudinalmente, ao meio. Com a redução da falange proximal, ela irá
voltar para seu lugar.
Incisão volar, feixe fica superficializado, perto da pele, podendo ser lesado (feixe radial no
indicador, feixe ulnar no 5°). Cabeça do metacarpo já pe encontrada no subcutâneo. O que
pode atrapalhar a redução é o laço tenso formado pelas esttruturas laterais a cabeça do
metacarpo. Esta tensão é mantida pelo deslocamento dorsal do tendão flexor, que se encontra
dentro do túnel osteofibroso. A liberação da Polia A1 pode ajudar a relaxar a tensão e permitir
redução.
Pós Op: Imobilizar MF em flexão de 30°, por 2 semanas. Órtese de bloqueio de extensão em
10° por mais 4 semanas.
Complicações: Luxações dorsais são relativamente comuns em crianças, e pais devem ser
avisados sobre possibilidade de fechamento prematuro de fise. Fibrose, necrose da cabeça e
lesão do feixe neurovascular são outras complicações. O fator prognóstico mais importante é o
tempo para a redução.
Luxação volar da MF
Extremamente raras, podem se tornar irredutíveis pela interposição da avulsão proximal da
cápsula dorsal, avulsão distal da placa volar e colaterais e junturas tendíneas nos dedos das
bordas. Redução fechada deve ser tentada e, se mal sucedida, convertida pra aberta.
Grau III tratamento cirurgico, com via dorsoradial, incisão na borda radial do capuz extensor,
reinsierção do ligamento com âncora, dando tensão em 45° de flexão.
MF travada
Rara, caracterizada por flexão moderada da MF, com IFP e IFD funcionando normalmente.
Diferenciar de dedo em gatilho travado, onde a extensão da IFP e IFD não é possível.
Causa mais comum é a restrição da excursão do colateral ou colateral acessório pelo côndilo
radial da cabeça do metacarpo ou por osteófito. Pode ser
2- Fletir articulação
Se manobra não for efetiva, ou já houver um episódio prévio, explorar articulação, e remover
osteófito ou condilo radial. Em casos crônicos são obtidos bons resultados, já que a MF está
fletida e ligamento se encontar em máxima extensão.
MF do Polegar
Arco de movimento primário é flexo-extensão, com arcos secundários de abdução/adução e
prono-supinação. Côndilo radial da cabeça do metacarpo possui maior altura dorso-volar que
o ulnar, levando a pronação com a flexão.
É a articulação do corpo com maior variedade de ADM entre indivíduos, e quanto menor o
ADM, maior a chance de lesão.
O assoalho da articulação é formado pela placa volar, asssim como na IFP. Porém não há
checkreins. Além da placa volar, o suporte volar é dado pelos intrínsecos tenares que se
inserem nos sesamóides, que por sua vez estão inseridos na placa volar. O adutor do polegar
se insere no sesamóide ulnar, e o Flexor Curto do Polegar e Abdutor do polegar se inserem
no sesamóide radial.
Método prático é saber que a origem está a 33% (1/3) volar ao córtex dorsal, e a inserção está
a 25% dorsal ao córtex volar.
Pode ocorrer subluxação volar da MF caso ocorra a lesão o LCU associado a lesão da cápsula
dorsal. Local mais comum de lesão do LCU é na sua inserção distal. Observado que além de
resitir ao desvio lateral, os colaterais resistem à subluxação volar. Se um ligamento é rompido,
falange roda em torno do ligamento intacto. Assim, na lesão do LCU o polegar supina e na do
LCR, prona.
A fratura mais comumente associada a lesão do LCU é a avulsão da base ulnar da falange
proximal, na inserção ligamentar. Tipicamente são pequenas e não envolvem superfície
articular. Se envolver mais de 10% da articulação, possuem indicação de fixação, caso mais de
2mm de desvio ou incongruência articular.
Lesão de Stener
Avulsão distal do LCU com interposição da fáscia do adutor. Por causa da interposição, a
cicatrização não é possível. A interposição não ocorre nas rupturas parciais, logo é importante
diferenciar entre ruptura parcial e total. A melhor posição para testar são 40° de flexão.
Ao exame clínico: 30° de abertura ulnar em extensão e flexão de 40° bem como 15° quando
comparado com o contralateral.
Como a placa volar fornece estabilidade secundária quando a MF está em extensão, o exame
em flexão é mais importante. Autor prefe burcar por end-point. Se ligamento estiver
completamente rompido, não haverá endpoint.
Solicitar rx em busca de avulsões ou fraturas. AP geralemente normal, P indica subluxação
volar quando cápsula dorsal estiver rompida.
Tratamento
Em casos de lesão parcial aguda, imobilizar polegar com tala, que imobilize MF e deixe IF livre,
por 4 semanas. Tratamento cirúrgico para lesões totais. Como a lesão de Stener dificilmente é
diagnosticada, em caso de tratamento conservador, se faz necessário um exame de imagem
para excluí-la. Em caso de lesões completas, que já posuem indicação de cx, estes exames são
desnecessários.
Lesões na substância são raras, e podem ser tratadas por reparo direto. Lesões por
desinserção (sendo a distal mais comum), devem ser reinseridas, com âncoras, pullout ou
suturas transósseas. Tratamento artroscópico descrito na literatura.
Método preferido do autor:
Se paciente possui menos que 30° de abertura
lateral (extensão/flexão 40°), menos de 15° quando
comparado com o contralateral e um end-point
firme, assume-se que a lesão é imcompleta.
Paciente pode ser tratado com tala ou gesso,
imobilizando MF, em neutro ou discreta flexão,
com IF livre (estimular movimentação da IF para
evitar aderências). Evitar colocar polegar em
abdução, e moldar gesso de forma que não ocorra
desvio radial da MF dentro da imobilização.
Reparo Aberto:
Indicado para roturas completas. Lazy S, que vai da
região dorso ulnar do metacarpo, se curva para
volar e segue para a falange, sendo volar o
suficiente para permitir exposição da placa volar ou
base da falange. Proteger ramos do sensitivo radial
no subcutâneo.
Se houver lesão dos colaterais acessórios, estes devem ser reparados antes dos
colaterais próprios. Em caso de uso de âncoras, o ponto de inserção anatômico é a 25%
da distância dorsovolar da cortical volar.
Tipos de Cirurgia
Quanto maior o tempo de lesão, menor a chance de reparo direto. Se houver ligamento
disponível, liberar da fibrose e, caso preciso aumentar resistência da sutura, dividir tendão do
adutor do polegar longitudinalmente, e usar sua metade volar para aumentar sutura,
mantendo sua fixação distal. Se não houver tecido local disponível, utiliza-se enxerto de
tendão livre para a reconstrução do LCU.
Contraindicação relativa é
subluxação volar ou supinação
da MF, onde a reconstrução
dos casos crônicos podem não
ser adequadamente
reconstruídas.
Método Preferido do Autor:
Usa 6 semanas como corte para cronicidade, porém as características do ligamento que irão
determinar se será realizada sutura primária ou reconstrução.
Furo unicortical com broca 2.5mm é feito na falange proximal, a 3mm da articulação e 3mm
do córtex volar. Outro furo é feito na cabeça do metacarpo, a 7mm da articulação e 5mm do
córtex dorsal. Fio K é passado com a MF em 30°. Enxerto de palmar longo é passado pelo furo
e suturado ao redor de ponte óssea na cortical radial, da FP e MTC.
2/3 dos pacientes evoluem sem dor, 1/3 irão ter dor leve. 80% de ADM na MF, 90% na IF.
Ao exame físico, mais que 30° de abertura em flexão ou extensão da MF e mais que 15°
contralateral indicam lesão. Porém, o principal exame é a ausência de um endpoint ao stress
em varo.
Na radiografia em perfil, pode ser visualizada subluxação volar da falange, caso lesão da
cápsula dorsal (Subluxação é mais comum na lesão do LCR do que do LCU – até 88%).
Tratamento de lesões parciais é feito com tala. Lesões totais, sem alterações degenerativas,
são tratadas com reparo (se possível) ou reconstrução (mais provável) ligamentar. Se houver
artrose, artrodesar.
Tipos de Cirurgia
Reparo agudo utiliza âncora. Reparo crônico pode ser feito pela sutura direta, uso de enxerto
livre de tendão ou avanço do abdutor.
Lesões parciais tratadas na tala, por 4-5 semanas. Autor opera lesões totais sem endpoint ou
com subluxação volar.
Pós operatório
Reparos agudos imobilizados por 5 semanas, lesões crônicas por 6 semanas.
Luxação Metacarpofalangeana
Maioria são dorsais, mecanismo é a hiperextensão, com rotura completa da placa volar
(geralmente proximal, podendo envolver os sesamóides ou não), cápsula ou lesão dos
colaterais. A maioria é redutível, sendo as irredutíveis causadas por interposição da placa
volar ou do Flexor Long do Polegar. O FLP fica dentro do túnel osteofibroso, e luxa ao lado
ulnar do metacarpo, e musculatura tenar se desloca para radial, criando laço ao redor do colo
do metacarpo.
Avaliação Pré-operatória
Técnica de redução é feita com hiperextensão da MF, seguida por pressão na base dorsal da
FP.
Pode ocorrer subluxação dorsal da MF, onde a MF não poderá ser fletida ativa ou
passivamente. Isso é causado pelo côndilo radial rasgando e ficando preso na parte radial da
placa volar. Redução pode ser feita com bloqueio, pressão em direção volar no dorso da FP,
além de rotação do dedo. Se falhar, tratamento cirúrgico é necessário. Incisão dorsal, entre
ELP e ECP.
Casos com menos de 24hr, incisão dorsal com retirada de tecido interposto da MF. Casos com
mais de 24 hr, incisão volar em zig zag, reparo da placa volar e fixação da MF com fio K em 25°
de flexão.
Tratamento
Se lesão recente da placa volar, incisão em zig zag, com reinserção de sua porção proximal.
Se lesão crônica, recontruir placa volar com ECP, artrodesar sesamóides na cabeça do
metacarpo ou realizar capsulodese volar.
Avaliação pré-operatória
Lesões completas permitem que o MTC se desloque para
dorsal. Lesões parciais permitem graus variados de
movimento, sendo que em lesões moderadas, a geometria articular pode conferir estabilidade
e atrapalhar o diagnóstico.
Uma radiografia de stress é feita com PA dos dois polegares, paralelos ao filme, com suas
bordas radiais das falanges distais se pressionando firmemente uma contra a outra. Isso
tende a alavancar a base lateral do metacarpo, e caso exista ruptura capsular ou frouxidão,
será observado desvio radial da base.
Se luxação documentada, avaliar redução em 7 dias. Se CMC estiver bem reduzida, tratar no
gesso. Caso articulação CMC não esteja congruente, exista subluxação dorsal ou instabilidade
ao exame clínico, tratamento cirúrgico é indicado.
Em pacientes cuja redução resultou em articulação estável, o que indica que não há
interposicção de partes moles. Realizar pressão no aspecto dorsoradial da base do metacarpo,
mantendo metacarpo em extensão e abdução, tentanto aproximar o bico volar do metacarpo
ao ligamento anterior oblíquo.
Caso esta redução não seja possível, provavelmente há partes moles interpostas, devendo ser
realizada redução aberta e reconstrução liagmentar (Técncia de Eaton, Littler e Brunelli).
Via de Wagner modificada, com incisão se curvando ulnarmente na prega de flexão distal do
punho. Tomar cuidado com artéria radial superficial, ramo cutâneo palmar do mediano, nervo
cutaneo lateral do antebraço e sensitivo radial.
Elevar musculatura tenar extraperiostealmente. Abrir cápsula radial (intacta) e remover corpos
livres intrarticulares. Identificar flexor radial do carpo na prega de flexão do punho a abrir o
teto de sua bainha até o nível do trapézio.
Criado túnel
ósseo na base do
1° MTC, de
dorsal para volar,
perpendicular ao
plano da unha,
que emerge
volarmente distal
ao bico do
metacarpo, no
local de inserção do ligamento anterior oblíquo.
Gesso e fio K por 4 semanas, tomando cuidado para não deixar tendão muito tenso, ou haverá
restrição do movimento, principalmente rotação.
Capítulo 9 – Perioníqueo
Unha protege a polpa digital, ajuda a regular circulação periférica, contribui para a função tátil
e ajuda na pinça de pequenos objetos. Devido a sua posição na extremidade do dedo, o
perioníqueo é a região mais lesada da mão.
Anatomia
Perioníqueo é a região composta pelo leito ungueal,
prega ungueal, eponíqueo, paroníqueo e
hiponíqueo.
Lesões da matriz germinativa irão levar a ausência de unha, enquanto lesões da matriz estéril
levarão a deformidades da unha.
O suprimento vascular do perioníqueo vem dos vasos digitais radial e ulnar, além de loops de
capilares. Veias drenam para o leito ungueal proximal, e cursam randomicamente em direção
ao dorso do dedo. A sensibibilidade do leito unguela é dada por ramos dorsais dos nervos
digitais volares radial e ulnar, além de ramos da extensão distal do nervo digital dorsal
RADIAL.
O perioníqueo contém a maior concentração de vasos linfáticos que qualquer área dermal do
corpo.
Avaliação Inicial
Sempre que houver lesão da unha, radiografar o dedo, já que há 50% de chance de fratura.
Portas são a maior causa de lesão, seguida por esmagamento. Pacientes geralmente são
crianças ou adultos jovens, sendo o dedo médio o mais lesado (por ser o mais longo). Do
perioníqueo, a região mais distal do leito ungueal é a mais lesada, bem como o hiponíqueo.
Tipos de Cirurgia
HEMATOMA SUBUNGUEAL
Compressão da unha contra falange distal leva a lesão do leito ungueal e sangramento,
gerando o hematoma subungueal. Se unha não for fraturada, o acúmulo deste hematoma leva
a intensa dor, e ele deve ser evacuado.
Unha é preparada de maneira estéril, para evitar inoculação de bactérias no leito ungueal, e
perfurada, com furo grande o bastante para não entupir.
Antes, orientava-se a remoção da unha e reparo do leito ungueal se hematoma maior que 25-
50% da unha. Atualmente, indica-se a remoção da unha baseado nas laterais dela. Caso
estejam intactas, apenas o hematoma é drenado. Caso se apresentem rompidas, unha é
removida e o reparo do leito é realizado.
Se não houver placa de silicone, pode ser usado adpatic ou o envelope do fio de sutura.
Outras opções para se fechar a matri estéril são os enxertos de leito ungueal de espessura
total ou parcial. O enxerto de leito pode ser retirado do mesmo dedo, porém, se a lesão do
leito ungueal for maior que 50% do tamanho do leito, retirar enxerto de outro dedo ou de
dedo do pé. Dedo do pé é preferido. Não incluir matriz germiantiva num enxerto parcial.
Enxertos totais raramente são utilizados, pois deixam deformidade no leito doador. No
entanto, em casos onde se pretende recuperar a matriz germinativa, eles estão indicados.
Anestesia, elevação da unha, retirada de enxerto de 0.25mm de espessura, com lâmina 15.
Melhor errar para mais fino, pois enxerto muito grosso levará a deformidade do local doador.
Este enxerto será suturado ao leito receptor com Catgut 7.0.
FRATURA
Na rara ocasião onde a extremidade estiver coberta por partes moles, pode ser realizada a
degorduração e enxertia do coto amputado, como enxerto de pele ou de leito ungueal, ou, se
área menor que 1-1.5 cm, pode ser deixado para cicatrização por segunda intenção.
Se falange distal estiver exposta, pode ser ressecada para permitir fechamento primário ou
rotação de retalho. Nas duas situações, a sutura deve ser realizada sem tensão. Se for
suturada com tensão, levará ao encurvamento do leito e placa ungueal, gerando a
deformidade unha em gancho. Caso falte uma parte da falange distal, leito ungueal deve ser
encurtado também, para evitar a formação da unha em gancho por falta de suporte.
Amputações mais proximais, envolvendo o meio do leito ungueal, podem ser tratados com
retalhos V-Y, que avançam de 5-10mm.
Amputações ao nível do eponíqeuo podem ser reimplantadas, mas autor prefere revisar a
amputação. Se mais que 25% da unha estiver presente, unha deve ser mantida. Se menos que
isso estiver presente, unha deve ser removida, incluindo a remoção da prega ungueal.
Reimplantes são mais bem sucedidos quando amputação é proximal ao paroníqueo. No leito
ungueal vasos são muito pequenos.
Em crianças, pode ser relizada a enxertia composta, desbridando a parte amputada o mínimo
necessário. Melhores resultados quanto mais jovem a criança (<3 anos).
TRATAMENTO RETARDADO
Leito ungueal pode ser suturado até 7 dias pós-trauma. Iniciar ATB, pois quanto mais tardio o
tratamento, maiores as chances de infecção.
PÓS-OPERATÓRIO
Unha velha irá se aderir ao leito por 1 a 3 meses, quando a nova irá empurrá-la. Unha cresce a
0.1mm por dia, ou 2-3 mm por mês, e levará entre 6 e 9 meses para ser trocada. Unha do pé
cresce 4 vezes mais devagar que a das mãos.
Complicações
Podem ser dividas em problemas de crescimento (matriz germinativa, matriz estéril, prega
ungueal) e problemas de suporte (falange distal).
Cicatrizes sobre a matriz estéril levam a diversas deformidades, pois unha não cresce nem se
adere sobre cicatriz. Cicatrizes na matriz germinativa ou na prega ungueal levam a ausência
de crescimento.
CRISTAS UNGUEAIS
Causadas por cortical dorsal assimétrica ou cicatrizes por baixo do leito
ungueal. Como a unha segue o formato do leito ungueal, unha
crescerá assimétrica. Uma cicatriz transversa pode elevar a unha e fazer
com que ela enrosque em objetos.
UNHA FENDIDA
Causada por cicatriz longitudinal na matriz estéril ou germinativa, como a
cicatriz não produz unha, há uma área sem produção, entre duas normais.
NÃO-ADERÊNCIA
A matriz estéril produz células que levam a aderência da unha no leito ungueal. Se
a matriz estiver com cicatrizes, estas células não serão produzidas, e unha se
elevará. Deve ser ressecada a cicatriz e feita enxertia parcial.
AUSÊNCIA
Pode ser parcial ou total.
Ausência parcial, distal a matriz germinativa, é tratada com remoção da cicatriz e enxertia
parcial.
Ausência total é mais difícil de tratar, podendo ser realizada enxertia de pele no formato de
unha, enxerto composto de dedo do pé (com matriz germinativa, estéril e prega ungueal), ou
enxerto vascularizado livre do dedo do pé (mais confiável).
CISTOS, ESPÍCULAS E LEITO UNGUEAL CORNIFICADO
Cisto ungueais: ocorrem quando há remoção incompleta da matriz germinativa,
durante a revisão de amputação. Pele fechada sobre a matriz germinativa, produzindo
uma parede cística, que continua produzindo unha. Se manisfesta como uma massa
dolorosa, em crescimento, no local prévio da prega ungueal. Tratamento consiste na
remoção completa do cisto.
Deformidades do Eponíqueo
Lesão do eponíqueo faz a unha perder o brilho, defeito estético. Cicatrizes do eponíqueo e da
prega ungueal no leito ungueal podem levar ao pterígeo, resultando em ausência do
crescimento ou em unha fendida. Geralmente associada com trauma, mas pode ser secundária
a isquemia e a doenças do colageno.
Tratado pela liberação do teto dorsal da prega ungueal da unha, e inserção de silastic entre
eles. Se procedimento sem sucesso, enxerto parcial de matriz estéril.
Deformidades do Hiponíqueo
Pterígio pode ocorrer, pós-traumático, por denervação ou
isquemia. Polpa digital pode ficar dolorosa. Autor recomenda
excisão de hiponíqueo e 5mm do leito ungueal distal, e enxertia
de pele parcial.
Se leito ugueal se curvou após extremidade do dedo, reposicionar o leito ungueal no dorso e
cobrir polpa com retalho (atasoy, cross finger).
INFECÇÕES AGUDAS
Fungos
Infecções mais comuns da mão são as subungueais, geralmente onicomicoses ou infecções
fúngicas crônicas. Tratamento inicial é tópico, iniciando tratamento sistêmico após 6 meses.
25% dos pacientes precisarão de tratamento cirúrgico, que consiste em remoção da unha.
Infecções Bacterianas
Comumente envolvem o paroníqueo, pelo Staphylococcus Aureus. Se infecção for no
paroníqueo, mas acima da unha, eleva-se o paroníqueo da unha, permitindo a drenagem da
infecção. Se infecção se extender para baixo da unha, remover pedaço da unha, para permitir
drenagem.
Tumores do Perioníqueo
Benignos
GRANULOMA PIOGÊNICO
NEVO SUBUNGUEAL
VERRUGAS VULGARES
CISTOS
Cistos mucosos são os tumores que mais comumente deformam o leito ungueal. Possuem
comunicação com a IFP e apresentam osteófitos.
Se o cisto estiver entre o assoalho da unha e o periósteo, pressão em direção dorsal da unha
leva à uma unha curvada,
Se o cisto estiver dorsal ao leito ungueal, dentro da prga ungueal, criando pressão em direção
volar, levando a unha em calha.
Tumor Glômico
Surge do corpúsculo glômico, que regula fluxo sanguíneo e temperatura dedo, não é limitado
ao leito ungueal, mas 50% ocorrem subungueal. Proliferação do tecido angiomatoso dentro do
leito ungueal resulta em dor intensa.
Ao exame físico aprensenta coloração azulada do leito ungueal, com sensibilidade da unha à
pressão e à temperatura, especialmente frio.
Tumores Malignos
CBC são raros na mão e mais raros nos dedos, secundários a exposição a radiação, arsênico ou
outros traumas crônicos. Remoção completa do
tumor é indicada. Se envolver falange distal,
amputar ao nível da IFD.
Melanoma em mãos e pés possuem pior prognóstico que no resto do corpo. Quase sempre
pigmentados, podendo levar a deformidade de unhas ou não. Toda lesão pigmentada que não
se move distalmente com o crescimento da unha deve elevar suspeita. Se lesão não mudar em
4 a 6 semanas, realizar biópsia. Excisão completa com margens é o tratamento.
Buscar por metástases, com excisão de linfonodos sentinelas em lesões com mais de 1mm de
espessura. Em pacientes com linfonodo sentinela negativo, menos de 1% de chances de
metástases.
Capítulo 10 – Tratamento da Rigidez da mão e
dedos
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RIGIDEZ ARTICULAR
Posição de rigidez articular: Punho fletido, Polegar Aduzido, MF
extendida, IFs Fletidas, arco palmar achatado.
Quando existe um trauma, o edema irá hidraulicamente levar as MFs à posição de extensão, o
que irá aumentar a tensão nos flexores e diminuir nos extensores, levando a flexão de IFP e
IFD. As IFs não apresentam alteração na capacidade intrarticular nas posições fletida e
extendida e não sofrem o efeito hidráulico do edema. Assim,, suas alterações são secundárias
às alterações da MF.
Como a força dos flexores é maior que a dos extensores, numa mão edematosa negligenciada
o punho tende a assumir posição em flexão.
A mão negativa, ou intrínsecus minus, se mantida por muito tempo nesta posição irá levar a
alerações articulares, levando a degeneração articular.
EXAME FÍSICO
Importante determinar qual (ou quais) estrutura está causando a rigidez. O efeito gangorra
ocorre quando uma estrutura com rigidez atravessa duas articulações. Se uma articulação é
fletida, a outra consegue ser extendida, e vice versa.
Dor significante à flexão da IFP, também chamado de teste da placa volar, geralmente indica
problema ao nível distal da placa volar, sendo o mais comum uma avulsão da inserção na
falange média da placa volar, com ou sem fragmentos ósseos. Se essa dor persistir após 6 a 9
meses da lesão, indica necessidade de reinserção.
Rigidez da IFP
Ocorrem na porção proximal da placa volar. Como a placa volar da
IFP não flete, ela deve deslizar proximal e distalmente, durante a
flexo-extensão. Assim, ela não é inserida na falange proximal, ou
isso impediria a extensão completa. Duas estrutura de colágeno se
desenvolvem entre a região proximal-lateral da placa volar e a
falange proximal: são os checkreins, estruturas patológicas. São
piramidais e a artéria comunicante do sistema vincular passa por
baixo deles, 3mm proximal a extremidade proximal da placa volar, devendo ser preservada.
Devem ser ressecados para se obter extensão da IFP.
Rigidez da IFD
Raramente um problema, a menos que sejam posições de extrema extensão ou flexão. Em
casos de botoeira ou swan-neck, tratando a causa-base se resolve a deformidade.
Deformidade em extensão pode ser tratada pela liberação das fibras mais dorso-laterais do
mecanismo extensor.
CONTRATURAS DA IFP
3 categorias:
- Contraturas Congênitas
- Contraturas in utero
- Contraturas Adquiridas
Contraturas Congênitas
Desenvolvimento incompleto da articulação, menos chance de procedimentos de salvamento.
Tratamentos conservadores geralmente são ineficientes. Autor libera articulações com 6
meses, através de incisões medio-axial radiais e ulnares. São realizados cortes longitudinais na
cápsula, volares e dorsais aos ligamentos colaterais, e cartilagem é remodelada com lamina
11. Se necessário, excisar cápsula e colaterais, devendo manter o tendão extensor e a placa
volar inseridos.
Contraturas In Utero
Aquelas onde a articulação está completamente desenvolvida, mas causa extrínseca leva a
contratura, como na camptodactilia, dedo em gatilho, artrogripose. Caso checkreins estejam
presentes, devem ser removidos.
Contraturas Adquiridas
Maioria das contraturas, incluindo as pós-traumáticas e pós cirurgia.
CONTRATURAS EM FLEXÃO
- TRATAMENTO CONSERVADOR
- TRATAMENTO CIRÚRGICO
Indicado quando articulação já atingiu o máximo de seu ganho com tratamento conservador
(no EF, stop súbito do ADM, ao contrário de uma resistência progressiva).
Via volar, em zig-zag, com back cuts nos ápices (1/3 da extensão
do braço do zig-zag). Abertura da polia flexora distal a polia A2,
preservação da artéria nutriente (3mm proximal a placa volar),
Excisão dos ligamentos check-reins. Preservar placa volar, já que
os causadores da deformidade são os
checkreins. Caso ocorra ressalto perto da extensão máxima,
ligamentos colaterais
podem estar causando
efeito cam, e devem ter
suas porções mais
dorsais liberadas (de
ambos os lados).
Caso o ligamento
oblíquo de landsmeer
esteja causando contratura, deve ser seccionado,
sem ressecção das bandas laterais.
CONTRATURA EM EXTENSÃO
Raramente ocorrem como contraturas puras.
Geralemente são resultados de outras causas,
sendo a mais comum a aderência do capuz
extensor. Tratadas conservadoramente com
fisioterapia.
Tratamento Cirúrgico:
Contraturas da MF
Devido à anatomia da placa volar, raramente ocorrem, se
a articulação for imobilizada em flexão. Quando ocorrem
em extensão, podem ser tratadas por órteses ou gesso
seriado.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Contratura do Punho
Geralmente, secundária a alguma outra lesão. Apenas metade do ADM é suficiente para
atividades cotidianas.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Tenocapsulites
Processo inflamatório crônico, geralmente após trauma direto, e tipicamente envolvendo a
MF. Paciente geralmente relata história de soco, e apresenta dor na MF à palpação e após
atividades.
Ao EF, limitação dos últimos graus de extensão e flexão com cápsula endurecida e fibrótica.
Injeções de córticoesteróides geralmente são inefetivas, sendo o tratamento cirúrgico
indicados após 3-4 meses.
Incisão longitudinal dorssal, abertura da banda sagutal ulnar, capsulectomia, reparo de lesões
do mecanismo extensor.
Distrofia Simpatico-Reflexa
Possui duas fases:
A primeira é a doença ativa, que destrói o tecido. A segunda envolve as fibroses e contraturas
residuais. Tratamento precoce e agressivo. Autor indica uso do programa “Distrophile”, que
usa compressão e tração.
Compressão: Paciente realiza compressão num aparelhos, como se estivesse escovando chão.
Durante este programa, paciente não deve realizar outros tratamentos fisioterápicos.
As melhores indicações cirúrgicas são em cxs para ganhar flexão de MF e IFP pós-trauma.
Geralmente o ganho de flexão é mais provável que o ganho de extensão. Pacientes com
espasticidade de intrínsecos são bons candidatos para cx.
ANATOMIA
MF
Articulação condilóide, composta por cápsula, dois liagmentos colaterais, dois colaterais
acessórios e placa volar.
IFP
Articulação em dobradiça, estabilidade garantida pela placa volar e pelos colaterais.
Lateralmente possui duas camadas:
Camada profunda: Composta pelos colaterais, que surgem em recesso na cabeça da falange
proximal e se insere no terço volar da falange média e placa volar. O ligamento colateral
acessório surge mais volar, segue trajeto oblíquo e se insere na placa volar. Não existe cam ou
inclinação volar, e a tensão dos ligamentos é uniforme durante o arco de movimento.
Cápsula dorsal é intimamente conectada com a bandeleta central do tendão extensor, tanto
que a face mais volar do tendão sofre metaplasia e serve de superfície articular para a FP na
flexão.
IFD
Articulação em dobradiça, ligamentos colaterais
surgem na cabeça da falange média e se inserem
volarmente no tubérculo lateral da falange distal.
Os colaterais acessórios surgem mais volar que os
colaterais, e se inserem na lateral da placa volar.
Os interósseos dorsais, com exceção do terceiro, possuem duas cabeças musculares. A cabeça
superficial é mais dorsal e se insere no tubérculo lateral da falange proximal através do
tendão medial. A cabeça superficial abduz o dedo e realiza fraca flexão da MF, não tem ação
direta nas falanges média ou distal. A cabeça profunda formam a banda lateral ao nível da MF.
Produz flexão da MF e fraca abdução do dedo, extendendo as falanges média e distal.
Ao nível do meio da falange proximal, fibras transversas atravessam de uma banda lateral
para a outra, fletindo a MF. Mais distalmente, fibras oblíquas vão das bandas laterais para o
tubérculo lateral da falange média, extendendo a IFP.
Os interósseos volares apresentam apenas uma cabeça, e nenhum deles se inserem nas
falanges. Eles formam a banda lateral ulnar do 2° dedo e as bandas laterais radiais dos 4° e 5°
dedo. Essas bandas irão se unir às bandeletas laterais dos extensores, formando a banda
lateral conjunta que terminará no tendão extensor terminal.
Lumbricais
Surgem do flexor profundo, da sua borda radial (1° e 2°). Os lumbricais 3° e 4°
surgem dos tendões FFPP adjacentes. Seus tendões passam volar ao ligamento
intermetacarpal transverso profundo, e se unem a banda lateral radial ao nível da
FP. Eles extendem a IFP e IFD, e auxiliam na flexão das MFs.
Quando um lumbrical contrai,
ele traciona os FFPP
distalmente e as bandas
laterais proximalmente,
diminuindo a força de flexão
dos FFPP na falange distal,
permitindo extensão mais
efetiva. Quando ocorre a co-
contração dos FFPP e
lumbricais, a flexão das IFs
fica limitada.
Extensores extrínsecos
Se unem à aponeurose dorsal (capuz extensor) ao nível das MFs. O ECD e o EPQ são os únicos
extensores da MF. Ao nível da MF, existe a banda sagital, que irá se inserir na base volar da FP
e na placa volar. A banda sagital passa superficial ao tendão medial (interósseo dorsal
superficial) e profunda a banda lateral (interósseo profundo). Na contração do ECD, através da
banda sagital a MF irá se extender. A hiperextensão é bloqueada pela placa volar e pelo tônus
dos intrínsecos.
Pode-se confundir a banda sagital com as fibras tranversas, já que possuem o mesmo sentido.
No entanto, as bandas sagitais surgem do ECD ao nível da MF e se dirigem volarmente, para a
placa volar e base da FP, servindo para extender o dedo. As fibras transversas surgem mais
distalmente, vão de uma banda a outra sem inserção óssea. Elas fletem as MFs.
Dorsalmente, as bandas conjuntas são unidas pelo ligamento triangular. Os vértices deste
triângulo são os tubérculos laterais radial e ulanr da falange média, o ápice é o ponto de início
do tendão extensor terminal. Este ligamento impede a migração volar das bandas. O
ligamento retinacular tranverso impede a migração dorsal, e se insere nas bandas e no túnel
osteofibroso.
Tratamento
Se articulação apresenta sinais de artrose pós-traumático ou mal
alinhamento, baixas chances de melhora com liberação capsular.
Artroplastia de MF e IF não apresentam bons resultados. Logo, se
articulação estiver em más condições, evitar liberação de contratura.
Se articulação:
Como os intrinsecos cruzam a MF e IF, para realizar o teste a posição de uma das articulações
deve estar fixa, enquanto se testa a outra.
Tratamento conservador
87% das contraturas de MF e IF pode ser tratadas de forma conservadora, utilizando-se de
talas estáticas ou dinâmicas.
MF
Durante a noite não se recomenda o uso de talas dinâmicas, pois podem se mover e causar
úlceras de pressão. É recomendado uso de tala estática.
Tratamento cirúrgico
Só deve ser realizado para pacientes motivados e que possam realizar FST adequada.
Se possível, realizar com anestesia local, para permitir avaliação intraoperatória da mobilidade.
Caso seja utilizada anestesia geral, realizar incisão proximal para tracionar tendão dos flexores.
Placa e cápsula volar ssão elevadas com descolador de Freer. Liberação não deve causar
instabilidade da MF, já que, se pinada, a articulação perderá os ganhos obtidos com a cirurgia.
Caso seja necessário pinas, remover os fios K entre 5 e 7 DIAS.
No pós op, manter mão elevada, metilpredinisolona pode ajudar a reduzir edema e deve-se
iniciar fisioterapia precoce.
Ténica de Buch: Incisão dorsal, seccção da banda sagital, desinserção dos colaterais.
Liberação da placa volar. Mobilização de 5 a 7 dias no pós-operatório.
Liberação volar
Incisão volar de bruner, abertura da lateral do túnel osteofibroso, da
polia A2 até polia A4, afastamento dos flexores, preservando
vínculas. Identificação dos checkreins, que estarão passando sobre a
artéria digital transversa (esta se localiza 3mm proximal a IFP).
Caso não seja obitida flexão total, as fibras mais dorsais do ligamento colateral são liberadas.
Caso ainda não seja obtida a flexão, libera-se totalmente a origem dos colaterais.
Em seguida é realizada a
tenólise dos flexores, caso
necessária. Sua necessidade é
avaliada ao se solicitar ao
paciente que realize a flexão
dos dedos (anestesia local) ou
se realizando uma
contraincisão volar e
tracionando flexores.
Liberação de Intrínsecos
Contratura dos interósseos é causada por edema, isquemia ou imobilização prolongada.
Edema e hematoma circundam os interósseos após trauma, e são restritos pelas fáscia dorsal e
volar destes músculos. Ocorre compressão capilar e estase venosa. Dedos se movem pouco,
por causa de dor, e curativo compressivo pode piorar a drenagem venosa, levando a uma
contratura miostática. Quando o edema se resolve, o resultado é a fibrose.
Contratura de Intrínsecos
Limitação de flexão da IFP, que pode ser devido a sinovite ou adesões capsulares. Porém,
frequentemente essas lesões são contraturas de intrínsecos.
Para realizar a flexão das MFs, é necessário esticar os ligamentos colaterais dela. No edema
difuso, estes ligamentos se tornaram mais resistentes à distensão. Na IFP, no entanto, os
colaterais nao apresentarão resistência à extensão. Logo, o edema de ligamentos colaterais
promove bloqueio da flexão da MF, mas não bloqueia a extensão da IFP. Nestes pacientes
haverá uma contratura em extensão da IFP e teste de Bunnel positivo.
Nestes casos, como apenas a flexão da IFP está limitada, libera-se apenas as fibras oblíquas
das bandas laterais, também conhecido como liberação distal dos intrínsecos.
Sob anestesia local, incisão dorsal longitudinal é realizada na metade distal da falange
proximal. A banda lateral e fibras oblíquas são liberadas no terço distal da falange proximal.
As bandeletas laterais e centrais, e as fibras tranversas da aponeurose dos intrínsecos não
devem ser liberadas.
Suspeita-se que a sobrecarga mecânica da mão seja uma das etiologias. Dominância da mão
não foi comprovada como causa.
- MF pode apresentar subluxação volar, com contratura em flexão (ou déficit de extensão).
EXAMES DE IMAGEM
IFP: Dobradiça uniaxial, estabilizada pela placa volar, ligamentos colaterais e colaterais
acessórios, e mecanismo extensor. Centro de rotação dentro da área condilar da falange
proximal. Pode desviar 5 graus no plano radioulnar e supinar até 9° (na secção dos colaterais
pode chegar a 20°). Maior estabilidade articular quando se encontra em completa extensão
ou flexão. Estabilizador primário é o colateral lateral, e estabilidade pode ser mantida quando
até metade dele é mantida.
MF: No plano sagital (perfil), a cabeça do metacarpo é elíptica, levando a efeito CAM durante
a flexo extensão. Ligamentos colateral radial e ulnar se originam de um recesso na cabeça do
metacarpo, tendo trajeto oblíquo até se inserir na base da falange proximal. Devido ao efeito
Cam, causado pela forma elíptica da cabeça do metacarpo, os ligamentos colaterais ficam
tensos em flexão e frouxos em extensão. Imobilizações em extensão tendem a levar a
contratura.
ARTRODESE DA IFD
Principais indicações são artrite pós-traumática ou primária, com dor localizada na IFD, com
deformidade fixa ou que atrapalhe nas atividades cotidianas. Com o tempo a dor diminui,
logo tentar tratamento conservador antes de operar. A artrodese pode ser realizada se
artrite séptica prévia, contanto que já resolvida.
Incisão dorsal, remoção de toda a cartilagem, enxertia se necessário, fixação (herbert, fio k)
em 0° a 5°. Se usar herbert, tomar cuidado com tamanho da falange.
ARTRODESE DA IFP
Indicada para osteoartrose primária, pós-traumática, instabilidade crônica, fraturas
irreparáveis ou fraturas luxações. Contraindicada em infecção recente ou na falta de partes
moles.
Destruição articular pós-infecção, contanto que esta não esteja ativa, pode ser tratada por
artrodese. Identificar nos rx pré-op a necessidade de enxertia.
Incisão longitudinal dorsal, osteotomia da falange
média e proximal. Posição do indicador e médio
entre 30-40° e do anular e mínimo entre 50-60°.
Fixação com fio k, banda de tensão, herbert 2.4,
placa 2.0.
ARTRODESE DE METACARPOFALANGEANA
Tipiacamente, não é recomendada para outros dedos além do polegar. Não deve ser realizada
se infecção ativa ou pouco envelope de partes moles, mas pode ser realizada em casos de
artrose pós infecção.
ARTROPLASTIA DA IFP
Indicada na artrose primária ou pós traumática da IFP de pacientes idosos. Idealmente, em
pacientes com baixos níveis de atividade, que pretendão manter movimento. Contraindicada
na vigência de infecção, em perda de mecanismo extensor ou deformidade em botoeira,
insuficiencia de placa volar ou de colaterais (ou seja, tudo o que causar instabilidade na IFP ou
que não permitir seu moviemento).
ARTROPLASTIAS DA METACARPOFALANGEANA
Maioria dos casos de atroplastia em MF é realizada devido a artrite reumatóide. Artrose
primária da MF é mais comum no indicador, médio e polegar. Tratamento conservador é a
primeira linha, e caso não seja efetivo, a artroplastia pode melhorar dor, mas não melhora
função.
Implantes de silastic são o padrão, mas pirocarbono pode ser usado. Fratura dos implantes de
silicone é comum
RIZARTROSE
Classificação de Eaton e Littler Afeta 10% das mulheres de meia idade. Podem apresentar dor difusa
no bordo radial da mão. EM estágios avançados, pode haver contratura
Baseada no Perfil Absoluto em adução e hiperextensão compensatória da MF. Geralmente MF
(Sesamóides superpostos) apresesenta frouxidão ligamentar e hiperextensão.
I: Normal ou aumento do espaço Grind Test: compressão axial da CMC, levando a dor ou crepitação.
articular (sinovite)
Teste da subluxação: compressão axial, forçando subluxação da mesma.
II: Leve estreitamento articular,
com osteófito menor que 2mm Pinça índex-polegar aumenta forças na CMC em 12 vezes. Associação
entre rizartrose e STC é de 30%.
III: Acentuado estreitamento, com
osteófito maior que 2mm Incidência de Robert: PA verdadeiro da articulação CMC. Hiperpronação
do punho de maneira que o dorso do polegar se apoie no filme.
IV: Mesmo que estágio III, mas
com acometimento da
escafotrapeziotrapezóide ANATOMIA E BIOMECÂNICA
TRATAMENTO
Conservador é primeira linha, com tala para polegar,
fisioterapia e infiltrações.
Via de Wagner, criação de túnel ósseo, de volar para dorsal, passagem de metade ulnar do
FRC (que fica mais perto do bico do 1° metacarpo), redução da articulação CMC, sutura do FRC
no dorso do 1° metacarpo, passagem ao redor do ALP e sutura do FRC nele mesmo.
ARTROPLASTIA DE RESSECÇÃO
A maioria dos procedimentos envolve a ressecção do trapézio e ressecção da base articular
do 1° MTC, com ou sem interposição de material autólogo. Reservado para estágios III e IV.
Diversos tendões podem ser interpostos e usados para a reconstrução ligamentar (ligamento
intermetacarpal).
Suspensoplastia com Sling de FRC: Tendão do FRC é seccionado na base do 2° MTC, e passado
dentro do 1° MTC, sendo o restante do tendão suturado nele mesmo para criar uma massa de
interposição.
ARTRODESE CARPOMETACÁRPICA
Indicada paraa o jovem, trabalhador braçal, onde a estabilidade e força de pinça são os
fatores mais importantes. Contraindicada se houver artrose avançada da
escafotrapéziotrapezoide. Não existe consenso nos casos de artrose leve da STT. Tempo
prolongado de imobilização e taxas altas de não-consolidação. Ainda é o mais indicado para
jovens e ativos.
Incisão dorsal longitudinal, artéria ulnar protegida proximal e ulnarmente a articulação CMC,
articulação proximal do 1° MTC e distal do trapézio são cruentizadas. Fixação com fios K ou
placa T.
ARTROPLASTIA DA CARPOMETACÁRPICA
Indicadas nos estágios II e III, altas taxas de soltura, resultados imprevisíveis.
ARTROSCOPIA DA CMC
Ressecção parcial da articulação e shrinkage para estabilização ligamentar em estágios I.
Resultados liitados, no momento.
Ótica 1.9mm, no portal 1R (radial ao ALP) ou 1U (ulnar ao ECP). Portal 1R é bom para ver
ligamento anterior oblíquo profundo e CMC. Shaver é inserido no
1U. Cerca de 4mm da articulação são removidos.
RESULTADOS
Osteotomia 1° MTC: Bons resultados funcionais, para pacientes nos estágios 1 e 2
Nas artoplastias é a soltura do implante e subluxação, que pode ser tratada por
trapezectomia, sem diferenças em resultados entre trapezectomia primária e por revisão de
artroplastia.
Após trapezectomia a migração proximal do metacarpo pode ocorrer, assim como colapso
carpal em DISI. Porém são fenômenos radigráficos, sem manifestação clínica.
Palmer: 30° de extensão, 5° flexão, 15° desvio ulnar, 10° desvio radial
Ryu: ADM ideal é 60° de extensão, 54° flexão, 17° de desvio radial, 40° de desvio ulnar.
Porém, 70% deste ADM permite atividades diárias, ou seja, 40° de flexão, 40° extensão e 40°
de inclinação radial e ulnar combinadas
Avaliação Pré-operatória
Identificar
Exame físico
Psoríase irá se apresentar com placas descamativas e envolvimento de unha. Pode ocorrer o
Fenômeno de Koebner, que é a formação de placas na cicatriz gerada pela cirurgia.
Vasculite ou artrite reumatóide ativa é contraindicação para qualquer cirurgia, até que quadro
esteja controlado.
Avaliação radiográfica
PA, P e oblíquas permite visualizar quase todas as alterações.
Para avaliar articulação piso-piramidal, solicita-se uma incidência em horizonte, com o punho
em 10° de supinação a partir do perfil.
SLAC: Artrose começa no ápice do estilóide (estágio I), se extende por toda a fossa
do escafóide (estágio II) e acomete a articulação luno-capitato (estágio III).
Semilunar pode se extender em padrão DISI, e escafóide fletir, mas articulação
rádio-semilunar se encontra preservada até os estágios mais avançados.
SLAC SNAC
Artrite reumatóide
Punhos inflamatórios não seguem padrão SLAC ou SNAC.
Classificação de Wrightinton para radiografias de punhos
reumatóides.
Punho Conservador:
Punho Reconstrutivo:
Punho de Salvação:
TÉCNICA CIRÚRGICA
Artrodese Radiolunar (Chamnay)
Causa mais comum de artrose isolada radiolunar é a Artrite reumatóide. Esta artrodese está
indicada para translação volar, translação ulnar, instabilidade cárpica complexa e artrose
radiolunar localizada (que é mais comuemente vista na AR, mas pode ocorrer em die-punch).
Deve-se restaurar a altura do semilunar, para isso deve-se usar enxerto ósseo. Contraindicada
na artrose médiocarpica ou radioescafóide.
Método Preferido pelo autor:
Artrodese Radiolunar
Incisão dorsal, neurectomia do NIP (está ulnar ao
tubérculo de lister), abertura da cápsula preservando ligamentos. Inspecionar luno-capitato. Se
estiver degenerada, partir para artrodese total. Se não estiver, decorticar radiolunar, e, caso
altura carpal precise ser restaurada, retirar enxerto tricortical de ilíaco. Caso cabeça da ulna
tenha sido removida, pode ser utilizada como enxerto.
Corrigir DISI, para evitar impacto do capitato com a flexão do punho. Flete-se o punho e fixa-
se o rádio no semilunar, com fio de Kirchner.
Se qualidade óssea boa, pode-se realizar a fixação com grampos ou parafusos canulados. Caso
a porção dorsal do semilunar não possa ser facilmente fixada, autor sugere ressecção do pólo
proximal do piramidal e passagem de fio K do semilunar para o rádio, entrando ulnarmente.
Autor recomenda a neurectomia do NIP de rotina, a correção do DISI (para neutro ou até 10°
de dorsiflexão), e atenta para não hiper/hipocorrigir altura carpal, nem violar médiocárpica.
Artrodese escafolunar
Resultados imprevisíveis. Em pacientes hipermóveis, ou seja, aqueles onde o escafóide flete,
prona e sofre pequena translação na inclinação radial, esta artrodese está contraindicada,
com taxas de não consolidação entre 50-85%.
Taxas de pseudoartrose de 30%, perda de 30-40% do ADM, resultados imprevisíveis, entr 9-12
meses. Alívio da dor incompleto.
Artrodese escafo-trapézio-trapezóide
Indicada para artrose dolorosa da STT, subluxação rotatória do escafóide, pseudoartrose,
kiembock, dissociação escafolunar, instabilidade mediocárpica e sincondrose congênita da
STT. Artrose da STT está relacionada com doença de deposição do pirofosfato de cálcio.
Solicitar rx com desvio radial e ulnar máximos, observando se escafóide se move. Se for
hipermóvel, ou seja, com flexão e pronação consideráveis durante o desvio radial, a artrodese
irá levar a subluxação dolorosa da radioescafóide toda vez que paciente realizar desvio radial,
e deve ser evitada.
Se houver gap na STT durante o desvio ulnar, que fecha no desvio radial, pode haver perda de
estoque ósseo do pólo distal do escafóide, e artrodese deve ser evitada. Considerar ressecção
do pólo distal do escafóide.
Método preferido do autor: Artrodese STT
ADM final é 70-80% do contralateral e força de preensão é cerca de 70-90%. Impacto com
estilóide é comum, e estiloidectomia deve ser feita de rotina. Taxas de não consolidação são
altas, cerca de 20%. Perda de ADM e alívio da dor não são previsíveis.
Pseudoartrose: 10-15%.
Pode ser fixada com parafusos ou grampos, e alguns autores recomendam a excisão do
piramidal.
Atentar ao Rx lateral, pois semilunar luxado volarmente pode apresentar dificuldades para
redução e precipitar síndrome do túnel do carpo quando reduzido. Autor recomenda uso
temporário de órtese pelo paciente, para simular resultados da artrodese.
Método preferido do autor: Artrodese total de punho
Autor usa placa pré-moldada. Incisão dorsal longitudinal, neurectomia do NIP, elevação
subperiosteal da inserção do ERCC, remoção do tubérculo de Lister.
98.5% de taxas de
consolidação. Força de
preensão de 72%.
Outra prótese, também mais moderna, é a Maestro, que simula uma carpectomia total e
substitui a cabeça do capitato.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
TÉCNICA: UNIVERSAL II
Incisão dorsal, neurectomia do NIP, incisão preservando cápsula (para no fim cobrir
implante), excisão da metade proximal do escafóide, semilunar e piramidal.
Pino guia é inserido no rádio, no quadrante radial dorsal, 5mm abaixo do tubérculo de lister. É
inserido e checado na fluoroscopia, tentando ser paralelo à cortical no AP e P.
Inserção das guias de corte, fresagem do rádio distal, passa-se ao componente distal. Fio guia é
inserido através do capitato e do 3° metacarpal, e checado na fluoroscopia. Este fio é fresado
com broca canulada, retirado, e no furo criado é inserido o guia de corte distal. São feitos os
cortes.
Após prova adequada, componentes são inseridos, com ou sem cimento. Importante
artrodesar os ossos da fileira distal para suportar o componente carpal. Checa-se o ADM,
especialemente a extensão, e ferida é fechada. Se tendões extensores estiverem com
tendência a luxação para ulnar ao implante, deverão ser centralizados.
TÉCNICA: RE-MOTION
Possui um guia de corte, que é inserido na fossa do semilunar, que permite os cortes carpais e
radiais. Guia de fresa intramedular do rádio é alinhado, no AP com o tubérculo de Lister.
Punho deve ser estável com 40° de flexão, 40° de extensão e apresentar gap de 2-3mm com
distração.
Esta tira passa profunda ao ERCC, ELP, EPI e ECD, sem incluir
extensor próprio do 5°. Ela então é suturada no extensor radial
curto do carpo. Este laço mantem os extensores alinhados.
Resultados
Alívio da dor previsível, ADM altamente varíavel, mas espera-se
40 de extensão, 20 de flexão, 10° desvio radial e 15° de desvio
ulnar. Em pacientes reumatóides estes valores são menores.
Subluxação carpal palmar (no Rx em P) e lesão ERCC, ERLC e EUC são contraindicações.
Hemiartroplastia do punho
Como a soltura do componente distal é comum na artroplastia total, surgiu o conceito de
hemiartoplastia, onde é realizada carpectomia proximal junto com a substituição da
superfície radial.
Instabilidade rotatória do escafóide: Termo não está correto. Escafóide sofre flexão e
pronação mas também translação dorsolateral.
Nomes das articulações deve ser dado de proximal para distal (luno-capitato) e de radial para
ulnar (luno piramidal).
ANATOMIA
Fileira distal: 4 ossos juntos, pouca mobilidade
entre eles.
Os ossos da coluna central são colineares em 30% dos casos. Em 30% o semilunar está
levemente fletido e em 40% está levemente extendido em relação ao eixo longo do rádio.
Ecafóide se encontra em 45° de flexão em relação ao rádio, podendo o normal variar entre
30-60°. Assim fornece apoio ao 1° metacarpal, que sen encontra em plano anterior ao do
capitato.
ANATOMIA LIGAMENTAR
Apenas 3 ligamentos extracapsulares:
- Ligamento piso-hamato
- Intracapsulares Extrínsecos
Conectam o antebraço ao carpo, são inseridos nos ossos, mais elásticos e menos resistentes à
tração. Tendem a apresentar lesões intrasubstanciais.
-Intracapsulares Intrínsecos
Ligamentos Extrínsecos
RADIOCARPAL PALMARES
Ligamento radioescafosemilunar (Kuentz e Testut): Feixe vascular que supre o canto palmar
do pólo proximal do escafóide. Não é um ligamento verdadeiro.
ULNOCARPAIS PALMARES
Inserção distal do ulnocapitato se junta com as fibras do ligamento piramidal-capitato antes da sua
inserção no capitato.
Este ligamento conjunto, junto com o ligamento radioescafocapitato forma um ligamento em forma de
V distal, chamado de ligamento arqueado.
RADIOCARPAL DORSAL
Não existem ligamentos ulnocarpais dorsais. Não existem ligaementos entre os estilóides
radial e ulnar com as bordas do carpo, funcionando como colaterais. Esta função é substituida
pela ação dinâmica do Abdutor longo do Polegar (lateralmente) e Extensor Ulnar do Carpo
(medialmente).
Ligamentos Intrínsecos
Existem 2 tipos de ligamentos intrínsecos: Os intercarpais transversos, que concetam ossos da
mesma fileira, e os mediocarpais, que atravessam a articulação médiocárpica.
Articulação Escafolunar:
Articulação lunopiramidal:
Porção volar é a mais resistente (301N), seguida pela dorsal (121N) e pela membranosa (64N).
Esta é formada por tecido fibrocartilaginoso, separa o espaço mediocárpico do radiocárpico e
costuma ser perfurada em idosos.
As fibras dos ligamentos lunopiramidais se encontram sob maior tensão que as do escafolunar,
durante todo o arco de movimento.
A fileira dista se encontra firmemente aderida por fortes ligamentos intercarpais transversos.
Volarmente:
Ligamento Escafocapitato
Dorsolateralmente:
Ligamento escafotrapézio-trapezóide
Dorsalmente:
Ligamento intercarpal dorsal: Único ligamento que cruza o dorso da mediocárpica. Surge na
tuberosidade dorsal do piramidal, cruza transversamente, distal ao ligamento escafopiramidal
dorsal, e se insere no dorso do escafóide, trapézio e trapezóide.
Lateralmente
Biomecânica do Punho
Cinemática estuda como punho se move. Cinética estuda como ele suporta cargas.
Cinemática
Não há inserção tendínea na primeira fileira. Quando há contração muscular, a fileira distal é a
primeira a se mover, e a fileira proximal só se move quando os ligamentos mediocárpicos
ficam tensos e iniciam rotação.
FLEXO-EXTENSÃO
Raio do semilunar é maior do que o do pólo proximal do escafóide. Assim, escafóide flete mais
do que o semilunar durante a flexão do punho.
Semilunar tem leve tendência à extensão e é mais estreito dorsal do que palmar.
INCLINAÇÃO RADIOULNAR
Na inclinação ulnar, o trapézio e trapezóide extendem o escafóide, que fica quase colinear com
o rádio. Semilunar e piramidal também extendem, mas em menor quantidade. Por isso, se
punho em devio ulnar durante Rx ou TC, pode-se erroneamente acreditar que exista DISI.
MOVIMENTO DE ARREMESSO DE DARDOS
Plano mais comum de movimento no cotidiano vai da extensão radial para flexão ulnar, como
quando alguém arremessa um dardo. Maior parte do movimento ocorre na articulação
mediocárpica. Neste plano, escafóide e semilunar permanecem em posição neutra.
Músculos que realizam este movimento são ERCC, ERLC e FUC. Centro de rotação deste
movimento é na cabeça do capitato.
Movido pelo FRC e EUC, punho vai da extensão ulnar para a flexão radial, com mínimo
movimento na mediocárpica, sendo o movimento apenas da radiocárpica. Centro de rotação
deste movimento é na articulação luno-capitato.
Cinética Carpal
Forças geradas na mão são transmitidas na mediocárpica da seguinte
maneira Maioria dos cistos sinoviais
surgem do espaço escafolunar, já
STT: 30% que tende a surgir em áreas de
Escafocapitato + lunocapitato: 50% sobrecarga ligamentar
Piramidal-Hamato: 20%
Na fileira proximal, energia é transmitida:
CFCT: 15%
Essas cargas variam conforme posição do punho. Em desvio radial, a fossa do escafóide é mais
carregada. Em desvio ulnar, a fossa do semilunar. Na posição funcional do punho (extensão e
desvio radial), o semilunar recebe mais carga que o escafóide.
Um punho é considerado estável quando sustenta cargas fisiológicas em todas as posições sem
desvio anormal dos ossos.
Assim, fortalecimento dos supinadores trata instabilidades do escafóide, enquanto que a dos
pronadores trata instabilidades do rebordo ulnar.
PATOLOGIAS DO PUNHO
Mal alinhamento não é igual a instabilidade
Patomecânica
Lesões no carpo podem ser causadas por mecanismo direto, quando a força é aplicada
diretamente no osso (esmagamento), ou indireto, quando a força age à distância.
Menos comumente o capitato irá sofrer uma fratura. Nestes casos o corpo
do capitato se desloca dorsalmente, junto com a fileira distal, enquanto
que a cabeça fica para trás, podendo rodar completamente (Sd de Fenton:
Transescafo-transcapitato com rotação de 180° da cabeça).
Na maioria dos casos, a luxação dorsal da segunda fileira leva à uma lesão
por estiramento na substância do ligamento radioescafocapitato, que é
quem limita a luxação dorsal.
Tipo I: Rotação menor que 90° (Green 6th fala menor que 90°, Green
7th fala maior que 90°)
Tipo II: Rotação maior que 90° ao redor do ligamento radio-semilunar curto e cápsula volar.
Nestes casos a força é aplicada na região hipotenar, com o pisiforme deslocando o piramidal
para dorsal. Como o semilunar não pode se deslocar, por estar preso no rádio, cria-se um
stress na articulação lunopiramidal. Nestes casos, se tem:
Diagnóstico
EXAME CLÍNICO
História, inspeção (geralmente sem grandes alterações), palpação, ADM, força de pinça e
preensão, exame neurovascular
EXAME RADIOGRÁFICO
Sempre solicitar 4 incidências: PA, Perfil, Escafóide e Semipronada
PA
90° abdução do ombro, 90° flexão do cotovelo, rotação neutra
do antebraço e mão espalmada sobre o filme. Para checar se
PA foi bem realizado, a fossa do EUC deve estar radial ao
estilóide ulnar. Não há quebra das linhas de Gilula.
Perfil
Braço do paciente aduzido, ao lado do corpo, antebraço e punho em neutro.
Eixo do 3° metacarpal deve ser paralelo ao do rádio e cortical volar do pisiforme
deve ser equidistante da cabeça do capitato e da cortical volar do pólo distal
do escafóide.
Incidências adicionais
AP COM PUNHO CERRADO
Serve para visualizar abertura do espaço escafolunar.
Alternativamente, assistente pode exercer compressão
longitudinal. Punho deve estar em neutro de flexo-
extensão, e isto pode ser observado na 3°
carpometacárpica: quando o punho está em flexo-
extensão neutra, a articulação se encontra paralela.
Angulos maiores que 80° indicam rotura do ligamento escafolunar, mas valores menores não
descartam. Valores menores que 30° são comuns na artrose triescafo.
Ressonância: Permite identificação de lesões, mas necessita de bobina específica e cortes finos
(1mm)
Instabilidade Cárpica
Estabilidade é a capacidade de evitar subluxações e luxações, sob cargas fisiológicas, em todas
as posições do punho. Estabilidade consiste em transmitir cargas sem colapsar (estabilidade
cinética) e a de manter movimento suave sem súbitas mudanças no alinhamento cárpico
(estabilidade cinemática).
Classificação de Larsen
1) Cronicidade:
- Crônica: mais que 6 semanas. Cicatrização improváve, exceto em casos de avulsão óssea
2) Severidade
3) Etiologia
5) Direção
- Translocação radial: Fileira proximal pode ser passivamente desviada para radial,
geralmente associadas com consolidação viciosa de fraturas do rádio distal
- Translocação dorsal: Quando carpo pode ser deslocado dorsalmente, geralmente associadas
com consolidação viciosa de fraturas do rádio distal
Classificação de Instabilidade Cárpica
Mais usada é a da Clínica Mayo.
Instabilidade Cárpica Complexa (CIC): Se comportam como CID e CIND. Como exemplo, temos
as fraturas luxações do carpo.
Apesar de extendido, semilunar não luxa, por isso o SLAC não afeta a
SLAC
redioescafóide.
Porgressão da degeneração que
Pode-se diferenciar o grau I do SLAC do SNAC.
ocorre na dissociação SL
No SLAC, as alterações ocorrem no pólo proximal do escafóide e borda
Grau I: Radioescafóide
dorsal do rádio. No SNAC, a artrose ocorre entre o pólo distal do
Grau II: Escafocapitato escafóide e o estilóide radial, enquanto o pólo proximal do escafóide se
mantém intacto.
Grau III: Lunocapitato
Queixas geralmente são de perda de força de preensão, limitação de
----- Descrição original de Watson ADM, edema dorsoradial, dor em topografia dorsal de SL, estalidos.
vai até Grau III -----
Palpação da cápsula dorsal com punho em máxima flexão, distal ao
Grau IV: Piramidal Hamato tubérculo de Lister.
Grau V: Radio lunar
Exame radiográfico
Aumento do espaço escafolunar: Sinal de Terry Thomas, comparado com espaço
contralateral. Deve ser medido no meio da faceta ulnar do escafóide, e gap unilateral maior
que 5mm é diagnóstico de dissociação.
Sinal do Anel: Quando escafóide está fletido, se
aprenta encurtado no PA, e com uma anel nos seus
2/3 distais, que representa a tuberosidade do
escafóide. Este sinal não é patognomonico de
dissociação SL, estando presente em todas as
situações onde o escafóide se encontra fletido.
Tratamento
6 perguntas guiam o tratamento, estadiando o paciente:
Se lesão parcial for diagnosticada na fase aguda, onde o potencial de cicatrização é máximo,
deve-se realizar fixação da SL com fios K.
Se lesão total aguda, sem mal alinhamento carpal, considerar reparo aberto para pacientes
jovens.
Se lesão parcial crônica, 3 opções podem ser consideradas: fisioterapia, com treinamento da
musculatura supinadora intracarpal, desbridamento artroscópico do ligamento e shrinkage.
O extensor radial longo do carpo e o abdutor longo do polegar são os supinadores. O ECU é o
pronador. Flexor radial do carpo ajuda a fechar o espaço escafolunar, ao supinar o escafóide.
Pode-se tentar a fixação percutânea assistida por artroscopia, mas autor não recomenda.
Prefere o reparo aberto.
- Se NIP anormal:
O reparo de avulsões tem melhor prognóstico que de roturas na substância, e reparo deve ser
protegido com fios k na Escafolunar e Escafocapitato.Alguns autores preconizam capsulodeses
como reforço. Fios são mantidos por 8-10 semanas, seguidas de 4 semanas de tala no punho.
CAPSULODESE
São formas de evitar a flexão e pronação do escafóide, usando a capsula dorsal. A
mais comum é a capsulodese de Blatt, que usa a cápsula radioescafóide.
Capsulodese de Linscheid usa metade do ligamento intercarpal dorsal, com base radial, e
inserido no dorso do semilunar. Tenta corrigir pronação e flexão.
Nenhuma das capsulodeses se mostrou superior, e todas podem ser feitas no esqueleto
imaturo.
RECONSTRUÇÃO COM PARTES MOLES
Envolve a reconstrução do SLIL com parte do ligamento intercarpal dorsal ou do
radiopiramidal dorsal. Em ambos os casos, a inserção no piramidal é mantida e a parte livre é
inserida no canto dorso-ulnar do escafóide proximal. Resultados iniciais bons, mas sem
estudos de longo prazo
ENXERTOS OSSO-LIGAMENTO-OSSO
Autor não recomenda
DINADESE
Descrita por Seradge, consiste em passa 2/3 do ERLC
por um túnel de 3.5mm, no pólo distal do escafóide,
após sua redução, e tendose com o Flexor radial do
carpo. Em teoria o ERLC se torna um extensor
dinâmico do escafóide, enquanto o FRC impede sua
flexão. Bons resultados, mas não se sabe a
reprodutibilidade.
Semilunar se extende levemente, mas não se transloca para ulnar, pois radiosemilunar longo e
curto estão íntegros.
Escafóide é facilmente reduzido e não há degeneração da cartilagem. Como há mal-
alinhamento ao repouso, este estágio é considerado uma instabilidade estática.
Classificação de Taleisnik
Assim, não é possível reconstruir o SLIL se baseando no semilunar, pois ele é instável e levará a
falha do procedimento. Reconstrução deve ser baseada no rádio.
TENODESE ESPIRAL
Quando submetida a carga axial, fileira distal tende a pronar, escafóide tende a fletir e pronar
e semilunar a se deslocar ulnarmente pela inclinação do rádio.
Para evitar todos estes deslocamentos, alguns ligamentos devem estar íntegros:
- Radiopiramidal dorsal
- Escafolunar dorsal
- Intercarpal dorsal
- Escafocapitato palmar
Com exceção do radiopiramidal dorsal, todos estes ligamentos fazem uma espiral ao redor da
coluna central, que previne a pronação excessiva da fileira distal quando colocada sob carga.
A Tenodese Espiral anti-pronação de Chee visa reconstruir todos estes ligamentos, usando
uma única tira do Flexor Radial do Carpo. Mesma técnica da tenodese triligamentar, porém
tendão passa num túnel dorso-volar no piramidal, saindo no túnel do carpo. Lá, passa por
baixo dos FFPP, e se insere no estilóide radial. Técnica indicada para instabilidades facilmente
redutíveis, sem lesão condral.
Estágio 6 – Lesão crônica do SLIL, colapso carpal irredutível, cartilagem
normal
Fibrose, contratura da cápsula ou deformidades das articulações torna o colapso carpal
irredutível. No entanto, as superfícies condrais se encontram intactas.
ARTRODESE ESCAFOLUNAR
Consolidação em apenas 50% dos casos. Fibrose, no entanto, pode diminuir sintomas
ARTRODESE ESCAFOCAPITATO
Se comporta similarmente a artrodese da STT, mas causa mais perda de movimento. 30% dos
pacientes desenvolvem artrose na rádio-escafóide. 2/3 satisfeitos
ARTRODESE ESCAFO-SEMILUNAR-CAPITATO
Reduz movimento do punho em 50%, mas alinha escafóide com semilunar. Indicada para grave
colapso fixo, sem degeneração condral do pólo proximal do escafóide ou da fossa para o
escafóide no rádio. Combinar procedimento com estiloidectomia dorsoradial.
Com o tempo, pela incapacidade de flexão do escafóide, a STT pode sobrecarregar por
impacto, levando a dor na flexão ou desvio radial do punho. Para isso, recomenda-se a excisão
do terço distal do escafóide. Assim a médiocárpica fica livre lateralemente, e até 50% do
movimento normal é obtido.
ARTROSCOPIA
Usada para avaliar superfícies articulares, do rádio e capitato, para se decidir entre 4 cantos ou
carpectomia proximal.
ESTILOIDECTOMIA RADIAL
Preservar ligamentos radiocarpais volares. Procedimento isolado não impede a progressão do
SLAC.
CARPECTOMIA PROXIMAL
Pode gerar artrose entre a cabeça do capitato e a fossa do semilunar, especialemente em
pacientes mais novos que 35 anos. Nesses casos, pode ser convertida paara artrodese total do
punho. (1/3 dos pacientes apresentam degeneração em 10 anos, sendo, no entanto,
assintomáticas na maioria dos casos)
Dissociação Lunopiramidal
Secundárias a queda para trás, punho hiperextendido, membro superior rodado externo e
antebraço supinado, punho extendido e com desvio radial.
Impacto é concentrado na região hipotenar, mais precisamente no pisiforme, que irá deslocar
o piramidal dorsalmente. O semilunar não segue este desvio, pois está preso pelos ligamentos
radiosemilunar longo e curto. Assim, ocorre a rotura do ligamento luno-piramidal.
Lesões do ligamento lunopiramidal pode ser associada a lesões periféricas do CFCT e avulsões
distais do ligamento ulnopiramidal. O mecanismo desta lesão é similar, porém os vetores de
força predominantes são o desvio radial e pronação. Qualquer avulsão volar do piramidal
deve ser interpretada como lesão do luno-piramidal associada a lesão ulnopiramidal.
Lesão luno piramidal pode ser o terceiro estágio de Mayfield, e deve ser tratado junto como a
correção do SLIL.
Quando um punho é submetido a carga axial, com lesão dos ligamentos lunopiramidal e
radiopiramidal dorsal, ocorre flexão do escafóide, semilunar e subluxação anterior do
capitato (padrão VISI). Porém, em casos de lesão apenas do lunopiramidal, ocorre
instabilidade dinâmica, mas não colapso carpal. Isso explica porque é rara a artrose radiocarpal
em casos de instabilidade estática da luno-piramidal: O escafóide e semilunar mantém sua
relação com o rádio.
Diagnóstico
Dor dorsal no punho, que piora com desvio ulnar e supinação do antebraço.
Exame físico
Teste da gaveta de Reagan: Com uma mão se estabiliza o
semilunar. Com a outra, se faz translocação dorsovolar
do pisiforme e piramidal. Positivo se dor, crepitação ou
mobilidade auementada
Exame radiográfico
Lesões parciais geralmente apresentam radiografia normal.
Nenhum destes achados radiográficos irá se alterar com a inclinação ulnar do punho, exceto
pela migração proximal do piramidal em relação à fileira proximal.
No entanto, com esse ângulo é possivel se diferenciar uma dissociação lunopiramidal de uma
Instabilidade cárpica não dissociativa em VISI.
Tanto num punho normal quanto na CIND-VISI,o eixo do piramidal é volar ao eixo do
semilunar. Na dissociação lunopiramidal, o eixo do piramidal sempre é dorsal ao eixo do
semilunar.
Outros testes diagnósticos
RNM pode mostrar sinais de impacto
ulnocarpal.
Tratamento conservador é possível, com gesso longo, com apoio no pisiforme e dorso do
rádio, para manter articulação reduzida.
Se instabilidade cárpica redutivel, pode ser tratada por uma tira do EUC, mantida rpesa
distalmente, passada por túneis no piramidal e semilunar, associada a pinagem por 8 semanas
(técnica de Shin).
Autor recomenda adicionar uma fusão radiolunar, mas afirma que há pouca orientação na
literatura.
Instabilidade crônica, sem colapso carpal: Reconstrução ligamentar com ECU (Shin).
Autor raramente realiza artrodese, mas quando faz, se atenta ao tamanho da ulna. Se Ulna
plus, associa um procedimento de Wafer.
INSTABILIDADE RADIOCARPAL
Ocorre em pacientes com foruxidão, ruptura ou insuficiência dos ligamentos radiocarpais. O
carpo desce a inclinação radial em direção ulnar (a instabilidade radiocarpal mais comum).
Com o tempo a cápsula se torna distendida e o punho se torna permanentemente deslocado.
Comum em AR e Madelung.
No tipo II, RSC e RS estão íntegros, porém os radiolunares e o escafolunar estão rompidos.
Sempre suspeitar de uma CIND radiocarpal tipo II quando encontrar aumento do espaço
escafolunar. Tratamento apenas do SLIL, levará a falhas. Se redutível, tipo II é candidata a
tenodese espiral.
Exames de stress dinâmico são indicados para avaliar a instabilidade radiocarpal. Carga axial
em punho radialmente inclinado leva a flexão máxima da fileira proximal. Caso o ligamento
radiocarpal dorsal esteja rompido ou alongado, irá ocorrer uma translação ulnar do semilunar
além da fossa sigmóide.
Patomecânica
Quando sofre carga axial, a fileira proximal tende a
fletir e pronar. Esta tendência é contida pelos
ligamentos mediocarpais volares. Os ligamentos mais
importantes são o ligamento piramidal-hamato volar,
piramidal-capitato volar, escafocapitato e STT
dorsolateral.
Exame físico
Uma manobra para determinar a frouxidão médiocarpal é o teste de Lichtman.
Exame radiográfico
Padrão VISI, no PA, escafóide encurtado, sinal do anel, semilunar com
formato de lua com concavidade apontada para o escafóide.
Diagnóstico Diferencial
Principal Dx Diferencial da VISI se faz com instabilidade Lunopiramidal, e deve-se fazer o teste
de Reagan ou o de Kleinman, que são negativos na CIND. Radiograficamente, os ângulos
escafolunar e lunopiramidal são normais na CIND.
Tratamento
Incialmente conservador, com tala apoiando o
pisiforme e reduzindo primeira fileira em neutro.
Punho se aparenta normalmente alinhado, exceto em desvio ulnar, quando ocorre subluxação
dorsal do capitato, geralmente associado a um clique. Teste da gaveta posterior é útil neste
caso.
Mal-Alinhamento Carpal
Mal alinhamento adaptativo é aquele que ocorre para se ajustar a alterações extracarpais,
como forma de preservar a coerência articular. Geralmente, após a correção da causa, o mau
alinhamento de resolve, mas em casos crônicos, ligamentos podem se afrouxar, levando a
instabilidade.
Mau-Alinhamento Carpal Secundário a Deformidade do Rádio Distal
A consolidação viciosa do rádio distal mais comum é encurtamento, extensão, desvio radial e
supinação do fragmento distal em relação à diáfise.
Independente da deformidade, punho semore tenta se alinhar com a diáfise do rádio, o que
gera o mal-alinhamento carpal.
Se o desvio é dorsal, a mediocárpica irá se fletir, distendendo a cápsula dorsal. Associado com
a frouxidão dos ligamentos mediocarpais volares que ocorrem quando o punho está fletido,
leva a luxação dorsal do capitato sobre o semilunar, quando o punho sofre inclinação ulnar,
levando a estalido.
Correção do rádio deve ser feita antes que ligamentos se alonguem, levando a CIND-VISI ou
CIND-DISI.
Pacientes com consolidação viciosa queixam-se de dor dorsoradial no punho. Geralmente isso
é causado por sinovite médiocarpal, induzida por subluxação recorrente do capitato.
Quando ocorre a deformidade em corcunda, ocorre absorção do córtex volar, e o pólo distal
se encontra fletido e desviado em direção ulnar, em relação ao pólo proximal. Esta
pseudoartrose pode ser considerada uma CID, que evoluiu para um padrão de mal-
alinhamento em DISI.
Na presença de fratura de escafóide, DISI deve ser interpretado como sinal de desvio da
fratura.
No começo, mal-alinhamento é adaptativo, mas com o tempo evolui para CIND-DISI, com
contração da cápsula dorsal radioescafóide, lesão dos ligaemtos radiocarpais volares e fibrose
do espaço de Poirier.
Mau-Alinhamento Carpal Secundário a Deformidade do Semilunar
Com a fragmentação do semilunar, ocorre frouxidão da articulação radiolunar e luno-
piramidal. Assim escafóide irá fletir e pronar, enquanto piramidal irá migrar proximalmente.
LUXAÇÕES E FRATURAS-LUXAÇÕES
Instabilidades carpais Complexas, que possuem características tanto de CID quanto de CIND.
TRATAMENTO
Redução Fechada: Relaxamento muscular
completo é necessário para a redução, com
anestesia. Tração contínua por 10 minutos, com
cotovelo a 90°. Após 10 minutos, tração é
liberada, e manobra de Tavernier é realizada.
Redução deve ser anatômica, ou ligamento não cicatrizará e levará a instabilidade cárpica
tardia. Fios são inseridos como joysticks no escafóide e semilunar, para redução. Após redução
anatômica, é
passado fio
rádio-semilunar.
Dois fios
divergentes
devem ser
passados no
espaço
escafolunar.
Punho então é
inclinado em
direção radial,
para trazer o
piramidal em
direção ao
semilunar. Dois outros fios são passados no espaço lunopiramidal.
Fios são mantido por 8 semanas, e tala por mais 4, totalizando 12 semanas de tratamento.
ADM esperada é 70% do estado pré-trauma. Menos de 1/3 consegue voltar a trabalho braçal.
Método preferido do autor: Luxações perilunares
Reduzir o mais rápido possível, para descomprimir mediano. Após redução, manter braço
elevado até cirurgia definitiva.
Autor recomenda dupla via, com reparo do escafolunar dorsal e lunopiramidal volar, com
fixação das articulações com fio K.
FRATURA-LUXAÇÃO TRANSESCAFO-PERISSEMILUNAR
60% das luxações perisemilunares estão associadas com fraturas de escafoide, geralmente do
terço médio. Comumente, fragmento proximal continua preso ao semilunar, mesmo que ele
tenha luxado.
Redução fechada, fixação percutânea: Usada quando cirurgia aberta está contraindicada. 2
fios passados no escafóide e 2 na lunopiramidal.
FRATURA-LUXAÇÃO TRANS-ESCAFO-TRANSCAPITATO-PERISEMILUNAR
Síndrome escafocapitato (ou Síndrome de Fenton): Fratura do
escafóide e do capitato, com rotação entre 90-180° do pólo
proximal do capitato. Esta fratura ocorre no choque entre
capitato e labio dorsal do rádio.
TRATAMENTO TARDIO DE
FRATURAS NEGLIGENCIADAS
16-25% dos casos não são
diagnósticados.
Nas luxações perilunares volares sem fratura, inevitávelmente haverá uma fratura do
escafóide ou lesão do ligamento escafolunar. São lesões instáveis, de tratamento cirúrgico
com RAFI.
Luxações radiocarpais
Classificação de Dumontier:
Tipo I: Luxação pura, sem fratura do rádio distal. Extremamente raro, sendo resultados de
trauma torcional e cisalhamento em jovens. Lesões neurovasculares são comumente
associadas.
Desbridamento e
tratamento das lesões de
partes moles devem ser
realizados. Prognóstico
ruim.
Luxações isoladas de ossos do carpo
Causada por força localizada, direta ou indiretamente, sobre um osso. Mais comuns na coluna
radial. Enucleação (exceto escafóide e semilunar) geralemente é bem tolerada.
Luxação do Escafóide:
Nas radiografias esacfóide se aparenta com polo proximal luxado para frente e lateralmente,
com seu pólo distal preso ao trapézio.
Redução obtida com tração e compressão direta. Costuma ter bons resultados, necrose
avascular é rara.
Luxação do trapézio:
Maioria são luxações axiais radiais peritrapézio, levando 1° metacarpo junto com ela.
Resultado de trauma direto em aspecto dorso-lateral do punho ou Hiperextensão-supinação
de um punho inclinado radialmente. Tratamento feito por trapezectomia.
Luxação do trapezóide:
Muito raras, geralmente associadas a luxação do 2° metacarpal. Luxações palmares pordem
romper tendões por atrito. Geralmente causadas por trauma direto e hiperextensão da
articulação médiocárpica. Redução obtida em luxações dorsais. Luxações volares são tratadas
por excisão e artrodese local.
Capítulo 14- Articulação Radioulnar distal
Anatomia
Fossa sigmóide tem diâmetro maior que cabeça da ulna.
Rebordo dorsal é mais agudo enquanto o rebordo palmar é
mais arredondado e aumentado por lábio cartilaginoso.
Maiores cargas são colocadas na margem radial do disco articular durante a carga axial do
punho, especialmente com o antebraço em pronação. Isso explica a maior incidência de
lesões nesta região.
Estabilizadores Secundários
Pronador Quadrado: Se contrai durante a pronação,
fechando a ARUD
Assim, lesões centrais não possuem potencial para cicatrização, enquanto lesões periféricas
possuem.
Contato articular na ARUD máximo ocorre na posição neutra (60% de contato). Nos extremos
de supinação e pronação este número cai pra 10%.
Exame Físico
Sensibilidade no ponto entre tendão do FUC, estilóide ulnar e trapézio sugere lesão do CFCT.
Instabilidade e subluxação do EUC ocorre com supinação do antebraço e flexão com desvio
ulnar do punho.
Lesões da ulnocarpal são elicitadas por carga axial, desvio ulnar do punho, manipualação no
arco de flexo-extensão com posições variadas de rotação do antebraço.
Exames de Imagem
RADIOGRAFIA
PA neutro: Ombro 90°, cotovelo 90°, rotação neutra
antebraço, mão espalmada no filme.
Fraturas do rádio distal associadas a fraturas do estilóide ulnar com mais de 2mm de desvio
sugerem lesão da ARUD.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Bilateral com antebraço em neutro, supinação e pronação.
Nenhum do
método de
avaliação da
ARUD se
mostrou
superior.
RESSONÂNCIA:
Boa sensibilidade e especificidade para lesões
CINTILOGRAFIA
Papel limitado para ARUD, mas identifica bem impacto ulno carpal
ARTROSCOPIA
Mais sensível que exames não invasivos, sinal do trampolim indica um CFCT instável, mas não
uma ARUD instável.
LESÕES 1A : Dor na borda ulnar do punho, que piora com power-grip, desvio
ulnar e rotação do antebraço. Lesão tipicamente limitada ao disco articular,
localizada de 2-3mm ulnar à inserção radial do disco articular, orientada de volar
para dorsal. Tratamento incial é conservador (ulna-plus tem menos chance de
sucesso do tratamento conservador).
LESÕES 1C:
Lesão dos ligamentos ulnocarpais, podendo ser completa ou incompleta,
intrasunstancial ou avulsão. São as lesões traumáticas mais raras. Podem
ocorrer associadas a lesões 1B ou do ligamento lunopiramidal. Sinal mais
óbvio é uma frouxidão volar do carpo
em relação à cabeça da ulna, similar ao
caput ulnar da artrite reumatóide.
LESÕES 1D:
Avulsão do CFCT do rádio, completa ou incompleta, com ou
sem fragmento ósseo, envolvendo um ou ambos ligamentos
radioulnares. Sintomas semelhantes aos outros tipos,
associadas com fraturas do rádio distal.
Fraturas de Galeazzi quase sempre possuem lesão 1B. Quanto mais distal a fratura do rádio
(terço distal ou até 7.5cm proximal à articulação radiocárpica), maior o risco de lesão da
ARUD.
AVALIAÇÃO
Deformidade da cabeça da ulna, avaliação é testada com o antebraço em neutro, supinação e
pronação, e só pode ser avaliada após fixação do rádio.
LUXAÇÃO SIMPLES
Dorsal é a mais comum, e redução é obtida com a pressão da cabeça da ulna e rotação do
rádio em direção da ulna. Tendão do EUC pode se interpor. Imobilizar em supinação se luxação
dorsal e pronação se volar. CFCT quase sempre se rompe na ulna.
Se ARUD continuar instável após fixação do rádio, a fixação de uma fratura basilar do estilóide
ulnar restaura a estabilidade, caso o CFCT não esteja lesado. Tamanho do estilóide indica a
síntese, e RMS geralemente é necessária.
Instabilidade crônica da ARUD pode ser causada sem fratura do rádio distal. Mecanismo de
trauma é queda sobre punho hiperextendido ou rotação inesperada do punho (furadeira
travada). Sintomas são dor na borda ulnar do punho, que pioram com carga e rotação do
antebraço.
No exame físico existe o aumento da translação em pelo menos uma posição de rotação do
antebraço, sendo geralmente maior na rotação neutra do que em supinação ou pronação.
Press test: Paciente se levanta da posição sentada, com auxílio das mãos. Ao empurrar mesa,
que se encontra em sua frente, irá apresentar depressão da vabeça da ulna e dor no lado
afetado.
TRATAMENTO
Fortalecimento de antebraço e punho. Se pseudoartrose sintomática do estilóide ulnar,
realizar excisão. Se fragmento for grande e levar instabilidade ao CFCT, repará-lo à base, com
suturas transósseas.
3 categorias de reconstrução
Conexão ulnocarpal indireta: Técnicas de Boyes e Bunnel e Hui e Linscheid, que recontroem os
ligamentos ulnocarpais volares usando fita de FUC de base distal. Aplicáveis quando a
instabilidade ulnocárpica é o principal problema, e a instabilidade da ARUD é de menor
importância.
A reconstrução dos ligamentos radioulnares distais é a opção mais anatômica e que melhor
retaura a estabilidade sem perda de força ou rotação. Fossa sigmóide deve estar preservada
(se não estiver, realizar oteoplastia dela, ou considerar outra cirurgia).
73% dos cadáveres com ulna plus ou neutra apresentavam perfurações do CFCT, enquanto
que apenas 17% dos com ulna-minus apresentavam perfurações. Há relação inversa entre
variância ulnar e espessura do disco articular. Pacientes com ulna-plus apresentam disco mais
fino, com maior propensão à perfuração.
Durante power-grip, ocorre ulna-plus fisiológica, de até 2mm, especialmente comm antebraço
pronado.
Avaliação
Dor em rebordo ulnar do punho, que piora com desvio ulnar e power-grip, especialmente se
combinada com prono-supinação. Devsio ulnar passivo e ativo pioram a dor, especialmente se
combinados com depressão da cabeça da ulna e elevação do carpo ulnar (pisiform boost).
Tratamento
Degeneração ulnocarpal é fenômeno normal, e tratamento conservador deve ser tentado.
Na presença de ulna plus estática ou dinâmica, descompressão ulnar pode ser obtida por
osteotomia encurtadora (diafisária ou metafisária) ou ressecção parcial da ulna distal. A
ressecção da ulna distal não tem efeito sobre a tensão dos estabilizadores secundários da
ARUD, assim, se houver possibilidade de instabilidade da ARUD, osteotomia encurtadora é
melhor opção.
Uma osteotomia realizada pproximalmente ao feixe distal oblíquo irá tensioná-lo, aumentando
assim a estabilidade da ARUD.
Atraso de consolidação e
necessidade de RMS são
principais complicações.
Artrose da ARUD
Dor, diminuição de força de preensão e rigide são so principais sintomas. Dor com rotação de
antebraço, que aumenta com a compressão da ARUD, é achado de EF.
Objetivo é a remoção de toda a superfície radial e dorsal da cabeça da ulna, para impedir
impacto com o rádio durante a rotação.
Acesso dorsal, entre 5° e 6° compartimento, elevado flap retinacular de base ulnar, Ressecção
de 3-7mm da cabeça da ulan, que articula com a ARUD. Se necessário, realizar encurtamento
no colo da ulna (até variancia negativa de 1-2mm).
Retináculo é interposto.
Procedimento de Sauvé-Kapandji
Artrodese da ARUD com criação de pseudoartrose
proximal a ela. Indicada em pacientes mais jovens e ativos.
Procedimento de Darrasch
Indicado para pacientes de baixa demanda com
degeneração na ARUD.
Contraturas da ARUD
Contraturas pós traumáticas são comuns, especialmente após fratura do rádio distal, com
perda da supinação. 6 meses de FST antes de operar. Cápsula volar tem uma redundância, que
aceita a cabeça durante a supinação. Após a imobilização em pronação, esta cápsula se
contrai, restringindo a supinação, bem como a contratura do Pronador quadrado. Cápsula
dorsal é mais fina, e meos provável de impedir a pronação. Capsulectomia volar é realizada
para ganho de supinação e dorsal para ganho de pronação.
Artrose e subluxação da ARUD são contraindicações para tratamento cirúrgico.
Capsulectomia dorsal:
Acesso dorsal, ressecção de toda a cápsula dorsal, sem lesar ligamentos radioulnares distais ou
bainha do EUC. Realizada pronação passiva.
Capsulectomia volar:
Liberação do pronador quadrado e da cápsula volar, sem lesar ligamento radioulnar distal.
Supinação passiva para ver ganhos.
A subluxação volar do tendão é achado comum na artrite reumatóide, e quase sempre está
presente na síndrome do caput ulnae (subluxação dorsal da ulna, subluxação volar do carpo).
Nestes pacientes, sempre considerar a recentralização do EUC.
ANATOMIA
Mão e rádio rodam, como bloco, ao redor da cabeça da ulna,
atravé da fossa sigmóide, com estabilidade dada pelo CFCT.
O ideal é realizar medida em comparação com o lado contralateral do paciente. Como nem
sempre isto é possível, pode-se usar o semilunar como comparação. Num punho normal, a
distância AP tem a mesma medida que o diâmetro de um círculo que melhor representa a
superfície articular do semilunar.
Profundidade da cavidade articular: Linha perpendicular à distância AP, que vai até a
maior profundidade da articulação. Medida comparada com o lado contralateral, sendo que
diferenças maiores que 2mm estão associadas com artrose e limitação de ADM
Classificações
Possuem baixa concordância intra e interobservadores
CLASSIFICAÇÃO AO
A: Extraarticular tanto da radiocárpica quanto da ulnocárpica
C: Articular total
A1: Rádio intacto, ulna extrarticular
CLASSIFICAÇÃO DE FRYKMANN
Números maiores indicam pior prognóstico. Números pares apresentam fratura da ulna distal
associada.
1: Extrarticular
2: 1 + ulna distal
3: traço radiocárpico
4: 3 + ulna distal
5: traço radioulnar
6: 5 + ulna distal
7: traço radiocárpico +
radioulnar
8: 7 + ulna distal
CLASSIFICAÇÃO DE MELONE
4 componentes principais.
1) Diáfise radial
2) Estilóide Radial
CLASSIFICAÇÃO UNIVERSAL
Tipo 1: Extraarticular, sem desvio
A: Redutíveis e estáveis
B: Redutíveis e instáveis
C: Irredutíveis
A: Redutíveis e estáveis
B: Redutíveis e instáveis
C: Irredutíveis
CLASSIFICAÇÃO DE MAYO
Baseia-se na fratura ser intra ou extra-articular, e se fratura é redutível ou não.
Tipo 1: extra-articular
Tipo 2: Articulação
radioescafóide
Tipo 3: Articulação
radiolunar (die-punch)
Tipo 4: Articulação
radioescafolunar
CLASSIFICAÇÃO DE MEDOFF (FRAGMENTO ESPECÍFICA)
Reconhece 5 principais fragmentos
articulares:
CLASSIFICAÇÃO DE FERNANDEZ
Método preferido pelo autor. Baseada no mecanismo da fratura. Lesões ligamentares
associadas, fraturas do carpo e lesões de partes moles são diretamente relacionadas com a
direção e energia do trauma. Redução é aplicada em direção oposta àquela que produziu o
trauma.
Tipo I: Fratura metafisárias extrarticulares, por mecanismo de torção, onde uma cortical falah
por tensão e a outra por cominuição. Exemplo, fratura de Colles.
Tipo III: Fraturas por compressão da superfície articular. Impacção do osso subcondral e
metafisário. Geralemente traumas com maior energia, que envolve as duas colunas radiais,
como exemplo se tem o Die-punch.
Tipo IV: Fraturas avulsão de inserções ligamentares, como as do estilóide radial ou da borda
dorsal do rádio associadas com fraturas-luxação radiocárpicas.
Tipo V: Mecanismo combinado, traumas de alta energia que geralmente envolvem metáfise e
diáfise. AO C3.
FRATURA DE CHAUFFEUR
Fratura do estilóide radial, translação ulnar do carpo, lesões associadas dos ligamentos
intercarpais e radiocárpicos extrínsecos. Lesão do ligamento escafolunar associada.
FRATURA DIE-PUNCH
Depressão da fossa do semilunar (dorsal), permitindo a migração proximal do
semilunar ou da fileira proximal do carpo
CLASSIFICAÇÃO DE THOMAS
Classificação para fraturas de Smith (rádio distal com desvio volar do fragmento distal)
Tipo II: Intraarticular, com desvio volar e proximal do fragmento junto com o carpo. É um
Barton volar. (Barton dorsal ocorre a migração proximal e dorsal do carpo)
Tipo III: Fratura extraarticular, com traço mais oblíquo que no tipo I, com luxação volar do
fragmento distal e carpo.
Lesões Associadas da ARUD
Estabilidade da ARUD, após estabilização do rádio, depende da restauração da fossa sigmóide
e da continuidade dos ligaementos radioulnares dorsal e volar, que se inserem na fóvea.
Tipo I: Lesões estáveis da ARUD, tratadas apenas por redução do rádio. Exemplos: avulsão da
ponta do estilóide ulnar e fraturas estáveis do colo da ulna. Em ambos os casos, as inserções
foveais do CFCT estão intactos.
Tipo II: Lesões instáveis da ARUD, que apesar da redução adequada do rádio, irão apresentar
instabilidade da ARUD. Esta instabilidade é causada por lesão maciça do CFCT ou fratura
através ou abaixo da fóvea. Tratamento se dá com gesso em supinação, fixação da ARUD com
fios K, reparo do CFCT ou fixação do estilóide
Tipo III: Fraturas cominuidas da fossa sigmóide ou da cabeça da ulna. Necessitam de redução
anatômica para evitar artrose pós-traumática.
Estabilidade das Fraturas
Fraturas inerentemente instáveis, que necessitam de RAFI:
- Expostas
Fraturas instáveis resultam em mal-alinhamento carpal. Autor define um carpo como mal
alinhado quanto o centro da cabeça do capitato se encontra fora das linhas dorsal e volar das
corticais do rádio.
Cominuição dorsal
Fratura da ulna
Imbilização em tala U com antebraço em neutro, discreta flexão do punho e 20-30 ° de desvio
ulnar.
Gesso curto com apoio em 3 pontos pode ser colocado em 2-3 semanas. Os pontos de apoio
dorsal são a diáfise do rádio e e metacarpais. O ponto de apoio volar é o ápice da fratura.
Fixação percutânea
Indicada para fraturas extra-articulares redutíveis e para fraturas articulares simples sem
cominuição metafisária e com boa qualidade óssa.
Pino do estilóide radial é o primeiro a ser inserido, para restaurar comprimento e inclinação
radial. Segundo fio é colocado no canto dorsal-ulnar do rádio, radial à incisura sigmóide e
entre 4 e 5 compartimento extensor (Portal 4-5). Este segundo fio segue com angulação de
45-60° em relação ao plano coronal e sagital.
Checar tendões, fletindo dedos e punho, para garantir que não ficaram
presos.
Fixação externa
Distração excessiva e prejudicial e ligamentotaxia não reduz
fragmentos articulares desviados ou impactados.
Imobilizar em supinação por 2 semanas, o que permite que a ARUD cicatrize e evita a perda
de supinação no pós-operatório. Fixador removido com 6 semanas e fios com 8.
Impacções ou cisalhamentos volares não devem ser fixadas por este método.
Redução Artroscópica e fixação percutânea
Esperar entre 3-7 dias. Antes disso, muito sangramento e risco de síndrome compartimental
por extravasamento do soro. Após, fragmentos se tornam mais difíceis de elevar.
Portal 3-4 e fluxo de saída no 4-5 ou 6U. Lavagem exaustiva para se retirar os debris.
Fragmentos são reduzidos percutaneamente, com uso de fios como joysticks.
Lesões ligamentares concomitantes devem ser tratadas no mesmo tempo, com 2 fios
divergentes cruzando a articulação intercarpal lesada (ou parafuso) e mais um ou 2
estabilizando a primeira na segunda fileira do carpo.
PLACA DORSAL
Causa irritação dos tendões extensores e por isso tem caído em desuso.
PLACA VOLAR
Método de escolha, pois pronador quadrado sobre a placa
diminui a irritação, córtex volar permite a redução e
manutenção da altura radial, não dissecar dorsal evita a
desperiostização dos fragmentos dorsais.
Classificação de Soong
determina a proeminência da
placa em relação a
watershed.
É traçada uma linha longitudinal, paralela à cortical volar do rádio. Um segunda linha, paralela
à esta, é traçada no ponto mais volar do rádio. Esta é chamada de linha crítica volar.
Não há vantagem na sutura do pronador quadrado, porém este pode ser utilizado para cobrir
placa. Checar ARUD ao final do procedimento, e tratar conforme necessário.
Se fixação do estilóide radial não for possível por 2 parafusos da placa volar, considerar fixação
com placa fragmento específica.
Fraturas do canto volar-ulnar ou faceta volar da fossa do semilunar, geralmente não são bem
fixadas com placa volar, e podem levar a luxação volar do carpo. Fixação deve ser realizada
com placa fragemnto específica ou spring-wire.
FIXAÇÃO FRAGMENTO-ESPECÍFICA
Desenvolvida por Medoff, é
técnica híbrida entre fixação
com placa e por fio K.
Implantes são colocados nas
colunas lateral e
intermediária, com 50-90° de
angulação entre si.
Fragmento volar ulnar é o restritor primário da subluxação volar do carpo. Além disso,
contem a borda volar da incisura sigmóide e a origem dos ligamentos radioulnares volares.
Geralemente a placa volar não consegue fixar este fragmento. Ele pode ser fixado através uma
incisão paralela ao FUC, e liberação do pronador quadrado.
Fragmento é fixado com fio k passado de volar para dorsal, e recuado pela via dorsal até ficar
dentro do córtex volar. Banda de tensão pode ser usada para aumentar estabilidade. 2 furos
são feitos 1 cm proximal ao traço de fratura, na metáfise. Fio de cerclagem é passado por eles
e por dentro da cápsula, sendo tensionados em formato de 8.
Fio pode ser dobrado no formato da metáfise e
fixado por baixo de placa bloqueada (spring-
wire).
Evitar hiperdistração (no máximo gap radiocárpico de 5mm), e pelo menos 3 parafusos
proximais e distais, bicorticais, são necessários. Fios K e enxerto podem ser usados para ajustar
articulação.
IMPLANTES INTRAMEDULARES
Haste intramedular: Entra de maneira retrógrada, pelo estilóide
radial, indicada para fraturas extraarticulares.
COLUNA ULNAR
Local mais comum de déficits residuais. Toda fratura do rádio distal com desvio apresenta
algum grau de lesão da ARUD. Deve-se diagnosticar e tratar as lesões logo no início.
Fraturas da base do estilóide, pela inserção dos ligamentos radioulnares dorsal e volar na
fóvea, são ponto de controversa. Foi provado que, caso pacientes não apresentem
instabilidade da ARUD na cirugia, fixação do estilóide não influencia o resultado.
Para lesões do tipo II, instáveis, podem ser tratadas com gesso
na posição de maior estabilidade (geralmente supinação) por 4
semanas, ou fixação proximal à ARUD na posição de maior
estabilidade (geralmente supinação) or 4 semanas. Se fixação
percutânea, deixar fio ultrapassando os 4 córtex, para facilitar
retirada no caso de quebra.
Lesões do tipo III necessitam de síntese da cabeça ou da fossa sigmóide, ou, caso irreparáveis,
mobilização precoce.
Se não houver fratura, e supinação estabilizar a ARUD, autor imobiliza com gesso por 4
semanas. Se apenas o posicionamento não reduzir a ARUD, autor fixa percutâneo.
Fraturas podem ser consideradas instáveis, se houver mais de 50% de cominuição dorsal,
encurtamento maior que 3mm ou idade maior que 60 anos. Destes fatores, a idade é o mais
importante.
Fraturas com desvio volar são mais raras, possuindo cominuição da metáfise volar, sendo
instáveis e necessitando de tratamento cirúrgico.
Em casos de compressão do mediano, autor não extende via de Henry para o túnel. Ele realiza
outra incisão, de 3 cm, separada, para não lesar o cutâneo palmar do mediano.
Barton dorsal é uma lesão rara, representando menos de 2% das fraturas do rádio distal, e
apresenta, como característica, uma fratura da cortical dorsal com subluxação dorsal do carpo.
Trauma de alta energia, que ocorre predominantemente em homens jovens.
- Tipo B: Fragmento volar pequeno (teardrop) – Tipo mais comum, este fragmento é a origem
dos ligamentos radiolunar longo e curto.
Autor fixa estas fraturas com placas fragmento específicas, ortogonais, com enxerto se
necessário.
Fraturas cisalhantes do estilóide radial (Chauffeur): Relativamente
comuns e às vezes associadas com lesões ligamentares no carpo ou
fratura do escafóide. Mecanismo de extensão e desvio radial leva a
fratura do estilóide radial, lesão escafolunar e fratura do estilóide ulnar.
Porém geralmente fragmentos estão desviados e não podem ser reduzidos por ligamentotaxia.
Autor recomenda fixação com placas fragmento-específicas
Fraturas em 3 ou 4 partes:
LESÕES ASSOCIADAS
Fraturas expostas: Autor leva ao CC, desbrida, imobiliza temporariamente em tala, incia ATB
EV. Se mais que 12 hr se passaram de exposição, autor coloca fixador externo e faz síntese
definitiva em 48 h.
Lesão do nervo mediano: Comum, geralemente compressão se resolve 24-48 h após redução.
Se não melhorar, ou se piorar, liberar túnel do carpo
COMPLICAÇÕES
SÍNDROME DA DOR COMPLEXA REGIONAL
Associação comum com fraturas do rádio distal.
Alodínea, edema, rigidez dos dedos são sintomas inciais. Remoção da imobilização, elevação
do membro e fisioterapia são essenciais. Predinisona pode tratar início da doença e Vitamina C
(500 mg/dia, 50 dias) pode prevení-la.
ROTURA TENDÍNEA
Rotura de Extensor Longo do polegar em até 5% dos tratamentos conservador.
Placas podem levar a irritação dos tendões dorsais (ponta dos parafusos) ou volare (própria
placa). Tendão volar mais rompido é o Flexor longo do polegar, sendo seguido pelo flexor
profundo do indicador.
PSEUDOARTROSE
Rara, tratamento indicidualizado.
Pseudoartrose do estilóide ulnar: se sintomática, pode ser tratada por excisão (fragmento
pequeno) ou RAFI. Avaliar instabilidade da ARUD. Se presente, reinserir CFCT na fóvea no
momento da excisão ou síntese do estilóide.
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA
Maiores limitações foram associadas a variancia ulnar, tilt volar e inclinação radial. Causa
mais comum de busca por atendimento associada a sequela de fraturas do rádio distal é a dor
no rebordo ulnar, pela alteração da incisura sigmóide.
- ARUD
Para saber se DISI é fixa ou não, solicita-se uma radiografia em perfil do punho, com extensão
e flexão máxima. Na deformidade adaptativa o ssemilunar será móvel.
Autor indica osteotomia corretiva para jovens ativos, incongruência articular com ou sem
luxação do carpo, 15° ou mais de desvio dorsal, variância ulnar positiva com impacto e perda
da inclinação radial.
O aumento do tilt volar é mais raro, e se apresenta com limitação da extensão e supinação.
Osteotomia é realizada, preservando córtex volar. Abertura radial e dorsal e realizada, até que
fios estejam paralelos no plano sagital. Tenotomia no braquioestilorradial, para poder abrir
radialmente a osteotomia.
Enxertia do foco e fixação com fios K, placas dorsais ou placas fragmento específicas.
Osteotomia Volar
Uso de placa bloqueada, cálculo do ângulo de correção, aplicação da
placa no fragemnto distal, com parafusos paralelos à articulação,
remover a placa e realizar a osteotomia. Finalizar córtex dorsal com
formão. ELP, ERCC, e ERLC estão em risco.
Tratadas por incisão volar de henry, com osteotomia de cunha de abertura volar, enxertia e
fixação com placa bloqueada.
Osteotomias articulares
Correção limitada, devendo ser feita o mais precoce possível. Traços de fratura podem ser
identificados somente até 8-12 semanas. TC e RNM ajudam a planejar.
Áreas sem osso subcondral é contraindicação para osteotomia articular. É preferível realizar
esta osteotomia quando há um fragmento articular simples, como nas consolidações viciosas
da fratura de Chauffeur, Barton, Die-punch, ou da teardrop.
Procedimentos da ARUD
Principais sequelas da consolidação viciosa se encontram
no rebordo ulnar do punho. Geralemente esses sintomas
são causados por incongruência da incisura sigmóide,
variância ulnar positiva ou instabilidade da ARUD.
Contratura da ARUD
Uma das causas de limitação da rotação do antebraço após fraturas do rádio distal. Excluir
outras causas, como consolidação viciosa ou degeneração articular, antes de partir para
tratamento cirúrgico.
Incisão volar ulnar ao FCU, afastando feixe para radial, liberando pronador quadrado, e
ressecando cápsula volar, proximal ao ligamento radioulnar volar.
ESCAFÓIDE
Pedra chave que liga as fileiras do carpo, sendo o osso do carpo mais fraturado,
correnpondendo a 60-70% das fraturas dos ossos do carpo. É a segunda fratura mais comum
do punho, perdendo apenas para a fratura do rádio distal.
Maioria são resultantes de traumas de baixa energia, como em atividades esportivas (59%) ou
queda sobre mão espalmada (35%). Sendo mais comum em homens jovens.
ANATOMIA
80% de sua superfície é coberta por cartilagem. Dividido em polo proximal, colo e polo distal.
Único osso que liga as fileiras proximal e distal, agindo como uma barra de conexão.
Ligado ao semilunar pelo ligamento escafolunar. Sua porção dorsal é duas vezes mais
resistente que a volar. Quando intacto, permite apenas 20-30° de movimento no espaço
escafo-lunar.
Ligamento escafocapitato surge do polo distal do escafóide e vai até a parte volar do capitato,
distal à inserção do ligamento RSC. Junto com o liagmento escafotrapézio, age como restritor
primário do polo distal.
VASCULARIZAÇÃO
Fluxo retrógrado, maior
parte proveniente da
artéria radial.
Drenagem venosa se dá pela crista dorsal, através das veias comitantes da artéria radial.
Pela vascularização do escafóide, duplo acesso não é recomendado, bem como a remoção de
tecido sobre a crista dorsal.
BIOMECÂNICA
Hiperextensão do punho maior que 95°, carga axial e desvio radial. Cortical volar sofre fratura
em tensão e a dorsal em compressão.
Mecanismo
Pardini:
Hiperextensão com Desvio Radial. Pólo proximal do escafóide fica preso entre o rádio e ligamento RSC, enquanto a
hiperextensão leva o escafóide em direção dorsal e o fratura (tensão na cortical dorsal e compressão na volar).
Green:
Dorsoflexão e desvio ulnar leva fratura do colo. Subluxação dorsal durante hiperextensão leva a fratura do pólo
proximal. Hiperextensão, desvio ulnar e supinação intercarpal leva a lesões ligamentares no carpo.
- Osteonecrose
- Tabagismo
Fraturas não tratadas do escafóide leva a um padrão de artrose chamado de SNAC, começando
pela fossa do escafóide, articulação médiocarpica e artrose pancarpal.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Dor na borda radial do punho, história de trauma, limitação de ADM
EXAME FÍSICO
70% fraturas ocorrem no colo
RNM: Melhor método para evidenciar fratura oculta. Há controvérsias no uso de RNM com
contraste para determinar vascularização
5 radiografias do escafóide:
- PA do punho
- Oblíqua
Classificação de Russe
Avalia plano de fratura, sendo que oblíquas são mais
instáveis e apresentam maiores taxas de pseudoartrose.
A: Estável e Aguda
B: Instável e Aguda
C: Atraso de Consolidação
D: Pseudoartrose
- Cominuição dorsal
- DISI
São estáveis todas as fraturas agudas do pólo distal sem desvio, incompletas do colo e
fraturas ocultas. As outras o autor considera como instáveis.
Classificação de Alnot
Grau I: Pseudoartrose linear, sem instabilidade, corcova ou desvio intracarpal
Grau II B: Movimento no foco, falaha na cortical anterior, flexão do polo proximal, DISI
Grau III: Movimento no foco, com instabilidade ou mal alinhamento redutível, e com:
IV A: mal alinhamento
Autor solicita TC oara confirmar se fratura realmente não tem desvio. Se não houver, discute
com paciente os prós e contras do tratamento cirúrgico. Se paciente optar por conservador,
autor usa gesso curto para escafóide (há discussão na literatura entre gesso curto/longo,
envolvendo ou não polegar). Se não houver consolidação em 3 meses, autor indica fixação.
MECÂNICA DA FIXAÇÃO
Como o escafóide é coberto quase todo por cartilagem, formação de calo não ocorre, então a
consolidação primária deve ocorrer, dependendo da fixação rígida e da estabilização dos
fragmentos.
A redução da fratura e colocação do implante na posição biomecânica mais favorável (terço
central ) são os fatores mais importantes para a estabilização.
Quanto mais longo o parafuso, mais rígida a fixação. Se após colocação de implante síntese
não estiver rígida, pode-se aumentar com fio K do pólo distal do escafóide para o capitato ou
com fio K no próprio escafóide, por 3 meses (deixar sepultado).
PARAFUSOS
Parafuso de Hebert, por possuir duas cabeças com
passo de rosca diferentes, promove a compressão
dos fragmentos. Cabeças devem ser colocadas nos
polos proximal e distal, na região de osso mais
denso, e parafuso perpendicular ao plano de
fratura.
Na maior parte dos parafusos de Herbert, 50% da força de compressão é perdida 12 horas
após a cirurgia. A força de compressão não está relacionada com o torque sentido ao se
apertar o parafuso.
OUTROS IMPLANTES
Parafusos absorvíveis: Faltam estudos
Ao se abrir a cápusla, dissecar tangencial ao escafóide e semilunar, com cuidado para não lesar
fibras dorsais do SLIL. Se escafóide estiver desviado, lavar hematoma e realizar redução com
fios K de joystick.
Punho é fletido e ponto de entrada, no pólo proximal, se encontra 1-2mm radial à porção
membranosa do SLIL e na porção média do plano sagital. Fio guia é passado, mirando na base
do 1 metacarpal (pólo distal, trapézio e base do 1° metacarpal são colineares).
Após a passagem do fio, não extender punho, ou irá entortar o fio e não irá permitir a
fresagem adequada do pólo proximal. Realizar radiografias para confirmar posição adequada.
Apesar de parafuso perpendicular ser mais mecanicamente efetivo, autor prefere passar
parafuso no terço central do osso. Após a determinação do posicionamento adequado, fio
guia é avançado até a porção subcondral do polo distal e tamnho é medido. Subtrai-se pelo
menos 4mm do tamanho medido. Autor usa parafuso ainda menor, bastanto um de 20mm
para um homem adulto.
Parafuso deve ser relativaemente longo, mas se for muito longo irá dar distração no foco, se
bater no osso subcondral do pólo distal ou pode ficar protruso distal ou proximalmente.
Após determinação do tamanho, fio é avançado até sair pela eminência tenar, pois, caso
quebre durante a fresagem, poderá ser facilmente retirado. Fio antirotacional é passado.
Autor fresa até o osso subcondral do pólo distal e escarifica polo proximal, para diminuir stress
no pólo proximal durante o torque. Torque sentido pela mão do cirurgião não está
relacionado com compressão no foco.
Tala até consolidação, que leva entre 6-10 semanas. Consolidação é obtida quando não há
mais dor, e quando radiografias (ou TC se radiografia for duvidosa) mosta traves ósseas.
TÉCNICA DORSAL PERCUTÂNEA (SLADE)
Técnica percutânea, punho é fletido e ponto de entrada é feito no centro dos aneis
sobrepostos do pólo proximal e distal. Fio é avançado distalmente para se confirmar
posicionamento, e punho é extendido. Se posição OK, fio volta para dorsal e técnica é idêntica
ao método preferido do autor.
Via volar pode ser usada para fraturas desviadas do colo e na infrequente fratura do pólo distal
que necessita de fixação. Vantagem é que polo distal é subcutâneo e punho fica extendido,
teoricamente ajudando a reduzir a fratura. Desvantagem é que o trapézio bloqueia o acesso,
impedindo a colocação do implante no eixo mecânico. O parafuso sempre ficará oblíquo, e
quanto mais proximal a fratura, menor a chance de fixá-la.
Penetração do córtex dorsal também pode ocorrer, e as melhores incidências para detectá-la
são as oblíquas.
RAFI POR VIA VOLAR
Incisão em taco de hockey,começando proximalmente entre FRC e artéria radial, se angulando
ao passar pela prega volar do punho bara a base do polegar.
FRC é afastado para ulnar e artéria radial para radial. Cápsula volar do punho é aberta em
incisão longitudinal, do rebordo volar do rádio até tubérculo proximal do trapézio.
Cápsula e ligaementos são elevados com lâmina do escafóide. A cápsual contem o ligamento
radioescafocapitato, que deverá ser reparado. Redução e enertia, se ncessária, são feitas, e
cápsula escafotrapézio é aberta, para colocação do fio guia.
Se necessário, pequena quantidade do trapézio proximal pode ser ressecada, para facilitar a
colocação do implante. Na via volar, é impossível colocar o parafuso no eixo mecânico
verdadeiro, sendo que a melhor posição para um parafuso longo que não viole o trapézio é a
1.7mm dorsal e 0.2mm radial à ponta do tubérculo do escafóide.
Após confirmar que fio está correto, ele é avançado até o rádio ou até
sair pela pele dorsal, e preso com kelly, para que não saia durante a
fresagem. Fio antirotacional pode ser passado.
FRATURA-LUXAÇÃO TRANSESCAFOPERISSEMILUNAR
Representam 5% das fraturas do punho, e são duas vezes mais
comuns que lesão ligamentar pura. A ft-lx
transescafoperissemililunar é a forma mais comum de luxação
cárpica complexa.
Autor recomenda via dorsal, lembra que em 3% dos casos há lesão completa do SLIL
associada a ft-luxação transescafoperissemilunar. Adiciona via volar se houver sinais de
compressão do mediano ou se fratura for irredutível por via dorsal. Geralemnte o semilunar
se encontra preso no Espaço de Poirier (entre Radiescafocapitato e Radiosemilunar longo).
Se houver lesão lunopiramidal, articulação é reduzida e fiada com dois fios K divergentes. Este
fio pode ser passado de dentro pra fora, antes da redução do semilunar. Se via volar for
realizada, pode-se suturar o componente volar do ligamento lunopiramidal, que é o mais
resistente.
Eventualemente o ligamento radioulnar dorsal está avulsionado do canto dorsal-ulnar do
rádio. ARUD será instável e o canto dorsal-ulnar do rádio não terá cobertura de partes moles.
Deve-se reparar ligamento com âncoras.
ESTÍMULO DA FRATURA
20 minutos de ultrassom por dia pode acelerar recuperação, em fraturas complexas.
PSEUDOARTROSE DO ESCAFÓIDE
Falha de união após 6 meses de tratamento conservador. Se deixadas sem tratamento,
colpaso carpal e artrose do punho são a hitória natural da doença.
Geralmente, pseudoartrose do colo, com deformidade em corcunda deve ser abordada por
volar, com enxerto estrutural e fixação rígida.
Pseudoartroses do pólo proximal são abordadas por dorsal, com fixação de proximal para
distal.
AVALIAÇÃO DA PSEUDOARTROSE
Definir
Estabilidade e perda óssea: Se pseudoartrose estável, bem alinhada e com mínima perda
óssea, é necessário apenas mínima curetagem do foco
Se dúvida da estabilidade, fixar a escafocapitato com fio K. Não há diferença entre enxertos do
rádio distal e da crista iliaca. Parafusos são melhores que fio de Kirschner.
TÉCNICAS DE MATTI, MATTI-RUSSE E
GREEN
Matti: Utilizado apenas osso esponjoso, ideal para
pseudoartroses do colo, sem deformidade em corcova ou
colapso carpal.
Descirção incial não envolve curetagem do foco, mas autor recomenda. Em casos de necrose
avascular confirmada, por ausência de sangramento no intra-operatório, taxas baixas de
consolidação (30%).
Radiografias são tiradas para planejamento meticulosos.
Incisão vlr, em taco de hockey, curetagem do foco, correção
do DISI do semilunar, o fixando no estilóide radial.
Artérias nutrientes do rádio dorsal são descritas de acordo com sua relação com o retináculo
dos extensores e seus compartimentos. A 1,2 ICSRA é superficial ao retináculo e se encontra
entre o 1° e 2° compartimento extensor.
Foco é preparado, com encaixe para o enxerto. Artéria é ligada proximalmente ao enxerto, e
este é passado por baixo dos extensores do punho, e impactado no foco. Se necessário colocar
parafuso no terço volar do escafóide, para não lesar enxerto.
Pedículo da artéria carpal volar - Mathoulin
Artéria se encontra entre o periósteo palmar do rádio e região distal da aponeurose
superficial do pronador quadrado.
Elevada do rádio junto com uma fixa de 5mm de largura de fáscia e periósteo.
Téncnica híbrida de Russe, com parafusos de Herbert, estiloidectomia de SNAC I, se DISI fixar
semilunar no rádio e se cirurgia prévia realizar RMS e fixar com aprafuso pelo lado oposto
Enxerto não vascularizado, por via dorsal, fixação escafocapitato e radio-semiluanr com fios K.
Controverso o uso de enxerto vascularizado na primeira cx
Artrodese quatro cantos, carpectomia proximal ou considerar excisão do pólo distal se fossa
proximal do escafóide e articulação lunocapitato preservadas
Excisão por via dorsal ou volar, testar estabilidade do pólo proximal em sua fossa após sua
excisão. Se Capitato luxar, considerar 4 cantos ou carpectomia.
CARPECTOMIA PROXIMAL
Força de preensão de 70-80% e ADM de 50-60% de seu punho contralateral. Pacientes mais
jovens que 40 anos apresentam maiores falhas (Artrose sintomática da radiocapitato).
Candidado ideal é mais velho que 40 anos, baixa demanda, SNAC II ou III com mínima
degeneração na lunocapitato. Contraindicada para trabalhadores braçais.
Iniciar carpectomia com a remoção do escafóide, cuidando para não lesar ligamento
radioescafocapitato, levando a translocação ulnar. Deve ser preservado pois os outros
principais liagemntos extrínsecos radio carpais serão removidos na carpectomia (radiolunar
longo, radiolunopiramidal).
Se houver mínimo desgaste da cabeça do capitato, realizar interposição capsular, com flap de
base distal da cápsula sendo suturado à cápsula volar. Resultados surgem de 4-6 meses após
cirurgia.
ARTRODESE 4 CANTOS
Estabiliza a médiocarpica após excisão do escafóide. Deve-se reduzir o
DISI, ou irá ocorrer consolidação do capitato em posição de subluxação
dorsal, típico do DISI. Isso irá levar a impacto rádiocapitato, levando a
dor à extensão.
Fratura de pacientes jovens, sendo que o segundo osso carpal mais fraturado é o piramidal (3-
5% das fraturas do carpo).
FRATURAS DO PIRAMIDAL
Segunda fratura mais comum do carpo. 15% das fraturas carpais.
Fratura do corpo:
Segundo tipo mais comum das fraturas do piramidal, traumas de alta energia, associadas a
lesões perilunares. Fratura do corpo do piramidal deve aumentar suspeita de lesão ligamentar.
Fraturas da cortical palmar:
Tratamento
Depende do padrão. A maioria são fraturas da cortical dorsal, tratadas com imobilização por 4-
6 semanas. Se pseudoartrose sintomática se desenvolver, pode-se realizar a excisão.
Fraturas do corpo são tratadas da mesma maneira (4-6 semanas de imobilização). No entanto,
geralmente estão associadas a lesões ligamentares, e tratamento deve ser direcionado à elas
(pinagem da luno piramidal, ignorando fratura do corpo).
Fraturas da cortical palmar são raras e RNMdeve ser solicitada para investigação das lesões
associadas, tratando-se a instabilidade cárpica, ao invés da fratura.
FRATURA DO TRAPÉZIO
Terceira mais comum. Geralmente associadas a outras fraturas, como do rádio distal ou
metacarpo. Fraturas isoladas são raras. Podem ocorrem no corpo (mais comum) ou na
tuberosidade.
Mecanismo da Lesão:
Queda sobre polegar hiperextendido, fazendo com que a base do 1° metcarpal faça
compressão axial contra o trapézio. Isto cria um traço vertical intraraticular no aspecto radial
do corpo do trapézio.
Tratamento
Fraturas não desviadas são raras, e devem ser tratadas
com Spica curta por 4-6 semanas.
Mecanismo
Traumas de alta energia, com hiperextensão do punho, levando a fratura do escafóide em seu
colo. Conforme punho continua a extender, capitato bate com seu colo no lábio dorsal do
rádio, fraturando por força de tensão na cortical volar. Conforme punho volta pra flexão,
fragmento distal roda o fragmento proximal, poendo o girar em até 180° (Sd de Fenton).
Tratamento
Cabeça do capitato é toda coberta por cartilagem e fluxo intraósseo é retrógrado. Fraturas
instáveis, ORIF por via dorsal é tratamento de escolha.
FRATURAS DO HAMATO
Gancho do hamato é origem dos musculos hipotenares.
Fraturas do gancho
Raras na população, porém comum em atletas que usam raquete ou tacos. Geralmente se
apresneta como dor crônica na base da eminência hipotenar, podendo haver parestesia ulnar
e perda de força. Plapação dolorosa, a 2 cm distal e radial do pisiforme.
Dor é pior com a flexão contra resistência do 4° e 5° dedo e desvio ulnar, melhorando com
desvio radial (irritação dos flexores do 4° e 5°). Irritação crônica pode levar a ruptura deles.
Radiografias do incidência do túnel do carpo ou oblíqua com 45° de supinação.
Tratamento
Fraturas sem desvio, tratamento conservador. Fraturas desviadas, são excisadas. Principal
complicação é rotura dos flexores. Excisão pode levar a perda de força no 5° dedo (seus
flexores usam hâmulo como polia para aumentar seu braço de alavanca). Durante excisão
ramo motor do nervo mediano (que surge de seu aspecto dorso ulnar), pode estar interposto
no foco. A lesão deste ramo é a complicaçã mais comum da excisão.
Visualizadas na incidência lateral ou oblíquas com 45° de pronação. A 4°e 5° CMC permite 30°
de movimentação. Fraturas isoladas são tratadas com imobilização. Fraturas desviadas, qeu
envolvem a CMC devem ser tratadas com ORIF.
FRATURAS DO PISIFORME
Sesamóide do Flexor ulnar do carpo, geralmente fraturado por trauma direto.
Fraturas transversas são as mais comuns e ocorrem quando FUC sofre contração súbita
enquanto pisiforme está travado ente o solo e o piramidal, numa queda ao solo.
Melhor visualizada com punho supinado 45° e levemente extendido. Fraturas não desviadas
são imobilizadas as desviadas podem ser excisadas, sem alterar força de flexão do punho.
FRATURAS DO TRAPEZÓIDE
Osso em formato de cunha, mais largo dorsalmente (2 vezes mais largo que volar), firmemente
aderido às estruturas laterais. É o osso menos fraturado do carpo. Quando fratura,
geralmente é por mecanismo de alta energia, por força transmitida pelo 2° metacarpal.
Fraturas isoladas e sem desvio são tratadas de forma conservadora. ORIF é recomendada para
fraturas desviadas, e excisão está contraindicada pela migração proximal do 2° metcarpo. Se
fratura cominuta, artrodesar 2° MTC.
FRATURAS DO SEMILUNAR
São raras, e é difícil de diferenciar de Kiembock. Causadas por compressão axial da cabeça do
capitato. Labio dorsal se fratura com hiperextensão do punho e desvio ulnar. Fratura do lábio
volar deve ser suspeitada se capitato se apresentar subluxado volarmente.
Dor no dorso do punho e edema. Radiografias podem ser inconclusivas, TC ajuda a identificar.
Tratamento
Sempre descartar instabilidade cárpica, pois pequenas fraturas podem ser sinais de roturas
ligamentares.
Fixação escafocapitato em leve distração pode ser feita para tirar pressão sobre o semilunar
em consolidação.
Avulsão de fragmentos volares pode ser associada a VISI. Fragmentos volares são reduzidos
por via palmar, geralemente por âncora.
Suprimento Vascular
Geralmente há suprimento sanguíneo dorsal e volar. Suprimento por vaso único é encontrado
em apenas 7% dos semilunares.
Dos semilunares com dupla vascularização, 33% apresentam vaso único dorsal e palmar
(forma de I), 66% apresentam 3 vasos (Y) e 10% apresentam dois vasos dorsais e 2 volares
(formato de X), ramos da artéria interóssea anterior.
Quadro Clínico
Estágio I: Dor intermitente no dorso do punho. Radiografia normal ou com fratura linear.
Ressonância com hipossinal difuso em T1 e T2.
Estágio II: Esclerose e mútiplas linhas de fratura do semilunar, porém sem alterações no
formato ou tamanho do osso (sem colapso do semilunar).
Estágio III A: Ocorre o colapso do semilunar, porém sem alterações na altura ou alinhamento
carpal. Na radiografia em perfil semilunar tem distância AP alargada.
Estágio III B: Ocorre o colapso do semilunar, com migração proximal do capitato, rotação do
escafóide, diminuição do índice carpal, padrão de instabilidade em DISI. No exame físico, do e
estalido ao desvio radial e ulnar. Observou-se que angulos radioescafóide > 60° possuem pior
prognóstico.
Exames complementares
Autor usa RNM para ver vascularização e TC para diferenciar III A de III B.
Tratamento
Osteotomia pode ser na metáfise ou diáfise, e placa pode ser volar ou dorsal.
Autor recomenda na diáfise e volar.
Enxertos vascularizados
Indicações ainda não estão estabelecidas, mas podem ser usados nos estágios
I, II, IIIA enxertos do dorso do rádio.
São as mais usadas no Kienbock, sendo que a 5° ECA possui maior calibre.
Usada ara reduzir o ângulo de inclinação radial. Cunha trapezoidal de fechamento lateral.
Descompressão do Core
ESTÁGIO IIIB
Procedimentos de salvação: Artrodese STT, artrodese escafocapitato, caprectomia proximal.
ESTÁGIO IV
Carpetomia, se fossa do semilunar e cabeça do capitato estiverem íntegras. Na maior parte dos
casos, artrodese total do punho.
Método Preferido do Autor
Autor divide entre semilunar que é viável ou nao, através de TC ou RNM.
Se não for viável, com cabeça do capitato e fossa do semilunar preservadas, carpectomia
proximal e neurectomia do NIP.
Se não for viável, e a cabeça ou fossa não estiverem preservadas, opta entre carpectomia
proximal com interposição capsular ou artrodese total de punho, de acordo com discussão
com paciente.
Doença de Preiser
Necrose avascular do escafóide.
Tipo I: Ápice proximal. Fragmentação mais frequente e associado com ulna minus.
PORTAIS
PORTAIS RADIOCARPAIS
Inicia-se pela palpação das bases do 2°, 3° e 4° metacarpal. Então, marca-se as bordas radial e
ulnar do extensor ulnar do carpo. O espaço radiocarpal é marcado ao se passar o polegar
sobre a borda dorsal do rádio e é marcado com a unha. Tendões do ELP e ECD são
identificados e marcados.
Os portais devem ser desenhados na pele após a aplicação da tração e antes de se realizar a
incisão. São nomeados de acordo com a relação com os tendões extensores.
Portal 3-4: portal de visualização mais comumente utilizado, localizado entre o 3° e 4°
compartimento. Palpa-se o tubérculo de lister e move-se distalmente 1 cm, até encontrar-se
um soft spot. O portal é alinhado com a borda radial do 3° metacarpal.
Portal 1-2: Artéria radial e nervo sensitivo radial passam perto do portal. Utilizado para
estiloidectomia radial e reparo da FCT pela técnica de Tuohy. Recomenda-se que, se for
utilizado, realizá-lo o mais perto possível da borda radial do ELP e distal ao estilóide radial,
para se evitar lesão da artéria radial.
Portais 6R e 6U: nomeados em relação ao EUC, sendo o 6R radial ao tendão e o 6U ulnar a ele.
O 6R é um portal de trabalho enquanto o 6U é utilizado para injetar fluído. Geralmente
injeta-se 3-5ml de fluido no portal 6U, o que irá fazer com que a artiuclação fique inflada e o
aspecto dorsal do portal 3-4 se infle.
Antes de incisar o portal, insere-se uma agulha, para se verificar se a agulha passa facilmente.
Incisões podem ser longitudinais ou tranversas (mais cosméticas, porém maior risco de lesão
dos nervos sensitivos radial e ulnar).
Pele é puxada contra lâmina 11, para evitar lesão às estruturas mais profundas. Dissecção
romba até a cápsula, que é aberta com trocater entrando em 10° (alinhado com o slope volar
do rádio).
Existem dois portais volares, que servem para se visualizar estruturas dorsais e
aspecto volar dos ligamentos interósseos.
PORTAIS MÉDIOCARPAIS
Feitos 1 cm distal aos portais 3-4 e 4-5.
Portal Mediocarpal Radial: alinhado com a borda radial do 3° metacarpal, sendo que o ERCC
passa radialmente a ele e o ECD passa ulnarmente. Portais mediocárpicos são mais apertados
que os radiocárpicos, e o médiocárpico radial é mais apertado que o mediocárpico ulnar.
Portal médiocárpico Ulnar: localizado no soft spot dos quatro cantos, entre o semilunar,
piramidal, capitato e hamato. É alinhado com a diáfise do 4° metacarpal e situado entre 1 e
1.5 cm distal ao portal 4-5. Radialmente à ele passa o ECD e ulnarmente o EP5°. (É onde se vê o
sinal da bunda – capitato e hamato acima, piramidal abaixo).
Portal piramidal hamato: Raramente usado, localizado entre o FUC e o EUC. Proximalmente à
ele se encontra o piramidal, e distalmente o hamato e base do 5° MTC. Nervo sensitivo ulnar
passa próximo.
Portais da ARUD
4 portais descritos, 2 dorsais, 1 volar e 1 direto.
Os dois portais clássicos para a ARUD são o distal e o proximal, que permitem a avaliação da
inserção foveal das fibras profundas dos ligamentos radioulnares. Um artroscópio 2.7mm
fornece melhor campo de visão, mas geralmente utiliza-se um artoscópio 1.9mm.
Portal ARUD-Distal (ARUD-D): alinhado com o portal 6R, de 5-8mm proxial a ele e sobre a
fibrocartilagem triangular. Radialmente ao portal passa o EP5° e ulnarmente o EUC. Proximal
ao portal se encontra a cabeça da ulna e distal o disco articular. Em pacientes com variância
ulnar positiva, este portal tem uso limitado.
Portal ARUD-Proximal (ARUD-P): útil para avaliar a cabeça da ulna, proximalmente e o disco
artiular, distalmente. Se localiza 1cm proximal ao ARUD-D, proximal à fossa sigmóide do rádio
e à metáfise ulnar. Útil também para avaliar a cartilagem da fossa sigmóide e superfície
articular do colo da ulna.
Portal Volar da ARUD (ARUD-V): Usa mesmos marcos para oportal volar ulnar.
Portal Direto da fóvea: Descrito por Atzei, se encontra 1 cm proximal ao portal 6U. Antebraço
deve ser posicionado em supinação, e portal é delimitado volarmente pelo FUC e dorsalmente
pelo EUC. Deve-se tomar cuidado com o nervo cutâneo dorsal ulnar. Usado como portal de
trabalho para desbridar ou reparar disco articular na fóvea.
Artroscopia trapeziometacárpica
Portais 1R (radial ao ALP) e 1U (ulnar ao ECP).
Portal 1R: é melhor para se visualizar o ligamento dorsoradial, ligamento posterior obliquo e
colateral ulnar.
Nestes portais os ramos do sensitivo radial estão em risco, bem como a artéria radial, que se
encontra posterior e ulnar ao campo artroscópico.
Anatomia artroscópica
Avaliação da radiocárpica começa no portal 3-4 e vai no sentido
radio-ulnar.
- Espessamento dos ligamentos dorsais e volares da ARUD pode ser visto ao se mover mais
ulnar
- Um probe pode ser inserido no portal 4-5 ou 6R para palpar o disco articular, que deve ser
tenso, como um trampolim (sinal do trampolim).
- Recesso pré-estilóide está localizado dorsal aos ligamentos ulno-carpais e não deve ser
confundido com lesão do disco ou da FCT. Geralmente a cânula de fluxo do portal 6U é
colocada neste recesso.
A visão do portal mediocarpal ulnar é util para se avaliar lesões do ligamento lunopiramidal,
instabilidade médiocarpica, avaliar lunato tipo2, impacto hamato ou degenração articular.
Artroscopia da ARUD
Artroscópio 1.9mm.
INSTABILIDADE CÁRPICA
Avaliar espaço mediocárpio e radiocárpico, buscando atenuaçãoou protrusão de ligamentos
ou rotação dos ossos.
Os cotos dos ligamentos rompidos obstruem a visão no espaço radiocarpal, sendo que a
melhor visualização será no epaço médiocárpico.
Ligamento escafolunar é melhor visto no portal 3-4 e possui aspecto côncavo. No portal
médiocarpal, é visto fechado sem degrau.
Classificação de Geissler
Lesões grau III: Observa-se gap tanto no espaço radiocarpal quanto mediocarpal. Um probe
pode ser passado pelo gap.
Lesões Grau IV: Ligamentos completamente
rompidos, e artroscópio pode passar livremente do
espaço médiocarpico para o radiocarpico (sinal do
drive-through). É o correspondente ao sinal de terry-
thomas.
Lesões grau I são tratadas apenas com imobilização. Lesões grau II podem ser pinadas, com 2
ou 3 fios, percutâneamente, com o artroscópio visualizadndo a redução pelo portal
médiocárpico ulnar (se lesão do escafolunar) ou médiocarpico radial (se lesão do
lunopiramidal).
Lesões Grau IV são reparadas de forma aberta com fios k ou parafusos protegendo a sutura.
Shrinkage está indicado para lesões crônicas grau I ou II. Shrinkage age no colágeno tipo I.
Articulação do carpo que mais se move é a escafolunar, por isso é onde há mais lesão.
Manejo de Fraturas
FRATURA DO ESCAFÓIDE
Técnica de Geissler
Técnica de Slade
Técnica de Herbert-Whipple
6: Artrose do punho
Fratura-Luxação
Transescafoperissemilunar
Estabilização, em primeiro lugar, do espaço
lunopiramidal, por parafuso sem cabeça. Depois,
técnica de fixação percutânea do escafóide,
assistida por artroscopia.
Lesões periféricas do disco costumam afetar atletas de esporte de raquete ou golfe, que
envolvem torção e carga na borda ulnar do punho. Pode ocorrer també em trabalhadores
quando furadeira trava e torce punho.
Pacientes com lesões centrais geralmente apresentam dor no aspecto distal da ulna, que piora
com hiperpronação ou supinação do punho.
Pacientes com avulsão da fóvea podem apresentar subluxação dorsal da cabeça da ulna.
II: Degenerativa (DOISgenerativa) Técnica de Whipple (outside-in): 3 suturas são passadas por agulha,
sendo tensionadas com punho em supinação.
A: Desgaste
Classificação de Atzei divide palmer IB em 5 tipos.
B: A + condromalácia
Lesões tipo IC são raras e envolvem a conexão distal do disco articular
C: Perfuração + condromalácia com semilunar e ligamentos lunopiramidal. Lesões podem levar a
D: C + perfuração do translação carpal e podem ser tratadas com sutura artroscópica,
lunopiramidal shrinkage ou desbridamento dos ligamentos ulnocarpais
Lesões Degenerativas
São, geralmente, lesões circulares ao contrário das lesões agudas, que são longitudinais.
Geralemente o problema não é o disco articular, mas a ulna longa, e osteotomias
encurtadoras estão indicadas.
Tipos IIA e IIB, que não possuem perfuração do disco, são tratados com osteotomia
encurtadora de ulna.
Tipo IIC pode ser tratado com o desbridamento artroscópico da cabeça da ulna
Tipo IID possui instabilidade no espaço lunopiramidal. Osteotomia encurtadora aberta ajuda a
reduzir esta instabilidade pela tração dos ligamentos ulnocarpais.
Tipo IIE deve ser tratado de acordo com a artrose e impacto ulnocarpal, se houver.
Excisão artroscópica de cisto sinovial
Remoção de 1 cm de cápsula dorsal, até ver tendão extensor. Cistos volares também podem
ser excisados por artroscopia.
Sinovectomia
Indicada após persistência dos sintomas por mais de 6 meses de tratamento farmacológico, e
apenas pequenas alterações radiográficas. Artroscópio no portal 3-4, instrumentação no 4-5
ou 6R, desbridamento de ulnar para radial. Procedimento deve ser rápido.
Defeitos Condrais
Defeito condral focal do polo proximal do hamato está relacionado com semilunares do tipo II
(bifacetário). Pode ser tratado com ressecção artroscópica do polo proximal do hamato.
Estiloidectomia Radial
SLAC precoce ou artrite radioescafóide focal. Preserva-se o ligamento radioescafocapitato,
procedimento paliativo. Remove-se 4mm de osso.
Artrólise artroscópica
Contraindicada nos casos de instabilidade cárpica, artrose ou pacientes não cooperativos.
Dinâmica:
Curso USP
- Lesão completa lig escafolunar
- Classificação EWAS
- Extrínsecos integros
- DCSS: Dorsal Capsular Septum Scapholunate ligament
Estática:
(ponto de encontro da cápsula dorsal com o lig. Escafolunar)
- Lesão completa de escafolunar
Suturado pela técnica de Mathoulin
- Lesão extrínsecos
SLAC
Capítulo 18 – Fraturas do úmero distal
Distribuição bimodal, com
traumas de alta energia em
jovens e baixa em idosos. Realizar
inspeção circunferencial, já que
exposição é mais comum é
posterior.
ANATOMIA
Úmero se divide, ao nível da metáfise, em
coluna lateral e medial.Tróclea, que se
encontra entre as duas colunas, é coberta por
cartilagem num arco de 270°.
Nutrição
depende
exclusivamente
de uma
nutriente que entre 3-4 cm proximal à fossa do olécrano, sendo
a vascularização predominantemente posterior.
CLASSIFICAÇÃO
Fraturas unicolunares
Classificação de Jupiter, entre fraturas da coluna medial ou
lateral, podendo ser altas ou baixas. As fraturas da coluna
lateral são mais comuns.
Uma fratura é classificada como alta quando a maior parte da
tróclea se encontra no fragmento, o rádio e a ulna seguem o
desvio do fragmento e RAFI é previsível, devido ao tamanho do
fragmento. As fraturas baixas apresentam características opostas.
Fraturas bicolunares
São mais comuns, são classificadas de maneira descritiva. Podem
ser
- Fraturas em Y
- Fraturas em H
Classificação AO
13 podendo ir de A1 até
C3.
Fraturas do capítulo
Raras. Coronais, causadas por carga axial, com
configuração final determinada pela flexão do cotovelo
no momento do trauma.
Classificação de Dubberley
Fraturas da tróclea
Fraturas isoladas são extremamente
raras. Podem ser osteocondrais ou
com fragmento ósseo inteiro
Classificação de Davis
Tenta unificar as classificações e guiar tratamento. Fraturas do tipo 1 são extraarticulares e
não precisam da osteotomia do olécrano.
Tipo 2 são aquelas em que o traço começa na metáfise e se extende para a articulação.
Necessitam de osteotomia do olécrano.
Via de Hotchkiss, eleva estruturas da metade anterior do capítulo. Entre anconeo e EUC.
Principios de fixação
Fios K ou placas de mini fragmentos podem ser usados para fixação temporária. Tróclea deve
ter fixação interfragmentária, mas deve-se tomar cuidado em casos de cominuição.
Osteotomia do olécrano
Chevron de ápice distal, fixado por banda de tensão com parafuso 4.5mm com arruela ou fios
k.
Olécrano é pré-perfurado, por técnica interfragmentária ao nível da osteotomia. Oteotomia é
feita na região mais profunda da incisura semilunar (fundo). Após o término da osteossíntese,
uma broca 2.5mm faz um tunel de lateral para medial na ulna, de 3-4 cm distal à osteotomia,
por onde passará o fio de cerclagem.
Ordem de fixação
Placa medial, de reconstrução, é colocada primeiro. Após, coloca-se a placa posteromedial,
mais rígida (DCP). Parafusos articulares são passados de lateral para medial.
Expectativas
Maioria das atividades cotidianas são feitas entre 30°-130° de flexo-extensão e 50° de
supinação a 50° de pronação. Em fraturas bicolunares obtém-se 75% do ADM contralateral e
75% da força contralateral.
Complicações
Pseudoartrose do úmero distal: 2-10%, sempre na região metadiafisária.
Infecção: 0-9%.
Fratura mais comum do cotovelo, ocorre entre 20-60 anos, com incidência duas vezes maior em
mulheres.
Mecanismo é queda com punho hiperextendido. Bloqueio mecânico é indicção para cirurgia.
No entanto, no momento inicial, paciente pode não mexer o cotovelo por dor.
Nestes casos, com o antebraço pronado (Proteger NIP), injeta-se 10mL de lidocaína a 1% no soft
spot, para se avaliar se bloqueio era por dor ou era mecânico.
Radiografias são obtidas com o raio centrado na radiocapitelar, nas incidências AP, P e oblíqua
(tubo inclinado 45° em direção cefálica e cotovelo posicionado na posição de perfil). Em fraturas
desviadas, pode-se observar o sinal da vela, causado pela hemartrose elevando os coxins
gordurosos anterior e posterior (também chamado de Norell).
Classificação de Mason
Tipo II: Desvio > 2mm, bloqueio, RAFI Tipo III: Fratura cominuta irreparável. Necessita de
excisão isolada ou associada a prótese.
Tipo III: Cominuta, irreparável, ressecção
Lesões associadas
Fratura da cabeça geralmente está associada a queda sobre mão hiperextendida.
Uma fratura cominuta é causada por falha em compressão, devido a compressão axial (entre
35-80° de flexão)ou valgo do cotovelo. Fraturas marginais geralmente são anterolaterais.
Pode haver lesão associada do ligamento colateral medial (mais comum) e da membrana
interóssea. Fraturas sem desvio apresentam poucas lesões associadas, porém, quanto mais
desviada, maior a chance de lesões de partes moles. Deve-se ficar atento no exame clínico e no
intra-op.
Fraturas do capítulo estão associadas a fraturas da cabeça do rádio. 50% das fraturas do capítulo
têm fratura da cabeça do rádio asssociada, enquanto que 1% das fraturas da cabeça do rádio
têm fratura do capítulo associada. Supeitar de lesão do capítulo quando houver bloqueio do
ADM em fraturas minimamente desviadas.
Luxações do cotovelo são vistas em 3-10% das fraturas da cabeça do rádio, e pode haver fratura
do coronóide associada (tríade terrível: fratura da cabeça do rádio, luxação do cotovelo, fratura
do coronóide).
Anatomia e biomecânica
Cabeça do rádio se articula com o capítulo e com a ulna
proximal. A margem da cabeça do rádio que se articula
com a ulna proximal é elíptica, o que leva a um efeito cam
que desvia a diáfise do rádio radialmente durante a
pronação.
Outra maneira de se
encontrar a zona de
segurança é o arco que
corresponde ao estilóide
radial e tubérculo de
lister.
O Ligamento anular
enrola-se na cabeça do
rádio, e é fixo nas porções
anterior e posterior da
incisura ulnar da ARUP.
O ligamento colateral radial surge do epicôndilo
lateral e se insere no ligamento anular. O ligamento
colateral lateral ulnar se origina também no
epicôndilo lateral, e se insere na crista do supinador,
na ulna proximal. Estes dois liagmentos são
importantes restritores do varo e da instabilidade
rotatória posterolateral.
Flexão isométrica do cotovelo contra resistência gera forças de 4 vezes o peso do corpo na
articulação. A radiocapitelar transfere 60% da carga do cotovelo, sendo que as forças de
contato são maiores com esta articulação em pronação.
Fraturas do colo são tratadas com mobilização precoce, exceto quando bloqueiam o
movimento. Isto geralmente ocorre em translações maiores que 2-3mm ou angulação maior
que 20°. No entanto, o bloqueio do movimento que é indicativo de cirurgia.
Tratamento
Conservador
Para fraturas sem desvio, ou
aquelas desviadas, mas isoladas,
são tratadas por mobilização
precoce. Se necessário, esvaziar a
hemartrose.
EXCISÃO DA
CABEÇA
Pacientes idosos de baixa
demanda, excisão distal a
incisura radial. Teste de
stress em valgo e varo
deve ser feito para
avaliar os colaterais
medial e lateral. Para se
avaliar a membrana
interóssea, é feito
compressão e desvio
radial ou distração e
desvio ulnar,
observando-se a
variância ulnar com a
fluoroscopia.
Deve-se reparar o
colateral lateral ulnar e anular.
ARTROPLASTIA
Indicada para fraturas cominutas irreparáveis, e com lesão do colateral medial, lateral,
membrana interóssea, CFCT, fratura do cornonóide ou do olécrano.
Prótese de metal tem melhor resultado e autor indica para todas as fraturas irreparáveis.
Método preferido do autor
Pode-se optar pela via de Kocher, entre anconeo e EUC, ou por uma mais anterior, através da
musculatura extensora comum.
Autor prefere usar a via através da massa extensora se colateral lateral intacto, e kocher se ele
lesado (mais comum a avulsão do epicônidlo lateral).
Excisão é feita se fragmento for menor que 1/3 da cabeça, e irreparável.
Para fraturas completas, onde a cabeça se separou do colo, autor monta os fragmentos
articulares na mesa, antes de juntar à diafise.
Na artroplastia, selecionar uma prótese que seja igual ao menor diâmetro da cabeça, que é
elíptica (geralmente o menor diâmetro é 2mm menor que o maior diâmetro). Artroplastia está
indicada em fraturas irreparáveis maior que 1/3 do diâmetro da cabeça.
Resultados
Tratamento conservador
Bons resultados, consolidação entre 6 e 12 semanas. Fraturas com mais de 1/3 do diâmetro
têm mais chance de desvio secundário. Perda de 10-15 ° de extensão é comum.
Complicações
Lesão iatrogênica do NIP, necrose avascular (comum, mas tipicamente assintomática),
pseudoartrose (mais comum nas fraturas do colo), consolidação viciosa, osteoartrose, rigidez
(perda do final da extensão é mais comum. Perda da flexo-extensão é melhor tratada do que
perda da rotação), ossificação heterotópica, instabilidade em valgo (quando cabeça ressecada
sem artroplastia).
ANATOMIA
Incisura troclear
Incisura troclear tem quase 180° de circunferência, e é inerentemente
estável. Esta estabilidade é aumentada através do uma crista central
longitudinal, que se interdigita numa incisura na tróclea, além de a
incisura ter 30° de inclinação posterior.
Processo coronóide
Processo coronóide é dividido em faceta anteromedial,
incisura sigmóide menor, ápice e base. A faceta
anteromedial é um estabilizador crítico da estabilidade
rotacional e em varo.
Cabeça do rádio
Quando for submetida a osteossíntese, a pronação
total deixa aproximadamente 5 cm de segurança
para aplicação da placa.
Padrões de lesão
Fratura de Monteggia
Fraturas da ulna proximal, que não envolvem a incisura troclear, com luxação da radioulnar
proximal. Classificação de Bado, feita pela direção da luxação da cabeça do rádio.
Classificação de Bado Na prática, se faz a distinção entre os tipos 1 e 3 do tipo 2. As fraturas 1 e
3, anterior e lateral, têm a luxação da cabeça do rádio reduzida quando
Tipo I: Anterior
ocorre a redução anatômica da ulna.
Tipo II: Posterior*
*As Bado tipo 2, posterior, são associadas a fratura da cabeça do rádio e
Tipo III: Lateral à osteoporose. Este tipo foi dividido em espectros, baseados no local da
fratura ulnar, pela Classificação de Jupiter:
Tipo IV: Qualquer direção,
associada a fratura da diáfise do
rádio
A: Fratura ao nível da incisura troclear, envolvendo
olécrano e processo coronóide.
C: Fratura na diáfise
Fraturas do Olécrano
Classificação de Mayo leva 3 coisas em consideração
para classificar: Cominuição, desvio e instabilidade
ulnoumeral.
Tipo 1: Sem desvio 2A: Desviada, sem cominuição. Tratada com banda de tensão ou parafuso
interfragmentar.
A: Sem cominuição. Conservador
2B: Desviada, com cominuição. Fixadas com placa
B: Com cominuição. Conservador
Tipo 3: Instabilidade da ulnoumeral.
Tipo 2: Desviada
Raramente, numa luxação do cotovelo pode ocorre a fratura do olécrano, que é a forma óssea
da rotura do ligamento colateral medial.
Tratamento cirúrgico
Incisão posterior é usada para todas as fraturas da ulna.
Banda de tensão
Indicada para fraturas
simples, sem fratura do
rádio, coronóide ou lesão
ligamentar associada. Pode
ser feita com fio de kirchner
ou parafuso.
Fraturas de Monteggia
A maioria das Monteggias anteriores e laterais apresentam
fraturas diafisárias da ulna, sendo tratadas com placas DCP na
superfície plana da ulna.
Fraturas-luxação
Fraturas do coronóide e da cabeça do rádio podem ser
abordadas através do foco da ulna. Se necessário, realizar via
de Kocher.
FRATURAS DO CORONÓIDE
Placa medial ou fixador externo articulado.
Complicações
Ossificação heterotópica: Pode ser excisada após maturação (3-4 meses). Radioterapia
profilática pode ser feita no pós-op.
Capítulo 21 – Patologias do eixo do antebraço
Dissecçção profunda
Proximal: Braquioestilorradial Enxertia: Indicada para fraturas com cominuição e perda óssea maior
(radial) e Pronador Redondo que 50% do diâmetro.
(mediano)
Distal: Braquioestilorradial
Fratura-Luxação de Galeazzi
(radial) e Flexor Radial do Carpo
(mediano) Fratura da diáfise do rádio,na junção entre terço médio e distal,
associada a lesão da ARUD (luxação ou lesão). Apesar da fratura isolada
ser mais comum, toda fratura próxima da junção entre o 1/3 médio e
THOMPSON: distal deve levantar supeita de lesão na ARUD. Fraturas até 7.5 cm da
articulação distal têm mais chance de lesão associada da ARUD do que
Proximal: Extensor radial CURTO
as mais de 7.5cm proximal à articulação.
do carpo (Radial) e Extensor
Comum dos Dedos (NIP) Estas fraturas são fixadas com placa DCP 3.5mm na faace anterior do
rádio, devendo ser contornadas
Distal: Extensor Radial CURTO do
para se adaptar a concavidade
carpo (Radial) e Extensor LONGO
metafisária anterior do rádio.
do Polegar (NIP)
Com a redução anatômica do rádio,
a ARUD deve se reduzir. Caso isso
*Hoppenfeld considera ERCC não ocorra, revisar a redução do
inervado pelo radial. rádio. Em raras ocasiões, pode
haver interposição de partes moles,
sendo o Extensor Ulnar do Carpo o
principal tendão interposto.
Enxertia é usada para contato menor que 50% no foco. Geralmente são usados enxertos
esponjosos.
Complicações
Mais comuns são a perda da supinação do antebraço e rigidez da mão.
Quando isoladas, são causadas por trauma direto (fratura do cassete – “Nightstick”).
Se minimamente desviadas, podem ser tratadas de forma conservadora, com gesso CURTO.
Fraturas com mais de 10° de angulação ou 50% de desvio têm indicação cirúrgica. Mais de
50% de angulação está associado com lesão parcial da membrana interóssea.
ANATOMIA
Ulna tem formato triangular, sendo a superfície volar a preferida para a colocação de
implantes. Nervo e artéria ulnar se encontram profundamente ao ventre muscular do Flexor
Ulnar do Carpo, na parte proximal do antebraço. Na parte distal, se encontram radial e
profundos ao tendão do FUC. O ramo sensitivo dorsal do ulnar surge entre 1-4 cm proximal ao
estilóide ulnar, indo de proximal ulnar para dorsal-distal.
O intervalo de dissecção (via de Boyd) é feito entre o Flexor Ulnar do Carpo (n. Ulnar) e
Extensor Ulnar do Carpo (NIP).
Placa DCP 3.5mm é colocada, de preferência na face anterior, com 6 corticais proximais e 6
distais ao foco.
Se fratura cominuta, enxertia pode ser utilizada, com enxerto esponjoso ou cortical. Quando
usada placa bloqueada em ponte, pode não ser necessário enxerto cortical.
Tanto em fraturas expostas como fechadas, a fixação por 2 vias diminui a chance de
sinostose. Autor expõe os dois ossos simultaneamente, fixando o rádio primeiro. Se
algum dos ossos estiverem cominuidos, a fixação começa pela fratura mais simples.
Osteotomias oblíquas longas são realizadas, por permitirem maior contato e facilitar correção
multiplanar. É fixada com 8 corticais proximais e distais ao foco, e enxerto esponjoso.
Se ambos os ossos necessitarem de osteotomia, ulna é fixada primeiro, para criar um poste
estável.
Consolidação é obtida em quase todos os casos, mas retorno do ADM e força normais é
impossível.
Sinostose Radioulnar
Relativamente rara, pode ocorrer em fratura dos dois ossos ou de apenas um.
Incidência aumenta com TCE concomitante (18%). Fatores de risco incluem fratura
de monteggia, traumas de alta energia, queimadura, fraturas expostas ou cominutas,
fraturas no mesmo nível, fragmentos ósseos na membrana interóssea e TCE. O uso
de incisões separadas dminui o risco.
Nas sinostoses completas, paciente não tem dor, mas rotação está bloqueada. Nas
incompletas pode haver dor.
Classificação de Hastings para ossificação Não há consenso para o tempo ideal de remoção da ossificação,
heterotópica (cotovelo) alguns autores indicam aguardar maturação da ossificação,
outros entre 3-4 meses.
Tipo I: OH não causa limitação
Chance de recorrência está entre 5-10%, sendo maior nas
Tipo II: OH causa limitação parcial porções proximal e distal do antebraço.
IIA: Perda parcial da flexo-extensão
ANATOMIA
A estrutura primária que previne a migração proximal do
rádio é a cabeça do rádio. Estruturas secundárias incluem
a banda central da MIO e o CFCT.
Entre 75-80% das forças axiais sofridas no punho são transmitidas pelo rádio. Essa força é
convertida em tensão pelo ligamento interósseo. Isto leva a equalização da distribuição das
forças no cotovelo, sendo um pouco maior na ulna (60%).
No intra-
operatório o
rádio proximal é
segurado com
um backauss e
puxado distalmente. Observa-se a variancia ulnar no punho, pela fluoroscopia. Migração de
até 2 mm é fisiológica. 3 ou mais mm sugere instabilidade longitudinal, e se cabeça do rádio
for irreparável deve ser substituida por uma prótese metálica.
Como a cabeça do rádio divide a carga com a membrana interóssea e com o CFCT, sua
substituição deve protegê-las, permitindo sua cicatrização.
Se houver instabilidade da ARUD após artroplastia, ela deve ser pinada na posição de maior
estabilidade. Numa fase subaguda, pode-se fazer uma osteotomai encurtadora da ulna, mas
isso leva a sobrecarga da radio-capitelar.
Técnica de osso único: Procedimento de slavação. Rádio é transferido para a ulna, mantendo-
se a ulno-umeral. Paciente conseguirá manter a flexo-extensão, mas pronossupinação será
perdida. Antebraço é posicionado em leve pronação. Se antebraço contralateral não tiver
supinação, antebraço é posicionado em leve supinação e abdução do ombro irá compensar.
RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO
INTERÓSSEO (Banda central)
Parafusos são passados do rádio, através do espaço interósseo, até a ulna. Monitorar
pacientes para risco de síndrome compartimental.
Capítulo 22 – Luxação Complexa
Traumática do Cotovelo
Cotovelo é estabilizado por diversas estruturas ósseas e de partes moles, assim, numa luxaçã
simples do cotovelo, mesmo que não haja fratura, houve lesão substancial de ligamentos e
cápsula para a articulação sair do lugar.
Anatomia
ARTICULAÇÃO ULNO-UMERAL
Estabilizador primário do cotovelo, tem 180° de
arco, úmero distal se inclina 30° anteriormente,
enquanto incisura semilunar se inclina 30°
posteriormente.
COMPONENTES CAPSULOLIGAMENTARES
Os principais são o ligamento colateral medial e o colateral lateral.
COMPONENTES MUSCULOTENDINOSOS
Músculos que cruzam o cotovelo, como bíceps, tríceps e braquial, provém estabilidade
dinâmica, mantendo a tróclea dentro da incisura semiilunar, através de forças dirigidas para
posterior.
O nervo mais lesado nas fraturas-luxações é o ulnar, e lesão é por tração. Lesão da artéria
braquial é mais comum em crianças, e pode levar a isquemia e síndrome compartimental.
Dependendo de como a
energia foi dissipada, pode
ocorrer apenas lesão
capsuloligamentar (luxação
simples) ou fraturas d
cabeça do rádio e/ou
coronóide (luxação
complexa).
LUXAÇÕES COM FRATURA DA CABEÇA DO RÁDIO
Menos de 10% das fraturas da cabeça do rádio são associadas com luxação ulno-umeral
(Mason 4). Fraturas Mason I podem ser tratadas conservadoramente, Mason II por
osteossíntese e Mason III por artroplastia.
LCL está tipicamente avulsionado do epicôndilo lateral, devendo ser tratado cirurgicamente.
Apesar de poder estar rompido, raramente o LCM causa instabilidade.
Fraturas do ápice
Fraturas da base
FRATURAS-LUXAÇÃO DO OLÉCRANO
Fratura da incisura semilunar, fratura e/ou luxação da cabeça do rádio e fratura do processo
coronóide. Fratura do coronóide apresentam um fragemento grande (maior que 50%), sendo o
subtipo II das fraturas basais o associado a fraturas-luxação do olécrano.
Fraturas-luxação transolécrano
Mais raras, causadas por trauma
direto no antebraço,
dependendo da direção do
trauma, o antebraço pode estar
deslocado para anterior ou
posterior, porém esta lesão é
definida como fratura complexa
do olécrano (ou ulna proximal),
luxação do antebraço e ARUP
REDUZIDA.
Monteggia posterior
Fratura de Monteggia Posterior (Bado 2) é considerada
uma fratura-luxação do cotovelo, sendo tipicamente
vista em mulheres osteopênicas, após queda de baixa
energia sobre cotovelo. Caracterizada pela fratura da
ulna proximal, luxação posterior da cabeça do rádio,
fratura do coronóide (basal subtipo 2) e instabilidade
umero-ulnar.
Raramente há fratura da cabeça do rádio, e este tipo de lesão pode passar despercebido.
Tratamento
Lesões agudas (menos de 2 semanas)
Primeiro passo é estabilizar a incisura semilunar, depois a radiocapitelar e por último o reparo
do complexo ligamentar lateral. O LCL é mais importante para a estabilidade que o LCM, que
cicatriza com a restauração da congruência óssea.
LUXAÇÕES
Luxações simples são reduzidas imediatamente, através de pressão no ápice do olécrano,
permitindo que a tróclea caia dentro da incisura sigmóide. Após redução, testar estabilidade
do cotovelo.
Maioria é estável após redução, mas podem ter tendência a reluxação com extendão e stress
em valgo.
Após o reparo da cabeça, o reparo do LCL deve ser feito. Reparo do LCM
raramente é feito, mas o ligaemento deve ser testado após síntese da
cabeça e reparo do LCL.
FRATURA-LUXAÇÃO – CORONÓIDE
Exame de stress é feito sob anestesia. Se não houver instabilidade, tratamento conservador
pode ser realizado, porém com cautela.
Tratamento cirúrgico: Incisão posterior ou medial direta. Fratura do coronóide é exposta entre
as duas cabeças do FUC, através da elevação da massa flexo-pronadora. Nervo ulnar deve ser
identificado e protegido. Fraturas isoladas geralmente são anteromediais. Autor prefere fixá-
las com placa de apoio específica. Após a fixação do cornóide, testar LCL que tipicamente
necessita de reparo.
TRÍADE TERRÍVEL
Pequenas fraturas do coronóide e da cabeça do rádio, que permaneceram cocêntricas após
redução podem ser tratadas de maneira conservadora, porém com seguimento de perto.
Pacientes devem fletir cotovelo ativamente e evitar abdução do ombro. No entanto, como
regra, todas as tríades terrivel são tratadas com cirurgia.
Tratamento cirúrgico:
Sutura transóssea no coronóide (se for muito pequeno o fragmento, pode ser ressecado). Não
é necessária a redução anatômica, e sim a reinserção da cápsula anterior na ulna. Reparo do
LCL e da cabeça. Se instabilidade residual, reparo do LCM ou fixador externo articulado.
Método preferido do autor: Reparo de dentro pra fora, se inciando no coronóide, depois
cabeça do rádio e por último o LCL. Reparo do LCM se houver instabilidade antes de 45°
FRATURA-LUXAÇÃO DO OLÉCRANO
Principal ponto do tratamento é restaurar a relação do olécrano e coronóide, na incisura
semilunar. Fraturas luxação anteriores raramente envolvem cabeça do rádio ou LCL,
enquanto as posteriores tipicamente envolvem. Chave para estabilidade da fixação é reparo
do LCL e do coronóide.
Resultados
Fraturas-luxação do olécrano têm melhores resultados que tríade terrível. Quando luxadas
para anterior apresentam melhores resultados do que para posterior.
Complicações
Instabilidade residual: Causa mais comum é a falha em reconhecer e tratar lesões ósseas ou
ligamentares
Artrose: Comum em traumas de alta energia, tratada com artroplastia de interposição fascial
em jovens e por artroplastia total em idosos de baixa demanda.
Capítulo 23 – Instabilidade crônica
do cotovelo
Estabilidade do cotovelo é dada pelas estruturas ósseas e pelos ligamentos.
Ligamento colateral medial: resiste a forças em valgo. Lesão mais comum é atenuação devido
a stress crônico em valgo (esportes de arremesso). Na falha do tratamento conservador,
enertia é feita.
EXAME FÍSICO
Paciente deitado ou sentado, examinador estabiliza úmero em adução com uma
mão, mantendo dedos na lateral da artciulação ulnoumeral. Com o cotovelo em
flexão de 40-45°, a outra mão do examinador leva o antebraço para supinação,
discreto valgo e compressão axial. Instabilidade é sentida ao surgir um gap na
articularção ulno umeral, conforme rádio e ulna subluxam. Isto resulta numa
proeminência posterolateral, correspondendo à cabeça do rádio subluxando-se em
relação ao capítulo.
Além destes testes, com fluoroscopia pode-se realizar carga em varo, com abertura da
radiocapitelar.
ANATOMIA
O complexo ligamentar colateral lateral se origina da base do
epicôndilo lateral e da lateral do capítulo. Seu ponto isométrico se
encontra no centro geométrico do capítulo. Num cotovelo
reduzido, este centro é encontrado na intersecção da projeção
distal da cortical anterior do úmero com o eixo longitudinal da
cabeça do rádio. Distalmente, LCL se junta ao ligamento
anular, formando um inserção conjunta na ulna
proximal.
Menos frequentemente lesão pode ocorrer devido a força em varo aplicada em cotovelo
extendido.
Indicações
Reparo primário está indicado nos casos de fratura-luxação, como na tríade terrível. Nas
instabilidades crônicas posterolaterais, geralemente é necesária a reconstrução.
Contraindicações
O reparo do LCL necessita de cabeça de rádio intacta. Caso não esteja, RAFI ou artroplastia
deve ser realizada simultaneamente. Pacientes que não desejam participar de reabilitação,
não deverão ser submetidos a reconstrução, pois FST é essencial.
Método preferido do autor: Reconstrução é feita com enxerto de palmar longo ou de
grácil. Incisão de Kocher (Anconeo e EUC), artrotomia na linha média do capítulo expõe o
epicôndilo lateral e capítulo. Ponto isométrico é identificado, túneis ósseos umeral e ulnar são
feitos.
Cotovelo é fletido entre 45-60° e pronado, para reduzir subluxação residual posterolateral.
Enxerto é fixado com endobutton. Cotovelo é imobilizado em pronação por 3 semanas.
ANATOMIA
O ligamento colateral medial é dividido em 3 feixes, anterior, posterior e transverso. O feixe
anterior se origina dos 65% centrais da superficie anteromedial do epicôndilo medial,
posterior ao eixo de rotação. Tem um footprint de 10mm de largura.
Anteriormente, se acreditava que o LCM se inseria no tubérculo sublime, mas estudos indicam
que ele se espalha por 25mm.
O feixe anterior possui dois componentes funconais. A banda anterior, que se tensiona de 0-
60° de flexão e a banda posterior, que se tensiona entre 60-120°. No tubérculo sublime há
uma fenda que separa as duas bandas.
Indicações
Falha do tratamento conservador. Este consiste em repouso, evitar valgo por 8-12 semanas,
fortalecer FUC e FSD.
Recosntrução é indicada apenas para atletas de arremesso, já que instabilidade em valgo não
afeta cotidiano nem leva a degeneração da articulação (ao contrário das lesões laterais).
Contraindicações
Pacientes que não deseje reabilitação
Método preferido do autor
Reconstrução com enxerto de palmar longo ou
semitendíneo, incisão medial, proteção do nervo ulnar,
incisão na massa flexopronadora, identificação no
ligamento colateral medial.
Principal complicação é a lesão do nervo ulnar, que deve ser protegido durante toda a
cirurgia.
Capítulo 24 – Tratamento do
cotovelo rígido
Derrame intraarticular leva ao cotovelo a assumir a posição de flexão, onde suporta maior
volume e, assim, deixa a pressão intrarticular um pouco menor. Ocorre contratura associada
dos flexores e extensores, levando a rigidez progressiva. Cápsula se espessa (chegando a
5mm).
Liberação artroscópica
Indicada para contraturas leves.
Liberação aberta
ACESSO MEDIAL OVER-THE-TOP
Considerações especiais
Rigidez pós-osteossíntese
Realizar liberação da cápsula e manipulação antes da RMS, ou pode refraturar
TCE
TCE e espasticidade têm maior incidência de ossificação heterotópica. Deve-se aguardar a
recuperação do controle muscular voluntário (12-24 meses).
Instabilidade
Comum após a liberação. Quanto maior a contratura ou a ossificação heterotópica, maior a
instabilidade residual. Nestes casos é possível usar fixador externo articulado.
Edema pós-operatório
Dexametasona 8 mg, 8/8h
Capítulo 25 – Tendinopatias do Cotovelo e
roturas tendíneas
Epicondilite lateral
Conhecida como cotovelo de tenista, é uma condição multifatorial que atinge indivíduos
geneticamente suceptíveis, quando são submetidos a microtraumas de repetição.
Envolve principalmente o Extensor radial CURTO do carpo em sua origem no epicôndlo lateral,
bem como o Extensor Comum dos Dedos (em 1/3 os casos). Raramente o EUC ou o ERLC são
envolvidos. O EDC e o ERCC possuem uma origem comum e indistinguivel no epicôndilo
lateral.
II: degeneração angiofibroblástica Trata-se de uma tendinopatia degenerativa (tendinose) e não de uma
inflamação, com achados histológicos sendo tendinose
III: Falha estrutural angiofibroblástica. Tendão tem aparência acinzentada e friável ao exame
macroscópico.
IV: Fibrose ou calcificação
Acredita-se que tanto a contração repetitiva dos extensores, quanto o
atrito do ERCC contra o capítulo possa levar a degeneração do tendão, que irá tentar se
reparar com proliferação fibrovascular.
Teste é feito com cotovelo extendido, antebraço pronado e extensão do punho contra
resistência. Supinação contra resistência, com punho fletido é outro teste para epicondilite.
No teste da cadeira, solicita-se ao paciente que levate uma cadeira com antebraço pronado e
punho fletido. Estes testes não são específicos para epicondilitem, podendo ser positivos na
síndrome do túnel radial (também chamada de síndrome do supinador, tem incidência de
5%).
DIAGNÓSTICO
Exame físico. Radiografia ajuda a excluir outras causas. Ressonância mostra aumento de sinal
em T1 e T2.
Epicondilite medial
Mais rara que a lateral, correspondendo de 10-20% das epicondilites. Fatores de risco incluem
obesidade, sobrecarga, tabagismo, e sexo feminino (em alguns estudos). Geralemente ocorre
em pacientes de meia idade (4° a 5° década), com preferência pelo braço dominante. Exceção
é em atletas jovens de arremesso.
Dor insidiosa no aspecto medial do cotovelo, sobre o Pronador Redondo e FRC. Dor piora na
pronação e flexão contra resistência do punho.
DIAGNÓSTICO
Radiografias para exluir outras causas de dor no cotovelo, RNM irá mostrar aumento em T1 e
T2. Descartar síndrome do túnel cubital, pois tem sintomas semelhantes (ENMG não é útil,
pois 90% dos pacientes com a síndrome tem ENMG normal).
Testar ligamento colateral medial, com stress em valgo a 30° com antebraço pronado e punho
fletido.
Milking test é feito com cotovelo fletido, e antebraço supinado. Examinador traciona o
polegar do paciente, gerando uma força em valgo, que testa tanto os ligamentos colaterais
mediais quanto a origem dos flexores. Na lesão do LCM haverá dor e instabilidade, enquanto
na epicondilite só haverá dor.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Principal forma de tratamento, apresentando melhora em 80-95% dos casos. Envolve
modificação de atividades, gelo, AINE e FST.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Indicado na falha do tratamento conservador, após 6 meses de tratamento. Na epicondilite
medial, além disso, indica-se em casos de neurite progressiva do ulnar ou rotura tendínea em
atleta de arremesso.
Consiste da excisão da área de fibrose, desbridamento do leito e reinserção dos tendões.
Como macroscópicamente é difícil diferenciar área afetada da normal, autor recomenda
passar uma lâmina 10 arranhando o tendão. Áreas normais não descamarão.
Sinal do Popeye e equimose podem ser vistos. ADM geralmente está preservado, mas há dor à
flexão ou supinação contra resistência.
DIAGNÓSTICO
Hook test: Cotovelo a 90°,
antebraço supinado,
examinador tenta enganchar
tendão com seu indicador. Na
avulsão isto será impossível.
TRATAMENTO
Pode ser tratado de forma
conservadora, mas haverá
30% de perda de força de
flexão e 40-60% de supinação.
Se tratamento cirúrgico for a opção, realizar entre 7-10 dias, antes que ocorra fibrose ou
retração do tendão.
Reparo deve ser feito por reinserção primária na tuberosidade radial. Uma alternativa em
casos crônicos é realizar a tenodese no tendão do braquial, mas reusltados são piores.
ANATOMIA
Inserção do tendão na tuberosidade ocorre através de fita longa e fina. Esta fita permite que o
tendão se enrole na tubberosidade e leve à rotação do rádio. O tendão é a continuação das
cabeças curtas e longas do bíceps, sendo que a curta funciona como flexor e se insere mais
distalmente, enquanto a longa serve como supinador, se inserindo fora do eixo de rotação.
Tendão do bíceps se insere na porção posterior e ulnar da tuberosidade. Reparo pode ser feito
através de 1 ou 2 incisões, sem diferença entre as técnicas.
COMPLICAÇÕES
Risco de re-ruptura pe baixo, 4%. Ossificação heterotópica pode ocorrer, alguns estudo dizem
que é mais comum na técnica com 2 incisões, mas outros estudos não mostraram relação.
Rotura do tríceps
ANATOMIA E PORTAIS
Desenhar na pele o epicôndilo medial, o nervo ulnar, olécrano, epicôndilo lateral e cabeça do
rádio. São usados 3 compartimentos no cotovelo: anterior, posterior e póstero-lateral. Para
acessá-los, diversos portais devem ser feitos.
Todos eles são realizados com o cotovelo a 90° de flexão, e após injetar 40ml de soro na
articulação (no soft spot, entre epicôndilo lateral, cabeça do rádio e olécrano).
Portal anteromedial proximal
Portal anteromedial mais usado, se encontra 2 cm
proximal ao epicôndilo medial e anterior ao septo
intermuscular medial.
Portal anteromedial
2cm distal e 2 cm anterior ao epicôndilo medial. Pela
proximidade com mediano e artéria braquial, autor não
recomenda seu uso.
Portais do compartimento
posterolateral
Portal posterolateral distal
Entra pelo soft spot, através do anconeo.
Tipos de cirurgia
Remoção de corpo livre
Contraindicada no caso de fibrose intensa, anatomia alterada ou deformada.
Desbridamento na artrose
Tem o objetivo de remover corpos livres, osteófitos e liberar cápsula. Contraindicada se
cotovelo estiver anquilosado.
Liberação de rigidez
Rigidez no cotovelo pode ser intrínseca (lesão articular, corpos livres, implante intraarticular)
ou extrínseca (contratura de cápsula e ligamentos, ossificação heterotópica, contratura de
pele).
Complicações
Principal é a lesão nervosa (1-14%). Geralmente é neuropraxia, sendo o risco mais na artrite
reumatóide e nas condições que alteram a anatomia local.
Capítulo 27 – Artroplastia do Cotovelo
Procedimento deve ser reservado a idosos e nos quais há grande limitação funcional ou dor, já
que existem altas taxas de falha, e opções de revisão são limitadas.
Artrite reumatóide
20% dos pacientes com AR têm alterações no cotovelo.
O grupo 4 é o
que mais se
beneficia com
uma artroplastia
de cotovelo.
Artrose pós-traumática
Artroplastia reservada para pacientes mais velhos que 65 anos e com baixa demanda.
Fraturas complexas
Artroplastia indicada em idosos com fraturas complexas (baixas e cominutas, com
osteoporose) do cotovelo, onde o tratemento por saco de ossos era preconizado
anteriormente. Para pacientes idosos, e com baixa demanda.
Osteoartrose primária
Afeta mais homens, na 5° década ou mais. Rara em mulheres. Afeta o braço dominante e é
associada com atividades de carga. Paciente apresentam dor nos extremos do ADM, com
perca da flexão e extensão terminal.
20% dos pacientes com artrose primária têm alguma neuropatia do ulnar. Tratamento inicial é
conservador.
Em pacientes jovens e ativos, artroplastia não está indicada. Está reservada para mais velhos
que 60-65 anos.
Artropatia hemofílica
Preparar sangue antes da cx.
Contraindicações
Infecção, anquilose total, articulação neuropática ou pouca cobertura de partes moles.
Tipos de implantes
2 tipos básicos: constritos e não-constritos
Pós-operatório
Limite de 2 Kg. Componente ulnar apresenta maiores taxas de soltura do que o umeral.
Resultados melhores na AR do que na artrose pós-traumática (pela baixa demanda dos AR).
Complicações
No intraoperatório pode ocorrer fratura dos côndilos (geralmente o medial), neuropatia do
ulnar, perda de força de extensão do tríceps, instabilidade (principalmente nas próteses não-
constritas).
Falha mecânica
Geralemente ocorre em pacientes que mantém atividade no cotovelo. Mais comum no
componente ulnar.
Infecção
Staphylococcus aureus ou S. Epidermidis. Se neceesário cobertura, considerar retalho
pediculado do flexor ulnar do carpo.
Capítulo 28 – Neuropatias Compressivas
Existem dúvidas se são causadas pelo trabalho. Exceto em expisicções signficativas a vibração,
e algumas atividades onde a síndrome do túnel do carpo tem alta prevalencia, acredita-se que
o trabalho é apenas um de vários fatores que contribuem e agravam as neuropatias
compressivas.
Quando comparada com outras neuropatias compressivas, a STC possui piores resultados com
o tratamento conservador.
FISIOPATOLOGIA
Estudos indicam que são causadas por isquemia neural. O espectro da doença depende do
tempo e da duração da compressão.
DOUBLE-CRUSH
Conceito que afirma que um nervo comprimido em um nível fica mais susceptível a lesão em
outro nível. Acredita-se que o fluxo de axoplasma fique alterado. A compressão tanto do fluxo
proximal para distal, quanto de distal para proximal (double-crush reverso) diminui o limiar
compressivo do nervo. Por exemplo, hérnia C5-6 e Sd túnel do carpo. Os dois locais de
compressão devem ser tratados.
CONDIÇÕES SISTÊMICAS
Síndrome do túnel do carpo associada com: diabetes melitus, hipotireoidismo, uso excessivo
de alcool, obesidade e tabagismo.
OPINIÃO DO AUTOR
Avaliar todos os possíveis locais de compressão do membro superior, com exame físico
sensitivo e motor completo, associado a estudos eletroneuromiográficos.
Manobras provocativas
- Teste de Phalen: Usa a flexão do punho para aumentar a pressão sobre o nervo mediano.
Deve ser realizado por 1 minuto e é positivo quando ocorre a reprodução dos sintomas.
- Avaliar túnel cubital: Cotovelo em flexão total, antebraço em rotação neutra e punho em
flexo extensão neutra.
-Avaliar nervo sensitvo radial: antebraço pronado e punho em flexão e desvio ulnar
- Scratch collapse test: Paciente com cotovelos a 90°, punho me neutro e dedos extendidos.
Realiza rotação externa do ombro isométrica, contra resistência do examinador. Então
examinador realiza leve raspagem na pele sobre potenciais locais de compressão. Em caso de
neuropatia o paciente irá perder a força de rotação e seu braço irá colapsar sobre o abdomen.
Avaliação sensitiva
- Toque Leve: Fibras A-beta são estimuladas com um toque leve em moviemnto, graduado de
1 a 10 pelo paciente, em comparação com o contralateral.
- Limiares de vibração: receptores de adaptação rápida (Meissner e Paccini) são avaliados com
diapasão em polpa digital
ESTUDOS ELETRODIAGNÓSTICOS
A condução nervosa é limitade porque avalia apenas fibras mielinizadas, o que inclui
neuronios motores e sensitivos para vibração e toque leve, mas não os que sentem dor ou
temperatura. A latência de um nervo indica a velocidade das melhores fibras mielinizadas,
assim pode ser normal mesmo que hajam muitas fibras lesionadas.
Alterações como um corte no nervo não mostram alterações nas 2-6 semanas após o trauma.
Eletromiografia
Na fase de repouso geralmente ocorre silêncio elétrico, mas após lesão nervosa pode haver
fibrilações (são os sinais mais precoces de denervação, notados após 2 semanas do trauma).
Um único neurônio motor pode inervar centenas de fibras musculares, logo, fibrilações são os
sinais mais sensíveis de perda de axonio motor, podendo ser vistas em compressões nervosas
antes que ocorra fraqueza muscular.
Estuda nervos motores, sensitivos ou mistos. Pele e temperatura da sala pode afetar estudo.
Em indivíduos afetados, amplitude é de 50% ou menos no lado afetado em relação ao
contralateral.
Não se deve olhar para a latência e velocidade de condução de forma isolada, porque elas
representam a fibra mielinizada mais rápida.
Nos períodos iniciais das neuropatias compressivas, os eventos são isquemias dinâmicas,
sendo os estudos eletrodiagnósticos normais. Conforme a desmielinização for ocorrendo,
ocorrerá diminuição da velocidade de condução nervosa.
Estudos de investigação eletrodiagnóstica são úteis para buscar outras causas de neuropatias.
Especialmente no nervo ulnar, pacientes com alterações motoras sem alterações sensitivas,
devem ter o diagnóstico de neuropatia motora descartado.
Anatomia
Tratamento conservador
Tratamento cirúrgico
Técnica de Chow (2 portais): Uma incisão proximal à prega de flexão do punho, uma incisão na
palma (ponto de intersecção entre linha polegar abduzido e 3° comissura).
Técnica de Agee (1 portal): Incisão de 2-3 cm, realizada na prega de flexão distal do punho,
entre FRC e FUC. Fáscia do antebraço aberta em forma de U com base distal. Probe é passado
em borda ulnar do túnel, radial ao hâmulo do hamato. Punho colocado em leve extensão e o
endoscópio é inserido. Palpa-se o fim do túnel com a mão contralateral, visualizando no
endoscópio. Monta-se a lâmina e realiza-se a liberação. Caso o Ligamento transverso do carpo
não seja completamente visualizado, abandonar técnica e partir para aberta.
Resultados esperados
Pós op
ANATOMIA
Nervo mediano é formado pelos fascículos medial e lateral. Recebe sua contribuição Motora
do fascículo Medial (m-m) e sua contribuição sensitiva do fascículo lateral. Ele corre na face
medial do braço, cruzando a fossa antecubital por baixo do lacertus fibrosus. Ele continua
entre as cabeças superficial e profunda do pronador redondo. Antes de passar pelo pronador,
emite ramos para palmar longo, FRC, FSD e raramente FPD. Após sair do pronador, corre
profundo ao arco fibroso do flexor superficial dos dedos, se tornando mais superficial na
região distal do antebraço.
SÍNDROME DO PRONADOR
Compressão do mediano no antebraço, resultando em alteração apenas da sensibilidade no
território de distribuição sensitiva do mediano e na eminência tenar. Muito menos comum
que a STC, descrita em indivíduos que realizam atividades repetitivas com o membro superior.
Teste provocativo pode demonstrar alteração.
TÉCNICA CIRÚRGICA
Pós-op
Parestesia dorsal na mão – ramo sensitivo dorsal do ulnar sai proximal ao Após passar anterior ao
Guyon retináculo flexor, o nervo ulnar
se divide em superficial e
Garra menos Grave – Flexor profundo do 4° e 5° está afetado profundo. O superficial irá
inervar o palmar curto e depois
Compressão BAIXA
dr a sensibilidade do 5° e
Não ocorre parestesia dorsal metade ulnar do 4°.
Garra mais grave – Instrísensecos não conseguem fletir MF e extender IF. O ramo profundo irá inervar
FPD 4° e 5° estão intactos e não têm oposição musculatura hipotenar, os dois
lumbricais ulnares, todos os
interósseos, o adutor do polegar e a cabeça profunda do flexor curto do polegar.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Indicado nos casos de trauma fechado agudo (Ciclismo a longa distância). Tala em neutro por
algumas semanas, com ENMG de controle para acompanhar recuperação.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Mesma incisão que a do túnel do carpo (6mm ulnar a prega tenar) com extensão proximal e
distal. Ramo cutâneo do ulnar cruza a parte distal da incisão em 15% dos casos.
Possui cerca de 4 cm, começando proximalmente no lig transverso e Incisão é extendida pra
terminando na musculatura hipotenar. proximal, com liberação da
fáscia do antebraço.
I: Ausência de fraqueza muscular Apesar de diagnóstico clínico, ENMG pode ser usada para
confirmação. Velocidades de condução no cotovelo menores que
II: Fraqueza sem atrofia 50m/s confirmam o diagnóstico de Sd Túnel Cubital.
III: Atrofia Outras doenças graves podem dar sintomas semelhantes ao
túnel cubital, como Doença do neurônio motor, Síndrome de
Guillain-Barré, Esclerose Lateral Amiotrófica. Levantar supeita principalmente se ocorrer
perdas motoras graves com mínimas alterações sensitivas.
ANATOMIA
TRATAMENTO CONSERVADOR
Evitar posições de flexão contínua do cotovelo, alongamento do FUC e nerve gliding. Cirurgia
mais complicações que a da STC e consequências podem ser devastadoras. Pacientes com
síndrome do túnel cubital leve podem ser tratados de maneira conservadora por 2-4 meses.
50m/s: Diagnóstico
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Descompressão in Situ
Liberação do nervo de bem proximal ao epicondilo medial até o túnel cubital. Mobilização
imediata.
Epicondilectomia medial
Remover apenas 20% do epicondilo, sem violar banda anteromedial do LCU, para não causar
instabilidade medial. Realizar a descompressão in situ também.Mobilização imediata.
Transposição Anterior subcutânea
Transposição Intramuscular
Transposição submuscular
ANATOMIA
Nervo sensitivo radial se ramifica do nervo radial ao nível do epicôndilo lateral, por baixo do
braquial, e entra no tecido celular subcutâneo entre os tendões do braquioestiloradial e
extensor radial longo do carpo, no meo do antebraço. Em 3-10% dos indivíduos, o nervo
perfura o tendão do braquioestilorradial. Se divide em 2 ramos principais a 5 cm do estilóide
radial, indo inervar a região dorsoradial da mão. Existe sobreposição de território inervado
pelo cutâneo lateral do antebraço.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Sìndrome do túnel radial: Dor no aspecto lateral do antebraço e fraqueza após atividade de
extensão do cotovelo ou rotação do antebraço. Diagnóstico diferencial com Epicondilite
lateral. Tanto a epicondilite como a Sd do túnel radial podem ocorrer simultaneamente, e a
origem do Extensor radial CURTO do carpo é a causa das duas.
Túnel Radial
5 cm de comprimento, começa anterior a articulação radiocapitelar. Limitado lateralmente pelo ERLC, ERCC e
Braquiorradial, medialmente pelo braquial e tendão do bíceps, posteriormente pela cápsula radiocapitelar. Braquirradial
forma o teto, ao passar de lateral para anterior. Descrição original do túnel dizia que ele acaba na Arcada de Frohse (parte
mais superior da camada superficial do supinador)
A Síndrome do túnel radial é caracterizada por:
- dor na origem do ERCC quando realizada extensão contra resitência do terceiro dedo
Eletroneuromiografia não é util. Pode ser realizados bloqueios diagnósticos com lidocaína,
primeiro no epicôndilo lateral, depois no supinador.
Não há tratamento conservador específico, mas se paciente tiver epicondilite lateral, seu
tratamento pode ser realizado. Não é recomendado o uso de tensor, pois o aumento da
pressão local aumenta pressão sobre nervo radial.
ANATOMIA
Nervo radial (C5-T1) é um dos ramos terminais do fascículo posterior, correndo lateralmente
no braço, passando pela fenda espiral, até atingir compartimento lateral. Perfura o septo
intercompartimental 10 cm proximal ao epicôndilo lateral. Entra no antebraço anterior ao
epicondilo lateral, e se divide em ramo superficial (sensitivo radial) e profundo (NIP). O NIP
passa pela arcada de Frohse (originada do epicondilo lateral) e entre as duas cabeças do
supinador. Depois que sai do supinador, o NIP se divide em superfical (456) e profundo (1134).
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Incisão dorsolateral, através do BR, até encontrar NIP. Liberação dos pontos
de compressão
Autor faz a liberação entre o braquiorradial e o extensor radial longo do carpo. Incisão na
margem posterior do braquiorradial. Tomando cuidado para não lesar o nervo cutâneo
posterio do antebraço, que está sempre localizado na fáscia onde se juntam BR e ERLC. Entrar
entre estes dois músculos, profundamente liberar origem do ERCC, liberação so supinador.
Se não houver melhora em 3 meses, deve ser realizada ENMG. Se não houver sinais de
reinervação na ENMG, considerar liberação cirúrgica do nervo radial.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Incisão lateral entre deltóide e cabeça lateral do tríceps, se extendendo até o intervalo entre
braquiorradial e braquial, proximal a prega antecubital. Identificar o nervo no intervalor entre
o braquial e braquiorradial, seguí-lo proximalmente, dividindo septo intermuscular. Realiar
liberação de possíveis pontos de compressão.
Cirurgia
Incisão bem ulnar a prega tenar, independente da incisão inicial. Identificação proximal do
mediano e neurólise em direção distal. Realizar microneurólise até visualização de Bandas de
Fontana (recorrência do perineuro).
Falha no tratamento cirúrgico ocorre mais no túnel cubital que na STC. Lembrar das condições
que podem mimetizar a Sd do Túnel Cubital (Esclerose Amiotrófica Lateral, Tumor de
Pancoast). Ficar atento quando perda sensitiva e motora forem de intensidades diferentes.
Perdas sensitivas maiores sugerem neuropatias sensitivas. Perdas motores maiores sugerem
compressão no canal de Guyon. Recorrência dos sintomas após 6 meses sugere nova
compressão no campo cirúrgico.
Cirurgia
Procurar outra causa de compressão. Caso não encontre, reexplorar. Geralmente liberação
incompleta do ramo motor profundo ao redor do hâmulo do hamato.
CAPÍTULO 29 – SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO
Os pacientes com quadro neurogênico e eletroneuro negativa são 97% dos casos, e não
apresentam estudos ou meio de serem avaliados.
A maioria dos quadros de SDT venoso agudo são vistos em homens jovens e musculosos, após
esforço físico vigoroso. Atletas de arremesso e nadadores apresentam risco.
DESFILADEIRO TORÁCICO NEUROGÊNICO
A forma neurogênica verdadeitra é rara, afetando 1:1.000.000 dos pacientes com SDT. Estes
pacientes apresentam evidências objetivas de compressão como atrofia hipotenar, déficits
sensitivos, diminuição da força de preensão, principalmente no território C8-T1. Pode haver
estruturas ósseas ou bandas fibrosas comprimindo plexo.
Forma mais comum (mais de 95% dos casos), pacientes com queixas inespecíficas em membro
superior, sem achados objetivos em estudos eletrodiagnósticos ou de imagem. A maioria dos
pacientes se apresentam com parestesias na mão e dor em mão, braço, ombro e pescoço,
relacionados a atividade ou posição.
Autor orienta que, num paciente com parestesia em território ulnar, com sintomas sugestivos
de SDT e exames eletrodiagnósticos negativos, o diagnóstico é síndrome do desfiladeiro
torácico, até que se prove o contrário. Ross classificou a síndrome de acordo comos sintomas
do seguimento do plexo envolvido, em alta, baixa e combinada. Sintomas de baixa e
combinada representam 85-90% de todos os pacientes.
EPIDEMIOLOGIA
5 principais fatores predisponentes: sexo, idade, ocupação, localização geográfica e trabalhista
ANATOMIA
3 espaços envolvidos: Triangulo
interescaleno, trianguo
costoclavicular, espaço peitoral
menor.
Triângulo interescaleno
São discretos diversos tipos de bandas fascias, sendo as mais comuns aquelas que
conectam 1° costela, escaleno mínimo e bandas entre escaleno anterior e médio.
Triângulo Costoclavicular
ACHADOS CLÍNICOS
Como a maioria dos pacientes possuem exames negativos, o diagnóstico é baseado
em achados clínicos e manobras provocativas. O achado mais comum é dor crônica
insidiosa. O achado inicial mais comum é parestesia (95% dos pacientes), tipicamente
na face medial de mão, antebraço e braço (C8-T1). Pacientes relatam fadiga associada.
Cefaléias são comuns.
Lembrar da double-crush: STC (21-45%), túnel cubital (10%). Autor orienta, caso
ocorra SDT associada com compressão emm outro lugar (documentada por ENMG), a
liberar a compressão mais periférica.
EXAME FÍSICO
Avaliar postura do paciente, buscar circulação colateral. Manobras provocativas
distais devem ser realizadas antes que as para o desfiladeiro. Realizar teste de distal
para proximal, procurando pro STC, tendinite, Síndrome túnel Cubital, problemas no
manguito, radiculopatia cervical, antes de se examinar o desfiladeiro
MANOBRAS PROVOCATIVAS
Diversos testes, cujo resultado é a reprodução dos sintomas ou diminuição do pulso.
São usados os testes de Roos, Adson, Wright e Halstead.
Teste de Roos
Teste de Adson
Teste de Halstead
Teste terapêutico
EXAMES DIAGNÓSTICOS
RADIOGRAFIAS
ELETRONEUROMIOGRAFIA
TRATAMENTO
TRATAMENTO CONSERVADOR
Primeira linha de tratamento. Pacientes que não realizam o conservador adequado,
provavelmente não terão bom desfecho no cirúrgico.
Nos pacientes com desfiladeiro neurogênico, candidatos à cirurgia são pacientes que
realizaram mais de 3 meses de tratamento conservador sem melhora, e sem
evidência de outra compressão periférica.
Incisão supraclavicular
COMPLICAÇÕES
CONCLUSÕES
- Paciente instável
- Leito contaminado
ANATOMIA
Célula básica é o neurônio, com seus dendritos, corpo celular e axônio.
O axônio é uma coluna de citoplasma neural (axoplasma) contido em uma membrana celular
(axolema). Uma fibra nervosa é definida como o axônio e sua bainha de células de Schwann,
que é contida entre a lâmina basal e membrana
basal. As fibras nervosas podem ser mielinizadas
ou não mielinizadas.
Células não mielinizadas possuem menor calibre, e inervam função autonômica, sensibilidade
térmica, e sensibilidade tardia a dor.
Velocidade de condução:
- Não-mielinizada: 1m/s
-Mielinizadas: até 120m/s. Condução ocorre por saltos entre os nódulos de ranvier.
Canais de Ion
A troca de ions através da membrana axonal ocorre graças aos canais de íons. Nas fibras não-
mielinizadas, esses canais estão distribuídos ao longo da membrana do axônio. Nas fibras
mielinizadas, estão concentradas nos nódulos de ranvier.
Canais de sódio estão expostos nos nódulos e permitem a entrada de sódio, o que diminui a
diferença de potencial ao longo da membrana e facilita condução.
Transporte axonal
2 tipos de transporte, ambos dependentes de oxigênio e temperatura:
Perineuro: Resistência a tração longitudinal, através das Bandas de Fontana. Nervo possui
trajeto ondulante, dentro dos fascículos. Se tração longitudinal ocorrer nos nervos, estas
bandas somem, indicando que elas são rugas de tensão.
Epineuro: contém vários vasos e proteção contra compressão. Ocupa entre 60-85% da secção
transversal do nervo e é mais abundante nos pontos onde o nervo cruza articulações.
Caso o axônio seja lesado, ocorrerá perda de condução no segmento distal, e o processo de
degeneração Walleriana se inicia. Caso a lamina basal permaneça intacta, o axônio proximal
pode regenerar dentro do tubo de células de Schwann de maneira ordenada, caso a causa de
lesão seja removida.
Podem ocorrer graus de lesão distintos dentro de uma fibra nervosa. Nas lesões isquêmicas,
as fibras mielinizadas param de conduzir antes que as não mielinizadas.
Se a causa inicial da lesão persistir, a lesão pode evoluir de neuropraxia pra neurotmese. A
perda da condução é característica da isquemia.
Bloqueio anóxico do trasnporte axoplasmático e dos canais de íons. Visto no garrote, ocorre
após 30 minutos.
- Nervos responsáveis pela propriocepção são mais afetados que os de sensação de toque
leve
Lembrar que perda se sensibilidade plantar não é bom sinal preditivo pra amputação.
Não é neuropraxia se :
DEGENERAÇÃO WALLERIANA
Não ocorre num membro isquêmico, já que depende de energia. Nestes casos o nervo
simplesmente morre.
- Perda de condução.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Se existe déficit sensitivo ou motor, e lesão no
trajeto dele, considerar lesão nervosa até que se
prove o contrário. Se atentar para sobreposição de
territórios cutâneos e a compensação de
movimentos, quando for realizar o exame físico.
EXAME FÍSICO
Surge um dia após trauma.
Lesões por tração, fechadas do plexo braquial, quando tinel positivo no trígono posterior do
pescoço (esternocleidomastóideo, trapézio, clavícula) apresentam de 85-90% de taxa de
predição para lesão. Se sintomas até cotovelo, raíz C5. Se sintomas na face radial do
antebraço, C6. Se sintomas atingirem dorso da mão, suspeitar de lesão de C7.
A manobra: Digitopercussão leve, de distal para proximal, no trajeto do nervo. Quando dedo
acerta região de regeneração axonal, paciente sentirá parestesia na distribuição cutânea do
nervo.
- Tinel forte após lesão indica ruptura de axônio. Já ocorre no dia da lesão, especialmente em lesões fechadas por tração.
- Regeneração de axônios pode ser confirmada por um sinal de tinel que se move excentricamente, e é mais forte que o tinel
na região de sutura. Se o reparo falhar, o sinal na linha de sutura é persistentemente mais forte que no ponto de crescimento
- Falha de progressão do sinal de tinel numa lesão fechada indica rotura ou outra lesão que impeça regeneração.
- Tinel avança mais rápido nos casos de axonotmese (2mm/dia) que nos casos de reparo. É mais rápido do segmento
proximal que no distal do membro. Na axila taxas podem chegar a 3mm/dia
LESÃO
Fator prognóstico mais importante: grau de energia do trauma.
Sempre suspeitar de lesão nervosa quando houver déficit sensitivo/motor e lesão no trajeto
de nervo. Sinais de lesão são:
- Alteração de sensibilidade
- Paralisia motora
ELETRODIAGNÓSTICO
Deve complementar exame clinico. Após secção do nervo, quando a degeneração walleriana já
acabou, estímulo direto no coto distal não produz resposta.
Potenciais de fibrilação são sinais precoces de denervação muscular. Ocorrem entre 10-14
dias após lesão. O reaparecimento de atividade potencial de unidade motora voluntária é
sinal que a reinervação está ocorrendo, e esse reaparecimento precede evidência clínica de
recuperação.
LESÕES EM CONTINUIDADE
TRATAMENTO CIRÚRGICO
TÉCNICA CIRÚRGICA
Infiltrar bordas com bupivacaína com epinefrina 1:200.00 (dose máxima 2mg/kg).
Ressecção do nervo até visualizar arquitetura organizada dos fascículos (não passar de 1 cm).
SUTURA NERVOSA
Sutura primária: dentro de 5 dias. Discreta ressecção das bordas dos cotos.
Sutura retardada: 5 dias - 3 semanas. Discreta ressecção das bordas dos cotos.
Autor realizar sutura perineural com nylon 10.0 , periepineural com nylon9.0 e epineural com
nylon 8.0. Tala por 6 semanas.
ENXERTO NERVOSO
Sempre que possível, usar nervos cutâneos do membor lesado. Autor prefere nervo cutâneo
medial do antebraço. Não usar o cutâneo lateral do antebraço nem o sensitivo radial. Se lesão
no tibial, nunca usar sural ipsilateral.
Não retirar enxerto até exposição completa do defeito nervoso e cálculo do gap. Retirar
enxertos 15% maiores que o gap.
Nervo Sural:
Nervo sensitivo radial: usado apenas quando houver lesão irreparável no nervo radial ou
raízes C5-6. Incisão no punho, identificar nervo entre braquioestilorradial e ERLC. Incisão no
cotovelo, identificar entre braquial e braquioestilorradial. Enxerto entre 25-30 cm. NÃO
CONFUINDIR COM INTERÓSSEO POSTERIOR.
Nervo cutâneo LATERAL do antebraço: usado quando houver lesão irreparável do
musculocutâneo. Nervo passa lateral ao tendão do bíceps, entre braquial e bíceps. Pode ser
obtido até 15 cm de nervo.
Enxerto vascularizado:
Jamieson e Bonney, enxerto n ulnar, vascularizado pela artéria ulnar e sua comitantes venosas.
Sem bons resultados, segundo o autor.
Neurotubo: podem cobrir gaps de até 3 cm. Cotos são suturados no tubo.
TRANSFERÊNCIA NERVOSA
Não transferir nervos de função vital para obter função não vital. Reinervação do serrátil
anterior com intercostais apresentou bons resultados em 90% dos casos. Espinal acessório
para supraescapular também possui bons resultados.
Uso da raíz C7 contralateral está indicado em lesões completas bilaterais, onde um membro
está gravemente afetado devido a lesão arterial ou musculoesquelético. Transferir do pior
membro para o melhor.
NEUROTIZAÇÃO DIRETA
PROGNÓSTICO
NERVO RADIAL
Dos nervos periféricos, é o de melhor prognóstico de retorno de função espontânea ou pós
reparo. Nervos sensitivo radial é a excessão.
Parasilia alta: paralisia do tríceps. Causa mais comum é tração fechada, hiperabdução ou
hiperextensão do ombro. Associação com lesão da artéria braquial ou axilar (30%) e lesão
esquelético (70%).
NEUROMA PERIFÉRICO
Resposta inevitável do coto proximal, quando os axônios em regeneração não conseguem
atingir coto distal. O neuroma contém: células de Schwann, fibroblastos, vasos sanguíneos,
axônios (mielinizados ou não), organizados de forma caótica.
São encontrados, geralmente, em nervos sensitivos, como CMAB, sural e sensitivo radial. A
retirada de enxertos, no entanto, não leva a formação de neuroma. Neuromas completos, ou
terminais, são aqueles onde o nervo sofreu transecção. Neuroma em continuidade, ou parcial,
é aquele onde alguns feixes estão intactos.
PATOFISIOLOGIA
Prevenção e Correção de Contraturas: ADM passivo máximo deve ser obtido antes da cx
Equilíbrio tecidual: Nenhuma transferência deve ser feita antes de as cicatrizes maturar
Força adequada: Musculo a ser tranferido deve ter força Grau IV, pelo menos
Efeito tenodese ajuda na flexo-extensão dos dedos. Nunca artrodesar punhos destes pacientes
Linha reta de tração: Tendão deve ter trajeto reto. Se não for possíel, usar uma polia robusta.
Um tendão, uma função: Se tendão tiver mais de uma inserção, vai agir na que estiver mais
tensa. Pode ter várias inserções, contanto que elas possuam a mesma função.
Doador pode ser sacrificável: Nunca transferir um tendão se não houver outro que faça a
mesma função (ERLC/ERCC, FRC/FUC). Evitar dividir tendão receptor, preferível realizar sutura
termino-lateral ao invés de término-terminal (pode ocorrer retorno de função)
Dividida em
Paralisia ALTA: Proximal à origem do nervo interósseo anterior. Pronador Redondo, FRC, FSD,
FP2°/3°, FLP, pronador quadrado e musculatura tenar paralisada.
Paralisia BAIXA: Distal à origem do nervo interósseo anterior. Apenas musculatura tenar
inervada pelo medino (ACP, Oponente, FCPsup) está paralisada.
Paralisia Baixa
Poliomielite já foi causa predominante. Hoje as causa mais comuns de paralisia baixa são
lesões traumática e compressivas do nervo mediano, hanseníase, doenças neurológicas,
atrofia medular, siringomieliga e ausência congênita de musculatura tenar.
BIOMECÂNICA DA OPONÊNCIA
Ocorre, na articulação trapeziometacárpica, abdução, flexão e pronação. No movimento
oposto da oponência, a retroposição, ocorre adução, extensão e supinação da
trapeziometacarpica.
Nervo mediano: Abdutor curto do polegar, Oponente do polegar, Cabeça superficial do Flexor
curto do Polegar
DÉFICIT E DEFORMIDADE
Nem toda lesão de mediano leva a perda de oponência, apenas em cerca de 14% dos casos
isto ocorre, devido a dupla inervação. Em lesões duplas, do mediano e ulnar, o polegar tende a
assumir a posição em extensão e supinação, devido a tração sem oposição dos extrìnsecos.
OPONENTOPLASTIAS
Indicação para cirurgia é déficit funcional devido a perda de oposição. Se a perda de oposição
for unilateral e em mão não dominante, perda de função pode não ser tão relevante. Perda de
sensibilidade associada pode reduzir benefício d euma oponentoplastia.
PREVENÇÃO DE CONTRATURAS
Com a lesão do mediano e paralisia de musculatura tenar, polegar pode adotar posição em
supinação e adução, com contratura de 1° comissura (mão simiesca). Essa posição deve ser
prevenida, com o uso de órteses em abdução, e terapia ocupacional com mobilização de
articulações. Contraturas devem ser corrigidas antes da oponentoplastia.
Músculo ideal deve ter fração de tensão semelhante ao Abdutor curto do polegar combinado
com o Oponente (1.1 +1.9 = 3.0), e comprimento de fibra muscular tão longo quanto ACP.
Deve alcançar a MF do polegar, para evitar o uso de enxertos, e possuir ação sinérgica com o
ACP, para facilitar reabilitação.
PLANEJAMENTO DE POLIA
Melhores resultados são alcançados com tranferências que correm pelo subcutâneo, com
trajeto paralelo às fibras do ACP. Assim, todas as tranferências extrínsecas devem passar por
polias fixas, na região do pisiforme. A transferência de Camitz não usa polia verdadeira, logo
não atinge oposição efetiva.
Podem ser únicas ou duplas, quando almejam atingir oposição associada a estabilização
passiva da MF ou restrição da flexão da IF.
Bunnel recomenda perfurar borda dorsoulnar da base da falange proximal do polegar, para
produzir abdução e pronação. No entanto, devido ao formato da articulação
trapéziometacárpica, a pronação ocorre passivamente quando ocorre abdução e flexão do
polegar, o que justifica as oponentoplastias serem inseridas no tendão do Abdutor curto do
Polegar, na borda radial da MF.
Inserções duplas, não tem função na paralisia isolada do mediano.Num polegar intrinseco-
minus, pode ser realizada a inserção no ACP e cápusla dorsal da MF ou mecanismo extensor
do polegar.
RESULTADOS
OPONENTOPLASTIAS
2 - Utilizando EPI
RETIRADA DO FLEXOR
Pode ser retirado na inserção, onde pode aumentar risco de contratura, déficit de extensão e
Swan-neck. Maioria dos cirurgiões prefere retirar na região palmar distal, entre polia A1 e A2,
com dedo em flexão máxima.
POLIA
Pode ser usado Flexor ulnar do carpo (maximiza abdução), canal de Guyon (maximiza
oposição), Borda do ligammento transverso (maximiza oposição), pisiforme (flexão).
Motor: Abdutor do 5° dedo Melhora aparencia da mão, aumentando volume da eminência tenar.
Incisão meiolateral na borda ulnar da mão, liberação das 2 inserções do
Polia: Pisiforme (é a origem, na Abdutor (base da FP, mecanismo extensor), dissecção retrógrada até
verdade) origem do músculo (pisiforme). Tomar cuidado para não lesar pedículo
que se encontra dorsoradial. O pedículo pode ser exposto, de maneira
Inserção: Inserção do ACP
alternativa, ao se identificar nervo e artéria ulnar no punho e seguí-los
distalmente. Após isoladar o pedículo, elevar a origem do abdutor no
pisiforme, mantendo uma tira inserida no tendão do FUC. Os únicos
pontos que ligam o músculo são o feixe neurovascular o o FUC.
Oponentoplastia do EUC
Phallen e Miller (EUC) Phallen e Miller. Incisão dorsoradial no antebraço, tenotomia do ECP
na junção miotendínea. Incisão na MF do polegar, puxando tendão do
Motor: Extensor ulnar do Carpo ECP por esta ferida. Incisão na borda ulnar da mão, criação de túnel
subcutâneo do pisiforme até polegar, tenotomia do EUC proximal
Polia: Borda ulnar do antebraço
compartimento extensor (cuidado para não lesar ramo cutâneo
Inserção: Extensor curto Polegar dorsal do ulnar). EUC é passado ao redor da borda ulnar do
antebraço (proximal ao pisiforme) e suturado no ECP, com oponência
(junção miotendínea)
na base do 3° dedo, com MF e IF extendidas.
Oponentoplastia do EP5° Indicada na ausência do EPI, quando este já foi utilizado para algum
transferência. Sempre ter uma transferência alternativa em mente, já que
Motor: Extensor próprio do 5° +
o EP5° pode ser hipoplásico ou ausente. Incisão na MF do 5° e o EP5°
faixa de capuz extensor
(geralmente dois tendões, ulnares ao ECD) é retiraod junto com um faixa
Polia: Borda lateral do antebraço de capuz extensor (tendão não é suficientemente grande). Tendão é
passado ao redor da borda ulnar do punho, onde é criado um túnel
Inserção: Abdutor curto do subcutâneo e suturado no ACP, ECP e cápusla dorsal.
polegar, ECP e cápsula dorsal
Oponentoplastias para déficits graves
Makin
Motor: FLP
Extensor Longo do Polegar Em casos de paralisia ou de doença nervosa periférica, onde os únicos
motores do polegar são ELP, ECP e ALP, pode ocorrer uma contratura em
Motor: ELP flexão da IF, mesmo com um FLP fraco ou paralisado, devido ao efeito
tenodese., pela extensão e supinação da trapeziometacarpica e
Polia: Borda ulnar do punho
metacarpofalangeana. Nestes caso uma oponentoplastia do ELP é
Inserção: Loop ao redor da FP indicada, caso o ELP tenha controle muscular voluntário. Caso não possua,
o polegar irá ficar na frente e atrapalhar os outrso dedos, pois o ALP não é
forte o sufuciente para tirar polegar da palma.
Incisão no dorso da MF, retirada de ELP com tira central do capuz extensor, mantendo porções
laterais intactas. ELP é passado ao redor da borda ulnar do punho, através da palma num túnel
subcutâneo até a incisão inicial. A articulação MF é artrodesada em extensão e pronação. O
tendão do ELP é suturado num loop ao redor da FP e sobre si mesmo e as porções laterais são
fechadas uma nas outras.
Moutet
Polia: janela da membrana Utiliza o tendão do ELP, passado por uma janela na membrana interóssea
interóssea + FRC (Lesão isolada e ao redor do Flexor Radial do Carpo (quando lesão do mediano isolada)
do mediano) ou FUC (lesão ou Flexor Ulnar do Carpo (Lesão combinada de Mediano e ulnar), para ser
combinada mediano e ulnar) suturadode volta no coto distal do ELP dividido. Não é realizada artodese
da MF.
Inserção: coto distal do próprio
ELP
Mennen Oponentoplastia de Mennen (Extensor Longo do polegar)
Motor: ELP Incisão do dorso da MF, tenotomia do ELP 1 cm proximal à MF. Liberação
do ELP no antebraço. Incisão na face volar do antebraço, 3 cm proximal à
Polia: Membrana interóssea prega de flexão do punho, radial à artéria ulnar. Janela criada na
membrana interóssea, passagem do ELP, criação de um túnel
Inserção: Próprio coto distal do
ELP (1 cm de sobreposição) subcutâneo, passagem do Elp até o dorso da MF, passando por baixo do
ECP. ELP é suturado ao seu coto distal, com 1 cm de sobreposição.
Pós-Operatório de Oponentoplastias
Polegar imobilizado em oponência por 3 semanas, porém mobilidade precoce é possível se
houver sutura robusta na aponeurose do ACP ou cápsula dorsal.
Trasferências preferidas do autor são Camitz e EPI. Faz a Camitz para pacientes com perda de
oposição secundária a síndrome do túnel do carpo. Realiza a transferência junto com a
liberação do túnel do carpo.
Nas outras ocasiões, autor usa a transferências do EPI, inserindo no tendão do abdutor curto
do polegar.
Indicadas nas lesões altas do mediano que não foram reparadas ou enxertadas. Imprtante
manter mobilidade articular.
Paralisias baixas ocorrem distais à origem dos ramos para FUC, e flexor profundo do 4° e 5°
dedo. A força dos flexores extrínsecos ulnares não é afetada, ocorre perda de sensibilidade da
borda ulnar da mão, e os músculos intrínsecos inervados pelo ulnar são afetados. Ocorre
perda da pinça do polegar, deformidade em garra, perda de força, de habilidade e alteração do
padrão de flexão dos dedos.
Paralisias altas ocorrem proximais aos ramos para o FUC, FP 4° e 5°. Além das lesões da baixa
ocorre perda de flexão do 4, 5 e do punho. A garra ulnar, paradoxalmente, é menos grave
Garra ulnar
Na garra baixa, além da hiperextensão das MF, ocorre flexão dos dedos pelo FP 4° e 5°. Isto
torna o aspecto da garra pior. Na garra alta, os FFPP estão paralisados, restando apenas a
hiperextensão das MFs, o que dá um aspecto menos grave à garra
O nervo ulnar inerva a musculatura hipotenar (Palmar curto, abdutor do quinto, oponente e
flexor curto do quinto), todos os interósseos, o 3° e 4° lumbrical e adutor do polegar. O flexor
curto tem inervação dupla (79%), sendo que o nervo ulnar inerva sua cabeça profunda.
A lesão do nervo ulnar é comum na hanseníase (onde ela é endemica), em traumas e nas
síndromes do túnel cubital grave. Menos frequentemente pode ocorrer compressão no túnel
cubital, o que leva a perda de função intrínseca sem perda de sensibilidade.
Lesões no canal de Guyon preservam a sensibilidade dorso-ulnar, já que ramo cutâneo dorsal
emerge do nervo ulnar entre 6-8 cm proximal ao punho. Somene lesões no túnel cubital ou
proximais a ele podem levar a perda do FUC e FPD4° e 5°. A lesão característica da lesão do
nervo ulnar é a mão em garra. Garras baixas são mais graves, devido a ação do FP sem
oposição dos intrínsecos.
Anastomose de Martin-Gruber: Inervação motora mediano(ou NIA)-ulnar no antebraço, encontrada em 17% das pessoas
Tipo I:60% - ramos motores do mediano, junto com ulnar, inervam intrínsecos “medianos”
Tipo II: 35%, ramos motores do mediano, junto com ulnar, inervam instrínsecos “ulnares” – Mais comumente, 1°
interósseo dorsal
Tipo III: 3%, fibras motoras do ulnar, junto com mediano, inervam intrínsecos “medianos”
Tipo IV: 1%, fibras motoras do ulnar, junto com mediano, inervam intrínsecos “ulnares”
Anastomoses de Riche-Cannieu: conexão do ramo recorrente do mediano com ramo motor do ulnar, na palma da mão
Exame físico
Sinal de Duchenne: No repouso, MF fica em
extensão e IFP e IFD ficam em flexão.
Além da garra, a perda dos intrínsecos afeta a dinâmica do movimento dos dedos. Num dedo
normal a MF flete primeiro, seguida das IFs. Na garra, a IFD flete primeiro, seguida da IFP e
por último a MF. Isto faz com que, ao invés de aproximados da palma, objetos pegos com a
mão afetada sejam jogados para fora dela.
Quando avaliar mão com garra, observar de articulações possuem ADM passivo livre, e se a
correção da hiperextensão da MF (manobra de bouvier) permite extensão completa das IFs.
Caso ocorra, a correção da hiperextensão irá resolver a deformidade. Se a IFP permanecer em
flexão, mesmo após correção da MF, mas pode ser passivamente extendida, uma tranferência
tendínea será necessária, de maneira a fornecer força de flexão para a MF e de extensão para
a IF.
Em garras de longa data, as fibras retinaculares transversas dorsais estão frouxas e permitem
a migração das bandeletas laterais do mecanismo extensor, que se posicionam volar ao eixo de
rotação da IFP, e passam a atuar como flexores, ao invés de extensores desta articulação. Pode
ocorrer uma hiperextensão secundária das IFD (Lesão em botoeira). Estas lesões devem ser
corrigidas antes das transferências tendíneas, assim como deformidades fixas em flexão.
Correção cirúrgica da Mão em garra
Diversas técnicas, divididas em estáticas e dinâmicas
Técnicas Estáticas
Previnem a hiperextensão das MFs, através do encurtamento da cápsula, ou criação de
tenodeses. Procedimentos estáticos só irão corrigir garra se na correção das MFs as IFs se
extenderem completamente. Se houver déficits de extensão, o procedimento estático está
contra-indicado. Se houver contraturas em flexão, devem ser corrigidas antes das cx.
Incisão sobre polia A1, abertura longitudinal dela, identificação da placa volar
da MF. Duas incisões paralelas sobre a placa volar, liberação do coo do
metacarpo, criando um flap de base na falange proximal. Criação de túnel
ósseo transverso no colo do metacarpo.
Modificação de Omer
Inserção da transferência:
Falange proximal ou Polia A1: flexão pura da MF
Banda lateral RADIAL dos dedos (indicador pode ser radial ou ulnar): Flexão da MF, algum
grau de abdução das MF e extensão das IF
Stiles-Bunnel: Utilização do flexor superficial inteiro, passadas pelo canal lumbrical, e fixadas
nas bandeletas radial e ulnar de cada dedo. Levava à muita aderência e supercorreção após 1-
2 anos. FSD inteiro é muito forte
Omer: Preferia inserir na polia A2, tensionando a sutura com antebraço supinado, mão
apoiada na mesa e MF em 45°. Tensionava mais a sutura do quinto, pois é onde ocorre
maior recorrência da garra
Anderson e Oberlin: utilizam laço ao redor da polia A1 e A2a (porção proximal de polia
A2). Isso dá mais força que apenas a polia A1 porém não leva a hipercorreção, como
quando se utiliza a polia A2 completa.
Shah: Garra do 4° e 5°, em cada dedo ele usa uma hemifta do FSD(ao contrário do laço
de zancolli, que usa o FSD3 para todos). Esta hemifita é passada ao redor da polia A1, e
suturada nela mesma com flexão de 90° das MF, sob anestesia local.
Transferências do Extensor Próprio do Indicador e do Quinto
Técnica de Fowler. EPI e EPQ são obtidos na base dos dedos, divididos longitudinalmente em 2
cada um, passados no espaço intermetacarpal, volar ao ligamento metacarpal transverso, e
inseridos na banda radial do capuz extensor. Produz muita tensão, podendo causar
deformidade instrinseco plus.
Burkhalter e Strait modificaram a técnica de brand, usando o ERLC com enxerto tendíneo,
apenas para o 4° e 5° dedo, e o fixando na base da falange proximal, passado por um túnel
ósseo transverso e fixado com uma sutura pul-out.
Transferência volar do ERLC
Brand modificada por Omer. Passagem do ERLC com enxerto
tendíneo pelo túnel do carpo. Tendão do ERLC é desinserido,
passado por baixo do braquirradial, aumentado com enxerto
de palmar longo, sendo que o local de sutura não adentra o
túnel do carpo. A extremidade distal do enerto é dividida em
4 partes, suturadas às bandas radiais do 3°, 4° e 5° dedo, e
ulnar do 2°. Tensionadas com punho em 45° de flexão, e MF
em 70°, com IFs extendidas.
Artrodese da MF: Preferível atrodesar MF que IF, posicionar em 15° de Flexão, 5° de abdução
e 15° de pronação.
Artrodese da IF: Reservado para casos com instabilidades da IF. Posicionar em 20-30° flexão.
Tenodese do FLP: metade radial do FLP é liberada da inserção, passada subcutânea ao redor
da borda radial do polegar e suturada no ELP. Assim o FLP fornece flexo-extensão balanceada
na IF, impedindo a hiperflexão.
T de Bunnel: Pode ser corrigida por um enxerto de tendão inserido no apsecto radial da FP do
polegar e no aspecto ulnar do colo do 5° metacarpo. No meio deste tendão é inserido um
Flexor superficial do dedo, que quando contraído realiza a formação do arco metacarpal.
ECD do 4° (Voche e Merle): Terço central do ECD para o 4° dedo é retirado, numa faixa de 4
cm, passado palmar ao ligamento tranverso e suturado no ligamento colateral radial ou no
aspect radial do capuz extensor.
Paralisia ulnar ALTA
Nas paralisias altas, o FPD do 4° e 5° estão
afetados, ficando a flexão do 4° e 5° dedo a cargo
dos FFSS. Realizada solidarização do FP do 4° e 5°
no FP do 3°.
Restauração da Sensibilidade
Tranferência do nervo digital ulnar do 3° para o
ulnar do 5°.
Atrofia de interósseos
Preenchimento, principalmente entre 1° e 2° MTC
Tala Interna
Realização de transferências precoces, após reparo nervoso, para evitar surgimento de
deformidades.
Paralisia do radial
Perda de extensão de punho e dedos. Paralisias altas
envolvem o tríceps (tríceps pode ser compensado pela
gravidade), paralisias baixas ocorrem abaixo dos ramos
paro o tríceps.
Neurite do plexo braquial pode causar paralisia isolada do NIP, quando
ocorre desvio radial, já que o extensor radial longo do carpo não é afetado
(inervado pelo ramo superficial do nervo radial em 58%).
ANATOMIA
OBJETIVOS
TRATAMENTO CONSERVADOR
Tratamento Cirúrgico
REPARO NERVOSO
Pode ser realizado tardiamente, mas se prognóstico é ruim, melhor partir para transferência
tendínea. Gaps podem ser enxertados, com resultados melhores em gaps menores que 5cm.
Flexores do Punho: 33mm Brown e Bevin orientam transferência imediata se gap maior que 4 cm,
grande defeito de pele em cima do nervo.
Extensores dos dedos: 50mm
Flexores Superficiais: 70mm Não há consenso, maioria dos cirurgiões esperam 5-6 meses após o
reparo nervoso, para permitir a regeneração nervosa.
REVISÃO HISTÓRICA
Complicações:
Ausência do Palmar Longo: Usar flexor superficial do 3°, 4° ou braquioestilorradial (mais difícil
de reabilitar)
Transferência do flexor superficial (Boyes)
Realizada transferência do pronador redondo para o ERCC, Flexores superficiais do 3° e 4° são
seccionados proximais ao quiasma de camper, e passados, proximalmente ao pronador
quadrado, pela membrana interóssea. O flexor superficial do terceiro irá passar entre o FLP e
os FFPP, e o flexor superficial do 4° irá passar ulnar aos FFPP.
O FS3° irá ser suturado, proximalmente ao retináculo extensor, ao EPI e ELP, sem divisão
proximal dos tendões receptores. O FS4° irá ser suturado, proximalmente ao retináculo
extensor, ao ECD, sem divisão proximal dos tendões receptores. Tensão é ajustada com
assistente realizando um punho cerrado, com 20° de extensão do punho, e suturas sendo
realziadas sob máxima tensão.
Paralisias do radial: - Pronador redondo para Extensor Radial Curto do Carpo (termino lateral)
Paralisias do NIP: - Flexor radial do carpo para extensor comum dos dedos
Exploração precoce:
Se fratura for tratada conservadoramente: Esperar entre 4-5 meses para explorar nervo, caso
função não tenha retornado
PARALISIA CEREBRAL
2-4/1000 nascidos vivos. Mais prevalente em prematuros com peso muito baixo (<1500g).
Causada por anóxia, mas também por encefalopatia, teratógenos, anormalidades genética,
icterícia, infecções, kernicterus.
AVALIAÇÃO
Avaliar se existem doenças tratáveis no cerebro ou se
neuropatia é progressiva.
EXAME FÍSICO
Variedade de
apresentações, mas a
mais comum é rotação
interna do ombro, flexão
do cotovelo, pronação do
antebraço, flexão do
punho, flexão dos dedos,
espasticidade de
intrínsecos e polegar
empalmado.
Buscar clonus ou
hiperreflexia, distinguir
espasticidade de
contratura
muscular/articular.
Na espasticidade, quando o paciente está relaxado, ADM passivo é completo. Na contratura,
ADM é limitado, independente de se estar relaxado ou não. Em pacientes mais jovens,
geralmemte se encontra apenas contratura muscular. Em pacientes mais velhos, além da
contratura muscular existe a contratura articular.
Buscar pontos de problemas de higiene, como axila, fossa antecubital, prega de flexão do
punho, palma e espaços interdigitais.
COTOVELO
ANTEBRAÇO
PUNHO E DEDOS
Avaliar movimento passivo do punho que, quando incompleto, sugere contratura dos flexores.
Ângulo de Volkmann
Usado para avaliar espasticidade dos flexores dos dedos. Flete-se o punho e estica-se completamente os dedos. Tenta-
se extender o punho, com os dedos em extensão. Se houver contratura dos flexores dos dedos, o punho não passa de
neutro sem a flexão dos dedos. Se o angulo de volkmann não chegar no neutro, indica-se intervenção cirúrgica.
POLEGAR
EXAMES DE IMAGENS
Rx do cotovelo (luxação da cabeça do rádio) e punho (luxação da ARUD) são os únicos
relevantes.
ENMG
Papel questionável. Depende de equipe extremamente especializada.
Tratamento Conservador
FISIOTERAPIA
BOTOX
OMBRO
Casos que não respondem ao Botox e Fisioterapia são tratados com alongamentos ou
libberação musculares, sendo necessária osteotomia derrotativa em casos mais graves.
Transferências musculares não apresentam bons resultados e não são indicadas. Pacietes
com a forma atetóide que apresentam luxação glenoumeral recorrente devem ser tratados
com artrodese do ombro.
Por via deltopeitoral ou axilar o tendão do peitoral maior é alongado na sua junção
miotendínea. Subescapular pode ser alongado em Z (preferido), sofrer tenotomia na inserção
da pequena tuberosidade ou ser elevado da face anterior da escápula, de distal para proximal
(slide).
ARTRODESE GLENOUMERAL
Indicada nos casos de instabilidade ou subluxação
dolorosa do ombro. Contraindicada em casos de
falta de controle escapular. Paciente precisa da
musculatura paraescapular ativa para o controle da articulação glenoumeral.
Casos moderados são tratados com alongamento do peitoral maior na junção miotendínea e
alongamento em Z do subescapular (ou slide, de inferior para superior). Se grande dorsal e
redondo maior forem espásticos, suas inserções umerais são liberadas. Casos graves são
tratados pela osteotomia derrotativa, lembrando que a higiene axilar não será alterada.
COTOVELO
Contratura em flexão dinâmica pode ser tratada com denervação, alongamento ou miotomia
dos músculos que cruzam a face anterior do cotovelo. A liberação das contraturas pode ser
feita através de alongamento ou liberação individual do bíceps, braquial ou
braquiestilorradial. Se a massa flexopronadora contribuir para a contratura, pode ser
necessário um slide dela.
Contraturas rígidas, de longa data, que envolvem pele e articulações podem precisar de
liberação concomitante de pele e cápsula articular, sendo que o limitante será a distensão do
feixe neurovascular.
NEURECTOMIA DO MUSCULOCUTÂNEO
Raramente realizada, indicada em contraturas
espásticas com menos de 30°. Denerva o bíceps e o
braquial, sendo a flexão do cotovelo realizada pelo
braquioestilorradial. Necessita de ADM passiva
completa, já que o procedimento não corrige
cápsula articular.
Bloqueio préoperatório do musculocutâneo permite avaliar correção possível, bem como grau
de flexão que o braquioestilorradial permitirá.
ANTEBRAÇO
Balanceado por supinadores (bíceps e supinador) e pronadores (Pronador redondo e pronador
quadrado). Deformidade clássica em hiperpronação, que pode ser tratada por liberações do
pronador redondo na sua origem (slide da massa flexo-pronadora) ou inserção (tenotomia ou
re-routing). Quando houver liberação do pronador redondo, o pronador quadrado não deve
ser liberado, ou haverá perda de pronação.
Inserção do pronador se encontra no mesmo lugar onde o nervo sensitivo radial sai de baixo
do braquiestilorradial. Incisão longitudinal, com nervo sensitivo radial identificado (entre
braquioestilorradial e ERLC) e protegido, com tenotomia do pronador realizada
completamente na superficie do rádio.
Contraindicado em pacientes
sem controle do pronador.
Então tendão pode ser passado de dorsal para volar, através da janela interóssea, sendo a
parte distal do tendão suturada em sua porção proximal, sobre leve tensão. Outra maneira é
passar o tendão de volar para dorsal, ao redor do rádio, e ressuturado em sua inserção, com
suturas transósseas, com antebraço em supinação.
Em pacientes com pronação do antebraço associada a flexão do punho e dedos, autor opta por
liberação (slide) da massa flexo-pronadora.
Em pacientes com pronação moderada ou grave, autor opta por osteotomias do antebraço ou
osso-único.
PUNHO E DEDOS
AUSÊNCIA DE EXTENSÃO
Avaliar quais músculos estão espásticos. Usar bloqueio de mediano/ulnar se necessário.
Desvio ulnar pode ser causado isoladamente por FUC ou FUC+ EUC. Avaliar extensão digital
com punho em neutro. Se necessário ganhar extensão, pode-se transferir FUC, EUC,
Braquioestiloradial ou Pronador Redondo para ERCC (mais central).
Se houver grande contratura capsular em flexo, pode ser realizada carpectomia proximal
(pouco ganho de extensão passiva), artrodese (perde-se efeito tenodese) ou condrodese
(artrodese que preserva placa fisária).
FUC é desinserido do pisiforme, passado por túnel subcutâneo na borda ulnar do antebraço, e
inserido no ERCC por sutura de Pulvertaft, com tensão máxima com punho em neutro ou leve
extensão. Punho imobilizado em 30° de extensão por 4 semanas.
TRANSFERÊNCIA DO EUC PARA ERCC
Indicada para pacientes com fraqueza de extensão do punho, mas com alguma extensão ativa
presente. Indicada para pacientes com fraqueza de extensão do punho onde o FUC foi usado
para ECD. Contraindicada para pacientes com desvio radial em repouso ou sem nenhuma
extensão do punho.
Tendão do EUC é liberado do 5° MTC, e suturado por Pulvertaft no ERCC, com máxima tensão
em leve extensão. Geralmente realizada em conjunto com alongamento do FUC. Punho
imobilizado em 30° de extensão por 4 semanas.
FUC passado por túnel subcutâneo em borda ulnar do antebraço, e suturado no ECD, de ulnar
para radial, proximalmente ao retináculo, com MFs em extensão máxima, com punho em
neutro. Punho imobilizado em 30° de extensão e dedos em extensão máxima por 4 semanas.
ALONGAMENTO FRACIONADO
Indicado na mão que possui função, quando os dedos não podem ser extendidos com o
punho segurado passivamente em neutro, mas podem ser completamente extendidos
quando o punho está fletido. Método ideal para não produzir hipercorreção ou perda de força.
Contraindicado quando dedos não podem ser extendidos mesmo com o punho fletido. Nestes
casos o alongamento em Z ou a transferência do FSD para FPD está indicada.
Incisão ao nível das junções miotendíneas, realizadas 2
tenotomias, com pelo menos 1 cm de distância entre elas, sendo
a mais distal 2 cm proximal ao aspecto distal da junção
miotendínea. A parte muscular deve ser deixada intacta. Deve
ser realizada tanto nos FFSD como nos FFPD. Com o punho em
neutro, dedos devem ser extendidos até pouco menos que
extensão desejada. Dedos não devem ser completamente
extendidos. Hipercorreção levará a fraqueza e swan-neck.
ALONGAMENTO EM Z
Produz maior alongamento que o alongamento fracionado.
Indicado para contratura dos flexores do punho e do FLP. Usado
no FLP, quando polegar não pode ser extendido, mesmo com
punho em flexão. Para FLP, alongar 0.5 mm para cada grau de
correção desejado (exemplo, 50°, 25 mm). Contraindicado
para alongamentos individualizados dos dedos, pode causar
alongamento desigual. Nestes casos usar o slide da massa
flexo-pronadora ou transferência dos FFSS para os FFPP.
Para o FLP, tensão dada com o punho em neutro e MF e IF levemente fletidas. Com a extensão
do punho, polegar deve cruzar o indicador, e com a flexão deve se extender completamente
fora da palma.
Após alongamento dos flexores do punho, a imobilização deve ser realizada com o punho em
leve flexão por 4 semanas. Após alongamento do FLP, a imobilização deve ser realizada com o
punho em leve flexão e polegar em neutro por 4 semanas
Indicada quando existe contratura substancial dos flexores dos dedos e, mesmo com o punho
fletido, eles não podem ser extendidos. Se polegar estiver acometido, indicado alongamento
em Z. Cuidado no uso em mãos funcionais, pois a força de flexão irá diminuir
Incisão longitudinal, identificados FFSS e FFPP. Com os dedos mantendo cascata normal, FFPP
são suturados uns nos outros distalmente e os FFSS proximalmente. Secção realizada
distalmente nos FFSS e proximalmente nos FFPP. Tensão da sutura é dada com o punho em
neutro e dedos com 45° de flexão na MF e 45° na IFP (alternativa: punho 20°, MF 20°, IFP 20°).
Com o punho em 45° de extensão dedos devem tocar a palma e com a flexão do punho dedos
devem se extender completamente. Suturas latero-lateral individuais, se houver função, ou
em massa, se não houver função dos dedos.
Se os dedos não podem ser completamente extendidos com o punho fletido, é necessário o
alongamento em Z ou a tranferência dos FFSS para os FFPP.
Numa mão não funcional, com flexores espásticos, autor indica ressecção carpal em cunha
associada a artrodese, que irá melhorar posicionamento, higiene e contratura dos flexores.
POLEGAR EMPALMADO
Condição limitante e difícil de tratar, multifatorial, podendo as seguintes causas levar a um
polegar empalmado:
FLP, FCP, Adutor e Primeiro interósseo dorsal. Observar mão durante o uso e palpar tendões
durante abdução passiva do polegar. Durante o uso, o metacarpo assume posição aduzida se
houver espastasticidade do adutor ou primeiro interósseo dorsal. Um FCP espástico flete a
MF. FLP é avaliado com o punho em extensão e flexão. Se IF estiver fletida com o punho em
neutro e metacarpo passivamente abduzido, FLP precisará de alongamento.
ECP, ELP e ALP. Testar cada um dos tendões com o punho extendido e fletido. Geralmente ELP
tem boa função, sendo que o paciente extende a IF quando tenta pegar um objeto, mesmo
com o metacarpo Aduzido e fletido.
- Hipermobilidade da MF
Incisão na prega tenar, do tunel do carpo à base do indicador. Musculos tenares mais
superficiais (abdutor curto, FCP, e oponente) são liberados de sua origem no ligamento carpal
transverso. Proteger ramo motor recorrente do mediano. Mais profundamente, a origem do
adutor (3° metacarpo) é liberada completamente. Proteger ramo motor do ulnar e arco
palmar profundo, que se encontram entre as cabeças superficial e profunda do adutor.
RE-ROUTING DO ELP
Indicada para pacientes que possuem ELP funcionante, sem
abdução e extensão do polegar. Geralmente este
procedimento é feito junto com o slide da origem ou liberação
dos intrínsecos. Procedimento mais simples que transferência do ELP e
é mais realizado. Contraindicado na ausência de ELP funcional.
ABDUTORPLASTIA DO FLP
Indicada para pacientes com adução do 1° metacarpo, não-rigida, quando o FLP é espástico e
precisa ser liberado ou quando o ELP não pode ser utilizado. Contraindicada em pacientes com
pinça fraca, ou em pacientes que já possuem artrodese de MF, porque será necessária
artrodese ou tenodese da IFP.
Incisão mediolateral radial no polegar, secção do FLP na falange proximal. FLP tracionado em
incisão no punho, passado em túnel subcutâneo e suturado na cápsula da MF. Realizada
artrodese da IF ou tenodese com o coto distal do FLP.
CONDRODESE DA MF
Indicada para pacientes que possuem MF que hiperextende, e que irão receber transferência
tendínea, contraindicada quando artrodese da IF poderá ser realizada.
Incisão dorsal, entre ELP e ECP, cruentização da epífise, sem lesar fise. Fixação com MF em
Neutro.
MÉTODO PREFERIDO DO AUTOR: POLEGAR EMPALMADO
Identificar e tratar os 4 pontos-chave do polegar empalmado: Flexores e Adutores espásticos,
ausência de extensores ou abdutores, hipermobilidade de MF e contratura de 1° comissura.
Músculos espásticos são liberados ou alongados, extensores são fortalecidos pelo rerouting,
MF é estabilizada por condrodese ou artrodese. Zetaplastia é realizada na 1° comissura, se
necessário.
Recorrência é comum, mesmo com cirurgia bem indicada. Em casos selecionados, considerar
artrodese da MF e da CMC, tornando o polegar um poste para preensão.
A espasticidade dos intrínsecos pode ser tratada por 3 formas: Slide da origem dos intrínsecos,
neurectomia motora do ulnar e alongamento dos intrínsecos.
Duas incisões dorsais na mão (entre 2° e 3° MTC e entre 4° e 5° MTC), dissecção subperiosteal
dos interósseos dorsais e volares. MF levada a extensão passiva com IFPs em flexão.
Imobilizada em extensão por 4 semanas.
Incisão transversa na prega palmar distal, interósseos dorsais e volares são alongados de
forma fracionada (apenas tendão e na junção miotendínea).
DEFORMIDADES INTRÍNSECO-
MINUS
Deformidade menos comum, intrínsecos estão
enfraquecidos e há hipertonicidade dos extensores
extrínsecos, resultando em garra, com MF
hiperextendida e IFP e IFD fletidas.
80% homens, 20% mulheres. Mais prevalente em brancos (EUA), causa mais comum acidente
trânsito (37%), Queda (29%), violência (14%) e trauma esportivo (9%).
Categorias mais comuns são: tetraplegia incompleta (41%), paraplegia incompleta (19%),
paraplegia completa (18%) e tetraplegia completa (12%).
Tetraplegia é definida como lesão ao nível de uma das 8 raízes cervicais (C1-C8), enquanto
paraplegia é definida como lesão ao nível torácico, lombar ou sacral.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Amplo ADM da coluna cervical predispõe a região a lesão. Maioria das lesões ocorrem devido a
flexão da coluna cervical, com compressão da medula pela vértebra ou disco vertebral. Pode
ocorrer lesão por tração, devido a instabilidade e translação cervical.
Os músculos acima da região lesionada possuem força normal, os músculos abaixo dela
apresentam flacidez ou algum componente espástico. No nível da lesão a musculatura ganha
força com o passar do tempo, apresentando melhora em até 1 ano.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Há pouca relação do nível de lesão esquelética com o da
lesão medular. Lesão pode ser assimétrica e possuir
diferentes padrões de perda sensitiva e da motora.
EXAME FÍSICO
Exame motor e sensitivo, para determinar quais músculos são funcionais (grau 4 ou melhor) e
quais estão paralisados (grau 0 ou 1). Quando os grupos funcionais são determinados, coloca-
se o paciente num dos grupos (possuem ganho progressivo – grupo 4 possui o Pronador
Redondo além do ERLC, ERCC e BR). Uma dificuldade é diferenciar o grupo 2 do grupo 3. No
grupo 2 apenas o ERLC está funcioando, o que leva o punho a um desvio radial na extensão.
No grupo 3, à extensão do punho não ocorre desvio radial tão significativo.
Em pacientes magros, o ERLC (músculo chato) e ERCC
(mais bulboso) podem ser palpados. Sinal de Bean
consiste na palpação dos dois músculos, sendo que os
dois são funcionais, e o paciente é do grupo 3.
ANATOMIA PERTINENTE
As lesões medulares produzem
padrões diferentes das lesões do
SNC, do plexo braquial ou de nervos
periféricos isolados. Nelas leva-se
em conta a inervação segmentar,
conceito que afirma que as céluas
do corno anterior da medula estão
distribuidas pela medula, de
cefálico para caudal, em um padrão.
São formadas colunas longitudinais
de núcleos de neurônios motores,
cruzando diversos níveis
segmentares e produzindo
inervação com padrão previsível.
Tenodese: Definida como movimento de uma articulação causado pelo movimento de outra
(geralmente mais proximal).O efeito tenodese pode ser aumentado cirurgicamente, sem
necessidade de transferencia tendínea.
Autor prefere a transferência pelo lado medial, já que a lateral pode levar a paralisia do
radial.
Incisão medial no braço, cruzando fossa antecubital. Liberação do tendão do bíceps e lacertus
fibrosus, e ventre do músculo é elevado proximalmente, preservando-se o nervo
musculocutâneo, que corre sobre o braquial. Incisão longtudinal posterior ao nível do tendão
do tríceps, criação de túnel subcutâneo medial, tomando-se cuidado com o nervo ulnar.
Tendão do bíceps é suturado dentro do tríceps (pulvertaft) antes de ser inserido em sutura
transóssea no olécrano.
Examinar braquioestilorradial, que pode ter força grau 3 (pra ser do grupo 1 precisaria ser grau
4), com o paciente com o cotovelo fletido contra resistência, enquanto o examinador palpa o
ventre muscular. O braquioestilo pode ser transferido para o extensor radial do carpo (mas
autor diz antes que pra transferir, precisava d eforça grau 4. Não entendi)
Assim, pacientes do grupo 1 necessitam de 2 procedimentos, que podem ser feitos ao mesmo
tempo: Transferência do BR para o ERCC e Reconstrução da passiva pinça lateral
TRANSFERÊNCIA DO BR PARA ERCC
Tenodese do FLP é usada para produzir pinça passiva, conforme o punho é extendido (BR para
ERCC). Bunnel e Moberg descreveram os passos para realização da pinça passiva:
Procedimento de Moberg
Hentz modificou o
- Tenodese do FLP no rádio, na borda proximal do pronador quadrado
procedimento de Moberg,
- Fixação da IF para prevenir flexão excessiva (sinal de froment) resultando em melhores
resultados para os grupos 2 e 3:
- Abertura da polia A1
- Estabilização da IF com
- Tenodese do ECP no dorso do 1° MTC para evitar flexão excessiva da MF artrodese, tenodese ou fio K
- Estabilização da MF: Se mais de 45° de flexão, ECP e ELP são fixados no dorso do 1° MTC com
âncoras. Se mais de 10° de hiperextensão estiver presente, realizar capsulodese volar ou
artrodese de MF
Método preferido pelo Autor – pinça passiva: Após tenodese de Moberg, autor
realizar uma artodese CMC, devido a posição supinada do polegar, como descrita por House.
Para pacientes do grupo 1, procedimento de Hentz é o escolhido.
GRUPO 2 E 3
Pacientes possuem BR e extensores do punho, porém difícil diferenciar entre ERLC e ERCC
(num caso onde o ERLC tem força grau 4 e o ERCC tem grau 0, o punho desvia para radial. Mas
geralmente a diferença não é tão expressiva). Sinal de Bean pode ajudar a diferenciar,
podendo ser observado sulco entre ERLC e ERCC, se ambos possuirem força maior ou igual a 4.
Transferência do ERCC pode ser devastadora, se o ERLC não tiver força adequada. Maioria dos
cirurgiões indica a transferência do ERLC.
ECD é seccionado, com seus cotos distais sendo suturados juntos e iinseridos no dorso do
rádio, com tensão dada de maneira que as MF fiquem em neutro com o punho em leve
flexão.
Uma fita do ALP é seccionada, passada pelo 3° compartimento extensor, ao redor do tubérculo
de lister e inserida no dorso do rádio, junto com o ECD, para produzir extensão do polegar.
ERLC é suturado nos FFPP com tensão dada de maneira que os dedos se fechem com extensão
do punho em 20° e cotovelo a 90°.
BR é suturado no FLP, com tensão dada de maneira que pinça ocorra com extensão do punho
em 20° e cotovelo a 90°. Se MF estiver extendida, recomenda-se a capsulodese volar, com
placa volar sendo avançada e MF ficando em 10° de flexão.
Caso polegar esteja em extensão excessiva, zancolli faz uma tenodese do ECP, passando-o pelo
tunel do FRC, e suturado no coto distal de onde foi retirado o BR. Tensão dada com abdução
completa com o punho em extensão.
Método preferido pelo autor: Trata grupo 2 e 3 da mesma forma. Pra evitar a perda de
extensão do punho, não transfere nem ERLC nem ERCC. Prefere realizar a transferência de
pinça ativa de House, que consiste na artrodese da CMC do polegar, transferência do BR para
o FPL, tenodese do ELP, transferência de metade do FLP para estabilizar IF e cirurgia do laço,
caso indicador não tenha flexão suficiente. Como a maioria dos pacientes do grupo 2 e 3
possuem tenodese dos dedos, esforços são concentrados no polegar.
PROCEDIMENTO DE UM ESTÁGIO DE HOUSE
Esta transferência está indicada para pacientes com sinal de froment ou com flexão maior que
60°.
GRUPOS 4 E 5
Possuem BR, Extensores do punho, Pronador Redondo e FRC. Nestes grupos o BR, ERLC e PR
estao disponíveis para transferências, ficando o ERCC e o FRC preservados para controle do
punho. Pode-se considerar a transferência do Pronador, porém, como este músculo ajuda na
propulsão da cadeira de rodas, deve ser usado com cautela.
Artrodese CMC (40° abdução, 25° extensão e 10° de pronação) e tenodese do ELP pela técnica
de House (em volta do tubérculo de lister).
O ERLC é transferido para os FFPP, se o BR não foi usado, é tranferido para o FLP (Se foi usado,
Pronador redondo é transferido pra FLP).
TENODESE DO EUC
Serve para balancear o desvio radial causado pelo ERLC,
que é realizada pelo encurtamento em 2 cm do tendão,
através de uma prega, e sutura desta na cápsula ao nível
da cabeça da ulna.
Técncia da transferência do tendão: Corte único realizado no tendão receptor, tendão
doador passado por este corte com sobreposição de 5cm.
GRUPOS 6 E 7
Pacientes do grupo 6 possuem BR, ERLC,ERCC, PR, FRC e ECD. Grupo 7, além desse
possui o ELP. Reconstrução neles não precisa de uma fase extensora, e se dá pela
trasferência do ERLC para FFPP e BR para FLP. Reconstrução dos intrínsecos se
necessário.
Pacientes deste grupo apresentam mão chata, devido a ação sem oposição dos
extensores, e se beneficiam com reconstrução da pinça e da preensão.
Pacientes do grupo 6 não possuem o ELP, e necessitam de tenodese do ELP nos ECD,
que pode ser realizada junto com a cirugia para ganho de preensão. Pacientes do
grupo 7 podem ter seu polegar estabilizado por oponentoplastia ou artrodese.
Intrínsecos são reconstruídos se necessário.
Método preferido do autor: BR para FLP (para pinça. Autor preserva o pronador para
auxiliar no uso de cadeira de rodas) e ERLC para FFPP. Os seguintes procedimentos
podem ser adicionados:
- TRANSFERÊNCIA ELP PARA ECD (grupo 6): metade do ELP é suturada no ECD
do indicador
- OPÇÕES PARA ESTABILIZAR POLEGAR:
Artrodese
Se hiperextensão avançar placa volar e reinserir no
colo do MTC
Zancolli capsulodese volar usando sesamoides e
fixando-os no MTC
IF hiperflexionada pode ser estabilizada com hemi-FLP
Oponentoplastia
De todas estas, autor realiza oponentoplastia de um
lado e artrodese noutro
GRUPO 8
Possuem função de BR, ERLC, ERCC, PR, FRC, ECD, ELP, FUC e parcial de FFPP
(geralmente de 4° e 5°). Esses pacientes têm deficit de intrínsecos, FLP e FFPP de
indicador e médio.
Para corrigir os FFPP do indicador e médio, pode-se suturá-los nos FFPP do quarto e
quinto. Pra corrigir a flexão do polegar, transfere-se o BR para o FLP.
PROCEDIMENTO DO LAÇO:
Polia A1 isolada e tracionada. Caso a tração nao cause a flexão da MF, incluir porção proximal
da polia A2. Se flexor superficial do 5° for hipotrófico, dividir o do 4° e usar para os dois dedos.
Testar o efeito tenodese, com a flexõ do punho a MF deve extender, mas não hiperextender.
Outros nervo importantes são: contribuição de C5 para o nervo frênico (C3, C4 e C5), nervo
dorsal da escápula (C5), e a formação do torácico longo (C5,6,7).
Os únicos nervos que surgem de tronco são o nervo supraescapular e subclávio, ambos do
tronco superior. Não existem nervos que surgem do plexo retroclavicular.
MECANISMOS DE LESÃO
O mecanismo e local de energia podem causar outras lesões. 75% das lesões de plexo
possuem trauma torácico, TCE, fraturas ou luxações cervicais, ou fratura da extremidade
ipsilateral. Em 20% dos casos existem lesões vasculares associadas. Estas lesões podem piorar
a lesão inicial do plexo.
FERIMENTO PENETRANTE
Cortes por facas, vidro ou iatrogênico. Maioria dos ferimentos são transecções, e exploração
cirúrgica é necessária. 1/3 dos pacientes apresentam lesão vascular. Assim como nos
pacientes vítimas de FAF, em casos de deterioração neurológica progressiva, suspeitar de
pseudoaneurisma, ou fístula arteriovenosa comprimindo plexo.
C5-C6
15% dos pacientes possuem lesão nas raízes C5 e C6, ou no ponto de união delas (ponto de
Erb). Déficit na estabilidade do ombro, rotação externa/externa (supra/infraespinhoso,
deltóide, subescapular), flexão do cotovelo (bíceps, braquial, braquioestilorradial) e supinação
do antebraço (supinador, bíceps). Déficit sensitivo no território de C5 e C6. Extensão de
cotovoelo, função de punho e função da mão são normais. Padrão conhecido como Erb-
Duchenne.
C5,6,7
20-35% dos pacientes apresentaram os déficits da paralisia de Erb associados a perda de C7,
apresentando graus variados de fraqueza de extensores de cotovelo, punho e algumas vezes
dedos. Contribuição de C7 para extensores do punho, dos dedos e as vezes flexores profundos
é variável. Parestesia na parte proximal do braço, assim como no polegar, indicador e dedo
médio. Padrão conhecido como Erb-extendida.
C8-T1
10% (ou até menos) dos pacientes vão apresentar lesão isolada de C8-T1, com fraqueza de
intrínsecos e graus variados de acometimento de extrínsecos da mão e extensores dos dedos
(depende da contribuição de C7). Perda sensitiva nos dedos ulnares, face medial de antebraço
e distal de braço. O envolvimento de raízes inferiores pode causar síndrome de Horner
(miose, anidrose, ptose e enoftalmia). Padrão raro, conhecido como Dejerine-Klumpke.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Objetivo inicial é determinar se há potencial para recuperação funcional. Se não houver
nenhuma recuperação entre 2-3 meses, a cirurgia é indicada. Casos cirúrgicos devem ser
diferenciados entre pré-ganglionares (que não podem ser reparados) e pós-ganglionares.
Presença de lesão pré ganglionar em um ou mais níveis indica trauma de alta energa e baixa
probabilidade de recuperação espontânea, devendo a exploração cirúrgica precoce (das
outras raízes) ser realizada.
HISTÓRIA
Traumas de alta energia, como acidentes de trânsito, são mais graves que traumas de baxa
energia, como quedas. Ferimentos cortantes não irão apresentar recuperação espontânea, e
devem ser explorados precocemente. A maioria dos FAFs devem ser observados, pois
apresentam lesão em continuidade e potencial para recuperação.
Na avaliação inicial, realizar ATLS e descartar lesões medulares, bem como lesões associadas,
como pneumotórax, fraturas, lesões vasculares, TCE, contusão pulmonar ou dissociação
escápulo-torácica. Lesões associadas indicam lesões do plexo de pior prognóstico.
Dor grave em membro anestesiado pode ser devido a deaferenciação, vista nas avulsões pré-
ganglionares.
EXAME FÍSICO
Objetivo do EF é localizar lesão (pré/pós ganglionar) e a
gravidade da lesão (neuropraxia, neurotmese). Exames
seriados nos primeiros meses podem indicar regeneração e
prognóstico.
Perda de função dos rombóides (n dorsal da escápula, originado de C5) e serrátil anterior
(escápula alada, nervo torácico longo, C5-7) são indicadores de lesão proximal ou pré-
ganglionar.
- Síndrome de Horner: Lesão pré-ganglionar de raízes baixas (C8-T1). Gânglio Simpático de T1 está próximo da Raiz T1,
e a avulsão desta interromper a condução simpática.
Lembrar de testa espinal acessório (XI), que eleva o trapézio e é usado na reconstrução (pode
ser lesado junto com o plexo). Realizar exame neurológico completo, para excluir lesão
medular - exame neurológico dos MMII, incluindo reflexos.
EXAMES DE IMAGEM
Radiografias de tórax, cervical, ombro e úmero devem ser obtidas, para se descartar lesões
associadas. Incluir rx de tórax AP em inspiração e expiração máxima, em busca de fraturas de
costelas e paralisia (elevação) de diafragma.
Fraturas do processo transverso das vértebras cervicais está associada com lesões por
avulsões.
Fraturas de 1° e 2° costelas estão associadas com lesão do plexo braquial. Fraturas de costelas
são importantes quando se considera os nervos intercostais como doadores (estarão lesados
em 10% dos casos de fraturas de costelas).
RNM se apresenta como método menos invasivo e permite visualização do plexo (pelo green,
mielo-tc ainda é melhor)
Se retalho livre funcional for considerado, realizar avaliação vascular. Palpação de pulsos
normais não é o suficiente para descartar uma lesão. Autor prefere Angio-RNM, avaliando
principalmente o local preferido de anastomose, o tronco toracoacromial.
TESTE DE FUNÇÃO PULMONAR
Em pacientes com história de trauma torácico, nos quais a transferência de intercostais é
planejada. Não existem valores absolutos. Função pulmonar menor que 40% é considerada
baixa, e pode contraindicar transferência.
AVALIAÇÃO ELETRODIAGNÓSTICA
Realizar avaliação inicial de 3-4 semanas, para se ter certeza que a degeneração walleriana já
ocorreu e o estudo irá refletir lesão fidedignamente.
Sempre que possível, realizar nova ENMG entre 6 e 12 semanas do estudo inicial, para avaliar
recuperação. Sinais sugestivos de recuperação como tinel avançando e surgimento de
unidades motoras nascentes devem ser interpretados com cautela, e avaliados junto com
função clínica. Estes achados, isoladamente, não descartam cirurgia.
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
Cirurgia é indicada para pacientes onde não há perspectiva de recuperação espontânea ou
onde ela já atingiu seu pico.
Todos os pacientes com lesão penetrante perto do plexo deverão ser submetidos a
exploração, já que neles não haverá recuperação espontânea.
Pacientes com Lesão por FAF tipicamente possuem lesão em continuidade, e existe
possibilidade de recuperação, assimcomo lesões por tração. Após período de observação, caso
não ocorra melhora clínica ou eletroneuromiográfica, cirurgia é indicada.
Se houver sinal de lesão pré-ganglionar, cirurgia precoce, já que estes casos não recuperarão
de forma espontânea. No entanto, até o momento não existe sinal ou exame que comprove
esta lesão, devendo a indicação se basear na lesão e no contexto do paciente.
CONTRA-INDICAÇÕES
Principais contraindicações são objetivos irreais e recusa à cirurgia pelo paciente. Geralmente
a cirurgia não é indicada em pacientes com lesões em todas as raízes e com recuperação
espontânea em curso, já que resultados nestes casos serão melhores sem cirurgia.
TIMING DA CIRURGIA
O timing da cirurgia é baseado em 3 princípios:
Em casos de reparo vascular, ferimentos do plexo cortantes devem ser reparados diretamente,
se forem seccionados de forma contusa ou rompidos, cotos podem ser marcados com clipes
radiopacos para facilitar identificação em reparo futuro (3-4 semanas). Casos de avulsão
podem ser operados imediatamente ou em outro tempo, a depender da estabilidade do
quadro clínico do pacientes. Lesões por tração, mas em continuidade, deverão ser observadas.
REPARO RETARDADO
Pacientes com lesão parcial do plexo, ou lesões totais sem sinais de avulsão, possuem maior
chances de recuperação, e autor espera entre 5-6 meses.
Autor não espera mais que 6 meses, já que isso diminui chance de bons resultado
RECONSTRUÇÃO SECUNDÁRIA
Casos com mais de 12 meses apresentam piores prognósticos. Nestes casos considerar
transferências tendíneas, procedimentos ósseos ou retalhos livres funcionais.
CONSIDERAÇÕES CIRÚRGICAS
Obter termo de consentimento e informar paciente sobre expectativas reais da cirurgia.
PREPARO E POSICIONAMENTO
Evitar agentes paralisantes de longa açao, relaxantes musculares e agentes que deprimam a
resposta cortical.Paciente posicionado em posição supina, cabeça virada para lado
contralateral, dorso elevado, coxim abaixo da escápula ipsilateral. Cirurgião deve estar
preparado para expor espaço supra e infraclavicular.
VIA DE ACESSO
Elementos do plexo podem ser expostos numa via supraclavicular (raízes, troncos, nervo
supraclavicular), infraclavicular (fascículos, ramos terminais), ou via combinada. Divisões
podem ser exploradas por qualquer uma das vias ou pelas
duas.
EXPLORAÇÃO SUPRACLAVICULAR
Após incisão de pele, o platisma é seccionado, ramos
cutâneos são identificados e protegidos.
Expondo o tronco superior, percebe-se que a raiz C5 é menor, superior, mais lateral e mais
vertical que C6. Tronco superior é dissecado distalmente até suas divisões, e origem do
supraescapular.
Raíz C7 se encontra entre escaleno anterior e médio, mais medial, posterior e horizontal que
a raiz C6.
Tronco inferior (C8-T1) está intimamente relacionado com artéria subclávia. A mobilização da
clavícula ajuda na exposição. Autor raramente realiza osteotomia. Pode-se liberar a cabeça
clavicular do esternocleidomastóideo, para melhorar exposição. Como a reconstrução das
raízes C8 e T1 apresenta maus resultados, raramente autor realiza exposição do tronco
inferior.
Se as raízes altas foram avulsionadas, gânglios
dorsais ou cotos podem ser encontrados torcidos
e atrás da clavícula, ou ao nível de C8. Se as raízes
ou troncos altos e médio foram rompidos, os
cotos distais são encontrados tipicamente atrás da
clavícula. Quando ocorre avulsão (mais comum)
ou ruptura(menos comum) das raízes C8 e T1, seus
cotos são encontrados perto do forame vertebral,
ao contrário das raízes C5 e C6.
EXPLORAÇÃO INFRACLAVICULAR
Usada para explorar fascículos e ramos terminais.
Incisão na fossa deltopeitoral, veia cefálica
protegida e afastada lateralmente.
O fascículo lateral é encontrado seguindo o mediano de distal para proximal. No ponto onde
a contribuição lateral do mediano surge do fascículo lateral, pode-se encontrar o
musculocutâneo surgindo lateralmente e perfurando o músculo coracobraquial.
O nervo mediano pode ser seguid proximalmente até sua contribuição medial, que levará ao
fascículo medial. Então pode-se seguir o fascículo medial distalmente, encontrando o nervo
ulnar, cutâneo medial do braço e cutâeno medial do antebraço.
O nervo radial é encontrado medial e profundo a artéria (e veia) axilar, com trajeto lateral. É
seguido até o fascículo posterior, onde é encontrado o nervo axilar.
Após exposição do plexo supra e infraclavicular, a região retroclavicular pode ser exposta. É
realizado um túnel, com o dedo, posteriormente à clavícula, do pescoço até a fossa
deltopeitoral. A parte mais lateral da inserção clavicular do peitoral maior é liberada, assim
como o músculo subclávio. Clavícula é então elevada. Caso optado pela realização da
osteotomia, perfurar furos antes de cortar a clavícula.
Tomar cuidado em casos de fratura prévia de clavícula. Pode ocorrer lesões vasculares ou
pleurais graves, especialmente na exposição das raízes inferiores.
Se houver fibrose por causa de reparo arterial prévio, dissecar do normal para o patológico.
Uso de doppler, se necessário.
AVALIAÇÃO INTRAOPERATÓRIA
Palpação e inspeção não é um método confiável de avaliação de lesões pré, pós-ganglionares
ou neuromas em continuidade. Análise intraoperatórias como potencial evocado,
eletrodiagnóstico, histologia ou atividade de colinase acetiltransferase (ChAT) se fazem
necessários.
Eletrodos de estímulo e de leitura são inseridos diretamente no nervo, com espaço mínimo de
4 cm. Se um bom NAP é obtido em um neuroma em continuidade, há a chance de
recuperação, e é realizada a neurólise, mas não a ressecção do neuroma. Quando nenhum
NAP é obtido, resseca-se o neuroma e realiza-se a enxertia nervosa.
Atividade de Colino Acetiltransferase (ChAT)
ChAT é usada para diferenciar fascículos sensitivos de motores, durante a enxertia nervosa.
ChAT é uma enzima derivada da acetilcolina, produzida no corpo celular, e transportada para
as terminações nervosas por fluxo axonal. Sua atividade é maior (>2000cpm) em fásciculos
motores que em fascículos sensitivos.
Quando todo o plexo está lesado, ou o gaps são muito longos, não é possível reestabelecer
todo o plexo, e deve-se buscar prioridades:
- relevância funcional
LESÃO C5-C6
A prioridade na lesão do tronco superior é ganhar flexão do cotovelo e estabilidade, abdução
e rotação externa no ombro.
- rotura pós ganglionar ou neuroma em continuidade sem NAPs: Ressecção do neuroma (se
for o caso) e enxertia nervosa da raíz C5 para divisão posterior do tronco superior e para
nervo supraescapular. Outra opção é a enxertia de C5 para divisão posterior do tronco
superior e neurotização do nervo espinal acessório para o n supraescapular.
- Se coto C5 não for funcional, ou casos de exploração tardia (6-9 meses): Dupla
transferência, para nervo axilar e supraescapular. Autor realiza transferência de espinal
acessório para o supraescapular e do ramo motor do tríceps para ramo anterior (motor) do
axilar.
- Para recuperação da flexão do cotovelo: Autor prefere neurotização do que enxertia de C6.
Transfere um ramo motor do nervo ulnar para um ramo motor do bíceps, podendo adicionar
uma transferência de ramo motor do mediano para um ramo motor do braquial. (cirurgia de
oberlin: transferência de ramo motor do nervo ulnar para ramo motor do músculocutâneo).
LESÃO C5-C7
Pacientes apresentarão déficit na abdução e rotação externa do ombro, déficit de flexão do
cotovelo, assim como déficit de extensão do cotovelo (tríceps) e do punho. Prioridades
semalhantes a da lesão C5-6, com necessidade de se ganhar abdução, rotação e estabilidade
do ombro e flexão do cotovelo. Se houver déficit grave de extensão do cotovelo (raro) ou de
extensão do punho, estes problemas devem ser resolvidos. Geralmente tratada com
combinação de enxertia nervosa com transferências (interocostal, acessório, peitoral,
toracodorsal, ulnar e mediano).
LESÃO C8-T1
Fraqueza nos intrínsecos e extrínsecos da mão, com fraqueza variável em punho. Devido a
longa distância que a inervação deve atingir, enxertia nervosa não é adequada nestes casos.
Deve-se realizar planejamento individualizado, podendo ser realizadas transferências
tendíneas precoces ou tardias. Tranferências nervosas ainda não apresentam resultados
satisfatórios.
Deve-se buscar a flexão do polegar, flexão dos dedos, correção da posição intrínseco-minus,
oposição e extensão dos dedos. Nos casos em que há lesão de C7 associada (radial), as
opções de doadores para transferências tendíneas ficam limitadas, devendo ser considerada o
retalho muscular livre funcional.
LESÃO PAN-PLEXO
Prioridades:
Se ocorrer avulsão completa do plexo, não haverá nervos ou músculos que poderão ser
usados como doadores. Nestes casos usa-se nervos extraplexais, como espinal acessório,
intercostais, e C3-C4.
MÉTODO PREFERIDO DO AUTOR: Objetivo é adquirir ombro estável e flexão do cotovelo,
com ou sem alguma sensibilidade da mão. Sempre explorar supra-clavicular, em busca de
alguma raiz viável. Raramente se encontra mais de uma raíz viável, e caso encontrada, deve
ser usada para inervar ombro (nn. Supraescapular e axilar). A maior prioridade em pacientes
com lesão total é a reinervação da flexão do cotovelo.
Autor realiza a tranferência de intercostais para ramos motores do bíceps, associada com
retalho livre funcional de grácil, inervado por intercostais.
Se houver mais raízes dipsoníveis, autor tenta recuperar serrátil anterior e peitoral maior.
Caso a reinervação da mão seja tentada, autor realiza retalho livre funcional do grácil para
flexão do cotovelo e dedos. Ombro é estabilizado com a raízes, para supraescapular e axilar.
Espinal acessório é transferido para o tríceps, para ganho de extensão do cotovelo.
Sensibilidade do território mediano da mão é obtida pela transferência de ramos sensiticos
dos intercostais para contribuição lateral do mediano . Cirurgias secundárias são realzziadas
após 6 meses, e incluem artrodeses de punho, polegar e dedos.
Outras opções para reinervar a mão incluem C7 contralateral ou frênico para mediano.
Se pacientes forem operados entre 6-12 meses da lesão, neurotizações são preferíveis,
quando disponíveis doadores.
Neurólsie interna: Incisões longitudinais no epineuro, e separação dos fascículos, com auxílio
de microscópio.
REPARO NERVOSO DIRETO
O reparo nervoso direto é preferível ao uso de enxerto, desde que realizado sem tração
excessiva. Porém, raramente é possível, apenas em casos de lesões penetrantes exploradas de
forma aguda. Em raros casos, após ressecção do neuroma é possível a sutura direto, contanto
que haja mobilizaão o suficiente.
ENXERTIA NERVOSA
Indicada em roturas pós-ganglionares ou em neuromas em continuidade que não conduzem
NAP. Autor prefere o uso de enxerto quando:
- Gap < 10 cm
Raiz C5: Usado para se ganhar estabilidade, abdução e rotação externa de ombro. Assim, liga-se a raiz C5 no
nervo supraescapular, axilar, ou na divisão posterior do tronco superior.
Raiz C6: Usado para ganho de flexão do cotovelo. Raiz C6 ligada no nervo musculocutâneo ou na divisão
anterior do tronco superior
Raiz C7: Usado para se ganhar extensão do cotovelo. Raiz é ligada ao nervo radial ou divisão posterior do tronco
médio
ENXERTO DE SURAL
Enxerto mais comumente
utilizado, nervo puramente
sensitivo, inervando região
dorsolateral do pé. Tamanho de
35-40 cm, quando retirado da
fossa poplítea.
NEUROTIZAÇÕES (Transferências
Nervosas)
Transferência de um nervo normal para um nervo
importante, com lesão irreparável proximal.
Indicações:
- Lesões pré-ganglionares
Vantagens:
Este é o local mais comum de lesão do nervo espinal acessório durante biópsia de linfonodos
cervicais.
Nervo fornece de 2-3 ramos para a parte superior do trapézio
antes de cruzar sua borda anterior. Intramuscularmente, segue
trajeto caudal em direção às partes média e inferior do músculo.
Complicações: Se lesão do ramo proximal para trapézio superior, pode haver disfunção e
depressão do ombro.
O nervo espinal acessório é localizado num ponto 40% da distância entre a linha média
(processos espinhosos) e o acrômio, profundamente ao trapézio, que é incisionado
paralelamente às suas fibras. Será dividido o mais distal possível, para ser realizada sutura sem
tensão.
Resultados: Melhor em C5-6 que em C5-7, que por sua vez é melhor que nas totais.
Apesar de algumas
recomendações de não
se utilizar esta
transferência para
lesões de C7, autor não
teve complicações nas
lesões C5-C7.
Os dois ramos
terminais do fascículo
medial sao o nervo
ulnar (maior) e a contribuição medial (menor, motora) do nervo mediano. Na axila e braço
proximal, o nervo ulnar corre medial e inferior à artéria axilar. Nesta região nervo possui de 6
a 10 fascículos, sendo que a região intraneural posteromedial possui as fibras motoras para o
antebraço, enquanto as anterolaterais possuem as fibras para a musculatura intrínseca da
mão.
Nervo ulnar é dissecado intraepineural, seus fascículos são testados com estimulador, e o
fascículo para o Flexor Ulnar do Carpo, geralmente posteromedial, é isolado. Um ou dois
fascículos são isolados e suturados no ramo motor para o bíceps
Resultados: Melhores resultados em lesões C5-6 do que C5-7. Rápida reinervação do bíceps.
TRANSFERÊNCIA DE MEDIANO PARA RAMO MOTOR DO
BRAQUIAL
Dupla transferência. Inervação do bíceps com o
ulnar e do braquial com mediano. Transferência de
mediano para bíceps é indicada quando fraqueza
em território ulnar, em lesões C5-6. Assim como no
Oberlin, apesar de algumas contraindicações na
literatura para seu uso nas lesõe C5-7, autor não
teve complicações.
TRANSFERÊNCIA DE INTERCOSTAIS
Realizada para recostrução da flexão do bíceps em pacientes
com lesão total, menos comumente usada em lesões altas.
Pode ser usada na inervação de retalho livre funcional. Evitar
procedimento em pacientes com fratura de costela, dreno de
tórax ou toracotomia.
Expostos por incisão inframamária, que se extende da linha média axilar até a junção
costocondral. Elevação de subcutâneo, peitoral menor e maior.
Nervo cutâneo lateral é identificado entre a linha médioaxilar e a linha clavicular anterior.
Tomar cuidado com lesão torácica.
Intervalo entre cabeça longa e lateral do tríceps é desenvolvido, e é selecionado o ramo motor
para a cabeça longa do tríceps, que será suturada sem tensão na divisão anterior do nervo
axilar (procedimento de Leechavengvongs).
Contraindicações: Fraqueza de tríceps (FM < grau 4). ENMG pode ajudar a diferenciar a
inervação das cabeças do tríceps, especialemnte em lesões parciais de C7.
TRANSFERÊNCIA C7
CONTRALATERAL
Controversa, melhores resultados na Asia. Doador
para ombro, cotovelo, mão ou para inervar um
retalho livre funcional.
Se usado como enxerto vascularizado livre, sua extremidade proximal é ligada a raiz C7, a SUC
é anastomosada ao tronco toracoacromial ou artéria cervical transversa contralateral.
Extremidade distal é ligada ao nervo-alvo.
Plexos pré ou pós fixados podem apresentar sérias complicações se raiz C7 transferida.
OUTRAS NEUROTIZAÇÕES
Controversas.
INTRAPLEXUAIS
C7 Ipsilateral: Lesões C5-6.
Peitoral Medial: Alguns bons resultados
Toracodorsal: Pode ser usado para inervar torácico longo, musculocutaneo e axilar
EXTRAPLEXUAIS
Frênico: 10% perda de capacidade vital, que se normaliza entre 6-24 meses. Autor abandonou
uso.
Músculo usado pe o grácil, que é longo e possui pedículo proximal, que se localiza no ombro
(grácil é fixo na clavícula) e é reinervado em 6 meses.
PRÉ-REQUISITOS:
Estabilidade do ombro, extensão do cotovelo e flexão do cotovelo deem ser restauradas para
que a flexão dos dedos possa ser obtida. Como o grácil é fixado na clavícula e acrômio, e
conectado nos dedos, deve cruzar a articulação do ombbro, cotovelo e punho.
Caso ombro instável, a contração do grácil irão primeiro reduzir a instabilidade, resultando
em menos excursão para o músculo. Estabilidade deve, portanto, ser obtida, seja por
neurotizações, transferências tendíneas ou artrodeses.
No cotovelo, caso não haja contração do tríceps antagonizando o momento de flexão causado
pelo grácil, toda a força será dissipada.
Nervo doador pode ser o espinal acessório (XI) ,mais comumente utilizado, ou 2-3
intercostais. C7 contralateral pode ser utilizada também. Solicita-se ENMG para avaliar o
espinal acessório, outras raízes avaliadas apenas no intraop.
Lesões vasculares ocorrem em 10% dos pacientes com lesão de plexo, incidência que
aumenta se primeira costela é fraturada. Avulsão dos vasos subclávios ou axilares é
considerada contraindicação para a transferência funcional, já que os locais de anastomose
(tronco toracoacromial ou feixe toracodrosal) podem não ser patentes.
SELEÇÃO DO MUSCULO DOADOR:
Grácil é o mais utilizado, mas podem ser usados grande dorsal e reto femoral, entre 6 e 9
meses da lesão.
PROCEDIMENTO
Pedículo vascular só é seccionado quando o leito receptor, seu feixe neurovascular, túnel
subcutâneo e pontos de fixação na clavícula e acrômio já estiverem prontos. Músculo tem seu
tendão proximal fixado na clavícula e acrômio com âncora, sua anastomose vascular realizada
término-terminal no tronco toracoacromial e veia cefálica, e neurorrafia realizada no nervo
espinal acessório (XI) ou 2-3 intercostais.
Caso seja realizada neurorrafia nos intercostais, realizar com o ombro em rotação externa
máxima e abdução de 90°, para diminuir a tensão na neurorrafia. Tensão adequada do
músculo é dada mantendo-se as suturas com 5 cm de espaçamento.
Flexo-extensão do cotovelo: Flexão é obtida pelo grácil. Extensão é mais difícil, mas pode ser
realizada neurotização do tríceps com intercostais.
TRANSFERÊNCIA DUPLA
Consiste em 5 passos, atingidos em 2 cirurgias.
Na primeira cirurgia:
OMBRO
A recuperação do deltóide e do manguito geralmente é insuficiente, independente da
reconstrução realizada, levando a redução de abdução e rotação externa. Ainda que paciente
recupere flexão do cotovelo, se não houver rotação externa o paciente não poderá posicionar
mão no espaço. Opções de reconstrução para o ombro incluem transferências tendíneas e a
artrodese.
Grupo 3: Depressores: Redondo maior, bíceps, grande dorsal, peitoral maior e tríceps
Dos quatro músculos do manguito os dois mais importantes para a estabilidade e braço de
alavanca na abdução são o subescapular e o infraespinhoso. Para a abdução, a contribuição
do supraespinhoso é de 14%, Subescapular 52%, infraespinhoso e redondo menor
combinados 32%.
TRANSFERÊNCIA TENDÍNEA
Transferir músculos M4 ou mais. Instabilidade do ombro
pós lesão do plexo é causada por fraqueza do manguito.
Apesar das mútiplas transferências descritas por Saha, o que se popularizou na literatura é que
a cirurgia de Saha é a transferência isolada do trapézio superior.
A parte esternocostal inferior e abdominal é irrigada pela artéria toracoacromial ou pelo ramo
torácico interno da artéria axilar e inervada pelo nervo peitoral medial.
Abdução: Elevador da escápula pra supraespinhoso; trapézio superior e médio para deltóide.
ARTRODESE GLENOUMERAL
Indicada para estabilização do ombro em paralisias altas ou totais. Contraindicada na paralisia
do trapézio ou dos estabilizadores do ombro (elevador da escápula, serrátil anterior,
rombóide), pois esta paralisia pode levar a dor ou subluxação escapulotorácica. Nestes casos
se faz necessária fusão escapulotorácica.
Posição da artrodese: 30° flexão, 30° de abdução e 30° de rotação interna. Na ausência de
função de serrátil anterior,a artrodese deve ser evitada, mas caso seja necessária devido a
Posição da artrodese subluxação inferior sintomática, artrodesar em 20° de
abdução, 10° da flexão e 30° de rotação interna.
30° rotação interna, 30° abdução e 30° de flexão
COTOVELO
Deve ser tratado por neurotizações, enxertias ou reparos nervosos entre 6-9 meses. Após 12
meses músculo sofre degenração, e outros tratamentos são
necessários.
Indicada na paralisia C5-6 ou C5-7, leva a perda de extensão ativa do cotovelo, o que impedirá
a realização de atividades acima da cabeça, uso de muletas e transferência de cadeira de
rodas. Bem indicada em paciente com fraqueza de bíceps e cocontração de tríceps.
Paciente em cadeira de praia, incisão longitudinal posterior, proteção do nervo ulnar. Tríceps
é elevado do olécrano, com faixa de periósteo. Proteger nervo radial proximalmente, na
mobilização da cabeça medial. Através de incisão na fossa antecubital, tendão do tríceps é
inserido na tiberosidade do rádio ou suturado no tendão do bíceps.
Tríceps deve ter grau 4, no mínimo. Contratura em flexão menor que 25° é comum, mas não
traz problemas.
Melhor maneira de examinar é solicitando ao paciente que apoie a palma sobre as nádegas,
com o cotovelo extendido. Solicita-se ao paciente que mantenha esta posição, enquanto
examinador traciona punho para lateral e anterior.
A transferência do grande dorsal pode ser unipolar (quando se move apenas a origem) ou
bipolar (origem e inserção), sendo que a tranferência bipolar é preferida.
TRANSFERÊNCIA BIPOLAR
Realizada em 4 estágios:
TRANSFERENCIA
BIPOLAR
Necessita de
ADM livre no
cotovelo e
porção
esternocostal do
peitoral maior
com força
adequada.
Descrita por
Caroll, paciente
em cadeira de
praia, incisão
inframamária, todo o músculo é desenserido da clavícula e porão esternocostal, incluindo uma
faixa de 12x6 cm da fáscia do reto abdominal. Tomar cuidado para não lesar peioral lateral ou
medial.
Musculo é rodado 90° ao redor de seu pedículo, com extremidade distal tubulizada e fáscia do
reto suturada no tendão do bíceps, com o cotovelo fletido 135°. Porção proximal é suturada
no acrômio.
EMBRIOGÊNESE
As alterações nas BMPs afetarão o comprimento dos dedos durante a embriogênese e sua
deficiência é associada com braquidactilia. Síndrome de Grebe e Condrodisplasia de Hunter-
Thompson são associadas com grave braquidactilia.
CONSIDERAÇÕES SISTÊMICAS
Muitas vezes a afecção sistêmica é mais importante que a do membro. Ela deve ser avaliada
de maneira adequada para evitar ameaças a vida.
CAPÍTULO 36 – DEFORMIDADES DAS MÃOS E DEDOS
SINDACTILIAS
Fusão de dedos adjacentes. Dedos são formados por consensações do mesoderma. Os espaços
entre eles são formados de distal para proximal, através da apoptose. A comissura normal
tem um slope de 45° de dorsal para palmar. As segunda e quarta comissuras são mais largas
que a terceira.
Epidemiologia
Sindactilia isolada: 1:2000 nascidos vivos (furacão 2000). Bilateral em 50% dos casos. Entre 10-
40% história familiar positiva (herança autossômica dominante, penetrância incompleta,
expressividade variável). Predominância de homens 2: 1 mulher. Comissuras mais afetadas 3°
(57%), 4° (27%). 1° e 2° são menos. Quando associada a outras síndromes, a 1° e 2° são
relativamente mais afetadas.
Pele dos dedos fundidos é insuficiente para cobrir os 2 separados. Bainha digital lateral é
grossa que persiste até a comissura. Classificada como:
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
CONSIDERAÇÕES TERAPÊUTICAS
Sindactilia de dedos de tamnhso diferentes desvia o dedo maior em direção ao menor e pode
causar uma contratura em flexão da IFP que piora com o crescimento.
Cirurgia é indicada para quase todos os casos, sendo contraindicada nos casos leves e
incompletos sem deficit funcional, ausência de condições clínicas para a cirurgia ou sindactilias
complexas onde a saparação pode piorar a função da mão.
TIMING DA CIRURGIA
Melhores resultados após 18 meses, mais cedo se desvio esquelético surgir. Realizar todas as
liberações antes da idade escolar. Se múltiplos dedos envolvidos, realizar procedimento em
mais de uma cirurgia (apenas um lado do dedo deve ser liberado por vez, para evitar
comprometimento vascular do retalho ou dos dedos). Se todos os dedos envolvidos, realizar
procedimento em 2 tempos, liberando a primeira e terceira comissura no primeiro tempo e 3
meses depois a segunda e quarta. Pode-se realizar a soltura óssea isolada de todos os dedos
no primeiro procedimento, para se evitar desvio.
RECONSTRUÇÃO DA COMISSURA
RESULTADOS
COMPLICAÇÕES
Acrosindactilia
Síndrome de Apert
Craniosinostose bicoronal, hipoplasia mediofacial associada a grave sindactila complexa.
Causada por mutação no gene que produz o recebeptor para o fator de crescimento de
fibroblasto tipo 2 (FGFR2), cromossomo 10q. Associada a supercrescimento da Grande
tuberosidade, hipoplasia da fossa glenoidal e anormalidades da articulação radiocapitelar.
Na mão:
- Casos mais graves, fusão de todas as falanges distais leva à mão em broto de rosa
SIMBRAQUIDACTILIA
SÍNDROME DE POLAND
- hipoplasia da mão
POLIDACTILIAS
POLIDACTILIA ULNAR
CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO
POLIDACTILIA CENTRAL
Rara, em comparação com a pre/pos-axial. Consiste em um dedo extra, dentro da mão, sendo
o mais comum o 4° dedo, seguido pelo terceiro e pelo indicador (432). Pode ser isolada ou
parte de uma síndrome (condrodisplasia de Grebe, por exemplo), podendo estar escondida
dentro de uma sindactilia (sinpolidactilia – herança familar, gene HOXD13 no cromossomo 2).
TRATAMENTO
Ressecção de um dedo isolado. Sinpolidactilia tem cirurgia difícil que muito provavelmente não
restaurará movimento e alinhamento normal do dedo. Cobunações entre ressecções e
osteotomias. Geralmente resultado melhora estética, sem afetar a função.
MÃO EM ESPELHO
Achados etiológicos
Tratamento
BRAQUIDACTILIA
Dedo curto. Todos os elementos ósseos estão presentes, mas um ou mais tem seu tamanho
encurtado. Pode ser uma anomalia genética isolada, relacionada a uma sindrome, sequela de
trauma, infecção ou frostbite. Relativamente comum, mas anomalias em que a a
braquiodactilia é a característica dominante são raras e tipicamente autossômicas
dominantes.
A falange mais afetada é a média, pois é o último componente do esqueleto digital a se
ossificar. Os dedos mais afetados são indicador e quinto.
TRATAMENTO
TRATAMENTO DO AUTOR
ETIOLOGIA
Defeito no seguimento central da crista ectodérmica apical, defeito autossômico dominante,
associado com diversas síndromes, sendo as mais comuns: mão-em-fenda-pé-em-fenda e
Síndrome EEC (ectrodactilia, Displasia ectodermal e fenda palatina).
QUADRO CLÍNICO
Pode variar desde pequena fenda cutânea até forma grave onde só o quinto resta. Sindactilia
entre os dedos ao redor da fenda é comum, assim como contratura da primeira comissura.
Na fenda pode haver ou não metacarpo ou até osso tranverso, que aumenta a fenda durante o
crescimento. Falanges podem ser duplicadas ou ter a epífise longitudinalmente constritas.
Geralmente o quadro é bilateral e pé pode estar envolvido.
CLASSIFICAÇÃO
TRATAMENTO
- Deformidade da fenda
- Polegar ausente
- Pés
Nas mãos tipo IV, como a primeira comissura é fundida à fenda, não
é necessária a criação de nova comissura. Tratamento busca
posicionar dedos para formar pinça.
TRATAMENTO DO PÉ
Transversas: dedo ausente, mas estruturas de suporte proximais à ele estão presentes, com
algum grau de variabilidade (sd streeter, simbraquidactilia). Reconstrução se dá através da
reposição (transplante de dedo do pé), sendo atuvada pelas estruturas proximais.
ETIOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
CLASSIFICAÇÃO
TRATAMENTO
Paralisias nervosas: Geralmente nervo ausente pós constrição. Geralmente não há melhora pós-
cirurgia
Tratamento da banda de constrição: Excisão da banda e do subcutâneo combinada com
Zetaplastia ou W-plastia. Excisão circunferencial completa pode ser realizada seguramente,
exceto nos casos de dois dedos adjacentes (neste caso liberar um de cada vez).
SIMBRAQUIDACTILIA
Dedos curtos e fundidos. Unilateral( No green não fala isso, mas fala que tá
associada com sd Poland) .Blauth e Gerkeler classificaram, originalmente em
4 tipos:
- dedo curto
- mão em fenda
- dedo monodáctilo
- peromelia
Nas formas mais severas (tipo 6 e 7), nervo radial quase sempre presente, apesar de anatomia
bizarra.
TRATAMENTO
Dedos curtos (tipos 1,2,3): Pequenas ou ausentes falanges médias, pode ser associada com
sindactilia, especialmente do 5° dedo. Tratamento se baseia em liberar sindactila.
Oligodactilia (tipo 4): 3 raios centrais ausentes, brotos vestigiais sem função. Tratamento
consiste em remover brotos, para promover pinça entre polegar e 5°. Pode-se realizar
tranferência de artelho, já que extensores estão preservados.
Monodactilia (tipo 5): Só possui o polegar, além dos brotos vestigiais. Pode ser realizada a
tranferência de artelho.
Transferência livre de falange de PDD: Ao contrário dos adultos, onde um enxerto ósseo é
absorvido se colocado na parte termnal do esqueleto, na mão da criança isso é possível
contanto que sejam seguidas as seguintes condições: Idade menor que 15 meses, periósteo
incluso na transferência, ligamentos colaterais e tendões reparados.
Este enxerto ósseo irá ser irrigado por inosculação. A falange não deve ser retirada do segundo
dedo (pode ser o doador de uma futura tranferência vascularizada), e geralmente utiliza-se a
falange proximal do terceiro ou quarto PDD. Esta técnica apresenta resultados
inconsistentes, e uma transferência vascularizada ainda é melhor (indicada, idealmente, num
paciente com uma falange proximal remanescente).
Indicada para paciente que terá mão funcional. Contraindicada naqueles que não terão função
de preensão. Contraindicação relativa é a ausência de tendões extrínsecos, e idade maior que
15 meses. Local doador recebe enxerto de crista ilíaca.
Transposição de raio: Usada para facilitar pinça. Pode ser associada com tranferência
microvascular de PDD.
-Reconstrução dos dedos: Não tão comum quanto a do polegar, indicada quando
polegar presente e funcional.
-Mão sem dedos: trasnferência de dedo do pé para polegar e 3° ou 4° raio, forma uma
pinça.
CLINODACTILIA
Angulação do dedo no plano radio-ulnar. Angulações menores
são comuns, especialmente no quinto dedo. Considera-se
clinodactilia quando esta angulação passa de 10 graus. Causada
pelo formato triangular ou trapezoidal de uma ou mais falanges,
que surge devido a crescimento longitudinal assimétrico.
Epidemiologia:
Tratamento
CAMPTODACTILIA (Pardini)
Deformidade em flexão do dedo, geralmente encontrada na
IFP do 5° dedo, deformidade no plano anteroposterior.
Autossômica dominate (pode ser esporádica), com 75% de
bilateralidade. Se bilateral, pode ser assimétrica ou simétrica.
A deformidade progride com o crescimento esquelético,
especialmente nos períodos de crescimento rápido ( 1-4 anos
e 10-14 anos).
CLASSIFICAÇÃO
- Primária: aquelas que surgem nos primeiros anos de vida, atingindo os sexos de maneiras
iguais e evoluem com o crescimento esquelético. Ou aquelas que, quando surgem próximo aa
adolescência, predomina no sexo feminino, é bilateral, restringe-se ao dedo mínimo e
progride com o crescimento
Tipo I: Infantil, forma mais comum, atinge dedo mínimo de forma isolada, afetando os
sexos de maneira igual.
Tipo II: Adolescência, atinge mais o sexo feminino, mesmo aspecto clínico do tipo I
Tipo III: Presente ao Nascimento, grave, acoemte múltiplos dedos, bilateral, acentuada e
fixa. Associada a síndromes e malformações.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Observar a redutibilidade (flexibilidade) e grau de deformação. Na maioria das vezes, flxão não
é alterada, assim como neurovasc. Observa-se a deformidade com punho e MF em neutro.
Deformidades com menos de 30° não precisam de tratamento. Maiores
que 60° interferem na função.
TRATAMENTO
Redutíveis:
Irredutiveis:
- Maior que 60°: Liberação de estruturas volares do dedo com exerto de pele. Rigidez e
déficit de flexão são prováveis
DEFORMIDADE DE KIRNER
Deformidade progressiva com encurvamento palmar-radial da falange distal,
mais comum no quinto dedo. Presente de 0.15% a 0.25% na população, afeta
2 vezes mais mulheres. Autossômica dominante, com penetrância variável.
Formas esporádicas ocorrem em pelo menos 50% dos casos. Uma forma de
distinguir as formas familiares das formas esporádicas é a idade de
aparecimento.
ANATOMIA
TRATAMENTO
Talas nas fases iniciais. Como a base do tratamento é estética, aguardar até que o paciente
tenha maturidade para decididir. Autor prefere de 2 a 3 cunhas de abertura volares, relizadas
distais à inserção do flexor profundo.
DELTA FALANGE(Pardini)
Deformidade congênita óssea que possui atipia na placa de
crescimento, levando a formação de falange de aspecto
triangular ou trapezoidal (mais comum). Ocorre em osso que
tem epífise proximal em forma de C. Mais frequente em
homens e de forma bilateral.
- Polidactilia Central: Delta falange nos dedos médio e anular, pouco desvio
TRATAMENTO
MACRODACTILIA
Dedo desproporcionalmente grande, notado ao nascimento ou que se
desenvolve durante os primeiros anos de vida. Tanto as partes moles
quanto ósseas estão envolvidas na gênese desta doença.
ANATOMIA
Tipicamente, a face volar é mais afetada que a dorsal e a parte distal do dedo mais afetada
que a proximal. Tendões com aspecto normal, apesar de bainha hipetrofiadas. Ossos com
canal medular largo, trabéclas irreglares e periósteo espesso.
A macrodactilia hiperostótica é caracterizada pelas massas osteocartilaginosas exofíticas
periarticulares, e nervos geralmente sem aumento.
TRATAMENTO
- Limitar crescimento
-Amputação
- Macrodactilia Hiperostótica
A perda de movimento pode ser tratada com a remoção das massa osteocondrais, incluindo
partes da placa volar. Recorrência é comum, e artrodese geralmente é necessária.
MÉTODO PREFERIDO PELO AUTOR
Tratamento difícil, múltiplas cirurgias que geralmente acaba num dedo rígido, com cicatrizes e
ainda grande. Ressecção de raio precoce é uma hipótese que vale ser discutida. Se os pais
optarem pela preservação do dedo, a cirurgia deve ser feita antes da idade escolar. O
emagrecimento de um dedo é feito um lado de cada vez, com intervalo de 3 meses entre os
procedimentos.
Pacientes com hipoplasia de polegar, manchas café com leite e baixa estatura possuem risco
aumentado de possuirem anemia de Fanconi.
Considerações gerais
Casos mais leves podem ter apresentação tardia. Diagnóstico geralmente feito pelo RX e pelos
achados do exame físico. Comprimento, diâmetro, mobilidade e estabilidade são dados
importantes do exame físico. Comprimento e diâmetro são comparados com o polegar
contralateral.
Estabilidade: Avaliada, através de exame clínico e teste de stress nas articulações IF, MF e
Carpo-metacárpicas. Influencia no tratamento.
Classificação
Tipo I: Hipoplasia generalizada leve que afeta a musculatura tenar. Pode ou não precisar de
tratamento e pode ser percebida tardiamente.
Tipo II: Ausência de músculos da eminência tenar inervados pelo ramo recorrente do nervo
mediano (abdutor curto, oponente e cabeça superficial do flexor curto). A cabeça profunda do
FCP geralmente está presente, e promove flexão da MF. A articulação Metacarpofalangeana
geralmente é instável devido a lassidão do ligamento colateral ulnar. A primeira comissura
está encurtada (o que pode estar mascarado pelo desio em valgo da MF, devido a lassidão do
colateral ulnar)
Tipo III: Apresenta as mesmas características do tipo II, porém com deficiências de
musculatura extrínseca. Pode haver ausência ou hipoplasia do ELP, ECP ou FLP. Este tipo está
subdividido em IIIA e IIIB de acordo com a estabilidade da articulação carpometacárpica. Esta
diferenciação pode ser difícil, já que o trapézio e a base do 1° metacarpo não se ossificam
antes dos 6 anos de idade. Assim radiografias e RNM podem ser utilizadas como
complementação do exame. Uma maneira de se avaliar a instabilidade é através de exames
seriados. Uma criança com uma CMC instável geralmente ignora seu polegar, usando seu
indicador e médio para realizar pinça em tesoura. Além disso, seu indicador prona e sua
comissura entre indicador e médio se alarga.
Tipo IV: Polegar flutuante, onde o polegar está preso à mão apenas por uma fina ponte de
pele, endo flácido e ignorado.
Tipo V: ausência total do polegar. Existe apenas um pequeno broto (verruga, nubbing) no
local.
Tratamento
Reconstrução do polegar:
Uma causa de insuficiência do LCU é a conexão anormal entre o flexor longo do polegar e o
extensor longo do polegar, conhecida como Pollex abductus, que atenua o LCU com o tempo.
O diagnóstico é realizado pelo exame físico. Ao se tentar realizar a flexão da Interfalangeana,
a articulação metacarpofalangeana desvia em valgo, ao invés de fletir a IF. Durante a
reconstrução do LCU o pollex abductus deve ser liberado.
Policização
Indicada nos tipos IIIB, IV e V. No tipo IIIB pode-se usar gordura vascularizada do polegar para
aumentar eminência tenar ou comissura, coisa que não ocorre nos outros tipos. De resto, o
procedimento é semelhante.
Procedimento:
Realizada incisão de Ezaki e Carter, que permite que mais pele glabrosa fique no aspecto
palmar do indicador. A incisão volar é sempre a primeira, de maneira a se identificar os feixes
vasculonervosos. Isola-se o pedículo neurovascular e a artéria digital comum que irriga o
indicador e o médio é encontrada. Liga-se a artéria digital própria do terceiro. A polia A1 é
liberada, para evitar que os flexores fiquem torcidos depois que encurtar o indicador. O
ligamento intermetacárpico também é dividido. Os tendões extensores e flexores não são
encurtados, eles se adpatarão com o tempo. Os primeiros interósseos dorsal e volar são
dissecados com um pedaço do capuz extensor, para se realizar transferência. O primeiro
interósseo dorsal será transferido para a bandeleta lateral radial (agindo como abdutor curto
do polegar) e o primeiro interósseo palmar será transferido para a bandeleta lateral ulnar
(agindo como adutor do polegar). Um corte através da fise é realizado, levando a uma
epifisiodese. É realizado um outro corte, na região metafisária proximal, onde se encaixará a
cabeça do metacarpo. Como a MF do indicador hiperextende e a CMC do polegar não, é
preciso corrigir esta discrepância. Para isso, a MF do dedo é fixada em hiperextensão, com a
cabeça do metacarpo sendo fixada em flexão à base do metacarpo. O dedo é posicionado em
45° de abducção e 100-120° de pronação. Mais estabilidade é conseguida com a sutura do
primeiro interósseo dorsal na bandeleta lateral radial e do palmar na bandeleta lateral ulnar
ao nível da IFP. É realizada a sutura de pele, solta o garrote e observa-se o dedo por 5 minutos.
Geralmente a circulação retorna rápido, mas vasoespasmo pode ocorrer. Esperar ou usar
curativos aquecidos pode resolver. Se persistente, reexplorar, procurando lesões,
acotovelamentos ou nbanhar pedículo com lidocaina. Congestão venosa é mais comum que
lesão arterial, e deve ser tratada com liberação de pontos ou curativos frouxos. Remove-se o
fio K em 4 semanas e usa-se uma tala de proteção por 3 meses, junto com Terapia
ocupacional.
Resultados
Reconstrução: Bons resultados, MF pode evoluir com alguma rigidez, que a IF e a CMC vão
suprir.
Policização: Resultados dependem da condição pré-op do indicador. Pacientes com mão torta
radial, mão em espelho apresentam piores prognósticos.
- Timing da cirurgia: O paciente deve ser operado o mais jovem possível, devido à
plasticidade cortical. Porém, pacientes muito jovens possuem anatomia complexa, devido ao
tamanho. Assim, o tempo ótimo que permite algum crescimento da mão num paciente que
ainda mantém a plasticidade cortical é operar entre 1 e 2 anos. Idade não é contraindicação,
mas em pacientes mais velhos deve ser levada em conta a plasticidade.
Classificação
Apresentação Clínica
Tratamento
Exames seriados são realizados, já que tratamento não é urgente. Cirurgia geralmente é
realizada ao redor de 1 ano de idade, antes do desenvolvimento da pinça polegar-indicador.
Tipos I ou II
Tipos III e IV
Tipo V e VI
Tipo VII
Utiliza-se dos mesmos princípios, com avaliação radiográfica e retirada do menor polegar
associada a reconstrução ligamentar. Se o dedo retido for o trifalângico, será necessário um
procedimento de redução de articulações, através da condrodese da articulação com menor
movimento.
Resultados
Melhores nos tipos I, II e IV. Menos satisfatórios nos tipos III, V, VI e VII. Entre 25-33% a menos
do diamêtro do polegar contra lateral é aceitável. Bilhaut-Cloquet é um procedimento difícil,
com deformidade em unha e rigidez de IF comuns.
Complicações
POLEGAR TRIFALÂNGICO
Isolado, associado a afecções sistêmicas (Síndrome de Holt-Oram, Anemia de Fanconi)
ou a duplicação do polegar (Wassel VII). Pode ocorrer também associado a
polisindactilia, hipoplasia do polegar ou deficiencias centrais.
Divididos em 2 formas:
- Falange totalmente desenvolvida que está no plano dos dedos: Uma mão
considerada como “five fingered”, onde provavelmente ocorreu a ausência do polegar
e uma polidactilia do indicador
TRATAMENTO
Uma falange média pequena, em formato de cunha, que causa desvio progressivo necessita
de excisão e reconstrução ligamentar, ao redor de 1 ano de idade. Ligamentos colaterais são
reinseridos e protegidos com fio K longitudinal por 6 semanas. Esta cirurgia apresenta uma
série de problemas, incluindo instabilidade resiual, rigidez articular, movimento insuficiente.
(Autor evita esta cx, prefere deixar residual ou reduzir articulação)
Caso exista uma articulação interfalangeana extra, ela pode não afetar a função do polegar.
Uma falange extra pode causar aumento do comprimento com ou sem desvio angular. Não se
deve realizar excisão da falange extra, pois instabilidade é comum. Deve-se realizar fusão da
falange extra com a falange distal ou proximal (a articulação com mais movimento é
preservada e a com menos é fundida), combinada com encurtamento. Isto é realizado via
incisão longitudinl dorsal, artrotomia da artculação com menos movimento, ressecção das
duas falanges (ressecção assimétrica corrige desvios angulares) e fixação com fios K por 5
semanas.
1ª comissura
Se paciente com contratura, pode ser liberada por zetaplastia 4 flaps. Uma mão 5-fingered não
possui comissura, devendo ser realizada técnica de policização.
Ausência de oponência
Tratamento conservador
Tratamento cirúrgico
Técnica cirúrgica
Liberação de rotina da polia A3 e resseção de uma banda do FSD são realizados para a
liberação do gatilho. Quando múltiplos dedos são envolvidos, suspeitar de artrite inflamatória,
diabetes juvenil, mucopolissacaridoses.
POLEGAR EMPALMADO
Espectro de anormalidades do polegar que vai de leve deficiencias do
mecanismo extensor do polegar até graves deficiencias de musculatura
tenar, comissura, partes moles. Utiliza-se a classificação de McCarroll.
Achados clínicos
Tratamento
Deve-se avaliar o grau de deficiência, já que déficit de extensão leve na MF não afeta função.
Contraturas da 1ª comissura devem ser tratadas junto. Realiza-se transferência tendínea para
aumentar a função de extensão. O extensor próprio do indicador é a primeira escolha, se
ausente pode-se usar FSD ou abdutor do quinto. O tendão transferido é suturado na base da
falange proximal e/ou no tendão atenuado. Tala spica longa por 4 semanas.
Capítulo 38 – Malformações e Deformidades do Punho e
Antebraço
Deve-se examinar todos os dois membros superiores, já que a DLR geralmente é bilateral e
assimétrica. Como o rádio e outros orgãos se desenvolvem ao mesmo tempo, investigação de
patologias sistêmicas é necessária. É frequentemente
associada com síndromes congênitas graves, tanto que
apenas 1/3 dos pacientes apresenta malformação isolada
do membro superior.
Anatomia pertinente
Tipos de Cirurgias
Tratmento varia conforme gravidade e idade. Casos mais leves podem ser tratados com talas e
alongamentos. Se desvio grave, considerar liberação de partes moles e transferências
tendíneas. Procedimentos de alongamento e centralização do carpo devem ser considerados
em casos mais graves.
Os melhores resultados para centralização são obtidos quando extensores radiais aberrantes
podem ser transferidos para manter nova posição e quando a cx é feita antes de 1 ano de
idade. Antes do procedimento, talas seriadas, alongamentos com fixador ou ambos
promovem alongamento dos tecidos na borda radial. Retalho bilobado dorsal ajuda a
redistribuir os tecidos da borda ulnar para radial.
Centralização
A centralizaão está indicada para pacientes com suporte insuficiente do carpo pelo rádio, sem
contatura em extensão.
Quando o carpo não pode ser reduzido passivamente na cabeça da ulna, realiza-se a liberação
de partes moles ao invés da centralização. A diferença da centralização é que na liberação não
é realizada carpectomia ou ressecção da epífise ulnar, e o punho não é fixado com fio K ou
fixado na melhor posição que der, aceitando algum desvio radial e translocação.
Alongamento ulnar
Raramente indicado, pode ser por fixador uniplanar ou circular. Pode-se alongar de 30-50% do
comprimento inicial, a 1mm/dia. Após alongamento, mantém-se o fixador até a consolidação
do calo alongado (2 vezes o tempo que levou-se para alongar). O fixador é mantido até a
visualização de 3 corticais em radiografias AP e P.
Alongamentos são iniciados logo após o nascimento, pais orientados a realizar junto com a
troca de fraldas. Quando a criança for grande o suficiente para usar tala (por volta dos 3
meses) é feita uma órtese, assiciada ao alongamento. Pais são orientados a manter rotina de
alongamento no primeiro ano.
Se criança é candidata à centralização, esta deve ser realizada por volta do 1° ano. Se o punho
puder ser passivamente reduzido no pré-operatório, realiza-se a centralização. Se não puder,
realiza-se a liberação de partes moles junto com tranferência tendínea.
Resultados esperados
Recorrência ou rigidez são esperados. Punho pode ser flexível e com recorrência do desvio
radial ou alinhado, porém rígido. Centralização melhora aparência mas não a função.
Pós operatório
Paciente usa gesso e fios K por 8 semanas. Após isso, usará órtese de correção continuamente
por 6 meses e no período noturno até maturidade esquelética.
DEFICIÊNCIA ULNAR
1:25.000 nascidos vivos, 4-10 vezes MENOS comum que deficiência radial.
Ocorre esporadicamente e NÃO é associada com síndromes. Porém pode ser
associadas com outras malformações musculoesqueléticas (deficiencia femoral
focal proximal, focomielia e escoliose congenita). Pode ser isolada nas mãos.
Tipo I: Hipoplasia da ulna com presença das epífises proximais e dstais (Ogden tipo I) – Desvio
ulnar pequeno (em função da hipoplasia das epífises proximal e distal), leve arqueamento do
rádio, não progressivo. Não existe anlage, em função da presença da epífise distal da ulna.
Tipo II: Aplasia parcial – ausência dos terços médio ou distal da ulna – (Ogden II, Riordan II) -
Ulna proximal articula-se com o cotovelo, dando alguma estabilidade a ele. Anlage distal está
presente, provocando maior desvio ulnar, arqueamento radial mais pronunciado, luxação a
cabeça do rádio, prono-supinação limitada. Tipo mais comum.
Tipo III: Aplasia total da ulna (Ogden III, Riordan I) – Ausência do anlage, rádio arqueado com
cabeça luxada e cotovelo instáel
Tipo IV: Sinostose radioumeral (Riordan III) – Anlage costuma estar presente
Tratamento cirúrgico
Resultados: Crianças com deficiência ulnar têm boa função, exceto aquelas
com sinostose radioumeral, dedos ausentes ou em casos bilaterais.
DEFORMIDADE DE MADELUNG
Condição autossômica dominante, 50% penetração, que cursa com
aumento da inclinação radial (em direção ulnar) e tilt volar do
rádio, causada por distúrbio da porção palmar e ulnar da fise do
rádio distal. Causas desconhecidas, suspeita-se de lesão da fise do
rádio distal ou do ligamento de Vickers (liga semilunar a rádio,
proxmal à fise).
Aumento da inclinação radial (60°) e do tilt volar (35°) pode ser visualizado nas
radiografias.
Tratamento
Fiseólise: Liberadas traves ósseas e fibrosas que estejam na fise com interposição de gordura.
Osteotomia em domo: Osteotomia biplanar, feita com formões curvos, fragmento distal é
manipulado de
anterior-ulnar
para posterior-
ulnar, até
cobertura
adequada do
semilunar.
Degrau volar é
removido, o
degrau dorsal
remodela.
DEFICIÊNCIA TRANSVERSA
Erroneamente chamada de amputação congênita, esta deformidade
ocorre quando o membro não se forma abaixo de determindado
nível. O nível mais comum de falha de formação é no antebraço
proximal ou abaixo do cotovelo, seguido por transcarpal, antebraço
distal e através do úmero. Quase sempre unilateral. Esporádica, com
a teoria que a causa é uma valah vascular no broto do membro ou na
crista ectodérmica apical.
Anatomia
Tratamento cirúrgico
Uma cabeça luxada para anterior é palpável distal à fossa cubital, e impede a flexão completa.
Uma cabeça luxada para posterior, é palpável e visível lateralmente ao capítulo e impede a
extensão terminal (<30 graus). Pronosupinação do antebraço geralmente é
limitada.
Tratamento
Resultados esperados: Ressecção alivia dor e melhora rotação. Pode ocorrer migração
proximal do rádio (lesão de Essex-Lopresti) levando a dor no punho. Sinostose radioulnar,
cubito valgo e lesão do NIP são complicações descritas.
Geralmente, crianças são levadas a consulta entre 2 e 6 anos, pois antes disso suas atividades
diárias não requisitam rotação do antebraço, além de ombro e punho compensarem a
posição. Se apresentam com ausência de rotação do antebraço, indolor, e o mesmo fixado
em pronação (mais comum) ou supinação. Discreta contratura em flexão é associada.
A rotação do antebraço deve ser medida ao nível da ARUD (estilóide radial e cabeça da ulna)
para se evitar medição nas articulações cárpicas. Apresenta 60% de bilateralidade, e o
antebraço se apresenta fixo em mais de 60° de
pronação em 40% dos casos.
Osteotomia derrotativa: Indicada para pacientes com mais de 60° de pronação que interfere
com a função. Timing da cirurgia é controverso (Antes da idade escolar vs. Após paciente
decidir qual ocupação vai ter). Em casos bilaterais, posicionar mão dominante em 10-20° de
pronação e mão não dominante em neutro. Em casos unilaterais, posicionar antebraço em 0-
15° de pronação. Um estudo indicou que, para cirurgia de osso único, melhor posição para
atividades diárias. é 30° de pronação.
A osteotomia pode ser feita através da massa de fusão ou na ulna proximal e rádio distal e
fixada com placas ou pinos de Steinmann. Pode-se fazer correção com Ilizarov (casos mais
graves) . Se a derrotaçõ necessária é menor que 30°, uma osteotomia apenas no rádio distal
pode ser suficiente.
Excisão da cabeça do rádio: Indicada para pacientes com luxação anterior da cabeça do rádio
(Omer 4) com contratura em flexão aguda. Pode ajudar a melhorar a dor e melhorar ADM.
Tratamento preferido pelo autor: Osteotomia derrotativa para deformidades com mais de 60°
de pronação. Avaliação rigorosa no pré-op para definir qual a melhor posição para o paciente.
Cirurgia não melhora rotação do antebraço, apenas reposiciona-o.
Tratamento cirúrgico
Os objetivos do tratamento são atingir união óssea, estabilizar ARUD, ARUP e ulnocarpal, além
de permitir crescimento ósseo. Tentativas de se estabilizar com enxerto ósseo não-
vascularizado falham. Criação de osso único é uma técnica historicamente utilizada, apesar de
limitar movimento. Compressão com ilizarov não funciona.
Ressecção do foco de
pseudoartrose e retalho
livre de fíbula vascularizada
leva a união na maioria dos
casos. Pode ser realizada
distração de partes moles
antes deste procedimento.
Se a pseudoartrose atingir
ambos os osso, pode ser
necessária a criação de osso
único no antebraço.
Fíbula utilizada é a contralateral, devendo ser retirada, no mínimo, seu terço médio, para a
preservação da artéria nutriente. Os 6-8 cm distais devem ser preservados, para se evitar a
instabilidade em valgo. Autor realiza o Procedimento de Langenskiöld (Sinostose –ou
artrodese- da articulação tibiofibular distal usando enxerto ósseo. Tomar cuidado para não
lesar fise da tíbia ou fíbula).
Morbidade no local doador é frequente, com instabilidade progressiva em valgo. Esta pode
ser reduzida pela retirada de tamanho adequado de fíbula, utilizando parafuso sindesmoidal,
realizando sinostose entre a fíbula distal e tíbia (procedimento de Langenskiöld) ou qualquer
combinação entre essas medidas. Método preferido é a sinostose distal.
A exostose ode ser séssil (base larga) ou pediculada. As sésseis estão mais
associadas a deformidades angulares mais graves. O osteocondroma
apresenta uma capa cartilaginosa, que o torna maior que sua aparência
radiográfica. A RNM avalia o tamanho real desta capa, e é indicada em
casos supeito de degeneração maligna.
Proporção ulnar diminuída e e osteocondroma isolado na cabeça da ulna são mais associados a
luxação da cabeça radial e perda da rotação do antebraço. Osteocondromas podem causar
dor local, deformidade visível e distúrbios do crescimento. Este distúrbio do crescimento tem
causa complexa, mesmo quando o osteocondroma não é visível da ulna distal, a parada do
crescimento da ulna distal é comum. A fise distal da ulna parece ser mais suscetível à parada
do crescimento.A deformidade resultante é a discrepancia de comprimento entre os dois
ossos.
O rádio se torna mais longo que a ulna, e recebe toda a carga do antebraço. Isto leva ao
encurvamento do rádio, aumento de sua angulação e luxação de sua cabeça. Com o aumento
da angulação e falta de suporte no bordo ulnar, o carpo escorrega em direção ulnar. A
discrepância de compriemento diminui a rotação do antebraço.
Anatomia pertinente
Tipo II: Osteocondroma principal na ulna distal, rádio curvo, ulna curta e
cabeça do rádio luxada.
Tipo III: Osteocondroma principal localizado na metáfise radial distal, levando a um rádio
curto.
Tratamento cirúrgico
Alongamento da ulna: Ulna pode ser alongada para manter proporção entre rádio e ulna e
assim prevenir luxação ou reduzir cabeça luxada. Taxa de 1mm/dia. Após acabar a fase de
alongamento, manter fixador por 2 vezes o tempo de alongamento.
Pardini
Afecção rara, simétrica, que atinge mãos e dedos provocando desvio ulnar e contratura em flexão.
Neuromuscular, não-progressiva, contraturas articulares presentes ao nascimento. Ausência de déficit
intelectual. Falha de diferenciação, subgrupo contratura de partes moles (Swanson II – E.1). Degeneração das
células do corno anterior da medula é uma hipótese, caráter hereditário não está definido.
Ordem decrescente de afecção: pé, quadril, punho, joelho, cotovelo, ombro. Simétrica, involve as quatro
extremidades em graus variados.
Membros de aspecto tubular, pele brilhosa, sem pregas. Braço em rotação interna e adução. Cotovelos em
extensão. Antebraço pronado. Punho e mão fletidos e desviados ulnarmente. Contratura das MF em flexão.
Ifs em extensão ou fletidas, desvio ulnar dos dedos. Polegar aduzido.
Órteses e alongamento ao nascimento. Ortostatismo deve ocorrer ao 18 meses. Correções nos braços devem
ser feitas apenas em um dos dois. Uso de muletas contra-indica correções nos MMSS.
Nas mão, malformação e retração do retinaculum cutis (fascia medioplamar e lig natatórios) levam as
deformidades.
Classificação de Zancolli:
-Mão artrogripótica tipo I: menos grave, apenas malformação do retinaculum cutis, e pele encurtada
- Mão artrogripótica tipo II: mais grave, além da pele e do retinaculum, há acometimento de tendão,
cápsula, ligamento e cartilagem
HISTÓRIA
A maioria das criança com amioplasia não apresentam outras afecções. Pequena porcentagem
apresenta envolvimento de sistema respiratório e gastrointetinal. Poucas precisarão de
ventilação mecânica ao nascimento. Artrogriposes distais apresentam história familiar
positiva. O restante não apresenta.
EXAME FÍSICO
Antebraço se apresenta pronado, mas isso pode ser uma ilusão causada pela
rotação interna do ombro associada a extensão do cotovelo.
Com exceção d eum perfil dos dedos, para se avaliar a hipoplasia de côndilos falangeanos na
camptodactilia, radiografias não são necessárias. RNM e TC também não são. ENMG e biópsia
muscular só são úteis quando se busca alguma doença específica.
ANATOMIA
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Contraindicaçãoes:
Complicações: Rotação externa excessiva ou não suficiente. Crianças mais jovens podem
compensar rotação externa excessiva, mas o mesmo não ocorre se a rotação não for
suficiente. Com crianças mais velhas, há pequena margem de erro.
Nas crianças onde há deficit na flexão, o tríceps age sem resistência, levando a contratura em
extensão. Nos casos onde há deficit de extensão, ocorre contratura em flexão, como nos casos
de pterígio. Caso a criança apresente menos de 30° de flexão, dificilmente o eixo de rotação
verdadeiro do cotovelo pode ser determinado. Nestas crianças FST vigorosa não está indicada,
pelo risco de lesão de ligamento colateral ou lesão fisária.
Crianças com flexão acima de 30° apresentam bons resultados com FST e uso de
órteses.
Contraturas em flexão são mais complexas, apresentam pterígio, são tratadas por
alongamento e órteses e ainda não há tratamento cirurgico que resolva.
Contraindicações:
Resultados: Melhores em crianças abaixo dos 3 anos. Liberação bilateral não é recomendada,
pela potencial perda de extensão. Começar pelo lado dominante. Não liberar o lado não-
dominante até que criança demonstre capacidade de higiene perineal com o lado já liberado.
Flexão ativa do cotovelo raramente é obtida em pacientes com artrogripose. Algumas vezes,
na liberação do cotovelo, obtem-se força grau 1 ou 2. Em crianças com movimento passivo a
melhor escolha para se restaurar a flexão do cotovelo é a transferência do grande dorsal,
quando este está presente.
Contraindicações:
Técnica: Incisão da prega posterior da axila até crista ilíaca posterior, liberar grande dorsal,
isolar seu pedículo (toracodorsal), ligar vasos pro serrátl, liberar inserção do úmero. Via
deltopeioral, realizar sutura transóssea no coracóide. Realizar incisão em S na fossa cubital,
dissecar tendão do bíceps. Ligar a inserção do grande dorsal no coracóide e a origem no
biceps. Tubulizar músculo e tensionar de maneira que seja difícil extensão além de 30° de
flexão.
A osteotomia do rádio é suficiente para correções até 45°. Acima disso, deve-se realizar
osteotomia de rádio e ulna, que atinge até 90°. Alternativamente, pode-se realizar a cirurgia
de osso único, que é mais previsível e fácil.
Técnica: Osteotomia do rádio distal realizada na diáfise. Se houver extensão ativa do punho,
ou contratura em extensão, rádio deve ficar entre neutro e 30° de pronação. Se não houver
extensão ativa, fixar em neutro. Caso correção radial seja insuficiente, realizar osteotomia em
ulna proximal (distal ao coronóide) ou osso único (preferência do autor).
OSTEOTOMIA EM CUNHA CARPAL
- pronação do antebraço e flexão do cotovelo deve ser suficiente pra levar comida à
boca
Tratamento incial consiste em mobilização passiva e tala noturna (durante o dia, deixa punho
livre, para promover desenvolvimento cortical e muscular). Cirurgia
deve ser adiada até quando criança for mais velha, e suas
necessidades funcionais mais claras.
Contraindicações:
Técnica: Incisão dorsal, sobre médiocárpica, sem invadir radiocarpica. Retirar cunha
bidimensional, que corrija flexão e desvio ulnar, centrada na mediocarpica.Transferir EUC ou
outro (caso este esteja ausente) pra ERCC, afim de se ganhar extensão ativa. Fixar osteotomia
em 30° de extensão, com fios K e suturas transósseas. Liberar estruturas volares, caso
impeçam a extensão.
OSTEOTOMIA DE REORIENTAÇÃO DO POLEGAR E CONDRODESE METACARPOFALANGEANA
Crianças em que o punho está fletido, como visto na amioplasia, apresentam CMC em flexão
e MF em extensão.
Polegares tipo 1 e 2 se beneficiam da liberação da primeira comissura. Pode ser realizada pela
zetaplastia 4 flaps, retalho de Abdel Ghani e retalho stiletto, associados a liberação do
primeiro interósseo dorsla e adutor do polegar.
Contraindicações:
-Contratura fixa em extensão da CMC, que não permitirá oposição após condrodese da MF.
Técnica:
Se polegar empalmado, com dedos que podem se fletir sobre o polegar, procedimento padrão
é a condrodese da MF com abertura de 1° comissura.
LIBERAÇÃO DA CAMPTODACTILIA
Quase todas as crianças com artrogripose apresentam algum grau de contratura nos dedos. Os
dedos estão, tipicamente, rígidos nas IFs, e fixos em extensão. Para estes dedos não há
tratamento, além de eventuais osteotomias para corrigir posição.
O tratamento se incia ao
nascimento, quando mobilização
passiva do polegar é estimulada.
Quando a criança tiver idade
suficiente, inicia-se o uso de talas,
de correção da 1° comissura,
posição do polegar e correção das contraturas de dedos e punho. Com o tratamento
conservador bons resultados podem ser obtidos até os 5 anos, mas
a maioria das crianças apresenta plateau aos 2 anos.
Técnica: Realizar zeta plastia, testar tensão do FSD extendendo o punho. Caso o FPD seja
funcional e a FSD esteja tenso, realizar tenotomia proximal a polia A4. Caso ainda permaneça
contratura, considerar dividir ligamentos checkrein e ligamento colateral acessório. Ao final
do procedimento, checar perfusão dos dedos. Pode haver vasoespasmo. Se o dedo
permanecer isquêmico após 5 minutos, considerar, na ordem:
1) Aquecer sala
2) Remover curativo
3) Bloqueio simpático com lidocaína
4) Remover fio K se usado para se manter extensão.
Contraturas inciais melhoram com alongamento e tala. Toda intervenção cirúrgica tem o risco
de comprometer função já adquirida. A margem de erro é muito pequena.
CAPÍTULO 40 – PARALISIA BRAQUIAL OBSTÉTRICA
Crianças com lesões leves, espera-se a recuperação espontânea ao longo dos primeiros meses
de vida, com recuperação total evidente ao primeiro ano. Em contraste, crianças com lesões
totais terão sequelas. Reconstrução microcirúrgica entre 3 e 9 meses de vida pode melhorar a
história natural da doença, exceto em casos de lesão pré-ganglionar.
ANATOMIA
Cesárea diminui em 100 vezes o risco de lesão de plexo, mas não elimina-o.
A apresentação mais comum é a de Erb (C5-6), e a menos é a total (C5-T1). As lesões de plexo
podem ser classificadas como neuropraxia, axoniotmese ou neurotmese.
Classificação de Sunderland (divide a
Classificação de Sedon axonotmese em 3)
I: Neuropraxia I: Neuropraxia
II: Axonotmese II: lesão axonal
III: Neurotmese III: Lesão do axônio + endoneuro
Mecanicamente, lesões podem ser classificadas como distensão (sunderland I), rotura
(sunderland II-V) e avulsão.
Roturas do tronco superior (C5-6) extraforaminais são mais comuns na apresentação cefálica
e distócia de ombro. O membro superior direito é o mais afetado porque a apresentação fetal
mais comum é a occiptoesquerda anterior, levando ao impacto do ombro direito contra a
sínfise púbica.
Avulsões das raízes C5-6 são mais frequentes na apresentação pélvica, e podem ser bilaterais.
Caso a lesão seja total, uma combinação entre distensão, rotura e avulsões pode ocorrer ao
longo do plexo.
Existem teorias que causas intrauterinas podem levar a lesão de plexo, como uma hipoplasia
de plexo, em úteros bicornados e fibróides.
DIAGNÓSTICO
Grupo I: Alta (C5-6). Paralisia de Erb, mais comum (46%). Ausência de rotação externa e abdução no ombro. Ausência de
flexão de cotovelos. Ausência de supinação no antebraço. Flexo-extensão de punho e dedos estão intactas. 90% de
recuperação espontânea.
Grupo II: Alta extendida (C5,6,7). Segunda mais comum (29%). Mesmas limitações do grupo I, associadas a déficit de
extensão de punho e dedos (c7). Posição de waiter’s tip. Prognóstico pior que grupo I.
Grupo IV: Tipo mais grave, extremidade flácida, com síndrome de Horner. Podem apresentar paralisia do diafragma,
devido a paralisia de nervo frênico. Pouca chance de recuperação espontânea.
Quando as lesões são baixas, o padrão de avulsão pré-ganglionar de C8-T1 é o mais comum. A
excessão para isso são as lesões de tronco alto em apresentação fetal pélvica. Nelas, as lesões
costumam ser avulsões pré-ganglionares de C5-6.
A maioria dos autores usam o o retorno (ou ausência de) da função motora para indicação de
cirurgia:
- Gilbert e Tassin: Retorno de força antigravitacional do bíceps aos 3 meses
- Clarke: “Cookie test”, incapacidade da criança levar biscoito à boca, com os braços
ao lado do corpo, aos 9 meses
-5: Normal
Exames de imagem:
Deficit neurológico permanente pode atingir até 40% dos pacientes. A maioria das paralisias
obstétricas são transitórias. Crianças que recuperam parcialmente força muscular
antigravitacional no membro superior aos 2 meses, geralmente apresentarão recuperação
total e completa entre 1 e 2 anos.
Pacientes que não recuperaram força antigravitacional do bíceps entre 5 e 6 meses, devem
ser submetidas a cirurgia, já que nestes casos a cirurgia apresenta melhor prognóstico.
Dor é rara nas crianças, entre 3 e 4% de incidência. Não se sabe incidência em adultos.
CIRURGIA NERVOSA
Pode ser realizada neurólise, ressecção de neuroma com enxerto nervoso ou transferência
nervosa (neurotização). Reparo direto raramente é feito, devido a extensão da lesão e a
incapacidade de se conseguir uma sutura sem tensão.
Neurólise: nas avulsões, não tem uso. Nas lesões extraforaminais, seu uso tem sido
abandonado, já que seu resultados não se mostram diferentes da evolução natural da doença.
Existem diversos outros estudos que mostram a superioridade da ressecção com enxertia
sobre a neurólise. Sendo assim, o autor não vê benefício na neurólise isolada.
Gilbert indica cirurgia para ausência de retorno de função antigravitacional do bíceps aos 3
meses. Assim, menor risco de perda de placa motora.
Clark indica cirurgia para crianças que falham no cookie test aos 9 meses.
Ainda não há consenso para as indicações, mas a maioria dos cirurgiões indica aos 3 meses, na
presença de lesão total de plexo.
Identificar e proteger artéria axilar. Clavícula pode ser simplesmente afastada. Caso
necessário, pode-se realizar osteotomia oblíqua e repará-la com suturas trasnsósseas ao final
do procedimento. Os principais nervos são identificados sequencialmente:
Nervo musculocutâneo: Identificado de distal para proximal, indo do nero, passando pelo
fascículo lateral, divisão anterior do tronco superior até se encontrar o neuroma.
Nervos axilar e radial: Identificados retrogradamente, até o fascículo posterior e as divisões
posteriores dos troncos superior, médio e inferior. A divisão posterior do tronco inferior
geralmente está intacta, mas a do tronco superior e, às vezes do médio, geralmente se
encontra dentro do neuroma.
São realizados estudos de potencial evocado para se determinar a integridade das raízes e
nervos periféricos.
Apesar de não ser recomendado por muitos autores, alguns centros ainda realizam neurólise
se pelo menos 50% do potencial de ação passa pelo neuroma. O mais recomendado, no
entanto, é a ressecção do neuroma e reconstrução com enxerto de sural término-terminal. O
enxerto pode ser ligado através de sutura epineural, cola de fibrina ou ambos, contanto que se
evite tensão na sutura.
Quando avulsões
são encontradas,
especialmente
nas raízes baixas,
é necessário
aumentar a
exposição.
As raízes C5 e C6
geralemente
apresentam
ruptura
extraforaminal
(exceto nas
apresentações
pélvicas, onde
elas estão
avulsionadas).
Nas lesões mais
graves, C8 e T1
geralmente
estão avulsionadas, e C7 varia. Algumas possibilidades mais comuns:
C5 é a única raiz viável: Situação mais difícil, devendo-se priorizar a mão nas crianças.
Neurotização de espinal acessório e intercostais para nervo supraescapular,
musculocutâneo e mediano, com enxerto de C5 para tronco inferior. Pode-se tentar
C7 contralateral.
Podem ser realizadas junto com a reconstrução do plexo ou sem abordar plexo. Como
vantagem apresenta menor distância de regeneração axonal, ausência de necessidade de
retirada de enxerto, campo cirúrgico longe da lesão (e longe de cicatrizes).
Transferência de Oberlin: Ramo motor do flexor ulnar do carpo para ramo motor do
músculocutâneo que inerva o bíceps.
Nervos intercostais (T2-4): usados em lesões mais graves ou quando não existem
doadores disponíveis. Incisão transversa no tórax, inferior ao mamilo, dissecção do
ramo motor do nervo intercostal, até seu ponto de trifurcação distal (parede torácica
anterior). T2, T3 e T4 são unidos num único feixe, e transferidos, geralmente, para o
ramo motor do bíceps (musculocutâneo).
Criança que recupera força antigravidade do bíceps até os 3 meses é somente observada,
com fisioterapia até recuperação total, focando em abdução e rotação externa do ombro.
Pacientes com Síndrome de Horner e nenhuma recuperação do bíceps até os 3 meses são
submetidos a microcirurgia aos 3 meses. São realizadas enxertias nervosas ou trasnferências,
dando prioridade, na ordem, para mão/punho, cotovelo e ombro.
PÓS OPERATÓRIO:
Melhora não ocorrerá de 6 a 18 meses. Porém, caso não seja notada nenhuma melhora após
9-12 meses (complicação mais comum), realizar reexplorção e transferência nervosa. Paralisia
do frênico são mais comuns nas lesões do tronco superior e se resolvem com o tempo.
As contraturas são a causa mais comum de cirurgia num paciente com paralisia obstétrica.
Causam problemas, especialmente no ombro, aonde a paralisia dos músculos inervados pelo
tronco superior resulta em displasia glenoumeral e restrição de ADM. O resultado mais
notável destra restrição de ADM é a contratura em rotação interna. A teoria que os músculos
rotadores internos não sofrem oposição dos rotadores externos paralisados, levando assim à
contratura em rotação interna, tem caído por terra. Esta teoria, por exemplo, não explica as
contraturas paradoxais, como a de flexão do cotovelo. Acredita-se que contraturas ocorrem
porque o músculo denervado não cresce na mesma taxa que o osso.
Sinal de Putti
Uma contratura paradoxal que ocorre no membro superior é a contratura em abdução glenoumeral, que ocorre na
paralisia dos abdutores do ombro. Como esses pacientes não conseguem aduzir completamente a articulação
glenorumeral, quando ocorre adução do braço ao lado do corpo a escápula roda na parede torácica. Isto leva a uma
protrusão do ângulo súpero-medial da escáúla, chamada de sinal de Putti.
No Pardini...
Sinal de Putti é o deslocamento simultâneo da escápula quando se faz a abdução passiva do ombro.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
É importante se palpar o soft spot posterior da articulação gleno-umeral, para uma luxação
posterior infantil não passar despercebida.
O tratamento inicial do ombro foca em manter ADM passivo completo. Inicia-se movimentação
precoce, para prevenção da contratura, inicialmente domiciliar, mas se crianças não
recuperarem função nervosa no primeiro mês, são encaminhadas à fisioterapia. Se fratura de
clavícula no parto, imobilizar até 14 dias. Então começa-se reabilitação, com objetivo de obter-
se ADM passivo completo na articulação glenoumeral.
Botox é indicado por alguns autores, Green não gosta, pois efeito é de curta duração e não age
a causa-base da patofisiologia neuromuscular.
Indicações:
- Luxação posterior
- Limitação da Abdução e Rotação externa ativa, quando não haverá mais melhora
neurológica
Luxação posterior:
A luxação posterior é tratada logo quando identificada, antes que a deficiência da glenóide se
torne irreparável. Idealmente, realizar cirurgia entre 3 e 12 meses de vida. A redução pode ser
realizada de maneira artroscópica ou aberta. Na artroscópica, libera-se a cápsula antero-
inferior e os ligamentos glenoumerais, além da liberação parcial do subescapular. Na aberta,
realiza-se por via transaxilar a liberação do peitoral maior e do subescapular. Se isso não for
suficiente para reduzir articulação, realiza-se a liberação parcial da cápsula anterior, e dos
ligamentos glenoumerais médio e inferior. Tomar cuidado para não realizar liberação
excessiva do subescapular, o que pode levar a contratura em rotação externa.
Para crianças mais jovens que 12 a 24 meses, não se sabe se a associação da liberação com a
transferência do grande dorsal e redondo maior deve ser feita, pois ainda existe a
possibilidade de recuperação neuronal da rotação externa. Porém, a transferência fornece
um suporte posterior imediato, que previne a re-luxação. Além disso, uma transferência num
segundo tempo se torna mais difícil, numa articulação já operada.
Estas crianaçs são candidatas para transferências tendíneas. O mais comum é a realização da
tranferência do Grande Dorsal e Redondo Maior para a inserção do manguito rotador na
grande tuberosidade. Se houver contratura em rotação interna-adução associada, pode-se
realizar a liberação do subescapular.
Decúbito lateral, incisão axilar anterior para alongamento do peitoral maior. Nesta incisão,
pode-se realizar o alongamento do coracobraquial, cabo curto do bíceps, peitoral menor,
smepre protegendo o nervo musculocutâneo. Incisão axilar posterior feita da borda anterior
do grande dorsal até a inferior do deltóide posterior. Isola-se o tendão conjunto do Grande
Dorsal e redondo maior, que serão liberados do úmero. Este tendão será inserido na grande
tuberosidade, no ponto de inserção do supra e infraespinhoso, através de suturas ósseas,
tendíneas ou periosteais. O ponto de inserção na grande tuberosidade, determina função que
será adquirida. Inserções altas, restauram a abdução e rotação externa com ombro a 90°.
Inserções baixas irão melhorar a rotação externa com braço em adução.
Se a articulação estiver reduzida, mas for subluxável, fisioterapia é mantida, com foco em
ganho de rotação externa em adução e abdução.
Se a articulação estiver subluxada ou luxada, mas for redutível, autor aplica botox e realiza
um gesso toracobraquial em abdução para se manter posição de redução.
Se a articulação estiver luxada e for irredutível (em rotação externa) autor realiza RNM para
avaliar deformidade glenoumeral. Realiza liberação cirúrgica e tranferência tendínea.
PÓS-OPERATÓRIO
COTOVELO
Um dos indicadores de cirurgia é o retorno da felxão do cotovelo entre 3-9 meses de idade. É
incomum, à longo prazo, a falta de flexão do cotovelo. Às vezes a falha de flexão do cotovelo é
devido à reinervação anormal, produzindo co-contração de flexores e extensores do
cotovelo. Este problema pode ser resolvido com injeção de Botox no tríceps. Assim criança se
adpata a ativar bíceps sem tríceps, podendo haver melhora mesmo após o fim do efeito do
Botox.
Falha de flexão do cotovelo pode ser tratada por neurotizações, transferências tendíneas,
retalhos livres, e transferência da massa flexora pronadora (procedimento de Steindler).
Trasnferências regionais de tendão pode ser realizada com peitoral maior, grande dorsal ou
tríceps, desde que possuam força no mínimo grau IV. Na flexoplastia de Steindler, o epicôndilo
medial é transferido para a face anterior do úmero distal . Reatalhos livres podem ser
realizados com o grácil (técnica de Doi), fixado no processo coracóide.
A contratura em flexo é comum em crianças com plexopatia sem melhora, não havendo
distinção de gravidade entre paralisias altas e totais. Pode ser classificada em:
Etiologia aind anão é conhecida, uma teoria é que o crescimento de dos flexores denervados
não acompanha o crescimento ósseo.
Várias formas de tratamento foram descritas, incluindo liberação, distração com fixador
externo, osteootimia umeral, trasnferencias musculares. Como o crescimento é deficiente,
recorrência é comum. Autor prefere operar na adolescência, para diminuir o risco de
recorrência.
ANTEBRAÇO
Limitação da prono-supinação do antebraço ocorre em crianças com
recuperação incompleta da paralisia obstétrica, sendo a perda de
pronação ativa mais comum. Como essas crianças possuem posição
em rotação interna, com incapacidade de realizar rotação externa
do ombro, levam suas mão à boca com abdução, rotação interna e
pronação do antebraço.
Como existem poucas opções para reconstrui a mão tardiamente nestas crianças, a cirurgia
primária deve dar prioridade ao tronco inferior. Desvio ulnar é comum no punho de crianças
com recuperação incompleta de punho e mão. Pode ser devido ao desbalanço de forças do
extensor ulnar do carpo, flexor ulnar do carpo ou ambos. Recomend-se a transferência para
o Extensor Radial Curto do Carpo.
CAPÍTULO 41 – FRATURAS DA MÃO, PUNHO E ANTEBRAÇO EM
CRIANÇAS
Geralmente crianças não tem problema com imobilização prolongada, e resolvem sozinhas
problemas como rigidez.
EPIDEMIOLOGIA
Distribuição bifásica, com fratura em crianças mais jovens (laceraçõess, queimaduras e lesões
em dedos – estão explorando o mundo ao redor) e na adolescência onde ocorre participações
em atividades de risco associada a rápido cresciemento ósseo.
Aproximadamente 1/3 das fraturas se propagam pelas fises. O padrão mais comum é o Salter-
harris II, e na falange proximal.
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
ANATOMIA
Fises são perpendiculares ao longo eixo dos ossos. Fises das falanges são proximais. As fises
dos metacarpos são distais, com excessão do primeiro metacarpo, que tem fise proximal. Os
centros de ossificação secundários surgem de maneira ordenada:
Pode haver uma outra variante, de dupla epífise, mais comum no 1° e 2° metacarpo.
Como os ossos crescem por ossificação encondral, as fises são divididas em zonas histológicas.
- Zona de repouso
-Zona proliferativa
- Zona de hipertrofia
Fraturas fisárias
Tratamento cirúrgico das fraturas salter III é reservado para acometimento articular maior
que 40% ou subluxação volar da IFD. Se possível, com redução fechada e pinagem percutânea.
Tratamento do autor: Incisão dorsal curvilinear, com a convexidade direcionada para o lado
da fratura. Incisão entre tendão extensor central e banda lateral. Fixação com fio k por 3-4
semanas.
Um raio x perfil verdadeiro é necessário. Em pacientes muito jovens, onde a caebça da falange
ainda está cartilaginosa, supeitar de pequenos fragmentos na região da cabeça. Estas fraturas
levam a alinhamento digital anormal no plano sagital, e alteração na fossa subcondilar, que
geralmente é côncava, levando a bloqueio ósseo de flexão, porque a base da falange
adjacente impacta na proeminência óssea na porção distal do fragmento proximal.
Pseudoartroses são raras e devem ser tratadas com enxertia e fixação com fio K.
Fraturas não desvidas podem ser tratadas de maneira conservadora, com radiografias
semanais.
Tipos II e III devem ser tratadas com pinagem percutânea. Caso não seja possível, via médio-
axial. Casos em que a consolidação viciosa ainda não se estabeleceu, realiza-se caloclasia
percutânea se a o traço de fratura for visível na radiografia e houver dor no foco.
Em casos de apresentação tardia, em que o ADM ativo e passivo seja de 90° ou mais,
recomenda-se apenas observação.
2/3 das fraturas de falange. Mecanismo mais comum são forças de flexão associadas a
torção, como as que ocorrem em quedas ou esportes. Fraturas da falange proximal
apresentam ápice volar, devido ao mecanismo extensor extendendo fragmento distal e
musculatura intrínseca fletindo fragmento proximal.
Desvios Ft falange
Fraturas da falange média apresentam ápice dorsal ou volar,
Falange proximal: ápice volar a depender da localizaçção em realação ao flexor superficial.
Fraturas distais à inserção do flexor superficial apresentam
- tração do mecanismo extensor no frag distal
angulação com ápice volar, devido a tração do mecanismo
(extensão)
extensor no fragmento distal em direção dorsal. Até 10° de
- Ação intrínsecos no frag proximal ( flexão) angulação é aceitável, redução fechada é recomendada em
angulações maiores ou desvio rotacionais. Avaliações
radiográficas seriadas são necessárias para manutenção de
Falange média (inserção FSD) redução. Fraturas instáveis ou irredutíveis são fixadas com
fios K por 4 semanas.
- Distal à inserção FSD: ápice volar (FSD flete
frag proximal Método preferido pelo autor: Redução fechada e gesso em
pacientes com mais de 10° de angulação ou desvio
- Proximal à inserção FSD: ápice dorsal rotacional, com radiografias seriadas, por 3-4 semanas. Em
(bandeleta central extende frag proximal) fraturas instáveis ou com alinhamento inadequado, redução
-terço médio: dorsal, volar ou sem desvio, fechada e pinagem percutânea. Em fraturas irredutíveis,
devido à inserção do FSD ser prolongada realizar redução aberta.
FRATURAS FISÁRIAS
Método preferido pelo autor: Redução fechada e gesso por 4 semanas em paciente com mais
de 10° de angulação ou desvio rotacional. Fixação percutânea para fraturas instáveis,
irredutíveis, com má-rotação residual ou desvio e 10-15 °.
FRATURAS ARTICULARES DA BASE
Salter III ou IV. Em casos de incongruência articular, instabilidade articular ou mais de 1-2mm
de desvio, indica-se redução (aberta ou fechada) e fixação percutânea.
Diferenciar de avulsões de placa volar. Estas podem ser tratadas com Buddy-taping.
Fraturas-luxação cominutas instáveis da IFP são raras em crianças. Quando ocorrem, devem
ser tratadas por RAFI. Incisão volar em zig-zag. Fixação rígida e enxerto se necessário.
FRATURAS DO METACARPO
Resultam de forças de flexão ou caragas axiais, gerando fratura de ápice dorsal, devido à ação
dos intrínsecos. Angulação excessiva pode resultar em déficit de extensão dos dedos
(pseudogarra). Rigidez é comum após RAFI das fraturas da cabeça.
Desvios aceitáveis:
FRATURAS EPIFISÁRIAS
Raras, geralmente salter III ou IV. Resultam de trauma axial. Fraturas não desviadas podem
ser tratadas conservadoramente, mas aquelas que tem desvio necessitam de RAFI (parafusos
enterrados ou fio K). Osteonecrose pode ocorrer em traumas graves. Rigidez comum após
cirurgia.
Método preferido pelo autor: Incisão dorsal curvilinear, entrar no intervalo entre tendão
extensor e banda sagital ULNAR, deixando um cuff para resutura depois que acabar RAFI.
Imobilização por 4 semanas.
FRATURAS DO COLO
Fraturas não redutíveis ou instáveis devem ser tratada por pinagem percuutânea cruzada ou
transmetacarpo (Bosworth). A técnica de Bouquet intramedular (Foucher) não é recomendada
devido ao canal medular estreito e a presença da fise.
Método preferido pelo autor: Redução fechada e gesso por 3-4 semanas. Autor aceita 10,20,
30 e 40° nos 2°, 3°, 4° e 5° dedo, respectivamente. Autor fala que, apesar de a posição clássica
ser a intrínseco-plus, gesso com MF extendida é bem tolerado, não dá rigidez e pode ajudar a
manter a redução. Fraturas instáveis, redução fechada e pinagem percutânea cruzada, por 4
semanas.
FRATURAS DIAFISÁRIAS
Fraturas não desviadas podem ser tratadas com gesso por 3-4 semanas, e as desviadas devem
ser reduzidas fechadas e imobilizadas com gesso por 4 semanas, com radiografias seriadas.
Indicações cirúrgicas:
- fratura exposta
- múltiplas fraturas
13-20% das fraturas do metacarpo, sendo mais comum no 5° raio. Raramente ocorre
acometimento articular da CMC, levando a uma fratura-luxação ( Bennet Reverso). Risco de
síndrome compartimental em lesões por esmagamento.
Fraturas sem desvio podem ser tratadas de 3-4 semanas no gesso. Nas fraturas desviadas,
redução é obtida através de tração longitudinal e pressão em direção volar no ápice da
fratura, que geralmente é dorsal.
Método preferido pelo autor: Redução fechada e gesso para a maioria das fraturas da base.
Tratamento cirúrgico para fraturas com desvio rotacional, amplamente desviadas, ou em
múltiplos metacarpos. Pinagem transarticular não traz risco de artrose futura.
FRATURAS DO POLEGAR
FRATURA DA FALANGE
Fraturas Salter III na falange proximal são comuns, sendo o equialente pediátrico ao
Gamekeeper. Como o ligamento colateral ulnar se insere quase que totalmente na epífise da
falange proximal, uma força em valgo irá causar uma fratura-avulsão ao invés de lesão
ligamentar pura.
FRATURAS DIAFISÁRIAS
São comuns, sendo a fratura fisária a mais comum delas. Como estão próximas da fise, estas
fraturas possuem enorme potencial de remodelamento, além do amplo moviemnto da CMC
do polegar. Assim, tolera-se até 30° de angulação. Imobilização por 3-4 semanas.
Tipo A: Traço entre a fise e a junção do terço médio com o proximal (extrafisária). São geralemente transversas ou
oblíquas, e tratadas com redução fechada e gesso.
Tipo B: Fraturas Salter II, com fragmento de Thurston-Holland ulnar e angulação de ápice radial. A diáfise é aduzida pelo
adutor do polegar e tracionada proximalmente pelo abdutor longo do polegar, assim encurtando primeira comissura.
Redução fechada e pinagem percutânea no trapézio ou na epífise.
Tipo C: Fraturas Salter II, com fragmento de Thurston-Holland radial e angulação de ápice ulnar. Partes moles podem
interpor e impedir redução. Nestes casos, redução aberta e pinagem. Geralmente redução fechada e pinagem.
Tipo D: Fraturas Salter III ou IV, com extensão intraarticular. Equivalente ao Bennet, devendo ser tratada com redução
fechada e pinagem. Manobra de redução consiste em tração longitudinal, pronação e pressão na base do metacarpo,
para aduzir o raio.
Centros de ossificação
O núcleo de ossificação do escafóide surge entre 4-5 anos, ocorrendo ossificação endocondral
de distal para proximal, até ossificação total, por volta dos 14-16 anos, o que justifica a maior
incidência de fraturas do pólo distal em crianças mais jovens.
O núcleo de ossificação da epífise do rádio distal surge por volta de 1 ano, e o da ulna por volta
dos 6 anos. O núcleo de ossificação da epífise ulnar geralmente surge de dois centros de
ossificação, dando uma impressão bipartida, podendo ser confundido com fratura do estilóide.
A fise ulnar fecha por volta dos 16 anos, com a fise radial se fechando 6 meses depois.
Apesar do aspecto do rádio variar conforme idade, parâmetros como inclinação radial,
comprimento radial, variancia ulnar e tilt volar são avaliados normalmente, exceto em
crianças muito jovens.
Crescimento
Fise distal contribui com 70-80% do crescimento do rádio e 40% do crescimento do membro
superior. Isso fornece grande potencial de remodelamento, que depende de:
- Grau de deformidade
- Plano da deformidade
Deformidades leves ou moderada, no plano sagital, possuem o maior potencial de
remodelação. Assim, em pacientes mais jovens que 10-12 anos, aceita-se de 20-30° angulação
sagital, 50-100% translação do fragmento distal no plano sagital e no máximo 10° de
angulação no plano coronal.
Partes moles
Partes moles agregam estabilidade óssea. Devido a resitência mecânica dos ligamentos
intrínsecos do carpo, lesões ligamentares intrínsecas do carpo são bem mais raras em
crianças que em adultos. Devido a ossificação gradual do carpo, parâmetros radiograficos de
instabilidade cárpica não se aplicam em crianças.
Fraturas não desviadas do colo podem ser tratadas no gesso, com taxas de
união até 90%. Porém tempo de união é de 2-3 meses. Não há evidência de
superioridade entre gesso longo ou curto. Osteossíntese em fraturas não
desviadas não acelera consolidação.
Fraturas do pólo distal são tratadas com spica curto por 4-6 semanas. Fraturas não-desviadas
do colo, confirmadas na TC, são tratadas por gesso spica curto até evidência radiográfica de
consolidação. Pode-se considerar fixação percutânea dorsal, em casos onde imobilização seja
contra-indicada (fraturas bilaterais, atletas). Fraturas desviadas do pólo proximal e colo são
tratadas por RAFI, sendo a via dorsal no polo proximal e volar no colo.
FRATURA DO PIRAMIDAL
São raras, podendo ser vistas junto com lesões do grande arco. Fraturas-avulsões dorsais
ocorrem em adolescentes mais velhos, podendo ser tratadas com gesso por 3-4 semanas. As
fraturas associadas a lesões do grande arco necessitam de RAFI.
FRATURAS DO HAMATO
FRATURA EM TORUS
FRATURAS BICORTICAIS
Gesso bem moldado, com apoio de 3 pontos e moldagem interóssea deve ser
aplicado. Evitar flexão excessiva do punho.
Gesso longo vs gesso curto também não tem consenso. Mais importante que comprimento do
gesso é a moldagem e a qualidade de redução. Risco de perda de redução é maior em
pacientes que apresentam índice de gesso maior que 0.7. Fraturas reduzidas
incompletamente e fratura da ulna distal associada, também apresentaram maior risco de
perda de redução.
Perda de redução é comum (aproximadamente 1/3). Fatores associados com a perda são:
- Aposição em baioneta
- atrofia muscular
- Regressão do edema
Índice do gesso
Índice de gap
Divisão da distância agregada entre pele e gesso pelo diâmetro total do gesso.
Se soma do indice no AP e no perfil for maior que 0.15, alta chance de perda de redução
São utilizados fios K cruzados, com um indo de distal e radial para proximal e ulnar, entrando
na metáfise proximal à fise. Pode-se adicionar um fio dorsal, entre 4 e 5 compartimento, mas
nem sempre ele é necessário.
Redução aberta também está indicada para fraturas com interposição de partes moles.
Geralmente, em fraturas com ápice volar as estruturas interpostas são o pronador quadrado e
o periósteo.
Fraturas metafisárias bicorticais desviadas são reduzidas e engessadas. Gesso longo, bem
moldado (Cast index <0.7, Gap index < 0.15), antebraço em neutro. Radiografias com 1, 2 e 4
semanas. Encurta gesso com 4 semanas, usa por mais 2 e realiza radiografia final com 6
semanas. Se redução perdida, remanipulação e fixação percutânea, extrafisária. Retira fio com
4 semanas, usa gesso curto por mais 2.
FRATURAS FISÁRIAS DO RÁDIO DISTAL
20% de todas as fraturas fisárias, atrás apenas das fraturas de falange. Mesmas indicações
cirúrgicas das fraturas metafisárias, adicionando alguns cuidados específicos:
- Manobras de redução devem ser realizadas gentilmente e com sedação adequada, para se
evitar lesão fisária iatrogênica e parada do crescimento
- Não se deve tentar múltiplas manobras e nem tentar redução de lesões de apresentação
tardia.
Fratura da base do estilóide ulnar (lesão do CFCT) são tratados por RAFI, com banda de
tensão, para evitar futura instabilidade da ARUD. São lesões mais comuns em adolescentes.
Pode ser feito reparo da FCT por artroscopia, osteotomia encurtadora de ulna, epifisiodese de
ulna distal e osteotomias do rádio distal. Uma pseudoartrose sintomática do estilóide ulnar
pode ser tratada tanto por excisão quanto por RAFI.
Osteotomia ulnar é realizada por via lateral, entre FUC e EUC. Realizada osteotomia
na junção metáfise-diáfise, associada a epifisiodese distal. Então é realizada
artroscopia pelo portal 3-4, desbridamento da FCT, excisão ou , menos comumente,
RAFI do estilóide.
PÓS-OPERATÓRIO
Parada de crescimento ocorre em 4% das lesões fisárias distais do rádio e 50% na ulna.
FRATURAS DO ANTEBRAÇO
EPIDEMIOLOGIA
1:100 crianças, sendo a terceira fratura de ossos longos em criança mais comum, após rádio
distal e supracondileana. Pico de incidência entre 12 e 14 anos. As fraturas da diáfise do
antebraço são as fraturas expostas mais comum do membro superior, e representam o local
mais comum de refratura nas crianças.
Causadas por queda sobre membro superior extendido, submetenedo-o a forças axiais, de
rotação ou flexão. Fratura de rádio e ulna no mesmo nível indicam predomínio de forças de
flexão. Fraturas em níveis diferentes indicam traumas rotacionais. Traumas rotacionais de alta
energia levarão a lesões de partes moles estabilizando as ARUD e ARUP ( Galeazzi e
Monteggia).
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Regra do polegar
TRATAMENTO
Deformidade estética geralmente é causada por deformidades na ulna, devido sua localização
subcutânea e trajeto reto. Perda de rotação é causada por consolidação viciosa do rádio, com
ou sem acometimento da ulna. Perda de pronação pode ser compensada pela abdução do
ombro, mas perda de supinação não consegue ser compensada (tórax impede adução).
O remodelamento ósseo ocorre devido a reorientação das fises, com crescimento contínuo.
Ocorre crescimento ósseo, que diminui a angulação aparente entre os fragmentos proximal e
distal, formação por aposição periosteal na concavidade da deformidade. Este
remodelamento será maior quanto mais perto da fise, em pacientes mais jovens, com
deformidades no plano de movimento da articulaçaõ adjacente.
Em crianças maiores que 10 anos, mais que 10° de angulação é IMPROVÁVEL de remodelar.
Valores do desvio de eixo maiores que 5 (na retirada do gesso) indicam restrição da rotação
do antebraço, mesmo após maturidade esquelética e remodelamento.
Deformidade Plástica
Redução fechada para angulações maiores que 20°, em pacientes mais velhos que 4 anos. O
potencial de remodelamento é limitado, já que o periósteo não foi elevado ou rompido, e o
ápice da deformidade é longe da fise.
Paciente sedado, força de 30kg, sustendada por alguns minutos, apoiada num fulcro. Aplicar
gesso bem moldado, com apoio em 3 pontos sobre o ápice da deformidade. Um gesso torto
para se obter um osso reto. Com técnica apropriada, até 85% da deformidade pode ser
corrigido.
Tratadas com redução fechada e gesso bem moldado, realizando manobra de redução reversa
à deformidade rotacional, seguida de correção da angulação. Há controvérsias entre fraturar
ou não uma galho verde tornando-a uma completa. Quem defende a fratura, afirma que existe
melhor redução e menor risco de refratura ou perda de redução. Quem defende não fraturar,
afirma a instabilidade e dificuldade de se manter a redução numa fratura completa.
Fraturas completas
Radiografias semanais nas 3 primeiras semanas. Perda de redução ocorre de 5-25% das
fraturas, podendo ocorrer até 4 semanas. Nestes casos pode-se uasar cunhas nos gessos.
Se redução mantida, encurtar gesso com 4 semanas, mantendo num gesso
antebraquiopalmar até 6 semanas. Orientar pais sobre risco de refratura.
Fixação intramedular pode ser feita com fio K, steinmann ou TEN. O implante radial deve ser
pré-moldado, para se adaptar ao arco radial. Comprimento e angulação são corrigidos pela
redução e pelo implante intramedular, rotação é estabilizada pelo periósteo e partes moles.
Os implantes radiais podem ser inseridos proximalmente ao tubérculo de Lister ou entre 1° e
2° compartimento (método favorito do autor). O implante ulnar pode ser inserido na metáfise
proximal da ulna ou através da apófise do olécrano. A maior estabilidade é atingida quando os
implantes ficam a 1 cm da fise oposta. Eles podem ser deixados pra fora da pele, ou no
subcutâneo (nesses casos, nova cirurgia de remoção entre 6-12 meses).
Em pacientes jovens, pode-se realizar a fixação apenas de um osso, geralmente a ulna, caso o
rádio apresente estabilidade suficiente .
A RAFI com placas é reservada para pacientes com menos de 2 anos de crescimento ósseo
(homens 14, mulher 12). Pode-se utilizar apenas 4 corticais proximais e 4 distais a fratura,
com placas 2.4, 2.7 ou terço de tubo. Remoção é controversa, já que implantes são raramente
sintomáticos.
Método preferido pelo autor
Autor deia implantes pra fora da pele e remove entre 4-6 semanas, deixando um gesso por
mais 2 semanas. Pais são avisados sobre o risco de refratura.
Em pacientes muito jovens, pode ser fixada apenas a ulna, caso o rádio permaneça estável
após fixação.
FRATURAS EXPOSTAS
Traumas de alta energia, com lesão de periósteo e partes moles. Assim, necessita de
estabilização cirúrgica. Grande risco de síndrome compartimental.
FRATURA-LUXAÇÃO DE MONTEGGIA
10-20% apresentam lesão do nervo interósseo posterior, sendo a luxação mais comum a
anterior, com lesão do ligamento anular e quadrado na ARUP.
Toda fratura de antebraço deve ter sua articulação radiocapitelar avaliada, com o eixo longo
do rádio bissectando o centro de ossificação do capítulo em TODAS as incidências. Dar
atenção à radiocapitelar em todas as fraturas consideradas isoladas da ulna, assim como dar
atenção à ulna em todas as luxações isoladas da cabeça do rádio. Lembrar que em luxações
congênitas da cabeça do rádio o capítulo é hipoplásico e a cabeça convexa.
Como nas fraturas-luxações de monteggia a membrana interóssea geralmente está intacta, a
redução da ulna restaura a congruência radiocapitelar.
Clasificação de Bado
Em pacientes com deformidade plástica, torus em varo proximal ou fratura em galho verde da
ulna, tratamento feito por redução fechada sob anestesia. Realizar tração longitudinal,
rotação do antebraço e pressão direta no ápice da fratura. A articulação radiocapitelar reduz
espontaneamente nessa situação e , caso isto não ocorra, suspeitar de interposição de partes
moles.
No Bado I, por exemplo, após a redução da fratura da ulna, realizar pressão na cabeça radial,
flexão do cotovelo e supinação do antebraço. Tipicamente fraturas incompletas são estáveis,
e são tratadas com gesso longo por 4-6 semanas.
Fraturas de traço transverso ou oblíquos curtos são tratadas com redução fechada e tutor
intramedular, e com gesso longo com cotovelo a 90° e antebraço em supinação.
Fraturas de traço obliquo longo ou cominuto são tratadas com
RAFI, por placa 1/3 tubo, 4 a 6 corticais em cada fragmento.
Imobilizar com gesso longo em supinação.
FRATURAS DE GALEAZZI
São raras em crianças, mas podem ocorrer seus equivalentes, com lesão na fise distal da ulna
ou avulsões do estilóide. Resultam de queda sobre o membro superior extendido, com a
combinação de carga axial e forças rotacionais.
Ao contrário dos adultos, as fraturas de galeazzi e seus equivalentes podem ser tratados de
maneira conservadora. A redução fechada deve ser realizada baseada no padrão da lesão.
Fraturas com ulna luxada para dorsal e ápice da angulação da fratura do rádio dorsal, realizar
apoio em 3 pontos e supinação do antebraço. Naquelas onde a ulna está luxada para volar e o
a fratura radial apresenta ápice volar, deve-se pronar o antebraço.
Se redução anatômica for obtida, gesso longo por 6 semanas, com avaliações radiográficas
semanais. Se não for obtida, ou em pacientes com menos de 2 anos de crescimento
esquelético restante, realizar RAFI.
PÓS-OPERATÓRIO
Refraturas ocorrem em 4-8% dos pacientes, mais comum em homens e 6 meses após trauma
incial. Nestes casos, o melhor tratamento é cirúrgico. Calo pode atrapalhar fixação
intramedular, nestes casos redução aberta e fresagem do canal.
Síndrome compartimental é rara, mas deve ser uma supeita em casos de necessidade de
analgésicos aumentando, agitação ou ansiedade na criança.
Capítulo 42 - Reimplante
Manejo inicial
Sempre seguir o ABC do trauma. Recolher TODAS as partes da cena do acidente (independente
de contaminação ou viabilidade). ENROLAR PARTE AMPUTADA EM UMA ESPONJA
ENXARCADA COM SORO. COLOCAR ESTE ROLO NUM SACO PLÁSTICO E ESTE SACO NUM
OUTRO SACO DE GELO OU NUMA CAIXA COM GELO. Objetivo é resfriar sem congelar.
O coto de amputção tem que ser hemastasiado com pressão e elevação. Evitar uso de
garrotes ou ligadura de vasos na cena do acidente.
Seleção do paciente
MÚLTIPLOS DEDOS
CONTRAINDICAÇÕES:
Uma indicação relativa é a amputação de dedo único distal à inserção do flexor superficial.
(procedimento rápido, bons resutados). Melhores resultados que amputações na zona 2.
Nos grandes reimplantes, quanto mais proximal, pior o resultado (maior a regeneração
nervosa necessária).
TEMPO DE ISQUEMIA: Não é tão crítico nos dedos porque eles não tem massa muscular. Nas
regiões médio palamar e de punho, pode-se desbridar os intrínsecos. Proximal ao punho,
tempo de isquemia se torna crítico.
O reimplante digital é considerado possível com um tempo de isquemia quente de 6-12 horas.
Até 24 horas de isquemia fria permitem o reimplante.
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Incisões médioaxiais, identificar feixe, preparar tendão flexor. Encurtar osso para permitir
coaptação primária dos nervos. Remover unha (para visualizar congestão venosa). Caso
precise encurtar osso, encurtar na parte amputada e não no coto.
PREPARAÇÃO DA MÃO
Simplificar traço de fratura (tornar numa transversa) e fixar da maneira mais rápida
(geralemente fio K não paralelo). Preparar feixe, achar veias dorsais e preparar tendões, com o
uso de garrote.
REIMPLANTE
Se múltiplos dedos, realizar reimplante sequencial (todos os osso, depois todos os tendões).
Estruturas delicadas são reparadas por último.
Sequência de reimplante:
Green 7th: Osso, Extensor, Flexor, nervo, veia, solta garrote e artéria
** Na sétima edição o autor fala que existem diversas sequências, todas corretas
Em reimplantes mais proximais, isquemia se torna crítica, assim, reparo arterial deve ser feito
o mais rápido possível (após fixação óssea). Caso nao seja possível o reparo primário, deve-se
usar um shunt arterial artificial. Reperfundir por 20 minutos para cada hora de isquemia.
Atentar para síndrome compartimental
Reperfusão
Antes de liberar os clamps, aplicar vasodilatador tópico. Liberar clamps arteriais primeiro. Se
um enxerto de veia foi usado, liberar primeiro o clamp distal e depois o proximal, de maneira
a permitir que o sangue passe rapidamente pelas anastomoses.
Aguardar a engurgitamento venoso antes de liberar os clamps venosos (denovo para permitir
que o sangue passe rapidamente pelas anastomoses).
Pós-operatório
Calor tópico e aspirina são universais. Se congestão venosa, pode-se usar sangue-sugas, porém
precisa-se de cobertura para Aeromonas hydrophila (gram negativo presente na flora
intestinal das sangue-sugas).
Resultados
Transplante de mão
Lesões que incluem praticamente todos os sistemas do membro superior (ossos, nervos,
tendões, vasos). Conceito de uma lesão, uma cicatriz (uma cicatriz que se desenvolve da pele
até o osso, envolvendo tudo o que está no meio).
Classificação: MESS maior que 7 não indica amputação (nos membros inferiores indica).
Patofisiologia
Lesões por esmagamento apresentam pior prognóstico e maior risco de infecção.
Na ordem, os tecidos mais gravemente afetados por lesões de esmagamento são vasos,
gordura, músculo e pele. Nervos são as últimas estruturas a permanecerem intactas após
esmagamento
A enzima chave de proteção, Superóxido dismutase, tem seus níveis diminuído nos tecidos
isquemicos (ela converte superóxido em oxigenio, para proteger os tecidos)
Conceito de zona de lesão: a extensão da lesão é bem maior que a apresentada incialmente,
sendo que a necrose por trombose intravascular (neutrófilos) se extende além da área de
lesão. Assim, muitas vezes são necessários desbridamentos seriados a cada 24 h.
Reconstruções vasculares dentro da zona de lesão têm mais chance de sofrer trombose.
Avaliação inicial
Geralmente estas lesões não são fatais. Lembrar do ABC do ATLS.
Ordem de resistência a isquemia músculo < integumento (pele) < osso (músculo sobrevive até
4-6 hr).
Demora após 6-12 h contraindica o fechamento primário (risco de infecção), assim como
lesões em ambientes rurais.
Em caso de dor a extensão passiva das unidades musculo tendíneas, deve-se suspeitar de
síndrome compartimental. Sempre manter um alto nível de suspeita.
Obter radiografias adequadas do membro lesado, sem talas. Caso amputação que vai pra
reimplante, radiografar parte amputada também.
Exame motor:
Exame sensitivo:
Objetivos tratamento
- punho
O mínimo que deve se almejar é um dedo capaz de realizar oposição e um poste estável para
participar da oposição.
Amputações
Polegar contribui para 40% da função da mão, indicador e médio 20% cada , quarto e quinto
10% cada.
A função primordial do polegar é afastá-lo do plano da mão, para uma posição de oposição.
Articulações
Sempre que for possível preservá-las, o fazer. Artrodeses nas IFDs e na IF do polegar são bem
toleradas. Na IFP, não são (“locus funcional” dos dedos). Na artrodese pode ocorrer o efeito
quadriga.
A MF é a articulação mais importante dos dedos (77% da flexão dos dedos). Arco funcional
pode ser obtido com apenas 35°. Uma artrodese é melhor que uma MF instável e dolorosa.
Artrodese de punho raramente é feita de maneira primária. Arco mínimo de 5-10° de flexão a
30-35° extensão permite atividades diárias.
Tendões
Apesar de não ser o ideal, uma perda total dos extensores extrínsecos com instrínecos intactos
é bem tolerada (tenodese através da cicatriz).
Nos flexores, reconstruir polias A2 e A4 e geralmente apenas o flexor profundo. Duas lesões
importantes do FPD:
- Lumbrical-plus: ocorre quando um FPD não reparado retrai. Com o movimento de flexão dos
outros dedos, o FPD retrai mais, e aumenta a tensão no lumbrical (que se origina no FPD). Isso
leva a uma extensão paradoxal do dedo, quando se tenta realiar a flexão dele.
Cobertura cutânea
Fator prognóstico mais importante em lesões mutilantes é cobertura estável e com
sensibilidade protetora (7-15mm discriminação dois pontos). Acima de 15mm é considerado
insensível para a região volar.
Tratamento
Na emergência
Mais importante é realizar ABC do trauma antes de partir para a lesão na extremidade.
Assim que o paciente estiver estável, partir para o controle da hemorragia. Realizar
compressão e evitar o uso de clamps as cegas. Num membro isquêmico, pode-se realizar
shunt vascular tmeporário (deixar sangrar 200 ml para limpar metabólitos).
Se amputação, enrolar parte amputada numa gaze com soro, colocar num saco plástico e
levar este saco no gelo. Caso ainda reste algum contato da parte semiamputada (ponte de
pele), apenas enrolar numa gaze com soro.
Deformidades esqueléticas devem ser reduzidas e flaps levantados devem ser colocados
de volta gentilmente, sem tensão.
Tratamento cirúrgico
- Desbridamento
Passo mais importante para determinar o prognóstico da lesão. Não deve ser realizado
por inciantes. Realizar desbridamento agressivo. Se parte não funcional da FP restar,
realizar a ressecção do raio
- FIXAÇÃO ÓSSEA
Se fios K forem usados por mais de 4 semanas, cortar e sepultar sob a pele. Lembrar
que fios K não fornecem rigidez sufuciente, sendo instáveis na rotação e deformidade
horizontal. Pode-se usar o fio K como broca para passar parafusos (fixa com fio k,
depois troca por parafuso. O 1.1mm é do tamanho da alma de um parafuso 1.5mm e
o fio 1.5 mm é do tamanho da alma de um parafuso 2.0mm.
- REPARO TENDÍNEO
Se possível, realizar 4 passadas + sutura epitendínea. Caso lesão na zona 2, tentar reparar o FS
e o FP, se não for possível ou se deslizamento prejudicado, reparar só o FP. Reconstruir polias
A2 e A4. Se o reparo primário não for possível, teoricamente, seria possível realizar o
encurtamento ósseo ou a enxertia tendínea (esta precisa de um bom leito, fixação rígida,
reabilitação imediata). Assim, caso primário não sej a possível, utilizar espaçadores de Silastic,
quando for realizada reconstrução definitiva de partes moles.
Como a contratura e a fibrose dos intrínsecos são os problemas mais significantes, se lesão
grave, esmagamento ou desvascularização da musculatura instrínseca, deve-se desbridá-la.
- REPARO VASCULAR
Aspecto mais importante da recosntrução. Deve ser feito após a fixação óssea e reparo
tendíneo, exceto se membro isquêmico (utilizar shunt).O aspecto mais importante no sucesso
de uma anastomose pe garantir que a anastomose foi feita numa área sem lesão (íntima sem
lesão). Pode-se ligar pequenos vasos colaterais para se mobilizar o vaso. Caso não seja
suficiente, é possível dobrar uma articulação ou usar um enxerto de veia reversa. Esse
enxerto deve ser retirado de uma ára fora da zona de lesão ( dorso mão, antebraço volar,
dorso do pé).
Para a reconstrução da artéria braquial, radial ou ulnar pode-se usar a safena magna, parva ou
veia cefálica (todas reversas).
Procedimento: clampear vasos, debridar até íntima intacta, limpar trombos com Fogasrty no.
2, irrigar vasos com heparina + SF ( 10 U/ml). Um erro comum é usar enxerto venoso muito
longo (levam a torção e trombose). Sempre que houver multiplos níveis de lesão vascular,
realizar primeiro a reconstrução proximal.
Em casos de lesão do arco palmar ou das art comuns digitais, não é necessário reconstruir
todas as art. comuns. Uma artéria consegue irrigar dois dedos, assim, reconstrói-se a do
polegar, a art comum do 2°/3° e art comum do 4°/5°.
-REPARO NERVOSO
Vem por último porque é menos urgente e mais delicado. Apesar de ser importante distinguir
entre neuropraxia, axonotmese e neurotmese, se houver continuidade da bainha epineural,
não se mexe no nervo. Aguarda o retono da função. Em caso de neuromese, realizar reparo
primário epineural termino-terminal sem tensão, após desbridar os cotos lesados. Se não for
possível reparo primário e se o gap for menor que 1-2 cm, utiliza-se um neurocondutor. Se
gap maior que 2 cm, realizar enxertia nervosa secundária, ou tranferência tendíneas.
Quando usar o VAC, cortar a esponja menor que o tamanho da ferida original, para ajudar a
encolhê-la. A terapia de pressão negativa não deve ser usada em grandes contaminações,
infecção ou sangramento. Ela deve ser usada com cuidado quando tiver sido feito o reparo
vascular e sua esponja trocada a cada 3-5 dias.
Fechamento primário-> Secundário (contração da ferida)-> Enxerto de pele - > Terapia a vácuo
-> Flap local - > Flap Distante - > Flap livre
** Deve-se escolher a forma mais simples, porém que seja também funcional.
Fechamento primário (ou primário retardado): tentar, sempre que possível, em 5-7
dias, sem tensão. Flap traumáticos não devem ser esticados, apenas assentados sobre
ferida.
Fechamento secundário: para defeitos de no máximo 1-2 cm, sem areas nobres
expostas ou de movimentação
Enxerto de pele: Autólogo (da própria pessoa), homólogo (banco), heterólogo( pele
porco/tilápia). Heterólogo não revasculariza, servindo como curativo biológico.
Homólogo pode integrar, mas será rejeitado por volta da primeira semana. Servem
para melhorar o leito para um autólogo e, se um homólogo integrar, significa que o
leito está bom.
-Enxertos autólogos: podem ser totais ou parciais. Os parciais são mais finos, se
integram mais fácil, mais resistentes a infecção e apresentam melhor desempenho
numa ferida marginal. Podem ser “em malha” (meshed – menos problema com
seroma, hematoma e infeção, aderem melhor) Os totais contraem menos, são mais
duráveis e flexíveis,e melhor sensibilizados. Usados em áreas de cisalhamento, como
polpas digitais, palma, comissura, e sobre articulações. Contato do enxerto com o leito
é essencial para a a inosculação e neovascularização. Durante as primeiras 24-36 hr, o
enxerto sobrevive por imbebição plasmática (difusão). Após este período, se não
ocorrer neovascularização o enxerto é perdido. Hematoma, infecção ou cisalhamento
contribuem para esta perda. Ideal um curativo úmido e que realize pressão sobre o
enxerto, e o proteja das forças de cisalhamento. A terapia de pressão negativa pode
colaborar com isso. A espessura deve ser entre 0.025 e 0.030 mm. Evitar pregar volar
do punho (aparenta suicídio).
Randomizados são irrigados pelos plexos subfascial eou subdermal. (menos confiáveis pq
dependem do ponto de origem do vaso nutriente)
RETALHOS ESPECÍFICOS
Retalho anterolateral da coxa: Pode ser usado como fascial, baseado no ramo
descendente da artéria circunflexa lateral. Anastomose termino-lateral na artéria
radial ou ulnar, ou termino-terminal na princeps pollicis
Retalho lateral do braço: Fornece mais tecido que o chinês, porém defeito na área
doadora é bem visível.
- ANTEBRAÇO
Apesar de o groin ser possível, prefere-se retalho livre
Grande dorsal: usado em defeitos maiores. Para reduzir volume, usa-se apenas
muscular, com enxertia de pele.
- COTOVELO
Sempre antes de descartar parte amputada, avaliar se não tem tecido pra ser utilizado
como “spare part”.
REABILITAÇÃO
Deve ser inciada precocemente. Mão imobilizada na posição de segurança (MF flexão
e IFs em extensão, evitar encurtamento de colaterais)
PROCEDIMENTOS SECUNDÁRIOS
Devem aguardar a maturação das partes moles (3-6 meses). Enxertia óssea (4-6
semanas – esponjoso homólogo) ou nervosa é a exceção e deve ser realizada
precocemente. Expansão tendínea tem altas taxas de complicação.
Defeitos ósseos maiores que 6 cm têm indicação de enxerto ósseo vascularizado.
Osteotomias derrotativas devem ser realizadas nos primeiros procedimentos
secundários.
A causa mais comum de indicação para reconstrução sensitiva é num dedo
reconstruído por retalho.
Se médio ou anelar intactos, pode-se realizar retalho heterodigital (tranferência do
rebordo ulnar da polpa, junto com artéria, nervo e veia, cobrindo área doadora com
enxerto de pele total – levar tecido perivascular suficiente para garantir drenagem do
retalho.)
Se heterodigital não possível, pode-se realizar retalho livre de polpa do hálux, levando
pele glabrosa da lateral do hálux, de 1.5 cm a 2 cm, permitindo fechamento primário
da área doadora.
Nas lesões mutilantes, geralmente as duas estão associadas. Antes de realizar tenólise
e capsulotomias devem ser feitas em momentos separados de procedimentos que
necessitem de imobilização. Devem ainda aguardar a maturação das partes moles. Se
for necessário a liberação de extensores e flexores, iniciar por dorsal. Fazer no mesmo
tempo leva a edema excessivo e rigidez.
RESULTADOS
De todos os fatores que contribuem para o desfecho de uma lesão mutilante, o mais
importante é a natureza e o grau de lesão de partes moles.
Ainda não existe um score que indique amputação vs reconstrução, ficando a critério
da experiencia do cirurgião a decisão sobre salvar ou não um membro.
CAPÍTULO 44 – COBERTURA NÃO MICROCIRÚRGICA DO
MEMBRO SUPERIOR
ENXERTO DE PELE
Pele: maior orgão do corpo humano, serve como membrana semipereável, barreira,
reguladora de temperatura e órgão de sensibilidade (função mais importante na mão).
Toda a pele é coposta por grossa camada de derme, coberta pela epiderme (representa
aproximadamente 5% da espessura da pele e varia de espessura em relação à area do
corpo).
Qualidade da pele depende dos apêndices epidérmicos que contém. Palma e planta não
contém pelo ou glândulas sebáceas, mas é quase onde onde se encontra corpúsculos de
Meissner ou Vater-Pacini.
Quando enxertar pele, dividir mão em dorsal e volar. A parte dorsal deve ser fina, elástica,
frouxa para não restringir flexão. Pele volar deve ser sensível, grossa e resistente, além de
permitir movimento. Geralmente pode-se substituir pele dorsal por enxerto de pele,
enquanto a volar não.
Histologia: Junção entre membrana basal da epiderme e derme é irregular, é nessa região que
se encontram a papila dérmica e a crista reticular epidérmica. Neles estão contidas
terminações nervosas (celulas de merkell, complexos neuritos) e dutos sudoríparos que vêm
de glândulas localizadas na base da derme ou na gordura subcutânea. Uma rede de vasos e
fibras nervosas (sensitivas e autonômicas) na derme é presente em toda pele.
A pele do dorso da mão é semelhante ao resto do corpo. A camada basal é contínua com
bainhas capilares e glândulas sebáceas. Folículos pilosos estão presentes em profundiades
diferentes e são cercados por terminações nervosas.
A pele da região volar possuem papila e crista mais profunda e a camada de queratina é mais
grossa. Não existem estruturas pilosebáceas, e existem terminações nervosas especializadas
encapsuladas. Corpúsculos de Meissner estão presentes na papila dermal e os corpúsculos de
Vater-Pacini estão presentes profundamente na derme.
Pele dorsal pode ser, usualmente, substituída por enxerto de pele. Pele palmar, independente
da espessura do enxerto, não pode, porque nos enxertos comuns não há meconarreceptores
dermais. Somente a pele glabrosa pode fornecer pele com estes mecanoceptores, mas não
existe muita disponível.
Quando um enxerto de pele parcial é retirado, a área doadora se cura pela epitelização dos
folículos capilares e pouca regeneração dermal ocorre. Quanto mais profundo o enxerto,
melhor a qualidade de pele, mas pouco fica pra trás na área doadora para ajudar na cura da
área doadora. Um enxerto mais profundo ainda aumenta a chance de reinervação dos
complexos de Merkel e retorno da sensibilidade na área receptora. Enxertos de pele grossos
não-glabrosos irão levar folículos pilosos, podendo resultar em crescimento capilar não
desejado na palma.
Além da falta de retono de sensibilidade, enxerto na região palmar não fornecem tecido
subcutâneo vascularizado necessário para cobrir tendões e nervos. No geral, enxertar pele
apenas na liberação de contraturas em flexão em áreas que não necessitem de sensibilidade
crítica.
RESPOSTA A LESÃO
Qualquer lesão que leve a uma perda de espessura total de um seguimento de pele levará à
contração da ferida. Fibroblastos migram para as bordas da ferida e se diferenciam em
miofibroblastos (que possuem a capacidade contrátil), que são os responsáveis por aproximar
a ferida. Depois que o processo se inicia, enxerto parcial não consegue impedí-lo.
Estudos em animais mostraram que enxertia imediata com curativos compressivos por 7 dias
conseguiram inibir a contração.
Normalmente 1000 organismos / grama de tecido são encontrados no leito, e não alteram a
cicatrização. 10.000 org/g é o nível crítico de contaminação.
TIMING DA ENXERTIA
Assim que a ferida estiver limpa o suficiente e depois que a rede de vasos surgirem. Não se
deve esperar mais que 2-3 dias. O conceito de esperar que um leito de granulação saudável
não é mais utilizado, e deve-se realizar a enxertia precoce. Deve-se usar com cuidado o
curativo à vacuo na mão, devido a rigidez e contratura causada por ele.
Caso a ferida aparente estar contaminada, pode-se fazer uma biópsia por punch do leito,
retirando 1 g de tecido, que pode ser enviado para uma cultura com contagem. Ou então,
numa maneira mais rápida, pode-se esmagar o tecido e olhar no microscópio. Mais que 1
bactéria por um campo de grande aumento corresponde a 10.000 microorganismos (nível
crítico).
Caso o leito não permita a enxertia (infecção, sangramento, baixa vascularização) pode-se
desbridá-lo e, para evitar nova anestesia, já retirar o enxerto de pele e armazená-lo, enquanto
o leito receptor é preparado por curativos seriados ou desbridamentos na enfermaria.
Um método simples é recolocar o enxerto no seu leito doador. O enxerto vai começar a se
integrar e se manter nutrido. Porém deve ser retirado antes que surjam forças tênseis (antes
de 5-6 dias). Essa remoção pode ser feita pela injeção de SF + anestésico, entre o enxerto e o
leito doador. O enxerto poderá ser colocado no seu local receptor na enfermaria.
Pode-se enrolar o enxerto em gase com soro e armazenar em refrigerador, mas ele fica viável
por, no máximo, 1 semana. Em meios de cultura, pode ser armazenado de 10 dias a 2
semanas.
TIPOS DE ENXERTO
Parcial ou total, baseados na espessura da pele retirada. Para se retirar um enxerto de pele
parcial, utiliza-se um dermátomo ou faca de blair. A área doadora irá se cicatrizar através da
propagação de células epiteliais dos apendices cutâneos mais profundos (glândulas
sudoríparas e folículos pilosos). Enxertos de pele total são retirados com bisturi, e envolvem
toda a pele até a gordura subcutânea. A área doadora deve ser fechada primariamente.
A espessura padrão para enxertos de pele parcial é de 0.015 polegadas (0.38mm). Eles
podem ser “finos” (0.20 mm – 0.25mm) ou “grossos” (0.40 mm – 0.50mm).
Enxertos de pele parcial “grossos” apresntam menor contração porque contém mais derme.
Porém sua área doadora terá mais dificuldade em cicatrizar, levando a maior formação de
contraturas.
Enxertos de pele total aprentam, como vantagem: melhor proteção, melhor resistência,
melhor sensibilidade, mais apêndices dérmicos, menor contração. Como desvantagem, maior
tempo para integrar, necessita de melhor leito e têm maior chance de infecção. Além disso,
existem menos áreas doadoras, devendo ser utilizados apenas onde a qualidade da pele e
evitar a contratura é crucial (pele palmar).
Total: Mais resistentes, mais sensiveis, menos contração, maior tempo integração, maior
chance de infecção.
SUBSTITUTOS DE PELE
ESPESSURA DA PELE
Epiderme varia conforme idade, sexo e local. Epiderme varia de 20-1400 um , derme de 400-
2500 um. Para a retirada no dermátomo, 0.001-0.003 polegadas de epiderme (0.02 mm –
0.07mm) e 0.02 -0.07 polegadas de derme (0.5 – 1.77 mm).
Epiderme: fina nas crianças, pico de espessura na puberdade, volta a afinar conforme
envelhece. Sem diferença entre os sexos.
Derme: Fina na infância, pico na 4° década, afina com idade. Derme dos homens é mais
grossa.
A pele do tronco e das superfícies lateral e dorsal das extremidades é a mais grossa. Áreas
doadoras de pele, em geral não passam de 1.5mm no homem e 1.0 mm na mulher.
Retirada do enxerto: Faca de blair (0.25mm). Evitar retirar da face medial do antebraço ( pele
fina, cicatriz residual hipertrófica).
Dermátomo: Lubrificar pele (sabão, óleo mineral), tração na pele atrás do dermátomo, não é
necessário à frente. Exercer mínima pressão com o aparelho.
Enxerto em malha (meshed): Usado quando condições da ferida não são boas e o enxerto
pode perder por hematoma ou infecção. Os furos permitem que o sangue ou exsudato
escape. Enxerto integra rapidamente, mas os furos terão que passar pela epitelização, e a
qualidade do enxerto não será tão boa quanto do convencional, há tendência a cicatrização e
resultados cosméticos desfavoráveis. Usados em grandes feridas e queimados. Não enxertar
meshed sobre pregas de flexão (contratura) e usar malhas compressivas. Pode ser expandido
(geralmente 1.5:1, com 0.45mm de espessura)
Retirada do enxerto: Marcar e elevar a área do enxerto, com anestésico sem epinefrina, com
o eixo longo na linha de menor tensão. Remover toda a gordura e tecido subcutâneo, que
podem servir como barreira para a vascularização. Não remover derme, senão aumenta risco
de contratura.
ESCOLHA DO ENXERTO
Quanto mais grosso o enxerto, menor contratura, maior resistência, melhor sensibilidade.
Enxertos de pele parcial devem ser evitados na região palmar. Geralmente na região dorsal os
parciais são suficientes. Convexidade do dorso favorece o uso de enxerto parcial. Se leito não
estiver em boas condições, resultado sempre ruim, independente do enxerto escolhido.
Segredo é a quantidade de derme colocada sobre a ferida, e se der muita tensão nas bordas,
menos derme terá contato. Se numa superfície côncava, enxerto tem tendência a “fazer
tenda”, então precisa de compressão externa. O enxerto deve ser recortado no formato da
ferida e, se a margem ficar numa linha que possa causar contraturas, deve-se criar dentes na
borda e encaixar o enxerto nela.
Para a realização da compressão, pode-se suturar uma gaze sobre o enxerto de pele, técnica
boa especialmente para enxertos de pele total.
PÓS-OPERATÓRIO
Feridas continuam a contrair mesmo após enxertia, devendo assim ser utilizada a compressão
elástica, que fornece compressão acima da pressão capilar e inibe os fibroblastos.
Área do parcial, quanto mais rápida secar, mais rápido cura. Pode ser deixada aberta, e assim
que seca, acaba dor. Crosta hemática sai, geralmente em 2-3 semanas.
RETALHOS LOCAIS
Cicatriz atrapalha movimento, então todo esforço se concentra para se atingir cicatrização
primária. Os enxertos precisam de leito com vascularização adequada (que não é encontrada
em osso exposto, cartilagem ou tendão). Quando nova cirurgia vai ser necessária embaixo da
reconstrução, enxerto não é indicado, assim como quando o enxerto irá restringir movimento.
Para todas as situações onde os enertos não fornecem melhor cobertura, utiliza-se retalho.
TIPOS DE RETALHO
Retalho: Pele com tecido abaixo de quantidade variável, que recebe suprimento sanguíneo de
outra fonte que não o leito receptor. A parte do retalho que fornece o suprimento chama-se
pedículo.
Enxerto: Pedaço de tecido sem vascularização intrínseca, que irá ser revascularizado pelo seu
leito receptor.
RETALHO ALEATÓRIO:
Supridos pelos plexos subdermais e subcutaneos. Geralmente desenhados de forma
quadrada, em que 3 lados são cortados. O que não é cortado é considerado o pedículo.
SUPRIMENTO CONFIÁVEL QUANDO A RELAÇÃO LARGURA E COMPRIMENTO É DE 1:1.
Pode-se realizar procedimento retardado, quando são feitas as incisões, mas não se levanta o
retalho. Isso aumenta o calibre dos vasos no pedículo e deve ser feito por 10 dias.
RETALHOS AXIAIS
Recebem seu suprimento de um vaso único e constante (que é bem maior que os plexos
subdermais). A área de pele irrigada por um vasos é chamada de território vascular. Uma área
onde o território vascular de dois pedículos se encontra é chamada de goteira. E as artérias
que cruzam esta região de choke vessels. Nesta área, as veias não têm válvulas, e, ao se
interromper um pedículo, o outro extende seu território vascular. É seguro estender o
comprimento além do território vascular na proporção de 1:1.
Um retalho pode ser cutâneo, miocutâneo ou fasciocutâneo (nesses, pela inserção da fascia no
osso, pode-se levar um pedaço de osso).
Vantagens dos retalhos axiais: Melhor suprimento sanguíneo, maior resistência à infecção,
cobrem defeitos maiores, maior liberdade de rotação.
A ponte entre a área doadora e a receptora pode ser fechada, chamada de retalho tubulizado.
Pode ser também dissecada (esqueletizada) até seu feixe neurovascular, chamada de retalho
em ilha.
Desvantagem do retalho axial: Pediculo deve ser sempre preservado. Não pode ser tã
emagrecido quanto o aleatório no primeiro estágio.
ESTADIAMENTO DE RETALHOS
Locais: Pele adjacente ao defeito primário, necessitam apenas de um procedimento
Distantes: Vêm de outra parte do corpo. Com excessão dos retalhos livres, sempre precisam
de 2 procedimentos.
PREPARO DO LEITO RECEPTOR
Também chamado de defeito primário ou local receptor. Realizar excisão das margens até
tecido saudável. O defeito criado pela retirada do retalho é chamado de defeito secundário, e
pode ser fechado diretamente ou por enxertia de pele. A região de onde é retirado um enxerto
de pele é chamada de local doador.
RETALHOS LOCAIS
Por manter características similares à area perdida, são os mais desejados. Porém, tem
disponibilidade limitada.
- Avanço: Quando o pedículo está do lado oposto ao defeito. Pode ser randomico ou axial.
RETALHOS DE TRANSPOSIÇÃO
- RETALHOS ALEATÓRIOS
Zeta-plastia: Considerado retalho de transposição aleatório. Braços devem ser todos do
mesmo tamanho. Quanto maior o ângulo, maior o alongamento. Geralmente, usa-se 60° para
75% de alongamento do defeito inicial. Deve ter pele saudável e elástica lateralmente ao eixo
longo. Base deve ser mais espessa que o ápice.
4-Flap- Zetaplastia: Com ângulos maiores, amenta-se o alongamento do eixo central. Com
120° atinge-se um aumento de 164%. Porém, como fica difícil de realizar a transposição,
divide-se o angulo ao meio. Esse flap é indicado para contraturas agudas, geralmente da
primeira comissura.
Retalho em bandeira: levantado do dorso da falange média, baseado nos ramos dorsais da
artéria digital palmar.
- RETALHO AXIAL EM BANDEIRA: Baseado na comissura, não disseca pedículo axial. A artéria
metacarpal dorsal é constante na segunda comissura. Este retalho possui pouca mobilidade.
Disseca-se superficial ao epitendão. Pode cobrir MF adjacente até volar.
- RETALHO 1° ARTÉRIA METACARPAL DORSAL (KITE): Retalho em ilha baseado na FDMA, pode
alcançar até a IF do polegar dorsal. Desenhado na porção radial da MF. Artéria é ramo da
artéria radial, saindo na tabaqueira anatômica. Elevado de distal para proximal. Não precisa
isolar pedículo.
V-Y: Usados para reparar lesões de ponta de dedo, pode ser único (Atasoy) ou duplo lateral
(Kutler). A maioria das lesões de ponta de dedo vai bem por epitelização secundária.
Se a perda foi mais palmar que dorsal, um retalho local palmar não fornecerá pele suficiente.
O v-y está indicado para perdas iguais ou mais dorsais que palmares.
ALEATÓRIOS
Cross finger e tenar, usados para reparo de lesões na polpa, particularmente naquelas com
mais perda volar que dorsal e osso exposto. Tenar caiu em desuso devido a contratura em
flexão.
Cross-finger: Desenhado no dorso da falange média adjacente. Dedo radial ao atingido (médio
para o indicador).
AXIAIS
RETALHOS AXIAIS CUTÂNEOS: Retalho escapular pode ser usado para cobrir contraturas por
queimaduras na axila.
RETALHOS FASCIOCUTÂNEOS:
defeito no antebraço e começa a dissecção por ulnar, entrando abaixo da fascia. Quando
chega-se ao flexor radial do carpo (está vindo de ulnar), escontra-se a artéria radial. Passa a
dissecar de radial, até encontrar o septo intermuscular, que vai ser incisado paralela e
profundamente a artperia radial. Depois de soltar o flap, se quiser tunelizar, criar o túnel de
pelo menos 2-3 polpas digitais.
Se necessário reconstruir artéria radial, medir distância do ponto de incisão proximal até ponto
de pivô, e realizar anastomose com veia cefálica, termino-terminal proximalmente e
termino-lateral distalmente. Cobrir defeito secundário com enxerto de pele parcial, se tendão
do FRC exposto, cobrir com ventre de FSD ou FLP.
Pode-se levar retalho apenas fascial e cobrir com enxerto de pele total. Pode-se realizar o
retalho de fluxo anterógrado para cobrir defeitos no cotovelo.
Retalho da artéria ulnar: Fluxo retrógrado ou anterógrado, bem indicado para cobertura de
lesões de extravasamento de quimoterápicos me mulheres idosas. Dissecção semelhante ao
chinês, septo intermuscular entre flexor ulnar do carpo e flexor superficial dos dedos.
Proximidade com nervo ulnar leva comumemente a parestesia no pós op (auto-resolutiva).
RETALHOS MÚSCULOCUTÂNEOS
ARTÉRIA AXILAR
Se divide em 3 terços (proximal, posterior e distal), pela intersecção com o peitoral menor.
Seu trajeto pode ser traçado superficialmente do ponto médio da clavícula até pulso na
parede lateral da axila.
A 2 cm da sua origem, na artéria axilar, emite o ramo circunflexo escapular e continua como
artéria toracodorsal.
A artéria toracodorsal, emite o ramo serrátil e, ao entrar no grande dorsal, emite 2 ramos, o
horizontal (ou tranverso, ou superior) e o vertical ( ou lateral, ou descendente)
Espaço triangular: Rendondo maior, Redondo menor e cabeça longa tríceps. Contém artéria circunflexa
da escápula
Espaço quadrangular: Redondo maior, redondo menor, cabeça longa do tríceps e úmero. Contém nervo
axilar, artéria circunflexa posterior do úmero e artéria umeral
Intervalo triangular: Redondo maior, tríceps braquial cabeça longa, tríceps braquial cabeça curta.
Contém nervo radial e artéria braquial profunda
ARTÉRIA BRAQUIAL
A artéria braquial continua seu trajeto na face medial do braço, emitindo diversos ramos
cutâneos, sendo os principais as artérias colateral ulnar superior e inferior.
ARTÉRIA RADIAL
É a continuação direta da
artéria braquial, se inciando ao
nível do colo da cabeça radial.
Corre em direção ao estilóide
radial, entre o
Braquioestiloradial e o flexor
radial do carpo. No carpo,
passa pra região dorsal da
mão, por baixo do primeiro
compartimento.
Na região dorsal da mão, da artéria radial surgem a primeira artéria metacarpal dorsal (Kite),
e o arco carpal dorsal. Na região palmar, os principais ramos são a Princeps pollicis e a artéria
radial do indicador, formadas perto da origem do arco palmar profundo.
O ramo superficial palmar surge da artéria radial, curva-se pelo carpo e entra na região
palmar, através e sobre a muculatura tenar, para anastomosar-se com a artéria ulnar e formar
o arco palmar superficial
O ramo palmar carpal da artéria radial surge na borda distal do pronador quadrado, passa
medial, anterior e distal ao rádio distal para se anastomosar com um ramo da artéria ulnar e
formar o arco palmar carpal cruzado, que também receberá contribuições da artéria
interóssea anterior, e de um ramo recorrente do arco palmar profundo.
ARTÉRIA ULNAR
Corre por trás da membrana interóssea, emergindo ao nível da borda distal do supinador.
Corre junto ao nervo interósseo posterior, entre o 5° e 6° compartimento extensor.
Proximalmente, emite o ramo interósseo recorrente, que irá anastomosar-se com a artéria
colateral radial medial e formar uma rede anastomótica ao redor do cotovelo.
Formado pela anastomose da artéria radial terminal com ramo profundo palmar da artéria
ulnar, ao nível das bases dos metacarpos. Divididos em 2 grupos, dependendo da contribuição
de cada artéria.
A: Arco formado pela artéria radial e ramo superior do ramo profundo da art ulnar
B: Arco formado pela artéria radial e ramo inferior do ramo profundo da art ulnar
Os ramos recorrentes têm trajeto proximal, contribuem com o arco carpal palmar, e
suprem os ossos do carpo.
Formado pela artéria ulnar, que passa lateralmente ao pisiforme, se curva lateralmente,
alinhada com o polegar em máxima extensão. Classificado em tipo I (completo) e tpo II
(incompleto).
Tipo I: Completo
Promove a vascularização do dorso da mão, e é formado por ramos das artérias radial, ulnar e
interóssea.
RETALHOS À DISTÂNCIA
Vêm de partes do corpo fora do membro superior. Podem ser axiais ou randômicos, e sempre
necessitam de uma cirurgia para liberar o retalho. Os randômicos têm caído em desuso,
enquanto os axiais são boas escolhas para quando retalhso livres não estão disponíveis, ou
para preparar o leito para uma transferência (dedo do pé para mão).
RETALHOS RANDÔMICOS
Pouco utilizados hoje em dia, área doadora fica esteticamente inaceitável, devem ser
considerdos como último recurso
RETALHOS AXIAIS
Groin:
O retalho groin pode cobrir qualquer defeito em qualquer região da mão ou dos 2/3 distais
do antebraço. Sua limitação é a largura do defeito secundário, que deve ser de no máximo 12
cm.
Seu pedículo deve ser mantido levemente esticado. Se torto, risco de necrose.
Após preparo do paciente, traça-se uma linha (linha média do retalho) 2 cm inferior e paralela
ao ligamento inguinal (se criança, a distancia é das polpas digitais do inficador e médio).
Realiza-se a incisão das margens até a fáscia profunda. Começa a dissecção pela margem
inferior e é realizada dissecção abaixo da fáscia profunda, em direão ao sartório. Na incisão
superior, dissecção feita até a aponeurose do oblíquo externo, e nesse momento, na maioria
das vezes, pode ser necessário ligar a artéria epigástrica inferior superficial.
Deve-se ter cuidado para não lesar o Nervo cutâneo lateral da coxa, que, quando lesado,
causa meralgia parestética. Para evitar o acotovelamento da artéria ilíaca superficial
circunflexa, sempre deve ser realizada a incisão da fáscia, na borda lateral do sartório.
Se o retalho for pediculado, a dissecção pode parar na borda medial do sartório. Caso seja
livre, pode-se dissecar o pedículo até a origem na artéria femoral. Caso isso ocorra, lembrar de
ligar o ramo muscular da artéria ilíaca superficial circunflexa.
O fechamento começa pela lateral do defeito secundário. Não é recomendado soltar a pele. Se
necesário, fletir quadril para ajudar a fechar. Defeitos de até 12 cm podem ser fechados
primariamente.
TRATAMENTO
PREFERIDO PELO AUTOR
Cobertura definitiva deve ser realizada na primeira cirurgia, desde que o desbridamento seja
adequado.
Defeitos palmares e volares na MF são bem cobertos com o retalho axial em bandeira.
Quando o vaso não é ouvido ou nos 4° e 5° dedo, realiza-se um héterodigital.
Defeitos sobre os metacarpos podem ser cobertos, se volares, por retalho da segunda artéria
metacarpal (se pequenos) ou heterodigital. Se dedo inútil, retalho filé. Se defeitos grandes,
tanto dorsais quanto volares, usa-se um retalho lateral do braço. Caso não haja microcirurgia
disponível, pode-se fazer um chinês fascial. Se defeito dorsal, usa-se um retalho da interóssea
posterior. Se defeitos muito grandes, groin.
Defeitos dorsais no polegar são cobertos pelo Kite. Quando kite não possível, interósseo
posterior. Se não for possível achar a interóssea posterior, chinês.
Ponta de polegar com mais perda dorsal são tratados por V-Y. Aqueles com perda mais palmar
porém com menos de 2/3 da polpa, são tratados pelo retalho de moberg. Se toda a polpa for
perdida, é coberta com uma ilha neurovascular, de preferência uma transferência do hálux.
Defeitos do punho, antebraço e cotovelo, são cobertos com retalhos livres (Lateral do braço
para pequenos, escapular e anterolateral da coxa para médios, grande dorsal para grandes). Se
não disponíveis, groin pode atingir até o meio do antebraço.
Primeira comissura, pode ser liberada por zetaplastia ou 4 flap. Em contraturas mais graves,
retalhos de rotação ou transposição do dorso. Caso não seja possível, melhor opção é o
lateral do braço. Se não for possível fazer micro, chinês ou interóssea posterior
fasciocutâneo.
Pós operatório
Buscar conforto do paciente, mobilizar articulações, movimentação precoce, evitar torção do
pedículo, evitar maceração de pele.
Falha do retalho
- Observar cor do retalho: Iluminação sempre boa, neutralizar a percepção de cor olhando por
10 segundos para pele semelhante e normal. Retalhos randômicos e axiais diferem em relação
a cor. Um retalho randômico saudável é rosa, se insuficiência arterial se torna pálido com tons
azuis e se insuficiência venosa começa vermelho e se torna roxo aos poucos.
Um retalho axial é pálido com leve tom rosa.
As falhas no retalho randômico aparecem bem mais rápido do que no axial. Dentro de 48 hrs
as áreas de um retlaho randômico em falha já se tornam cianóticas e com bolhas. Um retalho
axial se torna pálido, com tons de amarelo e marrom, mas pode demorar até uma semana
para mostrar que falhou.
- Medir temperatura do retalho: Utilizar dorso da falange média do observador para comparar
área saudável com retalho.
Procurar suturas tensas: e soltá-las. Deve ser feito pelo cirurgião principal, que vai saber quais
suturas são relevantes
HoTeL SPA
T: Tronco toracoacromial – ( All Dogs Can Pee: Acromial, Deltóide, Clavicular, Peitoral)
S: Subescapular
P: Circunflexa posterior
A: Circunflexa anterior
Reposicionar o paciente: Determinar se posição do membro afeta circulação.
CAPÍTULO 45 – RETALHOS LIVRES PARA A MÃO E
MEMBROS SUPERIORES
Retalho livre é um retalho axial ( ou seja, que recebe sua nutrição através de uma veia e uma
artéria – o pediculo) que tem seu pedículo dividido.
INDICAÇÕES
Cartilagem, osso ou tendão expostos. Defeito onde um enxerto de pele pode sofrer ulceração
ou atrapalhar futura reconstrução. Por ser nutrido atrvés do pedículo, traz vascularização para
um leito que pode estar extensamente lesado.
CONTRA-INDICAÇÕES
DESBRIDAMENTO INADEQUADO
O retalho livre não cura uma ferida inadequada. Assim, o desbridamento deve ser feito até
tecido saudável. Na urgência, onde o tamanho da zona de lesão ainda está indeterminado,
deve-se desbridar todos os tecidos visivelmente inviáveis, aplicar um curativo a vácuo, e
realizar o second look dentro de 72 horas. Se, após 72 horas ainda persistirem dúvidas, e se
multiplos desbridamentos forem necessários, a chance de infecção aumenta em 12 vezes.
Deve-se cobrir o que for possível com retalho de pele parcial, e realizar a cobertura secundária
com retalho.
Retalho livre não deve ser realizado para salvar um membro sem potencial para ter função
suficiente. Sempre pesar o custo-benefício de 3 opções: Amputação primária, desbridamento
radical com retalho na emergência e desbridamentos seriados com retalho secundário.
Retalhos cutâneos: pedículo nutre apenas a pele. Ex: Pediosa dorsal, groin, 1° comissura do
pé.
Retalhos Fasciocutâneos: pedículo nutre fascia antes de nutrir a pele. Geralmente os vasos
chegam à fascia através do septo intermuscular, que fica aderido ao osso. Por isso um pedaço
do osso pode ser retirado junto com o pedículo. Pode-se retirar apenas a fascia, sem a pele,
porém nunca será possível retirar a pele sem a fáscia. Ex: Chinês, ulnar do antebraço, lateral
do braço.
IV) Vários pedículos iguais, segmentares Retalhos compostos: São aqueles que contém
(Sartório) 2 tecidos, podendo levar osso, tendão ou
nervo junto com a pele.
V) Um pedículo dominante o outros
periféricos (Grande dorsal) Retalhos venosos: Podem ser feitos criando-
se uma fítula arteriovenosa ou floww-through
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Angiografia: Realizada no local receptor. Na área doadora do retalho, não é necessária, exceto
em tranferências de dedo do pé.
Preparo para a cirrugia: Paciente deve entrar no CC bem perfundido, ter sido mantido
aquecido na noite prévia, com hidratação EV mantendo diurese em 100mL/h, sala de cirurgia
aquecida acima de 21°C.
TÉCNICA OPERATÓRIA
Desbridamento da lesão: Um leito receptor para um retalho livre deve estar sobre um
esqueleto estável. Não deve conter tecidos contaminados ou com vascularização limítrofe,
deve ser o mais plano possível. O debridamento deve ser realizado com “margens” em tecido
sadio. Em lesões massivas, quando a cobertura com retalho será realizada na urgência, osso
contaminado pode ser mantido, desde que escovados vigorosamente e curetados, para
remover contaminação. Para casos de osteomielite crônica, 2 critérios são usados para avaliar
a viabilidade óssea:
- Sinal da páprica: Sangramento puntiforme que ocorre quando o osso foi desbridado
até um nível d eperfusão adequada.
- Periósteo aderente: Indica osso viável. Deve-se desbridar osso até um nível ond eo
periósteo se mantem aderido.
Toda pele que estiver marginalmente viável deve ser ressecada (exceto polpa digital ou
palma). Tendões, nervos ou artérias são exceções ao desbridamento radical. Após o
desbridamento, deve-se obter uma superfície plana da ferida.
FIXAÇÃO ÓSSEA
VASO RECEPTOR
Se a sutura comprimir pedículo, deve ser feito um “pseudopode” (língua no retalho) que irá se
incorporar na ferida. São feitas incisões em zig-zag, com 60° entre seus braços para expor o
pedículo. O pedículo é exposto, mas não é feita a anastomose. Esta só será feita após o retalho
ser suturado em seu lugar.
Dissecção do pedículo deve ser feita do tecido normal para a ferida, e não o oposto. Se o
pedículo estiver dentro da zona de leão, pode trombosar. Caso apenas uma artéria esteja
disponível para a anastomose:
TAMANHO DO PEDÍCULO
- crie um shunt
ELEVANDO O RETALHO
Dissecar o máximo de pedículo possível, se manter no tecido areolar. Uma das principais
causas de complicações do retalho livre é a lesão inadvertida do pedículo. Qualquer problema
na árvore vascular venosa ou arterial do pedículo irá resultar em trombose. Hemostasia deve
ser rigorosa na dissecção, já que é perigoso realizar hemostasia após anastomose. Após a
dissecção do pedículo, e antes de sua secção, banhar o pedículo com xylocaína 2% ou
papaverina.
Coloca-se o retalho em seu leito receptor, e é realizada sua sutura (caso seja feita após a
anastomose, o edema da reperfusão pode atrapalhar). Microscópio é trazido e, caso a
anastomose venosa seja realizada em lugar diferente da arterial, neste momento separa-se os
dois vasos. As duas anastomoses (venosa e arterial) devem ser realizadas antes de remover
qualquer um dos clamps. A mais difícil é realizada primeiro.
Se ocorrer acúmulo de sangue embaixo do retalho, são colocados drenos. Nenhum curativo
deve ser colocado sobre a superfície do retalho. Membro é imobilizado, com uma grande
janela deixada para inspecionar o retalho.
PÓS-OPERATÓRIO
Paciente deve se mover precocemente. Anticoagulação pode ser feita por heparina, aspirina,
protocolos variam.Limpeza do retalho é feita com agua oxigenada. Monitorização deve ser
feita a cada hora, por 48 horas. Cor deve ser levemente pálida, ter enchimento capilar
próximo do normal e o sangramento deve ser da mesma cor e durar pouca coisa a mais que
uma área normal. Outras maneiras podem ser utilizadas para avaliar o retalho, como
temperatura da pele ( diferença entre retalho e pele normal maior que 1,8 °C é sugestiva de
trombose), doppler do pedículo e oximetria de pulso (num dedo do pé transplantado, níveis
menores que 90% sugerem oclusão venosa – na arterial é indetectável o sinal).
Caso essas medidas não sejam eficazes, levar ao CC, abrir suturas do pedículo (se remover as
do retalho o edema pode impedir sua reinserção), evacuar hematoma, procurar torções ou
oclusões do pedículo (na veia, fica colapsado após o trombo. Na artéria, falta de pulso à
palpação. Não realizar ordenha antes do colocar o clamp, para não embolizar o trombo para o
retalho). Refazer anastomose se necessário.
Outros métodos: indicados como auxilio junto com reexploração ou quando paciente não
pode ir para o CC.
Agentes trombolíticos:
- Uroquinase: vantagens sobre a estreptoquinase porque não causa reação alérgica e pode ser
usada em altas doses
Infecções: Devem ser tratadas normalmente, com ATB e desbridamento. Se tratamento for
ratardado, trombose do pedículo pode ocorrer.
RETALHOS ESPECÍFICOS
Devido suas anastomoses com os ramos da artéria radial recorrente e do plaxo do olécrano, o
retalho lateral do braço pode ser extendido até 12 cm além do epicôndilo lateral no
antebraço.
TÉCNICA OPERATÓRIA
O defeito secundário pode ser fechado primariamente para defeitos entre 6-8 cm de largura,
se maior, realizar enxerto de pele parcial. Parestesia no território do cutâneo posterior do
antebraço pode ocorrer, se for dividido na dissecção.
Retalho chinês, geralmente usado pediculado, mas em algumas ocasiões, o contralateral pode
ser utilizado. Depende do bom fluxo da artéria ulnar para o arco palmar e as artérias digitais.
Em 12% das pessoas a artéria radial é a dominante. A aparência da área doadora é o principal
ponto negativo deste retalho.
Anatomia:
TÉCNICA CIRÚRGICA
TÉCNICA CIRÚRGICA
Se o retalho for pediculado, a dissecção pode parar na borda medial do sartório. Caso seja
livre, pode-se dissecar o pedículo até a origem na artéria femoral. Caso isso ocorra, lembrar de
ligar o ramo muscular da artéria ilíaca superficial circunflexa.
O fechamento começa pela lateral do defeito secundário. Não é recomendado soltar a pele. Se
necesário, fletir quadril para ajudar a fechar. Defeitos de até 12 cm podem ser fechados
primariamente.
Descrito por Baek, utiliza grande quantidade de pele anterolateral da coxa, suprida por ramos
perfurantes septocutâneos (13%) ou musculocutaneos (87%) do ramo descendente da artéria
femoral circunflexa lateral, um ramo da
artéria femoral profunda, que corre entre o
reto femoral e o vasto lateral. 87% das
perfurantes são musculocutâneas enquanto
que apenas 13% são septocutâneas. Pode
ser inervado pelo nervo cutâneo femoral
lateral da coxa.
TÉCNICA OPERATÓRIA
Estes dois ramos permitem que o retalho seja dividido, caso uma
cobertura mais estreita seja necessária.
TÉCNICA OPERATÓRIA
Se apenas um retalho estreito é necessário, o ramo lateral da artéria toracodorsal deve ser
identificado e a borda anterolateral do músculo deve ser incisada. O ramo medial deve ser
ligado, e a artéria toracodorsal dissecada.
A área doadora deve ser fechada primariamente, pois enxertos nessa região não são bem
cuidados. Drenos devem ser deixados (10-14 dias), pois é comum a formação de seroma. Não
há perda significante de função após a elevação deste retalho.
Mastectomia prévia com dissecção axilar contraindicam o uso deste retalho (pediculo pode
ter sido lesado).
RETALHO DO SERRÁTIL ANTERIOR
TÉCNICA CIRÚRGICA
É um dos locais doadores de retalhos livres que produzem menos defeitos secundários, mas
alopécia pode ocorrer.
RETALHOS SENSITIVOS DA PRIMEIRA
COMISSURA DO PÉ
TÉCNICA CIRÚRGICA
Trajeto da 1° artéria metatarsal dorsal é marcado, com auxílio de doppler, e ela mais
comumente se encontra na superfície dorsal do músculo interósseo. As veias são marcadas
antes do membro ser exsanguinado. O pé possui dois sistemas venosos: um drena a face
medial do hálux e metatarsos e é mais superficial. O outro, maior, forma um arco que cruza o
pé e drena na veia safena. Este sistema deve ser selecionado, pois tem veias maiores.
Dissecção deve ser feita na primeira comissura, de distal pra proximal, e a primeira artéria
metatarsal dorsal deve ser dissecada proximalmente, incluindo a artéria pediosa dorsal, que
passa abaixo do extensor curto do hálux (trajeto de proximal lateral para distal medial). Caso a
primeira artéria metatarsal dorsal seja hipoplásica ou ausente, usar a plantar ou enxerto
venoso.
O nervo fibular profundo estará superficial à arteria, e o nervo digital lateral será localizado
na incisão plantar, devendo ser o mais curto possível, para permitir rápido retorno da
sensibilidade. O retalho é elevado rente ao osso.
Caso a unha seja incorporada ao retalho, o cortex dorsal da falange deve ser incluído, num
corte coronal, que evita os vasos que passam pela rima ungula, abertura entre colo da falange
e ligamento colateral lateral. Area doadora é fechada com enxerto de pele parcial.
MÉTODOS PREFERIDOS DO AUTOR: SELEÇÃO DO RETALHO
Escapular: Pele resistente, sem músculo embaixo – indicado para grandes defeitos na
mão dorsal ou volar. Em pacientes obesos, retalho muito espesso
- Defeitos pequenos: Lateral do braço ou retalhos fasciais com enxerto (esperar alguns dias
para enxertar)
ENXERTOS VASCULARIZADOS
Não sofrem da creeping substitution, osteopenia não ocorre. MENOR TAXA DE FRATURAS
POR STRESS DO QUE OS AUTO OU ALOENXERTOS. Sofrem consolidação mais rápida e pode
ocorrer hipertrofia com o tempo. Apresentam maior força, resistência e MÓDULO DE
ELASTICIDADE 2-4 X MAIOR que os estruturados convencionais. Hipertrofia ocorre mais na
fíbula, quando ocorre carga ou quando não há síntese muito rígida, em pacientes menores de
20 anos e após 1 ano da cirurgia. PODEM LEVAR A CRESCIMENTO LONGITUDINAL QUANDO A
FISE É INCLUÍDA (atualmente, apenas fise proximal da fíbula ou transferências de dedo do pé
fazem são capazes disso).
INDICAÇÕES
Tecnicamente difíceis. Tempo cirúrgico elevado. Morbidade da área doadora.
Anastomose arterial termino-lateral tem maior taxa de patência. Placas ponte ou fixação
intamedular são as melhores sínteses
- Radiografia seriada, Biópisa óssea, Cintilografia Tn99 (1° semana de pós op), ilha de pele
como monitor, arteriografias( 6-8 sem pós op).
COMPLICAÇÕES
Se ocorrer a trombose do pedículo, a creeping substitution ocorre com menos força num
enxerto livre, levando a menor formação óssea. Um número grande de pacientes irá precisar
de um enxerto convencional. O TEMPO MÉDIO DE CONSOLIDAÇÃO DA FÍBULA
VASCULARIZADA É DE 6 MESES (7 para crista iliaca vascularizada). Geralmente é realizada
enxertia esponjos por volta de 1 ano de pós operatório. Fraturas ocorrem NO PRIMEIRO ANO,
ATRAVÉS DO ENXERTO E NÃO NOS PONTOS DE JUNÇÃO. Formação de calo é rápida e
tratamento pode ser conservador (se sem desvio) ou cirúrgico (se desviada). É recomendável
proteger o enxerto ósseo vascularizado durante o primeiro ano, aumentando a carga
gradualemente para permitir remodelamento e hipertrofia.
FÍBULA VASCULARIZADA
Tamanho: 26-30 cm
Pedículo: - Ramo da artéria fibular (que entra no terço médio da fíbula) – 6-8 cm
comprimento, 1.5 a 3 mm de diâmetro
- epífise proximal: Art genicular Lateral inferior e ramo recorrente da art Tibial
anterior (2/3 proximais do perióteo) – devem incluir a arteria fibular junto
Enxerto fasciocutâneo: 10 a 20 cm
Técnica:
Incluir pedículo da artérial Tibial Anterior – irriga cabeça e colo da fíbula (Técnica de
Innocenti)
- Com músculo: Se quiser cobrir preencher espaço morto, usar Porção lateral do Sóleo
Complicações: Hérnia Incisional, hernia abdominal (abertura do canal inguinal para achar
pedículo) e perda do componente cutâneo (se retalho osteocutâneo)
- corticoperiosteal: 5x7 cm
-osteoarticular: 12X8 mm
Anatomia: art. Genicular descendente se origina da femural superficial, proximal ao hiato dos
adutores. Possui 1.5 mm de diâmetro e está presente em 89% dos indivíduos. Se esta for
ausente, a Art genicular superior medial sempre pode ser usada.
ENXERTOS DORSAIS
Derivam ou da artéria radial ou do ramo posterior da artéria interóssea anterior
ARTÉRIA 1,2 INTERCOMPARTIMENTAL SUPRARETINACULAR (1,2 ICSRA)
- Não é utilizada de rotina, POIS O ENXERTO DEVE SER LEVANTADO ANTES DE SE ABRIR A
CÁPSULA ARTICULAR (E INSPECIONAR O CARPO)
4° ARTÉRIA COMPARTIMENTAL (4 ECA)
- Não emite ramos nutrientes para o rádio, mas pode ser usado como conduite e aumentar
arco da 4 ECA
Apesar destes enxertos serem descritos, os mais utilizados são 1,2 ICSRA (Zaidenberg) e 5
associado a 4 ECA (Kiembock)
ENXERTO PALMARES
Baseados no Arco palmar radiocarpal, que se anastomosa com art. Radial, ulnar e divisão
anterior da art Interóssea anterior
- retirado 1 cm do aspecto mais ulnar do rádio distal (fossa sigmóide e faceta lunar)
OUTROS ENXERTOS VASCULARIZADOS
COSTELA: Baseados na artéria mamária interna anterior ou artéria supracostal
Pode ser associada aos enxertos compostos de Serrátil Anterior e Grande Dorsal
(Baseados no tronco Toracodorsal)
ESCÁPULA: Podem ser retirados da borda lateral ou medual da escápula, ambos baseados na
artéria circunflexa da escápula.
PISIFORME: Irrigado pela artéria ulnar pelos ramos volar profundo e carpal dorsal (principal).
ÁREAS RECEPTORAS
ANTEBRAÇO: Anastomoses T-L nas artérias radial ou ulnar, T-T nas veias basílicas ou cefálicas
Único procedimento que retaura tecido semelhante no caso de perda de dedo ou polegar.
Indicado geralmente para reconstrução do polegar, uso controverso para recosntrução dos
outros dedos.
Idade não é contraindicação, mas crianças têm melhores resultados que idosos, porém
menores de 2 anos são tecnicamente mais difíceis.
Indicador e médio são importantes para manipulação delicada, anelar e mínimo para força.
ATENDIMENTO INICIAL
OPÇÕES DE RECONSTRUÇÃO
Polegar: Melhores reconstruídos com Hálux e em amputações distais à IF. Se amputação entre
IF e MF, a musculatura tenar define o prognóstico. Se proximais a MF, inevitavelmente haverá
destruição da musculatura, e uma oponentoplastia deverá ser realizada. Em casos de
amputação na diáfise do metacarpo, o dedo do pé apenas é insuficiente, e são necessário
procedimentos estagiados.
Um único dedo: Autores consideram que sacrificar um dedo do pé por um dedo da mão
(especialmente se não for a dominante) não vale a pena, pois o déficit funcional é mínimo.
Ainda assim, é onde os melhores resultados são encontrados, especialmente nas amputações
digitais distais.
Amputações isoladas digitais distais: Local mais frequente de lesão, definido como distal a
inserção do FLP ou FSD. Necessitam do tranplante parcial do dedo do pé, incluindo a IFD. ESSE
É O LOCAL COM MELHORES RESULTADOS.
Amputações isoladas digitais proximais: Entre FSD e a comissura, local mais controverso,
dedo mais curto pode resultar. Se a amputação for distal ao meio da FP, um transplante total
pode apresentar resultados bom. Proximal ao meio da FP, indicada amputação de raio.
Amputações Multiplas digitais distais: Mesmo princípio das isoladas se aplica. Prioridade deve
ser dada ao indicador e médio.
Mão Metacarpal: Nome dado a lesão que envolve todos os dedos num nível proximal ao
meio da FP com acometimento ou não do polegar. Dois tipos Principais
1A: Dedos distais a MF – (artelho bilateral, se distal a comissura; combinado 2-3 artelho se proximal
a comissura)
1B: Dedos Através da MF sem lesão da superfície articular – (combinado 2-3 artelho)
1C: Dedos Através da MF com lesão da sup articular ou transmetacarpo – ( combinado 2-3 artelho)
2B: Polegar proximal ao colo do MTc, Boa função musculatura tenar - Distração do metacarpo e
num segundo tempo transferência do hálux, ou transplante do 2 artelho transmetatarso
2C: Qualquer nível sem função tenar – Transplante dos dedos num primeiro estágio, n segundo
reconstrução do polegar + oponentoplastia
2D: Qualquer nível com lesão da carpometacárpica – Polegar funcionará como poste imóvel
Na função tenar adequada (2A e 2 B), pode-se realizar a reconstrução simultânea do polegar e
2 dedos. Se for inadequada, primeiro reconstrói-se os dedos, utilza-se uma protese de apoio
para determinar a posição e comprimento de onde será colocado o polegar num segundo
tempo. Se for uma Mão tipo 2 bilateral, 3 dedos na mão dominante (hálux do pé não
dominante + compinado 2-3 do pé dominante) e 2 na não dominante (3 e 4 do pé não
dominante – pula o segundo do pé nao dominante para se manter o equilíbrio).
Congênita e trauma pediátrico: No trauma, reimplante sempre deve ser tentado.
Transplantes devem esperar pelo menos a criança ter 2 anos de idade.
Arteria pediosa dorsal se continua com Primeira Artéria Metacarpal Dorsal (FDMA).
Dominância do pedículo: 70% FDMA, 20% Primeira Artéria Metacarpal Plantar (FPMA), 10%
as duas. Esse padrão possui assimetria entre os pés em 20% das pessoas.
Se a FPMA for a dominante, ela é dividida e usa-se um enxerto venoso de interposição para
ganhar comprimento no pedículo ( a dissecção proximal da FPMA é muito difícil).
Via combinada dorsal/plantar, salvar uma veia dorsal e o nervo digital comum. Se for
tranferência parcial, isolar as estruturas distais a IFP, realizando osteotomia no meio da FM. Na
total, osteotomia na FP ou desarticular MTF. Fechar pé primário, não é necessário reparar
ligamento Intermetatarsal
Indicados para defeitos volares grandes que não podem ser cobertos por retalhos locais.
Melhores utilizados na reconstrução do polegar, melhoram a sensibilidade em pacientes que
dependem da mão (músicos, por exemplo). Retalho de comissura pode chegar a 14X 7.3 cm.
Pode cobrir defeitos volares em dedos adjacentes. A primeira comissura recebe seu
suprimento da ARTÉRIA COMUNICANTE DISTAL QUE CONECTA A FDMA E FPMA. Pode incluir
as artérias digitais, quando se extende até a ponta do hálux e 2 pdd. Inervado pelo NERVO
FIBULAR PROFUNDO.
- Primeira comissura neurossensorial: Baseado no nervo fibular profundo e FDMA (ou FPMA).
Enxerto de pele parcial cobre área doadora.
Indicada na ausência do segundo PDD, num pé onde o hálux já foi removido, ou quando o 3°
se assemelha mais à area receptora. Baseada na terceira artéria PLANTAR comum.
TRANSFERÊNCIA COMBINADA 2° E 3° PDD
Autor sempre retira do pé esquerdo (não fala contra-lateral, fala esquerdo). Inervado pelo n.
Fibular superficial. Deve ocorrer fechamento primário, enxerto inaceitável.
Utilizada quando o segundo PDD deve ser preservado para marcha ou não está disponível.
Baseado na Segunda artéria metatarsal dorsal. Indicada a realização de duas anastomoses
arteriais, vascularização da 3° comissura imprevisível.
LEITO RECEPTOR
Duas equipes é mais rápido, menos mórbido e permite avaliar o comprimento das estruturas
necessário antes da retirada do retalho. No coto é realizada incisão em cruz, rreparar tendões
flexores na regiõ mediopalmar. Realizar rafia nervosa no n digital comum ou próprio, após
análise no microscópio. Se for realizar transferência nervosa, bons locais doadores são borda
ulnar do 3° ou 4° dedo. Anastomose arterial geralemnte é realizada do lado ulnar, porque as
artérias digitais próprias ulnares são maiores que as radiais. Deve-se retirar a adventícia, afim
de evitar-se o vasoespasmo. Após fixação óssea, sutura tendão extensor é realizada, com IFP e
MF em extensão máxima, para evitar-se deformidade em flexão.
PÓS OP
Não usar curativo bulky, não usar tala, manter mão elevada (evitar formação de edema). 325
mg aspirina ao dia, por 2 semanas. Manter ATB profilático (Cefalosporina). Observar turgor,
tempo de enchimento e cor do dedo transplantado. No pé doador, pomada de Nitrofurazona
por 2 dias, depois deixar curativo aberto.
COMPLICAÇÕES
Vasoespasmo é a mais comum complicação, geralmente ocorre nos 3 primeiros dias. Quanto
menor o calibre do vaso, maior chance de vasoespasmo, assim, ela ocorre mais nas
transferências parciais para a porção distal do dedo. Prevenir o vasoespasmo evitando café,
chocolate, cigarro, quarto frio e manipulação excessiva da mão, dor, hipovolemia. Caso ele
ocorra, pode-se aquecer o paciente, abaixar mão abaixo do nível do coração, soltar suturas
de pele, injetar lidocaína (2-4% SEM VASO) pelas feridas. Se não melhorar em até 1 HORA,
reexplorar no CC (liberar hematoma, ressecar adventícia, liberar constrições, destorcer o
pedículo. Se intratável, ressecar artéria e enxertar veia). Trombose venosa é incomum
(geralmente causada por compressão ou hematoma).
Problemas com pele ou ferida são os mais comums (mais pra trás ele fala que é o
vasoespasmo, não entendi tb).
REABILITAÇÃO
Motora precoce, iniciada a partir do 4° Pos op.Sensitiva baseada no uso de funções corticais
superiores para interpretar estímulos gerados. No pé, remover sutura APÓS 3 SEMANAS.
Caminhar normal após 4 semanas.
RESULTADOS
97% SUCESSO. Após 6 meses, paciente sente o dedo transplantado como dedo da mão.
CONCLUSÃO
Autor apresenta 97-98% taxa de sucesso, mas conclui que isso ocorre quando se adere aos
seguintes princípios:
Para um paciente qu deseja e está motivado, “Deve-se tentar reconstruir um polegar opositor
sempre que possível com qualquer técnica possível”. 4 possíveis linhas hsitóricas de
tratamento:
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Elementos básicos de um polegar sãoa sensação e a oposição. Sensação precisa ser livre de
dor e adequada para interação ou proteção. Oposição necessita de estabilidade,
comprimento, morça e mobilidade. Além disso, o polegar recosntruído deve ter uma cobertura
de pele estável e indolor. Ausência de percepção tátil e esterognosia é a principal causa de
desuso após reconstrução do polegar.
Defeitos com perda maior que 50% da polpa digital, exposição tendínea ou óssea
necessitam de procedimentos de reconstrução.
Indicado para perdas maiores que 50% da polpa. Traz pele bem inervada volar para o a
ponta digital. Pode ter liberação proximal. Pode cobrir defeitos maiores que 1cm até 2
cm. A IF pode ser fletida até 45° para o avanço do retalho. Para avanços maiores que 1,5
cm, reconmeda-se incisão tranversa proximal, que pode ser coberta com enxerto de pele
ou deixado para cicatrizar por segunda intenção. Porém o defeito não deve exceder 2.5cm
Indicado para lesões com menos de 1.5 cm . Incisões são feitas no ápice das
pregas de flexão, dorsal ao feixe.Pode-se extender a incisão para a eminência tenar. Flete-
se a IF e a MF de 30 a 45°.
Cobre até 2.5 cm. Ao nível da base da FP uma incisão transversa conecta as
duas incisões medioaxiais. Area doadora coberta por enxerto de pele total.
Indicações são meio contraditórias, principalmente entre 1.5 e 2.0 cm, mas:
CROSS FINGER
Indicado para perda de toda a polpa distal a IF. Tenta-se converter lesão inicial em
formato retangular. Desenhar o padrão da lesão na região dorsal-radial do indicador, com o
polegar aduzido. Por causa do movimento rotacional do polegar, a base do retalho se encontra
volar a linha mediaxial. Dissecção superficial ao paratendão. Base radial. Deve-se incisar os
ligamentos de Clealand. Enxerto de pele total na área doadora, divisão da base entre 14-21
dias.
Indicado na perda sensorial irreparável da polpa distal a IF. A sensibilidade protetora tem
melhor retorno, no cross finger, em pacientes com menos de 20 anos. Maiores de 40 tem
quase 50% de falha do retorno da sensibilidade protetora. Para melhorar estes resultados,
pode-se adicionar um pedículo com o nervo sensitivo radial. Difere do crossfinger tradicional
pela dissecção da primeira comissura em busca do nervo. Transpor o nervo do dorso do
segundo raio para a borda ulnar do polegar. Pode ser duplamente inervado, quando liga-se o
ramo dorsal do nervo digital volar radial (território mediano) do indicador no coto do nervo
digital ulnar do polegar. Além disso o sensitivo radial é dissecado, dando a dupla inervação.
RETALHO DA PRIMEIRA ARTÉRIA METACARPAL DORSAL (FOUCHER / Kite)
Esta artéria corre superficial à fascia do 1° interósseo dosal, porém 15% correm profundos à
fascia e 10% correm em dois vasos (um superficial e um profundo). Pode atingir o polegar
distal volar e dorsal. Limite proximal do retalho é a MF e o distal a IF. Mapear o trajeto da
FDMA com Doppler, até seu ponto de pivot, localizado na junção entre o primeiro e segundo
metacarpo. Dissecar de distal para proximal e de ulnar para radial. Dissecar faixa entre a
borda radial da fascia do interósseo e a borda ulnar do periósteo do 2° MTC. Não
Esqueletizar a artéria. Tomar cuidado na borda radial, pois é onde a FDMA entra no plano
subcutâneo. Cobrir área doadora com enxerrto de pele total.
RETALHO EM ILHA NEUROVASCULAR
Maior dificuldade técnica de realização. Sacrifica área de sensibilidade de outro dedo. O maior
critério para escolher o dedo doador é o status do nervo mediano. Se a função do mediano
estiver preservada, área doadora é borda ulnar do 3° dedo. Se o paciente não tiver função do
mediano, uitiliza-se a borda ulnar do 4° dedo (inervada pelo ulnar). Evitar tirar muito da área
doadora, não e necessário cobrir o polegar até a ponta, porém deve-se priorizar a borda ulnar
do polegar.
Iniciar a dissecção do feixe na comissura, e ligar a artéria radial para o dedo adjacente.
Dissecção intrafascicular dos nervos digitais. Na tunelização, tomar cuidado para não torcer o
pedículo. Cobrir área doadora com enxerto de pele total.
Objetivo é obter cobertura estável e indolor. Técnica escolhida pelo tamanho da falha.
1-2.5cm²: Moberg
Geralmente estas reconstruções não são realizadas primariamente. Devem ser moldadas
conforme a necessidade do paciente. Amputações distais a IF não causam muito prejuízo, na
porção média da FP necessitam de aumento do comprimento, preservação da sensibilidade e
mobilidade. Amputações na base da FP necessitam de procedimentos para aprofundar a
primeira comissura (falangização).
Zetaplastias
Pré-requisitos:
- 1° metacarpo móvel
ZETAPLASTIA SIMPLES
Marcar eixo central da prega digital proximal do polegar até 1cm proximal à prega digital
proximal do indicador(ponto de confluencia das pregas palmar proximal e média). São
desenhados os braços com 60° de angulação e mesmo tamanho do eixo central. Melhor
combinação é proximal palmar e distal dorsal. Na dissecção, pode lesar comunicação entre
radial do indicador e pricepis policis.
ZETAPLASTIA 4 FLAPS
Caso ocorra lesão no dorso da mão. Pode-se usar o chinês, interóssea posterior, lateral do
braço (livre), groin e cross arm.
Osteoplastias
Técnica de Gillies
Enxerto tricortical de ilíaco convencional + retalho local (eminência tenar ) + enxertia de pele
no defeito da área doadora. Realizado em 1 estágio.
Osteoplastia em 2 tempos
1° Tempo.
2° tempo
É realizado um retalho em ilha neurovascular da face ulnar do 3° dedo para cobrir a face
ulnar do polegar após a liberação do groin.
Enxerto composto da artéria radial (modificado por Foucher)
Necessita de uma artéria ulnar e arco palmar patente. Realizado proximal ao estilóide radial,
tem 7 x 7 cm. Proteger as perfurantes que passam através do pronador quadrado, elevar um
reatalho ósseo de 2-4 cm. Dissecar artéria radial e realizar o pivô na tabaqueira anatômica.
Cobrir face volar com retalho de ilha neurovascular (borda ulnar do 3° ou 4° dedo).
Apresenta como vantagem o fato de ser apenas em um estágio, e diminui a chance de
reabsorção do enxerto ósseo (maior complicação das osteoplastias). É a melhor maneira de
realizar a osteoplastia.
POLICIZAÇÃO
Frequentemente, outros dedos são lesados junto com o polegar (mais comum o indicador
ou o indicador + 3°). Ao se realizar a policização, aumenta-se o polegar e a primeira
comissura. Realiza-se osteotomia ao nível do colo do 2° MTC e transfere-o para o coto do
polegar junto com seu feixe. São consideradas as mais práticas, pois usam partes não
funcionais para realizar a reconstrução.
4) AMPUTAÇÃO TOTAL E DESTRUIÇÃO DA CMC
Resta apenas uma artrodese (osteoplastia), policização e tranferência microcirúrgica de um
dedo (da mão) intacto.
Qualquer amputação em criança deve ser tratada de forma mais conservadora possível. Se
necessário, realizar procedimentos secundários. Em adultos, optar por tratamentos definitivos
sempre que possível.
Classificação de Allen
Enxerto composto
Se parte amputada não estiver muito contaminada, pode ser limpa e usada como curativo
biológico. Abordagem efetiva em crianças com amputação distal à IFD. Parte amputada é
degordurada e reparada ao coto, sem microcirurgia.
Se houver lesão óssea, utilizar fios K. Tempo é crucial. Abaixo de 5 horas, 61% de chance de
sucesso. Acima disso, nenhum caso sobreviveu. A ponta pode se tornar necrótica, mas deve
ser deixada in situ, se não apresentar infecção, pois agirá como curativo biológico.
Piores resultados em tabagistas, etilistas, idade maior que 18 anos, diabetes ou
esmagamento.
Chen descreve técnica que desengordura, desepiteliza e remove osso da parte amputada, com
altas taxas de sucesso.
Se houver perda de subcutâneo, até 1.5 cm, processo levará entre 1-2 meses.
Fechamento primário
Deve ser feito sem tensão nas bordas. Se necessário, encurtar falange e realizar a nerectomia
do digital. Se lesão ao nível da lúnula, realizar ablação do leito ungueal, removendo toda a
matriz germinativa e estéril. Para isso, raspar córtex dorsal da falange distal com cureta, e
excisar tecido embaixo da prega ungueal e nas pregas paroniqueais.
Triângulo de base distal, com ápice na IFD, os dois lados do triângulo devem ter, pelo menos,
1.5 vez o tamanho do avanço desejado. Somente a espessura total da pele é cortada,
preservando nervos e veias. Suprimento do retalho se dá por ramos das artérias digital.
Flap pode ser avançado até 1 cm, e se necessário desengordurado (mas com preservação do
subcutâneo).
Incisões medioaxiais dorsais às pregas de felxão da IFP e IFD são feitas de cada lado do dedo.
Retalho é separado do tendão flexor e suturado no defeito. Avanço limitado a 1 cm, e melhor
indicado no polegar (Moberg).
Retalho Cross-finger
Leva a rigidez no pós-operatório. Está contraindicado em pacientes maiores de 50 anos ou
com artrose prévia. Indicado para perdas oblíquas volares nos dedos e polegar.
Desenhar molde do defeito e cortar 2mm no 3 lados, para realizar sutura sem tensão.
Retalho é elevado até plano
entre paratendão e
subcutâneo, devendo-se
preservar a drenagem venosa
na base do retalho.
Após 3 semanas, realiza-se o garroteamento do dedo doador, para se avaliar se retalho está
perfundido pelo leito. Se sim, libera-se o pedículo.
Retalho proximal é avançado distalmente e o distal avançado proximalmente, para fechar área
doadora. Depois de 2 semanas, o retalho é liberado e a ponta de dedo é fechada com o
retalho proximal, enquanto o distal fecha a área doadora. (denovo, imagem está invertida,
área doadora é fechada com o proximal e a ponta com o distal).
Retalho em Ilha
Elevados baseados no feixe vascular, evitam imobilização prolongada em posições
desconfortáveis. Podem ser homodigitais ou heterodigitais, de fluxo direto ou reverso.
Mais difíceis de fazer, e apresentam mais complicações, como falha do retalho, contratura
articular e intolerância ao frio. Não mostraram vantagens em relação aos retalhos mais
simples.
Método preferido pelo Autor: Amputação de ponta de dedo
Autor prefere deixar granular e cicatrizar por segunda intenção. Se houver pequena exposição
óssea, regulariza. Se maior, VY volar (atasoy-Kleinert) caso a lesão seja transversa ou oblíqua
dorsal.
Se oblíqua volar, usa matriz acelular seguida de enxertia de pele. Autor não gosta do retalho
tenar, mas considera caso paciente jovem e lesão no indicador ou médio.
Se defeito grande, autor usa cross-finger, e caso envolva grande quantidade de pele volar, faz
o retalho heterodigital.
Desarticulação da IFD
Se amputaçao ao nível da IFD, ou distal, com lesão do FP. Traciona-se o tendão do flexor
profundo o mais distal possível, seccionando-o. Não suturar tendão flexor no extensor.
Tracionar e seccionar nervos digitais.
LUMBRICAL-PLUS
A liberação do flexor profundo do indicador, que é independente dos outros, pode levar a
deformidade lumbrical-plus. Esta ocorre pela retração do FP, levando a migração proximal de
seu lumbrical, aumentando sua tensão.
Quando houver a tentativa de flexão do dedo, o lumbrical irá migrar mais ainda para
proximal, colocando mais tensão na banda lateral, levando a uma extensão paradoxal da IFP.
Secção do lumbrical permite que o flexor superficial possa realizar a flexão adequada. No
entanto, raramente isso é indicado no momento da amputação.
Se amputação ocorrer perto da MF, coto irá ser demasiadamente pequeno, e pequenos
objetos podem cair da palma. No 3° e 4° dedo, considerar amputação de raio ou uso de
próteses. Se amputação no indicador ou mínimo, considerar a amputação do raio no primeiro
tempo.
AMPUTAÇÕES DO RAIO
Excisão de um dedo na base do metacarpal. Palma diminui em 10% e força de preensão pode
diminuir. Amputações do 2° e 5° têm melhores reusltados que as do 3° e 4°.
Amputações do 2° raio
Ocorre perda de pronossupinação, devido ao estreitamento da
palma e diminuição do fulcro de rotação em 25%.
Pode ocorrer síndrome do túnel do carpo, pela migração dos tendões Flexores seccionados
para dentro do túnel.
Amputação do 3° raio
Ocorre diminuição da força da pinça chave, pois origem do adutor é removida do 3° MTC. Com
a perda do ligamento intermetacarpal tranverso profundo (DTIL) e com a alteração da função
da musculatura intrínseca, pode ocorrer tesoura entre indicador e anelar. Assim duas técnicas
são descritas
Osteotomia distal ao
ERCC. DTIL se
encontra entre os
lumbricais e
interósseos dorsais.
No fechamento,
pressionar 2° contra
4° metacarpal, e DTIL
é reparado. Caso não seja possível, usar enxerto tendíneo.
Checar má rotação.
Amputação do 4° raio
Raio menos importante, pode ser amputado com ou sem transposição do 5° metacarpal.
Incisão dorsal, liberação dos ligamentos carpometacárpicos. Na liberação volar, tomar cuidado
com nervo e artéria ulnar.
Ligamento intermetacarpal transverso profundo (DTIL) é preservado, e base do 5° é
comprimida em direção ao 4°, então DTIL é imbricado.
Amputação do 5° raio
Raio mais importante, após polegar. Permite grip e aumenta largura da mão, devido sua
capacidade de abdução.
Método preferido do autor: amputação do 5° raio
Incisão dorsal (não colocar no
rebordo ulnar, pois pode gerar
cicatriz em área de apoio),
preservação do ramo cutâneo
dorsal do ulnar, osteotomia
preservando inserção do EUC e
FUC.
Desarticulação do punho
Preserva ARUD, que mantém rotação do antebraço. Inclinação radial serve de apoio para
prótese. Porém, estilóide radial e ulnar podem causar pressão e necrose de pele. Além disso,
prótese podde ficar muito grande, devido ao tamanho do antebraço.
94% do pacientes amputados transradial usam prótese, enquanto apenas 54% dos
desarticulados no punho mantém seu uso. Isso é causado porque coto é sensivel e seu
comprimento permite a manipulação de objetos.
Método preferido do autor: Desarticulação do punho
Retalhos desenhados distais a ARUD. Retalho palmar deve ser mais longo que dorsal.
Dissecção começa por dorsal, neurectoia sob tração do sensitivo radial.
Seccção dos tendões é feita em seu comprimento de repouso, e eles são fixados ao rádio, pra
futuro uso de prótese mioelétrica ou transplante de mão, caso um dia seja possível. Dissecção
volar inclui os nervos mediano, ulnar e cutâneo medial do antebraço, que serão seccionados
sob tração. Alternativamente, pode-se realizar incisão proximal no antebraço, entre
braquiorradial e pronador redondo, e ligar nervos nesta região. Isso irá criar um neuroma em
continuidade, que poderá ser sepultdo embaixo da musculatura proximal, onde será menos
sintomática.
Artérias são ligadas. Flexores são seccionados e fixados ao rádio, pelos mesmos motivos dos
extensores. Estilóide radial e ulnar são regularizados, para não causarem úlcera de pressão.
ARUD e CFCT devem ser preservados para manter a estabilidade e rotação do antebraço.
Protetização da mão
Deve ser realizada precocemente. Pacientes protetizados até 6 meses da amputação têm 16
vezes mais chance de continuar seu uso. Cotos do membro superior são melhores
vascularizados que os dos MMII, e sua necrose é rara. Ideal é protetização precoce (até 30
dias).
Postes de oposição: Usadas nas amputações do polegar, quando outros dedos estão intactos
Próteses movidas por movimento do corpo: Usam movimentos e articulações mais proximais,
transferidos para a prótese através de cabos e polias.
Próteses movidas por fonte externa: Sensores mioelétricos, porém não fornecem feedback
sensorial.
Reabilitação
Fase pós-operatoria aguda: dura até cicatrização das feridas. Objetivo é controlar edema,
desensibilizar ferida, e controlar dor. Suporte psicológico é essencial.
Fase pré-protética: Janela de ouro da protetização são os primeiros 30 dias. Nesta fase
paciente é preparado para aceitar prótese
Controle da Dor
De 7-49% dos pacientes irão apresentar dor. 2 tipos mais comuns são:
NEUROMAS
Coto proximal de um nervo terá crescimento axonal que levará a formação de neuromas.
Fatores neurotróficos são liberados no local da lesão, incluindo substância P, peptídeo
relacionado a calcitonina e fatores de crescimento de fibroblastos.
Como não há um coto distal um neuroma irá se formar. Mesmo em casos onde há o rapro
nervoso, alguns axonios sairão da zona de neurorrafia e formarão um neuroma. Incidência de
neuroma após amputação pode chegar a 30%. Maioria deles são assintomáticos. Apenas 3-
5% irão desenvolver sintomas.
Tinel positivo no local do neuroma, com alívio após bloqueio anestésico. Tratamento incial
com analgesia e terapia de desensibilização. Tratamento cirúrgico é indicado quando paciente
é refratário ao tratamento conservador, mas apresenta melhora após bloqueio anestésico.
Se dor não respeitar distribuição anatômica de uma nervo, tomar cuidado com ganho
secundário.
- Translocação do nervo
Autor prefere realizar a translocação do neuroma para fora da área de lesão, como dentro de
um interósseo.
Classificação de Atherton
1/3 dos pacientes necessitam de troca de profissão, 2/3 param com hobbies devido às
amputações.
INDICAÇÕES
Maioria das amputações estão indicadas por trauma. Nesses casos há dano esquelético ou
neurovascular irreversível e tentativas de reconstrução são deletérias.
Mucormicose é uma infecção fúngica que quase sempre requer amputação, com taxas de
mortalidade ao redor de 92%.
Amputações acima do cotovelo têm altas taxas de abandono de prótese, pelo esforço
necessário. Assim, todo o esforço deve ser realizado para manter a articulação do cotovelo.
Incisão em boca de peixe, com osteotmias 1-2 cm proximais ao nível de incisão na pele.
Artérias radial e ulnar são ligadas, interósseas são cauterizadas. Nervos são identificados e
seccionados proximalmente às osteotomias.
Incisão posterior, na borda medial da escápula, segue a inserção dos rombóides. Conforme a
fáscia é incisada, ombro é fletido e aduzido, trazendo a escápula para fora do tórax.
Serrátil anterior e grande dorsal têm seus tendões incisados e peça é enviada para patologia.
Protetização
Variável que mais influencia no uso de próteses é o nível da amputação.
Ganho de ADM deve ser inciado imediatamente após cirurgia. Dor deve ser controlada
rigorosamente. Protetização deve ser realizada o mais precoce possível.
O primeiro mês após a amputação é chamado de período de ouro de Malone, pois, após 1
mês, a chance de sucesso na reabiliutação cai para 42%.
Prótese provisória é iniciada neste período, para paciente se adaptar. Após a resolução do
edema, prótese definitiva é utilizada. Pacientes que conseguem usar a prótese definitiva antes
de 6 meses, têm 16 vezes mais chance de usar a chance a longo prazo.
Mesmo com protetização adequada, cerca de 20% dos adultos abandonam próteses.
Opções de Próteses
Próteses Passivas: Cosméticas, leves, podem auxiliar mão contralateral
Próteses movidas pelo corpo: Mais prescritas, mais leves e baratas que as com fonte de
energia externa, especialmente para amputados transumerais. Se movem através do
movimento escapular e umeral, sendo melhor indicadas para trabalhadores braçais. Não são
estéticas, no entanto.
Próteses com fonte de energia externa: Eletrodos na pele detectam atividade elétrica na
superfície dos músculos do coto. Caras, pesadas e necessitam de manutenção.
Capítulo 51 – Síndrome Compartimental e
Contratura Isquêmica de Volkmann
Síndrome Compartimental
Necessita de tratamento cirúrgico urgente. Elevação da presão tecidual dentro de um
compartimento fascial ou osteofascial que ultrapassa a pressão de perfusão.
Se o tempo de elevação patológica da pressão for menor que 4 horas, considera-se uma
Síndrome Compartimental Aguda no estágio precoce. Se for maior que 4 horas, considera-se
estágio tardio.
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
NEONATAL OU CONTRATURA DE
VOLKMANN NEONATAL
Edema do antebraço e lesão sentinela, que é
uma lesão de pele na região proximal e lateral
do braço. Contratura de Volkmann não pode ser
abordada num primeiro momento, mas pais
devem ser aconselhados.
CONTRATURA ISQUÊMICA DE
VOLKMANN
Resultado final de isquemia prolongada, levando
a necrose tecidual irreversível.
ETIOLOGIA E INCIDÊNCIA
Tipicamente associada a trauma. Síndrome
comaprtimental sem história de trauma deve
levantar a suspeita de coagulopatia.
Mais prevalentes em homens, menores de 35 anos, com trauma penetrante, fratura exposta
luxação do cotovelo ou lesão vascular. A presença de lesão vascular aumenta a necessidade
de fasciotomia.
Teoria de Matsen:
DIAGNÓSTICO
Baseado no exame físico. Sempre manter alto índice de suspeita. Lembrar que não é
necessário fratura para Sd compartimental de desenvolver (sangramento).
Palidez: etremidade se encontra pálida e gelada (7° P – Poiquilotermia, Crianças não conseguem descrever
membro gelado) parestesia, e teste de sensibilidade
não é confiável.
Paralisia: Achado tardio. Pode ser devida a dor. Se paralisia verdadeira
presente, sinal de mau prognóstico. Coma, lesão neurológica,
politrauma, anestesia podem
Ausência de Pulso: Achado tardio e indicador de mau prognóstico.
mascarar o diagnóstico.
Se dúvidas no diagnóstico, pressão intracompartimental pode ser medida. Limiares para
fasciotomia:
Pode-se medir a pressão antes, durante ou após exercício, ou realizar RNM antes e após
exercício, com achado de mudança do sinal de T2 num compartimento fascial isolado.
Tratamento
Inicial consiste em remover gesso, tala ou imbilizações e elevar membro. Gesso restringe a
expansão do compartimento em 40%. Com a remoção do gesso ocorre a diminuição da
pressão em 40-60%.
Fasciotomia deve ser feita o mais rápido possível. Se feita dentre as 8 primeiras horas está
associada com risco menor de sequela permanente.
Remover músculo necrótico e realizar epimisiotomia, se músculo tenso. Tratar outras lesões.
Enxertia ou reparo nervoso são feitos no momento de fechamento definitivo.
LIBERAÇÃO DO BRAÇO
Incisão medial, com retirada do septo intermuscular. Pode ser
extendida distalmente, permitindo a liberação do lacertus fibrosus.
Se não houver necessidade de liberar antebraço ou braquial, pode ser
feita incisão anterior e posterior, separadas, na linha média.
LIBERAÇÃO DO ANTEBRAÇO
Incisão de pele, abertura da fáscia do antebraço do lacertus
fibrosus até a prega de flexão do punho. Isso irá
descomprimir o compartimento volar superficial. O
compartiento profundo é acessado pela borda ulnar do
antebraço, no intervalo entre o Flexor Ulnar do Carpo e os
Flexores Superficiais dos Dedos. Neste intervalo, as fascias
do FLP e dos FFPP são expostas e liberadas. Esta é a etapa
mais importante, pois o compartimento profundo é o
primeiro e mais gravemente afetado.
LIBERAÇÃO DA MÃO
Possui 10 compartimentos, mas nem todos precisam
ser necessariamente liberados.
Liberação dorsal
Se feixe exposto, usar curativo umidecido, com troca entre 24-48h no CC. Desbridar tecido
necrótico neste second look.
Paciente jovens e com trauma de alta energia têm mais chances de necessitarem de enxerto
de pele parcial após 48 h.
Na mão apenas a incisão do túnel do carpo extendida é fechada. As outras fecha por segunda
intenção rapidamente.
FST é iniciada imediatamente. Após cicatrização, uso de talas noturnas é inciado para prevenir
contraturas.
RESULTADOS
Se fasciotomia realizada dentro de 4 horas, mínimas sequelas ocorrerão. Quanto mais tardia,
mais sequelas, necessitando de procedimentos cirúrgicos secundários. Fasciotomia para
síndrome compartimental do exercício tem 90% de bons resultados. A complicação mais
comum da síndrome compartimental é a sequela neurológica.
Contratura de Volkmann
Contratura isquêmica de Volkmann é o resultado final de isquemia prolongada associada com
necrose tecidual irreversível. Pacientes não se apresentam com dor, mas com deformidades
resultantes da fibrose. Déficit neurológico pode estar presente.
Deformidades são progressivas por um período de meses. Em crianças, irão progredir até a
maturidade esquelética, pois músculo fibrosado não irá acompanhar crescimento ósseo.
Mesmo após tratamento, extremidade continuará menor, devido a lesão da fise.
CLASSIFICAÇÃO
Mais usada é a Classificação de Tsuge, que divide as contraturas em leve, moderada e grave,
baseada no envolvimento muscular.
Classificação de Tsuge
Leve: Localizada. Envolve FLP e FFPP, com pouco ou nenhum déficit neurológico
Moderada: FLP, FFPP. Parte dos flexores superficiais. Déficit neurológico presente, mediano mais afetado que
ulnar.
Grave: Todos os flexores afetados, podendo envolver extensor. Déficit neurológico grave. Neste grupo se
incluem casos leves/moderados com contratura articular, envolope de partes moles fibróticos ou falha de cxs
prévias.
Tratamento
Pouco papel para tratamento conservador. Contraturas leves, em crianças, devem ser
submetidas ao uso de talas até a maturidade esquelética.
PROCEDIMENTOS ÓSSEOS
Osteotomia de encurtamento do rádio e da ulna, carpectomia proximal. Servem para que o
tamanho ósseo. Como o problema afeta principalmente o compartimento flexor, ao relaizar
procedimentos ósseos, o tamanho relativo tanto dos flexores quanto dos extensores será
alongado.
Reconstrução nervosa
Ressecar nervo até encontrar fascículos visíveis. Enxertar nervo sural, com objetivo de ganhar
sensibilidade protetora da mão.
TÉCNICA CIRÚRGICA
Slide da Origem dos Flexo-Pronadores
Técnica de Page. Incisão na borda ulnar do antebraço, do epicôndilo medial até punho. Nervo
ulnar é transposto, massa flexo-pronadora é elevada do epicôndilo medial, preservando
ligamento colateral medial e cápsula articular.
Elevação da origem do FUC, FFSS, FFPP. Proteger artéria interóssea comum (ramo da artéria
ulnar), que cruza o flexor profundo e se bifurca, na borda proximal da membrana interóssea,
em artérias interóssea anterior e interóssea posterior. A artéria interóssea posterior é o
principal suprimento sanguÍneo para a massa extensora, e deve ser preservada.
Continuando dissecção em direção
radial, flexor longo do polegar deve ser
liberado de proximal para distal, e
nesta região o nervo interósseo
anterior deve ser protegido. Liberação
muscular vai de ulnar para radial, de
proximal para distal.
Imobilizar com gesso, com antebraço em supinação e punho e dedos em etensão, por 6
semanas. Ocorre perda de força muscular com essa cirurgia.
Nervos ulnar e mediano são explorados, têm suas áreas necróticas desbridadas e são
recosntruídos com enxerto de sural. Se os dois estiverem lesados, e não houver sural o
suficiente para enxertar, mediano têm prioridade (geralmente é o mais lesado, e sua função
de sensação na pinça é mais crucial. Além diso, possui melhor chance de recuperação sensitiva
e motora).
Grácil é preso no epicôndilo medial,
tendões FFSS são ressecados, e FFPP e FLP
são seccionados justa-distal a junção
miotendínea.
Se mais de 2 horas de isquemia do grácil, musculo pode sobreviver, mas provavelmente não
será funcional.
Caso nervo ulnar esteja intacto, pode-se tranferir o nervo digital comum da quarta comissura
( borda ulnar do 4° e radial do 5°) para restaurar a sensibilidade da pinça indicador-polegar.
Contratura de Volkmann na mão
Menos comum que a contratura no antebraço e com poucas opções de tratamento.
Geralmente 1° comissura se encontra com contratura e dedos em posição intrínseco-plus (MF
fletida e IFs extendidadas) devido a isqueia dos interósseos.
1° comissura é tratada com excisão do 1° interósseo dorsal, que se encontra fibrótico, bem
como pela excisão do adutor do polegar. Pode-se fundir a trapézio-metacárpica para manter o
polegar abduzido. Se pele retraída, pode-se realizar uma Zetaplastia 4 flap, um retalho da
interóssea posterior ou um retalho lateral do braço. Ressecção do segundo raio pode ser
considerada, se indicador sem função.
Contratura dos intrínsecos nos dedos deve ser difrenciada de contratura de cápsula (teste de
Bunnel-littler). Se apresenta com flexão das MFs com extensão das IFs. Se casos leves, ressecar
porções das bandas laterais e obliquas, ao nível do terço distal da falange proximal.
Contraturas fixas podem ser tratadas com capsulotomias e liberação dos colaterais. Realizar
tenólise dos flexores e extensores, além de liberar os intrínsecos em sua inserção.
Animais venenosos injetam toxinas, animais peçonhentos causam lesões quando são
manuseados ou esmagados.
Toxinas têm diversas ações, e a mistura das toxinas consiste no veneno do animal.
Efeitos são diversos mas atuam principalmente no sangue, sistema nervoso e tecidos onde o
veneno foi inoculado (efeito hemolítico, neurotóxico ou necrótico).
ARANHAS
Maioria causa mínimos efeitos locais e sistêmicos, não deixando sequelas. Necessário apenas
higiene local e analgesia para maioria dos casos.
Aranhas que causam manifestação sistêmica, como a viúva negra, aranha marrom ou aranha
da banana, geralemente não causam danos locais.
Picada indolor, após 6 horas surge queimação, cianose, edema ou bolhas hemáticas. Em 3-7
dias a necrose é evidente. Se não surgir lesões na pele após 3 dias, necrose de partes moles é
improvável de ocorrer.
Sintomas sistêmicos ocorrem entre 24-72 horas, com febre, artralgia, vômito e falencia renal.
Lesões por água-viva são tratadas com compressa de água fria e vinagre.
OURIÇO-DO-MAR
Lesão pelos espinhos, como reação de corpo estranho ou superinfecção bacteriana.
Tratamento é a retirada precoce dos espinhos.
PEIXES VENENOSOS
Podem causar infeções associadas, por Edwardsiella tarda, Vibrio sp., Aeromonas hydrophila.
Arraias podem causar envenenamento com dor intensa e necrose após 24 horas do acidente.
Imersão em água morna (40°C) denatura veneno.
Capítulo 53 – Síndrome da
dor complexa regional
Dor reginonal, conbinada com disfunção autonômica,
atrofia e limitação funcional. Pode afetar estruturas
musculoesqueléticas, neruológicas ou vasculares.
Critérios de Budapeste
1) Presença de evento inciador, como trauma ou imobilização (Não é necessário para o
diagnóstico, 5-10% não terão isso)
2) Dor contínua, alodínea ou hiperalgesia, com dor desproporcional ao evento incial
3) Edema, mudança de fluxo sanguíneo para a pele, alteração sudomotora na região da
dor
4) Diagnóstico de exclusão. Não pode haver outras causas identificáveis
Se não houver lesão de nervo identificável, classificar como tipo 1. Se houver lesão, tipo 2.
Historicamente a causalgia (tipo 2) é relacionada com lesão de nervo misto (motor/sensitivo,
como ciático ou mediano).
Dor neuropática é causada por lesão primária no sistema nervoso periférico ou SNC. Pode
estar associada ou não com SDCR tipo 2. A mononeuropatia cujo sintomas se extendem além
do território de distribuição de um nervo pode constituir a SDCR tipo 2.
Diagnóstico baseado na história e clínica. SDCR pode ter dor simpática ou dor independente
do sistema nervoso simpático. A dor simpática pode ser tratada com simpatolíticos e
bloqueio. No entanto, pode evoluir, com o tempo,para dor independente.
Fibras nociceptivas chegam à medula em seu corno posterior, e modulada por taratos
descendentes.
Epidemiologia
4 vezes mais mulheres que homens. MMSS mais envolvidos que MMII e fator desencadeante
mais comum é fratura. Há associação com tabagismo, e pacientes Hemiplégicos têm
predisposição para SDCR tipo I. 80% irão melhorar até 1 ano e, se não tratados, 50% daqueles
com sintomas por mais de 1 ano terão sequelas permanentes.
Fratura do rádio distal é a causa mais comum de SDCR e rigidez dos dedos após 3 meses está
relacionado com SDCR. Gesso apertado, distração excessiva, instabilidade da ARUD,
compressão do mediano e fratura da ulna são fatores que podem levar ao surgimento da
doença.
Efeitos psicológicos
SDCR não é uma soença psicogênica, mas dor crônica pode desencadear sintomas psicológicos.
Edema discreto é comum, mas edema exacervado deve levantar suspeita de doença factícia.
Sinais e sintomas
Dor em queimação, pontadas e outras formas.
Hiperalgesia (dor maior que esperada) ou alodínea
(dor ao se realizar estimulos não-dolorosos) pode
ocorrer. Dor espontânea é comum, e atrapalha sono
do paciente com queimação.
Exame físico
Progressão da doença passa por Aguda (menos de 3 meses), Distrófica (3-6 meses) e Crônica
(mais que 6 meses).
Avaliar cervical do paciente, pois hérnias podem exacerbar a SDCR, bem como síndrome do
desfiladeiro torácico. Não existem exames laboratoriais para evidenciar SDCR.
Exames diagnósticos
AVALIAÇÃO DO LIMIAR DE DOR
Teste do monofilamento. Aplica-se um monofilamento não doloroso, em região específica,
buscando-se alodínea. Melhora ou desaparecimento, após tratamento, quando realizado
mesmo teste indica progresso.
RADIOGRAFIA
80% dos pacientes apresentam osteopenia regional. Para que alterações aparecerem nas
radiografias convencionais AP e P, é necessário desmineralização significativa.
CINTILOGRAFIA
Trifásica, com tecnécio 99.
Terceira fase: Avaliação óssea padrão, avalia a captura do radioisótopo no tecido ósseo
Na SDRC ocorre fluxo assimétrico nas 3 fases, sendo que um aumento da captura óssea do
radioisótopo na fase 3 é encontrado na SDCR tipo 1.
No entanto, cintilografia tem muitos falsos-positivos. Uma fase 3 positiva não é pre-requisito
para diagnóstico de SDCR, porém seu achado corrobora diagnóstico
Bloqueios regionais
SDCR pode ser mantida pelo sistema nervoso simpático ou independente dele. O alívio dos
sintomas após intervenções simpatolíticas, como bloqueios e drogas define a sor simpática.
Classificação
Aguda ou tardia. Tratamento da aguda visa o alívio da dor e edema. Na fase tardia, busca-se
aliviar a dor e corrigir as contraturas.
Tratamento
Pior prognóstico nas dores independentes do sistema nervoso simpático. Estes sãos os
pacientes com sintomas de SDCR que não melhoram após intervenções simpatolíticas ou
aqueles nas quais estas medidas já não fazem mais efeito.
Se identificar foco nociceptivo (No tipo 2, uma lesão nervosa, no tipo 1, possível lesão
mecânica), tratar imediatamente.
Vitamina C
500mg diariamente.
Medicações
ANTIDEPRESSIVOS: Modulam hiperatividade simpática. Podem ser tricícilico (amitriptilina 50
mg/dia), tetracíclicos ou atípicos.
CORTICÓIDES: Predinisona 60mg/dia, por 10 dias, depois 2mg/dia. Efeitos colaterais incluem
supressão adrenal, hirsutismo, deposição anormal de gordura, osteonecrose (NACF).
BIFOSFONADOS: Alendronato.
Explicar efeitos colaterais para os pacientes (Fenitoína causa hipertrofia gengival a longo prazo,
mas a curto não).
Bloqueios do sistema nervoso autônomo podem ser utilizados. 80% dos pacientes apresentam
melhora, porem 5% podem apresentar piora dos sintomas.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Simpatectomia Química: Fenol a 7% é injetado, com auxíilio de TC, no tronco simpático,
levando a uma axonotmese reversível.
Simpatectomia Cirúrgica: Denervação da cadeia simpática do gânglio estrelado até T2, T3.
Feita por toracoscopia.
80% dos pacientes apresentam melhora com tratamento cirúrgico, porem 5% podem
apresentar piora dos sintomas.
Manejo de neuromas
Se desenvolvem em 30-40% dos pacientes com lesão nervosa.
Amputação
Último recurso, pacientes geralmente não usam próteses.
Capítulo 54- Doenças Factícias
Achados que não coincidem com padrões de doenças, sintomas desproporcionais aos
achados de exame físico ou achados que não condizem com história.
Doenças factícias possuem a produção intencional de sintomas, mas não buscam ganho
secundário. Diferente de quem finge uma doença. Enquanto os fingidores simulam uma
doença, nas doenças factícias o paciente produz a doença.
Ulceração Factícia
História de trauma trivial, com lesões se desenvolvendo após e
que não cicatrizam. Recomendado cobrir lesão com gesso, de
maneira que paciente não consiga manipular ferida. Se houver
cicatrização, o diagnóstico está confirmado. Alguns pacientes,
mesmo com gesso, conseguem piorar ferida, enfiando objetos no
gesso.
Posturas disfuncionais
Várias posições são assumidas, e paciente afirma incapacidade de usar a mão. Na clássica
posição de punho cerrado, o paciente se apresenta com os 3 dedos ulnares fletidos, com
polegar e indicador livres e funcionais.
Existem variações da posição, como polegar aduzido, extensão dos dedos, e todas as
combinações possíveis. Observar e anotar movimentos ativos dos paciente, sem forçar a
extensão de dedos fletidos (autor cita caso de processo onde médico forçou a extensão dos
dedos).
Cirurgia da Artrite Reumatóide alivia dor e corrige deformidades, mas nao restaura função:
fraqueza e destreza ainda serão limitadas.
A sinóvia reumatóide destrói cartilagem articular, por reação enzimática, invade osso
subcondral e distende partes moles que estabilizam articulações.
Em geral, sinovectomia está indicada para pacientes com doença moderada, controlada por
medicação, que apresenta sinovite persistente em 2 ou mais articulações. Está
contraindicada em doença articular rapidamente progressiva.
Melhores resultados são obtidos quando cirrugia é realizada antes da subluxação, luxação e
contraturas fixas se desenvolvam.
Corticóides sistêmicos podem afetar cicatrização. Metotrexate pode afetar função hepática.
Consultar reumatologista em relação a quanto tempo antes da cirurgia drogas devem ser
suspensas.
Cirurgia estadiada
Principal objetivo é aliviar a dor, e um punho ou polegar doloroso tem prioridade sobre MF
luxada. Considerar liberação do túnel do carpo junto com
Estágios do envolvimento articular outras cirurgias volares, já que cirurgia pode precipitar STC.
Artrite psoriática
Espondiloartropatia soronegativa, apresenta eritema descamativo. 5% dos pacientes com
psoríase irão ter acometimento articular, e lesões de pele precedem as lesões articulares.
Porém, em 15-20% dos casos, lesões articulares surgem antes das dermatológicas.
Eritema melhora com luz UV e durante o verão. 80% dos pacientes com psoríase apresentam
deformidades nas unhas. Porém, somente 15% dos pacientes
com envolvimento articular
irão apresentar
deformidades ungueais.
Alteração ungueal mais
comuns são fendas nas
unhas, sinal de envolvimento
da matriz proximal.
Envolvimento articular
apresentam vários padrões:
95% dos pacientes
apresentam
envolvimento
periarticular, 25% têm
poliartrite similar a
Artrite Reumatóide e
apenas 5% possuem o
padrão clássico de envolviemento da IFD, com
destruição da IFD, Erosão das falanges terminais,
unha em fenda e onicólise.
IFD são frequentemente envolvidas, mas raramente necessitam de tratamento, pois fundem
espontaneamente. Artrite mutilande é relativamente comum e deve ser tratada precocemente
com artrodeses e enxertia para ganho de comprimento do dedo.
Punho costuma ser afetado e é tratado com artrodese e ressecção da ulna distal.
DEFORMIDADE NO PUNHO:
Pode ser corrigida passivamente, mas tentativas de reconstrução de partes moles têm altas
taxas de recorrência. Autor recomenda artroplastia total do punho. Supinação carpal pode
levar a ruptura tendínea por atrito. Recomendada ressecção da cabeça da ulna.
DEFORMIDADE DIGITAL
Subluxação volar e desvio ulnar das MFs.
Balanço de partes moles dorsais, com reparo no defeito dorsal da cápsula, centralização dos
extensores, liberação da banda sagital ulnar e reparo da banda sagital radial.
Em pacientes com hiperextensão da MF, além do balanço de partes moles pode-se associar o
Laço de Zancolli.
DEFORMIDADE NA IFP
Pode se apresentar em hiperextensão, flexão ou com desvio lateral. Em casos leves e inciais,
realizar procedimentos de partes moles, como na AR. Em casos mais avançados, única opção é
a artrodese. Restaurar o alinhamento da IFP é essencial para preservar correção da MF.
DEFORMIDADE NO POLEGAR
Polegar é comumente envolvido no LES, e é o primeiro lugar de manisfestação da doença na
mão. Se apresenta, tipicamente, com uma subluxação lateral da IF. No entanto a deformidade
da IF pode se apresentar como uma resposta a alteração da MF. Assim, a IF se encontrará
fletida quando a deformidade da MF for em hiperextensão e se encontrará hiperextendida
quando a MF estiver fletida. Tratamento de escolah é a artrodese da IF.
O acometimento da CMC pode ocorrer, com subluxação ou luxação. Caso IF e MF estejam bem
alinhadas, pode-se artrodesar a CMC em discreta abdução. Evitar grandes abduções para não
levar deformidade em flexão na MF. Caso MF e IF estejam artrodesadas, opta-se pela
estabilização de partes moles da CMC, com trapezectomia associada a suspensoplastia
usando FRC.
Esclerodermia
Esclerodermia, ou esclerose sistêmica, é uma doença generalizada que envolve pele, pulmões,
trato gastrointestinal, rins, coração e mãos. Mais prevalente em mulheres, causa
desconhecida, mas teorias suspeitam que seja doença dos pequenos vasos e tecido conjuntivo,
que leva a fibrose.
Fibrose da pele afeta mãos e face, nesta limitando a abertura da boca e dando
aparência similar a todos os pacientes com esclerodermia. C: Calcinose
Uma manifestação precoce da doença é o fenômeno de Reynaud, que leva a um R: fenômeno de Raynaud
vasoespasmo intermitente. Durante os episódios, dedos se tornam brancos,
azulados, e por último, avermelhados. Circulação prejudicada pode levar a E: Esôfago afetado
úcleras, gangrenas e necrose digital.
S: eSclerodactilia
A esclerodermia apresenta tipicamente os sintomas CREST. T: Teleangectasia
Síndrome da sobreposição é chamada aquela que pacientes com esclerodermia
apresentam sintomas de LES, dermatomiosite ou AR.
Existem duas formas de esclerodermia, a forma localizada e a forma difusa (mais comum).
Pacientes da forma difusa apresentam contraturas articular e deformidades nos dedos,
chamada de esclerodactilia (dedos finos, com pele fina, brilhante e esclerótica).
A calcinose pode ser intra ou subdérmica, levando a rotura da pele e descarga de material
esbranquiçado, semelhante a pasta de dente ou giz.
DEFORMIDADE DIGITAL
Padrão mais comum é a contratura em flexão da IFP que se torna progressivamente fixa.
Geralemente tendão sobre a IFP se afila e rompe, com surgimento de ulceraçõe sna pele,
expondo tendão ou articulação, e risco de osteomileite é alto.
ÚLCERAS
Resultantes da circulação afetada, dolorosas e de cicatrização demorada. São resultados da
má-circulação na pele associada a pressão causada por proeminências na IFP ou MF. Devem
ser tratadas com curativos e imobilização, e, eventualmente, desbridamento. Na ponta dos
dedos, pode ocorrer auto-amputação após gangrena.
Geralmente são tratadas com antibióticos tópicos, como Sulfadiazina de Prata, e bactéria mais
comumente encontrada é o Staphylococcus aureus. Geralmente tratamento conservador
consegue levar a cicatrização, mas ressecção de proeminencia óssea eou artrodese pode ser
necessária.
CALCINOSE
Intradérmica ou subdérmica. Ocorre em 15% dos casos difusos e 44% nos tipos localizados.
Ocorre deposição de cálcio endurecida e dolorosa, podendo apresentar extrusão espontânea.
Sua ressecção deve ser limitada quando perto dos feixes.
DEFORMIDADES NA IFD
Geralemente realizada amputação ou artrodese. Cicrculação diminuida, risco de isquemia pós
cirúrgica e necrose.
DEFORMIDADES NA IFP
Artrodese para corrigir deformidade em flexão. Posição da artrodese vai depender da função
da MF, sendo necessária menor flexão na IFP se MF com boa mobilidade. Nesta região há
menos problemas circulatórios que na IFD.
Se MF rígida, seu ADM deve ser ganhado previamente à artrodese da IFP, através de
capsulotomias ou artroplastia.
ARTICULAÇÃO METACARPOFALANGEANA
Circulação quase normal, porém pele rígida. Indicada artroplastia de ressecção. Se
deformidade em hiperextensão rígida, artroplastia pode ser feita por via volar.
CONTRATURA DA 1° COMISSURA
Abertura da primeira comissura, liberaão da inserção do adutor no polegar, enxertia de pele se
necessário
INSUFICIÊNCIA VASCULAR
Simpatectomia, retirando a camada adventícia das artérias digitais comuns na palma.
Melhora temporária dos sintomas, com retorno após 2 anos.
Nodulose Reumatóide
Nódulos subcutâneos são comuns em
pacientes com artrite reumatóide e
ocasionalmente vistos naqueles com
Lupus. Ocorrem geralmente no olécrano,
superficie extensora do antebraço, e
aspecto dorsal da mão. Se volares, nos
dedos, podem atrapalha a manipulação
de objetos.
Artrite reumatóide
Tenossinovite
Artrite reumatóide é uma doença da sinóvia, atingindo bainhas
sinoviais que envolvem tendões e articulações. O envolvimento
tendíneo pode ocorrer meses antes do envolvimento articular.
ANATOMIA
Dentro do retinaculo extensor (3 cm de comprimento), tendões
são envolvidos por bainha sinovial. Esta bainha começa proximal
ao retináculo e vai até o nível da base dos metacarpais. Distal às
bases, tendões são cobertos pelo paratendão.
Tenossinovectomia dorsal
Edema dorsal, por pele ser fina, gerlamente é o primeiro achado da AR. Indolor, e tende a ser
negligenciada pelos pacientes. Se começar a apresentar dor, provavelmente existe
envolvimento da radiocárpica ou da ARUD.
Inicialemente, proliferação é fina, mas com o tempo se espessa, ficando sólida, com aspecto
de grãos de arroz. Pode invadir o tendão e levar a sua ruptura. Pode ocorrer remissão
espontânea ou com medicação. Tenossinovectomia dorsal está indicada após 4-6 meses de
tratamento medicamentoso adequado. Apesar do apecto tendíneo desgastado, são raras as
rupturas pós tenossinovectomia.
Via do túnel do carpo extendida. Realizar avaliação prévia da função motora dos dedos, pois
pode ser encontrada ruptura, mas com movimento digital através do tecido cicatricial, e essa
cicatriz não deve ser removida.
Rupturas Tendíneas
Mais comuns são no extensores, na borda distal da ulna ou no tubérculo de Lister. Flexores
costumam romper quando contato com o escafóide. Invasão da sinóvia pode romper tendões
também. Tratamento se dá por artrodeses ou transferências.
Diagnóstico é feito por perda súbita da flexão ou extensão
de um dedo. Se causa da ruptura de um tendão não for
corrigida, levará a rotura de outros. Comumente, após a
rotura do EP5°, ocorre a rotura do 4°, 3° com progressão em
direção radial, sendo o indicador o útimo afetado, pelo
atrito com a cabeça da ulna (Síndrome de Voughan-
Jackson).
Roturas dos flexores são mais raras que a dos extensores. A rotura mais comum dos flexores é
a do Flexor longo do polegar, por um osteófito do escafóide (Síndrome de Mannerfelt).
Tratamento
Ruptura do ELP
Rotura comum, mas perda funcional varia, dependendo da presença do ECP. Intrínsecos
podem extender IF até neutro, somente o ELP consegue hiperextender. MF flete porque ECP
não consegue, sozinho, extende-la. Teste específico é feito pedindo que paciente extenda
polegar com mão espalmada sobre mesa.
RUPTURA MÚLTIPLA
Transferência do flexor
superficial do 4° dedo, através
da membrana interóssea
(Boyes). Autor modificou a
técnica em caso de fibrose no
dorso do punho. Usa o flexor
superficial do 3°, passado pela
borda radial do antebraço.
Tendão do terceiro é suturado
no indicador e tendão do 4° e do
5° são suturados no FSD3.
Se punho artrodesado,
extensores e flexores
do carpo podem ser
utilizados, sendo que
os flexores têm
excursão menor e
precisam de enxerto.
Se rotura no nível da palma, com coto distal longo o suficiente, pode-se solidarizar coto distal
em outro flexor profundo. Se não for, tranferir um outro Flexor superficial para o coto distal.
Se rotura dentro do túnel osteofibroso, e paciente jovem, cirurgia de Hunter, com espaçador
de silicone. Se velhos, artrodesar IFP e IFD.
Punho
Locais precocemente envolvidos no punho reumatóide
são cabeça da ulna, estilóide ulnar e a proção média
do escafóide. Proliferação sinovial nestes lugares leva
a padrão de alterações.
Com essa supinação, ocorre o desbalanço dos extensores, que levará ao desvio radial dos
metacarpais, desvio ulnar dos dedos. Isso explica a desvio ulnar das MFs bem como a
recorrência do desvio pós artroplastia.
Sinovectomia volar do
punho pode ser feita
associada a
tenossinovectomia dos
flexores.
Excisão da ulna distal e reconstrução da ARUD (Darrasch)
Recosntrução das partes moles corrige a supinaçção do carpo e a subluxação da ulna. Sauvé-
Kapandji é indicado para pacientes mais jovens. Se translação ulnar do carpo, autor prefere
artrodese.
- Sinovectomia da ARUD
- Correção da supinação carpal, suturando o restante do CFCT no canto dorsal ulnar do rádio
- Blatt e Ashworth: Flap da cápsula volar, de base distal, fixado no dorso da ulna.
- Linscheid e Dobyns: Tira, de base distal, do Extensor Ulnar do Carpo, passado através do
aspecto ulnar da cápsula articular, do CFCT e suturado no rádio . Cápsula da ARUD é fechada,
com o punho em supinação.
- O’Donovan: Tira de base distal de metade do EUC é passada por um túnel ósseo dorsal,
através do canal medular, e suturado nele mesmo.
Paciente usa gesso ou tala axilopalmar, em supinação, por 3-4 semanas. Complicação mais
comum após a ressecção da cabeça ulnar é a rotação dolorosa do antebraço. Tende a
melhorar com fisioterapia, mas caso não melhore, realizar procedimento de estabilização ulnar
com EUC.
Regularizar e cobrir a porção dorsal da ulna distal, para evitar rotura dos extensores.
Com a subluxação volar do EUC, ocorre desvio radial sem oposição do punho, pela ação do
ERCC e ERLC. Se houver uma dissociação escafolunar, este desvio se exacerba.
Outra opção é a realocação do EUC. Para saber se ela será efetiva, antebraço é colocado em
supinação, e avalia-se a extensão do punho. Se EUC funcionar como extensor nesta posição,
realocação será efetiva. Se não funcionar, realiza-se a trasnferência do ERLC.
Sehouver perda óssea, fio pode ser passado por dentro do 3° MTC, entrando pela
cabeça.
Articulação metacarpofalangeana
MF possui movimento em dois planos, o que a torna menos estávels que as IFs e mais
suceptível às deformidades da AR. Clássica deformidade é o desvio ulnar e subluxação volar.
Outros fatores também levam à luxação volar e desvio ulnar, como deformidade no punho,
força dos flexores e extensores, desbalanço dos intrínsecos, força da gravidade e da pinça.
Quando ocorre a flexão dos dedos, 4° e 5° metacarpais fletem, o que leva a uma força de
desvio ulnar dos extensores dos dedos. Na AR, ocorre distensão da banda sagital radial, o que
aumenta a luxação ulnar dos extensores, além do acometimento da 4° e 5° CMC, que leva a
maior flexão dos metacarpais, e leva a maior força de desvio ulnar dos extensores.
Durante o movimento de pinça, existe força de desvio volar e ulnar no 2° e 3° dedo, e força
palmar na MF dos 4 dedos. Com a distensão dos colaterais, aumenta a força de desvio.
Intrínsecos colaboram com a deformidade.
Indicações para tratamento cirúrgico da MF
SINOVECTOMIA
20-50% dos pacientes com sinovite apresentarão remissão espontânea. Sinovectomia das MF
tão grande taxa de recorrência, está indicada para pacientes com sinovite persistente numa
MF sem alterações radiográficas ou deformidades. Autor recoemnda 6-9 meses de
tratamento conservador antes da sinovectomia.
Pode ser associada com um procedimento de partes moles, como centralização dos
extensores.
Naqueles pacientes que mesmo com deformidades, apresentam boa função e não têm dor.
TÉCNICA - SINOVECTOMIA
Incisão dorsal transversa, centralizada nas MFs. Autor prefere entrar na articulação pela banda
sagital ULNAR se houver luxação e trans-tendão se não houver. Sinovectomia é realizada, e se
necessário, extensores são centralizados.
Artroplastia da MF
Indicada para correção de
deformidades, melhora da aparência
e alívio da dor. Contraindicada em
infecção ativa, se cobertura de pele
inadequada, comprometimento
neurovascular ou estoque ósseo
inadequado.
Liberação da banda sagital ulnar, dos intrínsecos ulnares. Preservação do colateral radial é
importante para a estabilidade. Colaterais são liberados no metacarpo, preservando suas
inserções distais. Cortes ósseos transversos no metcarpal e falange.
O preparo do canal é sempre feito primeiro na falange, exceto no quarto dedo. Checa-se o
espaço entre falange e metacarpal, sendo 1 cm o ideal.
Ligamento colateral radial deve ser reparado sempre no indicador e médio com 5-10° de
desvio radial, e no 4° e 5° apenas se dedo apresentar desvio ulnar.
Artroplastias, no geral, têm bons resultados. Artroplastia de ressecção restaura entre 40-50°
de flexão da MF, sendo que as com prótese têm maior ADM.
Tratamento é direcionado para corrigir a flexão da IFD, a extensão da IFP ou ambas. Pode se
inciar com órtese ou partir para cirurgia, como artrodese da IFD, dermadese da IFP, tenodese
flexora da IFP ou recontrução do ligamento retinacular oblíquo.
ARTRODESE DA IFD
Indicada especialemente se a deformidade primária foi um dedo em
martelo. Incisão dorsal, secção transversa do mecanismo extensor,
cruentização e fixação com parafusos ou fios K, com articulação em neutro.
DERMADESE
Raramente utilizada. Ressecção de uma elipse de pele volar da IFP (4-5mm de largura). Útil em
casos leves, e deve ser associada a outro procedimento (artrodese da IFD). Não indicada
quando a hiperextensão da IFP é primária
Num paciente reumatóide, cujo mecanismo extensor já está distendido, o resultado desta
cirurgia é apenas o bloqueio da hiperextensão da IFP.
Nestes pacientes não basta bloquear a hiperextensão da IFP, mas é necessário a liberação dos
intrínsecos, bem como a correção de qualquer deformidade na MF que leve ao desbalanço
muscular.
Liberação dos intrínsecos é feita por via dorso-ulnar, e após esta liberação pode-se perceber o
aumento da flexão da IFP com a MF extendida ou desviada radialmente. A liberação pode ser
combinada com procedimentos na IFD ou IFP. Se doença na MF, realizar artroplastia com
prótese de Swanson.
MANIPULAÇÃO DA IFP
Sob anestesia, consegue restaurar de 80-90° de flexão. Articulação pode ser imobilizada em
flexão com tala ou fio K.
LIBERAÇÃO DA PELE
Durante manipulação de contraturas
de longa data, pode-se observar
isquemia da pele dorsal à IFP. Pode ser
realizada incisões oblíquas, distais a
IFP, deixadas para cicatrizar por
segunda intenção em 2-3 semanas.
MOBILIZAÇÃO DE BANDA LATERAL
No swan-neck, bandas laterais estão deslocadas dorsalmente. Incisões paralelas a bandeleta
central permitem que bandas laterais voltem a sua posição anatômica. A cicatrização da
incisão de pele levava a perda dos ganhos cirúrgicos.
Autor recomenda incisão curva, sutura dos 2/3 proximais com dedo em flexão e deixar o 1/3
distal cicatrizar por segunda intenção.
Após o termino do procedimento na IFP, solta-se o garrote e solicita-se ao paciente que mova
o dedo. Se ADM ativa for menor que a passiva, flexores são explorados. S epaciente com
bloqueio regional, flexores são expostos na palma e tração é aplicada neles.
Tipo 4 (rigidez com acometimento radiográfico)
Necessitam de procedimento de salvação, seja artrodese ou artroplastia. Autor prefere
artrodesar IFP do indicador por necessitar de estabilidade lateral na pinça. Prótese na MF
não exclui possibilidade de prótese na IFP.
Artroplastia tem bons resultados, contanto que hiperextensão seja estabilizada, com tenodese
do superficial, por exemplo. Se ausencia de suporte ligamentar lateral ou rotura de flexor,
melhor realizar a artrodese.
ARTRODESE DA IFP
Incisão transtendão, decorticação da superfícies e fixação das IFP com flexão dependendo do
dedo acometido.
ARTROPLASTIA DA IFP
Melhor canidato para artroplastia da IFP é aquele com artrose sintomática na IFP, em um dos
3 dedos ulnares, com extensão total e flexão limitada (20-40°).
Não é bem indicada para pacientes sem dor e geralemente não aguenta o stress da pinça no
indicador, não sendo, portanto, indicada para o 2° dedo.
Via de acesso pode ser dorsal ou volar, sendo a volar a preferida nos casos de artrose primária
da IFP.
Na via volar, é feita uma incisão de bruner e rebatido uma flap do túnel osteofibroso, de 2-3
com, que inclui a polia A3 e partes da A2 e A4. Isso expõe a placa volar, que é liberada de sua
origem proximal, mas mantida inserida na falange média.
Articulação é exposta em shotgun, com hiperextensão. Placa volar é reparada com túnel
ósseo.
Deformidade em Botoeira
Hiperextensão da IFD, Flexão da IFP e Hiperextensão da MF. Ao contrário do swan-neck, que
pode se originar da IFP ou IFD, a botoeira sempre começa com a flexão da IFP, senod as outras
alterações secundárias.
Proliferação sinovial distende o mecanismo extensor, bandeleta central não consegue manter
extensão e bandeletas laterais se deslocam volarmente, se tornando fixas nesta posição.
Ligamento retinacular oblíquo encurta, levando a hiperextensão da IFD e limitação de sua
flexão. Conforme aumenta a deformidade em flexão da IFP, paciente compensa com
hiperextensão da MF.
Estágio 1 – Leve
Pequeno déficit de extensão (10-15°) da IFP, podendo a IFD estar ou não levemente
hiperextendida. MF geralmente não está afetada.
Pode ser realizada redução da IFP pasivamente, mas IFD não irá se fletir normalmente. Nesta
fase, os déficits funcionais são mais decorrentes da falta de flexão da IFD.
TENOTOMIA DO EXTENSOR
Incisão dorsal sobre a falange média, mecanismo extensor é dividido obliquamente, para
permitir a flexão da IFD. Deformidade em matelo não se desenvolve, pois ligamento
retinacular oblíquo mantem a extensão da IFD.
Estágio 2 – moderado
Flexão da IFP entre 30-40°, geralmente compensada
pro hiperextensão da MF. Para fazer a reconstrução
do mecanismo extensor, deve-se ter uma articulação
em bom estado e flexível, além de boa pele dorsal e
flexores intactos.
Estágio 3 – grave
IFP não pode ser passivamente extendida. Procedimento de escolha na mão reumatóide é a
artodese.
ARTRODESE
Incisão dorsal, liberação dos colaterais em sua origem (falange proximal), decorticação e
fixação em flexão progressiva, do indicador ao quinto, entre 25 e 45°.
ARTROPLASTIA DA IFP
Melhor indicada para o 4° e 5° dedo, com MFs móveis. Autor não recomenda artroplastia para
deformidades graves.
Deformidades do Polegar
Classificação de Nalebuff original possuia 4 tipos. Foram adicionados o 5° e 6° tipo.
Tipo II: raro. Combinação tipo I + III. Flexão MF, hiperextensão IF, luxação CMC.
1° metacarpo fica abduzido (radialmente) para tentar compensar a flexão da MF. Quando
tentativa de pinça com polegar, deformidade se acentua. Botoeira pode ser chamada de
extrínseco-minus e pode ser causada pela ruptura do ELP.
Geralmente a patologia primária é na MF, mas raramente pode ocorrer primariamente na IF.
Nestes casos ocorre a atenuação da placa volar da IF ou a ruptura do FLP dentro do túnel do
carpo. Nestes pacientes a
hiperexensão na IF será muito
maior que a flexão na MF, além a
a abdução do 1° metacarpal não
ser tão significante (devido a
menor flexão da MF).
No estágio inicial, existe a flexão da MF e a hiperextensão da IF, mas ambas são flexíveis.
Tratamento envolve sinovectomia e reconstrução do mecanismo extensor. Reroteamento do
ELP, descrito por Nalebuff, passa o tendão através da cápsula dorsal da MF, para prover força
de extensão nela.
Indicação começa pela IF. Se estiver destruída, está indicada artrodese. A MF terá seu
tratamento baseado no da IF. Caso IF artrodesada, tentar preservar o movimento da MF, com
sinovectomia e reroteamento do ELP ou artroplastia. No entanto, se destruídas, pode ser
realizada artrodese tanto da MF quanto da IF. Caso MF esteja moderadamente rígida, com sua
articulação preservada, realizar liberação dos intrínsecos com reconstrução do mecanismo
extensor.
Tipo 2
Raro, combinação das deformidades do tipo 1 e do 3. Flexão da MF, hiperextensão da IF e
luxação da CMC. Tratamento similar aos tipos 1 ou 3.
Tipo 3 – Swan-neck
Segundo tipo mais comum, MF hiperextendida, IF fletida e metacarpo aduzido. Esta
deformidade ocorre quando a doença atinge a CMC. Sinovite e erosões levam a subluxação
dorso-radial da CMC, conforme o polegar é usado para preensão.
TRATAMENTO
Assim como na botoeira, doença se apresenta me 3 estágios, que guiam o tratamento
Estágio inicial: CMC dolorosa, com graus variados de destruição radiográfica e mínima
subluxação. Não há envolvimento da MF. Tratamento cirúrgico indicado apenas se dor após
tratamento conservador com medicações, infiltrações e talas. Tratamento envolve a
artroplastia de ressecção com reconstrução ligamentar e interposição tendínea.
Estágio intermediário: Diversos graus de acometimento da CMC, mas com leve hiperextensão
redutível da MF. Se nã houver muita dor, geralmente mão é funcional. Tratamento
recomendado é artoplastia de ressecção com reconstrução ligamentar na CMC associada com
sesamoidese ou tenodese volar da MF. Se MF estiver destruida ou houver grande
hiperextensão com limitação da flexão, artrodese da MF está indicada.
Tipo IV - Gamekeeper
Caracterizada por uma abdução radial da MF associada
a adução do 1° MTC. Ocorre quando a sinovite da MF
distende o ligamento colateral ulnar, leavndo a
instabilidade lateral da MF.
Tipo 5
Ocorre quando há a distensão da placa volar da
MF, levando a uma hiperextensão da MF com
flexão secundária da IF.
Procedimentos cirúrgicos
Interfalangeana
SINOVECTOMIA
Incisão dorsal, remoção da sinóvia, tala em extensão por 2 semanas para evitar déficit de
extensão
LIBERAÇÃO DA IF
Procedimento para hiperextensão fixa, realizada em associação com a artroplastia ou
artrodese da MF, para um polegar tipo I (botoeira) moderado.
ARTRODESE DA IF
Via dorsal, decorticação, fixação com fios K
Metacarpofalangeana
SINOVECTOMIA
Incisão dorsal, abertura da cápsula entre ELP e ECP. Sinovectomia é realizada e articulação é
imobilizada em extensão. Na MF, estabilidade é mais importante do que movimento, então se
deve esperar a cicatrização adequada das partes moles.
ELP é seccionado no 1/3 proximal da falange proximal, e liberado proximalmente. ECP que já
está atenuado é liberado do mecanismo extensor. Incisão transversa é feita na cápsula,coto
proximal tendão do ELP é passado por ela e suturado nele mesmo.
Artrodese na artrite
mutilante
Perda do estoque ósseo dificulda
procedimento.
Artroplastia da
trapéziometacárpica
Ressecção do trapézio e suspensoplasta
usando abdutor longo do polegar.
Tenossinovites Proliferativas
ARTRITE REUMATÓIDE
Entre 64-95% dos pacientes com artrite reumatóide irão desenvolver tenossinovite
proliferativa nas mãos. Processo começa com a membrana sinovial das bainhas tendíneas, ou
pode invadir tendão de alguma articulação adjacente.
Edema indolor por todo o trajeto da bainha, sendo mais visível perto do retináculo. Como a
pele dorsal é fina e expansível, doença é proeminente dorsalmente, se extendendo do
retináculo extensor até a base dos metacarpais.
Pode ser diferenciada de tumores e lipomas porque se move junto com os extensores, e a
tendência da massa se amontoar na borda do retináculo com a extensão ativa dos dedos (sinal
da dobra).
A tenossinovite da artrite reumatóide é mais comum na borda ulnar do punho, sobre a ARUD,
envolvendo mais frequentemente o quarto, quinto e sexto compartimento extensor.
Na face volar, sinal mais precoce de envolvimento dos flexores são as parestesias no território
do mediano. Com o tempo, nódulos palmares nos tendões flexores, crepitação e
engatilhamento se desenvolvem em mais de 1/3 dos pacientes com AR.
Raramente dedo pode engatilhar no quiasma de camper, sinal cardinal desta síndrome (Sinal
de Helal) é a incapacidade de fletir a IFD com a IFP sendo passivamente fletida pelo
examinador.
Tendinopatia cristalina
GOTA
Precipitação de material cristalino dentro de espaço fechado (articulação ou bainha sinovial)
leva a internsa reação inflamatória, com dor, eritema e edema. Gota é uma doença do
metabolismo da urato, levando a hiperurecemia e hiperuricosuria.
Hiperurecemia é comum em 5-7% dos homens adultos, assim diagnóstico de gota deve ser
feito por aspiração e análise microscópica.
Na excisão dos tofos, tomar cuidado para não desvascularizar pele. Geralmente excisão é
subtotal.
TENDINITE CALCIFICANTE
Liberação de sais de cálcio dentro de articulação ou bainha sinovial leva a sinovite aguda e
intensa. Causa desconhecida, sem exames laboratoriais relacionados.
Trauma ou movimentos repetitivos NÃO estão associados. Mais comum em homens (5:1)
entre 50-60 anos, sendo o flexor ulnar do carpo o tendão mais afetado. No exame histológico
encontram-se cristais de Hidroxiapatita.
Paciente se apresenta com quadro de
tenossinovite infecciosa, mas sem sinais
sistêmicos, história de trauma penetrante, ou
infecção prévia. Eritema concentrado num
ponto só. Procurar depósitos de cálcio nas rx.
PSEUDOGOTA
Rara, causada por cristais de dihidrato de
pirofosfato. Rx mostra calcificações no túnel do
carpo e dentro do CFCT.
DEPOSIÇÃO AMILÓIDE
Amiloidose é a doneça causada pela deposição
da proteína sérica B2-microglobulina. Isto é
causado mais comumente em pacientes
dialíticos, e mais raramente numa deficiência
enzimática primária (Síndrome de Meretoja).
OCRONOSE
Deficiência da proteína acido-homogentisico-
oxidase. Este ácido se acumula e é sercetado na
urina (alcaptonúria, urina escura), ou nas
articulações (ocronose, deposição escura).
SARCOIDOSE
Doença sistêmica, granulomatosa, que afeta pulmão, baço, linfonodos e que pode se
apresentar inicialmente em ossos e articulações em 25% dos casos. Radiografias mostram
cisto bem definido granulomatoso nas falanges. Causa desconhecida, alguns casos regridem,
outros evoluem para fibrose crônica.
Estenose tendínea
Tenossinovite estenosante se refere a impacto do tendão em sua bainha.
ACHADOS HISTOLÓGICOS
Peritendinite estenosante: poucos achados inflamatórios na sinóvia com espessamento
fibrótico da bainha.
FATORES CAUSAIS
Coexistência de STC, DeQuervain, Gatilho, epicondilite e Bursite Subacromial.
Uso da mão em atividades pesadas ainda não foi ligado à estas patologias.
Dedo em gatilho
Engatilhamento ou dedo preso em flexão (ou mais raramente em extensão).
ACHADOS PATOLÓGICOS
Impacto de tndão flexor em polia estenosada, principalmente a A1, levam a hipertrofia desta,
com proliferação de condrócitos e aumento do colágeno tipo 3.
EPIDEMIOLOGIA
Mais comum em mulheres (2-6:1), de meia idade, sendo que o acometimento de múltiplo
dedos não é raro. Quando múltiplos dedos são envolvidos, os mais afeados, na ordem, são
polegar, 4°, 3°, 5° e 2°. Mais comem em diabéticos (10%), podendo ser associada a gota, IRC,
AR.
Ocasionalmente, aumento do flexor profundo pode levar a engatilhamento na polia A3. Até
25% dos gatilhos em AR ocorre no quiasma de Camper.
CLASSIFICAÇÃO
Classificação de Green:
TRATAMENTO
Conservador
Maioria pode ser tratada com injeção de corticóide. Melhores resultados em pacientes não-
diabéticos, dedo único e curta duração dos sintomas. Autor não recomenda injeção de
corticoide intratendínea. Esperar 6 semanas antes de operar, corticóide afeta cicatrização. 1-2
ml de xilocaína sem vaso misturada com corticóide (autor prefere betametasona).
Tratamento cirúrgico
ANATOMIA
FFSS e FFPP passam por túnel osteofibroso, formado pela superfície volar dos metacarpos e
falanges e polias, sendo as mais importantes a A2 e A4. Secção isolada da polia A1 não causa
perda de função. Formada por 4 polias anulares e 3 cruciformes.
Polia do polegar é formada por 2 polias anulares e
1 oblíqua.
ANATOMIA TOPOGRÁFICA
Borda proximal da polia A1 coincide com a prega
palmar distal no 4° e 5° raio. No indicador coincide
com a prega palmar proximal, e entre as duas no
dedo médio.
COMPLICAÇÕES
Lesão de nervo digital (5.7%) quando liberação percutanea. Não realizar no polegar.
Forma mais comum de bloqueio de dedo de criança em flexão (ou extensão) é p gatilho
congênito, que, ao contrário do adulto, tem o espessamento e a proliferação sinovial no
tendão, ao invés da polia.
Gatilho em Crianças
Raro, abertura da polia A1 geralmente
não é suficiente. Excisão de bandeleta
do flexor superficial no quiasma pode
ser necessário.
Doença de DeQuervain
Primeiro compartimento extensor, ALP e ECP, repousa sobre o estilóide radial, passando por
túnel osteofibroso de cerca de 2 cm.
Doença de Dequervain é causada por atividades que causam abdução do polegar e desvio
ulnar do punho repetidas. Mais prevalente em mulheres.
Quadro de dor na borda radial do punho, com piora aos movimentos do polegar. Pico de
incidência na 5° e 6° década, sendo 6 vezes mais coum em mulheres. Também há pico de
incidência em puérperas e lactantes.
TRATAMENTO
Conservador
Imobilização com leve extensão do punho e polegar abduzido.
Imobilização isolada tem 70% de chances de falha.
Técnica de infiltração:
Quanto menos sulúvel o corticóide, mais complicações locais, como despigmentação da pele,
atrofia e necrose da gordura. Autor prefere 2-4 mg de Dexmetasona ou 6 mg de
Betametasona, misturadas com 1mL de lidocaína sem vaso.
Paciente extende e abduz o polegar, examinador segura primeiro compartimento com uma
mão, 1 cm proximal ao estilóide radial, agulha é inserida até o tendão e recuada, quando se
sente a infiltração da bainha do ALP. Tenta-se ir dorsal e ulnar à bainha do ALP, para se pegar
um possível túnel separado do ECP.
Menos de 20% dos pacientes possui anatomia normal (1 ALP e 1 ECP). Grande taxa de
variação anatômica no primeiro compartimento. Falha em reconhecer estas variações pode
levar ao fracasso nas liberações.
ECP é sempre mais fino e corre dorsal ao ALP, podendo ser audente em 5-7% das pessoas. ALP
possui 3 ou mais bandas tendíneas, se inserindo na base do 1° metcarpo, trapézio, ligamento
carpal transverso, oponente do polegar e abdutor curto do polegar.
Alívio incompleto da dor não é raro, podendo ser causado por rizartrose, liberação incompleta
ou cicatrizes dolorosas. Se subluxação volar, reconstruir polia com tira do 2° compartimento
dorsal.
Síndrome da Intersecção
Dor e edema nos ventres musculares do ALP e do ECP,
4 cm proximal ao punho. Eritema, crepitação e edema
podem ser associados.
Casos descritos de tenssinovite do EPI, associados com presença do ventre muscular dentro
do túnel osteofibroso.
Processo pode ocorrer após fratura do rádio distal ou quando há perda de flexão do punho,
aumentando demanda sobre os extensores.
Se apresentam com dor e edema sobre 4° compartimento extensor. Com o punho fletido, ao
se tentar extender as MF dor é elicitada.
Tratamento com repouso, AINE, gelo e infiltração. Se não houver melhora, suspeitar de
tendões duplicados ou ventres musculares anômalos.
Dor é mal-localizada, podendo ser referida como intra-articular. Extensão e desvio ulnar
contra resistência é a manobra provocativa. Crepitação pode ser palpada no trajeto do EUC.
Tratamento Cirúrgico
Tratamento cirúrgico da tendinite do EUC sem instabilidade consiste na liberação do 6
compartimento, através de incisão curvilinear sobre a ARUD. Há controvérsias sobre a possível
instabilidade ao se realizar a abertura do compartimento, mas autor não relata instabilidade
no pós-op em casos de abertura sem reconstrução do retináculo.
Tanto FRC quanto o FUC não passam pelo túnel do carpo, correndo dentor de bainhas
tenossinoviais próprias.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Gelo, imobilização, AINEs ou infiltração. Casos degenerativos (do trapézio) podem levar a
desgaste do tendão, e ruptura. Quando rotura do FRC acontece, sintomas cessam. Nestes
casos o reparo não está indicado. Algum movimento ocorre apóss 6-12 meses, devido a
formação de pseudotendão.
Tratamento cirúrgico é indicado para pacientes ativos em que tratamento conservador não foi
eficaz.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Incisão em taco de hockey, centrada no tubérculo do escafóide, de 3-4 cm de extensão.
Bainha é aberta até distal à crista do trapézio. Retirada de osteófitos do trapézio é feita, bem
como o desbridamento das partes esgarçadas do FRC. Bainha não é fechada.
Em casos crônicos, com o tendão degenerado, excisão do FRC é realizada, sem déficits
funcionais ou de movimento descritos.
Capítulo 57 – Mão Queimada
Mãos são queimadas em 80% dos casos de grandes queimados. Apesar de corresponderem a
3% da superfície corporal, são consideradas como queimaduras graves.
EPIDEMIOLOGIA
1% da população mundial sofre queimaduras anualmente, sendo que 1/4 destes pacienets
necessita de tratamento médico. Lesão térmica é o acidente mais reportado. 1/3 dos
acidentes ocorre no trabalho.
Membros superiores são a região mais quemada, correspondendo a 89% das queimaduras
(reflexo de proteção e exposição dos MMSS).
Dorso da mão é mais queimado em lesões por chamas ou explosões. Palma é envolvida em
lesões químicas, por fricção ou elétricas.
Lesões térmicas podem ser causadas por contato direto com líquido ou objeto quente. Porém,
mais comumente ocorre lesão indireta, como as causadas por gases.
ANATOMIA
Pele dorsal é fina e flexível. Fornece pouca proteção mecânica, porém máxima excursão e
mobilidade. Contém veias, folículos pilosos, glândulas sebáceas, mas não contém glândulas
sudoríparas. É especialmente fina sobre a IFP, e a atenuação ou rotura da bandeleta central
com a exposição da IFP é a complicação mais comum das queimaduras profundas dorsais.
Pele palmar possi subcutâneo espesso, com septos fibrosos que conectam a pele à fascia.
Camadas epidermais mais grossas são encontradas nas regiões de maior pressão. Nos dedos,
ligamentos de Clealand (dorsal ao feixe neurovascular) e Grayson (volar ao feixe), fornecem
estabilidade.
PATOFISIOLOGIA
Calor leva a coagulação de vasos, denaturação de proteínas e aumento da permeabilidade
capilar. Este fenômeno leva a formação de uma área de necrose, área de estase e área de
circulação diminuida. Se tratamento incial inadequado, área de estase pode se tornar área de
necrose.
Este edema pode causar outros problemas, relacionados com o aumento da pressão
intercelular e diminuição da circulação, como síndrome comprtimental.
O edema intracelular é causado por uma quebra da bomba de sódio, permitindo entrada de
água nas células. Na mão, edema que não se resolve me 72 h pode levar a fibrose e rigidez.
Bolhas são encontradas em queimaduras de segundo grau, sendo menos frequentes nas de 3°
grau.
Classificação
Causa da queimadura é o fator preditivo mais importante para o prognóstico de cura. Lesões
escaldantes, especialemente em jovens, apresentam maior potencial para cura espontânea.
Em idosos, cuja pele é mais fina, tratamento deve ser mais agressivo.
Queimaduras por chamas são as mais agressivas (excetuando-se as elétricas), geralmente
necessitando de tratamento cirúrgico. Classificação é baseada na profundidade do dano
térmico.
Queimadura de primeiro grau: Superficial, eritema na epiderme, sem bolhas, e com dor
moderada. Semelhante a queimadura de sol. Ocorre dano celular, porém sem morte celular.
Tratamento sintomático, para alívio da dor. Se curam em 2-3 dias, sem cicatrizes, com bom
retorno da função.
Queimadura de segundo grau de espessura parcial (ou segundo grau superficial): Destrói a
epiderme e parte da camada epidermal regeneratuva basal da derme. Considerada as mais
dolorosas, porque terminações nervosas não estão lesadas. Possuem a capacidade de
regeneração através das glandulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos restantes na
epiderme. No entanto, essa regeneração pode ser demorada e qualidade da pele formada é
inversamente proporcional a profundidade da lesão.
Controle do edema
Imergir a mão em água gelada, da torneira, dentro dos primeiros 30 minutos. Gelo pode
piorar a lesão. Isso irá reduzir edema, diminuir área de estase e tamanho da lesão. Além disso,
controla dor. Mão deve ser elevada acima do nível do coração (para reduzir edema).
Escarotomia
Princípio mais importante do manejo inicial é a
manutenção da perfusão, que é obtida através da
ressucitação de fluidos, através da administração de
volume e remoção de obstruções ao fluxo nas
extremidades.
Se cicatrizes circunferenciais nos dedos, escarotomias devem ser feitas aí também. Incisão
ulnar pode ser extendida pela borda ulnar da região hipotenar, até a linha medioaxial da borda
ulnar do 5° dedo. Incisão radial pode ser extendida pela eminência tenar até a linha medioaxial
radial do polegar.
Indicador, médio e anelar são liberados em sua borda ulnar. Se fluxo sanguíneo não for
liberado, liberação do lado contralateral deve ser feita, realizando a escarotomia bilateral.
Fasciotomia dos interósseos dorsais deve ser feita se houver edema ou diminuição da flexão
dos dedos, através de escarotomias dorsais sobre os metacarpais.
Sinal precoce de necrose dos intrínsecos é a hiperextensão das MFs com flexão das IFs.
Tala
Edema leva a posição de intrinseco-minus: Flexão do punho, hiperextensão da MF, flexão das
IFs, polegar aduzido com IF extendida. Sem tratamento, edema progride rapidamente para
fibrose, resultando em deformidades que necessitam de correção cirúrgica.
Feridas devem ser limpadas diariamente, com aplicação de creme antimicrobiano. Na fase de
edema, a resposta imune da pele fica comprometida, podendo ser sujeita a infecções por
Streptococcus ou Erisipela.
Sulfadiazina de prata deve ser usada. Antibióticos
endovenosos só são usados quando existe
grandes áreas de queimadura.
Excisão e enxertia
Queimaduras de segundo grau profundas e de terceiro
grau são melhores tratadas por desbridamento precoce
e enxertia. Nos primeiros 5 dias, considera-se que a
ferida está livre de infecção, podendo ser tratada
definitivamente.
Em lesões profundas, a excisão de pele pode não ser suficiente, podendo ser indicado flap.
Enxertia de pele raramente é necessária na pele volar, devido ao grande número de
apêndices na pele glabrosa, que aumenta a capacidade de regeneração. Se ferimentos
profundos, usar retalho.
Complicações
INFECÇÃO SECUNDÁRIA
Mais comum na IFP e no leito ungueal. Tratamento é dado por pomadas antissépticas e
curativo diário. ATB EV é usado apenas em grandes queimados, ou quando surgem sinais de
celulite ou linfangite ascendente.
PERDA DO ENXERTO
Causada por desbridamento insuficiente, sangramento por baixo do Classificação de Achauer
enxerto, curativo compressivo assimétrico ou infecção do leito receptor.
Se ocorrer perda do enxerto, realizar novo desbridamento, hemostasia e A: Deformidade em Garra
nova enxertia.
1: Completa
Se infecção no leito ou sangramento intenso pela inflamação, aguardar
2: Incompleta
algusn dias para nova enxertia.
B: Contratura palmar
C: Deformidade da comissura
HIPERGRANULAÇÃO PRECOCE
1: Contratura de
Ocorre nas bordas dos enxertos, áreas de hipergranulação não devem ser comissura
removidas. Devem ser tratadas com cremes contendo corticóide.
Tratamento precoce com luvas e camadas de silicone é necessário nestes 2: Contratura em Adução
pacientes. 3: Sindactilia
E: Deformidade em amputação
Deformidades pós-queimadura F: Deformidade do Leito ungueal
G: Cotovelo
Causa mais comum de contratura na mão, ocorre mesmo após 1: Contratura em flexão
tratamento inicial adequado. Classificação de Achauer é utilizada.
2: Queimadura profunda
com perda de tecido
Prevenção 3: Ossificação
heterotópica
Melhor tratamento para contraturas é a prevenção, com uso de talas e
mobilização precoce. H: Axila
Tratamento
Contratura pode ocorrer devido a queimadura ou devido ao enxerto. Enxertos de pele total
têm menos tendência a contratura, porém são mais difíceis de integrar.
Deformidades em garra
Hiperextensão das MFs com flexão das IFs.
Artrotomia com cobertura por retalho ou enxerto de
espessura total.
Deformidade em Botoeira
Lesão da bandeleta central, na queimadura ou durante recuperação. Migração volar das
bandeletas laterais, que se tornam flexoras da IFP e hiperextendem a IFD.
Tratamento difícil, com resultados variados para as tenoplastias. Melhores resultados com a
artrodese da IFP.
Contraturas no dorso da mão
Lesão dorsal geralmente afeta apenas pele, poupando tendões e articulações. A contratura
dorsal é o problema mais comum em mãos queimadas. Pode ocorrer após a enxertia e
limitam flexão dos dedos, podendo levar a hiperexrensão da MF.
Tratamento envolve a completa excisão de todos os tecidos afetados, e cobertura com enxerto
ou retalho fascial.
Amputações
Polegar corresponde a 40% da função da mão, e esforços devem ser concentrados nele.
Contratura do cotovelo
Maioria são extrarticulares e em flexão. Liberação da contratura e cobertura, com enxerto de
pele ou retalho.
OSSIFICAÇÃO HETEROTÓPICA
Contraturas axilares
Divididas em 3 tipos
Tipo II: Envolve as duas pregas axilares, com domo axilar intacto
Ferramentas de reconstrução
Retalho randômico da parede abdominal
Mão inserida dentro da parede abdominal
Retalho inguinal
Também conhecido como McGregor, possui como pedículo vascular a
circunflexa ilíaca superficial e a epigástrica superficial.
Retalhos do antebraço
Baseados na artéria radial ou ulnar, faasciocutâneos ou fasciais puros. Realizar teste de Allen
antes de partir para um retalho destes.
Queimadura elétrica
Epidemiologia
Lesões raras, 2/3 são de baixa voltagem. Ocorre em homens jovens, trabalhadores da
construção civil, com taxas de amputação entre 40-70% e de morte entre 8-14%.
Corrente alternada é mais perigosa que contínua. 20 mA leva a contração tetânica, que
impede que a vítima solte fio. 100mA causa fibrilação ventricular e inconsciência.
Tratamento
SUPORTE CLÍNICO
Manter diurese em 2ml/kg/h, monitorização cardíaca, antitetânica e ATB.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Escarotomias e fasciotomias, realizadas entre 6-8 horas da lesão. Desbridamento de partes
necróticas. Cobertura com enxerto de pele ou retalhos.
Queimadura Química
Destruição tecidual continua enquanto o agente permanecer em contato com a pele. Estes
agentes podem ser ácidos ou álcales.
Afastar contato com o agente e lavar com água, por 1 a 2 horas, em abundância é a primeira
medida. Após neutralização do agente, desbridamento e cobertura. Há risco de síndrome
compartimental
ÁCIDO HIDROFLUÓRICO
Tratado com sulfato de magnésio ou injeção subdérmica ao redor das lesões de gluconato de
cálcio a 10%
FÓSFORO BRANCO
Remoção de partículas e lavagem
Frostbite
Exposição a temperaturas menores que 2°C por mais de 1 hora, sem proteção. Classificado
em 4 graus:
2° grau: Pele de espessura total. Ocorre a formação de bolhas, sem necrose profunda.
Locais mais afetados são dedos dos pés, das mãos, nariz e orelhas.
Difícil determinar tecido viável. Aguardar delimitação. Iniciar analgesia, profilaxia para tétano e
antibióticos, se infecção.
Reabilitação
Mobilização precoce e uso de órteses para evitar contraturas.
Uso de malhas compressivas, entre 15-40mmHg, evita formação de cicatriz hipertrófica. Seu
uso deve ser feito 23h/dia, por 6 meses ou mais após queimadura.
Capítulo 58 – Tumores de pele da
mão e do membro superior
Pele é formada pela epiderme, derme e subcutâneo.
A epiderme possui alguns apêndices, como glândulas écrinas, glândulas apócrinas, glândulas
sebáceas, folículos pilosos e unhas.
A derme papilar se encontra em contato com a epiderme, tendo indentições nela, que ajudam
a resistir a forças de cisalhamento entre a derme e epiderme.
A derme reticular é mais profunda, formada por feixes de tecido conectivo, e se extende até o
sucutâneo. Ela contem fibroblastos, nervos, vasos, leucócito, entre outros.
- Camada basal (ou estrato basal): Camada única de células. Entre estas células se encontram
os melanócitos. Nesta camada também são encontradas as células de Merkel.
- Camada espinhosa (ou malpigeana): células conectadas umas nas outras através de pontes
intercelulares.
- Camada lúcida: Presente apenas na palma, formada por camadas de queratinócitos mortos,
dá uma aparência translúcida à pele. Fica entre a camada granulosa e córnea.
Na epiderme, existe uma maturação progressiva
das células, das camadas mais profundas para as
mais superficiais. Nas neoplasias epidermais,
esta ordem de maturação está perdida. Um
câncer é considerado invasivo se rompe a
membrana basal ou derme. Assim, um
carcinoma in situ é aquele que apresenta
células desorganizadas mas que não invade
membrana basal.
Tumores da epiderme geralmente têm formato de placas, não formando nódulos ou pápulas
(característica principal das lesões intradermais). Tumores na junção entre derme e epiderme
também não são elevados.
Vasos linfáticos profundos drenam em sua maioria para a cadeia axilar lateral.
Queratose Seborreica
Mais comum em pacientes de meia idade e idosos. Mais frequente nas regiões proximais do
braço e tórax, são lesões benignas, associadas com exposição solar, que devem ser
diferenciadas do melanoma, e podem ser tratadas com shaving.
Lesões epidérmicas pigmentadas
Máculas pigmentadas
Lentigos são máculas pgmentadas benignas, com atividade melanocítica aumentada. Ao
contrário das sardas, não desaparecem com exposição solar.
Lentigo solar (ou senil) é associado com exposição solar, sendo comum no antebraço e dorso
da mão. Biópsia é necessária para se descartar melanoma. Se descartado, tratamento não é
preciso, além da estética.
Melanócitos
Nevo melanocítico é uma proliferação benigna de melanócitos, sendo o tumor mais comum
dos humanos. Maioria dos nevos em crianças são juncionais e planos. Nos adultos, maioria
são intradérmicos e elevados.
Nevos
Maioria não necessita de tratamento, a menos que transformação maligna seja suspeitada
pelo ABCD (Assimetria, Bordas, Cor e diâmetro maior que 6mm).
Nevos gigantes congênitos tem taxas de malignização entre 0-9%, principalmente na infância e
puberdade.
Nevo azul
Mais comum no dorso da mão, solitário, que surge durante adolescência ou início da vida
adulta. Malignização é rara
Lesões Dermais
Deramatofibroma (Histiocitoma)
Tumor fibroso que invade a derme, mais frequentemente
envolvendo extremidades. Massa solitária, de crescimento lento,
com umbilicação central. Tratado por excisão simples.
Fibroqueratoma acral
Projeção hiperqueratótica em formato de corno. Tratada por
excisão.
Cisto de inclusão epidermal
Surgem da oclusão de um folículo pilosebáceo ou pela inoculação traumática de células
epidermais na derme. Tratados por excisão.
Neurofibroma
Isolado ou como parte de neurofibromatose
Granuloma piogênico
Proliferação de capilares em local de trauma prévio, mais frequente
nas exremidades. Infecção secundária pode ocorrer, mas não é uma
doença infecciosa. Apresenta superfície friável e sangrante.
Geralmente não ocorre resolução espontânea.
Lesões pré-malignas ou associadas a câncer de pele
Cornos cutâneos
Surgem comumente de queratoses actínicas, não são lesões pré-malignas mas estão
associadas com CEC em 10% dos casos. Biópsia com 1-2mm de margem é necessária
Poroqueratose
Arco queratótico elevado, com 13% de taxa de malignização para CEC. Necessitam de
tratamento, por serem pré malignos.
Queratoacantoma
Tumo benigno, autolimitado, similar ao CEC. Pápula eritematosa firme, de crescimento rápido
(semanas), com cratera central com tampão de queratina. Diagnóstico diferencial com CEC.
Queratose actínica
Lesão pré-maligna mais comum, lesão descamativa com borda eritematosa. Ocorre em
pessoas com suceptibilidade genética, como homens idosos de ascendência celta, em regiões
de exposição solar. Em certa de 10% dos casos ocorre malignização para CEC.
Queratose arsênica
Relacionada com a exposição a arsênio, presente em agrotóxicos.
Doença de Bowen
CEC intraepidermal (ou carcinoma in situ). Pode se tornar infiltrativo em menos de 10% da
população, mas quando infiltra costuma ser mais agressivo, dando metástases em 1/3 dos
casos. Exposição crônica ao sol é uma das etiologias.
Placas hiperqueratóticas, irregulares, eritematosas, que devem ter seu diferencial feito com
psoríase. Tratamento se dá por excisão com margens ou cirurgia de Mohs.
Síndromes associadas a cânceres de pele
Síndrome de Gorlin
Síndrome do nevus basal, ou síndrome de Gorlin, apresenta múltiplos
nevos amarronzados, papulares, que surgem após puberdade. Lesões
invasivas podem se tornar CBC.
Xeroderma pigmentoso
Doença genética, autossômica recessiva, em que a pele e olhas são
intolerantes a luz UV. Com a exposição solar, ocorrem queimaduras.
Pacientes desenvolvem múltiplso tumores malignso no primeira
década de vida.
Carcinoma basocelular
Tumor de pele mais comum, raro nas mãos. Nesta localidade, o CEC é muito mais comum.
Um tumor localmente agressivo, com altas taxas de recorrência, mas raramente metastático.
Surge da camada basal e dos anexos pilosebáceos. Célula característica tem grande núcleo
basofílico, com pouco citoplasma.
Pode ser incialmente classificado como difuso ou circunscrito. Além disso, classificado de
acordo com a profundidade de invasão.
CBC NODULAR
Forma mais comum, pode se ulcerar, se
tornando um nodular ulcerativo. Pápula
elevada, em formato de domo, bordas
bem delimitadas, avermelhada, de aspecto perolado, com teleangectasias. Crescimento
crcunferencial.
CBC SUPERFICIAL
Chamado de multicêntrico, têm altas taxas de recorrência, posi se extende além das bordas
clinicamente visiveis.
Tratamento
Curetagem e eletrocoagulação em lesçoes menores de 1cm, e excisão cirúrgica em lesões
maiores. Para lesões com menos de 1cm de diâmetro, margem de 2mm é suficiente. Lesões
até 2 cm necessitam de margens entre 3-5mm, devendo se extender para a gordura
subcutânea. Lesões maiores que 2 cm ou com padrões agressivos (multicêntrico), necessitam
de 10mm de margem.
Carcinoma espinocelular
Possui lesões pré-malignas (queratose actínica) e carcinoma in situ (Doença de Bowen). São
mais agressivos e metastizam mais que os CBCs. Peles claras tem maior risco para CEC, bem
como trasnplantados (transplante cardíaco ou renal aumenta em 65% o risco).
Localização: CECs na paroníquea tem altas taxas de recorrencia porém baixas de metástase.
Tamanho: T1 é menor que 2 cm, T2 entre 2 e 4 cm e T3 mais de 4 cm. Tumores maiores que 2
cm têm 2 vezes mais taxas de recorrência e 3 de metástase do que aqueles menores que 2 cm
Assim, CEC de alto risco são aqueles que tem rápido crescimento, tamanho maior que 2 cm,
profundidade de 2mm, pouca diferenciação histológica e invasão perineural.
Lesões de baixo risco necessitam de margens de 4mm, enquanto as de alto risco necessitam
de pelo menos 6mm e profundidade incluindo subcutâneo ou fáscia.
2-5% dos CECs metastizam para axila, e se houver esta metástase sobrevida em 5 anos cai
para 40%. No entanto, retirada de linfonodo sentinela não é preconizada.
Melanoma
ABCDE
Assimetria, bordas irregulares, cor variada, diâmetro maior que 6mm e evolução ou mudança
da pinta. Podem ter o crescimento radial ou vertical, sendo que a invasão vertical determida o
prognóstico.
Melanoma subungueal é mais comum no polegar, e pode ser confundido com hematoma
subungueal. Deve ser realizada biópsia em qualquer lesão pigmentada da unha que persista
por mais de 2 meses.
Melanoma amelanótico não possui pigmentação, podendo ser rosa ou cinza, e diagnóstico
pode ser confundido com CBC.
Prognóstico e estadiamento
Fatores prognósticos: Breslow, ulceração macro/microscópica e rnvolvimento de linfonodo
sentinela.
Metástases para pele ou tecidos moles têm melhor prognóstico, enquanto as viscerais têm o
pior.
Investigação laboratorial não é necesária para melanoma com menos de 1mm de espessura,
sem sinais clínicos de metástases. Para melanomas maiores, necessário raio x de tórax,
hemograma, função hepática e TCs ou PET-CTs.
Tratamento excisional
Classificação de Breslow, baseada na espessura do tumor:
Estas margens, na mão, são as periféricas. A profundidade de excisão deve ser através da
gordura subcutânea, para lesões in situ, ou até o paratendão ou fáscia do antebraço, para os
outros.
Melanomas subungueais são tratados pela excisão de todo o leito ungueal e região
paroniqueal, enxertando pele diretamente sobre o periósteo. Se melanoma invasivo,
amputação proximal a articulação imediatamente proximal.
Linfonodo sentinela
Indicado para lesões maiores que 1mm de profundidade. A maioria das lesões (70%) tem
menos de 1mm, e excisao do linfonodo não está indicada
HIV
Maior risco de carcinoma de pele, especialmente aqueles associados com etiologia viral
(Sarcoma de Kaposi). 2 vezes mais chances de desenvolver CBC e 2.6 vezes mais chances de
desenvolver CEC. Melanoma também tem maior risco
Dermatofibrosarcoma protuberans
Fibrosarcoma localmente invasivo da derme, com margens não definidas. Necessita de excisão
ampla.
Tumores metastáticos
Raros na mão, porém sempre biopsiar lesões suspeitas.
Capítulo 59 – Tumores ósseos e de
partes moles
Diagnóstico
Tumores são divididos entre benignos e malignos, sendo os malignos divididos em baixo ou
alto grau. A taxa de crescimento celular em tumores benignos é bem mais baixa que nos
malignos.
Tumores malignos são caracterizados por rápido crescimento, atipia celular e pouca
diferenciação celular. O crescimento local é agressivo e infiltrativo, existe pseudocápsula
através do qual o tumor se extende e forma lesões satélites. Se metastizam pela corrente
sanguínea e têm altas taxas de recorrência.
Estadiamento
GRAU HISTOLÓGICO
Determinado através da biópsia.
G0: Benigno
G1: Baixo grau. Poucas células, muito estroma, pouca necrose, células maduras, menos de 5
mitoses por campo, pouca metástase
G2: Alto grau. Muitas células, pouco estroma, muita necrose, células imaturas, mais de 10
mitoses por campo, mais metástase (corrente sanguínea), mis recorrência.
III: Metástase
Independente o tamanho, um tumor compartimental sempre estará sujeito a ressecção.
Metástases geralemente são por via hematogênica, não afetando os linfonodos. Menos de 5%
dos sarcomas atingem linfonodos, e quando atingem, afastar de melanomas ou carcinomas.
Protocolo diagnóstico
Antes da biópsia ser realizada, deve-se realizar exames laboratoriais
e de imagem.
Biópsia
Pode ser aspirativa ou aberta, sendo que a aspirativa tem papel
limitado.
BIÓPSIA ABERTA
Deve ser feita por quem vai fazer o tratamento definitivo. Uso de garrote com exsanguinação
por elevação. Todo material para biópsia deve ir para cutura, e toda cultura ir para AP.
Incisões devem ser longitudinais (evitar transversa ou bruner) para não comprometer futuras
incisões e trajeto da incisão é considerado contaminado, devendo ser incluído na ressecção.
Deve ser colocada o mais perto possível da lesão e evitar a dissecção entre planos, devendo
realizar incisão longitudinal nos planos acima da lesão. Hemostasia rigorosa deve ser feita, já
que hematoma pode espalhar celulas cancerígenas.
Biópsia Excisional
Remoção completa de uma lesão através da zona reativa. Reservada para lesões até 2 cm.
Pode ocorrer contaminação do campo por células tumorais.
Excisão ampla primária
Sacrifica muito tecido normal. Reservada para lesões muito pequenas, com alta suspeita de
malignidade e onde qualquer outro tipo de biópsia levaria a um risco alto de contaminação do
campo, como em lesões no túnel do carpo.
Tratamento definitivo
TUMORES BENIGNOS
Tumores beingnos não agressivos são tratados por ressecção intralesional ou marginal.
TUMORES MALIGNOS
Nestes tumores a erradicação da doença é a prioridade,
sendo a preservação do membro secundária.
Princípios da Excisão
FALANGE DISTAL
Geralmente envolvem tanto a pele quanto o osso. Ressecção
feita na IFD (desarticulação) ou proximal à ela.
FALANGE MÉDIA
Lesões proximais a IFD ou na flange média necessitam de
desarticulação ao nível da MF ou amputação do raio
(recomendada pelo autor).
1° METACARPAL
Lesões são tratadas com excisão ampla, e reconstrução com
enxerto ósseo, geralmente associada à artrodese da trapéziometacarpal ou suspensoplastia.
METACARPOS
Necessitam de excisão em bloco. Decisão deve ser feita entre ressecar um metacarpal isolado
ou removar todo o raio (ou um par de raios).
São mais prevalentes em mulheres (70%), ocorrendo entre 2° e 4° década. 10% dos pacientes
têm história de trauma prévio, e microtraumas repetitivos estão entre uma das hipóteses
etiológicas. Não há relação com profissão. Não existem casos de malignização, porém tumores
malignos podem ser confundidos com cistos.
Recorrência pós excisão, se completa, é rara. Se excisão incompleta, recorrência chega a 50%.
PATOGÊNESE
Teoria mais aceita é que se trata de uma degeneração mucóide da cápsula.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Em crianças, apenas observação, pela alta taxa de resolução espontânea.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
O padrão é a ressecção aberta, mas artroscopia apresenta resultados semelhantes.
Cisto mucoso
Cisto da IFD, que geralemente ocorre
entre a 5° e 7° décadas. Sinal precoce
pode ser uma fenda longitudinal na
unha, causada por pressão, sem massa
visível. No entanto, paciente se
apresenta após o crescimento do cisto,
com uma massa de 3-5mm, ao lado do
tendão extensor, entre a prega dorsal
da IFD e o eponíqueo.
Incisão dorsal, remover pele junto com cisto, be como todos os tecidos entre o mecanismo
extensor e ligamentos colaterais, deixando articulação exposta. Osteófitos devem ser
removidos, e IFD coberta com pele, retalho ou enxerto.
Bossa carpometacarpal
Proeminências que se desenvolvem na base do 2° ou 3°
metacarpais, que correspondem à esporões osteoartríticos.
Massa firme, óssea e dolorosa, visível principalmente com a
flexão do punho.
Cistos da IFP
Surgem da cápsula, emergindo entre a bandeleta central e as bandas laterais. Pequenos (3-5
mm) e dolorosos.
Método preferido do autor: Incisão dorsal, ressecão elíptica, com excisão de toda a cápsula
entre os colaterais e a inserção dos extensores.
Outras localidades
Túnel do carpo
Cisto pode causar síndrome do túnel do carpo. Explorar túnel após toda liberação.
Canal de Guyon
Cistos podem causar perda motora, sensitiva ou ambas. Geralmente surgem da articulação ao
redor do Hamato, dissecam a musculatura hipotenar, e
comprimem o nervo. Excisão deve ser precoce para
evitar déficits permanentes.
Cistos intraósseos
Raros, podem ser causa de dor no punho. Tratados por
curetagem e enxertia.
Cistos de inclusão epidermal
Implantação traumática de células epidermais nas partes moles ou ósseas. Local mais comum
é na ponta dos dedos, produzindo um edema indolor.
Lipoma
Tumores benignos de células de gordura, comuns na mão, especialemente no subcutâneo ou
intramuscular. Massas amolecidas, não dolorosas, que não se transluminam. De crescimento
lento, podem gerar compressão nervosa. Podem ser tratadas por excisão marginal.
Na exploração cirúrgica, nota-se edema fusiforme do nervo, sem extensão para tecidos
perineurais. Evitar tentativa de dissecção, já que levará a dano neurológico.
Tratamento se baseia na descompressão do nervo apenas. Se pelo tamanho da lesão, ela
necessitar ser ressecada, realizar enxertia nervosa imediata em crianças, e transferência
tendínea imediata em adultos.
De crescimento lento, nodular, firme, não doloroso. Não translumina, o que permite a
diferenciação com o cisto sinovial. Pode causar erosão na massa óssea adjacente. Recomenda-
se excisão marginal, mas risco de recorrência está entre 5 e 50% (autor fala 38% mais pra
fente no texto), e aumenta nas ressecções incompletas ou na presença de lesões satélites.
No ato cirúrgico pode-se visualizar fascículos entrando e saindo da lesão, que deverão ser
seccionados para a remoção do tumor. O déficit neurológico é mais comum do que no
schwanoma.
Nos pacientes com neurofibromatose, remoção cirúrgica deve ser reservada para pacientes
com lesões em crescimento ou déficit neurológico progressivo.
Fibromatoses
FIBROMA DIGITAL DA INFÂNCIA
Lesão benigna, mas muito agressiva, vista exclusivamente nos dedos do pé e da mão, com
mais de 80% dos casos surgindo antes de 1 ano de vida.
Lesão indolor, que surge nas interfalangeanas. Tratamento pode ser feito através de
observação, excisão marginal ou amputação. Não existe relato de metástase, mas recorrência
local é de 60%.
Autor orienta
observação até
surgirem sintomas de
contratura articular.
Quando ocorrer,
realizar excisão
marginal e cobertura.
FIBROMA APONEURÓTICO JUVENIL
Comuns na infância e adolescência, tambpem chamado de Fibroma aponeurótico calcificante,
é uma lesão benigna agressiva, que afeta a palma.
Massa pequena e indolor, pode estar perto do feixe nerovascular e tendões, difícil distinguir o
anatomopatológico de um fibrossarcoma. Excisão ampla é recomendada, mas existem altas
taxas de recorrência (50%).
Fasciíte nodular
Lesão reativa, pode simular um sarcoma. Ocorre mais comumente na face volar do antebraço,
e raramente na mão ou dedos. Se apresenta como um nódulo pequeno, de rápido
crescimento.
CLÍNICA
Maioria dos pacientes se apresenta com uma massa
indolor, presente a longa data, com crescimento
recente. Menos comumente a massa é dolorosa.
Radiografias podem indicar calcificação ou invasão óssea. Ressonância ajuda no diagnóstico e
planejamento de tratamento.
BIÓPSIA
Lesões muito pequenas podem ser submetidas a biópsia excisional. Lesões maiores, com biópsia
incisional, de preferência longitudinal.
ESTADIAMENTO
Após diagnóstico de sarcoma, estadiamento sistêmico deve ser realizado, com TC de tóraxa e
axila. Sarcomas de partes moles metastizam, no membro superior, para pulmão e linfonodos
regionais. A metástase para linfonodos ocorre em menos de 5% dos sarcomas. A excessão é o
sarcoma epitelióide, com risco de metástase linfonodal de até 42%.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Objetivo é a remoção completa do tumor, com margens livres (2-3 cm). Se margens não
puderem ser obtidas, considerar amputação.
Papel na quimioterapia ainda está em discussão, mas alguns pacientes selecionados, como
aqueles com tumores de alto grau, podem realizar quimioterapia neoadjuvante, para reduzir
tamanho da lesão. Pacientes com metástases também são candidatos a quimioterapia.
Sarcoma epitelióide
Sarcoma de partes moles mais comum do antebraço e mão. Geralmente tem aparência
inócua e é confundido com cisto, mas tem grande chance de metástase linfonodal (42%) e de
recorrência local. Se manifesta como um nódulo indolor na superfície volar da mão e dedos,
podendo se ulcerar.
Radioterapia pode ser iniciada após escisão radical e quimio deve ser considerada quando
houver envolvimento linfonodal ou metástases.
Sarcoma sinovial
Tumor maligno de alto grau, que surge próximo de articulações, tendões ou bursa. Mais
comum nos ossos do carpo, onde se manifesta como uma massa indolor, de longa data,
podendo ter diagnóstico atrasado por confusão.
Calcificações podem ser vistas no raiox em 20-30% dos pacientes. Dos pacientes que
desenvolvem metástases, 25% tem linfonodos regionais envolvidos. Quimio deve ser
considerada em pacientes mmetastáticos.
Liposarcoma
Um dos tipos mais comuns de sarcomas de partes moles, mas raramente visto na mão.
Clinicamente semelhantes aos lipomas, mas de crescimento rápido e dolorosas. Na RNM se
apresentam como lipomas, porém com heterogenicidade no sinal da gordura.
Fibrossarcoma
30% dos fibrossarcomas ocorrem no membro superior, mas mão raramente é envolvida. Em
crianças menores de 5 anos lesões fibrosas benignas podem ser confundidas com
fibrossarcoma.
Dermatofibroma protuberans
Tumor maligno de partes moles, de baixo-grau, raro, que pode ser encontrado no antebraço,
mas raramente na mão. Surge na pele, como uma mácula ou nodulo vermelho-violeta, se
longa data, podendo ulcerar.
Se espalha horizontalemente e tem tendência à recorrência (50%). Deve-se retirar 3 cm de
margens, além da fascia, profundamente. Chances de metástase de menos de 5%.
Se surgir como tumor ósseo primário, se apresenta como lesões líticas, provenientes de lesões
ósseas prévias, como Doença de Paget ou Infarto ósseo.
Sobrevida em 5 anos de 40% e fatores prognósticos ruins incluem tumores proximais, tumores
grandes e neurofibromatose (pior fator prognóstico).
Rabdomiossarcoma
Tumor maligno de células redondas, mais comum na infância, mas raro nas mãos. Tumores
nos membros superiores distais têm melhor prognóstico do que os dos membros inferiores e
proximais.
Leiomiossarcoma
Mais comum em vísceras, raro nas mãos. Altas taxas de recorrências se não for realizada
radioterapia pós-ressecção.
Lesões monostóticas surgem mais comumente na 4° década, com a maioria dos encondromas
se desenvolvendo entre os 10 e 40 anos. Lugar mais comume de surgimento é a falange
proximal, seguido de metacarpal e falange média. Carpo raramente é envolvido, apesar de
haver relatos.
Pacientes com lesões monostóticas geralmente são avaliados devido a edema indolor ou por
fratura patológica associada ao trauma. Pode também ser um achado incidental, se
apresentando como lesões líticas, bem definidas, podendo ser lobulada. Não invade partes
moles, e a maioria dos diagnósticos pode ser feito com radiografias simples, sem necessidade
de TC ou RNM.
Lesões maiores, sintomáticas, ou com radiografias atípicas devem ser tratadas por biópsia e
curetagem.
Fraturas patológicas podem ser tratadas agudamente ou pode-se esperar a consolidação para
tratar a lesão. Resultados são iguais.
Curetagem deve ser completa, para se evitar recorrência, e enxertia deve ser feita com ilíaco
ou rádio distal. Pode-se preencher a cavidade com cimento de fosfato de cálcio, ou deixá-la
sem preenchimento. Estudos não mostram evidencia de superioridade de nenhum dos
métodos.
Taxa de recorrência entre 4.5 -7%, e apesar de não ser comum, há relatos de malignização
para condrossarcoma.
Condroma periosteal
Tumor cartilaginoso benigno raro, que pode ocorrer nas falanges e ser confundido com
encondroma.
Osteocondroma
Tumor ósseo mais comum no esqueleto, mas não é tão comum na mão, exceto em casos de
exostoses múltiplas hereditária.
São áreas de crescimento ósseo, com capuz de cartilagem hialina, que
surgem das fises ou inserções tendíneas. Nas mãos, são mais comuns no
aspecto distal da falange proximal, durante a segunda e terceira década
de vida.
Fibroma condromixóide
Lesão fibrocartilaginosa benigna, com lesão lítica e metafisária. Enquanto no resto do
esqueleto estas lesões são excêntricas, na mão elas são cêntricas. Expansão cortical com
borda esclerótica é comum.
Lesões da falange distal apresenta aspecto atípico, com edema na polpa e deformidade de
unha, além de aspecto lítico na radiografia, ao contrário do clássico achado de área de
esclerose reativa ao redor de nidus radiolucente central.
No exame físico é possível achar área de dor localizada, e edema. Nas radiografias enncontra-
se área de esclerose reativa ao redor de área central de radiolucência de menos de 1 cm. TC
pode ajudar a localizar melhor a lesão.
Tratamento prolongado com AINEs pode ser uma alternativa à ressecção, em casos com
achados clássicos e nos quais a ressecção será muito mórbida.
Osteoblastoma
Lesão tumoral benigna, caracterizada pela produção de osso osteóide e imaturo, e maior que
2 cm. Mais frequentemente encontrado nos elementos posteriores da coluna, se diferencia do
osteoma osteóide pelo seu tamanho e localização.
Enquanto o osteoblastoma é mais central, na porção medular dos ossos, o osteoma osteóide
tende a ser mais cortical, periosteal ou medular.
Lesões proximais podem ser tratadas por carpectomia. Lesões dos metacarpais e falanges são
tratadas por excisão ampla e reconstrução ou amputação do raio.
Radioterapia pode levar a malignização em 8.7% dos casos. Quando ocorre esta malignização,
geralemente é fatal. Quimioterapia convencional não afeta tumor.
O rádio distal é o terceiro lugar mais comum de ocorrência do TGC. Nesta localidade, risco
pra metástase do TGC é maior.
Método preferido do autor: Considerar como lesão maligna de baixo grau quando ocorrer n
mão e punhos. Realizar estadiamento para excluir metástase pulmonar.
Lesões do metacarpo ou falange, que perfura cortical e invade partes moles pode ser tratada
por ressecção ampla em bloco ou por amputação. Lesões da fileira distal podem ser tratadas
com excisão ampla e artrodese carpal.
Curetagem isolada ou associada a fenolização não é indicada para os TGC das mãos.
No rádio distal, se lesão não perfurar a cortical, autor realiza curetagem, criocirurgia e
cimentação, se houver estoque ósseo. Se perfuração cortical, realizar excisão ampla e
reconstrução com enxerto de fíbula.
Sarcoma osteogênico
(osteossarcoma)
Tumor primário ósseo mais comum em crianças e
adolescentes, mas raramente visto nas mãos.
Pacientes se apresentam
com uma massa dolorida,
de cresciemento rápido,
que à radiografia irá
mostrar uma massa
esclerótica, expansiva,
com formação óssea, ou
padrão misto lítico e
invasão de partes moles.
Osteossarcoma parosteal se apresenta como uma lesão de superfície com envolvimento de
partes moles. Esta lesão ocorre mais comumente nas falanges proximais e metacarpais.
Método preferido do autor: Após confirmar diagnóstico, QTx neoadjuvante, excisão ampla em
bloco ou amputação.
Sarcoma de Ewing
Tumor comum da infância, mas raramente surge nas mãos. Ocorre na primeira e segunda
década de vida, quimioterapia tem aumentado a sobrevida.
Manifestação clínica semelhante a infecção, com dor, eritema e edema. Grande massa pode
ser palpável nas partes moles, e paciente têm sintomas sistêmicos, como febre, elevação VHS
e leucócitos.
Surge mais comumente nas falanges e metacarpais, com grande extensão para partes moles.
Radiografia evidencia grande massa lítica, expansiva, destrutiva, com invasão dos tecidos ao
redor. Matriz mista lítica e esclerótica pode ocorrer. RNM ajuda a delimitar invasão de partes
moles.
Erro mais comum de diagnóstico é confundir com infecção. Assim, considerar biópsia antes de
inciar tratamento para infecção profunda.
Método preferido do autor: QTx neoadjuvante, excisão em bloco, com margens amplas, ou
amputação. RTx pode ser feita se ressecção imcompleta.
Tumores metastáticos
Acrometástase é rara (menos de 0.3%), geralmente ocorrendo numa fase pré-terminal. Em
50%, lesão aparenta ser benigna.
Falange distal é o lugar mais comum, mas outras falanges e metacarpais podem ser
igualemente envolvidos. Envolvimento dos ossos do carpo é raro e existe predileção pela mão
dominante.
Carcinoma broncogênico é o foco primário em 50% dos casos, sendo o mais comum em
homens. Outros focos incluem rim, esôfago, mama, tireóide, prostata, colon e osteossarcoma.
Sinais clínicos típicos de inflamação como dor, eritema e edema, o que pode levar a confusão
com infecção.
Radiografias geralmente mostram lesão lítica, porém câncer de próstata gera lesão blástica.
Tratamento visa aliviar dor e preservar função. Apesar de amputação ser um bom tratamento,
em pacientes terminais pode-se optar pela curetagem e preenchimento com cimento.
Metástase isolada de carcinoma de células renais deve ser tratada como se fosse um
osteossarcoma primário, pois tempo até desenvolvimento dos sintomas do foco renal e de
sobrevida são altos.
Capítulo 60 – Doenças vasculares da mão
ANATOMIA
Vascularização da mão se dá pela artéria radial e ulnar. Em problemas vasculares crônicos,
circulação colateral pode se desenvolver pelas interósseas anterior e posterior. Porém, devido
ao seu pequeno calibre, não são suficientes para oxigenar mão em casos de lesão aguda da
radial e da ulnar.
Arco palmar superficial é completo em 78% dos casos. É formado principalmente pelos ramos
terminais da artéria ulnar.
A artéria radial passa pela tabaqueira anatômica e entra na palma pela 1° comissura, quando
se torna a princeps pollicis e arco palmar profundo. Arco palmar profundo é completo em
98% dos casos.
Lesão isolada de uma das artérias raramente leva a isquemia da mão. Dominância pode ser da
ulnar ou radial.
Drenagem venosa da mão é dorsal. Existem duas veias comitantes para a artéria radial e para
a artéria ulnar, bem como para as artérias digitais. Problemas vasculares nas mãos são raros.
ETIOLOGIA DA ISQUEMIA
Teste de Allen deve sempre ser realizado antes de procedimentos que envolvam a artéria
radial, como coleta de gasometria, revascularização miocárdica ou retalho chinês.
AVALIAÇÃO
Buscar história de tabagismo, doenças do colágeno, diabetes. Palpar pulsos braquial, radial e
ulnar. Realizar manobra de Allen e Doppler.
Padrão-ouro é a angiografia.
Teste do Stress ao frio: Mede-se a temperatura da mão, mão é colocada em água gelada (5°C)
por 5 minutos. Mede-se o tempo para que a temperatura retorne para o basal. Tempo de
reaquecimento pode ser encontrado em mulheres (Fenômeno de Raynaud) e tabagistas.
Índice digito-braquial: Pressão é medida nos dedos e no braço. Se divisão for menor que 0.7,
existe oclusão no antebraço ou mãos.
TRATAMENTO
Lesão Arterial Aberta
Até 50% das lesões arteriais terão pulsos palpáveis no punho. Se membro bem perfundido, e
hemorragia controlada, demora no tratamento não causa maiores consequências. No
momento da exploração, expandir a lesão, para reparar as outras estruturas.
Se mão bem perfundida, não é necessário o reparo de lesão isolada, pois o fluxo irá aumentar
na outra artéria e as taxas de patência são baixas (menos de 50%). Em pacientes jovens ou
com algum comprometimento vascular, reparo deve ser feito.
Pacientes se apresentam com sintomas de isquemia nos dedos ulnares, sendo que o 4° dedo é
envolvido em metade dos casos, e o 3° e o 5° em 1/3. Podem haver sintomas neurológicos no
território de nervo ulnar, pois o mecanismo de trauma podem afetá-lo.
COMPLICAÇÕES
Trombose do enxerto.
Arteriografia completa o disgnóstico e tratamento pode ser desde expectante até ressecção
com enxerto reverso de veia, dependendo dos sintomas. A veia utilizada é a cefálica.
Autor tenta realizar a anastomose da artéria braquial até a tabaqueira anatômica, usando
enxerto de veia cefálica. Se esta veia não estiver disponível, usa a basílica, mas ela não
alcançará a radial, devendo ser anastomosada na artéria ulnar.
Principal complicação é a trombose do enxerto, porém esta é rara, já que existe alto fluxo.
Doenças vasoespástica
Sensibilidade ao frio é a manifestação inicial mais comum do vasoespasmo, afetando 10% da
população e 30% das mulheres pós-menopausa.
Sistema nervoso simpático controla o tônus vascular na periferia, e um aumento do tônus leva
a uma diminuição da perfusão. Este mecanismo é fisiológica na presença de hipotermia ou
hipotensão, sendo essencial para a termorregulação.
Se queixa do paciente for apenas de dedos gelados, evita-se apenas a exposição ao frio.
Casos mais graves devem ser investigado, e trombose da artéria radial ou ulnar deve ser
descartada, bem como doença do colágeno.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Bloqueadores do canal de cálcio (nifedipina, diltiazem), sildenafil, Botox (10u) ao redor das
artérias digitais comuns.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Aneurismas
Mais comumente vistos na artéria ulnar, após trauma, sendo falsos
aneurismas. Déficits neurológicos do nervo ulnar, por compressão do
aneurisma. Tratamento se dá pela excisão e enxertia.
Malformações vasculares
Hemangiomas: Tipicamente encontrados em crianças, regridem conforme a criança cresce. Se
assintomáticos, apenas observação. Se sintomáticos, excisão.
Malformações venosas: são mais comuns, sendo tratadas por excisão. Tendem a recorrência.
Tumor Glômico
Lesões do corpúsculo glômico, que faz a termorregulação do fluxo sanguíneo microvascular
(ductos de Sucquet-Hoyer). Correspondem de 1-5% dos tumores da mão, e podem ser
encontrados em qualquer lugar do corpo. Na mão, o lugar mais comum é subungueal.
Apresenta coloração azulada.
Todo paciente com história de dor na unha deve ser investigado para tumor glômico.
RNM tipicamente fecha diagnóstico (baixo T1 alto T2), mas pode ser negativa. Tratamento se
faz pela excisão do tumor, geralmente a enucleação.
Teste de Love: compressão sobre área afetada com um alfinete desencadeia dor excruciante