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Técnicas de Anestesia – Prof.

Blaya

ARCADA SUPERIOR
1. Nervo alveolar posterior superior
Local de punção: raiz distal do 2ºMS
Direcionamento: para cima, para trás e para dentro para aproximação da fossa pterigopalatina, para evitar a
perfusão de vasos, já que essa região é rica em vasos calibrosos e para evitar a formação de edema. Bisel
voltado para o osso. Quando há formação de edema, fazer compressas com gelo para estimular a
vasoconstrição. No pós-operatório, prescrever Hirudoid®, pois haverá formação de hematoma na pálpebra
inferior (que irá descer e abrir).
Zona inervada: molares superiores, com exceção da raiz mésio vestibular do 1ºMS; mucosa, periósteo e
osso alveolar vestibular (MPOV) da região de molares superiores.

2. Nervo alveolar médio superior


Este tipo de anestesia tem uma utilidade clínica limitada, pelo fato de o nervo alveolar superior médio estar
presente em apenas 28% da população.
Local de punção: 1º PM ou entre os dois PMS.
Direcionamento: acompanhar o longo eixo do 1º PM ou entre os dois PMS.
Zona inervada: raiz mésio vestibular do 1ºMS, 1º e 2º PMS, MPOV da região compreendida entre MS e
PMS, comissura labial, parte da asa do nariz, parte da pálpebra inferior e musculatura da região.
Na arcada superior geralmente usamos um recurso de fazer movimento em leque. Fazer a punção e, após,
fazer um movimento de pequena amplitude e bem lentamente, ou seja, levar a seringa para distal e para
mesial. Assim, se não acertarmos exatamente onde está o nervo, fazendo esse movimento iremos distender
melhor o anestésico e a anestesia será melhor. Pq isso? Na maxila há a possibilidade de se fazer o
movimento em leque pq o osso é mais poroso e a difusão do anestésico local será melhor. Então, se não
acertamos o local de administração do anestésico local, a anestesia se dará por difusão do anestésico local.

3. Nervo alveolar anterior superior


Local de punção: normalmente se faz a anestesia infiltrativa no dente em que se irá trabalhar, mas essa
conduta é para Dentística. Para Cirurgia, precisamos anestesiar a inervação onde ela emerge e, assim.
anestesiar uma região maior. Introduzir a agulha na distal do IL, aproximadamente no ápice do CS. Na
extração de ICSE, fazer uma anestesia infiltrativa nesse dente e tirar um pouco a agulha, sem removê-la,
girá-la, ultrapassar a espinha nasal e introduzi-la no ápice do ICSD. Anestesiar o ICSE e o ICSD, pq não tem
uma limitação exata da área de abrangência da dor e da anestesia (anastomose), então devemos anestesiar os
dois dentes.
Direcionamento: para cima, para trás e para dentro
Zona inervada: ICSE, ICSD e IL, C, MPO de IC até C, hemi-lábio superior, comissura labial, asa do nariz.

4. Nervo Nasopalatino ou Incisivo


Local de punção: mucosa palatina imediatamente lateral à papila incisiva (entre os dois ICS), sem entrar no
forame; introduzir apenas o bisel da agulha. As anestesias no palato duro são doloridas pq não há músculos
nesse local e o anestésico local entra entre o osso e o periósteo, levando ao deslocamento do periósteo que é
muito dolorido. Caso fique muito anestésico local ali, vai dificultar a circulação e, como não tem a
vascularização acessória, pode haver uma necrose. Essa necrose pode levar em torno de um mês para
melhorar e dói muito. Quantidade de anestésico local administrada: 2 a 3 gotas. Controlar a quantidade de
anestésico local administrada pela coloração do palato duro, ou seja, quando ficar rosa claro (isquemia),
parar de administrar. Anestesiar o nervo nasopalatino na extração de dentes anteriores. Anestesiar o nervo
palatino maior quando a extração for de PM para trás. Tais anestesias são realizadas para se fazer a
sindesmotomia sem dor.
Zona inervada: MPO alveolar palatino da região compreendida entre canino a canino.
5. Nervo Palatino Maior ou Anterior (32min)
Local de punção: traçar uma linha imaginária e dividir o palato em dois. Achar a bissetriz entre o 2ºM e a
linha média. Deste meio até o 2ºM traçar uma nova bissetriz. É neste local que faremos a punção. OU
Apalpar com o dedo ou com a seringa de ar, começando do 2ºM e indo para a linha média; em algum
momento a mucosa vai afundar. OU Visualizar uma zona mais azulada pq ali emerge os vasos sanguíneos.
OU Passar um cotonete na região, começando do 2ºM para trás, onde afundar mais será local de punção.
Quantidade de anestésico: 2 a 3 gotas e introduzir apenas o bisel da agulha.
Área de introdução da agulha: região do forame palatino maior; o forame palatino maior fica localizado entre
os segundos e terceiros molares superiores, aproximadamente a 1cm da margem gengival palatina, no
sentido da linha média.
Criança de 6 anos não tem formado ainda o 2ºM, tomar por referência o 1ºM. Se a criança tiver até 16 anos,
tomar como referência o 2ºM.
Zona inervada: MPO alveolar palatino da região compreendida entre 1ºPM até 3ºM de uma hemi-arcada.
6. Nervo Infra-orbitário
Local de punção: paciente com a boca aberta e olhando para frente, afastar o lábio do paciente com dedo
polegar ou indicador e expor o 1ºPMS; fazer a punção na altura do 1º PMS, em direção à pupila do paciente.
Parar de introduzir a agulha antes de chegar no forame infra-orbitário, por isso se coloca o dedo sobre o
forame. Não administrar anestésico local no forame infra-orbitário! Quando acertamos o local da punção, o
paciente piscará ou coçará o olho pq vai amortecer a pálpebra inferior, dando a impressão de ter alguma
sujidade no olho. Após a administração do anestésico local, fazer uma massagem leve no local para que o
anestésico local se difunda bem e alcance o forame infra-orbitário.
Zona inervada: pálpebra inferior, hemi-lábio superior, asa e todo o lado do nariz, comissura labial,
musculatura da região; por difusão vai anestesiar o nervo alveolar ântero-superior e mésio superior que vão
dessensibilizar os dentes da região de 2ºPMS a ICS.
Existem anestesias que devem ser feitas extra oral, como no caso de pacientes acidentados, traumatizados
(acidentes de moto). Então, realiza-se anestesia infra-orbitária, mentoniana ou alveolar inferior.
ARCADA INFERIOR
1. Nervo Alveolar Inferior
Local de punção: dedo polegar na linha oblíqua interna; na metade da unha desse dedo é a altura onde deve-
se fazer a punção, ou seja, passando com a seringa por cima dos PM do mesmo lado que se quer anestesiar.
Primeiro se anestesia o nervo bucal, depois o nervo lingual. Tirar um pouco a agulha e girar para o lado
oposto ao que se quer anestesiar, introduzi-la até lá atrás. Na anestesia no nervo alveolar inferior ocorre a
anestesia do nervo bucal (vem de lingual para vestibular). Utiliza-se ¼ do tubete para a anestesia do dois
nervos e ¾ na anestesia do nervo alveolar inferior.
O bloqueio do alveolar inferior e do lingual processa-se em uma mesma manobra clínica. Esta consiste em
localizar-se, com o dedo polegar da mão oposta à que segura a seringa, a linha oblíqua interna. O local da
punção é, aproximadamente, um centímetro acima do plano oclusal do terceiro molar inferior, ou seja, na
altura da porção média da unha do indicador, mantendo-se a seringa sempre paralela ao plano oclusal. Logo
após ter percorrido meio centímetro, a agulha ultrapassa a linha milohidéia, local de passagem do nervo
lingual. Aí infiltram-se algumas gotas de solução anestésica e continua-se a penetração da agulha por mais
um centímetro, quando então giramos a seringa para o lado oposto, até a altura dos pré-molares e injetamos o
anestésico local para bloquear o nervo alveolar inferior antes de sua entrada no canal mandibular. Nesta
etapa encontram-se, portanto, anestesiados os nervos alveolar inferior e lingual. Para anestesiarmos a mucosa
vestibular na área de molares inferiores há necessidade de bloquear o nervo bucal, o que é conseguido
introduzindo-se a agulha na prega mucosa existente imediatamente acima do 3ºMI, no lado da bochecha.
Zona inervada: MPO alveolar vestibular da região compreendida entre IC a 2ºPM, todos os dentes de uma
hemi-arcada de IC até 3ºM, hemi-lábio inferior, comissura labial, hemi-mento, musculatura da região
compreendida entre IC até 3ºM.
2. Nervo Bucal
Local de punção: entre a linha oblíqua externa e interna (local de punção é o trígono retromolar) OU uma
punção no fundo de sulco vestibular. Para anestesiarmos a mucosa vestibular na área de molares inferiores
há necessidade de bloquear o nervo bucal, o que é conseguido introduzindo-se a agulha na prega mucosa
existente imediatamente acima do 3ºMI, no lado da bochecha.

Zona inervada: MPOV da região compreendida entre MI.

3. Nervo Lingual
Local de punção:
Zona inervada: assoalho da cavidade oral de uma hemi-arcada, hemi-língua e 2/3 anteriores dela, MPO
alveolar lingual da região compreendida entre IC até 3ºM.

4. Nervo Mentoniano
Local de punção: mesial do 1ºMI, direcionando a agulha para baixo e para frente. Entre os dois PM;
eventualmente no ápice do 1ºPM ou no ápice do 2ºPM. Meio tubete lentamente.

Zona inervada: MPOV da região entre 1ºPMI até ICI


EXERCÍCIOS
Escreva a técnica anestésica utilizada para a extração de:
1ºMS: nervo alveolar posterior superior, nervo alveolar médio superior e nervo palatino maior
1º2º3ºMI: nervo alveolar inferior, nervo lingual, nervo bucal
3ºMS: nervo alveolar posterior superior e nervo palatino maior
1ºPMS: nervo alveolar mésio superior, anestesia na altura do 1ºPM por palatina por causa da anastomose.
1ºPMI: nervo alveolar inferior e nervo lingual OU nervos metoniano (inerva tecidos moles), incisivo (inerva
tecidos duros) e lingual
CS: nervo alveolar anterior superior, nervo nasopalatino (anestesia infiltrativa por palatina; 2 a 3 gotas).
CI: nervo alveolar inferior e lingual OU metoniano, incisivo (ramo do nervo alveolar inferior) e lingual
ICS: nervo alveolar anterior superior, nervo nasopalatino
ICI: nervo alveolar inferior, nervo bucal, nervo lingual. 2 punções: nervo alveolar inferior e nervo lingual
nos dois lados. 3 punções: nervo alveolar inferior e lingual no lado do dente que se quer extrair, nervo
incisivo e nervo mentoniano por vestibular, nervo lingual por lingual. 4 punções: mentoniano incisivo,
lingual lingual, ou mentoniano incisivo, lingual lingual.
Na Cirurgia, usar sempre agulha longa. Jamais introduzir toda a agulha, ficar com metade da agulha fora dos
tecidos.

http://www.hs-menezes.com.br/anestesia_1_32.html

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