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Toracocentese

Indicação Técnica
- Toracocentese diagnóstica: coleta de O paciente deve estar sentado, com os braços e
pequena quantidade para análise a cabeça apoiados em travesseiros, sobre um
- Toracocentese alívio: retirada de grande anteparo (como uma mesa) ou com a mão
volume ipsilateral ao derrame apoiada sobre o ombro
Toracocentese descompressões: em casa contralateral ao derrame, de forma que a
de pneumotórax hipertensivo. escápula seja projetada para frente. Com o
dorso exposto, deve-se marcar o sítio de
Contraindicações punção. Ele deve se localizar entre 5 e 10 cm de
distância da coluna (no lado acometido!) e 1 ou
A principal contraindicação ao 2 espaços intercostais abaixo do limite do
procedimento são os distúrbios da derrame que é delimitado no exame físico,
coagulação. Existem ainda poucos estudos através da percussão. Existem duas regras
sobre a realização da toracocentese que você não poderá esquecer em hipótese
nessas situações, mas a presença de um alguma:
TAP com valor aumentado até 1,5 a faixa 1- O sítio de punção sempre deverá ser
da normalidade parece ser segura. Da localizado na margem superior de uma
mesma forma, não foi observado aumento costela. Como o feixe vasculonervoso sempre
no risco de sangramento quando as passa logo abaixo das costelas, estaremos
plaquetas se apresentavam em níveis evitando sua lesão acidental
maiores que 25.000/mm3. 2- Não devemos puncionar abaixo da 9a
costela. A inserção de agulhas abaixo desse
Material limite implica um maior risco de punção
abdominal acidental.
A toracocentese é um procedimento "estéril"
e, por isso, devemos garantir os cuidados
com a assepsia e antissepsia. É mandatória a
degermação correta das mãos e do sítio da
punção. Além disso, devem ser utilizados:
gorro, máscara, capote e luvas estéreis. A
posição que o paciente deve ficar é sentado.
Contudo, na toracocentese de EMERGÊNCIA,
não devemos perder tempo com manobras
assépticas na preparação para o
procedimento. Nesse caso, o máximo que
deve ser feito é garantir a sua própria
proteção individual, com luvas estéreis ou de
procedimento (o que estiver mais perto!).
De acorco com a 10° Edição do ATLS, realiza-se Terminado o procedimento, peça para o
em adultos: toracocentese paciente realizar mais uma expiração ou
diagnóstica no espaço intercostal palpado o inspiração forçada e retire o cateter, fechando
mais próximo da ponta da escápula. o local com um curativo oclusivo. A realização
Toracocentese de alívio, realiza-se no 4° ou 5° EI de radiografia de tórax imediatamente após a
entre a linha axilar anterior e a linha axilar toracocentese com o objetivo de se avaliar a
média. Em crianças, continua a localização da presença de possíveis complicações é
toracocentese no 2° EI na linha hemiclavicular. controversa. Como a ocorrência de
Todos os procedimentos devem ser feitos na complicações é relativamente reduzida,
borda superior da costela. estudos recentes questionam a necessidade de
sua realização rotineira. Caso ocorra alguma
Preparado o paciente, você deve colocar a possível complicação ou dificuldade na
paramentação adequada. Proceda a técnica, é indicada a radiografia de tórax.
degermação do local com pinça, gaze e a
solução escolhida. Descreva círculos
centrífugos a partir do local demarcado. Após,
complicações
aplique o campo estéril e confeccione um botão - Pneumotórax.
de anestésico local na pele, com a agulha de 25 - Dor e tosse.
gauge. Troque a agulha por uma mais -Hemotórax.
calibrosa de 18/20 gauge. Anestesie bem o -Perfuração de vísceras abdominais (punção
subcutâneo e o bordo superior da costela. abaixo da 9a costela).
Prossiga rente à mesma, sempre aspirando -Embolia gasosa.
antes de infundir o anestésico local. Ao -Edema pulmonar de reexpansão (associado à
observar retorno de líquido pleural durante a drenagem de quantidades superiores a 1.000-
aspiração, lembre-se de recuar um pouco a 1.500 ml).
agulha para posicioná-la na pleura parietal e
infunda o resto do anestésico para bloqueá-la,
Resumindo…
marque a profundidade atingida com agulha Passo 1- paciente sentado, com braços
com a pinça hemostática (para adquirir a
cruzados e apoiados na frente com
noção de profundidade da punção) e retire a
pernas para baixo
mesma.
Passo 2- percurtir até encontrar macicez
Conecte agora a seringa de 50 ml no cateter
agulhado. Caso a drenagem seja terapêutica, o
Passo 3- localizar local da inserção da agulho em
adaptador de três saídas deve ser conectado
espaço intercostal abaixo do nível.
entre a agulha e a seringa. Realize o mesmo
Obs: Pneumotórax hipertensivo: 2º espaço linha
trajeto anterior, em direção ao espaço pleural.
hemiclavicular (ângulo de Lwis)
Mantenha a seringa aspirando em todos os
momentos. Quando houver retorno do líquido, Passo 4- colocar luva estéril e realizar
corra o cateter para dentro do espaço pleural e antissepsia (clorexidina) da pele e colocar o
remova a seringa e agulha (FIGURA 5), campo no local de inserção
tomando cuidado para que o orifício do mesmo Passo 5- fazer o botão anestésico com
seja ocluído com o dedo. Reconecte a seringa ao xilocaína/ lidocaína
cateter e aspire a quantidade de material
Passo 6- inserir agulha 22G com jelco 14
necessária para análise laboratorial. Após,
repita o procedimento com uma pequena
seringa heparinizada para dosagem do pH. Passo 7- tirar agulha e deixar o jelco e
colocar torneira de 3 vias e equipo
Caso 1
Paciente apresenta-se no PS com ferimento
penetrante no terço médio do hemitórax
direito, por arma de fogo, sem orifício de
saída, FR=32 RPM, cianose de exterminadas,
hipertimpanismo, ausência de MV, com estase
jugular bilateral.

- Diagnóstico: Pneumotórax Hipertensivo

- Conduta: Toracocentese de alívio

- Descreva resumidamente o procedimento no


modelo sintético:

1- separação do material
2- posição de paciente (sentado com os braços
cruzados e apoiado para frente)
3- Percutir até encontrar macicez
4- Escolha o local (2º E.I na linha
hemiclavicular)
5- Luva estéril + assepsia+ botão anestésico
6- Inserir agulha 22G + jelco 14
7- Tirar agulha + manter jelco + torneira de 3
vias e equipo

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