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Roteiro de Aula Prática 1

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
LABORATÓRIO DE HABILIDADES E SIMULAÇÃO

DRENAGEM TORÁCICA
Definição
É a introdução de um cateter torácico estéril no espaço pleural e sua conexão a um sistema de
drenagem.
Objetivos
• Drenar líquido ou ar acumulados no espaço pleural;
• Restaurar a pressão no espaço pleural;
• Reexpandir o pulmão colapsado.
Indicação
• Pneumotórax espontâneo;
• Pneumotórax hipertensivo;
• Pneumotórax iatrogênico e traumático;
• Hemotórax traumático;
• Hemotórax residual;
• Derrame pleural;
• Quilotórax;
• Empiema;
• Fístula bronco pleural;
• Cirurgia intratorácica.
Contra indicação
Hemotórax tardio por trauma torácico fechado
Vias de acesso
• Para drenagem de pneumotórax – 20 ou 30 espaço
intercostal anterior, na linha clavicular média.

• Para drenagem de hemotórax – 40 a 60 espaço


intercostal anterior, na linha clavicular média.

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Material
ü Luvas estéreis;
ü Solução antisséptica;
ü Bandeja estéril de drenagem torácica, contendo: 1 cuba redonda, 1 pinça de
antissepsia, 1 campo fenestrado; 1 porta agulha; 1 pinça de dissecção; 3 pinças Kelly
retas; 1 cabo de bisturi.
ü 1 lâmina de bisturi;
ü 3 pacotes de gaze estéril;
ü Dreno torácico (ver seleção do diâmetro do dreno) ;
ü 1 seringas de 10 ml;
ü 1 frasco de Lidocaína a 2% sem adrenalina – 10 ml;
ü Agulha 25 x 8 mm;
ü Pinça hemostática curva Crile;
ü Trocater;
ü Frasco de drenagem torácica co solução fisiológica;
ü Fio de sutra Mononylon 3-0;
ü Esparadrapo.
Aspectos anatômicos

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Técnica
1. Higienizar as mãos;
2. Identificar o paciente e explicar-lhe o procedimento, obtendo sua autorização (se as
circunstâncias o permitirem); Observar e manter a privacidade do paciente.
3. Reunir o material e higienizar as mãos;
4. Colocar o paciente em posição adequada – decúbito dorsal, em Fowler;
5. Higienizar as mãos e proceder à paramentação cirúrgica;
6. Calçar as luvas estéreis;
7. Calçar as luvas estéreis. A partir deste momento, será necessária a presença de um
outro profissional para auxiliar no procedimento, oferecendo os materiais necessários.
8. Posicionar-se ao lado do leito do paciente, de modo que sua mão não dominante
fique mais próxima à região torácica do paciente. A mão dominante deverá ser
utilizada para inserir o cateter;
9. O assistente deverá: abrir a bandeja de drenagem torácica; abrir o pacote de gaze
estéril dentro da cuba redonda; abrir a seringa de 10 ml, a agulha 25 x 8 mm e o
dreno de tórax dentro da bandeja; abrir o frasco coletor, preenchendo-o com 500 ml
de soro fisiológico. Pendurá-lo na base do leito do paciente, mantendo sua
extremidade envolta no invólucro estéril e a pinça fechada;
10. Conectar a agulha à seringa de 10 ml e aspirar a Lidocaína, auxiliado pelo assistente,
que abre e oferece a ampola;
11. Montar o dreno de tórax, pinçando a sua extremidade próximo à borda de inserção;
12. Dobrar as gazes estéreis da bandeja e umedecê-las com o antisséptico, mantendo-as
dentro da cuba redonda;
13. Utilizando a mão dominante e, com a pinça de antissepsia montada com uma gaze
embebida em solução antisséptica, realizar a antissepsia da região torácica a ser
abordada;
14. Colocar o campo fenestrado estéril;

15. Proceder à anestesia local com Lidocaína, incluindo a


pele, o periósteo das costelas superior e inferior e o
feixe vásculo nervoso que se encontra posicionado na
borda inferior do arco costal. Na Figura ao lado, a seta
indica o Feixe vásculo nervoso durante anestesia do
periósteo da costela inferior e superior.

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16. Proceder à a toracocentese ascendente, com o objetivo de identificar a presença de


ar ou líquido, permitindo a introdução do dreno no local apropriado.

A - Posicionamento do

paciente;

B - Toracocentese
ascendente para
identificação de local de
inserção de dreno
torácico;

C - Exploração digital da
cavidade;

D - Inserção de dreno
torácico.

17. Realizar uma incisão de 2 a 3 cm, transversal, paralela à costela, de preferência


tracionando-se a pele antes de incisar, no sentido cranial. Essa manobra favorecerá a
verticalização do dreno, orientando-o no sentido do ápice da cavidade torácica.

18. Determinar a extensão do dreno que deverá ser introduzida no espaço pleural. A
medida aproximada pode ser obtida com o próprio dreno, medindo-se externamente a
linha clavicular até o limite da pequena incisão na qual se introduzirá o dreno. Os
furos laterais do dreno não podem ficar localizados no tecido subcutâneo, mas pelo
menos de 3 a 5 cm da pleura parietal.

19. Introduzir a pinça hemostática Crile com a ponta perpendicular voltada para o bordo
superior da costela, com a concavidade da pinça voltada para a parede do tórax, e, ao
passar o músculo intercostal e a pleura parietal, sua ponta deverá ser orientada no
sentido da pleura parietal, com sua convexidade voltada para a parede do tórax. Esta
manobra reduz os riscos de lesão do pulmão e do feixe nervoso.

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20. Fixar o dreno à parede do tórax


com ponto em “U” e fio de
segurança em dreno torácico.

21. Conectar a extremidade do dreno ao frasco coletor em selo d’água.


Abrir a pinça do dreno e a pinça do tubo extensor do frasco coletor.
Observar a drenagem.

22. Cobrir o ponto de inserção do dreno com gaze estéril e esparadrapo


ou cobertura adesiva estéril transparente e fixar o tubo extensor do
dreno à pele do paciente, como medida de segurança.

Obs.: Todo procedimento deve ser registrado no prontuário do paciente.

Complicações:
• Hemorragia por lesão de um vaso (artéria intercostal, subclávia, mamária).
• Oclusão do dreno (por dobra do tubo de drenagem ou formação de coágulo ou
processo fibrótico junto aos orifícios de drenagem);
• Infecção;
• Enfisema subcutâneo por posicionamento incorreto do dreno;
• Abcesso de parede.
• Desconexão acidental dos tubos ou quebra do frasco coletor.

Referências bibliográficas
1. Drenagem torácica - Universidade Federal Fluminense. Disponível em:
www.proac.uff.br/esai2/sites/default/files/drenagem_toracica_2.pdf

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