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Helena Galhardo, Caroline Beling, Isabelle Marques e Luiza Londres - 132 

Semiologia e Propedêutica 

Roteiro Prova Prática 1º bim 


 
ANAMNESE 
IDENTIFICAÇÃO​:  Nome,  idade,  sexo,  cor,  estado  civil,  profissão,  naturalidade, 
residência atual e anterior, religião 
 
QUEIXA PRINCIPAL​:​ "​Nas palavras do paciente​" 
● Pode  ter,  no  máximo,  3  queixas  principais  (se  o  paciente  se  queixar de mais, 
deve-se filtrar as mais relevantes) 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA)​:​ ​Sinal/sintoma 
● Tempo: ​há quanto tempo? 
● Intensidade/quantificação  ​(se  não  for  possível  quantificar,  deve  relacionar 
com  a  capacidade  funcional,  ou  seja,  se  mudou  ou  não  a  rotina  do 
paciente) 
● Características/qualificações: 
○ Quanto tempo dura o sintoma? 
○ Com que frequência aparece e em que horário do dia? 
○ Modo de aparecimento (súbito ou gradual) 
○ Qual a localização (irradia para algum lugar)? 
○ Fatores atenuantes 
○ Fatores agravantes 
○ Como evoluiu? 
○ Relação com outras queixas? 
● Situação atual 
 
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP) 
● HAS? Diabetes? 
● DST (HIV)? 
● Alergias? 
● DCI (catapora, sarampo, caxumba)? 
● Doenças degenerativas ou infecciosas? 
● Cirurgia  ou  internação  prévia  (data,  tipo,  diagnóstico,  eletiva  ou  urgência, 
transfusão sanguínea)?  
● Traumatismos (época e consequências)? 
● Imunizações? 
 
HISTÓRIA FISIOLÓGICA (HFIS) 
● Parto (normal ou cesárea, 9 meses ou prematuro, local)? 
● Ciclo menstrual (frequência, fluxo, cólicas, TPM) 
● Gestação?  ● Anticoncepcional 
● Desenvolvimento psicomotor  ● Início da vida sexual 
● Puberdade  ● Menopausa 
● Menarca 
 
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HISTÓRIA  FAMILIAR  ​(HF)​:  ​avaliar  se  teve  doenças,  se são vivos ou falecidos (idade 


e causa) 
● Pai  ● Esposa/marido 
● Mãe  ● Filhos 
● Irmãos 
 
HISTÓRIA SOCIAL (HSOC) = SOCIAL/SÓCIO ECONÔMICO 
● Nível educacional 
● Alimentação (quantitativamente e qualitativamente) 
● Habitação (tipo de moradia, condições sanitárias, número de cômodos) 
● Condições socioeconômicas e culturais 
● Atividade física (qual atividade e qual frequência)? 
● Horas de sono 
● Tabagista (duração e quantidade)? 
● Álcool (duração e quantidade)? 
● Drogas (tipo, duração e quantidade)? 
● Hábitos  sexuais  (quantos  parceiros,  relação  com  sexo  oposto  ou  mesmo 
sexo) 
 
 
ECTOSCOPIA 

 
1. Estado geral​ → ​BEG, REG, MEG 
 
2. Nível  de  consciência  e  orientação  →  ​alerta/lúcido/vigil,  letárgico, 
obnubilante, torporoso, comatoso 
○ Coma  →  causas  neurológicas  (traumáticas,  vasculares,  neoplásicas), 
metabólicas  (hipoglicemia,  coma  diabético,  coma  hepático)  ou 
exógenas (álcool, barbitúricos, monóxido de carbono) 
■ Escala  de  Glasgow  →  avalia  3  aspectos:  ​abertura  ocular, 
resposta motora, resposta verbal 
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3. Estado nutricional ​→ normal, desnutrido, obeso 
○ Desnutrido  →  musculatura  hipotrófica,  panículo  adiposo escasso, pele 
rugosa,  cabelos  e  o  pelos  mudam  de  cor  e  se  tornam  finos,  secos  e 
quebradiços,  sequidão  da  conjuntiva  bulbar,  perda  do  reflexo  à  luz, 
falta ou diminuição de lágrimas e fotofobia 
■ Emagrecimento  importante  →  perda  de  mais  de  5%  do  peso 
corporal em um curto período de tempo (1 ou 2 meses) 
■ Magreza  →  paciente  com  peso  de  10-15%  abaixo  do  peso 
mínimo normal 
■ Caquexia  →  extrema  magreza,  comprometendo  o  estado 
geral do paciente 
✓ Comum  em  doenças  consuptivas  (AIDS,  neoplasias, 
cirrose, desnutrição) 
○ Sobrepeso e obesidade​ → acima do peso máximo 
■ Obesidade central (androide)​ → formato de "maçã" 
✓ Gordura se concentra no tórax e abdômen 
✓ Comum em homens 
✓ Predisposição à diabetes tipo 2, HAS e IAM 
■ Obesidade periférica (ginecóide)​ → formato de "pera" 
✓ Gordura  se  concentra  nas  coxas,  nádegas  e  próximo  a 
pelve 
○ Avalia-se o ​peso​ e a ​altura 
■ Para  avaliar  o  peso,  deve  sempre  despir  o  paciente  e  verificar 
se a balança está regulada 
■ Para avaliar a altura, deve medir sempre sem os calçados 
○ Avalia o ​IMC = peso/altura​2 

 
○ Avalia a ​circunferência abdominal 
■ Homens → até 102 cm 
■ Mulheres → até 88 cm 
■ Usa-se  uma  fita  métrica  e  envolve  todo  o  abdômen  do 
paciente  na  ​altura  da  metade  da distância entre a crista ilíaca 
e o rebordo costal​ (normalmente, na cicatriz umbilical) 
 
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4. Biotipo​ → avaliado de acordo com o ângulo de Charpy 


○ Brevilíneo  
■ Ângulo de Charpy maior que 90º 
■ Membros curtos e tórax alargado 
■ Pescoço curto e grosso 
■ Estatura pouco elevada 
■ Predisposição  à  obesidade,  hipertensão  arterial, 
doenças reumáticas e articulares 
■ Ictus cordis no 4º EICE para fora da LHC 
○ Normolíneo  
■ Ângulo de Charpy = 90º 
■ Equilíbrio entre tronco e membros 
■ Ictus cordis no 5º EICE na LHC 
○ Longilíneo  
■ Ângulo de Charpy menor que 90º 
■ Predomínio dos membros sobre o tórax 
■ Tórax afilado e chato 
■ Pescoço longo 
■ Predisposição  ao  nervosismo,  doenças  do  aparelho  digestivo  e 
estados anêmicos 
■ Ictus cordis no 6º EICE para dentro da LHC 
 
5. Fácies​ (típica ou atípica) 
○ Fácie  hipocrática  →  olhos  fundos,  fixos  e  inexpressivos,  boca 
entreaberta,  nariz  afinado  e  geralmente  com  batimento  de 
asa de nariz, lábios adelgaçados, palidez 
■ Indica  ​doenças  de  estado  terminal  e  doenças 
consuptivas 
○ Fácie  renal  →  rosto  edemaciado,  principalmente  com edema 
periorbital bilateral e palidez cutânea 
■ Indica  doenças  difusas  do rim, como ​síndrome nefrótica 
e glomerulonefrite 
○ Fácie  leonina  →  ausência  de  supercílios,  madarose  (perda  de 
cílios  e/ou  da  sobrancelha),  nariz  e  lábios  engrossados  e 
endurecidos, pele espessa com muitos lepromas 
■ Indica ​hanseníase 
○ Fácie  adenoideana  →  fisionomia  inexpressiva,  boca 
entreaberta,  lábio  inferior  grosso  e  pendente,  nariz  pequeno e 
afilado 
■ Em indivíduos com ​hipertrofia da adenoide 
○ Fácie  parkinsoniana  →  cabeça  inclina  para  frente  e  imóvel, 
olhar fixo, supercílios elevados, expressão de espanto 
■ Indica ​doença de Parkinson 
○ Fácie  basedowiana  ou  de  espanto  →  olhos  salientes  e 
brilhantes, rosto magro e nariz fino, presença de bócio 
■ Indica ​hipertireoidismo​, como ​Doença de Graves 
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○ Fácie  mixedematosa  →  rosto  arredondado  e  com  infiltração 


edematosa,  edema  periorbital,  pele  pálida,  macroglossia 
(lábios grossos), nariz grosso, expressão de apatia, madarose 
■ Indica ​hipotireoidismo 
○ Fácie  acromegálica  →  protrusão  frontal,  hipertrofia  de  nariz, 
lábios  e  orelhas,  prognatismo  (projeção  do  maxilar  anterior 
para  frente),  macroglossia  e  sinofridia  (junção  das 
sobrancelhas) 
■ Indica ​acromegalia 
○ Fácie  cushingóide  (fácie  de  lua  cheia)  →  arredondamento  e 
congestão  do  rosto  e  pescoço,  hipertricose,  atenuação  dos 
traços faciais e pletora facial 
■ Indica  ​síndrome  de  Cushing  ou  iatrogenia  por  uso  de 
corticoides 
○ Fácie  mongoloide/de  Down  → olhos oblíquos, crânio pequeno 
e  arredondado,  epicanto  (prega  cutânea  recobrindo  a 
carúncula  lacrimal),  hipertelorismo,  boca  entreaberta  e 
macroglossia 
■ Indica ​síndrome de Down 
○ Fácie  pseudobulbar  →  fisionomia  abobadada  e  inexpressiva, 
olhar  fixo,  imobilidade  palpebral,  boca  entreaberta  e  com 
grande salivação, crises súbitas de riso ou choro involuntárias 
■ Indica ​paralisia pseudobulbar 
○ Fácie  miastênica  →  ptose  palpebral  bilateral,  testa  franzida  e 
cabeça levantada 
■ Indica ​miastenia gravis 
○ Fácie  heredoluética/de  Hutchinson  →  fronte  olímpica  muito 
desenvolvida, nariz em sela, dentes de Hutchinson 
■ Indica ​sífilis congênita 
○ Fácie  tetânica  →  contratura  dos  músculos  da  face,  riso 
sardônico, fendas palpebrais estreitas  
■ Indica ​tétano 
○ Fácie  esclerodérmica  (fácie  de  múmia)  →  imobilidade  facial, 
lábios  adelgaçados,  afinamento  do  nariz,  pele  endurecida, 
expressão para e imutável 
■ Indica ​esclerodermia 
○ Fácie  de  depressão  →  cabisbaixo,  olhos  com  pouco  brilho  e 
fixos  em  um  ponto  distante,  sulco  nasolabial  acentuado, 
comissura labial rebaixada, fisionomia de indiferença 
■ Indica ​transtornos de humor 
○ Fácie  etílica  →  olhos  avermelhados,  ruborização  facial,  hálito 
etílico 
■ Indica que o paciente está ​alcoolizado 
○ Paralisia  facial  periférica  →  desvio  da  comissura  labial  para  o 
lado  sadio,  impossibilidade  de  fechamento  total  da  pálpebra 
para o lado afetado 
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6. Atitude  estática  =  postura  →  ativo  ou  passivo  no leito e fora do leito, posição 


atípica ou típica (posição preferencial adotada pelo paciente) 
○ Atípica 
○ Típicas: 
■ Antálgica​ → muitas variações 
✓ Paciente  coloca  a  mão  no  local  da  dor  e,  em  caso  de 
dor  abdominal,  o  paciente  pode  assumir  a  posição  de 
decúbito  dorsal,  fletindo  a  perna  e  a  coxa  sobre  o 
abdômen no mesmo lado da dor 
✓ Ocorre em ​cefaleias, IAM, apendicite, pelviperitonite 
■ Ortopneica 
✓ Paciente  sentado  a  beira  do  leito  com os pés no chão e 
as  mãos  apoiadas  no  colchão  para  melhorar  um pouco 
a  respiração  ou  pode-se  encontrar  o  paciente  deitado 
com  os  pés  estendidos  ao  longo  da  maca  e  recostado 
com a ajuda de 2 ou mais travesseiros 
✓ Ocorre  em  doenças  que  causam  dispnéia, 
principalmente  ​insuficiência  cardíaca,  asma,  enfisema 
pulmonar, atelectasia pulmonar, ascites volumosas 
■ Blechmann​ → sinal do travesseiro 
✓ Paciente  senta-se  na  cama,  abraça  o  travesseiro  e  se 
inclina para frente 
✓ Ocorre  em  pacientes  com  pericardite  e  derrame 
pericárdico 
■ Genupeitoral 
✓ Paciente  de  joelho,  com  o  tronco  fletido  sobre  as  coxas 
e  com  a  face  anterior  do  tórax  em  contato  com  o 
colchão 
✓ Ocorre  no  ​derrame  pericárdico  e  em  alguns  casos  de 
abdômen agudo ou pancreatite aguda 
■ Cócoras (squatting) 
✓ Ocorre  nas  ​cardiopatias  congênitas  cianóticas​, 
principalmente na ​tetralogia de Fallot 
■ Posição do gatilho/meningítica 
✓ Contratura  da musculatura da nuca e do dorso (cabeça 
voltada para trás e tronco ligeiramente arqueado) 
✓ Ocorre na ​meningite 
■ Opistótono 
✓ Paciente  se  apoia  apenas  nos  calcanhares  e  na  região 
occipital  com  o  dorso  encurvado  (alto  grau  de 
contratura) 
✓ Ocorre em pacientes com ​tétano e meningite 
■ Emprostótono 
✓ Paciente  se  apóia  formando  uma  concavidade  com  o 
corpo para cima (oposto ao opistótono) 
✓ Ocorre em pacientes com ​tétano, meningite e raiva 
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■ Pleurotótono 
✓ Paciente curva o corpo lateralmente no leito 
✓ Ocorre em pacientes com ​tétano, meningite e raiva 
■ Ortótono​ → contratura generalizada (paciente rijo) 
■ Esquiador​ → ocorre na ​espondilite anquilosante 
 
7. Atitude dinâmica = marcha 
○ Ceifante, helicoidal, hemiplégica ou hemiparesia espástica 
■ Membro superior fletido em 90º no cotovelo e em adução  
■ A  perna  comprometida  traça  um  semicírculo,  sendo  que  o  pé 
igualmente se arrasta e se apoia no chão 
■ Ocorre nos pacientes ​hemiplégicos e ​ que tiveram​ AVC 
○ Dos passos miúdos (parkinsoniana) 
■ Postura  inclinada  para  frente,  lentidão  para  iniciar  a  marcha, 
passos curtos e arrastados 
■ Ocorre na ​Doença da Parkinson​ ​e na aterosclerose avançada 
○ Escarvante (polineurítico) 
■ Paciente  levanta  a perna além do habitual para deslocar o pé, 
arrastando a ponta do pé no chão 
■ Ocorre no paciente ​polineurítico 
○ Tabética 
■ Olhar  fixo  no  solo,  aumento  da  base de sustentação, elevação 
súbita  e  violenta  dos  MMII  e  recolocação  no  solo  inicialmente 
dos calcanhares 
■ Ocorre  na  ​neurossífilis,  tabes  dorsalis,  mielose  funicular  e 
mielopatia vascular 
○ Cerebelar ou ebriosa 
■ Base  alargada,  desequilibrada  e  irregular,  pernas  projetadas 
para frente e para os lados 
■ Paciente  cambaleia  e  incapaz  de  andar  seguindo  alguém  ou 
em linha reta 
■ Ocorre nas ​lesões cerebelares e em pacientes alcoolizados 
○ Em tesoura, espástica ou espasmódica 
■ MMII  espásticos  e  enrijecidos  que  permanecem  semifletidos, 
joelhos  unidos,  pés  se  arrastam  e  pernas  se  cruzam  uma  na 
frente da outra 
■ Ocorre na ​paralisia cerebral  
○ Anserina 
■ Acentuamento  da  lordose  lombar  e  inclinação  do  tronco para 
direita ou esquerda 
■ Ocorre na ​gravidez e em miopatias da cintura pélvica 
○ Claudicante 
■ Paciente manca para um dos lados ao caminhar 
■ Ocorre  em  ​lesões  do  aparelho  locomotor  e  na  insuficiência 
arterial periférica 
 
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8. Mucosas 
○ Mucosas avaliadas: 
■ Mucosa conjuntival 
■ Mucosa labial 
■ Mucosa lingual 
■ Mucosa gengival 
○ Critérios a serem avaliados: 
■ Coloração  
✓ Palidez/hipocorada/descorada​ → ​indicativo de anemias 
↪ Em cruzes (1 a 4) 
✓ Normocorada​ (róseo avermelhadas) 
✓ Hipercorada​ → ​indicativo de DPOC e policitemia 
■ Hidratação  →  deve-se  avaliar  o  turgor  e  elasticidade  da  pele 
(​sinal  da  prega​),  brilho  e  saliva  da  mucosa  oral  (puxar  o  lábio 
para  baixo  como na imagem acima), a hidratação da mucosa 
conjuntival  (puxar ambos os olhos para baixo como na imagem 
acima) e, em crianças, as fontanelas 
✓ Desidratada 
↪ Enoftalmia  (olhos  afundados)  é  um  sinal  de 
desidratação 
✓ Hidratada  
■ Cianose​ → cianótico ou acianótico 
✓ 1 a 4 cruzes 
✓ Locais  de  avaliação​:  leito  ungueal,  polpas  digitais  e 
unhas, lábios, lobos da orelha e ponta do nariz 
■ Icterícia​ → ictérico ou anictérico 
✓ 1 a 4 cruzes 
↪ 1+  →  quase  imperceptível,  apenas  na  mucosa 
conjuntival e freio da língua 
↪ 2+  →  mais  perceptível  e  apenas  na  mucosa 
conjuntival e freio da língua 
↪ 3+  →  atinge  a  pele  (normalmente  palma  das 
mãos e dos pés primeiro) 
↪ 4+  →  completamente  ictérico  em  todo  o  corpo e 
mucosas 
✓ Locais  de  avaliação​:  mucosa  conjuntival  (puxar  para 
baixo  e  pedir  para  o  paciente  olhar  para  cima  e  vice 
versa, sempre em ambos os olhos), freio da língua e pele 
 
9. Pele e fâneros 
○ Coloração  →  pesquisar  se  há  alterações  na  uniformidade  da 
coloração ou se há desvios da normalidade 
■ Palidez  generalizada  ■ Cianose 
ou localizada  ■ Hipercarotenemia 
■ Eritrose e hiperemia  ■ Icterícia 
○ Umidade​ → palpação das polpas digitais e da palma da mão 
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○ Textura​ → normal, áspera, enrugada ou fina 


○ Espessura​ → normal, atrófica, hipotrófica ou hipertrófica 
○ Temperatura  →  deve  ser  pesquisada  com  o  dorso  da  mão, 
comparando simetricamente cada segmento analisado 
○ Elasticidade e turgor 
○ Lesões principais: 
■ Mácula ou mancha  ■ Crosta 
■ Pápula (palpável)  ■ Fissura 
■ Vesícula  ■ Escama 
■ Pústula  ■ Cicatriz 
■ Úlcera  ■ Escoriação 
■ Nódulo  ■ Hematoma 
■ Bolha  ■ Escara 
■ Abscesso  ■ Liquens 
○ Fâneros: 
■ Cabelo 
✓ Ausência → ​alopécia 
✓ Ausência  localizada  →  ​alopécia  areata,  tinea  de  couro 
cabeludo 
■ Pêlos  ​→  a  distribuição  de  pelos  segue  fatores  sexuais,  raciais  e 
constitucionais 
✓ Precocidade  de  aparecimento  →  ​tumores  ovarianos  ou 
testiculares, tumores da suprarrenal, puberdade precoce 
✓ Atraso  no  aparecimento  →  ​alterações  hipotalâmicas  ou 
hipofisárias, síndrome de Turner 
✓ Aumento da quantidade → ​hipertricose 
↪ Tumores  ovarianos  ou  testiculares,  tumores  da 
suprarrenal,  síndrome  de  ovários  policísticos,  uso 
de drogas androgênicas 
✓ Hirsutismo  →  aparecimento  de  pêlos  em  locais  não 
usuais 
✓ Madarose  →  perda  de  pelos  na  região  distal  das 
sobrancelhas 
↪ Hipotireoidismo, hanseníase, sífilis 
■ Unhas​ (avaliar a forma e enchimento capilar da unha) 
✓ Baqueteamento  digital  →  alargamento  dos 
segmentos terminais das falanges distais 
↪ Tuberculose,  enfisema,  tetralogia  de 
Fallot 
✓ Unha  em  vidro  de  relógio  →  angulação  da 
unha maior que 160 graus (unha convexa) 
↪ Fisiológico  em  negros,  ​cardiopatias  congênitas, 
DPOC 
✓ Coiloníquia  (unha  em  forma  de  colher)  →  superfície 
côncava 
↪ Anemia ferropriva   
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✓ Unha  hipocrática  (hipocratismo  digital)  →  aumento  do 


tecido  conjuntivo na porção terminal das falanges distais 
(empurra a base da unha para cima) 
↪ Baqueteamento  digital  +  unha  em  vidro  de 
relógio 
↪ Cardiopatias  congênitas,  DPOC,  tuberculose, 
fibrose cística, hipertensão pulmonar 
✓ Onicomicose​ → ​fungos 
✓ Paroníquia​ → ​bactérias 
✓ Onicólise (unhas de Plummer)​ → ​hipertireoidismo 
✓ Unhas  de  Terry  →  unhas  quebradiças  com  faixa  distal 
acastanhada 
↪ Indicativo de ​doenças crônicas e envelhecimento 
 
10. Edemas 
○ Localização​ → localizado ou generalizado 
■ Se for generalizado é chamado de ​anasarca 
✓ Se tiver em ambos os membros já é generalizado 
○ Consistência  →  compressão  firme  e  sustentada 
com  a  polpa  digital  do  polegar  ou  do  indicador 
de  encontro  com  uma  estrutura  rígida subjacente 
a área em exame 
■ Mole → sinal de Cacifo positivo 
■ Duro → inflamatório ou linfedema 
○ Elasticidade 
■ Elástico → inflamatório 
■ Inelástico 
○ Temperatura  →  avalia-se  com  o dorso da mão na região do edema e 
na região normal ao lado, comparando-as 
■ Quente → inflamatório 
■ Frio → isquemia  
○ Intensidade​ (1 a 4 cruzes) 
○ Sensibilidade  
■ Doloroso → inflamatório 
■ Não doloroso 
○ Coloração  
 
11. Sinais vitais​ → ​FC, FR, PA, temperatura e pulso arterial 
○ Pulso  arterial:  ​carotídeo,  axilar,  braquial,  radial,  femoral  ou  inguinal, 
poplíteo, tibial posterior e pedioso 
■ Deve-se  avaliar  por  ​1  minuto​:  o  ritmo  (regular  ou  irregular),  a 
amplitude, a frequência cardíaca e o tipo de pulso 
✓ Parvus  tardus,  célere,  bisferiens,  bigeminado,  paradoxal, 
dicrótico, alternante ou filiforme 
■ Palpação é feita com 2 polpas digitais 
■ Deve sempre comparar com a artéria homóloga  
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○ Frequência cardíaca: 
■ É o número de batimentos por minuto 
■ Normal → ​60 a 100 bpm 
✓ Acima → taquicardia 
✓ Abaixo → bradicardia 
■ Deve sempre contar a FC por ​1 minuto 
■ Pode  avaliar  os  pulsos  periféricos,  porém,  o  mais  correto  é 
contar pelo precórdio 
○ Frequência respiratória: 
■ Normal → ​14 a 20 irpm 
■ Observar  e  contar  as  movimentações  torácicas  com  o 
paciente sentado durante ​1 minuto 
■ Deve-se  palpar o pulso radial enquanto conta as irpm para que 
o paciente não perceba que o médico está contando a FR 
■ Eupnéia​ → respiração normal  
■ Dispnéia​ → respiração difícil, trabalhosa ou curta 
■ Ortopneia  →  dispneia  em  decúbito  dorsal  que  melhora  em 
posição ereta 
■ Taquipneia​ → respiração rápida e pouco profunda  
■ Bradipnéia​ → respiração lenta 
■ Hiperpnéia​ → aumento da amplitude da respiração  
■ Trepopneia​ → dispneia em decúbito lateral 
■ Apneia​ → ausência de respiração  
○ Pressão arterial:  
■ Normal → ​120 x 80 mmHg 
■ Localizar  a  artéria  braquial  e  posicionar  o  manguito 
corretamente (2 cm acima da fossa cubital) 
■ Inicialmente,  deve-se  realizar  a  técnica  palpatória  do  pulso 
radial  para  avaliar  a  pressão  sistólica  do  paciente, insuflando o 
manguito e observando quando volta a sentir o pulso radial 
■ Após  1  minuto,  coloca-se o esteto na artéria braquial e insufla o 
manguito  novamente  20-30  acima  da  pressão  sistólica 
observada  na  técnica palpatória, desinsuflando calmamente e 
ouvindo a pressão sistólica e diastólica 
○ Temperatura​:  ​permanência  com  o  termômetro  de  no  mínimo  3 
minutos e no máximo 5 no local de aferência  
■ Axilar​ → mais cômoda e mais utilizada (35,5 a 37 ºC) 
■ Prega inguinal​ → até 0,2ºC acima da axilar 
■ Bucal​ → até 0,4ºC acima da axilar 
✓ Termômetro  sob  a  língua  e  posicionado  no  canto  do 
lábio 
■ Retal​ → até 0,6ºC acima da axilar 
■ Timpânica e cutânea  
 
 
 
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REVISÃO DE SISTEMAS 
CABEÇA E PESCOÇO 
● Tamanho ​(micro/macrocefalia) e ​formato do rosto: 
○ Braquicéfalo​ → eixo horizontal maior (ásia) 
○ Dolicocéfalo​ → eixo vertical maior (comum em negros) 
○ Mesocéfalo  →  equivalência  entre  os  eixos  verticais  e  horizontais 
(comum em brancos) 
● Deve-se  avaliar  a  superfície,  buscando:  ​pontos  dolorosos,  depressões, 
abaulamentos, retrações, tumorações ou deformações 
● Avaliação neurológica, da pele e fâneros (cabelo, sobrancelha..)  
● Avaliar os seios da face (​técnica dígito-pressão​) 
● Olhos e alterações visuais​: t​ amanho, simetria ​(estrabismo) ​e distância 
○ Avalia  a  esclerótica,  conjuntiva,  íris,  pupila  (lacrimejamento,  diplopia, 
embaçamento visual, prurido ocular), fenda e ​ptose palpebral 
■ Arco/halo senil​ → anel opaco na região periférica à córnea 
✓ Hiperlipidemia, aterosclerose, xantelasma 
○ Reflexo fotomotor, consensual, campimetria e acuidade visual 
○ Hipertelorismo​ → afastamento dos olhos 
■ Síndrome de Edward, cardiopatias congênitas 
○ Hipotelorismo​ → aproximação dos olhos 
● Nariz (rinoscopia) ​→ avaliar secreções, cornetos e alterações olfatórias 
● Ouvido  (implantação  das  orelhas  e  otoscopia:  avaliar  integridade  do 
conduto auditivo externo e interno, incluindo da membrana timpânica) 
● Boca​ → lábios, mucosas, dentes, língua, assoalho, palato, tonsilas e úvula 
● Pescoço → ​dor ou rigidez aos movimentos, movimentos anormais 
○ Avaliar turgência jugular à 45 graus 
● Traqueia​ → centrada ou não 
● Tireoide​ (móvel ou imóvel, palpável ou impalpável → todos são normais) 
○ Inspeção  →  se  a  fúrcula  está  retraída, reta ou abaulada, se as bordas 
do ECM estão retas ou arqueadas 
○ Mobilidade  →  pede  para  o  paciente  beber  água  e  engolir, 
observando a mobilidade da cartilagem cricóide 
○ Palpação  →  deve-se  observar  a  fúrcula,  o  ECM  e  a  cartilagem 
cricóide 
■ Anterior:  À  frente  do  paciente,  o  polegar  de  uma  das  mãos 
traciona  o  ECM  e,  com  os  dedos  da  outra  mão,  palpa-se  no 
mesmo lado. Depois, repete o procedimento com o outro lado. 
✓ Para  palpar  o  istmo,  junta  os  dedos  na  fúrcula,  pede 
para o paciente deglutir e vai subindo os dedos 
■ Posterior:  Atrás  do  paciente,  uma  das  mãos  traciona  o  ECM 
para  o  lado  e,  com  os  dedos  da  outra  mão,  palpa-se  no 
mesmo lado. Depois, repete o procedimento com o outro lado. 
✓ O istmo é palpado da mesma forma 
○ Critérios  avaliados:  ​localização,  simetria,  volume,  tamanho, 
mobilidade,  sensibilidade,  consistência, presença ou não de linfonodo 
satélite, aderência a planos profundos, superfície lisa ou nodular 
Helena Galhardo, Caroline Beling, Isabelle Marques e Luiza Londres - 132 
Semiologia e Propedêutica 

● Linfonodos 
○ Deve-se  palpar  sempre  dos 2 lados 
e contra um músculo ou osso 
○ São  eles,  nessa  ordem:  ​occipital​, 
retro  auricular​,  ​pré  auricular​, 
submentoniano​,  ​sublingual​, 
submandibular​,  ​cervical  anterior 
superior  e  inferior​,  ​cervical posterior 
superior  e  inferior​,  ​supraclavicular​, 
infraclavicular​,  ​epitroclear​,  ​axilar 
superficial  e  profundo​,  ​inguinal​, 
femoral​ e ​poplíteo 
■ Para  palpar  os  linfonodos 
entre  a  cabeça  e  o 
pescoço  deve-se  colocar  uma das mãos acima da cabeça do 
paciente (segurando) e inclinar a cabeça para o lado que será 
palpado  
○ Características  avaliadas  dos  linfonodos:  ​localização,  tamanho 
(normal  até  2cm),  consistência,  sensibilidade,  temperatura, 
fistulização, mobilidade, aderência a planos profundos 
 
TÓRAX E APARELHO RESPIRATÓRIO 
INSPEÇÃO → PALPAÇÃO → PERCUSSÃO → AUSCULTA 
● INSPEÇÃO ESTÁTICA: 
○ Observar a ​forma do tórax ​→ atípico ou típico 
■ Enfisematoso  (em  tonel)  →  aumento  do  diâmetro  transversal, 
abaulamento  do  dorso,  alargamento  dos  espaços  intercostais, 
pulmão hiperinsuflado 
✓ Paciente com ​ortopneia, DPOC 
■ Chato/plano  →  longo  e  estreito  com  redução  do  diâmetro 
ântero posterior 
✓ Doenças caquetizantes e constitucionais  
■ Sapateiro/pectus  excavatum  →  depressão  da  parte  inferior  do 
esterno 
✓ Pode  ser  ​congênito  ou  ​adquirido  e  não  tem  significado 
patológico,  mas  pode  ter  uma  distribuição  de  órgãos 
anormal 
■ Em  quilha  (peito  de  pombo)  →  esterno  proeminente,  formato 
triangular e retificação das costelas 
✓ Normalmente ​congênito 
■ Em  sino  →  alteração  abdominal  com  alargamento  da base do 
tórax 
✓ Grandes hepatoesplenomegalias e ascites volumosas 
■ Cifótico/lordótico/cifoescoliótico  →  ​deformações  na  coluna 
vertebral e no esqueleto torácico 
 
Helena Galhardo, Caroline Beling, Isabelle Marques e Luiza Londres - 132 
Semiologia e Propedêutica 

○ Abaulamentos, retrações, cicatrizes e/ou lesões na pele 


■ Herpes  zoster  →  lesões  na  margem  do  arco  costal  (seguem  o 
trajeto do nervo e causam neurite) 
✓ Dor e dificuldade para respirar 
○ Avaliar se há circulação colateral 
○ Avaliar a distribuição dos pêlos 
○ Avaliar se há ginecomastia 
 
● INSPEÇÃO DINÂMICA: 
○ Avaliar a ​frequência respiratória 
○ Avaliar  se  há  sinais  de  esforço  respiratório  (​cianose,  sudorese, 
taquipnéia,  fúrcula  esternal,  tiragem  intercostal,  uso  de  musculatura 
acessória como ECM, batimento de asa de nariz​) 
○ Avaliar o ritmo respiratório → regular ou irregular 
○ Avaliar o padrão respiratório: 
■ Harmônico​ (normal) 
■ Cheyne  Stokes  →  ​ICC,  HIC,  AVC,  TCE,  intoxicação  por 
barbitúricos 
■ Biot​ → ​irritação meníngea, ICC mais grave, HIC, AVC, TCE 
■ Paradoxal  
■ Kussmaul​ → ​coma diabético (acidose metabólica) 
■ Suspirosa​ → ​psicogênica 
■ Agônica​ → ​parada cardiorrespiratória 
 
● PALPAÇÃO: 
○ Expansibilidade  torácica  (normal,  diminuída 
uni ou bilateralmente, aumentada) 
■ Avalia​: posterior e anteriormente 
✓ Ápice  (ombros),  terço  médio  (abaixo  da  axila)  e  base 
(arcos costais) 
■ Deve  sempre  comparar  a  expansibilidade  do  tórax  direito  e 
esquerdo 
■ Pode estar preservada ou diminuída 
○ Elasticidade  (normal  ou  diminuída  uni  ou  bilateralmente)  → 
deve-se  apertar  a  caixa  torácica  de  2  formas:  ​ântero 
posterior e látero lateral 
■ Pode  estar  preservada  (normal)  ou  diminuída 
(​enfisema pulmonar, destruição das fibras elásticas​) 
○ FTV​ (paciente deve falar 33) 
■ Avalia​: anterior, posterior e lateralmente 
■ Palma da mão nos EIC e seguir o ​método à grega 
■ Do  lado  direito,  o  brônquio  fonte  é  mais 
verticalizado,  logo,  o  FTV  é  mais  audível  do  que 
do  lado  esquerdo  (mais  horizontal,  logo,  maior 
resistência à passagem do ar) 
■ É melhor audível na base que no ápice 
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Semiologia e Propedêutica 

■ Pode  estar  ​preservado,  aumentado  (​pneumonias,  tumores, 


consolidações,  tuberculose)​ ,  ​diminuído  (​pacientes  obesos, 
pneumotórax,  derrame  pleural,  atelectasia)​   ou  ​abolido 
(​pneumotórax, derrame pleural, atelectasia​) 
OBS:  Para medir onde termina o pulmão, bota-se a borda lateral da mão (borda do 
dedo  mínimo)  entre  os  EIC  e  pede  para  o  paciente  falar  33  até  não  sentir  mais  o 
som. Também serve para avaliar onde começa/termina o derrame pleural. 
 
● PERCUSSÃO:  ​coloca-se  uma  mão  aberta,  com  o  dedo  médio  no  espaço 
intercostal  e,  com  o  dedo  médio  da  outra  mão,  bate-se  na  falange  média 
do dedo médio encostado no EIC (​ ​técnica dígito digital​) 
○ Avalia​: anterior, posterior e lateralmente, no ápice e na clavícula 
○ Som normal → ​claro atimpânico 
○ Sons anormais: 
■ Som maciço​ → ​atelectasia, derrame pleural, consolidação 
■ Som timpânico​ → p ​ neumotórax 
■ Som claro hipersonoro​ → ​enfisema pulmonar 
 
● AUSCULTA:  com  o  ​paciente  sentado,  deve pedir para que ele 
inspire pelo nariz e solte pela boca 
○ Anterior, posterior e lateral 
○ Seguir o ​método à grega 
○ Murmúrio vesicular​ universalmente audível ou diminuído 
○ Avaliar a presença de ​ruídos adventícios 
■ Inspiração → estertores crepitantes 
■ Expiração → roncos e sibilos 
■ Sempre  que  houver  um  ruído  adventício,  deve-se  pedir  para  o 
paciente  ​tossir  →  se  sumir  o  ruído,  era  apenas  um  acúmulo  de 
secreção postural 
 
Ruídos adventícios 
1. Estertores  
○ Origem alveolar 
○ 2 tipos​: ​crepitante ou bolhoso 
 
Crepitante  Bolhoso ou subcrepitante 

Presente apenas na inspiração  Presente na inspiração e na expiração 

Acúmulo de secreção ou pus  Congestão pulmonar (mais comum na base com 


o paciente sentado) 

Não se modifica com o decúbito​ (ao deitar o  Se modifica com o decúbito​ (ao deitar o paciente 
paciente em decúbito lateral, ambos os lados  em decúbito lateral, o lado em contato com a 
continuam com estertores na ausculta)  maca terá estertor bolhoso e o lado livre não) 

Pneumonia, doenças do parênquima  Edema agudo de pulmão 


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Semiologia e Propedêutica 

 
2. Sibilos 
○ Origem no bronquíolo terminal (baixo calibre) 
○ 2 tipos​: ​parenquimatoso/difuso ou segmentar 
■ Parenquimatoso​ → ​asma, bronquiolite 
✓ Carina é o melhor lugar para auscultar 
■ Segmentar  →  ​embolia  pulmonar,  pneumonite  obstrutiva 
(obstrução de vias aéreas) 
 
3. Roncos 
○ Origem no brônquio 
○ Ouve-se na inspiração e na expiração 
○ Ocorre  na  ​bronquite  crônica,  bronquiectasia,  tabagismo  crônico, 
enfisema pulmonar e asma 
 
4. Estridor e cornagem 
○ Sons de vias aéreas superiores, como problemas na traqueia 
 
5. Sopros 
○ 2 tipos​: ​tubário ou anfótero 
 
Tubário ou glótico patológico  Anfótero ou cavitário 

Consolidação ao redor de um brônquio  O ar entra na cavidade do pulmão (ao redor 


segmentar, onde deveria ter apenas ar  dela há massa), roda e forma o sopro 
(carapaça sólida transmite o som) 

Tuberculose ou neoplasia (condensações)  Abscesso pulmonar, cavitação de tuberculose 


ou necrose do centro de tumor 

 
6. Pectoris Loquia 
○ Ouve-se na ausculta o que o paciente fala pelas cordas vocais 
○ 2 tipos​: ​broncofonia ou egofonia​ (som caprino/metálico) 
 
Broncofonia  Egofonia 

1. ​Massa sólida do brônquio segmentar até a   


parede → a​ telectasia  Só há 1 possibilidade: ​derrame pleural​ na base 
com área de ​atelectasia​ acima 
2.​ O que se tornou sólido não foi o parênquima 
e sim a massa → ​neoplasia de pulmão 

 
   
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Semiologia e Propedêutica 

7. Atrito 
○ 2 tipos​: ​pericárdico ou pleural 
■ Pede para o paciente inspirar, segurar o ar e expirar 
✓ Se  o  ruído  permanecer  ao  longo  da  manobra,  é  um 
atrito pericárdico 
✓ Se  o  ruído  desaparecer  quando  o  paciente  para  de 
respirar,  é  um  ​atrito  pleural  (pode  ter  ​dor  pleurítica 
associada = ​dor ventilatória dependente​) 
↪ Presente tanto na inspiração quanto na expiração 
■ O  atrito  pleural  melhora/desaparece  conforme  o  derrame 
pleural  do paciente piora (mais água entre as pleuras, evitando 
o contato entre elas) 
OBS​: ​Derrame pleural 
● Se  for  uma  congestão  por  transudato,  ou  é  bilateral  ou  à  direita  (drenagem 
à esquerda é melhor) 
● Se for à esquerda, deve ser exsudato, pus, sangue ou linfa 
● Para retirar o líquido da pleura, faz-se uma ​toracocentese 
○ Coloca-se  a  agulha  para  drenagem  entre  a  coluna  e  a  ​porção 
inferior do arco costal p ​ ara não atingir os nervos 
○ Como  os nervos entram em vários níveis, o bloqueio é feito no local da 
punção, logo acima e logo abaixo 
○ Punção é feita por ​cima do arco costal 
● À  esquerda  há  o  ​ducto  torácico​,  logo,  ao  puncionar  a  subclávia, 
normalmente escolhe-se a direita, pois tem um risco a menos  
 
Síndromes pulmonares 
1. Pneumotórax 
○ Abaulamento  
○ Diminuição da expansibilidade e elasticidade 
○ FTV diminuído ou abolido 
○ Som timpânico ou hipertimpânico 
○ MV diminuído ou abolido 
○ Pode  ou  não  haver  manifestações  cardiovasculares  →  ​turgência 
jugular, hipotensão, taquicardia e baixa do DC 
■ Se  o  pneumotórax  for  hipertensivo,  é  preciso  ​drenar​,  logo, 
coloca-se a agulha entre o 2º e 3º EIC 
 
2. Derrame pleural verdadeiro 
○ Abaulamento 
○ Diminuição da expansibilidade e elasticidade 
○ FTV diminuído ou abolido 
○ Som maciço 
○ MV abolido 
○ Egofonia 
○ Desvio para o lado sadio 
 
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Semiologia e Propedêutica 

Há 5 tipos de líquido: ​exsudato, transudato, sangue, pus e linfa​. 


O  ​transudato  ocorre  por  aumento  da  pressão  hidrostática ou por diminuição 
da  pressão  oncótica  (​insuficiência  hepática,  desnutrição​).  Se  for  um  derrame  por 
transudato,  ou  será  à  direita  ou  bilateral.  Não  deve-se  drenar  um  derrame  pleural 
por transudato e sim tratar a causa! 
Se  for  por sangue, é chamado de ​hemotórax (​neoplasias, embolia pulmonar, 
trauma  e  eventualmente  tuberculose)​ .  Nesse caso, deve-se drenar para evitar uma 
pleurodese. 
Se  for  por  pus,  é  chamado  de  ​empiema​.  Nesse  caso,  ou  a infecção veio do 
pulmão  para  a  pleura  ou  do  andar  superior  do  pulmão  para  a  pleura,  passando 
pelo diafragma. Deve-se drenar.  
Se  for  por  linfa,  é  chamado  de  ​quilotórax  (​lesão  ganglionar  do  linfonodo  ou 
lesão do ducto torácico​). 
O  ​exsudato  é  causado  por  aumento  de  proteínas.  Uma  das  possibilidades  é 
a  albumina.  Além  dela,  pode-se  determinar  pela  dosagem  de  LDH (desidrogenase 
lática)  do  sangue  e  do  líquido  pleural,  pela  dosagem  de  glicose  (avalia  se  há 
infecções),  pelo  pH  (se  estiver  baixo,  também  indica  infecções)  e  pela  amilase 
(indica  problema  pancreático).  Se  a  suspeita  for  de  ​tuberculose,​   pede-se  ADA 
(adenosina  D  amilase).  Se  ela  estiver  alta,  indica  atividade  linfocítica.  Além  disso, 
deve-se  fazer  uma  bioquímica,  microbiologia  e  mandar para a citologia específica 
(pesquisa células neoplásicas) e inespecífica (pesquisa hemácias, linfócitos…). 
 
3. Atelectasia​ (obstrução intraluminal ou compressão extrínseca) 
○ Retração 
○ Diminuição da expansibilidade e elasticidade 
○ Tiragem intercostal 
○ FTV diminuído ou abolido 
○ Som maciço ou submaciço 
○ MV diminuído ou abolido 
○ Broncofonia 
○ Desvio para o lado da lesão 
 
Diferença  de  derrame  pleural  e  atelectasia  →  No  derrame  pleural,  quando  o 
paciente  faz  uma  expiração  forçada,  não  há  ​tiragem  intercostal  e  na  atelectasia 
há.  Porém,  deve-se  tomar  cuidado,  pois  o  paciente  pode  ter  derrame  pleural  e 
atelectasia ao mesmo tempo.  
 
4. Pneumonia ​(tipo de síndrome de condensação) 
○ Sem abaulamentos ou retrações 
○ Diminuição da expansibilidade e elasticidade 
○ FTV aumentado 
○ Som maciço ou submaciço 
○ Estertores  crepitantes,  roncos,  sopros  tubários  e  pode  ter  sibilo 
segmentar 
○ MV diminuído ou abolido 

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