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Semiologia e Propedêutica
1. Estado geral → BEG, REG, MEG
2. Nível de consciência e orientação → alerta/lúcido/vigil, letárgico,
obnubilante, torporoso, comatoso
○ Coma → causas neurológicas (traumáticas, vasculares, neoplásicas),
metabólicas (hipoglicemia, coma diabético, coma hepático) ou
exógenas (álcool, barbitúricos, monóxido de carbono)
■ Escala de Glasgow → avalia 3 aspectos: abertura ocular,
resposta motora, resposta verbal
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Semiologia e Propedêutica
3. Estado nutricional → normal, desnutrido, obeso
○ Desnutrido → musculatura hipotrófica, panículo adiposo escasso, pele
rugosa, cabelos e o pelos mudam de cor e se tornam finos, secos e
quebradiços, sequidão da conjuntiva bulbar, perda do reflexo à luz,
falta ou diminuição de lágrimas e fotofobia
■ Emagrecimento importante → perda de mais de 5% do peso
corporal em um curto período de tempo (1 ou 2 meses)
■ Magreza → paciente com peso de 10-15% abaixo do peso
mínimo normal
■ Caquexia → extrema magreza, comprometendo o estado
geral do paciente
✓ Comum em doenças consuptivas (AIDS, neoplasias,
cirrose, desnutrição)
○ Sobrepeso e obesidade → acima do peso máximo
■ Obesidade central (androide) → formato de "maçã"
✓ Gordura se concentra no tórax e abdômen
✓ Comum em homens
✓ Predisposição à diabetes tipo 2, HAS e IAM
■ Obesidade periférica (ginecóide) → formato de "pera"
✓ Gordura se concentra nas coxas, nádegas e próximo a
pelve
○ Avalia-se o peso e a altura
■ Para avaliar o peso, deve sempre despir o paciente e verificar
se a balança está regulada
■ Para avaliar a altura, deve medir sempre sem os calçados
○ Avalia o IMC = peso/altura2
○ Avalia a circunferência abdominal
■ Homens → até 102 cm
■ Mulheres → até 88 cm
■ Usa-se uma fita métrica e envolve todo o abdômen do
paciente na altura da metade da distância entre a crista ilíaca
e o rebordo costal (normalmente, na cicatriz umbilical)
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Semiologia e Propedêutica
■ Pleurotótono
✓ Paciente curva o corpo lateralmente no leito
✓ Ocorre em pacientes com tétano, meningite e raiva
■ Ortótono → contratura generalizada (paciente rijo)
■ Esquiador → ocorre na espondilite anquilosante
7. Atitude dinâmica = marcha
○ Ceifante, helicoidal, hemiplégica ou hemiparesia espástica
■ Membro superior fletido em 90º no cotovelo e em adução
■ A perna comprometida traça um semicírculo, sendo que o pé
igualmente se arrasta e se apoia no chão
■ Ocorre nos pacientes hemiplégicos e que tiveram AVC
○ Dos passos miúdos (parkinsoniana)
■ Postura inclinada para frente, lentidão para iniciar a marcha,
passos curtos e arrastados
■ Ocorre na Doença da Parkinson e na aterosclerose avançada
○ Escarvante (polineurítico)
■ Paciente levanta a perna além do habitual para deslocar o pé,
arrastando a ponta do pé no chão
■ Ocorre no paciente polineurítico
○ Tabética
■ Olhar fixo no solo, aumento da base de sustentação, elevação
súbita e violenta dos MMII e recolocação no solo inicialmente
dos calcanhares
■ Ocorre na neurossífilis, tabes dorsalis, mielose funicular e
mielopatia vascular
○ Cerebelar ou ebriosa
■ Base alargada, desequilibrada e irregular, pernas projetadas
para frente e para os lados
■ Paciente cambaleia e incapaz de andar seguindo alguém ou
em linha reta
■ Ocorre nas lesões cerebelares e em pacientes alcoolizados
○ Em tesoura, espástica ou espasmódica
■ MMII espásticos e enrijecidos que permanecem semifletidos,
joelhos unidos, pés se arrastam e pernas se cruzam uma na
frente da outra
■ Ocorre na paralisia cerebral
○ Anserina
■ Acentuamento da lordose lombar e inclinação do tronco para
direita ou esquerda
■ Ocorre na gravidez e em miopatias da cintura pélvica
○ Claudicante
■ Paciente manca para um dos lados ao caminhar
■ Ocorre em lesões do aparelho locomotor e na insuficiência
arterial periférica
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Semiologia e Propedêutica
8. Mucosas
○ Mucosas avaliadas:
■ Mucosa conjuntival
■ Mucosa labial
■ Mucosa lingual
■ Mucosa gengival
○ Critérios a serem avaliados:
■ Coloração
✓ Palidez/hipocorada/descorada → indicativo de anemias
↪ Em cruzes (1 a 4)
✓ Normocorada (róseo avermelhadas)
✓ Hipercorada → indicativo de DPOC e policitemia
■ Hidratação → deve-se avaliar o turgor e elasticidade da pele
(sinal da prega), brilho e saliva da mucosa oral (puxar o lábio
para baixo como na imagem acima), a hidratação da mucosa
conjuntival (puxar ambos os olhos para baixo como na imagem
acima) e, em crianças, as fontanelas
✓ Desidratada
↪ Enoftalmia (olhos afundados) é um sinal de
desidratação
✓ Hidratada
■ Cianose → cianótico ou acianótico
✓ 1 a 4 cruzes
✓ Locais de avaliação: leito ungueal, polpas digitais e
unhas, lábios, lobos da orelha e ponta do nariz
■ Icterícia → ictérico ou anictérico
✓ 1 a 4 cruzes
↪ 1+ → quase imperceptível, apenas na mucosa
conjuntival e freio da língua
↪ 2+ → mais perceptível e apenas na mucosa
conjuntival e freio da língua
↪ 3+ → atinge a pele (normalmente palma das
mãos e dos pés primeiro)
↪ 4+ → completamente ictérico em todo o corpo e
mucosas
✓ Locais de avaliação: mucosa conjuntival (puxar para
baixo e pedir para o paciente olhar para cima e vice
versa, sempre em ambos os olhos), freio da língua e pele
9. Pele e fâneros
○ Coloração → pesquisar se há alterações na uniformidade da
coloração ou se há desvios da normalidade
■ Palidez generalizada ■ Cianose
ou localizada ■ Hipercarotenemia
■ Eritrose e hiperemia ■ Icterícia
○ Umidade → palpação das polpas digitais e da palma da mão
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○ Frequência cardíaca:
■ É o número de batimentos por minuto
■ Normal → 60 a 100 bpm
✓ Acima → taquicardia
✓ Abaixo → bradicardia
■ Deve sempre contar a FC por 1 minuto
■ Pode avaliar os pulsos periféricos, porém, o mais correto é
contar pelo precórdio
○ Frequência respiratória:
■ Normal → 14 a 20 irpm
■ Observar e contar as movimentações torácicas com o
paciente sentado durante 1 minuto
■ Deve-se palpar o pulso radial enquanto conta as irpm para que
o paciente não perceba que o médico está contando a FR
■ Eupnéia → respiração normal
■ Dispnéia → respiração difícil, trabalhosa ou curta
■ Ortopneia → dispneia em decúbito dorsal que melhora em
posição ereta
■ Taquipneia → respiração rápida e pouco profunda
■ Bradipnéia → respiração lenta
■ Hiperpnéia → aumento da amplitude da respiração
■ Trepopneia → dispneia em decúbito lateral
■ Apneia → ausência de respiração
○ Pressão arterial:
■ Normal → 120 x 80 mmHg
■ Localizar a artéria braquial e posicionar o manguito
corretamente (2 cm acima da fossa cubital)
■ Inicialmente, deve-se realizar a técnica palpatória do pulso
radial para avaliar a pressão sistólica do paciente, insuflando o
manguito e observando quando volta a sentir o pulso radial
■ Após 1 minuto, coloca-se o esteto na artéria braquial e insufla o
manguito novamente 20-30 acima da pressão sistólica
observada na técnica palpatória, desinsuflando calmamente e
ouvindo a pressão sistólica e diastólica
○ Temperatura: permanência com o termômetro de no mínimo 3
minutos e no máximo 5 no local de aferência
■ Axilar → mais cômoda e mais utilizada (35,5 a 37 ºC)
■ Prega inguinal → até 0,2ºC acima da axilar
■ Bucal → até 0,4ºC acima da axilar
✓ Termômetro sob a língua e posicionado no canto do
lábio
■ Retal → até 0,6ºC acima da axilar
■ Timpânica e cutânea
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Semiologia e Propedêutica
REVISÃO DE SISTEMAS
CABEÇA E PESCOÇO
● Tamanho (micro/macrocefalia) e formato do rosto:
○ Braquicéfalo → eixo horizontal maior (ásia)
○ Dolicocéfalo → eixo vertical maior (comum em negros)
○ Mesocéfalo → equivalência entre os eixos verticais e horizontais
(comum em brancos)
● Deve-se avaliar a superfície, buscando: pontos dolorosos, depressões,
abaulamentos, retrações, tumorações ou deformações
● Avaliação neurológica, da pele e fâneros (cabelo, sobrancelha..)
● Avaliar os seios da face (técnica dígito-pressão)
● Olhos e alterações visuais: t amanho, simetria (estrabismo) e distância
○ Avalia a esclerótica, conjuntiva, íris, pupila (lacrimejamento, diplopia,
embaçamento visual, prurido ocular), fenda e ptose palpebral
■ Arco/halo senil → anel opaco na região periférica à córnea
✓ Hiperlipidemia, aterosclerose, xantelasma
○ Reflexo fotomotor, consensual, campimetria e acuidade visual
○ Hipertelorismo → afastamento dos olhos
■ Síndrome de Edward, cardiopatias congênitas
○ Hipotelorismo → aproximação dos olhos
● Nariz (rinoscopia) → avaliar secreções, cornetos e alterações olfatórias
● Ouvido (implantação das orelhas e otoscopia: avaliar integridade do
conduto auditivo externo e interno, incluindo da membrana timpânica)
● Boca → lábios, mucosas, dentes, língua, assoalho, palato, tonsilas e úvula
● Pescoço → dor ou rigidez aos movimentos, movimentos anormais
○ Avaliar turgência jugular à 45 graus
● Traqueia → centrada ou não
● Tireoide (móvel ou imóvel, palpável ou impalpável → todos são normais)
○ Inspeção → se a fúrcula está retraída, reta ou abaulada, se as bordas
do ECM estão retas ou arqueadas
○ Mobilidade → pede para o paciente beber água e engolir,
observando a mobilidade da cartilagem cricóide
○ Palpação → deve-se observar a fúrcula, o ECM e a cartilagem
cricóide
■ Anterior: À frente do paciente, o polegar de uma das mãos
traciona o ECM e, com os dedos da outra mão, palpa-se no
mesmo lado. Depois, repete o procedimento com o outro lado.
✓ Para palpar o istmo, junta os dedos na fúrcula, pede
para o paciente deglutir e vai subindo os dedos
■ Posterior: Atrás do paciente, uma das mãos traciona o ECM
para o lado e, com os dedos da outra mão, palpa-se no
mesmo lado. Depois, repete o procedimento com o outro lado.
✓ O istmo é palpado da mesma forma
○ Critérios avaliados: localização, simetria, volume, tamanho,
mobilidade, sensibilidade, consistência, presença ou não de linfonodo
satélite, aderência a planos profundos, superfície lisa ou nodular
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Semiologia e Propedêutica
● Linfonodos
○ Deve-se palpar sempre dos 2 lados
e contra um músculo ou osso
○ São eles, nessa ordem: occipital,
retro auricular, pré auricular,
submentoniano, sublingual,
submandibular, cervical anterior
superior e inferior, cervical posterior
superior e inferior, supraclavicular,
infraclavicular, epitroclear, axilar
superficial e profundo, inguinal,
femoral e poplíteo
■ Para palpar os linfonodos
entre a cabeça e o
pescoço deve-se colocar uma das mãos acima da cabeça do
paciente (segurando) e inclinar a cabeça para o lado que será
palpado
○ Características avaliadas dos linfonodos: localização, tamanho
(normal até 2cm), consistência, sensibilidade, temperatura,
fistulização, mobilidade, aderência a planos profundos
TÓRAX E APARELHO RESPIRATÓRIO
INSPEÇÃO → PALPAÇÃO → PERCUSSÃO → AUSCULTA
● INSPEÇÃO ESTÁTICA:
○ Observar a forma do tórax → atípico ou típico
■ Enfisematoso (em tonel) → aumento do diâmetro transversal,
abaulamento do dorso, alargamento dos espaços intercostais,
pulmão hiperinsuflado
✓ Paciente com ortopneia, DPOC
■ Chato/plano → longo e estreito com redução do diâmetro
ântero posterior
✓ Doenças caquetizantes e constitucionais
■ Sapateiro/pectus excavatum → depressão da parte inferior do
esterno
✓ Pode ser congênito ou adquirido e não tem significado
patológico, mas pode ter uma distribuição de órgãos
anormal
■ Em quilha (peito de pombo) → esterno proeminente, formato
triangular e retificação das costelas
✓ Normalmente congênito
■ Em sino → alteração abdominal com alargamento da base do
tórax
✓ Grandes hepatoesplenomegalias e ascites volumosas
■ Cifótico/lordótico/cifoescoliótico → deformações na coluna
vertebral e no esqueleto torácico
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Não se modifica com o decúbito (ao deitar o Se modifica com o decúbito (ao deitar o paciente
paciente em decúbito lateral, ambos os lados em decúbito lateral, o lado em contato com a
continuam com estertores na ausculta) maca terá estertor bolhoso e o lado livre não)
2. Sibilos
○ Origem no bronquíolo terminal (baixo calibre)
○ 2 tipos: parenquimatoso/difuso ou segmentar
■ Parenquimatoso → asma, bronquiolite
✓ Carina é o melhor lugar para auscultar
■ Segmentar → embolia pulmonar, pneumonite obstrutiva
(obstrução de vias aéreas)
3. Roncos
○ Origem no brônquio
○ Ouve-se na inspiração e na expiração
○ Ocorre na bronquite crônica, bronquiectasia, tabagismo crônico,
enfisema pulmonar e asma
4. Estridor e cornagem
○ Sons de vias aéreas superiores, como problemas na traqueia
5. Sopros
○ 2 tipos: tubário ou anfótero
Tubário ou glótico patológico Anfótero ou cavitário
6. Pectoris Loquia
○ Ouve-se na ausculta o que o paciente fala pelas cordas vocais
○ 2 tipos: broncofonia ou egofonia (som caprino/metálico)
Broncofonia Egofonia
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7. Atrito
○ 2 tipos: pericárdico ou pleural
■ Pede para o paciente inspirar, segurar o ar e expirar
✓ Se o ruído permanecer ao longo da manobra, é um
atrito pericárdico
✓ Se o ruído desaparecer quando o paciente para de
respirar, é um atrito pleural (pode ter dor pleurítica
associada = dor ventilatória dependente)
↪ Presente tanto na inspiração quanto na expiração
■ O atrito pleural melhora/desaparece conforme o derrame
pleural do paciente piora (mais água entre as pleuras, evitando
o contato entre elas)
OBS: Derrame pleural
● Se for uma congestão por transudato, ou é bilateral ou à direita (drenagem
à esquerda é melhor)
● Se for à esquerda, deve ser exsudato, pus, sangue ou linfa
● Para retirar o líquido da pleura, faz-se uma toracocentese
○ Coloca-se a agulha para drenagem entre a coluna e a porção
inferior do arco costal p ara não atingir os nervos
○ Como os nervos entram em vários níveis, o bloqueio é feito no local da
punção, logo acima e logo abaixo
○ Punção é feita por cima do arco costal
● À esquerda há o ducto torácico, logo, ao puncionar a subclávia,
normalmente escolhe-se a direita, pois tem um risco a menos
Síndromes pulmonares
1. Pneumotórax
○ Abaulamento
○ Diminuição da expansibilidade e elasticidade
○ FTV diminuído ou abolido
○ Som timpânico ou hipertimpânico
○ MV diminuído ou abolido
○ Pode ou não haver manifestações cardiovasculares → turgência
jugular, hipotensão, taquicardia e baixa do DC
■ Se o pneumotórax for hipertensivo, é preciso drenar, logo,
coloca-se a agulha entre o 2º e 3º EIC
2. Derrame pleural verdadeiro
○ Abaulamento
○ Diminuição da expansibilidade e elasticidade
○ FTV diminuído ou abolido
○ Som maciço
○ MV abolido
○ Egofonia
○ Desvio para o lado sadio
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