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Aula 00

Conhecimentos Específicos p/ Prefeitura


Goiânia-GO (Especialista em Saúde -
Biomédico) Pós-Edital

Autor:
Ana Cristina dos Santos Lopes
Aula 00

07 de Março de 2020

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Ana Cristina dos Santos Lopes
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Sumário

Bioquímica ................................................................................................................................................... 6

1 - Considerações Iniciais .......................................................................................................................... 6

2 - Métodos Laboratoriais Aplicados ao Diagnóstico ................................................................................ 7

2.1 - Fotometria .................................................................................................................................. 10

2.1.1 - Colorimetria.............................................................................................................................. 13

2.1.2 - Espectrofotometria .................................................................................................................. 14

2.1.3 - Quimioluminescência ...............................................................................................................


0 15

2.1.4 - Nefelometria ............................................................................................................................ 16

2.1.5 - Turbidimetria............................................................................................................................ 16

2.1.6 - Fotometria de chama ............................................................................................................... 16

2.1.7 - Fluorimetria .............................................................................................................................. 16

2.2 - Citometria de fluxo...................................................................................................................... 16

2.3 - Eletroforese ................................................................................................................................. 19

2.4 - Eletrodo Íon Seletivo ................................................................................................................... 19

2.5 - Tipos de reações empregadas no laboratório clínico ................................................................... 20

3 – Proteínas em Bioquímica Clínica ....................................................................................................... 25

3.1 - Proteínas totais............................................................................................................................ 30

3.2 - Eletroforese de proteínas séricas ................................................................................................. 31

3.3 - Albumina ..................................................................................................................................... 34

3.4 - Proteína C Reativa (PCR) ............................................................................................................. 37

4 – Metabólitos Nitrogenados Não Proteicos e Função Renal ................................................................ 39

4.1 - Ureia ............................................................................................................................................ 40

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4.2 - Creatinina.................................................................................................................................... 42

4.3 - Ácido úrico .................................................................................................................................. 46

5 – Carboidratos em Bioquímica Clínica .................................................................................................. 48

5.1 - Glicose ......................................................................................................................................... 50

5.2 - Glicose pós-prandial .................................................................................................................... 52

5.3 - Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) .................................................................................... 52

5.4 - Teste de O’ Sullivan ..................................................................................................................... 53

5.5 - Hemoglobina glicada................................................................................................................... 54

5.6 - Lactato ........................................................................................................................................ 55

5.7 - Frutosamina ................................................................................................................................ 57

6 – Lipídios em Bioquímica Clínica .......................................................................................................... 59

6.1 - Colesterol total ............................................................................................................................ 66

6.2 - Colesterol HDL ............................................................................................................................ 67

6.3 - Triglicérides ................................................................................................................................. 68

6.4 - Colesterol VLDL .......................................................................................................................... 69

6.5 - Colesterol LDL............................................................................................................................. 70

6.6 - Relação CT/HDL .......................................................................................................................... 73

6.7 - Relação LDL/HDL ........................................................................................................................ 74

7 - Equilíbrio hidroeletrolítico .................................................................................................................. 76

7.1 - Água ............................................................................................................................................ 76

7.2 - Eletrólitos .................................................................................................................................... 78

8 - Equilíbrio ácido-base.......................................................................................................................... 88

8.1 - Distúrbios ácido-base .................................................................................................................. 89

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8.2 - Gasometria ................................................................................................................................. 92

9 - Enzimologia clínica ............................................................................................................................ 96

9.1 - Função pancreática ..................................................................................................................... 97

9.2 - Função hepática ........................................................................................................................ 101

9.3 – Outras enzimas de interesse clínico ...........................................................................................111

10 - Endocrinologia (hormônios) ........................................................................................................... 118

10.1 - Medida das Concentrações de Hormônios no Sangue ............................................................. 128

11 - Marcadores tumorais...................................................................................................................... 128

12 – Considerações Finais ..................................................................................................................... 132

Questões Comentadas ..............................................................................................................................133

Gabarito ................................................................................................................................................... 184

Referências............................................................................................................................................... 185

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá, amigos do Estratégia Concursos, sejam bem-vindos ao nosso curso de Conhecimentos
Específicos p/ Prefeitura Goiânia-GO (Especialista em Saúde - Biomédico) Pós-Edital.

Primeiramente, gostaria de esclarecer que os conteúdos abordados em nossas aulas são muito
extensos e englobam vários subtemas. Contudo, neste curso iremos manter o foco no que realmente
importa no momento: temas cobrados em provas de concurso. Afinal, o nosso objetivo é a sua aprovação!

Este curso será composto por aulas em PDF, videoaulas e fórum de dúvidas. Mas deixo claro desde
já que a principal ferramenta de estudo deve ser o PDF, por ser o mais completo. As videoaulas devem ser
utilizadas como material de apoio, em temas que eventualmente vocês possam ter mais dificuldades. Além
disso, sempre que houver uma dúvida vocês podem entrar em contato comigo pelo fórum de dúvidas.

APRESENTAÇÃO PESSOAL
Meu nome é Ana Cristina Lopes, sou biomédica (FUMEC, 2014), Mestra em Genética (UFMG, 2017),
Especialista em Análises Clínicas (UNYLEYA, 2019) e Doutoranda em Análises Clínicas e Toxicológicas
(UFMG). E acompanharei vocês nesta jornada em busca da aprovação no concurso da Prefeitura Goiânia-
GO.

Deixarei abaixo meu contato para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será um prazer acompanhá-los
nesta caminhada que se inicia.

Instagram: https://www.instagram.com/prof.anacristinalopes/

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CRONOGRAMA DE AULAS
Vejamos a distribuição das aulas do nosso curso de Conhecimentos Específicos p/ Prefeitura Goiânia-
GO (Especialista em Saúde - Biomédico) Pós-Edital:

AULAS TÓPICOS ABORDADOS DATA


Aula 00 Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em 07.03
Bioquímica e no diagnóstico de doenças endócrinas. Utilização de
marcadores tumorais para auxílio diagnóstico e acompanhamento de
doenças neoplásicas.
Aula 01 Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em 11.03
Hematologia.
Aula 02 Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em 13.03
Imunologia.
Aula 03 Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em 22.03
Microbiologia.
Aula 04 Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em 29.03
Líquidos Corporais.
Aula 05 Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em 05.04
Parasitologia.
Aula 06 Utilização de técnicas moleculares nas doenças genéticas e 12.04
infecciosas.
Aula 07 Etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica. Gestão e controle de 19.04
qualidade em laboratório de análises clínicas. Biossegurança e
protocolos preconizados para acidentes profissionais. Ética
profissional no exercício da Biomedicina.
Aula 08 Legislações: RDC 306/04; RDC 302/05; NR 32/05. Saúde Pública e 26.04
Epidemiologia no contexto da atuação biomédica.
Aula 09 Hemoterapia (banco de sangue): normativas para funcionamento do 03.05
banco de sangue; triagem doadores de sangue; coleta, processamento
e acondicionamento de hemocomponentes; imunohematologia,
sorologia, testes pré-transfusionais. Política Nacional de Sangue,
Componentes e Hemoderivados; Resolução-RDC/ANVISA nº 153 de
14/06/2004; Portaria nº 158 de 04/02/2016 do Ministério da Saúde.
Gestão e controle de qualidade em bancos de sangue.

Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Caso haja alguma alteração no cronograma
acima vocês serão previamente informados, com a devida justificativa.

Contem comigo nesta jornada!

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BIOQUÍMICA

1 - Considerações Iniciais

Na aula de hoje vamos estudar o conteúdo de Bioquímica, que está descrito no edital como
"Interpretação clínico laboratorial e procedimentos técnicos em Bioquímica e no diagnóstico de
doenças endócrinas. Utilização de marcadores tumorais para auxílio diagnóstico e acompanhamento
de doenças neoplásicas". Iremos abordar os tópicos: métodos laboratoriais, análise de proteínas,
metabólitos nitrogenados não proteicos, carboidratos e lipídios de interesse para a bioquímica clínica,
equilíbrio hidroeletrolítico, equilíbrio ácido-base, enzimologia clínica, endocrinologia e marcadores
tumorais.

Questões de Bioquímica estiveram presentes em mais de 70% das provas de concurso para cargos
de Biomédico dos últimos anos, correspondendo a 12% do total de questões cobradas. Dentro das questões
de Bioquímica, o tópico mais cobrado foi enzimologia, que estudaremos na presente aula.

Como se pode perceber, o conteúdo de Bioquímica é muito extenso e engloba vários subtemas.
Além disso, Bioquímica é um dos temas mais cobrados em provas de concursos e está presente em todos
os editais. Portanto, é um assunto que deve ser bem compreendido por biomédicos que desejam obter
aprovação e ingressar na carreira pública. Então, sem mais demora, vamos começar o estudo da nossa aula.

Bons estudos!

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2 - Métodos Laboratoriais Aplicados ao Diagnóstico

A bioquímica é uma parte da medicina laboratorial que usa testes químicos para auxiliar no
estabelecimento de diagnósticos e acompanhamento de patologias. Assim sendo, é de extrema
importância para a medicina hospitalar, que irá usar os resultados destes testes para direcionar a escolha do
tratamento mais adequado para cada paciente.

Dentre as técnicas utilizadas no setor de bioquímica pode-se citar a espectrofotometria, a


quimioluminescência, a eletroforese, a turbidimetria, a fotometria de chama e o eletrodo de íon seletivo.
Atualmente, as análises laboratoriais são quase completamente automatizadas, o que favorece a redução
de erros na fase analítica da realização dos exames.

Falando em fase analítica, é importante revisar que realização dos exames laboratoriais pode ser
dividida em três fases:

 Fase pré-analítica: envolve tudo que ocorre antes da análise da amostra, como o
cadastramento do paciente, a coleta da amostra biológica, a identificação dos tubos e o
transporte do material coletado;
 Fase analítica: a realização do exame em si, com a análise da amostra coletada. Geralmente
realizada através de um método automatizado;
 Fase pós-analítica: ocorre após a análise da amostra, o principal evento desta fase é a
emissão do laudo.

Atualmente, a etapa mais suscetível a erros é a fase pré-analítica, por ser complexa (envolve
diferentes procedimentos) e por sofrer grande interferência da ação humana, que é predominante nesta
fase. Erros na fase pré-analítica comprometem todo o processo, pois não é possível a realização de uma boa
análise a partir de uma amostra inadequada.

A amostra mais utilizada na bioquímica é o soro, seguido do plasma, mas outros fluidos biológicos
também podem ser analisados, como o sangue total, a urina, as secreções (saliva, suor e sêmen), as fezes e
os líquidos corporais e cavitários (líquor, líquido sinovial, etc). Vamos recordar a diferenciação entre soro e
plasma?

O sangue circulante é composto por elementos figurados (hemácias, leucócitos e


plaquetas) e plasma. Em relação às amostras utilizadas para análises bioquímicas, tanto o
plasma quanto o soro são derivados da parte líquida do sangue e surgem após a
centrifugação da amostra de sangue coletada em tubos com ou sem anticoagulante.

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O soro é a parte aquosa do sangue que resta após o sangue coagular e todas as células
sanguíneas serem removidas. Ele é obtido a partir da coleta de sangue em tubos sem
anticoagulante, que são posteriormente centrifugados, e não contém os fatores proteicos
da coagulação nem fibrinogênio.
O plasma difere do soro por ser obtido por centrifugação do sangue não coagulado. Esta
amostra é obtida a partir da coleta de sangue em tubos com anticoagulante e contém os
fatores proteicos da coagulação e fibrinogênio.
Dependendo do tipo de análise a ser realizada, uma ou outra amostra é mais adequada,
sendo que na bioquímica o soro é a amostra mais utilizada, uma vez que o fibrinogênio
presente no plasma pode interferir em algumas análises.

A coleta de sangue é geralmente realizada em tubos que apresentam diferentes cores de tampa
para indicar que contêm diferentes tipos de anticoagulantes, para coleta de plasma, ou nenhum
anticoagulante, no caso de tubos para coleta de soro. A maioria dos tubos para coleta de soro, apesar de
não conter anticoagulante, possui ativador de coágulo, um aditivo que acelera a coagulação sanguínea. Os
principais tipos de tubos para coleta de sangue estão representados na tabela abaixo:

Cor da
Anticoagulante Indicação
tampa
Frasco para hemocultura Hemocultura
Azul clara Citrato de sódio Testes de coagulação
Preta Citrato de sódio Velocidade de hemossedimentação
Azul royal Sem aditivo, com EDTA ou heparina (para Determinação de elementos de
elementos traços) traços
Vermelha Sem anticoagulante (soro) Sorologia e Bioquímica
Amarela Sem anticoagulante com gel separador Sorologia, Bioquímica, Hormônios
Verde Heparina Bioquímica e Imunologia
Lilás EDTA Hemograma, Plaquetas, Biologia
Molecular
Cinza Fluoreto/EDTA, Fluoreto/Oxalato* Glicemia
* O tubo de fluoreto também pode ser acrescido de heparina, nestes casos a cor da tampa é verde.

Vários fatores podem influenciar nos resultados dos exames. No momento do cadastro ou da
coleta da amostra o paciente deve ser questionado sobre estes fatores e as informações devem estar
disponíveis em sua ficha ou cadastro. Dentre os fatores que exercem influência nos resultados de exames
podemos citar fatores intrínsecos do indivíduo (idade, sexo, raça); gestação ou lactação; hábitos de vida
(tabagismo, etilismo, prática de atividade física); uso de medicamentos variados; doenças crônicas pré-
existentes (diabetes, hipertensão); condições de saúde atuais ou recentes (diarreia, vômitos) e até mesmo
irregularidades na amostra coletada, como hemólise, icterícia (excesso de bilirrubina), lipemia (excesso
de triglicerídeos), garroteamento prolongado, entre outros fatores.

Antes de iniciarmos o estudo dos métodos analíticos propriamente ditos, é importante revisar alguns
conceitos que devem estar bem sedimentados, pois frequentemente são cobrados em prova.

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Amostra - Fração de tecido ou líquido coletado para realização de exame, estudo ou


análise. Ex: amostra de sangue, amostra de urina, etc.
Analito - Um soluto dissolvido em uma solução que é medida em um laboratório, também
chamado de mensurando. Trata-se da substância que é analisada em um procedimento
analítico. Ex: glicose, albumina, etc.
Branco - Uma solução usada na fotometria/espectrofotometria que é idêntica às soluções
calibradoras ou desconhecidas, exceto pela substância a ser medida.
Branco de amostra - Utilizado para descontar a cor inicial da amostra na
fotometria/espectrofotometria.
Branco da reação - Utilizado para zerar a cor inicial do reagente na
fotometria/espectrofotometria.
Solução padrão - Solução cuja concentração é conhecida.
Soro controle - Produto composto de soro humano liofilizado contendo vários analitos,
cujas concentrações foram ajustadas para níveis normais. Tem a finalidade de servir como
amostra controle no controle interno de qualidade laboratorial.
Água destilada - Água que foi fervida em vapor e condensada novamente em líquido em
um recipiente separado. As impurezas na água original que não fervem abaixo ou perto do
ponto de ebulição da água permanecem no recipiente original. Assim, a água destilada é
um tipo de água purificada.
Água grau reagente tipo I - A água com a melhor qualidade possível de ser obtida com a
tecnologia atual de tratamento e purificação de água (água de qualidade ideal). Usada em
métodos de análise que requeiram mínima interferência e máximas precisão e exatidão,
preparação de soluções-padrão e de soluções tampão, processos onde a presença de
microrganismos deve ser mínima.
Reagente - Substância química utilizada em muitas aplicações de alta pureza.
Calibração - Em relação aos métodos analíticos, uma função que descreve a relação entre
o sinal do instrumento e a concentração do analito.
Exatidão - É a proximidade de concordância entre o resultado de uma medição e a
verdadeira concentração do analito.
Precisão - É a proximidade de concordância entre resultados independentes de medições
obtidas sob condições estipuladas.

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Linearidade - Relação entre valores medidos e esperados no decorrer da faixa de medidas


analíticas.
Sensibilidade clínica - A proporção de indivíduos com a doença que possuem resultados
de teste positivo.
Especificidade clínica - A proporção de indivíduos sem a doença que possuem resultados
de teste negativos.
Sensibilidade analítica - Habilidade de um método analítico de avaliar pequenas
variações na concentração do analito.
Especificidade analítica - Habilidade de um procedimento de ensaio determinar
especificamente a concentração do analito-alvo na presença de substâncias ou fatores
potencialmente interferentes na matriz amostral.
Intervalo de referência - Uma série de valores normalmente definidos por um limite de
referência superior e um limite de referência inferior, representando uma proporção
definida da população de referência; em geral, são os principais 95% dos valores da
população de referência.

Fonte: Tietz, 2016

Após esta breve introdução, vamos discutir sobre os métodos bioquímicos que mais são cobrados
em provas de concurso e vamos praticar com a resolução de muitas questões.

2.1 - Fotometria

A fotometria é o estudo do fenômeno de absorção de luz por moléculas em solução. A


especificidade de um composto para absorver a luz em um comprimento de onda específico é útil em
medições quantitativas. Quando um feixe de luz de comprimento de onda específico é passado através de
uma solução, uma certa quantidade de luz é absorvida pela solução (absorbância ou absorvância) e,
consequentemente, a intensidade da luz que sai da solução (transmitância) diminui.

O fenômeno da absorção da luz por uma solução segue a lei de Lambert-Beer. A lei da Beer declara
que a quantidade de luz transmitida diminui exponencialmente com o aumento da concentração do
meio absorvente. A lei de Lambert afirma que a quantidade de luz transmitida diminui
exponencialmente com o aumento da espessura do meio absorvente. Em outras palavras, quanto mais
concentrado ou quanto mais espesso for o meio absorvente, maior será a absorbância (mais luz será
absorvida) e menor será a transmitância (menos luz será transmitida).

A fotometria é a técnica analítica mais comum usada no laboratório bioquímico. Ela foi projetada
para medir a intensidade de um feixe de luz. Os princípios fotométricos são aplicados aos vários tipos de
técnicas analíticas onde a luz emitida, absorvida ou transmitida é medida. Exemplos de técnicas
fotométricas são: colorimetria, espectrofotometria, quimioluminescência, nefelometria, turbidometria e
fotometria de chama.

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O grau de absorção da luz por um soluto de concentração desconhecida é proporcional ao grau de


absorção da luz pelo mesmo soluto em uma solução de concentração conhecida (solução padrão ou soro
controle). A substância de concentração desconhecida é medida comparando-se com a mesma substância
em outra solução de concentração conhecida.

Quando a luz incide sobre uma solução, parte dessa luz será absorvida, parte será
transmitida e parte será refletida. A absorbância (ou absorvância) é a capacidade da
solução de absorver a luz, correspondente à fração luminosa que será absorvida por
determinada solução ou material. A transmitância pode ser definida como a capacidade
de transmitir luz e corresponde à a fração da energia luminosa que consegue atravessar
uma determinada espessura de um material ou solução, sem ser absorvida.
De acordo com a lei de Lambert-Beer, a intensidade da luz absorvida aumenta
exponencialmente à medida que a espessura do meio absorvente aumenta
aritmeticamente. Em outras palavras, quanto maior a distância que a luz percorrer, mais
luz será absorvida.
Além disso, a transmissão é inversamente proporcional à concentração da solução e
inversamente proporcional ao caminho ótico percorrido pela radiação. Ou seja, a
transmissão diminui quando a concentração da solução e/ou o caminho ótico
percorrido aumentam.
A lei de Lambert-Beer deve obedecer a alguns requisitos, a saber:
1. As partículas presentes na amostra devem absorver a luz de forma independente entre
si.
2. O meio absorvente deve ser homogêneo e não dispersar a radiação
3. A radiação incidente precisa estar na forma colimada (raios paralelos entre si) e deve
atravessar a mesma distância enquanto interage com as partículas presentes na solução.
4. A radiação precisa ser do tipo monocromática, ou seja, deve ser composta por um único
comprimento de onda, que geralmente corresponde ao comprimento de onda para o qual
a absorbância da espécie em estudo é máxima.
5. O fluxo de radiação incidente não deve promover a desestabilização dos átomos,
moléculas ou íons, como a excitação eletrônica que origina fluorescência ou
fosforescência.

Fonte: Lima, 2013

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Vejamos como este conteúdo é cobrado nas provas.

(COMPERVE/UFRN - Pref. Natal/RN - 2018) No laboratório clínico são utilizados diversos equipamentos
que usam a medida da energia eletromagnética como princípio físico para detecção e quantificação de
substâncias em solução. A Lei de Lambert-Beer estabelece uma relação entre a absorbância de uma
solução e a sua concentração, quando atravessada por uma radiação luminosa monocromática
colimada. A Lei de Lambert-Beer determina que
A) a absorção é diretamente proporcional ao caminho ótico percorrido pela radiação aplicada na amostra.
B) a transmissão é inversamente proporcional à concentração da solução e diretamente proporcional ao
caminho ótico percorrido pela radiação.
C) o meio absorvente deve ser homogêneo, dispersar a radiação, e as partículas presentes na amostra
devem absorver a luz de forma independente entre si.
D) o fluxo de radiação incidente deve promover a desestabilização dos átomos, moléculas ou íons,
originando a fluorescência da amostra.
Comentários:
Letra A: correta. Exatamente! Quanto maior a distância percorrida pela radiação, maior a absorção, e vice-
versa. Este é o nosso gabarito.
Letra B: errada. A transmissão é inversamente proporcional à concentração da solução e INVERSAMENTE
proporcional ao caminho ótico percorrido pela radiação. Quanto maior a concentração da solução e o
caminho ótico percorrido, menor a transmissão.
Letra C: errada. O meio absorvente deve ser homogêneo, NÃO dispersar a radiação, e as partículas
presentes na amostra devem absorver a luz de forma independente entre si.
Letra D: errada. O fluxo de radiação incidente NÃO deve promover a desestabilização dos átomos,
moléculas ou íons, como a excitação eletrônica que origina fluorescência ou fosforescência da amostra.

(COMPERVE/UFRN - Pref. Natal/RN - 2018) A dosagem de glicose no sangue ou glicemia é um dos


exames usados para a triagem de diabetes mellitus. A técnica mais comum para dosagem de glicose é
o método enzimático. Nesta reação, a glicose oxidase catalisa a molécula de glicose gerando ácido
glicônico e H2O2. Este último reage com 4-aminoantipirina e o fenol, formando um complexo de cor
vermelha cuja absorbância medida em 500 nm é diretamente proporcional à concentração de glicose
na amostra. Considere que uma amostra de soro de um paciente apresentou absorbância de 0,208
enquanto que a absorbância do padrão de glicose na concentração de 100mg/dL foi de 0,222. A
concentração de glicose desse paciente é de
A) 46,8mg/dL.
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B) 94 mg/dL.
C) 208 mg/dL.
D) 222 mg/dL.
Comentários:
A reação apresentada no enunciado obedece à lei de Lambert-Beer. Logo, podemos dizer que as reações
do padrão e da amostra são comparáveis. Assim sendo, podemos resolver essa questão com regra de três.
O padrão de glicose com concentração de 100 mg/dL apresentou absorbância de 0,222.
A amostra de soro de concentração desconhecida apresentou absorbância de 0,208.
Vamos chamar a concentração desconhecida da amostra de "C".
0,222 está para 100 assim como 0,208 está para C
0,222 ____ 0,208
100 _____ C
0,208 ×100
C=
0,222

C = 93,69
Arredondando o resultado, temos 94 mg/dL.
Gabarito: letra B.

Agora veremos diferentes técnicas fotométricas empregadas no laboratório clínico

2.1.1 - Colorimetria

A colorimetria é uma técnica usada para determinar a concentração de compostos coloridos


(analitos) na solução da amostra no espectro visível da luz (400 - 680 nm). As soluções coloridas têm a
propriedade de absorver luz em certo comprimento de onda quando uma luz monocromática passa através
delas. A quantidade de luz absorvida ou transmitida por uma solução colorida está de acordo com a lei de
Lambert- Beer, ou seja, a quantidade de cor deve ser diretamente proporcional à concentração do
analito na amostra.

Nas reações colorimétricas, que são realizadas em aparelhos denominados colorímetros, é


necessário preparar três soluções: branco, padrão e teste. O branco é usado para compensar/anular
qualquer cor não específica (da amostra ou dos reagentes). A solução padrão de concentração conhecida
da substância permite o cálculo da concentração do analito na solução teste. A solução de teste é feita
ao misturar um volume específico da amostra a ser analisada com reagentes, conforme um
procedimento pré-definido.

Um comprimento de onda característico do espectro de absorção é isolado da luz que passa pelo
monocromador do filtro. A solução com substância colorida é mantida em uma cubeta que permite que a
substância absorva luz.

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2.1.2 - Espectrofotometria

A espectrofotometria, realizada em um aparelho denominado espectrofotômetro, é a medição da


intensidade da luz em comprimentos de onda selecionados (entre o ultravioleta e o infravermelho).
Trata-se do método de análise óptica mais utilizado nas análises químicas, biológicas e físico-químicas. Esta
técnica permite comparar a radiação absorvida em função da luz transmitida, levando-se em
consideração que todas as substâncias podem absorver energia radiante. O grau de absorção da radiação
eletromagnética depende da concentração do soluto em solução.

Qual a diferença entre colorimetria e espectrofotometria?


A colorimetria é capaz determinar a concentração de analitos apenas no espectro visível
da luz (400 - 680 nm).
A espectrofotometria é capaz de medir a intensidade da luz em comprimentos de onda
entre o ultravioleta e o infravermelho.
Logo, reações colorimétricas podem ser realizadas em espectrofotômetros, pois o
comprimento de onda abrangido por este aparelho é mais amplo que o do colorímetro.

(VUNESP - SAAE-SP - 2014) Os ensaios que utilizam luz na faixa visível e UV (ultravioleta), permitindo
medir e comparar a quantidade de luz absorvida por uma determinada solução, são realizados no
equipamento denominado
A) micrômetro.
B) microscópio.
C) espectrofotômetro.
D) condutivímetro.
E) fotômetro de chama.
GABARITO: C
Comentários:
Letra A: errada. O micrômetro é um dispositivo utilizado para medição precisa.
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Letra B: errada. O microscópio é um instrumento usado para ver objetos pequenos demais para serem vistos
a olho nu.
Letra C: correta. O espectrofotômetro realiza análises baseadas na absorção da radiação nos
comprimentos de onda entre o ultravioleta e o infravermelho. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. O condutivímetro é o instrumento que mede a condutividade elétrica em uma solução.
Letra E: errada. O fotômetro de chama permite a realização de uma análise química para determinar a
concentração de certos íons metálicos, entre eles sódio, potássio, lítio e cálcio. Trata-se de uma técnica
simples baseada na espectrometria atômica.

(VUNESP - UNESP - 2015) A análise colorimétrica, que utiliza como equipamento o colorímetro,
permite determinar a concentração de substâncias, baseando-se na de lei de
A) Lambert-Beer.
B) Gay-Lussac.
C) Ação das massas.
D) Lewis.
E) Nernst.
Comentários:
Letra A: correta. Conforme estudamos, na colorimetria a quantidade de luz absorvida ou transmitida por
uma solução colorida está de acordo com a lei de Lambert- Beer. A lei da Beer declara que a quantidade de
luz transmitida diminui exponencialmente com o aumento da concentração do meio absorvente. A lei de
Lambert afirma que a quantidade de luz transmitida diminui exponencialmente com o aumento da
espessura do meio absorvente. Este é o nosso gabarito.
Letra B: errada. A lei de Gay-Lussac afirma que a pressão de uma dada massa de gás varia diretamente com
a temperatura absoluta do gás, quando o volume é mantido constante.
Letra C: errada. A lei da ação das massas é a proposição de que a taxa de uma reação química é diretamente
proporcional ao produto das atividades ou concentrações dos reagentes.
Letra D: errada. Estruturas de Lewis são diagramas que mostram a ligação entre os átomos de uma molécula
e os pares solitários de elétrons que podem existir na molécula.
Letra E: errada. A equação de Nernst é uma equação que relaciona o potencial de redução de uma reação
eletroquímica com o potencial padrão do eletrodo, temperatura e atividades das espécies químicas que
sofrem redução e oxidação.

2.1.3 - Quimioluminescência

Os ensaios quimioluminescentes são reações colorimétricas com anticorpos. Estes ensaios


empregam anticorpos marcados com fosfatase alcalina que hidrolisam um substrato quimioluminescente
(luminol, isoluminol, luciferina). A leitura da reação é feita em aparelhos denominados luminômetros.

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2.1.4 - Nefelometria

A nefelometria é uma das técnicas para medir o conteúdo de partículas em suspensão ou a


turbidez de um meio (gasoso ou líquido, respectivamente). Consiste em medir a luz dispersa em um ângulo
de 90º em relação à luz incidente. O instrumento usado para fazer as medições é o nefelômetro.
Geralmente consiste em uma fonte de luz branca ou luz infravermelha.

2.1.5 - Turbidimetria

A turbidimetria é a medida do grau de turbidez de uma suspensão. Trata-se de um método que se


baseia na medida da redução da transmissão de luz em um meio, causada pela formação de partículas e
consequente turvação da solução. É determinado por um sistema óptico, o turbidímetro, que mede a
diminuição, devido à absorbância, da intensidade de um feixe de luz de comprimento de onda conhecido
que atravessa a suspensão. A quantidade de luz absorvida e, consequentemente, sua concentração
depende do número e do tamanho das partículas. Esta é uma técnica complementar à nefelometria, que
mede a luz dispersa.

Turbidimetria é a medida da luz transmitida após contato com solução turva.


Nefelometria é a medida da luz dispersa após contato com solução turva.

2.1.6 - Fotometria de chama

A fotometria de chama é uma técnica simples baseada na espectrometria atômica. Uma amostra
contendo cátions metálicos é inserida em um chama e analisada pela quantidade de radiação emitida.

2.1.7 - Fluorimetria

A fluorimetria é usada medir a intensidade e distribuição do comprimento de onda do espectro de


emissão após excitação por um determinado espectro de luz. Um fluorômetro, ou fluorímetro, é um
espectrômetro projetado para medir fluorescência.

2.2 - Citometria de fluxo

A citometria de fluxo é uma técnica usada para detectar e medir características físicas e químicas
de uma população de células ou partículas. Na citometria de fluxo, uma amostra contendo células ou
partículas é suspensa em um fluido e injetada no instrumento denominado citômetro de fluxo. A amostra
é liberada em um fluxo ideal de uma célula por vez através de um feixe de laser e a luz dispersa é
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característica das células e de seus componentes. As células são frequentemente rotuladas com
marcadores fluorescentes, para que a luz seja absorvida primeiro e depois emitida em uma faixa de
comprimentos de onda. As informações provenientes dos sensores são expressas em um histograma.

A dispersão da luz pode ser usada para medir o volume (por dispersão frontal - forward scatter) e a
granulosidade/complexidade morfológica (por dispersão lateral - side scatter) de células ou outras
partículas, mesmo aquelas que não são fluorescentes. Esses dois padrões de dispersão são abreviados como
FSC e SSC, respectivamente.

Como resultado do aprimoramento tecnológico, que faz uso do processo de automação


de análises e diferencia células através do uso de anticorpos fluorescentes, surgiu uma
versão mais moderna de citometria de fluxo, chamada de separador celular ativado por
fluorescência (FACS).
Essa metodologia é capaz de fornecer informações rápidas e precisas sobre a identificação
de várias características intrínsecas e extrínsecas das células, além de conseguir
reconhecer com precisão o tamanho e a granulosidade através de uma leitura da
intensidade da fluorescência que é refletida nas células previamente marcadas com
anticorpos monoclonais florescentes.

Fonte: Braga et al., 2016

(UFU-MG - 2018) Em relação à técnica de citometria de fluxo, é INCORRETO afirmar que


A) um feixe de luz incide sobre uma amostra líquida e sua dispersão é captada por detectores.
B) possui um feixe de luz incidente (Forward Scatter -FSC) e outros perpendiculares (Side Scatter - SSC).
C) essa técnica necessita do uso de marcadores fluorescentes.
D) o sistema de separação de célula ativado por fluorescência (FACS) permite a seleção de amostras
celulares.
Comentários:

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Letra A: correta. Na citometria de fluxo a amostra é liberada em um fluxo ideal de uma célula por vez que é
atravessado por um feixe de laser e a luz dispersa, captada pelos detectores, é característica das células e
de seus componentes.
Letra B: correta. A dispersão da luz pode ser usada para medir o volume (por dispersão frontal - forward
scatter) e a granulosidade/complexidade morfológica (por dispersão lateral - side scatter) de células ou
outras partículas.
Letra C: INCORRETA. Apesar de o uso de marcadores fluorescentes ser comum na citometria de fluxo, este
elemento não é obrigatório. Este é o nosso gabarito.
Letra D: correta. Essa metodologia é capaz de fornecer informações rápidas e precisas sobre a identificação
de várias características intrínsecas e extrínsecas das células, além de conseguir reconhecer com precisão o
tamanho e a granulosidade através de uma leitura da intensidade da fluorescência que é refletida nas células
previamente marcadas com anticorpos monoclonais florescentes.

(FCC - Prefeitura de Macapá - AP - 2018) A técnica de citometria de fluxo,


A) detecta e quantifica células em suspensão em meio líquido e aderidas em placas de cultura celular.
B) identifica as células da amostra apenas por marcação com anticorpos específicos ligados a fluorocromos,
através da intensidade de fluorescência.
C) utiliza anticorpos policlonais devido à sua maior especificidade, reação cruzada mínima e
reprodutibilidade.
D) analisa simultaneamente diferentes parâmetros de um elevado número de células ou partículas, de
forma individual.
E) tem como parâmetros de dispersão frontal e dispersão lateral da luz que informam respectivamente,
granulosidade\complexidade celular e tamanho\forma celular.
Comentários:
Letra A: errada. A citometria de fluxo não analisa amostras com células aderidas em placas, pelo contrário,
as células da amostra são liberadas em um fluxo ideal de uma célula por vez.
Letra B: errada. Além da fluorescência, os detectores também captam a luz dispersa à medida que o laser
atravessa cada célula ou partícula.
Letra C: errada. Os anticorpos monoclonais são mais específicos que os anticorpos policlonais e geralmente
são utilizados na citometria de fluxo.
Letra D: correta. A citometria de fluxo é capaz de detectar e medir diferentes características físicas e
químicas de uma população de células ou partículas. Este é o nosso gabarito.
Letra E: errada. A dispersão frontal (Forward Scatter - FSC) se relaciona ao volume celular, enquanto a
dispersão lateral (Side Scatter - SSC) associa-se à granulosidade ou complexidade celular.

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2.3 - Eletroforese

A eletroforese é uma técnica utilizada para a separação de moléculas de acordo com sua
mobilidade em um campo elétrico. Algumas de suas aplicações são a eletroforese de proteínas
plasmáticas, a eletroforese de hemoglobina e a eletroforese de DNA.

2.4 - Eletrodo Íon Seletivo

O eletrodo íon seletivo consiste em uma pequena câmara contendo um eletrodo inerte, envolto
em um eletrólito e que se comunica com a solução externa, que será medida. É muito utilizado em análises
químicas, sendo o mais comum o eletrodo de pH. Contém uma membrana seletiva (que pode ser de
plástico, vidro ou cristais) que permite a passagem apenas do íon que será medido.

Essa técnica é muito usada para a dosagem de eletrólitos (íons) em amostras biológicas, tais como
sódio, potássio, cloreto, magnésio, cálcio e lítio. 0

(FCC - Prefeitura de Macapá - AP - 2018) Nas análises clínicas automatizadas, um fundamento


metodológico correto é:
A) Colorimetria, que é a dosagem da emissão de luz resultante de uma reação química gerada pela
dissociação de ligações fracas produzindo compostos intermediários em estado eletronicamente excitado
que, ao retornarem ao estado de energia inicial, emitem luz.
B) Quimioluminescência, que tem base a reação química de um reagente cromógeno com uma substância
presente na amostra biológica, seguida de absorção de luz que permite determinar a concentração da
substância presente na amostra.
C) Citometria de fluxo, que é uma técnica de medição das propriedades (complexidade e tamanho) de
células em suspensão, orientadas em um fluxo laminar e interceptadas, uma a uma, por um feixe de luz
laser.
D) Fotometria de chama, relacionada à dosagem da quantidade de luz transmitida e cálculo da luz absorvida
pelas partículas de uma suspensão, com objetivo de determinar a concentração de uma determinada
substância. A quantidade de luz absorvida e, consequentemente, sua concentração depende do número e
tamanho das partículas.
E) Turbidimetria, em que a amostra é atomizada, produzindo átomos em estado excitado que emitem luz
em um comprimento de onda específico dependendo do elemento usado, por exemplo, luz amarela para
sódio e cor violeta para potássio; a intensidade de cada cor emitida é proporcional ao teor destes elementos
na amostra.
Comentários:
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Letra A: errada. A colorimetria é uma técnica usada para determinar a concentração de compostos coloridos
(analitos) na solução da amostra no espectro visível da luz (400 - 700 nm). A descrição apresentada é
condizente com a técnica de quimioluminescência.
Letra B: errada. A quimioluminescência é uma reação colorimétrica que emprega anticorpos marcados com
fosfatase alcalina que hidrolisam um substrato quimioluminescente (luminol, isoluminol, luciferina). A
alternativa descreve a técnica de colorimetria.
Letra C: correta. A citometria de fluxo é uma técnica usada para detectar e medir características físicas e
químicas de uma população de células ou partículas, que são interceptadas por um feixe de luz laser. Este é
o nosso gabarito.
Letra D: errada. Na fotometria de chama, uma amostra contendo cátions metálicos é inserida em um
chama e analisada pela quantidade de radiação emitida. O princípio metodológico descrito é o da
turbidimetria.
Letra E: errada. A turbidimetria é um método que se baseia na medida da redução da transmissão de luz em
um meio, causada pela formação de partículas e consequente turvação da solução. A alternativa descreve a
técnica de fotometria de chama.

2.5 - Tipos de reações empregadas no laboratório clínico

As reações utilizadas nos métodos laboratoriais podem ser classificadas de duas formas: em relação
ao produto formado e em relação ao procedimento.

Em relação ao produto formado, as reações se classificam como reações de aglutinação, reações


de precipitação / turvação, reações colorimétricas e reações no ultravioleta.

As reações de aglutinação envolvem o uso de partículas ligadas a antígenos ou anticorpos que ao


reagir com um analito produzem uma reação visível a olho nu ou ao microscópio. A presença de aglutinação
é tida como um resultado positivo para a maioria das análises, porém, em algumas reações é utilizado o
modelo de inibição, onde a ausência de aglutinação é considerada como um resultado positivo.
Estudaremos melhor as reações de aglutinação na aula de imunologia.

As reações de precipitação e turvação se caracterizam, como o nome sugere, pela precipitação de


um analito (geralmente uma proteína) através da ação de um reagente (geralmente um anticorpo). O
analito se mantém suspenso e pode ser quantificado por espectrofotometria. Normalmente, trata-se de
um método cinético de ponto final, onde o produto formato alcança um ponto máximo de detecção e se
mantém inalterado por um determinado intervalo de tempo. As reações de precipitação / turvação também
serão melhor estudadas na aula de imunologia.

As reações colorimétricas, conforme já estudamos, são aquelas nas quais o produto formado possui
uma cor cuja intensidade (energia radiante transmitida/absorvida) pode ser medida na faixa visível do
espectro eletromagnético (400 a 680nm). As reações colorimétricas podem ser de ponto final ou cinéticas.

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As reações ultravioletas (UV) são aquelas nas quais o produto formado não possui cor, mas absorve
energia radiante (luz) na faixa ultravioleta (340 ou 365nm). As reações ultravioletas também podem ser
de ponto final ou cinéticas.

Em relação ao procedimento, as reações se classificam como: reações de ponto final e reações


cinéticas, sendo que as reações cinéticas se subdividem em reações cinéticas de tempo fixo, reações
cinéticas contínuas e reações cinéticas de dois tempos.

As reações de ponto final são aquelas nas quais ocorre a formação de um produto e sua
concentração máxima é atingida e se mantém inalterada por um tempo determinado. A estabilidade do
produto formado se relaciona diretamente com as características dos reagentes utilizados. Essas reações
podem ser colorimétricas (determinações químicas ou enzimáticas de colesterol, triglicérides, glicose e
albumina) ou ultravioletas (fosfato UV). O gráfico abaixo ilustra uma reação de ponto final.

Fonte: Labtest

Na figura acima podemos observar a formação do produto no intervalo T0-T1, o período de


estabilidade da reação no intervalo T1-T2 e a perda da estabilidade com decaimento do produto no intervalo
T2-T3. A medição do analito deve ser realizada dentro do intervalo T1-T2.

As reações cinéticas são aquelas nas quais a velocidade de formação de um produto deve ser
medida em intervalos de tempo pré-estabelecidos (horas, minutos ou segundos). Algumas vezes, a
formação do produto se relaciona com a temperatura, por este motivo, para se obter resultados mais
precisos, essas reações devem ser preferencialmente realizadas em equipamentos que utilizem cubetas
termostatizadas. São exemplos de reações cinéticas as determinações das atividades de amilase, fosfatase
acalina, gama GT, dentre outras. Vejamos a seguir as subclassificações das reações cinéticas.

Nas reações cinéticas de ponto fixo é estabelecido um intervalo de tempo após o qual a reação é
interrompida e a leitura é realizada. Essas reações exigem um controle rigoroso do tempo e da
temperatura de incubação. O gráfico abaixo representa uma reação cinética de ponto fixo.

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Fonte: Labtest

A figura demonstra o intervalo de tempo no qual a reação ocorre (T0-T1), a interrupção da reação
enzimática em T1 e o intervalo no qual o produto da reação está estável e a leitura deve ser realizada (T1-
T2).

Nas reações cinéticas contínuas são realizadas medidas contínuas da formação do produto.
Quando um fotômetro de temperatura controlada não estiver disponível, deve-se optar pelo emprego da
reação cinética de tempo fixo. É importante ressaltar que um mesmo analito pode ser determinado tanto
pela reação cinética de tempo fixo quanto pela reação cinética contínua, como por exemplo a determinação
da atividade da gama glutamil transferase (GGT). O gráfico abaixo ilustra uma reação cinética contínua.

Fonte: Labtest

A figura acima representa uma fase inicial na qual a velocidade da reação não é constante (a-b),
seguida pelo intervalo no qual a reação adquire velocidade constante (b-c), onde deve-se obter as diferenças
de absorvância/minuto (abs/min), que são utilizadas para calcular o resultado. Por fim, esgota-se o
substrato e a velocidade da reação diminui (c).

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Nas reações cinéticas de dois pontos geralmente realiza-se uma medição aos 30 segundos da
reação e uma segunda medição aos 90 segundos. A primeira medição é usada como branco e a
concentração do analito é calculada a partir da diferença (delta) entre as duas medições. As reações
cinéticas de dois pontos são utilizadas para reduzir o tempo da reação, prolongar a linearidade do sistema
analítico e minimizar a ação de interferentes.

É importante ressaltar que o intervalo de medições pode variar de acordo a sensibilidade e


linearidade do método e a presença de interferentes. O controle de temperatura também é fundamental,
sendo que, assim como nas reações cinéticas contínuas, nas reações cinéticas de dois pontos também é
importante que a reação seja realizada em um equipamento que possua cubetas termostatizadas.
Vejamos no gráfico abaixo uma representação da reação cinética de dois pontos.

Fonte: Labtest

Observando a figura acima, o cálculo do resultado de uma reação cinética de dois pontos é realizado
a partir da diferença entre a absorbância T2 e a absorbância T1 (Resultado = T2-T1).

As reações podem ser consideradas crescentes ou decrescentes.


Nas reações crescentes ocorre um aumento da concentração do produto formado ou de
um reagente. Enquanto que nas reações decrescentes acontece a diminuição da
concentração do produto formado ou de um reagente.
O modo de leitura pode ser monocromático ou bicromático.
No modo de leitura monocromático utiliza-se a leitura realizada em um único
comprimento de onda para calcular o resultado. Por outro lado, no modo de leitura
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bicromático utiliza-se a diferença entre a leitura do comprimento de onda secundário e


a leitura do comprimento de onda primário para calcular o resultado. A finalidade do uso
de leituras bicromáticas é a redução da ação de interferentes, sobretudo a lipemia.

(IBFC - Pref. Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019) Referente aos tipos de reações de testes bioquímicos,
analise as afirmativas abaixo.
I. Reação de ponto final: a quantidade de produto formado reflete a reação de todo o analito presente
na amostra.
II. Reação cinética de dois pontos: reação que, após um período de estabilização adquire velocidade
constante que se mantém enquanto existir substrato. Medição é realizada na fase constante.
III. Reação cinética de tempo fixo: após o intervalo cinético estabelecido, a reação é interrompida e a
leitura é realizada.
Assinale a alternativa correta.
A) As afirmativas I, II e III estão corretas
B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
Comentários:
Vamos analisar cada afirmativa:
I: certa. Nas reações de ponto final ocorre a formação de um produto e sua concentração máxima é atingida
e se mantém inalterada por um tempo determinado, no qual deve-se realizar a medição.
II: errada. Nas reações cinéticas de dois pontos realizam-se duas medições e o resultado é obtido a partir
da diferença entre essas medições. A reação descrita nessa afirmativa é a cinética contínua.
III: certa. Nas reações cinéticas de ponto fixo é estabelecido um intervalo de tempo após o qual a reação é
interrompida e a leitura é realizada.
Logo, estão corretas as afirmativas I e III.
Gabarito: letra D.

As reações são a base do funcionamento de um laboratório clínico e, portanto, é importante


conhecer seus vários tipos. Para finalizar, vamos resumir as classificações de reações estudadas.

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Encerramos aqui a primeira parte da aula, que tratou sobre os métodos de análise em bioquímica
clínica. Na segunda parte vamos abordar elementos de interesse em bioquímica clínica, tais como proteínas,
metabólitos nitrogenados não-proteicos, carboidratos e lipídios.

3 – Proteínas em Bioquímica Clínica

As proteínas são compostos de elevada massa molecular (macromoléculas), sintetizados e


catabolizadas pelo fígado, e cuja principal fonte é a dieta. Elas são polímeros de α-aminoácidos, que são
compostos orgânicos que contêm um carbono central (carbono alfa) ao qual estão ligados um hidrogênio
e os grupamentos amina (-NH2), carboxila (-COOH) e uma cadeia lateral (grupamento R) específica para
cada aminoácido. Para formar as proteínas, os aminoácidos se unem por ligações peptídicas, que ocorrem
entre os grupos amino de um aminoácido e carboxila do outro aminoácido, com eliminação de uma
molécula de água.

Apesar de existirem cerca de 500 aminoácidos de ocorrência natural, apenas 20 deles estão
presentes no código genético e são utilizados pelo ser humano. Os principais elementos que compõem
um aminoácido são carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N), embora outros elementos
possam ser encontrados nas cadeias laterais. A estrutura básica de um aminoácido está representada na
figura abaixo.

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Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AminoAcidball.svg

Estruturalmente, as proteínas classificam-se como fibrosas (fibrinogênio, troponina, colágeno,


miosina) ou globulares (hemoglobina, albumina, globulinas, enzimas). As concentrações plasmáticas de
aminoácidos são mais elevadas à tarde e menores pela manhã.

Vejamos como este conteúdo é cobrado em questões de prova.

(ADM&TEC - Pref. Joaquim Gomes/AL – 2019 – adaptada) Leia as afirmativas a seguir:


I. O ser humano utiliza somente cerca de vinte tipos diferentes de aminoácidos para a construção de
suas proteínas.
II. As proteínas são compostos orgânicos relacionados ao metabolismo de construção.
III. Todo aminoácido possui um átomo de carbono, ao qual estão ligados uma carboxila, uma amina e
um hidrogênio.
IV. As proteínas são macromoléculas formadas por uma sucessão de moléculas menores conhecidas
como aminoácidos.
Marque a alternativa CORRETA:
A) Todas as afirmativas são verdadeiras.
B) As afirmativas II, III e IV são verdadeiras, e a I é falsa.
C) As afirmativas I e II são falsas e as afirmativas III e IV são verdadeiras.
D) Apenas a afirmativa IV é verdadeira.
Comentários:

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I: certa. Apenas 20 aminoácidos são utilizados pelos seres humanos para a construção de proteínas.
II: certa. As proteínas desempenham várias funções importantes no organismo, uma delas é a função
estrutural, ou metabolismo de construção.
III: certa. A estrutura básica dos aminoácidos é composta por um carbono central ao qual estão ligados os
grupamentos amina, carboxila, um hidrogênio e um grupamento R, este último variável de um aminoácido
para outro.
IV: certa. As proteínas são compostos de elevada massa molecular (macromoléculas), sintetizados e
catabolizadas pelo fígado, e cuja principal fonte é a dieta. Elas são polímeros de α-aminoácidos.
Logo, todas as afirmativas estão corretas.
Gabarito: letra A.

(IBFC - SESACRE – 2019) ____________ são macromoléculas mais abundantes nas células vivas,
formadas por combinações de aminoácidos que se ligam através das chamadas ____________, onde
ocorre a ligação dos grupos amino de um aminoácido e carboxila de outro, com eliminação de uma
molécula de água.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
A) Carboidratos / pontes de hidrogênio
B) Carboidratos / ligações peptídicas
C) Proteínas / ligações peptídicas
D) Proteínas / pontes de hidrogênio
Comentários:
As macromoléculas formadas por aminoácidos são as proteínas, e não os carboidratos. Os aminoácidos são
ligados através de ligações peptídicas, e não por pontes de hidrogênio. Assim, a frase completa é:
Proteínas são macromoléculas mais abundantes nas células vivas, formadas por combinações de
aminoácidos que se ligam através das chamadas ligações peptídicas, onde ocorre a ligação dos grupos
amino de um aminoácido e carboxila de outro, com eliminação de uma molécula de água.
Gabarito: letra C.

Ponto isoelétrico das proteínas

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O ponto isoelétrico, representado pela sigla pI ou pH(I), é o pH no qual uma molécula


não carrega carga elétrica líquida ou é eletricamente neutra (a média aritmética das
cargas é neutra).
Moléculas anfotéricas biológicas, como proteínas, contêm grupos funcionais ácidos e
básicos. Os aminoácidos que compõem as proteínas podem ser de natureza positiva,
negativa, neutra ou polar, e juntos fornecem uma carga geral à proteína.
A carga líquida da molécula é afetada pelo pH do ambiente e pode se tornar mais positiva
ou negativamente carregada devido ao ganho ou perda, respectivamente, de prótons (H+).
O valor de pI pode afetar a solubilidade de uma molécula em um determinado pH. Tais
moléculas têm solubilidade mínima em soluções de água ou sal no pH que corresponde ao
seu pI, e frequentemente precipitam da solução.
A um pH abaixo do pI, as proteínas carregam uma carga líquida positiva; acima do IP, eles
carregam uma carga líquida negativa.

(UNIFESP - 2018) Considere as seguintes afirmativas sobre o ponto isoelétrico (pI) de proteínas:
I. É o pH onde a somatória de cargas elétricas dos aminoácidos que possuem cargas positivas é igual à
somatória de cargas elétricas de aminoácidos que possuem cargas negativas.
II. Em pH acima do valor do pI a proteína apresenta carga elétrica líquida positiva.
III. No ponto isoelétrico a solubilidade da proteína é máxima em meio aquoso.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e II.
E) II e III.
Comentários:
Vamos analisar cada uma das afirmativas:
I: certa. O ponto isoelétrico é o pH no qual uma molécula não carrega carga elétrica líquida ou é
eletricamente neutra.
II: errada. A um pH abaixo do pI, as proteínas carregam uma carga líquida positiva; acima do IP, eles
carregam uma carga líquida negativa.

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III: errada. As moléculas têm solubilidade mínima em soluções de água ou sal no pH que corresponde ao
seu pI, e frequentemente precipitam da solução.
Logo, apenas a afirmativa I está correta.
Gabarito: letra A.

A hipoproteinemia (diminuição dos níveis de proteínas no sangue) pode ocorrer em casos de


hemorragia, hemodiluição (hidratação intravenosa prolongada, ingestão excessiva de água, retenção de
sódio), ascite, perda renal de proteínas (com consequente edema) e queimaduras (que leva à perda de
proteínas e edema). Em alguns casos, também pode ocorrer a perda de proteínas pela urina, situação
chamada de proteinúria (ou aminoacidúria).

A hiperproteinemia (aumento dos níveis de proteínas no sangue) ocorre menos frequentemente,


podendo ser observada em quadros de desidratação, mieloma múltiplo, macroglobulinemia,
crioglobulinemia, lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide, sarcoidose, infecções crônicas,
linfogranuloma e endocardite bacteriana subaguda.

Quando consumida em excesso, acima das necessidades do corpo, a proteína é armazenada no


corpo na forma de gordura. Os aminoácidos em excesso são excretados. A longo prazo, os efeitos adversos
associados à alta ingestão de proteínas em humanos são: distúrbios da homeostase óssea e de cálcio,
distúrbios da função renal, aumento do risco de câncer, distúrbios da função hepática e progressão precoce
da doença arterial coronariana.

(IDHTEC - Pref. Maragogi/AL - 2019) São causas da hiperproteinemia, EXCETO:


A) Insuficiência Pancreática Exócrina
B) Desidratação
C) Piodermite crônica
D) Babesiose
E) Mastocitoma
Comentários:
Letra A: correta. A insuficiência pancreática exócrina se caracteriza pela diminuição acentuada (ou até
interrupção) da produção das enzimas pancreáticas. Pode ser secundária a outras doenças, como a fibrose
cística e o diabetes. Por não ter etiologia infecciosa ou oncológica, não cursa com aumento de proteínas no
sangue. Este é o nosso gabarito.
Letra B: errada. A desidratação é uma das causas mais comuns de hiperproteinemia, pois com a diminuição
da porção líquida do sangue (plasma), as proteínas se apresentam proporcionalmente mais elevadas.
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Letra C: errada. Infecções crônicas, como a piodermite crônica, estão associadas com o aumento de
proteínas no sangue.
Letra D: errada. A babesiose é uma doença causada por protozoários do gênero Babesia sp., que são
hemoparasitas. Por ser uma infecção, estimula o sistema imune e pode ocasionar aumento do nível de
proteínas plasmáticas.
Letra E: errada. Mastocitoma é um tipo de tumor cutâneo, que também estimula resposta imune e pode
desencadear uma hiperproteinemia.

(UNIFESP - 2018) O efeito primário da ingestão em excesso de proteínas, acima das necessidades do
corpo, resultará em:
A) Uma síntese aumentada de proteína muscular.
B) Um aumento no estoque de armazenamento de proteínas.
C) Um aumento da quantidade de tecido adiposo.
D) Um aumento da quantidade de proteínas plasmáticas circulantes.
E) Excreção do excesso como aminoácidos na urina.
Comentários:
Letra A: errada. O aumento da síntese de proteína muscular está principalmente associado com atividade
física acompanhada de uma ingestão de nutrientes em níveis adequados (sem deficiência ou excesso de
nutrientes).
Letra B: errada. O corpo não estoca o excesso de proteínas ingeridas na forma de proteínas, mas na forma
de gordura.
Letra C: correta. Quando consumida em excesso, acima das necessidades do corpo, a proteína é
armazenada no organismo na forma de gordura. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. A hiperproteinemia não está associada com a ingestão excessiva de proteínas, mas a
quadros de desidratação, infecções e processos tumorais.
Letra E: errada. No rim saudável, os glomérulos filtram os aminoácidos e os túbulos renais reabsorvem mais
de 95% dos aminoácidos filtrados de volta para o sangue. Dessa forma, em condições fisiológicas, os
aminoácidos não são encontrados em grandes proporções na urina, mesmo que sua ingestão seja excessiva.

3.1 - Proteínas totais

A dosagem de proteínas totais é útil na avaliação e acompanhamento de distúrbios que cursam com
deficiência na síntese proteica ou perda proteínas em excesso. O método mais utilizado no laboratório
clínico para dosagem de proteínas totais e o método colorimétrico de Biureto, que será descrito a seguir.

DETERMINAÇÃO DAS PROTEÍNAS TOTAIS


Fundamento: As ligações peptídicas das proteínas (-HN-CO-) reagem com íons cúpricos
(Cu2+) em meio alcalino (reagente do Biureto) formando um complexo de coloração
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violeta, cuja absorbância medida em 545nm é diretamente proporcional à concentração


de proteínas na amostra.
Valores de referência: Soro: 6,0 a 8,0 g/dL (ou 60 a 80 g/L).
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia levam a resultados falsamente elevados.
Significado clínico:
Valores aumentados (hiperproteinemia):
Fatores biológicos e ambientais: desidratação, gravidez, dieta, exercícios, uso de álcool.
Patologias: neoplasias, mieloma múltiplo, macroglobulinemia, doenças granulomatosas,
crioglobulinemia, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, sarcoidose, infecções
crônicas, hanseníase, leishmaniose, colagenoses, linfogranuloma e endocardite
bacteriana subaguda.
Drogas: corticoides, digitais, furosemida, anticoncepcionais orais.
Valores diminuídos (hipoproteinemia):
Fatores biológicos ou ambientais: hiperhidratação, imobilização prolongada.
Patologias: desnutrição grave, hepatopatia crônica, insuficiência renal, nefrose,
insuficiência cardíaca, hipertireoidismo, obesidade, queimaduras graves, síndrome de má
absorção, enteropatias perdedoras de proteínas, deficiência de cálcio e de vitamina D.
Drogas: heroína, administração de líquidos intravenosos (hemodiluição), laxativos,
carvedilol.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, SES-MG/UFMG

Um método alternativo para realizar a dosagem de proteínas se baseia no fato que certos
aminoácidos possuem anéis aromáticos, tal característica os leva a absorver em
comprimentos de onda específicos na região de UV. Essa propriedade também é
observada em bases purínicas e pirimidínicas.

3.2 - Eletroforese de proteínas séricas

A eletroforese de proteínas séricas (EPS) é um teste que separa proteínas específicas no sangue
com base em suas cargas elétricas. Para a realização deste teste, uma amostra de soro é aplicada em um
gel (de agarose ou de acetato de celulose) que sofre a ação de um potencial elétrico que é gerado por um
polo negativo, chamado de catodo, e de um polo positivo, chamado de anodo. Devido a esse potencial
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elétrico, as proteínas migram em direção ao anodo, percorrendo distâncias diferentes a depender da sua
carga elétrica e peso molecular. O resultado aparece na forma de bandas que são diferentes para cada uma
das proteínas (albumina e globulinas alfa, beta e gama).

Os dois principais tipos de proteínas presentes no soro são a albumina e as globulinas. A albumina
é o principal componente proteico do soro e representa o maior pico mais próximo do eletrodo positivo. As
globulinas compreendem uma fração muito menor das proteínas séricas totais, mas representam o foco
principal da interpretação da EPS. As globulinas podem ser subdivididas em quatro categorias: alfa-1, alfa-
2, beta e gama, com a fração gama mais próxima do eletrodo negativo. Observe na figura abaixo uma
representação gráfica das principais proteínas encontradas em cada banda eletroforética.

Fonte: SILVA, et al. 2008.

A albumina é a proteína mais abundante no plasma sanguíneo, correspondendo a cerca de 60% do


total de proteínas plasmáticas. Ela auxilia na manutenção da pressão oncótica e funciona como carreadora
de várias substâncias. A hipoalbuminemia, um nível reduzido de albumina, é comum em várias doenças,
incluindo doenças hepáticas, desnutrição, má absorção, nefropatia e enteropatia com perda de proteínas.
Por outro lado, a hiperalbuminemia é mais rara, podendo ser observada em casos de neoplasias,
desidratação, estresse, dentre outros.

As globulinas, de uma forma geral, são proteínas inflamatórias ou de fase aguda. Em casos de
infecções agudas, o perfil eletroforético evidencia um aumento globulinas alfa, com a fração alfa-2
apresentando uma elevação mais expressiva que a fração alfa-1. A fração beta contém as proteínas
transferrina e beta-lipoproteína (LDL), por este motivo, seus níveis estão aumentados na anemia ferropriva,
na gravidez e na hipercolesterolemia. Níveis reduzidos de globulinas beta são observados em situações de
inflamações agudas e crônicas.

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A região gama é composta pelas cinco classes de imunoglobulinas (anticorpos) IgG, IgA, IgM, IgD e
IgE (em ordem decrescente de concentração plasmática). Algumas das causas de deficiência de
imunoglobulinas são defeitos na síntese (neoplasia linfoide, insuficiência renal), perda anormal de proteínas
(síndrome nefrótica, queimaduras) e insuficiência na produção de anticorpos. Entre as causas de
hipergamaglobulinemia pode-se citar infecções crônicas (tuberculose, parasitoses, lepra), doença hepática,
infecções intrauterinas, doenças inflamatórias intestinais, distúrbios autoimunes, granulomas e mieloma
múltiplo.

(IBFC - SES-PR - 2016) A eletroforese de proteínas é uma técnica simples para separar as proteínas do
soro cujo princípio se baseia:
A) Na densidade de carga.
B) No peso molecular.
C) Nas cargas elétricas.
D) No tamanho da partícula.
Comentários:
A eletroforese de proteínas séricas (EPS) é um teste que separa proteínas específicas no sangue com base
em suas cargas elétricas.
Gabarito: Letra C.

(IBFC - Pref. Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019) A eletroforese de proteínas auxilia no diagnóstico de
diversas doenças que possuem padrões eletroforéticos característicos e sua interpretação requer o
conhecimento do significado de cada banda das frações proteicas. Considere as frações enumeradas de
1, 2, 3, 4 a 5, respectivamente, abaixo e assinale a alternativa correta.

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Figura: Perfil normal de eletroforese de proteínas.


A) Albumina, Alfa1, Alfa2, Beta e Gama
B) Alfa 1, Alfa 2, Albumina, Beta e Gama
C) Albumina, Gama, Alfa 1, Alfa 2 e Beta
D) Alfa 1, Alfa 2, Beta, Albumina, Gama
Comentários:
Conforme estudamos, as estruturas representadas na figura são:
1: Albumina;
2: Globulina alfa 1;
3: Globulina alfa 2;
4: Globulina beta;
5: Gamaglobulina.
Gabarito: Letra A.

3.3 - Albumina

Conforme estudamos no tópico anterior, a albumina é a principal proteína plasmática. Ela é


sintetizada e secretada pelo fígado e apresenta tempo de meia-vida aproximado de 20 dias. Exerce a função
de controle da pressão oncótica.

A hipoalbuminemia (redução dos níveis séricos de albumina) pode ocorrer por redução na síntese
(desnutrição, má absorção ou doença hepática grave); diluição ou distribuição anormal (hiperidratação ou
aumento da permeabilidade capilar – infecções) ou excreção ou degradação elevadas (síndrome nefrótica,
enteropatias, queimaduras, hemorragias). Por outro lado, a hiperalbuminemia é um fenômeno mais raro,
geralmente observado em casos de desidratação, pois leva a um estado de hemoconcentração.

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Devido ao seu papel fundamental na manutenção da pressão oncótica, a hipoalbuminemia está


associada ao desenvolvimento de edema (acúmulo anormal de líquido nos tecidos do corpo), pois ocorre
extravasamento do líquido dos vasos sanguíneos para os tecidos.

Por estar associada ao aporte proteico e à produção exclusiva do fígado, a albumina é utilizada como
um indicador do estado nutricional e marcador da função de síntese hepática. Ela também pode ser
utilizada para avaliar casos de perda de proteína por via renal ou intestinal.

O método mais utilizado nos laboratórios clínicos para dosagem de albumina é o colorimétrico -
verde de bromocresol, que será descrito a seguir.

DETERMINAÇÃO DA ALBUMINA SÉRICA


Fundamento: A albumina presente na amostra reage com o verde de bromocresol em
meio ácido formando um complexo colorido que é quantificado
espectrofotometricamente. A absorbância do complexo formado, medida entre 600 e
640nm, é diretamente proporcional à concentração da albumina na amostra analisada.
Valores de referência:
Adultos: 3,5 a 5,5 g/dL
Crianças e Adolescentes:
De 1 a 30 dias 2,6 a 4,3 g/dL
De 31 a 182 dias 2,8 a 4,6 g/dL
De 183 a 365 dias 2,8 a 4,8 g/dL
De 1 a 18 anos 2,9 a 4,7 g/dL
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia.
Resultados falsamente elevados: agentes citotóxicos, anticoncepcionais orais e
bromossulfaleína.
Resultados falsamente reduzidos: paracetamol, aspirina, estrogênios, anticoncepcionais
orais, ampicilina, asparaginase e fluorouracil.
Significado clínico:
Valores diminuídos (hipoalbuminemia): doenças hepáticas crônicas (cirrose), síndrome
nefrótica, desnutrição grave, depressão, obesidade, infecções prolongadas, queimaduras
graves e hemorragia grave.
Valores aumentados (hiperalbuminemia): raramente observados, exceto em casos de
desidratação ou choque, nos quais ocorre perda excessiva de água levando a um estado
de hemoconcentração.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, SES-MG/UFMG

Uma outra forma de se avaliar as proteínas séricas é através do cálculo da relação


albumina/globulina (A/G). Nesta razão, espera-se encontrar um valor igual ou ligeiramente superior a 1,1.
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Como uma ampla gama de doenças pode afetar tanto os níveis de albumina, quanto de globulinas, a
determinação da razão A/G pode servir como um indicativo da causa do distúrbio. Uma baixa relação A/G
se relaciona a um aumento na produção de globulinas (como no mieloma múltiplo e nas doenças
autoimunes) ou a uma diminuição da produção de albumina (como na cirrose), ou ainda à perda de
albumina (como na doença renal e na síndrome nefrótica). Por outro lado, valores elevados da relação A/G
são sugestivos de deficiência na produção de imunoglobulinas (como em alguns distúrbios genéticos e
alguns tipos de leucemia).

A dosagem de baixas concentrações de albumina na urina também pode ser utilizada como um
marcador precoce da doença renal, em um exame chamado de microalbuminúria. Microalbuminúria é um
termo usado para descrever um aumento moderado no nível de albumina na urina. Ocorre quando o rim
libera pequenas quantidades de albumina na urina, ou seja, quando ocorre uma permeabilidade
anormalmente alta para a albumina no glomérulo renal. Normalmente, os rins filtram a albumina, logo, se
a albumina é encontrada na urina, este é um indício de doença renal.
==0==

A maior ingestão de proteína animal, gordura animal e colesterol pode aumentar o risco de
microalbuminúria. E dietas mais altas em frutas, vegetais e grãos integrais, mas mais baixas em carne e
doces tendem a proteger o declínio da função renal. Os testes de microalbuminúria são recomendados para
pessoas com risco aumentado de doença renal, como aquelas com diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 ou
hipertensão.

O teste pode ser realizado em amostras de urina 24 horas, na primeira urina da manhã e ainda em
amostra de urina aleatória. Os métodos mais utilizados no laboratório clínico para determinação da
microalbuminúria são nefelometria, turbidimetria e quimioluminescência. Quando a dosagem é realizada
em amostras da primeira urina da manhã e urina aleatória, é recomendado que a dosagem de creatinina na
amostra de urina seja realizada concomitantemente, e o resultado é liberado em microgramas de albumina
por gramas de creatinina (µg/g). Os valores de referência são de até 30 mg/24 h em amostras de urina de 24
horas e até 30µg/g (µg de albumina por g de creatinina) em amostras de primeira urina da manhã e urina
aleatória.

(CONSULPLAN - HOB - 2015) “A albumina é a proteína _______________ abundante no plasma normal.


A _____________________ pode ocorrer em enfermidades hepáticas severas e pode, ainda, afetar a
distribuição dos líquidos corporais, uma vez que é o constituinte mais importante para manutenção da
pressão _______________ do plasma, podendo resultar em edema.” Assinale a alternativa que
completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
A) mais / hipoalbuminemia / arterial
B) mais / hipoalbuminemia / oncótica
C) menos / hiperalbuminemia / arterial
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D) menos / hiperalbuminemia / oncótica


Comentários:
“A albumina é a proteína mais abundante no plasma normal. A hipoalbuminemia pode ocorrer em
enfermidades hepáticas severas e pode, ainda, afetar a distribuição dos líquidos corporais, uma vez que é o
constituinte mais importante para manutenção da pressão oncótica do plasma, podendo resultar em
edema.”
A alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior é "mais / hipoalbuminemia /
oncótica".
Gabarito: Letra B.

3.4 - Proteína C Reativa (PCR)

A proteína C reativa (PCR) é uma proteína sintetizada pelo fígado e está presente no soro de
pacientes com doença aguda (inflamação; infecção). Ela é capaz de ligar-se a carboidratos das membranas
celulares das bactérias, fungos e parasitas e é ativadora da via clássica do sistema complemento.

A PCR exibe altas concentrações plasmáticas (dentro de 24 a 48h) em casos de infarto agudo do
miocárdio (IAM), trauma, infecções (principalmente bacterianas), pós-cirúrgico e neoplasias. Além disso,
ela auxilia no acompanhamento de doenças crônicas, tais como artrite reumatoide, lúpus eritematoso
sistêmico (LES), rejeição de transplantes, controle do tratamento de septicemia, controle do tratamento de
meningite e até em alguns casos de síndrome serotoninérgica.

Em relação à dinâmica da PCR, sua secreção é predominantemente hepática e tem início de 4 a 6


horas após o estímulo. Seus níveis duplicam a cada 8 horas e atingem um pico entre 36 e 50 horas. A meia
vida plasmática da PCR é de 19 horas e mesmo depois de estímulo único, como trauma ou cirurgia, pode
demorar vários dias até que seus níveis retornem a valores basais.

Atualmente existe um método de dosagem de PCR ultrassensível (PCR-US), que consiste na


detecção de baixas concentrações da PCR (limite de detecção - 0,03 mg/L). A dosagem de PCR pelo método
ultrassensível (US) tem sido aplicada no prognóstico de doenças coronarianas.

A PCR pode ser determinada qualitativamente ou semiquantitativamente pela metodologia de


aglutinação (técnica que será estudada na aula de imunologia), e quantitativamente através da
metodologia de imunoturbidimetria, cujo procedimento será descrito a seguir.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA PROTEÍNA C-REATIVA (PCR)


Fundamento: Partículas de látex estabilizadas e sensibilizadas com anticorpo anti-
proteína C-reativa (anti-PCR) humana são aglutinadas quando a PCR está presente na
amostra. A intensidade da aglutinação, medida em absorbância, é proporcional à
quantidade de PCR.
Valores de referência: Até 6,0 mg/L.

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Interferentes: Bilirrubina, lipemia, fator reumatoide, hemólise e uso de contraceptivos


orais. Resultados falsamente aumentados podem ser obtidos com amostras que foram
congeladas.
Significado clínico:
Valores aumentados: infecções bacterianas, doença de Still, espondilite anquilosante,
artrite associada à anastomose jejuno-ileal, doença de Crohn, infarto agudo do miocárdio,
artrite psoriática, síndrome de Reiter, febre reumática, artrite reumatoide, amiloidose
secundária, complicações tromboembólicas pós-cirúrgicas e vasculites.
Valores diminuídos: hepatite crônica ativa, a maioria das viroses, dermatomiosite,
polimiosite, doença mista do tecido conectivo, esclerodermia, lúpus eritematoso
sistêmico, leucemias e colite ulcerativa. Nestas condições, níveis séricos de PCR iguais ou
maiores que 100 mg/L são um indicador seguro de infecção bacteriana intercorrente ou
acutização em casos de leucemia.

Fonte: Labtest Diagnóstica, SES-MG / UFMG

(CESPE - FUB - 2018) Uma amostra de soro proveniente de paciente com suspeita de infecção por HIV
associada a infecção por Treponema pallidum foi encaminhada para processamento e análise em um
laboratório de análises clínicas. Considerando essa situação hipotética e os aspectos clínicos a ela
relacionados, julgue o item a seguir.
Se esse paciente estiver apenas com infecção bacteriana, o resultado dos exames poderá evidenciar
níveis elevados de proteína C-reativa.
Certo
Errado
Comentários:
A proteína C reativa (PCR) é um marcador de inflamação/infecção que se eleva, dentre outras situações, em
casos de infecção bacteriana. Logo, na presença de uma infecção bacteriana, a PCR apresentará níveis
elevados no soro.
Gabarito: Certo.

(Fundação Aroeira - Pref. Taquaral de Goiás/GO – 2019) A Proteína C-Reativa (PCR) é uma proteína de
fase aguda, cujos níveis séricos aumentam acentuadamente logo após ocorrer uma agressão tecidual
ao organismo. A dosagem sérica da PCR constitui uma prova de atividade inflamatória. A respeito das

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características dessa proteína plasmática e do significado clínico da dosagem da PCR, assinale a


alternativa CORRETA:
A) A secreção da PCR é predominantemente hepática e começa de 4 a 6 horas após o estímulo; duplica a
cada 12 horas e atinge o pico entre 48 e 72 horas.
B) A PCR tem meia vida plasmática de 24 horas e, mesmo após estímulo único, como queimadura, trauma
ou cirurgia, pode levar vários dias até retornar a níveis basais.
C) Ocorrem elevações nas concentrações plasmáticas da PCR não só em infecções e inflamações, mas
também no infarto do miocárdio, em politraumas, em neoplasias, em vasculites e até, possivelmente, em
alguns casos de síndrome serotoninérgica.
D) A dosagem da PCR não deve ser utilizada como um possível indicador de prognóstico para doenças
coronarianas.
Comentários:
Letra A: errada. A secreção da PCR é predominantemente hepática e começa de 4 a 6 horas após o estímulo;
duplica a cada 8 horas e atinge o pico entre 36 e 50 horas.
Letra B: errada. A PCR tem meia vida plasmática de 19 horas e mesmo após estímulo único, como trauma
ou cirurgia, pode levar vários dias até retornar a níveis basais.
Letra C: correta. Ocorrem elevações nas concentrações plasmáticas da PCR não só em infecções, mas
também na presença de inflamação sistêmica por artrite reumatoide, no infarto do miocárdio, na
pancreatite necrotizante, em politrauma, em neoplasias, em vasculites e até possivelmente em alguns casos
de síndrome serotoninérgica. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. A dosagem de PCR pelo método ultrassensível (US) tem sido aplicada no prognóstico da
doença coronariana estável e no da síndrome coronariana aguda.

Acabamos de ver os principais testes bioquímicos relacionados a proteínas. No próximo tópico


iremos estudar os metabólicos nitrogenados não-proteicos, que estão intimamente relacionados com a
função renal.

4 – Metabólitos Nitrogenados Não Proteicos e Função Renal

Os compostos nitrogenados não-proteicos são metabólicos de excreção renal provenientes do


catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos. A ureia se origina do catabolismo de proteínas de uma
forma geral, a creatinina é proveniente do catabolismo da creatina e o ácido úrico tem origem no
catabolismo das bases púricas. Como o rim exerce papel fundamental na eliminação destes compostos do
organismo, a dosagem desses metabólitos ser relaciona com a função renal do paciente.

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4.1 - Ureia

A ureia é o principal produto metabólico nitrogenado, correspondendo a cerca de 45% do


nitrogênio não-proteico excretado. Nos seres humanos, é proveniente do catabolismo proteico. Ela é
filtrada livremente pelos glomérulos, mas também é reabsorvida.

A ureia sofre muita influência de fatores como o nível de hidratação, a dieta, atividades físicas, e
filtração renal. Por este motivo, é um marcador muito sensível, porém pouco específico, sendo aplicada
na investigação "grosseira" da função renal.

O aumento dos níveis de ureia no sangue é chamado de uremia e pode ocorrer em casos de
doenças renais (lesão glomerular, vascular ou tubular) ou por fatores não renais (como desidratação,
excesso de proteína alimentar, catabolismo proteico aumentado, tratamento com cortisol, exercícios
físicos).

As causas de uremia podem ser de origem pré-renal, renal ou pós-renal:

 Pré-renal: dietas ricas em proteínas, desidratação, queimadura, febre (catabolismo proteico


elevado);
 Renal: insuficiência renal aguda (IRA), insuficiência renal crônica (IRC), glomerulonefrite,
pielonefrite, necrose tubular.
 Pós-renal: obstrução do trato urinário, tumores na bexiga.

Nem todo paciente que tem uremia, tem também doença renal. Mas todo paciente que
tem doença renal tem uremia.

Abaixo serão descritos dois métodos utilizados para determinação da ureia: enzimático-
colorimétrico e cinético UV.

DETERMINAÇÃO DA UREIA POR METODOLOGIA ENZIMÁTICA-COLORIMÉTRICA


Fundamento: A ureia é hidrolisada pela urease em íons amônia (NH4+) e CO2. Em meio
alcalino, os íons amônia reagem com salicilato e hipoclorito de sódio (NaClO), sob a ação
catalisadora do nitroprussiato de sódio, para formar indofenol. A absorbância do
complexo azul formado, medida em 600nm, é diretamente proporcional à concentração
de ureia na amostra analisada.

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Valores de referência:
Soro ou Plasma: 15 a 45 mg/dL.
Crianças e adolescentes:
Idade de 1 dia a 12 meses: 2 a 34 mg/dL.
De 1 a 13 anos: 8 a 36 mg/dL.
Urina: 26 a 43 g/24 horas.
Interferentes: Bilirrubina, hemólise, lipemia, dieta rica em proteínas, desidratação, jejum
prolongado, cetoacidose.
Aditivos como fluoreto e citrato de sódio interferem em métodos que utilizam a urease.
A contaminação da água, vidraria e ambiente com amônia pode produzir resultados
falsamente elevados.
Significado clínico:
Valores Aumentados: Um aumento na taxa de ureia sanguínea pode ser observado em
dietas ricas em proteínas, insuficiência cardíaca congestiva, nefrite, insuficiência renal
aguda ou crônica, carcinomas do trato urinário, catabolismo proteico elevado, febre,
septicemia, stress, queimaduras, desidratação, choque, diminuição do volume sanguíneo
(hemorragias internas), obstruções no trato urinário (cálculos, carcinomas ou pólipos),
após exercícios físicos ou com o aumento da idade.
Valores Diminuídos: A diminuição da ureia está associada à insuficiência hepática grave,
aumento da diurese, redução do catabolismo proteico, gestação e em indivíduos
submetidos a dietas com baixos níveis de proteínas e altos níveis de glicídicos.
DETERMINAÇÃO DA UREIA POR METODOLOGIA CINÉTICA-UV
Fundamento: A ureia é hidrolisada pela urease a íons amônia e CO2 . A amônia reage com
o 2-cetoglutarato e NADH em uma reação catalizada pela glutamato desidrogenase
(GLDH), ocorrendo oxidação do NADH a NAD+. O consumo de NADH, medido pela
diminuição da absorbância em 340nm, é proporcional à concentração de ureia na amostra.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica , SES-MG/UFMG

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(IDHTEC - Pref. Maragogi/AL - 2019) Um aumento de nitrogênio ureico sanguíneo (BUN – blood urea
nitrogen) no soro pode ser resultante de causas pré-renais e renais. São causas pré-renais, EXCETO:
A) Doença de Addison
B) Descompensação cardíaca
C) Infecção aguda e toxemia
D) Envenenamento pelo chumbo
E) Catabolismo proteico aumentado (queimadura, febre)
Comentários:
Letra A: errada. A doença de Addison também é conhecida como insuficiência adrenal primária e se
caracteriza pela produção insuficiente do hormônio cortisol (e muitas vezes de aldosterona também).
Indivíduos que sofrem deste distúrbio costumam apresentar baixos níveis séricos de sódio e bicarbonato e
altos níveis séricos de potássio e ureia. Por ser uma doença de etiologia endócrina, é considerada uma causa
de uremia pré-renal.
Letra B: errada. A descompensação cardíaca é considerada uma causa pré-renal de uremia, pois pode levar
a uma deficiência na perfusão dos rins, o que levará a uma elevação da ureia no sangue.
Letra C: errada. Casos de infecção aguda e toxemia cursam com aumento de ureia no sangue, e são
consideradas causas pré-renais de uremia.
Letra D: correta. O envenenamento por chumbo pode levar a quadros de disfunção renal, que cursam com
aumento de ureia. A insuficiência renal resultante é considerada uma causa renal de uremia. Este é o nosso
gabarito.
Letra E: errada. O catabolismo proteico aumentado, resultante de queimaduras ou febre, leva a um
aumento dos níveis de ureia no sangue, sendo uma causa pré-renal de uremia.

4.2 - Creatinina

A creatinina é um marcador mais seguro da função renal em comparação com a ureia, pois sofre
pouca influência da dieta, dos níveis de hidratação ou do metabolismo proteico. Sua depuração (clearance
ou clareamento) correlaciona-se com a taxa de filtração glomerular (TFG), sendo que quanto mais alta a
TFG, menores são os níveis plasmáticos de creatinina.

A elevação dos níveis de creatinina pode ser causada por doenças renais com lesão glomerular,
vascular ou tubular (sendo que a creatinina se eleva e reduz mais vagarosamente que a ureia). Mas também
pode ser causada por fatores extra-renais, como obstrução do fluxo de urina através dos ureteres, bexiga
e uretra (nestes casos, creatinina e ureia plasmáticas estarão aumentadas).
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Os métodos para determinação de creatinina no sangue ou na urina se baseiam no surgimento de


um produto de cor alaranjada resultante da interação da creatinina com o picrato alcalino (complexo de
Janovski), que foi demonstrado por Jaffé em 1886. Segue abaixo a descrição de dois métodos de dosagem
de creatinina baseados na reação de Jaffé (Picrato Alcalino).

DETERMINAÇÃO DA CREATININA POR METODOLOGIAS COLORIMÉTRICA DE


PONTO FINAL E CINÉTICA DE DOIS PONTOS
Fundamento:
1. Procedimento colorimétrico de ponto final: A creatinina e os interferentes presentes
na amostra reagem com o picrato alcalino, formando um complexo colorido que é medido
fotometricamente. A adição de um acidificante abaixa o pH para 5,0, decompõe o picrato
de creatinina, deixando inalterada a cor derivada dos cromogênios que também é medida
fotometricamente. Nesta metodologia, mede-se a absorção do complexo formado antes
e após a acidificação do meio. O valor de creatinina da amostra é calculado pela diferença
entre as duas leituras fotométricas.
2. Procedimento cinético colorimétrico: A creatinina e os interferentes presentes na
amostra reagem com o picrato em meio alcalino originando um complexo colorido. Mede-
se a velocidade de formação desse complexo em períodos iniciais curtos, evitando-se
assim a interferência de outros compostos. Uma primeira leitura é feita aos 30 segundos
iniciais da reação para eliminar o efeito dos interferentes de reação rápida. Aos 90
segundos de reação é feita uma segunda leitura, antes que os interferentes de reação lenta
possam ter efeitos significativos. Dessa forma, a determinação fotométrica do produto
final fica livre de interferentes, referindo-se exclusivamente à creatinina presente.
Valores de referência:
Soro ou Plasma - Homens: 0,7 a 1,2 mg/dL; Mulheres: 0,5 a 1,0 mg/dL.
Urina - Homens: 21 a 26 mg/Kg peso/24h; Mulheres: 16 a 22 mg/Kg peso/24h.
Interferentes: Bilirrubina, lipemia e hemólise.
Resultados falsamente elevados: ácido ascórbico, anfotericina B, barbitúricos,
carbutamina, cefalotina sódica, cefoxitina sódica, clonidina, cloridrato de metildopato,
clortalidona, dextran, fenolsulfonaftaleína, ciclato de doxiciclina, canamicina, levodopa,
metildopa, para-amino-purato, sulfato de caproemizina e sulfato de colistina.
Significado clínico: Valores aumentados de creatinina indicam disfunção renal e se
correlacionam com o grau de evolução da enfermidade.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica , SES-MG/UFMG

A chamada depuração (clearance ou clareamento) de creatinina é a medida da velocidade de


remoção da creatinina do sangue à medida que passa pelos rins. Este teste é usado para a avaliação da
TFG. O cálculo da depuração de creatinina é obtido a partir da seguinte fórmula:

𝑼
Depuração (mL/minuto) = 𝑺 x VM
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Onde:
U = creatinina na urina (mg/dL)
S = creatinina no soro (mg/dL)
VM = volume por minuto (Volume urinário de 24 h em mL dividido por 1440 min)

Deve-se proceder também com o cálculo da depuração de creatinina "corrigida" para que o
resultado possa ser correlacionado aos valores de referência. Para a realização deste cálculo de correção,
utiliza-se um fator que leva em consideração a superfície corporal do paciente.

𝐃𝐞𝐩𝐮𝐫𝐚çã𝐨 𝐬𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞çã𝐨 × 𝟏,𝟕𝟑


Depuração corrigida = 𝐒𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐞 𝐜𝐨𝐫𝐩𝐨𝐫𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐜𝐢𝐞𝐧𝐭𝐞

A superfície corporal do paciente (A) pode ser calculada da seguinte forma:

A = P 0,425 x H 0,725 x 0,007184


Onde:
A = superfície corporal (m2)
P = peso em quilogramas
H = altura em centímetros

Segue abaixo o procedimento detalhado para obtenção da depuração de creatinina:

DEPURAÇÃO DA CREATININA
Instruir o paciente para que faça uma coleta correta da urina de 12 ou 24 horas.
O soro pode ser obtido em qualquer momento do período de coleta da urina. Dosar a
creatinina do soro e da urina.
Aplicar os resultados obtidos na equação abaixo:
𝑼
Depuração (mL/minuto) = 𝑺 x VM
U = creatinina na urina (mg/dL)
S = creatinina no soro (mg/dL)
VM = volume minuto (Volume urinário de 24 h em mL dividido por 1440 min)

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Observação: A depuração deverá ser corrigida para a superfície corporal do paciente, que
é obtida através de nomograma correlacionando peso-altura. Multiplicar o valor da
depuração por 1,73 e dividir pela superfície corporal do paciente.
Valores de referência:
Homens: 97 a 137mL/minuto/1,73 m2.
Mulheres: 88 a 128mL/minuto/1,73 m2.
Exemplo:
Creatinina na urina = 118 mg/dL
Creatinina no soro = 1,2 mg/dL
Volume de 24 horas = 1680 mL
Volume minuto = 1680/1440 = 1,17 mL/min
118
Depuração = x 1,17 = 115 mL/min
1,2

Depuração de creatinina endógena corrigida:


Peso: 60 Kg
Altura: 165 cm
Superfície corporal: 1,66 m2
115 ×1,73
Clareamento = = 120 mL/minuto/1,73 m2
1,66

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica

(CESPE - INCA - 2010) A respeito do equilíbrio hidroeletrolítico, julgue o seguinte item.


O cálculo da depuração (ou clearance) renal de creatinina é corretamente realizado a partir dos
seguintes dados: concentração plasmática de creatinina, concentração urinária de creatinina e débito
urinário por minuto.
Certo
Errado
Comentários:
A depuração (clearance) de creatinina é obtida pela fórmula:
𝑈
Depuração (mL/minuto) = 𝑆 x VM

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Onde:
U = creatinina na urina (mg/dL)
S = creatinina no soro (mg/dL)
VM = volume por minuto (Volume urinário de 24 h em mL dividido por 1440 min).
Gabarito: Certo.

4.3 - Ácido úrico

O ácido úrico é um composto nitrogenado proveniente do metabolismo de bases púricas pela


destruição e renovação celular (fonte endógena), mas também pode ser obtido através da alimentação, em
alimentos ricos em purinas (fonte exógena).

A hiperuricemia (aumento dos níveis de ácido úrico no sangue) pode ser devida à superprodução
de ácido úrico pelo organismo (por uma causa genética ou alimentar) ou pela doença renal (retenção de
ácido úrico), ou ainda pela combinação de ambas as causas. A dosagem do ácido úrico é um exame útil na
avaliação do metabolismo da purina, adenosina e guanosina e encontra-se alterada em diversas condições
clínico-patológicas além da gota. Vejamos a seguir um procedimento adotado para determinação do ácido
úrico em amostras biológicas.

DETERMINAÇÃO DO ÁCIDO ÚRICO POR METODOLOGIA ENZIMÁTICA-


COLORIMÉTRICA
Fundamento: O ácido úrico é oxidado pela uricase (UOD) em alantoína, CO2 e H2O2.
Através de uma reação de copulação oxidativa, catalisada pela peroxidase (POD), o
peróxido de hidrogênio formado reage com o diclorofenolsulfonato (DCFS) e 4-
aminoantipirina (4-AMP), produzindo uma antipirilquinonimina de cor vermelha. A
absorbância do complexo formado, medida em 505 nm, é diretamente proporcional à
concentração de ácido úrico da amostra.

Valores de referência:
Soro e Plasma:
Adultos - Homens: 2,5 a 7,0 mg/dL; Mulheres: 1,5 a 6,0 mg/dL
Crianças - Homens: 1,5 a 6,0 mg/dL; Mulheres: 0,5 a 5,0 mg/dL
Urina: 250 a 750 mg/24 horas
Interferentes: Lipemia e hemólise. A concentração de ácido úrico aumenta após jejum
prolongado, no stress e nas 24 horas após ingestão aguda de álcool. O ácido ascórbico
(vitamina C) leva a resultados falsamente diminuídos.

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Significado clínico:
Valores aumentados (hiperuricemia): gota, insuficiência renal, leucemia, policitemia,
mieloma múltiplo, intoxicação por chumbo, cetoacidose, tratamentos com citostáticos ou
tiazídicos, síndrome de Lesch-Nyhan, hiperuricemias idiopáticas, hiperlipidemia,
obesidade, aterosclerose, diabetes mellitus e hipertensão. Drogas como salicilatos,
fenilbutazona.
Valores diminuídos (hipouricemia): pouco frequente, ocorre na síndrome de Fanconi,
doença de Wilson e doenças malignas como linfoma de Hodgkin e carcinoma
broncogênico e uso de alopurinol.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica , SES-MG/UFMG

A gota é uma manifestação clínica da hiperuricemia, com deposição de cristais de urato


monossódico insolúveis nas juntas das extremidades do corpo, acompanhada por crises recorrentes de
artrite inflamatória aguda, cálculos renais (ácido úrico), nefropatia e deformidades. A gota pode ser de
causa genética (primária) ou adquirida (secundária). A doença primária se manifesta principalmente em
indivíduos do sexo masculino com manifestações de hiperuricemia e artrite gotosa.

(INSTITUTO AOCP - EBSERH - 2016) Um paciente que apresenta os índices de creatinina e ureia
aumentados pode estar sofrendo
A) de insuficiência renal.
B) um infarto.
C) de cirrose.
D) de anemia.
E) de esteatose hepática.
Comentários:
Creatinina e ureia são marcadores da função renal, pois se elevam em casos da patologia. Não possuem
valor diagnóstico em infarto, cirrose, anemia e esteatose hepática.
Gabarito: Letra A.

(FUNRIO - UFRB - 2015) Considere as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.


I. A creatinina sérica é um produto metabólico formado pela descarboxilação da creatina-fosfato no
músculo, e, portanto, com relação direta com a massa muscular. Homens e atletas produzem maiores

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quantidades de creatinina do que crianças, idosos e mulheres. O decréscimo da massa muscular no


idoso deve ser considerado na interpretação dos resultados. O método de dosagem pode ser o
colorimétrico e a amostra de sangue deve ser coletada em tubos sem anticoagulante.
II. A ureia sérica é o metabólito quantitativamente mais importante do catabolismo das proteínas
(principal fonte de excreção do nitrogênio) e da desaminação dos aminoácidos (ciclo da ornitina, que
libera NH2-amoníaco). Produzida no fígado, passa para a circulação sanguínea, onde é degradada em
níveis intersticiais e eliminada pelo suor, pelo trato gastrointestinal e pelo rim. O método de dosagem
pode ser o cinético UV e a amostra de sangue deve ser coletada em tubos sem anticoagulante.
III. O ácido úrico é o produto final do catabolismo das purinas. Seus níveis séricos estão diretamente
relacionados com a velocidade de sua formação e inversamente com a velocidade e a capacidade de
excreção. Outros fatores, como predisposição genética, raça, sexo, idade, peso corporal, ingestão de
álcool, diabetes, dislipidemia, dieta e uso de medicamentos também influenciam seus níveis séricos.
Praticamente todos os pacientes com ácido úrico elevado desenvolvem uma doença chamada gota e
coceira nos pés.
A) Apenas a afirmativa I for é verdadeira.
B) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
C) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
D) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
E) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Comentários:
I. Certa. As informações apresentadas sobre a creatinina estão corretas.
II. Certa. As informações apresentadas sobre a ureia estão corretas.
III. Errada. A alternativa está quase toda correta, com exceção da parte final, uma vez que nem sempre a
hiperuricemia é devida à gota. Além disso, muitos pacientes apresentam ácido úrico plasmático normal no
momento da crise de gota.
Gabarito: Letra B.

Finalizamos o estudo dos metabólitos nitrogenados não proteicos. No próximo tópico iremos
estudar a importância dos carboidratos na bioquímica clínica.

5 – Carboidratos em Bioquímica Clínica

A glicose é o principal carboidrato com aplicação clínica. O aumento dos níveis de glicose no
sangue é chamado de hiperglicemia, que tem como principal causa o diabetes mellitus (DM). O DM é uma
síndrome metabólica crônica, caracterizada por hiperglicemia, ocasionada pela deficiência absoluta de
secreção de insulina ou pela redução de seu efeito biológico, ou ainda por ambos.

Os sintomas clássicos do DM são:


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 Glicosúria: presença de glicose na urina;


 Polidipsia: sede excessiva;
 Polifagia: fome excessiva;
 Poliúria: produção excessiva de urina (>2,5 litros por dia).

Apesar de a principal manifestação clínica do diabetes ser a hiperglicemia, a doença


também apresenta anormalidades no metabolismo de proteínas e lipídios. Por este
motivo, é comum que um paciente com diabetes também apresente um quadro de
dislipidemia (distúrbio que altera os níveis de gordura no sangue).
Outra manifestação importante do paciente portador de diabetes é a glicosúria, que é a
presença de glicose na urina. Isso ocorre porque a concentração de glicose no sangue
ultrapassa o limiar renal para a glicose, que é de 180 mg/dL de glicose plasmática.

O diabetes pode ser classificado em:

 Diabetes mellitus tipo 1 (DM1): doença na qual há destruição autoimune das células beta do
pâncreas com perda da capacidade de produzir insulina, também denominada Diabetes
mellitus dependente de insulina.
 Diabetes mellitus tipo 2 (DM2): doença decorrente de diminuição da síntese e/ou resposta
do organismo à insulina, também denominada Diabetes mellitus não-dependente de
insulina.
 Diabetes mellitus gestacional: É uma intolerância aos carboidratos de intensidade variada,
diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto.

Os critérios diagnósticos para o diabetes mellitus são:

 Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL, em pelo menos duas ocasiões distintas;


 Glicemia casual (aleatória) ≥ 200 mg/dL em pelo menos duas ocasiões distintas;
 Glicemia de 2 horas após estímulo com 75g de dextrosol ≥ 200 mg/dL em pelo menos duas
ocasiões distintas.

Um outro distúrbio envolvendo a glicose é a hipoglicemia, que se caracteriza pela diminuição dos
níveis de glicose no sangue. Pode ocorrer entre uma hora e meia e duas horas após a refeição e os níveis
de glicose duas horas após dextrosol podem chegar a 50 mg/dL. Os principais sintomas são tonteira,
palpitação, tremores, ansiedade, dificuldade para falar, confusão mental, perda de consciência, convulsões
e até morte. Contudo, alguns casos podem ser assintomáticos.

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5.1 - Glicose

Os métodos mais utilizados para a determinação da glicose são os métodos enzimáticos


colorimétricos, que possuem grande especificidade pela glicose. Os sistemas enzimáticos mais usados são:
glicose oxidase, hexoquinase e glicose desidrogenase. Segue abaixo a descrição da metodologia
enzimática de determinação da glicose por glicose oxidade:

DETERMINAÇÃO DA GLICOSE POR METODOLOGIA ENZIMÁTICA-COLORIMÉTRICA


Coleta: Usar preferencialmente anticoagulante com antiglicolítico (fluoreto), que
possibilita dosar glicose, ureia e creatinina em uma única amostra.
Preparo do paciente: Jejum obrigatório de 8 a 14 horas ou conforme orientação médica.
Fundamento: A glicose oxidase (GOD) catalisa a oxidação da glicose para ácido glicônico
e peróxido de hidrogênio. Através de uma reação oxidativa de acoplamento catalisada
pela peroxidase (POD), o peróxido de hidrogênio formado reage com 4-aminoantipirina e
fenol formando um complexo de cor vermelha (antipirilquinonimina), cuja absorbância
medida em 505 nm, é diretamente proporcional à concentração de glicose na amostra.

Valores de referência:
Plasma coletado após jejum de 8 horas:
Crianças e Adultos: 65 a 99 mg/dL
Prematuro: 20 a 60 mg/dL
De 0 a 1 dia: 40 a 60 mg/dL
Acima de 1 dia: 50 a 80 mg/dL
Interpretação dos resultados da glicemia de jejum:
Glicose entre 65 e 99 mg/dL: Glicemia normal
Glicose entre 100 e 125 mg/dL: Glicemia alterada (Pré-Diabetes)
Glicose ≥ 126 mg/dL: Diagnóstico provisório de Diabetes Mellitus
Interpretação dos resultados do Teste Oral de Tolerância à Glicose - TOTG (Glicemia
de 2 horas após 75 g de dextrosol):
Glicose < 140 mg/dL: TOTG normal
Glicose entre 140 e 200 mg/dL: TOTG Alterado (Pré-Diabetes)
Glicose ≥ 200 mg/dL: Diagnóstico provisório de Diabetes Mellitus
Critérios Diagnósticos para Diabetes Mellitus:
Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL em duas ocasiões

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Glicemia casual (aleatória) ≥ 200 mg/dL em duas ocasiões


Glicemia de 2 horas após dextrosol ≥ 200 mg/dL em duas ocasiões
Interferentes: Bilirrubina, hemólise, lipemia, ácido ascórbico elevado, hipoproteinemia.
Resultados falsamente elevados: paracetamol, ácido acetilsalicílico, ácido nalidíxico,
ácido nicotínico, adrenalina, benzodiazepínicos, cafeína, carbonato de lítio, cimetidina,
clonidina, cortisona, dopamina, esteroides anabólicos, estrogênios, etanol, fenitoína,
furosemida, levodopa, tiazidas.
Resultados falsamente reduzidos: alopurinol, anfetaminas, bloqueadores b-
adrenérgicos, clofibrato, fenacitina, fenazopiridina, fenformina, hipoglicemiantes orais,
insulina, isoniazida, maconha, nitrazepan, propranolol (em diabéticos), ácido ascórbico
(vitamina C) e hiperuricemia.
Significado clínico:
Valores elevados (hiperglicemia): intolerância à glicose, diabetes primárias e secundárias
a várias doenças (hipertireoidismo, hiperpituitarismo, hiperadrenocorticismo, etc).
Valores diminuídos (hipoglicemia): Ingestão aguda de álcool, jejum prolongado e dieta
com restrição de carboidratos.
Hipoglicemia do jejum: hiperinsulinismo endógeno (insulinoma e sulfonilurea),
hiperinsulinismo exógeno (factício), tumores extra pancreáticos, síndrome autoimune
(formação espontânea de anticorpos para receptores da insulina), insuficiência
suprarrenal e ou hipofisária, doença hepática grave e alcoolismo.
Hipoglicemia pós-prandial: hipoglicemia alimentar; hipoglicemia do diabético tipo 2 e do
paciente com intolerância à glicose; hipoglicemia funcional ou reativa.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, SES-MG/UFMG

O glicosímetro é um dispositivo para determinar a concentração aproximada de glicose


no sangue. É muito utilizado no monitoramento doméstico da glicemia por pessoas com
diabetes mellitus ou hipoglicemia.
A maioria dos modelos de glicosímetro utiliza o método enzimático da glicose oxidase,
que se encontra impregnada em uma tira de teste de plástico.

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(MACHADO DE ASSIS - Pref. Caxias/MA - 2018) O exame de Glicose é dosado em qual unidade?
(A) mg/mL
(B) mg/L
(C) mg/dL
(D) g/L
Comentários:
Conforme estudamos, a dosagem da glicose é representada na unidade miligrama por decilitro, ou mg/dL.
Gabarito: letra C.

5.2 - Glicose pós-prandial

A determinação da glicose pós-prandial se dá pela dosagem da glicemia após duas horas da


ingestão de 75 g de glicose (solução aquosa de dextrosol). É um método útil na avaliação do diabetes, pois
avalia a resposta do organismo à sobrecarga de glicose. Em indivíduos saudáveis, a glicemia tende a voltar
aos valores normais após duas horas da ingestão de carboidratos. Quando isso não ocorre e os valores de
glicemia são iguais ou superiores a 200 mg/dL, este resultado é sugestivo de intolerância à glicose ou
diabetes. Contudo, alguns fatores podem influenciar o resultado, como uso de fármacos, distúrbios
endócrinos e dietas. Além disso, os valores tendem a subir após os 40 anos de idade (cerca de 10 mg/dL por
década de vida).

Os valores de referência são:

 Normal: < 140 mg/dL;


 Intolerância ao carboidrato: 140 - 199 mg/dL;
 Diabetes mellitus: mg/dL ≥200 mg/dL.

5.3 - Teste oral de tolerância à glicose (TOTG)

Outro teste empregado na avaliação do diabetes mellitus é o teste oral de tolerância à glicose
(TOTG), também chamado de curva glicêmica, que é realizado a partir de medições seriadas da glicemia
em jejum e a cada 30 minutos, durante 2 horas (em 0, 30, 60, 90 e 120 minutos), após a administração
de 75 g de glicose anidra (dextrosol) dissolvida em água por via oral. O resultado final (após 2 horas) deve
ser menor que 200 mg/dL. O TOTG é um teste mais sensível que a determinação da glicemia em jejum,
porém possui baixa reprodutibilidade por sofrer interferência de diversos fatores.

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(FAUEL - Pref. Guarapuava/PR – 2019) Curva glicêmica é um exame muito utilizado para detecção e
manutenção de dosagens de glicose no sangue. Assinale a alternativa CORRETA acerca do teste:
A) Colher glicemia de jejum, ingerir dextrosol, após trinta minutos começar as coletas, por duas horas, com
as coletas intercaladas a cada trinta minutos.
B) Colher a glicemia de jejum, ingerir dextrosol, colher por uma hora, a cada trinta minutos intercalar as
coletas.
C) Ingerir o dextrosol, coletar por duas horas, em intervalos de trinta minutos a cada coleta.
D) Ingerir o dextrosol, coletar por uma hora, em intervalos de trinta minutos a cada coleta.
Comentários:
Letra A: correta. É exatamente este o procedimento para realização das coletas da curva glicêmica. Este é
o nosso gabarito.
Letra B: errada. Esta alternativa está errada porque afirma que as coletas devem ser realizadas dentro de
uma hora.
Letra C: errada. Esta alternativa está errada porque não menciona a coleta em jejum.
Letra D: errada. Esta alternativa está errada porque não menciona a coleta em jejum e afirma que as coletas
devem ser realizadas dentro de uma hora.

5.4 - Teste de O’ Sullivan

O teste de O'Sullivan (ou O'sullivan e Mahan) é um tipo de curva de tolerância à glicose direcionada
ao monitoramento do diabetes gestacional e deve ser realizado entre a 24a e 28a semana de gestação,
podendo ser repetido na 32a semana. Uma solução contendo 100 g de glicose é administrada à paciente e
realiza-se uma coleta de sangue a cada 60 minutos durante 3 horas (basal, 60', 120' e 180'). Os valores de
referência são:

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 Jejum: menor que 95 mg/dL;


 1a hora: menor que 180 mg/dL;
 2a hora: menor que 155 mg/dL;
 3a hora: menor que 140 mg/dL.

Para a realização deste exame, a gestante necessita estar em jejum de 8 a 14 horas, ou conforme
orientação médica.

5.5 - Hemoglobina glicada

A hemoglobina glicada (ou glicosilada), também chamada de glicohemoglobina ou HbA1C, é a


combinação direta da glicose à hemoglobina adulta (HbA). A quantidade de hemoglobina glicada
formada está diretamente relacionada à concentração de glicose plasmática e à vida média das hemácias
(aproximadamente 120 dias). A formação da HbA1c é irreversível e seu nível sanguíneo é mantido ±
constante por cerca de 120 dias.

Ela é utilizada no monitoramento do controle de glicose a longo prazo em indivíduos diabéticos,


pois fornece índices retrospectivos dos valores de glicose no plasma. Seus resultados são confiáveis, pois
não estão sujeitos a grandes flutuações, se comparados aos níveis plasmáticos de glicose.

Os métodos empregados na determinação da hemoglobina glicada são baseados na separação dos


componentes glicados dos componentes não-glicados, de acordo com:

 diferenças de carga: cromatografia de troca iônica, cromatografia líquida de alta execução,


eletroforese, focalização isoelétrica;
 reatividade química: colorimetria e espectrofotometria;
 diferenças estruturais: cromatografia por afinidade e imunoensaio (nefelometria e
turbidimetria).

Vejamos abaixo as metodologias para determinação de hemoglobina glicada por cromatografia de


troca iônica e turbidimetria:

DETERMINAÇÃO ESPECÍFICA DA HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1C) POR


CROMATOGRAFIA DE TROCA IÔNICA
Amostra: Sangue total (EDTA) hemolisado.
Fundamento: O sangue total é hemolisado e a fração lábil é eliminada. O hemolisado é
então cromatografado em uma resina de troca catiônica em que as hemoglobinas são
retidas e somente a HbA1C é eluída de forma específica. A fração de HbA1a+b é eliminada
por lavagem da resina. A porcentagem da fração de HbA1C em relação à hemoglobina
total é determinada por espectrofotometria em 415 nm.
Valores de referência:
4,0 – 6,5% ou 20 – 48 mmol/mol: Não diabéticos.
6,0 – 7,0% ou 42 – 53 mmol/mol: Diabéticos – Meta do tratamento.
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7,0 – 8,0% ou 53 – 64mmol/mol: Diabéticos com bom controle glicêmico.


> 8,0% ou > 64mmol/mol: Diabéticos com controle glicêmico ruim. Necessitam atuação.
Interferentes: Bilirrubina, lipemia. Hemoglobinopatias heterozigóticas podem levar a
valores falsamente elevados ou diminuídos, dependendo da variante hemoglobínica e do
método usado.
Resultados falsamente aumentados: Amostras armazenadas a -20°C, anemia por
deficiência de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, uremia, ácido ascórbico (vitamina C),
ingestão crônica de ácido acetilsalicílico e opiáceos.
Resultados falsamente diminuídos: Doença hemolítica e hemorragia.
Significado clínico: A hemoglobina glicada (Hb-G) resulta da fixação não enzimática da
glicose ao aminoácido valina terminal da cadeia beta da hemoglobina. A formação da Hb-
G é irreversível e ocorre muito lentamente durante toda a sobrevida das hemácias (120
dias). A intensidade de glicação depende diretamente do valor da glicemia, do tempo de
exposição das hemácias à glicose e também varia de paciente para paciente.
Hb-G dentro dos valores de referência: paciente com controle da glicemia adequado por
várias semanas.
Hb-G elevada: controle da glicemia inadequado por todo o período ou parte dele.

DETERMINAÇÃO DA HbA1C POR IMUNOTURBIDIMETRIA


Amostra: Sangue total capilar ou venoso coletado com EDTA.
Fundamento: O sangue total é hemolisado e a concentração de hemoglobina A1C
(HbA1C) é determinada através de uma metodologia imunoturbidimétrica. As diferentes
hemoglobinas presentes no hemolisado se agregam à superfície das partículas de látex em
proporção equivalente à sua concentração. Após a adição de um segundo reagente
contendo anticorpos anti-HbA1C humanos, forma complexos insolúveis que são medidos
por turbidimetria.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, SES-MG/UFMG

5.6 - Lactato

O lactato (ou ácido lático) e um intermediário do metabolismo de carboidratos na ausência de


oxigênio, oriundo de eritrócitos, cérebro e músculo esquelético. Valores elevados de lactato estão
relacionados à hipóxia tecidual.

O lactato é produzido pelo organismo após a glicólise, com o objetivo de fornecer energia em
condições anaeróbicas. Dessa forma, a determinação da concentração plasmática de lactato é uma forma
de avaliar indiretamente a acidose metabólica depois da atividade física e patologias nas quais foi
utilizada tal via de obtenção de energia.

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A determinação dos níveis de lactato em laboratórios clínicos é realizada principalmente através da


metodologia enzimática UV, conforme descrito no procedimento a seguir:

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DO LACTATO POR SISTEMA ENZIMÁTICO


Fundamento: O lactato é determinado de acordo com as seguintes reações:

Na presença de oxigênio, a lactato oxidase catalisa a oxidação do ácido lático,


promovendo a formação de piruvato e peróxido de hidrogênio. Em seguida, ocorre uma
reação de acoplamento entre o peróxido de hidrogênio, 4-aminoantipirina e TOOS,
catalisada pela peroxidase, produzindo uma quinoneimina que tem máximo de
absorbância em 550 nm. A intensidade da cor do produto da reação é diretamente
proporcional à concentração do lactato na amostra
Valores de referência:
Recém-nascidos, crianças e adolescentes - Plasma (fluoreto):
0 a 90 dias: 9 - 32 mg/dL ou 1,0 - 3,5 mmol/L
3 a 24 meses 9 - 30 mg/dL ou 1,0 - 3,3 mmol/L
2 a 18 anos 9 - 22 mg/dL ou 1,0 - 2,4 mmol/L
Adulto - Plasma (fluoreto):
Venoso 4,5 - 19,8 mg/dL ou 0,5 - 2,2 mmol/L
Arterial 4,5 - 14,4 mg/dL ou 0,5 - 1,6 mmol/L
A concentração de lactato no líquor normalmente é semelhante aos níveis sanguíneos.
Contudo, em alterações bioquímicas no SNC, os valores de lactato no líquor alteram-se
independentemente dos valores no sangue.
Interferentes: Lipemia, bilirrubina, hemólise, garroteamento prolongado, tempo de
separação do plasma superior a 30 minutos.
Significado clínico:
Níveis aumentados de lactato plasmático: hipovolemia, choque ou insuficiência
ventricular esquerda, que pode predispor o indivíduo à acidose lática (tipo A ou hipóxica).
O aumento também é observado na acidose lática tipo B ou metabólica, que está
associada a doenças como diabetes mellitus, neoplasia e doença hepática ou a drogas e/ou
toxinas, como o etanol, o metanol e o salicilato. A produção de lactato pode aumentar
consideravelmente após a atividade física de longa duração.

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Níveis aumentados de lactato no líquor: meningite bacteriana, hemorragia


intracraniana, epilepsia e acidente vascular cerebral, dentre outros distúrbios do SNC. Os
valores elevados no líquor não dependem de alterações no sangue.

Fonte: Labtest Diagnóstica, SES-MG/UFMG

5.7 - Frutosamina

Frutosamina é o nome dado a um grupo de proteínas que, semelhantemente à HbA1C, sofrem


glicosilação. A maior fração dessas proteínas é composta pela albumina. A frutosamina é formada pela
ligação não-enzimática da glicose a aminas de proteínas do soro ou de membrana celular. Possui um tempo
de meia vida inferior à HbA (aproximadamente 20 dias), o que reflete o controle de glicose por um período
de 2 a 3 semanas.

A desvantagem da dosagem de frutosamina é que ela sofre interferência de fatores como


desnutrição, insuficiência renal crônica e doenças hepáticas, não sendo, portanto, indicada para o
diagnóstico do diabetes mellitus. Porém, é útil em pacientes com hemoglobinopatias (que é um fator que
interfere na determinação de HbA1C). Na prática, é importante associar os valores de frutosamina com os
valores de HbA1C.

Segue abaixo o procedimento de determinação da frutosamina por metodologia cinética-


colorimétrica:

DETERMINAÇÃO DA FRUTOSAMINA POR METODOLOGIA CINÉTICA-


COLORIMÉTRICA
Fundamento: Quando a glicose se une às proteínas, o produto final é uma cetoamina
estável, denominada genericamente de glicoproteína ou frutosamina. Em pH alcalino, a
glicoproteína se transforma na forma enólica, reduzindo o azul de nitrotetrazólio a um
"formazan" púrpura. A velocidade de formação do formazan em uma determinada
temperatura é proporcional à concentração sérica de proteínas glicadas.
O método utiliza a medida da diferença de absorbância após incubação aos 10 e 15
minutos para calcular a concentração de glicoproteína ou frutosamina na amostra. Os
resultados são expressos em mmol/L de DMF (1-Desoxi-1-morfolinofrutose), utilizado
como padrão primário.
Valores de referência (soro):
1,9 a 2,9 mmol/L em DMF (desoxi morfolino frutose)
205 a 285 μmol/L em albumina glicada.
Os valores de referência de frutosamina dependem da concentração de albumina na
amostra. Em crianças, as concentrações são ligeiramente inferiores (5%).
Interferentes: Bilirrubina, lipemia, hemólise. Alguns medicamentos e substâncias, como
o ácido ascórbico, podem interferir.
Significado clínico:
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Valores diminuídos: perdas elevadas de albumina e/ou doenças que aumentam o


catabolismo proteico.
Valores aumentados: diabetes com controle metabólico inadequado.
A dosagem de frutosamina permite classificar os pacientes diabéticos em 3 grupos
diferentes:
- Controle satisfatório: até 3,2 mmol/L;
- Controle medíocre: até 3,7 mmol/L;
- Controle inadequado: maior que 3,7 mmol/L.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica

(COSEAC - UFF - 2019) A associação americana de diabetes divulgou recentemente os critérios para o
diagnóstico de diabetes, que são:
A) glicemia ao acaso acima de 180 mg/dL, glicemia de jejum maior ou igual a 110 mg/dL ou resultado da
glicemia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose maior ou igual a 180 mg/dL.
B) glicemia ao acaso acima de 220 mg/dL, glicemia de jejum maior ou igual a 109 mg/dL ou resultado da
glicemia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose maior ou igual a 220 mg/dL.
C) glicemia ao acaso acima de 200 mg/dL, glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL ou resultado da
glicemia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose maior ou igual a 200 mg/dL.
D) glicemia ao acaso acima de 160 mg/dL, glicemia de jejum maior ou igual a 106 mg/dL ou resultado da
glicemia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose maior ou igual a 200 mg/dL.
E) glicemia ao acaso acima de 180 mg/dL, Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL ou resultado da
glicemia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose maior ou igual a 180 mg/dL.
Comentários:
De acordo com a Associação Americana de Diabetes, os critérios para diagnóstico de diabetes são:
- glicemia ao acaso: > 200 mg/dL;
- glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL ou
- glicemia de 2 horas após receber 75 gramas de glicose ≥ 200 mg/dL.
Gabarito: Letra C.

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(IBFC - SES-PR - 2016) Os glicosímetros são aparelhos usados para medir a taxa de glicemia, utilizando-
se sangue capilar. O método enzimático comumente usado nos glicosímetros denomina-se:
A) Glicose-oxidase
B) Somogy-Nelsin
C) Folin-Wo
D) Benedict
Comentários:
Letra A: correta. A maioria dos modelos de glicosímetro utiliza o método enzimático da glicose oxidase,
que se encontra impregnada em uma tira de teste de plástico. Este é o nosso gabarito.
Letra B: errada. O método "Somogyi-Nelson" é um dos métodos utilizados para a determinação
quantitativa de açúcares. Trata-se de um método de espectrofotometria que foi proposto por Somogyi em
1952. Esta metodologia não é empregada em glicosímetros.
Letra C: errada. "Folin-Wu" é um método colorimétrico de determinação da glicose. Este método envolve o
tratamento com uma solução alcalina de cobre, que é reduzida com a formação de óxido cuproso insolúvel.
Letra D: errada. O princípio do teste de Benedict é que, quando os açúcares redutores são aquecidos na
presença de um composto alcalino, eles são convertidos em poderosas espécies redutoras conhecidas como
enedióis. Os enedióis reduzem os compostos cúpricos (Cu2+) presentes no reagente de Benedict a
compostos cuprosos (Cu+) que são precipitados como óxido de cobre vermelho insolúvel (Cu2O). Trata-se
de um método colorimétrico utilizado na determinação da glicose na urina, mas não tem empregabilidade
em aparelhos glicosímetros.

Encerramos aqui o estudo dos carboidratos. Vamos agora seguir com o último grupo de nutrientes:
os lipídios de interesse para a bioquímica clínica.

6 – Lipídios em Bioquímica Clínica

Um lipídio é uma biomolécula que é insolúvel em água, porém é solúvel em solventes não polares.
Os lipídios atuam como componentes das membranas celulares, hormônios e precursores hormonais. Além
disso, também possuem a função de armazenamento de energia, isolamento térmico e condução nervosa.

Uma lipoproteína é uma estrutura bioquímica cujo objetivo principal é transportar moléculas
lipídicas hidrofóbicas (conhecidas como gordura) na água, como no sangue ou no fluido extracelular.
Exemplos incluem as partículas de lipoproteínas plasmáticas classificadas como quilomícrons, VLDL
(lipoproteína de muita baixa densidade - do inglês "very low density lipoprotein"), LDL (lipoproteína de baixa
densidade - do inglês "low density lipoprotein"), IDL (lipoproteína de densidade intermediária - do inglês
"intermediate-density lipoprotein") e HDL (lipoproteína de alta densidade - do inglês "high density
lipoprotein").

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Lista de lipoproteínas por ordem decrescente de tamanho e crescente de densidade


Quilomícrons: Principal forma de transporte dos triglicerídeos da dieta (exógeno) até os
tecidos.
VLDL: Transportam triglicerídeos de origem endógena a partir do fígado e, em menor
quantidade, do intestino delgado, para os tecidos.
IDL: Molécula instável que se converte rapidamente em LDL.
LDL: Moléculas ricas em colesterol que são transportadas até as células.
HDL: Moléculas que captam o colesterol das células e o conduz até o fígado, onde ocorre
o catabolismo e a eliminação.

Na tabela abaixo, podemos ver a classificação, propriedades e composição das principais


lipoproteínas humanas:

Parâmetro Quilomícron VLDL LDL HDL


DENSIDADE (G/ML) <0,93 0,93 - 1,006 1,006 - 1,063 1,063 - 1,21
DIÂMETRO >70 25 - 70 19,6 - 22,7 4 - 10
MOBILIDADE ELETROFORÉTICA Origem pré-beta beta alfa
COMPOSIÇÃO (% DO PESO)
COLESTEROL LIVRE 2 5-8 13 6
COLESTEROL ESTERIFICADO 5 11 - 14 39 13
FOSFOLIPÍDIOS 7 20 - 23 17 28
TRIGLICERÍDIOS 84 44 - 60 11 3
PROTEÍNAS 2 4 - 11 20 50
LOCAL DE SÍNTESE Intestino Intestino, fígado Intravascular Intestino, fígado

Adaptado de Motta, 2009

As lipoproteínas plasmáticas podem ser separadas por meio da técnica de eletroforese e são
nomeadas de acordo com o seu perfil de mobilidade. Os padrões obtidos através da eletroforese de
lipoproteínas podem ser utilizados para caracterizar dislipidemias primárias e secundárias. A lipoproteína
HDL apresenta perfil de migração eletroforética semelhante às globulinas alfa-1 e por este motivo é
chamada de alfa-lipoproteína, a VLDL apresenta perfil semelhante às globulinas alfa-2 e é chamada de
pré-betalipoproteina, a LDL apresenta perfil semelhante às beta-globulinas e é chamada de beta-
lipoproteína. Em casos de disbetalipoproteinemia tipo III, as lipoproteínas IDL formam uma banda larga
entre as regiões pré-beta e beta.

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Além das lipoproteínas que já vimos, que são as mais comumente estudadas, também
existe a chamada lipoproteína A [Lp(a)], que já foi tema de questão de prova.
A lipoproteína A é uma lipoproteína de baixa densidade que consiste em uma partícula do
tipo LDL e a apolipoproteína específica (apolipoproteína a), que está ligada
covalentemente à apoB contida no invólucro externo da partícula.
Lp(a) contribui para o processo de aterogênese, redução da fibrinólise e aumento da
coagulação, favorecendo a trombogênese.
Dessa forma, altos níveis de Lp(a) no sangue estão correlacionados com doença cardíaca
coronariana (DCC), doença cardiovascular (DCV), aterosclerose, trombose e acidente
vascular encefálico (AVE).

Vamos praticar com algumas questões de prova.

(MSCONCURSOS - Pref. Jequié/BA – 2018) As partículas de lipoproteínas são entidades dinâmicas que
adquirem e liberam componentes proteicos e lipídicos à medida que circulam pelo corpo. Os
quilomícrons e VLDL são maiores e menos densos do que as partículas maduras e já metabolizadas.

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Fonte: MCPHERSON, Richard A., PINCUS, Matthew, Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais de
Henry, 21º ed. Manole, 2012.

Analisando a figura acima, podemos afirmar que as lipoproteínas apresentadas nas letras X, Y, W e Z,
respectivamente, são:
A) QM, VLDL, IDL, LDL.
B) HDL, IDL, VLDL, LDL.
C) VLDL, IDL, HDL, LDL.
D) LDL, QM, VLDL, IDL.
Comentários:
A lipoproteína maior e mais densa é o quilomícron (QM), logo é a partícula da esquerda (X). Por ordem
decrescente de tamanho e crescente de densidade temos VLDL (Y), IDL (W) e LDL (Z). A única alternativa
que respeita essa ordem é a letra A.
Gabarito: letra A.

(MACHADO DE ASSIS - Pref. Caxias/MA - 2018) Um dos parâmetros avaliados no exame de Eletroforese
de Lipoproteínas é a Lipoproteína A. Sobre essa lipoproteína, podemos afirmar:
A) A ausência de Lipoproteína A é um indicativo de um maior risco de doenças arteroscleróticas.
B) A Lipoproteína A está associada ao aparecimento de doenças renais.
C) A Lipoproteína A é um parâmetro para avaliação de risco cardiovascular, trombose e aterosclerose.
D) A Lipoproteína A é uma fração do Colesterol HDL.
Comentários:
Letra A: errada. Na verdade, altos níveis de lipoproteína A que se relacionam com um risco aumentado de
doenças arteroscleróticas.
Letra B: errada. Apesar do fato de que níveis elevados de lipoproteína A serem detectados em casos de
insuficiência renal, isso ocorre possivelmente porque os rins desempenham um papel na depuração de Lp(a)
do sangue. Dessa forma, níveis elevados de Lp(a) no sangue são uma consequência, e não uma causa, de
doenças renais.
Letra C: correta. A lipoproteína A é um fator de risco para aterosclerose e doenças relacionadas, como
trombose, doença cardíaca coronariana e acidente vascular encefálico (AVE). Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. A lipoproteína A possui baixa densidade e apresenta uma composição similar à LDL.

Agora vamos falar sobre o colesterol e seu metabolismo.

O colesterol é uma molécula biológica extremamente importante que contribui para a estrutura da
membrana celular, além de ser um precursor da síntese dos hormônios esteroides, dos ácidos biliares e da
vitamina D. Tanto o colesterol da dieta quanto o sintetizado de novo são transportados pela circulação sob
a forma de lipoproteínas. Devido ao seu importante papel na funcionalidade da membrana, todas as células
expressam as enzimas da biossíntese do colesterol.
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A síntese e utilização do colesterol devem ser rigorosamente reguladas, a fim de evitar acúmulo e
deposição anormal no organismo. De particular importância clínica é a deposição anormal de colesterol e
lipoproteínas ricas em colesterol nas artérias coronárias. Essa deposição, que eventualmente leva à
aterosclerose, é o principal fator contribuinte para doenças coronarianas.

Pouco menos da metade do colesterol no corpo deriva da biossíntese de novo. Cerca de 80% da
produção diária total de colesterol ocorre no fígado e no intestino. A via da biossíntese do colesterol
envolve enzimas presentes no citoplasma, microssomas (vesículas formadas a partir da união de
fragmentos de retículo endoplasmático) e peroxissomos. A síntese de colesterol, como a da maioria dos
lipídios biológicos, começa no grupo acetato de dois carbonos da acetil-CoA. As etapas iniciais na via da
biossíntese de colesterol são coletivamente chamadas de via do mevalonato, que culminam com a síntese
de isopentenil pirofosfato (IPP), uma molécula isoprenoide.

O acetil-CoA utilizado para a biossíntese do colesterol é derivado de uma reação de oxidação (ácidos
graxos ou piruvato) nas mitocôndrias e é transportado para o citoplasma. Todas as reações de redução da
biossíntese do colesterol usam o NADPH como cofator. O processo de síntese do colesterol é composto
por cinco etapas principais em que as reações que culminam na síntese do isopentenil pirofosfato, e sua
forma isomérica dimetilalil pirofosfato, são comumente referidas como a via do mevalonato.

O colesterol é reciclado no organismo. O fígado excreta o colesterol em fluidos biliares,


que são armazenados na vesícula biliar, que depois o excreta de forma não esterificada
(via bile) no trato digestivo. Normalmente, cerca de 50% do colesterol excretado é
reabsorvido pelo intestino delgado de volta à corrente sanguínea.
As moléculas de VLDL são produzidas pelo fígado a partir de triacilglicerol e colesterol
que não foi utilizado na síntese de ácidos biliares.

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(UNIFESP - 2018) Com relação ao metabolismo hepático do colesterol:


I O colesterol é sintetizado no fígado a partir de Acetil-CoA e utiliza NADPH.
II O fígado direciona a síntese de colesterol para a formação de sais biliares e VLDL.
III O colesterol pode ser oxidado a CO2 + H2O em nosso organismo para a geração de ATP.
São alternativas verdadeiras:
A) I, apenas.
B) II, apenas
C) III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) II e III, apenas.
Comentários:
Vamos analisar cada uma das afirmativas:
I: certa. O fígado é um sítio de biossíntese do colesterol, que começa no grupo acetato de dois carbonos da
acetil-CoA. Todas as reações de redução da biossíntese do colesterol usam o NADPH como cofator.
II: certa. O fígado excreta o colesterol em fluidos biliares, que posteriormente é excretado na forma de bile.
Além disso, as moléculas de VLDL são produzidas pelo fígado a partir de triacilglicerol e colesterol que não
foi utilizado na síntese de ácidos biliares.
III: errada. O colesterol é oxidado pelo fígado em uma variedade de ácidos biliares.
Logo, estão corretas apenas as afirmativas I e II.
Gabarito: letra D.

O lipidograma, também chamado de perfil lipídico, é formado por um grupo de testes que avaliam
o colesterol total; as frações colesterol-HDL e colesterol-LDL; e os triglicerídeos (ou triglicérides). Muitos
laboratórios também incluem o colesterol-VLDL e/ou o colesterol não-HDL.

Apesar de existirem diferentes metodologias para dosagem dos elementos do perfil lipídico, os
métodos enzimáticos colorimétricos são os mais usados em laboratórios clínicos. Dentro dessa
metodologia, o colesterol total, o colesterol-HDL e os triglicérides são medidos diretamente, enquanto que
o colesterol-LDL, o colesterol-VLDL e o colesterol não-HDL são determinados a partir de cálculos
envolvendo os valores dos parâmetros que são determinados diretamente. A principal aplicação clínica do
lipidograma é a avaliação de risco cardíaco.

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De acordo com a Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose,


publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2017, o jejum não é mais necessário para a
realização do lipidograma, pois o estado pós-prandial não interfere na concentração de colesterol. Além
disso, o período de jejum de 12 horas não representa nosso estado metabólico normal, pois não ficamos
constantemente este tempo sem nos alimentar. Contudo, caso os níveis de triglicérides estejam acima de
440 mg/dL (sem jejum), o médico solicitante deve fazer outra prescrição para avaliação de triglicérides com
jejum de 12 horas.

Os valores de referência da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o lipidograma estão


representados na tabela abaixo:

Lípides Com jejum (mg/dL) Sem jejum (mg/dL) Categoria referencial


COLESTEROL TOTAL < 190 < 190 Desejável
COLESTEROL HDL > 40 > 40 Desejável
TRIGLICÉRIDES < 150 < 175 Desejável
CATEGORIA DE RISCO
< 130 < 130 Baixo
< 100 < 100 Intermediário
COLESTEROL LDL
< 70 < 70 Alto
< 50 < 50 Muito alto
< 160 < 160 Baixo
< 130 < 130 Intermediário
COLESTEROL NÃO-HDL
< 100 < 100 Alto
< 80 < 80 Muito alto

(FAUEL - Pref. Guarapuava/PR – 2019) 18. Assinale a alternativa que contenha SOMENTE os exames
que fazem parte do perfil lipídico:
A) HDL, Colesterol Total, Triglicerídeos, Glicose e Insulina.
B) HDL, Colesterol Total, Triglicerídeos, LDL e VLDL.
C) HDL, Colesterol Total, Triglicerídeos, DLH e DEA.
D) HDL, Colesterol Total, Triglicerídeos, LDL e ALT.
Comentários:
Letra A: errada. Os exames de glicose e insulina não fazem parte do perfil lipídico, são exames usados na
avaliação do diabetes.

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Letra B: correta. O lipidograma, também chamado de perfil lipídico, é formado por um grupo de testes que
avaliam o colesterol total; as frações colesterol-HDL, colesterol-LDL, colesterol-VLDL e colesterol não-
HDL; e os triglicerídeos (ou triglicérides). Este é o nosso gabarito.
Letra C: errada. DLH e DEA não são exames utilizados na avaliação do perfil lipídico.
Letra D: errada. ALT é um exame que avalia a função hepática, não faz parte do perfil lipídico.

6.1 - Colesterol total

O colesterol é encontrado em todas as células do organismo, atuando como componente


estrutural da membrana celular. Também faz parte da composição das lipoproteínas (HDL, VLDL e LDL),
além de ser precursor para a formação de hormônios esteroides.

O colesterol exógeno é oriundo da alimentação, e é absorvido pelo trato gastrointestinal. O


colesterol endógeno, por outro lado, é sintetizado pelo próprio organismo, principalmente pelo fígado.

O acúmulo de lipídios nas artérias (aterosclerose) leva ao estreitamento do lúmen dos vasos
sanguíneos, condição clínica que pode permanecer silenciosa por muitas décadas e levar à morte súbita por
infarto agudo do miocárdio.

Vários estudos comprovam que os níveis de colesterol (principalmente o LDL) se relacionam


positivamente com o risco de doença arterial coronariana (DAC). Por outro lado, os níveis de colesterol
HDL são inversamente proporcionais ao risco de DAC. Outros fatores de risco para a DAC são a hipertensão,
o tabagismo e o sedentarismo.

O colesterol total é composto pelas frações HDL, LDL e VDLD. O método para determinação do
colesterol total mais comumente utilizado em laboratórios clínicos é o colorimétrico-enzimático e está
demonstrado a seguir:

DETERMINAÇÃO DO COLESTEROL TOTAL POR METODOLOGIA ENZIMÁTICA-


COLORIMÉTRICA
Fundamento: Os ésteres do colesterol são hidrolisados pela colesterol esterase (CHE)
formando colesterol livre que após oxidação pela colesterol oxidase (CHOD) forma
peróxido de hidrogênio. Este, reagindo com o fenol e 4-aminoantipirina, através de
copulação oxidativa catalisada pela peroxidase (POD), produz uma quinonimina de cor
vermelha. A absorbância do complexo formado, medida em 500 nm, é diretamente
proporcional à concentração de colesterol da amostra.

Valores de referência desejáveis (com ou sem jejum):

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Adultos > 20 anos: < 190 mg/dL


Crianças e adolescentes: < 170 mg/dL
Interferentes: Bilirrubina, lipemia e hemólise.
Resultados falsamente elevados: adrenalina, androgênios, anticoncepcionais orais,
ácido ascórbico, brometos, borato de adrenalina, clorpropamina, corticosteroides,
fenitoína, iodetos, levodopa, sulfonamidas e viomicina.
Resultados falsamente reduzidos: ácido aminossalicílico, clofibrato, heparina, niacina,
tetraciclinas, tiazidas e vitamina A.
Significado clínico:
Estudos comprovam a correlação positiva entre os níveis do colesterol, principalmente o
colesterol LDL, e o risco de doença arterial coronariana (DAC).
Valores aumentados: nefrose, hipotireoidismo, doenças colestáticas do fígado e
hiperlipoproteinemias dos tipos IIa, IIb e III.
Valores diminuídos: hipertireoidismo, doenças consuntivas e desnutrição crônica.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica , SES-MG/UFMG

6.2 - Colesterol HDL

Como mencionado anteriormente, o colesterol HDL se correlaciona inversamente ao risco de


doença arterial coronariana (DAC), sendo, por este motivo, conhecido como o "colesterol bom". Deste
modo, o colesterol HDL exerce um efeito protetor contra a aterosclerose. Por outro lado, os níveis de
colesterol LDL se relacionam diretamente com o risco de DAC, isto é, quanto maior a sua concentração
na circulação, maior também é a probabilidade de o indivíduo desenvolver a doença.

O método enzimático colorimétrico é o mais utilizado para determinação do colesterol HDL e está
representado abaixo:

DETERMINAÇÃO DO COLESTEROL HDL POR METODOLOGIA ENZIMÁTICA-


CINÉTICA (PRECIPITAÇÃO SELETIVA)
Fundamento: Os quilomícrons, as lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são quantitativamente precipitadas com
fosfotungstato e íons magnésio. Após centrifugação, o sobrenadante contém as
lipoproteínas de elevada densidade (HDL), cujo colesterol é quantificado
fotometricamente mediante as reações acopladas descritas abaixo. A absorbância do
complexo formado (vermelho), medida em 500 nm, é diretamente proporcional à
concentração de colesterol HDL da amostra.

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Valores de referência desejáveis (com ou sem jejum):


Adultos > 20 anos: > 40 mg/dL.
Crianças e adolescentes: > 45 mg/dL.
Interferentes: Bilirrubina (resultados falsamente diminuídos), lipemia (resultados
falsamente elevados), hemólise.
As concentrações de colesterol HDL podem variar devido a variações biológicas, método
analítico empregado, dietas, prática de exercícios, variação do peso corporal, ação de
hormônios, uso de álcool e tabagismo.
Significado clínico:
Valores aumentados: prática de exercícios físicos, algumas drogas como lovastatina,
ácido nicotínico, ciclofenil, cimetidina, etanol, estrogênios e terbutalina.
Valores diminuídos: obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes, colestase,
hepatopatia, arteriosclerose, coronariopatia, etc.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, SES-MG/UFMG

6.3 - Triglicérides

Os triglicerídeos (ou triglicérides) são ésteres derivados de glicerol e três ácidos graxos, eles
exercem a função de reserva de energia no organismo. Níveis altos de triglicérides estão associados ao
risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Eles são obtidos através da dieta ou podem ser
sintetizados pelo fígado. Após as refeições seus níveis se encontram moderadamente aumentados, sendo
que um pico de concentração é atingido entre 4 e 5 horas após as refeições.

A maioria dos métodos de determinação de triglicérides se baseia na avaliação do glicerol liberado


desta molécula. Dois tipos de reações são utilizados: as químicas e as enzimáticas, sendo que as reações
químicas estão sendo abandonadas em favor dos métodos enzimáticos. Abaixo está representado um
método de determinação enzimática de triglicérides:

DETERMINAÇÃO DOS TRIGLICÉRIDES POR METODOLOGIA ENZIMÁTICA-


CINÉTICA (COM FATOR CLAREANTE DE LÍPIDES - FCL)
Fundamento: Os triglicérides são determinados após hidrólise enzimática com lipases. O
indicador é a quinoneimina formada a partir do peróxido de hidrogênio, 4-aminoantipirina
e 4- clorofenol sob a influência catalítica da peroxidase.
A absorbância do complexo medida em 505 nm é diretamente proporcional à
concentração de triglicérides.
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Valores de referência desejáveis (com ou sem jejum):


Adultos > 20 anos:
Com jejum: < 150 mg/dL
Sem jejum: < 175 mg/dL
Crianças e adolescentes:
De 0 a 9 anos:
Com jejum: < 75 mg/dL
Sem jejum: < 85 mg/dL
De 10 a 19 anos:
Com jejum: < 90 mg/dL
Sem jejum: < 100 mg/dL
Interferentes: Bilirrubina e hemólise.
Resultados falsamente elevados: contaminação do material utilizado com glicerol.
Resultados falsamente diminuídos: níveis elevados de ascorbato (vitamina C).
Significado clínico:
Valores aumentados: gestação, uso de anticoncepcionais, doenças hepatobiliares,
cardiovasculares, diabetes mellitus, nefrose, hipotireoidismo, alcoolismo e
hiperlipoproteinemias (Tipo I, V, IV, IIb e III).
Valores diminuídos: abetalipoproteinemia, hipobetalipoproteinemia, má absorção,
desnutrição e hipertireoidismo.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, SES-MG/UFMG

6.4 - Colesterol VLDL

Nos laboratórios clínicos, o colesterol VLDL não é determinado diretamente, mas é calculado a
partir do valor obtido para triglicérides, correspondendo a 1/5 deste, de acordo com a fórmula:

VLDL = Triglicérides ÷ 5

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6.5 - Colesterol LDL

O colesterol LDL, conhecido como "colesterol ruim", também não é determinado diretamente pela
metodologia enzimática colorimétrica, mas calculado a partir dos valores de colesterol total, colesterol HDL
e triglicerídeos. A fórmula utilizada para calcular o valor de colesterol LDL é conhecida como fórmula de
Friedewald.

Colesterol LDL (ml/dL) = Colesterol total - (colesterol HDL + triglicerídios/5)

Esta fórmula é cobrada em concursos, então é importante memorizá-la. Segue abaixo uma
explicação da origem da fórmula:

A fórmula de Friedewald tem origem na composição do colesterol total.


Sabemos que o colesterol total é composto por HDL, LDL e VLDL, então:
Colesterol total = HDL + LDL + VLDL
Isolando LDL, temos:
LDL = Colesterol total - (HDL + VLDL)
Porém, não dosamos o VLDL, sendo este obtido a partir do valor de triglicérides dividido
por 5. Substituindo VLDL por triglicérides/5, temos que:
LDL = Colesterol total - (HDL + Triglicérides/5)
Esta é a origem da fórmula de Friedewald. Agora ficou fácil de memorizar, não ficou?

Vamos resolver uma questão para praticar.

(COMPERVE/UFRN - Pref. Natal/RN - 2018) O diagnóstico da hipercolesterolemia está amplamente


baseado na concentração da fração LDL, que está diretamente relacionada à doença arterial

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coronariana. A equação de Friedewald (Friedewald, 1972) estima o nível plasmático do LDL através das
concentrações plasmáticas de colesterol total, HDL e dos triglicerídeos.
Considere um paciente que apresentou colesterol total de 226mg/dL, HDL de 36mG/dL e Triglicerídeos
de 209mg/dL. A concentração do seu LDL será de
A) 148 mg/dL.
B) 190 mg/dL.
C) 17 mg/dL.
D) 56 mg/dL.
Comentários:
O enunciado nos forneceu as seguintes informações:
Colesterol total = 226 mg/dl;
Triglicérides = 209mg/dl;
HDL colesterol = 36 mg/dL

A partir destes dados, vamos calcular os níveis de LDL:


LDL = Colesterol total - (HDL + Triglicérides/5)
LDL = 226 - (36 + 209 ÷ 5)
LDL = 226 - (36 + 41,8)
LDL = 226 - 77,8
LDL = 148,2 mg/dL
Gabarito: letra A.

Apesar de a maioria dos laboratórios utilizarem métodos enzimáticos colorimétricos para dosar
alguns elementos do perfil lipídico (colesterol total, colesterol HDL e triglicérides) e utilizar os resultados
para calcular os valores de LDL a partir da fórmula de Friedewald, essa prática possui algumas limitações.
Quando os níveis de triglicérides são superiores a 400 mg/dL o uso da fórmula de Friedewald deixa de
ser confiável. A fórmula também não é aplicável em casos de hiperlipoproteinemia tipo III, pois as amostras
contêm beta-VLDL.

Nessas situações existem duas alternativas para se determinar os níveis de LDL: dosagem direta
(por ultracentrifugação) ou aplicação da fórmula de Martin. Essa fórmula é bem parecida com a de
Friedewald, porém o valor de triglicérides não é dividido sempre por 5, mas por um valor entre 3,1 a 11,9,
que é determinado a partir de uma tabela que leva em consideração os níveis de triglicérides e colesterol
não-HDL.

Por mais específica que essa informação pareça, ela também já foi cobrada em prova, vamos ver?

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(UNIFESP - 2018) A avaliação do perfil lipídico de um paciente, após o jejum de 12 horas, apresentou os
seguintes resultados: colesterol total = 300mg/dl; triglicérides = 550 mg/dl; HDL colesterol = 50 mg/dL.
Com base nos dados acima é correto afirmar que:
A) A concentração de VLDL-colesterol é de 110 mg/dL.
B) A concentração de LDL-colesterol é de 110 mg/dL.
C) O paciente deverá ser tratado com medicação hipoglicemiante.
D) A amostra do paciente pode apresentar VLDL-colesterol aumentado e/ou presença de Quilomicrom.
E) As alternativas “A” e “B” estão corretas.
Comentários:
Letra A: errada. Como a concentração de triglicérides é maior que 400 mg/dL, não é confiável calcular o
valor de VLDL a partir da fórmula "Triglicérides ÷ 5".
Letra B: errada. Não é possível utilizar a fórmula de Friedewald para cálculo do LDL, pois os níveis de
triglicérides são superiores a 400 mg/dL.
Letra C: errada. Medicação hipoglicemiante é indicada para pacientes que sofrem de hiperglicemia. Os
resultados não apontam os níveis de glicose do paciente, logo não podemos afirmar que ele precise de
medicação hipoglicemiante.
Letra D: correta. Como os níveis de triglicérides estão muito altos, é bem provável que a amostra possua
altas concentrações de VLDL e quilomícrons, porque essas lipoproteínas são compostas por altas
concentrações de triglicérides. Este é o nosso gabarito.
Letra E: errada. As alternativas A e B estão erradas.

(Gestão de Concursos - Pref. Pará de Minas/MG - 2018) Com a informação difundida na mídia em 2017,
uma senhora, de 52 anos de idade e com solicitação para dosagem de perfil lipídico, resolveu ir ao
laboratório para coleta de material biológico às 15 horas. A paciente em questão é conhecida, do ponto
de vista clínico, com quadro clinicolaboratorial de dislipidemia secundária. Durante a dosagem do nível
de triglicérides, o resultado encontrado foi de 420 mg/dL. Ao verificar o resultado (repetido e
confirmado), o analista clínico propõe algumas vias para a liberação dos demais resultados do perfil
lipídico (colesterol total, HDL e LDL).
A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.
I. Libera o resultado de perfil lipídico normalmente, utilizando método de Friedewald para cálculo de
colesterol LDL.

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II. Não libera o resultado do colesterol LDL, sugerindo ao médico solicitação da dosagem direta da
lipoproteína.
III. Libera o resultado do perfil lipídico normalmente, utilizando a fórmula de Martin para o cálculo de
LDL.
IV. Libera o resultado do perfil lipídico normalmente utilizando a dosagem direta do colesterol LDL.
De acordo com o Consenso Brasileiro para Normatização da Determinação do Perfil Lipídico (2017),
estão corretas as afirmativas:
A) I, II e IV, apenas.
B) I e IV, apenas.
C) II e III, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
Comentários:
Vamos analisar cada uma das afirmativas:
I: errada. Como os níveis de triglicérides da paciente estavam acima de 400 mg/dL, a fórmula de Friedewald
não é aplicável.
II: certa. A dosagem direta do colesterol LDL é uma alternativa quando os níveis de triglicérides do paciente
estão acima de 400 mg/dL.
III. certa. Como a fórmula de Friedewald não é aplicável, pode-se utilizar a fórmula de Martin, que oferece
um resultado mais confiável dos níveis de colesterol LDL em paciente com triglicérides acima de 400 mg/dL.
IV: certa. Mesma justificativa da afirmativa II. A dosagem direta do colesterol LDL é uma alternativa quando
os níveis de triglicérides do paciente estão acima de 400 mg/dL.
Logo, estão corretas as afirmativas II, III e IV.
Gabarito: letra D.

6.6 - Relação CT/HDL

Uma forma alternativa de se avaliar o risco coronariano é através do índice colesterol total/colesterol
HDL, que é calculado através da fórmula:

𝐶𝑜𝑙𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑜𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑚𝑔/ 𝑑𝐿)


𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 =
𝐶𝑜𝑙𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑜𝑙 𝐻𝐷𝐿 (𝑚𝑔/ 𝑑𝐿)

Os valores obtidos pela relação CT/HDL são interpretados conforme a tabela abaixo:

Risco Homens Mulheres


METADE DA MÉDIA 3,43 3,27
MÉDIA 4,97 4,44
2 X MÉDIA 9,55 7,05

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3 X MÉDIA 23,39 11,04

6.7 - Relação LDL/HDL

Semelhantemente ao índice apresentado anteriormente, a relação LDL/HDL também é empregada


na avaliação do risco coronariano, através da fórmula:

𝐶𝑜𝑙𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑜𝑙 LDL (𝑚𝑔/ 𝑑𝐿)


𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 =
𝐶𝑜𝑙𝑒𝑠𝑡𝑒𝑟𝑜𝑙 𝐻𝐷𝐿 (𝑚𝑔/ 𝑑𝐿)

Os valores obtidos pela relação LDL/HDL são interpretados conforme a tabela abaixo:

Risco Homens Mulheres


METADE DA MÉDIA 1,00 1,47
MÉDIA 3,55 3,22
2 X MÉDIA 6,25 5,03
3 X MÉDIA 7,99 6,14

(COSEAC - UFF - 2019) De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores desejáveis de
colesterol total, LDL-C, HDL-C e triglicerídeos, para o controle das dislipidemias em adultos, são,
respectivamente:
A) <100 mg/dL, <150 mg/dL, ≥60 mg/dL e <200 mg/dL
B) <250 mg/dL, <200 mg/dL, ≥55 mg/dL e <150 mg/dL
C) <150 mg/dL, <130 mg/dL, ≥50 mg/dL e <200 mg/dL
D) <200 mg/dL, <100 mg/dL, ≥40 mg/dL e <150 mg/dL
E) <300 mg/dL, <110 mg/dL, ≥30 mg/dL e <200 mg/dL
Comentários:
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores desejáveis do lipidograma para o controle
das dislipidemias em adultos são:
Colesterol total: <190 mg/dL
LDL-C: <100 mg/dL
HDL-C: ≥40 mg/dL

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Triglicerídeos: <150 mg/dL


Nenhuma das alternativas apresenta o valor de referência exato para colesterol total, mas o que mais se
aproxima é a alternativa D. Esta também é a única alternativa que apresenta todos os outros valores
corretamente.
Gabarito: Letra D.

(NC-UFPR - ITAIPU BINACIONAL - 2019) No estudo das desordens lipoprotéicas, é empregada a


dosagem dos diferentes lipídeos presentes no plasma humano, sendo a combinação desses exames
conhecida como lipidograma. A respeito do lipidograma, assinale a alternativa correta.
A) É necessário fazer jejum de alimentos e água por 12 h antes da coleta do exame.
B) O método mais utilizado na dosagem de colesterol é o colorimétrico, por ter menor influência de outras
substâncias.
C) Os anticoncepcionais orais são interferentes comuns na dosagem de colesterol e triglicerídeos.
D) O colesterol total não é dosado diretamente, sendo obtido a partir da soma das frações LDL, HDL e VLDL.
E) Os valores de triglicerídeos são obtidos em mg/dL por cálculo pela fórmula de Friedewald.
Comentários:
Letra A: errada. De acordo com a Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2017, o jejum não é mais necessário
para a realização do lipidograma, pois o estado pós-prandial não interfere na concentração de colesterol.
Além disso, o período de jejum de 12 horas não representa nosso estado metabólico normal, pois não
ficamos constantemente neste tempo sem nos alimentar.
Letra B: errada. O método mais utilizado na dosagem de colesterol é o enzimático-colorimétrico. Contudo,
este método sofre interferência de vários fatores, tais como postura, garroteamento prolongado, ascorbato
(vitamina C) e vários medicamentos.
Letra C: correta. De fato, os anticoncepcionais orais, assim como outros medicamentos, são interferentes
comuns na dosagem de colesterol e triglicerídeos. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. O colesterol total é dosado diretamente, sendo que o método mais utilizado na sua
determinação é o enzimático-colorimétrico.
Letra E: errada. Os valores de triglicerídeos são obtidos em mg/dL. Porém, ele é dosado diretamente,
através de metodologia enzimática-colorimétrica. A fórmula de Friedewald se aplica ao cálculo dos níveis
de colesterol LDL.

Com isso, encerramos o estudo dos lipídios de interesse para a bioquímica clínica. Vamos seguir para
o próximo tópico: equilíbrio hidroeletrolítico.

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7 - Equilíbrio hidroeletrolítico

7.1 - Água

A água exerce várias funções importantes no organismo e é responsável por cerca 60% do peso de
um homem e 50% do peso de uma mulher, em média. Por este motivo, é importante que haja um equilíbrio
entre ingestão e a perda de água, para proteger o corpo contra a desidratação e desenvolvimento de
patologias, como cálculos renais. Para tanto, indivíduos adultos devem beber cerca de 2 litros de líquidos
por dia.

O corpo obtém água principalmente através da absorção do trato digestivo. Além disso, uma
pequena quantidade de água é produzida quando o corpo processa (metaboliza) certos nutrientes. Já a
perda de água ocorre principalmente através da urina, produzida pelos rins.

A água é uma molécula polar altamente coesiva, formada por dois átomos de hidrogênio ligados a
um átomo de oxigênio (H2O). Ela possui uma capacidade solvente que inclui íons (ex.: Na+, K+ e Cl-),
açúcares e muitos aminoácidos. Porém, é incapaz de dissolver algumas substâncias, como lipídeos e alguns
aminoácidos. Em outras palavras, a natureza química da água faz desta um excelente solvente para
moléculas polares, mas os compostos de natureza apolar são insolúveis em água.

Todo o líquido corporal está distribuído em dois compartimentos: o líquido intracelular (LIC) e o
líquido extracelular (LEC). Cerca de dois terços da água corporal total dos seres humanos é mantida nas
células (LIC), principalmente no citosol, e o restante é encontrado no compartimento extracelular (LEC). O
LEC é subdividido em compartimento intersticial (que circunda as células), compartimento intravascular
(plasma sanguíneo e linfa) e, em menor proporção, o compartimento transcelular (que inclui o líquido
dos espaços sinoviais, peritoneais, pericárdicos, intraoculares e o líquido cefalorraquidiano). Os
compartimentos intersticial e intravascular trocam água e solutos facilmente, mas acredita-se que o terceiro
compartimento extracelular, o transcelular, seja separado dos outros dois e não se mantenha em equilíbrio
com eles.

No corpo, a água se move através das membranas semipermeáveis das células, e de um


compartimento do corpo para outro por um processo chamado osmose. Osmose é basicamente a difusão
da água de regiões de menor concentração para regiões de maior concentração, ao longo de um
gradiente osmótico através de uma membrana semipermeável. Como resultado, a água entra e sai das
células e tecidos, dependendo das concentrações relativas da água e dos solutos encontrados nela. Um
equilíbrio adequado de solutos dentro e fora das células deve ser mantido para garantir o funcionamento
normal do corpo.

A figura a seguir representa um resumo da regulação dos volumes dos líquidos corporais,
evidenciando os principais compartimentos de líquido do corpo e as membranas que separam esses
compartimentos. Os valores mostrados se referem à um adulto com peso corporal de 70 quilos.

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Fonte: Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 12a edição.

(CESPE - EBSERH – 2018) Com relação às propriedades da água e ao equilíbrio ácido-base, julgue o item
a seguir.
A natureza química da água faz desta um excelente solvente para moléculas apolares.
Certo
Errado
Comentários:
A natureza química da água faz desta um excelente solvente para moléculas polares, mas os compostos
de natureza apolar são insolúveis em água.
Gabarito: Errado.

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7.2 - Eletrólitos

Eletrólitos são minerais presentes no corpo que possuem uma carga elétrica, podendo ser
classificados como ânions (possuem carga negativa) ou cátions (possuem carga positiva). Eles estão no
sangue, urina, tecidos e outros fluidos corporais. Eletrólitos são importantes porque ajudam a:

 Equilibrar a quantidade de água no corpo;


 Manter o equilíbrio ácido-base (pH) do corpo;
 Auxiliar na absorção de nutrientes pelas células;
 Auxiliar na excreção de resíduos das células;
 Permitir que os nervos, músculos, coração e cérebro funcionem da maneira adequada.

Os níveis de eletrólitos no organismo podem se tornar muito baixos ou muito altos. Isso pode
acontecer por alterações na quantidade de água no corpo. A quantidade de água ingerida deve ser igual à
quantidade excretada. Alguns medicamentos, vômitos, diarreia, sudorese e problemas de fígado ou rins
podem afetar o equilíbrio de água do organismo.

Os eletrólitos são importantes porque são o que as células (especialmente as células nervosas,
cardíacas e musculares) usam para manter a voltagem nas membranas celulares e transportar impulsos
elétricos (impulsos nervosos, contrações musculares) entre si e para outras células. Os rins trabalham para
manter constantes as concentrações de eletrólitos no sangue, apesar das mudanças no corpo. Por exemplo,
durante exercícios pesados, os eletrólitos são perdidos no suor, principalmente na forma de sódio e
potássio. Os rins também podem gerar urina diluída para equilibrar os níveis de sódio (a reabsorção de
sódio filtrado ocorre principalmente nos túbulos renais). Esses eletrólitos devem ser repostos para
manter constantes as concentrações de eletrólitos dos fluidos corporais. Hiponatremia, ou baixo teor de
sódio, é o tipo mais comum de desequilíbrio eletrolítico.

Os principais eletrólitos presentes no corpo humano são: sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+),
cloreto (Cl-), magnésio (Mg2+) e fósforo (PO43-). Os distúrbios eletrolíticos cursam com a diminuição ou
aumento da concentração desses eletrólitos. A tabela abaixo apresenta a nomenclatura dos distúrbios
relacionados aos principais eletrólitos encontrados no plasma e suas concentrações aproximada no LIC e no
LEC.

Concentração Concentração no
Termo Níveis diminuídos Níveis elevados
no LIC LEC
Sódio (Na+) Hiponatremia Hipernatremia 12 mmol/L 145 mmol/L
Potássio (K+) Hipopotassemia / Hiperpotassemia / 155 mmol/L 4 mmol/L
Hipocalemia Hipercalemia
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Cálcio (Ca2+) Hipocalcemia Hipercalcemia <0,5 mmol/L 2,5 mmol/L


Cloreto (Cl-) Hipocloremia Hipercloremia 4 mmol/L 115 mmol/L
Magnésio (Mg2+) Hipomagnesemia Hipermagnesemia 0.5-1.0 mmol 0.7-1.2mmol
Fósforo (PO43-) Hipofosfatemia Hiperfosfatemia 60-100 mmol/L 0,8-1,6 mmol/L

Como podemos ver na tabela acima:

 O principal cátion no LEC é o sódio (Na+);


 O principal ânion no LEC é cloreto (Cl-);
 O principal cátion no LIC é potássio (K+);
 O principal ânion no LIC é fósforo (PO43-).

O método mais utilizado para dosagem de eletrólitos no laboratório clínico é o eletrodo íon seletivo.
Esta técnica tem sido amplamente adotada nos laboratórios pois, dentre suas vantagens, destaca-se o fato
de ser uma técnica rápida e de fácil execução, na qual as amostras geralmente não precisam ser
preparadas antes da análise (por exemplo, não precisam ser diluídas). Contudo, outras técnicas
fotométricas podem ser utilizadas na determinação da concentração dos eletrólitos.

(CESPE - EBSERH – 2018) Com relação às propriedades da água e ao equilíbrio ácido-base, julgue o item
a seguir.
Eletrólitos são substâncias que se ionizam em água, formando cátions e ânions.
Certo
Errado
Comentários:
Eletrólitos são minerais presentes no corpo que possuem uma carga elétrica, podendo ser classificados
como ânions (possuem carga negativa) ou cátions (possuem carga positiva). Eles estão presentes nos
líquidos corporais e são solúveis em água.
Gabarito: Certo.

(IBADE - Pref. Ji-Paraná/RO – 2018) O ânion de maior concentração extracelular é:


A) sódio.
B) fosfato.
C) cloreto.
D) bicarbonato.
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E) fluoreto.
Comentários:
Letra A: errada. Sódio é o principal cátion no LEC (145 mmol/L).
Letra B: errada. Fosfato é o principal ânion no LIC (60-100 mmol/L).
Letra C: correta. Cloreto é o principal ânion no LEC (115 mmol/L). Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. A concentração de bicarbonato (HCO3−) no LEC é de apenas 21 a 28 mmol/L.
Letra E: errada. Fluoreto é um ânion com concentração plasmática inferior a 0,1mmol/L.

Nos próximos tópicos serão apresentadas metodologias que permitem a dosagem dos principais
eletrólitos de importância clínica.

7.2.1 - Sódio

O sódio (Na+) e sua homeostase no corpo humano são altamente dependentes de líquidos. A maioria
do sódio no corpo permanece no compartimento de líquido extracelular (LEC). Como as membranas
celulares são permeáveis à água e não ao sódio, o movimento da água através das membranas afeta a
concentração de sódio no sangue. O sódio atua como uma força que puxa a água através das membranas,
e a água se move de locais com menor concentração de sódio para locais com maior concentração de sódio
(osmose).

O sódio pode ser usado no diagnóstico e avaliação do tratamento de pacientes com problemas
metabólicos e cardiovasculares. De acordo com a American Association of Clinical Chemistry (AACC), pode
representar um risco potencial à saúde caso não esteja controlado. Logo, a determinação de seus níveis
séricos é importante em exames de rotina e em emergências, sendo que variações discretas nos níveis
normais podem provocar graves danos à saúde. Dentre os distúrbios que podem causar variações na
concentração de sódio pode-se citar: aldosteronismo, diabetes insipidus, hipertensão adrenal, doença de
Addison, desidratação, variações na secreção do hormônio antidiurético (ADH), entre outras.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DO ÍON SÓDIO


Método: Reação enzimática em modo cinético.
Fundamento: O íon sódio ativa a reação enzimática entre -D–galactosidase dependente
de sódio e seu substrato ONPG (O-nitrofenil-β-D-galactopiranose) convertendo-o a O-
nitrofenil e galactose. A velocidade de formação do produto em 405 nm está relacionada
à quantidade de sódio presente na amostra.

Valores de referência: 136 - 145 mmol/L.

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Interferentes: Hemólise, bilirrubina, lipemia e ácido ascórbico (vitamina C). Altas


concentrações de amônio, fosfato inorgânico (Pi), cálcio (Ca2+), potássio (K+), cobre (Cu2+),
ferro (Fe3+) e zinco (Zn2+).
Significado clínico:
Valores aumentados (hipernatremia): desidratação, uso de diuréticos, queimaduras,
hiperpneia, hiperaldosteronismo, síndrome Cushing, diabetes insipidus, etc.
Valores diminuídos (hiponatremia): síndrome nefrótica, hipoproteinemia, insuficiência
cardíaca congestiva, deficiência de mineralocorticoide, fibrose cística, vômitos, diarreia e
outras doenças do sistema nervoso central.

Fonte: Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

7.2.2 - Potássio

O potássio (K+) é o cátion intracelular de maior concentração. Ele é transportado constantemente


para o interior das células por meio da "bomba de sódio" e possui uma difusão lenta para o ambiente
extracelular. A ingestão e excreção diária de potássio é de aproximadamente 2 a 3 g (50 a 150 mmol/dia).

A absorção do potássio ocorre no tubo digestivo e o íon é rapidamente distribuído. Uma pequena
fração é captada pelas células, porém a maior quantidade é excretada por via renal. A excreção renal de
potássio ocorre por meio da filtração glomerular, reabsorção nos túbulos contorcidos proximais (TCP) e,
por fim, excreção através da troca por íons sódio (Na+) nos túbulos contorcidos distais (TCD). Ao contrário
do que ocorre com o sódio, os rins não conseguem reduzir a excreção de potássio a quase zero.

A concentração de potássio no líquido extracelular (LEC) deve ser controlada rigorosamente, uma
vez que níveis baixos de K+ (< 3,0 mmol/L) podem aumentar a irritabilidade muscular (incluindo o músculo
cardíaco) e levar a uma parada cardíaca por contração (sístole). Níveis elevados (> 7,5 mmol/L) também
são perigosos, uma vez que inibem a irritabilidade muscular, o que também pode levar a uma parada
cardíaca. Dessa forma, níveis elevados ou diminuídos de potássio devem ser notificados imediatamente ao
médico responsável, para que este tenha a possibilidade de agir em tempo hábil.

Abaixo estão descritas duas metodologias para determinação de potássio em amostras de soro ou
plasma (turbidimetria e reação enzimática).

DETERMINAÇÃO DE ÍONS POTÁSSIO POR TURBIDIMETRIA


Amostra: Soro ou plasma heparinizado. Devido à grande concentração de potássio nas
hemácias, as amostras devem ser manuseadas de maneira a evitar hemólise e devem ser
separadas do coágulo o mais rápido possível, caso contrário serão obtidos resultados
falsamente elevados.
Fundamento: Os íons potássio, em meio alcalino livres de proteínas, reagem com o
tetrafenilborato de sódio produzindo uma suspensão com turbidez finamente dispersa de
tetrafenilborato de potássio. A intensidade da turvação produzida, medida
fotometricamente, é proporcional à concentração de potássio na amostra analisada.
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Valores de referência:
Soro: 3,6 a 5,5 mmol/L.
Plasma: 4,0 a 4,8 mmol/L.
Interferentes:
Fatores que aumentam a dosagem: Hemólise, bilirrubina, lipemia, trombocitose,
leucocitose, hiperproteinemia, gravidez, exercícios vigorosos, ácido ascórbico,
hipercalemia.
Fatores que diminuem a dosagem: penicilinas, anfotericina B.
Significado clínico:
Valores aumentados (Hipercalemia): suplementação terapêutica, redistribuição da
célula para o extracelular (hemólise, trauma, jejum prolongado, status epilepticus,
hipertermia maligna, acidoses e desidratação), redução excreção (insuficiência renal
aguda, doença Addison, hipofunção do sistema renina-angiotensina-aldosterona, após
exercício extremo, choque) e administração de diuréticos que bloqueiam a secreção
tubular distal de K+ (por exemplo, amilorida e espironolactona).
Valores diminuídos (Hipocalemia): diluição do extracelular na soroterapia, vômitos e
diarreia, fístula intestinal, acidose tubular renal, aldosteronismo primário e secundário,
síndrome de Cushing, alcalose, fibrose cística, glicose e insulinoterapia.

DETERMINAÇÃO QUANTITTIVA DO ÍON POTÁSSIO (REAÇÃO ENZIMÁTICA EM


MODO CINÉTICO)
Fundamento: O potássio é determinado via reação enzimática na qual o substrato
fosfoenolpiruvato é convertido a piruvato pela piruvato quinase dependente de potássio.
O piruvato gerado é convertido a lactato, na presença de NADH (nicotinamida adenina
dinucleotídeo), em reação catalisada pela lactato desidrogenase. A oxidação de NADH a
NAD e consequente redução da densidade ótica em 380 nm é proporcional à concentração
de potássio presente na amostra.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

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7.2.3 - Cálcio

A manutenção dos limites fisiológicos do cálcio sérico é feita pela ação combinada do paratormônio
(PTH) e da vitamina D, através de seus efeitos sobre os ossos, intestinos e rins. Dessa forma, a dosagem de
cálcio no soro é utilizada na avaliação da função da paratireoide e o metabolismo do cálcio.

O cálcio total pode ser dividido em duas frações: a fração livre (ionizada) e a fração combinada com
proteínas, principalmente a albumina. A dosagem de cálcio total, que é geralmente determinada por
metodologia colorimétrica, avalia as duas frações; mas a fração ionizada também pode ser dosada
isoladamente, por meio do método de eletrodo íon-seletivo, ou ainda calculada a partir da seguinte
fórmula:

Abaixo estão representadas duas metodologias colorimétricas de dosagem do cálcio total:


cresolftaleína e arsenazo.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DO CÁLCIO (CRESOLFTALEÍNA - CPC)


Fundamento: O cálcio presente na amostra reage com a o-cresolftaleína complexona em
meio alcalino, formando um complexo de cor violeta que é quantificado
fotometricamente em 570 nm. A hidroxiquinoleína presente no reativo evita a
interferência do magnésio.
Valores de referência:
Soro ou plasma:
Cordão umbilical: 8,2 a 11,2 mg/dL.
Prematuros: 6,2 a 11,0 mg/dL.
Até 10 dias: 7,6 a 10,4 mg/dL.
Lactentes: 9,0 a 11,0 mg/dL.
De 2 a 12 anos: 8,8 a 10,8 mg/dL.
Adultos: 8,8 a 11,0 mg/dL.
Cálcio Iônico:
De 1 a 18 anos 4,80 a 5,52 mg/dL.
Adultos 4,60 a 5,40 mg/dL.
Urina:
Com dieta isenta de cálcio: 5 a 40 mg/24 horas.
Com dieta restrita de cálcio: até 200 mg/24 horas.
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Com dieta sem restrição de cálcio: até 300 mg/24 horas.


Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia. Os anticoagulantes quelantes de cálcio
(EDTA, oxalato, fluoreto, citrato) interferem, fornecendo resultados falsamente
diminuídos, porque formam complexos estáveis com o cálcio. Valores elevados são
observados após a prática de exercício físico e realização da hemodiálise. Valores
diminuídos são observados na gravidez e no alcoolismo crônico.
Significado clínico:
Valores aumentados (hipercalcemia): hiperparatireoidismo, neoplasmas com metástase
óssea, alguns casos de câncer de pulmão, rins, bexiga sem envolvimento ósseo,
hipervitaminose D, sarcoidose, mieloma múltiplo quando as proteínas estão elevadas,
acromegalia, doença de Paget. Uso de drogas como os tiazídicos, vitaminas A e D,
antiácidos alcalinos e carbonato de lítio. Imobilização (fraturas), doença de Paget e
doenças granulomatosas (sarcoidose).
Valores diminuídos (hipocalcemia): hipoparatireoidismo idiopático ou cirúrgico, pseudo-
hipoparatireoidismo, insuficiência renal, deficiência de vitamina D, doença
gastrointestinal que interfere com a absorção de vitamina D ou cálcio (esprue,
esteatorreia), nefrose ou outras condições com baixos níveis de proteínas séricas,
pancreatite aguda, deficiência de magnésio. Desordens do metabolismo da vitamina D,
drogas, tetania neonatal, transfusões sanguíneas múltiplas.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DE CÁLCIO (ARSENAZO)


Fundamento: O cálcio presente na amostra reage com o arsenazo III, originando um
complexo colorido (Azul) que é quantificado fotometricamente em 660 nm (600 a 660
nm).

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, Labtest Diagnóstica, SES-MG/UFMG

7.2.4 - Cloreto

Os cloretos (Cl-) são os ânions mais abundantes do líquido extracelular (LEC) e em conjunto com
o sódio desempenham um papel importante na manutenção do balanço hídrico no organismo, na regulação
da pressão osmótica do plasma e na neutralidade elétrica.

A ingestão média de cloreto por dia é de 2,5 g (150 mmol/dia). Os íons cloretos são rapidamente
absorvidos no intestino e são excretados por via urinária e pelo suor. Nos rins, os cloretos são livremente
filtrados nos glomérulos e são reabsorvidos de forma passiva nos TCPs juntamente com o Na+. Uma grande
fração do cloreto é recuperada ativamente na alça de Henle, por meio da bomba de cloretos. Uma fração
ainda maior é recuperada nos TCDs juntamente com o Na+, por meio da ação da aldosterona.

Vejamos a seguir uma metodologia colorimétrica (Tiocianato de mercúrio) para determinação da


concentração de cloreto em amostras biológicas.

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DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DOS ÍONS CLORETO


Fundamento: Em pH ácido, os íons cloreto reagem com o tiocianato de mercúrio
formando cloreto mercúrico e íons tiocianato. Os íons tiocianato reagem com os íons
férricos formando tiocianato férrico de cor amarela.

O tiocianato férrico possui coloração amarela e a intensidade da cor formada, medida


entre 450 e 505 nm, é proporcional à concentração de cloretos na amostra.
Valores de referência:
Soro ou Plasma: 98 a 110 mEq/L (todas as idades).
Urina: 110 a 250 mEq/24 horas.
Líquor: 113 a 127 mEq/L.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia.
Significado clínico: A hipercloremia está associada com a hipernatremia.
Valores aumentados (Hipercloremia): deficiência de mineralocorticoides, acidose
metabólica, infusão salina excessiva, perdas gastrointestinais, acidose tubular renal,
fístula pancreática e hiperparatireoidismo.
Excreção urinária de cloreto aumentada: diureses maciças por várias causas, como
depleção de potássio e insuficiência adrenocortical.
Valores diminuídos (Hipocloremia): hipervolemia, insuficiência cardíaca, secreção
inapropriada de ADH, vômitos, acidose respiratória compensada ou crônica, doença de
Addison, nefrite perdedora de sal, queimados, alcalose metabólica, cetoacidose diabética
e uso de diuréticos.
Excreção urinária de cloreto diminuída: perda aumentada por outras vias, hiperfunção
adrenocortical e reação de stress pós-operatório.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini

7.2.5 - Magnésio

A determinação do magnésio tem grande importância clínica, sobretudo na área da neonatologia,


uma vez que a hipomagnesemia é responsável por sinais e sintomas clínicos que geralmente são atribuídos
à hipocalcemia. Além disso, em casos de acidose diabética o magnésio sérico se modifica paralelamente ao
potássio, antes e depois da insulinoterapia e da hidratação.

Semelhantemente ao cálcio e ao contrário da maioria dos íons, o método mais utilizado nos
laboratórios clínicos para a determinação de magnésio é o colorimétrico, conforme exemplo descrito a
seguir.
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DETERMINAÇÃO DE MAGNÉSIO
Método: Colorimétrico - Magon sulfonado.
Fundamento: Em pH alcalino, os íons magnésio reagem com o magon sulfonado (azul)
formando um complexo colorido (rosa). A absorbância do complexo medida em 505 nm é
diretamente proporcional à concentração de magnésio na amostra analisada. A coloração
final nos tubos teste e padrão é uma mistura das cores azul e rosa.
Magon + Magnésio → Complexo Magnésio-Magon
Valores de referência:
Soro ou plasma: 1,6 a 2,6 mg/dL.
Urina: 48 a 152 mg/24 horas (variável dependendo da alimentação).
Líquor: 2,5 a 3,5 mg/dL.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia. Os anticoagulantes EDTA, oxalato, fluoreto
e citrato interferem fornecendo resultados falsamente diminuídos.
Significado clínico: Cerca de 40% dos pacientes com hipocalemia têm hipomagnesemia
concomitante.
Valores aumentados (hipermagnesemia): desidratação, trauma, insuficiência renal,
acidose diabética severa, doença de Addison, hipotireoidismo, uremia, nanismo
hipofisário tratado com hormônio do crescimento (GH), uso de medicamentos com
magnésio, lúpus eritematoso e mieloma múltiplo.
Valores diminuídos (hipomagnesemia): suplementação insuficiente, hipervolemia,
estado de mal nutrição (como Kwashiorkor), alcoolismo, estado de má absorção
(esteatorreia), pancreatite aguda, hipertireoidismo, hipoparatireoidismo,
hiperaldosteronismo, cetoacidose diabética, segundo e terceiro trimestres de gestação,
uso de digitálicos, diuréticos e cisplatina.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

7.2.6 - Fósforo

No organismo, o fósforo na forma de fosfato desempenha um importante papel na mineralização


óssea. Além disso, o íon também participa de várias funções estruturais e metabólicas (fosfolípides de
membranas celulares, captura e transferência de energia, segundo mensageiro no sistema endócrino
[AMPc] e estrutura do RNA e DNA).

O método fotométrico é o mais utilizado em laboratórios clínicos para a dosagem do fósforo.


Vejamos a seguir duas metodologias de dosagem de fosfato: fósforo molibdato e Daly e Ertingshausen
modificado.

DETERMINAÇÃO DE FOSFATO INORGÂNICO (FÓSFORO) POR METODOLOGIA


COLORIMÉTRICA

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Método: Colorimétrica de ponto final - Fosfomolibdato (Fósforo Molibdato).


Fundamento: Os íons fosfato reagem com o molibdato de amônio na presença de ácido
sulfúrico formando um complexo de fosfomolibdato de amônio.
Por ação da hidroxilamina, em meio alcalino, o complexo formado é reduzido a azul de
molibdênio, cuja absorbância medida entre em 650 nm é diretamente proporcional à
concentração de fósforo na amostra analisada.
Valores de referência:
Soro ou plasma: Adultos: 2,5 a 4,8 mg/dL.
Crianças e adolescentes:
Até 10 dias: 4,5 a 9,0 mg/dL.
10 dias até 2 anos: 4,5 a 6,7 mg/dL.
2 a 12 anos: 4,5 a 5,5 mg/dL.
Acima de 12 anos: 2,5 a 4,8 mg/dL.
Urina: 300 a 1000 mg/24 horas.
Obs: A excreção de fosfato urinário varia com a idade, massa muscular, dieta, função renal,
concentração de paratormônio e hora do dia.
Fosfolípides em lecitina: 125 a 300 mg/dL.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia. O ritmo circadiano afeta as concentrações
de fósforo. Pessoas obesas e mulheres no período menstrual apresentam níveis de fósforo
significativamente mais baixos.
Substâncias que elevam os valores de fósforo: antiácidos alcalinos, vitamina D,
tetraciclina, meticilina e pituitarina.
Substâncias que diminuem os valores de fósforo: hidróxido de alumínio, insulina, éter
anestésico e injeção de paratireoide.
Significado clínico: A concentração sérica sofre variação pelo ritmo circadiano, está mais
alta pela manhã e sujeita a oscilações rápidas por fatores como dieta, repouso, período
menstrual, sazonalidade, hormônio do crescimento, insulina e função renal.
Valores aumentados (hiperfosfatemia): exercícios, hipovolemia, insuficiência renal
(aguda e crônica), hipoparatireoidismo, pseudohipoparatireoidismo, hipervitaminose D,
acromegalia, rabdomiólise, situações de lise tumoral aguda (por exemplo, quimioterapia
do linfoma), metástases ósseas, sarcoidose, hepatopatias, embolia pulmonar,
cetoacidose diabética, menopausa e trombocitose. Após a administração de laxativos e
enemas de retenção contendo fosfato.
Valores diminuídos (hipofosfatemia): hiperparatiroidismo, raquitismo (deficiência de
Vitamina D), esteatorreia, algumas doenças com reabsorção tubular de fosfato deficiente
(Síndrome de Fanconi), intoxicação pelo chumbo, hiperalimentação parenteral, ingestão
prolongada de antiácidos contendo hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio, uso
de diuréticos, corticoides, glicose endovenosa, diálise, sepse, desordens tubulares renais
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e último trimestre de gravidez. A concentração de fósforo está diminuída na fase de


absorção dos carboidratos (glicose e demais açúcares são fosforilados ao penetrar nas
células).

DETERMINAÇÃO DE FOSFATO INORGÂNICO (FÓSFORO) POR METODOLOGIA


ULTRAVIOLETA
Método: Ultravioleta de ponto final (Daly e Ertingshausen modificado).
Fundamento: O fosfato inorgânico (Pi) reage com o molibdato de amônio na presença de
ácido sulfúrico formando um complexo de fosfomolibdato de amônio não reduzido.
A absorbância do complexo formado, medida em 340 nm, é proporcional à concentração
de fósforo na amostra analisada.
Fósforo inorgânico + H2SO4 + Molibdato de Amônio → Complexo Fosfomolibdato não
reduzido

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diganóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

8 - Equilíbrio ácido-base

Agora vamos abordar um dos temas mais cobrados em concursos para biomédicos, o equilíbrio
ácido-base. Prestem bastante atenção, porque é um conteúdo complexo e muito importante para a prova.

A homeostase ácido-base e a regulação do pH são críticas para a fisiologia normal e para o


metabolismo e função celular. Normalmente, o equilíbrio ácido-base sistêmico é bem regulado com pH
arterial entre 7,35 e 7,45. A importância desse equilíbrio é evidenciada por uma variedade de distúrbios
fisiológicos que ocorrem quando o pH plasmático está alto (alcalose) ou baixo (acidose).

A manutenção da concentração do íon hidrogênio (H+) e a estabilidade do pH são realizadas pela


combinação dos sistemas de tampões, sistema renal e sistema respiratório. Os rins têm o papel
predominante na regulação da concentração sistêmica de bicarbonato (HCO3−), o componente metabólico
do equilíbrio ácido-base. Por outro lado, a ventilação alveolar mantém a pCO2 (pressão parcial de CO2)

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arterial em torno de 40 mmHg. Normalmente, com aumentos ou diminuições na produção de CO2, a


ventilação alveolar aumenta ou diminui para manter a pCO2 e o pH constantes.

8.1 - Distúrbios ácido-base

Quando o pH do sangue está baixo, dizemos que está ocorrendo uma acidose, quando pH está
alto, o que acontece é uma alcalose. Os dois distúrbios podem ter origens metabólica (variações nos níveis
de HCO3−) ou respiratória (variação nos níveis de pCO2). Geralmente, quando um dos sistemas, metabólico
ou respiratório, dá origem a uma acidose ou alcalose, o outro sistema entra em ação para tentar equilibrar
o pH do sangue. Dessa forma, uma acidose metabólica é geralmente compensada por uma alcalose
respiratória, e vice-versa.

Em relação ao mecanismo metabólico, a elevação dos níveis de HCO3− (e consequente redução de


íons hidrogênio H+) leva a um estado de alcalose e a redução desencadeia uma acidose (com aumento da
concentração de H+). Em relação ao mecanismo respiratório, quando os níveis de pCO2 estão altos ocorre
uma acidose, e quando estão baixos, uma alcalose.

O mecanismo respiratório utiliza da frequência respiratória para controlar os níveis de pO2, pCO2 e,
consequentemente, do pH. Quando um indivíduo está hiperventilando (aumento da frequência
respiratória), ele está inspirando mais oxigênio e expirando mais dióxido de carbono, logo os níveis de pCO2
irão se reduzir e ele apresentará um estado de alcalose respiratória, com aumento do pH. Se este mesmo
indivíduo entrar em estado de hipoventilação (diminuição da frequência respiratória), os níveis de pCO2
irão aumentar, e consequentemente o pH irá se reduzir, ocasionando uma acidose respiratória.

A acidose causada pelo aumento da pCO2 ocorre porque o CO2 no plasma reage com a
água (H2O) e forma o ácido carbônico (H2CO3), logo, quando os níveis de pCO2 se elevam,
os níveis de ácido carbônico no plasma também se elevam, levando a um quadro de
acidose.
Quando o ácido carbônico se dissocia, é formado um íon bicarbonato (HCO3-) e um próton
(H+).
Essas reações podem ser representadas pela seguinte equação:
CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3-

Vou esquematizar abaixo os diferentes tipos de distúrbios ácido-básicos para facilitar a


compreensão.

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↓ pH
Distúrbio ácido-básico
↓ HCO3−
Acidose metabólica
↓ pCO2
Compensação respiratória
↑ pH

↑ pH
Distúrbio ácido-básico
↑ HCO3−
Alcalose metabólica
↑ pCO2
Compensação respiratória
↓ pH

↓ pH
Distúrbio ácido-básico
↑ pCO2
Acidose respiratória
↑ HCO3−
Compensação metabólica
↑ pH

↑ pH
Distúrbio ácido-básico
↓ pCO2
Alcalose respiratória
↓ HCO3−
Compensação metabólica
↓ pH

Mais raramente, existem também situações em que ocorrem distúrbios mistos. A acidose mista se
caracteriza pela redução do pH com diminuição da concentração de HCO3− e elevação da concentração
de pCO2. Já a alcalose mista se manifesta através do aumento do pH com elevação da concentração de
HCO3− e diminuição da concentração de pCO2.

Vamos resolver algumas questões para fixar o aprendizado?


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(INSTITUTO AOCP - EBSERH - 2017) O que ocorre em uma acidose metabólica?


A) É uma condição metabólica na qual o pH do sangue está elevado, acima da faixa normal, com
concentração diminuída de hidrogênio, levando à concentração aumentada de bicarbonato.
B) Excesso de acidez no sangue, caracterizado por uma concentração anormalmente elevada de
carbonatos.
C) Excesso de acidez no sangue devido ao elevado pH acima da faixa normal, com concentração aumentada
de hidrogênio, elevando também a concentração de bicarbonato.
D) Excesso de acidez no sangue, caracterizado por uma concentração anormalmente baixa de carbonatos.
E) É uma condição metabólica na qual o pH do sangue está abaixo da faixa normal, com concentração
diminuída de hidrogênio e, consequentemente, aumento na concentração de bicarbonato.
Comentários:
Letra A: errada. Na acidose metabólica o pH está diminuído, a concentração de hidrogênio está
aumentada e a concentração de bicarbonato está reduzida.
Letra B: errada. De fato, a acidose metabólica é um estado de acidez no sangue, mas nestes casos a
concentração de bicarbonato está diminuída.
Letra C: errada. Acidez no sangue é sinônimo de pH baixo, e nas acidoses metabólicas o bicarbonato está
reduzido.
Letra D: correta. Na acidose metabólica o sangue está ácido (pH baixo) pois o bicarbonato está abaixo dos
índices normais. Este é o nosso gabarito.
Letra E: errada. Na acidose metabólica o pH está abaixo do normal, mas a concentração de bicarbonato está
diminuída.

(IBFC - 2016 - EBSERH) Assinale a alternativa correta. O diagnóstico do distúrbio ácido-básico em uma
situação de pH ácido, bicarbonato muito diminuído e pCO2 um pouco diminuída é:
A) Alcalose metabólica
B) Alcalose respiratória
C) Acidose mista
D) Acidose metabólica
E) Acidose respiratória.
Comentários:

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Letra A: errada. Alcalose metabólica apresenta pH aumentado, concentração de bicarbonato elevada


(causa metabólica) e pCO2 elevada (compensação respiratória).
Letra B: errada. Alcalose respiratória apresenta pH aumentado, pCO2 diminuída (causa respiratória) e
bicarbonato diminuído (compensação metabólica).
Letra C: errada. Acidose mista apresenta pH reduzido, bicarbonato diminuído e pCO2 aumentado.
Letra D: correta. Acidose metabólica apresenta pH reduzido, bicarbonato diminuído (causa metabólica) e
pCO2 diminuída (compensação respiratória). Este é o nosso gabarito.
Letra E: errada. A acidose respiratória apresenta pH reduzido, pCO2 aumentado (causa respiratória) e
bicarbonato aumentado (compensação metabólica).

8.2 - Gasometria

O exame de gasometria pode ser realizado a partir de uma amostra de sangue arterial (avalia
performance pulmonar e metabólica) ou venosa (avalia apenas a performance metabólica), sendo a
amostra arterial a mais utilizada. Para realização do exame é necessária a coleta de 1 a 5 mL de sangue total
heparinizado (colhido em heparina lítica ou sódica). O gasômetro (aparelho que realiza a análise da
gasometria) avalia parâmetros como a pO2, a pCO2, H+, HCO3- e sódio (Na+). O pH é determinado a partir
da medida da concentração de íons H+ no sangue. Os níveis de saturação de oxigênio (%SO2) também
podem ser medidos.

Um outro parâmetro que geralmente é reportado no resultado dos exames de gasometria é o


excesso de base (BE ou EB), que sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo. A
comparação do excesso de base com o intervalo de referência ajuda a determinar se um distúrbio ácido-
básico é causado por um problema respiratório, metabólico ou misto. A base predominante que contribui
para o BE é o HCO3-. Assim, alterações nos níveis de bicarbonato sérico são normalmente espelhadas por
um desvio no excesso de base, que é indicativo de um distúrbio de origem metabólica. Valores de BE
superiores a +3 mEq/L indicam alcalose metabólica e valores de BE inferiores a -3 mEq/L apontam para uma
acidose metabólica.

A tabela abaixo apresenta os valores de referência para o exame de gasometria arterial.

Parâmetro Valor de referência

pH de 7,35 a 7,45

pO2 de 83 a 108 mmHg


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pCO2 de 35 a 45 mmHg

HCO3- de 21 a 28 mmol/L

B.E. de -3,0 a +3,0 mmol/L

%SO2 de 95 a 99%

Tabela apresentando os valores de referência para o exame de gasometria arterial.

A tabela abaixo apresenta os valores de referência para o exame de gasometria venosa.

Parâmetro Valor de referência

pH de 7,32 a 7,43

pO2 de 35 a 40 mmHg

pCO2 de 38 a 50 mmHg

HCO3- de 22 a 29 mmol/L

B.E. de -2,0 a +2,0 mmol/L

%SO2 de 60% a 75%

Tabela apresentando os valores de referência para o exame de gasometria venosa.

Os valores de referência podem variar de um laboratório para o outro. Muita atenção com
questões de prova que apresentam valores ligeiramente diferentes dos estudados, analise
bem todas as alternativas antes de decidir se uma assertiva está certa ou errada.

Vamos resolver algumas questões no estilo caso clínico? Elas são uma ótima forma de praticar o
conteúdo estudado.

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(INSTITUTO AOCP - UFGD - 2014) Analisando a seguinte gasometria arterial: pH= 7,50; PaCO2 = 38
mmHg; HCO3 =30 mEq/l; BE= +5 mEq/l; PaO2 = 75 mmHg; SaO2 = 94%, podemos afirmar que
A) demonstra uma acidose mista
B) demonstra uma acidose respiratória.
C) demonstra uma alcalose respiratória.
D) demonstra uma acidose metabólica.
E) demonstra uma alcalose metabólica.
Comentários:
Primeiro, vamos analisar cada um dos parâmetros apresentados no enunciado em relação aos valores de
referência (VR):
pH= 7,50 (VR = de 7,35 a 7,45) --> O pH está alto, o que indica alcalose.
PaCO2 = 38 mmHg (VR = de 35 a 45 mmHg) --> Pressão de CO2 está normal, logo a origem do distúrbio
ácido-base não é respiratória.
HCO3 =30 mEq/l (VR = de 21 a 28 mmol/L) --> Bicarbonato está elevado, apontando para uma origem
metabólica da alcalose.
BE= +5 mEq/l (VR = de -3,0 a +3,0 mmol/L) --> Excesso de bases elevado, indica alcalose de origem
metabólica.
PaO2 = 75 mmHg (VR = de 83 a 108 mmHg) --> Pressão de oxigênio baixa, possivelmente uma tentativa de
compensar a alcalose metabólica a partir de uma acidose respiratória.
SaO2 = 94% (VR = de 95 a 99%) --> Saturação de oxigênio baixa, possível compensação respiratória.

Agora vamos analisar cada uma das alternativas:


Letra A: errada. Na acidose mista o pH deveria estar diminuído, o bicarbonato reduzido e a pCO 2
aumentada.
Letra B: errada. Na acidose respiratória o pH deveria estar diminuído, a pCO2 e o bicarbonato aumentados
(causa e compensação, respectivamente).
Letra C: errada. Na alcalose respiratória o pH deveria estar aumentado, a pCO2 e o bicarbonato diminuídos
(causa e compensação, respectivamente).
Letra D: errada. Na acidose metabólica o pH, o bicarbonato e a pCO2 deveriam estar diminuídos (o último
por compensação).

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Letra E: correta. O pH elevado indica alcalose, os níveis aumentados de bicarbonato e BE apontam origem
metabólica e a redução de pO2 sugere compensação respiratória. Este é o nosso gabarito.

(INSTITUTO AOCP - 2014 - UFGD) Uma paciente de 45 anos ingressa na Unidade de Terapia Intensiva
de um hospital. Apresenta- se em hiperventilação, sua gasometria arterial é: pH= 7,10; PaCO2 = 20
mmHg; HCO3 =18,5 mEq/l; BE= -3,7 mEq/l; PaO2 = 42 mmHg; SaO2 = 92% e glicemia de 800 mg/dl. Como
tratamento, foi administrado bicarbonato endovenoso e observou- se melhora da hiperventilação.
Analise os dados fornecidos e assinale a alternativa correta.
A) A paciente estava em um quadro de alcalose respiratória. Após normalização do pH com a administração
do bicarbonato, a tendência da hiperventilação é normalizar
B) A paciente é diabética e estava em um quadro de alcalose metabólica. A hiperventilação melhorou após
a administração do bicarbonato, pois o mesmo reduz o pH auxiliando no equilíbrio ácido-base.
C) A paciente estava em um quadro de acidose metabólica com tentativa de correção pela hiperventilação.
Após a administração de bicarbonato, a hiperventilação melhorou pela provável normalização do pH
sanguíneo.
D) A paciente é diabética e estava em um quadro de acidose respiratória devido à hiperglicemia
E) A paciente estava em um quadro de acidose metabólica sem mecanismo de correção, por isso, foi
administrado bicarbonato que ajudou na hiperventilação que se encontrava alterada devido à
hiperglicemia.
Comentários:
Vamos analisar cada um dos parâmetros da gasometria arterial em relação com os valores de referência
(VR):
pH= 7,10 (VR = de 7,35 a 7,45) --> O pH está baixo, logo a paciente estava em um quadro de acidose.
PaCO2 = 20 mmHg (VR = de 35 a 45 mmHg) --> A pressão de CO2 está baixa, indicando uma alcalose
respiratória compensatória.
HCO3 =18,5 mEq/l (VR = de 21 a 28 mmol/L) --> O bicarbonato está baixo, apontando para uma origem
metabólica da acidose.
BE= -3,7 mEq/l (VR = de -3,0 a +3,0 mmol/L) --> O excesso de bases é inferior a -3mEq/l, confirmando que
se trata de uma acidose de origem metabólica.
PaO2 = 42 mmHg (VR = de 83 a 108 mmHg) --> A pressão de O2 está baixa.
SaO2 = 92% (VR = de 95 a 99%) --> Saturação de oxigênio também está baixa.
Glicemia = 800 mg/dl --> Este é um valor muito elevado para glicemia, mesmo em pacientes que não estão
em jejum, o que leva à suspeita de que se trata de uma paciente diabética e reforça o diagnóstico de acidose
metabólica.

Agora vamos analisar cada uma das alternativas:

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Letra A: errada. A paciente não estava em alcalose metabólica, mas em acidose metabólica, porque
apresentava o pH e o níveis de bicarbonato baixos.
Letra B: errada. A paciente não estava em alcalose metabólica, mas em acidose metabólica, porque
apresentava o pH e o níveis de bicarbonato baixos. A administração de bicarbonato eleva o pH e corrige o
distúrbio.
Letra C: correta. O pH baixo indica acidose, o bicarbonato e BE reduzidos apontam origem metabólica, a
pCO2 reduzida e a hiperventilação sugerem compensação respiratória. A hiperventilação melhorou após a
administração de bicarbonato porque o pH se elevou e atingiu a normalidade. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. A acidose não era de origem respiratória, e sim de origem metabólica, pois os níveis de
bicarbonato estavam baixos e os níveis de pCO2 estavam reduzidos. A hiperventilação era devida a um
mecanismo respiratório de compensação para elevar o pH.
Letra E: errada. A paciente estava em um quadro de acidose metabólica COM mecanismo de correção,
com o pH e os níveis de bicarbonato e de pCO2 baixos. A hiperventilação ocorria devido a um mecanismo
respiratório de compensação para elevar o pH.

O próximo tópico que iremos estudar está presente em praticamente todos os editais de provas para
biomédico. Vamos prosseguir.

9 - Enzimologia clínica

As enzimas são catalisadores biológicos macromoleculares que aceleram reações químicas. Em


situações patológicas, em que ocorre dano tecidual com lise celular, as células lisadas podem liberar seu
conteúdo enzimático e a detecção da elevação dos níveis destas enzimas serve como marcador de lesão de
um determinado tecido ou órgão.

"Toda enzima é uma proteína, mas nem toda proteína é uma enzima."
Você provavelmente conhece essa frase, e até certo ponto ela é verdadeira. Porém,
existe uma pequena exceção para essa regra. Trata-se de um grupo de moléculas de RNA
que também possuem atividade enzimática.

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(CESPE - EBSERH – 2018) Acerca da importância das técnicas bioquímicas nas análises clínicas, julgue
o item seguinte.
A medida da atividade de enzimas plasmáticas pode indicar alterações ocorridas em um tecido ou órgão
específico.
Certo
Errado
Comentários:
Em condições fisiológicas, as enzimas permanecem, de forma predominante, no interior das células. Porém,
em situações patológicas, em que ocorre dano tecidual com lise celular, as células lisadas podem liberar seu
conteúdo enzimático e a detecção da elevação dos níveis destas enzimas serve como marcador de lesão de
um determinado tecido ou órgão.
Gabarito: Certo

Nos próximos tópicos vamos abordar os grupos de enzima de acordo com seu significado clínico e
as metodologias de detecção de atividade enzimática.

9.1 - Função pancreática

A primeira enzima que vamos estudar é a amilase, que está presente no organismo humano sob a
forma de duas isoenzimas: a amilase salivar (S-AMS) e a amilase pancreática (P-AMS). Estas duas isoformas
auxiliam na digestão de carboidratos, a amilase salivar age diretamente na boca enquanto a amilase
pancreática exerce sua ação no intestino, sendo que, em condições fisiológicas, apenas 5% da P-AMS é
lançada no plasma. As técnicas de quantificação da amilase plasmática sofrem pouca interferência da S-
AMS, com exceção de raros casos onde há uma infecção na região do pescoço. Logo, pode-se inferir que a
dosagem de amilase plasmática se refere apenas à isoforma pancreática.

A amilase é a principal enzima pancreática e é utilizada como indicador de lesão celular no


pâncreas, podendo inclusive ser utilizada como marcador precoce de pancreatite aguda, uma vez que os
níveis plasmáticos de amilase se elevam após 12 a 24 horas do início dos sintomas e retornam aos valores
normais 3 a 4 dias após o evento. Nestes casos, pode ocorrer um aumento súbito desta enzima para valores
até 4 ou 6 vezes o valor de referência (de 37 a 107 U/L), porém os seus valores não se correlacionam com a
gravidade da lesão.

A segunda enzima a se elevar nos casos de pancreatite aguda é a lipase. Seus níveis se elevam um
pouco mais tarde do que os níveis de amilase, sendo essa elevação detectada a partir de 3-6 horas após a
lesão, atingindo um pico entre 24 e 48 horas e retornando aos valores basais entre 7 e 10 dias, no caso de
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resolução da lesão. Na pancreatite, a elevação da lipase no sangue pode chegar a 5-10 vezes o valor superior
de referência para esta enzima.

Uma terceira enzima pancreática, a elastase, é pouco utilizada, pois demora muito para se elevar
(cerca de 24 horas). As principais causas de pancreatite são hipertrigliceridemia, etilismo, uso de alguns
medicamentos, infecções e doenças hepáticas. Em casos de pancreatite crônica, ocorre uma redução da
produção de amilase e lipase.

Apesar de ser a principal enzima pancreática, a especificidade diagnóstica da amilase para a


pancreatite é baixa, pois ela pode se elevar por outras causas como úlceras, caxumba, tireoidite e peritonite.
Já a lipase, apesar de ser ligeiramente menos sensível que a amilase, é mais específica em situações de lesão
pancreática.

(IBFC - 2016 - EBSERH) Assinale a alternativa correta. A amilase é uma enzima muito utilizada na
prática clínica e seus aumentos estão associados à doença:
A) Muscular
B) Cardíaca
C) Das glândulas salivares
D) Ungueal
E) Vascular.
Comentários:
Letra A: errada. A amilase não se correlaciona com lesões musculares. Nestes casos, o que se eleva é a fração
CK-MM da enzima creatinofosfoquinase.
Letra B: errada. A amilase não está associada a lesões cardíacas. Em lesões cardíacas ocorre a elevação da
fração CK-MB da enzima creatinofosfoquinase, da troponina, da mioglobina e, de forma menos específica,
da LDH e da AST, sendo estas dosagens utilizadas no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio.
Letra C: correta. Apesar da isoforma salivar da amilase não influenciar muito na concentração plasmática
desta enzima em situações fisiológicas, em casos de patologias nas glândulas salivares este aumento pode
ocorrer. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. Não há correlação dos níveis de amilase com lesão ungueal.
Letra E: errada. Não se detecta alteração nos níveis de amilase em situações de lesão vascular.

Vamos estudar a amilase e a lipase separadamente, descrevendo as metodologias de determinação


de suas atividades enzimáticas.

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9.1.1 - Amilase

A amilase é secretada pelas células acinares do pâncreas para o ducto pancreático, e em seguida
para o duodeno, onde exerce a função de hidrolisar carboidratos em glicose. Níveis elevados de amilase
no sangue indicam lesão das células acinares (como ocorre na pancreatite) ou obstrução no ducto
pancreático (como acontece no carcinoma pancreático).

Veremos a seguir duas metodologias cinético-colorimétricas para determinação da atividade da


amilase (Caraway modificado e Cloronitrofenol).

DETERMINAÇÃO DA AMILASE (CARAWAY)


Fundamento: A amilase hidrolisa o amido liberando moléculas de açúcares e dextrina.
Após a adição da solução de iodo ocorre a formação de cor azul com o amido não
hidrolisado do substrato. Nesta técnica, a atividade da amilase é inversamente
proporcional à intensidade da cor azul formada e é calculada em comparação com um
controle de substrato.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia (valores elevados produzem resultados
falsamente diminuídos.).
Valores falsamente elevados: medicamentos colinérgicos, narcóticos (morfina) e álcool.
Contaminação da amostra por saliva e suor. Macroamilase no sangue (amilase sérica
elevada com amilase urinária normal).
Valores de referência:
Soro ou plasma: 60 a 160 Unidades/dL (U/dL).
Urina: 50 a 140 Unidades/hora (U/h).
Obs: Definição de Unidade: uma unidade é igual a quantidade de enzima que hidrolisa
totalmente 10 mg de amido em 30 minutos a 37ºC.
Significado clínico:
Valores elevados (hiperamilasemia): infarto mesentérico, perfuração do intestino, úlcera
péptica penetrante para o pâncreas, obstrução duodenal, colecistite, infarto renal,
parotidites (caxumba), gravidez ectópica rota, cetoacidose diabética, uremia, colelitíase,
parotidite epidêmica e em indivíduos portadores de macroamilasemia. Drogas como
morfina e analgésico análogo, diuréticos tiazídicos e etanol.

DETERMINAÇÃO DA α-AMILASE (CLORONITROFENOL - CNP)


Fundamento: A α-amilase hidrolisa o substrato 2-cloro-p-nitrofenil-α-D-maltoriosídeo
(CNPG3), liberando 2-clorofenol (CNP) e formando 2-cloro-4-nitrofenil-α-D-maltosídeo
(CNPG2), maltotriose (G3) e glicose (G). A velocidade de formação de 2-cloro-4-nitrofenol
pode ser medida fotometricamente e proporciona uma medida direta da atividade da α-
amilase na amostra.

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Valores de referência:
Soro ou plasma 25 a 125 U/L.
Urina (Amilase urinária / hora) Até 30 U/h.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

9.1.2 - Lipase

A lipase é uma enzima digestiva secretada pelo pâncreas para o duodeno e exerce a função de
hidrólise dos triglicerídeos em ácidos graxos. Semelhantemente à amilase, uma elevação nos níveis
plasmáticos da lipase pode ser observada após uma lesão nas células acinares do pâncreas.

Em condições fisiológicas, a lipase não é detectável na urina, pois é filtrada pelos glomérulos e
totalmente reabsorvida pelos túbulos proximais. Contudo, na ocorrência de distúrbios renais que cursam
com alteração da capacidade de reabsorção tubular, é possível a detecção de lipase urinária.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA ATIVIDADE DA LIPASE PANCREÁTICA


(METODOLOGIA CINÉTICA-COLORIMÉTRICA)
Fundamento: A lipase em meio alcalino catalisa a hidrólise do substrato de 1-2-dilauril-
rac-glicero-3-ácido glutárico (6-metilresorufina)-ester formando o 1-2-dilauril-rac-glicerol
e o ácido glutárico (6-metilresorufina), que é um intermediário instável. O composto
instável se decompõe espontaneamente liberando ácido glutárico e metilresorufina de cor
vermelha. A intensidade de cor vermelha, medida fotometricamente, é diretamente
proporcional à atividade catalítica da lipase na amostra analisada.

Valores de referência:
Até 1 ano: 0 a 29 U/L.
De 1 a 12 anos: 10 a 37 U/L.
De 13 a 18 anos: 11 a 46 U/L.
Acima de 18 anos: 13 a 60 U/L.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia. Uma concentração de 0,16 g/mL de
hemoglobina produz inibição moderada, sendo que 0,5 g/mL inibe até 50%.
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Significado clínico:
Valores elevados: pancreatite aguda primária, pancreatite crônica recidivante, abscesso
ou pseudocisto pancreático, carcinoma de pâncreas, obstrução dos ductos pancreáticos,
colecistite aguda, colangite aguda, insuficiência renal, obstrução intestinal, infarto
intestinal e uso de fármacos (opiáceos).

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica, Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

(CESPE - 2018 - FUB) Com relação às especificidades do diagnóstico clínico laboratorial, julgue o item a
seguir.
A amilase é uma enzima muito estável, que pode ser mantida em temperatura ambiente por uma
semana ou em refrigeração por vários meses, desde que esteja conservada com anticoagulante como
o EDTA.
Certo
Errado
Comentários:
De fato, a estabilidade da amilase na amostra é longa (aproximadamente uma semana em temperatura
ambiente e um mês na amostra refrigerada). Contudo, a amostra deve ser colhida com o anticoagulante
heparina, uma vez que EDTA, citrato e oxalato produzem resultados falsamente diminuídos para a enzima.
Gabarito: Errado.

9.2 - Função hepática

Agora vamos falar sobre o grupo de enzimas que mais é cobrado em concursos públicos, as enzimas
correlacionadas com a função hepática. São elas:

 Aspartato aminotransferase (AST) ou Transaminase glutâmico oxalacética (TGO);


 Alanina aminotransferase (ALT) ou Transaminase glutâmico pirúvica (TGP);
 Fosfatase alcalina (FAL);
 Gama glutamil transferase (GGT).

AST e ALT são chamadas de transaminases ou aminotransferases, enquanto a FAL e a GGT são
indicadoras de colestase (redução do fluxo biliar). Quando as transaminases se elevam acima de 10 vezes
o valor de referência, tal alteração é sugestiva de hepatites virais, tóxica, alcoólica, hipóxia tecidual e
acidose metabólica. A ALT é a mais específica para o fígado entre as quatro enzimas e a AST é a menos

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específica, pois também está presente no coração, no músculo esquelético e nas hemácias, logo, a AST se
eleva em casos de cirrose, tumor hepático, infarto agudo do miocárdio (IAM), doenças musculares, após
cirurgias e traumas, cirrose biliar e pancreatite.

É importante ressaltar que em casos de hepatites agudas a ALT se eleva de forma mais pronunciada
que a AST, e em casos de hepatites crônicas, a elevação de AST é mais expressiva que de ALT. Por este
motivo, uma metodologia utilizada para realizar o diagnóstico diferencial das lesões hepáticas é o índice
AST/ALT, também chamado de índice de Ritis. O índice AST/ALT maior que 1 sugere lesão crônica (como
doença hepática alcoólica), por ocorrer um aumento mais pronunciado da AST em relação à ALT. Por outro
lado, quando este índice é inferior a 1, o resultado é sugestivo de lesão aguda, como ocorre na
esteatohepatite não-alcoólica (EHNA) e hepatite C, condições que cursam com um aumento mais
pronunciado de ALT em relação à AST.

A FAL pode ser encontrada nos osteoblastos, por este motivo se encontra elevada em doenças
ósseas, além de apresentar um aumento fisiológico em crianças (devido ao desenvolvimento ósseo), na
recuperação de fraturas, em mulheres grávidas, além de casos de pancreatite e úlceras gastrointestinais.
Por outro lado, a GGT não se correlaciona com patologias ósseas nem com a gravidez, mas se eleva na
ocorrência de doenças malignas, sendo a enzima que aumenta de forma predominante em casos de
tumores hepáticos. Além disso, a GGT é uma indicadora de cirrose, principalmente de origem alcoólica.

Tratando-se de função hepática, é importante abordar a bilirrubina, que apesar de não ser uma
enzima, é constantemente cobrada em questões de concurso. A bilirrubina é um produto catabólico da
hemoglobina de hemácias senescentes, que são fagocitadas por células mononucleares do baço, medula
óssea e fígado, ou, em casos de hemólise intravascular, a hemoglobina é transportada pela proteína
haptoglobina, que se liga à hemoglobina livre e forma o complexo haptoglobina-hemoglobina, que
posteriormente é removido pelo sistema reticuloendotelial (principalmente pelo baço). Quando em
excesso, situação caracterizada como hiperbilirrubinemia, a bilirrubina confere uma cor amarelada à pele
e às mucosas, conhecida como icterícia. A icterícia pode ser causada por hemólise, colestase ou lesão
hepatocelular.

Vamos resolver algumas questões a título de fixação?

(FUNRIO - SESAU-RO - 2017) Testes para avaliar os níveis séricos da enzima transaminase glutâmico-
pirúvica (TGP), também chamada de alanina aminotransferase (ALT), têm vários objetivos. O seguinte
objetivo está INCORRETO:
A) distinguir entre comprometimento tecidual miocárdio e hepático (usado com aspartato
aminotransferase).
B) avaliar a hepatotoxicidade de algumas drogas.
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C) sugerir a infecção pelo vírus da hepatite.


D) prevenir o aneurisma de artéria hepática.
Comentários:
Letra A: correta. Enquanto a AST eleva-se em casos de lesão miocárdica, a ALT é mais específica para lesões
do fígado, sendo usada para diferenciar os dois tipos de lesão.
Letra B: correta. A maioria das drogas são metabolizadas no fígado, e algumas são hepatotóxicas. Nestes
casos, a ALT é uma boa alternativa para avaliar o comprometimento hepático causado por estas drogas.
Letra C: correta. As transaminases apresentam aumentos expressivos em casos de hepatites virais.
Letra D: incorreta. O aneurisma da artéria hepática apresenta etiologia extra-hepática, podendo ser
causado por aterosclerose, trauma na região abdominal, infecções, anomalias congênitas, etc. Por este
motivo, não é possível prever sua ocorrência a partir da dosagem de ALT. Este é o nosso gabarito.

(IADES - SES-DF - 2014) A avaliação da atividade enzimática da fosfatase alcalina no sangue pode
fornecer informações a respeito da função
A) cardíaca.
B) pulmonar.
C) muscular.
D) hepática.
E) cerebral.
Comentários:
Letra A: errada. Os marcadores de lesão cardíaca são a fração CK-MB da enzima creatinofosfoquinase, a
troponina e a mioglobina. A AST e a LDH também se elevam nestes casos.
Letra B: errada. A FAL não se correlaciona com a função pulmonar.
Letra C: errada. Para monitoramento de lesão muscular utiliza-se a fração CK-MM da enzima
creatinofosfoquinase. A AST também pode ser utilizada.
Letra D: correta. A FAL é uma das enzimas utilizadas na avaliação da função hepática. Este é o nosso
gabarito.
Letra E: errada. A FAL não é utilizada para monitoração da função cerebral.

Vejamos nos tópicos a seguir as metodologias laboratoriais utilizadas para determinação da


atividade enzimática de AST, ALT, GGT e FAL, além da dosagem de bilirrubinas.

9.2.1 - AST e ALT

A aspartato aminotransferase (AST) é uma enzima presente em altas concentrações no fígado,


músculo esquelético e músculo cardíaco. Também é encontrada em menor concentração nos rins e no
pâncreas. Nas células hepáticas, 40% da AST está no citoplasma e 60% nas mitocôndrias.
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DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA ATIVIDADE DA ASPARTATO


AMINOTRANSFERASE (AST) / TRANSAMINASE GLUTÂMICO OXALACÉTICA (TGO)
Método: Cinético contínuo em ultravioleta.
Fundamento: A AST catalisa a transferência do grupo amina do aspartato para o
cetoglutarato com formação de glutamato e oxalacetato. O oxalacetato é reduzido a
malato por ação da malato desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é
oxidada a NAD+. A atividade enzimática da AST na amostra é calculada com base na
redução da absorbância em 340 nm, quando o NADH se transforma em NAD+.

Valores de referência:
Idade Masculino Feminino
01-07 dias: 26-98 U/L 20-93 U/L
08-30 dias: 16-67 U/L 20-69 U/L
01-06 meses: 16-62 U/L 16-61 U/L
07-12 meses: 16-52 U/L 16-60 U/L
01-03 anos: 16-57 U/L 16-57 U/L
04-06 anos: 10-47 U/L 10-47 U/L
07-15 anos: 10-41 U/L 05-36 U/L
Adultos: 11-39 U/L 10-37 U/L
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia.
Significado clínico:
Atividade enzimática aumentada: hepatites (viral e tóxica), mononucleose,
citomegalovírus, cirrose, colescistite, colestase, carcinoma hepático primário ou
metastático, congestão hepática passiva, obstrução extra-hepática prolongada do ducto
biliar, esteatose, pancreatite, deficiência de piridoxina, hemocromatose, anemia
hemolítica, hipotireoidismo, traumatismo extenso, choque prolongado, infarto agudo do
miocárdio, insuficiência cardíaca, doença musculoesquelética, alcoolismo crônico,
obstrução intestinal, acidose láctica, uso de esteroides anabolizantes, clorotiazida,
cloranfenicol, isoniazida, fenotiazinas, progesterona, opiáceos, indometacina, halotano,
metildopa, uso prolongado de aspirina, gentamicina, eritromicina e algumas outras
drogas.
Atividade enzimática diminuída: uremia.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

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A alanina aminotransferase (ALT) é uma enzima localizada principalmente no fígado, mas também
está presente em menores proporções nos rins, no coração e no músculo esquelético. Nas células
hepáticas, 90% da ALT está localizada no citoplasma e apenas 10% está nas mitocôndrias.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA ATIVIDADE DA ALANINA


AMINOTRANSFERASE (ALT) OU TRANSAMINASE GLUTÂMICO PIRÚVICA (TGP)
Método: Cinético contínuo em ultravioleta.
Fundamento: A ALT catalisa a transferência do grupo amina da alanina para o
cetoglutarato com formação de glutamato e piruvato. O piruvato é reduzido a lactato por
ação da lactato desidrogenase (LDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD+.
A atividade enzimática da ALT na amostra é calculada com base na redução da
absorbância em 340 nm, quando o NADH se transforma em NAD+.

Valores de referência:
Idade Masculino Feminino
01-30 dias: 20-54 U/L 21-54 U/L
01-06 meses: 26-55 U/L 26-61 U/L
07-12 meses: 26-59 U/L 26-55 U/L
01-03 anos: 19-59 U/L 24-59 U/L
04-11 anos: 24-49 U/L 24-49 U/L
12-15 anos: 24-59 U/L 19-44 U/L
Adultos: 11-45 U/L 10-37 U/L
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia. A atividade enzimática da ALT em
mulheres é mais baixa do que em homens.
Significado clínico:
Atividade enzimática aumentada: hepatites (virais e tóxica), cirrose, necrose hepática,
colestase, isquemia hepática, carcinoma hepático primário ou metastático, drogas
hepatotóxicas, etilismo, icterícia obstrutiva, miosite, polimiosite, dermatomiosite,
rabdomiólise, pancreatite, mononucleose, pré-eclampsia, queimaduras, traumatismo
extenso, choque prolongado, hemocromatose, anemias hemolíticas, hipotireoidismo,
infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças musculoesqueléticas, Doença
de Wilson e na deficiência de alfa-1-tripsina. Uso de esteroides anabólicos, cloranfenicol,
clorotiazida, uso prolongado de aspirina, gentamicina entre outras drogas.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

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9.2.2 - GGT e FAL

A gama-glutamil transferase (GGT, gama-GT ou γ-glutamil transferase) está presente em


praticamente todos os tecidos do corpo humano, sendo encontrada em maior concentração nos rins.
Contudo, a GGT encontrada no soro origina-se predominantemente do sistema hepatobiliar. A GGT é um
marcador mais específico para distúrbios hepáticos em comparação com a AST e FAL, pois sua atividade
não se eleva em doenças musculoesqueléticas como ocorre com a AST nem em doenças ósseas e gravidez,
como acontece com a FAL.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA ATIVIDADE DA GAMA-


GLUTAMILTRANSFERASE (GAMA GT)
Método: Cinético-colorimétrico (método de Szasz modificado).
Fundamento: A Gama GT catalisa a transferência do grupamento glutamil da L-γ-
glutamil-3-carboxi-4-nitroanilida para a glicilglicina, formando L-γ-glutamilglicilglicina e
p-nitroanilina, de acordo com a seguinte reação:

A p-nitroanilina apresenta elevada absorção em 405 nm e a quantidade liberada é


diretamente proporcional à atividade da Gama GT na amostra. A atividade catalítica é
determinada a partir da velocidade de formação da p-nitroanilina.
Valores de referência:
Idade Masculino Feminino
0-06 meses: 12-122 U/L 15-132 U/L
06-12 meses: 1-39 U/L 1-39 U/L
01-12 anos: 3-22 U/L 4-22 U/L
13-18 anos: 2-42 U/L 4-24 U/L
Adultos: 7-58 U/L 5-39 U/L
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia. A atividade da Gama GT é mais baixa em
mulheres do que em homens.
Atividade enzimática falsamente aumentada: pacientes em uso de drogas
anticonvulsivantes.
Atividade enzimática falsamente diminuída: anticoagulantes contendo citrato, fluoreto
ou oxalato.
Obs: Heparina como anticoagulante não interfere na atividade da enzima, entretanto,
amostras de paciente em tratamento com heparina podem apresentar aumento da
atividade da Gama GT.
Significado clínico:
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Atividade enzimática aumentada: doenças inflamatórias hepáticas, lesão hepática,


doenças obstrutivas hepatobiliares (colestases), neoplasias do fígado, metástases
hepáticas, ingestão de álcool, alcoolismo crônico, obesidade, tabagismo, diabetes. Uso
prolongado de drogas que induzem o sistema microssomal hepático como o fenobarbital,
fenitoína, carbamazepina, entre outras. Uso de ácido valpróico e contraceptivos.
Atividade enzimática diminuída: realização de exercícios físicos regulares, uso de
azatioprina, clofibrato, estrógenos e metronidazol.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

A fosfatase alcalina (FAL ou ALP) é uma enzima que pertence ao grupo das enzimas
fosfohidrolases. É encontrada em altas concentrações no fígado, no epitélio do trato biliar e nos ossos.
Também pode ser encontrada na mucosa intestinal e na placenta. Sua excreção ocorre através da bile. A
FAL possui várias isoenzimas, cada uma específica para a fonte produtora, sendo que as formas hepática
(ALP1) e óssea (ALP2) são as predominantemente encontradas no soro.

DETERMINAÇÃO DA FOSFATASE ALCALINA (ROY MODIFICADO)


Método: Cinético-colorimétrico (Roy modificado).
Fundamento: A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a timolftaleína monofosfato liberando
timolftaleína, que tem cor azul em meio alcalino. A cor formada, diretamente proporcional
à atividade enzimática, é medida em 590 nm. O produto final da reação se constitui de
uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato.
Valores de referência:
Adultos: 13 a 43 U/L.
Crianças até 12 anos: 56 a 156 U/L.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia.
Atividade enzimática falsamente aumentada: triglicérides acima de 250 mg/dL, glicose
e glicerol.
Atividade enzimática falsamente diminuída: hemólise acentuadas. Anticoagulates
citrato, oxalato, EDTA e fluoreto inibem a atividade da fosfatase alcalina (formam
complexos com o magnésio, que é um ativador da FAL).
Significado clínico:
Valores elevados: cirrose, obstrução biliar intra e extra-hepática, doenças
granulomatosas, cirrose hepática, tumor primário ou metastático do fígado, tumor
metastático do osso, recuperação de fraturas ósseas, doença de Paget,
hiperparatireoidismo, osteite deformante, raquitismo, osteomalácia, fases de
crescimento normal dos ossos, terceiro trimestre da gestação.
Valores diminuídos: hipotireoidismo, hipofosfatemia, desnutrição, doença celíaca e
anemia perniciosa. Medicamentos como anticoncepcionais orais, hipolipemiantes,
anticoagulantes e antiepilépticos.
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DETERMINAÇÃO DA FOSFATASE ALCALINA (BOWERS E MC COMB MODIFICADO)


Método: Cinético-colorimétrico (Bowers e Mc Comb modificado).
Fundamento: A fosfatase alcalina (FALC ou ALP) do soro, em pH alcalino, hidrolisa o p-
nitrofenilfosfato liberando p-nitrofenol e fosfato inorgânico, segundo a reação seguinte:

A quantidade produzida de p-nitrofenol, que tem elevada absorbância em 405 nm, é


diretamente proporcional à atividade enzimática da fosfatase alcalina na amostra.
Valores de referência:
Adultos: 27 a 100 U/L.
Crianças e adolescentes até 16 anos: 75 a 390 U/L.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

9.2.3 - Bilirrubinas

O metabolismo da bilirrubina se inicia a partir da degradação de hemácias pelo sistema retículo-


endotelial. O processo de degradação, que ocorre principalmente com hemácias senescentes (uma
hemácia permanece na circulação por aproximadamente 120 dias), dá origem a moléculas de globina e
heme. A globina é uma proteína e será reutilizada pelo organismo. O grupo heme é catabolizado e forma a
biliverdina, que é posteriormente transformada em bilirrubina indireta (BI), também chamada de
bilirrubina não conjugada ou bilirrubina livre. A BI é lipossolúvel e, por este motivo, é transportada na
circulação sanguínea pela albumina. No fígado, a BI é conjugada com o ácido glicurônico, por ação da
enzima UDP-glucuronosiltransferase (UGT), dando origem à bilirrubina direta (BD), também chamada de
bilirrubina conjugada. Ao contrário da BI, a BD é hidrossolúvel e é excretada do fígado para a bile, através
do ducto biliar comum, chegando posteriormente ao intestino delgado. No intestino delgado, a BD sofre
ação de bactérias e dá origem ao urobilinogênio, que sofre reações e, por fim, é eliminado nas fezes (na
forma de estercobilina) e na urina (na forma de urobilina), contribuindo para a cor característica dessas
secreções. Uma pequena fração do urobilinogênio também é reabsorvida para a circulação entero-hepática.

A figura a seguir resume o metabolismo da bilirrubina no organismo:

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A icterícia se caracteriza pela coloração amarelada da pele, esclera e mucosas causada pelo
aumento dos níveis de bilirrubina no sangue, e geralmente ocorre quando os níveis de bilirrubina excedem
2,5mg/dL. Como a bilirrubina total é composta por duas frações (bilirrubina direta e indireta), em casos de
hiperbilirrubinemia é importante especificar qual dessas frações está elevada, pois isso ajuda a chegar na
etiologia do distúrbio. As causas de hiperbilirrubinemia podem ser:

 Pré-hepáticas: ocorre um aumento da bilirrubina indireta. A principal causa é hemólise


aumentada.
 Hepáticas: ocorre aumento da bilirrubina indireta, principalmente por defeitos na
conjugação.
 Pós-hepáticas: ocorre aumento da bilirrubina direta, geralmente por obstrução das vias
biliares.

Outro motivo pelo qual é importante identificar qual o tipo de bilirrubina que está elevado no sangue
é o fato de que a bilirrubina indireta é muito tóxica. Por ser lipossolúvel, atravessa facilmente a barreira
hematoencefálica, podendo causar encefalopatia, principalmente em recém-nascidos (kernicterus).
Nessas situações, é recomendado o banho de luz (fototerapia), pois a bilirrubina é fotossensível e será
degradada.

Estão descritas abaixo duas metodologias colorimétricas para determinação das bilirrubinas.

DETERMINAÇÃO DAS BILIRRUBINAS TOTAL E DIRETA (DICLOROANILINA - DCA)


Amostra: Soro ou plasma (EDTA e heparina). O soro deve ser separado até 3 horas após a
coleta. Proteger a amostra da luz, pois o analito (bilirrubina) é fotossensível.
Fundamento: Bilirrubina Direta (BD): A amostra é solubilizada em meio ácido e a
bilirrubina direta (BD) reage com a dicloroanilina diazotada formando azobilirrubina, cuja
intensidade de cor é diretamente proporcional à concentração de bilirrubina direta da
amostra analisada.
Bilirrubina Total (BT): A bilirrubina indireta (não conjugada) é desligada da albumina e
solubilizada por ação do acelerador, sendo dosada juntamente com a bilirrubina direta por
formação de azobilirrubina na reação com a dicloroanilina diazotada. A intensidade de cor
formada é diretamente proporcional à concentração de bilirrubina total da amostra
analisada.
Ao se calcular a diferença entre BT e BD obtém-se o valor da bilirrubina indireta (BI).
Valores de referência:
Adultos, adolescentes e crianças:
Bilirrubina Total: até 1,2 mg/dL
Bilirrubina Direta: até 0,4 mg/dL
Recém-nascidos:
Bilirrubina Direta: até 0,4 mg/dL
Bilirrubina Total:
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1 dia: até 5,1 mg/dL


1 a 2 dias: até 7,2 mg/dL
3 a 5 dias: até 10,3 mg/dL
Interferentes: Hemólise, lipemia, luz, hopoalbuminemia.
Significado clínico:
Valores aumentados de bilirrubina direta: doenças hepatocelulares e obstruções das vias
biliares.
Valores aumentados de bilirrubina indireta: aumento da produção (anemia hemolítica,
hiperesplenismo, absorção de hematomas, reações transfusionais, eritropoiese ineficaz
intoxicação por chumbo); diminuição do transporte (anticorpos e medicamentos); defeito
da captação (deficiência ou bloqueio das lingandinas) e defeito da conjugação (doença de
Gilbert, icterícia fisiológica do recém-nascido, etc.).

DETERMINAÇÃO DAS BILIRRUBINAS TOTAL E DIRETA (SIMS-HORN)


Fundamento: A bilirrubina reage com o diazo reagente (ácido sulfanílico + nitrito de
sódio), formando azobilirrubina de coloração vermelha, cuja absorbância medida em 525
nm é diretamente proporcional à concentração de bilirrubina na amostra.
A reação da bilirrubina direta (conjugada) ocorre em meio aquoso enquanto que a reação
da bilirrubina indireta (não conjugada) requer a presença de um acelerador (benzoato +
cafeína).
A bilirrubina indireta é calculada pela diferença entre bilirrubina total e bilirrubina direta.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

(CESPE - EBSERH - 2018) Julgue o item que se segue, com relação a uroanálise e técnicas bioquímicas
usadas para diagnóstico.
A bilirrubina direta pode ser detectada com segurança por colorimetria e constitui exame conclusivo
para detecção de doenças hepáticas e anemias nutricionais.
Certo
Errado
Comentários:

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A dosagem de bilirrubina pode auxiliar no diagnóstico de doenças hepáticas e anemias hemolíticas (e não
anemias nutricionais). Além disso, não se pode dizer que é um exame conclusivo, pois o diagnóstico deve
ser baseado em aspectos clínicos do paciente e um conjunto de exames que apontam para uma mesma
patologia.
Gabarito: Errado.

(CESPE - INCA - 2010) Considerando os aspectos de preparo, coleta e transporte de amostras referentes
a análises clínicas, julgue o item a seguir.
Amostra colhida por amniocentese para dosagem espectrofotométrica de bilirrubinas é corretamente
transportada para o laboratório em frasco escuro ou revestido por papel alumínio.
Certo
Errado
Comentários:
Qualquer amostra destinada à dosagem de bilirrubinas deve ser armazenada ao abrigo da luz até o
momento da análise, pois a bilirrubina é fotossensível e sua degradação leva a resultados falsamente
diminuídos.
Gabarito: Certo.

9.3 – Outras enzimas de interesse clínico

Outra enzima importante de ser estudada é a lactato desidrogenase (LDH), também chamada de
desidrogenase lática (DHL), que é encontrada em quase todas as células vivas, com maior atividade nas
hemácias, no rim, no coração, no músculo, no pulmão e no fígado. Ela catalisa a conversão de lactato em
piruvato e é expressa em vários tecidos do corpo. Por ser um marcador de dano celular, eleva-se em
situações tais como o infarto agudo do miocárdio (IAM). Outras causas de elevação de LDH são neoplasias,
anemias hemolíticas, infecções, inflamações, hepatites, pancreatite, etc.

A LDH é composta por quatro subunidades, ou seja, é um tetrâmero. As duas subunidades mais
comuns são as proteínas LDH-M e LDH-H, sendo M relativo a músculo (do inglês muscle) e H relativo a
coração (do inglês heart). Essas duas subunidades formam cinco isoenzimas na forma de tetrâmeros:

 LDH-1 (4H) – coração, hemácias e cérebro;


 LDH-2 (3H1M) – sistema reticuloendotelial;
 LDH-3 (2H2M) – pulmões;
 LDH-4 (1H3M) – rins, placenta e pâncreas;
 LDH-5 (4M) – fígado e músculo estriado.

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(IBFC - EBSERH - 2013) Enzima composta pela união de quatro monômeros que podem ser do tipo H
(miocárdio) ou M (músculo), o que resulta na possibilidade de formação de cinco isoenzimas. Esta
enzima é denominada:
A) Creatina quinase (CK).
B) Colinesterase.
C) Desidrogenase lática-(DHL).
D) Aldolase.
Comentários:
Letra A: errada. A CK se apresenta na forma de três isoenzimas: CK-MM, CK-BB e CK-MB.
Letra B: errada. A colinesterase não apresenta a composição descrita no enunciado.
Letra C: correta. A DHL é um tetrâmero que se apresenta na forma de cinco isoenzimas formadas por
combinações dos monômeros LDH-M e LDH-H. Este é o nosso gabarito.
Letra D: errada. As aldolases se apresentam sobre três isoformas: ALDOA, ALDOB, e ALDOC.

A próxima enzima que vamos estudar é a Creatina Quinase (CK), também chamada de
Creatinofosfoquinase (CPK), que é expressa por vários tecidos e tipos celulares. A CK catalisa a fosforilação
reversível da creatina pelo ATP e como resultado cria fosfocreatina (PCr) e difosfato de adenosina (ADP).
Maior atividade dessa enzima é observada no músculo estriado e no tecido cardíaco, por este motivo os
níveis de CK se encontram elevados em todos os tipos de distrofias e traumas musculares, além de infarto
agudo do miocárdio e falência renal aguda.

A CK é constituída a partir de duas subunidades: M (muscular – do inglês muscle) e B (cerebral – do


inglês brain). Dessa forma, ela se apresenta na forma de 3 isoenzimas: CK-MM (muscular), CK-MB
(cardíaca), e CK-BB (cerebral). Além das 3 isoformas citadas, que são citosólicas, existe também outras
duas isoenzimas de origem mitocondrial. É possível determinar o valor percentual de cada fração da CK
(MM, MB, BB) através das técnicas de eletroforese e cromatografia.

Em específico, a CK-MB é utilizada como marcador para auxílio no diagnóstico do infarto agudo do
miocárdio, situação na qual os níveis da enzima se elevam dentro de 3 a 8 horas da ocorrência da lesão e
atingem um pico em 24 horas. Se dentro de 12 horas do início dos sintomas os níveis de CK-MB não tiverem
se alterado, pode-se descartar a hipótese de infarto agudo do miocárdio. Além da CK-MB, outros
marcadores utilizados no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio são a troponina, a mioglobina e, de
forma menos específica, a ASTe a LDH.

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(INSTITUTO AOCP - UFC - 2014) O diagnóstico e o acompanhamento terapêutico de doenças


isquêmicas frequentemente envolvem a análise de enzimas. De acordo com esse assunto, assinale a
alternativa correta.
A) A isoenzima CK–MB é encontrada predominantemente no pulmão e músculo esquelético.
B) Uma vez que a liberação da enzima na circulação é lenta e sua meia-vida no soro é longa, as coletas de
sangue para dosagem de CK-MB, em casos de suspeita de infarto do miocárdio, devem ter início 48 horas
após os sintomas.
C) A creatina quinase possui 3 isoenzimas, cada uma formada por duas cadeias (B e M) em combinações
diferentes.
D) A creatina cinase é uma das enzimas da glicólise, responsável pela formação de bifosfato de creatina, um
intermediário dessa via.
E) As isoenzimas da creatina quinase (CK), denominadas CK-MB, CK-MM e CK-BB, não podem ser
separadas por cromatografia, pois apresentam-se covalentemente ligadas entre si.
Comentários:
Letra A: errada. A isoenzima CK-MB é encontrada predominantemente no coração.
Letra B: errada. Em casos de infarto agudo do miocárdio, ocorre alteração nas membranas celulares com
liberação de CK-MB após 60 minutos, sendo a isoenzima detectável entre 3 a 8 horas após a ocorrência da
lesão.
Letra C: correta. A CK se apresenta na forma de três isoenzimas: CK-MM, CK-MB e CK-BB. Este é o nosso
gabarito.
Letra D: errada. A CK catalisa a fosforilação reversível de creatina pelo ATP e não tem participação na
glicólise.
Letra E: errada. As isoenzimas da CK podem ser separadas a partir de técnicas como eletroforese e
cromatografia.

9.3.1 - LDH

A lactato desidrogenase (LDH ou DHL) é uma enzima encontrada em praticamente todos os órgãos
e tecidos do corpo e sua elevação no plasma sanguíneo está associada a situações que cursam com dano
celular. É um dos marcadores utilizados na investigação do infarto agudo do miocárdio, apesar de ser
inespecífica para esta situação.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA ATIVIDADE DA DESIDROGENASE LÁCTICA


(LDH)
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Método: Cinético-UV (Piruvato-Lactato).


Fundamento: A LDH catalisa a conversão do piruvato para lactato, enquanto o NADH é
oxidado para NAD+.

O decréscimo da absorbância em 340 nm, devido a oxidação do NADH, é proporcional à


atividade da LDH na amostra.
Valores de referência:
Adultos: 200 a 480 U/L
Crianças:
De 1 a 3 anos: 490 a 730 U/L
De 4 a 9 anos: 320 a 520 U/L
De 10 a 13 anos: 250 a 500 U/L
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia.
Significado clínico:
Atividade enzimática aumentada: anemia megaloblástica, carcinomas, choque grave,
infarto do miocárdio, infarto pulmonar, anemia hemolítica, leucemia, mononucleose
infecciosa, distrofia muscular progressiva, hepatite aguda, icterícias obstrutivas, cirrose,
delirium tremens, hemólise intravascular.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

9.3.2 - CK total e CK-MB

A creatinoquinase (CK) é encontrada no músculo cardíaco, no músculo esquelético e no cérebro.


Logo, lesões nas células desses tecidos provocam um aumento nos níveis séricos da enzima.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA EM MODO CINÉTICO DA CREATINA QUINASE


TOTAL (CK)
Método: Cinético-UV-IFCC.
Fundamento: A atividade da creatina quinase total é determinada de acordo com a
seguinte sequência de reações:

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A CK catalisa a desfosforilação da creatina fosfato para produzir adenosina trifosfato


(ATP), a qual reage com a glicose na presença da hexoquinase (HK) formando glicose-6-
fosfato. A glicose-6-fosfato, na presença de glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PDH), é
oxidada a 6-fosfogluconato (6-PG) e reduz o NADP a NADPH. A velocidade de incremento
na absorbância em 340 nm é proporcional à atividade da CK na amostra.
Valores de referência:
Adultos:
Homens: 26 a 189 U/L
Mulheres: 26 a 155 U/L
Crianças e adolescentes:
Idade Masculino Feminino
01-03 meses: 29-303 U/L 40-474 U/L
04-12 meses: 25-172 U/L 27-242 U/L
13-24 meses: 28-162 U/L 25-177 U/L
02-10 anos: 31-152 U/L 25-177 U/L
11-14 anos: 31-152 U/L 31-172 U/L
15-18 anos: 34-147 U/L 28-142 U/L
Interferentes: Hemólise, bilirrubina e lipemia.
Atividade enzimática aumentada: injeções intramusculares (até 5x), exercícios físicos
(até 3x), uso prolongado do torniquete.
Atividade enzimática diminuída: entre a oitava e vigésima semanas gestacionais.
Significado clínico:
Atividade enzimática aumentada: infarto agudo do miocárdio, miocardite, cirurgia
torácica ou cardíaca, cardioversão, distrofia muscular, esclerose lateral amiotrófica,
distrofia miotônica, dermatopolimiosite, rabdomiólise, infarto pulmonar, doença vascular
cerebral aguda, convulsões, status epilético, alcoolismo crônico, traumas e queimaduras,
hipertermia maligna, hipotermia, doenças malignas avançadas, hipotireoidismo,
acromegalia, exercício físico, picadas de insetos, injeções musculares e uso de cocaína.
Atividade enzimática diminuída: pouca massa muscular ou sedentarismo.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

A CK-MB é uma fração da enzima creatinofosfoquinase encontrada predominantemente no


músculo cardíaco, sendo a determinação de sua atividade um marcador específico para o infarto agudo do
miocárdio.

DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA ATIVIDADE DA ISOENZIMA MB DA


CREATINA QUINASE (CK-MB)
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Método: Cinético-UV ou Imunoinibição-IFCC.


Fundamento: A amostra é incubada com o reagente que contém um anticorpo específico
capaz de inibir completamente a atividade enzimática do monômero CK-M. A atividade
do monômero CK-B, que não é inibida pelo anticorpo, é medida pela seguinte sequência
de reações:

A CK-B catalisa a desfosforilação da creatina fosfato para produzir adenosina trifosfato


(ATP) que reage com a glicose na presença da hexoquinase (HK) formando glicose-6-
fosfato. A glicose-6-fosfato na presença da glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PDH) é
oxidada a 6-fosfogluconato (6-PG) e reduz o NADP a NADPH. A velocidade de incremento
na absorbância em 340 nm é proporcional à atividade da CK-B na amostra. Nesta
metodologia, pressupõe-se a ausência de CK-BB no plasma, como é o normal.
Valores de referência: até 25 U/L ou até 6,0% da atividade da CK total.
Interferentes: Hemólise, bilirrubina, lipemia, grandes cirurgias e atividade física intensa.
Significado clínico:
Atividade enzimática aumentada: infarto agudo do miocárdio, desfibrilação cardíaca,
isquemia cardíaca, contusão cardíaca, taquicardia supraventricular prolongada,
pericardite, miocardite, cardiomiopatia, insuficiência cardíaca congestiva, procedimentos
cirúrgicos cardíacos, cardioversão, angioplastia coronariana transluminal, angiografia
coronariana, distrofia muscular e rabdomiólise, mioglobinúria, queimaduras e
traumatismos, hipertermia maligna, hipotermia, colelitíase aguda, cetoacidose diabética,
choque séptico, acutização de doença pulmonar obstrutiva.
Situações que não causam aumento da atividade da CK-MB: angina pectoris ou
insuficiência coronariana, pericardite, parada cardíaca ou cardioversão não devidas a IAM,
marca-passo cardíaco, injeções intramusculares, exercício físico moderado, infarto
cerebral, embolia pulmonar, pneumonias e outras lesões pulmonares.

Fonte: Gold Analisa Diagnóstica; Labtest Diagnóstica, Hermes Pardini, SES-MG/UFMG

9.3.3 - Troponina e Mioglobina

Agora vamos falar sobre dois importantes marcadores do infarto agudo do miocárdio (IAM), que são
usados em conjunto com a CK total, CK-MB, AST e LDH.

A troponina é uma proteína responsável pela regulação da contração muscular (musculatura


esquelética e cardíaca), não sendo encontrada na musculatura lisa. Trata-se de um complexo de três
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proteínas (troponina T, Troponina I e troponina C) e anti-soros específicos são utilizados para identificação
de cada uma dessas formas, através de técnicas imunológicas como a quimioluminescência e
imunocromatografia (técnicas que serão estudadas na aula de imunologia).

É considerada o padrão-ouro entre os marcadores bioquímicos para necrose do miocárdio,


tornando-se detectável dentro de 4 a 6 horas após a lesão do tecido miocárdico, um pico é observado entre
24 e 48 horas e a troponina permanece elevada por mais 10 a 14 dias após a ocorrência da lesão. As
troponinas são, portanto, consideradas os marcadores bioquímicos mais sensíveis e específicos para
lesão isquêmica do miocárdio.

Sua determinação laboratorial é realizada principalmente pela técnica de quimioluminescência e os


valores de referência pra troponina I são:

 Homens: inferior a 53,5 ng/l


 Mulheres: inferior a 38,6 ng/l

Além de lesão miocárdica, valores aumentados da troponina são encontrados em situações não
associada à doença cardíaca isquêmica, como insuficiência renal crônica, lesões cardíacas não coronarianas,
tromboembolismo pulmonar, sepse, insuficiência cardíaca congestiva, taquiarritmias, acidente vascular
cerebral e exercícios prolongados extremos. Contudo, nesses casos os níveis de troponina geralmente não
aumentam em dosagens seriadas, como acontece no infarto agudo do miocárdio.

Uma outra proteína, a mioglobina é encontrada no citoplasma de células musculares esqueléticas e


cardíacas e tem a função de reservar e transportar oxigênio dentro dos miócitos. A determinação dos níveis
séricos de mioglobina são de extrema importância no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio, uma vez
que os níveis da proteína se elevam muito precocemente, em apenas 2 horas após o início dos sintomas.
Outras causas de elevação da concentração de mioglobina são: distrofia muscular, miosites, exercícios
físicos intensos, convulsão, trauma, hipertermia, infecções virais, sepses, uso de esteroides, intoxicação
medicamentosa, isquemias e imobilização prolongada.

A determinação dos níveis de mioglobina pode ser realizada a partir da técnica de


quimioluminescência e os valores de referência são iguais ou inferiores a 110,0 ng/mL.

Investigação laboratorial do infarto agudo do miocárdio (IAM)


Os marcadores bioquímicos utilizados no diagnóstico do IAM são:
• Troponinas T e I

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• CK total e CK-MB
• Mioglobina
• AST (menos específico)
• LDH (menos específico)

(IBFC - SESACRE - 2019) O infarto agudo do miocárdio é resultante de necrose das células miocárdicas
devido à oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco, causado pela redução do fluxo sanguíneo
coronariano de magnitude e duração suficiente para não ser compensado pelas reservas orgânicas,
levando à isquemia e posterior necrose. Sobre os marcadores bioquímicos de necrose miocárdica,
assinale a alternativa correta.
A) Creatinina quinase (CK) total, aspartato aminotransferase (AST/TGO) e lactato desidrogenase (LDH)
B) Troponinas T e I (TnT e TnI) e creatinina quinase total (CK)
C) Troponinas T e I (TnT e TnI) e creatinina quinase cardíaca (CK-MB)
D) Aspartato aminotransferase (AST/TGO), Lactato desidrogenase (LDH), Creatinina quinase total (CK) e
cardíaca (CK-MB), Troponinas T e I (TnT e TnI)
Comentários:
Todas as alternativas apresentam marcadores de lesão miocárdica utilizados no diagnóstico do IAM.
Contudo, temos que escolher a alternativa mais correta, que neste caso é a que está mais completa, a
alternativa D.
Letra D: correta.

Acabamos de estudar as enzimas mais importantes. Fiquem atentos, pois pelo menos uma delas
estará na sua prova. Agora vamos estudar outro tópico que também é muito importante, os hormônios.

10 - Endocrinologia (hormônios)

A endocrinologia é definida como o estudo da comunicação intra e extracelular por meio de


moléculas mensageiras, denominadas hormônios. Os hormônios podem ser categorizados em três
diferentes classes: 1) proteínas e polipeptídeos; 2) esteroides; e 3) derivados do aminoácido tirosina.

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Existem três classes gerais de hormônios:


• Proteínas e polipeptídeos, incluindo hormônios secretados pela hipófise anterior
e posterior, pelo pâncreas (insulina e glucagon), pela paratireoide (paratormônio) etc.
• Esteroides secretados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários
(estrogênio e progesterona), testículos (testosterona) e pela placenta (estrogênio e
progesterona).
• Derivados do aminoácido tirosina, secretados pela tireoide (tiroxina e tri-
iodotironina) e medula adrenal (epinefrina e norepinefrina).
Não existe hormônio conhecido com polissacarídeos ou ácidos nucleicos.

Fonte: Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 12a edição

Alguns hormônios têm a função de estimular a produção de outros hormônios, enquanto outros
apresentam atividade efetora direta, ou seja, realizam uma ação finalística no organismo. Neste contexto,
as vias mais conhecidas são do eixo hipotálamo-hipófise. Algumas dessas vias serão apresentadas a seguir.

Como primeiro exemplo, o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH), que
estimula a hipófise a produzir o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), que
por sua vez irão atuar nas gônadas (ovários e testículos), estimulando a secreção de hormônios sexuais
(estrógeno e progesterona nas mulheres e hormônios andrógenos nos homens). Neste caso, o GnRH, o
LH e o FSH têm a função de estimular a produção de outros hormônios, enquanto o estrógeno, a
progesterona e os andrógenos possuem atividade efetora.

Uma segunda via envolve a produção de hormônio liberador de corticotropina (CRH) pelo
hipotálamo, que estimula a produção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise. O ACTH
atua no córtex das glândulas adrenais estimulando a formação e secreção dos esteroides aldosterona e
cortisol.

Algumas situações patológicas cursam com níveis baixos do hormônio cortisol, o chamado
hipocortisolismo, que pode ter origem primária ou secundária. O hipocortisolismo primário consiste na
insuficiência da glândula adrenal em produzir cortisol, nestes casos a secreção de ACTH pela hipófise
aumenta como forma de estimular a produção adrenal do hormônio, tal distúrbio é conhecido como
Doença de Addison. Já no hipocortisolismo secundário o que ocorre é uma baixa produção de ACTH pela
hipófise, dessa forma a adrenal será hipoestimulada e produzirá níveis reduzidos de cortisol.

O hipercortisolismo também pode ocorrer, sendo denominado Síndrome de Chushing. Os


principais sinais e sintomas dessa síndrome são acúmulo de gordura na região central do corpo e no rosto,
atrofia muscular dos membros, presença de estrias avermelhadas e hipertensão arterial. Esta patologia
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pode ter origem endógena ou exógena. Nos casos endógenos, a doença pode ser classificada como ACTH
dependente, quando o aumento da secreção de cortisol está associado a tumores na hipófise, ou ACTH
independente, quando o aumento da secreção é causado por tumores diretamente na glândula adrenal.
Já o hipercortisolismo exógeno ocorre em situações onde o indivíduo faz uso de medicamentos
corticosteroides a longo prazo, estes casos também são chamados de Síndrome de Cushing iatrogênica.

Os níveis de cortisol no sangue não são constantes durante todo o dia, apresentando um pico nas
primeiras horas da manhã, diminuindo ao longo do dia, com concentrações mais reduzidas à noite. Por
este motivo, a coleta de sangue para dosagem de cortisol deve ser realizada entre 7 e 9 horas da manhã,
idealmente às 8 horas, em tubo sem anticoagulante, para obtenção de soro. A coleta só é realizada após as
10 horas da manhã se o médico responsável especificar um horário diferente na solicitação do exame.

Além da dosagem basal do cortisol, também é possível realizar a dosagem de cortisol após
supressão com dexametasona. O teste consiste em administrar dexametasona – um potente
glicocorticoide sintético – por volta das 23 horas e coletar a amostra de sangue na manhã seguinte, entre 7
e 9 horas. Através de um mecanismo denominado retroalimentação negativa (quando os níveis de cortisol
no sangue estão elevados a hipófise “entende” que o corpo não precisa de mais cortisol, então diminui a
secreção de ACTH), a dexametasona é capaz de suprimir a secreção de ACTH pela hipófise e,
consequentemente, de cortisol, em indivíduos normais. Porém, em indivíduos com síndrome de Cushing,
essa diminuição não é observada. Por este motivo, a dosagem de cortisol após dexametasona é utilizada
para confirmar o diagnóstico da Síndrome de Cushing.

Agora vamos resolver uma questão para praticar.

(IADES – EBSERH - 2014) Quanto à síndrome de Cushing, assinale a alternativa correta.


A) As concentrações plasmáticas de cortisol durante o dia são bastante variáveis.
B) As concentrações de cortisol livre na urina de 24 horas estão diminuídas.
C) As concentrações plasmáticas de cortisol pela manhã são muito baixas.
D) O teste com baixa dose de dexametasona não provoca supressão de cortisol.
E) A concentração de dexametasona não interfere na secreção do hormônio corticotrófico.
Comentários:
Letra A: errada. Em um indivíduo normal, as concentrações de cortisol seguem um ciclo circadiano, estando
mais elevadas durante a manhã e mais baixas à noite, logo, as concentrações plasmáticas de cortisol
durante o dia são bastante variáveis. Contudo, o enunciado pede para levar em consideração a síndrome
de Cushing, que é um quadro de hipercortisolismo. Nestes casos, os indivíduos apresentam elevados níveis
de cortisol a qualquer hora do dia.
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Letra B: errada. Em indivíduos com Síndrome de Cushing, as concentrações plasmáticas de cortisol estão
aumentadas, e isso se reflete também na amostra de urina. A alternativa está errada pois afirma
exatamente o contrário.
Letra C: errada. Em indivíduos com Síndrome de Cushing, os níveis de cortisol nunca estão baixos.
Letra D: correta. A dexametasona é um corticosteroide sintético e, em indivíduos saudáveis, irá induzir
supressão de ACTH e consequentemente de cortisol. Contudo, em indivíduos portadores da síndrome de
Cushing, baixos níveis de dexametasona não são suficientes para suprimir a secreção de cortisol. Este é o
nosso gabarito.
Letra E: errada. A secreção do hormônio corticotrófico (ACTH) é diretamente afetada pela concentração de
dexametasona no organismo, uma vez que a dexametasona é capaz de induzir a retroalimentação negativa.
Logo, a concentração de dexametasona interfere na secreção do hormônio corticotrófico.

A terceira via que vamos estudar regula a secreção dos hormônios tireoidianos: a triiodotironina
(T3) e a tiroxina ou tetraiodotironina (T4). O hipotálamo produz o hormônio liberador de tireotropina (TRH),
que estimula a hipófise a produzir o hormônio estimulante da tireoide (TSH). O TSH estimula o crescimento
tireoidiano e a produção dos hormônios tireoidianos T3 e T4.

A produção da tireoide é composta por aproximadamente 93% de T4 e 7% de T3. Apesar de o T4 ser


produzido em maior quantidade, o T3 é cerca de 5 vezes mais potente e o organismo é capaz de converter
T4 em T3. A principal função dos hormônios tireoidianos é regular o metabolismo, servindo de estímulo
para o metabolismo lipídico e glicídico.

Distúrbios na produção dos hormônios tireoidianos são classificados como hipertireoidismo ou


hipotireoidismo, sendo o segundo mais comum. O hipertireoidismo consiste no aumento dos níveis de
hormônios tireoidianos no organismo, que levam a um aumento no metabolismo. Os principais sintomas
são emagrecimento, taquicardia, sudorese aumentada e irritabilidade. A principal causa de hipertireoidismo
é a doença de Graves (distúrbio autoimune em que anticorpos estimulam a produção aumentada de
hormônios tireoidianos), dentre outras causas que variam desde tumores na hipófise ou tireoide até
sobrecarga de iodo na alimentação ou uso excessivo de medicação contendo T3 ou T4. O diagnóstico
laboratorial do hipertireoidismo consiste na dosagem de T4 (que geralmente está elevada) e de TSH (que
deve estar diminuída em função da retroalimentação negativa). Se o TSH se apresentar reduzido e o T4
estiver normal, deve-se dosar também o T3 para confirmar o diagnóstico.

O hipotireoidismo, por sua vez, é uma condição na qual a glândula tireoide não produz quantidades
suficientes de hormônios tireoidianos, o que desencadeia uma queda no metabolismo, refletindo em
ganho de peso, fadiga, constipação, pele seca, dentre outros sintomas. Esta patologia é mais comum em
mulheres acima dos 40 anos e a causa mais comum é um distúrbio autoimune (Tireoidite de Hashimoto),
podendo também surgir devido a lesões na tireoide ou na hipófise. Os exames laboratoriais devem revelar
níveis reduzidos de T3 e T4 e aumento dos níveis de TSH. A detecção de autoanticorpos denominados anti-
Tg (anticorpo anti-tireoglobulina) e/ou anti-TPO (anticorpo anti-peroxidase) confirmam a origem
autoimune do transtorno.

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(IBFC - EBSERH - 2013) Complete a frase abaixo com uma das alternativas elencadas.
"A avaliação da função tireoidiana inclui a pesquisa de alguns hormônios sendo que a dosagem do
________________ é o melhor exame para o diagnóstico e acompanhamento de pacientes com
disfunções dessa glândula."
A) T3 total (triiodotireonina).
B) T4 livre (tireoxina).
C) Tireoglobulina.
D) TSH (hormônio tireoestimulante).
Comentários:
Letra A: errada. O T3 raramente é dosado, sendo sua avaliação restrita a situações quando as concentrações
de TSH e T4 não são suficientes para se estabelecer o diagnóstico.
Letra B: errada. Apesar de o T4 ser quase sempre dosado juntamente com o TSH para investigação de
distúrbios tireoidianos, ele pode apresentar alterações mais tardias nestas patologias, o que torna o TSH o
melhor marcador.
Letra C: errada. A tireoglobulina é uma glicoproteína produzida pelas células foliculares da tireoide e é
utilizada na síntese de T3 e T4. O seu principal uso na medicina laboratorial é como marcador tumoral, usado
no monitoramento do câncer de tireoide.
Letra D: correta. Como o TSH regula a secreção dos hormônios tireoidianos, pequenas alterações de T3 e
T4 são capazes de desencadear grandes alterações nos níveis de TSH, através dos mecanismos de
retroalimentação positiva e negativa. Por este motivo, o TSH é o melhor indicador de alterações discretas
na função tireoidiana, se mostrando alterado mais precocemente que T3 e T4 em casos de disfunções dessa
glândula. Este é o nosso gabarito.

A Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) é um hormônio produzido pela placenta após a


implantação e é, portanto, utilizado na detecção da gravidez. É um hormônio quase exclusivo da gravidez,
porém, é importante saber que alguns tipos de câncer também podem secretá-lo. O hormônio hCG começa
a ser produzido a partir do oitavo dia após a fecundação, quando acontece a implantação do blastocisto
no útero e a partir de então as concentrações do hormônio tanto no sangue quanto na urina se elevam
rapidamente. Os níveis de hCG no sangue são detectáveis antes dos níveis urinários, isso acontece porque
a concentração do hormônio no sangue é mais elevada. Ao se realizar testes de gravidez com amostra de
urina nas fases iniciais da gestação é aconselhável que se utilize a primeira urina da manhã, por ser mais
concentrada.

Os testes de gravidez podem ser classificados como qualitativo e quantitativo. Os testes


qualitativos não indicam a concentração de hCG presente na amostra, apenas apresentam o resultado
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como positivo ou negativo. Os testes quantitativos, por outro lado, são capazes de detectar a
concentração exata do hormônio no sangue, e com este valor é possível inferir o tempo da gestação.

(INSTITUTO AOCP - UFC - 2014) O hormônio Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG), também
conhecido como hormônio da gravidez, está presente na urina ou no sangue das mulheres grávidas.
Sobre o teste de gravidez, assinale a alternativa INCORRETA
A) Para pesquisa de HCG, há dois tipos de teste de gravidez na urina e no sangue.
B) Atualmente, as mulheres procuram os testes comprados em farmácias, porque eles são mais precisos do
que os de laboratórios e possuem um valor mais elevado.
C) O teste de sangue quantitativo mede a quantidade exata de hormônio no sangue.
D) Testes de sangue podem detectar o hormônio mais cedo na gravidez do que o teste de urina.
E) O teste de urina pode detectar a gravidez por volta de duas semanas depois da ovulação.
Comentários:
Letra A: correta. O teste de gravidez, que detecta o hormônio hCG, pode ser realizado tanto na amostra de
sangue quanto na amostra de urina.
Letra B: incorreta. Os testes comprados em farmácia são realizados com amostra de urina e NÃO são mais
precisos que os testes realizados em laboratório, que geralmente utilizam o sangue como amostra. A
precisão não se refere apenas à amostra utilizada, mas também à técnica empregada (testes de farmácia
utilizam o princípio da imunocromatografia, enquanto testes laboratoriais são realizados por
espectrometria). Também deve-se levar em consideração que testes realizados em ambiente laboratorial
são submetidos a um controle de qualidade mais rígido. Além disso, os testes de farmácia geralmente são
bem mais baratos que os testes laboratoriais. Preste atenção que a banca pediu a alternativa INCORRETA.
Este é o nosso gabarito.
Letra C: correta. É isso mesmo, a partir do teste quantitativo é possível saber a concentração exata do
hormônio no sangue e a partir dessa concentração pode-se inferir o tempo da gestação.
Letra D: correta. Os testes realizados no sangue são capazes de detectar a presença do hormônio hCG antes
que os testes realizados na amostra de urina, pois as concentrações de hCG no sangue são mais elevadas.
Letra E: correta. Esta alternativa é um pouco polêmica, pois duas semanas após a ovulação os níveis de hCG
na urina ainda estão baixos e podem não ser detectados em um teste realizado em amostra de urina. O mais
aconselhável é que se realize os testes de urina depois de uma ou duas semanas de atraso da menstruação.
Porém, a banca considerou esta alternativa como correta e o gabarito como a letra B. Esta questão é
interessante para chamar a atenção para o fato de que algumas vezes podemos ficar muito em dúvida entre
duas alternativas, nestes casos devemos ter a capacidade de determinar qual alternativa está “mais
correta” ou, no caso desta questão, “mais incorreta”.

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(INSTITUTO AOCP - 2017 - EBSERH) Qual é a diferença entre os testes de gravidez BHCG quantitativo
e BHCG qualitativo?
A) O quantitativo mostra a quantidade de HCG no sangue e pode indicar o tempo de gravidez. O qualitativo
apenas indica positivo ou negativo.
B) Ambos os testes indicam apenas positivo ou negativo para gravidez.
C) O quantitativo indica apenas o tempo de gestação. O qualitativo indica os níveis do hormônio no sangue
e positivo ou negativo para gravidez.
D) O quantitativo apenas indica positivo e negativo. O qualitativo dosa a quantidade de HCG no sangue e
pode indicar o tempo de gravidez.
E) Os dois testes indicam o nível do hormônio no sangue e o tempo de gestação.
Comentários:
Letra A: correta. É exatamente esta a diferença entre os testes quantitativo e qualitativo. Este é o nosso
gabarito.
Letra B: errada. O teste quantitativo pode indicar a concentração de hCG na amostra analisada, e não
apenas positivo ou negativo para gravidez.
Letra C: errada. O quantitativo indica os níveis de hormônio e o tempo de gestação. O qualitativo indica
apenas se o teste é positivo ou negativo.
Letra D: errada. Aqui os conceitos foram invertidos. Atenção!
Letra E: errada. Apenas o teste quantitativo consegue indicar o nível do hormônio no sangue e o tempo da
gestação.

Na tabela a seguir vamos resumir quais são os principais hormônios produzidos em cada sítio e suas
respectivas funções.

Estrutura
Glândula/Tecido Hormônios Principais Funções
Química
Hormônio liberador de Estimula a secreção de hormônio Peptídeo
tireotropina (TRH) tireoestimulante (TSH) e prolactina
Hormônio liberador de Causa liberação de hormônio Peptídeo
Hipotálamo corticotropina (CRH) adrenocorticotrópico (ACTH)
Hormônio liberador do Causa liberação do hormônio do Peptídeo
hormônio do crescimento crescimento
(GHRH)
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Hormônio inibidor do Inibe a liberação do hormônio do Peptídeo


hormônio do crescimento crescimento
(GHIH) (somatostatina)
Causa liberação de hormônio luteinizante Peptídeo
Hormônio liberador de
(LH) e hormônio folículo-estimulante
gonadotropinas (GnRH)
(FSH)
Dopamina ou fator Inibe a liberação de prolactina Amina
inibidor da prolactina (PIF)
Estimula a síntese proteica e o Peptídeo
Hormônio do crescimento crescimento global da maioria das células
e tecidos
Estimula a síntese e a secreção dos Peptídeo
TSH hormônios da tireoide (tiroxina e
triiodotironina)
Estimula a síntese e a secreção de Peptídeo
ACTH hormônios adrenocorticais (cortisol,
androgênios e aldosterona)
Hipófise
Promove o desenvolvimento das mamas Peptídeo
anterior Prolactina
femininas e a secreção de leite
Causa crescimento de folículos nos ovários Peptídeo
FSH e maturação de espermatozoides nas
células de Sertoli dos testículos
Estimula a síntese de testosterona nas Peptídeo
células de Leydig dos testículos; estimula a
LH ovulação, a formação de corpo lúteo e a
síntese de estrogênio e progesterona nos
ovários
Aumenta a reabsorção de água pelos rins e Peptídeo
Hormônio antidiurético
causa vasoconstrição e aumento da
Hipófise (ADH) ou vasopressina
pressão arterial
posterior
Estimula a ejeção de leite das mamas e Peptídeo
Ocitocina
contrações uterinas
Aumentam as taxas de reações químicas Amina
Tiroxina (T4) e
na maioria das células, aumentando assim
triiodotironina (T3)
a taxa metabólica corporal
Tireoide
Promove a deposição de cálcio nos ossos e Peptídeo
Calcitonina diminui a concentração do íon cálcio do
líquido extracelular
Tem múltiplas funções metabólicas para o Esteroide
controle do metabolismo de proteínas,
Córtex adrenal Cortisol
carboidratos e gorduras; também tem
efeitos anti-inflamatórios

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Aumenta a reabsorção de sódio renal, a Esteroide


Aldosterona secreção de potássio e a secreção do íon
hidrogênio
Mesmos efeitos que a estimulação Amina
Medula adrenal Norepinefrina, epinefrina
simpática
Promove a entrada de glicose em muitas Peptídeo
Insulina células e, deste modo, controla o
Pâncreas metabolismo dos carboidratos
Aumenta a síntese e a liberação de glicose Peptídeo
Glucagon
do fígado para os líquidos corporais
Controla a concentração do íon cálcio no Peptídeo
soro por aumento da absorção de cálcio
Paratireoide Paratormônio (PTH)
pelo intestino e rins e liberação de cálcio
dos ossos
Promove o desenvolvimento do sistema Esteroide
Testículos Testosterona reprodutor masculino e as características
sexuais secundárias masculinas
Promovem o crescimento e o Esteroide
desenvolvimento do sistema reprodutor
Estrogênios feminino, das mamas femininas e das
características sexuais secundárias
femininas
Ovários Estimula a secreção de "leite uterino” Esteroide
(líquido rico em carboidratos, secretado
pelo endométrio para nutrir o óvulo
Progesterona
fertilizado) pelas glândulas endometriais
uterinas e promove desenvolvimento do
aparelho secretor das mamas
Promove o crescimento do corpo lúteo e a Peptídeo
Gonadotropina coriônica
secreção de estrogênios e progesterona
humana (HCG)
pelo corpo lúteo
Provavelmente ajuda a promover o Peptídeo
Placenta Somatomamotropina
desenvolvimento de alguns tecidos fetais,
humana
bem como as mamas da mãe
Estrogênios e Ver ações dos estrogênios e da Esteroide
progesterona progesterona nos ovários
Catalisa a conversão do angiotensinogênio Peptídeo
Renina
em angiotensina I (atua como enzima)
Rim 1,25-Diidroxicolecalciferol Aumenta a absorção intestinal de cálcio e Esteroide
(calcitriol) a mineralização óssea
Eritropoietina Aumenta a produção de hemácias Peptídeo
Peptídeo natriurético Aumenta excreção de sódio pelos rins, Peptídeo
Coração
atrial (ANP) reduz a pressão arterial

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Estimula a secreção de HCl pelas células Peptídeo


Gastrina
Estômago parietais
Grelina Estimula o apetite Peptídeo
Estimula as células acinares pancreáticas a Peptídeo
Secretina
Intestino liberar bicarbonato e água
delgado Estimula a contração da vesícula biliar e Peptídeo
Colecistoquinina (CCK)
liberação de enzimas pancreáticas
Adipócitos Leptina Inibe o apetite, estimula a termogênese Peptídeo

Fonte: adaptado de Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 12 a edição

A figura a seguir ilustra os hormônios que estudamos nesse tópico e serve como uma forma de
revisão rápida deste conteúdo.

Fonte: adaptado de https://www.endocrinekids.com/Blog/TabId/36353/PostId/4585/how-different-hormones-affect-your-


child#
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10.1 - Medida das Concentrações de Hormônios no Sangue

Os hormônios estão presentes no sangue em concentrações muito baixas, o que torna difícil o
emprego de meios químicos convencionais para a dosagem destes compostos. Contudo, técnicas sensíveis
foram padronizadas para a identificação de hormônios em amostras biológicas. Os métodos laboratoriais
mais utilizados no laboratório clínico com este fim são a quimioluminescência, o radioimunoensaio e os
ensaios imunossorventes ligados à enzima (ELISAs). Essas são técnicas imunológicas que se baseiam na
especificidade da ligação entre antígenos e anticorpos e seus fundamentos serão estudados na aula de
imunologia.

E para finalizar, vamos falar sobre marcadores tumorais.

11 - Marcadores tumorais

Marcadores tumorais são moléculas encontradas no sangue, em tumores ou em outros líquidos


biológicos, cujo surgimento ou elevação dos seus níveis pode ser um indicativo da presença de células
neoplásicas no organismo. Diferentes tipos de marcadores tumorais estão associados a diferentes tipos de
tumores, e por este motivo são utilizados na oncologia para auxiliar na detecção da presença de uma
malignidade.

Os marcadores tumorais podem ser produzidos diretamente pelas células cancerosas ou por células
não cancerosas como resposta à presença de um tumor. Contudo, é importante ressaltar que níveis
elevados de um marcador tumoral podem tanto ser um indício de câncer quanto também pode ser
resultante de processos não neoplásicos (resultados falso positivos).

Com base na sua natureza química, os marcadores tumorais podem ser proteínas, proteínas
conjugadas (formadas por aminoácidos e outros grupos químicos), peptídeos e carboidratos. Proteínas ou
proteínas conjugadas, por sua vez, podem ser enzimas, hormônios ou fragmentos proteicos.

A determinação dos níveis dos marcadores tumorais pode ser realizada no soro (ou mais raramente
na urina ou em outros fluidos corporais), geralmente por imunoensaio, embora outras técnicas, como a
determinação da atividade enzimática, possam ser utilizadas. A dosagem de marcadores tumorais tem
diversas aplicações clínicas:

 Triagem em grupos de risco;


 Diagnóstico diferencial;
 Estadiamento clínico de câncer;
 Indicador prognóstico
 Estimativa do volume tumoral;
 Avaliação do sucesso terapêutico;
 Detecção precoce de recidiva.

O quadro abaixo apresenta os principais marcadores tumorais de aplicação clínica.

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Marcadores tumorais Cânceres associados Outras causas Aplicação clínica


AFP (alfa-fetoproteína) Fígado, células Distúrbios do Diagnóstico,
germinativas câncer de desenvolvimento fetal monitoramento do
ovário ou testículo (onfalocele, gastrosquise, tratamento e
defeitos do tubo neural). identificação da
recorrência
B2M (Beta-2- Mieloma múltiplo e Presente em doença de Prognóstico
microglobulina) linfomas Crohn e hepatite. Usado
para determinar causa de
insuficiência renal.
CA 15-3 (Antígeno de Câncer de mama e outros Elevado em cistos Estadiamento da doença,
câncer 15-3) (pulmão e ovário) ovarianos benignos, monitoramento do
doença benigna da mama, tratamento e
doença hepática benigna, identificação da
cirrose, tuberculose, recorrência
sarcoidose e lúpus.
CA 19-9 (Antígeno de Pancreático, algumas Elevado na pancreatite, Estadiamento da doença,
câncer 19-9) vezes colorretal, cirrose, doenças dos monitoramento do
gastrointestinal e dos ductos biliares e na tratamento e
ductos biliares doença inflamatória identificação da
intestinal. recorrência
CA-125 (Antígeno de Ovariano Elevado na endometriose Diagnóstico,
câncer 125) e outras doenças e monitoramento do
quadros benignos. tratamento, e
identificação da
recorrência
Calcitonina Carcinoma medular da Elevado na anemia Diagnóstico,
tiroide perniciosa e na tireoidite. monitoramento do
tratamento e
identificação da
recorrência
CEA (antígeno Colorretal, pulmão, Elevado em hepatite, Monitoramento do
carcinoembrionário) mama, tireoide, pâncreas, DPOC, colite, pancreatite tratamento e
fígado, colo e bexiga e tabagismo. identificação da
recorrência
Cromogranina A (CgA) Receptores de estrogênio Marcador tumoral mais Diagnóstico e tratamento
(tumores carcinoides, sensível para tumores
neuroblastoma) carcinoides.
Receptores de Mama Aumentado nos cânceres Prognóstico e orientação
estrogênio hormônio- dependentes. do tratamento
Fosfatase ácida Metástase de câncer da Não tem sido mais usado. Auxiliar no diagnóstico
prostática (FAP ou PAP) próstata, mieloma, câncer Aumentado na prostatite
de pulmão e em outros quadros.
hCG (Gonadotrofina Doença testicular e Aumentada na gravidez e Diagnóstico,
coriônica humana) trofoblástica na insuficiência testicular. monitoramento do
tratamento e
identificação da
recorrência

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Her-2/neu Mama Oncogene presente com Prognóstico e orientação


múltiplas cópias em 20% a do tratamento
30% dos casos de câncer
de mama invasivo.
Imunoglobulinas Mieloma múltiplo e Produção excessiva de Diagnóstico,
monoclonais macroglobulinemia de uma imunoglobulina. monitoramento do
Waldenstrom tratamento e
identificação de
recorrência
Receptores de Mama Aumentados no câncer Prognóstico e orientação
progesterona hormônio-dependente. do tratamento
PSA (antígeno prostático Próstata Aumentado na hiperplasia Rastreamento,
específico), total e livre benigna da próstata, diagnóstico,
prostatite, infecção monitoramento do
urinária e com a idade. tratamento e
identificação da
recorrência
Tiroglobulina Tireoide Utilizado após Identificação da
tireoidectomia para recorrência
avaliação do tratamento.

Fonte: adaptado de https://labtestsonline.org.br/tests/marcadores-tumorais

(CESPE - FUB - 2018) O acompanhamento pré-natal é de grande importância desde o início da gestação
e inclui diversos testes laboratoriais. Tais testes envolvem não apenas a confirmação da gravidez, mas
a detecção de doenças que podem ser tratadas ou prevenidas.
A respeito desse assunto, julgue o item que se segue.
Defeitos do tubo neural podem ser diagnosticados por dosagem sérica e amniótica de alfa-
fetoproteína.
Certo
Errado
Comentários:
Defeitos congênitos do desenvolvimento foram associados à altos níveis de alfa-fetoproteína, tais como:
onfalocele, gastrosquise e defeitos do tubo neural (aumento dos níveis de alfa-fetoproteína pode ser
detectado no líquido amniótico e soro materno).
Gabarito: Certo.

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(IBADE - Pref. Ji-Paraná/RO - 2018) Em relação aos marcadores tumorais utilizados na clínica e possíveis
de serem dosados no laboratório de análises clínicas, correlacione a coluna I com a coluna II.
Coluna I
1. CEA
2. CA125
3. PSA
4. CA19-9
Coluna II
( ) Câncer de ovário
( ) Adenocarcinoma de pulmão e câncer colorretal
( ) Carcinomas do trato digestivo e câncer de pâncreas
( ) Câncer de próstata
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A) 1, 2, 3, 4.
B) 4, 2, 1, 3.
C) 2, 1, 4, 3.
D) 4, 1, 2, 3.
E) 4, 3, 2, 1.
Comentários:
Conforme estudamos, a sequência correta é:
(2) CA125: Câncer de ovário
(1) CEA: Adenocarcinoma de pulmão e câncer colorretal
(4) CA19-9: Carcinomas do trato digestivo e câncer de pâncreas
(3) PSA: Câncer de próstata
Gabarito: letra C.

E aqui finalizamos a parte teórica da nossa aula. Espero que tenham aproveitado. Não se esqueçam
das questões comentadas que estão listadas ao final da aula.

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12 – Considerações Finais

Chegamos ao final da nossa aula de Bioquímica. Vimos aqui um assunto que é muito extenso,
porém extremamente relevante para quem se prepara para provas para carreira biomédica. Este é um dos
assuntos mais cobrados em prova, portanto exige dedicação e muito estudo.

Eu sei que muitas informações foram apresentadas ao longo da aula, e num primeiro momento pode
parecer impossível memorizar tudo. Porém, com perseverança e resolução de muitas questões vocês
chegam lá. E podem contar comigo nesta jornada!

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas, entrem em contato através do fórum do curso.

Vejo vocês na próxima aula!

Ana Cristina Lopes

Instagram: https://www.instagram.com/prof.anacristinalopes/

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (FCC - Prefeitura de Macapá - AP - 2018) Em provas bioquímicas, de sangue ou urina,


A) as amostras de sangue nas quais o plasma não foi separado das células sanguíneas, podem resultar em
valores diminuídos de glicose.
B) a idade do paciente não é relevante e não precisa ser registrada para a execução dos exames.
C) os antibióticos não interferem nos resultados e, por isso, se o paciente estiver fazendo uso dessa
medicação não precisa informar ao laboratório.
D) se na coleta de amostra, o paciente relatar presença de diarreia, não é causa de alteração de resultado,
pois não se trata de exame de fezes.
E) se houver algum problema técnico e ocorrer hemólise, o sangue poderá ser aproveitado para exames de
função hepática, pois enzimas não se alteram.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A presença de células na amostra reduz


progressivamente os níveis de glicose pelo processo de glicólise.

A alternativa B está incorreta. A idade do paciente é relevante para a execução de exames e precisa ser
registrada. Vários exames apresentam faixas de referência diferentes dependendo da idade do indivíduo.

A alternativa C está incorreta. Todo medicamento que estiver em uso deve ser informado e registrado no
momento da coleta da amostra, pois são potenciais interferentes nos resultados dos exames.

A alternativa D está incorreta. A presença de diarreia também afeta exames realizados com amostra de
sangue, pois altera os níveis de água e outras substâncias no organismo.

A alternativa E está incorreta. Enzimas são componentes intracelulares, no caso de hemólise, elas são
liberadas para o plasma e seus resultados estarão falsamente aumentados.

2. (CESPE - EBSERH - 2018) Julgue o item que se segue, com relação a uroanálise e técnicas
bioquímicas usadas para diagnóstico.

Pelo uso de espectrofotometria, pode-se corretamente determinar albumina sérica e creatinina


mediante métodos de verde de bromocresol e Jaffé, respectivamente.
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Certo
Errado

Comentários:

A albumina pode ser determinada pelo método de verde de bromocresol e a creatinina pode ser
determinada pelo método de Jaffé, ambos são métodos espectrofotométricos.

Gabarito: Certo.

3. (CESPE - EBSERH - 2018) Com relação aos princípios e equipamentos utilizados nos laboratórios de
análises clínicas, julgue o item a seguir.

De acordo com as propriedades físico-químicas, os analitos podem ser caracterizados tanto


qualitativamente — com cores, odores e sabores diferentes — quanto quantitativamente — com
pH, identidade química e densidades diferentes.
Certo
Errado

Comentários:

De fato, os analitos podem ser caracterizados qualitativamente e quantitativamente. Contudo, a identidade


química é uma caraterística qualitativa, e não quantitativa.

Gabarito: Errado.

4. (INSTITUTO AOCP - EBSERH - 2016) Um paciente diabético realizou recentemente uma série de
exames bioquímicos: AST, hemoglobina glicada, VLDL, ALT, LDL, HDL, triglicérides, albumina e
glicose. Qual dos exames realizados deve-se considerar para monitorar o diabetes do paciente?
A) AST, hemoglobina glicada e ALT.
B) Glicose e hemoglobina glicada.
C) Albumina e glicose.
D) Triglicérides e albumina.
E) Glicose, LDL e HDL.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. A hemoglobina glicada é empregada na monitoração da glicemia do


paciente diabético. Porém, AST e ALT são marcadores de função hepática.

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Glicose e hemoglobina glicada são os exames de
escolha para a monitoração do paciente diabético.

A alternativa C está incorreta. Albumina é uma proteína que se encontra alterada em vários quadros
clínicos, como desnutrição, cirrose, nefropatia, hemorragia e até diabetes, porém não é um exame utilizado
na monitoração de diabetes, por ser altamente inespecífico.

A alternativa D está incorreta. Triglicérides é um exame realizado para avaliação do risco de doenças
cardiovasculares, apesar de estar frequentemente alterado em pacientes diabéticos. A albumina não se
aplica pelo motivo citado na alternativa anterior.

A alternativa E está incorreta. LDL e HDL são frações do colesterol total, utilizadas primariamente na
avaliação do risco de doenças cardiovasculares.

5. (CESPE - INCA - 2010) No que se refere aos aspectos relacionados aos grupos de biomoléculas
abordados em análises clínicas, julgue os itens subsequentes.

Quilomícrons são partículas compostas predominantemente por carboidratos.


Certo
Errado

Comentários:

Quilimícrons são partículas compostas predominantemente por triglicerídeos.

Gabarito: Errado.

6. (CESPE - INCA - 2010) Acerca de diversos aspectos relacionados aos equipamentos utilizados em
laboratórios de análises clínicas, julgue o item a seguir.
A fluorimetria é o método utilizado para se detectar a luz emitida por um determinado analito após
sua excitação por luz em um comprimento de onda diferente do emitido.
Certo
Errado

Comentários:

A fluorimetria é usada medir a intensidade e distribuição do comprimento de onda do espectro de emissão


após excitação por um determinado espectro de luz.

Gabarito: Certo.

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Use o texto a seguir para responder às questões 7, 8 e 9.

Dois indivíduos realizaram exames para dosagem dos níveis de glicemia e foram obtidos os seguintes
resultados: indivíduo 1: glicemia de jejum = 140 mg/dL; 2 horas após sobrecarga de glicose = 210 mg/dL;
indivíduo 2: glicemia de jejum = 80 mg/dL; 2 horas após sobrecarga de glicose = 100 mg/dL.

Com base nesses resultados, julgue os próximos itens.

7. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) O indivíduo 1 apresenta níveis glicêmicos compatíveis com diabetes,
necessitando de exames adicionais para confirmação do diagnóstico.
Certo
Errado

Comentários:

Em relação ao indivíduo 1, este apresenta níveis de glicemia em jejum e após sobrecarga de glicose acima
do normal e compatíveis com diabetes. Porém, para fechar o diagnóstico de diabetes, estes exames devem
ser repetidos em uma outra ocasião, pois o diagnóstico de diabetes depende de pelo menos 2 medidas
realizadas em momentos distintos.

Gabarito: Certo.

8. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) O indivíduo 1 apresenta claramente intolerância à lactose.


Certo
Errado

Comentários:

Os exames de glicemia em jejum e após sobrecarga de glicose não são indicados para o diagnóstico de
intolerância à lactose, logo, não se pode afirmar que o indivíduo 1 apresenta este distúrbio.

Gabarito: Errado.

9. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) O indivíduo 2 apresenta níveis glicêmicos dentro da faixa considerada
normal.
Certo
Errado

Comentários:

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Os níveis glicêmicos considerados dentro da faixa normal são glicemia em jejum abaixo de 99 mg/dL e
glicemia 2 horas após sobrecarga de glicose inferior a 140 mg/dL. Logo, o indivíduo 2 apresenta níveis
glicêmicos dentro da faixa considerada normal.

Gabarito: Certo.

Use o texto a seguir para responder às questões 10, 11 e 12.

Para a quantificação de proteínas é comum o emprego de técnicas espectrofotométricas como o


método de Lowry que consiste em duas reações colorimétricas. Para fins de quantificação de amostras
desconhecidas é construída uma curva-padrão com proteína albumina sérica bovina (BSA) como a
apresentada a seguir.

Considerando a curva-padrão acima apresentada, bem como aspectos gerais das técnicas de
espectrofotometria e colorimetria, julgue os itens a seguir.

10. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) A absorbância pode ser definida com a capacidade intrínseca dos
materiais de absorverem radiações em frequências específicas.
Certo
Errado

Comentários:

A absorbância é a capacidade da solução de absorver a luz, correspondente à fração luminosa que será
absorvida por determinada solução ou material.

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Gabarito: Certo.

11. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) No caso do emprego da curva-padrão apresentada, uma amostra com
absorvância (660 nm) igual a 0,3 apresentaria concentração de proteínas superior a 0,03 g/L.
Certo
Errado

Comentários:

Vamos traçar uma linha na altura do eixo Y correspondente à absorvância de 0,3:

Como se pode ver pela figura acima, a absorvância de 0,3 corresponde a uma concentração de proteínas
superior a 0,03 g/L.

Gabarito: Certo.

12. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) Os valores de absorvância das amostras são obtidos
experimentalmente com o emprego de um espectrofotômetro.
Certo
Errado

Comentários:

A espectrofotometria, realizada em um aparelho denominado espectrofotômetro, é a medição da


intensidade da luz em comprimentos de onda selecionados (entre o ultravioleta e o infravermelho). Trata-
se do método de análise óptica mais utilizado nas análises químicas, biológicas e físico-químicas. Esta
técnica permite comparar a radiação absorvida em função da luz transmitida, levando-se em consideração
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que todas as substâncias podem absorver energia radiante. O grau de absorção da radiação
eletromagnética depende da concentração do soluto em solução.

Gabarito: Certo.

13. (CESPE - HEMOBRÁS - 2008) Em um laboratório de análises hematológicas são empregados


diferentes tipos de aparelhos laboratoriais adequados a diferentes finalidades. Considerando-se os
aparelhos comumente utilizados nesse ambiente, julgue os seguintes itens.

Os espectrofotômetros são equipamentos empregados na detecção da fluorescência emitida por


amostras biológicas.
Certo
Errado

Comentários:

Os espectrofotômetros são equipamentos empregados na detecção da absorbância das amostras. Eles


detectam a intensidade da luz em comprimentos de onda selecionados (entre o ultravioleta e o
infravermelho), mas não realizam detecção de fluorescência.

Gabarito: Errado.

14. (IBFC - Prefeitura de Divinópolis - MG - 2018) Os lipídeos se destacam por serem fontes de energia
para os processos metabólicos que ocorrem em nosso organismo. A avaliação do conjunto de
lipídeos denomina-se “Perfl lipídico” e é muito útil para o diagnóstico de várias doenças
metabólicas. Assinale a alternativa cuja patologia pode ser diagnosticada com o auxílio da análise
do perfl lipídico.
A) Hepatites
B) Diarreias
C) Leucemias
D) Diabetes mellitus

Comentários:

A alternativa A está incorreta. O perfil lipídico não é utilizado no diagnóstico de hepatites.

A alternativa B está incorreta. Os níveis dos lipídios não se correlacionam com a ocorrência de diarreias.

A alternativa C está incorreta. Os níveis dos lipídios não se correlacionam com a presença de leucemias.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O diabetes é uma síndrome metabólica na qual há
alteração do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Apesar de o diagnóstico do diabetes ser
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realizado a partir de exames que detectam a glicose, estes indivíduos frequentemente apresentam
dislipidemias.

15. (COPESE - UFJF - 2017) Das afirmativas abaixo, concernentes à padronização em Bioquímica
Clínica, assinale a INCORRETA:
A) A atividade física vigorosa é um fator interferente na dosagem de lactato e creatinina.
B) A destilação da água é um ótimo processo de purificação, fornecendo a água “grau reagente tipo I”, isenta
de matéria orgânica e íons.
C) A exatidão, a precisão, a especificidade, a sensibilidade e a linearidade são critérios importantes na
seleção da metodologia para realização dos exames.
D) A hemólise, a icterícia e a lipemia presentes no soro e no plasma são fatores interferentes em dosagens
bioquímicas por espectrofotometria.
E) A terapia medicamentosa pode produzir interferências in vivo e in vitro em várias análises bioquímicas.

Comentários:

A alternativa A está correta. A atividade física é capaz de alterar os valores de lactato (ácido lático) e
creatinina, não sendo recomendada a sua prática logo antes da coleta de amostra para realização dessas
dosagens.

A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. O processo de destilação da água é capaz de


remover impurezas, mas não remove íons.

A alternativa C está correta. A exatidão, a precisão, a especificidade, a sensibilidade e a linearidade são


critérios importantes na seleção da metodologia para realização dos exames, e são parâmetros que devem
ser conhecidos e avaliados em todas as técnicas adotadas dentro de um laboratório clínico.

A alternativa D está correta. A hemólise (presença de hemoglobina), a icterícia (presença de bilirrubina) e


a lipemia (presença de triglicérides) presentes no soro ou no plasma são fatores que interferem em
praticamente todas as dosagens bioquímicas por espectrofotometria, pois a hemoglobina e a bilirrubina
apresentam cor e a lipemia causa turvação da amostra, interferindo nos parâmetros de absorbância e
transmitância.

A alternativa E está correta. Medicamentos são capazes de interferir em várias análises bioquímicas. Por
este motivo, sempre se deve perguntar ao paciente se ele está fazendo uso de algum medicamento antes
de se proceder com a coleta da amostra.

16. (UFMT - UFSBA - 2017) Para realização da dosagem de creatinina sérica, foram determinadas as
absorbâncias do tubo contendo a amostra desconhecida (Absorbância = 0,750) e da amostra padrão
(Absorbância = 1,000). Sabendo-se que a concentração da amostra padrão é 2,0 mg/dL e que a
reação obedece à Lei de Lambert-Beer, marque a alternativa que apresenta a concentração de
creatinina na amostra desconhecida.
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A) 1,8 mg/dL
B) 1,0 mg/dL
C) 1,5 mg/dL
D) 2,0 mg/dL

Comentários:

A amostra padrão de concentração 2,0 mg/dL apresentou uma absorbância de 1,000.

A amostra teste de concentração desconhecida apresentou uma absorbância de 0,750.

Como a reação obedece à lei de Lambert-Beer, podemos inferir que as reações de ambas as amostras são
equivalentes, logo:

2,0 ______ 1,000

C ________ 0,750

2,0 ×0,750
C= 1,000

C = 1,5 mg/dL

Gabarito: letra C.

17. (UFMT - UFSBA - 2017) Durante uma análise bioquímica do sangue, um Técnico de Laboratório
encontrou os seguintes valores para os lipídeos plasmáticos: colesterol total = 180 mg/dL,
triglicerídeos = 200 mg/dL e colesterol HDL = 40 mg/dL. Com esses resultados, ele calculou os
valores de colesterol VLDL e colesterol LDL, que foram, respectivamente:
A) 50 mg/dL e 90 mg/dL.
B) 60 mg/dL e 80 mg/dL.
C) 100 mg/dL e 40 mg/dL.
D) 40 mg/dL e 100 mg/dL.

Comentários:

Para calcular o valor de VLDL, devemos dividir o valor de triglicérides por 5:

VLDL = 200 ÷ 5 = 40 mg,dL

Para encontrar o valor de LDL vamos usar a fórmula de Friedewald:

LDL = Colesterol total - (HDL + Triglicérides/5)


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LDL = 180 - (40 + 200/5)

LDL = 180 - (40 + 40)

LDL = 180 - 80

LDL = 100 mg/dL

Logo, os valores de colesterol VLDL e colesterol LDL são, respectivamente, 40 mg/dL e 100 mg/dL.

Gabarito: letra D.

18. (INSTITUTO AOCP - EBSERH - 2015) Muitos exames bioquímicos utilizam reações colorimétricas
em sua metodologia. O equipamento que realiza a leitura dessas reações é
A) o espectrofotômetro.
B) o espectro de massa.
C) o microscópio.
D) o termociclador
E) a mufla.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O espectrofotômetro realiza leitura de reações


colorimétricas.

A alternativa B está incorreta. A espectrometria de massa é uma técnica que mede a razão massa-carga
dos íons.

A alternativa C está incorreta. O microscópio é um instrumento usado para ver objetos pequenos demais
para serem vistos a olho nu.

A alternativa D está incorreta. O termociclador é um aparelho empregado na técnica de reação em cadeia


da polimerase.

A alternativa E está incorreta. A mufla é uma espécie de estufa que utiliza altas temperaturas para realizar
a calcinação de substâncias.

19. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2016) Assinale opção correta. A função do tubo contendo a substância
que desempenha o papel do branco na reação é corrigir a absorbância causada pela:
A) turbidez da amostra.
B) hiperbilirrubinemia.
C) hemólise.
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D) cor dos reagentes.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Não é possível realizar um "tubo branco" para turbidez da amostra, portanto,
tal interferente deve ser evitado.

A alternativa B está incorreta. Não é possível corrigir com um "tubo branco" a cor da bilirrubina de uma
amostra, por este motivo, tal interferente deve ser evitado.

A alternativa C está incorreta. Não é possível anular a interferência da hemólise em uma amostra com um
"tubo branco", logo este interferente deve ser evitado.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Ao realizar uma técnica fotométrica, devemos fazer
um "tubo branco" contendo apenas o reagente e água, para anular a interferência da cor inicial do reagente
no tubo teste.

20. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2016) A creatinina endógena é largamente utilizada para a


determinação da eficiência da função renal, especialmente da taxa de filtração glomerular. O teste
de depuração da creatinina é realizado com medição da creatinina em:
A) sangue coletado, após uma alimentação rica em substâncias não nitrogenadas.
B) urina coletada por um período de 24 horas.
C) soro obtido a partir de uma coleta de sangue do paciente com ingesta alimentar de proteínas.
D) urina colhida em um tempo estabelecido e também em uma amostra de sangue coletada no período de
colheita da amostra de urina.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Não é recomendado que se realize uma alimentação rica com substâncias
não nitrogenadas para a realização do teste de depuração de creatinina. E não se pode realizar o teste de
depuração de creatinina somente a partir de uma amostra de sangue.

A alternativa B está incorreta. A urina 24 horas pode ser utilizada em conjunto com uma amostra de sangue,
mas não é possível realizar o teste de depuração de creatinina apenas com a amostra de urina.

A alternativa C está incorreta. Não é possível realizar o teste de depuração de creatinina apenas a partir da
amostra de soro, também é necessário obter uma amostra de urina.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Ambas as amostras são necessárias para a realização
do teste de depuração de creatinina.

21. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2016) A amostra de escolha para se determinar o percentual de


HbA1c, através da técnica de cromatografia de troca iônica, é o (a):
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A) urina.
B) soro.
C) plasma.
D) sangue hemolisado.

Comentários:

Conforme estudamos, a amostra de escolha para se determinar o percentual de hemoglobina glicada


(HbA1c), através da técnica de cromatografia de troca iônica, é o sangue hemolisado. Como a hemoglobina
está no interior das hemácias, não é possível ter acesso a ela em nenhum dos outros tipos de amostra, pois
elas são livres de hemácias.

Gabarito: letra D.

22. (CONSULPLAN - HOB - 2015) O diagnóstico dos distúrbios no metabolismo da glicose depende da
demonstração de alterações na concentração de glicose no sangue. As várias desordens do
metabolismo dos carboidratos podem estar associadas com aumento da glicose plasmática
(hiperglicemia), redução da glicose plasmática (hipoglicemia) e concentração normal ou diminuída
da glicose plasmática acompanhada de excreção urinária de açúcares redutores diferentes da
glicose (erros inatos do metabolismo da glicose). Em relação ao diagnóstico dos distúrbios no
metabolismo da glicose, é correto afirmar que
A) o teste de O’ Sullivan é realizado após um jejum de seis horas, em pacientes gestantes entre a 24ª e 28ª
semana.
B) valores de 115 mg/dL de glicemia plasmática em jejum de 12 horas são confirmatórios para diagnóstico
de diabetes.
C) para o diagnóstico de diabetes, somente a clínica do paciente (poliúria, polidipsia, astenia e
emagrecimento) pode ser suficiente para detectar a doença.
D) apesar de ser amplamente utilizado, o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) é afetado por diversos
fatores, tais como, postura, ansiedade, cafeína e tabagismo.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. O teste de O’ Sullivan é realizado após um jejum de oito a quatorze horas,
em pacientes gestantes entre a 24ª e 28ª semana.

A alternativa B está incorreta. Valores maiores ou iguais a 126 mg/dL de glicemia plasmática em jejum de
12 horas, obtido em duas ocasiões distintas, são confirmatórios para diagnóstico de diabetes. Valores de
115 mg/dL são resultados alterados correspondentes a pré-diabetes.

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A alternativa C está incorreta. Não se pode fechar diagnóstico de diabetes apenas com a clínica do paciente.
É necessária a demonstração de hiperglicemia em duas ocasiões distintas (glicose em jejum, glicose pós-
prandial ou teste oral de tolerância à glicose).

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De fato, o teste oral de tolerância à glicose está
sujeito a vários interferentes, devendo ser interpretado com cautela.

23. (CONSULPLAN - HOB - 2015) Métodos enzimáticos para a análise do colesterol foram
desenvolvidos na década de 1970 e, desde então, substituíram quase que completamente os
métodos químicos. Nesses métodos, o colesterol total é determinado diretamente no plasma ou
soro através de uma série de reações, nas quais ésteres de colesterol são hidrolisados. O grupo 3‐
OH do colesterol é oxidado e o peróxido de hidrogênio, o qual é um dos produtos da reação, é
determinado enzimaticamente. Sobre o método enzimático de determinação do colesterol, é
INCORRETO afirmar que
A) está menos sujeito a interferências por substâncias não esteroides.
B) é absolutamente específico, pois o colesterol oxidase reage somente com o colesterol.
C) substâncias redutoras como ácido ascórbico e bilirrubina podem interferir com as determinações.
D) a turvação da amostra como resultado de altas concentrações de triglicerídeos também pode interferir
nos métodos enzimáticos.

Comentários:

A alternativa A está correta. O método enzimático de determinação do colesterol está menos sujeito a
interferências por substâncias não esteroides em comparação aos métodos químicos.

A alternativa B está correta. No método enzimático de determinação do colesterol, o colesterol oxidase


reage de forma específica com o colesterol da amostra.

A alternativa C está correta. Ácido ascórbico (vitamina C) e bilirrubina são capazes de interferir nas
determinações de colesterol por metodologia enzimática.

A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. A turvação da amostra, causada pela


hipertrigliceridemia, não interfere nos métodos enzimáticos.

24. (CONSULPLAN - HOB - 2015) No homem e nos mamíferos em geral, a ureia é o principal produto
final do metabolismo proteico; é responsável por 80% do azoto não proteico excretado na urina em
condições normais. Sua taxa é mais elevada no soro (e no plasma) do que no sangue total. São
causas de uremia pré‐renal, EXCETO:
A) Obstrução uretral.
B) Choque hemorrágico.

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C) Terapia por corticoides.


D) Insuficiência cardíaca congestiva.

Comentários:

A obstrução uretral é a única causa pós-renal listada (é um problema que ocorre após a saída da urina dos
rins). Todas as demais causas são consideradas pré-renais, pois são alterações que ocorrem no plasma antes
da filtração renal.

Gabarito: letra A.

25. (FUNRIO - UFRB - 2015) Considere as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.

I. A Nefelometria é uma técnica frequentemente empregada para medir as concentrações de IgA,


IgM e IgG e outras proteínas plasmáticas.

II. A Imunoturbidimetria mede a diminuição da luz ao passar por um complexo antígeno-anticorpo,


ou seja, mede o quanto esta solução absorve da luz e o quanto ela deixa passar. Essa técnica, assim
como a nefelometria, é usada para medir a concentração plasmática de diversas proteínas.

III. A principal diferença entre nefelometria e turbidimetria é que na nefelometria a luz difundida,
ou seja, aquela que atravessa a solução é medida, enquanto que na turbidimetria a luz não difundida
(a absorvida) é medida.
A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
B) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
C) Apenas a afirmativa III é verdadeira.
D) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
E) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Comentários:

I. Certa: a técnica de nefelometria pode ser empregada na medição de imunoglobulinas e outras proteínas
plasmáticas.

II. Certa: A turbidimetria é um método que se baseia na medida da redução da transmissão de luz em um
meio, causada pela formação de partículas e consequente turvação da solução.

III. Certa: Turbidimetria é a medida da luz transmitida após contato com solução turva. Nefelometria é a
medida da luz dispersa após contato com solução turva.

Todas as afirmativas são verdadeiras.

Gabarito: alternativa E.
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26. (INSTITUTO AOCP - 2015 - EBSERH) A maior parte dos exames realizados no setor de bioquímica
dos laboratórios de análises clínicas utiliza qual dos materiais a seguir?
A) Soro.
B) Urina.
C) Lavado brônquico.
D) Secreções genitais
E) Suor.

Comentários:

A maior parte dos exames realizados no setor de bioquímica dos laboratórios de análises clínicas utiliza o
soro como amostra biológica.

Gabarito: alternativa A.

27. (COSEAC - UFF - 2014) A finalidade da determinação da hemoglobina glicada é avaliar a glicemia
média do paciente:
A) durante um jejum prolongado.
B) após uma refeição balanceada
C) 24 horas após a aplicação de insulina.
D) durante várias semanas principalmente as últimas dez.
E) durante a curva glicêmica.

Comentários:

A finalidade da determinação da hemoglobina glicada é avaliar a glicemia média do paciente durante várias
semanas, principalmente as últimas dez. Isso é possível pois a vida média das hemácias é de 120 dias.

Gabarito: alternativa D.

28. (COSEAC - UFF - 2014) Para se calcular o Clearence da Creatinina “Corrigido”, além dos três
parâmetros básicos do paciente, precisa-se de outros dois, que são:
A) ureia e creatinina séricas
B) volume urinário de 24 horas e volume minuto.
C) creatinina sérica e urinária.
D) peso e altura do paciente.
E) volume urinário de 24 horas e peso.

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Comentários:

Para se calcular o Clearence da Creatinina “Corrigido”, além dos três parâmetros básicos do paciente,
precisa-se de outros dois, que são o peso e a altura do paciente, para se obter a superfície corporal.

Gabarito: alternativa D.

29. (COSEAC - UFF - 2014) Para se avaliarem as proteínas totais e albumina numa eletroforese, são
feitos alguns cálculos básicos, que darão subsídios para os cálculos das demais frações. Considere
paciente feminina, 37 anos, que apresente os seguintes resultados:

Proteínas totais: 8,7 g/dL.

Albumina: 4,0 g/dL.

O valor da relação albumina/globulina é:


A) 2,17.
B) 0,45.
C) 0,85.
D) 1,17.
E) 1,85.

Comentários:

Considerando que as proteínas totais são compostas por albumina e globulinas, para se obter o valor de
globulina é preciso realizar o cálculo:

Globulinas = Proteínas totais - Albumima

Globulinas = 8,7 - 4,0

Globulinas = 4,7 g/dL

Logo, o valor da relação albumina/globulina é:

A/G = 4 ÷ 4,7 = 0,85

Gabarito: alternativa C.

30. (COSEAC - UFF - 2014) Na técnica de separação das proteínas plasmáticas por eletroforese em tiras
de acetato de celulose, o tópico que exerce maior influência é:
A) número de ligações peptídicas.
B) carga elétrica.
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C) desnaturação proteica.
D) concentração.
E) peso atômico.

Comentários:

Apesar de outros fatores influenciarem, em menor escala, a separação de proteínas plasmáticas por
eletroforese, o fator que exerce maior influência é a carga elétrica.

Gabarito: alternativa B.

31. (COSEAC - UFF - 2014) O lipidograma de paciente feminina de 33 anos apresentou os seguintes
resultados: triglicerídeos = 55 mg/dL; colesterol total = 209 mg/dL e HDL-colesterol = 77 mg/dL.
Pode-se concluir que o colesterol Não-HDL é:
A) 121 mg/dL.
B) 11 mg/dL.
C) 132 mg/dL.
D) 54 mg/dL.
E) 22 mg/dL.

Comentários:

Obtém-se o valor de colesterol não-HDL a partir da subtração da fração HDL do colesterol total:

Colesterol não-HDL = Colesterol total - Colesterol HDL

Colesterol não -HDL = 209 - 77 = 132 mg/dL

Gabarito: alternativa C.

32. (COSEAC - UFF - 2014) O aspecto lipêmico (turvo) do soro na lipemia pós-prandial demonstra a
presença aumentada de:
A) fosfolipídeos.
B) quilomícrons.
C) colesterol.
D) ácidos graxos.
E) betalipoproteína.

Comentários:

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O aspecto lipêmico (turvo) do soro na lipemia pós-prandial demonstra a presença aumentada de


quilomícrons, que são a principal forma de transporte dos triglicerídios da dieta (exógeno) até os tecidos.

Gabarito: alternativa B.

33. (COSEAC - UFF - 2014) Para um paciente portador de diabetes é importante que a glicemia de jejum,
quando solicitada, seja colhida preferencialmente em tubo, contendo:
A) fluoreto de sódio.
B) heparina.
C) oxalato de amônia.
D) citrato de sódio.
E) oxalato de sódio.

Comentários:

Para um paciente portador de diabetes é importante que a glicemia de jejum, quando solicitada, seja colhida
preferencialmente em tubo contendo fluoreto de sódio, que é um aditivo inibidor da glicólise. O fluoreto
de sódio pode ser acrescido de um anticoagulante (heparina, EDTA ou oxalato).

O citrato de sódio é indicado para provas de coagulação.

Gabarito: alternativa A.

34. (UFMT - 2014) O diagnóstico precoce do diabetes melitos realizado por exames de glicosúria e
glicemia melhora muito o prognóstico dessa doença. O nível sanguíneo em que cessa a reabsorção
tubular é chamado de “limiar renal”, que, no caso da glicose, é de
A) 160 a 180 mg/dL.
B) 70 a 110 mg/dL.
C) 300 a 400 mg/dL.
D) 50 a 99 mg/dL.

Comentários:

O nível sanguíneo em que cessa a reabsorção tubular é chamado de “limiar renal”, que, no caso da glicose,
é de 160 a 180 mg/dL.

Gabarito: alternativa A.

35. (UFMT - 2014) Sobre o HDL Colesterol, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

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( ) O HDL Colesterol presente na amostra mantém-se estável até 14 horas em temperatura


ambiente, e em refrigeração (2oC – 8oC) até 1 semana.

( ) O paciente deve ser orientado a manter jejum de 6 horas antes da coleta.

( ) Para a dosagem de HDL Colesterol, plasmas citratados e oxalatados podem ser usados.

( ) As amostras hemolisadas ou que apresentem sinais de contaminação devem ser rejeitadas.

Assinale a sequência correta.


A) F, V, V, F
B) V, F, F, V
C) V, F, V, F
D) F, V, F, V

Comentários:

(V) O HDL Colesterol presente na amostra mantém-se estável até 14 horas em temperatura ambiente, e em
refrigeração (2oC – 8oC) até 1 semana.

(F) O paciente deve ser orientado a manter jejum de 6 horas antes da coleta. O jejum não é mais obrigatório
para a realização de exames do perfil lipídico.

(F) Para a dosagem de HDL Colesterol, plasmas citratados e oxalatados podem ser usados. A amostra de
escolha para a determinção do colesterol HDL é o soro ou plasma (em heparina ou EDTA).

(F) As amostras hemolisadas ou que apresentem sinais de contaminação devem ser rejeitadas.

A sequência correta é V, F, F, V.

Gabarito: alternativa B.

36. (PR-4 UFRJ - 2012) Quais os tubos de vácuo para coleta que devem ser utilizados para a realização
dos testes de glicose, hemograma, tempo de protrombina e sódio sérico, respectivamente?
A) Fluoreto de sódio, citrato de sódio, EDTA, tubo seco;
B) Tubo seco, EDTA, citrato de sódio, fluoreto de sódio;
C) Fluoreto de sódio, EDTA, citrato de sódio, tubo seco;
D) Citrato de sódio, fluoreto de sódio, EDTA, tubo seco;
E) Tubo seco, fluoreto de sódio, EDTA, citrato de sódio.

Comentários:

Glicose: Fluoreto de sódio;


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Hemograma: EDTA;

Tempo de protrombina: citrato de sódio;

Sódio sérico: tubo seco (sem anticoagulante).

A sequência correta é fluoreto de sódio, EDTA, citrato de sódio, tubo seco.

Gabarito: alternativa C.

37. (PR-4 UFRJ - 2012) A eletroforese de proteínas séricas, em gel de agarose, separa as frações
proteicas em cinco principais frações, as quais são denominadas albumina,
A) alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, beta globulina e gamaglobulina;
B) alfa-1-globulina, beta-1-globulina, beta-2-globulina e gamaglobulina;
C) alfa-1-globulina, beta-1-globulina, gama-1-globulina e gama-2-globulina;
D) albumina-1, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, gama-2-globulina;
E) alfa-1-globulina, beta-1-globulina, gama-1-globulina e gama-2-globulina.

Comentários:

A eletroforese de proteínas séricas, em gel de agarose, separa as frações proteicas em cinco principais
frações, as quais são denominadas albumina, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, beta globulina e
gamaglobulina.

Não existe as frações beta-1-globulina, beta-2-globulina, gama-1-globulina e gama-2-globulina e albumina-


1.

Gabarito: alternativa A.

38. (PR-4 UFRJ - 2012) Em relação à técnica de turbidimetria é correto afirmar que a turbimetria é a
quantificação:
A) da redução da absorbância da luz causada pela presença de uma partícula;
B) do aumento na transmissão da luz causada pela formação de uma partícula;
C) do aumento da absorbância da luz causada pela presença de uma partícula;
D) da redução na transmissão da luz causada pela formação de uma partícula;
E) do aumento da fluorescência causada pela formação de uma partícula.

Comentários:

Em relação à técnica de turbidimetria é correto afirmar que a turbimetria é a quantificação da redução na


transmissão da luz causada pela formação de uma partícula.
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Gabarito: alternativa D.

39. (COSEAC - HUAP-UFF - 2009) Dentre as lipoproteínas abaixo, assinale a que, quanto mais elevada,
menor é o risco de doença coronariana.
A) VHS
B) LDL
C) VLDL
D) VDRL
E) HDL

Comentários:

A alternativa A está incorreta. VHS (velocidade de hemossedimentação) é um marcador inflamatório, e


não uma lipoproteína.

A alternativa B está incorreta. A LDL está diretamente relacionada ao risco de doença coronariana.

A alternativa C está incorreta. Assim como a LDL, a VLDL também está diretamente relacionada ao risco
de doença coronariana.

A alternativa D está incorreta. VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) é um teste para diagnóstico de
sífilis, e não uma lipoproteína.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A lipoproteína que se correlaciona inversamente ao


risco de doença coronariana é o HDL.

40. (COSEAC - HUAP-UFF - 2009) Com relação à dosagem da hemoglobina glicosilada ou glicada,
assinale a opção ERRADA.
A) Há estreita correlação entre o exame e a prova de tolerância à glicose.
B) O tratamento insulínico não invalida o exame.
C) A coleta de sangue pode ser feita a qualquer hora do dia.
D) O exercício físico não interfere no exame.
E) É necessário um jejum de 14 horas para a realização do exame.

Comentários:

A alternativa A está correta. Geralmente o paciente que apresenta um dos testes alterados, também irá
apresentar alteração no outro.

A alternativa B está correta. Inclusive, este é um teste utilizado para o monitoramento do paciente
diabético, o que não justifica a suspensão do tratamento insulínico para a realização do teste.
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A alternativa C está correta. Como o exame avalia a glicemia média dos últimos 3 meses
(aproximadamente) não importa a que horas do dia a coleta é realizada.

A alternativa D está correta. Como o exame avalia a glicemia média dos últimos 3 meses
(aproximadamente) atividade física não irá interferir nos parâmetros analisados.

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. Não é necessária a realização de jejum para a
realização da dosagem de hemoglobina glicada, pois se trata da avaliação de um parâmetro que vem sendo
construído nos últimos 3 meses (aproximadamente).

41. (COSEAC - HUAP-UFF - 2009) Utilizando a fórmula de Friedewald, calcule o LDL colesterol de um
paciente adulto que apresenta as seguintes taxas:

Colesterol total = 300 mg/dL

HDL colesterol = 60 mg/dL

Triglicerídeos = 150 mg/dL


A) 210 mg/dL
B) 220 mg/dL
C) 230 mg/dL
D) 240 mg/dL
E) 250 mg/dL

Comentários:

Para encontrar o valor de LDL vamos usar a fórmula de Friedewald:

LDL = Colesterol total - (HDL + Triglicérides/5)

LDL = 300 - (60 + 150/5)

LDL = 300 - (60 + 30)

LDL = 300 - 90

LDL = 210 mg/dL

Gabarito: alternativa A.

42. (COSEAC - HUAP-UFF - 2009) Calcule a depuração da creatinina, usando os seguintes dados:

Volume urinário de 24 horas = 720 mL

Creatinina urinária = 150 mg/dL


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Creatinina plasmática = 1,5 mg/dL


A) 50 mL/min
B) 60 mL/min
C) 70 mL/min
D) 80 mL/min
E) 90 mL/min

Comentários:

A fórmula para o cálculo da depuração de creatinina é:

Depuração (mL/minuto) = U/S x VM

Onde:

U = creatinina na urina (mg/dL)

S = creatinina no soro (mg/dL)

VM = volume por minuto (Volume urinário de 24 h em mL dividido por 1440 min)

Aplicando a fórmula, temos:

Depuração (mL/minuto) = U/S x VM

Depuração (mL/minuto) = 150/1,5 x 720/1440

Depuração (mL/minuto) = 100 x 0,5

Depuração (mL/minuto) = 50

Gabarito: alternativa A.

43. (COSEAC - HUAP-UFF - 2009) A hemoglobina glicada também chamada de hemoglobina glicosilada
ou glicohemoglobina é uma importante ferramenta para a avaliação do controle glicêmico dos
pacientes diabéticos.

Assinale a única fração que deve ser usada com índice de glicemia média.
A) Hbe
B) HbsA2
C) HbF
D) Hb0
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E) HbA1c

Comentários:

A única fração que deve ser usada com índice de glicemia média é HbA1c.

Gabarito: alternativa E.

44. (MACHADO DE ASSIS - Pref. Caxias/MA - 2018) Com relação à Espectrofotometria, podemos
afirmar, exceto:
A) A lei de Lambert-Beer estabelece que a absorbância é inversamente proporcional à concentração da
espécie absorvente.
B) Espectrofotometria pode ser conceituada como um procedimento analítico através do qual se determina
a concentração de espécies químicas, mediante a absorção de energia radiante (luz).
C) Um dos métodos utilizados para dosagem de proteína é chamado de método do Biureto. Esse método
faz uso da propriedade de íons Cu2+ em meio alcalino de formar ligações com o nitrogênio das ligações
peptídicas. Dessa reação (reação de biureto), resulta uma coloração púrpura intensa.
D) Outro método para determinar a quantidade de proteína é baseado no fato de que certos aminoácidos
possuem anéis aromáticos, o que os leva a absorver em comprimentos de onda específicos na região de UV.
Bases purínicas e pirimidínicas também possuem essas propriedades.

Comentários:

Atenção, a questão pediu a alternativa INCORRETA!

A alternativa A está INCORRETA e é o gabarito da questão. A lei de Lambert-Beer estabelece que a


absorbância é diretamente proporcional à concentração da espécie absorvente.

A alternativa B está correta. A espectrofotometria permite comparar a radiação absorvida em função da


luz transmitida, levando-se em consideração que todas as substâncias podem absorver energia radiante. O
grau de absorção da radiação eletromagnética depende da concentração do soluto em solução.

A alternativa C está correta. No método de Biureto as ligações peptídicas das proteínas (-HN-CO-) reagem
com íons cúpricos em meio alcalino (reagente do Biureto) formando um complexo de coloração violeta, cuja
absorbância medida em 545nm é diretamente proporcional à concentração de proteínas na amostra.

A alternativa D está correta. Um método alternativo para realizar a dosagem de proteínas se baseia no fato
que certos aminoácidos possuem anéis aromáticos, tal característica os leva a absorver em comprimentos
de onda específicos na região de UV. Essa propriedade também é observada em bases purínicas e
pirimidínicas.

45. (CESPE - EBSERH – 2018 - adaptada) Acerca da importância das técnicas bioquímicas nas análises
clínicas, julgue os itens seguintes.
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I. Segundo a lei de Beer-Lambert, a absorbância de uma solução de um determinado composto é


inversamente proporcional ao coeficiente de extinção do composto.

II. No processo de eletroforese de proteínas plasmáticas, estas adquirem carga negativa e se


separam por migração diferencial, sob a ação de um campo elétrico em direção ao cátodo.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):


A) As duas afirmativas estão corretas.
B) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está errada.
C) A afirmativa I está errada e a afirmativa II está correta.
D) As duas afirmativas estão erradas.

Comentários:

Vamos analisar as duas afirmativas separadamente:

I: errada. Segundo a lei de Beer-Lambert, a absorbância de uma solução de um determinado composto é


diretamente proporcional ao coeficiente de extinção do composto. Pois à medida que o composto se
extingue, a absorbância também vai diminuindo.

II: errada. Após adquirirem carga líquida negativa, as proteínas migram em direção ao polo positivo
(ânodo).

Logo, as duas afirmativas estão erradas.

Gabarito: alternativa D.

46. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2018) O analisador que utiliza amostras não diluídas em suas análises
e os resultados não correm risco de sofrer pseudo-hiponatremia causada pelos lipídios é:
A) Eletrodo Íon Seletivo.
B) Fotômetro de Chama.
C) PCR.
D) Espectrofotômetro.

Comentários:

A metodologia que permite a dosagem de um analito sem que a amostra precise ser preparada é a do
eletrodo íon seletivo, muito empregada para dosagem de eletrólitos.

Gabarito: alternativa A.

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47. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2018) Para a realização de gasometria, alguns cuidados devem ser
tomados ainda durante a coleta, para garantir a qualidade dos resultados. Diante dessa afirmativa,
assinale o item que corresponde à explicação correta de como um desses cuidados de coleta afeta
diretamente o resultado do exame.
A) É necessária a expulsão do ar da seringa de gasometria para que não haja falsa elevação da PaO2 ou falsa
redução da PaCO2.
B) Se o paciente estiver sendo submetido à aspiração endotraqueal ou à terapia respiratória, a amostra deve
ser colhida após 10 minutos.
C) O armazenamento e o transporte da amostra até a análise deverão ser feitos à temperatura ambiente
para evitar uma elevação do pH.
D) Um excesso de heparina na seringa de coleta pode resultar em elevação do pH, PaCO2 e PaO2.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A não expulsão do ar da seringa de gasometria


resultará em falsa elevação da PO2 e falsa redução da PCO2.

A alternativa B está incorreta. Em caso de aspiração endotraqueal, a amostra deverá ser colhida pelo menos
20 min após o procedimento.

A alternativa C está incorreta. Após a coleta, a seringa pode ser mantida em temperatura ambiente por no
máximo 30 minutos. Após 30 minutos, a amostra deve ser refrigerada entre 2-8ºC, até no máximo uma hora
após a coleta. Depois desse tempo o exame não tem mais utilidade clínica (o pH diminui, o pCO2 aumenta
e o pO2 diminui), devendo ser feito em nova amostra de sangue.

A alternativa D está incorreta. O excesso de heparina na seringa pode produzir resultados falsos, tais como
acidose (diminuição do pH).

48. (COSEAC - 2019 - UFF) A gasometria tem por objetivo avaliar indiretamente a capacidade pulmonar
quanto à proporção adequada de oxigênio e remoção de dióxido de carbono, bem como observar
os processos de reabsorção ou excreção renais de íons bicarbonato na tentativa de manter o pH
corporal normal. Leia com atenção os itens abaixo e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou
F (falso), relativamente aos procedimentos usados para coletar amostras para obtenção desses
parâmetros.

( ) de punção arterial.

( ) com heparinização da seringa.

( ) com imediata centrifugação da amostra.

( ) sem contato do sangue com o oxigênio do ar.

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( ) após a retração espontânea e total do coágulo.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


A) V, V, F, V, F.
B) F, V, V, V, F.
C) V, F, F, V, V.
D) F, V, F, V, V.
E) V, F, V, V, F.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das alternativas:

(V) de punção arterial: O exame de gasometria pode ser realizado a partir de uma amostra de sangue arterial
(avalia performance pulmonar e metabólica) ou venosa (avalia apenas a performance metabólica), sendo a
amostra arterial a mais utilizada.

(V) com heparinização da seringa: Deve-se usar preferencialmente seringas de plástico previamente
preparadas com anticoagulante apropriado (50 UI de heparina lítica balanceada com cálcio por mL de
sangue total).

(F) com imediata centrifugação da amostra: A amostra deve ser processada e analisada em até no máximo
1 hora após a coleta, para evitar a alteração dos parâmetros avaliados.

(V) sem contato do sangue com o oxigênio do ar: Após a obtenção da amostra arterial ou venosa para
gasometria, despreza-se a agulha, esgota-se o ar residual, veda-se a ponta da seringa com o dispositivo
oclusor, para evitar contato do sangue com o oxigênio do ar.

(F) após a retração espontânea e total do coágulo: como a amostra é coletada com anticoagulante, não há
formação de coágulo.

A sequência correta é V, V, F, V, F.

Gabarito: alternativa A.

49. (COSEAC - UFF - 2019) Paciente apresentou complicações respiratórias, evoluindo para um
processo de acidose metabólica. A alternativa que representa os valores observados de gasometria
arterial para confirmação deste diagnóstico é:
A) pH = 7,29; pCO2 = 48 mmHg e HCO3- = 20 mEq/L.
B) pH = 7,25; pCO2 = 30 mmHg e HCO3- = 28 mEq/L.
C) pH = 7,54; pCO2 = 50 mmHg e HCO3- = 32 mEq/L.

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D) pH = 7,45; pCO2 = 35 mmHg e HCO3- = 25 mEq/L.


E) pH = 7,35; pCO2 = 40 mmHg e HCO3- = 22 mEq/L.

Comentários:

Um quadro de acidose metabólica deve apresentar:

 pH < 7,35 (acidose)


 HCO3- < 21 (causa metabólica)

Geralmente, em casos de acidose metabólica o pCO2 diminui para compensar o distúrbio com uma alcalose
respiratória, o que não observamos neste caso. Porém, o enunciado informou que o paciente já apresentava
incialmente complicações respiratórias, o que pode justificar a não compensação respiratória do distúrbio
ácido-base. Independentemente da presença de compensação, apenas uma alternativa se enquadra nos
parâmetros de uma acidose metabólica.

Gabarito: alternativa A.

50. (COSEAC - UFF - 2019) Comprometimentos hepáticos, como cirrose e colestase, podem ser
diagnosticados, principalmente, pelo aumento dos níveis séricos das enzimas:
A) lactato desidrogenase, alanina amino transferase, aspartato amino transferase.
B) alanina amino transferase, aspartato amino transferase, fosfatase alcalina e gama glutamil transferase.
C) creatina-quinase, lactato desidrogenase, aspartato amino transferase.
D) mioglobina, lactato desidrogenase, alanina amino transferase, aspartato amino transferase
E) creatina-quinase total, alanina amino transferase, aspartato amino transferase, e gama glutamil
transferase.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. A lactato desidrogenase é um marcador inespecífico de lesão celular, não
sendo utilizado na avaliação da função hepática.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. ALT, AST, FAL e GGT são as quatro enzimas
utilizadas na avaliação da função hepática.

A alternativa C está incorreta. A creatina-quinase é principalmente empregada na avaliação de danos


musculares e infarto agudo do miocárdio e a lactato desidrogenase é um marcador inespecífico de lesão
celular.

A alternativa D está incorreta. A mioglobina é um marcador de danos musculares (incluindo músculo


cardíaco) lactato desidrogenase é um marcador de lesão celular.

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A alternativa E está incorreta. Creatina-quinase é um marcador de lesão muscular (músculo esquelético e


cardíaco).

51. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2018) Os valores de bilirrubina de um recém-nascido a termo e


bastante ictérico, após a diluição da amostra com solução salina 1:4 (v/v), apresentaram resultados
finais: bilirrubina total = 12 mg/dL e bilirrubina direta = 0,8 mg/dL. A concentração de bilirrubina
conjugada é:
A) 0,8 mg/dL.
B) 3,2 mg/dL.
C) 11,2 mg/dL.
D) 44,8 mg/dL.

Comentários:

Ao contrário do que parece à primeira vista, não é necessária a realização de nenhum cálculo para a
resolução desta questão. Basta saber que bilirrubina direta é a mesma coisa que bilirrubina conjugada. Logo,
a concentração da bilirrubina conjugada (direta) é 0,8 mg/dL. Cuidado com a pegadinha!

Gabarito: alternativa A.

52. (COSEAC - UFF - 2019) Além dos sinais clínicos característicos, como dor precordial, com irradiação
para membros superiores, mandíbula e/ou dorso, duração da dor de 30 minutos ou mais, náusea,
sudorese e palidez, o infarto agudo do miocárdio é confirmado precisamente com aumento dos
níveis séricos das enzimas:
A) creatina-quinase total e fração MB e isoenzimas, troponina T e I, mioglobina, lactato desidrogenase,
alanina amino transferase, aspartato amino transferase.
B) creatina-quinase total e fração MB, lactato desidrogenase, alanina amino transferase, aspartato amino
transferase.
C) creatina-quinase total e fração MB, troponina T e I, lactato desidrogenase, aspartato amino transferase.
D) creatina-quinase total e fração MB, troponina T e I, mioglobina, lactato desidrogenase, alanina amino
transferase.
E) creatina-quinase total e fração MB, troponina T e I, mioglobina, aspartato amino transferase.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Alanina aminotransferase não é utilizada no diagnóstico do IAM.

A alternativa B está incorreta. Mesma justificativa da alternativa anterior, alanina aminotransferase não é
utilizada no diagnóstico do IAM.

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A alternativa C está incorreta. Apesar de todos os itens listados serem marcadores de lesão miocárdica, a
alternativa esqueceu de mencionar a mioglobina, que é um dos marcadores mais importantes do IAM. Se
não tivéssemos outra alternativa mais completa, esta poderia ser o gabarito, mas lembrem-se, temos que
optar pela opção "mais correta".

A alternativa D está incorreta. Mais uma vez, alanina aminotransferase não é utilizada no diagnóstico do
IAM. Ao repetir essa opção, a banca está claramente tentando gerar uma confusão entre AST e ALT.
Cuidado!

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Essa alternativa deixou de mencionar a lactato
desidrogenase, porém este é o marcador mais inespecífico. Todos os marcadores essenciais para o
diagnóstico do IAM foram mencionados.

53. (CESPE - FUB - 2014 - adaptada) Com relação aos hormônios, julgue os itens a seguir.

( ) No hipotireoidismo, a concentração de T3 e T4 apresenta valores elevados, ao passo que no


hipertireoidismo esses valores aparecem baixos.

( ) Nas mulheres, o hormônio LH promove a maturação do folículo germinativo e induz a secreção


de estrogênio, o que permite o amadurecimento do óvulo; o hormônio FSH, por sua vez, induz a
maturação e a eliminação desses óvulos.

( ) Ensaios automatizados são utilizados para quantificar separadamente os hormônios T3 e T4,


uma vez que nesses ensaios os anticorpos são altamente específicos e raramente ocorrem reações
cruzadas entre esses hormônios.

A sequência correta é:
A) F-F-F.
B) F-F-V.
C) F-V-V.
D) V-V-V.
E) F-V-F.

Comentários:

Vamos analisar cada afirmativa

(F) No hipotireoidismo, a concentração de T3 e T4 apresenta valores elevados, ao passo que no


hipertireoidismo esses valores aparecem baixos.

Essa afirmativa é falsa porque inverteu as definições, a concentração de T3 e T4 é baixa no hipotireoidismo


e alta no hipertireoidismo.

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(F) Nas mulheres, o hormônio LH promove a maturação do folículo germinativo e induz a secreção de
estrogênio, o que permite o amadurecimento do óvulo; o hormônio FSH, por sua vez, induz a
maturação e a eliminação desses óvulos.

A afirmativa confundiu as funções dos hormônios. O FSH causa crescimento de folículos nos ovários e o LH
estimula a ovulação, a formação de corpo lúteo e a síntese de estrogênio e progesterona nos ovários.

(V) Ensaios automatizados são utilizados para quantificar separadamente os hormônios T3 e T4, uma
vez que nesses ensaios os anticorpos são altamente específicos e raramente ocorrem reações cruzadas
entre esses hormônios.

Conforme estudamos, os hormônios são quantificados por imunoensaios, cujas reações se baseiam na
especificidade entre antígeno e anticorpo. Por este motivo, é possível determinar as concentrações dos
hormônios T3 e T4 separadamente.

A sequência correta é F-F-V.

Gabarito: alternativa B.

54. (CESPE - INCA - 2010 - adaptada) A respeito do equilíbrio hidroeletrolítico, julgue os seguintes
itens.

( ) Em um adulto sadio, a maior parte do volume de líquidos corporais encontra-se no componente


intracelular.

( ) Tanto o hormônio antidiurético quanto a aldosterona promovem a retenção de água no


organismo.

( ) A reabsorção de sódio filtrado ocorre principalmente nos túbulos renais.


A) V-F-F.
B) V-V-F.
C) V-V-V.
D) V-F-V.
E) F-V-V.

Comentários:

Vamos analisar cada afirmativa:

(V) Em um adulto sadio, a maior parte do volume de líquidos corporais encontra-se no componente
intracelular.

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Correto, cerca de dois terços da água corporal total dos seres humanos é mantida nas células (líquido
intracelular - LIC), principalmente no citosol, e o restante é encontrado no compartimento extracelular
(líquido extracelular - LEC).

(V) Tanto o hormônio antidiurético quanto a aldosterona promovem a retenção de água no organismo.

O hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina aumenta a reabsorção de água pelos rins e causa
vasoconstrição e aumento da pressão arterial. A aldosterona aumenta a reabsorção de sódio renal, a
secreção de potássio e a secreção do íon hidrogênio. A reabsorção de sódio favorece a retenção hídrica.

(V) A reabsorção de sódio filtrado ocorre principalmente nos túbulos renais.

Correto. A reabsorção deste íon acontece nos túbulos renais.

A sequência correta é V-V-V.

Gabarito: alternativa C.

55. (CESPE - INCA - 2010) Considere uma situação em que um indivíduo apresenta uma anomalia
genética que reduz a atividade da enzima glicuronil transferase para cerca de 10% de sua atividade
normal. Em relação aos achados laboratoriais esperados nessa situação, julgue os itens a seguir.

( ) Espera-se encontrar níveis de bilirrubina conjugada elevados.

( ) A exposição desse indivíduo à luz pode melhorar seu quadro clínico por converter alguns
compostos à sua forma isomérica cis, mais hidrossolúvel.

( ) A anomalia em questão tem como consequência o impedimento da entrada de bilirrubina nos


hepatócitos.
A) F-V-V.
B) V-F-F.
C) F-F-V.
D) F-V-F.
E) F-F-F.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das afirmativas:

(F) Espera-se encontrar níveis de bilirrubina conjugada elevados.

Se o indivíduo possui uma anomalia genética que reduz a atividade da enzima glicuronil transferase, então
o processo de conjugação de bilirrubina acontecerá de forma mais lenta. Logo, os níveis de bilirrubina
indireta (não conjugada) estarão elevados.
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(V) A exposição desse indivíduo à luz pode melhorar seu quadro clínico por converter alguns compostos
à sua forma isomérica cis, mais hidrossolúvel.

A bilirrubina é fotossensível, logo a exposição à luz pode melhorar o quadro clínico de icterícia.

(F) A anomalia em questão tem como consequência o impedimento da entrada de bilirrubina nos
hepatócitos.

A anomalia não impede a entrada da bilirrubina nos hepatócitos, mas prejudica o processo de conjugação
que ocorre no interior dessas células.

A sequência correta é F-V-F.

Gabarito: alternativa D.

56. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2016) A exposição das amostras biológicas à luz pode influenciar a
dosagem de alguns parâmetros causando resultado falso-negativo. Quais dos analitos abaixo
devem ser coletados e preservados em abrigo à luz?
A) Sódio e Potássio.
B) Cálcio e Fósforo.
C) Creatinina e Ureia.
D) Bilirrubina e Betacaroteno.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Sódio e potássio são eletrólitos, não sofrem interferência por exposição à
luz.

A alternativa B está incorreta. Cálcio e fósforo também são eletrólitos, não sofrem interferência por
exposição à luz.

A alternativa C está incorreta. Creatinina e ureia são metabólitos nitrogenados não proteicos. A exposição
à luz não interfere na dosagem desses analitos.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Não estudamos betacaroteno, mas sabemos que a
bilirrubina é extremamente fotossensível e esta é a única alternativa na qual ela aparece.

57. (Prefeitura de Fortaleza - CE - 2016) Todas as amostras devem ser coletadas, rotuladas,
transportadas de acordo com os procedimentos estabelecidos. Se o exame a ser realizado for Cálcio
Sérico, marque a opção que apresenta um motivo para rejeição da amostra.
A) Amostra coletada com EDTA.
B) Amostra coletada sem anticoagulante.
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C) Amostra coletada exposta à luz.


D) Amostra coletada sem uso do garrote.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As amostras indicadas para a dosagem de cálcio são
soro, plasma heparinizado ou urina. No caso do plasma, o uso de anticoagulantes quelantes de cálcio (EDTA,
oxalato, fluoreto, citrato) interferem, fornecendo resultados falsamente diminuídos, porque formam
complexos estáveis com o cálcio.

A alternativa B está incorreta. Não há problemas em se coletar amostra sem anticoagulante, visto que o
soro é uma amostra adequada para a dosagem de cálcio.

A alternativa C está incorreta. A exposição à luz não interfere na estabilidade do analito.

A alternativa D está incorreta. O uso de garrote, desde que realizado adequadamente (até 1 minuto), não
interfere no resultado da dosagem de cálcio. Mas caso a amostra seja coletada sem o uso do garrote, isso
não é um motivo para que ela seja rejeitada.

58. (CCV-UFC - 2015) Os principais biomarcadores de dano cardíaco utilizados na clínica médica são:
A) Gama GT; AST e ALT.
B) Troponina; CK e CK-MB.
C) Homocisteina, Gama-GT e AST.
D) ALT; Troponina e Fosfatase alcalina.
E) Fosfatase alcalina, Gama-GT e LDH.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Gama-GT e ALT são marcadores de lesão hepática, não têm aplicação no
diagnóstico de lesões cardíacas.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Troponina, CK total e CK-MB estão entre os principais
marcadores de lesão cardíaca, sendo empregados na prática clínica no diagnóstico do infarto agudo do
miocárdio.

A alternativa C está incorreta. Gama-GT e marcador de lesão hepática. Níveis elevados de homocisteína
são sugestivos de risco de aterosclerose e trombose, contudo este marcador não está entre os utilizados na
investigação de lesão cardíaca.

A alternativa D está incorreta. ALT é marcador de lesão hepática. Fosfatase alcalina é indicador de
colestase ou remodelação óssea.

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A alternativa E está incorreta. Fosfatase alcalina é indicador de colestase ou remodelação óssea. Gama-GT
e marcador de lesão hepática. LDH é um marcador inespecífico de dano celular, podendo também ser
utilizado como auxiliar no diagnóstico do IAM.

59. (CCV-UFC - 2015) A dosagem que não deve ser realizada, em hipótese alguma, em soro com
hemólise é a:
A) dosagem de ureia.
B) dosagem de sódio.
C) dosagem de creatinina.
D) dosagem sérica potássio.
E) dosagem sérica de cálcio.

Comentários:

A hemólise é um interferente para virtualmente qualquer exame que seja realizado por metodologia
fotométrica. Contudo, entre as alternativas listadas, o analito que sofre maior interferência da hemólise é o
potássio sérico, uma vez que o potássio é o principal cátion intracelular e em casos de hemólise ocorre sua
liberação para o soro, levando a resultados falsamente elevados.

Gabarito: alternativa D.

60. (COSEAC - UFF - 2014) Para a realização dos exames laboratoriais os cuidados pré-analíticos devem
ser rigorosamente observados, evitando assim a incidência de não conformidades. A amostra
deverá ser conservada ao abrigo da luz na coleta para:
A) colesterol total e frações.
B) cálcio iônico.
C) glicemia média estimada.
D) bilirrubina total e frações.
E) proteínas totais e frações.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. A exposição à luz não interfere nas dosagens de colesterol e frações.

A alternativa B está incorreta. O cálcio iônico não sofre interferência da exposição à luz.

A alternativa C está incorreta. O exame de glicemia não sofre interferência da exposição à luz.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A bilirrubina é um analito extremamente


fotossensível, o que significa que a exposição à luz causa degradação deste analito. Desta forma, amostras

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que serão destinadas à dosagem de bilirrubinas devem ser armazenadas ao abrigo da luz até o momento da
análise.

A alternativa E está incorreta. A exposição à luz não interfere na dosagem de proteínas.

61. (PR-4 UFRJ - 2012) Na alcalose respiratória, podemos identificar como alteração primária:
A) PCO2 diminuída;
B) PCO2 aumentada;
C) HCO3 aumentado;
D) HCO3 diminuído;
E) HCO3 normal com PCO2 aumentada.

Comentários:

Na alcalose respiratória ocorre aumento do pH para valores acima de 7,45, tendo como causa primária a
diminuição de PCO2 para valores inferiores a 35 mmHg.

Gabarito: alternativa A.

62. (FCC/CL-DF – 2018 - adaptada) Um paciente de trinta e cinco anos apresentou-se em laboratório de
análises clínicas portando solicitação médica para a realização de diversos exames, tais como EAS,
dosagem sérica de sódio, potássio, ureia e creatinina, dosagem de albumina sérica e dosagem de
aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) e o técnico do laboratório
procedeu a coleta do material necessário.

Considerando a situação hipotética acima, julgue os itens a seguir.

( ) Com exceção do EAS, todos os exames solicitados podem ser corretamente realizados a partir
de uma única punção venosa, que geralmente é realizada em veias da fossa antecubital.

( ) A exatidão de um ensaio bioquímico para dosagem de ALT refere-se à capacidade desse teste
em determinar o valor real da concentração da enzima, não tendo relação direta com o grau de
variação de resultados entre diferentes medidas da mesma amostra.

( ) A precisão de um ensaio bioquímico para dosagem de AST refere-se ao menor valor que o ensaio
consegue detectar de forma confiável, com sinal acima do ruído.

( ) Um dos métodos para a dosagem de AST e ALT envolve a realização de reações de óxido-
redução, com a dosagem da forma reduzida de nicotinamida adenina dinucleotídeo.

( ) Alguns dos exames solicitados podem ser realizados em um espectrofotômetro, equipamento


que apresenta, entre seus componentes, uma fonte de energia radiante, um seletor de
comprimento de onda e um fotodetector.
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A) F-V-F-V-V.
B) V-F-F-V-V.
C) V-V-F-F-V.
D) V-V-F-V-F.
E) V-V-F-V-V.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das afirmativas:

(V) Com exceção do EAS, todos os exames solicitados podem ser corretamente realizados a partir de
uma única punção venosa, que geralmente é realizada em veias da fossa antecubital.

Todos os exames, com exceção do EAS (exame de urina rotina), podem ser realizados a partir de uma
amostra de sangue venoso. As melhores veias para coleta de sangue estão localizadas na fossa antecubital.

(V) A exatidão de um ensaio bioquímico para dosagem de ALT refere-se à capacidade desse teste em
determinar o valor real da concentração da enzima, não tendo relação direta com o grau de variação de
resultados entre diferentes medidas da mesma amostra.

Exatidão se refere a quanto um resultado se aproxima da realidade. O grau de variação de resultados se


relaciona com o conceito de precisão.

(F) A precisão de um ensaio bioquímico para dosagem de AST refere-se ao menor valor que o ensaio
consegue detectar de forma confiável, com sinal acima do ruído.

A sensibilidade analítica de um ensaio bioquímico refere-se ao menor valor que o ensaio consegue detectar
de forma confiável. A precisão refere-se ao grau de variação entre os resultados (reprodutibilidade).

(V) Um dos métodos para a dosagem de AST e ALT envolve a realização de reações de óxido-redução,
com a dosagem da forma reduzida de nicotinamida adenina dinucleotídeo.

Nos métodos de dosagem das enzimas AST e ALT, a coenzima NADH é oxidada a NAD + e a redução da
absorvância em 340 nm (quando NADH se transforma em NAD+) é proporcional à atividade enzimática.

(V) Alguns dos exames solicitados podem ser realizados em um espectrofotômetro, equipamento que
apresenta, entre seus componentes, uma fonte de energia radiante, um seletor de comprimento de
onda e um fotodetector.

De fato, a maioria dos exames solicitados pode ser realizado em espectrofotômetro, pois existe métodos
colorimétricos e/ou espectrofotométricos padronizados para determinação dos seus analitos.

A sequência correta é V-V-F-V-V.

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Gabarito: alternativa E.

63. (CESPE - INCA - 2010 - adaptada) No que se refere aos aspectos relacionados aos grupos de
biomoléculas abordados em análises clínicas, julgue os itens subsequentes.

( ) Enzimas, como a aspartato aminotransferase, são proteínas que apresentam atividade catalítica.

( ) Proteínas são biopolímeros compostos por nucleotídeos, como a adenina e a guanina.

( ) Alguns hormônios, como o cortisol, apresentam baixa solubilidade em solventes aquosos.


A) V-V-V.
B) F-F-V.
C) V-F-V.
D) V-F-F.
E) V-V-F.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das alternativas:

(V) Enzimas, como a aspartato aminotransferase, são proteínas que apresentam atividade catalítica.

Correto. A AST catalisa a transferência do grupo amina do aspartato para o cetoglutarato.

(F) Proteínas são biopolímeros compostos por nucleotídeos, como a adenina e a guanina.

Errado! Proteínas são biopolímeros compostos por aminoácidos. Polímeros de nucleotídeos formam o
DNA e o RNA.

(V) Alguns hormônios, como o cortisol, apresentam baixa solubilidade em solventes aquosos.

Correto. Cortisol é um hormônio esteroide (apolar) solúvel em solventes orgânicos como o etanol, porém
pouco solúvel em água.

A sequência correta é V-F-V.

Gabarito: alternativa C.

64. (CESPE - INCA - 2010 - adaptada) Considerando aspectos pré-analíticos de preparo, coleta e
transporte de material para análises clínicas, julgue os itens a seguir.

( ) A prática de exercícios físicos pouco tempo antes da coleta pode aumentar as concentrações de
alanina e de lactato circulantes no organismo do paciente.

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( ) A coleta de amostras para dosagens de cortisol, aldosterona e insulina deve ser feita em horário
padronizado, pois esses compostos apresentam variações circadianas.

( ) As artérias radial, braquial e femural são locais adequados para a coleta de sangue arterial para
análises de gasimetria.

( ) O sangue coletado para dosagem de cálcio deve ser armazenado em tubo contendo EDTA como
anticoagulante.
A) V-V-V-V.
B) F-V-V-F.
C) V-F-V-F.
D) V-V-F-F.
E) V-V-V-F.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das afirmativas:

(V) A prática de exercícios físicos pouco tempo antes da coleta pode aumentar as concentrações de
alanina e de lactato circulantes no organismo do paciente.

Alanina e lactato podem ser liberados para o plasma após um estímulo como atividade física e desencadear
resultados falsamente elevados para estes analitos.

(V) A coleta de amostras para dosagens de cortisol, aldosterona e insulina deve ser feita em horário
padronizado, pois esses compostos apresentam variações circadianas.

Muitos hormônios apresentam variações circadianas em seus níveis, por este motivo os laboratórios
padronizam um horário para coleta de amostras para dosagem destes analitos, geralmente pela manhã,
salvo recomendação médica em contrário.

(V) As artérias radial, braquial e femural são locais adequados para a coleta de sangue arterial para
análises de gasimetria.

Correto. As artérias citadas podem ser puncionadas para coleta de sangue arterial para realização de exame
de gasometria.

(F) O sangue coletado para dosagem de cálcio deve ser armazenado em tubo contendo EDTA como
anticoagulante.

As amostras indicadas para a dosagem de cálcio são soro, plasma heparinizado ou urina. No caso do plasma,
o uso de anticoagulantes quelantes de cálcio (EDTA, oxalato, fluoreto, citrato) interferem, fornecendo
resultados falsamente diminuídos, porque formam complexos estáveis com o cálcio.

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A sequência correta é V-V-V-F.

GABARITO: alternativa E.

65. (IBFC - EBSERH - 2016) O resultado do exame hormonal de uma mulher de 39 anos revelou
hormônio tireoestimulante indetectável e tiroxina livre aumentada. Este perfil indica:
A) Hipotireoidismo
B) Hipertireoidismo
C) Hiperparatireoidismo
D) Hipoparatireoidismo
E) Hipocortisolismo.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Em caso de hipotireoidismo, os níveis do hormônio tireoestimulante estão


aumentados e os níveis de tiroxina estão geralmente diminuídos. Em alguns casos, os níveis de tiroxina
podem estar normais porque o aumento de TSH pode hiperestimular a glândula e conseguir manter um
valor normal de tiroxina em fases iniciais do hipotireoidismo.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. No hipertireoidismo ocorre uma produção


exacerbada de tiroxina pela glândula tireoide. Pelo mecanismo de retroalimentação negativa, a síntese de
hormônio tireoestimulante é inibida e seus níveis ficam diminuídos.

A alternativa C está incorreta. O exame utilizado para detectar distúrbios na paratireoide


(hiperparatireoidismo e hipoparatireoidismo) é a dosagem do paratormônio. Alterações nos níveis de
hormônio tireoestimulante e de tiroxina livre se correlacionam com distúrbios da tireoide.

A alternativa D está incorreta. Mesma justificativa da alternativa anterior.

A alternativa E está incorreta. O hipocortisolismo se caracteriza por reduções no nível do hormônio cortisol.
Alterações nos níveis de hormônio tireoestimulante e de tiroxina livre se correlacionam com distúrbios da
tireoide.

66. (IADES - SES-DF - 2014) Qual é o principal hormônio dosado nos diferentes testes de gravidez?
A) Testosterona.
B) Calcitonina.
C) Paratormônio.
D) Gonadotrofina coriônica humana.
E) Eritropoietina.

Comentários:
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A alternativa A está incorreta. Os níveis de testosteronas não têm aplicação nos testes de detecção de
gravidez.

A alternativa B está incorreta. A calcitonina é um hormônio que atua no controle da quantidade de cálcio
no sangue. Não é utilizada em testes para detecção de gravidez.

A alternativa C está incorreta. O paratormônio é um hormônio que regula o cálcio sérico através de seus
efeitos nos ossos, rins e intestino. Não é utilizado nos testes de detecção de gravidez.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é um


hormônio que é secretado durante o período gestacional e é, portanto, utilizado nos testes para detecção
de gravidez.

A alternativa E está incorreta. A eritropoietina é um hormônio cuja função é estimular a eritropoiese


(produção de hemácias pela medula óssea). Não tem aplicação na detecção da gravidez.

67. (FUNRIO - SESAU-RO - 2017) As enzimas são catalisadores proteicos responsáveis pela maioria das
reações químicas do organismo. Estados patológicos podem ser identificados pelo significativo
aumento da concentração de certas enzimas no soro. Assinale a alternativa que NÃO representa
uma enzima:
A) fosfatase alcalina.
B) amilase.
C) lipase.
D) colesterol LDL.
E) lactato desidrogenase.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. A fosfatase alcalina é uma das enzimas utilizadas na avaliação da função
hepática.

A alternativa B está incorreta. A amilase é uma enzima que se relaciona com a função pancreática.

A alternativa C está incorreta. A lipase também é uma enzima relacionada à função pancreática.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O colesterol LDL não é uma enzima, mas uma
lipoproteína.

A alternativa E está incorreta. A lactato desidrogenase é uma enzima que funciona como marcadora de
dano celular. Por se encontrar em vários tipos celulares, apresenta baixa especificidade.

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68. (INSTITUTO AOCP - 2017 - EBSERH) Quais exames listados a seguir podem ser considerados como
uma avaliação de função hepática?
A) LDH, CPK, AST, ALT e albumina.
B) PCR, VHS, LDH, TAP, Gama GT, Sódio e Potássio.
C) AST, ALT, Gama GT, Bilirrubinas, FAL e Eletroforese de proteínas.
D) Albumina, LDH, CPK, CKMB, FOA, TAP e glicose.
E) Sódio, Potássio, Ureia, Creatinina, TAP, Bilirrubinas e Fosfatase Alcalina.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. AST e ALT são marcadores de função hepática, mas os outros exames não
são. LDH é marcadora inespecífica de dano celular. CPK é marcadora de traumas musculares, infarto agudo
do miocárdio e falência renal aguda. Níveis alterados de albumina estão presentes em casos de lesão
hepática, mas este não é um marcador específico.

A alternativa B está incorreta. Esta alternativa só apresenta um dos principais marcadores de função
hepática, Gama-GT, não menciona vários outros importantes, como a AST, ALT, FAL e bilirrubinas. Sódio e
potássio não são marcadores de função hepática, assim como os outros exames citados, com exceção da
Gama-GT. PCR e VHS são exames inespecíficos indicadores de inflamação. LDH é marcador inespecífico de
dano celular. TAP avalia a coagulação sanguínea.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os principais exames avaliadores para a função
hepática são as dosagens das transaminases (AST e ALT) e dos indicadores de colestase (GGT e FAL). A
bilirrubina também é importante na avaliação da função hepática e a eletroforese de proteínas pode
apresentar alterações em casos de lesão hepática.

A alternativa D está incorreta. Esta alternativa não contém nenhum dos principais exames marcadores de
função hepática (AST, ALT, GGT, FAL e bilirrubinas).

A alternativa E está incorreta. Sódio e potássio não são marcadores de função hepática. Ureia e creatinina
são marcadores de função renal. TAP é um exame que avalia a coagulação sanguínea.

69. (INSTITUTO AOCP - UFGD - 2014) Homem de 56 anos, etilista há 10 anos, chega ao hospital com
vômito, dor epigástrica, perda de peso, febre e desconforto abdominal ao ingerir alimentos. Devido
à alta ingestão alcoólica, o médico suspeitou de cirrose e solicitou prova de função hepática.
Assinale a alternativa que aponta os exames realizados neste caso.
A) Dosagem de Glicose, Amilase, LDH, Bilirrubinas e CK.
B) Dosagem de Transaminases, LDH, Bilirrubinas e Troponina
C) Dosagem de Amilase, CK, CK – MB, Bilirrubinas e Troponina.
D) Dosagem de transaminases, Bilirrubinas, Fosfatase alcalina e Gama – GT

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E) Dosagem de Fosfatase alcalina, CK, CK – MB e Glicose.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Glicose não é marcador de lesão hepática. Amilase é marcador de lesão
pancreática. LDH é marcador inespecífico de dano celular. CK é marcador de lesão muscular, cardíaca e
renal.

A alternativa B está incorreta. LDH é marcadora inespecífica de dano celular. Troponina é utilizada no
auxílio do diagnóstico de infarto agudo do miocárdio.

A alternativa C está incorreta. Amilase é marcador de função pancreática. CK e CK-MB são marcadores de
lesão muscular, cardíaca e renal. Troponina é utilizada no auxílio do diagnóstico de infarto agudo do
miocárdio.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Os marcadores de função hepática são as


transaminases (AST e ALT), fosfatase alcalina, gama-GT e bilirrubinas. Exatamente o que está nesta
alternativa.

A alternativa E está incorreta. CK e CK-MB são marcadores de lesão muscular, cardíaca e renal. Dosagem
de glicose não funciona como marcador de função hepática.

70. (IBFC - EBSERH - 2013) A acidose metabólica é um dos transtornos do equilíbrio ácido-base mais
frequente e se caracteriza por:
A) aumento do bicarbonato plasmático e do pH.
B) redução do bicarbonato plasmático e do pH.
C) redução do bicarbonato plasmático e aumento do pH.
D) aumento do bicarbonato plasmático e redução do pH.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Aumento do bicarbonato plasmático e do pH caracteriza um quadro de


alcalose metabólica.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A acidose metabólica se caracteriza por diminuição
do pH e das concentrações de bicarbonato, com diminuição da pCO2 como mecanismo de compensação.

A alternativa C está incorreta. Redução do bicarbonato com aumento do pH é provavelmente um quadro


de alcalose respiratória. Nestes casos o bicarbonato diminui como mecanismo de compensação.

A alternativa D está incorreta. Aumento do bicarbonato com redução do pH é provavelmente um quadro


de acidose respiratória. Nestes casos o bicarbonato se eleva como mecanismo de compensação.

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71. (INSTITUTO AOCP - UFC - 2014) Sobre o equilíbrio ácido-base, é correto afirmar que
A) o mecanismo respiratório para regular o equilíbrio ácido-base é muito lento, demorando horas para
iniciar sua correção, sendo este pouco eficiente.
B) somente o mecanismo metabólico pode produzir uma acidose.
C) se uma acidose, onde o pH é inferior a 7,35, estiver acompanhada de uma PaCO 2 superior a 45 mmHg,
estaremos diante de uma acidose respiratória.
D) a elevação do bicarbonato no sangue causa acidose ou neutraliza uma alcalose.
E) quando a acidose ocorre com a PaCO2 normal e o bicarbonato baixo, estamos diante de uma acidose
respiratória.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. O mecanismo respiratório é mais rápido que o mecanismo metabólico e,
consequentemente, eficiente para realizar a correção de distúrbios de origem metabólica.

A alternativa B está incorreta. O mecanismo respiratório também é capaz de produzir uma acidose através
da hipoventilação e consequente aumento de pCO2.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Valores elevados de pCO2 combinados com baixos
valores de pH indicam uma acidose respiratória. Como compensação, ocorre um aumento de bicarbonato.

A alternativa D está incorreta. A elevação do bicarbonato no sangue causa alcalose ou neutraliza uma
acidose.

A alternativa E está incorreta. Quando a acidose ocorre com a PaCO2 normal e o bicarbonato baixo,
estamos diante de uma acidose metabólica sem mecanismo de compensação respiratório.

72. (IBFC - EBSERH - 2016) O pH sanguíneo tem como valor normal de 7,35 a 7,45, sendo regulado
constantemente. Durante o exercício físico vigoroso, a respiração aumenta e a concentração do
dióxido de carbono diminui. Diante desta situação o pH do sangue:
A) Aumenta.
B) Diminui.
C) Não se altera.
D) Torna-se extremamente ácido.
E) Torna-se extremamente básico.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Quando a respiração aumenta, os níveis de CO2
diminuem, logo o pH aumenta. É um caso de alcalose respiratória.

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A alternativa B está incorreta O pH diminuiria se fosse uma hipoventilação, porque aumentariam os níveis
de CO2. Logo, alternativa errada.

A alternativa C está incorreta. Em casos de hiperventilação o pH aumenta, é uma alcalose respiratória.

A alternativa D está incorreta. Não se pode falar que o pH do sangue se torna extremamente ácido, pois
níveis extremamente baixos de pH são incompatíveis com a vida.

A alternativa E está incorreta. Não se pode falar que o pH do sangue se torna extremamente básico, pois
níveis extremamente altos de pH são incompatíveis com a vida.

73. (CESPE - EBSERH – 2018 - adaptada) Acerca da importância das técnicas bioquímicas nas análises
clínicas, julgue os itens seguintes.

I. Uma diminuição nos níveis da enzima creatina fosfoquinase (CPK) no plasma sanguíneo pode ser
indício de um infarto do miocárdio.

II. A atividade de enzimas que utilizam ou produzem NADH pode ser determinada diretamente com
o uso de métodos espectrofotométricos.

Está(ão) correta(s):
A) I e II.
B) Apenas I.
C) Apenas II.
D) As duas afirmativas estão erradas.

Comentários:

Vamos analisar as duas afirmativas separadamente:

I: errada. Um aumento nos níveis da enzima creatina fosfoquinase (CPK) no plasma sanguíneo pode ser
indício de um infarto do miocárdio.

II: certa. Como exemplo, temos as reações de determinação das atividades de AST, ALT, LDH e CK.

Gabarito: alternativa C.

74. (IBADE - Pref. Ji-Paraná/RO – 2018) Em relação ao exames laboratoriais realizados que refletem o
sistema hepatobiliar, as enzimas a seguir consideradas como indicadoras de lesão de parênquima
hepático são:
A) fosfatase alcalina e aspartato aminotransferase.
B) fosfatase alcalina e alanina aminotransferase.

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C) fosfatase alcalina e gama glutamil transferase.


D) alanina aminotransferase e aspartato aminotransferase.
E) fosfatase alcalina e albumina.

Comentários:

A fosfatase alcalina e a gama glutamil transferase estão mais relacionadas com a redução do fluxo biliar
(colestase). As transaminases (aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase) são indicadoras de
lesão diretamente no parênquima hepático.

Gabarito: alternativa D.

75. (MACHADO DE ASSIS - Pref. Caxias/MA – 2018) A partir de qual estrutura química é realizada a
formação da molécula do hormônio tireoidiano tiroxina (T4)?
A) Tiamina.
B) Tiramina.
C) Tirosina.
D) Triptofano.

Comentários:

Conforme estudamos no tópico de endocrinologia, os hormônios secretados pela tireoide (tiroxina e tri-
iodotironina) são derivados do aminoácido tirosina.

Gabarito: alternativa C.

76. (MACHADO DE ASSIS - Pref. Caxias/MA – 2018) No método utilizado para dosagem de fosfatase
alcalina, a substância que desenvolve a cor azul que é diretamente proporcional à atividade
enzimática é:
A) Fosfato inorgânico.
B) Íons magnésio.
C) Timolftaleína monofosfato.
D) Timolftaleína.

Comentários:

A atividade da fosfatase alcalina pode ser determinada por metodologia cinético-colorimétrica (Roy
modificado), com o seguinte fundamento:

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" A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a timolftaleína monofosfato liberando timolftaleína, que tem cor
azul em meio alcalino. A cor formada, diretamente proporcional à atividade enzimática, é medida em 590
nm."

Logo, a substância que desenvolve a cor azul que é diretamente proporcional à atividade da fosfatase
alcalina é timolftaleína.

Gabarito: alternativa D.

77. (Gestão de Concursos - Pref. Pará de Minas/MG – 2018) Sobre a avaliação de doenças relacionadas
à tireoide, assinale a alternativa CORRETA.
A) Níveis de T4 estão diminuídos no hipertireoidismo e na resistência ao hormônio tireoidiano.
B) O TSH é uma glicoproteína secretada pela adeno-hipófise, tendo como principal efeito o de inibir a
tireoide de liberar T3 e T4.
C) O TSH é importante no diagnóstico de hipotireoidismo primário, sendo o primeiro hormônio a se alterar.
D) A concentração de T4 total está aumentada no hipotireoidismo.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Níveis de T4 estão aumentados no hipertireoidismo e na resistência ao


hormônio tireoidiano.

A alternativa B está incorreta. O TSH é um hormônio peptídeo secretado pela adeno-hipófise (outro nome
para hipófise anterior), e seu principal efeito é o de estimular a tireoide de liberar T3 e T4, e não inibir.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Em fases iniciais dos distúrbios da tireoide
(hipotireoidismo e hipertireoidismo) o TSH se altera tentando compensar a disfunção tireoidiana e manter
os níveis de T3 e T4 normais, por isso ele é o primeiro hormônio a se alterar.

A alternativa D está incorreta. A concentração de T4 total está diminuída no hipotireoidismo e


aumentada no hipertireoidismo.

78. (Fundação Aroeira - Pref. Palminópolis/GO – 2018) A pancreatite aguda é uma inflamação
pancreática que pode determinar síndrome de resposta inflamatória sistêmica acarretando
significativa morbidade e mortalidade dos pacientes. Colelitíase e etilismo são as causas mais
frequentes. As enzimas utilizadas para avaliação laboratorial pancreática e que, frequentemente,
se encontram aumentadas na pancreatite aguda primária são:
A) Aspartato aminotransaminase e colinesterase.
B) Creatinoquinase e Lactato desidrogenase.
C) Fosfatase alcalina e gama-Glutamil transferase.
D) Amilase e Lipase.
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Comentários:

A alternativa A está incorreta. Aspartato aminotransaminase é marcadora de lesão hepática. A


colinesterase é uma enzima que degrada a acetilcolina com o objetivo de controlar os impulsos elétricos nos
músculos.

A alternativa B está incorreta. Creatinoquinase é marcador de lesão muscular esquelética e cardíaca.


Lactato desidrogenase é um marcador inespecífico de lesão celular.

A alternativa C está incorreta. Fosfatase alcalina e gama-glugtamil transferase são marcadores de


colestase.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Amilase e lipase são as duas enzimas utilizadas para
avaliar lesão pancreática.

79. (IBFC - Pref. Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019) A icterícia, resultante da hiperbilirrubinemia, é o
sinal mais precoce de uma série de patologias hepáticas e biliares. A esse respeito, assinale a
alternativa incorreta.
A) A icterícia pré-hepática resulta da presença excessiva de bilirrubina não-conjugada (indireta) no sangue
circulante
B) A icterícia de origem hemolítica ocorre por aumento da concentração de bilirrubina indireta no sangue,
decorrente de doenças que aumentam excessivamente a destruição de hemácias
C) Em casos de hiperbilirrubinemia predominantemente não-conjugada, a bilirrubina indireta também pode
ser detectada na urina
D) Em níveis elevados, a bilirrubina indireta tende a se depositar no tecido nervoso, levando ao risco de lesão
neurológica, provocando a síndrome de Kernicterus (do alemão: amarelo nuclear)

Comentários:

A alternativa A está correta. A icterícia pré-hepática é decorrência do aumento dos níveis de bilirrubina
indireta (não conjugada) acima da capacidade que o fígado consegue conjugar.

A alternativa B está correta. A hemólise (destruição de hemácias) leva ao aumento da bilirrubina indireta
(não conjugada) no sangue.

A alternativa C está INCORRETA e é o gabarito da questão. Níveis de elevados de bilirrubina indireta no


sangue não refletem em aumento da bilirrubina na urina.

A alternativa D está correta. A bilirrubina indireta é lipossolúvel, por este motivo consegue ultrapassar a
barreira hematoencefálica e se depositar no tecido nervoso.

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80. (IBFC - Pref. Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019 - adaptada) Paciente do sexo masculino, 75 anos,
com enfisema pulmonar e dificuldade de respiração, deu entrada no pronto socorro. O exame de
gasometria arterial do paciente apresentou o seguinte resultado:

pH = 7,17 (valor de referência: 7,35-7,45)

CO2 = 70mmHg (valor de referência: 35-45).

O2 = 98mmHg (valor de referência: 80-108).

[HCO3-] = 25mEq/L (valor de referência: 22-26).

Quanto ao distúrbio ácido base primário observado neste paciente, assinale a alternativa correta.
A) Alcalose respiratória
B) Alcalose metabólica
C) Acidose respiratória
D) Acidose metabólica

Comentários:

O pH está baixo, o que indica uma acidose.

O CO2 está alto, o que aponta uma origem respiratória para o distúrbio.

Logo, trata-se de uma acidose respiratória.

A alternativa A está incorreta. Em uma alcalose respiratória o pH estaria elevado e o CO2 baixo.

A alternativa B está incorreta. Em uma alcalose metabólica o pH estaria elevado e o HCO3- alto.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Acidose respiratória se caracteriza por pH baixo CO2
alto.

A alternativa D está incorreta. Em uma acidose metabólica o pH estaria baixo e o HCO3- baixo.

81. (IBFC - Pref. Cabo de Santo Agostinho/PE – 2019) Analise as afirmativas abaixo e dê valores de
Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) O hormônio estimulante da tireoide (TSH) é produzido pelas células foliculares da tireoide.

( ) A dosagem dos hormônios tireoideanos auxiliam no diagnóstico de distúrbios da tireoide.

( ) Altos níveis de triidotironina (T3) e tiroxina (T4) estimulam a liberação de TSH, por feedback
positivo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
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A) V, V, V
B) V, F, F
C) F, V, V
D) F, V, F

Comentários:

Vamos analisar cada uma das afirmativas.

(F) O hormônio estimulante da tireoide (TSH) é produzido pelas células foliculares da tireoide.

Falsa. O TSH é produzido pela hipófise anterior.

(V) A dosagem dos hormônios tireoideanos auxiliam no diagnóstico de distúrbios da tireoide.

Verdadeira. O diagnóstico dos distúrbios da tireoide é realizado a partir da dosagem dos hormônios
tireoidianos.

(F) Altos níveis de triidotironina (T3) e tiroxina (T4) estimulam a liberação de TSH, por feedback
positivo.

Falsa. Altos níveis de triidotironina (T3) e tiroxina (T4) inibem a liberação de TSH, por feedback negativo.

A sequência correta é F, V, F.

Gabarito: alternativa D.

82. (IDHTEC - Pref. Maragogi/AL - 2019) Do marcador tumoral para câncer de mama, o CA 15-3, são
causas de um resultado falso positivo, EXCETO:
A) Hepatite crônica
B) Colitesarcoidose
C) Tuberculose
D) Lupus eritematoso sistêmico
E) Pancreatite

Comentários:

Conforme estudamos, os níveis de CA 15-3 se encontram elevados em cistos ovarianos benignos, doença
benigna da mama, doença hepática benigna, cirrose, tuberculose, sarcoidose e lúpus. A pancreatite não
constitui uma causa para aumento deste marcador.

Gabarito: alternativa E.
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83. (Fundação Aroeira - Pref. Taquaral de Goiás/GO – 2019) A doença isquêmica do coração representa
uma das principais causas de óbito em homens e mulheres acima de trinta anos de idade. O
diagnóstico é feito com base no quadro clínico, nas alterações eletrocardiográficas e na elevação
dos marcadores bioquímicos de necrose. A avaliação laboratorial baseia-se na determinação de
macromoléculas intracelulares na circulação, especialmente de proteínas e enzimas, que
extravasam das células miocárdicas fatalmente lesadas através de uma membrana sarcolemal
comprometida. As proteínas e enzimas mais utilizadas e mais específicas para o diagnóstico
laboratorial do infarto agudo do miocárdio (IAM) são:
A) Troponina C, lactato desidrogenase (LDH), creatina-quinase (CK-MM).
B) Troponina I, mioglobina, creatina-quinase (CK-MB).
C) Troponina T, creatina-quinase (CK-BB), aspartato aminotransferase (AST).
D) Tropomiosina I, mioglobina, creatina-quinase (CK-MM).

Comentários:

Conforme estudamos, os marcadores mais específicos para diagnóstico do IAM são troponina I, mioglobina
e CK-MB. CK total, LDH e AST podem ser utilizadas para reforçar o diagnóstico, mas não são específicas
para lesão do miocárdio. CK-MM e CK-BB não têm aplicação no diagnóstico do IAM.

Como a questão pediu as enzimas mais utilizadas e mais específicas, a resposta correta é "troponina I,
mioglobina, creatina-quinase (CK-MB)"

Gabarito alternativa B.

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GABARITO

1. A 29. C 57. A
2. Certo 30. B 58. B
3. Errado 31. C 59. D
4. B 32. B 60. D
5. Errado 33. A 61. A
6. Certo 34. A 62. E
7. Certo 35. B 63. C
8. Errado 36. C 64. E
9. Certo 37. A 65. B
10. Certo 38. D 66. D
11. Certo 39. E 67. D
12. Certo 40. E 68. C
13. Errado 41. A 69. D
14. D 42. A 70. B
15. B 43. E 71. C
16. C 44. A 72. A
17. D 45. D 73. C
18. A 46. A 74. D
19. D 47. A 75. C
20. D 48. A 76. D
21. D 49. A 77. C
22. D 50. B 78. D
23. D 51. A 79. C
24. A 52. E 80. C
25. E 53. B 81. D
26. A 54. C 82. E
27. D 55. D 83. B
28. D 56. D

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REFERÊNCIAS
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pesquisa. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.13 n.23; p. 2016.
CAVALCANTI, Alexandre Biasi et al. Diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. Valor da dosagem de
mioglobina sérica comparada com a creatinofosfoquinase e sua fração MB. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo,
v. 70, n. 2, p. 75-80, Feb. 1998.
CHAMPE, P. C.; HARVEY, R. A.; FERRIER D. R. Bioquímica Ilustrada. 4ª ed. Porto Alegre, Artmed, 2009.
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