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[Bioquímica Clínica
e Uroanálise]
Curso de Farmácia
2012
[Parte 1:
Uroanálise]
Bioquímica Clínica e Uroanálise – Manual de aulas práticas – Professora: Minéia Weber Blattes 1º/2012
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NOME:_______________________________________________________________
MÉDICO:_____________________________________ DATA:_________________
DADOS CLÍNICOS:______________________________________________________
Exame Físico-Químico
Cor:________________________ Aspecto:_____________________
Densidade:__________________ pH:_________________________
Proteínas:___________________ Hemoglobina:_________________
Glicose:_____________________ Corpos Cetônicos:______________
Bilirrubina:__________________ Urobilinogênio:________________
Leucócitos:__________________ Nitritos:______________________
Farmacêutico:______________________________
CRF-RS:___________________________________
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BIOQUÍMICA CLÍNICA
URINÁLISE ou UROANÁLISE
1 - Exame Físico:
Cor
Aspecto
Odor
2 - Exame Químico:
pH
Proteínas
Glicose
Corpos cetônicos
Bilirrubina
Urobilinogênio
Nitritos
Sangue (hemoglobina)
Leucócitos
Densidade
3 – Exame Microscópico:
Leucócitos
Cilindros
Hemácias
Células
Bactérias
Cristais
Outros: filamentos de muco, parasitas, espermatozoides, etc.
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Composição da Urina
Em geral, a urina é constituída por uréia e outros produtos químicos orgânicos e
inorgânicos dissolvidos na água. A urina é, normalmente, 95% de água e 5% de solutos,
apesar de que consideráveis variações nas concentrações destes solutos possam
ocorrer em razão da influência de fatores como ingestão alimentar, atividade física,
metabolismo corporal funções endócrinas e, até mesmo, a posição corporal.
A uréia, um produto residual do metabolismo do fígado a partir da degradação de
proteínas e aminoácidos, é responsável por quase metade do total de sólidos
dissolvidos na urina. Outras substâncias orgânicas incluem, principalmente, creatinina
e ácido úrico. O principal sólido inorgânico dissolvido na urina é o cloreto, seguido pelo
sódio e pelo potássio. Pequena quantidade ou vestígios de muitos outros produtos
químicos inorgânicos também está presente na urina. A ingestão dietética influencia,
significativamente nas concentrações desses compostos inorgânicos, o que torna difícil
estabelecer níveis normais. Outras substâncias encontradas na urina incluem
hormônios, vitaminas e medicamentos.
Embora não seja parte do plasma filtrado original, a urina também pode conter
elementos formados, como células, cilindros, cristais, muco e bactérias. O aumento da
quantidade desses elementos formados é, muitas vezes, indicativo de doença.
Caso seja necessário definir se determinado fluido é urina, a amostra pode ser
testada quanto ao teor de uréia e creatinina, uma vez que essas duas substâncias
estão presentes em concentrações muito superiores na urina em relação a outros
fluidos corporais, um alto teor de uréia e creatinina podem identificar um fluido como
urina.
Volume Urinário
O volume urinário depende da quantidade de água que os rins excretam. A água é
um importante constituinte corporal e, portanto, o volume excretado é, geralmente,
determinado pelo estado de hidratação do organismo. Os fatores que influenciam o
volume urinário incluem a ingestão hídrica, a perda não renal de fluido, as variações na
secreção do hormônio antidiurético e a necessidade de excretar quantidades
aumentadas de sólidos dissolvidos, como a glicose ou os sais. Tomando esses fatores
em consideração, embora a produção diária normal da urina seja, em geral, de 1.200 a
1.500 mL, um intervalo de 600 a 2.000 mL é considerado normal.
A oligúria, uma diminuição do débito urinário inferior a 1mL/kg/h em bebes,
menos de 0,5 mL/kg/h em crianças e menos de 400 mL/dia em adultos, geralmente é
vista quando o corpo entra em estado de desidratação, como resultado da excessiva
perda de água por vômitos, diarréia, suor ou queimaduras graves. A oligúria leva a
anúria, que é a cessação do fluxo de urina, pode resultar de qualquer dano grave aos
rins ou de diminuição no fluxo de sangue para os rins. Os rins excretam duas a três
vezes mais urina durante o dia do que durante a noite.
O aumento na excreção de urina noturna é denominado nictúria. A poliúria,
aumento no volume de urina diário (superior a 2,5L/dia em adultos e 2,5 a 3mL/kg/dia
em crianças) é, frequentemente, associada com diabetes mellitus e diabetes insipidus;
contudo, pode ser artificialmente induzida por diuréticos, cafeína ou álcool, os quais
suprimem a secreção do hormônio antidiurético.
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Preservação da amostra
O método de conservação mais rotineiramente utilizado é a refrigeração de 2º a
8ºC, o que diminui o crescimento bacteriano e o metabolismo. Se a urina é para ser
cultiva, deve ser refrigerada durante o transporte e ser mantida refrigerada até o
cultivo, por até 24hs.
É geralmente aceito que, após duas horas à temperatura ambiente, comecem a
ocorrer modificações na composição química e deterioração dos elementos figurados.
Bilirrubina, cetonas e urobilinogênio podem estar diminuídos. O crescimento
bacteriano reduz a glicose, aumenta o nitrito e promove mudanças no pH.
Entretanto, a refrigeração não é adequada para preservar todos os constituintes
como bilirrubina e urobilinogênio e pode induzir a precipitação de fosfatos e uratos
amorfos. Não é recomendável adicionar preservativos na amostra.
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amostras varia com a duração do teste. Os TTG’s podem incluir amostras de jejum, de
meia hora, uma hora, duas horas e três horas e, possivelmente de quatro horas, cinco
horas e seis horas. A urina é testada para glicose e as cetonas, e os resultados são
apresentados juntamente com os resultados do exame de sangue como auxilio na
interpretação da capacidade do paciente para metabolizar uma quantidade medida de
glicose e estão correlacionados com o limiar renal para a glicose.
Amostra de 24hs
Medir a quantidade de um produto químico na urina é muitas vezes necessário,
em vez de apenas relatar a sua presença ou ausência. Uma amostra cuidadosamente
cronometrada deve ser utilizada para produzir resultados quantitativos preciosos.
Cor
A cor da urina varia de quase incolor a preta. Essas variações podem decorrer
de funções metabólicas normais e atividade física, substâncias ingeridas ou condições
patológicas. Uma notável mudança na cor da urina é, muitas vezes, a razão pela qual
um paciente procura o aconselhamento médico tornando-se, então, responsabilidade
do laboratório determinar essa mudança na cor é normal ou patológica.
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Aspecto
O aspecto é um termo geral que se refere à transparência – turvação de uma
amostra de urina. No exame de rotina de urina, o aspecto é determinado pela mesma
forma que a utilizada pelos antigos médicos: através do exame visual da amostra
homogeneizada, mantendo-a em frente de uma fonte luminosa. A amostra deve,
evidentemente, estar em um recipiente transparente.
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Odor
Embora raramente seja de significado clínico e não seja parte do exame de urina de
rotina, o odor da urina é uma propriedade física que pode ser reportada. A urina
recentemente expelida tem odor ligeiramente aromático. A medida que o tempo
passa, o cheiro de amônia torna-se mais proeminente. A degradação da uréia é
responsável pelo odor característico de amoníaco. Causas incomuns de odores incluem
infecções bacterianas, que causam um forte e desagradável odor, cetose diabética que
produz um cheiro doce e frutado. A ingestão de determinados alimentos, incluindo
cebolas, alhos e aspargos, pode ocasionar urina com odor incomum ou pungente. As
causas comuns de odores da urina são resumidas na tabela 5 (Strasinger, 2009).
Tiras reagentes
O exame químico de urina mudou dramaticamente desde os primórdios testes da
urina, em razão do desenvolvimento dos métodos de tiras reagentes para a análise
química. Tiras reagentes permitem atualmente um meio simples e rápido para a
realização de análises químicas da urina, de parâmetros significativos que incluem: pH,
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áreas adjacentes.
Realizar a leitura das reações em 60
segundos e entre 60 e 120 segundos para
leucócitos, comparando as cores
desenvolvidas nas áreas reagentes com a
escala de cores do rótulo.
Não realizar a leitura após 120 segundos (2
minutos).
pH
Juntamente com os pulmões, os rins são os principais reguladores do conteúdo
ácido-básico no organismo. Eles fazem isso pela secreção de hidrogênio sobre a forma
de íons amônio, fosfato de hidrogênio e de ácido orgânicos fracos e pela reabsorção de
bicarbonato do filtrado nos túbulos contornados. Um individuo saudável costuma
produzir a primeira urina da manhã com pH ligeiramente ácido de 5,0 a 6,0; pH
alcalino é encontrado após as refeições. O pH das amostras aleatórias normais pode
variar de 4,5 a 8,0. Por conseguinte, não são atribuídos valores normais do pH urinário,
e ele deve ser considerado em conjunto com outras informações do paciente, como o
equilíbrio ácido-básico no sangue, a função renal, a presença de infecções urinárias, a
ingestão alimentar e o tempo de coleta da amostra (tabela 6, Strasinger, 2009).
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Proteínas
Dos exames químicos de rotina da urina, o mais indicativo de doença renal é a
determinação de proteínas. A presença de proteinúria é frequentemente associada
com doença renal precoce, fazendo com que o exame de proteínas na urina seja parte
importante de qualquer exame físico. A urina normal contém muito pouca proteína:
normalmente menos de 10mg/dL ou 100mg/24hs são excretadas. Essa proteinúria é
constituída, principalmente, de proteínas séricas de baixo peso molecular que tenham
sido filtradas pelo glomérulo e proteínas produzidas no trato geniturinário. Em razão
do baixo peso molecular, a albumina sérica é a principal proteína encontrada na urina
normal. Mesmo que ela esteja presente em altas concentrações no plasma, o
conteúdo normal de albumina urinária é baixo, porque a maioria da albumina que
passa pelo glomérulo não é filtrada. E muito da albumina filtrada é reabsorvida pelos
túbulos.
Significado clínico
A demonstração de proteinúria no exame de rotina nem sempre significa
doença renal, no entanto, sua presença requer testes adicionais para determinar se a
proteína representa uma condição normal ou patológica. Proteinúria clínica é indicada
por quantidade maior ou igual a 30mg/dL (300mg/L). As causas de proteinúria são
variadas e podem ser agrupadas em 3 grandes categorias: pré-renal, renal e pós-renal,
com base na origem das proteínas.
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Desidratação
Hipertensão
Pré-eclampsia
Glicose
Em virtude de seu valor na detecção e no acompanhamento de diabetes mellitus o
exame de glicose é a análise química mais frequentemente realizada na urina.
Considerando-se os sintomas inespecíficos associados como o aparecimento do
diabetes estima-se que mais da metade dos casos no mundo não são diagnosticados.
Por isso, exames de glicose no sangue e na urina estão incluídos em todos os exames
físicos e, muitas vezes, são o foco de programas de triagem populacional. O
diagnóstico precoce de diabetes mellitus pelo exame de glicose no sangue fornece um
prognóstico bem melhor. Utilizando-se os métodos atualmente disponíveis de tiras
reagentes para a glicose, no sangue e na urina, os pacientes podem monitorar a si
próprios em casa e podem detectar problemas de controle antes do desenvolvimento
de complicações graves.
Caso as fitas reativas apresentem positividade para glicose na urina, deverá ser
efetuado um teste confirmatório como se segue:
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Cetonas
O termo cetonas representa três produtos intermediários do metabolismo da
gordura, ou seja, a cetona, ácido acetoacético e o ácido beta-hidroxibutírico.
Normalmente, quantidades mensuráveis de cetona não aparecem na urina, porque
toda a gordura metabolizada é completamente decomposta em dióxido de carbono e
água. No entanto quando a utilização de carboidratos disponíveis como a principal
fonte de energia se torna comprometida, estoque de gordura corporal devem ser
metabolizados para fornecer e energia. Cetonas são então detectadas na urina.
Sangue
O sangue pode estar presente na urina sob a forma de glóbulos vermelhos intactos
(hematúria) ou como o produto da destruição de glóbulos vermelhos do sangue,
hemoglobina (hemoglobinúria). O sangue presente em grande quantidade pode ser
detectado visualmente; a hematúria produz uma turvação vermelha na urina, e a
hemoglobinúria aparece como uma amostra vermelha límpida. Como qualquer
quantidade de sangue superior a cinco células por microlitro de urina é considerada
clinicamente significativa, o exame visual não pode ser utilizado para detectar a
presença de sangue. O exame microscópico do sedimento urinário mostra hemácias
intactas, mas a hemoglobina livre, produzida por doenças hemolíticas ou por lise dos
glóbulos vermelhos, não é detectada.
Portanto, testes químicos para hemoglobina fornecem os meios mais exatos para
determinar a presença de sangue. Quando o sangue é detectado, o exame
microscópico pode ser utilizado para diferenciar a hematúria da hemoglobinúria.
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Bilirrubina
O aparecimento de bilirrubina na urina pode fornecer indicação precoce de doença
hepática. Muitas vezes é detectada muito antes do desenvolvimento de icterícia.
Bilirrubina, um pigmento amarelo altamente complexo, é o produto de degradação
da hemoglobina. Em condições normais o tempo de vida das hemácias é de,
aproximadamente, 120 dias, momento em que elas são destruídas no baço e no
fígado pelas células fagocitárias do sistema reticuloendotelial. A hemoglobina liberada
é decomposta em seus componentes: ferro, proteínas e protoporfirina. O corpo
reutiliza o ferro e as proteínas, e as células do sistema reticuloendotelial convertem o
resíduo protoporfirina em bilirrubina. A bilirrubina é então, liberada na circulação,
onde se liga com a albumina e é transportada para o fígado. Nesse ponto, os rins não
podem excretar a bilirrubina circulante porque não só esta vinculada a albumina, mas
também porque é insolúvel em água. No fígado, a bilirrubina é conjugada com o ácido
glucurônico pela ação da glucuronil transferase, a forma hidrossolúvel da bilirrubina
diglucuronide (bilirrubina conjugada). Normalmente, essa bilirrubina conjugada não
aparece na urina, pois é liberada diretamente do fígado para o ducto biliar e para o
intestino
A bilirrubina conjugada aparece na urina quando o ciclo de degradação normal é
perturbado por obstrução do ducto biliar (por exemplo, cálculos biliares ou câncer), ou
quando a integridade do fígado está danificada, o que permite refluxo de bilirrubina
conjugada para a circulação. Hepatite e cirrose são exemplos comuns de condições
que produzem dano hepático, resultando em bilirrubinúria. A detecção de bilirrubina
urinária fornece, além da indicação precoce de doença hepática, também sua
presença ou ausência, que pode ser utilizada na determinação da causa da icterícia
clínica. Conforme mostrado na tabela 7, essa determinação pode ser ainda mais
significativa quando os resultados de bilirrubina são combinados com o urobilinogênio
urinário. A icterícia, causada pelo aumento da destruição dos glóbulos vermelhos, não
produz bilirrubinúria. Isso porque a bilirrubina sérica esta presente na forma não
conjugada e os rins não podem excretá-la.
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Urobilinogênio
Quando a bilirrubina conjugada é excretada através do ducto biliar para o
intestino, as bactérias intestinais convertem a bilirrubina em uma combinação de
urobilinogênio e estercobilinogênio. Algum urobilinogênio é reabsorvido do intestino
para o sangue, recircula no fígado, e é excretado de volta para o intestino através do
ducto biliar. O restante do urobilinogênio é transportado pelo sangue para os rins,
onde é convertido na urobilina amarela e excretado, dando a urina a sua cor
característica. Urobilinogênio aparece na urina, porque, quando o sangue que circula
no fígado passa através dos rins e é filtrado pelo glomérulo.
Nitritos
O teste da tiras reagentes para nitrito oferece um método rápido de triagem
para a presença de infecção do trato urinário (ITU). O ensaio é concebido para
detectar casos em que a necessidade de uma cultura pode não ser aparente, mas não
se destina a substituir a urocultura como principal teste para diagnóstico e o
acompanhamento de infecção bacteriana, acredita-se que muitas ITU iniciam-se na
bexiga, como resultado de contaminação externa e, se não tratadas, evoluem
ascendentemente através dos ureteres aos túbulos, à pelve penal e aos rins. O teste
de nitrito é valioso para detectar infecção inicial da bexiga (cistite), porque, muitas
vezes, os pacientes são assintomáticos ou têm sintomas vagos que não levariam o
médico a solicitar urocultura. A detecção de bacteriúria pela utilização do teste de
triagem de nitrito e subsequente terapia antibiótica podem evitar essas complicações
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graves. O teste de nitrito também pode ser utilizado para avaliar o êxito da terapia
antibiótica e para exame periódico de pessoas com infecções recorrentes, pacientes
com diabetes, mulheres grávidas, os quais são considerados de alto risco para ITU.
Esterase Leucocitária
Antes do desenvolvimento do teste de tira reagente para esterase leucocitária (EL),
a detecção do aumento de leucócitos urinários exigia o exame microscópico do
sedimento urinário. Isso pode estar sujeito a variações, dependendo do método
utilizado para preparar o sedimento e do pessoal técnico que examina o sedimento.
Portanto, a análise química de leucócitos oferece um meio mais padronizado para a
detecção de leucócitos. O ensaio não é concebido para medir a concentração de
leucócitos e os fabricantes recomendam que a quantificação seja feita por exame
microscópico. Uma vantagem adicional do teste químico para EL é que ele detecta a
presença de leucócitos que foram lisados, particularmente em urina alcalina e diluída,
os quais não aparecem no exame microscópico.
Gravidade Específica
A capacidade dos rins para reabsorver seletivamente as substâncias químicas
essenciais e água do filtrado glomerular é uma das mais importantes funções do corpo.
O intrincado processo de reabsorção é, muitas vezes, a primeira função renal a tornar-
se comprometida, portanto, a avaliação da capacidade de reabsorver do rim é um
componente necessário do exame de urina de rotina. Essa avaliação pode ser realizada
através da medição da gravidade específica da amostra. A medida da gravidade
especifica também detecta possível desidratação ou anormalidades no hormônio
antidiurético e pode ser utilizada para determinar se a concentração da amostra é
suficiente para garantir a precisão dos testes químicos.
A gravidade específica é definida como a densidade de uma solução, em
comparação com a densidade de um volume similar de água destilada, na mesma
temperatura. Como a urina é, na realidade, água com substâncias químicas dissolvidas,
a gravidade específica da urina é uma medida da densidade das substâncias químicas
dissolvidas na amostra. Como medida da densidade da amostra, a gravidade específica
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é influenciada não só pelo número de partículas presentes, mas também pelo seu
tamanho. Grandes moléculas de uréia contribuem mais para a leitura que pequenas
moléculas de cloro e sódio.
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Exame do Sedimento
O modo pelo qual é realizado o exame microscópico deve ser consistente e deve
incluir um mínimo de observações de 10 campos de pequeno aumento (10x) e grande
aumento (40x). Primeiramente, a lâmina é examinada com pequeno aumento para
detectar cilindros e verificar a composição geral do sedimento. Quando são
encontrados elementos que requerem identificação, como cilindros, por exemplo, a
observação é alterada para grande aumento.
Se o método convencional de lâmina de vidro esta sendo utilizado, os cilindros tem
tendência de se localizar junto as bordas da lamínula e, portanto, é recomendada uma
varredura, em pequeno aumento, no perímetro da lamínula.
Quando os sedimentos são examinados sem coloração, muitos constituintes do
sedimento têm índice de refração semelhante ao da urina. Portanto, é essencial que os
sedimentos sejam examinados com iluminação reduzida, quando se utiliza microscopia
de campo claro.
A focalização inicial pode ser difícil com uma amostra fluida e alguns cuidados
devem ser tomados para garantir que o exame esta sendo realizado no plano correto.
Algumas vezes, uma célula epitelial estará presente para fornecer um ponto de
referência. A focalização de artefatos deve ser evitada, porque, muitas vezes, são
maiores que os elementos do sedimento e fazem com que o microscopista examine os
objetos em um plano errado. A focalização contínua com o ajuste fino auxilia na
obtenção de uma representação completa dos constituintes do sedimento.
Constituintes do Sedimento
O sedimento da urina normal pode conter uma variedade de elementos formados.
Até o aparecimento de pequeno número de GVs, GBs e cilindros, habitualmente de
significado patológico, pode ser normal. Do mesmo modo, muitas urinas de rotina não
contêm nada além de raras células epiteliais ou filamentos de muco. Os alunos, muitas
vezes, têm dificuldades para se adaptar a isso porque, na sala de aula, sedimentos com
anomalias e múltiplos elementos são, geralmente, salientados. Eles devem aprender a
confiar nas suas observações após observar o número recomendado de campos.
Elementos celulares também são facilmente distorcidos pela grande variação da
concentração, do pH e pela presença de metabólitos na urina, tornando a identificação
mais difícil.
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Eritrócitos
Na urina, os GVs aparecem como discos bicôncavos, lisos, não nucleados, que
medem cerca de 7mm de diâmetro (Figura 1). Eles devem ser identificados através da
objetiva (40x) de grande aumento (x400 ampliação). Os GVs, rotineiramente, são
referidos pelo número médio observado em 10 HPFs.
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Figura 3 – Células epiteliais escamosas e gotícula de óleo coradas por KOVA (x400),
(Strasinger, 2009).
Significado Clínico
A presença de GVs na urina está associada a danos à membrana glomerular ou
lesão vascular dentro do trato geniturinário. O número de células presentes é
indicativo da extensão do dano da lesão. A história do paciente, muitas vezes,
menciona a presença de hematúria microscópica versus macroscópica.
Leucócitos
Os GBs são maiores que os GVs, medindo, em média, cerca de 12mm de diâmetro
(Figura 5). O GB predominantemente encontrado nos sedimentos urinários é o
neutrófilo. Os neutrófilos são muito mais fáceis de identificar que o GVs porque
contém grânulos e núcleos multilobados (Figuras 6 e 7). No entanto, eles ainda são
identificados por intermédio de microscopia de grande aumento e também são
relatados como o número médio observado em 10 HPFs.
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Células Epiteliais
Não é incomum encontrar células epiteliais na urina, pois são derivadas do
revestimento do aparelho geniturinário. A menos que elas estejam presentes em
grande número ou em formas anormais, representam descamação normal das células
antigas. Três tipos de células epiteliais são observados na urina: escamosas, de
transição e tubulares renais (Figura 8). Elas são classificadas de acordo com o local de
origem dentro do aparelho geniturinário.
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Figura 9 – Células epiteliais escamosas coradas por KOVA (x400), (Strasinger, 2009).
Em sedimentos com grande quantidade de células escamosas, pode ser mais difícil
quantificar pequenos elementos patológicos, como GVs e GBs, e devem ser
cuidadosamente examinados (Figura 11 e 12).
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Essas diferenças são causadas pela capacidade das células epiteliais de transição
para absorver grande quantidade de água. As células em contato direto com a urina
absorvem água, assumindo forma esférica é muito maior que a das células poliédricas
e caudadas. Todas as formas têm núcleos distintos, centralmente localizados. As
células transicionais são identificadas e quantificadas utilizando o grande aumento.
Como as células escamosas, elas são, normalmente, relatadas como raras, poucas,
algumas ou muitas, seguindo o protocolo laboratorial.
As células transicionais epiteliais são provenientes do revestimento da pelve renal,
do cálice, dos ureteres e da bexiga, e da porção superior da uretra masculina.
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Figura 15 – Célula ETR. Célula do túbulo contornado proximal com grânulos e com
glóbulos de gordura aderidos (x400), (Strasinger, 2009).
Significado Clínico
As células ETR são clinicamente as mais significativas das células epiteliais. A
presença de número aumentado é indicativa de necrose dos túbulos renais, com a
possibilidade de afetar a função renal global.
Bactérias
Em regra, as bactérias não estão presentes na urina. No entanto, a menos que as
amostras sejam coletadas em condições estéreis (cateterismo), algumas bactérias
estão, geralmente, presentes como resultado de contaminação vaginal, uretral, da
genitália externa ou do frasco de coleta. Essas bactérias contaminantes se multiplicam
rapidamente em amostras que permanecem em temperatura ambiente por longos
períodos, mas não tem nenhum significado clínico. Elas podem produzir resultado
positivo de nitrito e, também com frequência resultam em pH superior a 8.
As bactérias podem estar presentes na forma de cocos (esféricas) ou bacilos
(barras). Em virtude de sua pequena dimensão, devem ser observadas e relatadas sob
grande aumento. Elas são relatadas como raras, poucas, algumas ou muitas, por
campo de grande aumento. Para serem consideradas significativas para a ITU, as
bactérias devem ser acompanhadas por GBs. Alguns laboratórios apenas referem
bactérias quando observadas em amostras frescas e em conjunto com GBs (Figura 16).
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A presença de bactérias pode ser indicativa de ITU tanto em trato urinário alto
quanto baixo. Amostras que contêm número aumentado de bactérias e leucócitos são,
rotineiramente, acompanhadas com uma amostra para cultura quantitativa. As
bactérias mais frequentemente associadas a ITU são as Enterobacteriaceae (referidas
como bacilos gram-negativos); no entanto, os cocos em forma de Staphylococcus e
Enterococcus também são capazes de causar ITU. O exame microscópico não identifica
a bactéria que realmente está produzindo a ITU.
Espermatozoides
Os espermatozoides são facilmente identificados no sedimento urinário pela sua
forma oval, cabeça ligeiramente cônica e cauda longa, semelhante ao flagelo (Figura
17). A urina é tóxica para os espermatozoides e, portanto, raramente, apresentam a
mobilidade observada durante o exame de uma amostra de sêmen.
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Muco
Muco é um material proteico produzido por glândulas e células epiteliais do trato
geniturinário inferior e pelas células ETR.
O muco aparece, microscopicamente, como estrutura filamentosa, com baixo
índice refratométrico (Figura 18). É necessária luz difusa quando se utiliza microscopia
de campo claro. Deve-se tomar cuidado para não confundir grumos de muco com
cilindros hialinos. A diferenciação pode ser feita através da observação do aspecto
irregular de filamentos mucosos. Os filamentos de muco são referidos como raros,
poucos, moderados ou muitos, por LPF.
O muco está presente com maior frequência na amostra de urina de pessoas do
sexo feminino. Não tem nenhum significado clínico quando presente na urina seja de
homens seja de mulheres.
Cilindros
Cilindros são os únicos elementos encontrados no sedimento urinário que são
exclusivos do rim. Eles são formados dentro da luz dos túbulos contornados distais e
dos ductos coletores, fornecendo uma visão microscópica das condições dentro do
néfron. A sua forma e representante da luz tubular, com lados paralelos e pontas
ligeiramente arredondadas, e podem conter outros elementos presentes no filtrado.
O exame do sedimento para a detecção de cilindros é realizado por meio do menor
aumento. Quando o método da lamínula é utilizado, uma varredura em pequeno
aumento deve ser realizada ao longo das bordas da lamínula. A observação sob luz
difusa é essencial porque a matriz do cilindro tem baixo índice refratométrico. De
modo semelhante a muitos outros constituintes do sedimento, a matriz do cilindro se
dissolve rapidamente em urinas alcalinas e diluídas. Uma vez detectados, os cilindros
devem ser identificados para a sua composição com o exame em grande aumento. Eles
são relatados para o número médio de 10 LPFs.
Cilindros Hialinos
O tipo mais frequente de cilindro é o hialino, o qual é composto, quase
inteiramente, de proteína de Tamm-Horsfall. A presença de zero a dois cilindros
hialinos por LPF é considerada normal, como é a constatação do aumento do número
após exercício extenuante, desidratação, exposição ao calor e estresse emocional. Os
cilindros hialinos são aumentados patologicamente em glomerulonefrite aguda,
pielonefrite, doença renal crônica e insuficiência cardíaca congestiva.
Os cilindros hialinos aparecem incolores em sedimentos não corados e tem índice
de refração semelhante ao da urina, portanto, eles podem ser facilmente ignorados se
amostra não for examinada sob luz difusa (Figuras 19, 20 e 21).
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Figura 19 – Cilindro hialino sob pequeno aumento com grânulos amorfos e muco
(x100), (Strasinger, 2009).
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Cilindros Hemáticos
Considerando que o achado de GVs na urina indica sangramento de uma área
dentro do trato geniturinário, a presença de cilindros hemáticos é muito mais
específica, mostrando hemorragia dentro do néfron. Cilindros hemáticos estão,
principalmente, relacionados a danos causados ao glomérulo (glomerulonefrite), que
permitem a passagem das células através da membrana glomerular, no entanto,
qualquer dano a estrutura capilar do néfron pode causar a sua formação. Cilindros
hemáticos combinados com danos glomerulares estão, normalmente, associados com
proteinúria e eritrócitos dismórficos. Esses cilindros também são observados em
indivíduos saudáveis após a prática de esporte de contato extenuante.
Cilindros hemáticos são facilmente detectados no pequeno aumento por sua cor
laranja-avermelhada. Eles são mais frágeis que os outros cilindros e podem existir
como fragmentos ou ter forma mais irregular como o resultado de células agrupadas
que aderem à matriz protéica (Figuras 24 e 25).
Figura 25 – Cilindros hemáticos corados por KOVA sob microscopia de fase (x400),
(Strasinger, 2009).
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efetiva de GVs também deve ser verificada para evitar o relato impreciso de cilindro
hemático inexistente. É altamente improvável que cilindros hemáticos estejam
presentes na ausência de GVs livres e de uma reação na tira reagente positiva para
sangue (Figura 26).
Cilindros leucocitários
O aparecimento de cilindros leucocitários na urina significa infecção ou inflamação
no néfron. Com frequência associados à pielonefrite, são o principal marcador para
distinguir pielonefrite (ITU superior) de ITU baixo. No entanto, eles também estão
presentes em inflamações agudas não bacterianas, como nefrite intersticial e podem
acompanhar cilindros hemáticos na glomerulonefrite.
Os cilindros leucocitários são visíveis sob pequeno aumento, mas devem ser
positivamente identificados sob grande aumento. Geralmente, cilindros leucocitários
são compostos de neutrófilos; portanto, eles podem aparecer granulares e, a menos
que tenha ocorrido desintegração, núcleos multilobulados estarão presentes (Figura
27). Coloração supravital pode ser necessária para demonstrar as características dos
núcleos (Figura 28). Ela é particularmente útil para diferenciar cilindros leucocitários
de cilindros de células com ETR.
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Figura 31 – Cilindro de células ETR coradas por KOVA (x400), (Strasinger, 2009).
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Cilindros Lipoídicos
Cilindros lipoídicos são analisados em conjunto com corpúsculos ovais de gordura e
gotículas de gordura livre, em transtornos que causam lipidúria. Com grande
frequência eles são associados à síndrome nefrótica, mas também são observados em
necrose tubular tóxica, diabetes mellitus e em lesões por esmagamento.
Os cilindros lipoídicos são altamente refringentes na microscopia de campo claro. A
matriz do cilindro pode conter poucas ou muitas gotículas de gordura e corpúsculos
ovais de gordura podem estar aderidos a matriz (Figura 32).
Cilindros Granulosos
Com frequência, cilindros grosseira e finamente granulosos são observados no
sedimento urinário e podem ter significado patológico ou não. Não se considera
necessário distinguir os cilindros grosseiramente granulosos dos finamente granulosos.
A origem dos grânulos em condições não patológicas parece ser os lisossomos
excretados pelas células ETR durante o metabolismo normal. Não é incomum observar
cilindros hialinos que contém um ou dois desses grânulos. O aumento do metabolismo
celular que ocorre durante períodos de exercício extenuante provoca o aumento
transitório de cilindros granulosos que é acompanhado do aumento de cilindros
hialinos (Figuras 33 e 34).
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Cilindros Céreos
Os cilindros céreos são representativos da estase urinaria extrema, que indica
insuficiência renal crônica. Eles são, em geral, vistos em conjunto com outros tipos de
cilindros relacionados à condição que tenha causado a falência renal.
A matriz brilhante, altamente refrátil, da qual deriva o nome deste cilindro,
acredita-se seja causada por degeneração da matriz do cilindro hialino e de quaisquer
elementos celulares ou grânulos contidos na matriz.
Os cilindros céreos são mais facilmente visualizados que os cilindros hialinos por
causa do seu maior índice refratométrico. Como resultado da baixa consistência da
matriz do cilindro, ele, muitas vezes, aparece fragmentado, com extremidades
irregulares e com entalhes em suas faces (Figuras 37 e 38).
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Cristais Urinários
Os cristais, muito encontrados na urina, raramente tem significado clínico. Eles
podem aparecer como estruturas de verdadeiras formas geométricas ou como
material amorfo. A principal razão para a identificação de cristais na urina é detectar a
presença dos relativamente poucos tipos anormais que podem representar distúrbios
como doença hepática, erros inatos do metabolismo, insuficiência renal ou danos
causados pela cristalização nos túbulos de compostos iatrogênicos. Cristais são,
normalmente, relatados como raros, poucos, alguns ou muitos, por HPF. Cristais
anormais podem ser quantificados e referidos por LPF.
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Cristais de fosfato de cálcio não são encontrados com frequência. Eles podem
aparecer como placas planas retangulares, incolores ou prismas finos, geralmente, em
formação de rosetas. Eles não têm nenhum significado clínico, apesar de o fosfato de
cálcio ser um constituinte comum de cálculos renais.
Cristais de carbonato de cálcio são pequenos e incolores, em forma de halteres ou
esféricos (Figura 47). Eles podem ocorrer em aglomerações que lembram material
amorfo, mas podem ser distinguidos pela formação de gás após a adição de ácido
acético. Os cristais de carbonato de cálcio não têm nenhum significado clinico.
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Cristais de Cistina
Os cristais de cistina são encontrados na urina de pessoas que herdam um
distúrbio metabólico que impede a reabsorção de cistina pelos túbulos renais
(cistinúria). Pessoas com cistinúria têm tendência a formar cálculos renais,
especialmente em idade precoce. Cristais de cistina parecem cristais incolores,
hexagonais e chapas que podem ser finas ou grossas (Figuras 49 e 50).
Cristais de Colesterol
Os cristais de colesterol raramente são vistos, salvo se as amostras forem
refrigeradas, porque os lipídeos permanecem em forma de gotas. No entanto, quando
observados, eles têm aparência muito característica, semelhante a uma placa
retangular com um entalhe em um ou mais cantos (Figura 51). Eles estão associados a
distúrbios produtores de lipidúria, como a síndrome nefrótica, e são vistos em
conjunto com cilindros graxos e corpúsculos ovais gordurosos.
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que produzem dano tubular renal, como a hepatite viral, os cristais de bilirrubina
podem ser encontrados incorporados a matriz dos cilindros.
Cristais de Sulfonamida
Antes do desenvolvimento de sulfonamidas mais solúveis, o achado desses cristais
na urina de pacientes em tratamento para ITUs era comum. A inadequada hidratação
do paciente foi, e ainda é, a principal causa de cristalização de sulfonamida. O
aparecimento dos cristais de sulfonamida na urina recente pode sugerir a possibilidade
de dano tubular se os cristais estiverem se formando nos néfrons. As formas mais
comuns incluem agulhas, pedra de amolar, feixes de trigo e rosetas, com cores que
variam de incolor a amarelo-castanho (Figura 55). A verificação do histórico de
medicação do paciente auxilia na confirmação da identificação.
Cristais de Ampicilina
A precipitação de antibióticos não é habitualmente encontrada, exceto a rara
observação de cristais de ampicilina após doses maciças desse composto de penicilina,
sem a hidratação adequada. Os cristais de ampicilina aparecem como agulhas
incolores que tendem a formar feixes após a refrigeração (Figuras 56 e 57). O
conhecimento da historia do paciente pode auxiliar na identificação.
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presença desses artefatos deve ser considerada no contexto dos outros resultados do
exame de urina.
Grãos de pólen são contaminantes sazonais que aparecem como esferas com uma
parede celular e ocasionais círculos concêntricos (Figura 60). Como muitos artefatos,
seu grande tamanho pode fazer com que fiquem fora de foco em relação aos demais
constituintes do sedimento.
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[Parte 2:
Bioquímica Clínica]
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URÉIA CE
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação da uréia em amostras de sangue e urina é útil na avaliação da função
renal.
PRINCÍPIO
A uréia é hidrolisada pela urease a íons amônia e CO2. Os íons amônia reagem em pH
alcalino com salicilato e hipoclorito de sódio, sob a ação catalisadora do nitroprussiato
de sódio, para formar azul de indofenol. A formação de cor é proporcional à
quantidade de uréia na amostra.
AMOSTRA
Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas.
PROCEDIMENTO
Procedimento manual
Para a dosagem de uréia na urina, diluir a amostra 1:50 (0,1 mL de urina + 4,9 mL de
água destilada ou deionizada). Multiplicar o resultado obtido por 50.
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Amostra ----- 0,01 mL -----
Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL
Urease tamponada 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL
2. Misturar e incubar a 37 ºC durante 5 minutos.
Oxidante de uso 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL
3. Misturar e incubar a 37 ºC durante 5 minutos.
4. Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 600 nm (580 a 610 nm),
acertando o zero com o branco. A cor é estável por 2 horas.
CÁLCULOS
Absorbância do teste
Uréia (mg/dL) = x 70g/dl
Absorbância do padrão
Valores de referência
Soro ou Plasma: 15 a 40 mg/dL.
Urina: 26 a 43 g/24 horas.
Valores críticos
> 100 mg/dL
SIGNIFICADO CLÍNICO
Fisiologicamente a uréia se eleva devido a dieta hiperprotéica ou com a idade,
particularmente após 40 anos. Sua diminuição ocorre na gravidez normal e nos
indivíduos em dietas com baixo valor protéico e alto conteúdo glucídico.
Elevações da uréia por defeitos de excreção se devem a causas pré-renais
(insuficiência cardíaca congestiva), causas renais (nefrites, pielonefrites, e insuficiência
renal aguda ou crônica) e pós-renais (obstruções do trato urinário por cálculos,
carcinomas ou pólipos). Elevações da uréia ocorrem também por catabolismo elevado
(febre, septicemia, uso de corticosteroides) e hemorragia interna, principalmente do
trato grastointestinal.
A diminuição da uréia, que não tem expressão clínica, pode ocorrer em consequência à
infusão endovenosa de soluções com carbohidratos, redução do catabolismo protéico
e aumento da diurese.
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CREATININA
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação da creatinina em amostras de sangue e urina são testes de avaliação
da função renal. A determinação da concentração de creatinina no líquido amniótico é
um dos parâmetros laboratoriais para a avaliação da maturidade fetal.
PRINCÍPIO
A creatinina e outros componentes do soro reagem com a solução de picrato em meio
alcalino, formando um complexo de cor vermelha que é medico fotometricamente.A
adição de um acidificante abaixa o pH para 5,0, promovendo a decomposição do
picrato de creatinina, permanecendo inalterada a cor derivada dos cromogênios, que
também é medida fotometricamente. A diferença entre as duas leituras fornece o
valor da creatinina.
AMOSTRA
Preparo do paciente
Para creatinina sérica recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Para a realização da
depuração da creatinina recomenda-se, se possível, a interrupção do uso de
medicamentos, particularmente as cefalosporinas. O paciente deve estar com bom
estado de hidratação e dieta isenta de carne.
PROCEDIMENTO DE ENSAIO DIRETO
Para a dosagem na urina, diluir a amostra 1:25 (0,2 mL de urina + 4,8 mL de água
destilada ou deionizada). Multiplicar o resultado obtido por 25.
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Tampão (nº 2) 2,0 mL 2,0 mL 2,0 mL
Amostra ----- 0,25 ml -----
Água destilada ou deionizada 0,25 mL ----- -----
Padrão (nº 3) ----- ----- 0,25 mL
Ácido pícrico (nº 1) 0,5 mL 0,5 mL 0,5 mL
2. Misturar e colocar em banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. O nível da água no
banho deve ser superior ao nível dos reagentes nos tubos de ensaio.
3. Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 510 nm ou filtro verde (500 a
540 nm), acertando o zero com o branco. A absorbância do teste será a A1.
Acidificante (nº 4) 0,1 mL 0,1 mL -----
4. Misturar e deixar na temperatura ambiente durante 5 minutos.
5. Determinar a absorbância do teste em 510 nm ou filtro verde (500 a 540 nm),
acertando o zero com o branco. A absorbância do teste será a A2.
CÁLCULOS
A1-A2
Creatinina (não corrigida) = x 4,00 mg/dL
Absorbância do Padrão
Aplicação do índice de correção
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Valores de referência
Soro/Plasma (mg/dL)
Adulto (mulheres)*: 0,53 - 0,995
Adulto (homens)*: 0,70 - 1,20
* 18 a 70 anos; valores corrigidos com o índice de correção.
SIGNIFICADO CLÍNICO
A constância na formação e excreção faz da creatinina um marcador muito útil de
função renal, principalmente da filtração glomerular, em virtude da sua relativa
independência de fatores como dieta, grau de hidratação e metabolismo protéico.
Assim, a determinação da creatinina plasmática é um marcador de função renal mais
seguro do que a uréia. A creatinina não deve ser usada isoladamente para avaliar o
ritmo de filtração glomerular ou detectar a presença de doença renal crônica porque
ela é afetada pela taxa de filtração glomerular e por fatores independentes como
idade, sexo, raça, dieta, massa muscular, drogas e métodos analíticos laboratoriais.
Peroxidase
2H2O2 + DHBS + 4-aminoantipirina Antipirilquinomina + 4H2O
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CÁLCULOS
Absorbância do teste
Ácido úrico (mg/dL) = x6
Absorbância do padrão
Conversão de mg/dL para Unidade SI: mol/L = mg/dL x 59,5
Valores de referência
Soro: Homens 2,5 a 7,0 mg/dL
Mulheres 1,5 a 6,0 mg/dL
SIGNIFICADO CLÍNICO
Numerosas doenças, condições fisiológicas, alterações bioquímicas, fatores sociais e
ambientais estão associados a elevações na concentração plasmática de ácido úrico.
Entre as etiologias da hiperuricemia estão a insuficiência renal, a cetoacidose, excesso
de lactato e o uso de duiréticos. O aumento de urato está positivamente relacionado à
hiperlipidemia, obesidade, aterosclerose, diabetes mellitus e hipertensão, embora os
mecanismos destas alterações ainda não sejam bem compreendidos.
A gota, manifestação clínica da hiperuricemia, é classificada como primária, secundária
e idiopática. É importante lembrar que a gota secundária é uma complicação pouco
comum quando relacionada à frequência da hiperuricemia. Raramente a gota ocorre
sem hiperuricemia.
São pouco frequentes as causas de hipouricemia, ocorrendo na síndrome de Fanconi,
doença de Wilson e doenças malignas como linfoma de Hodgkin e carcinoma
broncogênico.
A concentração de ácido úrico no líquido sinovial é semelhante à concentração no soro
e não tem valor no diagnóstico da gota. Em relação ao líquido amniótico, observa-se
elevação da concentração deste analito no decorrer da gestação.
CLORETOS
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação dos cloretos em amostras de sangue e urina faz parte da avaliação dos
distúrbios hidro-eletrolíticos e ácido-básico. A dosagem do cloreto no suor é útil no
diagnóstico da fibrose cística.
PRINCÍPIO
Os íons cloreto reagem com tiocianato de mercúrio formando cloreto mercúrico e íons
tiocianato, que reagem com os íons férrico formando tiocianato férrico, de cor
amarela, proporcional à concentração de cloretos na amostra.
PROCEDIMENTO
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Procedimento manual
Soro, plasma e líquor.
Urina: diluir a amostra 1:2 com água deionizada. Multiplicar o resultado obtido por 2.
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Valores de referência
Soro ou plasma: 97 a 106 mEq/L
SIGNIFICADO CLÍNICO
O cloreto, como grande ânion do líquido extra-celular é essencial para a vida humana.
Ele desenvolve o principal papel na manutenção da neutralidade eletroquímica do
líquido extra-celular, incluindo o plasma.
A hipocloremia é observada nos vômitos, com perda de HCI, nos estados acidóticos
nos quais existe um acúmulo de ânions orgânicos (ânion gap positivo). A verdadeira
hipocloremia é um componente frequente das alcaloses metabólicas persistentes,
associadas à depressão de volume. A síndrome de Bartten, que acredita-se ser devida
a um defeito de reabsorção de cloretos no túbulo distal, inclui hipocloremia.
Caracteristicamente, pacientes em crise Addissoniana tem níveis de cloreto sérico
diminuídos. Uma síndrome recentemente descrita, a diarréia congênita cloretada, que
envolve uma perturbação no transporte ativo do cloreto no íleo distal e grosso
intestino, produz diarréia osmótica e alcalose hipoclorêmica.
A hipercloremia, ocorre em várias formas de acidose metabólica, incluindo aquelas
secundárias à perda de grande quantidade de bicarbonato, como nas diarréias
prolongadas e nas ureteroenterostomias. Também as gamopatias mono e policlonais
estão associadas com hipercloremia. Tem-se demonstrado a presença de
concentrações elevadas do cloreto sérico em pacientes com hiperparatireoidismo.
Também na síndrome nefrótica encontramos hipercloremia. Finalmente a acidose
tubular renal é uma condição hiperclorêmica. A determinação de cloretos no suor é
útil para o diagnóstico da fibrose cística (mucoviscidose). Nesta doença o cloreto do
suor está aumentando.
A excreção urinária de cloreto encontra-se aumentada diante de diureses massiças por
várias causas, como observado na depleção de potássio e insuficiência adrenocortical.
Ao contrário, a excreção urinária de cloreto diminui quando há perda aumentada por
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FÓSFORO
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação do fósforo inorgânico em amostras de sangue e urina é útil na
avaliação do metabolismo do fósforo.
PRINCÍPIO
Os íons fosfato reagem com o molibdênio em meio ácido, formando um complexo
amarelo, que por ação de um tampão alcalino é reduzido a azul-molibdênio, que é
medido colorimetricamente
PROCEDIMENTO
Para a dosagem na urina, homogeneizar bem a amostra, separar 10 mL, e acertar pH
entre 1 e 3 com HCI concentrado para dissolver os cristais de fosfato. Diluir a urina
1:10 (0,1 mL de urina + 0,9 mL de água destilada ou deionizada). Multiplicar o
resultado obtido por 10.
Procedimento manual
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Água destilada ou 2,5 mL 2,5 mL 2,5 mL
deionizada
Amostra ----- 0,1 mL -----
Padrão (nº 4) ----- ----- 0,1 mL
Catalisador (nº 1) 1 gota 1 gota 1 gota
2. Misturar.
Reagente Molibdato (nº 2) 1 gota 1 gota 1 gota
3. Agitar fortemente (nesta fase ocorre turvação) e colocar em banho de água fria (20
– 25 ºC) durante 2 minutos. O nível da água no banho deve ser superior ao nível
dos reagentes nos tubos de ensaio.
Tampão (nº 3) 2 gotas 2 gotas 2 gotas
4. Agitar fortemente e colocar em banho de água fria (20 – 25 ºC) durante 5 minutos.
5. Determinar as absorbâncias do teste e do padrão em 650 nm ou filtro vermelho
(640 a 700 nm), acertando o zero com o branco. A cor é estável por 15 minutos.
O branco é incolor. A presença de cor azulada visível no branco, ocorre quando se
usa água de qualidade inadequada.
CÁLCULOS
Absorbância do teste
Fósforo (mg/dL) = x5
Absorbância do padrão
Valores de referência
Soro: Crianças 3,0 a 7,0 mg/dL
Adultos 2,5 a 4,8 mg/dL
SIGNIFICADO CLÍNICO
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GLICOSE
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação da glicose em amostras de sangue é útil na avaliação do metabolismo
de carboidratos. Sua determinação em líquidos biológicos auxilia na distinção entre
processos inflamatórios e infecciosos.
PRINCÍPIO
A glicose oxidase catalisa a oxidação da Glicose de acordo com a seguinte reação:
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Valores de referência
Plasma: (jejum de 8 horas):
70 a 99 mg/dL – Glicemia de jejum normal
100 a 125 mg/dL – Glicemia de jejum alterada maior ou igual a 126 mg/dL – Provável
Diabetes Mellitus
SIGNIFICADO CLÍNICO
Valores elevados de glicose ocorrem nos vários tipos de diabetes primárias, nos
estados de intolerância à glicose e nas diabetes secundárias a várias doenças.
Valores diminuídos de glicose ocorrem nas hipoglicemias devido a várias causas.
Quando a ocorrência de sintomas de hipoglicemia é relacionada à alimentação, duas
formas de hipoglicemia podem ser definidas: hipoglicemia do jejum e pós-prandial. As
causas mais comuns de hipoglicemia do jejum são: (1) hiperinsulinismo endógeno
(insulinoma e sulfonilurea), (2) hiperinsulinismo exógeno (factício), (3) tumores
extrapancreáticos, (4) síndrome auto-imune (formação espontânea de anticorpos para
receptores da insulina), (5) insuficiência supra-renal e ou hipofisária, (6) doença
hepática grave e (7) alcoolismo. A hipoglicemia pós-prandial, dependendo da história
clínica e da resposta ao teste oral de tolerância à glicose, é classificada em (1)
hipoglicemia alimentar, (2) hipoglicemia ao diabético tipo II e do paciente com
intolerância à glicose e (3) hipoglicemia funcional ou reativa.
FRUTOSAMINA
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação da frutosamina (proteína glicada) em amostras de sangue é útil no
controle do diabetes.
PRINCÍPIO
A glicose se liga aos grupamentos amina das proteínas formando uma base de Schiff
(aldimina), que após um rearranjo molecular, transforma-se em uma cetoamina
estável denominada genericamente frutosamina.
Em pH alcalino a frutosamina é convertida à forma enólica, que reduz o azul de
nitrotetrazólio a um "formazan púrpura”. A medida da diferença de absorbância, após
incubação aos 10 e 15 minutos, é proporcional à concentração de frutosamina na
amostra. A calibração do sistema é realizada com calibrador de matriz bovina,
calibrado com polilisina glicada. Os resultados são expressos em micromoles/litro
(µmol/L).
AMOSTRA
Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas.
PROCEDIMENTO
Rotular 2 cubetas do fotômetro como “Teste” e “Calibrador” e proceder como a seguir:
TESTE CALIBRADOR
Reagente de Trabalho 1,0 mL 1,0 mL
Incubar a 37 ºC durante 2 minutos.
Amostra 0,050 mL
Calibrador 0,050 mL
Misturar bem e incubar a 37 ºC. Após exatamente 10 minutos (cronometrados)
determinar as absorbâncias (A1) do teste e do calibrador em 530 nm (510 – 550),
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TRIGLICÉRIDES LIQUIFORM
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação dos Triglicérides em amostras de sangue é empregada na abordagem
laboratorial das hiperlipidemias.
PRINCÍPIO
Os Triglicérides são determinados de acordo com as seguintes reações:
Lipase da
lipoproteína
Triglicérides Glicerol + Ácidos Graxos
Glicerolquinase
Glicerol + ATP Glicerol-3-Fosfato + ADP
+2
Mg
Glicerol-3-fosfato
Glicerol-3-Fosfato + O2 Dihidroxiacetona + H2O2
Oxidase
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Peroxidase
2 H2O2 + 4 Aminoantipirina + 4-Clorofenol Quinoneimina + 4 H2O
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COLESTEROL LIQUIFORM
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação do colesterol em amostras de sangue é útil na investigação das
dislipidemias e faz parte da avaliação do risco de doença coronariana isquêmica.
PRINCÍPIO
O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes reações:
Colesterol
Ésteres de colesterol Colesterol + Ácidos graxos
Esterase
Colesterol
Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2
Oxidase
Peroxidase
2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina Antipirilquinonimina + 4H2O
Colesterol (mg/dL)
Desejável 200
Risco moderado 200 - 239
Alto risco 240
SIGNIFICADO CLÍNICO
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O grande dilema da aterosclerose é que ela é um processo silente. Está ativa em todos
os indivíduos e permanece sem qualquer manifestação por décadas e, subitamente se
manifesta através de dor torácica, infarto agudo do miocárdio ou morte súbita.
Valores aumentados de colesterol são encontrados na nefrose, hipotireoidismo,
doenças colestáticas do fígado e nas hiperlipoproteinemias dos tipos IIa, IIb e III.
Níveis diminuídos são encontrados no hipertireoidismo, doenças consuptivas,
desnutrição crônica, anemia sideroblástica e talassemia. Doenças hepáticas graves
podem reduzir drasticamente os níveis de colesterol.
COLESTEROL HDL
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação do colesterol ligado às lipoproteínas é útil na investigação das
dislipidemias e faz parte da avaliação do risco de doença coronariana isquêmica.
PRINCÍPIO
As lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as lipoproteínas de baixa
densidade (LDL) são quantitativamente precipitadas e, após centrifugação, o colesterol
ligado às lipoproteínas de alta densidade (Colesterol HDL) é determinado no
sobrenadante.
PROCEDIMENTO
Procedimento manual - Precipitação das VLDL e LDL
1. Em um tubo 12 x 75 colocar:
Soro 0,25 mL
Precipitante 0,25 mL
2. Agitar vigorosamente durante 30 segundos. A agitação sugerida é fundamental
para obtenção de resultados consistentes.
3. Centrifugar a 3.500 rpm por pelo menos 15 minutos para obter um sobrenadante
límpido.
4. Pipetar o sobrenadante límpido imediatamente após a centrifugação, tomando o
cuidado para não ressuspender o precipitado, a fim de evitar resultados
falsamente elevados.
Procedimento manual - Dosagem do colesterol HDL
Utilizar com o Reagente 1 - Colesterol Liquiform Labtest Cat. 76.
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Sobrenadante ----- 0,1 mL -----
Padrão (nº 2) ----- ----- 0,1 mL
Reagente 1 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL
2. Misturar e colocar no banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. O nível da água no
banho deve ser superior ao nível do reagente nos tubos de ensaio.
3. Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 500 nm ou filtro verde (490 a
540 nm) acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos.
CÁLCULOS
Devido a diluição 1:2 aplicada às amostras durante o procedimento de precipitação
das VLDL e LDL, o valor do Padrão para cálculo dos resultados deve ser corrigido para
40 mg/dL.
Absorbância do teste
HDL mg/dL = x 40
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Absorbância do padrão
PROTEÍNAS TOTAIS
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação das proteínas totais em amostras de sangue e outros líquidos
biológicos é útil para avaliar o estado nutricional e as alterações protéicas nas doenças.
PRINCÍPIO
Os íons cobre (Cu+2) em meio alcalino (Reagente de Biureto) reagem com as ligações
peptídicas das proteínas séricas formando cor púrpura, que tem absorbância máxima
em 545 nm, proporcional à concentração das proteínas na amostra.
PROCEDIMENTO
Procedimento manual
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
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ALBUMINA
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação da albumina em amostras de sangue é útil na avaliação do estado
nutricional, das funções hepática e renal e na avaliação de doenças crônicas.
PRINCÍPIO
A albumina interage com o verde de bromocresol tamponado e, devido ao erro
protéico dos indicadores, ocorre formação de cor verde, proporcional à concentração
da albumina na amostra. O verde de bromocresol possui especificidade para albumina
e não sofre interferência de valores elevados de bilirrubina e hemoglobina, permitindo
também que as interferências de valores elevados de triglicérides possa ser corrigida
utilizando o branco de amostra.
AMOSTRA
Preparo do paciente
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FOSFATASE ALCALINA
INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME
A determinação da fosfatase alcalina em amostras de sangue é útil na avaliação de
doenças hepáticas e ósseas.
PRINCÍPIO
A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a timolftaleína monofosfato liberando
timolftaleína, que tem cor azul em meio alcalino. A cor formada, diretamente
proporcional a atividade enzimática, é medida em 590 nm. O produto final da reação
se constitui de uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato.
PROCEDIMENTO
Procedimento manual
Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Branco Teste Padrão
Substrato (nº 1) 0,05 mL 0,05 mL 0,05 mL
Tampão (nº 2) 0,5 mL 0,5 mL 0,5 mL
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TRANSAMINASE PIRÚVICA
A determinação da alanina aminotransferase ou transaminase glutâmico pirúvica
(ALT/GPT) em amostras de sangue é útil na avaliação da função hepática, sendo mais
sensível na detecção de lesão hepatocelular que de obstrução biliar.
PRINCÍPIO
A transaminase pirúvica promove a transferência de grupamentos amina de alfa
aminoácidos para alfacetoácidos.
GPT
L- Alanina + Alfacetoglutarato Glutamato + Piruvato
O piruvato formado é medido através da formação de hidrazona que tem intensa cor
em meio alcalino.
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***CURVA DE CALIBRAÇÃO
Como o sistema de medida (Reitman-Frankel-U/mL) não é proporcional à atividade
enzimática, é impossível utilizar o método do fator para cálculo, sendo necessário a
preparação de Curva de Calibração.
Tomar 5 tubos de ensaio e proceder como a seguir:
Tubo nº 1 2 3 4 5
mL mL mL mL mL
Padrão (nº 4) ----- 0,1 0,2 0,3 0,4
TGP substrato (nº 1) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6
Água destilada ou 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
deionizada
Reagente de cor (nº 2) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Misturar e deixar na temperatura ambiente 20 minutos.
NaOH de Uso 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0
Misturar e deixar na temperatura ambiente 5 minutos. Determinar as absorbâncias ou
T% em 505 nm ou filtro verde (490 a 540), acertando o zero com água destilada. A cor
é estável 60 minutos.
***TRAÇADO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO
Traçar a Curva de Calibração correlacionando as leituras obtidas com os valores em
Unidades/mL, expressos na tabela abaixo, utilizando papel linear (para absorbâncias)
ou monolog (para T%).
Tubo nº 1 2 3 4 5
TGP (Unidades/mL) zero 28 57 97 150
PROCEDIMENTO
Procedimento manual
Tomar 1 tubo de ensaio e proceder como a seguir:
Teste
TGP substrato (nº 1) 0,25 mL
4. Colocar em banho-maria a 37 ºC 2 minutos. O nível da água no banho deve ser
superior ao nível dos reagentes nos tubos de ensaio.
Amostra 0,05 mL
5. Misturar e incubar em banho-maria a 37 ºC exatamente 30 minutos.
Reagente de cor (nº 2) 0,25 mL
6. Misturar e deixar na temperatura ambiente 20 minutos.
NaOH de Uso 2,5 mL
7. Misturar e esperar 5 minutos. Determinar as absorbâncias ou T% em 505 nm ou
filtro verde (490 a 540), acertando o zero com água destilada. A cor é estável 60
minutos. Obter o valor de TGP usando a Curva de Calibração.
Valores de referência
4 a 32 Unidades/mL
Os níveis na infância são discretamente superiores àqueles encontrados em adultos.
SIGNIFICADO CLÍNICO
Elevações das transaminases ocorrem nas hepatites (viral e tóxica), na mononucleose,
cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou metastático, pancreatite,
traumatismo extenso e no choque prolongado. Valores de ALT são iguais ou superiores
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aos de AST na maioria dos pacientes com hepatite viral, icterícia pós-hepática ou
colestase intra-hepática. Nos casos de cirrose hepática, hepatite alcóolica ou
carcinoma metastático, os valores de ALT são inferiores aos de AST.
No infarto agudo do miocárdio, os valores de ALT encontram-se dentro da faixa de
referência ou ligeiramente aumentados. Elevações da ALT também são relatadas na
polimiosite, dermatomiosite e rabdomiólise.
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PROCEDIMENTO
Procedimento manual
8. Tomar 1 tubo de ensaio e proceder como a seguir:
Teste
TGO Substrato (nº 1) 0,25 mL
9. Colocar em banho-maria a 37 ºC 2 minutos. O nível da água no banho deve ser
superior ao nível dos reagentes nos tubos de ensaio.
Amostra 0,05 mL
10. Misturar e incubar em banho-maria a 37 ºC exatamente 60 minutos.
Reagente de Cor (nº 2) 0,25 mL
11. Misturar e deixar na temperatura ambiente 20 minutos.
NaOH de Uso 2,5 mL
12. Misturar e esperar 5 minutos. Determinar as absorbâncias ou T% em 505 nm ou
filtro verde (490 a 540), acertando o zero com água destilada. A cor é estável 60
minutos. Obter o valor de TGO usando a curva de calibração.
Valores de referência
Soro: 4 a 36 Unidades/mL
Os níveis na infância são duas a três vezes superiores àqueles encontrados nos adultos.
SIGNIFICADO CLÍNICO
Elevações das transaminases ocorrem nas hepatites (viral e tóxica), na mononucleose,
cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou metastático, pancreatite,
traumatismo extenso e no choque prolongado. Nas hepatopatias agudas geralmente o
valor da transaminase pirúvica (ALT) excede o da oxalacética (AST).
A AST está quase sempre elevada após o infarto agudo do miocárdio. Esta começa a se
elevar 6 a 12 horas após a dor precordial, alcançando o pico máximo entre 24 a 48
horas, retornando aos valores de referência após o 5º ou 6º dia. Deve-se ressaltar que
a sensibilidade e especificidade da dosagem de AST no diagnóstico do infarto agudo do
miocárdio são baixas, tornando a determinação desta enzima a menos indicada para
este diagnóstico.
A uremia encontra-se associada à queda da AST.
Elevações significativas da atividade da AST no líquor têm sido observadas em
pacientes com acidentes cerebrovasculares. Se o nível sérico da enzima encontra-se
também elevado, trata-se, provavelmente, de dano maciço ao parênquima cerebral.
Neoplasias envolvendo o cérebro e a medula espinhal são acompanhadas de vários
graus de elevação na atividade da AST no líquor. Nos indivíduos com meningite
bacteriana têm-se, usualmente, valores dentro da faixa de referência.
Várias drogas comumente usadas encontram-se relacionadas ao aumento da AST:
izaniazida, fenotiazinas, eritromicina, progesterona, esteróides, opiácidos,
indometacina, halotano, metildopa, aspirina em crianças, dentre outras.
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REFERÊNCIAS:
STRASINGER, S.K. 2009. Urinálise e Fluidos Corporais. 5ªed. São Paulo: Editoria Livraria
Média Paulista.
MOTTA, V.T. 2003. Bioquímica Clínica – Princípios e Interpretação. 4ªed. Porto Alegre:
Editora Médica Miassau.
HENRY, J. B. 1999. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. São
Paulo, SP: Editora Manole
LABTEST – Bulas – www.labtest.com.br
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