Você está na página 1de 64

Professor Rogério Argeri

Alterações Leucocitárias - Leucemias

Introdução:
http://www.oncomedbh.com.br/site/?menu=Tipos%20de%20C%E2ncer&submenu=Leucemias
https://hematologia.farmacia.ufg.br/p/7335-contagem-diferencial-de-leucocitos
https://slideplayer.com.br/slide/5644264/
Maturação Celular – Mielóide (revisão)
Mieloblasto; promielócito; mielócito;
metamielócito; bastonete; segmentado
Megacarioblasto

Promegacariócito
Megacariócito

Monoblasto; promonócito, monócito


Definição

Leucemias = grupo heterogêneo de neoplasias hematológicas resultantes da


proliferação anormal de progenitores ou precursores hematopoéticos
(células leucocitárias: mielógenas ou linfógenas), com origem na medula
óssea e, o qual ocasiona um acúmulo de células anormais no sangue
circulante.

linfócito

Neoplasia maligna  origem na medula óssea  atinge o sangue


 Classificação – tipo celular

Mielóide: a linhagem dos mielócitos é afetada.

Linfóide: a linhagem dos linfócitos é afetada.

Classificação – leucemia

Leucemia mielóide aguda (LMA): afeta as células mielóides


Leucemia linfóide aguda (LLA): afeta células linfóides

Leucemia mielóide crônica (LMC): afeta células mielóides


Leucemia linfóide crônica (LLC): afeta células linfóides
 Definição
 Leucemias agudas: caracteriza-se pela proliferação autônoma e
descontrolada de progenitores ou precursores da linhagem mielóide ou
linfóide, células que recebem a denominação de blastos.

Essas células são incapazes de se diferenciar em células maduras, devido a


um bloqueio de maturação (anaplasia) = grande marco fisiológico da doença.

 Presença de blastos na medula óssea e no sangue periférico.

 Leucemias crônicas: caracteriza-se pela proliferação autônoma e


descontrolada de células maduras derivadas de clones neoplásicos mais
jovens que conseguiram seguir o processo normal de maturação.
 Presença de células maduras na medula óssea e no sangue periférico.
 Classificação – curso clínico
 Leucemia aguda:
• presença de células imaturas no sangue;
• evolução rápida;
• alto risco de mortalidade.
 Células leucêmicas não conseguem realizar as funções dos glóbulos brancos normais.
 Ocupam a medula óssea  reduz produção de glóbulos vermelhos e plaquetas.

 Leucemia crônica:
• presença de células maduras no sangue;
• evolução lenta.
 No início da doença, as células leucêmicas ainda conseguem realizar a função dos
glóbulos brancos normais.
 Geralmente é descoberta durante exames de rotina.
 Se agrava lentamente → a medida que o número de células leucêmicas aumenta.
 Idade de acometimento

 LMA = sua incidência começa a se elevar a partir dos 15 anos e tende a


aumentar progressivamente com a idade.
 Maior incidência no sexo masculino.
- 15-20% (crianças/adolescentes); 80% (adultos)

 LLA = mais comum na infância (90% casos)


- Pico incidência: 2-10 anos

- Mais comum em brancos com discreta predominância no sexo masculino


(57%).
- Pode ocorrer em adultos, mas o prognóstico é pior.
 Idade de acometimento

 LMC = pico na fase adulta entre 45-55 anos.


- Pode ocorrer em crianças (2% casos).
- Discreto predomínio sexo masculino.

 LLC = acomete idosos (>60 anos) com preferência para sexo masculino.
- Não é vista em pessoas com menos de 30-40 anos de idade.
- Não acomete crianças.
 Epidemiologia

 Leucemias agudas = Incidência: 8-10 casos/10.000 habitantes/ano.


Ocupa 9º lugar no ranking das neoplasias no Brasil.

 Leucemias crônicas = Incidência: 1,6 casos/10.000 habitantes/ano.

Em relação aos TIPOS DE LEUCEMIA, temos a


seguinte distribuição do total de casos (%):
1. LMA 45%
2. LLC 30%
3. LMC 15% Estimativas de novos casos: 10.800, sendo
5.940 homens e
4. LLA 10% 4.860 mulheres (2018 - INCA).
Número de mortes: 6.837, sendo
3.692 homens e
3.145 mulheres (2015- Atlas de Mortalidade por Câncer)
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
 Etiologia
→ DESCONHECIDA

 Fatores desencadeantes: genéticos

- Doenças genéticas: síndrome de Down → genoma mais frágil;


anemia de Fanconi (caracterizada por pancitopenia progressiva com falência da medula
óssea)
- Disfunção crônica da medula óssea

 Fatores desencadeantes: meio ambiente

- Radiação ionizante
- Drogas e agentes químicos (benzeno)
- Vírus (capazes de se incorporar ao genoma tornando-os instáveis)
 Etiologia

Desconhecida  influenciada por


fatores genéticos e ambientais.

Mutações que levam a:


 expressão de ONCOGENES ou
 inibição da expressão de GENES
SUPRESSORES de tumor.

- PROTO-ONCOGENES = responsáveis pelo crescimento, multiplicação e


diferenciação celular; codificam proteínas reguladoras do ciclo celular.

- GENES SUPRESSORES DE TUMOR = codificam proteínas capazes de bloquear a


divisão celular ou induzir a apoptose de células com material genético alterado.
Etiologia - Oncogenes

Quando um PROTO-ONCOGENE sofre mutações ou existem muitas cópias do


mesmo, torna-se um gene "ruim“, este pode ficar permanentemente ativado, quando
não deveria ser assim. Quando isso acontece, a célula cresce fora de controle, o que
pode levar ao câncer. Este gene ruim é chamado de ONCOGENES.

https://www.youtube.com/watch?v=82n9ZF5ByrU
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/oncogenes-e-genes-supressores-do-tumor/8161/73/
Oncogenes - neoplasias
Leucemias Agudas

Leucemia Mielóide Aguda

Leucemia Linfóide Aguda


 Leucemias agudas - Patogênese

De onde vem o clone neoplásico da leucemia aguda?

 Célula progenitora/ precursora  mutação  incapaz de prosseguir na


diferenciação hematopoiética.

 Essa célula não vai além da forma jovem e se prolifera


descontroladamente  ocupa a medula óssea  impede crescimento e
diferenciação das células normais.
 Leucemia aguda – Evolução
 Como evolui a leucemia aguda?
- Blastos leucêmicos infiltram primeiramente a medula óssea ocupando mais de 20%
(pela OMS) ou mais de 30% (pela FAB) do total de células nucleadas, podendo chegar a
80-100% ocupação.
- Primeira consequência  supressão da hematopoese normal  pode culminar em
pancitopenia (↓ glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas) = MARCO CLÍNICO DA DOENÇA.
- Blastos são lançados na corrente sanguínea  Leucemia  normalmente causam
leucocitose.
- Blastos não amadurecem  não realizam nenhuma função biológica  reduz defesa
imunológica do paciente.
- Blastos podem infiltrar alguns órgãos: linfonodos, baço, fígado, gengiva, SNC,
meninges, testículos, pele, etc.
- Paciente vai a óbito pela infiltração tecidual maciça = ocasiona falência orgânica 
e/ou pela pancitopenia grave e suas consequências (anemia, infecção, hemorragia).
 Leucemia aguda - Patogênese

 Qualquer célula progenitora/precursora pode sofrer a mutação.

 Assim, a leucemia mielóide apresenta 8 subtipos, de acordo com a célula que


sofreu a mutação (M0-M7).
- Célula-tronco “STEM CELL” (hemohistioblasto)
- Célula progenitora mielóide (hemocitoblasto)
- Célula precursora (mieloblasto, monoblasto, eritroblasto, megacarioblasto)

 Na leucemia linfóide, a mutação pode ocorrer na célula pré-T ou pré-B.

- 80% casos (linhagem B) e 20% (linhagem T).

A IDENTIFICAÇÃO PRECISA DO SUBTIPO DE LMA OU LLA É FUNDAMENTAL


PARA O PROGNÓSTICO, TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO.
 Leucemia Mielóide Aguda
 É a leucemia mais comum, afetando uma
faixa etária mais ampla.

- Anemia (palidez, fraqueza) Se relaciona com


- Infecção e febre (granulocitopenia) insuficiência
hematopoética
- Púrpuras e hemorragias (plaquetopenia) medular

Púrpuras

- Outros sintomas são decorrentes da infiltração


leucêmica de órgãos e tecidos = Dores ósseas/
reumáticas, esplenomegalia, linfadenopatia, esplenomegalia

A LMA progride rapidamente e as células mielóides interferem na produção


normal de glóbulos brancos e vermelhos e de plaquetas.
LMA

 Achados laboratoriais:

- Hemograma =
 Anemia: normocítica/normocrômica sem reticulocitose
 Plaquetopenia (25% pacientes <25.000 plaquetas) e
 leucometria variável.

VR normal:

- Leucócitos:
 50% - 5.000 e 50.000 cél/mm3
 25% - > 50.000 cél/mm3
 25% - < 5.000 cél/mm3

 A leucocitose é representada por:


BLASTOS e NEUTROPENIA (comum 70% BLASTOS, com:
→ mais de 1 nucléolo, grânulos azurófilos, presença bastão de Auer.
LMA

Blastos da LMA são um pouco maiores que os da LLA e


geralmente possuem grânulos azurófilos em seu citoplasma

define linhagem granulocítica.

Mieloblastos: citoplasma dos blastos mielóides com


abundante granulação azurofílica.

Linfoblastos
LMA

Bastonete de Auer
→ agregados de grânulos azurófilos que adquiriram o formato de “agulha”,
compostos por lisossomos fundidos em cujo interior existe
mieloperoxidase e outras enzimas da linhagem granulocítica.

Mieloblastos com bastão de Auer


(identificado na ponta da seta laranja)

Presença de bastonetes de Auer é


patognomônica da LMA.
Bastão de Auer em paliçada
LMA

 Diagnóstico:

 Confirmação diagnóstica = MIELOGRAMA


 Aspirado da medula óssea coletado normalmente da crista ilíaca.

- - número dede
número blastos nana
blastos medula óssea
medula forfor
óssea maior ouou
maior igual a 20%
igual = OMS.
a 20% = OMS.
- - número dede
número blastos nana
blastos medula óssea
medula forfor
óssea maior ouou
maior igual a 30%
igual = FAB.
a 30% = FAB.

Classificações morfológicas das LMA:


Franco-Americana-Britânica (FAB)
Organização Mundial da Saúde (OMS)
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842006000300008

 No mielograma também leva-se em consideração:


morfologia, citoquímica, imunofenotipagem e cariótipo.

 Além de confirmar o diagnóstico, deve tipar e subtipar a leucemia e obter o prognóstico.


Classificação Franco-Americana-Britânica (FAB) .
 Leva em consideração características morfológicas dos blastos e sua citoquímica.
Após foi adicionada a imunofenotipagem nessa classificação.
Classificação Franco-Americana-Britânica (FAB) .
 Leva em consideração características morfológicas dos blastos e sua citoquímica.
Após foi adicionada a imunofenotipagem nessa classificação.
Mieloblastos e monoblastos.

LMA: M4
 Estudo Citoquímico – início da diferenciação dos Blastos

As provas citoquímicas utilizam reagentes capazes de colorir estruturas


específicas de diferentes linhagens.

 Mieloblastos  positivos para a prova da mieloperoxidase ou Sudan


Black B = LMA mieloblástica M1, M2, M3, M4.

 Monoblastos  positivos para a prova da esterase não específica = LMA


monoblástica M4, M5.

 Linfoblastos
 positivos para enzima nuclear TdT (Terminal deoxinucleotidil Transferase)
 positivos para a prova do ácido periódico de Schiff (PAS) = LLA
derivada célula B.
 positivos para fosfatase ácida = LLA derivada célula T.
Citoquímica
Mieloblastos  positivos para a PROVA DA MIELOPEROXIDASE
= LMA mieloblástica M1, M2, M3, M4.

Peroxidase é uma enzima presente nos grânulos primários no citoplasma das


células MIELÓIDES. Esta enzima cliva o peróxido de hidrogênio, liberando o oxigênio
que oxida a benzidina. Esta, se precipita na forma de grânulos na cor amarelo pardo.
Citoquímica

 Coloração citoquímica para peroxidase:

Blastos com moderada a forte atividade para peroxidase


Citoquímica Positivo = LMA M1, M2, M3, M4.
Sudan Black
– Cora lipídeos e fosfolipídeos
– Positivo para granulações azurófilas e específicas
– Diferencia LLA e LMA
– Prova mais sensível do que a peroxidase
– Grânulos coram-se fracamente nos blastos e fortemente em
granulócitos diferenciados.

http://adamogama.blogspot.com/2011/08/sudan-black-b.html
Citoquímica
 PROVA DA ESTERASE NÃO ESPECÍFICA
 LMA monoblástica M4, M5.

 Esterases são enzimas encontradas no


citoplasma celular com capacidade para
hidrolisar ésteres. Ex.:
 alfa naftil acetato ( ANA ) esterase
 alfa naftil butirato (ANB) esterase

→→ forte
fortepositividade
positividadenasnasleucemias:
leucemias monocíticas,
megacariocíticas e eritroleucemia.e eritroleucemia.
monocíticas, megacariocíticas

 Nos MONÓCITOS as esterases 3,4,5 e 6 tem


atividade forte e são sensíveis (inibida) à ação do
fluoreto de sódio.

 Presença de ESTERASE ESPECÍFICA para granulócitos - Cloro-acetatoesterase

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009
A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda
Citoquímica PAS = inespecífico. O PAS (ácido periódico)
reage com o glicogênio celular e a oxidação
 PAS – ÁCIDO PERIÓDICO DE SCHIFF deste leva a produção de dialdeídos que
oxidam o reagente de Schiff, dando produto
intracelular de cor róseo (magenta).

A maioria das células hematopoiéticas contém


material positivo em concentração variável.
 A linhagem granulocítica tem positividade
crescente com a maturação celular.
 Nos casos de LMA-M6, o PAS tem
positividade granular (em bloco) nos
precursores eritróides, e difusa nos estágios
mais diferenciados.
 Na LLA, os linfoblastos frequentemente  FOSFATASE ÁCIDA
demonstram positividade granular ou em
bloco.

http://adamogama.blogspot.com.br/2011/08/acido-periodico-de-schiff-pas.html
http://www.sergiofranco.com.br/bioinforme/index.asp?cs=Hematologia&ps=pas
https://slideplayer.com.br/slide/84115/
Após a citoquímica cerca de 15-20% dos blastos ainda
continuam sem definição da origem.

Daí a importância de outros exames para complementar e


confirmar (ex. imunofenotipagem e cariótipo).
 Imunofenotipagem
 Definir com precisão o subtipo de célula leucêmica (origem e o grau de diferenciação).
Método
Método “padrão-ouro”
“padrão-ouro” para
para tipar
tipar as
as leucemias.
leucemias
 Consiste na pesquisa de marcadores na membrana, citoplasma ou nuclear do blasto,
através da utilização de anticorpos específicos ligados a substâncias fluorescentes.
 Cada subtipo de leucemia apresenta uma combinação própria de marcadores que
o caracteriza.

CD
A positividade para um determinado marcador é
34 vista pela presença de atividade fluorescente na
CD 7
membrana ou citoplasma da célula neoplásica, no
microscópio ou via citometria de fluxo.
 Uso de pelo menos 3, e preferencialmente 4
CD 19
ou mais cores.

CD 13;14; 33
http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v42n2/a04v42n2.pdf
Diagnóstico laboratorial das leucemias mielóides agudas
Subtipo (FAB) Marcadores

LMA M0, M1 CD13,CD14,CD33, CD34

LMA M2, M3, M4, M5 CD13, CD14,CD33

LMA M6 Glicoforina, espectrina

LMA M7 FwB, GPIIb/IIIa, CD41, CD61

LLA célula B CD10,CD19,CD20,CD22,CD79

LLA célula T CD10, CD2, CD3, CD5, CD7

Isotiocianato de fluoresceína (pico de


absorção a 495 nm e de emissão a 520 nm)

http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v42n2/a04v42n2.pdf
Diagnóstico laboratorial das leucemias mielóides agudas
 Exame do cariótipo – citogenética convencional

Estudo dos cromossomos em divisão (metáfase) e posterior coloração com


bandeamento = buscar alterações numéricas ou estruturais.

 Mais da metade das LMA apresentam alterações cromossômicas.


 O exame de cariótipo é realizado com blastos obtidos no mielograma.

Categoria Alteração Citogenética As alterações citogenéticas nas LA:


FAB

LMA M2 T(8;21) ...contribuem para o entendimento


LMA M3 T(15;17) da etiopatologia das leucemias.
LMA M4 Inv16

LLA L1 Trissomias ...representam os principais


LLA L2 T(9;22) parâmetros prognósticos para guiar
LLA L3 T(8;14) a escolha da melhor terapia.
....... parâmetros prognósticos

Cariótipo Principais anomalias LMA

Favorável T(8;21), t(15,17); inv16

Intermediário Trissomia 6 (+6), +8, +21,


del(9q)

Desfavorável del(5q), del(7q), t(6;9),


t(9;22) ou cariótipo
complexo >5 alterações

Cariótipo Principais anomalias LLA

CRIANÇAS

Baixo risco +4, +10, +17, t(12;21)

Alto risco T(1;19)

Muito alto risco T(9;22)

ADULTOS

Baixo risco Del(9p)

Alto risco T(9;22), t(4;11), t(8;14), cariótipo


complexo > 5 alterações
 Hibridação In Situ Por Fluorescência (FISH) - método citogenético-molecular

 Baseia-se no uso de sonda marcada com fluorocromo que se liga por


complementaridade ao DNA sob estudo.
 Vantagens: rapidez, sensibilidade e especificidade, além de não precisar de
metáfases.
Pode ser utilizada em casos em que não se consegue obter
resultado do cariótipo através citogenética convencional.
 Leucemia Linfóide Aguda
 É a leucemia mais comum na infância, respondendo bem
a quimioterapia com chance de cura em torno de 70-85%.

 Quadro clínico é muito semelhante ao da LMA.


- Dor óssea muito frequente (80% casos)
- Adenomegalia cervical frequente (75% casos)
- Massas mediastinais (cistos, nódulos) no subtipo de células T no timo
- Acometimento do SNC e testículos

 Diagnóstico:
 HEMOGRAMA  semelhante ao da LMA.
 MIELOGRAMA  presença de linfoblastos na MO ≥ 25% do total de células nucleadas
+ morfologia, citoquímica, imunofenotipagem e cariótipo.
 confirmar o diagnóstico, tipar e subtipar a leucemia e obter o prognóstico.
Linfoblasto tipo 1 Linfoblasto tipo 2 Linfoblasto tipo 3
CITOPLASMA VACUOLADO E
BAZILÍLICO (AZULADO)

Linfoblasto com presença de cromatina fina e uniforme, relação núcleo-citoplasma elevada, citoplasma
azul pálido sem grânulos e sem bastões de Auer, são diferenças em relação a morfologia dos mieloblastos.
Linfoblasto tipo 1 Linfoblasto tipo 2

Linfoblasto tipo 3 CITOPLASMA VACUOLADO E


BAZILÍLICO (AZULADO)
L1 L2 L3

Grande e
Tamanho pequeno grande
homogêneo

Pontilhado
Cromatina Homogênea variável
fino

Oval ou
Forma regular irregular
redonda

Nucléolos raros presentes 1-3

Citoplasma escasso moderado Moderado

Basofilia moderada variável intensa


Leucemias Crônica

Leucemia Mielóide Crônica

Leucemia Linfóide Crônica


Leucemia Mielóide Crônica

 LMC é uma doença mieloproliferativa crônica


 se origina na célula tronco ou de um progenitor
 esse clone segue o curso normal de maturação até as células maduras:

Não há bloqueio de maturação!!!!


Leucemias crônicas

 Caracterizam-se pelo acúmulo lento e gradativo de leucócitos neoplásicos


na medula óssea e no sangue periférico.
 Ao contrário das leucemias agudas, as células que se acumulam estão
numa fase tardia de maturação.
 São representadas pela:
- Leucemia MIELÓIDE crônica
- Leucemia LINFÓIDE crônica

 Se não tratada
a sobrevida da LMC é de 2-5 anos e da LLC é de 1 a 10 anos.

O início da doença, por vezes, passa por despercebido, pois a sintomatologia


é vaga, caracterizada por anemia, fraqueza, emagrecimento.
LMC - Patogênese
 Clone neoplásico provavelmente é uma célula tronco  por razões
desconhecidas essas células ganham uma anomalia citogenética resultando
no cromossomo Philadelfia = translocação recíproca entre os braços longos
do cromossomo 9 e 22.
 Essa translocação aproxima o gene ABL (cromossomo 9) ao gene BCR
(cromossomo 22)  a aposição desses genes formam um oncogene
chamado BCR/ABL  sintetiza proteína que aumenta a divisão celular e
bloqueia a apoptose (fusão bcr-abl com atividade enzimática tirosina cinase desregulada).
LMC - Patogênese

 Cerca de 95% dos pacientes com LMC apresentam o cromossomo


Philadelfia  detectável na análise do cariótipo.

 O clone neoplásico é capaz de se diferenciar em célula madura


 a diferenciação ocorre para a série granulocítica
 com acúmulo na medula óssea e sangue periférico de:
neutrófilos, bastonetes, metamielócitos, mielócitos.

Encontra-se eosinofilia e basofilia, monocitose e plaquetose, anemia.


LMC – Manifestações clínicas e laboratoriais

 Muitos pacientes são descobertos na fase assintomática da doença


através do exame físico mostrando esplenomegalia e/ou hemograma
relevando leucocitose com neutrofilia acentuada, com desvio a esquerda
até mielócito ou mieloblastos (<5%).

Leucocitose neutrofílica acentuada com desvio a esquerda +


esplenomegalia de grande monta - marco da LMC

 Sintomas mais comuns: febre, perda de peso, astenia, desconforto


abdominal no hipocôndrio esquerdo, palpitação, dispneia.

 Infecções não são frequentes e não caracterizam a doença.


o clone neoplásico consegue se diferenciar até neutrófilo maduro
que possui função normal ou levemente diminuída.
LMC – Manifestações clínicas e laboratoriais

 A contagem de leucócitos totais pode atingir até 1.000.000 cel/mm3,


 sendo comuns valores acima de 100.000 cel/mm3 e
 quase sempre acima de 50.000 cel/mm3.

Em geral, existe flutuação no nível da leucocitose.

Encontra-se eosinofilia e basofilia


(LMC é uma das únicas causas de basofilia proeminente e persistente)
LMC – Manifestações clínicas e laboratoriais

 Presença de anemia normocítica e normocrômica em 50% dos casos.

 Em relação as plaquetas, a regra é trombocitose (>400.000 cel/mm3).

 Logo, a regra na LMC é: Anemia + leucocitose + trombocitose

Apesar da trombocitose, os pacientes estão sujeitos a sangramentos


porque existe disfunção plaquetária. Ao mesmo tempo, existe risco
de trombose devido a leucocitose e trombocitose acentuada.
LMC - Diagnóstico

 Inicia-se com hemograma


 presença de leucocitose acentuada e esplenomegalia = suspeita!

 Mielograma

 Citogenética (presença cromossomo Philadélfia)


FASES LMC

 Primeira fase – crônica: dura cerca de 3 anos e é caracterizada por


leucocitose e predominância de células mielóides maduras com desvio a
esquerda, presença de anemia.

 Segunda fase - acelerada: as células perdem gradualmente a capacidade


de diferenciação e observa-se basofilia, plaquetose e anemia.

 Terceira fase - crise blástica (semelhante a aguda): transforma-se em


aguda, com presença de 30% ou mais de blastos na medula ou sangue
periférico.
Aumento de blastos no sangue periférico (10-20%) – fase acelerada LMC.
Basofilia no sangue periférico (>20%)
Diversos blastos e 1 bastonete em sangue periférico de paciente com LMC –
fase acelerada.
Leucemia Linfóide Crônica

 Segunda leucemia mais comum e acomete os idosos


> 60 anos, com preferência do sexo masculino (2:1).

 Curso indolente, cujo clone neoplásico é um linfócito B maduro bloqueado


numa fase de diferenciação que impede sua transformação em plasmócito.

 Não esta relacionada a radiação ionizante, benzeno ou agentes aquilantes.


Sua etiologia é totalmente desconhecida.

 Não existe uma única anomalia cromossômica típica, mas existem


anomalias que modificam o prognóstico da doença.
Leucemia Linfóide Crônica

 Os linfócitos B neoplásicos são células de turnover lento, com meia-vida


superior aos linfócitos B normais, provavelmente pelo bloqueio de
maturação.

 Evolução da doença é devido ao acumulo desses linfócitos na medula


óssea, passando em seguida para o sangue periférico e atingindo os
linfonodos, baço e fígado.

 O paciente vai tornando-se e propenso a morrer por infecções


bacterianas, debilitado.

 Pacientes com LLC tem maior incidência de outras neoplasias não


hematológicas = câncer de pulmão e gastrointestinal.
LLC – Manifestações clínicas e laboratoriais

 Muitos pacientes são diagnosticados na fase assintomática da doença, pelo


encontro de uma linfocitose expressiva no hemograma.

 Na LLC a linfocitose é sempre superior a 5.000 linfócitos/mm3.

 Adenomegalia cervical é achado comum, pode


generalizar e acometer linfonodos viscerais.

 Linfocitose acentuada + adenomegalia = MARCO DA LLC

 Sintomas: febre, astenia, fadiga, perda de peso, queda do


estado geral (fases mais adiantadas da doença).
LLC – Manifestações clínicas e laboratoriais
 Linfocitose é a principal característica da doença.
 No esfregaço de sangue periférico, esses linfócitos são idênticos
morfologicamente aos linfócitos normais (tamanho próximo ao da hemácia, com núcleo
arredondado, cromatina condensada e citoplasma escasso).

Uma alteração que pode chamar a atenção é o encontro de


linfócitos destruídos = manchas de Gumprecht

manchas de Gumprecht em
esfregaço de sangue periférico.
LLC típica com manchas de Gumprecht em esfregaço de sangue periférico

manchas de Gumprecht
representam pequenos linfócitos
maduros caracterizados por uma
fragilidade peculiar da
membrana celular, que leva
frequentemente à rotura da
célula durante a execução do
esfregaço sanguíneo, com
formação de restos linfocitários.
LLC – Manifestações clínicas e laboratoriais

 Encontramos anemia normocítica, normocrômica e plaquetopenia =


indicam pior prognóstico, mostrando que os clones neoplásicos estão
ocupando maior parte da medula óssea.

 Leucocitose (30.000 a 200.000 cel/mm3)

 Hipogamaglobulinemia é achado típico porque os linfócitos B não


amadurecem a plasmócitos.
LLC - Diagnóstico

 Baseia-se no exame físico e hemograma.

 O diagnóstico é confirmado por um dos seguintes critérios:

- Linfocitose persistente > 10.000/mm3 + aspirado de medula óssea com >


30% linfócitos

- Linfocitose persistente > 5.000/mm3 + aspirado de medula óssea com


>30% linfócitos + imunofenotipagem revelando marcadores de linfócito
B maduro em conjunto com o marcador CD5.

 Tambem é utilizado o estadiamento de RAI,


embora também exista o estadiamento de Binet.
LLC – Sistema clássico de estadiamento e prognóstico

 baseados em características clínicas e hematológicas

sobrevida > 10 anos

sobrevida = 8 anos

sobrevida = 6 anos

sobrevida = 2 anos

sobrevida = 2 anos

Você também pode gostar