Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CRISE DA BOLHA DA INTERNET

LUANDA,2024
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CRISE DA BOLHA DA INTERNET

TURMA : A
GRUPO: 9
SALA: SO301

DOCENTE : WILSON CHIMOCO

LUANDA,2024
INTEGRANTES DO GRUPO

1. Lisandra Cazeia João 1000030884


2. Ludivino Clemente 1000031714
3. Luyana Eunice João 1000027952
4. Maíza Vivalda Cage 1000030731
5. Makulusse Castelo Tekassala 1000030667
6. Maria Eduardo Tomás 1000027862
7. Mário Mawete Filipe 1000030724
8. Ngunga Domingos Kialanda 1000031164
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................................ 6
2.1 SURGIMENTO DA BOLHA DA INTERNET................................................................ 6
2.2 O ESTOURO DA BOLHA DA INTERNET .................................................................... 7
2.3 CONSEQUÊNCIAS DA BOLHA..................................................................................... 8
2.4 ALGUMAS EMPRESAS E PAÍSES QUE FORAM AFETADAS ................................ 9
2.5 MECANISMO DE TRANSMISSÃO ............................................................................. 10
2.6 METÓDOS QUE FORAM UTILIZADOS PARA CORRIGIR A CRISE DA BOLHA
DA INTERNET ........................................................................... Erro! Marcador não definido.
2.6 LIÇÕES QUE ESTA CRISE DEIXOU PARA O MERCADO DE CAPITAIS ......... 10
CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 12
INTRODUÇÃO
Os primeiros anos da década de 2000 foram marcados por uma crise financeira que ficou
conhecida como a bolha da internet, ou “bolha ponto com”. Assim como qualquer bolha, o
fenômeno foi caracterizado pela supervalorização rápida e artificial de ativos financeiros sem
valor real para sustentar a especulação do mercado. Neste caso, a bolha se formou nos EUA
em torno de empresas de serviços online, em um período em que as conexões de banda larga
apenas começavam a ser implementadas no mundo.

A bolha da internet ocorreu no final da década de 1990 nos EUA. No entanto, a bolha “dot-
com” estourou no início dos anos 2000, quando ficou evidente que muitas dessas empresas
não eram financeiramente viáveis e não conseguiram cumprir as expectativas de lucros dos
investidores. Isso levou a uma queda acentuada nos preços das ações das empresas de
tecnologia e Internet, resultando em perdas substanciais para muitos investidores. O estouro
da bolha da tecnologia “dot-com” teve impactos significativos no mercado de ações e na
economia global. Muitas empresas ponto-com faliram, houve uma perda significativa de
empregos e uma desaceleração na atividade econômica em várias regiões.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

• CRISE

Kindleberger (2002), a definição de crise financeira deve considerar as atitudes dos agentes
económicos, por fazerem emergir os momentos de euforia, bolhas e irracionalidades.

Klindeberger (2002), Uma «crise típica» é desencadeada por uma mudança ampla e
profunda, exógena ao sistema económico, capaz de alterar as perceções dos operadores
sobre a evolução dos proveitos em um ou mais sectores de atividade

• BOLHA ESPECULATIVA

Uma bolha especulativa é um fenômeno de inflação dos preços de ativos financeiros, que se
baseia em expectativas irracionais dos agentes e que acaba por estourar, provocando uma
crise financeira. Essas bolhas são potencialmente perigosas, pois apesar de nem sempre serem
custosas, ocasionalmente podem estar associadas a eventos prejudiciais à economia.A bolha
pode ser evitada ou controlada pelo Banco Central, através da regulação da taxa de juros e da
oferta de moeda.

• BOLHA DA INTERNET

A bolha da internet (também conhecida como bolha ponto com ou dot com) foi um
movimento especulativo nas ações de empresas baseadas em negócios na internet ou
intensivas em tecnologia. O termo “bolha da tecnologia” é frequentemente associado à bolha
“dot-com” do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, ele também pode ser usado para
descrever outras bolhas especulativas que ocorreram em sectores de alta tecnologia ao longo
do tempo.

2.1 SURGIMENTO DA BOLHA DA INTERNET


A internet comercial foi criada em 1991, por Tim Berners-Lee. Anteriormente, as redes de
transferências eram utilizadas somente pelo governo e universidades. O acesso à internet
cresceu rapidamente na década de 90 e deu espaço para o nascimento dos serviços online, o
que inclui varejo, jogos, comunicação e finanças. A rápida expansão do acesso à internet ao
longo da década de 90 fez florescer um amplo segmento de serviços online, incluindo varejo,
finanças, jogos e comunicação.

Esta revolução tecnológica e comercial gerou uma certa euforia no mercado, seduzindo
investidores com a perspectiva de lucros exorbitantes. Desta forma, muitos investidores de
risco ansiosos por “queimar a largada” começaram a despejar volumosos aportes em startups
e empresas ainda em estágio embrionário.

O surgimento da internet como uma plataforma comercial viável atraiu investidores ávidos
por oportunidades de crescimento rápido. Muitas empresas ponto com (empresas cujos
negócios estavam centrados na internet) foram criadas, e os investidores estavam dispostos a
investir maciçamente nessas startups, mesmo que muitas delas não tivessem lucros
substanciais ou, em alguns casos, receitas.

A bolha se alimentava de especulação, financiamentos privados maciços e excesso de


confiança no crescimento do setor. O preço de várias ações do setor disparava logo no
lançamento, chegando a valorizar mais de 600% em um único dia. O principal palco desta
crise foi a Nasdaq, bolsa americana com foco em tecnologia e inovação que lista muitas das
maiores techs do Vale do Silício até hoje.

2.2 O ESTOURO DA BOLHA DA INTERNET


Em 10 de março de 2000, a Nasdaq atingiu o máximo recorde de 5.048.62 pontos. Esta data é
considerada um divisor de águas no êxtase do mercado por empresas “ponto com”. Após anos
injetando recursos massivos no setor tecnológico, o mercado eventualmente seguiu seu
caminho inevitável, os acionistas começaram a cobrar retornos das empresas. No entanto,
grande parte das companhias tinham pouca perspectiva de gerar lucros no futuro próximo.

O Estouro da bolha da internet foi causado por uma combinação de fatores que alimentaram
um otimismo irracional e uma especulação descontrolada no mercado de tecnologia durante a
década de 1990. A política monetária dos EUA também contribuiu para o estouro da bolha,
ao retomar o aperto monetário (elevação dos juros) no ano 2000. Além disso, outros fatores
colaboram para a quebra generalizada das empresas ponto com:

Euforia e Hype, o surgimento da internet como uma plataforma comercial viável gerou
uma euforia generalizada. O hype em torno das empresas pontocom (empresas centradas
na internet) levou a investimentos massivos, muitas vezes baseados em expectativas
futuras em vez de fundamentos reais.

Facilidade de Acesso ao Capital, a disponibilidade fácil de capital de investidores,


combinada com a popularização das ofertas públicas iniciais (IPOs), permitiu que
empresas obtivessem financiamento significativo com relativa facilidade. Isso resultou
em uma entrada rápida de novas empresas no mercado, mesmo que muitas delas não
tivessem uma base financeira sólida ou planos claros para a lucratividade.
Modelos de Negócios Não Sustentáveis, muitas empresas ponto com não tinham
modelos de negócios sustentáveis ou fontes claras de receita. A ênfase estava
frequentemente em ganhar participação de mercado rapidamente, sem uma consideração
adequada para a rentabilidade a longo prazo. Isso contribuiu para a desconexão entre as
avaliações de mercado infladas e os fundamentos econômicos reais das empresas.

Comportamento Imitativo dos Investidores, o sucesso inicial de algumas empresas


ponto com levou a um comportamento de imitação por parte dos investidores, que
procuravam replicar esses sucessos. Esse comportamento em rebanho exacerbou a
especulação, alimentando um ciclo de valorização irracional.

Falta de Regulação Eficaz, a falta de regulamentação eficaz permitiu práticas contábeis ,


questionáveis e relatórios financeiros otimistas, contribuindo para a percepção inflada do
desempenho das empresas. Isso aumentou ainda mais a bolha, já que investidores
confiavam em informações muitas vezes imprecisas ou exageradas.

2.3 CONSEQUÊNCIAS DA BOLHA


O prejuízo sofrido pelo mercado entre 2000 e 2002 é estimado em mais de US$ 5 trilhões.
Em relação à máxima histórica de 10 de março, a Nasdaq sofreu um tombo de quase 77% nos
dois anos seguintes. Muitas empresas foram a falência, e muitas outras tiveram que se
reestruturar para conseguir sobreviver. Empresas como Yahoo, Amazon, Ebay e Paypal foram
exemplos de empresas que sobreviveram, porém amargaram grande desvalorização de suas
ações. Logo, o modelo de negócio teve que ser reavaliado para que se adequasse a nova
realidade e fosse sustentável a longo prazo

• IMPACTO NAS VARIÁVEIS MACROECONÓMICAS

A bolha das pontocom, que atingiu o seu pico no final da década de 1990 e rebentou no início
da década de 2000, teve um impacto mensurável nas variáveis macroeconómicas, como
evidenciado por dados concretos de diferentes sectores. Vamos analisar mais profundamente
os dados e números relacionados com estes impactos, concentrando-nos nas nuances das
mudanças no crescimento do emprego, nas oscilações da taxa de desemprego, no produto
interno bruto (PIB) e noutros indicadores económicos importantes.

1. Emprego no setor técnico: Durante o boom das pontocom, o emprego na indústria


tecnológica registou um crescimento surpreendente. Entre 1995 e 2000, dados do Bureau of
Labor Statistics (BLS) dos EUA mostram que o emprego na indústria da tecnologia da
informação cresceu cerca de 7% anualmente. O declínio acentuado que ocorreu após o
rebentamento da bolha causou grandes danos ao emprego. De 2000 a 2002, mais de 540 mil
empregos foram perdidos no setor de tecnologia nos Estados Unidos.

2.Taxa de desemprego: quando a bolha atingiu o seu auge em 2000, a taxa de desemprego
era de cerca de 4%, o que significa que quase todas as pessoas que queriam um emprego
tinham um. Mas quando a bolha estourou, as coisas mudaram e a taxa de desemprego subiu
muito. Em 2002, atingiu 5,8%, este aumento de quase 2% pontos percentuais em apenas dois
anos mostra-nos o quanto a correção do mercado afectou a capacidade das pessoas de
encontrar trabalho e como teve impacto na estabilidade económica.

3. Crescimento económico: ao longo do aumento da bolha, entre 1995 e 2000, foi observado
um crescimento económico médio de aproximadamente 4% nos Estados Unidos,
Inversamente, após o rebentamento da bolha em 2001, seguiu-se uma desaceleração
significativa do crescimento, que caiu para cerca de 1%. O ano de 2002 apresentou um estado
de crescimento económico quase estagnado, com apenas 0,1% registado. Estes números
revelam a rápida metamorfose de uma economia próspera para uma que perdeu
progressivamente impulso devido às reverberações produzidas pelo rebentamento da bolha.

4. Finanças Públicas: a queda nos lucros das empresas de tecnologia resultou em uma
diminuição das receitas fiscais. O déficit orçamentário dos EUA aumentou consideravelmente
de 86 bilhões de dólares em 2000 para 157 bilhões de dólares em 2002, Esse aumento no
déficit reflete não apenas a pressão sobre as finanças públicas, mas também a necessidade de
ajustes orçamentários em resposta às mudanças nas condições econômicas.

5. Confiança do Consumidor: antes do estouro da bolha, o Índice de Confiança do


Consumidor da Universidade de Michigan estava em níveis historicamente altos, refletindo a
confiança generalizada na economia. Contudo, após o estouro da bolha, esse índice caiu
significativamente, sinalizando uma mudança nas expectativas dos consumidores e uma
postura mais cautelosa em relação às condições econômicas.

2.4 ALGUMAS EMPRESAS E PAÍSES QUE FORAM


AFETADAS
Centenas de empresas que surgiram ou abriram capital no período do inchaço da bolha foram
obrigadas a fechar as portas após o estouro da bolha. Já as cinco techs que lideraram o
mercado durante a bolha da internet — Microsoft, Cisco, Intel, Oracle e IBM —
sobreviveram à crise, embora também tenham sentido os prejuízos. O episódio da bolha da
internet indícios de contágios entre o EUA E África do Sul, Argentina, e Canadá.
2.5 MECANISMO DE TRANSMISSÃO
A alta contínua nos preços das ações na segunda metade dos anos noventa fez com que Alan
Greenspan declarasse que havia uma “exuberância irracional” por parte dos investidores, mas
que a política monetária americana se manteria voltada aos fundamentos macroeconômicos.
Apesar desta declaração, alguns observadores acham que a política monetária foi
acomodatícia, facilitando a elevação na taxa de crescimento monetário de M2 e M3 em 1998,
além da redução nas taxas dos fundos do Fed (Fand, 1999)

Em novembro de 1999, o Fed apertou a política monetária, voltando a afrouxá-la em meados


de 2000, quando houve redução na taxa de crescimento da economia, anunciando uma
recessão para março de 2001. Não há como medir se as ações do Fed provocaram o aumento
nos preços das ações antes de março de 2000 e a volatilidade dos mesmos depois. O fato é
que os preços das ações não foram uniformemente afetados. Entre agosto de 2000 e
dezembro de 2001, o Dow Jones caiu em aproximadamente 11% e o Nasdaq, em 49 por
cento. O golpe maior ocorreu com as empresas de alta tecnologia, de maior risco.

2.6 LIÇÕES QUE ESTA CRISE DEIXOU PARA O MERCADO


DE CAPITAIS
Valor de mercado não é geração de caixa: durante o inchaço da bolha da internet, os
investidores se guiaram maioritariamente pelo preço das ações e buscaram as empresas que
se valorizavam mais rápido. É importante ter em mente que o valor de mercado de uma
empresa, como o próprio nome deixa claro, representa o valor que os agentes do mercado
atribuem àquele negócio. A geração de caixa, a receita e o patrimônio de uma empresa
sempre devem ser considerados para estimar a solidez e rentabilidade de qualquer negócio.

O Venture Capital nem sempre acerta: a euforia do mercado foi, em larga escala,
alimentada e amplificada por investidores com foco em Venture Capital. Esta modalidade de
investimento tem como objetivo injetar recursos e desenvolver empresas com propostas
promissoras, e é considerada altamente arriscada. O estouro da bolha da internet é uma prova
sólida de que uma companhia não vai disparar, necessariamente, apenas por estar recebendo
aportes de investidores qualificados.

Diversificar é sempre essencial: seja qual for o seu estilo, renda ou interesse como
investidor, é sempre fundamental ter em mente que empresas estão expostas a riscos de
mercado que nem sempre são previsíveis. Segundo algumas estatísticas, em 1999, quase 40%
dos investimentos de venture capital foram destinados a companhias de serviços online.
Esta concentração muito alta de recursos em um setor específico foi um dos fatores que, além
de ajudar a formar a bolha, agravou o quadro quando ela estourou. Assim, independente do
quão promissor ou seguro um ativo pareça, nunca se deve apostar todas as suas fichas nele
ou, em jargão de mercado, “depositar todos os ovos na mesma cesta”.
CONCLUSÃO
As forças macroeconômicas afetam-nos, a todos, a nossa vida diária. Por tanto após a
abordagem feita percebemos que o grande equívoco das pessoas foi achar que as mudanças
da internet seriam instantâneas. Na verdade, com o fim da bolha ficou claro que as empresas
que sobreviveram eram as que tinham as economias tradicional, as que apresentavam uma
proposta de negócio sólida, priorizando a criação de receitas e o crescimento no lugar do
conceito de lucro e do crescimento rápido. É difícil detetar uma bolha, e que a confirmação
costuma a ser ocorrer tarde demais. Ainda assim as lições que tiramos do estouro da bolha
ponto com continuam sendo úteis para identificar riscos de distorções cognitivas no mercado
REFERÊNCIA BIBIOGRÁFIA

• Livro de Macroeconomia 7 edição OLIVER BLANCHARD


• Classroom.google.com
• www.oficinanet.com
• Ptforexclub.pl

Você também pode gostar