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Onde investir

em Crypto
em 2023

janeiro 2023
O Contexto
Dentro do mundo dos investimentos, além
de conhecer bem os ativos nos quais você irá
alocar o seu capital, é necessário entender
o cenário e o contexto que os envolve, afinal,
uma estratégia certa no momento errado é uma
estratégia errada. Em crypto não é diferente.

Alguns anos após a crise do subprime em 2008,


o mundo se deparou com outra grande crise
econômica, que foi fruto imediato dos impactos
da pandemia da Covid-19. Dentro desse
cenário, entre 2020 e 2021, bancos centrais
do mundo inteiro adotaram políticas monetárias
expansionistas, reduzindo as taxas de juros
e aumentando a oferta de moeda em
circulação, buscando aquecer a economia
através de incentivos monetários.

Nesse movimento, trilhões de dólares foram


injetados na economia em nível mundial,
com aumento sem precedentes de mais
de 40% no total de dólares em circulação após
o início da pandemia.

No curto prazo, quando olhamos para


a primeira onda da pandemia e seu respectivo
impacto, é possível ver que houve uma corrida
de investidores em busca de ativos fortes,
estáveis e que tivessem a capacidade de prover
uma alta liquidez. Preenchendo esses dois
requisitos, moedas fortes como o dólar
e produtos de renda fixa acabaram se tornando
os principais alvos de investidores. Em um
segundo momento, com a implementação
de políticas monetárias expansionistas, que
reduziram as taxas de juros e impactaram
diretamente a rentabilidade de títulos de
renda fixa, os investidores passaram a buscar
novas opções. Do final de 2020 até o fim
de 2021, em um cenário de alta liquidez no
mercado, vislumbraram no bitcoin e em outras
criptomoedas uma oportunidade de diversificar

2
O Contexto
seus investimentos e maximizar os retornos
de seus portfólios.

Entretanto, a política monetária adotada por


bancos centrais em todo o mundo, com foco
no banco central nos EUA, cobrou o seu preço
em um segundo momento, com inflação anual
de 9,1%, o maior valor nos últimos 40 anos
e muito distante da meta de 2% do Fed.

Para conter o avanço inflacionário,


foi necessária uma grande inversão na política
monetária adotada até então, impondo novos
desafios em um cenário de enxugamento de
liquidez. Com isso, em março de 2022, o Fed
iniciou o movimento de um novo ciclo de alta
na taxa de juros, que, em 9 meses, saltou de
0,25% para 4,5% e trouxe mais atratividade para
produtos de renda fixa e pressionou ativos
de risco, como ações e criptoativos.

Olhando pelo lado da tecnologia, entre


2021 e 2022, o mercado de criptoativos
vivenciou a maior inclinação em sua curva
de desenvolvimento. Centenas de novos
protocolos foram criados, milhares de
aplicações descentralizadas e contratos
inteligentes foram construídos e colocados
no ar em diferentes blockchains, o mercado
de NFTs emergiu, e a Ethereum mudou o seu
mecanismo de consenso para o proof-of-stake.

Por estarmos falando de tecnologia, assim


como nas big techs norte-americanas, para
que o desenvolvimento dessas aplicações
continue acontecendo e de forma acelerada,
é preciso capital para arcar com custos de
infraestrutura, desenvolvimento etc. Em um
cenário de alta liquidez, com taxas de juros
próximas a zero, obter capital para financiar o
desenvolvimento de aplicações e empresas é
mais simples. Já em um cenário contracionista,

3
O Contexto
pressionado pela alta na taxa de juros, manter
uma operação de tecnologia em estágio inicial
de adoção funcionando passa a ser uma tarefa
mais complicada, que pode acabar se tornando
impossível se adicionarmos componentes como
ganância, alavancagem e excesso de confiança
à fórmula, o que se repetiu algumas vezes ao
longo do ano.

Primeiro, um dos protocolos preferidos


de fundos de venture capital, a Terra Luna,
que tinha o objetivo de trazer casos de uso
reais para o ecossistema de DeFi, usando
como ferramentas principais uma stablecoin
algorítmica sem lastro e uma plataforma de
empréstimos que oferecia uma taxa de juros
de 20% para quem emprestasse dólar na
plataforma. A conta não fechava, e qualquer
queda muito brusca nos preços do token
LUNA, como a ocorrida em função do cenário
macroeconômico, poderia desencadear uma
verdadeira catástrofe para todo o ecossistema,
já que a estabilidade da stablecoin UST
também dependia da estabilidade do token
LUNA. Com essa fragilidade exposta,
o mercado foi implacável e fez pressão
de venda até que o protocolo quebrasse.

No entanto, a queda de mais de 99,9% do token


LUNA não afetou somente o seu ecossistema.
Os efeitos colaterais disso são sentidos pelo
mercado desde maio de 2022. Primeiro,
o hedge fund Three Arrows Capital (3AC),
que detinha grandes posições alavancadas
em LUNA e UST, viu suas posições sendo
reduzidas a nada, se tornou incapaz de cumprir
com suas obrigações financeiras e declarou
falência. Em segunda instância, a Voyager
Digital, uma grande plataforma de investimento
em crypto nos EUA, também declarou falência,
principalmente por se tornar insolvente após
o calote de US$ 675 milhões na linha de

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O Contexto
crédito com a 3AC. Por fim, no mesmo mês
que as outras duas, a Celsius, uma plataforma
de empréstimos em crypto e que oferecia
grandes retornos aos usuários, demonstrou ter
exposição indevida aos tokens do protocolo
e também foi pressionada pelas condições
do mercado até sua falência.

Como se já não bastasse a falência dessas


empresas, a FTX e Alameda Research,
principais empresas do império que era
comandado por Sam Bankman-Fried, também
quebraram e culminaram no colapso total do
token FTT, em um caso que ficou conhecido
na indústria como uma mistura de ganância,
excesso de alavancagem e fraude.

Olhando pelo retrovisor de um mercado


dinâmico, movido por um desenvolvimento
muito acelerado, é possível ainda ver essas
empresas e protocolos que foram deixados
pelo caminho. Apesar de doloroso para seus
participantes, esse processo vivenciado pelo
mercado crypto ao longo de 2022 foi capaz
de proporcionar bons ensinamentos e grande
e transparente limpeza no setor, que separou
o joio do trigo e abriu espaço para novas
oportunidades.

Diante deste cenário desafiador, observamos


a importância de alocações fracionadas em
teses que tenham bons fundamentos, com
diferenciais competitivos, modelos econômicos
saudáveis e que sejam capazes de continuar
evoluindo e desenvolvendo novas soluções
para este mercado. Embora o setor crypto
esteja debaixo de uma nuvem cinzenta de
incerteza e pessimismo, possui um valor cada
vez maior e mais claro para todo o sistema
financeiro e promete ser a nova fase da
internet.

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Plataformas
de Smart
Contracts Ethereum

Near Solana

Smart
Contracts

Cosmos Polkadot

O mercado de criptomoedas é composto


por diversos setores, cada um com suas
próprias características e oportunidades.
Um desses setores é o de contratos
inteligentes, amplamente reconhecido como
um elemento-chave para o alcance de uma
adoção em massa da tecnologia blockchain.
Contratos inteligentes são programas
que permitem a execução automatizada
de contratos digitais, possibilitando que
transações complexas sejam realizadas
de forma segura e eficiente.

Esses contratos são executados através


de plataformas de primeira camada, que
fornecem a estrutura tecnológica necessária
para o funcionamento dessas redes.
A utilização de contratos inteligentes pode
trazer uma série de possibilidades e benefícios,
incluindo a redução de custos, eliminação
de intermediários, aumento da velocidade
de transações e processos, e a criação de
aplicações descentralizadas (dApps).

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Plataformas
de Smart Apesar de plataformas de contratos inteligentes
Contracts terem sido o foco principal de desenvolvimento
desde o surgimento da tecnologia blockchain,
ainda existem ineficiências nas principais redes
que precisam ser eliminadas para que
a tecnologia alcance seu potencial
máximo. Uma dessas ineficiências é a baixa
escalabilidade das redes, o que limita
a quantidade de transações que podem
ser processadas em determinado período
de tempo. Além disso, outras questões,
como a complexidade da programação
de contratos inteligentes, o nível de
descentralização das redes e a falta de padrões
de segurança consistentes, também podem
prejudicar a eficiência dessas redes.
Portanto, é importante que esses desafios
sejam abordados de forma a garantir
a eficiência e a escalabilidade das plataformas
de contratos inteligentes, a fim de permitir
que a tecnologia blockchain prospere.

Atualmente, existem vários protocolos atuando


no setor de contratos inteligentes, cada um
se destacando em diferentes pontos. Embora
haja concorrência no segmento, acreditamos
que haverá mais de um vencedor no mercado.
Como existem usuários da tecnologia
blockchain com necessidades diversas,
naturalmente procuram características
diferentes no protocolo escolhido. Assim,
abre-se espaço para que protocolos atinjam
destaque e dominem segmentos específicos
do mercado. Alguns exemplos dos protocolos
mais populares incluem: Ethereum, Solana,
Cosmos, Near e Polkadot. A seguir, incluímos
uma breve análise sobre as características
de cada um para ajudar na compreensão do
posicionamento desses protocolos no mercado
entrando em 2023.

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Ethereum
A Ethereum é o principal protocolo de
contratos inteligentes de código aberto
e o primeiro a ser amplamente utilizado.
Ela foi projetada para permitir que
desenvolvedores criem e implementem
aplicativos descentralizados (dApps) em
sua plataforma através dos contratos
inteligentes. A Ethereum foi fundamental para
o desenvolvimento do setor, mas enfrenta
desafios de escalabilidade, velocidade e custo
das transações. No entanto, a Ethereum está
atualmente trabalhando em soluções para
esses problemas e completou, em setembro
de 2022, sua maior atualização: The Merge.

Após a atualização, a rede mudou seu


mecanismo de consenso de proof-of-work
para proof-of-stake, reduzindo em mais de
99% o consumo energético necessário para
validar transações na rede. Foi reduzida
também a necessidade de um alto poder
computacional para participar da rede como
um validador, permitindo agora que pessoas
se tornem validadores usando computadores
convencionais, alocando 32 ETH como garantia
de que farão a validação corretamente,
ou delegando quantidades menores para
outros validadores, podendo assim coletar
recompensas pela participação na prova de
consenso do protocolo.

As perspectivas para novas atualizações da


rede Ethereum em 2023 são bastante positivas.
A próxima atualização, chamada Shanghai, está
prevista para ocorrer em março de 2023 e traz
consigo diversas mudanças importantes para
o desenvolvimento da tecnologia e do mercado
de crypto como um todo.

8
Ethereum
O principal objetivo da atualização Shanghai
é liberar o resgate de tokens ETH em staking,
gerando liquidez para posições de staking
na rede. Isso deve ter impacto positivo no
funcionamento por incentivar mais pessoas
a participar do staking, aumentando
a descentralização e a segurança da rede.
Além disso, está sendo considerada
a possibilidade de incluir mudanças na
Ethereum Virtual Machine (EVM) já nessa
próxima atualização, o que geraria uma redução
significativa no custo de interação com a rede.
A mudança pode baratear o uso de dApps
e aumentar os incentivos para desenvolvedores
criarem novas aplicações na rede. Caso
a mudança na EVM não ocorra na atualização
Shanghai, ela deve ser implementada na
atualização Cancun, que deve acontecer entre
maio e junho de 2023 e tem o objetivo principal
de escalar e baratear a interação de redes
de segunda camada com a Ethereum.

9
Solana
A Solana é outro protocolo de contratos
inteligentes e se destaca pelo alto nível
de escalabilidade. Ela foi projetada para
processar transações de forma rápida e barata,
destacando-se dos demais concorrentes
nesse ponto de desafio tecnológico. Isso
é possível graças ao seu mecanismo de
consenso chamado proof-of-history, que
permite a validação rápida de transações sem
a necessidade de muito poder computacional.
Além disso, a Solana também possui um sistema
de incentivos eficiente que recompensa
os validadores pela participação na rede,
atraindo participantes e, consequentemente,
aumentando o grau de descentralização.

No entanto, a Alameda Research, empresa-irmã


da FTX, era uma das principais investidoras do
projeto. Por conta da quebra da corretora FTX
e da própria Alameda, a Solana perdeu um de
seus maiores apoiadores, enfraquecendo seu
posicionamento no mercado. Em decorrência,
muitos desenvolvedores migraram para
concorrentes e vimos uma queda significativa
no volume transacionado na rede. Assim,
o projeto entra no ano de 2023 com o desafio
de reconstruir a confiança e a credibilidade
diante do mercado. Caso consiga superar este
momento desafiador, o protocolo torna-se um
dos mais descontados do mercado, levando
em consideração a estrutura tecnológica
e a quantidade de aplicações existentes
na blockchain da Solana.

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Polkadot
e Cosmos A Polkadot é um protocolo de contratos
inteligentes que tem se destacado por sua
capacidade de integrar diferentes redes
blockchains de forma eficiente. Reconhecendo
que diferentes aplicações e usuários priorizam
características distintas nas redes, a Polkadot
foi projetada com foco na interoperabilidade
de redes blockchain e construída usando
um sistema chamado “parachains”, que
permite a interação entre redes do protocolo
com características distintas em uma única
plataforma. Isso pode ser especialmente útil
para aplicações empresariais que precisam
integrar diferentes sistemas de informação.

A principal concorrente da Polkadot no


segmento de interoperabilidade é a Cosmos.
Ela usa uma arquitetura de rede híbrida que
combina a validação de transações por meio
de uma rede de validadores centralizados com
a validação descentralizada por meio de uma
rede de testadores. Isso permite que
a Cosmos seja escalável e capaz de processar
transações em alta velocidade. Além disso, ela
tem uma abordagem modular, o que significa
que é possível adicionar novas funcionalidades
à rede de forma mais fácil. Embora a Cosmos
seja a rede com maior flexibilidade para
desenvolvedores construírem suas aplicações,
o token nativo da rede, ATOM, ainda não tem
um valor claro de utilidade dentro de seu
ecossistema. Por conta dessa dificuldade
de capturar valor no tokenomics, acreditamos
no potencial da rede para desenvolvedores,
mas vemos pouco valornna visão de investidor.

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Near
Near é outra opção de blockchain
descentralizada que foi projetada para fornecer
uma plataforma escalável e de baixa latência
para aplicativos descentralizados (dApps). Ela
foi criada com o objetivo de ser um substituto
mais rápido e mais fácil de usar do que
a Ethereum, permitindo que desenvolvedores
criem aplicativos descentralizados sem
se preocupar com questões de escalabilidade.
A Near usa uma arquitetura de blockchain
baseada em sharding, o que significa que
a rede é dividida em vários pedaços (ou shards),
que são validados e gerenciados por conjuntos
diferentes de nós. Isso permite que a rede seja
mais escalável, pois cada shard pode processar
transações de forma independente. Além disso,
a Near tem uma interface de programação de
aplicativos (API) amigável para desenvolvedores
que permite que eles criem dApps de forma
rápida e fácil.

Em conclusão, acreditamos que o mercado


de criptoativos passará por um forte ciclo
de desenvolvimento durante o ano de
2023, especialmente no setor de contratos
inteligentes. Dentre os protocolos de
blockchain mais populares, a Ethereum se
destaca pelo seu histórico de segurança
e adoção, enquanto a Solana se destaca pela
escalabilidade e, em tese, está mais descontada
em função dos desafios que enfrenta no
momento. Por outro lado, o protocolo da
Polkadot compete diretamente com a Cosmos,
mas possui uma solução de interoperabilidade
que capta valor para o token nativo da rede
(DOT) e lhe confere vantagem competitiva
para se tornar a principal solução para
interoperabilidade. Em resumo, esperamos que
esses protocolos continuem a se desenvolver
e evoluir durante o próximo ano, oferecendo
soluções inovadoras para os desafios
enfrentados pelo mercado de criptoativos.

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Soluções de
escalabilidade
Polygon

Soluções de
Escalabilidade

Optimism Arbitrum

A escalabilidade é um dos principais desafios


enfrentados pelas criptomoedas e pelas redes
descentralizadas em geral. Isso se deve ao fato
de que essas redes precisam manter um alto
nível de segurança enquanto permitem que
um número crescente de usuários execute
transações e acesse seus serviços de forma
rápida e barata.

Para atender a essa demanda crescente,


os protocolos de escalabilidade buscam
aumentar a capacidade de processamento das
redes e, ao mesmo tempo, reduzir os custos de
transação. Isso permite que as redes possam
lidar com um volume maior de transações sem
comprometer a segurança ou
a descentralização.

Existem vários protocolos de escalabilidade


em atuação no mercado, cada um com suas
próprias abordagens e soluções. Alguns dos
principais exemplos incluem:

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Polygon
(MATIC) Este é um protocolo de escalabilidade
para a rede da Ethereum que permite que
as transações sejam executadas em uma
rede secundária antes de serem incluídas
na blockchain principal. Isso aumenta
significativamente a capacidade de
processamento da rede Ethereum e, ao mesmo
tempo, reduz os custos de transação. A Polygon
vem se destacando no mercado por estar
construindo parcerias com grandes empresas
como a Meta e a Nike e atuar em diversas
frentes no ecossistema crypto. Também está
desenvolvendo soluções de identidade digital
e diferentes tecnologias para escalabilidade
que incluem zkRollups, Optimistic Rollups
e Rollups de privacidade.

Arbitrum
Este é outro protocolo de escalabilidade para
a rede Ethereum que permite que as transações
sejam executadas em redes secundárias
(chamadas de “células Arbitrum”) antes
de serem incluídas na blockchain principal.
Isso aumenta significativamente a capacidade
de processamento da rede Ethereum e,
ao mesmo tempo, reduz os custos de
transação. A Arbitrum é focada no
desenvolvimento de escalabilidade usando
a tecnologia de Optimistic Rollups
e ainda não tem um token nativo da rede.

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Optimism
O protocolo de escalabilidade Optimism
também usa a tecnologia de Optimistic Rollup
para que transações sejam executadas em uma
rede secundária (chamada de Optimism) antes
de serem incluídas na blockchain da Ethereum.
Isso aumenta significativamente a capacidade
de processamento da rede e, ao mesmo tempo,
reduz os custos de transação. O token nativo
da rede é o OP e foi lançado em 2022, mas
ainda enfrenta desafios para capturar valor.

Esses são apenas alguns exemplos dos


principais protocolos de escalabilidade em
atuação no mercado. É importante notar
que esses protocolos estão em constante
evolução e novas soluções estão sendo
desenvolvidas constantemente para atender
às necessidades crescentes das redes
descentralizadas. Acreditamos no forte
potencial de desenvolvimento do setor no ano
de 2023, principalmente porque, apesar de ser
muito embrionário, possui um grande potencial
de resolver ineficiências presentes em alguns
blockchains e, consequentemente, agregar
valor à economia de ativos digitais.

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DeFi

Uniswap Aave

DeFi

Lido Curve

O setor de finanças descentralizadas (DeFi,


em inglês) vem crescendo rapidamente nos
últimos anos e tem atraído cada vez mais a
atenção dos investidores. Embora o setor
ainda sofra com falhas técnicas, possibilitando
hacks, e tenha desafios regulatórios à frente,
é um segmento com enorme potencial de
crescimento. Hoje, o setor de DeFi é avaliado
em 15 bilhões de dólares, enquanto o setor
de serviços financeiros global é avaliado
em 23 trilhões de dólares. O setor de DeFi
ainda não atingiu 0,1% do mercado total do
mesmo segmento no ambiente financeiro
tradicional, demonstrando muito espaço para
crescimento e grande potencial de valorização.
Os protocolos Uniswap, Aave, Lido e Curve
são alguns dos mais populares e proeminentes
deste setor e podem ser uma opção
interessante para investimento em 2023.

16
Uniswap
Uniswap é um protocolo de negociação de
ativos digitais descentralizado, baseado em
blockchain. As corretoras descentralizadas
(DEX) possibilitam a troca direta de
criptoativos, sem a necessidade de uma
plataforma centralizada, utilizando um
conjunto de contratos inteligentes para realizar
as operações. A Uniswap se destaca pela
tecnologia e interface oferecida ao cliente final
e utiliza uma estrutura de pools de liquidez para
permitir que os usuários troquem moedas sem
a necessidade de intermediários. A Uniswap
também oferece aos provedores de liquidez
a possibilidade de ganho de taxas em troca
da alocação de ativos nos pools de liquidez,
que contêm dois ou mais ativos para usuários
negociarem contra o pool.

Aave
A Aave atua no segmento de empréstimos
colateralizados dentro do setor de DeFi.
O protocolo possibilita a negociação de
empréstimos de forma descentralizada, sem
intermediários, criando um ecossistema onde
usuários emprestam e tomam emprestado
criptoativos com taxas de juros variáveis.
O protocolo utiliza uma estrutura de pool de
liquidez semelhante à do Uniswap, mas, em
vez de permitir a troca de criptoativos, a Aave
permite que os usuários tomem emprestado
ou emprestem criptomoedas em uma base
peer-to-peer. Além disso, a Aave oferece
seguro para proteger os empréstimos dos
riscos de hacks e golpes ao protocolo.

17
Lido
Outro segmento de finanças descentralizadas
que temos acompanhado de perto é o de
staking. No mundo digital em criação, a
alocação de ativos digitais em staking é uma
forma de não somente participar da validação
das transações, mas também de buscar ganho
de capital com a recompensa obtida através
da atividade. Neste setor, está em destaque
a Lido, um protocolo descentralizado que
facilita a participação de detentores de tokens
no staking das redes. A Lido está entre as
empresas com maior valor travado em seu
protocolo e, além de facilitar a delegação de
tokens para validadores gerarem ganhos ao
atuar na validação das redes, ela desenvolveu
um mecanismo de liquidez imediata para ativos
travados em staking.

Curve
Semelhante à Uniswap, outro protocolo
de negociação de ativos digitais e pools
de liquidez que vem ganhando espaço no
mercado é a Curve. Projetada para ser uma
alternativa mais eficiente às trocas centralizadas,
a Curve tem focado na troca de stablecoins com
baixas taxas de transação e utiliza uma estrutura
de pool de liquidez para permitir a troca direta
de moedas sem a necessidade de contraparte.
A Curve também oferece aos provedores de
liquidez a possibilidade de ganhar taxas em
troca de fornecer liquidez ao pool, gerando
incentivos para que travem ativos no protocolo.
Embora a tecnologia desenvolvida pelo time da
Curve tenha se destacado no mercado, vemos o
desenvolvimento de uma interface mais intuitiva
e apelativa para captação de usuários como um
ponto de aprimoramento necessário ao projeto.

18
Em resumo, os protocolos Uniswap, Aave,
Lido e Curve são importantes para
o desenvolvimento do setor de finanças
descentralizadas e podem ser uma opção
interessante para investimento em 2023.
Cada um oferece funcionalidades únicas
e diferenciais que os tornam atraentes para
investidores e usuários. Embora os quatro
protocolos mencionados atuem no setor
de finanças descentralizadas, a Uniswap
e a Curve atuam no segmento de negociações,
a Aave no segmento de empréstimos, e a Lido
no segmento de delegação de ativos para
validação de transações. Acreditamos em
uma forte valorização do setor de finanças
descentralizadas por ter uma solução mais
vantajosa para usuários do que a oferecida
pelo mercado tradicional e um tamanho de
mercado quase insignificante em comparação
ao que pode alcançar. Além disso, também
observamos que a quebra de grandes
plataformas centralizadas de criptoativos
atua como um impulsionador da adoção de
protocolos descentralizados, que podem ter
um crescimento ainda mais acelerado durante
o próximo ano com a migração de volume
de corretoras centralizadas para corretoras
descentralizadas. Assim, acreditamos na
importância de diversificar os investimentos
e ter exposição a mais de um setor, segmento
e projeto do setor de finanças descentralizadas
e da tecnologia blockchain como um todo.

19
Infraestrutura

Chainlink

Infraestrutura

Em um cenário de aversão a risco, projetos


e protocolos que não apresentam soluções que
podem ser aplicadas em casos de uso reais
possuem uma chance menor de prosperar,
principalmente por conta do enxugamento
de liquidez imposto por políticas monetárias
contracionistas. Por essa perspectiva,
é possível afirmar que o mercado crypto
como um todo enfrenta um momento único
e desafiador, no qual o custo para obtenção
de capital a fim de financiar a construção de
novas soluções é o mais alto desde a criação
do Bitcoin.

Todavia, apesar dos desafios, o momento


é extremamente relevante para o futuro do
mercado, principalmente por ser responsável
por testar qual é o valor real dos protocolos
já existentes, separando o joio do trigo. Nessa
linha, para que o setor como um todo continue
prosperando e abarcando novos usuários
diariamente, os protocolos de infraestrutura
são cruciais, e talvez um dos cases mais óbvios
e promissores seja a Chainlink.

20
Chainlink
Nos últimos três anos, o mercado crypto
vivenciou um crescimento extremamente
acelerado, fruto principalmente da utilização
de contratos inteligentes, que são executadas
de forma automática assim que as suas
condições são satisfeitas, para a construção
de aplicações descentralizadas (dApps),
principalmente no setor de finanças
descentralizadas (DeFi).

Todavia, por mais que a tecnologia por trás


dos contratos inteligentes seja brilhante, eles
só conseguem consultar dados para executar
suas condições que estejam armazenados na
blockchain em que foram construídos, sem
a possibilidade de estabelecer uma conexão
de forma automática com o ambiente externo.

Um bom exemplo para tornar isso mais tangível


é a utilização de um contrato inteligente para
apoiar uma aposta esportiva. Duas pessoas
diferentes desejam apostar no resultado de um
jogo de futebol entre Brasil e Croácia e utilizam
um contrato inteligente para armazenar o valor
apostado. Assim, logo que o jogo terminar,
o vencedor deverá receber de forma
automática o prêmio total. Dentro desse
modelo, já que o contrato não possui nenhuma
conexão com o mundo externo para identificar
o resultado do jogo, algum usuário teria que
inserir o dado de forma manual, criando um
ponto de falha que pode ser solucionado
com a utilização de uma rede de oráculos
descentralizada (DON) como a Chainlink.

Criada em 2017 por Sergey Nazarov, a Chainlink


é uma rede de oráculos descentralizada
e a principal solução do setor, que atua como
provedor de dados seguro e com incentivos,
capaz de conectar os mundos onchain
e offchain, possibilitando a criação de
aplicações mais complexas que necessitam de

21
Chainlink
dados de outros ambientes para funcionar nos
âmbitos de DeFi, seguros, gaming
e pagamentos, entre outros.

Por conta da importância de sua solução para


a construção e o desenvolvimento de grande
parte do ecossistema crypto, a Chainlink se
tornou um dos protocolos mais utilizados
e relevantes de todo o mercado, mas que
ainda possui grande potencial de valorização,
principalmente por conta do aumento da
adoção do protocolo, novas soluções
e atualizações no tokenomics (Tokenomics 2.0)
que foram anunciadas na SmartCon no fim
de 2022.

Em conclusão, apesar de ter enfrentado


obstáculos no passado para gerar valor ao
token nativo, LINK, o protocolo apresentou
significativos avanços em 2022, especialmente
com a implementação do tokenomics 2.0.
A Chainlink já é líder no setor de oráculos,
o que é fundamental para diversas aplicações
Web 3 e, conforme desenvolve novas parcerias,
deve consolidar cada vez mais a dominância
do setor. O projeto-piloto da Chainlink com
a SWIFT é um fator importante a ser
considerado, pois pode resultar em uma
ferramenta de verificação de dados de
transações financeiras internacionais em
nível global, o que coloca a Chainlink em
posição vantajosa no mercado. Dessa forma,
apresentamos uma perspectiva positiva para
investimento no token LINK em 2023.

22
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antes de decidir, deverá realizar, com a ajuda de um profissional
devidamente qualificado, uma avaliação minuciosa do produto
e respectivos riscos face a seus objetivos pessoas e à sua
tolerância a risco. Portanto, nada neste conteúdo constitui
indicação de que a estratégia de investimento ou potenciais
recomendações citadas são adequadas ao perfil do destinatário
ou apropriadas às circunstâncias individuais do destinatário
e tampouco constituem uma recomendação.
Os produtos e serviços mencionados neste conteúdo
podem não estar disponíveis em todas as jurisdições ou
para determinadas categorias de clientes. Adicionalmente,
a legislação e regulamentação de proteção a clientes de
determinadas jurisdições podem não se aplicar a produtos e
serviços registrados em outras jurisdições, sujeitos à legislação
e regulamentação aplicável, além de previsões contratuais
específicas.

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