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TUDO SOBRE O
SHANGHAI FORK
13/02/2023
RESUMINDO... 25.
O PROBLEMA
DO BITCOIN
14/03/2023
Esse ciclo só seria possível devido ao controle centralizado da moeda e das taxas
de juros nas mãos do governo. Ou seja, Estados são capazes de criar mais
dinheiro para se beneficiarem disso às custas da geração de inflação para o
restante da população, além de alterarem as taxas de juros de curto prazo para
aquecer ou desaquecer a economia para atingir objetivos políticos próprios.
O FUTURO DO BITCOIN
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COMO O BITCOIN FUNCIONA?
O ciclo de destruição baseado no poder centralizado funcionaria, de maneira
simplificada, da forma descrita abaixo. Usando como exemplo o governo dos
Estados Unidos, uma vez que o dólar é considerado a moeda global e a taxa de
juros americana a taxa-base global, sendo assim o ciclo dos Estados Unidos é o
com maior impacto no restante do mundo:
Resgate ao sistema,
concentração de riqueza FED define taxas de
e repetição do ciclo juros, manipulando
ciclos de mercado
O FUTURO DO BITCOIN
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COMO O BITCOIN FUNCIONA?
Um dos maiores exemplos desse ciclo aconteceu durante a crise de 2008. Após
receberem estímulos financeiros e realizarem investimentos insustentáveis,
muitos bancos quebraram ou precisaram ser resgatados pelo governo dos
Estados Unidos. Esse acontecimento reviveu as críticas ao sistema monetário
centralizado, e foi observado pelo próprio Satoshi Nakamoto.
Uma das provas que Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin para ser uma alternativa
ao sistema financeiro centralizado foi encontrada no primeiro bloco minerado na
rede do Bitcoin. Nesse bloco Satoshi Nakamoto inseriu a imagem abaixo, como
uma forma de crítica ao sistema. A imagem mostra uma manchete de jornalística
de setembro de 2009, anunciando que o governo realizaria um novo resgate aos
bancos devido às consequências geradas na crise de 2008.
O FUTURO DO BITCOIN
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COMO O BITCOIN FUNCIONA?
A maneira como o Bitcoin pretende oferecer uma alternativa ao sistema
financeiro atual é pela substituição dos entes centralizados, como governos e
bancos centrais, por uma rede de computadores centralizada e que
supostamente não pudesse ser controlada para fins corruptos.
Para fazer isso a rede do Bitcoin deve ser capaz de realizar as atividades de
emissão, custódia e transferência. Emissão significa definir quantas moedas
serão criadas, algo definido atualmente por governos e bancos centrais. Custódia
significa garantir que as moedas estarão guardadas em segurança, papel
cumprido convencionalmente pelos bancos comerciais comuns. Transferência é a
capacidade de enviar valores de uma pessoa para a outra, realizada por empresas
de cartão de crédito e outras do tipo.
Emissão
Custódia
Transferências
O FUTURO DO BITCOIN
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COMO O BITCOIN FUNCIONA?
O FUNCIONAMENTO TÉCNICO DA MINERAÇÃO
O FUTURO DO BITCOIN
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COMO O BITCOIN FUNCIONA?
O FUNCIONAMENTO SOCIAL DA MINERAÇÃO
Além da parte técnica, a mineração também envolve uma parte social. Para que
os mineradores se comportem da forma correta é preciso que os seus incentivos
individuais para lucrar sejam os mesmos incentivos para manter a rede do bitcoin
segura.
O FUTURO DO BITCOIN
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COMO O BITCOIN FUNCIONA?
Os ataques de gasto duplo não são realizados pelos grandes grupos de mineração
do Bitcoin, mesmo que a junção de dois ou três desses grupos (chamados de
pools) historicamente tenha sido capaz de somar mais de 50% do poder de
mineração da rede. Essa proteção só acontece porque os incentivos individuais
dos mineradores estão alinhados com os interesses coletivos da rede do Bitcoin.
O FUTURO DO BITCOIN
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
A IMPÔRTANCIA DA RECEITA PARA A SEGURANÇA
A receita gerada pela rede tem duas origens: a criação de novos bitcoins e as
taxas que os usuários pagam para realizar transações.
Lá em 2009, quando o bitcoin teve seu início, a criação de novos bitcoins era de
50 bitcoins por bloco. A cada 4 anos acontece um evento chamado halving e o
número de bitcoins emitidos por bloco cai pela metade, isso é feito para que no
futuro exista uma quantidade máxima de 21 milhões de unidades de bitcoin.
Atualmente, após três halvings, já foram emitidos mais de 19 milhões de bitcoins
e são atualmente criados 6,25 bitcoins por bloco. A previsão é que o último bitcoin
seja minerado em 2140.
Quanto maior o preço em dólares do bitcoin, maior tende a ser a receita advinda
da criação de novos bitcoins, porém ela tende a diminuir a cada halving.A receita
obtida por meio das taxas é a soma das taxas pagas por todos os usuários quando
enviam suas transações para serem incluídas nos blocos pelos mineradores, ela
depende do nível de disputa entre os usuários. Quanto maior a demanda para
realizar transações, mais caras tendem a ser as taxas que os usuários pagam,
uma vez que o espaço do bloco é limitado e os mineradores tendem a escolher as
transações que pagam mais taxas. No entanto, essa receita não é afetada
diretamente pelo preço do bitcoin.
O FUTURO DO BITCOIN
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
Naturalmente, a tendência é que a parte da receita que advém da criação de
novos bitcoins seja reduzida ao longo dos anos. Atualmente essa fonte é
responsável por mais de 98% da receita total da rede. Dessa forma, para que
tenha um futuro seguro, a rede deve apresentar um aumento de demanda por
transações para que os mineradores continuem conseguindo se financiar apenas
a partir das taxas pagas pelos usuários, que hoje representam apenas 2% da
receita total.
Divisão da receita entre criação de bitcoins (rosa) e taxas pagas (azul) – The Block
Apesar dessa necessidade, a receita obtida por meio do pagamento de taxas não
tem apresentado sinais de sustentabilidade. Mesmo com o preço do Bitcoin
crescendo, a receita das taxas cresce apenas nos momentos de grande
crescimento do preço, e depois se estabiliza. Além disso, no último ciclo de alta de
2021 sequer ocorreu esse aumento temporário relevante no fluxo de taxas de
transação.
Preço do Bitcoin vs Receita gerada por taxas - Glassnode
O FUTURO DO BITCOIN
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
A tendência à diminuição de taxas tem diversas causas, mas a principal é o
crescimento do uso de soluções de escalabilidade da rede do bitcoin, dessa
podemos destacar o Segwit, a Lightning Netowork.
O FUTURO DO BITCOIN
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
POR QUE ISSO PODE SER UM PERIGO PARA O BITCOIN?
Não se sabe exatamente qual seria esse percentual mínimo de receita para
garantir a segurança da rede, no entanto ao longo dos últimos anos esse número
variou bastante, indo da faixa dos quase 5% em 2017 para patamares de menos
de 2% ao final de 2022. Caso essa teoria se comprove, para garantir que o Bitcoin
permaneça seguro a receita gerada a partir das taxas no longo prazo deverá ser
capaz de crescer de forma proporcional ao crescimento no preço do Bitcoin, algo
que não podemos observar na maneira como o mercado de taxas se comportou
nos últimos anos.
O FUTURO DO BITCOIN
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
2- O custo de segurança como um valor objetivo
O FUTURO DO BITCOIN
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
3- Receita é incentivadora comprometimento dos mineradores
O FUTURO DO3-BITCOIN
Comprometimento de longo prazo do minerador: mineradores tendem a
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O GRANDE PROBLEMA DO BITCOIN
3- Comprometimento de longo prazo do minerador: mineradores tendem a
adiantar custos de operação para conseguir competir com outros
mineradores. Esse adiantamento de custos vai desde o investimento inicial
em máquinas até o estabelecimento de contratos de longo prazo para a
compra de energia elétrica. Esse comprometimento faz com que o
minerador já “comece sua operação no prejuízo”. Por exemplo, um nível de
comprometimento de 50% para um investimento inicial em maquinário que
tenha duração de dois anos significa que todo o primeiro ano de Bitcoin
minerados será usado apenas para bancar esses custos que foram
adiantados pelo minerador. Caso o preço do Bitcoin caia após o
comprometimento de longo prazo do minerador ter sido estabelecido, isso
tende a ser péssimo para ele em termos financeiros. Nesse quesito
assumimos que quanto maior for a perspectiva de geração de receita pela
rede, maior tende a ser o nível de comprometimento que os mineradores
estão dispostos a assumir.
O FUTURO DO BITCOIN
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O FUTURO DO BITCOIN
AS SOLUÇÕES PARA O BITCOIN
Existem três caminhos que o Bitcoin pode escolher no futuro para solucionar o
seu problema de receita decrescente: aumentar o valor das taxas pagas por cada
transação, aumentar o número total de transações no bloco ou criar alguma
forma de subsídio, como cancelando os próximos halvings para manter a
impressão de bitcoins.
Quanto mais esse tipo de transação conseguir casos de uso perenes, maior tende
a ser a receita dos mineradores. O desafio aqui seria justamente conseguir fazer
isso de forma que a procura por espaço de bloco fosse constante. O mercado de
NFTs em outras redes como a Ethereum e Solana ainda se mostra bastante
especulativo e sujeito a alterações bruscas de movimentação.
O FUTURO DO BITCOIN
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O FUTURO DO BITCOIN
No passado o Bitcoin já teve alguns usos parecidos com esses, como para
registrar dados de outras criptos por meio do protocolo Veriblock e para
movimentar stablecoins, no entanto esses usos foram abandonados por volta de
2019 com a popularização da Ethereum e outras redes de contratos inteligentes.
Para funcionar, essa solução também precisaria de uma demanda muito grande
para a realização de transações por parte dos investidores, que hoje preferem
investir para o longo prazo e fazendo poucas transações.
O FUTURO DO BITCOIN
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O FUTURO DO BITCOIN
3- Aumento no subsídio da rede
Subsidiar a receita da rede poderia manter a receita dos mineradores alta. Isso
poderia ser feito por meio do patrocínio de empresas interessadas na
permanência do Bitcoin, como corretoras, ou em último caso talvez precise ser
feito por meio de uma criação de Bitcoins maior do que a prevista.
Essa emissão poderia abalar os fundamentos do Bitcoin como uma boa reserva
de valor a longo prazo, fazer com que ele perca uma das suas possíveis vantagens
em comparação à outras criptos de primeira camada, como a Ethereum. Ainda
assim, talvez seja uma alternativa melhor do que ver a receita dos mineradores
caindo ao ponto da rede do Bitcoin se tornar insegura.
O FUTURO DO BITCOIN
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O FUTURO DO BITCOIN
QUAL CAMINHO SERÁ ESCOLHIDO PELO BITCOIN?
É difícil prever qual será o caminho adotado pela comunidade do Bitcoin para
solucionar o seu problema, caso nada seja feito é provável que a falta de
segurança da rede impeça o potencial de crescimento dessa cripto. Da mesma
forma que uma corda estendida sempre se rompe em seu ponto mais fraco, é
provável que os caminhos alternativos do Bitcoin sejam escolhidos na medida em
que se fizerem necessários e que exigirem mudanças menos drásticas.
O FUTURO DO BITCOIN
CONHEÇA O TIME DE ANÁLISE DA
MERCURIUS RESEARCH
Nicole Haddad
Bacharel em Ciências Econômicas, adquiriu 5 anos de experiência no
mercado financeiro. Passou por uma consultoria financeira de risco, pelo
Itaú Unibanco, trabalhou com análise de empresas do segmento de
varejo e tecnologia na SulAmérica Investimentos e na Pipeline Tech
M&A. Entusiasta de cripto desde 2015, usa o aprendizado do mercado
financeiro tradicional para fazer suas análises de criptoativos na
Mercurius Crypto desde 2021.
Carlos Henrique
Estudante da FEA-USP, iniciou sua trajetória profissional no mercado
financeiro por meio da análise fundamentalista de empresas listadas na
bolsa de valores, na Prometheus Asset Management Jr. Interessado pelo
mercado cripto desde meados de 2015, se juntou ao time de análise de
criptoativos da Mercurius em 2021, ampliando seus conhecimentos
técnicos e dinâmicos sobre o mercado.
Caio Ortega
Estudante do CECS-UFABC, possui uma trajetória profissional diversa,
acumulando experiências no auxílio à tomada de decisão,
confeccionando relatórios, planilhas e mapas, além de aplicativos e
bancos de dados com ferramentas low-code e softwares livres.
Moderador da comunidade da Mercurius desde 2021, atualmente atua
no Suporte PRO e compõe o time de análise de criptoativos da Research.
Guilherme Assis
Natural de Belo Horizonte - MG, cursa Sistemas de Informação e
Ciências Econômicas. Já trabalhou como engenheiro de sistemas e com
banco de dados na Sankhya, empresa de ERP. Teve seu primeiro contato
com cripto em 2016 e em fevereiro de 2022 se tornou assinante da
Mercurius PRO. Hoje, faz parte do time de atendimento do Suporte PRO
e produz o Minuto Cripto, a newsletter da Mercurius.
CONHEÇA O TIME DE ANÁLISE DA
MERCURIUS GESTORA
Gabriel Bearlz
Em 2018, entrou na FEA-USP no curso de Ciências Econômicas. Teve
uma trajetória profissional no mercado financeiro tradicional, atuando
com análise de crédito na casa de Wealth Management Lakewood e na
Gestora de Recursos NAVI Capital. Foi convidado pelos fundadores da
Mercurius a compor o time e entrar como sócio na empresa em 2020,
trazendo sua expertise do mercado financeiro.
Igor Costa
Nascido e criado no Espírito Santo, estudou eletromecânica no ensino
médio, onde teve o primeiro contato com o mundo de tecnologia. Entrou
no curso de Engenharia Naval na USP em 2017 e fez parte da Empresa
Júnior onde realizou projetos de eletrônica e automação. Em 2021,
descobriu o mundo cripto através da mineração de Ethereum e, em
seguida, conheceu a Mercurius, e atualmente compõe o time de análise
de ativos.
Gabriel Rebelo
Carioca da gema, em 2016 prestou serviço no CPOR-RJ onde aprendeu
sobre gestão e alocação de pessoas e como liderar em situações de
estresse. Também já cursou faculdade de Física, mas deu uma pausa nos
estudos acadêmicos para se mudar para São Paulo e trabalhar com
análise de criptoativos. É do time da Mercurius desde 2021, e já passou
por diversas frentes do negócio – área comercial, pelo Suporte PRO, e
atualmente é analista fundamentalista dos protocolos cripto.
DISCLAIMER
Este relatório foi elaborado por analistas da Mercurius Crypto, e é de uso exclusivo de
seu destinatário, não podendo ser reproduzido ou distribuído a terceiros sem
autorização expressa.
Qualquer investimento em renda variável pode causar perda parcial ou total do capital
utilizado. Por isso, o destinatário deste relatório deve sempre desenvolver suas próprias
análises e estratégias de investimento. Além disso, quaisquer decisões de investimento
devem partir do perfil de risco do investidor.