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Mantenha a visão da globalidade enquanto atende aos

detalhes cotidianos.
(Donald Trump)

Edição 4 . 16.08.2021 — 20.08.2021

SST.TRADE SPECIAL SQUAD TRADERS


ANTIPIRATARIA
O leitor do SST REPORT não pode, sob pena de responder ci-
vil e criminalmente, utilizar identificação de terceiro ou permitir que
terceiros utilizem sua identificação. É expressamente proibida a
reprodução e distribuição, no todo ou em parte, do relatório, a qual-
quer terceiro, sem prévia e expressa autorização do Special Squad
Traders S.A. A distribuição e/ou compartilhamento de informações
contidas em nosso relatório caracteriza penalidade gravíssima, fa-
to típico penal de violação do direito do autor e ao que lhe são co-
nexos, conforme prevê o artigo 184 do Código Penal, sujeito à pe-
na de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
INTRODUÇÃO
O SST REPORT é uma publicação semanal que tem como
objetivo capacitar o investidor em sua atuação no mercado fi-
nanceiro tanto nas operações de curto prazo (daytrade e swing
trade), na gestão de portfólio próprio, na gestão de risco, como
também no aspecto psicológico e emocional.

Abordaremos o mercado brasileiro, o mercado americano,


FOREX, CFD's, fundamentos e cenários macros.
ÍNDICE
05. Overview

07. Mercados Globais

13. Comportamento no Mercado

15. Visão do Confluence

25. Piskelines

35. Visão de Mercado do Mangueira

41. Portfólios

60. Analisando os fatos

64. Fatos e curiosidades

67. Educacional

Como dirigir uma mercearia e umas


71. coisinhas que aprendi sobre pescaria

77. Disclaimer
OVERVIEW
Seja bem-vindo(a) à nova edição do SST Report!

Hype, barulho, confusão e fraude. Sim, poderíamos estar fa-


lando de carnaval, mas não dessa vez. Estamos falando dos cripto
ativos. Há muita fraude nesse novo ecossistema financeiro-
tecnológico, e não somos nós que estamos falando isso. Viemos
trazer opiniões e informações sobre as criptos, bem como mais
detalhes de qual a ideia por trás do Bitcoin e em torno de seu valor.

Às vezes, precisamos nos afastar, dar um zoom out, para en-


xergarmos o todo e isso nos permite minimizar erros. Por outro la-
do, em outras análises, precisamos observar o micro, tal como em
um candle, que tem seu formato final após um dado tempo, mas
cuja construção dentro daquele espaço temporal é muito importan-
te. Entender o que aconteceu durante esse tempo faz toda a dife-
rença, precisando assim dar um zoom in.

Detalhes de fato fazem toda a diferença. É tal e qual quando


uma pessoa vai ao dentista e este diz que ela precisa colocar um
aparelho. Só quem usou uma belezura metálica dessas, que hoje
pode ser invisível, sabe o incômodo durante o processo. Mas é o
resultado de todo esse processo que nos faz concordar a respeito
do trabalho artístico realizado por aquele dentista. A construção de
um patrimônio no mercado é também uma arte, muitas vezes invi-
sível a quem está de fora, e muitas vezes dolorosa e incômoda

05
OVERVIEW
para quem está no processo, e saber alinhar expectativa e realida-
de com risco e retorno dentro das suas limitações é uma verdadei-
ra obra prima.

Para todas as modalidades, profissões e qualquer coisa para


a qual vá se dedicar no futuro, é preciso tempo, cada vez mais es-
casso no dia a dia, mas fundamental para aprimorar o nosso co-
nhecimento e para tornar viável o aprendizado contínuo. Mesmo
que seja para fazer análises e projeções de PIB, taxa de juros, cam-
bio e inflação e, ao final, todas estarem bem erradas.

No final, não há nada como a sensação de missão cumprida e


de ter feito todas as coisas que se propôs a fazer corretamente,
dentro das premissas originais, quando as elaborou com a mente
tranquila, sem estar tomado por emoções que atrapalham nossa
capacidade de analisar e raciocinar da forma necessária.

De criptos a aparelhos dentários, você vai encontrar tudo isso


e um pouco mais nessa edição do SST Report.

Cai pra dentro!

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MERCADOS GLOBAIS

COM RODRIGO BEDIN

O QUE É?
A seção Mercados Globais tem por finalidade trazer os acontecimentos mais
relevantes da semana no mercado financeiro, incorporando análises, gráficos e
fatos para melhorar e aprofundar o entendimento.

SOBRE O RODRIGO BEDIN


Grande entusiasta do mercado financeiro, Rodrigo desde pequeno ouvia os números da
Bolsa de São Paulo e Rio de Janeiro divulgados no Jornal Nacional e fantasiava sobre o que
seria a vida de um operador de bolsa. A entrada na faculdade de economia não veio por
acaso, mas foi ao conseguir fazer a fotocópia da famosa apostila de análise técnica do
Márcio Noronha no início dos anos 2000 que ele encontrou uma porta de entrada para valer
para o mundo especulativo. O resto é história... de Trader a Sales, do varejo ao institucional,
front e back office, são 18 anos respirando e vivendo o mercado financeiro todos os dias. O
que ele conseguiu concluir por enquanto é que tudo se resume ao ser humano e sentimento
e que nunca devemos ignorar o elemento aleatório sempre presente.

activetrades.portugal rlima@activetrades.com

07
CRIPTO É 95% FRAUDE, SEGUNDO DIRIGENTE
DO FED

A indústria de investimentos em criptomoedas e cripto ativos está passando pela puber-


dade.

De verdade, e com todos os hormônios nas máximas, comportamento extremamente vo-


látil e ainda muitos elementos de aleatoriedade impactando a sua precificação.

E na medida em que busca atingir a maturidade como alternativa de investimento e de


reserva de valor, o volume de capitalização desse mercado cresce de forma acelerada, e as
alternativas de investimento em criptos passam a incomodar e se tornar inconvenientes para
o ecossistema financeiro tradicional.

Esta semana, fui impactado pela headline abaixo de que Neel Kashkari, governador do
FED de St Louis, declarou durante uma interlocução com o mercado que as criptos são 95%
fraude, hype, barulho e confusão.
Manchete Cripto é 95% fraude

Fonte: Bloomberg Terminal: TOP <GO>; Dados extraídos em 17/08/2021

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Sem dúvida, se tal comentário viesse do Powell, presidente do FED, estaríamos todos im-
pressionados com o teor da mensagem, e teríamos visto uma forte correção no valor de mui-
tas criptos e tokens. Ainda assim, como governor do FED, a opinião de Kashkari demonstra
bem o sentimento atual compartilhado por alguns agentes dentro dos principais bancos cen-
trais e órgãos de regulação financeira do mundo.

Mas seria exagerado dizer que o que foi dito por Kashkari é verdade?

Vamos analisar os elementos sugeridos...

Fraude
Ataques cibernéticos, darkweb, scams, compra e venda de serviços e produtos ilegais ao
redor do mundo, empresas em jurisdições duvidosas, ou seja, toda a economia paralela exis-
tente no mundo nos dias atuais encontra dificuldade em movimentar dinheiro pelos meios tra-
dicionais de pagamento (ainda mais com a morte iminente do papel moeda) e, por isso, busca
rapidamente nas redes de Blockchain uma alternativa para movimentar e manter recursos de
origem questionável.

Não impressiona vermos a capitalização das criptos ultrapassar novas máximas, com
muitas altcoins de capitalização bilionária.

Fica difícil realmente se iludir nesse sentido. Sem dúvida, muito do volume atual transaci-
onado nas exchanges de criptos pelo mundo não teria sido aceito no sistema financeiro tradi-
cional por falta de prova de origem e lisura dos fundos.

O caminho natural - a “mainstreamização’ das criptos - passa por adotar regras e proces-
sos apurados de AML (anti money laundering). E, ao que tudo indica, a pressão aumenta para
que transações com criptos passem pelo mesmo escrutínio de outras transações de valores e
ativos do mercado financeiro tradicional.

Hype
As criptos são literalmente os new kids on the block no mundo dos investimentos, pois

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trazem consigo inovação, despertam a curiosidade e, com isso, aguçam o sentimento de pio-
neirismo e oportunidade na maioria das pessoas que literalmente não querem ficar de fora.

Uma vez vencido o estágio de ambiente de testes e validação com os early adopters da
novidade, é rápido o processo de massificação da inovação. É nesse estágio que vemos gran-
des estruturas se formarem em torno da novidade, e com elas o poder de disseminação de
uma narrativa oportunista onde se vende a intensa volatilidade como o acontecimento único
que permite a muitas pessoas ficarem ricas do dia pra noite.

De repente, somos inundados por propagandas de ganhos rápidos através de ofertas dis-
tintas de "investimento em criptos". E a grande maioria dessas opções, muitas vezes, repre-
senta esquemas fraudulentos que se aproveitam da falta de uma regulação de mercado e de
uma cobrança por parte das autoridades quanto aos volumes transacionados nestas platafor-
mas e legitimidade/proteção/autenticidade do serviço vendido por estas.

Realmente as criptos são hoje um hype, e isto acelerou de forma significativa a demanda
por estes instrumentos. Como todo hype, vimos de uma hora pra outra muita gente de tudo
que é área repentinamente se tornar um expert em criptos.

E a conversa se move de forma superficial, com boa parte dos usuários entrando cada
vez mais pelas promessas do que pelo elemento de disrupção desse novo mercado.

Deveremos ver se isto vai se arrefecer a partir da adoção, por parte dos players do mer-
cado de criptos, de políticas de transparência quanto aos serviços oferecidos, mecanismos de
proteção dos clientes e controle da movimentação financeira, seguindo as regras AML dos sis-
temas de pagamentos tradicionais.

Barulho
Quando temos muito frenesi em torno de algo novo é normal que se crie muito ruído e
desinformação. Sem dúvida, o momento atual conta com um ambiente de criptos barulhento e
confuso.

Muitos de nós já recebemos as mais variadas ofertas possíveis sobre oportunidades


com criptos... de Exchanges de criptos que nasceram ontem a novas ofertas de criptomoedas

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e ativos sem nenhuma referência ou razão para existir, passando por aluguéis de criptos, mi-
neração, derivativos financeiros tokenizados, Initial Coin Offerings, e chegando até nos NFTs
(ou melhor dizendo, os Tokens que substituem obras de arte).

É tanta informação dispersa que fica complicado discutir isso. Realmente temos muito
barulho desnecessário em torno das criptos.

Confusão
Sabia que você consegue adquirir tokens de uma determinada criptomoeda através de
uma exchange local do bairro ao lado do seu na sua cidade, que vai encarteirar seus tokens
em um custodiante de um país que você nunca ouviu falar, que disponibilizará os seus tokens
sem sua autorização para uma outra empresa de outra jurisdição do mundo que você sequer
sabia que existia, que vai alugá-los dentro da Dark Web em um sistema de blockchain com vá-
rias falhas de segurança e, assim, mega vulnerável a ação de hackers que podem de uma hora
pra outra sumir com todos os tokens, inclusive o seu de uma só vez?

E se de repente você descobre que, na verdade, nunca chegou a ser tudo isto, que o dono
da exchange de criptos do bairro ao lado da sua casa, no final, limpou as contas bancárias da
exchange, sumiu do mapa e você acabou de descobrir que tudo não passava de um Excel ali-
mentado por estagiários?

Daí, você se pergunta... mas como pode? A plataforma da exchange era melhor do que a
da minha própria corretora de bolsa, colorida, cheia de informações, tão fácil e conseguia cre-
ditar nela pagando um boleto na lotérica.

Pois é, se você achou tudo isso confuso, está provado que confusão ainda faz parte da
realidade das criptos. Afinal, em muitas estruturas, nem os experts do mercado entendem o
que de fato está acontecendo.

Sem dúvida, a junção de todos estes elementos é explosiva. A volatilidade no preço de


cripto ativos e criptomoedas não é por acaso.

Os bancos centrais e reguladores do mercado financeiro tradicional entenderam nos últi-


mos meses, depois de alguns anos de negação, que muita poupança das famílias e empresas

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pelo mundo (principalmente depois da pandemia) tem buscado abrigo nesse ambiente de in-
vestimento e negociação sem regulação, e que eles estão falhando no seu mandato de prote-
ger a sanidade das ofertas de investimento oferecidas a clientes de varejo, por não controlar
as regras deste mercado nem tão pouco limitar a publicidade destes instrumentos sem os de-
vidos disclaimers de risco.

Questão de tempo para vermos mudanças significativas que levarão muitos ao redor do
mundo a aceitar que cripto ativos e criptomoedas vieram pra ficar, e que só precisam jogar o
jogo dentro das regras do mercado financeiro. Aí sim, veremos quais cripto ativos, criptomoe-
das e agentes de mercado foram realmente bem construídos, e quais deixaram a desejar. Afi-
nal, crescer em cima dos volumes financeiros ilícitos que circulam pelo mundo são garantia de
vida curta.

Não vamos zerar a fraude, barulho, confusão e acabar com o hype de uma hora pra outra,
mas dentro de um ambiente regulado é questão de tempo para que se torne default a lisura do
processo e dos agentes envolvidos neste mercado.

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COMPORTAMENTO NO
MERCADO

COM ANDRÉ PORTO

O QUE É?
A seção Comportamento no Mercado é destinada a tratar de um tema que im-
pacta diversas pessoas no Mercado, o comportamento.

SOBRE O ANDRÉ PORTO


Psicólogo, Psicanalista, futuro Neurologista e Trader de dólar futuro na B3. Traba-
lhou com atendimento clínico particular e a grupos vulneráveis no SUS, com mais
de 600 pacientes atendidos em clínica. Detém vários estudos no eixo das psico-
ses, ciúme patológico e transtornos obsessivos. Atualmente é Psicólogo Clínico,
Institucional e trader no SST.

andreportopsi andreporto@sst.trade

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O BLOQUEIO EMOCIONAL E A AUTOSSABOTA-
GEM

Um dos maiores e mais perigosos problemas de quaisquer traders é a emoção. Quando


um trader fica evidentemente muito emotivo em relação a uma posição tomada ou que deveria
tomar, a qualquer momento, ele não consegue pensar com a devida clareza porque deixa que
suas emoções assumam o controle total ou parcial de seu bom senso, e por conseguinte, seu
comportamento.

As emoções turvam nosso poder de análise e julgamento, embaraçando o pensamento


claro e, portanto, impedindo o trader de ser analítico, estratégico e criativo. Em resumo, as
emoções substituem quase que integralmente nosso pensamento lógico. É assim que você
sabe e sente que está acontecendo um bloqueio emocional: você quer operar da forma correta
e reagir de maneira técnica e analítica, mas simplesmente não consegue, e mesmo sabendo
intelectualmente o que quer e deveria fazer, reage de maneira diferente. Esse fenômeno é po-
pularmente conhecido também como autossabotagem.

Nossas dinâmicas emocionais e mentais são talhadas por como e pelo quê pensamos.
Se suscitarmos pensamentos ruins, eles afetarão todo o processo de raciocínio, compreensão
e pensamento. Mas se, ao invés disso, introduzirmos pensamentos positivos, pragmáticos, re-
alistas e lógicos o resultado também será positivo.

A melhor maneira de excluir emoções desta equação é entendendo suas raízes, contro-
lando nosso comportamento, fazendo autoavaliações periódicas e fazendo as perguntas cer-
tas a nós mesmos. Essas perguntas incentivam a mente a escoar as emoções, à medida em
que ela encontra as respostas para aquelas perguntas específicas.

Lembre-se muito bem: se você não é capaz de controlar o que está fazendo ou foi incum-
bido de fazer, é muito provável que esteja na iminência de um forte bloqueio ou descontrole
emocional. Nesse caso, você precisará de ajuda de um profissional de psicologia devidamente
capacitado que possa ajudá-lo a entender e liberar essas emoções para que você possa se li-
vrar das correntes da autossabotagem.

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VISÃO DO CONFLUENCE

COM EDUARDO GARUFI

O QUE É?
Essa seção traz a análise gráfica de um ativo pela ótica do Confluence, uma for-
ma de entender e operar o mercado desenvolvida pelo Garufi.

SOBRE O EDUARDO GARUFI


Trader e Investidor há 6 anos, é especialista em gestão de risco e resultado.
Criador do maior EAD da Bolsa Brasileira, é reconhecido por ter criado o primeiro
conteúdo completo e de base para o trader e investidor sério.
Lidera o projeto BMAX dentro do SST, mentorando centenas de alunos que bus-
cam se especializar no mercado financeiro.

eduardo_garufi eduardo@sst.trade

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ANTES DE MAIS NADA...

Esta é minha visão pessoal, e se baseia única e exclusivamente em como enxergo o mer-
cado. Minha visão parte dos gráficos, "quase" exclusivamente.

Mas uma carteira que “preste” não deveria ter fundamentos que sustentem a decisão do
investimento? Depende.

Depende, antes de mais nada, do que você busca em seus investimentos. Minha escola
nos mercados vem dos gráficos, e partem deles as minhas decisões. Estou seguro que não
será assim por toda a minha carreira, mas nossos resultados hoje acontecem a partir de deci-
sões que tomamos ontem, e só continuarão a acontecer pelas decisões que tomaremos ama-
nhã. Então, hoje sempre será o dia de avaliar o que estamos fazendo e nos preparar para o que
faremos no futuro.

Pondo um fim em meu momento filosófico, o fato é que não há decisões erradas quando
elas são provadas por resultado. Isso é um pouco mais complexo de avaliar uma vez que a ruí-
na sempre está acenando para nós, e a vigilância eterna sempre será necessária. Tudo pode
ruir da noite para o dia se nós não tivermos um controle vigilante de nosso risco.

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PUT YOUR MONEY WHERE YOUR MOUTH IS...

Em tradução livre, “Coloque seu dinheiro onde está sua boca”. Ou seja, o termo Skin in the
Game é mais necessário do que nunca nos dias de hoje. Ter a pele no jogo é mais profundo do
que se possa imaginar ou do que propagandeia-se por aí.

Eu tenho o privilégio de poder arriscar meu próprio dinheiro e observar o resultado de mi-
nhas decisões. Muito inspirado no livro sobre o qual, por sinal, fiz uma excelente resenha em
nosso canal do YouTube, chamado Unknown Market Wizards e escrito por Jack Schwager, meu
estilo de operar baseia-se em assimetrias, onde quer que elas estejam.

Não é minha intenção dar o call para que você entre em uma ação ou tome uma decisão
ao mesmo tempo que eu. Esta prática está reservada para os Analistas CNPI certificados.

Posso, no entanto, compartilhar com você, caro leitor, meu sentimento, minhas decisões
e principalmente como anda meu estômago. Não acredito que más decisões venham da cabe-
ça, mas sim do estômago. É ele que devemos manter em xeque.

Com a possibilidade de compartilhar minha jornada nas ações americanas, você poderá
participar ativamente da jornada de um trader e investidor que sente na pele o preço de cada
decisão. Espero que você aproveite essa jornada comigo.

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CONFLUENCE

O Confluence é uma estratégia que busca encontrar pontos confluentes com diferentes
visões técnicas. Dentre os pontos que mais observamos estão:

• Pivot Point
• Retrações
• Médias
• VWAPs ancoradas

Ele tem como fundamento primário estar a favor de uma tendência bem definida, e nosso
ponto de entrada será uma correção saudável em confluência com mais de um ponto técnico.

Visão Fractal de Volatilidade com o Grid


Há muitos anos atrás, eu criei um conceito de olhar os gráficos com base na divisão dos
níveis de preço pela minha análise de volatilidade. Eu chamo de Grade, ou Grid em inglês.

Essa leitura sempre foi útil para me ajudar a encontrar pontos extremos no gráfico que
me dariam algum tipo de entrada, seja ele no curto prazo ou mesmo em trades mais longos,
no caso meus Swing Trades.

O Confluence, como estrutura operacional, pode usar do benefício da Grade para, em


conjunto com seus pontos importantes, achar oportunidades para operações longas ou curtas,
os chamados Scalps.

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VAMOS FALAR DE CRIPTO?

De 2008 para cá, quando o Bitcoin foi proposto por Satoshi Nakamoto (pseudônimo do
criador, ainda desconhecido), muita coisa mudou. Uma infinidade de Altcoins foram criadas
(criptomoedas muitas vezes criadas a partir do que chamamos de Hard Fork, assunto para ou-
tra edição do Report). Também foram criadas novas e inovadoras tecnologias, como o Ethe-
reum, que permitem usar uma linguagem de programação que faz parte da transação na rede
peer-to-peer que forma as criptomoedas.

A inovação tecnológica está aí para qualquer um que queira ver. O seu valor, no entanto,
ainda não é claro. Deixando de lado a paixão por tecnologia, tudo o que veio após a criação do
Bitcoin nos permite criar muito mais e ao mesmo tempo ter muito menos controle centraliza-
do.

Há muita discussão no que diz respeito ao controle que os Mining Pools têm em cima do
Bitcoin em específico. Os Mining Pools são grupos que juntam pessoas, como eu e você, para
juntar poder computacional na tentativa de, em menos de 10 minutos, descobrir o que é cha-
mado de Nounce, que é um numerozinho danado que, junto com o bloco de transações, será
validado pela rede como um bloco válido, fazendo parte então do Blockchain, ou “cadeia de
blocos”. O Blockchain é o tal livro razão que é controlado de maneira totalmente descentraliza-
da por uma infinidade de computadores na internet que ajudam a validar suas transações.
Quem tem o poder computacional de minar por Bitcoins consegue ainda ganhar 6.25 BTC (e
em 2024 cairá pela metade, no processo de Halving).

Calcular o Nounce exige um poder computacional enorme. Para se ter uma ideia, hoje
são utilizados cerca de 50% da capacidade de geração de energia de uma grande usina elétri-
ca para minar e manter a rede do Bitcoin. Lá atrás, em 2010, ainda era possível utilizar seu
computador em casa para “tentar a sorte” de conseguir formar um bloco válido e ganhar, à
época, 50 Bitcoins, só seus! Mas o tempo passou, e hoje para você ter uma participação em

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um Mining Pool você precisará de um ASIC, que é um computador feito especialmente para
fazer os cálculos necessários para encontrar o Nounce e produzir um bloco correto.

Mas por que precisa de tanto poder computacional? Porque não é tão "fácil" como era no
começo?

A ideia por trás do Bitcoin é que ela seja uma moeda com quantidade limitada (em torno
de 21 milhões), e que com o tempo a dificuldade de minar novas moedas fique maior, assim
como a quantidade de moedas que você receberá uma vez que faça seu trabalho com suces-
so.

Eu já poderia entrar na teoria dos jogos e outros conceitos mais profundos sobre isso,
mas vou deixar o assunto mais simples: a ideia é ter um conceito parecido com o Ouro. Cada
vez é mais escasso, mais difícil de achar e exigirá mais esforço para conseguir menos. As pes-
soas que possuem por mais tempo poderiam desfrutar de valorização no longo prazo, apos-
tando, dentre outras coisas, na escassez.

Maaaas….. escassez demanda também adoção, uso e necessidade. O Ouro, de maneira


intrínseca, tem seu valor. Quem pensa que o Ouro só serve para jóias deveria olhar para a in-
dústria de microchips e pensar novamente. Na área da música e áudio, o Ouro é desejado por
ser um dos melhores condutores, com fidelidade máxima.

Então Garufi, você acredita que o Bitcoin vale zero? Não, definitivamente não. Ele já vale
simplesmente pela utilidade do transporte de valores sem fronteiras. À medida que o tempo
passar, acredito que seu preço ficará menos volátil e, com a confiança crescente na sua tecno-
logia, se consolidará como uma moeda que veio para ficar.

Vale 40 mil dólares, Garufi? Vale os que as pessoas pagarem, até deixarem de pagar.

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INSIGHT DA SEMANA

Quero falar com você sobre zoom. Zoom não é aquele programa de reuniões, e sim a ha-
bilidade de enxergar o todo em um gráfico.

Muitas vezes, a gente se pega com o zoom tão próximo em um gráfico que perdemos a
noção do contexto que estamos.

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Gráfico Diário ProShares Trust Ultra VIX

Fonte: Trading View; Dados extraídos em 13/08/2021

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O papel acima te parece bom para comprar ou para vender? Não importa que visão você
tenha sobre este papel, o fato é que tudo depende do objetivo de cada operação.

Quando abri esse papel na minha tela, pensei em fazer meus estudos para o Confluence
(o que de fato mostrou uma oportunidade na sequência de fazer uma operação curta na ponta
compradora), mas logo desisti. E desisti porque eu apliquei a maravilhosa ferramenta chama-
da zoom, que me mostrou algo bastante desconfortável.

Gráfico Diário ProShares Trust Ultra VIX Últimos 7 anos

Fonte: Trading View; Dados extraídos em 13/08/2021

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Olhando 7 anos para trás no gráfico diário, uma coisa já fica claro para todos que querem
ver: este papel não para de cair!

Como é que eu vou pensar, mesmo que para um trade rápido, de poucos dias que seja,
em apostar numa compra? Ele está na mínima histórica, abaixo de todas as médias, fazendo
correções curtas. Não há ponto algum que meus estudos mostrem que me dê o nível de con-
forto que eu preciso para ficar tranquilo em uma operação comprada. Mesmo sendo um teste
em linha de canal, projetado de perna, o que for. Não faço.

E muitas vezes os traders perdem a visão do todo, não aplicando o zoom no gráfico. Cri-
am uma visão tão “dentro” do que está acontecendo nas últimas barras, que se esquecem do
todo, do contexto.

Independentemente do seu operacional, ver o todo poderá te ajudar, mais cedo ou mais
tarde.

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PISKELINES

COM ALEX PISKE

O QUE É?
Essa seção traz a análise gráfico de um ativo pela ótica das Piskelines, uma for-
ma de entender e operar o mercado desenvolvida pelo Piske.

SOBRE O ALEX PISKE


Membro do SST desde o ano de 2017, com sistema operacional baseado em leitu-
ra gráfica fractal com linhas de canais, tanto em day trade quanto em swing trade.
É professor e tutor BMAX desde o final do ano de 2019.

alexpiske

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PISKELINES (UMA VISÃO FRACTAL SOBRE GRÁFICOS)

Gráfico 5 minutos DAX

Fonte: Trading View; Dados extraídos em 18/08/2021

Após uma queda acentuada desde a máxima do movimento na barra 4, chegando em


uma região que considerei potencialmente de compra, principalmente devido ao movimento
forte comprador a partir da barra 194 do dia anterior, resolvi observar um trade em potencial.

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Após voltar a trabalhar na parte superior da linha de canal antes rompida (barras 64-66),
nesta mesma região, julguei interessante uma possível compra, porém optei por esperar um
bom sinal ou uma condição de preço melhor.

Acabou por vir a barra 72, que foi uma segunda tentativa de retomar o movimento para
alta novamente, além de ter sido uma boa barra, com fechamento na sua máxima e com bom
corpo comprador, fechando acima de 3 barras anteriores. Decidi entrar no trade, uma vez que
os alvos potenciais ainda se mostravam dentro de um espectro viável para ter uma boa proba-
bilidade, apesar de não julgar ser alta. Por isso, alvos maiores que o risco, que estava abaixo
da própria barra 72.

Ao entrar no trade, ele logo veio contra minha posição, inclusive próximo à região do meu
stop, mas eu estava com um gerenciamento onde minha saída deve acontecer apenas na se-
gunda vez em que a operação vier contra. Nada pude fazer, senão esperar.

Já dando praticamente o trade como negativo, apenas esperando o seu fim, uma sequên-
cia de barras aconteceu, das barras 77 até 83, através da qual finalmente o preço veio abaixo
pela segunda vez, me dando a saída do trade.

É difícil ver você ter que sair de um trade e logo depois ver ele desenvolver e ir em todos
os alvos possíveis, mas a convicção de que o que faz realmente a performance e o resultado
de longo prazo é a disciplina de seguir o plano. Deixei o trade quase no ponto onde entrei, sem
lucros, porém com a certeza de fazer o correto!

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Gráfico 5 minutos DAX mostrando entrada e saída do trade

Fonte: Meta Trader; Dados extraídos em 18/08/2021

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CANDLESTICKS

Todo iniciante no mercado financeiro que se preze toma contato com os tão famosos
“candlesticks”, ou gráfico de velas, como preferir. Mas não é algo tão simples quanto parece
ter entendimento do seu real significado.

Não, não se trata apenas de decorar padrões de candles ou formações com dois ou três
candles que fará você compreender o que realmente está por trás dos reais significados. Para
um melhor entendimento, vamos raciocinar sobre sua origem e, principalmente, sobre as dife-
renças entre a cultura oriental e a ocidental, que é aí onde realmente aparecem as dificuldades
de colocar em prática a sua real significância.

Se pensarmos sobre a cultura oriental e, principalmente, seu sistema de escrita, com ên-
fase no Japão (local de origem do sistema de Candlesticks), encontramos alguns sinais inte-
ressantes. Vamos lá:

Temos a noção, por via estritamente visual, que a escrita e o sistema de comunicação
japonês é algo bem diferente e estranho à nossa compreensão inicial, e isso se dá por uma
grande diferença de visão cultural, que vem de milênios anteriores ao nosso.

No sistema de escrita Japonês, temos hoje 3 bases para compreensão, uma delas se
chama HIRAGANA, outra KATAKANA e os já conhecidos de muitos, os KANJIS. Vamos enten-
der um pouco cada uma:

• HIRAGANA: é o “primeiro passo”, digamos assim, para você se alfabetizar. Consiste basi-
camente em 46 “letras”, que na verdade têm uma interpretação diferente da que estamos
acostumados no sistema do alfabeto romano. Seria algo mais parecido com a nossa se-
paração em sílabas, tipo “as”, “ta”, “um”, “fu”, e por aí vai...

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• KATAKANA: também é um passo importante para a alfabetização, porém é tratado em
separado do HIRAGANA. Também consiste em 46 “letras” e é utilizado para palavras es-
trangeiras que foram incorporadas ao Japão, o que representa uma adaptação fonética
para o japonês. Um exemplo são os nomes pessoais. O seu nome, quando escrito em
japonês, está utilizando o sistema KATAKANA.

• KANJI: estes são os mais “familiares”, visualmente para nós ocidentais, e os que geram
maior curiosidade. São os famosos “desenhos”. Basicamente, são símbolos utilizados
para serem interpretados, e não exatamente lidos, como estamos acostumados no siste-
ma ocidental.

Bom, utilizei esses argumentos para te fazer pensar. No sistema completo, todas essas
formas são aprendidas de maneira separada, porém em seu uso de fato, todas são utilizadas
em conjunto, formando frases, textos complexos e até mesmo livros.

Tendo essa compreensão da gritante diferença cultural e de abordagem comunicativa,


você acha mesmo que os tão famosos candlesticks e seus padrões podem ser simplificados
como vimos muitos fazerem?

Obviamente que não! Mas com o passar do tempo e a implementação de novas formas
de análises gráficas baseadas nos candlesticks, podemos ter uma grande oportunidade de ter
o caminho da sua real compreensão facilitado. Isso se dá, principalmente, com outra compre-
ensão mais “moderna” de análise, que também é muito distorcida e ensinada de forma errô-
nea, os “MOVIMENTOS FRACTAIS”, que estão intimamente ligados à estrutura e formação dos
candlesticks.

Não vou abordar em comparativos os conceitos aqui. Vamos apenas partir de pré concei-
tos estabelecidos, com a finalidade de tornar o mais objetivo e didático possível os estudos.

Direções do mercado
Basicamente temos 3 tendências possíveis no mercado:

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1. Tendência de o mercado continuar subindo (topos e fundos ascendentes)

2. Tendência de o mercado continuar descendo (topos e fundos descendentes)

3. Tendência de o mercado permanecer consolidado (ausência de direção)

A formação dos candlesticks e o movimento fractal


Um candle é formado por abertura, máxima, mínima e fechamento.

Possíveis formações de um candle

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Possíveis formações de um candle

Possíveis formações de um candle

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No gráfico diário abaixo relativo ao Mini Índice, se você reparar no padrão, verá que não
há uma sequência direcional a partir da barra 145 (03/04) e várias barras seguintes estão con-
tidas na amplitude da própria barra 145, ou com apenas alguma renovação de mínima.

Algumas dessas barras são barras fortes, com corpo comprador ou vendedor dominante,
mas o mercado não seguiu a partir delas, apenas teve um movimento de afastamento quando
a barra 154 fechou abaixo do movimento.

No gráfico diário, você vê apenas as barras fechadas mas dificilmente as vê se forman-


do. No entanto, podemos tirar uma boa ideia de movimentos menores, uma vez que são visí-
veis e estão ao nosso alcance, podendo assim ter uma boa ideia da formação “interna” de uma
barra.

Gráfico Diário Mini Índice

Fonte: Meta Trader; Dados extraídos em 16/08/2021

33
Podemos notar no gráfico de 30 minutos que a movimentação não só de um candle, mas
de vários após o movimento do dia 03/04, mostrou fortes deslocações, porém sem um padrão
de topos e fundos abaixo do ponto de referência. Esse padrão só foi alterado com o rompi-
mento marcado em amarelo, já no dia 16/08.

Gráfico 30 minutos Mini Índice

Fonte: Meta Trader; Dados extraídos em 16/08/2021

Este é um estudo conceitual e esse padrão tende a se repetir, independentemente do


tempo gráfico, até onde a capacidade de se observar se limita.

Essa é a ideia base de um movimento fractal!

Lembre-se que os candlesticks têm a “obrigação” de fechar em determinado tempo e is-


so pode acontecer do lado oposto de uma formação que aparentemente indica força, mas na
verdade não!

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VISÃO DE MERCADO DO
MANGUEIRA

COM RENAN MANGUEIRA

O QUE É?
Esta seção vai trazer análises de mercado para o Índice e o Dólar, no diário e
semanal, dando uma visão macro de mercado, e que também pode ser aplicada
na leitura intraday.

SOBRE O RENAN MANGUEIRA


Engenheiro e técnico em Mecânica formado, ingressou no mercado em 2017,
quando decidiu se profissionalizar e rentabilizar o próprio capital. Desde então,
tem passado os anos desenvolvendo a sua visão e o seu operacional, e a partir de
2019 vem ensinando tudo isso na BMAX.

renanmangueira

35
VISÃO DE MERCADO DO MANGUEIRA

Introdução
Trazendo a minha personalidade para o meu trabalho, e refletindo sobre a forma que eu
vejo o mercado e como eu gerencio os meus diversos trades pelo dia: esse sempre foi o meu
objetivo, principalmente desde que decidi me profissionalizar.

Em relação à minha personalidade, eu sou uma pessoa muito objetiva e, por conta disso,
nunca consegui aceitar as faltas de respostas no mercado. E isso é algo que mantenho até
hoje. Pelo fato de nunca achar que o que eu queria no mercado viria apenas “com o tempo”, eu
decidi realmente mergulhar as mãos na lama e cavar até encontrar. Fazendo isso, eu descobri
que realmente alguns entendimentos necessitam de tempo sim, mas muito mais do que ima-
ginei pode ser aprendido através de literalmente milhares de horas em frente à uma tela de
computador. Esse tempo em horas quase ninguém fala, afinal todos querem ir pro céu, mas
ninguém quer morrer. Com tantas horas gastando a vista em frente a uma tela, e com a perso-
nalidade que já citei, acabei procurando motivos concretos pras coisas acontecerem, ao invés
de apenas justificar com um “nesse caso, estava claro”. Comecei a planilhar cada caso e, com
a ajuda dos experts da BMAX, fizemos mais de 50 mil operações com diversos gerenciamen-
tos e com diversas visões de mercado aplicadas.

Com isso, acabei desenvolvendo uma forma de leitura que se aplica não só ao Índice e
ao Dólar no intraday, mas também pode ser aplicado em qualquer tempo gráfico ou qualquer
outro ativo.

Essa é uma introdução que será permanente, para que novos leitores possam entender,
caso você já acompanhe o Report, pode pular.

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Gráfico Diário Mini Dólar Futuro

Fonte: ProfitPro; Dados extraídos em 13/08/2021

Começando pelo diário do Dólar, tivemos o quarto rompimento de micro canal acima da
146, na formação de uma Outside (barra que rompe a mínima e máxima da barra anterior). Eu
havia comentado no Report anterior que esse movimento, apesar de vir de uma barra que atrai
realização, poderia ter muita inércia por ser um fundo duplo entre a barra 132 e 142, e em um
tempo gráfico maior. Porém, tivemos a quebra de micro canal na barra 150, e o fechamento de
uma barra na mínima. Após esse rompimento, o mercado me mostrou informação de que a
probabilidade é maior de continuarmos com realizações em novos suportes e resistências, e
só pensaria em um cenário diferente na possibilidade de um rompimento com continuidade
acima da 128.

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Gráfico Semanal Mini Dólar Futuro

Fonte: ProfitPro; Dados extraídos em 13/08/2021

Dando uma olhada no semanal, a inércia parece continuar. Estamos em um ponto de rea-
lização, que é a média. Então, a ponta compradora precisa de inércia e dominância para não
ser dominada. O fechamento da barra 32 é bem interessante, pois as últimas quatro barras
fecharam compradoras, sendo três em micro canal. Caso tenhamos uma quebra de micro ca-
nal (uma barra rompendo abaixo da anterior, quebrando a sequência), a força da inércia se
quebra.

Lembrando que estamos no fundo da consolidação maior no semanal, e pode haver al-
gum tipo de interesse comprador maior nessa região.

38
Gráfico Diário Mini Índice Futuro

Fonte: ProfitPro; Dados extraídos em 13/08/2021

De uns dias pra cá, eu venho marcando o suporte abaixo da 88 no diário do Índice, sim-
plesmente porque era o próximo ponto de realização, e ela estava marcada no último Report.
Porém, com a formação do pré rompimento da barra 146 até a 147 rompendo acima, imaginei
que seria um mercado consolidado e que testaríamos a média Como já venho comentando
desde o meu primeiro texto no Report, isso pode acontecer de duas formas: com uma pernada
direta até a média, ou com um mercado lateral e a média indo até o preço. A probabilidade dis-
so aumenta com uma quebra de Micro canal acima da 153 nas próximas barras.

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Gráfico Semanal Mini Índice Futuro

Fonte: ProfitPro; Dados extraídos em 13/08/2021

O semanal do Índice ainda está meio confuso. A barra 30 é uma Outside, o que me indica
possível realização. Porém, após ela, tivemos mais duas barras vendedoras, mas a 31 não fe-
chou abaixo da metade. Caso o mercado faça sequência de barras vendedoras após a meta-
de, eu acredito na inércia para um suporte abaixo. Caso, no entanto, haja a quebra de micro
canal acima, eu imagino um mercado pausando na região da média. Como as coisas não es-
tão claras, eu prefiro esperar o mercado decidir e me dar mais informação nas próximas bar-
ras.

40
PORTFÓLIOS

EDUARDO GARUFI JOÃO HOMEM ALEX PISKE

O QUE É?
Essa seção vai trazer maiores informações e análises dos portfólios MAN11
(João Homem), Piskelines (Alex Piske) e Selection USA (Eduardo Garufi), cria-
dos e geridos com toda a experiência e o conhecimento de cada um.

SOBRE O GRUPO
João, Garufi e Piske, especialistas do SST, possuem visões e interpretações pró-
prias do Mercado. Na composição de seus portfólios são aplicadas análises
baseadas na filosofia de investimentos de cada um.

sst.trade contato@sst.trade

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PISKELINES PORTFOLIO por Alex Piske

Introdução
Contextualizando aqui minha visão e objetivo com operações de swing trade:

Chamar de carteira não é algo que seja natural no meu pensamento. Penso mais na ideia
de carteira como sendo algo pra longo prazo, porém são detalhes que, no final das contas, não
vão fazer diferença. É mais sobre o que você faz e não sobre como você chama. Dito isto, va-
mos para alguns detalhes que merecem ser mencionados aqui.

Na minha visão, swing trade é como um animal diferente dentro do zoológico do merca-
do financeiro, um animal diferente do day trade. Passamos muito tempo estudando coisas que
foram e são pensadas com gráficos diários, semanais e até mensais. Num tempo não tão dis-
tante, não tínhamos a velocidade de acesso aos dados de negociação e, por isso, não podía-
mos contar com essa velocidade a nosso favor. Isso impossibilitava muito a realização de
operações intra-diárias. Não que não fosse possível, mas a consistência e constância de ope-
rações era algo limitado e difícil de se obter.

Tudo era muito incerto!

Com a entrada de computadores e, mais além, da inteligência artificial, comandando ro-


bôs de alta frequência e aumentando gradativamente a liquidez de vários ativos, tornou-se
possível operações de day trade.

Mas onde quero chegar é no fato de que o day trade tem, na sua essência, coisas que
não são tão latentes no swing trade. Não só no fato de potencializar ações, alavancagem, po-
der gerar mais ansiedade e por aí vai...

Técnicas diferentes das “tradicionais” foram e continuarão surgindo ao longo do tempo.


O olhar apurado do operador deu um salto na questão de possibilidades num nível impensável
tempos atrás.

42
Penso que sim, é possível adaptar técnicas utilizadas em day trade para as operações de
swing trade, talvez com leves alterações. Mas sim, é bem provável que se você consegue ob-
ter lucros no day trade, você terá algo a mais que uma pessoa que vai diretamente para swing
trade não terá. Isso é apenas uma constatação pessoal e talvez temporária. Não leve como
verdade absoluta, apenas reflita!

Sobre a técnica
Resolvi, ao invés de ir buscar estratégias novas ou mais clássicas para as operações em
gráficos diários e/ou semanais, buscar no que eu já fazia e tinha intimidade para “adaptar” pa-
ra esse novo momento.

A mesma visão fractal que busco no day trade, busco no swing trade, mas com algumas
nuances próprias.

A busca pelo contexto: O mercado de ações tem algumas diferenças fundamentais em


relação ao mercado de futuros. A principal delas, no meu modo operacional, é a volatilidade,
que está muito mais presente nos mercados futuros que no acionário. Isso não muda a forma
como eu analiso antes de tomar uma decisão, mas reflete uma característica fundamental.
Por isso, optei por buscar operações predominantemente no lado comprador, porém sem dei-
xar de lado a possibilidade de operar vendido.

A mesma visão fractal é aplicada, mas dando foco em correções de movimentos ou fun-
dos de movimentos com características de consolidação.

Seguindo a ideia de apresentar para você o que é mais próximo da realidade, não seria
justo e nem honesto chegar e dizer: ah, teve tal operação, tal acerto miraculoso ou mostrar um
resultado totalmente fora da realidade de um trader de verdade.

Sim, existem aqueles trades lindos, que se contar ninguém acredita, mas são poucos, ra-
ros e não são um objetivo, pois sempre que se persegue um objetivo raro e difícil (mais do que
já é por natureza) as chances de você ficar pelo caminho aumentam exponencialmente, ainda
mais se seu dinheiro for finito!

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Os passos para a escolha de uma operação são relativamente simples quando já se sabe
o que buscar, mas a disciplina de entrar ou não em uma operação, seguir o seu planejamento
e não agir por impulso têm que ser maiores que qualquer vontade.

Como minhas operações se dão na casa do gráfico semanal, é natural que não existam
operações abertas a todo tempo. E quem dita esse ritmo não sou eu, é o próprio mercado.

Estou com algumas posições em aberto que assim que concluídas compartilho com vo-
cês o resultado.

Início da Carteira Piskelines Portfolio: 10 de Maio de 2021

Rentabilidade Acumulada Brasil: 18,57%

Rentabilidade Acumulada Exterior: 3,63%

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MAN11 PORFOLIO por João Homem

Prólogo
O “Fundo MAN11” não é na verdade um Fundo de Investimento devidamente registrado e
certificado.

Trata-se apenas de uma conta de investimentos, direcionada exclusivamente para a ges-


tão de um portfólio próprio de ativos.

Sendo assim, não se trata de um Fundo aberto ao público e não tem como comprar cotas
ou fazer parte desse Fundo.

O objetivo da exposição deste “Fundo” é de quebrar as barreiras psicológicas que exis-


tem no varejo do Mercado Financeiro brasileiro, onde gurus ditam o que é verdade, o que é
possível, o que funciona e vice-versa.

O Fundo MAN11 tem visão de longo prazo na aquisição de seus ativos, enquanto as pre-
missas e fundamentos destes forem mantidos, com o objetivo de performar acima do bench-
mark (Stock Picking). Investimos ou especulamos também em moeda estrangeira, ativos anti-
cíclicos e em ativos de baixa volatilidade. Por outro lado, com a intenção de uma performance
mais alfa, especulamos nos Mercados Futuros brasileiros e em índices diversos nos Mercados
Internacionais.

Temos como filosofia de investimentos estarmos sempre atentos aos fundamentos e


indicadores macroeconômicos, com o objetivo de nos situarmos em qual ciclo e em qual fase
deste ciclo estamos. Além disso, buscamos assimetrias, confluências e divergências, nos
mais diferentes mercados e nos mais diversos ativos.

Visamos o acúmulo de ativos de valor nas fases em que aumentam-se as margens de


segurança de cada um deles. Adicionalmente, visando a performance, especulamos no curto
ou curtíssimo prazo com uma gestão de risco baseada no histórico dessas operações e na
fatia de capital destinada a essa especulação.

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Seria uma bela lâmina num Hedge Fund de verdade hein?!

Nesta seção, pretendo expor os relatórios do meu portfólio, abordar estratégias, experi-
ência prática e teorias referentes à gestão de portfólio.

Enxergar meus investimentos como se fossem um Hedge Fund aberto ao público me fez
buscar mais, tanto em conhecimento quanto em performance e responsabilidade.

Sendo assim, o objetivo aqui é te motivar, te dar ferramentas teóricas e práticas, e te ins-
pirar a fazer o mesmo com seus próprios investimentos.

Pra Ser Profissional Precisa Ter Tempo


Bom, em resumo, vacilei na supervisão do trade especulativo em Modal. Tô prestes a me
mudar e o novo apartamento está na fase final da reforma (me lembrem de nunca mais gastar
dinheiro com reformas), o que vem me tirando um tanto de tempo, cabeça e paciência.

Enfim, depois do estouro posterior à divulgação dos resultados, eu não poderia deixar
voltar pra baixo de 17, mas deixei. Um dia, ainda terei uma equipe pra me lembrar das coisas.

No mais, o mercado vem corrigindo fortemente e, com isso, os gurus mudam toda a nar-
rativa que até dias atrás era válida. Torço para que vocês sejam resistentes ao desejo de esta-
rem juntos com todo o rebanho desses gurus.

Seguimos prontos para qualquer movimento corretivo ou para a continuidade do movi-


mento especulativo anterior.

Sugiro a vocês que assistam o vídeo de hoje lá no canal do SST sobre dividendos e o da
próxima sexta, pegando o hype sobre como proteger o seu portfólio.

Deixarei duas curiosidades aqui com vocês nesta semana!

A primeira trata-se de um gráfico que mostra a performance da razão Growth vs Value


Stocks. Como você pode ver, sempre que o Growth é empurrado para níveis irracionais, segue-
se uma baita queda.

46
Gráfico Razão Growth/Value Stocks

Já a segunda curiosidade trata-se de um comparativo entre o M2 (variação anual de ofer-


ta monetária americana) e a inflação. Queda vertiginosa, mas ainda para patamares antes con-
siderados altos.

Gráfico M2 (variação anual de oferta monetária americana) e a inflação

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Tabela de rentabilidade mensal Tabela rentabilidade anual

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

Tabela rentabilidade acumulada

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

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Gráfico composição do fundo

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

Gráfico valor da cota por mês

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

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Gráfico composição do fundo por categoria

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

Tabela resumo de rentabilidade Tabela demais indicadores

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

Fonte: Geldwork; Dados extraídos em 19/08/2021

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CARTEIRA SELECTION USA por Eduardo Garufi

Introdução
A Carteira Selection USA foi criada por mim com um objetivo principal: aumentar a minha
exposição em renda variável com menos risco, porém com um alto potencial de assimetria po-
sitiva.

O que isso significa? Imagine a cotação de uma moeda versus outra moeda. Euro versus
o Dólar Americano, por exemplo. Imagina-se que em economias relativamente estáveis nor-
malmente a cotação não tenha grandes variações ao longo do tempo. Existe uma faixa que
historicamente o preço está. Neste sentido, buscar uma exposição nestes ativos pode ser uma
estratégia interessante para proteção de carteira ou para diversificação, mas quando falamos
de alta assimetria positiva, a conversa é outra.

Chamo de alta assimetria positiva o fato de uma ação saltar de US$70,00 para
US$560,00 em 10 meses (Vide caso do Zoom, cujo ticker é ZM, entre Janeiro e Outubro de
2020). Isso acontece em poucos ativos, e o principal deles são as ações, as americanas em
especial, pelo número de oportunidades existentes.

Minha ideia de ir para o mercado de ações americano busca atingir, além da alta assime-
tria positiva, outro importante objetivo: exposição em moeda forte, neste caso, o Dólar Ameri-
cano.

Warren Buffett disse: “Do not bet against America”. Em português, “Não aposte contra a
América”. É fato que ele tem histórico e uma fortuna acumulada para ter certeza do que está
falando. Mas o futuro sempre será incerto. O fato é que o investidor deve buscar encontrar
dentro de si as razões fundamentais para qualquer decisão, e hoje minha crença é forte no
sentido de que, por mais que haja uma forte ameaça da China, a América ainda é a América.

51
Novas maneiras de rentabilizar minha carteira estarão sendo introduzidas nas próximas
semanas, por isso minha visão “somente compradora” da carteira deixará de ser totalmente
verdadeira, uma vez que estarei trabalhando com posições em opções que apostam na queda.

Como minha carteira é formada


Nesta nova fase da gestão da carteira, farei uma “fusão” do conceito das VWAPs ancora-
das em minha estratégia central, o Confluence. Desta maneira, olharei de maneira consolidada
as oportunidades utilizando meu arsenal de ferramentas de análise técnica para tomar as me-
lhores decisões.

O rol de ações americanas que vou monitorar irá aumentar, uma vez que tomarei posi-
ções com opções em algumas oportunidades.

Minha estrutura escolhida, inicialmente, serão as famosas Travas, sendo elas a Trava de
Alta ou Trava de Baixa, dependendo do viés que tenho. Isso me permitirá 2 coisas que, para
mim, são muito importantes. A primeira é, antes de tudo, a proteção, já que meu prejuízo é li-
mitado. Ou seja, pode vir o gap que for contra mim, ou pode até vir o Armagedom, que o meu
risco é determinado no momento que montarei a estrutura, e ponto final. Isso permite que eu
tome posições baseadas no risco em R de maneira mais assimétrica com a volatilidade ao in-
vés de me limitar a um percentual do capital, que muitas vezes limita o potencial de ganho.

O segundo motivo é poder operar na ponta vendedora, apostando em situações de queda


do mercado. Sim, o mercado cai às vezes (ironia detectada…). Em situações onde observo
bons pontos de realização de lucro da ponta compradora, poderei me posicionar apostando
em quedas que não são necessariamente uma reversão do mercado, mas uma correção de
curto ou médio prazo.

No caso das opções, o que mais preciso cuidar é do TEMPO, uma vez que o Theta das
opções poderá transformar minha posição em pó. Opções são contratos que têm data para
vencer, e nessa data você terá ou alguma coisa nas suas mãos, como por exemplo o direito de
exercer o seu contrato, ou você terá literalmente pó, o que significa que o contrato que você
tem na mão, ou seja, a opção não vale mais nada, pois o seu preço de exercício é pior que o
atual preço do ativo subjacente. É como se você quisesse vender um carro semi-novo mais

52
caro que o carro zero KM na concessionária. Não faz sentido.

Uma opção só vale algo se o valor de seu exercício é mais vantajoso do que o preço do
ativo subjacente. E isso tudo porque estou descrevendo as características básicas de uma
simples opção. Ir para o mundo das complexas estruturas fica para outra conversa.

VWAPs Ancoradas
Não posso deixar de dar o devido crédito ao Bran Shannon, trader americano que difun-
diu o conceito de Anchored VWAPs nos EUA, já há alguns anos.

Do que se trata a VWAP Ancorada? Se você não conhece a VWAP, comecemos por aí.

VWAP é o acrônimo de Volume Weighted Average Price, ou Preço Médio Ponderado pelo
Volume. É uma média que não só utiliza o preço, como nas médias tradicionais, mas também
considera em seu cálculo o volume em cada um dos períodos.

O mais interessante da VWAP é que ela é “quase” indiferente ao tempo gráfico, ou seja, é
apresentada basicamente no mesmo preço, independentemente de qual tempo gráfico você
esteja observando. A palavra “quase” à qual me referi se deve à pequena variação que as pla-
taformas poderão ter em seus cálculos.

Diferentemente das médias tradicionais, que precisam de um número de períodos para


seu cálculo, a VWAP utiliza o ponto de ancoragem para um cálculo contínuo e ponderado.

Isto significa que desde o “nascimento” da VWAP em seu gráfico, a plataforma calcula
continuamente seu preço ponderado utilizando o volume.

53
VWAP Diária no Mini Índice Futuro

Fonte: Trading View; Dados extraídos em 25/06/2021

54
Na imagem acima, o que os traders comumente chamam de VWAP é, na verdade, uma
VWAP ancorada no primeiro minuto do pregão. Também tem o nome de VWAP Diária.

Todas as VWAPs são ancoradas em algo. Na ordem de preferência dos traders, observa-
mos as VWAPs diárias, semanais e mensais.

Mas não para por aí. Criei uma maneira minha, totalmente minha, de encontrar outros
pontos que me auxiliam a encontrar pontos de entrada e saída eficientes.

Confluence
O Confluence é uma estratégia que busca encontrar pontos confluentes com diferentes
visões técnicas. Dentre os pontos que mais observamos estão:

• Pivot Point
• Retrações
• Médias
• VWAPs ancoradas
• Separação fractal com a visão da Grade (recém integrado)

Ele tem como fundamento primário estar a favor de uma tendência bem definida, e nosso
ponto de entrada será uma correção saudável em confluência com mais de um ponto técnico.

Balanceamento e diversificação
Nesta nova fase da carteira, vou rebalancear meu capital, mantendo 66% do capital dis-
ponível para estruturar posições em opções, e o remanescente para posições diretas nas
ações via CFDs na ActivTrades.

Nas posições via CFD eu utilizo uma alavancagem máxima de 5x, ou seja, meu stop esta-
rá sempre em uma queda de 20% do papel. Acredito ser uma boa proteção em caso de situa-
ções de alta volatilidade como, por exemplo, um evento dramático nos mercados.

55
Ainda falando dos CFDs, procuro me posicionar em até 10 papéis. Portanto, não há situa-
ção onde me posicione em uma ação com mais que 10% do capital disponível para este tipo
de operação.

A diferença entre as operações com opções e as operações em CFDs de ações é basica-


mente o tipo de alavancagem que uso (sempre baixo em ambas), principalmente nas ações
que tenho disponíveis em cada estratégia. Para opções, tenho à disposição cerca de 200
ações com bom volume em suas opções, e nas quais conseguirei me posicionar sem grandes
problemas. Nos CFDs, são pouco mais de 130 papéis que monitoro, e que também permitem
um nível confortável de alavancagem e liquidez.

Na última semana, foquei em iniciar a montagem de algumas operações com opções no


mercado americano, focando em oportunidades assimétricas em ações para as quais eu pu-
desse estruturar as chamadas “travas” em opções, que me permitem limitar o risco e construir
uma operação com um risco:retorno bem favorável no longo prazo.

Um agradecimento…
Aos meus Experts BMAX, meus alunos que mais se destacaram, e hoje me apoiam tanto
na seleção como no controle da carteira, assim como nos trades do dia-a-dia.

Status: 16 de Agosto de 2021


Essa carteira está em contínua formação e gerenciamento, uma vez que as piores opor-
tunidades são encerradas em questão de poucos dias, enquanto as alocações mais rentáveis
podem durar semanas ou meses.

Início da Carteira Selection USA: 09 de Junho de 2021

Rentabilidade Acumulada Total: 1,48%

Nesta edição, vou comentar sobre um papel que estou posicionado com opções para
vencimento no dia 27 de agosto.

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A empresa é a SmileDirectClub (ticker SDC). Ela é concorrente direta da Invisalign e
produz um novo tipo de tratamento para alinhamento dos dentes, onde não é mais usado
aquele tipo de aparelho fixo metálico.

Não sou dentista mas um bom amigo é (amigo que, aliás, trabalha com a Invisalign). Eu
sei que a Invisalign vem dando muito certo no mercado, e nesse “rabo de cometa” entra a SDC.

A SmileDirectClub propõe um modelo muito similar, porém eles cortam o dentista que
normalmente coloca uma margem adicional no preço do produto (segundo a SDC, até 3x de
markup). A proposta é que, com o direcionamento de um dentista, a SDC produz o tratamento,
envia ao paciente diretamente e faz o acompanhamento remotamente.

Comparativo SDC e Invisalign

Fonte: Smile Direct Club; Dados extraídos em 15/08/2021

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Parece muito atraente o modelo de negócio, mas é fato que a pandemia não ajudou mui-
to a empresa, que fez seu IPO meses antes da pandemia do COVID 19 ser declarada.

Gráfico Diário SmileDirectClub (SDC)

Fonte: Trading View; Dados extraídos em 13/08/2021

58
Apesar de minhas decisões serem fundamentadas principalmente nos gráficos, gosto de
saber no que estou me metendo. Há uma briga nas cortes americanas em volta deste modelo
de venda direta ao cliente, porém a SDC vem ganhando as discussões. Há discussões acalora-
das em torno deste papel, por isso vale o risco.

O racional gráfico acontece onde fiz uma demarcação com uma flecha próxima de $5,03.
Estruturei uma trava de alta limitada a $7,00 e tudo o que espero agora é um repique de 1 dó-
lar, que já dará o retorno que espero.

Não quero reversão, não quero preço na Lua. Espero 1 dólar de valorização até 27 de
agosto.

As opções me dão a liberdade de estruturar operações com bastante assimetria, e isso é


ótimo.

O mercado financeiro nos dá uma imensidão de possibilidades para rentabilizar o nosso


dinheiro. Dentro de minhas estratégias de carteira e swing trade procuro estruturar operações
onde vejo uma assimetria, seja no gráfico ou seja na maneira de montar a operação.

59
ANALISANDO OS FATOS

COM FILIPE MANO

O QUE É?
Essa seção tem por finalidade abordar uma notícia, um acontecimento, um per-
sonagem de mercado ou uma referência bibliográfica, trazendo análises e infor-
mações complementares e que vão além do senso comum.

SOBRE O FILIPE MANO


Filipe é empresário, fez a sua primeira operação em bolsa nos idos de 1999, e se
considera um membro devoto do SST. Entrou na comunidade em 2017, opera atra-
vés de análise técnica, lê menos do que gostaria (e vai morrer achando isso),
aprende muito no SST e não tem qualquer verdade absoluta pra contar.

lfrmano

60
ESCOLHA UM NÚMERO...

No final deste ano, a Taxa Selic estará em 3% ao ano e veremos o IPCA em 3,32% ao ano.
Quem acompanha minimamente o cenário macroeconômico brasileiro, vai pensar que, no mí-
nimo, eu enlouqueci, ou nem estará disposto a continuar a leitura. Calma, esses números não
vieram da minha cabeça. Eles estão no Relatório Focus publicado pelo Banco Central do Brasil
em 4 de janeiro deste ano, e representam a média das projeções que mais de 100 instituições
consultadas pela autoridade monetária brasileira tinham sobre a nossa taxa básica de juros e
o principal índice inflacionário para o final de 2021. A não ser que o mundo dê uma volta de
180º em poucos meses, estava todo mundo errado no começo do ano.

Na vida de um trader ou de um investidor, as projeções com as quais nos deparamos dia-


riamente não servem pra nada. No mundo fantástico dos engravatados que andam de patinete
elétrico, porém, uma projeção acertada - e fora do consenso geral - pode criar momentos de
fama e boas promoções. Para esse último grupo, trata-se de uma aposta com assimetria bem
favorável: se eles erram feio, ninguém vai se lembrar (você lembrava dessas projeções do iní-
cio do ano?), mas se eles acertarem em cheio, a assessoria de imprensa das instituições se
encarregará de fazer o devido alarde. Tente contar nos dedos quantos economistas ganharam
notoriedade ao prever a crise financeira de 2008 e que, após isso, acertaram com alguma regu-
laridade outras projeções feitas.

A futurologia ou adivinhação nunca foi e nunca será o método utilizado pelos traders ven-
cedores, apesar do esforço patético, seja por ignorância ou por má-fé, da turma que diz que o
trader tenta adivinhar o que vai acontecer no momento seguinte. O trader reage àquilo que vê.
E isso vale para absolutamente qualquer escola e para qualquer horizonte temporal. A reação
do trader, por sua vez, é a ação final de um processo que demanda tempo para observar, estu-
dar, testar, errar, acertar… Por isso, sempre que eu puder, vou lhe lembrar disso: ame, acima de
tudo, o processo.

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O ato de prever traz consigo a necessidade de estar certo. Enquanto isso pode trazer
bons frutos para os analistas cuja função é dar uma opinião publicável, representa uma arma-
dilha para o trader. O trader que está certo na hora errada, está errado. E se o trader está erra-
do, tem que sair da operação sem hesitação. Faça apenas o que precisa ser feito, de acordo
com as suas premissas operacionais e o gerenciamento de risco adotado. Massagear o ego
não lhe trará lucro financeiro e impedirá que mantenha o foco naquilo que é importante.

Se tudo isso lhe parece óbvio, vou propor a seguinte situação hipotética: um(a) grande
amigo(a) seu(sua) mostrou um enorme interesse em ver como você opera, mas não conhece
nada sobre trading. Você já tem um operacional testado e conhece os seus próprios números,
e seu(sua) amigo(a) não tem ideia do que é probabilidade, risco ou retorno, mas não vê a hora
de ver você em ação. Operando com o(a) amigo(a) do seu lado, você vê finalmente uma opor-
tunidade de entrada, e clica. A partir daí, você (i) torce silenciosamente (e talvez desesperada-
mente) para que tudo corra bem naquela primeira operação, ou (ii) age da mesma maneira que
agiria se o(a) amigo(a) não estivesse do seu lado? Não minta pra mim, e para si mesmo(a), se
pensou em agir como o descrito na opção (i). Você sabe que, após o seu clique, não terá qual-
quer controle sobre o movimento do mercado. Sabe também que a primeira operação do dia
pode ser perdedora. Sabe ainda que uma sequência dolorosa de operações perdedoras pode
acontecer, sem que isso coloque em xeque os números que se revelaram em seus backtests.
Sabe disso tudo, e mais um pouco, mas provavelmente terá alguma frustração se não tiver ti-
do a chance de mostrar à pessoa do seu lado que você acertou. Obviamente, por si só, a res-
posta a esse exercício mental não definirá seu sucesso ou fracasso como trader, mas ilustra
quão fácil podemos esquecer as regras mais básicas do trading, nos deixando levar por cami-
nhos ineficientes.

Uma crítica às projeções macroeconômicas e à ilusão de que é possível prever as condi-


ções macro futuras pode ser vista na última carta do gestor americano Howard Marks, publi-
cada no passado dia 29 de julho (a versão original está em https://www.oaktreecapital.com/
insights/howard-marks-memos). Em cerca de 16 páginas, Marks traz as suas reflexões sobre
quem faz projeções no mercado financeiro, nos mostra como sempre há argumentos razoá-
veis a favor e contra a tendência de um dado agregado macroeconômico - explicitando a difi-
culdade particular dos agentes em tentar entender o que está por trás da inflação -, e expõe a
condição mundana dos bancos centrais ao lidar com a brutal injeção monetária que temos
presenciado. Por fim, nos leva à conclusão (já explorada em um texto meu anterior) de que, no

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fundo, ninguém sabe o que vai de fato acontecer. Com a mesma acidez que vejo em alguns
textos do Al Brooks, Marks não perdoa os comentaristas econômicos que gostam de holofo-
tes. Seria um complô do price action e do value investing contra o sell side? Talvez não seja,
mas isso continuará sendo irrelevante se você fizer o que tem que ser feito.

Em tempo: vai aqui uma dica para quem tiver dificuldade em ler o inglês da carta original
do Howard Marks. Procure no Instagram a conta da Itajubá Investimentos
(@itajubainvestimentos), e busque na bio dessa conta a versão em português da última carta
desse grande gestor.

Bons estudos e um ótimo final de semana!

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FATOS & CURIOSIDADES

RODRIGO EDUARDO JOÃO FILIPE ALEX RENAN ANDRÉ


BEDIN GARUFI HOMEM MANO PISKE MANGUEIRA PORTO

O QUE É?
Essa seção traz fatos, dados, informações e acontecimentos históricos sobre
Mercado.

SOBRE O GRUPO
Todos os especialistas do SST juntos, unindo conhecimentos e vivências.

sst.trade contato@sst.trade

64
O GOOGLE

Em 19/08/2004, o Google fez seu IPO (oferta pública de ações) por US$85,00 cada ação,
totalizando um valor de mercado de US$23 bilhões.

Mas a empresa não começou assim como a conhecemos hoje.

Aos 22 anos, Larry Page saiu de Michigan para conhecer o campus da Universidade de
Stanford, onde gostaria de fazer doutorado. Nessa visita, ele foi recebido por Sergey Brin, um
russo que chegou aos 6 anos nos EUA e já era aluno em Stanford. O primeiro encontro entre
aqueles que, mais tarde, seriam os fundadores do Google não foi dos mais promissores. Eles
não se entenderam, discordando de praticamente tudo.

Depois desse encontro, com ambos já cursando o doutorado em Ciências da Computa-


ção na Universidade de Stanford, começaram juntos a desenvolver um algoritmo de pesquisa
que, diferentemente dos que existiam na época, tinha uma tecnologia que determinava a rele-
vância de um site de acordo com o termo de pesquisa, levando em conta número de páginas
naquele domínio e quantas outras páginas levavam a ele.

A empresa que praticamente começou na garagem da casa de uma amiga, passou por
algumas rodadas de investimento e cresceu. Eles decidiram então que queriam vender a em-
presa e a ofereceram por US$1 milhão, proposta que foi recusada. Tentaram novamente por
US$750.000, oferta que foi rejeitada também.

As coisas não saíram como o imaginado, pois a venda não ocorreu. Mas o crescimento
da empresa foi muito além do esperado.

Hoje, o Google é uma empresa controlada pela holding Alphabet, fundada em 2015, e que
tem como subsidiárias diversas marcas, como Android, Youtube, Maps, Waze, Hangouts, Gma-
il, Drive, Earth, entre várias outras.

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Apesar disso, nem todos os serviços e produtos do Google deram certo. Muitos deles fo-
ram encerrados, alguns deixando saudades e outros talvez nem tanto. É provável que, para
nós brasileiros, o mais memorável seja o Orkut, sua primeira tentativa de rede social.

Atual mente, as ações da Alphanet são cotadas a US$2.766, totalizando um valor de mer-
cado de US$1,84 trilhões, com diversos serviços conhecidos e utilizados por todos nós diaria-
mente.

No mercado, assim como nas empresas, muitas coisas não ocorrem da forma que espe-
ramos e isso não significa necessariamente algo ruim ou o fim de um caminho. Muitas pesso-
as teriam desanimado após a não concretização da venda. Muitas pessoas desanimam com
um momento de drawdown nas suas operações, quando, na verdade, esse é um ótimo mo-
mento para aprender e aperfeiçoar, sem perder o foco.

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EDUCACIONAL

RODRIGO EDUARDO JOÃO FILIPE ALEX RENAN ANDRÉ


BEDIN GARUFI HOMEM MANO PISKE MANGUEIRA PORTO

O QUE É?
Essa seção procura trazer conteúdos educacionais para aprofundar o conheci-
mento do investidor em assuntos de Mercado.

SOBRE O GRUPO
Todos os especialistas do SST juntos.

sst.trade contato@sst.trade

67
EDUCACIONAL

Essa é uma sessão que procura trazer informações e conhecimentos sobre o Mercado e
investimentos. Para isso, precisamos começar do básico para assim conseguirmos evoluir,
saindo do básico para chegar na análise de ações. Vale lembrar que toda informação, ainda
que básica, pode ter algum detalhe perdido ao longo do tempo. Portanto, sugerimos fortemen-
te que não deixe de ler também, mesmo rapidamente, essa parte do Report.

Free Float
Em tradução livre, significa “livre circulação”. Trata-se do percentual das ações de uma
sociedade de capital aberto que estão disponíveis para negociação no mercado.

Como regra geral da B3, as empresas precisam ter um Free Float mínimo de 25%. Porém,
para empresas no segmento do Novo Mercado e com volume de negociação médio diário mai-
or que R$25 milhões, o mínimo é de 15%.

Para calcular o Free Float, dividimos a quantidade de ações em livre circulação no merca-
do pelo total de ações da empresa. Uma empresa que tem 5 milhões de ações, sendo 2 mi-
lhões em circulação, tem um Free Float de 40%.

Importante observar que ações detidas pelo acionista controlador, pelos administradores
da empresa, em tesouraria e preferenciais de classe especial, não são consideradas ações em
circulação.

O Free Float é um importante indicador (claro, não é o único) para a liquidez relativa a
uma empresa. Um Free Float maior significará um maior número de ações em circulação, e
isso pode gerar mais ofertas na bolsa de valores e, com isso, menor Spread no book de ofer-
tas (não sabe o que é Spread? Revisite o Report de duas semanas atrás). Também pode dimi-
nuir a volatilidade dos papéis, pelo mesmo motivo.

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Direitos de Subscrição de Ações
Quando uma empresa decide aumentar seu capital e emitir novas ações, ela faz uma
oferta aos seus acionistas, para que estes participem dessa emissão de novas ações.

A empresa concede esse direito para dar a oportunidade aos seus atuais acionistas de
manterem a mesma participação percentual no negócio.

Em um exemplo hipotético, uma empresa que tem capital social de R$50 milhões decide
aumentar seu capital em 10%, ou seja, R$5 milhões. Com isso, os atuais acionistas terão direi-
to de subscrever 10% da posição que possuem.

Nesse mesmo exemplo, caso você tenha R$500.000 investidos nessa empresa (1%),
quando a empresa passar a ter R$55 milhões de capital sua participação cairá para 0,9%. Para
evitar essa diluição, portanto, muitos investidores optam por aderir à subscrição.

Normalmente, a subscrição pelos atuais acionistas é feita por um valor abaixo do valor
de mercado, também para incentivar a adesão desses investidores.

Venda a descoberto
A venda a descoberto, também conhecida como short selling (ou apenas short), ocorre
quando o investidor procura obter ganhos com a desvalorização de um ativo.

Muitas pessoas acreditam que só se pode vender ativos na bolsa de valores depois de
comprá-los, ou seja, eu precisaria comprar o ativo antes de vendê-lo com lucro ou prejuízo.
Mas você também pode tentar obter ganhos com a queda de um ativo, realizando a venda de
uma ação que você não comprou antes, visando recomprá-la mais barato no futuro.

Se você fizer isso dentro de um mesmo dia - venda da ação e posterior recompra da ação
em um mesmo pregão -, nada há que ser feito, considerando que tenha margem dada por sua
corretora para realizar essa operação de daytrade.

Caso, porém, a sua operação dure mais de um dia, será necessário alugar o ativo de um
outro investidor. Isso porque, na prática, ao vender a ação no mercado, você terá que entregá-
la à contraparte (ao comprador da ação, no caso) e, por isso, essa ação tem que estar com vo-

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cê. Para resolver isso, você deve alugar a ação que vendeu - e, no mínimo, pela quantidade que
vendeu no mercado -, com vistas a entregá-la ao comprador.

Vamos pensar em um exemplo: você tem um amigo, Carlos, que tem um carro avaliado
em R$30.000 e, por algum motivo, você acredita que esse carro irá perder valor no curto prazo.
Então, você propõe para Carlos que irá alugar o carro dele por 2 meses, pagando R$100,00, e
vende o carro para uma outra pessoa pelo valor de R$30.000. Durante a locação, o carro de
fato perde valor e tem seu valor de mercado atualizado para R$28.000. Você, então, compra o
carro de volta por R$28.000, e entrega a seu amigo Carlos, obtendo um lucro final de R$1.900
(R$2.000 de lucro na operação de venda/recompra, deduzido dos R$100 que pagou de alu-
guel).

Esse é apenas um exemplo, usando objetos e personagens de nosso cotidiano, para ten-
tar ilustrar como funciona a venda a descoberto e, obviamente, há peculiaridades numa transa-
ção que envolve um bem tangível, como um carro, que não se aplicarão a uma transação de
ações em bolsa de valores.

Algumas pessoas são contra esse tipo de operação por conta do risco que ela apresenta.
Quando você compra uma ação, qual é o seu risco máximo? Apesar de muitos não considera-
rem, o risco máximo numa compra de ações é de perder 100% do capital investido. E numa
venda a descoberto, qual é o risco máximo? Neste caso, não há limite para o risco, pois não há
um teto até o qual uma ação pode se valorizar.

Para realizar essa operação de aluguel é utilizado o BTC (Banco de Títulos CBLC) que
juntamente com a B3 garantem que a operação ocorra dentro do padrão.

70
COMO DIRIGIR UMA MERCEA-
RIA E UMAS COISINHAS QUE
APRENDI SOBRE PESCARIA

COM JOÃO HOMEM

O QUE É?
Uma carta visceral, com conteúdo de Mercado, escrita por alguém que faz na
real, ama o que faz e se diverte aprendendo cada vez mais.

SOBRE O JOÃO HOMEM


Trader e investidor, apaixonado pelo Mercado Financeiro onde atua desde 2006. É
também o criador da maior e mais bem estruturada comunidade do Mercado Fi-
nanceiro, disposta a dar suporte a traders e investidores de forma gratuita, o Speci-
al Squad Traders.

joaohomem joaohomem@sst.trade

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A ARTE DE INVESTIR

Prólogo
Ok, lá vem o João com um título de conteúdo completamente sem sentido. E pior, come-
çando o texto com um ok, sendo a primeira frase algo que talvez estaria em minha mente, e
não na dele.

Sim, a frase acima veio de sua cabeça! Porém, quanto a fazer sentido, saiba que o senti-
do das e nas coisas depende mais de nossa percepção do que de nossa interpretação de tex-
tos. Aliás, a interpretação depende da percepção.

Creio que todos que venham a consumir este espartano conteúdo são pessoas que gos-
tam muito do Mercado e querem muito evoluir profissionalmente nisso. Sendo assim, eu per-
gunto:

Por que não ligaram o título da minha série de cartas ao talvez maior investidor de todos
os tempos?

Sim, o título é quase uma homenagem ao nosso querido velhinho Warren Buffett.

Esse é o título que seu avô Ernest Buffett deu a um protótipo de um livro de sua autoria, o
qual fazia questão de ditar algumas páginas todas as noites para o jovem Warren, quando seu
neto veio morar com ele.

Você saberia disso se tivesse lido o relatório anual da Berkshire Hathaway de 1985.

Entendeu a questão da percepção?

“Quando eu tinha 12 anos, morei com meu avô por aproximadamente quatro meses. Um
merceeiro de profissão, ele também estava trabalhando em um livro e todas as noites ele ditava
algumas páginas para mim. O título era “How to Run a Grocery Store and a Few Things I Have Le-
arned About Fishing”. Meu avô tinha certeza que o interesse por estes dois assuntos era univer-
sal e que o mundo aguardava suas opiniões. Você pode concluir a partir do título e dos conteú-

72
dos desta seção que fui superexposto ao estilo literário (e à personalidade) do vovô.”

(Warren Buffett)

O título da seção mencionada por Buffett era "Three Very Good Businesses (and a Few
Thoughts About Incentive Compensation)".

Sim, aquele guruzão que te ensinará a ser o próximo Buffett nunca mencionou isso. Ele
precisa fazer o trabalho dele, de ficar na superficialidade sexy das histórias, o que certamente
é mais comercial.

Compre ações de boas empresas, mantenha-as e em breve será um bilionário gente boa!

Por isso a pergunta: O quão fundo você deseja entrar na Toca do Coelho?

Até onde você quer ir em seu entendimento?

Acha que realmente o mercado é apenas uma questão matemática?

Pior, acha que basta seguir as indicações que seguirá rumo aos bilhões?

Vejo muita gente falando de mim como se eu fosse um cara fora da curva na questão de
entender o mercado, como se fosse um mago ou até mesmo um gênio. Porém, a única coisa
que vejo de diferente em mim é que sempre quero ir mais fundo. Na época da escola, muitos
professores me odiavam por isso.

Ah, tenho outra característica...

Eu me divirto muito lendo conteúdos viscerais de Mercado! Aprender se divertindo é algo


mágico mesmo! Está aí a magia mencionada no parágrafo acima.

É exatamente isso que posso te prometer nessa minha série no SST REPORT, algo visce-
ral, de alguém que faz na real, ama o que faz e estará cada vez indo mais fundo na Toca do
Coelho.

A Arte de Investir
Bom, pra começar o texto de hoje, preciso dizer que nunca considerei que qualquer coisa

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que faço no mercado possa ser considerado arte. Vejo mais como uma busca científica.

Porém, ao ver o que disse o filósofo Immanuel Kant, repensei.

“A arte se diferencia da ciência, já que pa-


ra se produzir uma obra de arte não basta
ter conhecimento sobre um determinado
assunto — é preciso ter habilidade para
fazer.”
(Immanuel Kant)

Mas vamos lá, minha sensibilidade artística não é lá essas coisas, exceto para a música
e filmes… É, pensando bem, até que existe arte em mim!

Eu prefiro ver as coisas mais pelo método científico, principalmente no mercado financei-
ro. A gente observa, identifica algo, formula uma hipótese, coloca essa hipótese sob teste e
conclui se há evolução através dos dados coletados.

Somos cientistas ou artistas?

Vi uma citação que infelizmente não lembro o autor, mas dizia assim:

“Investir é a arte de alocar recursos escassos.”

E sim, senhoras e senhores, alocar recursos escassos é uma arte! É necessário conheci-
mento, habilidade, e no final, a obra pode ser linda!

Certa vez, estávamos eu e meus irmãos conversando sobre o passado, coisa de gente
velha. Nessa conversa, a gente tentava encontrar uma resposta lógica e matemática pra como
nossos pais conseguiram sustentar 3 brutamontes como nós em casa. É sério gente, a conta
não bate! Nunca faltou comida na mesa, ou se faltou, nós nem percebemos. Isso é arte! Os re-
cursos eram muito escassos, nós 3 comíamos demais e a vida ainda batia duro, como nas

74
enchentes constantes em que perdíamos nossos bens tão suados.

Mas enfim, alocar recursos escassos de forma a produzir bons resultados no futuro é
uma baita de uma arte! Embora, claro, nós tratemos mais como ciência.

Outro dia, postei alguns resultados percentuais do meu portfólio no Instagram e alguém
perguntou:

- Os primeiros anos são maiores por que o capital era menor?

Quisera eu já ter chegado nesse nível, mas não. Ainda tenho muito espaço pra puxar a
média pra cima.

Venho performando ano após ano tentando extrair o máximo que minha competência e
meu tempo podem proporcionar. O capital do portfólio MAN11 hoje é sim bem maior do que
em 2018, mas isso só demonstra a minha confiança no que estou fazendo. Não fosse assim,
faria como todo guru de finanças, colocaria uma partezinha do meu capital no risco pra dizer
que tenho a pele em jogo, e a maioria absoluta estaria debaixo do meu colchão.

Tanto faz se em seu portfólio tem 5 mil reais ou 5 milhões, você precisará ser um artista
para saber alocar cada centavo no lugar “menos errado”, mesmo com um mar de
“oportunidades” molhando sua cara o tempo todo.

Se você não sabe tomar decisões em cima de 100 reais no mercado financeiro, certa-
mente não chegará aos 1 milhão através da performance. Já se você já sabe como alocar 100
reais, até chegar nos 1 milhão você vai descobrindo o que é necessário para alocar algo dessa
proporção.

Não me sinto capaz de alocar 1 bilhão ainda, mas a cada dia alocando menos que isso,
vou me capacitando pra chegar lá.

Lembre-se: Mesmo com 100 bilhões, os recursos ainda serão escassos, devido ao custo
x oportunidade, ou mesmo o manejo de riscos através da diversificação. Porém, se em sua
carreira você veio subindo degrau a degrau, você saberá lidar com os diferentes tipos de es-
cassez.

Compliquei um pouquinho no final, certo?

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Pense da seguinte forma:

Em sua cozinha tem um banquinho e uma geladeira daquelas enormes. Obviamente, é


mais fácil movimentar o banquinho do que a geladeira. Antes de movimentar a geladeira, você
medirá o novo espaço, tomará medidas para não correr o risco de estragá-la e talvez até cha-
me ajuda. A geladeira vale muito mais que o banquinho, mas nem por isso você pode ficar ar-
remessando o banquinho de lá pra cá. Você não conseguiria se sentar em sua geladeira. Mas
se os dois estiverem caindo de um penhasco e você só puder salvar um, você dará um jeito de
salvar a geladeira, e foda-se o banquinho!

Essa explicação foi muito João Homem!

(Vocês não fazem ideia do quanto eu ri escrevendo esse último parágrafo)

Um excelente final de semana!

João Homem

76
DISCLAIMER
Este material é de cunho estritamente educacional e informativo, não
tem como objetivo ser considerado como previsão, análise ou aconse-
lhamento de investimento, e não é uma recomendação ou oferta de
compra ou venda de quaisquer títulos ou valores mobiliários, nem re-
comendação de adotar qualquer estratégia de investimento. A infor-
mação e as opiniões aqui contidas são derivadas de fontes proprietá-
rias e não-proprietárias consideradas pela Special Squad Tradres S.A.
como confiáveis, as quais não necessariamente contém todos os da-
dos necessários e não são garantidas quanto à exatidão e/ou preci-
são. Não há garantias de que qualquer previsão se tornará verdade. O
uso das informações aqui contidas é de exclusivo critério do leitor. De-
sempenho passado não é garantia de resultados futuros.

A informação aqui disponibilizada não constitui assessoramento jurídi-


co ou tributário. Investidores devem consultar seus próprios assesso-
res jurídicos ou tributários sobre sua situação legal e/ou fiscal. Todos
os investimentos financeiros envolvem algum elemento de risco. Por-
tanto, o valor de seu investimento e a renda dele obtida irão variar e
seu investimento inicial não pode ser garantido. Investimentos interna-
cionais envolvem riscos, incluindo aqueles relacionados com flutuação
de taxas de câmbio entre moedas, liquidez limitada, menor regulamen-
tação governamental, bem como a possibilidade de níveissubstanciais
de volatilidade por conta de ocorrências adversas de caráter político,
econômico ou outro. Tais riscos são frequentemente maiores em mer-
cados emergentes ou em mercados de capitais menos expressivos.
SST.TRADE SPECIAL SQUAD TRADERS

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