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detalhes cotidianos.
(Donald Trump)
25. Piskelines
41. Portfólios
67. Educacional
77. Disclaimer
OVERVIEW
Seja bem-vindo(a) à nova edição do SST Report!
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OVERVIEW
para quem está no processo, e saber alinhar expectativa e realida-
de com risco e retorno dentro das suas limitações é uma verdadei-
ra obra prima.
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MERCADOS GLOBAIS
O QUE É?
A seção Mercados Globais tem por finalidade trazer os acontecimentos mais
relevantes da semana no mercado financeiro, incorporando análises, gráficos e
fatos para melhorar e aprofundar o entendimento.
activetrades.portugal rlima@activetrades.com
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CRIPTO É 95% FRAUDE, SEGUNDO DIRIGENTE
DO FED
Esta semana, fui impactado pela headline abaixo de que Neel Kashkari, governador do
FED de St Louis, declarou durante uma interlocução com o mercado que as criptos são 95%
fraude, hype, barulho e confusão.
Manchete Cripto é 95% fraude
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Sem dúvida, se tal comentário viesse do Powell, presidente do FED, estaríamos todos im-
pressionados com o teor da mensagem, e teríamos visto uma forte correção no valor de mui-
tas criptos e tokens. Ainda assim, como governor do FED, a opinião de Kashkari demonstra
bem o sentimento atual compartilhado por alguns agentes dentro dos principais bancos cen-
trais e órgãos de regulação financeira do mundo.
Mas seria exagerado dizer que o que foi dito por Kashkari é verdade?
Fraude
Ataques cibernéticos, darkweb, scams, compra e venda de serviços e produtos ilegais ao
redor do mundo, empresas em jurisdições duvidosas, ou seja, toda a economia paralela exis-
tente no mundo nos dias atuais encontra dificuldade em movimentar dinheiro pelos meios tra-
dicionais de pagamento (ainda mais com a morte iminente do papel moeda) e, por isso, busca
rapidamente nas redes de Blockchain uma alternativa para movimentar e manter recursos de
origem questionável.
Não impressiona vermos a capitalização das criptos ultrapassar novas máximas, com
muitas altcoins de capitalização bilionária.
Fica difícil realmente se iludir nesse sentido. Sem dúvida, muito do volume atual transaci-
onado nas exchanges de criptos pelo mundo não teria sido aceito no sistema financeiro tradi-
cional por falta de prova de origem e lisura dos fundos.
O caminho natural - a “mainstreamização’ das criptos - passa por adotar regras e proces-
sos apurados de AML (anti money laundering). E, ao que tudo indica, a pressão aumenta para
que transações com criptos passem pelo mesmo escrutínio de outras transações de valores e
ativos do mercado financeiro tradicional.
Hype
As criptos são literalmente os new kids on the block no mundo dos investimentos, pois
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trazem consigo inovação, despertam a curiosidade e, com isso, aguçam o sentimento de pio-
neirismo e oportunidade na maioria das pessoas que literalmente não querem ficar de fora.
Uma vez vencido o estágio de ambiente de testes e validação com os early adopters da
novidade, é rápido o processo de massificação da inovação. É nesse estágio que vemos gran-
des estruturas se formarem em torno da novidade, e com elas o poder de disseminação de
uma narrativa oportunista onde se vende a intensa volatilidade como o acontecimento único
que permite a muitas pessoas ficarem ricas do dia pra noite.
De repente, somos inundados por propagandas de ganhos rápidos através de ofertas dis-
tintas de "investimento em criptos". E a grande maioria dessas opções, muitas vezes, repre-
senta esquemas fraudulentos que se aproveitam da falta de uma regulação de mercado e de
uma cobrança por parte das autoridades quanto aos volumes transacionados nestas platafor-
mas e legitimidade/proteção/autenticidade do serviço vendido por estas.
Realmente as criptos são hoje um hype, e isto acelerou de forma significativa a demanda
por estes instrumentos. Como todo hype, vimos de uma hora pra outra muita gente de tudo
que é área repentinamente se tornar um expert em criptos.
E a conversa se move de forma superficial, com boa parte dos usuários entrando cada
vez mais pelas promessas do que pelo elemento de disrupção desse novo mercado.
Deveremos ver se isto vai se arrefecer a partir da adoção, por parte dos players do mer-
cado de criptos, de políticas de transparência quanto aos serviços oferecidos, mecanismos de
proteção dos clientes e controle da movimentação financeira, seguindo as regras AML dos sis-
temas de pagamentos tradicionais.
Barulho
Quando temos muito frenesi em torno de algo novo é normal que se crie muito ruído e
desinformação. Sem dúvida, o momento atual conta com um ambiente de criptos barulhento e
confuso.
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e ativos sem nenhuma referência ou razão para existir, passando por aluguéis de criptos, mi-
neração, derivativos financeiros tokenizados, Initial Coin Offerings, e chegando até nos NFTs
(ou melhor dizendo, os Tokens que substituem obras de arte).
É tanta informação dispersa que fica complicado discutir isso. Realmente temos muito
barulho desnecessário em torno das criptos.
Confusão
Sabia que você consegue adquirir tokens de uma determinada criptomoeda através de
uma exchange local do bairro ao lado do seu na sua cidade, que vai encarteirar seus tokens
em um custodiante de um país que você nunca ouviu falar, que disponibilizará os seus tokens
sem sua autorização para uma outra empresa de outra jurisdição do mundo que você sequer
sabia que existia, que vai alugá-los dentro da Dark Web em um sistema de blockchain com vá-
rias falhas de segurança e, assim, mega vulnerável a ação de hackers que podem de uma hora
pra outra sumir com todos os tokens, inclusive o seu de uma só vez?
E se de repente você descobre que, na verdade, nunca chegou a ser tudo isto, que o dono
da exchange de criptos do bairro ao lado da sua casa, no final, limpou as contas bancárias da
exchange, sumiu do mapa e você acabou de descobrir que tudo não passava de um Excel ali-
mentado por estagiários?
Daí, você se pergunta... mas como pode? A plataforma da exchange era melhor do que a
da minha própria corretora de bolsa, colorida, cheia de informações, tão fácil e conseguia cre-
ditar nela pagando um boleto na lotérica.
Pois é, se você achou tudo isso confuso, está provado que confusão ainda faz parte da
realidade das criptos. Afinal, em muitas estruturas, nem os experts do mercado entendem o
que de fato está acontecendo.
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pelo mundo (principalmente depois da pandemia) tem buscado abrigo nesse ambiente de in-
vestimento e negociação sem regulação, e que eles estão falhando no seu mandato de prote-
ger a sanidade das ofertas de investimento oferecidas a clientes de varejo, por não controlar
as regras deste mercado nem tão pouco limitar a publicidade destes instrumentos sem os de-
vidos disclaimers de risco.
Questão de tempo para vermos mudanças significativas que levarão muitos ao redor do
mundo a aceitar que cripto ativos e criptomoedas vieram pra ficar, e que só precisam jogar o
jogo dentro das regras do mercado financeiro. Aí sim, veremos quais cripto ativos, criptomoe-
das e agentes de mercado foram realmente bem construídos, e quais deixaram a desejar. Afi-
nal, crescer em cima dos volumes financeiros ilícitos que circulam pelo mundo são garantia de
vida curta.
Não vamos zerar a fraude, barulho, confusão e acabar com o hype de uma hora pra outra,
mas dentro de um ambiente regulado é questão de tempo para que se torne default a lisura do
processo e dos agentes envolvidos neste mercado.
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COMPORTAMENTO NO
MERCADO
O QUE É?
A seção Comportamento no Mercado é destinada a tratar de um tema que im-
pacta diversas pessoas no Mercado, o comportamento.
andreportopsi andreporto@sst.trade
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O BLOQUEIO EMOCIONAL E A AUTOSSABOTA-
GEM
Nossas dinâmicas emocionais e mentais são talhadas por como e pelo quê pensamos.
Se suscitarmos pensamentos ruins, eles afetarão todo o processo de raciocínio, compreensão
e pensamento. Mas se, ao invés disso, introduzirmos pensamentos positivos, pragmáticos, re-
alistas e lógicos o resultado também será positivo.
A melhor maneira de excluir emoções desta equação é entendendo suas raízes, contro-
lando nosso comportamento, fazendo autoavaliações periódicas e fazendo as perguntas cer-
tas a nós mesmos. Essas perguntas incentivam a mente a escoar as emoções, à medida em
que ela encontra as respostas para aquelas perguntas específicas.
Lembre-se muito bem: se você não é capaz de controlar o que está fazendo ou foi incum-
bido de fazer, é muito provável que esteja na iminência de um forte bloqueio ou descontrole
emocional. Nesse caso, você precisará de ajuda de um profissional de psicologia devidamente
capacitado que possa ajudá-lo a entender e liberar essas emoções para que você possa se li-
vrar das correntes da autossabotagem.
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VISÃO DO CONFLUENCE
O QUE É?
Essa seção traz a análise gráfica de um ativo pela ótica do Confluence, uma for-
ma de entender e operar o mercado desenvolvida pelo Garufi.
eduardo_garufi eduardo@sst.trade
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ANTES DE MAIS NADA...
Esta é minha visão pessoal, e se baseia única e exclusivamente em como enxergo o mer-
cado. Minha visão parte dos gráficos, "quase" exclusivamente.
Mas uma carteira que “preste” não deveria ter fundamentos que sustentem a decisão do
investimento? Depende.
Depende, antes de mais nada, do que você busca em seus investimentos. Minha escola
nos mercados vem dos gráficos, e partem deles as minhas decisões. Estou seguro que não
será assim por toda a minha carreira, mas nossos resultados hoje acontecem a partir de deci-
sões que tomamos ontem, e só continuarão a acontecer pelas decisões que tomaremos ama-
nhã. Então, hoje sempre será o dia de avaliar o que estamos fazendo e nos preparar para o que
faremos no futuro.
Pondo um fim em meu momento filosófico, o fato é que não há decisões erradas quando
elas são provadas por resultado. Isso é um pouco mais complexo de avaliar uma vez que a ruí-
na sempre está acenando para nós, e a vigilância eterna sempre será necessária. Tudo pode
ruir da noite para o dia se nós não tivermos um controle vigilante de nosso risco.
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PUT YOUR MONEY WHERE YOUR MOUTH IS...
Em tradução livre, “Coloque seu dinheiro onde está sua boca”. Ou seja, o termo Skin in the
Game é mais necessário do que nunca nos dias de hoje. Ter a pele no jogo é mais profundo do
que se possa imaginar ou do que propagandeia-se por aí.
Eu tenho o privilégio de poder arriscar meu próprio dinheiro e observar o resultado de mi-
nhas decisões. Muito inspirado no livro sobre o qual, por sinal, fiz uma excelente resenha em
nosso canal do YouTube, chamado Unknown Market Wizards e escrito por Jack Schwager, meu
estilo de operar baseia-se em assimetrias, onde quer que elas estejam.
Não é minha intenção dar o call para que você entre em uma ação ou tome uma decisão
ao mesmo tempo que eu. Esta prática está reservada para os Analistas CNPI certificados.
Posso, no entanto, compartilhar com você, caro leitor, meu sentimento, minhas decisões
e principalmente como anda meu estômago. Não acredito que más decisões venham da cabe-
ça, mas sim do estômago. É ele que devemos manter em xeque.
Com a possibilidade de compartilhar minha jornada nas ações americanas, você poderá
participar ativamente da jornada de um trader e investidor que sente na pele o preço de cada
decisão. Espero que você aproveite essa jornada comigo.
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CONFLUENCE
O Confluence é uma estratégia que busca encontrar pontos confluentes com diferentes
visões técnicas. Dentre os pontos que mais observamos estão:
• Pivot Point
• Retrações
• Médias
• VWAPs ancoradas
Ele tem como fundamento primário estar a favor de uma tendência bem definida, e nosso
ponto de entrada será uma correção saudável em confluência com mais de um ponto técnico.
Essa leitura sempre foi útil para me ajudar a encontrar pontos extremos no gráfico que
me dariam algum tipo de entrada, seja ele no curto prazo ou mesmo em trades mais longos,
no caso meus Swing Trades.
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VAMOS FALAR DE CRIPTO?
De 2008 para cá, quando o Bitcoin foi proposto por Satoshi Nakamoto (pseudônimo do
criador, ainda desconhecido), muita coisa mudou. Uma infinidade de Altcoins foram criadas
(criptomoedas muitas vezes criadas a partir do que chamamos de Hard Fork, assunto para ou-
tra edição do Report). Também foram criadas novas e inovadoras tecnologias, como o Ethe-
reum, que permitem usar uma linguagem de programação que faz parte da transação na rede
peer-to-peer que forma as criptomoedas.
A inovação tecnológica está aí para qualquer um que queira ver. O seu valor, no entanto,
ainda não é claro. Deixando de lado a paixão por tecnologia, tudo o que veio após a criação do
Bitcoin nos permite criar muito mais e ao mesmo tempo ter muito menos controle centraliza-
do.
Há muita discussão no que diz respeito ao controle que os Mining Pools têm em cima do
Bitcoin em específico. Os Mining Pools são grupos que juntam pessoas, como eu e você, para
juntar poder computacional na tentativa de, em menos de 10 minutos, descobrir o que é cha-
mado de Nounce, que é um numerozinho danado que, junto com o bloco de transações, será
validado pela rede como um bloco válido, fazendo parte então do Blockchain, ou “cadeia de
blocos”. O Blockchain é o tal livro razão que é controlado de maneira totalmente descentraliza-
da por uma infinidade de computadores na internet que ajudam a validar suas transações.
Quem tem o poder computacional de minar por Bitcoins consegue ainda ganhar 6.25 BTC (e
em 2024 cairá pela metade, no processo de Halving).
Calcular o Nounce exige um poder computacional enorme. Para se ter uma ideia, hoje
são utilizados cerca de 50% da capacidade de geração de energia de uma grande usina elétri-
ca para minar e manter a rede do Bitcoin. Lá atrás, em 2010, ainda era possível utilizar seu
computador em casa para “tentar a sorte” de conseguir formar um bloco válido e ganhar, à
época, 50 Bitcoins, só seus! Mas o tempo passou, e hoje para você ter uma participação em
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um Mining Pool você precisará de um ASIC, que é um computador feito especialmente para
fazer os cálculos necessários para encontrar o Nounce e produzir um bloco correto.
Mas por que precisa de tanto poder computacional? Porque não é tão "fácil" como era no
começo?
A ideia por trás do Bitcoin é que ela seja uma moeda com quantidade limitada (em torno
de 21 milhões), e que com o tempo a dificuldade de minar novas moedas fique maior, assim
como a quantidade de moedas que você receberá uma vez que faça seu trabalho com suces-
so.
Eu já poderia entrar na teoria dos jogos e outros conceitos mais profundos sobre isso,
mas vou deixar o assunto mais simples: a ideia é ter um conceito parecido com o Ouro. Cada
vez é mais escasso, mais difícil de achar e exigirá mais esforço para conseguir menos. As pes-
soas que possuem por mais tempo poderiam desfrutar de valorização no longo prazo, apos-
tando, dentre outras coisas, na escassez.
Então Garufi, você acredita que o Bitcoin vale zero? Não, definitivamente não. Ele já vale
simplesmente pela utilidade do transporte de valores sem fronteiras. À medida que o tempo
passar, acredito que seu preço ficará menos volátil e, com a confiança crescente na sua tecno-
logia, se consolidará como uma moeda que veio para ficar.
Vale 40 mil dólares, Garufi? Vale os que as pessoas pagarem, até deixarem de pagar.
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INSIGHT DA SEMANA
Quero falar com você sobre zoom. Zoom não é aquele programa de reuniões, e sim a ha-
bilidade de enxergar o todo em um gráfico.
Muitas vezes, a gente se pega com o zoom tão próximo em um gráfico que perdemos a
noção do contexto que estamos.
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Gráfico Diário ProShares Trust Ultra VIX
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O papel acima te parece bom para comprar ou para vender? Não importa que visão você
tenha sobre este papel, o fato é que tudo depende do objetivo de cada operação.
Quando abri esse papel na minha tela, pensei em fazer meus estudos para o Confluence
(o que de fato mostrou uma oportunidade na sequência de fazer uma operação curta na ponta
compradora), mas logo desisti. E desisti porque eu apliquei a maravilhosa ferramenta chama-
da zoom, que me mostrou algo bastante desconfortável.
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Olhando 7 anos para trás no gráfico diário, uma coisa já fica claro para todos que querem
ver: este papel não para de cair!
Como é que eu vou pensar, mesmo que para um trade rápido, de poucos dias que seja,
em apostar numa compra? Ele está na mínima histórica, abaixo de todas as médias, fazendo
correções curtas. Não há ponto algum que meus estudos mostrem que me dê o nível de con-
forto que eu preciso para ficar tranquilo em uma operação comprada. Mesmo sendo um teste
em linha de canal, projetado de perna, o que for. Não faço.
E muitas vezes os traders perdem a visão do todo, não aplicando o zoom no gráfico. Cri-
am uma visão tão “dentro” do que está acontecendo nas últimas barras, que se esquecem do
todo, do contexto.
Independentemente do seu operacional, ver o todo poderá te ajudar, mais cedo ou mais
tarde.
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PISKELINES
O QUE É?
Essa seção traz a análise gráfico de um ativo pela ótica das Piskelines, uma for-
ma de entender e operar o mercado desenvolvida pelo Piske.
alexpiske
25
PISKELINES (UMA VISÃO FRACTAL SOBRE GRÁFICOS)
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Após voltar a trabalhar na parte superior da linha de canal antes rompida (barras 64-66),
nesta mesma região, julguei interessante uma possível compra, porém optei por esperar um
bom sinal ou uma condição de preço melhor.
Acabou por vir a barra 72, que foi uma segunda tentativa de retomar o movimento para
alta novamente, além de ter sido uma boa barra, com fechamento na sua máxima e com bom
corpo comprador, fechando acima de 3 barras anteriores. Decidi entrar no trade, uma vez que
os alvos potenciais ainda se mostravam dentro de um espectro viável para ter uma boa proba-
bilidade, apesar de não julgar ser alta. Por isso, alvos maiores que o risco, que estava abaixo
da própria barra 72.
Ao entrar no trade, ele logo veio contra minha posição, inclusive próximo à região do meu
stop, mas eu estava com um gerenciamento onde minha saída deve acontecer apenas na se-
gunda vez em que a operação vier contra. Nada pude fazer, senão esperar.
Já dando praticamente o trade como negativo, apenas esperando o seu fim, uma sequên-
cia de barras aconteceu, das barras 77 até 83, através da qual finalmente o preço veio abaixo
pela segunda vez, me dando a saída do trade.
É difícil ver você ter que sair de um trade e logo depois ver ele desenvolver e ir em todos
os alvos possíveis, mas a convicção de que o que faz realmente a performance e o resultado
de longo prazo é a disciplina de seguir o plano. Deixei o trade quase no ponto onde entrei, sem
lucros, porém com a certeza de fazer o correto!
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Gráfico 5 minutos DAX mostrando entrada e saída do trade
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CANDLESTICKS
Todo iniciante no mercado financeiro que se preze toma contato com os tão famosos
“candlesticks”, ou gráfico de velas, como preferir. Mas não é algo tão simples quanto parece
ter entendimento do seu real significado.
Não, não se trata apenas de decorar padrões de candles ou formações com dois ou três
candles que fará você compreender o que realmente está por trás dos reais significados. Para
um melhor entendimento, vamos raciocinar sobre sua origem e, principalmente, sobre as dife-
renças entre a cultura oriental e a ocidental, que é aí onde realmente aparecem as dificuldades
de colocar em prática a sua real significância.
Se pensarmos sobre a cultura oriental e, principalmente, seu sistema de escrita, com ên-
fase no Japão (local de origem do sistema de Candlesticks), encontramos alguns sinais inte-
ressantes. Vamos lá:
Temos a noção, por via estritamente visual, que a escrita e o sistema de comunicação
japonês é algo bem diferente e estranho à nossa compreensão inicial, e isso se dá por uma
grande diferença de visão cultural, que vem de milênios anteriores ao nosso.
No sistema de escrita Japonês, temos hoje 3 bases para compreensão, uma delas se
chama HIRAGANA, outra KATAKANA e os já conhecidos de muitos, os KANJIS. Vamos enten-
der um pouco cada uma:
• HIRAGANA: é o “primeiro passo”, digamos assim, para você se alfabetizar. Consiste basi-
camente em 46 “letras”, que na verdade têm uma interpretação diferente da que estamos
acostumados no sistema do alfabeto romano. Seria algo mais parecido com a nossa se-
paração em sílabas, tipo “as”, “ta”, “um”, “fu”, e por aí vai...
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• KATAKANA: também é um passo importante para a alfabetização, porém é tratado em
separado do HIRAGANA. Também consiste em 46 “letras” e é utilizado para palavras es-
trangeiras que foram incorporadas ao Japão, o que representa uma adaptação fonética
para o japonês. Um exemplo são os nomes pessoais. O seu nome, quando escrito em
japonês, está utilizando o sistema KATAKANA.
• KANJI: estes são os mais “familiares”, visualmente para nós ocidentais, e os que geram
maior curiosidade. São os famosos “desenhos”. Basicamente, são símbolos utilizados
para serem interpretados, e não exatamente lidos, como estamos acostumados no siste-
ma ocidental.
Bom, utilizei esses argumentos para te fazer pensar. No sistema completo, todas essas
formas são aprendidas de maneira separada, porém em seu uso de fato, todas são utilizadas
em conjunto, formando frases, textos complexos e até mesmo livros.
Obviamente que não! Mas com o passar do tempo e a implementação de novas formas
de análises gráficas baseadas nos candlesticks, podemos ter uma grande oportunidade de ter
o caminho da sua real compreensão facilitado. Isso se dá, principalmente, com outra compre-
ensão mais “moderna” de análise, que também é muito distorcida e ensinada de forma errô-
nea, os “MOVIMENTOS FRACTAIS”, que estão intimamente ligados à estrutura e formação dos
candlesticks.
Não vou abordar em comparativos os conceitos aqui. Vamos apenas partir de pré concei-
tos estabelecidos, com a finalidade de tornar o mais objetivo e didático possível os estudos.
Direções do mercado
Basicamente temos 3 tendências possíveis no mercado:
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1. Tendência de o mercado continuar subindo (topos e fundos ascendentes)
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Possíveis formações de um candle
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No gráfico diário abaixo relativo ao Mini Índice, se você reparar no padrão, verá que não
há uma sequência direcional a partir da barra 145 (03/04) e várias barras seguintes estão con-
tidas na amplitude da própria barra 145, ou com apenas alguma renovação de mínima.
Algumas dessas barras são barras fortes, com corpo comprador ou vendedor dominante,
mas o mercado não seguiu a partir delas, apenas teve um movimento de afastamento quando
a barra 154 fechou abaixo do movimento.
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Podemos notar no gráfico de 30 minutos que a movimentação não só de um candle, mas
de vários após o movimento do dia 03/04, mostrou fortes deslocações, porém sem um padrão
de topos e fundos abaixo do ponto de referência. Esse padrão só foi alterado com o rompi-
mento marcado em amarelo, já no dia 16/08.
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VISÃO DE MERCADO DO
MANGUEIRA
O QUE É?
Esta seção vai trazer análises de mercado para o Índice e o Dólar, no diário e
semanal, dando uma visão macro de mercado, e que também pode ser aplicada
na leitura intraday.
renanmangueira
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VISÃO DE MERCADO DO MANGUEIRA
Introdução
Trazendo a minha personalidade para o meu trabalho, e refletindo sobre a forma que eu
vejo o mercado e como eu gerencio os meus diversos trades pelo dia: esse sempre foi o meu
objetivo, principalmente desde que decidi me profissionalizar.
Em relação à minha personalidade, eu sou uma pessoa muito objetiva e, por conta disso,
nunca consegui aceitar as faltas de respostas no mercado. E isso é algo que mantenho até
hoje. Pelo fato de nunca achar que o que eu queria no mercado viria apenas “com o tempo”, eu
decidi realmente mergulhar as mãos na lama e cavar até encontrar. Fazendo isso, eu descobri
que realmente alguns entendimentos necessitam de tempo sim, mas muito mais do que ima-
ginei pode ser aprendido através de literalmente milhares de horas em frente à uma tela de
computador. Esse tempo em horas quase ninguém fala, afinal todos querem ir pro céu, mas
ninguém quer morrer. Com tantas horas gastando a vista em frente a uma tela, e com a perso-
nalidade que já citei, acabei procurando motivos concretos pras coisas acontecerem, ao invés
de apenas justificar com um “nesse caso, estava claro”. Comecei a planilhar cada caso e, com
a ajuda dos experts da BMAX, fizemos mais de 50 mil operações com diversos gerenciamen-
tos e com diversas visões de mercado aplicadas.
Com isso, acabei desenvolvendo uma forma de leitura que se aplica não só ao Índice e
ao Dólar no intraday, mas também pode ser aplicado em qualquer tempo gráfico ou qualquer
outro ativo.
Essa é uma introdução que será permanente, para que novos leitores possam entender,
caso você já acompanhe o Report, pode pular.
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Gráfico Diário Mini Dólar Futuro
Começando pelo diário do Dólar, tivemos o quarto rompimento de micro canal acima da
146, na formação de uma Outside (barra que rompe a mínima e máxima da barra anterior). Eu
havia comentado no Report anterior que esse movimento, apesar de vir de uma barra que atrai
realização, poderia ter muita inércia por ser um fundo duplo entre a barra 132 e 142, e em um
tempo gráfico maior. Porém, tivemos a quebra de micro canal na barra 150, e o fechamento de
uma barra na mínima. Após esse rompimento, o mercado me mostrou informação de que a
probabilidade é maior de continuarmos com realizações em novos suportes e resistências, e
só pensaria em um cenário diferente na possibilidade de um rompimento com continuidade
acima da 128.
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Gráfico Semanal Mini Dólar Futuro
Dando uma olhada no semanal, a inércia parece continuar. Estamos em um ponto de rea-
lização, que é a média. Então, a ponta compradora precisa de inércia e dominância para não
ser dominada. O fechamento da barra 32 é bem interessante, pois as últimas quatro barras
fecharam compradoras, sendo três em micro canal. Caso tenhamos uma quebra de micro ca-
nal (uma barra rompendo abaixo da anterior, quebrando a sequência), a força da inércia se
quebra.
Lembrando que estamos no fundo da consolidação maior no semanal, e pode haver al-
gum tipo de interesse comprador maior nessa região.
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Gráfico Diário Mini Índice Futuro
De uns dias pra cá, eu venho marcando o suporte abaixo da 88 no diário do Índice, sim-
plesmente porque era o próximo ponto de realização, e ela estava marcada no último Report.
Porém, com a formação do pré rompimento da barra 146 até a 147 rompendo acima, imaginei
que seria um mercado consolidado e que testaríamos a média Como já venho comentando
desde o meu primeiro texto no Report, isso pode acontecer de duas formas: com uma pernada
direta até a média, ou com um mercado lateral e a média indo até o preço. A probabilidade dis-
so aumenta com uma quebra de Micro canal acima da 153 nas próximas barras.
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Gráfico Semanal Mini Índice Futuro
O semanal do Índice ainda está meio confuso. A barra 30 é uma Outside, o que me indica
possível realização. Porém, após ela, tivemos mais duas barras vendedoras, mas a 31 não fe-
chou abaixo da metade. Caso o mercado faça sequência de barras vendedoras após a meta-
de, eu acredito na inércia para um suporte abaixo. Caso, no entanto, haja a quebra de micro
canal acima, eu imagino um mercado pausando na região da média. Como as coisas não es-
tão claras, eu prefiro esperar o mercado decidir e me dar mais informação nas próximas bar-
ras.
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PORTFÓLIOS
O QUE É?
Essa seção vai trazer maiores informações e análises dos portfólios MAN11
(João Homem), Piskelines (Alex Piske) e Selection USA (Eduardo Garufi), cria-
dos e geridos com toda a experiência e o conhecimento de cada um.
SOBRE O GRUPO
João, Garufi e Piske, especialistas do SST, possuem visões e interpretações pró-
prias do Mercado. Na composição de seus portfólios são aplicadas análises
baseadas na filosofia de investimentos de cada um.
sst.trade contato@sst.trade
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PISKELINES PORTFOLIO por Alex Piske
Introdução
Contextualizando aqui minha visão e objetivo com operações de swing trade:
Chamar de carteira não é algo que seja natural no meu pensamento. Penso mais na ideia
de carteira como sendo algo pra longo prazo, porém são detalhes que, no final das contas, não
vão fazer diferença. É mais sobre o que você faz e não sobre como você chama. Dito isto, va-
mos para alguns detalhes que merecem ser mencionados aqui.
Na minha visão, swing trade é como um animal diferente dentro do zoológico do merca-
do financeiro, um animal diferente do day trade. Passamos muito tempo estudando coisas que
foram e são pensadas com gráficos diários, semanais e até mensais. Num tempo não tão dis-
tante, não tínhamos a velocidade de acesso aos dados de negociação e, por isso, não podía-
mos contar com essa velocidade a nosso favor. Isso impossibilitava muito a realização de
operações intra-diárias. Não que não fosse possível, mas a consistência e constância de ope-
rações era algo limitado e difícil de se obter.
Mas onde quero chegar é no fato de que o day trade tem, na sua essência, coisas que
não são tão latentes no swing trade. Não só no fato de potencializar ações, alavancagem, po-
der gerar mais ansiedade e por aí vai...
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Penso que sim, é possível adaptar técnicas utilizadas em day trade para as operações de
swing trade, talvez com leves alterações. Mas sim, é bem provável que se você consegue ob-
ter lucros no day trade, você terá algo a mais que uma pessoa que vai diretamente para swing
trade não terá. Isso é apenas uma constatação pessoal e talvez temporária. Não leve como
verdade absoluta, apenas reflita!
Sobre a técnica
Resolvi, ao invés de ir buscar estratégias novas ou mais clássicas para as operações em
gráficos diários e/ou semanais, buscar no que eu já fazia e tinha intimidade para “adaptar” pa-
ra esse novo momento.
A mesma visão fractal que busco no day trade, busco no swing trade, mas com algumas
nuances próprias.
A mesma visão fractal é aplicada, mas dando foco em correções de movimentos ou fun-
dos de movimentos com características de consolidação.
Seguindo a ideia de apresentar para você o que é mais próximo da realidade, não seria
justo e nem honesto chegar e dizer: ah, teve tal operação, tal acerto miraculoso ou mostrar um
resultado totalmente fora da realidade de um trader de verdade.
Sim, existem aqueles trades lindos, que se contar ninguém acredita, mas são poucos, ra-
ros e não são um objetivo, pois sempre que se persegue um objetivo raro e difícil (mais do que
já é por natureza) as chances de você ficar pelo caminho aumentam exponencialmente, ainda
mais se seu dinheiro for finito!
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Os passos para a escolha de uma operação são relativamente simples quando já se sabe
o que buscar, mas a disciplina de entrar ou não em uma operação, seguir o seu planejamento
e não agir por impulso têm que ser maiores que qualquer vontade.
Como minhas operações se dão na casa do gráfico semanal, é natural que não existam
operações abertas a todo tempo. E quem dita esse ritmo não sou eu, é o próprio mercado.
Estou com algumas posições em aberto que assim que concluídas compartilho com vo-
cês o resultado.
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MAN11 PORFOLIO por João Homem
Prólogo
O “Fundo MAN11” não é na verdade um Fundo de Investimento devidamente registrado e
certificado.
Sendo assim, não se trata de um Fundo aberto ao público e não tem como comprar cotas
ou fazer parte desse Fundo.
O Fundo MAN11 tem visão de longo prazo na aquisição de seus ativos, enquanto as pre-
missas e fundamentos destes forem mantidos, com o objetivo de performar acima do bench-
mark (Stock Picking). Investimos ou especulamos também em moeda estrangeira, ativos anti-
cíclicos e em ativos de baixa volatilidade. Por outro lado, com a intenção de uma performance
mais alfa, especulamos nos Mercados Futuros brasileiros e em índices diversos nos Mercados
Internacionais.
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Seria uma bela lâmina num Hedge Fund de verdade hein?!
Nesta seção, pretendo expor os relatórios do meu portfólio, abordar estratégias, experi-
ência prática e teorias referentes à gestão de portfólio.
Enxergar meus investimentos como se fossem um Hedge Fund aberto ao público me fez
buscar mais, tanto em conhecimento quanto em performance e responsabilidade.
Sendo assim, o objetivo aqui é te motivar, te dar ferramentas teóricas e práticas, e te ins-
pirar a fazer o mesmo com seus próprios investimentos.
Enfim, depois do estouro posterior à divulgação dos resultados, eu não poderia deixar
voltar pra baixo de 17, mas deixei. Um dia, ainda terei uma equipe pra me lembrar das coisas.
No mais, o mercado vem corrigindo fortemente e, com isso, os gurus mudam toda a nar-
rativa que até dias atrás era válida. Torço para que vocês sejam resistentes ao desejo de esta-
rem juntos com todo o rebanho desses gurus.
Sugiro a vocês que assistam o vídeo de hoje lá no canal do SST sobre dividendos e o da
próxima sexta, pegando o hype sobre como proteger o seu portfólio.
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Gráfico Razão Growth/Value Stocks
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Tabela de rentabilidade mensal Tabela rentabilidade anual
48
Gráfico composição do fundo
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Gráfico composição do fundo por categoria
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CARTEIRA SELECTION USA por Eduardo Garufi
Introdução
A Carteira Selection USA foi criada por mim com um objetivo principal: aumentar a minha
exposição em renda variável com menos risco, porém com um alto potencial de assimetria po-
sitiva.
O que isso significa? Imagine a cotação de uma moeda versus outra moeda. Euro versus
o Dólar Americano, por exemplo. Imagina-se que em economias relativamente estáveis nor-
malmente a cotação não tenha grandes variações ao longo do tempo. Existe uma faixa que
historicamente o preço está. Neste sentido, buscar uma exposição nestes ativos pode ser uma
estratégia interessante para proteção de carteira ou para diversificação, mas quando falamos
de alta assimetria positiva, a conversa é outra.
Chamo de alta assimetria positiva o fato de uma ação saltar de US$70,00 para
US$560,00 em 10 meses (Vide caso do Zoom, cujo ticker é ZM, entre Janeiro e Outubro de
2020). Isso acontece em poucos ativos, e o principal deles são as ações, as americanas em
especial, pelo número de oportunidades existentes.
Minha ideia de ir para o mercado de ações americano busca atingir, além da alta assime-
tria positiva, outro importante objetivo: exposição em moeda forte, neste caso, o Dólar Ameri-
cano.
Warren Buffett disse: “Do not bet against America”. Em português, “Não aposte contra a
América”. É fato que ele tem histórico e uma fortuna acumulada para ter certeza do que está
falando. Mas o futuro sempre será incerto. O fato é que o investidor deve buscar encontrar
dentro de si as razões fundamentais para qualquer decisão, e hoje minha crença é forte no
sentido de que, por mais que haja uma forte ameaça da China, a América ainda é a América.
51
Novas maneiras de rentabilizar minha carteira estarão sendo introduzidas nas próximas
semanas, por isso minha visão “somente compradora” da carteira deixará de ser totalmente
verdadeira, uma vez que estarei trabalhando com posições em opções que apostam na queda.
O rol de ações americanas que vou monitorar irá aumentar, uma vez que tomarei posi-
ções com opções em algumas oportunidades.
Minha estrutura escolhida, inicialmente, serão as famosas Travas, sendo elas a Trava de
Alta ou Trava de Baixa, dependendo do viés que tenho. Isso me permitirá 2 coisas que, para
mim, são muito importantes. A primeira é, antes de tudo, a proteção, já que meu prejuízo é li-
mitado. Ou seja, pode vir o gap que for contra mim, ou pode até vir o Armagedom, que o meu
risco é determinado no momento que montarei a estrutura, e ponto final. Isso permite que eu
tome posições baseadas no risco em R de maneira mais assimétrica com a volatilidade ao in-
vés de me limitar a um percentual do capital, que muitas vezes limita o potencial de ganho.
No caso das opções, o que mais preciso cuidar é do TEMPO, uma vez que o Theta das
opções poderá transformar minha posição em pó. Opções são contratos que têm data para
vencer, e nessa data você terá ou alguma coisa nas suas mãos, como por exemplo o direito de
exercer o seu contrato, ou você terá literalmente pó, o que significa que o contrato que você
tem na mão, ou seja, a opção não vale mais nada, pois o seu preço de exercício é pior que o
atual preço do ativo subjacente. É como se você quisesse vender um carro semi-novo mais
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caro que o carro zero KM na concessionária. Não faz sentido.
Uma opção só vale algo se o valor de seu exercício é mais vantajoso do que o preço do
ativo subjacente. E isso tudo porque estou descrevendo as características básicas de uma
simples opção. Ir para o mundo das complexas estruturas fica para outra conversa.
VWAPs Ancoradas
Não posso deixar de dar o devido crédito ao Bran Shannon, trader americano que difun-
diu o conceito de Anchored VWAPs nos EUA, já há alguns anos.
Do que se trata a VWAP Ancorada? Se você não conhece a VWAP, comecemos por aí.
VWAP é o acrônimo de Volume Weighted Average Price, ou Preço Médio Ponderado pelo
Volume. É uma média que não só utiliza o preço, como nas médias tradicionais, mas também
considera em seu cálculo o volume em cada um dos períodos.
O mais interessante da VWAP é que ela é “quase” indiferente ao tempo gráfico, ou seja, é
apresentada basicamente no mesmo preço, independentemente de qual tempo gráfico você
esteja observando. A palavra “quase” à qual me referi se deve à pequena variação que as pla-
taformas poderão ter em seus cálculos.
Isto significa que desde o “nascimento” da VWAP em seu gráfico, a plataforma calcula
continuamente seu preço ponderado utilizando o volume.
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VWAP Diária no Mini Índice Futuro
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Na imagem acima, o que os traders comumente chamam de VWAP é, na verdade, uma
VWAP ancorada no primeiro minuto do pregão. Também tem o nome de VWAP Diária.
Todas as VWAPs são ancoradas em algo. Na ordem de preferência dos traders, observa-
mos as VWAPs diárias, semanais e mensais.
Mas não para por aí. Criei uma maneira minha, totalmente minha, de encontrar outros
pontos que me auxiliam a encontrar pontos de entrada e saída eficientes.
Confluence
O Confluence é uma estratégia que busca encontrar pontos confluentes com diferentes
visões técnicas. Dentre os pontos que mais observamos estão:
• Pivot Point
• Retrações
• Médias
• VWAPs ancoradas
• Separação fractal com a visão da Grade (recém integrado)
Ele tem como fundamento primário estar a favor de uma tendência bem definida, e nosso
ponto de entrada será uma correção saudável em confluência com mais de um ponto técnico.
Balanceamento e diversificação
Nesta nova fase da carteira, vou rebalancear meu capital, mantendo 66% do capital dis-
ponível para estruturar posições em opções, e o remanescente para posições diretas nas
ações via CFDs na ActivTrades.
Nas posições via CFD eu utilizo uma alavancagem máxima de 5x, ou seja, meu stop esta-
rá sempre em uma queda de 20% do papel. Acredito ser uma boa proteção em caso de situa-
ções de alta volatilidade como, por exemplo, um evento dramático nos mercados.
55
Ainda falando dos CFDs, procuro me posicionar em até 10 papéis. Portanto, não há situa-
ção onde me posicione em uma ação com mais que 10% do capital disponível para este tipo
de operação.
Um agradecimento…
Aos meus Experts BMAX, meus alunos que mais se destacaram, e hoje me apoiam tanto
na seleção como no controle da carteira, assim como nos trades do dia-a-dia.
Nesta edição, vou comentar sobre um papel que estou posicionado com opções para
vencimento no dia 27 de agosto.
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A empresa é a SmileDirectClub (ticker SDC). Ela é concorrente direta da Invisalign e
produz um novo tipo de tratamento para alinhamento dos dentes, onde não é mais usado
aquele tipo de aparelho fixo metálico.
Não sou dentista mas um bom amigo é (amigo que, aliás, trabalha com a Invisalign). Eu
sei que a Invisalign vem dando muito certo no mercado, e nesse “rabo de cometa” entra a SDC.
A SmileDirectClub propõe um modelo muito similar, porém eles cortam o dentista que
normalmente coloca uma margem adicional no preço do produto (segundo a SDC, até 3x de
markup). A proposta é que, com o direcionamento de um dentista, a SDC produz o tratamento,
envia ao paciente diretamente e faz o acompanhamento remotamente.
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Parece muito atraente o modelo de negócio, mas é fato que a pandemia não ajudou mui-
to a empresa, que fez seu IPO meses antes da pandemia do COVID 19 ser declarada.
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Apesar de minhas decisões serem fundamentadas principalmente nos gráficos, gosto de
saber no que estou me metendo. Há uma briga nas cortes americanas em volta deste modelo
de venda direta ao cliente, porém a SDC vem ganhando as discussões. Há discussões acalora-
das em torno deste papel, por isso vale o risco.
O racional gráfico acontece onde fiz uma demarcação com uma flecha próxima de $5,03.
Estruturei uma trava de alta limitada a $7,00 e tudo o que espero agora é um repique de 1 dó-
lar, que já dará o retorno que espero.
Não quero reversão, não quero preço na Lua. Espero 1 dólar de valorização até 27 de
agosto.
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ANALISANDO OS FATOS
O QUE É?
Essa seção tem por finalidade abordar uma notícia, um acontecimento, um per-
sonagem de mercado ou uma referência bibliográfica, trazendo análises e infor-
mações complementares e que vão além do senso comum.
lfrmano
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ESCOLHA UM NÚMERO...
No final deste ano, a Taxa Selic estará em 3% ao ano e veremos o IPCA em 3,32% ao ano.
Quem acompanha minimamente o cenário macroeconômico brasileiro, vai pensar que, no mí-
nimo, eu enlouqueci, ou nem estará disposto a continuar a leitura. Calma, esses números não
vieram da minha cabeça. Eles estão no Relatório Focus publicado pelo Banco Central do Brasil
em 4 de janeiro deste ano, e representam a média das projeções que mais de 100 instituições
consultadas pela autoridade monetária brasileira tinham sobre a nossa taxa básica de juros e
o principal índice inflacionário para o final de 2021. A não ser que o mundo dê uma volta de
180º em poucos meses, estava todo mundo errado no começo do ano.
A futurologia ou adivinhação nunca foi e nunca será o método utilizado pelos traders ven-
cedores, apesar do esforço patético, seja por ignorância ou por má-fé, da turma que diz que o
trader tenta adivinhar o que vai acontecer no momento seguinte. O trader reage àquilo que vê.
E isso vale para absolutamente qualquer escola e para qualquer horizonte temporal. A reação
do trader, por sua vez, é a ação final de um processo que demanda tempo para observar, estu-
dar, testar, errar, acertar… Por isso, sempre que eu puder, vou lhe lembrar disso: ame, acima de
tudo, o processo.
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O ato de prever traz consigo a necessidade de estar certo. Enquanto isso pode trazer
bons frutos para os analistas cuja função é dar uma opinião publicável, representa uma arma-
dilha para o trader. O trader que está certo na hora errada, está errado. E se o trader está erra-
do, tem que sair da operação sem hesitação. Faça apenas o que precisa ser feito, de acordo
com as suas premissas operacionais e o gerenciamento de risco adotado. Massagear o ego
não lhe trará lucro financeiro e impedirá que mantenha o foco naquilo que é importante.
Se tudo isso lhe parece óbvio, vou propor a seguinte situação hipotética: um(a) grande
amigo(a) seu(sua) mostrou um enorme interesse em ver como você opera, mas não conhece
nada sobre trading. Você já tem um operacional testado e conhece os seus próprios números,
e seu(sua) amigo(a) não tem ideia do que é probabilidade, risco ou retorno, mas não vê a hora
de ver você em ação. Operando com o(a) amigo(a) do seu lado, você vê finalmente uma opor-
tunidade de entrada, e clica. A partir daí, você (i) torce silenciosamente (e talvez desesperada-
mente) para que tudo corra bem naquela primeira operação, ou (ii) age da mesma maneira que
agiria se o(a) amigo(a) não estivesse do seu lado? Não minta pra mim, e para si mesmo(a), se
pensou em agir como o descrito na opção (i). Você sabe que, após o seu clique, não terá qual-
quer controle sobre o movimento do mercado. Sabe também que a primeira operação do dia
pode ser perdedora. Sabe ainda que uma sequência dolorosa de operações perdedoras pode
acontecer, sem que isso coloque em xeque os números que se revelaram em seus backtests.
Sabe disso tudo, e mais um pouco, mas provavelmente terá alguma frustração se não tiver ti-
do a chance de mostrar à pessoa do seu lado que você acertou. Obviamente, por si só, a res-
posta a esse exercício mental não definirá seu sucesso ou fracasso como trader, mas ilustra
quão fácil podemos esquecer as regras mais básicas do trading, nos deixando levar por cami-
nhos ineficientes.
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fundo, ninguém sabe o que vai de fato acontecer. Com a mesma acidez que vejo em alguns
textos do Al Brooks, Marks não perdoa os comentaristas econômicos que gostam de holofo-
tes. Seria um complô do price action e do value investing contra o sell side? Talvez não seja,
mas isso continuará sendo irrelevante se você fizer o que tem que ser feito.
Em tempo: vai aqui uma dica para quem tiver dificuldade em ler o inglês da carta original
do Howard Marks. Procure no Instagram a conta da Itajubá Investimentos
(@itajubainvestimentos), e busque na bio dessa conta a versão em português da última carta
desse grande gestor.
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FATOS & CURIOSIDADES
O QUE É?
Essa seção traz fatos, dados, informações e acontecimentos históricos sobre
Mercado.
SOBRE O GRUPO
Todos os especialistas do SST juntos, unindo conhecimentos e vivências.
sst.trade contato@sst.trade
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O GOOGLE
Em 19/08/2004, o Google fez seu IPO (oferta pública de ações) por US$85,00 cada ação,
totalizando um valor de mercado de US$23 bilhões.
Aos 22 anos, Larry Page saiu de Michigan para conhecer o campus da Universidade de
Stanford, onde gostaria de fazer doutorado. Nessa visita, ele foi recebido por Sergey Brin, um
russo que chegou aos 6 anos nos EUA e já era aluno em Stanford. O primeiro encontro entre
aqueles que, mais tarde, seriam os fundadores do Google não foi dos mais promissores. Eles
não se entenderam, discordando de praticamente tudo.
A empresa que praticamente começou na garagem da casa de uma amiga, passou por
algumas rodadas de investimento e cresceu. Eles decidiram então que queriam vender a em-
presa e a ofereceram por US$1 milhão, proposta que foi recusada. Tentaram novamente por
US$750.000, oferta que foi rejeitada também.
As coisas não saíram como o imaginado, pois a venda não ocorreu. Mas o crescimento
da empresa foi muito além do esperado.
Hoje, o Google é uma empresa controlada pela holding Alphabet, fundada em 2015, e que
tem como subsidiárias diversas marcas, como Android, Youtube, Maps, Waze, Hangouts, Gma-
il, Drive, Earth, entre várias outras.
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Apesar disso, nem todos os serviços e produtos do Google deram certo. Muitos deles fo-
ram encerrados, alguns deixando saudades e outros talvez nem tanto. É provável que, para
nós brasileiros, o mais memorável seja o Orkut, sua primeira tentativa de rede social.
Atual mente, as ações da Alphanet são cotadas a US$2.766, totalizando um valor de mer-
cado de US$1,84 trilhões, com diversos serviços conhecidos e utilizados por todos nós diaria-
mente.
No mercado, assim como nas empresas, muitas coisas não ocorrem da forma que espe-
ramos e isso não significa necessariamente algo ruim ou o fim de um caminho. Muitas pesso-
as teriam desanimado após a não concretização da venda. Muitas pessoas desanimam com
um momento de drawdown nas suas operações, quando, na verdade, esse é um ótimo mo-
mento para aprender e aperfeiçoar, sem perder o foco.
66
EDUCACIONAL
O QUE É?
Essa seção procura trazer conteúdos educacionais para aprofundar o conheci-
mento do investidor em assuntos de Mercado.
SOBRE O GRUPO
Todos os especialistas do SST juntos.
sst.trade contato@sst.trade
67
EDUCACIONAL
Essa é uma sessão que procura trazer informações e conhecimentos sobre o Mercado e
investimentos. Para isso, precisamos começar do básico para assim conseguirmos evoluir,
saindo do básico para chegar na análise de ações. Vale lembrar que toda informação, ainda
que básica, pode ter algum detalhe perdido ao longo do tempo. Portanto, sugerimos fortemen-
te que não deixe de ler também, mesmo rapidamente, essa parte do Report.
Free Float
Em tradução livre, significa “livre circulação”. Trata-se do percentual das ações de uma
sociedade de capital aberto que estão disponíveis para negociação no mercado.
Como regra geral da B3, as empresas precisam ter um Free Float mínimo de 25%. Porém,
para empresas no segmento do Novo Mercado e com volume de negociação médio diário mai-
or que R$25 milhões, o mínimo é de 15%.
Para calcular o Free Float, dividimos a quantidade de ações em livre circulação no merca-
do pelo total de ações da empresa. Uma empresa que tem 5 milhões de ações, sendo 2 mi-
lhões em circulação, tem um Free Float de 40%.
Importante observar que ações detidas pelo acionista controlador, pelos administradores
da empresa, em tesouraria e preferenciais de classe especial, não são consideradas ações em
circulação.
O Free Float é um importante indicador (claro, não é o único) para a liquidez relativa a
uma empresa. Um Free Float maior significará um maior número de ações em circulação, e
isso pode gerar mais ofertas na bolsa de valores e, com isso, menor Spread no book de ofer-
tas (não sabe o que é Spread? Revisite o Report de duas semanas atrás). Também pode dimi-
nuir a volatilidade dos papéis, pelo mesmo motivo.
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Direitos de Subscrição de Ações
Quando uma empresa decide aumentar seu capital e emitir novas ações, ela faz uma
oferta aos seus acionistas, para que estes participem dessa emissão de novas ações.
A empresa concede esse direito para dar a oportunidade aos seus atuais acionistas de
manterem a mesma participação percentual no negócio.
Em um exemplo hipotético, uma empresa que tem capital social de R$50 milhões decide
aumentar seu capital em 10%, ou seja, R$5 milhões. Com isso, os atuais acionistas terão direi-
to de subscrever 10% da posição que possuem.
Nesse mesmo exemplo, caso você tenha R$500.000 investidos nessa empresa (1%),
quando a empresa passar a ter R$55 milhões de capital sua participação cairá para 0,9%. Para
evitar essa diluição, portanto, muitos investidores optam por aderir à subscrição.
Normalmente, a subscrição pelos atuais acionistas é feita por um valor abaixo do valor
de mercado, também para incentivar a adesão desses investidores.
Venda a descoberto
A venda a descoberto, também conhecida como short selling (ou apenas short), ocorre
quando o investidor procura obter ganhos com a desvalorização de um ativo.
Muitas pessoas acreditam que só se pode vender ativos na bolsa de valores depois de
comprá-los, ou seja, eu precisaria comprar o ativo antes de vendê-lo com lucro ou prejuízo.
Mas você também pode tentar obter ganhos com a queda de um ativo, realizando a venda de
uma ação que você não comprou antes, visando recomprá-la mais barato no futuro.
Se você fizer isso dentro de um mesmo dia - venda da ação e posterior recompra da ação
em um mesmo pregão -, nada há que ser feito, considerando que tenha margem dada por sua
corretora para realizar essa operação de daytrade.
Caso, porém, a sua operação dure mais de um dia, será necessário alugar o ativo de um
outro investidor. Isso porque, na prática, ao vender a ação no mercado, você terá que entregá-
la à contraparte (ao comprador da ação, no caso) e, por isso, essa ação tem que estar com vo-
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cê. Para resolver isso, você deve alugar a ação que vendeu - e, no mínimo, pela quantidade que
vendeu no mercado -, com vistas a entregá-la ao comprador.
Vamos pensar em um exemplo: você tem um amigo, Carlos, que tem um carro avaliado
em R$30.000 e, por algum motivo, você acredita que esse carro irá perder valor no curto prazo.
Então, você propõe para Carlos que irá alugar o carro dele por 2 meses, pagando R$100,00, e
vende o carro para uma outra pessoa pelo valor de R$30.000. Durante a locação, o carro de
fato perde valor e tem seu valor de mercado atualizado para R$28.000. Você, então, compra o
carro de volta por R$28.000, e entrega a seu amigo Carlos, obtendo um lucro final de R$1.900
(R$2.000 de lucro na operação de venda/recompra, deduzido dos R$100 que pagou de alu-
guel).
Esse é apenas um exemplo, usando objetos e personagens de nosso cotidiano, para ten-
tar ilustrar como funciona a venda a descoberto e, obviamente, há peculiaridades numa transa-
ção que envolve um bem tangível, como um carro, que não se aplicarão a uma transação de
ações em bolsa de valores.
Algumas pessoas são contra esse tipo de operação por conta do risco que ela apresenta.
Quando você compra uma ação, qual é o seu risco máximo? Apesar de muitos não considera-
rem, o risco máximo numa compra de ações é de perder 100% do capital investido. E numa
venda a descoberto, qual é o risco máximo? Neste caso, não há limite para o risco, pois não há
um teto até o qual uma ação pode se valorizar.
Para realizar essa operação de aluguel é utilizado o BTC (Banco de Títulos CBLC) que
juntamente com a B3 garantem que a operação ocorra dentro do padrão.
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COMO DIRIGIR UMA MERCEA-
RIA E UMAS COISINHAS QUE
APRENDI SOBRE PESCARIA
O QUE É?
Uma carta visceral, com conteúdo de Mercado, escrita por alguém que faz na
real, ama o que faz e se diverte aprendendo cada vez mais.
joaohomem joaohomem@sst.trade
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A ARTE DE INVESTIR
Prólogo
Ok, lá vem o João com um título de conteúdo completamente sem sentido. E pior, come-
çando o texto com um ok, sendo a primeira frase algo que talvez estaria em minha mente, e
não na dele.
Sim, a frase acima veio de sua cabeça! Porém, quanto a fazer sentido, saiba que o senti-
do das e nas coisas depende mais de nossa percepção do que de nossa interpretação de tex-
tos. Aliás, a interpretação depende da percepção.
Creio que todos que venham a consumir este espartano conteúdo são pessoas que gos-
tam muito do Mercado e querem muito evoluir profissionalmente nisso. Sendo assim, eu per-
gunto:
Por que não ligaram o título da minha série de cartas ao talvez maior investidor de todos
os tempos?
Sim, o título é quase uma homenagem ao nosso querido velhinho Warren Buffett.
Esse é o título que seu avô Ernest Buffett deu a um protótipo de um livro de sua autoria, o
qual fazia questão de ditar algumas páginas todas as noites para o jovem Warren, quando seu
neto veio morar com ele.
Você saberia disso se tivesse lido o relatório anual da Berkshire Hathaway de 1985.
“Quando eu tinha 12 anos, morei com meu avô por aproximadamente quatro meses. Um
merceeiro de profissão, ele também estava trabalhando em um livro e todas as noites ele ditava
algumas páginas para mim. O título era “How to Run a Grocery Store and a Few Things I Have Le-
arned About Fishing”. Meu avô tinha certeza que o interesse por estes dois assuntos era univer-
sal e que o mundo aguardava suas opiniões. Você pode concluir a partir do título e dos conteú-
72
dos desta seção que fui superexposto ao estilo literário (e à personalidade) do vovô.”
(Warren Buffett)
O título da seção mencionada por Buffett era "Three Very Good Businesses (and a Few
Thoughts About Incentive Compensation)".
Sim, aquele guruzão que te ensinará a ser o próximo Buffett nunca mencionou isso. Ele
precisa fazer o trabalho dele, de ficar na superficialidade sexy das histórias, o que certamente
é mais comercial.
Compre ações de boas empresas, mantenha-as e em breve será um bilionário gente boa!
Por isso a pergunta: O quão fundo você deseja entrar na Toca do Coelho?
Pior, acha que basta seguir as indicações que seguirá rumo aos bilhões?
Vejo muita gente falando de mim como se eu fosse um cara fora da curva na questão de
entender o mercado, como se fosse um mago ou até mesmo um gênio. Porém, a única coisa
que vejo de diferente em mim é que sempre quero ir mais fundo. Na época da escola, muitos
professores me odiavam por isso.
É exatamente isso que posso te prometer nessa minha série no SST REPORT, algo visce-
ral, de alguém que faz na real, ama o que faz e estará cada vez indo mais fundo na Toca do
Coelho.
A Arte de Investir
Bom, pra começar o texto de hoje, preciso dizer que nunca considerei que qualquer coisa
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que faço no mercado possa ser considerado arte. Vejo mais como uma busca científica.
Mas vamos lá, minha sensibilidade artística não é lá essas coisas, exceto para a música
e filmes… É, pensando bem, até que existe arte em mim!
Eu prefiro ver as coisas mais pelo método científico, principalmente no mercado financei-
ro. A gente observa, identifica algo, formula uma hipótese, coloca essa hipótese sob teste e
conclui se há evolução através dos dados coletados.
Vi uma citação que infelizmente não lembro o autor, mas dizia assim:
E sim, senhoras e senhores, alocar recursos escassos é uma arte! É necessário conheci-
mento, habilidade, e no final, a obra pode ser linda!
Certa vez, estávamos eu e meus irmãos conversando sobre o passado, coisa de gente
velha. Nessa conversa, a gente tentava encontrar uma resposta lógica e matemática pra como
nossos pais conseguiram sustentar 3 brutamontes como nós em casa. É sério gente, a conta
não bate! Nunca faltou comida na mesa, ou se faltou, nós nem percebemos. Isso é arte! Os re-
cursos eram muito escassos, nós 3 comíamos demais e a vida ainda batia duro, como nas
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enchentes constantes em que perdíamos nossos bens tão suados.
Mas enfim, alocar recursos escassos de forma a produzir bons resultados no futuro é
uma baita de uma arte! Embora, claro, nós tratemos mais como ciência.
Outro dia, postei alguns resultados percentuais do meu portfólio no Instagram e alguém
perguntou:
Quisera eu já ter chegado nesse nível, mas não. Ainda tenho muito espaço pra puxar a
média pra cima.
Venho performando ano após ano tentando extrair o máximo que minha competência e
meu tempo podem proporcionar. O capital do portfólio MAN11 hoje é sim bem maior do que
em 2018, mas isso só demonstra a minha confiança no que estou fazendo. Não fosse assim,
faria como todo guru de finanças, colocaria uma partezinha do meu capital no risco pra dizer
que tenho a pele em jogo, e a maioria absoluta estaria debaixo do meu colchão.
Tanto faz se em seu portfólio tem 5 mil reais ou 5 milhões, você precisará ser um artista
para saber alocar cada centavo no lugar “menos errado”, mesmo com um mar de
“oportunidades” molhando sua cara o tempo todo.
Se você não sabe tomar decisões em cima de 100 reais no mercado financeiro, certa-
mente não chegará aos 1 milhão através da performance. Já se você já sabe como alocar 100
reais, até chegar nos 1 milhão você vai descobrindo o que é necessário para alocar algo dessa
proporção.
Não me sinto capaz de alocar 1 bilhão ainda, mas a cada dia alocando menos que isso,
vou me capacitando pra chegar lá.
Lembre-se: Mesmo com 100 bilhões, os recursos ainda serão escassos, devido ao custo
x oportunidade, ou mesmo o manejo de riscos através da diversificação. Porém, se em sua
carreira você veio subindo degrau a degrau, você saberá lidar com os diferentes tipos de es-
cassez.
75
Pense da seguinte forma:
João Homem
76
DISCLAIMER
Este material é de cunho estritamente educacional e informativo, não
tem como objetivo ser considerado como previsão, análise ou aconse-
lhamento de investimento, e não é uma recomendação ou oferta de
compra ou venda de quaisquer títulos ou valores mobiliários, nem re-
comendação de adotar qualquer estratégia de investimento. A infor-
mação e as opiniões aqui contidas são derivadas de fontes proprietá-
rias e não-proprietárias consideradas pela Special Squad Tradres S.A.
como confiáveis, as quais não necessariamente contém todos os da-
dos necessários e não são garantidas quanto à exatidão e/ou preci-
são. Não há garantias de que qualquer previsão se tornará verdade. O
uso das informações aqui contidas é de exclusivo critério do leitor. De-
sempenho passado não é garantia de resultados futuros.