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FACULDADE MARIA MILZA


BACHARELADO EM FISIOTERAPIA

GEORGE VILA VERDE SILVA

LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NO TRATAMENTO DA DOR LOMBAR

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2020
2

GEORGE VILA VERDE SILVA

LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NO TRATAMENTO DA DOR LOMBAR

Monografia apresentada ao curso de


Fisioterapia da Faculdade Maria Milza,
como requisito parcial para obtenção do
título de graduação.

ORIENTADORA: Prof.ª Drª Gilmara Alvarenga Fachardo Oliveira

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2020
3

Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza,


com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:


Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Silva, George Vila Verde


S586l
Liberação miofascial no tratamento da dor lombar / George Vila Verde Silva. -
Governador Mangabeira - BA , 2020.

43 f.

Orientadora: Gilmara Alvarenga Fachardo Oliveira.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Faculdade


Maria Milza, 2020 .

1. Dor Lombar. 2. Sistema Miofascial . 3. Fascia. 4. Mobilização de tecido. I.


Oliveira, Gilmara Alvarenga Fachardo, II. Título.

CDD 615.82
4

GEORGE VILA VERDE SILVA

LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NO TRATAMENTO DA DOR LOMBAR

Aprovada em:____/____/_____

BANCA DE APRESENTAÇÃO

____________________________________________________________________

Prof.ª Dra. Gilmara Alvarenga Fachardo Oliveira


(Orientadora)

__________________________________________________________________

Maria Aparecida Caldas de Oliveira

___________________________________________________________________

Manuela Matos Maturino

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2020
5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus que permitiu todas as vitórias


e bênçãos conquistadas durante todo esse caminho, pois sem ele não estaria aqui.
Em segundo lugar quero agradecer a minha família, minha mãe Celeste,
porque sem ela não sei o que seria de mim. Com sua paciência e cuidado sempre
esteve do meu lado em todos os momentos da minha vida, torcendo e vibrando pelas
minhas conquistas.
Agradeço as minhas primas, em especial a Sthefany, por me apoiar nesse
trajeto, estando ao meu lado em todas as horas proporcionando força ao longo desse
caminho. A minha namorada, Daiane, que me acompanhou nessa trajetória com todo
apoio, incentivo, amor e carinho. Espero que continue sendo essa pessoa maravilhosa
em minha vida, que tanto admiro. E a minha cunhada Deisiane, pelo apoio e incentivo
me fazendo acreditar que valia a pena continuar.
Agradeço à minha orientadora, Profª Drª Gilmara Alvarenga Fachardo Oliveira,
pela paciência, atenção e cuidado. Eu não tenho como explicar com palavras tudo que
você fez por mim, não só pelos ensinamentos profissionais e pela ajuda na construção
deste trabalho, mas pelo ser humano que levo como exemplo para toda minha vida.
Agradeço aos professores e colegas que pude conhecer e me aproximar, com
trocas de experiências e de dificuldades, em especial aos professores Márcio Francis
Pires Gonçalves e Thaise da Paz Cardoso dos Santos que contribuíram para o meu
amadurecimento pessoal e espero levar isso por toda minha vida.
Sou grato pela vida, que me possibilitou o encontro com pessoas maravilhosas
com as quais posso compartilhar toda a minha alegria. A todos vocês que torceram
por mim, direta e indiretamente, meu muito obrigado.
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RESUMO

A dor lombar é um problema de saúde pública do Brasil, visto que é uma das maiores
causas de absenteísmo e de aposentadoria por invalidez. Podendo ser causada pela
formação de pontos-gatilho no sistema fascial, a lombalgia pode ocorrer entre as 4ª e
5ª vértebras lombares e, entre a 5ª vértebra lombar e a 1ª vértebra sacral.
Considerando a influência que a lombalgia possui na qualidade de vida do indivíduo,
torna-se imprescindível a realização de estudos que visem identificar alternativas de
tratamentos para reduzir ou eliminar os seus desconfortos. Sendo assim, o presente
teve como objetivo geral discorrer sobre os efeitos da liberação miofascial no
tratamento da dor lombar e como objetivos específicos analisar estudos sobre a
utilização da liberação miofascial no tratamento da dor lombar; identificar os fatores
associados à dor lombar e investigar como os efeitos causados pela liberação
miofascial podem contribuir no alívio dessa dor. Foi realizada uma revisão de literatura
com busca por artigos nas bases de dados LILACS, PubMed, PEDro e Scielo, por
meio dos descritores fáscia, dor lombar, síndromes da dor miofascial, pontos-gatilho,
manipulações musculoesqueléticas e pela palavra-chave liberação miofascial, como
suas respectivas traduções na língua inglesa. Foram incluídos estudos disponíveis na
íntegra com ano de publicação a partir de 2003, nos idiomas inglês e português. Foram
selecionados 16 trabalhos para integrar o presente estudo. Dentre os fatores
associados à dor lombar, pode-se destacar o nível socioeconômico, obesidade,
sedentarismo, multiparidade e questões ocupacionais. De acordo aos resultados das
publicações encontradas, a liberação miofascial mostra-se eficaz na redução do
quadro álgico da lombalgia visto que elimina as restrições impostas à fáscia,
proporcionando um realinhamento das fibras musculares. Essa reestruturação
tecidual resulta em redução da fadiga e excitabilidade muscular e, consequentemente,
alívio do quadro álgico, sensação de relaxamento e equilíbrio corporal. Contudo, a
liberação miofascial é benéfica na redução da lombalgia, sendo pertinente sua
inclusão em protocolos de tratamento para dor lombar, a fim de proporcionar uma
melhor qualidade de vida aos seus portadores.

Palavras-chave: Fáscia. Mobilização de tecido. Lombalgia. Fatores de risco.


Fisioterapia.
1

ABSTRACT

The lumbar pain is a brazilian public helth system problem, since it is one of the biggest
causes of absenteeism and disability retirement. May be caused by the formation of
trigger points in the fascial system, the lombalgy can occur between the 4ª e 5ª
lumbar vertebrae and between the 5ª lumbar vertebra and the 1ª sacral vertebra.
Considering the influence of lombalgy in the individual life quality, the realization of
studies that aim to indetify treatment alternatives to reduce or eliminate it’s discomfort
becames indispensable. Therefore, the presente study aimed to discuss the effects of
miofascial release in the lombalgy treatment by the analysis of selected studies, as
well as the identification of associated factors and how the effects caused by the
miofascial release can contribute in the treatment of the pain. A literature review was
carried out using the databases LILACS, PubMed, PEDro and Scielo. The descriptors
used were: “fascia”, “lumbar pain”, “miofascial pain syndrome”, “trigger points”,
“musculoskeletal manipulations” and the keyword “miofascial release”, as well as theirs
respectives portuguese translations. Studies available in full published since 2003
were included. Sixteen studies were selected to integrate the present study. Among
the factors associated with lumbar pain, it is possible highlight the socioeconomic level,
obesity, sedentariness, multiparity and occupational questions. According to the
results of the publications found, the miofascial release is effective to reduce the pain
chart in lombalgy, since it eliminates the restrictions imposed to fascia, providing a
realignment of muscle fibers. This tissue restructuring results in fatigue reduction and
muscle excitability and, consequently, pain chart relief, feeling of relaxation and body
balance. Therefore, the miofascial release is positive to reduce lombalgy, being
pertinent its inclusion in treatment protocols aiming to provide a better life quality to its
carriers.

Keywords: Fascia. Tissue mobilization. Lombalgy. Risk factors. Physiotherapy.


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LISTA DE SIGLAS

ADM – Amplitude de Movimento


DL – Dor lombar
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
LM – Liberação miofascial
OMS – Organização Mundial de Saúde
PEDro - Physiotherapy Evidence Database
PG – Ponto-gatilho
PubMed - National Library of Medicine
Scielo - Scientific Eletronic Library Online
TENS – Estimulação Elétrica Neural Transcutânea
TM – Terapia manual
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 7
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 9
2.1 COLUNA VERTEBRAL ................................................................... 9
2.1.1 Coluna lombar.............................................................................10
2.2 DOR LOMBAR ................................................................................12
2.3 SISTEMA MIOFASCIAL...................................................................14
2.3.1 Fáscia e pontos-gatilho .............................................................14
2.4 LIBERAÇÃO MIOFASCIAL..............................................................15
3 METODOLOGIA ..............................................................................18
3.1 TIPO DE ESTUDO...........................................................................18
3.2 COLETA DOS ARTIGOS.................................................................18
3.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA ANÁLISE....................................19
3.4 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................20
4.1 FATORES ASSOCIADOS A DOR LOMBAR...................................20
4.2 EFEITOS DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL DA DOR LOMBAR.........21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................25
REFERÊNCIAS......................................................................................26
APÊNDICE
7

1 INTRODUÇÃO

A dor lombar (DL) ou lombalgia é caracterizada por um incômodo


musculoesquelético sendo uma das causas predominantes de incapacidade
física em adultos. Em 2007, a DL foi o principal motivo de aposentadorias por
invalidez, com uma taxa de incidência de 29,96 a cada 100.000 contribuintes
(FILHO et al., 2011; POLLI et al., 2018; SILVA, 2019). Segundo a Organização
Mundial de Saúde [OMS], (2007), no relatório de gerenciamento da dor, a
abordagem terapêutica acerca do alívio da dor deve ser multidisciplinar,
abrangendo assim as esferas física, social e emocional do indivíduo.
Podendo afetar 80% da população global, a DL ocorre, mais comumente,
entre as 4ª e 5ª vértebras lombares e entre a 5ª vértebra lombar e a 1ª vértebra
sacral (MAIA, 2015). Assim, a etiologia da lombalgia é decorrente da combinação
de vários fatores como alterações viscerais, vícios posturais, doenças articulares
do quadril e/ou sacroilíacas, além de alterações na biomecânica corporal
resultante de estresses repetitivos (BRAZIL, 2004).
O sistema fascial exerce um importante papel na transmissão de forças
mecânicas durante as mudanças posturais. Segundo Batista et al. (2012), o
sintoma da dor miofascial caracteriza-se pela ocorrência da dor muscular em
regiões rígidas, onde estão presentes pontos extremamente dolorosos, os
chamados ponto-gatilho (PG) e as bandas de tensão palpáveis, podendo ser
identificados através de exame físico. Desse modo, a fisioterapia torna-se uma
grande aliada para os pacientes acometidos pela DL, tendo em vista que seu
papel vai além do processo de cura. Dentre as técnicas fisioterapêuticas
utilizadas no tratamento da patologia em questão, está a liberação miofascial
que, através de suas manobras, liberam as aderências presentes entre as
camadas musculares e consequentemente alivia a dor (MAIA, 2015).
Para Franco (2017), a liberação miofascial, consiste numa agregação de
técnicas presentes na terapia manual, caracterizada pela aplicação de pressão
e alongamentos da fáscia muscular objetivando reduzir a dor e restaurar a
integridade tecidual para normalizar sua função.
Constituídas por mobilizações terapêuticas, as técnicas miofasciais
utilizadas com a medida exata de tensão provocam nos tecidos moles um
procedimento de reparo e remodelamento, tendo como resultado um tecido
8

equilibrado com elasticidade, força e densidade, proporcionando a supressão de


elementos tóxicos e a nutrição muscular pela excitação tátil (AMORIM et al.,
2018).
Assim, a presente pesquisa terá a seguinte questão norteadora: A
liberação miofascial é um recurso eficiente para o tratamento da dor lombar?
Desse modo, o objetivo geral do estudo é discorrer sobre os efeitos da liberação
miofascial no tratamento da dor lombar. Como objetivos específicos, tem-se:
analisar estudos sobre a utilização da liberação miofascial no tratamento da dor
lombar; identificar os fatores associados à dor lombar e investigar como os
efeitos causados pela liberação miofascial podem contribuir no alívio dessa dor.
Devido ao fato de a dor lombar ser responsável por grandes índices de
incapacidade e aposentadoria por invalidez, entende-se a necessidade de
enxergar tal patologia como problema de saúde pública, visto as consequências
causadas na população acometida e assim observar alternativas de tratamentos
que reduzam ou eliminem os seus desconfortos.
9

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é uma haste firme e flexível, que representa dois


quintos da altura de um adulto, caracterizada pela presença de vértebras unidas
por articulações e ligamentos que são estabilizados pela massa
musculotendínea. É representada não apenas por sua parte óssea, mas também
por todo seu conteúdo, como nervos, músculos e vasos (NATOUR, 2004;
PAULSEN et al., 2018).
Proteção da medula e dos nervos espinhais, sustentação do peso corporal
acima do nível da pelve, manutenção de um eixo adequado para o corpo
possibilitando a manutenção da postura e da locomoção são importantes
funções exercidas pela coluna vertebral para o ser humano (MOORE, 2014).
Cada vértebra presente na coluna vertebral constitui-se de corpo, arco e
processos vertebrais. O corpo da vértebra é localizado anteriormente e é
caracterizado por uma massa cilíndrica de osso esponjoso. Logo, as suas bordas
superior e inferior consistem de osso compacto, que varia de tamanho e separa-
se das vértebras localizadas acima e abaixo devido ao disco intervertebral,
estando presente em um quarto da coluna vertebral e é responsável por suportar
a carga e amortecer o impacto. Posterior ao corpo está o arco, sendo formado
por pedículos e lâminas, ambos nos lados direito e esquerdo, é responsável junto
a face posterior do corpo vertebral por formar as paredes canal vertebral para a
proteção da medula (DÂNGELO; FATTINI 2011; PAULSEN et al., 2018).
Segundo Natour (2004) os processos vertebrais, caracterizados pelas
espículas que partem das lâminas, variam no tamanho, na forma e na direção
nas regiões da coluna vertebral. O processo espinhoso está presente posterior
a cada arco vertebral enquanto o processo transverso surge lateralmente da
junção dos pedículos com as lâminas. Já os processos articulares apresentam
facetas articulares tanto superior quanto inferiormente à articulação com as
vértebras acima e abaixo.
A coluna vertebral é dividida em regiões cervical, torácica, lombar, sacral
e coccígea. As vértebras vão aumentando de tamanho na direção cervical-
lombar devido ao aumento de peso que devem suportar. Ao longo de toda a
10

coluna, entre uma vértebra e outra, localizam-se os discos intervertebrais que


são formados por um núcleo pulposo constituído por substância gelatinosa e é
envolvido por um anel fibroso, formado por cartilagem e delimitado pelos
ligamentos longitudinal e posterior. As articulações entre os corpos vertebrais
são classificadas como sínfises. A comunicação entre uma extremidade óssea e
outra são compostas de cartilagem que revestem as extremidades ósseas,
ligamentos, líquido sinovial, cápsula articular. São responsáveis pela
sustentação do peso corporal e pela resistência, tendo em sua formação uma
camada de cartilagem hialina a cada corpo vertebral (DÂNGELO; FATTINI, 2011;
MOORE, 2014; PAULSEN et al., 2018).

2.1.1 Coluna lombar

As vértebras lombares possuem corpos grandes e reniformes, forames


vertebrais triangulares, processos transversos longos e finos, processos
articulares verticais e processos espinhosos curtos, curvos e fortes. E, devido a
curvabilidade das superfícies articulares, a amplitude da coluna lombar é limitada
ainda que os movimentos de flexão e extensão sejam importantes para a região
(DÂNGELO; FATTINI, 2011; MOORE, 2014; DRAKE et al., 2015).
As articulações são sustentadas pelos ligamentos que transcorrem pelos
corpos vertebrais e estabelecem conexões entre si nos arcos vertebrais. Os
ligamentos longitudinais anterior e posterior, que se localizam nas superfícies
anterior e posterior, estendem-se pela coluna vertebral. O ligamento longitudinal
anterior limita a extensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das
articulações. Já o ligamento longitudinal posterior é responsável por impedir ou
desviar a herniação posterior do núcleo pulposo, além disso, possui terminações
nervosas nociceptivas (FERGUSON, 2007).
Os ligamentos longitudinais anteriores abrangem uma faixa bastante
abundante de tecido espesso, que passa longitudinal e anteriormente aos corpos
vertebrais e discos intervertebrais e que se incorpora com o periósteo e ânulo
fibroso, respectivamente. Os ligamentos longitudinais posteriores, transpondo
longitudinal e posteriormente aos corpos vertebrais e aos discos intervertebrais,
encontram-se no interior do canal vertebral (NATOUR, 2004).
11

Os ligamentos iliolombares são resistentes e se dividem em superior,


inferior, anterior e posterior, contribuindo com grande relevância para a
estabilização da região lombossacral. Os ligamentos interespinhais localizam-se
entre os processos espinhosos e proporcionam uma limitação da flexão da
coluna e assiste no retorno da mesma para a postura ereta. Os ligamentos
amarelos limitam as flexões bruscas evitando lesão nos discos intervertebrais e,
também, auxiliam na preservação das curvaturas fisiológicas da região. Além
desses, os ligamentos supraespinhais e os intertransversos também estão
relacionados a limitação da flexão para estabilização da coluna, evitando lesões
(MOORE, 2014).
A região lombar é responsável pelo suporte da cavidade abdominal e
permite que ocorra uma mobilidade entre a parte torácica do tronco e a pelve
(NATOUR, 2004). Esse suporte relaciona-se as estruturas já citadas e, também,
a presença de musculatura na região. Os músculos eretores da espinha atuando
de forma estática ou quase estática na maior parte do dia, são importantes
músculos antigravitacionários nos seres humanos, caracterizados pela sua
força, são formados pela união dos músculos iliocostal, longuíssimo e espinal,
além disso possuem responsabilidade na manutenção da integridade física e
funcional da coluna vertebral, pois são responsáveis por estender a coluna
vertebral durante a flexão dorsal, fletem lateralmente a coluna e, também, atuam
sobre a movimentação concêntrica (BARBOSA; GONÇALVES, 2005; MOORE,
2014).
Paulsen et al. (2018) relatam que a conexão estabelecida entre os
músculos rotadores do lombo e os músculos multífidos originam os músculos
transversoespinais, presentes na coluna lombar, que são responsáveis pela
estabilização das vértebras durante a movimentação, auxiliando no movimento
de extensão e na propriocepção.
Os músculos interespinais auxiliam no processo de extensão enquanto os
músculos intertransversários vão facilitar a flexão lateral e a estabilização,
ambos possuem mais sensores proprioceptivos que os músculos anteriores. O
músculo reto do abdome participa diretamente da estabilização para a extensão
lombar bem como os músculos oblíquos externo e interno do abdome auxiliam
na flexão lateral juntamente ao músculo quadrado do lombo. Ressalta-se ainda
12

que os músculos oblíquos externo e interno agem durante a rotação da coluna


vertebral (MOORE, 2014).
A aponeurose toracolombar é composta pela fáscia muscular das colunas
torácica e lombar formando um revestimento que atua na organização global e
integridade local (DRAKE et al., 2015). Presente em todos os tecidos moles do
corpo a fáscia muscular tem como funções unir, comprimir, proteger, envolver e
separar os tecidos. Inclusive é ela quem reveste e conecta estruturas permitindo
e aumentando a transmissão de forças, e suas funções sensoriais, desde níveis
microscópicos até o envolvimento de grandes lâminas fasciais. Além disso, o
deslizamento dos tecidos uns sobre os outros é facilitado pela fáscia que,
também, funciona como armazenamento de energia (CHAITOW, 2017).

2.2 DOR LOMBAR

A dor lombar é definida como um processo álgico moderado ou intenso


localizado na região lombossacral, podendo ser consequência de força física
excessiva em estruturas normais ou após força física normal em estruturas
lesionadas e envolve questões nociceptivas, de condução e percepção dolorosa
e modulação da dor. Embora seja uma doença que tenha como consequência
altos índices de incapacidade e morbidade, ainda é difícil diagnosticar os fatores
que causam a DL tendo em vista que apenas 30% dos pacientes sintomáticos
apresentam alterações nos exames radiológicos. Além disso, como grande parte
dos casos não são cirúrgicos existem poucas informações relacionadas a
presença de lesão tecidual que corroborem para o surgimento dos sintomas
dolorosos (NATOUR, 2004; MOREIRA, 2010).
De acordo com Alves et al. (2014) devido a inervação da coluna lombar
ser difusa e entrelaçada, torna-se difícil chegar à localização da lesão apenas
com os dados da história da doença e exames físicos. Além disso, para Ferreira
et al. (2010) a coluna vertebral está sujeita a diversas mudanças posturais e a
divergentes cargas, tendo como consequência um desalinhamento entre seus
elementos causando uma queixa álgica. Os processos álgicos que afetam a
coluna lombar são notados na maioria das pessoas em determinado momento
de sua vida resultando em alto custo tanto financeiro quanto social para o
paciente.
13

A lombalgia pode ser classificada em mecânico-degenerativa e não


mecânica (ALVES et al., 2014). Para Natour et al. (2004) a primeira está
relacionada com um desequilíbrio mecânico que ocorre entre os corpos
vertebrais e disco com o segmento posterior resultante de forças mecânicas que
estimulam as terminações nervosas ou pela liberação de substâncias do núcleo
pulposo que vão desencadear um processo inflamatório pela degeneração do
disco intervertebral e, consequentemente, surgimento de dor. A segunda, pode
estar associada a processos inflamatórios, infecciosos e/ou metabólicos, dentre
eles estão as espondiloartopatias soronegativas, espondilodiscites infecciosas,
osteoporose e hiperparatireoidismo, síndrome miofascial e psicossomática.
Essas condições, principalmente as de origem metabólica, originam fraturas nas
vértebras levando ao surgimento de transtornos biomecânicos tendo como
resultado a lombalgia.
O tratamento da lombalgia é multiprofissional, visando proporcionar a
melhora da força muscular, flexibilidade e mobilidade. Além disso, faz-se
necessário orientar o paciente acerca de posições que ajustem a sua
biomecânica corporal durante suas atividades de vida diária objetivando
melhorar a eficácia do tratamento e prevenção de lesões para que o paciente
possa retornar às suas atividades laborais e sociais. O tratamento conservador
é caracterizado pela presença de repouso e uso de medicamentos alopáticos
para o controle da dor. Em relação a reabilitação da lombalgia, a fisioterapia
possui amplas possibilidades de intervenções para melhorar a qualidade de vida
do paciente como, por exemplo, a cinesioterapia, eletrotermofototerapia,
hidrocinesioterapia, terapia manual (TM), reeducação postural, entre outros
(ALVES et al., 2014; BARBOZA, 2014).
Para Amorim et al. (2018), a TM ao unir os estudos anatômicos e
fisiológicos acerca do corpo humano tem como principal objetivo preservar a
globalidade corporal para garantir a homeostasia do organismo. Soma-se a isso,
a capacidade de proporcionar a estimulação de propriocepção, a produção de
elasticidade e de líquido sinovial, promovendo analgesia. A TM possui diversas
técnicas, dentre elas a liberação miofascial assistida por instrumentos.
14

2.3 SISTEMA FASCIAL

A fáscia muscular é uma camada viscoelástica do corpo, denso, de


natureza ininterrupta, que circunda e conectada com todos os outros tecidos do
corpo, sendo um elemento essencial na comunicação mecânica entre os vários
sistemas corporais (MARTINS et al., 2019; BARRETO et al., 2019).
Para Silva et al. (2017), a fáscia é vista como uma rede tensional de tecido
conjuntivo envolvendo as partes moles e que possuem tendência de acumular
as tensões provocadas tanto interna quanto externamente, comumente elas vão
perdendo sua funcionalidade.
Podendo ser caracterizada como um tecido colagenoso fibroso, a fáscia
muscular compõe o sistema de transmissão de força tensional amplo corporal.
A fáscia de ligação ativa é composta por nociceptores e mecanorreceptores, é
ativa tanto na movimentação quanto na estabilização articular. Além disso, é de
extrema importância na transmissão da força sendo capaz de realizar uma
contração oferecendo uma pretensão muscular. No geral, o papel da fáscia
muscular consiste em revestir, conectar, comprimir, proteger os tecidos corporais
facilitando o deslizamento entre eles (CHAITOW, 2017).
O sistema fascial possibilita uma manutenção a níveis estrutural e
funcional entre todos os tecidos corporal de forma que represente um
componente sensorial de forma elástica. Toda a estrutura fascial é formada por
colágeno, fibroblastos, miofibroblastos, células de músculo liso, elastina,
integrinas, gordura, fibronectina, fibrilina e fator de crescimento de transformação
beta1 (NISHIMURA, 2018).

2.3.1 Fáscia e pontos-gatilho

Estando a fáscia presente em todo o corpo, qualquer delimitação que


atinja alguma área pode gerar stress e disfunção em qualquer área. O stress
pode vir a gerar os pontos de tensão chamados de ponto-gatilho. O termo ponto-
gatilho descreve uma banda tensa localizada no interior da fáscia muscular
resultando em uma zona álgica intensa que pode ser localizada ou referida
(FERGUSON et al., 2007; NISHIMURA, 2018).
De acordo com Ferguson et al. (2007), o mecanismo responsável pelo
desenvolvimento do PG ainda não é completamente esclarecido, entretanto
15

afirma-se na literatura que se relaciona com a alteração da atividade da


terminação motora ou da junção neuromuscular. Ressalta-se, também, que um
aumento tanto na sintetização quanto na regulação da atividade do receptor da
acetilcolina, o número de receptores e da redução da atividade da
acetilcolinesterase evidenciam as mudanças da atividade das terminações
anteriormente citadas. O processo álgico resulta da sintetização de bradicinina
e de potássio paralelo a presença de prótons e ácido no fluído extracelular que
ativam os nociceptores induzindo a liberação do gene que se relaciona ao gene
estimulante do peptídeo de calcitonina da terminação motora do nervo
estimulando a ativação sensorial nervosa.
Como aspectos clínicos pode-se citar a presença de dor muscular difusa
com sensação de peso ou latejamento tendo reprodução durante compressão
da área, alguns quadros de parestesia sem padrão neuropático, musculatura
tensa, redução da amplitude de movimento e encurtamento muscular (YENG;
KAZIYAMA; TEIXEIRA, 2003).
Sendo o PG um ponto enrijecido caracterizado pela perda de elasticidade
e capacidade adaptativa fisiológica, ele gera uma limitação de movimento e,
consequente, redução da flexibilidade no indivíduo afetado (SOUSA et al., 2017).

2.4 LIBERAÇÃO MIOFASCIAL

Sendo composta por diversas técnicas, a liberação miofascial é uma


conduta terapêutica voltada às fáscias musculares e, consequentemente, ao
sistema muscular locomotor devolvendo a flexibilidade corporal por meio da
compressão e/ou estiramento promovido por forças externas (NISHIMURA,
2018). Diante disso, a liberação miofascial (LM), técnica da terapia manual (TM)
aplicada na Fisioterapia, tem como objetivo desagregar as restrições fasciais nos
casos em que a fáscia, por alguma razão, localiza-se com maior densidade
tecidual, limitando sua atividade funcional (BARRETO et al., 2019).
Desse modo, com a LM busca-se reduzir as aderências fibrosas
presentes na fáscia, para que a estrutura consiga retornar à sua funcionalidade
(SILVA et al., 2017). Para Stieven (2014), essas aderências são os PG, nódulos
rígidos e doloridos à palpação e compressão manual ou instrumental causando
uma redução da capacidade produtiva de pessoas afetadas.
16

A técnica é similar às outras da TM de característica passiva, utilizando


as mãos, cotovelos, dedo ou instrumentos específicos, é realizada em
movimentos caracterizados pela presença de pressão e alongamentos
envolvendo forças mecânicas de manipulação no complexo miofascial (SILVA et
al., 2017; FRANCO, 2017; MARTINS et al., 2019). Tendo em vista que a
localização de grande parte das fibras sensoriais é na camada externa da fáscia,
comumente algumas terapias manuais vão vir a causar desconforto durante sua
realização como é o caso da liberação miofascial (NISHIMURA, 2018).
A técnica de liberação miofascial instrumental se diferencia da manual
devido a possibilidade de aplicação de uma pressão maior tendo em vista que a
utilização dos instrumentos possibilitam essa característica possibilitando uma
maior transmissão de força e em curto tempo (BARBOSA, 2018). Os métodos
compressivos são aplicados de várias maneiras de acordo com a presença de
dor e irritabilidade local, e podem ser aplicados com o músculo em posições
neutra, encurtada ou alongada (STIEVEN, 2014).
A liberação miofascial assistida por instrumentos é aplicada com a
utilização de instrumentos sobre a pele nos ângulos de 30 e 60° a fim de
mobilizar, através da ondulação dos instrumentos, o tecido mole com adesão
miofascial promovendo redução ou eliminação da queixa álgica a partir da
inibição dos receptores dolorosos e, consequentemente, um aumento da ADM
(PEREIRA et al., 2018; GRECO, 2019).
Em um estudo realizado por Nobre et al. (2018), foi possível verificar o
efeito da LM no ganho de flexibilidade aguda em praticantes de musculação.
Diante dos resultados apresentados notou-se que a técnica em questão
proporcionou um aumento da ADM tanto em mulheres quanto em homens.
Paralelo a isso, Sousa et al. (2017), analisou que quando associada a rotinas de
aquecimento a LM pode ser benéfica no aumento da flexibilidade e da força
explosiva em atletas de ginástica rítmica. A mobilização de tecidos moles
assistida por instrumentos vem sendo utilizada como meio de ampliar a
proliferação de fibroblastos na matriz extracelular melhorando o transporte de
íons e reduzir as aderências da matriz (GRECO, 2019).
Com a aplicação de compressão, tração, estiramento, pressão e fricção
associada as forças mecânicas aplicadas pela utilização dos instrumentos, a LM
proporciona uma melhora da perfusão sanguínea tendo como resultado uma
17

melhora do deslizamento acerca da fáscia e melhorando a queixa de dor do


paciente (BARBOSA, 2018; MARTINS et al., 2019).
Segundo Barreto et al. (2019), a reestruturação do tecido provocada pela
liberação miofascial assistida por instrumentos ocasiona a redução da fadiga
local e a excitabilidade muscular promovendo relaxamento muscular e equilíbrio
corporal, além disso, a manobra proporciona sensação de bem-estar paralelo à
redução de ansiedade e melhora no humor. Para Martins et al. (2019), a LM
mostra-se eficaz na diminuição da percepção acerca da dor do paciente tendo
como consequência uma melhora na ADM funcional.
18

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma revisão de literatura com o intuito de analisar a


efetividade da liberação miofascial no tratamento da dor lombar.
A revisão de literatura, quando construída de forma adequada e
cuidadosa, traz vantagens para o meio científico visto que possibilita a
investigação e o avanço de novas linhas de pesquisa. Reuni abordagens já
publicadas, evitando que pesquisadores se atenham a técnicas que mostraram-
se ineficazes em determinadas condições (BRIZOLA; FANTIN, 2016).

3.2 COLETA DOS ARTIGOS

Os artigos foram selecionados por meio das bases de dados LILACS


(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PubMed
(National Library of Medicine), PEDro (Physiotherapy Evidence Database) e
Scielo (Scientific Eletronic Library Online). Para as buscas dos trabalhos foram
utilizados, escritos na língua portuguesa e inglesa, os descritores fáscia (fascia),
dor lombar (low back pain), síndromes da dor miofascial (myofascial pain
syndromes), pontos-gatilho (trigger points) e manipulações musculoesqueléticas
(musculoskeletal manipulations). Além dos descritores, a palavra-chave
liberação miofascial (myofascial release) também foi usada. A busca dos
trabalhos aconteceu entre os meses de fevereiro a outubro do ano de 2020.
Foram incluídos artigos, livros, trabalhos de conclusão de curso e dissertações
disponíveis na íntegra, com publicações a partir do ano de 2003, nos idiomas
português e inglês, que se adequaram ao tema do estudo. Após uma primeira
busca foram encontradas 182 publicações, sendo realizada a exclusão de
trabalhos duplicados e, a leitura dos títulos e dos resumos onde foram
selecionados 40 estudos. Posteriormente, os trabalhos selecionados foram lidos
na íntegra e 16 foram incluídos na revisão de literatura.
19

3.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA ANÁLISE

Os critérios de inclusão foram publicações com diferentes metodologias que


possuíssem fundamentos teóricos de autores que discutem essa problemática
assim como os que foram desenvolvidos através de estudos experimentais,
epidemiológicos, transversais, ensaios clínicos e dentre outros com intuito de
responder à pergunta em questão.
Os critérios de exclusão foram aqueles que não utilizaram instrumentos e
características adicionais distintas do objeto pesquisado que pudessem interferir
no sucesso do estudo.

3.4 ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, possibilitando ao


pesquisador avaliar a qualidade das evidências sobre o tema investigado e
identificação de lacunas do conhecimento para a realização de novas pesquisas.
20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apesar da escassez de estudos consistentes relacionados ao tema


proposto, os trabalhos selecionados foram organizados em uma tabela de
acordo a ordem de apresentação no texto (Apêndice 1) trouxeram informações
pertinentes, norteando o presente estudo com dados confiáveis.

4.1 FATORES ASSOCIADOS A DOR LOMBAR

Fundamentado nas estimativas de que, aproximadamente, 80% da


população mundial poderá desenvolver lombalgia em determinado momento da
sua vida gerando despesas para os sistemas de saúde, assim como tendo
repercussões negativas no segmento socioeconômico, foi realizado um estudo
de corte transversal objetivando verificar a prevalência da dor lombar crônica na
população de Salvador. O estudo também buscou identificar os fatores
associados a lombalgia crônica presente nessa população. Os autores
constataram, a partir de dados colhidos por meio de entrevistas com
preenchimento de formulários, que os indivíduos soteropolitanos possuem uma
prevalência moderada da lombalgia crônica, sendo aqueles possuintes de baixos
níveis de escolaridade, histórico de obesidade central e ex-tabagistas com maior
propensão ao surgimento da disfunção (ALMEIDA et al., 2008).
Dessa forma, a realidade apresentada está associada a desvantagem
socioeconômica e ao comportamento inadequado em relação à saúde. Soma-se
a isso, que Amaral (2019) investigou acerca dos fatores que associavam quadros
de lombalgia em policiais militares de Uberlândia. A partir da realização de um
estudo exploratório, verificou-se que 84,7% dos voluntários apresentavam dor
lombar relacionando esse dado ao sobrepeso encontrado, falta de atividade
física, bem como o peso dos equipamentos de trabalho que chegavam a pesar
mais de nove quilos, em alguns casos.
Já em relação a lombalgia na população feminina, Sant’Anna et al (2020),
através de um estudo transversal de base populacional, associou a dor lombar
crônica com a multiparidade, idade avançada, nível socioeconômico baixo e falta
de comportamentos saudáveis como, por exemplo, a não prática de atividades
21

físicas. E assim, reforçando mais uma vez comportamentos de saúde


inadequados da população.

4.2 EFEITOS DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NA DOR LOMBAR

Com o intuito de enfatizar a importância do exercício profissional do


fisioterapeuta, Martins et al (2019) através de uma revisão sistemática,
analisaram os níveis de evidência dos métodos de liberação miofascial (LM). De
acordo aos estudos publicados, verificaram que a técnica de LM, quando
aplicada por um profissional capacitado, torna-se eficaz para reduzir quadros
dolorosos e aumentar a ADM. Não tendo uma grande diferença entre os
resultados da liberação quando realizada de forma manual ou instrumental. Mas,
ressalta-se que autoliberação não mostra-se no mesmo nível de eficiência.
Eventualmente, o encurtamento dos músculos lombares e isquiotibiais
pode resultar no surgimento de lombalgias, visto que, essa perda flexibilidade
gera uma sobrecarga na coluna vertebral favorecendo o surgimento do quadro
álgico. Diante disso, Barbosa e Casa Junior (2012) realizaram um estudo com
uma intervenção de crochetagem na flexibilidade toraco-lombar e do quadril. A
amostra foi composta por 20 mulheres com idade entre 18 e 27 anos, sedentárias
e com encurtamento nos isquiotibiais, a técnica foi aplicada neste grupo
muscular anteriormente citado e na lombar. Imediatamente após a aplicação da
técnica houve uma melhora significativa da flexibilidade, entretanto no 7º dia
ocorreu uma redução do resultado obtido, trazendo a importância da
continuidade do tratamento.
Com isso, é evidente que a crochetagem fisioterapêutica se mostrou uma
técnica eficiente com resultados imediatos e consideráveis. Já em Arruda et al
(2010) realizaram um estudo a fim de verificar a influência da LM sobre a
flexibilidade de homens. Em um estudo com uma amostra por conveniência com
20 homens, os autores aplicaram a técnica duas vezes na semana até totalizar
seis sessões, ao fim do estudo constatou-se que houve uma melhora da
flexibilidade dos isquiotibiais melhorando a mobilidade articular dos voluntários.
Desse modo, com o intuito de melhorar o alongamento e a flexibilidade, só
reforça a necessidade da continuidade do tratamento.
22

Em relação a intervenção fisioterapêutica por meio da liberação


miofascial, Dorta et al., (2018), em um estudo interventivo, descritivo e
quantitativo verificou-se o alívio da sintomatologia dolorosa causada pela
lombalgia assim como a melhora da funcionalidade de 17 mulheres através da
liberação miofascial com uso de ventosaterapia.
Ademais, a ventosaterapia por também ser considerada uma técnica
fisioterapêutica eficaz e com resultados consideráveis pode ser combinada com
outras modalidades de tratamento. No que se refere a outras modalidades,
Modolo et al (2014) compararam a eficácia da LM e do método Pilates, técnicas
isoladas e em conjunto, na redução da sintomatologia da dor miofascial na
coluna vertebral de universitários. As duas técnicas isoladas foram eficientes na
redução da lombalgia, mas a liberação miofascial mostrou-se mais eficaz, com
80% do alívio da lombalgia, que o método Pilates. Mas, as duas técnicas
associadas proporcionaram uma redução maior, obtendo 91,75% do alívio de
dor.
Soma-se a isso, associando a liberação miofascial com as propriedades
mecânicas oferecidas pelo ultrassom terapêutico, Galhardo et al (2019),
buscaram identificar possíveis benefícios na redução da dor pela lombalgia não
específica. No ensaio clínico, os voluntários foram submetidos, inicialmente, a 3
minutos de ultrassom em modo contínuo com frequência de 1MHz e intensidade
de 1W/cm2, com posterior realização da liberação miofascial de acordo ao limiar
de dor dos voluntários nos músculos grande dorsal, quadrado lombar e
paravertebrais. Ao fim das 10 sessões, as duas técnicas associadas
promoveram redução significativa do quadro álgico e, consequentemente,
elevando a mobilidade da coluna lombar.
Nessa mesma perspectiva, Oliveira (2018) realizou uma análise
verificando se haviam diferenças significativas na melhora da dor e da
funcionalidade de pacientes com lombalgia que se submetessem a Estimulação
Elétrica Neural Transcutânea (TENS) comparando com aqueles que fossem
submetidos a LM. O TENS foi utilizado no modo acupuntura com 2 canais e
eletrodos em toda a região com dor, a frequência utilizada foi de 20 Hz com
largura de pulso de 100 pps, a intensidade foi estabelecida de acordo a tolerância
de cada voluntário durante 30 minutos. No grupo de liberação miofascial, a
intervenção foi realizada nas regiões glútea e sacrococcígea, cristas ilíacas
23

superiores, piriforme e eretores da coluna. Ambas as técnicas se mostraram


igualmente eficazes para os objetivos propostos.
Assim como a LM, a manipulação vertebral faz parte do conjunto de
técnicas pertencentes à terapia manual, ela modifica o processo e a modulação
central de dor. Sendo assim, Angeli (2019) realizou um ensaio clínico com 72
voluntários a fim de comparar a eficácia da manipulação vertebral isolada e
associada com a LM na redução da dor e incapacidade funcional resultantes da
dor lombar crônica não específica. Ambos os grupos obtiveram bons resultados
na redução da dor a curto prazo, que proporcionou uma melhor funcionalidade e
equilíbrio postural nos indivíduos, tendo como consequência uma melhor
qualidade de vida.
Além disso, no plano de tratamento fisioterápico de pacientes com
lombalgia, Sousa et al. (2020) avaliou se a liberação diafragmática se mostrava
benéfica na redução da dor e limitação de movimento em adultos jovens com
lombalgia inespecífica. Foi realizado um estudo com 20 universitários com
quadro de lombalgia, cada um passou por uma intervenção e foi reavaliado após
a aplicação da técnica e ao 7º dia. Desse modo, a liberação diafragmática
proporcionou uma melhora do quadro álgico e, também da mobilidade da lombar.
Um protocolo com quatro sessões de liberação miofascial, com 40
minutos cada, mostrou-se eficiente no alívio da dor lombar crônica inespecífica.
Entretanto, a diferença encontrada entre os grupos de intervenção e controle não
foi tão significativa no quesito de incapacidade (ARGUISUELAS et al., 2016),
Com isso, evidencia a necessidade da realização de mais estudos na área com
o intuito de verificar esse desfecho em outras populações, bem como associar a
liberação miofascial em outros grupos musculares e com outras técnicas.
Ajimsha et al. (2014) associaram a liberação miofascial com exercícios
direcionados para as costas e ação educativa sobre dor musculoesquelética
através de vídeos para portadores da dor lombar crônica. A intervenção ocorreu
três vezes na semana, 60 minutos cada sessão, durante oito semanas. A partir
dos resultados, foi possível notar que os voluntários se beneficiaram com a
intervenção proposta tendo redução do quadro álgico e da incapacidade
resultante da dor lombar crônica.
A eficácia da liberação miofascial associada a exercícios de estabilização
na redução da dor lombar de idosos foi avaliada por Ozsoy et al. (2014). Os
24

voluntários foram divididos em dois grupos: um grupo realizava um protocolo de


exercícios estabilizadores, 3x na semana durante 6 semanas e o outro grupo
realizava os mesmos exercícios, mas passava por liberação miofascial realizada
por um rolo específico para o procedimento durante o mesmo período de tempo.
Nos desfechos de dor, flexibilidade, cinesiofobia, marcha e qualidade de vida
não houve uma diferença significativa entre os grupos. Entretanto, o grupo que
recebeu a liberação miofascial apresentou melhor resistência na estabilidade
central e mobilidade da coluna.
Em um estudo de caso foi avaliado os efeitos de um protocolo
fisioterapêutico no nível de dor pré e pós intervenção em uma paciente com
lombalgia aguda. O protocolo possuía alongamentos, liberação miofascial,
tração, exercícios ativos, dissociação pélvica, TENS, kinesio taping. Durante as
sessões eram avaliados os níveis de dor da paciente, podendo perceber a rápida
melhora alcançada por ela após as intervenções. Ressalta-se que em uma das
sessões, a voluntária estava com dor nível 7 e depois receber a intervenção
fisioterapêutica atingiu alívio total da dor. Além disso, ocorreu melhora de ADM
para flexão e hiperextensão de tronco (LIMA; FEITOSA; GUIMARÃES, 2015).
Apesar da escassez dos trabalhos, a técnica de liberação miofascial tem
se mostrado uma boa estratégia no tratamento da dor miofascial em todas as
suas formas de intervenção, proporcionado um aumento da amplitude de
movimento, flexibilidade e elasticidade, podendo ser aplicada no tratamento da
dor lombar.
25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível identificar os principais fatores associados ao surgimento de


quadros de dor lombar e a necessidade de um tratamento com uma equipe
multidisciplinar que aborde a educação, reabilitação e prevenção da lombalgia.
Ressalta-se que a liberação miofascial mostrou-se benéfica no tratamento de
portadores de dor lombar, podendo ser utilizada de forma isolada ou compondo
um protocolo com um conjunto de técnicas fisioterapêuticas.
Por ser um problema de saúde pública que afeta a maioria da população,
a lombalgia deve ser investigada com o objetivo de sanar possíveis
questionamentos e verificar técnicas que proporcionem uma melhor qualidade
de vida aos seus portadores.
Contudo, ressaltamos que a análise de dados aqui abordados não
pretende esgotar as questões apontadas, posto que provenha de uma
perspectiva desenvolvida em um processo no qual há limitações. Assim, esta
pesquisa aqui produzida permite que outras pesquisas sejam realizadas com o
intuito de aprofundar aspectos sinalizados nesse processo investigativo.
26

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Miofascial. Jornal Brasileiro de Oclusão, v. 3, n. 9, p. 27-49.
30

APÊNDICE
31
Quadro 1: Artigos selecionados para a revisão de literatura e suas principais abordagens.

ARTIGO ANO AUTOR TÍTULO OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO

1 2008 ALMEIDA et al. Prevalência de Verificar a Estudo de corte A prevalência de lombalgia A população de
dor lombar prevalência de transversal a partir crônica foi de 14,7%, sendo mais Salvador possui uma
crônica na dor lombar na de inquérito notável em maiores de 60 anos prevalência moderada
população da população populacional. (18,3%), divorciados e viúvos de dor lombar crônica
cidade de soteropolitana Amostra (20,6%), ex-fumantes (19,7%), sendo mais comum
Salvador. identificando os constituída por obesos (16,8%) e os que em pessoas com
fatores 2.281 pessoas com possuem níveis escolares mais baixo nível de
associados idade igual ou baixos (17,4%). escolaridade,
assim como superior a 20 anos. Não houveram diferenças obesidade central e
oferecer estatisticamente importantes nos ex-tabagistas.
subsídios quesitos: atividade física, sexo,
preventivos. classe social, alcoolismo, raça e
ocupação.

2 2019 AMARAL Lombalgia e Indicar a Estudo exploratório 94% dos voluntários eram do Sobrepeso dessa
fatores prevalência de quantitativo e sexo masculino, a idade variou população influencia
associados lombalgia em transversal. A entre 26-50 anos, 78,1% estava no surgimento e
em policiais PM do batalhão amostra foi acima do peso ideal, 84,7% intensificação da dor
militares do estudado constituída por 183 apresentou dor lombar, 72,1% lombar. Necessidade
32º batalhão descrevendo as voluntários. praticavam atividades físicas, de realização de
de polícia características 84,2% ingeriam mais de 1 litro de atividades físicas no
militar da sociodemográfic água/dia, 61,2% tinham menos tempo livre.
cidade de as e de 7 horas de sono. 53%
Uberlândia - ocupacionais carregavam nove quilos ou mais
MG assim como os de equipamentos de trabalho.
fatores
associados.

continua...
32
...continuação

ARTIGO ANO AUTOR TÍTULO OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO

3 2020 SANT’ANNA et Fatores Analisar os Estudo transversal Das 1.128 mulheres A lombalgia crônica
al preditivos de fatores de base entrevistadas, 636 relataram ter em mulheres associa-
risco de associados ao populacional sentido dor lom-bar nas últimas se a idade avançada,
lombalgia maior risco de realizado na zona duas semanas an-tes da nível socioeconômico
crônica em desenvolver dor urbana de uma entrevista. Destas, 64,5% baixo, falta
mulheres: lombar crônica cidade do Sul do possuía idade entre 40 e 49 comportamento
estudo de base em mulheres do Brasil. A amostra anos, 74,1% eram brancas, saudáveis e
populacional Sul do Brasil. constituía-se de 65,6% casa-das, 64,2% multiparidade.
mulheres de 20 a possuíam renda inferi-or a um
69 anos com dor salário mínimo, 55,6% pos-suía
lombar em um oito ou mais anos de estu-dos,
tempo mínimo de 2 88,4% inativas fisicamente,
semanas. 55,9% não fumantes, 51,7% tive-
ram 1-2 partos, 38,3% eram
obesas.

4 2019 MARTINS; Evidências da Analisar quais Revisão Quando aplicada por um A LM mostrou-se
PEREIRA; técnica de os métodos de sistemática profissional devidamente eficiente no trata-
FELÍCIO liberação liberação especializado, a liberação mento da dor
miofascial no miofascial assim miofascial mostra-se eficaz na miofascial, entretanto
tratamento como o seu nível redução do quadro álgico tal a autoliberação não
fisioterapêutico de evidência. como no aumento da amplitude possui tanta eficiência
: revisão de movimento. ao comparar com as
sistemática que são realizadas
por profissionais. As
LM manuais e instru-
mentais demonstram
bons resultados.

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5 2012 BARBOSA; Efetividade da Analisar o efeito Estudo com inter- Houve ganho significativo da Uma sessão de
CASA JUNIOR crochetagem de uma sessão venção, prospecti- flexibilidade logo após a crochetagem
fisioterapêutica de crochetagem vo, descritivo e crochetagem. 7 dias após a possibilitou melhora
na flexibilidade miofascial na quantitativo. A aplicação da técnica ocorreu da flexibilidade
toraco-lombar região toraco- amostra foi carac- uma redução da flexibilidade em imediatamente após a
e do quadril. lombar e nos terizada por 20 comparação ao resultado aplicação. Entretanto,
isquiotibiais voluntárias com imediato. o resultado reduziu ao
verificando a idade entre 18 e 27 7º dia após a técnica
flexibilidade anos, sedentárias e sugerindo a
toraco-lombar e que apresen- importância da
do quadril. tassem os isquio- continuidade do
tibiais encurtados. tratamento isolado ou
A técnica foi apli- associado a outra
cada na lombar três técnica para a
vezes de oito movi- manutenção dos
mentos com inter- resultados obtidos.
valos de dez
segundos e nos
isquiotibais três
vezes de sete
movimentos. A
reavaliação foi feita
após a aplicação
do método e sete
dias depois.

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6 2010 ARRUDA; Efeitos da Verificar a Estudo com Notou-se uma melhora A liberação miofascial
STELLBRINK; liberação influência da amostragem por significativa da flexibilidade na proporcionou uma
OLIVEIRA miofascial e liberação conveniência com região dos isquiotibiais após a maior mobilidade
idade sobre a miofascial sobre 20 homens que aplicação da técnica. articular e a relação
flexibilidade de a flexibilidade participavam de da ADM com a idade
homens assim como a ginástica laboral e foi inversamente
associação que não proporcional.
entre a apresentassem
flexibilidade e lesões. Foram
idade em divididos em 2
homens grupos.
Aplicação da
técnica 2x semana,
6 sessões no total.
5min de aplicação
em cada perna.

7 2014 MODOLO et Síndrome da Comparar a Ensaio clínico O grupo da liberação miofascial As duas técnicas de
al. dor miofascial: eficácia do prospectivo. 6 apresentou uma redução de dor forma isolada
estudo método Pilates e voluntários foram em 80%; proporcionaram uma
comparativo da liberação divididos, em O grupo do método Pilates teve melhora do quadro
do efeito do miofascial na sorteio, em 3 um alívio de dor em 53,5% álgico, mas a
Método Pilates redução da grupos (liberação O grupo que usou as duas liberação miofascial
e da liberação sintomatologia miofascial, método técnicas em conjunto obteve se sobressaiu nos
miofascial. da dor Pilates, liberação 91,75% da redução da dor. resultados. Mas, as
miofascial da miofascial + duas técnicas asso-
coluna vertebral método Pilates) ciadas proporcionou
em um resultado melhor.
universitários

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8 2018 DORTA et al. Efetividade da Averiguar o Estudo com A liberação miofascial com A liberação miofascial
liberação efeito pós intervenção, ventosa possibilitou uma por meio da
miofascial por liberação descritivo e redução alta da dor lombar e ventosaterapia foi
meio da miofascial quantitativo com melhora da funcionalidade. Não efetiva na redução do
ventosaterapia realizada com uma amostra de foi possível verificar se houve quadro álgico assim
na dor, ventosaterapia conveniência melhora de mobilidade visto que como proporcionou
limitação de na dor, limitação formada por 17 as voluntárias não possuíam uma melhora da
movimento e de movimento e mulheres com redução antes da intervenção. funcionalidade das
capacidade restrição idade a partir de 18 voluntárias.
funcional de funcional de anos que
portadores de portadores de estivessem com
lombalgia lombalgia dor lombar
inespecífica. inespecífica no
momento.
O procedimento foi
realizado com
ventosa deslizante
com sucção
moderada em toda
a fáscia toraco-
lombar de forma
bilateral, cinco
minutos em cada
hemicorpo.
A reavaliação foi
feita imediatamente
após a técnica e no
3º dia após.

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9 2019 GALHARDO et O uso do Verificar a Ensaio clínico. O uso associado dos dois O ultrassom com
al ultrassom e efetividade do 10 voluntários recursos promoveu uma melhora intensidade de
liberação uso do selecionados, 8 significativa no alívio da queixa 1W/cm2 e a liberação
miofascial em ultrassom e da concluíram todas álgica assim como da mobilidade miofascial são
lombalgias não liberação as etapas. da coluna lombar. Apenas um eficientes para
específicas miofascial na Portadores de participante relatou dor após a redução de dor e
redução da dor lombalgia, acima última sessão de tratamento. aumento de
lombar de 18 anos, ambos mobilidade da coluna
os sexos. em portadores de
10 sessões, 2x na lombalgias não
semana com específicas.
intervalo mínimo de
48h entre elas.
Ultrassom no modo
contínuo com
frequência de
1MHz e
intensidade de
1W/cm2 durante 3
minutos com
posterior realização
da liberação
miofascial nos
músculos grande
dorsal, quadrado
lombar e
paravertebrais, de
acordo ao limiar de
dor dos voluntários.

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10 2019 ANGELI, Taise Comparação Investigar a Ensaio clínico Tanto a intervenção multimodal A intervenção
Boff dos efeitos de efetividade da controlado e alea- quanto a unimodal mostraram-se multimodal não surtiu
dois manipulação tório. 72 voluntários eficazes para o alívio da dor e, mais efeito que a
programas de vertebral divididos em 2 consequentemente, melhora da unimodal, mas as
terapia manual combinada com grupos (um grupo funcionalidade, equilíbrio duas possibilitaram
na dor e a liberação seria submetido postural dinâmico e qualidade de redução da dor a curto
funcionalidade miofascial e apenas a manipu- vida em indivíduos com DLCNE. prazo assim como
de indivíduos comparar seus lação vertebral e o Não houve diferença estatística propiciou efeitos
com dor efeitos com a outro grupo seria entre os resultados de ambos os positivos na
lombar crônica manipulação submetido as duas grupos. Não houve manutenção funcionalidade,
não específica vertebral técnicas associa- dos resultados após 3 meses. equilíbrio postural e
isolada, na das). 6 sessões de qualidade de vida dos
intensidade da tratamento e follow- indivíduos.
dor e up de 3 meses
incapacidade após intervenção.
funcional de O grupo da mani-
indivíduos com pulação vertebral,
dor lombar recebeu a inter-
crônica não venção na coluna
específica lombar e na articu-
lação sacro-ilíaca.
O grupo que rece-
beu as duas técni-
cas, inicialmente
passou por uma LM
na musculatura
lombar e sacro-
ilíaca e, posterior,
manipulação na
mesma região.

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11 2020 SOUSA et al. Efetividade da Avaliar efeitos Estudo com inter- A técnica reduziu Houve melhora da dor
técnica de da liberação venção descritivo e consideravelmente a dor lombar e ganho de
liberação diafragmática na quantitativo com e aumentou a mobilidade da mobilidade e esse
diafragmática dor e limitação amostra não proba- coluna lombar. resultado
na dor e de movimento bilística e de conve- permaneceu após 7
limitação de de adultos niência. 20 voluntá- dias da intervenção.
movimento jovens com rios de ambos os
lombar em lombalgia sexos com idade
adultos jovens inespecífica entre 18 e 35 anos,
com lombalgia universitários que
inespecífica. apresentassem
quadro de lombal-
gia. Cada paciente
foi submetido uma
intervenção sendo
reavaliado após a
mesma e sete dias
depois.

12 2014 LIMA; Avaliação do Avaliar o nível Estudo de caso. 6 Os níveis de dor eram reduzidos Um protocolo
FEITOSA; nível álgico de dor pré e pós sessões de proto- após as intervenções, trazendo específico associando
GUIMARÃES antes e após intervenção colo fisioterapêu- inclusive dado de um pico de dor a liberação miofascial
intervenção fisioterapêutica tico constituído por em um determinado dia, qual a com outras técnicas
fisioterapêutica em lombalgia alongamentos, LM, voluntária chegou com uma dor fisioterapêuticas é de
na lombalgia aguda. tração, exercícios nível 7 e após a intervenção a grande valia para
aguda (relato ativos, dissociação dor reduziu completamente. pacientes com quadro
de caso) pélvica, TENS, ki- Ocorreu, também, melhora de de lombalgia aguda.
nesio taping. Usou ADM para flexão e
a EVA e o hiperextensão de tronco.
goniômetro na
avaliação.
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13 2017 ARGUISUELA Effects of Investigar os Ensaio clínico O grupo que recebeu a A liberação miofascial
S et al myofascial efeitos de um randomizado. intervenção apresentou proporcionou
release in non- protocolo de 54 participantes melhoras significativas em melhoras. Entretanto,
specific liberação com dor lombar comparação ao grupo controle. as diferenças
chronic low miofascial crônica Entretanto, em relação a mínimas no quesito
back pain: a isolado na dor e inespecífica. Estes incapacidade, a diferença incapacidade não
randomized incapacidade foram divididos em encontrada não teve uma evidencia uma
clinical trial para evitar o dois grupos, onde diferença importante. melhora clinicamente
medo em um grupo recebeu relevante.
pacientes com 4 sessões de
dor lombar liberação
crônica. miofascial por 40
minutos, cada.
O grupo controle
recebeu uma
simulação da
liberação
miofascial.
Os questionários
utilizados foram:
McGill, EVA,
Roland Morris e
FAB.

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14 2014 AJIMSHA et al Effectiveness Investigar a Ensaio clínico Houve melhora significativa nos A associação da
of myofascial efeitividade da randomizado, desfechos em questão no grupo liberação miofascial
release in the liberação controlado e cego. de liberação miofascial. com os exercícios
management miofascial 80 voluntários específicos para as
of chronic low associada a divididos em dois costas mostrou-se
back pain in exercícios grupos, onde um eficaz para os
nursing específicos para grupo recebeu LM objetivos propostos.
professionals as costas na com exercícios
redução de dor e específicos para as
incapacidade costas e o grupo
causadas pela controle recebeu
dor lombar uma simulação de
crônica. LM associada aos
exercícios para as
costas. Todos as-
sistiram um vídeo
educativo sobre dor
musculoesquelétic
a. 3x na semana,
cada sessão com
60 minutos durante
8 semanas. Os
questionários
utilizados foram:
McGill e o Quebec
Back Pain Disability
Scale.

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15 2019 OZSOY et al The effects of Avaliar os Estudo randomizado Nos desfechos de dor, A liberação miofascial
myofascial efeitos da controlado mono- flexibilidade, cinesiofobia, associada aos
release techni- liberação cego. 45 voluntários marcha e qualidade de vida não exercícios de
divididos em dois
que combined miofascial houve uma diferença estabilização
grupos, onde um
with core associada com grupo realizava um significativa entre os grupos. mostrou-se eficaz.
stabilization exercícios de protocolo de Entretanto, o grupo que recebeu
exercise in estabilização exercícios a liberação miofascial
elderly with central em estabilizadores, 3x na apresentou melhor resistência
non-specific idosos com dor semana durante 6 na estabilidade central e
low back pain: lombar. semanas. O outro mobilidade da coluna.
a randomized grupo realizava os
controlled, mesmos exercícios,
single-blind mas passava por
liberação miofascial
study
realizada por um rolo
específico para o
procedimento
durante o mesmo
período de tempo. A
avaliação foi
realizada com as
ferramentas: EVA,
Índice de Deficiência
de Oswestry, teste de
sentar e alcançar na
cadeira, Escala Tam-
pa para Cinesiofobia,
Supine Bridge Test,
The Spinal Mouse
System, Biodex Gait
Trainer 2, algômero
de pressão
eletrônico, Módulo
WHOQOL-OLD
continua...
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16 2018 OLIVEIRA Estudo da Comparar e Estudo quasi-expe- Os 2 grupos obtiveram alívio de Ambas as técnicas se
eficácia do verificar qual rimental, randomi- dor e aumento da mostraram
TENS vs das duas zado. 28 voluntários funcionalidade, mas não igualmente eficazes
de ambos os sexos,
libertação intervenções apresentaram diferenças para os objetivos
estudantes universi-
miofascial na seria mais eficaz tários com idade mí- significativas. propostos.
dor lombar e na melhora da nima de 18 anos. Os
incapacidade funcionalidade e voluntários foram di-
funcional na redução da vididos em 2 grupos.
dor lombar. No grupo TENS, foi
utilizado o modo acu-
puntura com 2 canais
e elétrodos posicio-
nados em toda a
região de dor com a
frequência de 20Hz e
largura de pulso de
100 pps, intensidade
de acordo a
tolerância de cada
um durante 30min.
No grupo liberação
miofascial, a inter-
venção foi realizada
de forma a contornar
várias regiões da
zona lombar com
duas passagens em
cada região com
duração de 3min em
cada passagem, a
técnica foi aplicada
de forma bilateral.10
sessões, 2x na
semana.

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