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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO DE FISIOTERAPIA

OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES PARA O TRATAMENTO DA HÉRNIA DE


DISCO LOMBAR EM MULHERES DE 40 E 60 ANOS - REVISÃO DE LITERATURA

Artigo científico apresentado ao Curso de


Graduação em Fisioterapia da Universidade
Estácio de Sá como parte dos requisitos para
aprovação da disciplina de Trabalho de Conclusão
de Curso com orientação da Professora Fabiane
Vargas Torres da Silva.

Hannah Do Nascimento Silva - 201602126402


Patrícia Serpa Pires - 201902165632
Thaís Maria Do Carmo Dias - 202202289558
Weverton Carlos De Jesus Paes - 202009079903

Rio de Janeiro

2023
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO DE FISIOTERAPIA

OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES PARA O TRATAMENTO DA HÉRNIA DE


DISCO LOMBAR EM MULHERES DE 40 E 60 ANOS - REVISÃO DE LITERATURA

Artigo científico apresentado ao Curso de


Graduação em Fisioterapia da Universidade
Estácio de Sá como parte dos requisitos para
aprovação da disciplina de Trabalho de Conclusão
de Curso com orientação da Professora Fabiane
Vargas Torres da Silva.

Hannah Do Nascimento Silva - 201602126402


Patrícia Serpa Pires - 201902165632
Thaís Maria Do Carmo Dias - 202202289558
Weverton Carlos De Jesus Paes - 202009079903

Orientadora: Professora Fabiane Torres

Rio de Janeiro

2023
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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................. 04

ABSTRACT ............................................................................................................. 04

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 05

2. OBJETIVO........................................................................................................... 12

3. METODOLOGIA.................................................................................................. 13

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 14

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 15

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 16

APÊNDICE E ANEXO ............................................................................................. 17


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RESUMO: A hérnia de disco é causada pelo desgaste dos discos intervertebrais,


estruturas que têm como função principal evitar o contato direto entre as vértebras da
coluna. Com o desgaste, há o rompimento do revestimento externo de um ou mais
discos, o que favorece o deslocamento do núcleo pulposo (parte de dentro do disco
intervertebral) para fora. Com isso, há a compressão dos nervos da coluna, o que
provoca dores na região lombar, no pescoço, pernas e braços. O Pilates é um método
de atividades físicas que garante aos seus participantes melhor condicionamento
físico, como o fortalecimento da musculatura, aumento da flexibilidade, alinhamento
da postura e melhoria da coordenação motora. Entre os seus muitos benefícios vamos
mencionar o equilíbrio entre corpo e mente através do controle da respiração. E isso
garante uma sensação de relaxamento e bem-estar, o que muito contribui para o alívio
dos sintomas da hérnia de disco. Exercícios nos aparelhos de Pilates e exercícios de
Mat Pilates contribuem bastante para reestabelecer os espaços dos discos
intervertebrais através de exercícios de alongamento e fortalecimento, serve para
prevenção e tratamento de hérnia de disco lombar.
Palavras-Chave: Método Pilates, Mulheres, Hérnia Discal, Lombar, Lombalgia

ABSTRACT: A herniated disc is caused by the wear and tear of the intervertebral discs,
structures whose main function is to prevent direct contact between the vertebrae of
the spine. With wear, there is a rupture of the outer covering of one or more discs,
which favors the displacement of the nucleus pulposus (inside part of the intervertebral
disc) to the outside. With this, there is compression of the spinal nerves, which causes
pain in the lumbar region, neck, legs and arms. Pilates is a method of physical activities
that guarantees its participants better physical conditioning, such as strengthening
muscles, increasing flexibility, alignment of posture and improving motor coordination.
Among its many benefits we will mention the balance between body and mind through
breath control. And this ensures a feeling of relaxation and well-being, which greatly
contributes to the relief of herniated disc symptoms. Exercises on Pilates machines
and Pilates Mat exercises contribute a lot to reestablish the spaces of the intravertebral
discs through stretching and strengthening exercises, serve for the prevention and
treatment of lumbar disc hernia.
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1. INTRODUÇÃO

O método Pilates foi criado por Joseph Hubertus Pilates no século IX. Nascido
em 1880, na Alemanha, Joseph foi uma criança com várias patologias, como a asma
e a febre reumática, que o tornava uma pessoa muito frágil. No entanto, teve a
iniciativa de se tornar dedicado e de sempre melhorar sua condição física para obter
uma melhor construção de um organismo mais forte e saudável. (Livro Joseph Pilates,
1934)

Joseph Pilates estudou yoga, acrobacia e movimento e condicionamento físico.


Tornou-se especialista em diversos esportes, como ginástica, esqui, mergulho, boxe
e foi até artista de circo. (Livro Joseph Pilates, 1934). Mais tarde, o mundo se tornou
muito modernizado, onde as pessoas estavam se tornando sedentárias e menos
saudável, por isso na época Joseph teve uma procura por um perfeito equilíbrio do
corpo e mente. (Livro Joseph Pilates, 1934)

O Método Pilates é indicado para pessoas ativas que levam uma vida estressante,
atletas, sedentários, bailarinos, atores, pessoas em reabilitação com indicação médica,
idosos e gestantes. Proporciona maior flexibilidade sem causar atrofia muscular, corrige
desequilíbrios musculares e fortalece o centro de força. Os benefícios do Pilates
dependem apenas da execução do instrutor para a melhora do paciente.
(MTP&RehabJournal, 2014).

O método Pilates é baseado em seis princípios fundamentais: concentração,


controle, centralização, fluidez de movimento, precisão e respiração. Através desses
princípios, o objetivo é promover o alinhamento corporal adequado, a estabilização da
coluna vertebral e o fortalecimento dos músculos profundos. (MTP&RehabJournal,
2014).

Os exercícios de Pilates podem ser realizados no solo (Mat Pilates) com


utilização do tapete no solo, bola suíça, Magic Circle, meia lua e faixas elásticas
(Anexo 2), mas também em aparelhos específicos que Joseph criou, como por
exemplo: Cadillac, Reformer, Chair e Barrel (Anexo 3). Nesses equipamentos usam
molas e alavancas para fornecer resistência e suporte durante os movimentos.

O Pilates é adequado para pessoas de diferentes níveis de condicionamento


físico e idades, desde iniciantes até atletas de alto desempenho. Ele é conhecido por
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ajudar a melhorar a postura, fortalecer os músculos abdominais e das costas,


aumentar a flexibilidade, melhorar a coordenação e promover uma sensação de
relaxamento e bem-estar. Além dos benefícios físicos, o Pilates também enfatiza a
conexão mente-corpo, incentivando a consciência corporal e a concentração durante
os exercícios. (BRANCO, 2017)

Essa técnica tem sido amplamente utilizada para tratar dores lombares, e estudos
recentes mostram que pode ser eficaz no alívio da dor e na melhora da qualidade de
vida dos pacientes. (MTP&RehabJournal, 2014)

O MAT Pilates, também conhecido como Pilates de Solo, é uma forma de


exercício físico baseado no método Pilates que é realizado no chão, sem a utilização
de equipamentos específicos. Nesse tipo de Pilates, os exercícios são executados em
um tapete de yoga ou em um colchonete, utilizando o próprio peso corporal como
resistência. Os movimentos são projetados para fortalecer os músculos do core,
melhorar a postura, aumentar a flexibilidade e promover a estabilidade da coluna
vertebral. (Giufrida, 2016)

Os princípios fundamentais do Pilates, como concentração, controle, centralização,


fluidez de movimento, precisão e respiração, são aplicados também durante as sessões
de MAT Pilates. O foco está na consciência corporal, no alinhamento adequado e na
ativação dos músculos profundos. (Miyamoto, 2016)

Essa combinação do Pilates com MAT Pilates proporciona uma prática versátil e
acessível para os atendimentos e que podem ser adaptados às necessidades e
objetivos de cada praticante. Os praticantes podem progredir gradualmente,
adicionando níveis de dificuldade e desafiando-se a cada sessão. (Miyamoto, G. C.,
2016). A abordagem combinada também permite a prática em grupo, facilitando o
compartilhamento de experiências e motivando os participantes. (Da luz, 2015)

A coluna, também conhecida como coluna vertebral, tem cerca de 2/5 da altura
total e é formada por uma série de ossos chamados vértebras. Tanto a coluna
vertebral, quanto o esterno e as costelas constituem os ossos do tronco do corpo. A
coluna vertebral é composta de ossos, tecido conjuntivo, da medula espinhal e de.
(Gerard J. Tortora, 2016)
7

A coluna vertebral é considerada uma haste forte e flexível, com elementos que
facilitam o movimento para frente, para trás, lateral e até mesmo rotacional. Além de
envolver e proteger a medula espinhal, a coluna sustenta a cabeça e serve como um
ponto de fixação para as costelas, a cintura escapular e os músculos das costas e
da parte superior do corpo. (Gerard J. Tortora, 2016)

No início do desenvolvimento, o embrião humano tem um total de 33


segmentos vertebrados distintos que eventualmente se desenvolverão em
vértebras individuais. À medida que a criança cresce, várias vértebras na área do
sacro e do cóccix se fundem. Assim, a coluna vertebral adulta costuma ter 26
vértebras, assim distribuídas: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5
vértebras lombares, 1 sacro com 5 vértebras sacrais fundidas e 1 cóccix, geralmente
composto por 4 vértebras caudais fundidas. As vértebras cervicais, torácicas e
lombares podem se mover, mas o sacro e o cóccix não. (Gerard J. Tortora, 2016)

Os discos intervertebrais situam-se entre as vértebras adjacentes da segunda


vértebra cervical ao sacro e constituem cerca de 25% da altura da coluna
vertebral. Os discos intervertebrais formam articulações fortes que permitem uma
variedade de movimentos da coluna vertebral e absorvem choques verticais. Certos
alongamentos, descomprimem os discos e aumentam a circulação sanguínea
geral, o que acelera a absorção de oxigênio e nutrientes pelos discos e a remoção
de resíduos. (Gerard J. Tortora, 2016)

Há variados tipos de hérnias de discos, incluindo protusão, extrusão e


sequestro. Contudo, o tipo mais comum de hérnia de disco é a classificada como
protusão, que acontece quando o núcleo pulposo projeta -se através de uma região
fragilizada no anel fibroso. (Revista Eletrônica, Método do Saber, 2014)

No que se diz respeito à ocorrência em mulheres, um estudo publicado na


revista Spine em 2006 revelou que a hérnia de disco lombar é mais frequente em
mulheres do que em homens, e constatou que um grupo de pacientes que foram
sujeitos a algum tipo de cirurgia de hérnia de disco lombar, sendo assim, constatou
que 56, 2 % dos casos eram de mulheres e 43, 8% eram homens. Porém, as causas
exatas para tais diferenças ainda não estão completamente esclarecidas e são
objeto de pesquisas contínuas. (Revista Eletrônica, Método do Saber, 2014)
8

O abaulamento discal constitui a primeira etapa, quando o disco intervertebral


apresenta fissuras em suas fibras, alterando assim, o formato do disco. (Revista
Eletrônica, Método do Saber, 2014). Já a protusão discal é quando a base fica mais
volumosa e larga, com isso, o formato original do disco é modificado, impactando
assim em áreas de grande sensibilidade nervosa acarretando fortes dores e
incapacidades. (Revista Eletrônica, Método do Saber, 2014)

Na extrusão, a parte externa e fibrosa do disco fissura, causando um


vazamento do núcleo para fora, impedindo que o disco realize sua função, gerando
fortes dores e incapacidades. (Revista Eletrônica, Método do Saber, 2014)

A hérnia de disco lombar ocorre quando o núcleo pulposo se desloca para os


espaços entre as vértebras, e é a forma mais comum de hérnia de disco. Essa
condição é uma desordem musculoesquelética que causa dor lombar e ciática. A
maioria das hérnias ocorrem nos níveis L4/L5 e L5/S1, geralmente em adultos entre
30 e 50 anos, embora possa ocorrer em adolescentes e idosos, mas raramente em
crianças. A incidência é de cerca de 2% a 3% da população, sendo mais comum em
homens (4,8%) do que em mulheres (2,5%) acima dos 35 anos de idade. (Revista
Eletrônica, Método do Saber, 2014)

Acredita-se que a idade média em que a hérnia de disco lombar aparece pela
primeira vez é por volta dos 37 anos, e em 76% dos casos é precedida por uma crise
lombar. O processo começa com a diminuição dos proteoglicanos no disco
intervertebral, que são responsáveis pela hidratação do núcleo pulposo. Isso faz com
que o núcleo pulposo perca a propriedade de gel e, consequentemente, não consiga
distribuir uniformemente as pressões para o anel. (Revista Eletrônica, Método do
Saber, 2014)

Com a perda das propriedades hidráulicas do núcleo pulposo, mais pressão é


transmitida para o disco intervertebral, tornando as fibras do disco mais suscetíveis
à ruptura e aumentando a chance de desenvolver hérnia de disco. De acordo com
Gabriel et al. (2001), a hérnia de disco pode ser causada por um processo
degenerativo lento ou por um esforço brusco ou traumatismo em jovens.

Os movimentos que comprometem a integridade do disco intervertebral são a


flexão anterior e a compressão axial. Embora a compressão axial possa contribuir
9

para a degeneração discal, a soma da compressão mais a flexão pode ocasionar


diretamente a hérnia de disco e a protrusão do núcleo pulposo. (DUTTON, 2010).

A idade, carga física e psicossocial, dor isquiática, obesidade, tabagismo, baixo


nível de educação formal e classe social, comorbidade, osteoartrite e fatores
genéticos são todos influenciadores na ocorrência de hérnia de disco. No exame
físico, é possível observar uma marcha antálgica, e a dor pode aumentar quando o
paciente apoia o lado afetado no chão. Em casos em que a hérnia está localizada
em L4/L5, um dos sinais clínicos pode ser a presença de pé caído, enquanto em S1,
o paciente pode apresentar dificuldade para ficar na ponta do pé (DUTTON, 2010).

O paciente geralmente adota uma postura fletida para diminuir a tensão nas
raízes ciáticas, e espasmos nos músculos paravertebrais podem influenciar na
lordose lombar e diminuir a amplitude de movimento, especialmente para a flexão
do tronco. Na palpação da coluna, o paciente pode indicar a localização da
sintomatologia. (ALMEIDA, 2014)

O espasmo reflexo dos músculos paravertebrais é uma condição comum e


dolorosa que pode piorar durante a extensão do tronco. No exame de motricidade,
o paciente pode apresentar fraqueza ou paralisia, perda de tônus muscular e
compressão de raízes nervosas pode levar a alterações na extensão do joelho e
hálux. (ALMEIDA, 2014)

Alterações na sensibilidade também podem estar presentes, com dor na região


póstero-lateral da perna, dorso medial do pé e hálux relacionados à raiz nervosa L4.
A compressão das raízes nervosas pode resultar na diminuição ou ausência de
reflexos profundos. Por exemplo, a lesão da raiz nervosa L4 pode resultar na
diminuição do reflexo patelar, enquanto a lesão de L5 geralmente não afeta os
reflexos, pois o reflexo do tibial posterior, que compreende essa raiz, muitas vezes
não está presente em indivíduos normais. A alteração do reflexo aquileu estará
presente quando a raiz nervosa lesionada for S1. (FRETTA, 2017)

Os exercícios de Pilates que podem ser benéficos para mulheres entre 40 e 60


anos com dor lombar são: Alongamento da coluna vertebral – Pode ser feito tanto no
tapete, tanto no Reformer, Cadillac, Chair e Barrel. Eles envolvem principalmente
contrações isométricas (ou seja, contração sem movimento articular) dos músculos do
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core, que constituem o centro muscular responsável pela estabilização do corpo, tanto
em movimento quanto em repouso (FRETTA, 2017).

O número de repetições recomendado para ambos os métodos é de 10


repetições. (RehabJournal, 2014). A respiração é o grande diferencial para se obter
um resultado profundo com os exercícios do Pilates. A respiração eficiente está
diretamente ligada à saúde. Ela estimula as células, aumenta a oxigenação do sangue
e, junto com os exercícios, ajuda a relaxar os músculos diminuindo o nível de tensão
e ajudando no controle dos movimentos. Inspire pelo nariz e expire pela boca.
(BRANCO, 2017).

Na inspiração você leva o ar para a parte lateral da sua caixa torácica; na


expiração você ativa o transverso abdominal responsável pela contração do abdômen.
Use a imagem do umbigo colado à sua coluna. Esta contração deverá ser mantida
durante todos os exercícios, ajudando na estabilização das regiões lombar e pélvica.
Respire o mais profundo e consciente possível. Todos os exercícios para pacientes
com hérnia de disco deverão ser trabalhados no tempo expiratório e mantendo a
intenção de relaxar a musculatura vertebral. (BRANCO et al. 2017)

O presente estudo consiste em ser uma revisão de literatura, onde ao seu final,
espera-se fornecer informações atualizadas sobre o uso do método Pilates como
opção terapêutica para o tratamento de dores lombares em mulheres entre 40 e 60
anos de idade decorrentes de compressão nos discos intervertebrais.
11

2. OBJETIVO

O objetivo desse estudo é através de uma revisão de literatura verificar os


benefícios do uso do método Pilates para o tratamento da hérnia de disco lombar em
mulheres de 40 a 60 anos de idade.
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3. METODOLOGIA

Este estudo teve como base teórica e metodológica uma revisão narrativa da
literatura, estabelecida com base em artigos científicos, revisões, documentos
governamentais, diretrizes e livros acadêmicos.
Foram realizadas pesquisas no período de 2013 aos dias atuais em base de
dados tais como: google acadêmico, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO),
PubMed e entre outros métodos de pesquisa científica, utilizando as palavras chaves:
Método Pilates, Mulheres, Hérnia Discal, Lombar, Lombalgia. Os critérios de exclusão
foram artigos que não apresentassem sua metodologia completa e os resultados
obtidos.
13

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

AUTOR/ANO OBJETIVOS DO ESTUDO METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO


Cinco indivíduos com Os estudos Tanto a Pilates quanto a
diagnóstico de dor analisados cinesioterapia clássica foram
lombar crônica. Os nesta pesquisa eficazes no tratamento de sintomas
indivíduos foram demonstraram crônicos de dor lombar. Ambos
divididos em dois uma melhora da apresentaram redução significativa
O objetivo desta pesquisa
grupos: o grupo A foi dor lombar ao nos índices de dor e incapacidade
foi investigar a eficácia do
Ribeiro et al. tratado com utilizar o método funcional, sem diferença significativa
método Pilates em
cinesioterapia Pilates como entre eles.
pacientes com dor lombar.
clássica e o grupo B tratamento
foi tratado com
exercícios de Pilates.
Foram 20 sessões
individuais.
Amostra de 22 Os estudos Ao comparar o método Pilates e
O objetivo desta pesquisa
indivíduos divididos analisados exercícios gerais, não houve
foi investigar a eficácia do
Mostagi et al. em dois grupos: o nesta pesquisa diferenças em relação à dor e
método Pilates em
grupo que realizou o demonstraram funcionalidade, mas os exercícios
pacientes com dor lombar.
método Pilates e o uma melhora da gerais foram mais eficazes para
14

grupo que realizou dor lombar ao aumentar a funcionalidade e a


outros tipos de utilizar o método flexibilidade.
exercícios geral que Pilates como
foram avaliados tratamento
durante 16 semanas.
Amostra de 98 Os estudos Observou-se uma melhora mais
indivíduos com dor analisados rápida com os exercícios de Pilates
lombar, divididos em nesta pesquisa aparelho, e maior eficácia na melhora
O objetivo desta pesquisa
Cruz-Díaz et al. 3 grupos: grupo Mat demonstraram da ativação do transverso do
foi investigar a eficácia do
Pilates, grupo Pilates uma melhora da abdômen.
método Pilates em
aparelhos e grupo dor lombar ao
pacientes com dor lombar.
Controle. utilizar o método
Pilates como
tratamento
54 indivíduos Os estudos Um programa de exercícios de
alocados analisados Pilates de 8 semanas é eficaz na
O objetivo desta pesquisa
aleatoriamente para nesta pesquisa melhoria da incapacidade, dor,
foi investigar a eficácia do
Valenza et al. um grupo de demonstraram flexibilidade e equilíbrio em pacientes
método Pilates em
programa de uma melhora da com dor lombar crônica não
pacientes com dor lombar.
exercícios de Pilates dor lombar ao específica.
e um grupo de utilizar o método
15

controle recebendo Pilates como


informações sob a tratamento.
forma de um folheto.
Avaliação durou 8
semanas.
7 indivíduos com Os estudos O método Pilates foi efetivo no
lombalgia crônica analisados tratamento de pacientes portadores
realizaram um nesta pesquisa de lombalgia crônica, diminuindo a
programa de Pilates. demonstraram dor e as incapacidades.
A avaliação e medida uma melhora da
O objetivo desta pesquisa
Conceição et al. foi através da escala dor lombar ao
foi investigar a eficácia do
analógica visual utilizar o método
método Pilates em
(EAV) de dor e o Pilates como
pacientes com dor lombar.
Questionário de tratamento.
Oswestry de
lombalgia, além de
um Questionário de
Identificação.
Analisar o efeito imediato de Participaram do O grupo de dor Uma sessão de treinamento com
Silveira et al. uma sessão de exercícios estudo 18 indivíduos lombar exercícios do método pilates foi
do método pilates sobre o de ambos os sexos, apresentou capaz de reduzir a contração entre
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padrão de contração que foram separados maior contração os músculos superficiais e profundos
(agonista/antagonista) dos em dois grupos: antagonista do tronco durante o teste de
músculos superficiais e Grupo controle, para todas as resistência muscular localizada dos
profundos do tronco de composto por razões eretores da espinha.
indivíduos com e sem dor indivíduos sem dor avaliadas.
lombar durante teste de lombar e um com dor
resistência muscular lombar, formado por
localizada. indivíduos com dor
lombar crônica
inespecífica.

Após analisar os resultados dos estudos de Ribeiro (2015) e Valenza (2016) é possível observarmos uma concordância
significativa em relação à eficácia do método Pilates no tratamento da dor lombar. Ambos os estudos relataram grandes
melhorias na dor lombar e na incapacidade funcional após a realização de exercícios de Pilates. Sugerindo que o Pilates
pode ser uma opção de tratamento eficaz para indivíduos com sintomas crônicos da dor lombar.

Além disso, o estudo de Cruz-Díaz (2017) complementa esses resultados, destacando que o uso de aparelhos no método
Pilates pode ter benefícios adicionais no tratamento na dor lombar. Os resultados indicaram uma melhora mais rápida da
dor lombar e uma maior eficácia na ativação do transverso do abdômen no grupo que realizou os exercícios de Pilates
17

aparelho. Isso sugere que a utilização de aparelhos específicos pode fornecer estímulos adicionais e direcionados,
resultando em melhores resultados terapêuticos para os pacientes com dor lombar.

Em relação ao estudo de Silveira (2018), embora o foco tenha sido o efeito imediato de uma sessão de exercícios do
método Pilates sobre o padrão de contração muscular em indivíduos com e sem dor lombar, seus resultados
complementam os estudos anteriores. O estudo de Silveira destaca que o Pilates foi capaz de reduzir a contração entre os
músculos superficiais e profundos do tronco durante um teste de resistência muscular localizada nos indivíduos com dor
lombar. Essa redução da contração excessiva pode ser benéfica para aliviar a dor lombar e melhorar a estabilidade do
tronco.

No estudo de Conceição (2012) acrescenta informações relevantes ao discutir a eficácia do Pilates no tratamento da
lombalgia crônica. Os resultados indicaram uma melhora significativa na dor e das incapacidades após a realização de um
cronograma de Pilates. Reforçando a consistência dos achados anteriores, demonstrando que o método Pilates pode ser
efetivo no tratamento não apenas da dor lombar em geral, mas também em outros casos específicos de lombalgia crônica.

Resumindo, os estudos revisados fornecem evidências consistentes de que o método Pilates é eficaz no tratamento da dor
lombar. Através da realização de exercícios específicos, seja por meio da cinesioterapia clássica ou do uso de aparelhos, é
possível obter melhorias significativas na dor, na funcionalidade e na ativação muscular adequada. Essas descobertas
destacam a importância do Pilates como uma opção terapêutica válida para indivíduos com dor lombar, oferecendo uma
abordagem abrangente que combina fortalecimento muscular, alongamento e estabilização da região lombar.
18

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Pilates pode ser benéfico para mulheres com hérnia de disco e dor lombar, mas
é necessário adaptar os exercícios às necessidades individuais e realizar a prática sob
supervisão adequada. O método Pilates é um programa educacional focado no
fortalecimento postural dos músculos do tronco e melhora da flexibilidade. É importante
ressaltar que qualquer programa de exercícios deve ser personalizado de acordo com
a condição de cada indivíduo, levando em consideração a gravidade da hérnia de disco,
a presença de outros problemas de saúde e as limitações físicas específicas. Também
é conhecido por enfatizar o fortalecimento dos músculos do core, que inclui os músculos
abdominais profundos, glúteos, músculos das costas e pelve. Ao fortalecer esses
grupos musculares, é possível proporcionar uma maior estabilidade e suporte à coluna
vertebral, o que pode ajudar a aliviar a dor lombar e melhorar a função geral. Além do
fortalecimento, o Pilates também enfoca o alongamento, a mobilidade articular e a
conscientização corporal. Esses aspectos do método podem ajudar a melhorar a
postura, aliviar a tensão muscular e promover o alinhamento adequado da coluna
vertebral, reduzindo assim o estresse e a pressão sobre os discos intervertebrais.
Torna-se, assim, possível a conclusão de que o método de Pilates fornece uma redução
da dor lombar, independentemente do tipo fundamental da mesma, além de esclarecer
que a doença em questão não demonstrou um aumento patológico significativo durante
a prática dessa atividade.
19

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, T. R. S. H. et. al. Hérnia de disco lombar: riscos e prevenção. Revista de


Ciências da Saúde Nova Esperança, v. 12, n. 2, p. 104-110, dez. 2014.

Amorim JBM, Shimoya-Bittencourt W, Salício MA, Salicio VAMM. O método pilates no


tratamento da lombalgia crônica não-específica.
http://www.univag.edu.br/adm_univag/ Modulos/Connectionline/Downloads/M
etodo_Pilates.pdf. Acessado em: 20/01/2014.

BRANCO, Amanda Nery Castelo et al. Comparação da motivação, método de


motivação, flexibilidade e flexibilidade muscular entre método Pilates moderno e
Pilates. Fisioterapia e Pesquisa, v. 24, n. 4, pág. 427-436, 2017.

CANCELA JM, Oliveira IM, Rodríguez-Fuentes G. Effects of Pilates method in


physical itness on older adults: A systematic review. Eur Rev Aging Phys Act.
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CRUZ-DÍAZ, David et al. Comparative effects of 12 weeks of equipment based and


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FRETTA, T. B., et al. Eficácia do método Pilates na qualidade de vida e dor de


portadores de hérnia de disco lombar L4-L5. Fisioterapia Brasil, v. 18, n. 5, p. 650-
656, set. 2017.

Livro Obra Completa de Joseph Pilates, edição 1934.

Livro Princípios da Anatomia e Fisiologia, edição 2016.

MOSTAGI, F. Q. R. C. et al. Pilates versus general exercise effectiveness on pain


and functionality in non-specific chronic low back pain subjects. Journal of
bodywork and movement therapies, v. 19, n. 4, p. 636-645, 2015.
20

PATTI, Antonino et al. Pain perception and stabilometric parameters in people with
chronic low back pain after a Pilates exercise program: a randomized controlled
trial. Medicine, v. 95, n. 2, jan. 2016.

RIBEIRO, I. A.; OLIVEIRA, T. D.; BLOIS, C. R. Effects of Pilates and Classical


Kinesiotherapy on chronic low back pain: a case study. Fisioterapia em Movimento,
Curitiba, v. 28, n. 4, p. 759-765, 2015.

VALENZA, M. C. et al. Results of a Pilates exercise program in patients with


chronic non-specific low back pain: A randomized controlled trial. Clinical
rehabilitation, v. 31, n. 6, p. 753-760, 2016.

WELLS, Cherie et al. The definition and application of Pilates exercise to treat
people with chronic low back pain: A Delphi survey of Australian physical
therapists. Physical therapy, v. 94, n. 6, p. 792-805, jun. 2014.

YAMATO, Tiê P. et al. Pilates for low back pain. São Paulo Medical Journal, São
Paulo, v. 134, n. 4, p. 366-367, jul/ago. 2016.
21

APÊNDICES E ANEXO

ANEXO 1

Figura 1 – Imagem de Hérnia de Disco Protusa

Fonte: vivabem.uol.com.br

Figura 2 – Hérnia de Disco na região Lombar

Fonte: spineuniverse.com
22

Figura 3 – Imagem da coluna vertebral

Fonte: Livro de Anatomia Sobotta, 24° edição

ANEXO 2

Figura 1 – Imagem Ilustrativa do Reformer

Fonte: https://physiopilates.com/loja-de-aparelhos/produto/infinity-reformer/
23

Figura 2 – Imagem Ilustrativa do Cadillac

Fonte: https://www.ispsaude.com.br/aparelho-de-pilates-cadillac-classic-arktus-p-PA00680A

Figura 3 – Imagem Ilustrativa da Chair

Fonte: https://www.ispsaude.com.br/aparelho-de-pilates-cadeira-combo-classic-step-chair-arktus-p-
PA00504B

Figura 4 – Imagem Ilustrativa do Barrel

Fonte: https://www.ispsaude.com.br/aparelho-de-pilates-ladder-barrel-classic-arktus-p-PA00671A
24

ANEXO 3

Figura 1 – Imagem Ilustrativa do Tapete

Fonte: https://www.naturalfitness.com.br/index.php?route=product/product&product_id=1433

Figura 2 – Imagem Ilustrativa da Bola Suíça

Fonte: https://www.ispsaude.com.br/bola-suica-para-pilates-com-bomba-de-ar-anti-burst-arktus-p-
IP00436A

Figura 3 – Imagem Ilustrativa do Magic Circle

Fonte: https://www.zoom.com.br/busca/anel+de+pilates+magic+circle
25

Figura 4 – Imagem Ilustrativa da Meia Lua

Fonte: https://www.ispsaude.com.br/meia-lua-para-pilates-arktus-p-00003A

Figura 5 – Imagem Ilustrativa das Faixas Elásticas

Fonte: https://www.amazon.com.br/Faixas-El%C3%A1sticas-Mini-band-Pilates-
Funcional/dp/B098GG7B2G
26

APÊNDICE 1: Citação de um dos exercícios ou alongamentos realizados somente nos objetos de MAT
Pilates:

Objetos Nome do exercício Descrição da execução


Em decúbito ventral cotovelos no
tapete, vai estender os braços e
motivar uma extensão de tronco
Esfinge no limite da curvatura fisiológica.

Em decúbito dorsal realiza uma


Bridge (Ponte) elevação do quadril, contraindo
abdômen e glúteo. Pode ser feito
com isometria ou não.

Tapete (Solo)
Sentada no tapete com as
pernas esticadas realiza uma
Spine Stretch flexão de tórax levando os
braços até os membros inferiores
(pés).

Flexiona uma perna e a outra


Williams 1 estendida puxando para o
abdômen.

Flexiona as duas pernas


Williams 2 puxando para o abdômen.
27

Rotação de tronco bilateral com


os membros superiores
The Spine Twist estendidos lateralmente e pernas
dobradas abaixo do glúteo.

Pernas flexionadas a 90°, braços


estendidos na altura do ombro,
Dissociação de cabeça acompanha os membros
Cintura inferiores contralateral. (Cabeça
Tapete (Solo)
para um lado, perna para o
outro)
Posição de quatro apoios, braços
em extensão alinhado aos
Posição de Gato ombros e joelhos alinhados ao
quadril, realizando retroversão e
Anteversão da coluna.

Em decúbito ventral com os


Posição do “Super braços e pernas em extensão
Magic Circle Homem” realiza uma elevação de ambos
com o anel nas mãos fazendo
movimento de adução.
Deitada em decúbito ventral na
Bola Suíça bola, mantendo os membros
Tipo Tamanho superiores estendidos e apoiados
Pequena Até 55cm Breast Stroke no solo.
Média Até 65 Realize flexão de ombros e
cm extensão da coluna e, em seguida,
Grande A partir mantendo a extensão, levando os
de 75cm membros superiores para trás.
28

Sentado na borda da Meia Lua


com o tronco em extensão com
os pés apoiados no chão na
direção do quadril, braços
estendidos na altura dos ombros,
com as mãos em prono, em
seguida é realizado uma flexão
de tronco. Inspire e expire,
articulando a coluna para trás em
Meia Lua Spine Twist extensão na seguinte ordem:
lombar, torácica, dorsal e
cervical, ao mesmo tempo
realizando extensão de membros
superiores e inferiores
alcançando ao máximo que
conseguir desafiando o abdômen
e com o olhar na direção da
mão. Inspire e expire retornando
para a posição inicial.
29

APÊNDICE 2: Citação de um dos exercícios ou alongamentos realizados somente nos aparelhos de


Pilates:

Aparelho Objetivo Modo de Execução


- Spine Stretch (Cadillac)
Sentado, com os joelhos
Estabilidade física e estendidos e os pés apoiados
Cadillac flexibilidade. nas hastes laterais, segure a barra torre.
Faça a flexão do tronco conduzindo a
barra torre para frente.
- Knee Stretch Round
Ajoelhado no Reformer com as mãos na
Se trata de um trabalho barra e os pés em dorsiflexão apoiados
Reformer global. Melhora força, nas ombreiras, realizar a flexão de tronco
flexibilidade, mobilidade, a partir da coluna cervical, manter na
coordenação e equilíbrio coluna neutra e retornar flexionando a
coluna a partir do cóccix até a posição
inicial de coluna neutra.
Fortalecimento na parte - Hamstring Stretch (Back)
superior e Em pé atrás da cadeira, pés alinhados e
inferior e o Power House. mãos apoiadas na barra. Encaixar o
Chair queixo e empurrar a barra para baixo.
Power House – Controle da Retorne à posição inicial.
respiração junto com a
musculatura trabalhada.
- Semi agachado de costas para o Barrel,
Melhora a postura, promove com o quadril apoiado no aparelho.
a reabilitação em casos de Comece o movimento pela extensão do
desvios posturais e quadril e hiperextensão da coluna,
Barrel bloqueios articulares, e mobilizando-a sobre o aparelho.
ajuda a alongar os Ao mesmo tempo vá flexionando os
músculos do peitoral, ombros até o prolongamento do corpo.
quadril e ombros. Inspire e expire retornando à posição
inicial.
30

Mantenha a ativação do Power House


durante toda a execução do movimento,
para que não haja dor na lombar
durante a execução.

Apêndice 3: Imagem de demonstração de um exercício para mulheres que possuem hérnia de disco
e dor lombar já controladas. (Nível Avançado)

Fonte: Própria de Thaís Maria do Carmo Dias

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