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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ

PROTOCOLO FISIOTERAPÊUTICO NO ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE


ESCALPELAMENTO

Belém-PA
2022
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará- 2022
Pediatria

2022© FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

Governador do Estado do Pará

HELDER ZAHLUTH BARBALHO

Presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

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NORMA SUELY DE CARVALHO FONSECA ASSUNÇÃO

Diretora Assistencial Técnica Operacional:

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Diretora Administrativo e Financeiro:

FABIANO LUCAS MORAES DE CASTRO

Diretora de Ensino e Pesquisa:

LENA CLAUDIA MAIA ALENCAR

Organização e Produção:

CARLA MANUELA ALMEIDA DAS NEVES

EMILLY LUZIA DOS SANTOS SOUSA

Revisão:

REINALDO LUIZ DA SILVA FERREIRA

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Pediatria

Sumário

1. Introdução: .............................................................................................................................. 4
2. Objetivos:................................................................................................................................ 5
3. Executante: ............................................................................................................................. 6
4. Fluxo das ações:...................................................................................................................... 6
5. Materiais de trabalho: ............................................................................................................. 7
6. Referências bibliográficas ...................................................................................................... 8

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1. Introdução:

O escalpelamento é extremamente relevante para a saúde pública, sendo visto como um


drama psicológico, físico e social com grande impacto na vida das vítimas acometidas.
Conceitua-se pela avulsão brusca e acidental do couro cabeludo por diferentes etiologias, a
qual, no norte do Brasil grande parte dos acidentes ocorrem quando as vítimas se abaixam para
colher objetos ou quando estão retirando água da embarcação e os cabelos entram em contato
com o eixo do motor desprotegido em alta rotação, logo retirando o couro cabeludo, pálpebras,
orelhas e podendo até levar à cegueira.

O trauma por escalpelamento acarreta às suas vítimas sequelas físicas e funcionais,


deformidades estéticas irreparáveis e acometimento profundo da cinética postural. As vítimas
de escalpe parcial ou total, logo após o trauma apresentam em comum algumas particularidades
quanto ao quadro clínico, sendo destacados as limitações funcionais da coluna cervical,
mialgias, edemas e alterações de mímica facial. Sendo descrito também os músculos escaleno,
occipitofrontal, temporal, esternocleidomastóideo, supraespinhoso e trapézio como os
principais músculos acometidos após o escalpe.

Estudos referem a prevalência de sinais e sintomas de desordens temporomandibulares


nas vítimas de escalpelamento e destacam também a cefaléia como sendo as principais

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desordens encontradas. As cefaléias que foram prevalentes nos estudos como sequelas
permanentes após o trauma, podem ser tratadas em terapias pelo profissional fisioterapeuta
para alívio da dor, como técnicas manuais, recursos eletrotermofototerapêuticos e terapias
complementares como acupuntura, entre outros. Não somente a cefaléia, mas, outros sintomas
dolorosos. Sendo assim, percebe-se que as vítimas podem ter a garantia de uma melhor
recuperação e melhor qualidade de vida

Uma boa recuperação dependerá da intervenção de uma equipe multiprofissional


especializada no tratamento das vítimas, o que é de extrema importância para garantir uma boa
assistência no processo, colaborando para amenização das sequelas geradas pelo acidente e
prevenindo outras deformidades que venham a surgir. Considerando as lesões físicas
permanentes, percebe-se a necessidade da inclusão do fisioterapeuta na reabilitação das vítimas
após o trauma.

Sendo a fisioterapia um tratamento eficaz, com uma diversidade de exercícios e


alongamentos. Um dos recursos usados dentro da fisioterapia corresponde à cinesioterapia, com
uma diversidade de exercícios, sendo eles ativo livre, ativo assistido e alongamentos nas
amplitudes de flexão, extensão, abdução, rotação lateral e medial. Para o melhor desempenho
e evolução do tratamento, também são recomendados alongamentos e facilitação neuro-
muscular proprioceptiva (PNF) e atividades funcionais.

Para dar sequência ao tratamento, pode-se utilizar técnicas de Pilates para melhorar a
postura corporal, aumentar flexibilidade, diminuir a dor e auxiliar na consciência corporal. A
técnica pode ainda ser associada à exercícios respiratórios junto com cada exercício realizado,
favorecendo o condicionamento respiratório.

Destarte, a cinesioterapia precoce é decisiva com exercícios ativos executados pelas


vítimas de escalpelados, causa o diferencial na vida dos mesmos, o que possibilita a evolução
mais rápida e um retorno mais sadio para as atividades de vida diária. Perante tais conclusões,
o tratamento fisioterapêutico junto a vítima desmonstra-se de suma importância.

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2. Objetivos:

• Promover assistência fisioterapêutica integral e humanizada, com qualidade,


efetividade e resolutividade.

• Desenvolver a força e o trofismo muscular, o senso de propriocepção do


movimento, resgatar a amplitude de movimento articular e prevenir a
imobilidade no leito e a resistência à fadiga das vítimas de escalpelamento.

• Orientar a realização supervisionada de atividades físicas, buscando a


manutenção e/ou melhoria da capacidade funcional, redução das incapacidades
e limitações.

• Promover conforto e independência, a fim de diminuir tempo de internação e


melhorar qualidade de vida.

• Desenvolver atividades em interação com a equipe multidisciplinar em uma


abordagem transdisciplinar.

• Contribuir para os indicadores de qualidade no atendimento às vítimas de


escalpelamento e atuar como agente multiplicador de saúde.

3. Executante:

• Fisioterapeuta

4. Fluxo das ações:

↓↓ Avaliação cinético-funcional

-Anamnese

-Exame físico

-Avaliação do trofismo muscular

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-Avaliação da amplitude articular de movimento

-Avaliação da propriocepção e equilíbrio

↓↓ Elaboração de plano de tratamento fisioterapêutico

-Metas: pós-operatório imediato, pós-operatório tardio e alta fisioterapêutica


com encaminhamento para continuidade do tratamento

-Condutas: a serem determinadas conforme avaliação fisioterapêutica

↓↓ Atendimento Fisioterapêutico

-Cinesioterapia
-Alongamentos
-Facilitação neuro-muscular proprioceptiva
-Atividade funcionais
-Exercícios para mímica facial
-Exercícios respiratórios

5. Materiais de trabalho:

• Espelho longo

• Bolas bobath

• Goniômetro
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• Fita métrica

• Bastão reto

• Tatames

• Cicloergômetro

• Faixa elástica

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6. Referências bibliográficas:

BRITTO, C.B.L. et al. Escalpelamento na população Amazônica. Rev. Par. Med. V.


18, n. 1, p. 30-35, jan/mar 2004.

CARVALHO, SINELMA DA SILVA; OLIVEIRA, CLÉBER ALEXANDRE DE. A


importânica do tratamento fisioterapêutico no processo de reabilitação dos
escalpelados. Cadernos de educação e saúde. V.3, n. 6 (2016)

CASTRO, R.O. Prevalência de sinais e sintomas de desordens temporomandibulares


nas vítimas de escalpelamento [trabalho de conclusão de curso]. Juiz de Fora (RS):
Universidade Federal de Juiz de Fora (MG); 2008.

FRANCISCO, L.F.N. et al. Reparação do escalpo por retalhos livres microcirúrgicos.


Rev Bras Cir Plást. v.24, n. 4. p. 624-629, 2010.

GHERPELLI, J.L. Tratamento das cefaleias. Journal de Pediatria. v.78, n.1, 2002

MAGNO, L. D. P. et al. Escalpelamento nos rios da Amazônia: um problema de saúde


pública. 2000. Disponível em: RL:http://www.files.bvs.br/upload/S/0101.../a3083.pdf.

MELO, A.A. et al. Aspectos epidemiológicos de pacientes vitimados de escalpelamento


assistidos em um hospital referência na Região Amazônica/Fisioter. Bras ; 21(6): 571-
578, Jan 6, 2021. Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-128370

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Pediatria

MOTA, M.A. A contribuição da fisioterapia no tratamento de vítimas de


escalpelamento [trabalho de conclusão de curso] Universidade Estadual do Pará;
2000.

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