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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Fisioterapia

Mariana Luiza Eduardo de Jesus

Raissa Gabriela de Carvalho

RELATÓRIO REFLEXIVO DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM FISIOTERAPIA NAS


DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS

Belo Horizonte

2022
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO E SUAS PROPOSTAS…… 2


2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO………………………………………………… ... .. 3
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS……………………………………………….. 4
4. ROTINA…………………………………………………………………………….. 5
5. PERFIL DAS PESSOAS ATENDIDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO………… 6
6. CASOS CLÍNICOS, CONDUTAS PROPOSTAS E EXPERIÊNCIAS
EXITOSAS

6.1. P. V. V…………………………………………………………………………. 7

6.2. C.S.S ………………………………………………………………………… 12

6.3. R.V.S ……………………………………………………………………….. 17

7. PRÁTICA EXITOSA TRABALHO INTERDISCIPLINAR …………………… 22


8. AUTOAVALIAÇÃO ……………………………………………………………… 2

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1. APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO E SUAS PROPOSTAS

O estágio supervisionado é considerado o momento em que as teorias aprendidas


pelos acadêmicos são aliadas à prática bem como o momento em que o futuro
profissional experimenta e atua efetivamente em seu campo de formação. O
presente relatório reflexivo apresenta a experiência vivenciada pelas alunas Mariana
Luiza de Jesus e Raissa Gabriela de Carvalho, durante o estágio curricular
obrigatório em fisioterapia nas disfunções neurológicas, sob a supervisão da
docente Rosa de Lourdes Dias Franco, na clínica de Fisioterapia da PUC MINAS,
do período de 21 de fevereiro à 15 de junho.

De tal maneira a permitir às alunas conhecer, analisar e refletir sobre seu ambiente
de trabalho. Para tanto, o aluno de estágio precisa enfrentar a realidade suprindo
das teorias que aprende ao longo do curso, das reflexões que faz a partir da prática
que observa, de experiências que viveu e vive enquanto aluno, das concepções que
carrega sobre o que é ensinar e aprender, além das habilidades que aprendeu a
desenvolver ao longo do curso de Fisioterapia.

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2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO

O objetivo deste relatório é tratar de alguns aspectos referentes ao estágio


supervisionado no curso de graduação, apontando a sua importância na formação
das alunas. Outro objetivo é o de apresentar questões que envolvem esta formação
e os novos desafios que as discentes têm e terão de enfrentar, não só em sua
formação, como também na atuação no campo da educação. Com o intuito de
alcançarmos estes propósitos, revisamos alguns artigos e livros, que nos ajudaram
a abordar as questões de condutas práticas do estágio.

Além de, desenvolver a capacidade de avaliar indivíduos, de diferentes faixas


etárias, com disfunções neurológicas e conseguir determinar o diagnóstico
fisioterapêutico e de planejar, prescrever e executar adequadamente o tratamento
fisioterapêutico, seja em ambiente ambulatorial e/ou por teleatendimento.

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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

- Realizamos a consulta fisioterapêutica de indivíduos de diferentes faixas etárias


com disfunções neurológicas, utilizando dos instrumentos apropriados para a
avaliação das alterações de estrutura e função, atividade e participação.

- Planejamos, prescrevemos e executamos a conduta terapêutica, tendo como base


um exame físico de qualidade, e utilizamos de procedimentos terapêuticos manuais,
físicos e cinesioterápicos baseados em evidências científicas.

- Conseguimos escrever evoluções diárias dos atendimentos, elaborar e emitir


relatórios e atestados, mantendo a confidencialidade das informações, prestando
esclarecimentos, dúvidas e orientando indivíduos e familiares sobre o processo
terapêutico.

- Conseguimos programar e emitir a alta fisioterapêutica, com adequadas


orientações domiciliares e/ou encaminhamentos, quando necessário, garantindo a
integralidade da assistência

- Atuamos com atitude profissional e ética e atendemos o cliente com habilidade e


competência, baseado na convicção científica, da cidadania e da ética.

- Compreendemos as demandas de saúde e funcionalidade do usuário,


possibilitando desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação
da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo.

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4. ROTINA

A rotina no ambulatório de Neurologia se inicia às 7:00 e finaliza às 9:30. No


decorrer desse período, a distribuição dos horários é executada da seguinte forma,
de 7:00 às 7:50 ocorre o primeiro atendimento , 7:50 às 8:40 realiza-se o segundo
atendimento e 8:40 às 9:30 é realizado o último atendimento do dia.

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5. PERFIL DAS PESSOAS ATENDIDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO

Desde o dia 07/03 a dupla de alunas receberam 3 pacientes, porém um recebeu


alta. A partir da data 30/03 passaram a ter 3 pacientes novamente sendo estas,
todas do sexo femino, com idade entre 29 a 60 anos, com renda salarial de 1 a 4
salarios minimos. Os déficits funcionais que motivaram a busca pelo tratamento
fisioterapêutico na clínica foram: transferências, sentado para de pé, marcha e
fortalecimento muscular. 2 pacientes que nós atendemos, são encaminhados pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), já a outra entrou na clínica pelo sistema de porta
aberta. Por fim, o acometimento funcional desses indivíduos está ligado à Mielite
Transversa e Amiotrofia Espinhal Progressiva.

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6. CASOS CLÍNICOS, CONDUTAS PROPOSTAS E EXPERIÊNCIAS
EXITOSAS

6.1. P. V. V
A paciente Pâmela Valentina Veloso Neves, 30 anos, diagnóstico médico de
Amiotrofia Espinhal Progressiva tipo 2, encontra-se em tratamento neste centro
clínico desde 30/03.

Atualmente queixa-se de dor no joelho e quadril grau 5 na escala EVA, inchaço nas
pernas, dor na planta do pé , fraqueza em MMSS associado a limitação do ombro
igualmente relatado em sua última avaliação. Devido aos sintomas, a paciente
relatou que realiza com maior dificuldade os movimentos de alcance em curtas
distâncias, segurar objetos pesados além de depender do marido para realizar
mudanças de decúbito, autocuidado e AVD 's.

Na anamnese da avaliação atual, a paciente relatou mudanças nos hábitos de vida,


agora trabalha e estuda em home office e por esse motivo precisa ficar em frente
ao computador das 07h da manhã às 22h. No exame físico foi observado que a
paciente possui escoliose e não possui controle de tronco e usa de posicionamento
compensatório com os braços junto ao hemicorpo para manter o equilíbrio,
contratura em flexão de joelho, encurtamento de isquiotibiais e posicionamento dos
pés em prono. A força muscular de membro superior, anteriormente grau 2 para de
extensão, flexão, abdução, adução do ombro, encontra-se agora grau 0 para todos
os movimentos do ombro. Nos movimentos do cotovelo, a flexão apresenta grau 4
e a extensão grau 1 no lado direito e o lado esquerdo. Em punho e dedos, os
movimentos de extensão, flexão , desvio ulnar e desvio radial se manteve em grau 3
para ambos os membros. Já nos MMII se manteve em grau 0 exceto em flexão
plantar do tornozelo que anteriormente tinha grau 2 e agora possui grau 1.

Conclui-se, portanto, que a paciente apresenta como queixa funcional não


conseguir manipular e alcançar objetos em curta distância devido a fraqueza de
membro superiores e rigidez de tronco. Além disso, também apresenta contraturas
de joelhos e encurtamento muscular de isquiotibiais devido ao posicionamento na
cadeira de rodas a maior parte do seu dia provocando dores no joelho e quadril
acompanhado de inchaço no membro inferior.

Com base nesses achados clínicos o objetivo para esse tratamento é ganhar
mobilidade de tronco, ganhar força muscular em MMSS e alongamento da
musculatura encurtada de MMII

Na fase inicial do tratamento foi utilizado a cinesioterapia passiva para alongar os


músculos encurtados , sendo eles o Iliopsoas, isquiotibiais, Tibial anterior,
Gastrocnêmio e bíceps braquial. Após algumas sessões de alongamento foi
acrescentado ao tratamento o exercício CNT ativa para rotadores de tronco, feito
com bola (para incentivo da rotação), equilíbrio do tronco junto a manipulação e

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apreensão de uma bola para trabalhar a queixa da paciente de alcance. Junto a
isso, CNT ativa assistida para flexores de cotovelo (bíceps braquial); CNT ativa para
flexão/extensão de punho, feito com copo (com/sem ação da gravidade); CNT ativa
para supinação/pronação de antebraço, feito com bola; CNT ativa resistida de
abdução/adução/flexão de dedos

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ORIENTAÇÕES DOMICILIARES

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PRÁTICAS EXITOSAS

1) Data: 17/05/2022

Atividade de alcance e manipulação

Em conversa com a prof. Rosa e observando as principais queixas atuais da


Pâmela, achamos que seria pertinente o trabalho de alcance e manipulação
utilizando estratégias para maior recrutamento de movimentos do tronco. Como a
paciente tem um eixo fixo de equilíbrio e uma amplitude de movimento limitada a
apenas flexão do cotovelo e movimentos de punho e dedos, tínhamos como
objetivos ganhar mais liberdade nos movimentos de tronco, para que ela saísse do
seu ponto de equilíbrio sem risco de quedas e de ganhar mais mobilidade para o
cotovelo, facilitando as atividades funcionais.

Entretanto, não pudemos observar grandes evoluções com esse treino, porque a
paciente não se mostrava participativa e colaborativa com a atividade.

1. Como me preparei para essa atividade? O que eu li e estudei?

Para realizar a conduta com a paciente, tivemos como referencial teórico o artigo
Uma revisão das principais abordagens fisioterapêuticas nas atrofias
musculares espinhais.

Orsini et al (2008) afirma que a fisioterapia contribui para a manutenção da função


muscular, proporciona o fortalecimento global, o equilíbrio e alinhamento postural e
marcha. Técnicas de alongamento e alongamento global; correção postural;
cinesioterapia passiva e ativo-assistida melhora da capacidade de domínio dos
movimentos e coordenação, retardando a fraqueza da musculatura da cintura
pélvica e escapular; corrigindo o alinhamento postural e equilíbrio do músculo,

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desenvolvendo a força contrátil dos músculos respiratórios, aumentando o pico de
fluxo de tosse e consequentemente melhorando a eliminação de secreções
pulmonares, diminuindo afecções respiratórias graves e prevenindo o encurtamento
muscular precoce interferindo positivamente na mortalidade.

2. O que aprendi com essa atividade? Qual conhecimento abordado foi


mais significativo para a minha formação acadêmica? Por quê?

Aprendemos um pouco mais sobre como a AME compromete os indivíduos em


idade adulta e como isso traz impactos na vida diária do paciente. Foi preciso
conhecer também a vida pessoal da Pâmela para saber como ajudá-la da melhor
forma, uma vez que sua condição de saúde é progressiva. Nesse caso em
especial, nossa maior dificuldade foi na maneira de lidar com a paciente, por ela
ser introspectiva e pouco colaborativa com as propostas para o tratamento.

3. O que ainda pretendo aprender sobre isso?

Ainda pretendemos aprender novos exercícios e técnicas para trabalho de alcance e


manipulação, além de novas maneiras de manter os ganhos obtidos através dos
alongamentos passivos.

4. Quais disciplinas prévias consigo relacionar ao conhecimento tratado


aqui?

Cinesioterapia, recursos terapêuticos manuais e disfunções neurológicas pediátricas


e adultas.

5. Quais fontes posso consultar para aprender mais?

As plataformas de buscas de artigos (Pedro, SciELO, Bireme), livros de


neuroanatomia, neurologia e cinesioterapia.

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6.2. C.S.S

A Sra. Cleonice Saldanha, 59 anos, aposentada, com diagnóstico médico de mielite


transversa encontra-se em tratamento neste centro clínico desde 25 de outubro de
2021.
Relatou ter seguido as recomendações e realizado parcialmente os exercícios
domiciliares porque algumas condições de saúde a prejudicaram durante esse
período. Atualmente ainda queixa-se de fraqueza nas pernas, sensação de joelho
instável e dificuldade da marcha, igualmente relatado em sua última avaliação.

Apesar da fraqueza e dificuldade de marcha, relatou que realiza com mais facilidade
os movimentos de deambular sem auxílio da bengala canadense dentro da sua
casa, passar maior tempo de pé, atividades de vida diária que anteriormente
apresentavam limitadas/impossibilitadas, mas ainda não consegue andar sozinha na
rua ou em ambientes desnivelados, não realiza mudanças rápidas de direção ou
marcha com dupla tarefa, como andar e olhar de um lado para o outro

Ao exame físico atual iniciado em 09/03/2022 observamos que ainda existe


fraqueza nos joelhos principalmente no lado direito, a marcha continua prejudicada,
a paciente não realiza corretamente a fase de balanço, apoio e choque de calcanhar
se fazendo ainda necessária a utilização da bengala canadense bilateralmente. O
movimento de passar de sentado para de pé, ela realiza apenas se fizer uso dos
braços para impulsionar a inclinação anterior do tronco.

O teste de força mostrou que houve melhoras significativas nos abdutores,


adutores, flexores, extensores de quadril, e os outros se mantiveram estáveis.
Existe também fraqueza em toda musculatura abdominal, onde a paciente relatou
que não consegue mais realizar o movimento de “murchar a barriga”.

Ao realizarmos o teste de sensibilidade, encontramos alterações apenas nas


percepções de temperatura. Na parte da pressão, ela sente o toque embora não
consiga diferenciar o tipo e na sola do pé, tem a sensibilidade aumentada. Além
disso, aplicamos o MiniBesTest, e encontramos alterações nas atividades de
correção postural, equilíbrio estático e dinâmico, passar por obstáculos e mudança
de velocidade da marcha.

Com base nesses achados clínicos, o objetivo do tratamento vai se basear em


ganho de força muscular de membros inferiores, melhora do equilíbrio estático e
dinâmico, melhora da sensibilidade dos membros inferiores e promover a marcha
independente eliminando a bengala canadense.

Na fase inicial do tratamento apesar da paciente apresentar força muscular grau 4


para maioria de membros inferiores, optamos por realizar exercícios de
fortalecimento principalmente de quadríceps, glúteo e isquiotibiais pois a paciente

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relatou fraqueza na perna direita e sensação de joelho despencando, diante disso,
foi observado também que ela fazia uma hiperextensão do joelho ao realizar a
marcha. Além disso, também realizamos exercícios de fortalecimento de tronco
como ficar sentada no disco de equilíbrio + dupla tarefa e apreensão de uma bola.

Na fase atual do tratamento, já evoluímos com a paciente para um trabalho de


equilíbrio dinâmico e estático, além de priorizar o ganho da marcha independente.
Estamos realizando marcha tandem, treino de equilíbrio estático com dupla tarefa,
além de manter atividades que vão ajudar a diminuir a hiperextensão do joelho
durante a marcha.

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ORIENTAÇÕES DOMICILIARES

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PRÁTICAS EXITOSAS

1) Data: 17/05/2022

Agachamento com bola suíça e feedback verbal

O objetivo desse exercício é o ganho de força do quadríceps, fundamental para


correta sustentação do joelho e consequentemente manutenção do equilíbrio
durante a marcha. Além disso, ficávamos o tempo todo estabilizando e controlando
o joelho da paciente para evitar a hipertensão e rotação interna. Ficamos com receio
da paciente se sentir insegura durante a realização da atividade, mas ela se
adaptou rapidamente.

1. Como me preparei para essa atividade? O que eu li e estudei?

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Como fundamentação teórica de todo plano de tratamento que traçamos, usamos
como referência o artigo A atuação da fisioterapia na Mielite Transversa
aguda: estudo de caso.

Segundo os autores do artigo , após a intervenção fisioterapêutica, a paciente


realizava de melhor maneira as mudanças de decúbito, como rolar, mudando de
decúbito ventral para lateral e dorsal passaram a ocorrer com mais facilidade e
agilidade. A transferência de pé para sentado e vice-versa passou a ser sem
auxílio. Ainda, ocorreu uma grande melhora na marcha e no equilíbrio, que
deixou de ser realizada com andador e órteses para ocorrer com auxílio apenas
de uma bengala, aumentando assim a sua independência para as atividades da
vida diária. Além da melhora física, o paciente declarou que a fisioterapia o
ajudou a encarar as limitações e os desafios com maior motivação e
determinação, além disso, aumentou o seu convívio social.

2. O que aprendi com essa atividade? Qual conhecimento abordado foi


mais significativo para a minha formação acadêmica? Por quê?

Com esse caso, aprendemos um pouco mais sobre a Mielite Transversa e podemos
ver de na pratica sobre essa patologia que foi muito abordada durante a nossa
graduação e quais são seus impactos na vida da paciente. Aprendemos também a
realizar o Mini Best Test, que foi muito útil para mensurar os déficits de equilíbrio da
paciente. É significativo na nossa formação por ser um teste muito usual, não só na
neurologia como nos outros ambulatórios.

3. O que ainda pretendo aprender sobre isso?

Ainda pretendemos aprender novos exercícios e circuitos para trabalho do equilíbrio


dinâmico, estático e do treino de marcha.

4. Quais disciplinas prévias consigo relacionar ao conhecimento tratado


aqui?

Cinesioterapia, Recursos Terapêuticos manuais, disfunções neurológicas.

5. Quais fontes posso consultar para aprender mais?

As plataformas de buscas de artigos (Pedro, SciELO, Bireme), livros de


neuroanatomia, neurologia e cinesioterapia.

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6.3. R.V.S

A paciente Roberta Gonçalves Vieira Silva, 29 anos, fisioterapeuta iniciou o seu


tratamento na clínica em agosto de 2021, com diagnóstico médico de Mielite
Esquistossomótica. Após recidiva dos sintomas após o tratamento da mielite, foi
submetida a uma cirurgia de Laminoplastia de retirada que constatou a existência
de um glioma de alto grau, no nível de T8 a T11. Retornou com novo diagnóstico,
para tratamento em 09/03/2022.

No período de pós operatório imediato, a paciente realizava bem as mobilizações do


leito, prescritas pelo fisioterapeuta da UTI, fazia sozinha suas trocas de posição
periodicamente, para evitar as úlceras de decúbito, e em casa realizou o FES de
forma ativa e passiva, onde o quadríceps tinha uma boa resposta.
Em exame físico realizado em 09/03/2022, sua queixa principal era de restrição e
dependência em todas as atividades funcionais, como transferência, ST-DP, ficar de
pé e marcha. A falta de mobilidade da perna direita, fraqueza muscular e déficit
sensorial no membro direito teve uma piora com relação ao semestre anterior, e
com relação às funções sensoriais, possuía déficit de dor, tato, pressão,
temperatura e propriocepção de todo membro inferior D. Já do lado E, apresentava
função de dor normal apenas na planta do pé e na região interna da coxa, também
apresentava boa propriocepção em flexão, abdução e adução de quadril e flexão do
joelho esquerdo; temperatura mediana do membro esquerdo, tato e pressão se
encontram normais.
No exame físico também observou-se o braço direito mais 'cansado' para realizar
movimentos do que o esquerdo. No teste de força de MMSS encontramos força
grau 5 em todos os movimentos do lado direito e no lado esquerdo apresenta grau 4
de abdução, flexão, extensão e adução e grau 5 para extensão de braço e flexão do
cotovelo.
Em membros inferiores encontramos perna direita com quase ou nenhum clônus,
flácida e gelada; alteração de sensibilidade nos glúteos e uma fraqueza de tronco.
Após realizar o teste manual de força, constatou-se que a força muscular do
membro inferior direito, anteriormente grau 1-2 para a musculatura global,
encontra-se agora grau 0-1; já o membro esquerdo, anteriormente em grau 3-4,
atualmente está com grau 3 de força.
Os glúteos apresentam apenas um pequeno esboço de contração muscular (grau 1)
e os abdominais possuem grau 2. Com isso, atualmente, a paciente não consegue
realizar a flexão e extensão do quadril, joelhos e tornozelos do lado D. A paciente
possui um bom controle de esfíncter miccional e controle médio do esfíncter anal (as
vezes não consegue segurar os flatos).
A escala ASIA foi aplicada, podendo observar que a paciente se classifica como
ASIA B, nível L1. Na Escala de Barthel, cuja pontuação foi de 50/100, pode-se
observar que a paciente apresenta dependência em atividades rotineiras, tomar
banho,se vestir e ir ao toilet. Junto a isso, precisa de ajuda na transferência da cama
para a cadeira de rodas ou vice-versa.

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O tratamento inicial visava estimular a sensibilidade dos MMII, facilitação
neuromuscular proprioceptiva, manter o alongamento da musculatura de membros
inferiores e evitar contraturas através de cinesioterapia passiva para extensores e
flexores de quadril, joelho e tornozelo do membro direito, cinesioterapia passiva em
extensores de quadril, com maior foco no glúteo médio. Manter a ADM das
articulações, através de treino de movimento articular de joelho e tornozelo, com o
skate e bolinha embaixo do pé, na posição sentado. Também, colocamos a paciente
na cama de ortostatismo e aproveitando desse momento realizamos tarefas para
ganho de força de MMSS.

Depois de um periodo de tratamento bem sucedido, a partir do dia 27/04, a paciente


apresentou pequenos movimentos voluntários em membros inferiores que antes
estavam inexistentes, e após realizar atividades de propriocepção e sensibilidade,
notamos que a paciente teve uma grande melhora em todos os aspectos testados
(propriocepção, dor, temperatura e pressão). Com a melhora e aumento desses
movimentos voluntários, em 09/05 a paciente conseguiu ficar de pé sozinha com
apoio, fato que mudou todo rumo do tratamento.
Agora, trabalhamos com ganho de força de quadríceps, para que a paciente consiga
sustentar melhor o movimento sem realizar de posturas compensatórias,
mobilização, alongamento e uso de um tutor curto rígido para melhorar o
posicionamento dos pés que estão em equino, além do treino funcional da tarefa em
si.

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ORIENTAÇÕES DOMICILIARES

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PRÁTICAS EXITOSAS

27/04/2022- Uso da eletroterapia para ativação do quadríceps + facilitação


neuromuscular proprioceptiva

Após conversa com a professora Rosa, resolvemos associar o FES, visando


ativação muscular com a facilitação neuromuscular. Ficamos receosas para
utilização da eletroterapia por ser um novo tipo de conduta com a paciente.
A paciente permaneceu por 20 minutos recebendo a eletroestimulação e no final da
conduta, ficamos satisfeitas com o resultado.

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1. Como me preparei para essa atividade? O que eu li e estudei?

Além de conversar com as professoras Rosa e Angélica, para melhor nos orientar
sobre como seria feita a conduta, realizamos a leitura do artigo A Eficácia da
Eletroestimulação Funcional Associada à Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva em um Paciente com Lesão Medular .

O artigo, mostra que segundo Cliquet (2003) que pessoas com déficits neurológicos
devido ao comprometimento da função motora podem ser beneficiadas pela
neuroplasticidade. Sendo assim, vale submeter o voluntário a estímulos externos
como a eletroestimulação. Hook e Grau (2007) acreditam que a estimulação elétrica
pode fornecer uma forma de remodelar os circuitos neurais remanescentes da lesão
espinhal e, dessa forma, restabelecer o comportamento funcional de modo mais
natural. Esse sistema elétrico poderia oferecer uma oportunidade da medula
espinhal aprender e, assim, melhorar seu desempenho .Após o estudo das técnicas
combinadas da eletroestimulação funcional com a FNP, observou-se uma melhora
bilateral da capacidade de realizar atividades funcionais proposta pela escala
WMFT, utilizada no artigo.

2. O que aprendi com essa atividade? Qual conhecimento abordado foi


mais significativo para a minha formação acadêmica? Por quê?

Aprendemos a utilizar o FES objetivando ativação muscular e aprendemos também


como realizar a FNP. Todos os conhecimentos abordados são significativos na
nossa formação acadêmica pois temos afinidade com a área neurológica e
atenderemos outros pacientes com o mesmo tipo de lesão em outras
oportunidades profissionais.. Achamos a abordagem diferente e um pouco fora
do convencional, por esse motivo precisamos ler e estudar muito mais sobre o
tema, o que nos fez adquirir um grande repertório sobre o assunto.

3. O que ainda pretendo aprender sobre isso?

Pretendemos observar o resultado a longo prazo observando se todos os ganhos


serão mantidos, além de observar quais serão os outros benefícios diretos para
os MMII

4. Quais disciplinas prévias consigo relacionar ao conhecimento tratado


aqui?

Recursos terapêuticos físicos, recursos terapêuticos manuais, anatomia


neurofuncional e disfunções neurológicas.

5. Quais fontes posso consultar para aprender mais?

As plataformas de buscas de artigos (Pedro, SciELO, Bireme), livros de


neuroanatomia, neurologia e cinesioterapia.

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7. PRÁTICA EXITOSA TRABALHO INTERDISCIPLINAR
1. Como me preparei para essa atividade? O que eu li e estudei?

O grupo responsável pelo trabalho interdisciplinar se preparou para essa atividade


lendo alguns artigos sobre o tema arteterapia, sendo um deles o “O USO DA
ARTETERAPIA COMO ESTÍMULO DE COGNIÇÃO E MOTRICIDADE PARA
IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS EM CASA DE LONGA PERMANÊNCIA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA”, “A contribuição da Arteterapia para a deficiência
física” e “ A IMPORTÂNCIA DO USO DO MOSAICO NA ARTETERAPIA E
EDUCAÇÃO” que tinha como objetivo nos mostrar mais afundo sobre o tema
proposto.
O primeiro artigo nos mostrou a arteterapia como um processo de uma atividade
expressiva, sendo ela a pintura, e como tal atividade poderia favorecer a
autopercepção, o aumento da autoestima e consequentemente, melhorando a
qualidade de vida dos participantes. Já o segundo artigo, aborda uma pesquisa
sobre o uso do mosaico como ferramenta arteterapêutica, nos mostrando como o
uso de materiais adequados podem estimular a criatividade e transformar o
indivíduo. O mosaico tem o poder reestruturador dos processos arteterapêuticos.
Sendo assim, com sua técnica trabalhada independentemente das patologias, é
possível a promoção de saúde e melhora na convivência social do indivíduo

2. O que aprendi com essa atividade? Qual conhecimento abordado


foi mais significativo para a minha formação acadêmica? Por
quê?

O objetivo do trabalho foi abordar a relação entre a arteterapia, processo de


mobilidade e interação social, através da realização de uma atividade expressiva,
sendo ela focada na construção de um mosaico, favorecendo a motricidade. Assim,
como tal atividade proporcionou a autopercepção e a menor rigidez corporal nas
atividades de vida diária, melhorando a qualidade de vida dos participantes da
Clínica de fisioterapia da PUC MINAS. O conhecimento abordado mais significativo
para as alunas foi além do teórico, sendo o trabalho em equipe e o entendimento
coletivo proporcionando o estímulo da escuta do fisioterapeuta e paciente. Com
isso, a oficina incentivou os pacientes sobre novas formas de se reabilitar, além da
fisioterapia, podendo também, estimular a mobilidade e a interação social.

Em relação ao benefício disso para nossa formação acadêmica, podemos dizer que
o trabalho nos ajudou a expandir nossos olhares para outras técnicas de terapia,
além das condutas convencionais.

3. O que ainda pretendo aprender sobre isso?

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Ainda pretendo aprender mais sobre formas dinâmicas de arteterapia associada a
cinesioterapia em conjunto a reabilitação da mente e como seus inúmeros recursos
que podem facilitar o tratamento podendo ser realmente um ótimo preditor para a
melhoria da limitação do paciente.

4. Quais disciplinas prévias consigo relacionar ao conhecimento


tratado aqui?

Podemos relacionar o conhecimento tratado no trabalho com as disciplinas já


lecionadas, sendo: Extensão Universitária e Psicologia.

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8. AUTOAVALIAÇÃO

Nome do aluno 1: Mariana Luiza Eduardo de Jesus

1) Quais foram os pontos fortes que contribuíram para seu desempenho no


estágio?

Trabalho em equipe, proatividade, busca de referenciais teóricos para embasar a


conduta

2) Quais pontos você pode aprimorar para seu desempenho ficar melhor
ainda?

Ter um melhor raciocínio clínico além do teórico, além de melhor maleabilidade


psicológica para não se afetar tanto com os problemas alheios.

3) Qual é a importância desse estágio para a sua formação profissional?

Muito importante, pois ele é a porta de entrada para nossa vida profissional, é o
nosso primeiro contato com os pacientes, isso nos ajuda a colocar em prática todo
nosso conhecimento teórico e de mundo da graduação, nos trazendo mais
confiança.

Nome do aluno 2: Raíssa Gabriela de Carvalho

1) Quais foram os pontos fortes que contribuíram para seu desempenho no


estágio?

Proatividade, empenho em aprender e pesquisar mais sobre as patologias e as


abordagens além do conhecimento teórico adquirido ao longo da graduação

2) Quais pontos você pode aprimorar para seu desempenho ficar melhor
ainda?

Ser mais confiante e conhecer mais sobre as patologias e suas principais alterações
clínicas, sabendo relacionar isso aos aspectos e características de cada paciente

3) Qual é a importância desse estágio para a sua formação profissional?

O estágio é de extrema importância pois é nosso primeiro contato com o paciente


enquanto fisioterapeutas. Com ele, aprendemos a ter confiança e segurança, além
de construir uma base para nossa vida profissional após a formação

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