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UniAGES

Centro Universitário
Bacharelado em Fisioterapia

CRISTIANO OLIVEIRA SOUZA

IMPACTO DA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO


ANTERIOR EM ESPORTISTAS: contribuições da
fisioterapia

Paripiranga
2021
CRISTIANO OLIVEIRA SOUZA

IMPACTO DA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM


ESPORTISTAS: contribuições da fisioterapia

Monografia apresentada no curso de graduação


do Centro Universitário AGES como um dos pré-
requisitos para obtenção do título de bacharel
em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Me. Fábio Luiz Oliveira de


Carvalho.

Paripiranga
2021
Souza, Cristiano Oliveira, 1986
Impacto da lesão do ligamento cruzado anterior em esportistas:
contribuições da fisioterapia/ Cristiano Oliveira Souza. – Paripiranga,
2021.

60 f.: il.

Orientador: Profº. Me. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) –
UniAGES, Paripiranga, 2021.

1. Lesão do ligamento cruzado anterior. 2. Esportistas. 3.


Fisioterapia. I. Título. II. UniAGES.
CRISTIANO OLIVEIRA SOUZA

IMPACTO DA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM


ESPORTISTAS: contribuições da fisioterapia

Monografia apresentada como exigência parcial


para obtenção do título de bacharel em
Fisioterapia, à Comissão Julgadora designada
pelo colegiado do curso de graduação do Centro
Universitário AGES.

Paripiranga, 01 de dezembro de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Fábio Luiz Oliveira de Carvalho


UniAGES

Prof. Dalmo de Moura Costa


UniAGES

Profa. Giselle Santana Dosea


UniAGES
A Deus, pela fidelidade na minha trajetória, pois possibilitou a realização desse
sonho!
Aos meus pais, Maria de Lourdes e Manoel Sobrinho, pelo incentivo, apoio e sempre
estar presente nessa caminhada.
A minha esposa, Larissa Oliveira, pelo companheirismo, incentivo, por não permitir
que eu desistisse mesmo diante de tantas dificuldades.
A minha amiga, Claudilene Almeida, que se dispôs a me ajudar durante a trajetória
acadêmica.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado forças para vencer todos os obstáculos que surgiram
durante a trajetória acadêmica. Muitos deles, se não fosse a minha fé em Deus, não
teria conseguido. É Ele quem supre todas as nossas necessidades e nunca nos deixa
desamparado. Ele tem sempre sido fiel a mim, principalmente, nos momentos em que
não acreditei que seria possível vencer porque algumas situações para mim eram
impossíveis.
Aos meus pais, Manoel Sobrinho e Maria de Lourdes, por sempre me apoiarem
preocupando-se sempre com o melhor para mim.
Aos familiares, tios, tias, irmãos e, em especial, a Vagne, que com sua
experiência acadêmica, sempre me motivou a seguir em frente, ensinando-me a fazer
os primeiros trabalhos da faculdade.
Aos meus amigos, Claudilene Almeida, Cleberson Souza, Luan Souza, Lucas
Alves, Valquira Nunes. Cada um teve grande participação para recapitalizar esse
sonho.
A minha esposa, que nas horas mais difíceis sempre esteve comigo dando-me
palavras de incentivo, carinho e muito companheirismo.
Aos meus amigos acadêmicos, Aline Franciele, Ana Clara, Mariana Santana,
Elisangela Pimentel, Wackssia, Kethley, Lara, pelos momentos compartilhados e
construção de saberes e a todos da minha turma, pela parceria durante a graduação.
Aos professores, Fabio Luiz, Elenilton Souza, Giselle Dosea, Maria Fernanda,
Tiago Zago, Beatriz Benny e Erica, pela partilha de conhecimento, pois esses
contribuíram de forma significativa para a formação do profissional que sou hoje.
Agradeço, principalmente, ao professor Fabio Luiz, pois além de exercer esse papel,
também, foi coordenador e orientador, o qual enriqueceu ainda mais a minha jornada.
A todas as pessoas supracitadas, por contribuírem com minha formação
acadêmica e pessoal. Todos os aprendizados adquiridos foram de extrema
importância para a formação do profissional que me tornei. Gratidão!
RESUMO

A fisioterapia é uma ciência da área da saúde cujo objetivo é estudar, prevenir e tratar
intercorrências acometidas no corpo humano, sejam por causas genéticas, traumas
ou doenças adquiridas. O ligamento cruzado é uma das estruturas que exerce função
de estabilizar o joelho. Com isso, uma lesão, ou seja, o rompimento dessa estrutura,
pode causar dificuldades em executar determinadas ações, sejam no dia a dia ou
relacionadas ao esporte. A ruptura acontece devido ao movimento brusco do membro.
Este estudo teve como objetivo geral: identificar os fatores de riscos potenciais que
corroboram para o agravamento da lesão, bem como as condutas fisioterapêuticas
que coincidem com o quadro do paciente a fim de atingir cerca de 90% da capacidade
funcional dos membros. Já os objetivos específicos, foram: avaliar a porcentagem da
capacidade funcional do paciente a fim de introduzir a melhor conduta em sua
integralidade; introduzir métodos fisioterapêuticos cujo objetivo inicial seja anti-
inflamatório e prevenção do agravamento do membro lesionado; adotar medidas
fisioterapêuticas para a reabilitação do paciente, as quais se dividem em três fases:
controle da dor e inflamação, ganho de força e resistência muscular, além da
diminuição do espasmos e treino de propriocepção para a reinserção do atleta aos
esportes. A metodologia da pesquisa é caracterizada como revisão integrativa de
literatura. Quanto à coleta de dados, deram-se pelas seguintes bancas de dados:
SciELO, Medline (Pub/Med) e Google Acadêmico com o uso dos Descritores em
Ciência da Saúde: fisioterapia, ligamento cruzado anterior, articulação, rendimento
máximo, lesões do LCA e sistema musculoesquelético, incluindo as publicações dos
idiomas inglês e português com delimitação de tempo entre 2011 e 2021. Os
resultados e discussões da pesquisa apontam que as opções devem ser avaliadas de
acordo com o quadro clínico do paciente a fim de adotar a melhor estratégia de
tratamento, tendo em vista que o tratamento deve começar ainda na pré-lesão e
posteriormente após o procedimento cirúrgico, sabendo que o método mais usado é
através de enxerto e reabilitação por meio de intervenção fisioterapêutica. Em relação
às considerações finais, é visto que mesmo com a obtenção de sucesso nas
intervenções já instituídas, faz-se necessário implementação posteriormente a fim de
agregar mais benefícios à saúde do paciente de forma rápida, já que a exigência da
volta ao esporte é de alta demanda.

PALAVRAS-CHAVE: Fisioterapia. Ligamento Cruzado Anterior. Articulação.


Rendimento máximo. Lesões do LCA. Sistema Musculoesquelético.
ABSTRACT

The Physiotherapy it’s a health science which goal is to study, prevent and treat
complications affecting the human body, being by genetic causes, trauma or acquired
diseases. The cruciate ligament is one of the structures that has the function of
stabilizing the knee. Thus, an injury, that is, the disruption of this structure, can cause
difficulties in performing certain actions, whether in everyday life or related to sports.
The rupture happens due to sudden limb movement. This study had as general goal:
identify the potential risk factors that corroborates for the aggravation of the injury, such
as the physiotherapeutic conducts which coincide with the patient's condition in order
to reach about 90% of the functional capacity of the limbs. The specific goals were:
evaluate the percentage of functional capacity of the patient in order to introduce a
better conduct to its integrality; introduce physiotherapeutic methods which initial goal
is anti-inflammatory and prevention of aggravating the injured limb; take
physiotherapeutic actions for the patient rehabilitation, which are divided in three
phases: pain and inflammation control, muscle strength and endurance gain, beside
the spasms decrease and proprioception exercise for the athlete's reintegration into
sports. The methodology of the research is characterized as integrative literature
review. About data gathering, it was from the following database: SciELO, Medline
(Pub/Med) and Google Scholar with the use of Health Science Descriptors:
Physiotherapy, anterior cruciate ligament, articulation, maximum yield, ACL injuries
and musculoskeletal system, including publications in English and Portuguese with
time frame between 2011 and 2021. The results and discussions of the research points
out that the options must be evaluated according to the patient's clinical picture in order
to take a better treatment strategy, having in mind that the treatment must begin still in
the pre-injury and later after the surgical procedure, knowing that the often-used
method is through Graston and rehabilitation through physical therapy intervention.
Regarding the final considerations, it is seen that even with the achievement of success
in the interventions that have already been instituted, it is necessary to implement them
later in order to quickly add more benefits to the patient's health, since the requirement
to return to sport is of high demand.

KEYWORDS: Physiotherapy. Anterior Cruciate Ligament. Articulation. maximum


yield. ACL injuries and musculoskeletal system.
LISTA DE TABELA

Tabela 01: Subdivisões da anatomia do corpo humano.............................................18


Tabela 02: Níveis de organização do corpo humano..................................................19
Tabela 03: Músculos presentes no corpo humano......................................................20
Tabela 04: Articulações presentes na cápsula articular..............................................24
Tabela 05: Recursos fisioterapêuticos na reconstrução do LCA.................................35
LISTA DE QUADRO

Quadro 01: Distribuição dos artigos conforme o ano de publicação...........................40


Quadro 02: Síntese dos artigos da revisão...............................................................44
Quadro 03: Síntese dos artigos da revisão................................................................48
LISTA DE IMAGENS

Imagem 01: Anatomia do Joelho...............................................................................25


Imagem 02: Representando a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior..........26
Imagem 03: Representação o Ligamento cruzado anterior.......................................26
Imagem 04: Representação a anatomia óssea do joelho..........................................27
Imagem 05: Representando a anatomia da junta do joelho........................................28
Imagem 06: Representação a torção do joelho, provocando a LCA...........................32
Imagem 07: Representação a intervenção cirúrgica do processo de reconstrução do
LCA.............................................................................................................................33
Imagem 08: Representação da intervenção fisioterapêutica no processo de
reconstrução do LCA..................................................................................................34
LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Distribuição dos ligamentos......................................................................24


Figura 02: Processo de seleção de artigos para estudo sobre a cultura e saúde do
homem na atenção primária a saúde..........................................................................39
LISTA DE SIGLAS

ADM Amplitude De Movimento


AVD Atividades da Vida Diária
LCA Ligamento Cruzado Anterior
LCP Ligamento Cruzado Posterior
TAC Tomografia Axial Computorizada
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 144

2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 188

2.1 Anatomia e Fisiologia do Sistema Musculoesquelético .................................. 188

2.2 Etiologia e Biomecânica ................................................................................. 211

2.3 Fisiopatologia ................................................................................................. 233

2.4 Avaliação fisioterapêutica .............................................................................. 255

2.5 Diagnóstico .................................................................................................... 288

2.6 Métodos de Tratamentos ............................................................................... 311

2.7 Quais os Melhores Recursos da Fisioterapia para o Tratamento? ................ 355

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 388

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................ 40

4.1 Reinserção do Atleta no Esporte: atribuição do fisioterapeuta no processo


avaliativo .............................................................................................................. 444

4.2 Protocolo Fisioterapêutico Frente ao LCA ..................................................... 488

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 555

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
14

1 INTRODUÇÃO

A fisioterapia é uma ciência da área da saúde cujo objetivo é estudar, prevenir


e tratar intercorrências acometidas no corpo humano, sejam por causas genéticas,
traumas ou doenças adquiridas ao longo da vida. Para Ranzolin et al., (2015)
apresenta os principais mecanismos no processo de reabilitação como, por exemplo,
massagens e exercícios que contribuirão para a restauração e funcionamento físico
dos pacientes, otimizando, assim, as suas funções motoras.
Atualmente, a fisioterapia assume grande importância no tratamento de lesões
físicas. No campo dos esportes, percebe-se que há diversas delas que podem ser
tratadas de acordo com a sua intensidade e necessidade de cada atleta. O tratamento
para esses tipos visa o seguimento do protocolo fisioterapêutico, na qual o
fisioterapeuta irá administrar de maneira correta a melhor sistematização ao tipo de
lesão e tempo de recuperação (RANZOLIN et al., 2015).
Em quaisquer dos esportes, o desempenho e condicionamento físico dos atletas
são um assunto bastante pertinente e de destaque. O desempenho físico, em si, é um
complexo de variadas ações que podem ser tanto físicas como mentais do ser
humano. Para Souza (2018), pode-se também ter relação a partir da genética. Quando
se relaciona tal fato com esportes, esse desempenho é adquirido após bastante treino
e dedicação.
O desempenho físico dos atletas é medido, também, a partir do tipo de esporte
que praticam e da diversidade dessas adaptações para resultados significativos,
inibindo dessa maneira as causas de lesões por gestos motores inadequados
(AMADIO; SERRÃO, 2011).
De acordo com a percepção de Amadio e Serrão (2011), em relação aos
competidores, seja no futebol, vôlei de quadra ou até mesmo no tênis, por vezes, há
situações complicadas a que colocam os atletas. Essas podem ser relacionadas a
lesões intencionadas, ou seja, quando acontece um jogo mais violento e/ou uma
entrada “mais dura” como costumam falar. Sendo válido ressaltar que as lesões,
muitas vezes, podem ocorrer, também, por gestos motores inadequados e/ou
repetitivos, não se resumindo apenas ao contato físico.
15

Dentre essas, é importante frisar uma de ocorrência constante, caracterizada


pelo ato de não exigir o contato físico com os demais para acontecer. O ligamento
cruzado é tido como uma das estruturas que exerce função de estabilizar o joelho.
Com isso, percebe-se que a lesão, ou seja, o rompimento desse, pode causar
dificuldades em executar determinadas ações, sejam no dia a dia ou relacionadas ao
esporte como um todo (RANZOLIN et al., 2015).
Esse rompimento é caracterizado por um esforço agressivo do corpo. Por
exemplo, na execução de movimentos repentinos que exigem do corpo mudanças de
direção rápidas. O trauma dessa lesão é caracterizado pela torção cujo paciente faz
a rotação do corpo e mantém o pé fixo (SOUZA, 2018).
Quando lesionado, além da dor intensa e imediata, é notório o aumento, ou seja,
o inchaço no decorrer do processo inflamatório. Para o tratamento, é importante que
haja um repouso e o controle da dor a partir do gelo e medicações. Aos poucos, devem
ser introduzido exercícios que visem melhorar os sintomas como o de alongamento e
fortalecimento do músculo lesionado. Segundo Macedo (2009), os exercícios, que
incluem o alongamento muscular, são os mais comuns para a reabilitação da prática
esportiva.
Em casos mais graves, quando há a instabilidade constante desse ligamento, é
aconselhável que o paciente passe para uma intervenção cirúrgica para refazer esse
ligamento. Segundo Amadio e Serrão (2011), para se obter um resultado com maior
eficiência no processo de reabilitação, indica-se o processo fisioterapêutico.
É importante dizer que os protocolos são de suma importância, pois tem como
principal função sistematizar o processo de reabilitação, ou seja, deve ser seguido a
partir das fases que o compõem. Souza (2008), relata que os exercícios
fisioterapêuticos são vistos como os recursos que melhor apresentam benefícios para
o tratamento de lesões. Concordando com tal, Souza (2017), afirma que o profissional
fisioterapeuta é responsável pela reabilitação no tratamento de lesões desportivas.
Na primeira fase, cabe ao fisioterapeuta buscar mecanismos que reduzam a dor
e, ao mesmo tempo, controlar a inflamação com os recursos do gelo e compreensão
dentro da eletroterapia. A próxima fase consiste no fortalecimento muscular. Aqui se
percebe que muito raramente os atletas terão essa dificuldade. Segue-se, portanto,
para o controle motor, dando sequência à prospecção e exercícios pirométricos e,
mais importante, exercícios que visem simular o tipo de esporte praticado por cada
atleta (AMADIO; SERRÃO, 2011). A partir disso, será analisado o quão apto o atleta
16

está para retornar ao esporte. Para isso, tem que atingir a mesma qualidade e
velocidade em relação ao membro não lesionado com 90% de simetria tanto em
relação ao tempo como em qualidade de movimento (SOUZA, 2017).
Diante do contexto apresentado, a problematização principal do tema exposto
é compreender de qual maneira a fisioterapia pode auxiliar na recuperação de lesão
do ligamento cruzado anterior em esportistas. De acordo com Souza et al. (2021), as
lesões ocorridas no LCA – Ligamento Cruzado Anterior, são consideradas um
acontecimento comum entre atletas com atividades de alto rendimento gerando
comprometimentos funcionais nos membros inferiores, tendo como consequência
rompimento parcial ou total. Além do mais, é importante frisar essas lesões estão
relacionadas às duas vertentes principais: a busca excessiva pelo rendimento máximo
e as falhas que podem ocorrer durante a execução dos exercícios.
Justifica-se o tema exposto por fornecer conhecimento científico sobre a maneira
que a fisioterapia pode atuar em atletas lesionados no ligamento cruzado anterior,
tendo em vista que esse acontecimento requer disciplina e constância para progredir
na recuperação a fim de proporcionar bem-estar e direcionar o paciente para os
cuidados específicos e autocuidados. Esse estudo, por sua vez, tem grande valor
tanto no âmbito social, como também acadêmico, pois possibilita ampliar a
compreensão a respeito da temática relacionando à realidade de cada paciente
(SOUZA et al., 2021).
Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo geral: identificar os
fatores de riscos potenciais que corroboram para o agravamento da lesão, bem como
as condutas fisioterapêuticas que coincidem com o quadro do paciente a fim de atingir
cerca de 90% da capacidade funcional do membro.
Desse modo, em seu desdobramentos, apresentam-se os objetivos específicos,
os quais se destacam da seguinte forma: avaliar a porcentagem da capacidade
funcional do paciente a fim de introduzir a melhor conduta em sua integralidade;
introduzir métodos fisioterapêuticos cujo objetivo inicial seja anti-inflamatório e
prevenção do agravamento do membro lesionado; adotar medidas fisioterapêuticas
para a reabilitação do paciente, as quais se dividem em três fases: controle da dor e
inflamação, ganho de força e resistência muscular, além da diminuição do espasmos
e treino de propriocepção para a reinserção do atleta aos esportes.
No que se refere à resolução dos objetivos traçados, faz-se necessário a
inserção da metodologia, sendo revisão integrativa do tipo descritiva. De acordo com
17

a concepção de Lakatos (2003), a pesquisa descritiva consiste na pesquisa de dados


em bases literárias a fim de adquirir pressuposto para obter resultados pertinentes ao
estudo. Gil (2008), reitera que o método descritivo visa a descrição das características
de cada literatura, mas em sua flexibilidade, em outras palavras, abrange-se a outras
variáveis.
Para tanto, a revisão integrativa é de grande valia no âmbito da saúde, pois
consiste tanto no agrupamento de conhecimentos como também em sua
aplicabilidade, isto é, a maneira em que é incorporado na prática. É de extrema
importância frisar que deve se atentar nos tipos de estudos a serem aplicados, sejam
experimentais ou não a fim de que se tenha uma análise minuciosa e, para isso, é
preciso que se tenha o cumprimentos de etapas, as quais visam a avaliação da
literatura através de da adoção de critérios : confecção da problemática e
direcionamento por meio dos objetivos; pesquisa literária base através de palavras-
chaves destacadas do DeCS; análise de exclusão e inclusão de dados; apreciação
dos dados encontrados relacionando a temática abordada (MENDES, 2008).
18

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Anatomia e Fisiologia do Sistema Musculoesquelético

A anatomia do musculoesqueletico tem como principal característica o


estudo e a compreensão acerca da estrutura que forma o corpo humano, não
apenas os sistemas, mas também, os órgãos que o compõe como um todo (LINS
et al., 2012).
Para que esses estudos fossem levados em considerações, houve
dedicação por parte dos povos anteriores. No passado, iniciou-se em animais; em
seguida, deu-se continuidade no ser humano. Apesar de ser uma prática que
contribui de forma significativa para a medicina, o estudo da anatomia necessitou,
por algumas vezes, ser interrompido, já que para a algumas religiões essa prática
era tida como sendo algo errado (LINS et al., 2012).
A anatomia estuda de forma consciente e detalhada todas as partes que
compoem o corpo humano, compreendendo as informações que se interligam com
a genética. Dessa maneira, pode-se compreender como as doenças se proliferam
dentro do organismo com suas causas, origens e métodos, como, por exemplo,
medicamentos e tratamentos não invasivos para a cura ou ainda a minimização
de fatores que contribuiem com os avanços da mesma (OSÓRIO; BORGES, 2013)
Osório e Borges (2013) acrescenta que a anatomia humana tem as suas
subdivisões. Sabe-se que o corpo humano é inicialmente dividido em cabeça,
tronco e membros com funções indispensáveis. Abaixo , tabela com essas divisões
(tabela 1).

TIPOS CONCEITOS
Estudas os sistemas, sendo eles, o
SISTÊMICA disgestório, respiratório, muscular,
cardiovascular e entre outros.
É o estudo que intensifica o sistema
REGIONAL OU TOPOGRÁFICA sistêmico, pois abrange de maneira mais
ampla o que compõe, por exemplo, o
torax e abdomen.
Intensifica os estudos anteriores,
19

frisando o toque como principal


ferramenta para o estudo de tais.
PALPATORIA OU DE SUPERFICIE Necessitando assim que o profissional
conheça as patologias e os possiveis
erros que no momento estarão
presentes no corpo humano.
Como o próprio nome vem dizer, esse
estudo requer o auxilio de aparelhos e
CLÍNICA imagens para melhor identificar a causa
do problema que está acometendo o
corpo humano, como, por exemplo, o
uso de raio x e ressonãncias.
Tabela 01: Subdivisões da Anatomia do Corpo Humano.
Fonte: Criação do autor (produzida em setembro de 2021).

Em concordância com o contexto apresentado, torna-se importante frisar que a


fisiologia é um ramo que vem participar de maneira importante para o estudo dos
processos que tem como objetivo compreender o interior do corpo humano e de como
esses processos podem influenciar no bom funcionamento do mesmo. Manfré (2016)
relata que diante de tal, é necessário entender como se dá essa organização, segue
tabela abaixo (2).

NÍVEIS CONCEITO
Moléculas São as estruturas do corpo humano que
se responsabilizam pelas reações
químicas provocadas a partir das ações
da atuação celular.
Células É tida como a menor estrutura
responsável por compor a fisiologia.
Tecido É a junção das células, responsável por
compor os grupos que agem em funções
com determinações específicas.
Órgãos É a união dos tecidos, tendo assim maior
responsabilidade e por compor os
grupos que agem em finalidades
próprias.
Sistema São os órgãos destinados à sua função
específicas. Exemplo, o sistema
respiratório.
Organismo São todos os sistemas que compõem o
corpo humano, trabalhando em
concordância, sendo assim, denominada
a maior estrutura do mesmo.
Tabela 02: Níveis de Organização do Corpo Humano.
Fonte: Criação do autor (produzida em setembro de 2021).
20

Ao se tratar da anatomia e fisiologia, torna-se indispensável citar acerca do


sistema musculoesquelético que trata do conjunto de músculos que são responsáveis
por compor o corpo humano. Pode ser constituído por células ou ainda fibras que
ajudam no processo de movimentos simples, por exemplo, relaxar ou contrair o corpo,
interferindo, assim, de maneira significativa no bom funcionamento dos órgãos que os
constituem (MANFRÉ, 2016). Segue abaixo tabela 3.

MÚSCULO CONCEITO
É mais conhecido como o músculo do
miocárdio com movimentos de contração
Estriado cardíaco involuntários. Também responsável pelo
processo do fluxo sanguíneo e
batimentos cardíacos.
São conhecidos como tendões.
Esquelético Responsável pelo movimento voluntário
dos músculos, controlado pelo sistema
nervoso.
São músculos que compõe o movimento
Não estriado involuntário. Sua presença está em
órgãos associados ao fluxo sanguíneo.
Tabela 03: Músculos Presentes no Corpo Humano.
Fonte: Criação do autor (produzida em setembro de 2021).

Em concordância com a fisioterapia, Camara et al. (2016), ressalta que os


músculos também são constituídos pelo sistema de respiração. Assim, para que haja
os movimentos respiratórios, é necessário que os músculos localizados na caixa
torácica estejam bem posicionados e em perfeita movimentação.
As intervenções fisioterapêuticas são de total importância para o tratamento de
diversas partes do corpo que necessitam dos movimentos dos músculos. Cada
músculo, em nosso corpo, tem uma função importante, seja em nos fazer caminhar
ou respirar. Para tal, precisa-se que as nossas funções motoras e cognitivas estejam
em um perfeito estado. Quando não, é recorrido às diversas áreas dentro da
fisioterapia para que, assim, possa ter um resultado significativo (CAMARA et al.,
2016).
Em acréscimo, pode-se mencionar que os meniscos também fazem parte da
articulação do joelho, tendo importantes propriedades. Sua fibrocartilagem é inserida
na tíbia para aumentar o espaço da articulação, melhorando assim a congruência da
articulação. Embora o aumento da congruência normalmente leve a redução da
mobilidade, o menisco tem a função de permitir tanto uma maior congruência como
21

uma amplitude de flexão do joelho. O lateral tem formato circular quase fechada, em
forma de uma letra “c”, e adere à capsula articular por quase toda a sua extensão com
exceção de uma pequena área em que corre o tendão do músculo poplíteo e seu
formato menor possui mais mobilidade que o medial (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).

2.2 Etiologia e Biomecânica

Para a compreensão acerca do presente capítulo cuja será abordagem é a


etiologia e a biomecânica, é necessário frisar como a se comporta perante a
fisioterapia. Traze, também, os conceitos e referenciais que as fazem importante para
o estudo e as execuções a serem administradas perante a mesma (AMADIO;
SERRÃO, 2011).
A etiologia é identificada como uma ciência responsável pelo estudo das
causas que acometem a diversidade de casos que estão constantemente interligados
com a medicina. Em termos biológicos, pode-se ainda citar que a etiologia tem seu
papel principal em compactuar de forma positiva, em buscar as respostas que assim
englobam as causas das patologias (PEREIRA, 2016).
Para Pereira (2016), a etiologia apresenta em dois níveis de fatores de suma
importância: os endógenos, que apresentam a doença como sendo algo causado
pelo próprio organismo, sem participação daquilo que se é externo ao corpo humano
(SILVA et al., 2021). No caso dos fatores exógenos, há a presença estável de
classificadores que intensificam a responsabilidade da presença de patologias
causadas pelo ambiente, podendo, dessa forma, causar de forma agressiva danos ao
corpo como um todo.
Diante dos fatos apresentados, torna-se pertinente citar acerca da
biomecânica. A biomecânica é um método que apresenta as formas como o ser
humano se comporta em relação as leis da mecânica (RODRIGUES et al., 2020).
Relacionando tais fatos ao esporte, é uma área que identifica os parâmetros e
as causas que podem influenciar no rendimento daquele que tem o esporte como
sendo algo constante, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida cujos
treinamentos e programas visam intensificar essa qualidade, logo tidos como
indispensáveis (AMADIO; SERRÃO, 2011).
22

A partir de tais fatos, pode-se compreender que a biomecânica visa estudar o


movimento do corpo humano aplicado aos conceitos que interligam as leis da física.
Tem como finalidade manipular as forças que regem o comportamento e o movimento
dos membros superiores, inferiores e tronco para auxiliar em pontos específicos,
como, por exemplo, no tratamento de lesões com o intuito de melhorar e ou prevenir
as mesmas. A percepção desses permite a biomecânica justamente compreender
como a física age sobre o corpo humano em aspectos variados, sendo físicos,
biofísicos, ossos ou articulação (RODRIGUES et al., 2020).
Pode-se compreender que um dos pontos específicos a ser direcionado, refere-
se à força. Para tanto, é necessário que haja uma distinção entre a força e o torque.
O Torque é considerado como sendo um movimento rotatório, ou apenas uma torção,
criada a partir do movimento de um músculo (ALVES et al., 2012). Portanto, pode-se
dizer que quanto mais houver precisão na força e velocidade emitidas pelo músculo
dificilmente haverá o torque. Para que haja a força, é necessário que os músculos
repitam os seguintes movimentos: pressão, flexão e tração.
Alves et al. (2021), para tal, é necessário aprofundar a respeito dos
movimentos tendo como base a posição do corpo. Pode ser fundamental ou
anatômica de maneira que cada um interliga-se. Contudo a partir desses movimentos,
percebe-se que o deslocamento pode originar ângulos relativos e absolutos.
Manfré (2016) reitera que os relativos são mensurados na articulação com
eixos que dão seguimento aos movimentos adjacentes, quando iniciados a uma
posição que o ângulo esteja a 0°, ou seja, na posição anatômica. Já os ângulos
absolutos, têm como referência o segmento corporal a partir de uma linha fixa que
segue a mesma direção a partir de um único ponto e cada um desses deve ter força
com esforço máximo para que assim seja possível gerar o movimento.
O movimento de membros superiores, por sua vez, tem como princípios as
estruturas anatômicas: cintura escapular, cotovelo, punho e mão. Já os movimentos
dos membros inferiores consistem no quadril, joelho, tornozelo e pé, no qual é possível
observar que há uma relação entre a composição dos ossos, articulação e os
músculos (AMADIO; SERRÃO, 2011).
Com isso, é possível afirmar que o peso do corpo se torna um elemento
primordial e responsável pela complexidade do movimento, bem como, a força emitida
, pois observa-se que quando se emite peso do corpo, a fim de posteriormente praticar
23

o movimento, será regido pela força e direcionada para que houvesse a


movimentação dos diversos músculos (AMADIO; SERRÃO, 2011).
Para Alves et al. (2012), o tronco consiste em movimentar a coluna cervical,
torácica, lombar e a pelve. As principais características de cada são indispensáveis
para o corpo. A cervical compõe as estruturas vitais, neurológicas, vasculares e
respiratórias. A coluna torácica suporta e permite a movimentação do tronco,
equilibrando a carga de todo o seguimento que a compõe. Já a coluna lombar e a
pelve têm como principal função permitir que a distribuição da força para os músculos
seja feita de forma uniforme, proporcionando, desta maneira, maior agilidade e
precisão de movimentos do dia a dia, considerados rotineiros e repetitivos.
Dessa forma, a biomecânica do joelho é consideravelmente complexa ao
analisar a interação entre os seus componentes, tendo em vista que, ao se tratar da
lesão, nesse membro, pode ocasionar desequilíbrio, além de proporcionar danificação
da articulação (SOUZA et al., 2021). O LCA tem como principal função a limitação do
deslizamento anterior da tíbia sob o fêmur quando se é executado o movimento de
extensão, flexão, rotação e hiperextensão.
Em suma, para entender a maneira como a lesão se origina faz-se necessário
compreender a etiologia, anatomia e biomecânica, tendo em vista que são meios
básicos para a formulação base do que está agregando risco ao paciente, além do
mais, é importante frisar que os fatores relacionados ao acometimento das lesões
articulares podem ser tanto intrínsecos, como também, extrínsecos.

2.3 Fisiopatologia

O joelho é uma estrutura do corpo humano que carrega consigo uma vasta
responsabilidade, principalmente, quando se diz respeito à estruturação do corpo,
partes que o compõe e extremidades que dão origem ao movimento (NETTO et al.,
2021).
As extremidades ósseas tíbia, fêmur e paleta formam o trio mais importante na
articulação e na movimentação da estruturação do joelho. Observe a tabela que
melhor representa a cápsula articular. (CAMARA et al., 2016). (Tabela 4).
24

TIPO FUNÇÃO
Articulação tibiofemoral Para a realização de atividades motoras
que são efetuadas no cotidiano. Essas
Articulação patelofemoral articulações se tornam responsáveis por
efetuar o processo de sustentação das
Meniscos cargas elevadas
Tabela 04: Articulações Presentes na Cápsula Articular.
Fonte: Criação do autor (produzida em outubro de 2021

Essas estruturas, quando relacionadas à estabilidade, podem variar de acordo


com o nível do ligamento que compõe as articulações direcionadas. Para a melhor
distinção e compreensão, é importante e necessário compreender o esquema
crescente em relação ao grau de estabilidade a abaixo (CAMARA et al., 2016).
(Gráfico 1).

Colateral medial

Colateral lateral
LIGAMENTOS

Colateral anterior

Colateral posterior

Figura 01: Distribuição dos Ligamentos.


Fonte: Criação do autor (produzida em outubro de 2021).

A partir dessa compreensão acerca dos ligamentos, é necessário que se


compreenda que, ao mesmo tempo em que se faz a estruturação, ainda é responsável
pela movimentação relacionada, portanto, às articulações (PEREIRA, 2016).
25

Imagem 01: Anatomia do Joelho


Fonte: https:blogpilates.com.br/anatomia-do-joelho-conheca-mais-essa-articulação/

Representa a maior articulação e a mais diversificada forma de realizar


movimentos com mobilidades em diferentes formas. O ligamento cruzado anterior é
muito mais longo do que o ligamento posterior. Com isso, aumenta ainda mais os
riscos de lesões, já que o LCA – Ligamento Cruzado Anterior é cerca de 30% mais
longo do que o LCP- Ligamento Cruzado Posterior. Projeta-se do côndilo lateral do
fêmur para o côndilo medial da tíbia, assim, a sua função é evitar a hiperextensão do
joelho e a hiper flexão, ressaltando ser mais ativo no movimento de hiperextensão,
por conta que é a parte que fica mais tensionada (PEREIRA, 2016).

2.4 Avaliação fisioterapêutica

Segundo Fortino et al. (2020), o ligamento cruzado anterior, também, conhecido


como LCA, quando rompido necessita contabilmente passar por modificações no que
concerne ao seu tratamento. Sabe-se que essas modificações auxiliam no processo
de evolução para que, assim, obtenha-se maior êxito no tratamento.
Desses fatos, é importante ressaltar a avaliação fisioterapêutica em dois vieses.
O primeiro na avaliação antes do processo operatório (FORGAS et al., 2009). É
26

importante, também, elencar que não são em todos os casos que o paciente irá
precisar de intervenção cirúrgica.

Imagem 02: Representando a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior


Fonte: Andrews (2000).

Por essa razão, mais uma vez, a necessidade da avaliação fisioterapêutica logo
após a lesão ter sido ocasionada para que seja viável a busca do tratamento
específico para a necessidade de cada um. (FORGAS et al., 2009).

Imagem 03: Representação o Ligamento cruzado anterior


Fonte: Cailliet (2001)
27

Perante o exposto, torna-se relevante dizer que o ligamento cruzado anterior é


uma estrutura do corpo humano que traz estabilidade para as funções que compõem
as articulações do joelho (FORTINO et al., 2020).

Imagem 04: representação a anatomia óssea do joelho.


Fonte: Hoppenfeld (1980).

Para Cordeiro et al. (2019), um diagnóstico inicial é necessário que a avaliação


fisioterapêutica seja realizada a partir de um exame clínico. Nesse exame, a avaliação
é decorrente de manobras especiais que terão como principal fundamento perceber
justamente a instabilidade dessas estruturas que compõe o ligamento.
28

Imagem 05: representando a anatomia da junta do joelho.


Fonte: Dangelo; Fattini (2000)

A ressonância magnética se mantém como sendo mais preciso para detalhar


tal disfunção. Após confirmado, o profissional fisioterapêutico em questão deverá
buscar o tratamento inicial que controle a dor e o inchaço causado decorrente da lesão
(NETTO et al., 2021).
Ainda dentro dessa avaliação, o profissional responsável irá definir qual será o
tratamento indicado, se precisará de intervenção cirúrgica para a reconstrução ou se
apenas técnicas fisioterapêuticas como a dupla banda e a seletiva, por exemplo, serão
suficientes (NETTO et al., 2021).

2.5 Diagnóstico

A articulação do joelho é formada por três importantes ossos: o osso da coxa


(fêmur), que , por sua vez, consiste da diáfise, da epífise proximal, que se prolonga,
através de um pescoço, até uma cabeça (esférica) - que o articula com o osso do
quadril e da epífise distal que se divide em dois côndilos, que se ligam à tíbia e à
patela. Uma pessoa de 1,80 m tem um fêmur de aproximadamente 50 cm; o osso da
perna (tíbia), que suporta o peso na parte inferior da perna. Serve de local para fixação
distal do ligamento da patela, que se insere na tuberosidade da tíbia. A porção
29

proximal do osso, o platô tibial, forma a superfície inferior da articulação do joelho e a


rótula (patela), que é um osso tipo sesamóide (que fica no meio de um conjunto
tendinoso), com formato triangular e localizado na frente do joelho. Possui no pólo
superior a inserção da musculatura anterior da coxa (Quadríceps) e no pólo distal a
origem do ligamento patelar (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
Para Pinheiro e Sousa (2015), o joelho é constituído por duas articulações que
são: a fémurotibial e a fémuro-patelar. Trata-se uma articulação de difícil
compreensão, sendo estabilizado por ligamentos, capsula articular e músculos. Há
quatro ligamentos principais no joelho, dois colaterais que estabilizam o joelho
lateromedialmente (ligamentos colaterais medial e lateral).
O ligamento colateral medial está localizado do lado interno e o ligamento
colateral lateral no lado externo. Eles controlam os movimentos laterais do joelho e
impedem que façam movimentos indevidos e dois intra-articulares (os ligamentos
cruzados anterior e posterior). Eles se cruzam formando um X. O ligamento cruzado
anterior fica na frente e o ligamento cruzado posterior atrás. Os ligamentos cruzados
controlam o movimento do joelho para frente e para trás e impedem que a tíbia se
desloque para frente do fêmur, além de conferir estabilidade rotacional ao joelho
(PINHEIRO; SOUSA, 2015).
A lesão do LCA – Ligamento Cruzado Anterior ocorre quando o ligamento é
forçado além da sua capacidade máxima, podendo assim ocorrer uma ruptura total ou
parcial. As lesões são classificadas em três tipos ou graus. Grau 1: a ruptura envolve
apenas um número limitado de fibras do ligamento, causando dor no local, mas sem
nenhum sinal de instabilidade do joelho, ou seja, o joelho ainda é capaz de realizar os
movimentos normais, sem aquela sensação de que instável, está frouxo é uma
espécie de estiramento (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
O grau 2 é o que podemos chamar de uma lesão parcial do ligamento. Mais
fibras são rompidas, entretanto, algumas são mantidas íntegras, podendo ainda
manter algum grau de estabilidade do joelho.
No Grau 3 há uma ruptura total do ligamento, há uma descontinuidade ou falha
completa entre as fibras deste ligamento, o que se associa com a instabilidade ou
frouxidão do joelho. Essas lesões podem ser subdivididas de acordo com o grau de
instabilidade do joelho (medindo através do exame físico quanto esse joelho
apresenta de frouxidão (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
30

O diagnóstico é baseado na anamnese completa, que envolve o histórico de


vida. Os pacientes portadores de lesão do LCA costumam apresentar sensação de
instabilidade, dor, principalmente, ao realizar flexão, rotação e extensão do joelho,
edema, sensibilidade ao longo da entrelinha articular, desconforto ao deambular e
perda da amplitude de movimentos. Os exames clínicos são de suma importância para
o diagnóstico correto do paciente, por isso, alguns testes clínicos determinam qual é
o grau de estabilidade no joelho após possíveis contusões (PINHEIRO; SOUSA,
2015).
Os mais utilizados são: teste de Lachman, Pivot Shift, Mac-Intosh e Gaveta
Anterior. A positividade nos testes de Mac-Intosh, gaveta anterior e Lachman, indicam
uma lesão de LCA. O teste de Lachman, é um teste de movimento acessório passivo
do joelho realizado para identificar a integridade do ligamento cruzado anterior. O teste
é projetado para avaliar a instabilidade do plano único e sagital (PINHEIRO; SOUSA,
2015).
Em acréscimo, o teste de gaveta anterior, o joelho do paciente é fletido à 90
graus e enquanto o paciente encontra-se em decúbito dorsal, o pé do paciente é
posicionado em neutro e mantido sobre a maca pelo corpo do examinador, o qual se
senta sobre o ante pé do paciente. O profissional de saúde segura o pé do paciente
com uma das mãos mantendo discreta rotação interna e, assim, com a base da outra
mão apoiada posterior à fíbula, é provocada uma sub-luxação da tíbia quando o joelho
é estendido. Com esse teste, serão avaliados os movimentos autocinéticos que são
muito pequenos com avaliação da capacidade do deslocamento anterior sobre a tíbia
sobre essa pressão (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
Estudos sugerem que, quando estiver fazendo um teste ligamentar, deve-se
ter um parâmetro que , no caso, é a simetria de um joelho para o outro joelho, não se
pode comparar um ligamento cruzado de um paciente com o LCA de outro indivíduo,
já que existem pessoas com mais mobilidade articular do que outras pessoas. Tem
menor mobilidade articular, então todo teste ligamentar tem que ter como parâmetro
o outro lado, ou seja, um joelho e outro joelho.
O joelho que deve ser testado normalmente primeiro é teoricamente saudável
e, depois testar o lesionado, ou seja, tem que saber qual é o parâmetro de
normalidade dos ligamentos do saudável, para depois avaliar o outro, para ter um
parâmetro de comparação poque o profissional de saúde pode achar que está muito
frouxo. A frouxidão articular pode ser intrínseca do indivíduo, pois quando o
31

fisioterapeuta está avaliando homens e mulheres, é notório que os paciente do sexo


masculino têm a articulação mais fechada, uma menor mobilidade articular
(PINHEIRO; SOUSA, 2015).
Logo após, o examinador aplica um estresse em valgo, mantendo a rotação
interna da tíbia. No tocante ao teste de Mac-Intosh, o paciente fica em decúbito dorsal,
com o joelho em extensão e a tíbia subluxada anteriormente (PINHEIRO; SOUSA,
2015).
No que se refere aos exames complementares para o diagnóstico, é importante
no estudo do joelho são: a TAC- Tomografia Axial Computorizada, é um exame não
invasivo que serve para observar vários órgãos e tecidos do corpo humano, através
de um equipamento que utiliza radiação. O Raio-X é um exame de diagnóstico por
imagem que permite avaliar a rótula, o fémur distal, a tíbia proximal e o perónio
proximal, é um exame de suma importância na avaliação do joelho, usado na maioria
das vezes nos casos em que ocorre dor nesta articulação. A Ressonância Magnética
(RM) fornece melhores imagens dos tecidos moles, como o ligamento cruzado
anterior. É muito útil no pré-operatório, pois indica o tipo e a gravidade da lesão. Então
é evidente que para um bom tratamento é necessária uma excelente avaliação
(PINHEIRO; SOUSA, 2015).
Diante do exposto, percebe-se o quão abrangente podem ser as medidas para
se traçar um prognóstico, tendo em vista que se deve levar em consideração os
fatores de risco intrínsecos e extrínsecos associados ao grau da lesão que acomete o
paciente a fim de intervir da melhor maneira possível, visando o bem-estar e sua
integralidade.

2.6 Métodos de Tratamentos

Para Fortino et al. (2020), o rompimento do ligamento cruzado anterior causa


no o corpo humano algumas dificuldades, exemplo, a perca da firmeza no membro
inferior.
Por essa razão, é importante citar acerca dos tratamentos cabíveis para tal
lesão e ainda elucidar o tratamento precoce que é de suma importância para o
processo de recuperação como um todo. Há tipos de tratamento específicos para cada
32

caso, principalmente, quando este está relacionando aos esportistas (PEREIRA,


2016).

Imagem 06: representação a torção do joelho, provocando a LCA.


Fonte: Inácio ventura: Quadril e joelho.

Segundo Pereira (2016), o tratamento será avaliado e direcionado a cada caso


em questão. Quando se trata de um jovem que é ativo nos esportes, principalmente,
os de agilidade, sabe-se da profunda importância em encaminhar o caso para um
tratamento cirúrgico, haja vista que esse método é avaliado e assim visto como sendo
o que traz mais estabilidade e segurança para os esportistas que necessitam voltar
aos esporte com a estrutura do corpo pronta para a realização de movimentos rápidos,
repentinos e de velocidade.
33

Imagem 07: representação a intervenção cirúrgica do processo de reconstrução do LCA.


Fonte: Inácio ventura: Quadril e joelho

Esse tratamento é dado em dois vieses. O primeiro dele se caracteriza na


avaliação inicial com o controle rápido da dor e do inchaço, pois somente, assim, é
possível determinar o grau da dor e da ruptura do local podendo especificar o
tratamento necessário para o caso em questão (FORGAS et al., 2009).
Além disso, é valido ressaltar que, após o rompimento citado, movimentos
básicos estão inclusos no cotidiano e são, por muitas vezes, complicados de se
realizar, podendo, em alguns casos, não ser realizado de maneira alguma. Diante
desses fatos citados, é importante citar ainda a proteção do local lesionado, nesse
caso o joelho protegendo- o com joelheiras com função de articulação (FORGAS et
al., 2009).
Quando o caso do paciente não se agrava para o tratamento não cirúrgico, há
tratamento não invasivo com atletas não profissionais que é tida como uma ruptura
isolada (RANZOLIN et al., 2015).
Observa-se nas imagens a seguir, alguns procedimentos não invasivos,
realizados com o auxílio das técnicas fisioterapêuticas.
34

Imagem 08: Representação da intervenção fisioterapêutica no processo de reconstrução do LCA.


Fonte: Inácio ventura: Quadril e joelho

Quando não afetou demais estruturas, pode-se obter um tratamento apenas


inicial, como citado anteriormente, que controle a dor e o inchaço, não havendo assim
a necessidade de reconstrução desse ligamento através da cirurgia, que é tida como
um tratamento para retorno aos esportes, como por exemplo (AMADIO; SERRÃO,
2011).
Ainda com Amadio e serrão (2011), quando requer, opta-se a necessidade de
um tratamento mais elaborado. A fisioterapia é a principal aliada nesse processo, já
que requer um programa construído por etapas importantes, principalmente, o
fortalecimento, seguindo assim, para etapas que compõem o reequilíbrio muscular,
tido como processo fundamental.
Souza (2018), é de suma importância nos primeiros sinais e sintomas desse
rompimento, como sensação de estalido, dor aguda e inchaço, além na dificuldade de
locomoção e realização de tarefas básicas, como subir escadas, entrar no carro, deve-
35

se procurar um profissional. No caso de atletas, a sua volta para os esportes deve ser
acompanhada por uma equipe médica apta.

2.7 Quais os Melhores Recursos da Fisioterapia para o Tratamento?

Segundo Cordeiro et al. (2019), a fisioterapia no joelho é realizada após ser


feito a observação referente à condição do paciente, levando em consideração o
diagnóstico preciso, realizado a partir dos exames de imagem.
Ainda com Cordeiro et al (2019), o tratamento cirúrgico não é a única opção
quando se trata da reconstrução do ligamento cruzado anterior, por essa razão é
válido ressaltar como a bicicleta ergométrica intervenção fisioterapêutica, usos de
compressas de gelo, a eletroterapia, exercícios de isometria e fortalecimento e
alongamentos.

TIPO FUNÇÃO
Mantem o bom condicionamento do
Bicicleta ergométrica sistema cardiovascular e deve ser
realizado diariamente com duração de
10 a 15 minutos.
Com a perna elevada, a compressa de
gelo serve como principal aliado no
processo de recuperação, trazendo
conforto em relação a dor, causada pela
lesão. Na crioterapia a aplicação é feita
sobre o joelho, uma aplicação local, no
ponto doloroso da articulação onde
estiver mais demasiado, com o aumento
da temperatura local, uma hiperemia
Compressas de Gelo local, moldando sobre a superfície da
articulação. Após a aplicação do gelo é
preciso de uma compressão local, pode
ser feita com um velcro, que comprime o
gelo sobre a articulação e, com isso,
resfriando os tecidos, o tempo de
aplicação vareia de 20 a 30 minutos,
podendo fazer reaplicação após uma
hora, a aplicação por um tempo maior
pode levar a uma isquemia tecidual,
porque o gelo é um vaso construtor, vai
dificultar o aportes de nutrientes para a
36

região, no momento da aplicação,


podendo levar a uma morte celular local.
Atuando com o princípio de aliviar a dor
por momentos mais longos, a
Eletroterapia eletroterapia deve ser utilizada através
do TENS, ou até mesmo com o
ultrassom, para melhor resultado no
processo de recuperação.
Esse exercício tem como função
Exercício de Isometria fortalecer a coxa e parte de traz da
mesma, trazendo maior resistência e
estabilidade ao membro inferior
Esse exercício deve ressaltar os
membros inferiores, dando maior ênfase
Exercício de Fortalecimento aos músculos da coxa, com aparelhos
adutores e abdutores que atendam ao
quadril, flexão dos joelhos e entre outros,
por exemplos.
Tabela 05: Recursos fisioterapêuticos na reconstrução do LCA.
Fonte: Criação do autor (produzida em outubro de 2021).

Após esses recursos utilizados, com o auxílio do profissional fisioterapêutico, é


notório que haja uma melhora representativa, tanto na dor e edema, como também,
na realização de tarefas que envolvam atividades do cotidiano. Após essa melhora, a
intensidade e peso desses recursos podem ser aplicados, para que assim haja uma
melhora significativa (NETTO et al., 2021).
Segundo Pinheiro e Sousa (2015), o tratamento não cirúrgico visa a analgesia
e a estabilização da dinâmica do joelho, por meio do reforço muscular e do treino
proprioceptivo. Esse tratamento consiste no uso de órteses para protege-lo de
instabilidades, exercícios fisioterapêuticos específicos para fortalece-lo e os músculos
envolvidos, assim, evitando fazer movimentos que o prejudique ainda mais evitando
os exercícios que coloque muita carga no joelho.
É de suma importância ressaltar que o tratamento conservador é indicado na
ruptura parcial e sem sintomas de instabilidade e nas crianças, já que apresentam as
placas de crescimento abertas ou em adultos que apresentam ruptura completa , mas
sem sintomas de instabilidade durante a atividade de baixo risco, dispostos a abdicar
de atividades físicas exigentes, para não comprometer a evolução do tratamento.
As lesões nos ligamentos não permitem que sejam costuradas, exigindo
reconstrução ligamentar feita utilizando-se estruturas retiradas do próprio paciente.
Porém, em uma lesão complexa, é preciso repor diversos tendões diferentes, que não
37

podem ser retirados do mesmo paciente. Para isso, é retirado os tendões de outros
pacientes, dessa forma, os resultados são bastantes satisfatórios.
Segundo Ferreira et al. (2014), a ruptura do LCA - Ligamento Cruzado Anterior
é o tipo de lesão mais comum em relação aos ligamentos do joelho, apresentando
maior prevalência entre os indivíduos do sexo masculino e sendo a principal causa do
trauma à prática de alguns esportes mais intensos. Sendo assim, foi realizada uma
revisão bibliográfica para verificar a importância da hidroterapia na recuperação de
pacientes com a lesão do LCA. De todos os estudos verificados pela pesquisa,
concluiu-se que a técnica com mais benefícios para a reabilitação foi justamente a
hidroterapia.
38

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa do tipo descritiva. Para a realização deste


estudo, foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCs), a exemplo de:
fisioterapia; ligamento cruzado; articulação; rendimento máximo; sistema
musculoesquelético, sendo limitada aos idiomas português e inglês, com delimitação
de tempo entre os anos 2011 a 2021, utilizando bases de dados: Scientific Electronic
Library Online (Scielo) (17 artigos), Google Acadêmico (25 artigos) e Medline/PubMed
(12 artigos) resultando no total de 54 artigos.
Durante a seleção de dados, foram adotados critérios, os quais puderam avaliar
de forma minuciosa cada literatura e sua relação com a temática abordada. A priori,
foram utilizadas delimitações a fim de filtrar as informações e selecionar as que são
pertinentes ao estudo proposto. Dentre os critérios selecionados, se destacaram:
idioma, palavras-chave, delimitação de tempo, objetividade e clareza do conteúdo,
duplicidade e relação direta com a temática.
Foram encontrados 54 artigos em bases literárias, os quais foram lidos e
avaliados de forma minuciosa a fim de analisar a veracidade e sua relação. Para tanto,
estes foram encontrados nas seguintes bases de dados: Scielo, Google Acadêmico e
PubMed. Dessa maneira, ao adotar os critérios aos 54 artigos, foram descartados 15
artigos após avaliar a duplicidade. Restando 39 artigos, os quais foram lidos de
maneira geral e enfatizando no resumo, sendo excluído 12 artigos. Restando 27
artigos, que foram selecionados para a leitura na íntegra, sendo excluídos 17 por falta
de objetividade. Obteve-se o total de 10 artigos, os quais se enquadraram para a
composição do trabalho proposto. Com base no supracitado, o processo que foi
utilizado para a seleção das literaturas será destrinchado na figura 1 abaixo.
39

54 artigos
25 Google Acadêmico
17 Scielo
12 Medline/PubMed

15 excluídos por duplicidade

39 artigos selecionados
para leitura de resumos

12 excluídos por falta de


relação com a temática

27 selecionados para leitura na


integra

17 excluídos por falta de


objetividade

10 artigos selecionados para a


confecção do trabalho

Figura 02: Processo de seleção de artigos para estudo sobre a cultura e saúde do homem na atenção
primária a saúde.
Fonte: GOOGLE ACADÊMICO, SCIELO, MEDLINE/PUBMED (2021).

Com base no que foi destrinchado anteriormente, foram encontrados 54 artigos,


em bases de dados diferentes, nas quais foram utilizados critérios para a seleção dos
mais associados com a temática abordada. Destes, 15 foram excluídos por
duplicidade, 12 por não conduzir com a temática e 17 por falta de objetividade.
Restando apenas 10 artigos, os quais serão utilizados para a confecção do resultado
e discussão.
40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O parágrafo a seguir consiste na demonstração de dados através de quadros


os quais são constituídos por código, autores e ano, título, método e conclusão
(Quadro 1). Desse modo, foi crucial para elegibilidade do conteúdo bem como para
melhor compreensão.

CÓDIGO AUTOR/ANO TÍTULO MÉTODO CONCLUSÃO


Retorno ao O componente
esporte no psicológico
nível pré-lesao observado pelo
A1 ALBANO et al., após Estudo ACL-RSI é um
2017 reconstrução Transversal fator preditor
do ligamento mais importante
cruzado para o retorno ao
anterior esporte no nível
pré-lesão.
Ficou evidente
que a fisioterapia
é uma
intervenção
A2 BELFORT et al., A fisioterapia Revisão de necessária no
2017 no pós- literatura pós-operatório
operatório de integrativa de LCA, porém,
lesão do a literatura atual
ligamento não demonstra
cruzado um consenso
anterior entre a ciência
básica do
processo e os
estudos clínicos
após uma
reabilitação.
Tratamento Após a
fisioterapêutico ligamentoplastia,
após tanto com o uso
reconstrução de enxerto OTO
do ligamento quanto do
A3 PEREIRA et al., cruzado Estudo EQSG, os
2012 anterior descritivo com resultados
análise clínicos e
qualitativa funcionais são
semelhantes,
porém, com
recomendação
41

para uma
reabilitação
menos
agressiva.
Intervenção A partir dos
fisioterapêutica resultados
nas lesões do encontrados
A4 OLIVEIRA et al., ligamento Revisão de conclui-se que a
2016 cruzado literatura intervenção
anterior fisioterapêutica é
eficaz no pós e
pré-operatório.
Influência da A presença da
dor anterior dor anterior,
nos resultados mesmo que
A5 VASCONCELOS das Estudo mínima nas
et al., 2011 reconstruções epidemiológico reconstruções
do ligamento ligamentares do
cruzado LCA, tem um
anterior efeito deletério
no resultado final
em médio prazo.
Aplicabilidade Conclui-se que o
de um protocolo que foi
protocolo aplicado para tal
A6 SOARES et al., fisioterápico no Estudo de paciente obteve
2011 pós-operatório relato de caso respostas
de ligamento satisfatória no
cruzado controle da dor,
anterior no controle do
edema e
principalmente
no ganho de
amplitude de
movimento
(ADM) nos
primeiros trinta
dias de
tratamento.
Lesão do Existem claras
ligamento tendências em
cruzado evolução no
anterior: tratamento e
A7 ARLIANI et al., tratamento e Questionário reabilitação do
2012 reabilitação. LCA no Brasil.
Perspectivas e No entanto, mais
tendências estudos
atuais prospectivos
controlados são
necessários
42

para avaliar o
benefício clinico
e cientifico
destas
tendências.
Protocolo de Os resultados
tratamento demonstraram
fisioterapêutico que os
no pós- protocolos de
A8 SANTOS, 2016 operatório de Revisão reabilitação
reconstrução Integrativa usados em
do ligamento atletas
cruzado profissionais são
anterior em diferenciados e
atletas fazem com que o
profissionais: atleta volte a
revisão de realizar a pratica
literatura esportiva de
maneira
semelhante ou
melhor do que a
anterior.
Fisioterapia Foi concluído
em lesão de que a fisioterapia
ligamento é extremamente
A9 SOUZA et al., cruzado Estudo de eficaz no PO de
2011 anterior com caso lesão de LCA.
ênfase no
tratamento
pós-operatório
Lesão do De modo geral, o
ligamento tratamento
cruzado conservador é
A10 PINHEIRO, 2015 anterior: Revisão utilizado nas
apresentação bibliográfica rupturas
clínica, parciais, sendo
diagnóstico e que nas rupturas
tratamento completas opta-
se pelo método
cirúrgico ou
conservador,
dependendo das
características
do paciente.
Quadro 01: Síntese dos artigos selecionados na revisão
Fonte: Autoria própria (2021)

Diante dos 10 artigos selecionados para a confecção do estudo, percebe-se


com clareza a prevalência do tipo revisão bibliográfica, estudo de relato de caso,
43

estudo descritivo com análise qualitativa, revisão de literatura, questionário, estudo


epidemiológico, estudo transversal e revisão integrativa.
Sobre a seleção das revistas dos artigos selecionados para o estudo, foram
distintas. Predominando a Revista Portuguesa de Ortopedia e traumatologia;
Fisioterapia Brasil; Revista Cientifica FacMais; Rev Bras ortop.; Acta Biomedica
Brasiliensia; Revista Científica Univiçosa; Rev. Nova Fisio.
Ao analisar a característica do estudo através do ano de publicação, os artigos
tiveram delimitação de tempo entre 2011 e 2021, mas priorizando os mais recentes.
Não foram encontrados artigos relacionados ao ano de 2013, 2014, 2018, 2019, 2020
e 2021. Assim, o que mais teve prevalência foi o ano de 2011 com três artigos; 2012
teve dois; 2015 apenas um; 2016 teve dois artigos e em 2017 dois artigos. Podendo
visualizar que a maior prevalência foi no ano de 2011. Segue Gráfico abaixo (1).
Prevalência de artigos

2011 2012 2015 2016 2017

ANO DE PUBLICAÇÃO

Gráfico 1: Distribuição dos artigos conforme o ano de publicação.


Fonte: autoria própria (2021).

Após a análise dos presentes artigos, foram traçados novos capítulos a fim de
elencar as ideias dos autores, sejam elas de concordância ou contraditória. As
sessões foram divididas das seguintes formas: Reinserção do atleta no esporte:
atribuição do fisioterapeuta no processo avaliativo; Protocolo fisioterapêutico frente ao
LCA.
44

Ao analisar os artigos, pode-se perceber com veemência que os estudos atuais


se limitam a atuação do fisioterapeuta, tendo em vista que essa conduta é
imprescindível para a recuperação do membro lesionado de forma total. Para que isso
seja possível, é necessário se ter constância e disciplina frente aos métodos propostos
para avaliação e intervenção.

4.1 Reinserção do Atleta no Esporte: atribuição do fisioterapeuta no processo


avaliativo

Foram identificados artigos os quais se enquadram no quesito referente à


temática supracitada. Foram utilizados os artigos: 1, 5 e 7. Desse modo, é importante
enfatizar que a teoria dos autores coincide, o que torna percebível a relevância do
fisioterapeuta frente à necessidade de reinserir o atleta no esporte. Por meio dessa
avaliação, foi construída análise documental dos artigos mencionados anteriormente
(Quadro 2).

CÓDIGO LOCAL DE OBJETIVOS RESULTADOS CONCLUSÃO


ESTUDO
Analisar os Foram incluídos Não foi
resultados da 83 indivíduos possível
reconstrução com média de observar
do ligamento 31,8 anos de diferenças
cruzado idade e entre os
anterior (LCA) seguimento pacientes
com médio de 4,2 submetidos às
preservação anos após a técnicas
do cirurgia, 34 cirúrgicas de
remanescente, submetidos à reconstrução
A1 Ceara comparada à reconstrução do LCA com e
técnica LCA com sem a
convencional, preservação do preservação
no retorno do remanescente, e do
paciente ao 49 à remanescente
nível de convencional. em relação ao
atividade física Não houve retorno ao
pré-lesão. diferença esporte,
estatisticamente frequência de
significativa atividade física
entre os grupos e intensidade
na frequência de da dor.
atividade física Estudos
45

pré-lesão e pós- futuros


operatória, na prospectivos
taxa de relesão são
do LCA necessários.
reconstruído e
na intensidade
da dor no pós-
operatório.
Analisar o A dor anterior A presença de
impacto que a esteve presente dor anterior,
dor residual em 28% dos mesmo que
traz aos pacientes com mínima nas
resultados uma intensidade reconstruções
funcionais média de 2,9 em ligamentares
A5 Salvador após dois anos 10. A dor quando do LCA, tem
da presente fez os um efeito
reconstrução escores deletério no
artroscópica funcionais resultado final
do LCA e baixarem de em médio
comparando o forma prazo. Devido
tipo de enxerto significativa. à influência da
utilizado Alterações de coleta do
durante o sensibilidade e enxerto na
procedimento na marcha sobre presença de
(patelar x os joelhos foram alterações da
flexores). frequentes com sensibilidade e
uso do tendão marcha sobre
patelar; assim, os joelhos, a
porém, não escolha do
houve diferença mesmo deve
estatística levar em conta
quanto à a atividade
presença da dor profissional e
esportiva do
paciente.
O objetivo No total, 226 Existem claras
deste estudo é cirurgiões tendências em
avaliar as preencheram evolução no
condutas e completamente o tratamento e
procedimentos questionário e reabilitação do
A7 São Paulo realizados fizeram parte da LCA no Brasil.
pelos amostra No entanto,
cirurgiões de analisada. A mais estudos
joelho do maior parte prospectivos
Brasil no destes era controlados
tratamento e proveniente da são
reabilitação região Sudeste necessários
das lesões do do País. Os tipos para avaliar o
ligamento de enxerto mais benefício
utilizados foram clínico e
46

cruzado os tendões científico


anterior. flexores e o terço destas
central do tendão tendências.
patelar ipsilateral
à lesão,
utilizados por
82,3% e 53,5%
da amostra,
respectivamente.
A técnica de
reconstrução
com banda única
transtibial é a
preferida, sendo
realizada por
66,4% dos
participantes.
Quadro 02: Síntese dos Artigos da Revisão.
Fonte: autoria própria (2021).

A princípio, sabe-se que a LCA é uma lesão que acomete principalmente os


atletas e requer a regeneração para que seja possível a sua volta ao esporte, por ser
parcial ou total. E a depender da gravidade da lesão se faz preciso intensificar o grau
dos exercícios (ALBANO et al., 2017).
A reconstrução do LCA – Ligamento Cruzado Anterior tem como objetivo
restaurar a estabilidade da articulação do joelho, além da capacidade funcional e
esportiva. Não se limita apenas a isso, pois é de extrema importância avaliar o
paciente em sua integralidade, atribuídos os princípios básicos do SUS, os quais se
referem a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Dessa forma,
Albano et al. (2017), reitera que não se deve direcionar os cuidados somente para a
intervenção cirúrgica, pois é preciso incrementar fatores anatômicos, biomecânicos,
intrínsecos e extrínsecos, os quais influenciam de forma significativa na interação
entre o sistema musculoesquelético e nervoso.

Além de suas funções mecânicas, o LCA atua como órgão sensorial


proprioceptivo devido à presença de mecanorreceptores em torno de suas
fibras, os quais mantém a estabilidade articular do joelho por estimularem as
contrações musculares coordenadas.2,3 Estudos histológicos revelaram a
existência de mecanorreceptores residuais no tecido remanescente do
ligamento lesionado, além do elevado potencial de cicatrização devido ao
suporte vascular fornecido pela bainha sinovial intacta. Por esta razão,
acredita-se que a preservação das fibras remanescentes do LCA possa
auxiliar no processo de cicatrização biológica do enxerto e acelerar a
cobertura sinovial do ligamento reconstruído (ALBANO et al., 2017, p.02).
47

Ao avaliar o desempenho pré-lesão com o pós-operatório, pode-se perceber


com veemência que existe uma situação preocupante, pois o desempenho, bem
como a capacidade funcional do atleta diminui de forma consideravelmente. Desse
modo, ao comparar as técnicas utilizadas a fim de averiguar em qual se obteve mais
êxito, é notório que não existem diferenças entre a técnica cirúrgica com ou sem a
preservação do remanescente ao se referir ao retorno do esporte. Outrossim, é válido
ressaltar que se faz necessário explorar de forma minuciosa maneiras que
mantenham a interação neuromuscular e a capacidade/desempenho funcional
(ALBANO et al., 2017).
Para tanto, Vasconcelos et al., (2011) concorda com Albano et al. (2017), no
que se refere a volta ao esporte. Em contrapartida, Vasconcelos et al. (2011), reitera
que a técnica com o uso de enxerto é menos invasiva a fim de se obter a reabilitação
precoce. Comumente os mais utilizados são os enxertos biológico e resistente. Dessa
forma, percebe-se que a evolução das técnicas contribui para uma avaliação
satisfatória, além de diminuir consideravelmente o risco de complicações pós-
cirúrgica.

A melhoria na técnica operatória para reconstrução desse ligamento,


tornando-a menos invasiva, associada à reabilitação precoce, leva à
estabilidade articular e diminui o tempo de retorno, não somente ao esporte
profissional, mas, principalmente, para os não atletas, pessoas comuns ao
trabalho, o que aumentou consideravelmente o volume de reconstrução
cirúrgica nos últimos anos. Atualmente, a tendência é usar um enxerto
biológico e resistente (VASCONCELOS et al., 2011, p.41).

No tocante à técnica selecionada, é válido frisar que deve ser selecionada e


analisada de forma holística, na qual visa priorizar e relacionar a capacidade funcional
com o esporte praticado (VASCONCELOS et al., 2011). Além do mais, é importante
relatar acerca da dor, a qual pode estar presente tanto no momento em que o membro
é lesionado bem como em sua reconstrução, tendo em vista que o processo avaliativo
requer constância, paciência, disciplina, além de atendimento e intervenção
multiprofissional visando garantir o bem-estar do paciente em sua integralidade.
Arliani et al. (2012), diz que não existe um consenso no que se refere a eficácia
do tratamento entre as técnicas, tendo em vista que reflete a necessidade estudos
mais aprofundados a respeito do assunto. Mas afirma que, ao se utilizar a técnica
menos invasiva, se tem o risco de infecção do sitio cirúrgico.
48

Em suma, pode-se perceber com veemência que mesmo diante da evolução


das técnicas cirúrgicas, ainda é necessário aprofundamento dos estudos que visem
garantir melhoria ao paciente, bem como, a restauração da estabilidade a fim de
reinseri-lo no esporte.

4.2 Protocolo Fisioterapêutico Frente ao LCA

Nesse respectivo tópico foram usadas literaturas básicas extraídas de base de


dados, os quais tem como subsídios para confecção do mesmo. Dessa forma, serão
utilizados os seguintes artigos: A2, A3, A4, A6, A8 e A9. A partir dos quais foram
analisados de forma sucinta e coesa afim de estabelecer relação e discordância entre
os autores (Quadro 3).

CÓDIGO LOCAL OBJETIVO RESULTADOS CONCLUSÃO


DE
ESTUDO
Expor quais são Os resultados Os protocolos de
os tipos de demonstraram reabilitação utilizados
protocolo que os em atletas
usados para a protocolos de profissionais são mais
reabilitação reabilitação rápidos do que os
A2 São Paulo fisioterapêutica usados em convencionais,
desse tipo de atletas iniciam-se logo após o
cirurgia. profissionais procedimento
são cirúrgico, utilizam
diferenciados e exercícios específicos
fazem com que que visam sempre o
o atleta volte a ganho de força
realizar a muscular sem
prática comprometer o
esportiva de enxerto, respeitando o
maneira limite do atleta.
semelhante ou Identificou-se que não
melhor do que há um período
a anterior. especifico para a volta
a prática esportiva,
mais possui uma
média de 6 ± 2 meses,
em que a maioria dos
atletas retornam a
suas atividades.
49

Avaliar se há A busca inicial Não foram observadas


diferença da constou de 237 diferenças clínicas e
evolução na estudos; funcionais entre as
A3 Paraná reabilitação dos destes, 190 técnicas, porém, com
indivíduos foram recomendação para
submetidos à excluídos por uma reabilitação
reconstrução do não se menos agressiva e
LCA através encaixarem com maior atenção no
das técnicas nos critérios fortalecimento dos
osso-tendão estabelecidos. isquiotibiais quando
patelar-osso ou Assim, 47 estes são utilizados
enxerto estudos foram como enxerto.
quádruplo do analisados por
semitendíneo e dois revisores.
grácil através de As referências
uma revisão da destes 47
literatura. artigos também
foram
revisadas para
identificar
possíveis
estudos
adicionais.
Verificar as O joelho é uma No tratamento
principais articulação que fisioterapêutico, foram
formas de suporta grande propostos diversos
intervenção do carga, porém é tipos de intervenção,
tratamento uma como os exercícios
A4 Minas fisioterapêutico articulação isométricos, o treino
Gerais no pré e pós- relativamente proprioceptivo e uso
operatório de fraca do ponto da
pacientes com de vista eletrotermofototerapia,
lesão do biomecânico todos se mostraram
ligamento devido à eficazes tanto no pré
cruzado própria quanto no pós-
anterior. anatomia de operatório. Deve-se
suas lembrar que ao propor
superfícies os protocolos e as
articulares, condutas
tornando sua fisioterapêuticas o tipo
resistência da lesão e a
dependente necessidade de cada
dos ligamentos paciente deve ser
que unem o levada em
fêmur à tíbia, consideração para que
principalmente se obtenha bons
do ligamento resultados.
cruzado
anterior (LCA)
que é o
50

principal
estabilizador
do joelho
Verificar as Os resultados Conclui-se que o
principais analisados protocolo que foi
A6 Brasília formas de neste estudo aplicado para tal
intervenção do foram o da paciente obteve
tratamento perimetria, da respostas satisfatória
fisioterapêutico goniômetria e no controle da dor, no
no pré e pós- do grau de controle do edema e
operatório força muscular. principalmente no
ganho de ADM -
Amplitude De
Movimento nos
primeiros trinta dias de
tratamento.
Dar ênfase o Primeiramente, Concluiu-se diante
tratamento realizamos desses fatos que é
fisioterápico na uma revisão fundamental que o
A8 São Paulo lesão do LCA. sobre a tratamento a ser
anatomia do administrado seja
joelho. Nos baseado nos
capítulos conhecimentos
posteriores, científicos aliados ao
conceituamos bom senso e ao
a fisiologia e entendimento de que
fisiopatologia e não há um protocolo
por último absoluto, até porque
realizamos cada indivíduo é um
uma ser único, dotado de
abordagem particularidades
sobre a físicas e psicológicas
importância da que, sem dúvida,
fisioterapia no influenciam no
pós-operatório. resultado e evolução
de qualquer 12
terapia, em especial a
intervenção
fisioterapêutica que de
sobremaneira
evidencia os
resultados positivos.
Analisar Foi realizado Foi concluído que a
resultados um estudo de fisioterapia é
terapêuticos caso de um extremamente eficaz
através de paciente com no PO de lesão de
A9 Mato técnicas e lesão de LCA e LCA.
Grosso do recursos submetido à
Sul fisioterapêuticos cirurgia. Ao
na recuperação
51

de pós- final desse


operatório (PO) período houve
em lesão de melhora da
LCA. força muscular,
amplitude de
movimento
(ADM),
redução da dor
e edema,
aumento da
massa
muscular,
retorno ao
trabalho e
AVD-
Atividades da
Vida Diária
Quadro 03: Síntese dos artigos da revisão
Fonte: Autoria própria (2021).

A princípio, é importante mencionar que os atletas realizam mais esforços


físicos durantes os treinos do que quando estão exercendo tal esporte. Devido ao
esforço ir além da capacidade funcional, isto é, do seu limite aumenta a probabilidade
de lesões, sejam parciais ou totais. Outro ponto a ser frisado é que como está se
referindo ao esporte, a necessidade do atleta em ação é alta, fazendo-se exigir dele
uma recuperação rápida para a reinserção em campo (SANTOS, 2016).

As lesões que requerem cirurgia e, a reabilitação desses atletas necessitam


de um programa diferenciado, pois na maioria das vezes o intuito é fazer com
que este atleta volte o quanto mais rápido a realizar a sua atividade e com
uma performance semelhante à anterior a lesão (SANTOS, 2016, p.87).

Na concepção de Santos (2016), a fisioterapia é de extrema importância tanto


no planejamento, como também, na execução dos exercícios para melhorar a
capacidade motora e desenvolvimento funcional, uma vez que a ruptura do ligamento
cruzado anterior, comumente, acontece em esportes coletivos durante a instabilidade
sob o adversário.

A lesão do LCA podem ser isoladas ou associadas. A lesão isolada ocorre


por um movimento forçado de flexão, valgo e rotação interna de joelho, que
faz com que os ligamentos cruzados se enrolem, o compartimento lateral do
fêmur se abre e o côndilo interno do fêmur irá pressiona o LCA e lesando-o.
Uma rotação interna da tíbia com o joelho em extensão máxima, pode gerar
uma rotura deste ligamento pois ambas as bandas estão em tensão
(SANTOS, 2016, p.89).
52

Já a lesão associada tem como mecanismo uma força excessiva do valgo do


joelho, com rotação externa da tíbia e flexão. Isso acarreta uma lesão do
ligamento colateral medial, LCA e desinserção do menisco medial. Uma força
direta contra a região posterior do joelho, na porção proximal da tíbia, realiza
uma flexão do joelho e deslocamento para frente que gera a lesão do LCA
juntamente com o ligamento cruzado posterior (LCP) e capsula articular
(SANTOS, 2016, p.90).

Santos (2016) frisa que o protocolo de tratamento para as lesões supracitadas,


pode ser inicialmente por cirurgia, a qual visa manter a extensão. Após duas semanas,
é inserido a intervenção fisioterapêutica a fim de tratar o processo inflamatório, além
de aumento na capacidade funcional e motora, progredindo para o uso de dispositivos
moveis para auxiliar na deambulação.
Em acréscimo, Santos (2016) enfatiza que a melhor técnica a ser utilizada é o
uso de enxerto, mas também apresenta desvantagens. Em contrapartida, as
vantagens se sobressaem em relação à fixação e cicatrização. Para tanto, muito se é
visto o uso de medidas para a reabilitação de forma acelerada a fim de reinserir os
indivíduos nos esportes. Mas, essa conduta requer uma maior responsabilidade e
atenção na escolha do enxerto.

A utilização dos protocolos acelerados para a reabilitação de atletas


profissionais têm sido cada vez mais usados na atualidade. O início precoce
dos exercícios em pacientes que foram submetidos a esse tipo de cirurgia
tem se mostrado bastante eficaz, e com respostas significativas no retorno
de atletas as práticas esportivas (SANTOS, 2016, p.92).

Pereira et al. (2012), corrobora com a teoria de Santos (2016) e acrescenta que
a reconstrução dessa ruptura deve ser com base em fatores tanto intrínsecos como
também extrínsecos, tais como: idade, grau de instabilidade, gravidade das lesões e
necessidade/capacidade de retorno ao esporte. Salienta que a cirurgia em si, tem
como finalidade a reconstrução, em outras palavras, a construção de um ligamento
semelhante, mas para preservar a capacidade funcional, é necessário atribuir a esse
fator o processo de reabilitação.

A reabilitação do joelho é um ponto de fundamental importância para se


alcançar bons resultados funcionais desejados, podendo considerar-se como
variáveis da evolução deste processo: dor, estabilidade articular, lesões
associadas, força muscular, atividades funcionais, sintomas específicos do
joelho, retorno à atividade e tempo de reabilitação (PEREIRA et al., 2012,
p.373).
53

Tanto Pereira et al. (2012), como também Santos (2016), frisam o quão
importante é a escolha correta da técnica cirúrgica, bem como, a atuação do
fisioterapêutico no processo de reabilitação da paciente frente às suas necessidades
funcionais, motoras e de voltar aos esportes.
Além do mais, Oliveira et al. (2016), incrementa que o procedimento cirúrgico
visa também prevenir possíveis lesões que podem ser acometidas após o LCA –
Ligamento Cruzado Anterior. Outrossim, para o autor supracitado, o processo de
reabilitação está presente tanto no momento que antecede o procedimento cirúrgico,
como também, após a cirurgia a fim de fortalecer a musculatura, o que melhora a
capacidade funcional e adaptativa, além de diminuir a possibilidade de novas lesões.
Oliveira et al. (2016), reitera que as intervenções no pré-operatório possibilitam
melhoria no equilíbrio, estabilidade física. Para tanto, ao realizar os exercícios
proprioceptivos remete uma ação profilática, ou seja, preventiva, do surgimento de
novas lesões no musculoesquelético.
No pré-operatório, o objetivo é diminuir a probabilidade de novas lesões,
preservar a funcionalidade e equilíbrio. Em contraponto, no pós-operatório, os
exercícios atribuídos visam a reduzir os sintomas, fortalecer a musculatura, melhorar
a capacidade funcional e adaptativa, sendo feita por meio de intervenções que
estejam direcionadas ao método dinâmico e cinestésico, os quais diminuem
consideravelmente o risco de recidiva da lesão (OLIVEIRA et al., 2016).
Ao contrário dos autores anteriores que enfatizam o método através do uso de
enxerto, Soares et al. (2011), direciona-se ao pós-operatório, isto é, ao processo de
reabilitação visando a melhoria da capacidade funcional, principalmente, a flexão
utilizando de métodos de laser, dosimetria, crioterapia, artrocinematica e
osteocinemática.
Dessa forma, por meio de estudo de caso, Soares et al. (2011), afirma que, por
meio dessas condutas, inseridas no protocolo de tratamento obtém-se resultado
satisfatório tanto no controle da dor, edema e, também, no ganho da amplitude
proporcionando melhoria no movimento exercido pelo o joelho.
Souza (2011) corrobora com Soares et al. (2011), no quesito reabilitação
voltada aos cuidados da articulação, pois a mobilidade articular da patela e do
ligamento que sofreu a ruptura precisam de exercícios que visem a restauração dos
movimentos a fim de fazer o paciente realizar os movimentos de forma correta sem
agregar risco de novas lesões.
54

Com base nisso, o protocolo de fisioterapia visa planejamento, execução e


delimita o tempo necessário para a evolução do caso do paciente, tendo em vista que
uma situação difere da outra. Desse modo, em caso de LCA, pode-se iniciar a
reabilitação após o procedimento cirúrgico, sendo realizado cerca de cinco sessões
por semana, cada uma com duração de 50 minutos, no período de tempo de 3
semanas. A partir daí, pode-se reduzir para 3 sessões por semana atentando-se à
realidade do paciente (SOUZA, 2011).

A fisioterapia é de extrema importância, pois através dela prevenimos fibrose


que leva a rigidez articular, devido ao processo cicatricial, além da melhora
da força muscular que é necessário para que se tenha um reequilíbrio da
articulação tibiofemoral (SOUZA, 2011, p.51).

Nesse período de tempo, deve-se perceber com veemência a evolução do


paciente, na mobilidade funcional e motora, amplitude, ganho de força muscular e
resistência, aumento do grau de flexão e extensão. Além de se atentar aos sinais e
sintomas, pois, a partir do resultado obtido, pode-se traçar novas intervenções a fim
de adequar o tratamento de forma especifica para o paciente (SOUZA, 2011).

Não existe um protocolo de reabilitação considerado ideal, o que existe são


parâmetros que devem ser seguidos para que o profissional tenha base para
evoluir com a reabilitação, tratando o paciente pós-operado de uma lesão de
LCA de forma rápida e segura (SOUZA, 2011, p.51).

Diante do exposto, percebe-se o quão importante é a introdução do protocolo


fisioterapêutico no processo de reabilitação de LCA e para a eficácia deve-se intervir
de forma integral, adotando medidas que se adequem à realidade do paciente bem
como aos seus interesses de retorno ao esporte.
55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do enredo exibido, desde o início, foi constado a existência de um número


pequeno de publicação com diminuição desse percentual quando se delimitou o ano.
Isso culminou na justificativa de buscar, de modo ampliado, os conteúdos
selecionados que possibilitaram abordar de forma minuciosa e ampla a temática
escolhida. A incidência de lesões de ligamento cruzado anterior em atletas relatada
na literatura se deu com todos os artigos com uma preocupação em relação ao
progresso do tratamento sempre priorizando a proteção ligamentar.
A maioria dos autores contêm os mesmos pensamentos a respeito do impacto
da lesão do ligamento cruzado anterior em esportistas, uma vez que por mais que seja
muito discutida ainda apresenta o mesmo padrão de raciocínio referente ao método
de tratamento e intervenção fisioterapêutico. Além do mais, é importante frisar
condutas que visam a recuperação de forma rápida ansiando a volta do atleta aos
esportes, o que requer uma intensidade maior dos exercícios.
Diante disso, incialmente, foi traçado o objetivo geral: identificar os fatores de
riscos potenciais que corroboram para o agravamento da lesão, bem como, as
condutas fisioterapêuticas que coincidem com o quadro do paciente a fim de atingir
cerca de 90% da capacidade funcional do membro. Ele foi atingido, pois por meio dos
estudos abordados, percebeu-se com veemência como os fatores de riscos
potencializam de forma significativa no agravamento da lesão, o que agrega danos
maiores à perda de maior funcionalidade da capacidade funcional e motora do
membro.
O primeiro objetivo específico: avaliar a porcentagem da capacidade funcional
do paciente a fim de introduzir a melhor conduta em sua integralidade, também, foi
atingido, pois, por meio de avaliação da capacidade motora e da mobilidade, atribui-
se o percentual por meio do qual poderá traçar a melhor intervenção, visando o bem-
estar do paciente em sua integralidade e rápida recuperação.
O segundo objetivo diz respeito a introduzir métodos fisioterapêuticos cujo
objetivo inicial é anti-inflamatório e prevenção do agravamento do membro lesionado.
Nesse quesito, é importante frisar que os autores abordam a relevância dos cuidados
pré-lesão e pós-lesão, quando se refere ao tratamento após intervenção cirúrgica.
56

Em relação ao objetivo de adotar medidas fisioterapêuticas para a reabilitação


do paciente, as quais se dividem em três fases: controle da dor e inflamação, ganho
de força e resistência muscular, além da diminuição do espasmos e treino de
propriocepção para a reinserção do atleta aos esportes, os autores abordam que
alguns métodos e escolhas de intervenções tem sido baseada na necessidade da
volta do atleta ao esporte, mas é preciso estar atento a melhor intervenção que se
adeque ao estado do paciente e não se limitar apenas a exigência da volta aos
esportes. Dessa forma, é imprescindível avaliar o grau da dor e inflamação, ganho de
resistência e força muscular.
Para tanto, mesmo com poucos artigos e muitos coincidentes entre si, foi
possível atingir todos os objetivos, a partir dos quais pode-se perceber o quão
necessária é a intervenção fisioterapêutica e de medidas estratégicas a fim de
promover a reabilitação do membro lesionado e inserir os princípios básicos do SUS,
os quais visam promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Além de
assistir o paciente de forma integral visando aos aspectos biopsicossociais e a
necessidade de volta para os esportes.
Portanto, a partir das leituras dos estudos selecionados, foi possível perceber
que, mesmo com a obtenção de sucesso nas intervenções já instituídas, faz-se
necessária a implementação posteriormente, a fim de agregar mais benefícios a
saúde do paciente de forma rápida, de intervenção fisioterapêutica, já que a exigência
da volta ao esporte é de alta demanda. Dessa forma, é importante frisar que se pode
agregar mais técnicas e implementar mais condutas fisioterapêuticas que visem atingir
a necessidade do paciente como um todo, além de respeitar as suas limitações.
57

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