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LONDRINA
2019
PEDRO PAULO JUSTINIANO DA SILVA
Londrina
2019
PEDRO PAULO JUSTINIANO DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
Agradeço primeiro a Deus por ser meu maior incentivador, por me proporcionar forca
e muito discernimento durante este projeto de pesquisa, e muita saúde e forças para
chegar até o final.
Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha
vida, aos meus pais Antônio Justiniano e Aparecida de Oliveira.
Deixo um agradecimento especial a minha avó Lucia Boroff (in memoriam) pelo
incentivo e por sua dedicação de toda sua vida por mim.
Também quero agradecer aos meus amigos Lorena Balsa, Rafael Lopes, Mariana
Beffa, Aline Echamend e Guilherme Schuster por estar comigo em toda caminhada
acadêmica e desde a infância presenciar sempre minhas conquistas. E aos demais
que estiveram comigo durante toda jornada.
RESUMO
A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é atualmente uma das lesões ortopédicas
mais comuns e frequente em indivíduos atletas, devido a complexidade anatômica da
articulação do joelho. A reabilitação funcional do joelho é um dos principais fatores
que contribui para o sucesso da cirurgia de reconstrução do LCA. Diante da evolução
das técnicas cirúrgicas houve um aprimoramento das técnicas fisioterápicas, tornando
aceitável uma reabilitação mais precoce e segura que possibilita ao paciente um
retorno mais rápido e eficiente às atividades esportivas, sem as complicações
comumente associadas aos longos períodos de imobilização. O presente estudo tem
como principal objetivo dar ênfase de quais as pré disposições para lesão e tratamento
fisioterápico na lesão do LCA. Primeiramente, realizamos uma revisão sobre a
anatomia do joelho. Nos capítulos posteriores, conceituamos a fisiologia e
fisiopatologia e por último realizamos uma abordagem sobre a importância da
fisioterapia no pós-operatório.
ABSTRACT
Anterior cruciate ligament injury (CSF) is currently one of the most common and
frequent orthopaedic lesions in athletes due to anatomical complexity of the knee joint.
The functional rehabilitation of the knee is one of the main factors contributing to the
success of the surgery of LCA reconstruction. In view of the evolution of the surgical
techniques there was an improvement of the physiotherapeutic techniques, making
acceptable an earlier and safer rehabilitation that allows the patient a faster and
efficient return to the sports activities, without complications commonly associated with
long periods of immobilization. The main objective of this study is to emphasize the
pre-dispositions for injury and physiotherapy treatment in the lesion of the CSF. First,
we performed a review of the anatomy of the knee. In the later chapters, we
conceptualize the physiology and physiopathology and finally we have an approach
about the importance of physiotherapy in the postoperative period.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
2. ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO JOELHO .................................................... 13
2.1 MUSCULOS........................................................................................................15
2.2 MENISCOS.........................................................................................................15
2.3 LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR LCA........................................................16
3. MECANISMO DE LESÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR ............... 17
3.1 FATORES NEUROMUSCULARES....................................................................19
3.2 FATORES ANATOMICOS..................................................................................20
4. REABILITAÇÃO E TRATAMENTO ................................................................... 22
4.1 TRATAMENTO DE LCA.....................................................................................23
4.2 TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO COMO FORMA DE TRATAMENTO
PARA LESAO DE LCA.............................................................................................24
4.3 TREINAMENTO PLIOMETRICO COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA
LESAO DE LCA.........................................................................................................26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 29
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30
1. INTRODUÇÃO
2.2 MENISCO
As lesões nos ligamentos podem ser classificadas em três tipos, de acordo com
a gravidade (PETERSON; RENSTROM, 2002):
1º Grau - leve estiramento, com pequena tumefação e sem perda da
estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo
consegue andar;
2º Grau – o ligamento é estirado e na lesão parcial;
3º Grau - ruptura ligamentar total ou avulsão, com rompimento da cápsula e
possível ruptura meniscal que consiste em uma lesão grave.
A lesão ligamentar do joelho pode acontecer por mecanismo direto, quando o
joelho é atingido por um corpo externo, ou indireto, quando forcas ocasionadas a
distancia da articulação são a eles imprimidas e dissipadas nos ligamentos. O
mecanismo indireto e mais frequente deles e o trauma torcional. Nesse caso, o corpo
gira para o lado oposto ao pé de apoio, originando uma rotação externa do membro
inferior, seguido de um discreto valgismo do joelho. Esse mecanismo forcado, sob
carga do peso do corpo determina a lesão. A hiperextensao do joelho sem apoio,
chamado chute no ar, origina a lesão isolada do LCA, esse e outro mecanismo é
relativamente frequente (HEBERT, 2003).
O LCA é frequentemente rompido durante práticas desportivas, segurando
bruscamente um movimento. É comparado vulgarmente como uma brecada,
mudando repentinamente o corpo de direção, ao manter o pé cravado no chão. Com
isso, o joelho alonga esse ligamento além do seu limite, acontecendo então a ruptura
do LCA. O indivíduo, ao concretizar um salto e aterrissar com apenas um dos pés,
também pode lesionar o LCA. No momento da lesão é possível que o indivíduo sinta
e até escute um estalo forte no joelho. Com a lesão desse ligamento surge como
consequência grande dor e inchaço da articulação do joelho, expondo instabilidade
articular na posição em pé. (CARDOSO, 2011).
De acordo com o mecanismo específico, as lesões no LCA podem ser
subdivididas em com e sem contato. As lesões sem contato são aquelas decorrentes
de ações motoras onde a força de reação do solo é o único agente externo atuante
(SHIMOKOCHI e SHULTZ, 2008). Quando qualquer outra força externa é aplicada,
denomina-se lesão com contato. Dados epidemiológicos indicam que as lesões sem
contato são mais frequentes (MIYASAKA et al., 1991; WRIGHT et al., 2010) e são
comuns durante aterragens subsequentes a saltos (BODEN et al., 2000; GRIFFIN et
al., 2006). Na grande maioria das vezes, resulta de uma combinação de movimentos
articulares que levam a uma condição conhecida como “posição sem retorno”, esta
englobando a flexão, adução e rotação interna do quadril, o valgo do joelho e a rotação
externa da tíbia em relação ao fêmur. Uma vez assumida tal posição, a lesão parece
ser inevitável (IRELAND, 1999; GRIFFIN et al., 2006; HEWETT et al., 2013).
As lesões do ligamento cruzado anterior acontecem com mais constância em
indivíduos jovens que praticam algum tipo de esporte, principalmente indivíduos do
sexo masculino. A força causadora comumente é a hiperextensão com estresse
forçando a rotação lateral na tíbia, estando o pé fixo.
Após o trauma, na maioria das vezes leva algumas horas para haver derrame
articular. Quando este ocorre, o movimento fica restrito. A articulação adquire uma
posição de mínima sobrecarga, geralmente por volta de vinte e cinco graus de flexão.
Se for testado antes do derrame articular, o paciente sente dor quando o
ligamento lesado é tensionado. Se ocorrer uma ruptura completa, a instabilidade é
detectada quando o ligamento rompido é testado. (KISNER,1998).
Segundo Stewien (2005), o aumento da pratica futebolística produziu um
aumento no numero das lesões traumáticas graves. O joelho, por sua categoria de
articulação altamente solicitada e exposta a traumas, e frequentemente lesado, sendo
a rotura do ligamento cruzado anterior uma das lesões mais comuns. A evolução
natural das lesões ligamentares pode afetar a pratica do esporte competitivo e o
correto diagnostico. O tratamento destas lesões pode, sem duvida, proporcionar um
retorno do atleta ao seu nível prévio de atividade.
Os saltos são os maiores causadores nas lesões do joelho nos voleibolistas
(BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). A fase de impulsão é a que mais esforço da
musculatura do atleta de voleibol (COUTTS, 1982). Neste momento é que ocorrem a
maioria das lesões das jogadoras, principalmente na cortada (LIAN et al., 1996). Para
NYLAND et al. (1994) os atletas de voleibol se contundem na passagem da corrida
horizontal para a elevação vertical. As lesões no joelho estão associados com a fadiga
e com o impacto no momento da impulsão (NYLAND et al.,1994). A fadiga dificulta o
amortecimento do impacto, gerando maior sobrecarga nos membros inferiores
(UGRINOWITSCH & BARBANTI, 1998). GERBERICH et al. (1987) também chama
atenção que as lesões no joelho também são freqüentes após a queda do salto,
proveniente do impacto e ocasionadas por torção do joelho. As principais lesões no
joelho são as tendinites e as ligamentares (BRINER JUNIOR & BENJAMIN, 1999). A
síndrome do joelho do saltador caracteriza-se por uma tendinite patelar ou no tendão
do quadríceps (GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997).
A maioria das contusões no joelho acontece em jogadores com 20 a 25 anos
ou com 2 a 5 anos de prática no voleibol ou com mais de um turno de treinamento
(BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). Segundo GERBERICH et al. (1987) os homens
se lesionam mais a partir dos 30 a 39 anos e as mulheres dos 15 a 24 anos,
correspondendo a 61% das contusões, a segunda contusão mais freqüente.
"Perdendo" apenas para as lesões no tornozelo, 92% (GERBERICH et al., 1987).
A lesão do ligamento cruzado anterior no voleibol é corriqueira no agachamento
profundo do contra movimento do bloqueio ou do ataque. O desequilíbrio muscular
dos membros inferiores podem gerar alto índice de lesões no joelho, pois o quadríceps
é muito exigido no voleibol e os isquiotibiais comumente praticam um trabalho
compensatório falta nas técnicas desportivas do voleibol. Esta instabilidade muscular
predispõe ao voleibolista de ter contusões no ligamento cruzado anterior. (CHIAPPA,
2001)
1 Semana
Objetivos: controle de edema, derrame articular, controle da dor,
controle de quadríceps, ADM = 90 graus
Tratamentos: Crioterapia, exercícios de ADM passiva e ativa para flexão
e hiperextensão, mobilização de patela, flexão e extensão de tornozelo
ativa, contração isométrica de quadríceps, exercícios de controle de
quadríceps, mini agachamentos e marcha com 2 muletas.
1 Mês
Objetivos: ADM = 0 a 120 graus, atividades limitadas, prevenir derrame
articular, padrão de marcha normal.
Tratamentos: (A partir da segunda semana) Propriocepção da bola,
elevação de perna com peso, bicicleta, treino de marcha, alongamentos.
(A partir da terceira semana) Iniciar hidroterapia, esteira.
(A partir da quarta semana) Propriocepção com apoio bipodal
5 a 8 semanas
Objetivos: Mobilidade=membro oposto, controle do derrame articular e
recuperar a força muscular.
Tratamento: Propriocepção em apoio monopodal, exercícios de
extensão terminal, exercícios em cadeia cinética fechada.
2 Meses
Objetivos: Déficit de pico de toque = 35%, avaliação isocinética com
velocidade angular de 180 graus.
Tratamento: intensificar exercícios de força e alongamento, iniciar trote
em linha reta, trote com mudança de direção e exercícios com bola.
3 Meses
Objetivos: Recuperar força muscular, melhora da propriocepção.
Tratamento: Iniciar musculação, intensificar exercícios proprioceptivos,
intensificar exercícios específicos do esporte praticado.
4 Meses
Objetivos: Avaliação isocinética com deficts de força muscular máxima
de 25 a 35 %.
Tratamento: retorno progresso ao esporte.
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