DISTRITO TECH TRENDS

Criptoeconomia
2 Sumário

3 INTRODUÇÃO

5 DINHEIRO DIGITAL

7 FINANÇAS DESCENTRALIZADAS (DEFI)

9 REMUNERAÇÕES ALTERNATIVAS

12 TOKENS UTILITÁRIOSA

14 ABOUT US
3 Introdução

N
ão é de hoje que os avanços
tecnológicos vêm mudando
nossa forma de viver. A tec-
nologia transformou o nosso jeito de se
comunicar, de consumir conteúdos, de
jogar, de trabalhar, de fazer comércio…
A lista aqui é extensa, mas dá para
entender que todo e qualquer aspecto
de nossa vida já sofreu alguma mudança.
E podemos afirmar que esses avanços
continuarão moldando nosso dia-a-dia
conforme novas soluções e produtos
tecnológicos vão surgindo.

Tecnologias, como a blockchain, junto

com a ascensão das criptomoedas já têm
nos mostrado um pouco para onde esta-
mos indo. Com isso, um conceito, ainda
emergente, começa a ganhar destaque
entre os pesquisadores e entusiastas da
área: a criptoeconomia.
Esse termo passou a ser usado com
maior frequência pela comunidade de
desenvolvedores na fase inicial da crip-
tomoeda Ethereum, por volta de 2014
e 2015. Segundo o cofundador da
Ethereum, a criptoeconomia baseia-se
em uma metodologia para construir
sistemas que visam garantir certos tipos
de propriedades de segurança sobre a in-
formação. Já para Vlad Zamfir, pesquisa-
dor da Fundação Ethereum, o foco dessa
disciplina encontra-se na distribuição
de esforços, bens e serviços nas novas
economias digitais.
Conforme mencionado previamente,
o estudo sobre a criptoeconomia ainda
está dando seus primeiros passos, porém
já podemos antecipar que, se tratando
de um campo interdisciplinar, ela reúne
conceitos tanto da economia quanto da
ciências da computação. Através dessas
duas áreas, a cripto economia estuda
4 Introdução

temas como a teoria dos jogos, design de

mecanismo, inferência causal, engenha-
ria de token, engenharia de segurança da
informação, entre outros.

Em síntese, podemos entender que uma

criptoeconomia tem como base o incenti-
vo do uso de criptografia para criar novas
possibilidades de sistemas, aplicativos, re-
des e até mesmo, empresas e a forma como
lidamos com o trabalho e seus ganhos.

Quando falamos sobre o assunto pode-

mos visualizar uma possível revolução
na economia mundial, que já está in-
fluenciando o nosso cotidiano, através do
uso de moedas digitais, NFTs, entre
outras funcionalidades que aos pou-
cos estão começando a fazer parte da
nossa realidade.

Ao olhar as movimentações que já estão

acontecendo e analisar informações e
estudos sobre o conceito, apontamos 4
tendências que têm força para transfor-
mar o nosso sistema econômico.
5 Dinheiro digital

volatilidade, ou seja, são pontes entre as

criptomoedas e moedas fiduciárias, como
dólar e real. Porém, até pouco tempo, essas
moedas digitais tinham sido criadas por gru-
pos particulares e empresas.

As criptomoedas têm algumas

Em 2009 tivemos um marco histórico.
O surgimento do Bitcoin, a primeira cripto-
moeda do mundo, com o intuito de ser uma
reserva de valor descentralizada. Desde en-
tão, a moeda se valorizou, chegando a valer
64,4 mil dólares em novembro de 2021.
Contudo, o Bitcoin foi apenas o pontapé
inicial para um novo universo que está em
plena construção.
De 2009 para cá foram desenvolvidas
mais de 17 mil altcoins, denominação dada
para as criptomoedas diferentes do Bitcoin.
Entre as mais famosas temos a Ethereum,
Litecoin, Ripple, Solana, Dogecoin, cada
uma com sua finalidade, mas todas indo em
direção à descentralização e transparência.
Dentro desse universo, foram criadas as
Stable coins, moedas digitais vinculadas a
ativos “estáveis”, como o dólar americano,
por exemplo. Elas foram criadas como for-
ma de se ter moedas digitais com menor
vantagens em relação ao sistema
financeiro tradicional. Entre elas:
• Possibilidade de transações
durante 24h, nos 7 dias
da semana;
• São digitalmente nativas
e programáveis;
• Atendem a um mercado global,
sem barreiras físicas e taxas
de câmbio;
• São seguras e transparentes,
com registros imutáveis
na blockchain;
• São desintermediadas, ou seja,
não necessitam do intermédio
de nenhum banco, ou instituição
financeira para serem operadas.
6 Dinheiro digital

Afirmando a tese de que o futuro do

dinheiro é digital, estamos vendo os
primeiros movimentos de CBDCs (Moe-
das Digitais do Banco Central, do inglês,
Central Bank Digital Currency). A China
é uma das grandes economias com o proje-
to mais avançado, mas os Estados Unidos
e o próprio Brasil estão em vias de discus-
são para a implementação do projeto nos
próximos anos.

Na prática

Para avançar no desenvolvi- Do desafio, foram escolhidos A depender dos primeiros

mento do real digital, o Ban-
co Central brasileiro lançou,
em 30 de novembro de 2021,
uma edição do Laboratório
de Inovações Financeiras e
Tecnológicas (LIFT) voltado
para o real digital, o LIFT
Challenge Real Digital, que
buscou entender os usos de
casos e viabilidade tecnoló-
gica da CBDC.
9 projetos para começarem
a ser implementados ainda
neste ano. Entre as institui-
ções escolhidas temos a
Aave, Banco Santander
Brasil, Febraban, Giesecke
& Devrient, Itaú Unibanco,
Tecban, Vert, Visa do Brasil
e a única fintech brasileira,
Mercado Bitcoin.
resultados, o Bacen deverá
avançar os projetos para a
fase de testes pilotos, com
a participação da popula-
ção, ainda em 2022 e em
2023. A expectativa é de
que as soluções comecem a
ser amplamente implemen-
tadas a partir de 2024.
7 Finanças Descentralizadas (DeFi)
Enquanto o Bitcoin tem a proposta de
descentralizar o dinheiro, o DeFi tem a
pretensão de descentralizar os serviços
financeiros. Os protocolos de finanças
descentralizadas buscam retirar os inter-
mediários dos sistemas financeiros, sejam
eles bancos, corretoras, ou qualquer que
seja o agente que não as próprias pessoas.
As aplicações peer-to-peer (P2P) fun-
cionam através de contratos inteligen-
tes, inseridos em uma rede blockchain,
e oferecem serviços e produtos típicos
do sistema financeiro tradicional, mas
sem a necessidade de intervenção hu-
mana no meio de campo. Tangibilizando
a ideia, podemos citar exemplos como:
empréstimos; pagamentos internacionais;
crowdfunding; ou ainda, negociações de
ativos, como hipotecas e investimentos.
Tudo funcionando através de contratos
inteligentes nas redes blockchain.
Além disso, por ter a característica des-
centralizada, as pessoas envolvidas têm
poder de escolha nas tomadas de deci-
sões dos ativos de DeFi. O detentor dos
tokens relacionados a certo protocolo
tem o poder de voto em questões como
taxas de juros, quais ativos serão acei-
tos, ou não, pela plataforma, e outras
definições para que o serviço se torne
escalável por meio da comunidade.
8 Finanças Descentralizadas (DeFi)

Com isso, os projetos DeFi abrem mar-

gem para que as comunidades e a socie-
dade tomem algumas decisões sobre os
projetos de sua preferência, alterando,
em certa escala, a lógica atual onde o
processo de desenvolvimento e tomada
de decisão são centralizados nas grandes
empresas e instituições.

Na prática

O projeto Light DeFi, che- São, ao todo, 10 bilhões de terreno de 17 hectares no

fiado pela empresa uru-
guaia Brillcom S.A., tem
como objetivo dar acesso
aos consumidores à energia
limpa, confiável e sustentá-
vel. Eles lançaram seu to-
ken (LIGHT) em agosto de
2021, reunindo conceitos
de sustentabilidade e finan-
ças descentralizadas.
tokens disponíveis para o
investidor que quer ter
acesso a uma carteira com
ativos de energia limpa por
meio de criptoativos. O to-
ken financia direta e auto-
maticamente a construção
de usinas solares fotovol-
taicas no Brasil e no mundo.
Após o lançamento do ati-
vo, o grupo comprou um
estado do Ceará para imple-
mentar sua usina de produ-
ção de energia fotovoltaica,
com expectativa de gerar
2,5 MW. A escritura do ter-
reno também foi registrada
em blockchain, como de-
monstração de adoção e
aposta da empresa na tec-
nologia disruptiva.
9 Remunerações Alternativas

Por conta da ascensão de novas tecnolo- elas pertençam ao coletivo e sejam con-
gias, como a blockchain, já é possível dese- troladas por todos os seus participantes.
nhar novas formas de geração de renda.
Com esse redesenho, um novo conceito
de organização foi criado: as Organizações
Autônomas Descentralizadas, também co- As DAOs
nhecidas como DAOs (do inglês, Decentra- têm como principal objetivo:
lized Autonomous Organizations).
• Garantir que todos os membros
Essas organizações, que são criadas e ganhem voz através da governança;
funcionam apenas no digital, têm suas
principais funções automatizadas via • Possuir uma hierarquia
contratos inteligentes e as pessoas de- totalmente horizontal e criar
sempenham apenas funções que não fluxos de trabalhos fluídos;
podem ser automatizadas, como por
exemplo: desenvolvimento de softwa- • Alocar recursos para alcançar
res, estratégias de marketing, etc. A ideia o principal objetivo da empresa.
principal dessas organizações é que não
exista apenas um único dono, mas que
10 Remunerações Alternativas
Segundo um mapeamento feito pelo
Cooper Turley, investidor e influenciador
sobre o assunto, já existem hoje mais de
100 DAOs que gerenciam em torno de
US$ 10 bi em ativos digitais. Junto com
o crescimento dessas organizações,
a tendência é que as pessoas passem a
garantir suas rendas de maneiras não
tão convencionais para os padrões de
hoje em dia. Receber em troca de jogar,
aprender novas habilidades, fazer arte
ou montar uma curadoria de conteúdos
poderá ser tão comum quanto trabalhar
para grandes corporações.
Hoje, já temos modalidades como play-
to-earn, learn-to-earn, e contribute-to-
earn, entre outras, e é esperado que
mais possibilidades surjam conforme
esses novos conceitos de empresas
forem se desenvolvendo.
A ideia é que a receita de cada um possa ser
constituída de várias fontes diferentes. Isso
não significa que os trabalhos tradicionais/
formais não existirão mais, mas sim que
existirão formas mais justas e acessíveis
para que todos possam, de algum jeito,
garantir sua renda no final do mês.
11 Remunerações Alternativas
Na prática
Se essa ideia ainda parece surreal de-
mais, seguem alguns exemplos de mo-
delos de trabalho não convencionais
que já operam nos dias de hoje através
de DAOs e blockchain:
1 • Play-to-earn:
Alguns jogos criados na blockchain per-
mitem você ganhar conforme joga e en-
gaja. Os jogos que se encaixam nessa
categoria funcionam como a economia
real, na qual os jogadores fornecem seu
tempo e energia para jogar, enquanto
são recompensados com tokens não
fungíveis, que podem ser trocados por
outros tokens ou a moeda de escolha.
Jogos assim já existem, e um dos mais
famosos é o Axie Infinity, no qual os joga-
dores compram seus pets, chamados de
Axies, e podem criá-los, alimentá-los,
batalhar e até vendê-los.
2 • Contribute-to-earn:
Esse conceito envolve pessoas que
possuem habilidades profissionais, tais
como finanças, desenvolvimento de
softwares, design, etc, e podem reali-
zar tarefas claramente definidas com
preços e tempo de duração previamen-
te acordados, muito similar ao conceito
que temos de freelancer. É esperado
que esse modelo ganhe popularidade
com a ascensão das DAOs e funcionem
através de smart contracts, garantindo
a descentralização e a transparência.
Um exemplo de empresa que já funcio-
na dessa forma é a Llama, que oferece
serviços que exigem conhecimentos
em gestão de tesouraria.
3 • Learn-to-earn:
Nesse modelo a pessoa é recompensa-
da por demonstrar que aprendeu uma
nova habilidade. Dessa forma todos
saem ganhando: os usuários podem in-
vestir seu tempo em aprender novas
habilidades – e ainda receber por isso
– enquanto as organizações garantem
novos usuários com conhecimento que
poderá agregar valor à empresa. Um
exemplo de empresa que já funciona
dessa forma é a RabbitHole, na qual é
possível aprender uma nova habilidade
na área de cripto, realizar demandas
para demonstrar o novo conhecimento
e então receber tokens por isso.
12 Tokens utilitários
Quem vem acompanhando as últimas
tendências techs, sabe que os NFTs são
o assunto do momento. Os NFTs, ou to-
kens não fungíveis, surgiram em meados
de 2017 com o projeto de arte em 8 bits,
os CryptoPunks. Seu criador, o estúdio
Larva Labs, desenvolveu 10 mil avata-
res diferentes de personagens punks,
com estilos variados. Aos poucos, essa
tendência de lançar artes – artes digi-
tais, música, e até fotografia – utilizando
blockchain para a distribuição e venda de
forma segura e transparente foi crescen-
do e tomando proporções absurdas, mui-
to por conta das grandes especulações
que ocorreram no ecossistema. Estima-
-se que em 2021 esse mercado faturou
em torno de US$ 24,9 bi.
Passado o primeiro momento de euforia,
o preço dos NFTs no mercado tem se nor-
malizado e outros questionamentos co-
meçam a vir à tona. Entre eles, o que mais
tem se discutido é relacionado à utilidade
do NFT para algo além de um item colecio-
nável e especulativo. Assim como a própria
criptoeconomia, a discussão da utilidade
dos NFTs está apenas no início, com novas
ideias surgindo a todo o momento.
Nesse sentido, alguns grupos têm olha-
do os tokens como ativos de utilidade,
ou seja, sua posse se transforma em um
benefício no mundo real. Já existem fes-
tas e eventos dos quais apenas os donos
de certos NFTs têm acesso, restaurantes
exclusivos para quem os detêm, e mesmo
13 Tokens utilitários

o acesso a certas pessoas, onde quem tem

o token possui o direito de realizar men-
torias ou fazer parte de um grupo de net-
working específico. Além disso, com cada
vez mais projetos relacionados à Web3.0,
outra possibilidade que se abre é ver os
NFTs como uma identidade digital, onde
o criptoativo reflete a imagem e as carac-
terísticas de uma pessoa no meio digital.

Na prática

Uma das diversas possibili-
dades de uso dos NFTs é na
área de medicina. A Aimedis
é uma healthtech que, por
meio de uma plataforma em
blockchain, oferece servi-
ços focados no paciente
como teleconsultas, agen-
damento de consultas, ob-
tenção de receitas médicas,
informações da área da saú-
de, e muito mais.
A plataforma também ofe-
rece produtos B2B, que é
exatamente onde os NFTs
entram. A empresa possui
um marketplace onde dados
científicos e médicos são
vendidos como ativos digi-
tais. Em resumo, pacientes
de qualquer lugar do mundo
podem compartilhar volun-
tariamente seus dados mé-
dicos através da plataforma
como tokens não fungíveis.
Esses ativos poderão ser so-
mente adquiridos por profis-
sionais da área médica.
E, utilizando uma ferramen-
ta de pagamento própria da
Aimed, a AIMX, os usuários
conseguem receber remu-
nerações por adicionar seus
NFTs, criar conteúdos ou
vender dados médicos. Os
pacientes também são remu-
nerados por compartilharem
seus dados anonimamente,
além de obterem benefícios
como descontos em serviços
de telemedicina.
14 About Us

DISTRITO DATA & CONTENT

O Distrito é uma Plataforma de Inovação Aberta Bárbara Fortes,
com o propósito de transformar empresas, acelerar Eduardo Bayer,
startups, potencializar investimentos e impactar Giovanna Nicoleto
positivamente a sociedade. e Leonardo Mori

Nos últimos quatro anos, a empresa construiu DESIGN

o mais avançado sistema de inteligência e banco Carolina Menezes,
de dados sobre o ecossistema de inovação aberta Fernanda Moraes,
do Brasil. Hoje, são mais de 15 mil startups Júlia Bacci
monitoradas e uma comunidade vibrante de 700 e Kauan Machado
startups residentes, 65 grandes corporações
e mais de 3 mil profissionais de inovação.

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Muito bom Bom Ruim