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ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

OBRIGAÇAO TRIBUTÁRIA
1. CONCEITO: não nasce de ato jurídico de vontade, diferentemente da obrigação civil. O Estado não
pode agir de forma discricionária e criar uma obrigação tributária.
Sendo assim, já nasce desequilibrada. Pois de um lado temos o Estado (SUJEITO ATIVO), cheio de
privilégios e garantias públicas, e do outro lado temos o contribuinte, que é submetido ao interesse
público. A Obrigação tributária nasce da prática do fato gerador de caráter econômico, do fato
jurídico. Independe de vontade, é a concretização da hipótese de incidência descrita na norma.
Princípio da subsunção, adequação do fato à norma. A obrigação tributária além de não depender
da vontade do contribuinte ou mesmo do Estado, o devedor será qualquer pessoa. Assim a
Obrigação tributária nasce de um fato jurídico e não de um ato Jurídico (como a Obrigação Civil) –
diferença nº 01.
Comutatividade dos contratos – civil – diferença nº 02.
Quando a OT nasce o devedor contribuinte é a única parte que já tem consciência do seu dever de
prestar, o Estado do ponto de vista formal não sabe quem é seu devedor, o quantum ele irá pagar.
Já nasce o vínculo com a prática do fato gerador. Materialmente falando, o Estado já sabe que
aquele é devedor, em caso de fiscalização, já poderia autuar. Quando o Estado se intitula para
cobrar aquele débito.
2. ELEMENTOS:
A) SUJEITO ATIVO: CREDOR (U, E, DF, M )
Em casos de delegação, as autarquias têm poder de autuar, de lavrar auto de infração, mas não
é o detentor do débito, não será o executor, não tem o poder de ir a juízo parar cobrar débito
de contribuinte. Só o Estado.
SUJEITO PASSIVO
 Contribuinte: É aquele que pratica o fato gerador da obrigação tributária. É aquele que realiza
concretamente a hipótese de incidência prevista na lei.
 Responsável tributário: É terceira pessoa. Não é a pessoa que pratica o fato gerador. É terceiro que
por força de lei deverá recolher o tributo no lugar do contribuinte desde que mantenha ligação
direta com a prática do fato gerador. Em regra que deve pagar o tributo é o contribuinte. Aqui a lei
expressamente determina que quem recolherá o tributo no lugar do contribuinte será terceiro que
tenha ligação com a prática do fato gerador. Ex.: Imposto de Renda é descontado pela pessoa
jurídica em folha do funcionário. Fundamento: Facilitar a arrecadação e combater a sonegação e
diminuir o curto da união na fiscalização. A lei não pode atribuir a responsabilidade a qualquer
pessoa, tem que ter ligação direta com o fato gerador. Não confundir com responsável do direito
civil que é apenas garantidor, não é devedor. Aqui o responsável é o devedor.
 Substituição: a empresa é chamada de substituta porque substitui o contribuinte no
pagamento do tributo. É quando a lei atribui a terceiro a obrigação de substituir o
contribuinte na hora de recolher o tributo. Toda substituição tributária tem que estar
prevista em lei antes mesmo da ocorrência do fato gerador. Depois de ocorrido o fato
gerador se não houver lei prevendo a substituição é o próprio contribuinte quem deve
recolher o tributo.
OBS: A indústria paga 2 ICMS. Um pela venda que faz ao revendedor e outro pela venda que
o revendedor vai praticar. Hoje o ICMS não paga mais ICMS e a industria repassa ao
comerciante o valor desse ICMS. Apesar do absurdo de se cobrar tributo antes da prática do
fato gerador o STF já julgou constitucional essa antecipação do ICMS. É fato gerador
presumido criado por emenda constitucional – art. 150 §7º. Se o fato presumido não
ocorrer, haverá devolução desse ICMS. Se vender por valor inferior a margem de lucro
prevista não haverá devolução proporcional. Essa devolução será devolvida ao comerciante
se esse provar que o ICMS foi embutido no valor da venda. Essa substituição é chamada de
substituição tributária para frente.
Substituição tributária para trás: Ocorre quando o recolhimento não é feito por quem
pratica o fato gerador e não se dá no momento da prática, mas em momento posterior. Ex.:
Venda de gado – é o comprador que pagará o ICMS, pois é mais fácil fiscalizar a industria
que tem CNPJ do que o vendedor de gado.
A LEI TEM QUE PREVER A SUBSTITUIÇÃO ANTES DA PRÁTICA DO FATO GERADOR.
 Transferência: Diferença básica para substituição – Na transferência a obrigação de recolher
o tributo primeiramente é do contribuinte. Posteriormente a ocorrência do fato gerador, o
contribuinte por um dos motivos elencados em lei se impossibilita de recolher o tributo,
gerando a transferência tributária para uma terceira pessoa que tenha uma ligação direta
com o contribuinte.
Os casos de substituição podem ser criados a qualquer momento por lei. No caso da
transferência, os casos estão previstos em rol taxativo no código tributário nacional. Ex.:
Espólio, fusão de empresas. Arts. 130 a 136 do CTN.
3. ESPÉCIES (art. 113, CTN)
A) PRINCIPAL
*Principal: Obrigação de dar quantia certa, de pagar o tributo, principal contribuição, principal
fonte de custeio de despesa pública.

B) ACESSÓRIA
 Obrigação de fazer ou não fazer, é a prática ou não de um ato a favor da administração
tributária. Não é o mesmo que a obrigação de dar. Emitir nota fiscal, por exemplo. Não é
pagar ICMS, o fato de emitir a nota fiscal, é para identificar a mercadoria, para que seja
fiscalizada. Fazer declaração de Imposto de Renda, ainda que não precise pagar a obrigação
principal.
 A obrigação acessória INDEPENDE DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL !!!!!
 Art. 113, §3º, CTN, O não cumprimento da obrigação acessória gera uma multa, pena
pecuniária, que se equipara a obrigação principal. Não está comparando com a multa, tem
natureza diversa do tributo.
O tributo segue o rito da execução fiscal, para que o Estado execute junto com a multa no
mesmo processo de execução fiscal. São independentes.
# “lei” – obrigação tributária principal
# “legislação tributária” – obrigação acessória – pode ser criada por outras fontes, mais geral/ampla.
A legislação que impõe a obrigação acessória, não pode impor a multa. Esta virá de lei.
Lei, decretos, tratados e convenções internacionais, normas complementares – legislação
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR TRANSFERÊNCIA – ESPÉCIES
1. Responsabilidade do adquirente de bens imóveis:
Essa responsabilidade atinge os impostos que recaem sobre os bens imóveis (impostos reais: IPTU e ITR
– da propriedade rural), contribuição de melhoria e taxas de serviço (água, esgoto, etc.).
O adquirente da propriedade imóvel responde pelos tributos devidos (os três mencionado acima) pelo
alienante do bem até a data da alienação salvo se constar no instrumento da alienação certidão que
comprove a inexistência de débitos tributários. O adquirente do bem imóvel, por exemplo, responde pelos
débitos de IPTU relativos a período anterior a aquisição daquele bem. Essa responsabilidade se deu por
transferência. O fato gerador aqui foi praticado pelo proprietário anterior, mas que responderá é o novo
proprietário do bem. IPTU nasce em razão da propriedade, são obrigações proter rem e acompanham a
coisa onde quer que esteja. O novo proprietário poderá entrar com ação de regresso contra o antigo
proprietário para cobrar esses tributos (direito de evicção).
Pode haver transferência fazendo constar no cartório a certidão negativa de débitos do bem
imóvel. Se no decurso do tempo aparecer novos débitos por engano do município, nesse caso, o município
cobrará de quem vendeu, pois a certidão negativa é instrumento público com fé pública que gera
presunção absoluta de que o patrimônio não tem dívida tributária. Se houver dívida que passou
despercebida, essa cobrança será feita ao antigo proprietário. Hoje a escritura pública de transferência só é
feita com apresentação da certidão negativa.
ATENÇÃO: Se o imóvel for adquirido por arrematação em hasta pública os tributos devidos em razão do
bem ficam sub-rogados no preço da arrematação. Arrematação não é transferência derivada de
propriedade, não decorre de negociação ou contrato. Dessa forma, também não se transfere a dívida
nesse caso. Em relação ao valor pelo qual o bem foi arrematado, o executado recebe o valor restante
depois de debitados os valores referentes a dívida. Se arrematado por valor inferior a dívida, o antigo
proprietário será executado em relação ao valor restante.
2. Responsabilidade pela incorporação, fusão e transformação da pessoa jurídica:
Fusão = duas empresas formam uma terceira empresa.
Incorporação = Empresa que incorpora por compra uma outra empresa. A empresa adquirida ou
incorporada pode ser adquirida total ou parcialmente.
Débitos existentes até a data da incorporação passam por transferência os débitos tributários da empresa
incorporada. Em caso de fusão a empresa resultante de fusão também assume os débitos tributários
anteriores a fusão. Em caso de transformação, em que uma empresa se transforma em outra, ainda que
mude o ramo, haverá responsabilidade por transferência, ainda que haja mudança de razão social, de
atividade, etc.
Em caso de fusão, incorporação e transformação não cabe ação de regresso exceto quando houver a
terceira hipótese a seguir.
3. Responsabilidade do adquirente de fundo de comércio:
O adquirente de fundo de comércio responde pelos tributos devidos pelo alienante até a data da
aquisição, sob duas formas:
a. Integralmente – sempre que o alienante não voltar a exercer atividade comercial, sob a mesma
ou outra razão social ou ainda sob firma individual em um prazo de até seis meses da alienação.
b. Subsidiária – Sempre que o alienante, dentro de seis meses, volte a exercer outra atividade
comercial.
A adquirente responde de duas formas: sozinho e integralmente se quem vendeu não abrir outro negócio
ou se abrir depois de 06 meses. Se abrir antes disso, a responsabilidade será subsidiária. A ação de
regresso caberá sempre que possível.
EXCEÇÃO AO ADQUIRENTE DE FUNDO DE COMÉRCIO
Se o fundo de comércio for adquirido em Hasta Pública ou Leilão Judicial, não trará para si nenhum
débito de fundo de comércio. (Ex. a empresa entrou em falência, seu fundo de comércio vai a hasta
pública, o arrematante deste não terá que arcar com os débitos, pois presume-se que não irá com os
débitos, pois estes serão pagos com o valor que foram depositados em juízo pelo arrematante)
EXCEÇÃO da Exceção!!!
Se o adquirente deste fundo de comércio for o ex-sócio, ou parente em linha reta ou colateral até o
4º grau, ou que tenha qualquer relação com a antiga empresa, for gerente, contador, etc..
CONTINUA RESPONDENDO POR TRANSFERÊNCIA. Para evitar fraudes, de que seja arrematada mais
barata pelo mesmo grupo.
4. Responsabilidade por sucessão causa mortis:
a. Sucessores e cônjuge meeiro respondem pelo débito tributário até a data da partilha – a partilha se
dá depois da abertura do inventário. Aqui incide em caso de haver novos débitos depois do
falecimento. Praticou fato gerador, mas a notificação, a constituição do crédito tributário só se deu
depois do falecimento. Esse créditos liquidados pelo estado já com a pessoa falecida, serão
cobrados dos herdeiros e não mais do espólio. Esses sucessores não podem se responsabilizar com
patrimônio pessoal, aqui o limite é a herança. Eles podem ser responsabilizados até o limite da
herança.
b. O Espolio responde pelos tributos devidos até a abertura da sucessão - até a data da abertura da
sucessão os créditos tributários passam para o espólio.
OBS: Há casos em que a pessoa falece e a família não abre inventário e não formaliza a transmissão da
herança, não é feita a partilha. Nesse caso, ainda que não haja processo de inventário aberto o Estado
executará os herdeiros. Dessa forma, é uma forma de forçar a abertura do inventário para sair do pólo
passivo e jogar esse pólo passivo para o espólio.
5. Responsabilidade de terceiros: Art. 134 do CTN

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis: erro de terminologia, pois se é na impossibilidade de cobrar do contribuinte que se
cobrará desses aqui apresentados, então não é responsabilidade solidária, e sim subsidiária. O terceiro só
responde se houver os dois requisitos sublinhados cumulativamente (impossibilidade + terceiro ter relação
direta com a prática do fato gerador da obrigação tributária). Caso em que o menor herda casa de um tio,
não há contribuição dos pais para a prática do fato gerador. O estado executará o menor e o pai
representará em juízo o menor, mas não poderá ser executado subsidiariamente. Nesse caso só o
patrimônio do menor responderá.

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; O contribuinte é o menor, pois esse pode praticar
fato gerador. A capacidade de ser contribuinte independe da capacidade civil. Não há distinção de
capacidade absoluta ou relativa. Qualquer pessoa pode ser sujeito passivo, pois a pratica de fato gerador
independe de autonomia tributária. A pratica do fato gerador.
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; Caso o tributo não possa ser cobrado do espólio. A
contribuição do inventariante aqui para essa impossibilidade seria um ato omissivo.
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados
por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
Se a responsabilidade é subsidiária eles só serão cobrados se o contribuinte não puder ser cobrado. Que
hipóteses seriam essas? Seria qualquer impossibilidade jurídica. O inciso I traz casos de filhos menores, por
exemplo.
OBS: A obrigação tributaria da pessoa jurídica independe de estar essa pessoa jurídica regularmente
constituída.
OBS: Em direito civil presume-se a boa fé. Em direito tributário a má-fé é que é presumida.
ESSE ROL DE INCISOS DO ART. 134 É EXEMPLIFICATIVO.
6.Responsabilidade pessoal: Art. 135

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
A dívida da pessoa jurídica aqui pode ser buscada da pessoa física, como se fosse uma
desconsideração da pessoa jurídica do direito civil. Aqui a pessoa física responderá pelos débitos da pessoa
jurídica se agiu com excesso de poderes ou se agiu de forma ilícita para sonegar (ex.: Não declaração de
faturamento correto da empresa).
OBS: Não é o mero inadimplemento que gerará responsabilidade do sócio.

Responsabilidade solidária: Art. 124 do CTN


1. Quando há interesse comum na prática do fato gerador da obrigação.
2. Quando a lei determinar.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação
principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
O fato gerador é o fato econômico concretamente realizado pelo contribuinte, enquanto está escrito na
legislação abstratamente é hipótese de incidência.
SOBRE FATO GERADOR
C) INSTANTÂNEO
É o fato gerador que se considera ocorrido simplesmente pela prática da situação econômica descrita na lei
e cujos efeitos são imediatos. Ex. o fato gerador do ISS, basta a prestação do serviço para que seja
praticado o fato gerador do ISS, que lhe obriga a pagar o ISS, a cada dia que se preste.
É aquele que ocorre num período imediato, para aquele fato, por aquele tributo. Para cada fato, paga-se o
tributo, seus efeitos são instantâneos, não se prologando no tempo.
D) PERIÓDICO
É o fato gerador que, uma vez ocorrido, seus efeitos se prolongam por um período determinado na lei. Ex.
IPVA, IPTU, ITR, geralmente impostos que incidem sobre propriedade. Esses impostos são anuais, a
propriedade se prolonga no tempo, é um fato econômico que se prolonga no tempo, que só é perdida
quando da tradição, alienação, etc. Se fosse instantâneo, iria inviabilizar o poder público. A lei, então,
define quando da incidência do fato gerador. Em janeiro, por exemplo. Seus efeitos valem por todo o ano,
prologam-se por um período de tempo. IPTU, IPVA, por exemplo, por ano.
E) COMPLEXO
É o uma reunião/junção de fatos geradores instantâneos, por um determinado período de tempo, devendo
ser pago pelo contribuinte no momento estabelecido pela lei, em uma única vez. Ex. Imposto de Renda,
adquire-se renda o ano inteiro, o verbo adquirir é auferido todo mês, ou todo dia, o fato gerador é
praticado todos os dias. Só que a Legislação, por conveniência ou por melhor fiscalização, deve-se declarar
a renda durante todo o exercício do ano financeiro, que será declarado depois. Cada fato é diferente.
QUAL O MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR?
Este é o marco zero que irá identificar os prazos decadenciais e prescricionais da obrigação tributária.
Deve-se saber o dia, o momento, que nasceu o fato gerador. Quando Credor e devedor se obrigam.
ISS – prestou o serviço, obrigou-se; (situação de fato)
IPTU – sou proprietário, mas quando, em que momento pratico o fato gerador? (situação jurídica)
II – o fato gerador é a ENTRADA DA MERCADORIA NO TERRITORIO NACIONAL. (situação jurídica)
MOMENTO?
 Situação de fato – é exatamente o que se fala em relação ao ISS, IR, pois basta a ocorrência do fato
descrito na lei, para que o contribuinte saiba que está obrigado a pagar o tributo, naquele
momento. Geralmente, tal ocorre com os tributos Instantâneos.
 Situação jurídica – é quando a situação típica descrita na norma não é suficiente para saber o
momento do nascimento da obrigação tributária. Não depende só do fato. Ocorre com o IPTU,
precisa da situação jurídica, definida em lei, quando se considera ocorrido o fato gerador.
Geralmente ocorre com os impostos Periódicos. (Aracaju, IPTU é em Janeiro). Pode estar
relacionada também com os negócios jurídicos condicionais, que são elementos de eficácia do
negócio jurídico (encargo, condição – submetem o negócio jurídico a evento futuro e incerto,
termo)
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
 Em regra, é o eleito pelo contribuinte, qual o domicílio tributário que ele quer receber as
Suas notificações, cartas, correspondências, etc. é o contribuinte, pessoa física, quem vai
eleger qual será seu domicílio tributário. Ele tem esta prerrogativa. É OBRIGAÇÃO
ACESSÓRIA, sob pena de multa, pois o contribuinte tem o dever de manter o Estado
atualizado do seu domicilio tributário. Inclusive, tem o Estado dever de decretar a Revelia
Administrativa do contribuinte, publicando-se por Edital, depois sendo autuado e multado.
Tal revelia é inconteste. Último caso, devem-se exaurir todos os outros meios. Poderá
notificar, no local onde o contribuinte trabalha, labora, ou em qualquer outra residência.
 Em se tratando de Pessoa Jurídica, em regra, é o local da sede e não onde se pratica os atos
econômicos, ou em cada filial, havendo filiais, cada uma delas é considerada um domicílio
próprio para a prática de seus atos. Cada filial responde pelos atos nela praticados. Se o
Estado entender que a Sede foi colocada para dificultar o recolhimento, comunicação dos
atos tributários, O Estado poderá desconsiderar este domicílio da sede, para
notificar/tributar a empresa onde está exercendo suas práticas administrativas, contábeis,
econômicas, com base nos seus valores, tributos, daquela localidade. É o caso de o Estado
tributar de ofício. FECHAMENTO IRREGULAR DA PESSOA JURÍDICA. (presunção de má fé do
sócio administrador da empresa)
CRÉDITO TRIBUTÁRIO:
Antes da prática do fato gerador não há obrigação tributária nem a figura do contribuinte. Depois da
prática do fato gerador (realizada a hipótese de incidência descrita na lei) surge a obrigação tributária. Daí
nasce vínculo jurídico entre o contribuinte e o Estado. Se não há cumprimento voluntário da obrigação
tributária, o Estado não pode exigir o cumprimento do crédito de imediato.
As obrigações cíveis contratuais são líquidas, certas e podem ser exigíveis de imediato em caso de
inadimplência. Quando o devedor da obrigação cível entra em mora o credor pode exigir o cumprimento
da obrigação ou perdas e danos. Essa exigibilidade é imediata pois o contrato é título executivo extra
judicial.
Na obrigação tributária é diferente. O não pagamento do tributo enseja inadimplência, mas o Estado
exigirá de imediato com base em que título se não há contrato? A obrigação nasce de prática de fato
jurídico, que independe de autonomia de vontade. Nesse caso, a obrigação nasce líquida e certa para o
contribuinte, mas o credor dessa obrigação, apesar de ter direito ao crédito ele ainda não sabe do crédito.
Esse crédito para ele não é liquido, certo nem exigível. O vinculo jurídico obrigacional tributário o Estado
credor é só detentor do direito de receber o crédito. Não há título executivo extrajudicial como nos
contratos.
No caso da obrigação tributária, o Estado deve liquidar a obrigação tributária. Tem que formalizar a
obrigação de forma documental. Tem que se cientificar da existência para só então liquidar a obrigação.
Primeiro terá que identificar o sujeito passivo formalmente, depois deverá verificar o fato gerador
praticado pelo contribuinte, o estado deve formalizar um título, um documento daquela obrigação
tributária.
O Estado deve identificar o contribuinte, verificar o fato gerador praticado, aplicar a lei da época do fato
gerador, calcular alíquota e base de cálculo e liquidar a obrigação tributária – a essa fase damos o nome de
crédito tributário – é fase posterior a obrigação tributária, necessária e obrigatória, e que tem como
finalidade formalizar a obrigação tributária nascida, ou seja, tornar certa a obrigação em relação a sua
existência e liquidar o valor do tributo a ser pago. Torna líquida e certa mais ainda não exigível.
O crédito tributário é procedimento de formalização e é etapa obrigatória. Sem ele o Estado não tem como
formalizar um documento, um título de crédito. Quando o crédito se constitui deixa de existir a obrigação
tributária. A constituição do crédito tributário extingue a obrigação tributária. O credito é liquidez e certeza
da obrigação, e, com isso, não há que se falar em obrigação tributária mais. A obrigação está retratada no
crédito tributário.
PRAZO PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO:
5 anos. Começa a contra a partir da prática do fato gerador, via de regra. É prazo decadencial. A
decadência representa uma inexistência da própria obrigação tributária.
COMO É CONSTITUIDO?
Através de ato administrativo chamado lançamento é que se constitui o crédito tributário. O lançamento
está para o crédito tributário assim como o fato gerador está para o tributo. Quando da constituição o
contribuinte é notificado e é dado ao contribuinte um prazo de 30 dias para pagamento. O não pagamento
é que torna o crédito exigível. Depois que o credito se torna exigível corre um prazo de mais 5 anos,
prescricional, para que o estado entre com Execução fiscal contra o contribuinte.
LANÇAMENTO: Sua função é tornar a obrigação tributária líquida e certa. Certa em relação a sua
existência – confirma que a obrigação tributária ocorreu. Depois dessa confirmação, a obrigação será
liquidada. Termina com a notificação do sujeito passivo para pagar. É ato administrativo forma cuja função
é confirmar a existência da obrigação tributária, liquidar essa obrigação e notificar o contribuinte a pagar.
Só se considera feito o lançamento depois que o contribuinte é notificado formalmente a pagar o débito.
O lançamento torna líquida e certa a obrigação, mas ainda não é exigível. Da notificação o contribuinte tem
30 dias a pagar. Se pagar extingue o crédito. Se não pagar torna exigível o crédito tributário. Só se não
pagar é que o Estado pode executar o contribuinte. O lançamento, seguido do não pagamento no prazo de
30 dias, torna liquido, certo e exigível. Aqui não se fala mais em obrigação tributária, mas se fala em
crédito tributário. O credito confirma e reveste a obrigação.
Natureza jurídica do lançamento: Ato administrativo declaratório e constitutivo. Declaratório porque uma
das suas funções é declarar a existência da obrigação tributária, tornar ela certa.
Da obrigação tributária constituída o Estado tem prazo de 5 anos (decadencial) para constituir o crédito
tributário. São 5 anos para fazer o lançamento. Se não fizer é como se a obrigação não tivesse existido.
Decadencial é o prazo que vai da obrigação, do fato gerador, ao lançamento, à constituição do crédito.
FORMAS DE SE FAZER O LANÇAMENTO:
De ofício – ocorre quando toda a atividade administrativa para constituição do crédito tributário é
realizada integralmente pela administração pública sem qualquer participação do contribuinte. O Estado
faz tudo sozinho, o contribuinte não participa em nada. Ex.: IPTU – todo mês de janeiro que é dono de bem
imóvel pratica o fato gerador do IPTU.
Por declaração – ou misto porque é aquele onde o contribuinte informa todas as circunstâncias matérias
acerca da ocorrência do fato gerador da obrigação e, em conseqüência, o Estado calcula o tributo devido e
notifica o contribuinte para o pagamento. Só pode ser feito quando existe o auxilio do contribuinte
declarando ao estado a prática do fato gerador. Ex.: ITBI e ITCID
Por homologação – A maioria dos tributos – É chamado de auto-lançamento. É o lançamento onde o
contribuinte realiza todo o procedimento de constituição do crédito tributário, calcula o tributo devido e
realiza o pagamento extinguindo o crédito tributário que fica sob condição de futura homologação. Aqui o
Estado não participa em nada, o contribuinte faz tudo sozinho. O código tributário diz que o contribuinte
faz pagamento antecipado sob condição de futura homologação. O pagamento antecipado extingue o
crédito posto que representa cumprimento da obrigação. Essa extinção não é definitiva pois o estado
possui prazo decadencial de 5 anos para homologar o pagamento. O lançamento só é considerado ocorrido
depois que o estado homologa. Enquanto não há homologação é como se o lançamento não tivesse
ocorrido. Não é o contribuinte que se lança pois o lançamento é ato exclusivo da administração pública. O
prazo decadencial conta a partir da declaração. Se não houver declaração, começa a correr a partir do ano
seguinte. Ex.: IR, ICMS, ISS de PJ (único do município que se dá por homologação).
 Crédito constituído
 Crédito definitivamente constituído – não há mais possibilidade de sair da mora. Surge para o
Estado o direito de por o contribuinte em Mora. Quando não cabe mais recurso administrativo
pelo contribuinte. Caso passe os 30 dias e o contribuinte não pagar nem impugnar, não caberá
mais nenhum procedimento administrativo, pois transitará em julgado. A partir daqui o crédito
estará definitivamente constituído.
EXCLUSÃO DO CRÉDITO
Há autores que dizem que a divisão entre exclusão e extinção do crédito não faz sentido. Na prática a
exclusão do crédito é forma de extinção do crédito. Para a doutrina, excluir e extinguir é a mesma coisa. Na
prática há um certa diferença entre extinção e exclusão. Essa diferença é em relação ao motivo pelo qual o
contribuinte se desobriga a pagar. Extinção sempre decorre do pagamento. A exclusão é diferente. Há
extinção do mesmo jeito, mas a exclusão é a dispensa legal do pagamento do tributo. Não se confunde
com imunidade pois esta não é exclusão de pagamento é não existência da obrigação, o contribuinte não é
nem sequer alvo da tributação, não há sequer tributo legislado para incidir sobre aquela situação. No caso
da exclusão há tributo, há pratica de fato gerador, há constituição do crédito, há debito tributário, mas, o
Estado dispensa o pagamento da obrigação.
Exclusão, diferente de extinção, não decorre do pagamento.
1. Isenção
É a concessão de um benefício fiscal, mediante lei do ente competente para legislar sobre o tributo alvo da
isenção com a finalidade de promover um tratamento tributário baseado no desenvolvimento econômico,
social e regional. Só quem pode isentar o tributo de competência da União pela lei da União. Da mesma
forma para os Estados e Municípios. O poder de isentar é inerente ao poder de tributar. A concessão da
isenção está relacionada ao exercício da competência tributária.
Art. 151 III – O poder de isentar é inerente ao de tributar.
A isenção só pode ser concedida por lei e essa lei tem que ser especifica do ente tributário competente.
Basta que seja lei ordinária a menos que o tributo seja de competência de lei complementar.
Viola a isonomia tributária? Ex.: Funcionário público municipal que só possui um imóvel não paga IPTU, se
possuir mais de um somente o de menor valor será isento. O vizinho que não é funcionário público
municipal tem que pagar. Isso viola a isonomia tributária? Não, pois não é aleatória nem discricionária. Se
fosse discricionária seria tratamento desigual aos iguais, e não é isso que acontece.
ISONOMIAL TRIBUTÁRIA FORMAL – Enquadramento do contribuinte a lei. Ex.: Possuir bem imóvel é fato
gerador para IPTU. Quem possui se enquadra na norma. Aqui não se leva em conta as características
pessoais do contribuinte mas a prática do fato gerador. É tributar quem pratica o fato gerador.
ISONOMIA TRIBUTÁRIA MATERIAL – Traz uma ideia de equilíbrio fiscal e de justiça tributária. É
tratamento do contribuinte de acordo com critérios pessoais. A CF art. 145 §1º diz que sempre que
possível os impostos serão pessoais e cobrados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte –
princípio da pessoalidade ou da capacidade contributiva.
Ex.: Isenção de pagamento de imposto de renda. Quem ganha até X, apesar de adquirir renda, apesar de
praticar o fato gerador do imposto de renda, está isento de pagar o IR. É tratamento especial para quem
ganha menos. Não é dispensa aleatória e arbitrária.
FUNDAMENTO DA ISENÇÃO: Dar tratamento diferenciado a certa categoria com intuito de fazer com que
a categoria possa exercer sua atividade econômica mais livre sendo desonerada a fim de gerar
crescimento econômico. O tributo tem função extra fiscal, uma função social do tributo. O tributo é
instrumento de política publica para que a atividade econômica se mantenha sustentável.
Exemplo comum: Isenção de ICMS para empresas que se instalam em determinada região. Brahma em
Sergipe tem isenção por 30 anos. Viola a isonomia? Não viola. É indústria que gera emprego e circulação de
dinheiro na região pois gera outros tributos. A receita gerada indiretamente é muito maio e gera
crescimento do Estado. Gera IFP (Imposto de fundo de participação) repassado ao Estado devido ao
pagamento de IR e IPI ao governo federal. É preciso motivar a isenção para que não viole o princípio da
isonomia. Se violar a isonomia é lei inconstitucional.
A isenção é concedida por prazo determinado, se for concedida por prazo indeterminado só poderá ser
revogada por nova lei. Tem que ser lei específica daquele mesmo ente tributante que volta a obrigar o
contribuinte a pagar o tributo. Neste caso, quando vier uma nova lei, revogando a isenção terá que
obedecer ao princípio da anterioridade tributária (tanto o na anterioridade anual quanto o da
noventena).
É concedida sob condição. Dá-se quando a lei regulamenta alguns critérios que enquanto forem cumpridos
pelo contribuinte, ele se manterá isento podendo a qualquer momento ser automaticamente revogado. É
mais ou menos com a questão da imunidade dos templos, enquanto estiver exercendo a atividade é
imune. Se deixar de ser templo, perde a imunidade. Isenção não tem nada a ver com imunidade, mas o
raciocínio é o mesmo. Em caso de prazo determinado de isenção, o retorno da incidência não precisa
obedecer ao princípio da anterioridade. Só quem isenta é lei e imunidade é previsão constitucional.
EM CARATER GERAL – É aquela concedida diretamente por lei, incidindo automaticamente para todos
aqueles que se enquadrarem na hipótese legal de isenção. Ex.: Lei municipal que isenta proprietários de
imóveis urbanos que sejam funcionários públicos. Abrange qualquer pessoa que seja funcionário público
municipal que possua imóvel urbano. A lei dá características gerais e quem se enquadrar está isento.
EM CARATER INDIVIDUAL – É lei específica para uma situação determinada por lei. Para ser alvo da
isenção o contribuinte deverá requerer administrativamente e a concessão depende de despacho da
autoridade administrativa. Ex.: Indústria que queira se instalar no estado. A isenção depende da
instalação, do requerimento dessa isenção e do despacho da autoridade.
Ex.: Templos requerem isenção de IPTU ocorre que templo não tem isenção, mas imunidade.
ISENÇÃO HETERÔNOMA – É exceção ao princípio do pacto federativo. Permite à União Federal a
concessão de isenção de tributos estaduais e municipais desde que também conceda isenção para os seus
próprios tributos. Há quem chame de competência heterônoma, que é competência sui generis.
ISENÇÃO ≠ REMISSÃO = ISENÇÃO NÃO É PERDÃO DAS DÍVIDAS. Isenção não exclui dívidas existentes, mas
exclui a obrigação de pagar. Isenção não é abrir mão de receber receita já devida.
Quando isento, é isento da obrigação principal, mas a acessória continua. Quem é isento de pagamento de
ICMS não é isento de emissão de nota fiscal.
2. Anistia
É a dispensa do pagamento dado da penalidade pecuniária decorrente do descumprimento da obrigação
tributária principal ou acessória. É dispensa ao pagamento da pena pecuniária, da multa tributária. É
dispensa da conseqüência do ato ilícito.
Multa só é retirada por anistia. Não há isenção de multa. Precisa haver lei específica de anistia.
A forma de concessão é idêntica a isenção = lei específica de competência do ente que tributa. A anistia,
diferente da isenção, abrange as penalidades já constituídas até a data da concessão da anistia. A isenção
tem eficácia ex nunc e a anistia é ex tunc. A lei que anistia já dirá quais débitos serão abrangidos por ela. É
a lei que concede que discriminará todas as características da pena que se quer anistiar.

Pode ser concedida de duas formas:


 Em caráter geral: Incide automaticamente independente de requerimento do contribuinte, basta o
preenchimento das características previstas na lei.

 Em caráter individual: É aquela voltada para características específicas de determinado


contribuinte e a sua concessão depende de requerimento administrativo e despacho da autoridade
administrativa.
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: Art. 156 do CTN
1. Pagamento:
Deve ser feito sempre em pecúnia. A alíquota e base de calculo deve ser convertida em moeda nacional
considerando o câmbio da data da prática do fato gerador. Se for Imposto de Importação, será da data da
entrada da mercadoria em território nacional.
Juros, correção e multa de mora ou moratória é devido pelo atraso e tem incidência diária, por dia de
atraso.
Multa compensatória: Incide pelo simples fato de não ter havido cumprimento da obrigação tributária.
2. Compensação:
1ª característica: Não há muita diferença do instituto do direito civil. A compensação pelo direito civil é
quando temos duas pessoas que são credor e devedor uma da outra. A extinção da obrigação aqui pode
ser total ou parcial, se as dívidas recíprocas forem de valores diferentes. A compensação se dá até o limite
da menor dívida.
Em caso de compensação parcial, permanece o mesmo crédito com o abatimento do valor compensado.
Não é nova obrigação, é abatimento como se tivesse havido pagamento parcial.
2ª característica: Os débitos e créditos têm que ser homogêneos, da mesma natureza. Não basta o tributo
ser do mesmo ente. Isso não é suficiente. Os créditos e débitos a serem compensados tem que ser da
mesma natureza, ou seja se tenho crédito de ICMS só posso pedir compensação de débito de ICMS. Não se
pode compensar crédito de IPVA com débito de ICMS, por exemplo.
Na prática, quando se trata de IR tem se visto compensação com outro imposto federal posto que
administrados pelo mesmo órgão, a receita federal.
Só se compensam dívidas líquidas, certas e vencidas. Não há compensação para créditos futuros.
3ª característica: Pode ser requerida administrativamente (até o limite de 30% do crédito por exercício
mensal, não há compensação de 100%, para evitar que o estado fique sem receita) ou judicialmente (de
até 100%, mas só se dá com o trânsito em julgado), em qualquer fase processual através de embargos a
execução, de ação declaratória ou qualquer outra defesa impetrada pelo contribuinte (inclusive MS). Há
súmula do STF que veda compensação liminar.
3. Dação em pagamento:
É cumprimento da obrigação quando o devedor oferece bem diverso do pactuado em pagamento, mas
requer aceitação do credor. É quando o contribuinte entrega um bem imóvel para quitar a obrigação
tributária. Diferença do direito civil: Lá pode ser entrega de qualquer bem desde que o credor aceite já que
diverso do objeto inicialmente pactuado. No direito tributário se dá somente pela entrega de bens imóveis.
A principal finalidade do tributo é arrecadatória. A dação não pode cobrir o valor total da dívida.
Geralmente as leis que prevêem as dações permitem dação de imóvel no valor de até 50% do valor da
dívida, mas o estado não pode ficar sem receber pecúnia, pois a finalidade tributária maior é arrecadação
de pecúnia.
Essa dação deve estar prevista em lei específica.
4. Conversão do depósito em renda:
É a compensação do deposito judicial do montante geral que foi feito para suspender a exigibilidade do
crédito tributário. Uma das modalidades de suspensão é o depósito em juízo do valor integral do credito
constituído ou por meio de liminar. Essa conversão se dá quando o contribuinte perdeu a ação e o
contribuinte perde o depósito e esse é transferido para a conta do Estado. Esse depósito judicial já serve
como pagamento.
Essa conversão se dá quando do trânsito em julgado. O depósito só suspende a exigibilidade, o que
extingue é a conversão em renda.

5. Prescrição e decadência:
6. Remissão:
A isenção não libera o contribuinte de pagamento de créditos passados. Só de créditos futuros. O perdão a
créditos já constituídos se dá através de lei que decreta o perdão, a remissão. A remissão é concedida por
lei assim como a isenção é concedida por lei. Anistia é perdão somente da multa. Conceder remissão quer
dizer que os créditos constituídos estão extintos, mas somente em relação à obrigação principal. A
obrigação acessória, a sanção, só pode ser perdoada através de anistia, que se dá também somente por lei.
Só a liberação do tributo se houver lei concedendo remissão. Uma única lei pode conceder remissão e
anistia. Ambos só se aplicam a créditos tributários constituídos até a data da vigência da lei, mas não se
aplicam a débitos futuros. Eles só atingem débitos passados. Para débitos futuros que ainda não existem só
cabe isenção.

Cuidado: lei entra em vigor dia 23 de maio. Se dia 20 de abril eu pratiquei fato gerador de tributo de
lançamento por homologação e não paguei. A lei concede o perdão de créditos constituídos até 23 de
maio. Esse débito cujo fato gerador foi praticado dia 20 de abril está incluído? Não pois não houve ainda a
constituição do crédito, não houve nem lançamento, nem autuação, nem notificação. P perdão só abrange
créditos constituídos.
O perdão deve ser concedido por lei específica e só terá eficácia, validade material, se dentro dos
requisitos previstos no CTN (art. 172 do CTN).
7. Pagamento antecipado nos tributos de lançamento por homologação
Os tributos de lançamento por homologação é aquele que o contribuinte faz tudo sozinho. O CTN de forma
absurda disse que u pagamento antecipado é causa de extinção do crédito. O contribuinte pratica o fato
gerador e calcula como sendo menos e paga antecipado. Como pode estar extinto o crédito se ainda não
foi homologado? Há prazo de 5 anos para que essa homologação seja feita? Como pode haver crédito se
não houve lançamento e sim ato unilateral do contribuinte? Não houve lançamento nem notificação ainda.
Para o professor isso é absurdo. Se pago a mais o prazo para cobrar de volta (repetir os valores a mais)
conta a partir do pagamento e não mais da homologação. Pro contribuinte está extinto e pro Estado é
extinção parcial, pois que ainda não houve homologação.
Prazo de cobrança da diferença: 5 anos. Prazo para lançar o crédito: 5 anos.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – art. 151
São as situações em que o Estado fica impedido de cobrar judicialmente o crédito tributário através da
execução fiscal. Para isso o crédito tem que existir e essa existência se dá no lançamento, que torna a
obrigação tributária líquida e certa (presunção de liquidez e certeza). O lançamento extingue a obrigação
tributária. Uma vez notificado pode pagar ou impugnar administrativamente. O crédito só se torna líquido,
certo e exigível quando constituído definitivamente que se dá quando ultrapassado o prazo para recurso
administrativo ou com o julgamento do recurso administrativo desfavorável ao contribuinte. A
exigibilidade só existe quando o crédito se torna definitivamente constituído. A inscrição na dívida ativa e
no rol de cadastro de inadimplentes só pode se dá depois de constituído definitivamente.
Suspender essa exigibilidade é proibir o estado de praticar as cobranças: cadastro nos órgãos de
inadimplência, ingresso de ação de execução fiscal e inscrição na dívida ativa.
1.Recursos Administrativos: (analisado na aula anterior)
1Moratória: É a dilação do prazo dado pelo Estado para pagamento do débito tributário constituído contra
o contribuinte. A lei que autoriza a moratória tem que prevê que débitos estão incluídos na moratória.
Terá que prevê também o período da moratória. Até quando os débitos podem ser incluídos na moratória.
A lei determina o período dos débitos que poderão ser inclusos na moratória. Qual o tempo de
pagamento? Tudo isso virá definido na lei.
A moratória tem que ser autorizada por lei, princípio da legalidade tributária. Cada ente competente
terá que ter sua lei que concede a moratória aos seus débitos (União, Estados e Municípios deverão ter
suas próprias leis).
Essa lei específica de cada ente deverá trazer os requisitos para adesão do contribuinte.
Qualquer contribuinte que tenha débitos tributários constituídos, se o crédito se enquadrar nos
critérios da lei que concede a moratória, poderá requerer a adesão a moratória. É poder-dever da
administração. Se enquadrado na lei, e preenchidos os requisitos, o contribuinte pode pedir adesão.
Não é discricionariedade que o estado tem para conceder, pois os limites estão na lei. Provado o
preenchimento dos requisitos, a administração pública é obrigada a conceder a moratória ao
contribuinte. Em relação aos débitos, a exigibilidade fica suspensa.
Aqui o crédito está somente constituído mais ainda não está inscrito na divida ativa nem em nível de
ação de execução fiscal. Se estiver na dívida ativa, não é mais processo administrativo, nesse caso, esse
requerimento deve ser feito na procuradoria. Se já estiver em curso a execução fiscal, não há como
aderir a moratória.
Pode ser concedida sob duas formas: em caráter geral e em caráter individual. Em caráter geral é
quando a lei traz somente requisitos e características gerais para qualquer contribuinte que se
enquadrar possa requerer sua adesão. Em caráter individual, é quando a lei delimita a categoria de
contribuintes que poderá ser alvo da moratória. Ex.: Lei que concedeu moratória as companhias
aéreas. É em caráter individual, pois abrange uma categoria apenas de contribuinte.
Depósito do montante integral: É o valor do credito tributário constituído contra o contribuinte, onde ele
deposita integralmente em uma conta bancária judicial vinculada a uma ação anulatória movida para
discutir o crédito tributário constituído. Na ação judicial movida pelo contribuinte ele pode requere a
abertura dessa conta para deposito do valor integral, não é o que ele entende ser devido, mas o valor
integral. Ao depositar esse valor o juiz é obrigado a suspender a exigibilidade do crédito.

Concessão de liminar em mandado de segurança: Mandado de segurança requer fundamentação de


direito líquido e certo. É remédio constitucional restrito. Deve haver prova de violação de lei, erro formal
ou erro material. É preciso prova pré-constituída de ilegalidade ou inconstitucionalidade.

Concessão de antecipação de tutela em ação ordinária: A concessão dessa liminar só ocorre se não se
tratar de ação meramente protelatória da execução. Aqui é possível liminar sem deposito judicial e sem
mandado de segurança. Essa liminar pode ser pedida somente para suspender a exigibilidade do crédito.
Aqui o que vai obstar a exigibilidade é a liminar.

3.Parcelamento: é idêntico a moratória. Com o parcelamento a moratória caiu em desuso porque é


idêntico e melhor pois o pagamento pode ser parcelado enquanto que a moratória estendia o prazo, aqui
há um fracionamento e gera obrigação de trato sucessivo, periódica.
PPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPP
MODIFICABILIDADE DO LANÇAMENTO

Obrigação tributária Crédito Tributário Lançamento ↘ Processo administrativo fiscal


IMPUGNOU ↗ (interrompe o prazo de
5 anos 30 dias
trinta dias, não suspende)
Fato Gerador

RECURSO ADMINISTRATIVO – Direito do contribuinte. Pode impugnar o lançamento administrativamente.


Essa impugnação dá ensejo a abertura de processo administrativo e será apreciado nas instancias
administrativas. Uma vez instaurado suspende a exigibilidade do crédito tributário. Essa impugnação pode
ser em relação a qualquer coisa, pode alegar que já foi pago, que a lei é inconstitucional ou revogada, que
a multa aplicada é indevida, etc. Pode ser alegada qualquer matéria de mérito e pode juntar as provas que
entender necessária. Ainda que não tenha direito algum, ainda sim pode impugnar por dois motivos: pela
suspensão da exigibilidade do crédito e porque é processo sem custas processuais, então não há nada a
perder.
Para discutir o lançamento não é obrigatória a instância administrativa. Pode se ingressar com ação
anulatória de crédito tributário na justiça. O processo judicial não suspende a execução.

1. Impugnação do sujeito passivo: Essa impugnação quebra a linha do tempo e dá inicio ao PAF =
Processo Administrativo Fiscal dirigido a própria autoridade que fez o lançamento, a autoridade
maior do órgão, a autoridade administrativa competente. Essa autoridade designa o relator,
normalmente um auditor, esse relator vai ouvir a autoridade que lavrou o auto de infração,
normalmente um outro auditor. Esse processo então volta pro relator que pode:

1) Julgar o processo e decidir administrativamente;


2) Baixar o processo em diligência e requisitar provas, fazer inspeção no local, etc.

Realizadas as diligencias as partes serão intimadas para se manifestarem sobre as provas juntadas e
depois disso parte para o julgamento. Esse recurso não requer capacidade postulatória.

Essa decisão é chamada de DECISÃO SINGULAR, pois que proferida por um julgador. Seria um
processo em primeira instância administrativa. Se o julgamento for contrário ao contribuinte é
aberto novo prazo de 30 dias para pagamento. Esse pagamento terá o valor corrigido. Esse prazo é
interrompido, não suspenso, posto que recomeça a contagem. Recomeçada a contagem cabe ainda
recurso para a segunda instância administrativa.

Em segunda instância administrativa será julgado por órgão colegiado chamado de CONSELHO DE
CONTRIBUINTES formado por três representantes dos contribuintes e três representantes do
Estado e um presidente. Se essa decisão for improcedente para o contribuinte será aberto novo
prazo de 30 dias para pagamento. Aqui não cabe mais recurso administrativo, mas pode entrar com
ação anulatória, mas a exigibilidade só será suspensa se houver concessão de liminar, caso
contrário, o crédito é exigível vencido esses 30 dias.
Recurso de ofício: Se o recurso, em primeira instancia for julgado favorável ao contribuinte para
extinguir o credito tributário, haverá o recurso de ofício. No judiciário chamamos de reexame
necessário. O próprio julgador que julgou procedente, já remete de ofício para a segunda instancia
que poderá manter a decisão ou reverter e julgar improcedente para o contribuinte.
Se a decisão de primeira instancia for parcialmente favorável, a parte que foi extinta será
reexaminada pelo órgão colegiado.
Quando o crédito se torna exigível ele é encaminhado para o judiciário para dar início a execução
fiscal. É o representante judicial da autoridade administrativa quem ingressa com a execução fiscal.
Se é processo administrativo da secretaria da fazenda, e o crédito está constituído pelo lançamento
e já é exigível, o secretario da fazenda remeterá a cópia do processo administrativo para a
procuradoria do estado que é o órgão competente a ajuíza a ação de execução fiscal. Em âmbito
federal vão pra procuradoria da fazenda nacional. A procuradoria, recebido o processo
administrativo já julgado, terá que emitir titulo executivo extrajudicial para ingresso com a
execução. Esse título é documento que resume toda a fase administrativa. A execução só tem
validade se acompanhada desse título executivo que é chamado de CDA = Certidão da Dívida Ativa.
Só então poderá ingressar com ação de execução fiscal e não precisa a cópia do processo, basta a
CDA para que o título seja cobrado. O contribuinte toma ciência da existência do processo judicial
quando citado do processo de execução.

Revisão de ofício:Toda vez que a autoridade administrativa fizer lançamento com fundamento em
alguns dos requisitos do art. 149 do CTN ela é obrigada a rever o seu próprio ato de lançamento
caso ainda não tenha o direito de cobrar se o contribuinte não recorrer administrativamente, antes
do envio para a dívida ativa.
AULA 11
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA OBRIGAÇÃO CIVIL


Semelhantes nos elementos formadores tais como sujeito ativo, credor, sujeito passivo, devedor, vínculo
jurídico entre eles por meio de objeto, que é a prestação;
O tributo não pode ser fruto de ato de vontade, Nasce da autonomia de vontade; Nasce da
pois violaria a isonomia, uma vez que seria distinto exteriorização de dois atos de vontade.
entre os devedores.
Sujeito ativo é sempre o Estado – é o sujeito
competente em matéria tributária. Por isso não
pode nascer de ato de vontade já que o sujeito é
sempre o estado e esse não pode agir de forma
discricionária em nome da indisponibilidade do
interesse público. Age sempre em nome da
legalidade. Supremacia do interesse público sobre o
privado.

Nasce pela pratica de um fato descrito na lei


tributária, o fato gerador da obrigação tributária.
Não quer dizer que a obrigação nasce da lei, nasce
da pratica de fato descrito na lei. A lei não impõe
diretamente a obrigação tributária (hipótese de
incidência é fato abstrato, fato gerador é a hipótese
de incidência quando praticada).
Lei – fonte forma mediata – nenhum tributo pode
ser exigido se não for por lei. Teoria da subsunção =
enquadramento do fato à norma. A pratica do fato
gerador dá origem a obrigação tributária.
Fato gerador = fato jurídico – fato com Ato jurídico = nasce da exteriorização de vontade;
conseqüências jurídicas cuja ocorrência independe
da vontade do sujeito. É a pratica do fato gerador
que inicia o vinculo da obrigação tributária.

ELEMENTOS DA LEI TRIBUTÁRIA:


Hipótese de
Base de cálculo; Alíquota; Sujeitos; Sanção;
incidência;

Sujeito passivo: Objeto:


1) Devedor = 1) Obrigação pecuniária  Obrigação tributária principal.
contribuinte 2) Obrigação de fazer ou não fazer  Obrigação tributária acessória. Essa
2) Responsável tributário obrigação envolve a obrigação do contribuinte de praticar determinado
ato em favor da administração pública tributária (realizar condutas
exigidas pela legislação tributária). Ex.: Obrigação de emitir nota fiscal
quando vende mercadoria, declarar imposto de renda.

OBS: Diferente do direito civil a obrigação acessória independe de principal. Podemos ter uma empresa
isenta de ICMS que terá de qualquer forma que emitir nota fiscal. O contribuinte é obrigado a declarar
imposto de renda ainda que ao final não tenha imposto de renda a pagar. A finalidade dessa obrigação
acessória é auxiliar a fiscalização e a arrecadação tributária.
OBS: A obrigação tributaria principal decorre de lei e a acessória decorre da legislação. Qual a diferença?
(art. 96 do CTN) Lei é lei no sentido estrito, formal, ordinária ou complementar. Legislação é mais
abrangente e envolve tratados e convenções internacionais, leis, decretos e as normas complementares
em matéria tributária.

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções


internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos
e relações jurídicas a eles pertinentes.

Ex.: recadastramento de templos por meio de decreto municipal como obrigação acessória garantidora da
isenção.

OBS: O descumprimento de obrigação acessória pode ter como sanção multa, mas essa multa deve estar
prevista em lei. Não é qualquer legislação que pode instituir pena pecuniária. Por se tratar de pecúnia,
equipara-se a obrigação principal, e como toda obrigação principal, sua pena deve ser objeto de lei.

Art. 113 do CTN

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.  Envolve obrigação de
pagar tributo ou penalidade pecuniária. Essa sanção é penalidade pelo não cumprimento da obrigação
principal.
§ 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.  Decorre da
legislação (art. 96 do CTN). Aqui o objeto é pratica de conduta positiva ou negativa, obrigação de fazer ou
não fazer a fim de auxiliar a fiscalização e a arrecadação da obrigação principal.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.  Parágrafo estranho: Interpretação = “converte-se” quer dizer
que a multa ou pena por descumprimento de obrigação acessória vai ser exigida do contribuinte pelo
mesmo procedimento que a obrigação tributária principal. Essa equiparação só se dá para efeito de
cobrança.

Aula 2

Obs. A obrigação acessória pode ser criada por decreto.


Art. 97 do CTN – Matérias de reserva legal – tudo aquilo que só pode ser tratado por lei.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;  Art. 150 CF – Compete a lei exigir ou majorar tributo. Esse
inciso fala que compete a lei instituir ou extinguir tributos. Esse inciso não está de acordo com a
constituição. Entendia-se que não havia diferença aqui pois se a CF ala em exigir, não há existência do que
não existe. Esse exigir pressupõe o instituir. Quem pode o mais pode o menos. Se a exigência só ocorre por
lei, conforme a CF, a sua existência também devera ser por lei, conforme esse inciso. Até aqui tudo bem. EC
32/2001 altera o art. 62 da CF e permite instituição de impostos por Medida Provisória. A partir daí
passamos a ter não aplicabilidade desse inciso pois o art. 62 da CF permite instituição de impostos por
Medida Provisória. Essa EC derrogou, revogou parcialmente, esse inciso. Não é verdade que só lei pode
instituir tributos.Devem, sim, depois de instituídos por medida provisória, ser convertidos em lei no mesmo
ano. Isso não viola o principio da legalidade tributária.
Para extinguir, isso sim deverá ser por lei. Se ele vem sendo exigido e cobrado por lei, somente lei pode
revogar a lei que já existe. Somente lei pode revogar lei, nesse caso só lei revoga a lei que instituiu o tributo.
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
Majoração é mexer na base de cálculo ou na alíquota do tributo. Só se pode mexer em qualquer elemento
da norma tributária por lei (é o que esse inciso quer dizer).
Exceções ao princípio da legalidade devem ser observadas (II, IE, IPI e IOF). São também exceções a reserva
legal, não precisam de lei para mexer na base de cálculo nem na alíquota. O que foi dito no inciso anterior
vale aqui. MP pode alterar, desde que seja convertida em lei no mesmo ano.

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º
do artigo 52, e do seu sujeito passivo;  ATENÇÃO: Definição de fato gerador e de sujeito passivo é matéria
de reserva de lei. O fato gerador de um tributo tem que ser definido por lei (hipótese de incidência). Aqui se
fala em obrigação principal. Acessória não precisa ser por lei. Aqui é lei complementar, mesmo não
estando expresso que a lei é complementar. Aqui se faz interpretação de acordo com o art. 146 III da CF.
Esse inciso aqui não foi recepcionado pela CF, pois o art. 146 III diz que definição de fato gerador, base de
calculo, sujeito passivo, etc. devem se dar por lei complementar (matéria exclusiva de lei complementar).
Essa lei complementar é lei complementar geral que discrimina normas gerais dos impostos previstos pela
CF. A lei complementar federal não criará imposto. Ela impõe limites para regulamentar o ato dos entes
federativos na instituição dos impostos. O ISS pode ser instituído pelo município por lei ordinária, mas
deverá obedecer aos limites dessa lei complementar. É isso que diz o art. 146 III abaixo:

Art. 146. Cabe à lei complementar:


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Outro exemplo é lei federal que regulamenta o ICMS (LC 87/96) e estabelece normas gerais que devem ser
observadas pelos Estados e pelo Distrito Federal.

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39,
57 e 65;  Também é matéria de lei complementar federal sempre que em relação a impostos. Somente
impostos é que devem ter essa regulamentação por lei complementar federal. Os demais tributos, a própria
lei ordinária que cria regulamenta esses elementos, pois são tributos vinculados e dependem de
contraprestação estatal. O único tributo não vinculado é o imposto. Não depende de contra prestação
estatal.
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas; Trata das penalidades pecuniárias. Multa por descumprimento de obrigação
tributária. Essa multa, ainda que obrigação acessória deverá ser instituída por lei. Essa instituição de multa
não pode se dar por decreto, somente por lei. A obrigação acessória pode ser instituída por decreto, mas a
multa por descumprimento dessa obrigação somente por lei. (questão de prova)
OBS: Prescrição e decadência tributárias só podem ser tratadas por lei complementar (art. 156 III b).
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades.  Todas as matérias que se referem a exclusão, suspensão e extinção é matéria de lei. Os
conceitos serão tratados a seguir.
O CTN é lei ordinária na sua forma, mas tem status de lei complementar por causa do princípio da recepção
por conta do art. 156 III da Constituição Federal. Lei Complementar surge com a CF/88. CTN foi
recepcionado em tudo o que não conflitar com a CF. Há incisos que dizem que não obedecem a
anterioridade. São inconstitucionais. As exceções à anterioridade são as expressas na CF.
Aqui também trata de lei complementar federal.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo
mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do
valor monetário da respectiva base de cálculo.

OBS: Muitos artigos do CTN não foram recepcionados pela CF/88

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e
serão observados pela que lhes sobrevenha.  Não podem dispor sobre obrigação tributária principal,
pois essa obrigação é matéria de lei. O tratado e convenção podem tratar de obrigações acessórias, pois
fazem parte da LEGISLAÇÃO tributária, mas não são lei.
TRATADO – Acordo internacional celebrado entre dois países soberanos. Normalmente são celebrados pelo
executivo.
ATENÇÃO: Lembrar que os tratados, para incorporar o ordenamento jurídico interno na qualidade de lei,
deverão ser ratificados pelo Congresso Nacional. Nesse caso, adquirem o status de lei ordinária. Nesse
caso, e somente nesse caso, poderão tratar de obrigação principal. Para tratar de obrigação tributária
acessória não precisam ser ratificados pelo Congresso Nacional, basta sua celebração pelo executivo.
Aula 3

São os decretos regulamentares que dispõe sobre obrigações acessórias. Para isso deve existir lei prévia
disciplinando a obrigação principal. O decreto deve regulamentar lei já existente.

NORMAS COMPLEMENTARES EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA:

Legislação tributária – leis, tratados, decretos e normas complementares. Não é lei e por isso não
regulamenta obrigações tributária principal, somente as acessórias.

CONCEITO: Normas de caráter infralegal, expedidas pelas autoridades administrativas e que tem a função
de complementar as leis, os tratados e os decretos no que diz respeito às obrigações acessórias. Não
normas de caráter aDministrativo.
ESPÉCIES (TIPOS):
 Atos administrativos expedidos pelas autoridades da administração tributária (as autoridades que
representam o Estado em matéria tributaria, secretário de finanças do município, delegado da
receita federal, Secretário da Fazenda); Essas autoridades podem expedir atos administrativos com
intuito de regulamentar o procedimento da arrecadação tributária.
 Decisões singulares ou colegiadas proferidas pelo ente da administração tributária; Quando um
contribuinte sofre fiscalização na empresa ou na sua pessoa física e nessa fiscalização o auditor
verifica que não foi pago determinado tributo. Ele notificará para pagamento através de auto de
infração. Esse auto pode ser impugnado administrativamente pelo contribuinte. É recurso contra
auto de infração. Quem decide o recurso é o julgador singular. Se foi autuado pelo Estado, o
recurso irá para o secretário da fazenda. É a autoridade administrativa que autuou quem julgará o
recurso. Essa função pode ser delegada a um auditor fiscal que se investirá da função de julgador
singular. Essa decisão singular tem força normativa e tem natureza jurídica de norma
complementar porque gera eficácia normativa, pois tem que ser cumprida, principalmente no que
diz respeito às obrigações acessórias. A decisão colegiada se incide quando a decisão singular for
contraria ao estado. A segunda instância administrativa em casos de decisão contraria ao
contribuinte só será acionada se o contribuinte voluntariamente recorrer. Esse recurso só sobe via
reexame necessário, quando a decisão for contraria ao Estado, ou se o contribuinte perder o
recurso administrativo que fez, se foi julgado improcedente o seu recurso, esse contribuinte poderá
recorrer para a segunda instância administrativa. Essa segunda instância proferirá decisão colegiada
(câmara composta por 6 membros, 3 representantes da sociedade civil e 3 representantes do
estado que normalmente são auditores – há eleições a cada 2 anos). Em Sergipe é chamado de
Conselho de Contribuintes. Dentre os membros há relator e prevalece a decisão da maioria.
 Decisões reiteradas – alguns doutrinadores chamam de jurisprudências administrativas.
 Convênios – Celebrados entre Estados Distrito Federal e Municípios. São acordos administrativos
que visam a adoção de procedimento comum de fiscalização e arrecadação tributária diminuindo as
chances de sonegação fiscal. Geram eficácia normativa em matéria de obrigação acessória.
Elementos da obrigação principal ainda são matérias exclusivas de lei. Para ter validade devem ser
ratificados pelas assembléias legislativas de cada Estado. Se não ratificados há autores que
entendem que se somente atos do executivo violam o princípio da tripartição dos poderes. O STF
teme entendido que os convênios não precisam de ratificação pela assembléia legislativa.

QUESTÕES

1.Um proprietário de um bem imóvel teve esse bem penhorado teve esse bem por força de um debito de
imposto que ele possuía com a União Federal. Esse não era seu único imóvel. O município também
penhorou o mesmo por causa de um débito de IPTU. Que o mesmo possuía há dois anos e não estava
pago. O imóvel foi a leilão e o arrematante pagou R$100.000,00 pelo bem. Acontece que esse bem
somente cobriu R$ 80.000,00 q eu devia do imposto de renda e r$20.000,00 de IPTU. Acontece uqe a
divida total do IPTU é de 30.000,00 ..... alegando a resposnsbilidade do adquirente por transferência,
processou o adquirente do bem pelo ::::remanescente. Analise, suscintamente, se está ou não correta
essa responsabilização.A
R- Ainda que o preço alcançado na arrematação do bem seja insuficiente para a quitação do
débito tributário, o arrematante não poderá ser responsabilizado por dívidas contraídas por
outrem, conforme a literalidade do parágrafo único do art. 130 do CTN.
2. Determinado crédito tributário de lançamento por homologação, teve seu fato gerador ocorreu em
2005. O contribuinte não pagou nem informou ao estado sobre a ocorrência do fato gerador, ... obrigações
acessórias . Em março de 2010 o Estado autuou o contribuinte lançando de oficio o tributo e os encargos
de mora legais. O contribuinte entrou com uma impugnação do lançamento e o processo transitou em
julgado em janeiro de 2015. Em julho de 2015, tendo o contribuinte perdido o processo . o Estado
ingressou com a execução fiscal. Analise suscintamente a prescrição e a decadência nesse caso. Sem
resposta
3. o contribuinte ingressa com uma ação judicial visando anular o credito tributário com uma liminar
visando suspender a exigibilidade do credito até a decisão final do processo judicial indeferida . Pode ele
fazer algo para tentar suspender a exigibilidade do credito enquanto dis :::: judicial por ele proposto?
R. No presente caso, o indivíduo pode depositar em juízo o valor do crédito tributário, pois
esta é uma das causas suspensivas.
4. Diga a diferença entre a remissão e a isenção.
R.Entende-se por remissão a exclusão do crédito tributário, ocorrendo, portanto, após o
lançamento tributário, ou seja, é o perdão da dívida. Já a insenção é a dispensa do
pagamento, ou seja, a remissão difere da isenção (arts. 176 a 179, CTN), pois a última
ocorre antes do lançamento tributário e consiste na exclusão do mesmo. Ademais, a
remissão pode ser de tributo ou de multa e a isenção refere-se apenas a tributo.
5.Uma empresa possuía débitos com a União federal referente diversos tributos. Mesmo assim o seu
proprietário a vendeu em agosto de 2007. A empresa rea um restaurante e o novo comprador abriu uma
locadora de veículos no seu lugar. O adquirente abriu sua empresa nova em dezembro de 2007 e em
janeiro de 2008, o vendedor com o dinheiro recebido, abriu nova empresa no ramo de alimentação em
outro local. Analisando essa situação, explique como fica a responsabilidade pelo pagamento dos tributos
devidos pelo restaurante antes da venda?
A responsabilidade do adquirente é subsidiária conforme o art. 133,II do CTN. Assim, o alienante
responsde eplos tributos devidos vez que prosseguiu na exploração no comercio em outro ramo antes de
completar seis meses da venda do restaurante. Na sua falta, será acionado o adquirente.
6. Suponha que determinada empresa praticou o fato gerador de uma obrigação tributária em janeiro de
1994. Ele não cumpriu com as obrigações acessórias em declarar a obrigação tributária gerada e nem
sequer pagou. O tributo é de lançamento por homologação. Em março de 1999 o contribuinte recebeu
lançamento de ofício, onde foi lavrado o auto de infração pelo não pagamento e pela não declaração. O
contribuinte não pagou e em novembro de 2004 foi impetrada execução fiscal tendo o juiz despachado
para cita-lo vendo-se sem saída também não se defendeu e em julho de 2005 aderiu a um parcelamento.
Deixou de pagar o parcelamento em abril de 2010. Analise a quebra do parcelamento, até quando pode
ser executado o saldo remanescente do debito?
Em janeiro de 1994 ocorre a pratica do fato gerador. Como não houve declaração nem pagamento o
prazo decadencial começa no 1º dia do exercício financeiro seguinte.
1º de janeiro de 1995: inicia-se o prazo decadencial de 5 anos para o lançamento pelo Estado.
Vai até dezembro de 200 mas o estado aqui agiu antes de vencidos os 5 anos ou seja, em março de 1999
com o lançamento de oficio.
Tendo lançado de oficio o estado constituiu o credito que passa a ser liquido e certo, se não houver
recurso administrativo pelo contribuinte no prazo de 30 dias.
Nesse caso em abril de 1999 correm os 05 anos para a prescrição que terminará em novembro de 2004.
Como o Estado ajuizou ação em novembro de 2004 o direito já estava prescrito. O parcelamento será
inválido em razão da prescrição.

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