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Tributária
Nuno Miguel Rebelo
R$300,00. Sobram R$700,00, em relação Tributária no Código Tributário Nacional
aos quais B e C são devedores solidários, e outros casos previstos em Lei Ordinária.
pelo saldo (pelo que sobra, uma vez
abatida aquela isenção). Se B e C estão Assim, a Responsabilidade Tributária é
em regime de solidariedade, cada um tratada pelo Código Tributário Nacional
deve a totalidade do tributo. Apenas A e por Lei Ordinária.
não poderá ser cobrado, pois somente
para ele vale a isenção. Os casos disciplinados no Código
Tributário Nacional têm status de
Lei Complementar, funcionam como
Responsabilidade Tributária normas gerais de Direito Tributário.
Portanto, uma alteração nesses casos de
Vale a leitura do art. 128 do Código responsabilidade necessariamente deve
Tributário Nacional: ser feita por meio de Lei Complementar.
Art. 128. Sem prejuízo do disposto Mas o próprio art. 128 determina que
neste capítulo, a lei pode atribuir de o Código Tributário Nacional não é
modo expresso a responsabilidade exaustivo. Assim, a lei pode estabelecer
pelo crédito tributário a terceira
outros casos de responsabilidade não
pessoa, vinculada ao fato gerador
da respectiva obrigação, excluindo a contemplados no Código Tributário
responsabilidade do contribuinte ou Nacional (inclusive de acordo com
atribuindo-a a este em caráter supletivo
as peculiaridades de cada ente
do cumprimento total ou parcial da
referida obrigação. da Federação). São leis que visam
atender mais particularmente os
entes da Federação. Nesses casos, a
Quando o artigo registra “sem prejuízo Responsabilidade Tributária pode ser
do disposto neste capítulo”, significa atribuída por Lei Ordinária.
que as hipóteses de Responsabilidade
Tributária previstas no Código Tributário A lei atribui a responsabilidade pelo
Nacional não são exaustivas, o que crédito tributário (a responsabilidade pelo
implica na existência de outros casos de pagamento do tributo) a terceiro que a
responsabilidade previstos em lei. lei elege como responsável. Esta terceira
pessoa deve estar vinculada ao Fato
A Responsabilidade Tributária é a eleição de Gerador da respectiva obrigação, deve
terceiros com o dever de pagar o tributo. ter algum vínculo com o Fato Gerador.
Ou seja, sempre quando tivermos
Existem as hipóteses de Responsabilidade hipótese de Responsabilidade Tributária
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Casos Específicos de
criada pela lei, teremos a eleição de um Responsabilidade
terceiro que tem obrigação de pagar.
Este terceiro deve estar vinculado ao
Fato Gerador. 1º Caso:
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imóvel que tenha débito de IPTU, este Ocorre que para cada uma dessas regras,
débito é transferido para o adquirente. existem exceções:
Isso significa que B, então, é contribuinte
• a última parte do caput do art.
em relação ao IPTU devido em 2013, mas
130 do CTN registra a primeira
é responsável em relação ao IPTU devido
exceção: nos casos em que conste do
em 2012 (que lhe foi transferido por conta
título aquisitivo prova da quitação do
da aquisição do imóvel).
tributo;
Isso vale para o IPTU, para o ITR, vale • haverá sub-rogação real, no preço
para taxas e vale para Contribuições de que é pago pelo bem, nos casos de
Melhoria. Ou seja, vale para todos os aquisição do imóvel em hasta pública
tributos relativos ao imóvel. (o adquirente então recebe o imóvel
totalmente desonerado).
Imaginemos agora que A, ao invés de
não ter pagado apenas o IPTU de 2012,
já não pagava o IPTU há alguns anos, 2º Caso:
acumulando um débito de R$100.000,00.
A vendeu o imóvel a B por R$80.000,00. Leia-se o art. 131 do CTN:
Em 2013 B recebe a cobrança do IPTU
relativo a 2013 e também a cobrança Art. 131 (...)
dos R$100.000,00 já devidos. Ou seja, II - o sucessor a qualquer título e
a dívida do IPTU supera o valor do o cônjuge meeiro, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a data da
imóvel. Isso é possível porque nesses
partilha ou adjudicação, limitada esta
casos de aquisição de imóvel o que responsabilidade ao montante do
ocorre a sub-rogação pessoal da dívida, quinhão do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos
e não sub-rogação real, ou seja, não está
pelo de cujus até a data da abertura da
limitada ao valor do imóvel. sucessão.
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Este dispositivo trata da responsabilidade hipótese: aplicação aos casos de extinção
na realização de atos societários. Registra de pessoas jurídicas de direito privado
três atos: quando a exploração da respectiva
atividade seja continuada.
• Fusão: uma empresa A se une
com a empresa B e se transforma na A regra é definir a empresa que resta.
empresa AB; Ela será responsável. Mas o P.U. trata
de uma hipótese de extinção de uma
• Incorporação: a empresa A pessoa jurídica e, nesse caso de extinção
incorpora a empresa B; a empresa nós podemos ter a aplicação da regra
continua sendo A, mas com a empresa do caput. Se uma pessoa jurídica A
B dentro dela;Transformação: a que tem 3 sócios e tem por objeto a
empresa A que é S/A se transforma fabricação de garrafas pet. A empresa A
numa LTDA. é extinta e um sócio antigo da empresa
A constitui uma outra empresa, a
• Imaginemos que essas três empresa B, que tem o mesmo objeto da
ações ocorreram no mesmo dia: dia antiga empresa A. Nesse caso, então,
20/09/13. a empresa B será responsável pelos
débitos tributários de A. Isso porque aqui
No dia 30/10/13 chega uma cobrança temos uma continuação: temos um sócio
de tributo devido pela empresa A remanescente e o mesmo objeto. Mas
relativa ao Fato Gerador realizado por B, atenção: tem que ser a mesma atividade!
antes do dia da fusão, incorporação ou
transformação.
4º Caso:
No caso da fusão a responsabilidade é da
empresa AB; no caso da incorporação a Leia-se o art. 133 do CTN:
responsabilidade é de A (nova empresa);
e no caso da transformação a responsa- Art. 133. A pessoa natural ou jurídica
bilidade é da nova empresa A LTDA. de direito privado que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo
de comércio ou estabelecimento
Ou seja, a responsabilidade é sempre de
comercial, industrial ou profissional, e
quem ocupa o último lugar na cadeia. É continuar a respectiva exploração, sob
a pessoa jurídica que sobra, que resulta a mesma ou outra razão social ou sob
firma ou nome individual, responde
da operação.
pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos
O P.U. do art. 132, porém, traz uma outra até à data do ato:
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devidos pelo espólio;
A Lei Complementar 118/05 ameniza a V - o síndico e o comissário, pelos
responsabilidade do art. 133 do CTN. tributos devidos pela massa falida ou
Ela inclui no dispositivo uma exceção pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais
que está no §1º: não aplica o disposto
serventuários de ofício, pelos tributos
no caput para estimular a venda e a devidos sobre os atos praticados por
recuperação das empresas. eles, ou perante eles, em razão do seu
ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação
Contudo, não se aplica esta exceção do
de sociedade de pessoas.
§1º, porém, nas hipóteses trazidas pelo §2º. Parágrafo único. O disposto neste
artigo só se aplica, em matéria de
penalidades, às de caráter moratório.
O dinheiro da venda, conforme deter-
minação do §3º, ficará indisponível por
um ano e, depois desse prazo, somente Esse dispositivo determina vários
poderá ser utilizado para o pagamento responsáveis. Trata da responsabilidade
de créditos extraconcursais ou para o de terceiros. Observe-se que embora
pagamento de créditos que preferem os o caput registre a expressão “solidaria-
créditos tributários. Ou seja, será utili- mente”, deve ser interpretada como
zado para o pagamento dos créditos que “subsidiariamente”.
estão acima do crédito tributário.
As pessoas enumeradas respondem
juntamente com o contribuinte, nos
5º Caso: casos de impossibilidade de exigência
do cumprimento da obrigação principal
Leia-se o art. 134 do CTN: por ele (ex.: se ele não tem dinheiro
para pagar).
Art. 134. Nos casos de impossibilidade
de exigência do cumprimento da A responsabilidade aqui decorre de atos
obrigação principal pelo contribuinte, praticados com culpa. Nesses casos, os
respondem solidariamente com este
responsáveis que estão enumerados
nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis: no art. deverão pagar o tributo e as
I - os pais, pelos tributos devidos por penalidades moratórias (apenas essas).
seus filhos menores;
Atenção: no direito tributário nós temos
II - os tutores e curadores, pelos
tributos devidos por seus tutelados ou penalidades decorrentes da mora, mas
curatelados; também temos penalidades de ofício,
III - os administradores de bens de que a doutrina classifica de estritamente
terceiros, pelos tributos devidos por
punitivas (não têm por justificativa a mora,
estes;
IV - o inventariante, pelos tributos mas a punição propriamente dita do
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A Responsabilidade pessoal é dolosos. O simples não pagamento do
responsabilidade integral. Ela se dará tributo por falta de dinheiro não implica
nos casos de Obrigações Tributárias na responsabilização. Essa é a exigência
resultantes de atos que sejam praticados do caput.
com excesso de poder, infração à lei
ou infração aos contratos sociais ou Contudo, para que haja a responsabili-
estatutos. dade pessoal, além do dolo, será neces-
sária a existência de um sócio, gerente ou
O Superior Tribunal de Justiçaanalisa administrador como responsável tribu-
esses atos (praticados com excesso de tário, que esses atos tenha praticado.
poder, infração à lei ou aos contratos
sociais ou estatutos) e entendeu que essa Ou seja, ao lado da prática dos atos
responsabilidade somente se apresenta dolosos, é preciso ter um sócio com poder
diante da prática de atos dolosos, atos de gestão. Só ai a responsabilidade será
fraudulentos. Numa situação como essa, pessoal. São dois os requisitos.
o sócio que praticou esses atos dolosos
deve ser o responsável pessoal pela Resumindo: simplesmente não pagar
dívida tributária. o tributo não gera a responsabilidade
pessoal. E os atos dolosos devem ter
A Fazenda analisa o caput do art. 135 e sido praticados por sócio gerente, sócio
entende que o sócio pode ser respon- com poder de gestão.
sável pessoal se praticar um ato com
infração à lei. Infração à lei é não cumprir
a lei. Se o tributo está previsto em lei, Denúncia Espontânea de Infração
então, não recolher tributo é infração à
lei. Assim, a Fazenda começa a dizer que A denúncia espontânea da infração está
o simples não pagamento do tributo já prevista no art. 138 do Código Tributário
configurava infração à lei, e, então, já Nacional:
acarretava a responsabilidade pessoal. A
Fazenda, então, tentou afastar a necessi- Art. 138. A responsabilidade é excluída
dade de dolo. pela denúncia espontânea da infração,
acompanhada, se for o caso, do
pagamento do tributo devido e dos
O Superior Tribunal de Justiça se
juros de mora, ou do depósito da
posicionou quanto ao tema, afirmando importância arbitrada pela autoridade
que há a necessidade de dolo. Somente administrativa, quando o montante do
tributo dependa de apuração.
haverá a responsabilidade pessoal se
Parágrafo único. Não se considera
houver atos praticados com fraude, atos espontânea a denúncia apresentada
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Diante de uma situação como esta, em O tributo lançado por homologação está
princípio não é mais possível se fazer a previsto no art. 150 do CTN, que diz que
Denúncia Espontânea, pois já teve início nesses tributos o Sujeito Passivo tem
a fiscalização. Ocorre que o art. 47 desta uma participação intensa, ele realiza o
lei determina que nessa situação, o Sujeito Fato Gerador do tributo e tem o dever
Passivo pode efetuar o pagamento com de fazer o pagamento antecipado.
os benefícios da Denúncia Espontânea.
Ou seja, ele ainda pode se aproveitar da Art. 150. O lançamento por homolo-
Denúncia Espontânea, mas apenas se ele gação, que ocorre quanto aos tributos
fizer o pagamento nos primeiros 20 dias cuja legislação atribua ao sujeito passivo
após o início da fiscalização. É uma regra o dever de antecipar o pagamento sem
específica que somente alcança tributos prévio exame da autoridade administra-
federais, sobre os quais já haja a fiscali- tiva, opera-se pelo ato em que a referida
autoridade, tomando conhecimento da
zação, e desde que o pagamento seja feito
atividade assim exercida pelo obrigado,
nos primeiros 20 dias desta fiscalização.
expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo
Ocorre que esse art. 47 faz uma outra obrigado nos termos deste artigo
consideração, determinando que essa extingue o crédito, sob condição
possibilidade está agregada a um resolutória da ulterior homologação ao
requisito específico: o de que o tributo lançamento.
tenha sido declarado. Ou seja, somente § 2º Não influem sobre a obrigação
tributária quaisquer atos anteriores à
se o tributo tiver sido declarado é
homologação, praticados pelo sujeito
que o Sujeito Passivo poderá fazer
passivo ou por terceiro, visando à
o pagamento com os benefícios da
extinção total ou parcial do crédito.
Denúncia Espontânea, nos 20 primeiros § 3º Os atos a que se refere o parágrafo
dias da fiscalização. anterior serão, porém, considerados na
apuração do saldo porventura devido
Essa história da declaração é muito e, sendo o caso, na imposição de
relevante para entendermos um segundo penalidade, ou sua graduação.
tema, que está relacionado a uma § 4º Se a lei não fixar prazo a homolo-
gação, será ele de cinco anos, a contar
Súmula do STJ e que será tratado mais
da ocorrência do fato gerador; expirado
adiante: quando o art. 47 faz menção
esse prazo sem que a Fazenda Pública
a esse tributo declarado, na verdade
se tenha pronunciado, considera-se
ele está fazendo menção a um tributo homologado o lançamento e defini-
lançado por homologação em que exista tivamente extinto o crédito, salvo se
este dever de declarar, ou seja, em que o comprovada a ocorrência de dolo,
dever de declarar esteja presente. fraude ou simulação.
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O benefício da denúncia espontânea
não se aplica aos tributos sujeitos e afirma ainda que quanto a este
a lançamento por homologação tributo não houve nenhuma fiscalização.
regulamente declarados, mas pagos a Fazendo este pagamento em out/12,
destempo.
então, ele afirma que esse pagamento
pode receber o benefício da Denúncia
Segundo a Súmula em destaque, Espontânea, eis que está cumprido o
existem tributos sujeitos ao lançamento requisito de não existir fiscalização em
por homologação que respeitam a curso.
sistemática da declaração.
Segundo o STJ em tal caso não cabem
Imagine-se um tributo que seja lançado as benesses da Denúncia Espontânea,
por homologação, em que haja o dever isso porque a Denúncia Espontânea
de declarar. Aqui fala-se não só dos pressupõe, além do pagamento antes
casos que se enquadrem no art. 47 da Lei do início de qualquer fiscalização,
9.430/06, visto acima, mas sim do dever conjuntamente ao pagamento, a
de declarar de forma mais genérica. O comunicação para a Administração que
Sujeito Passivo realiza o Fato Gerador o sujeito não pagou e que agora está
e, tendo o dever de declarar, nasce uma pagando.
Obrigação Tributária acessória relativa ao
dever de entrega da declaração, e uma Nesse caso a denúncia não é possível
Obrigação Tributária principal, relativa porque ao entregar a declaração, o
ao pagamento do tributo. contribuinte já confessou que devia
o tributo. Então não haveria ato
Se nesta hipótese, o Sujeito Passivo espontâneo. A Administração Pública já
realizou o Fato Gerador em mai./12, e sabe que o sujeito deve o tributo. Esse
que esse Fato Gerador seja relativo a um pagamento tempos depois, em outubro,
tributo que exige o dever de declarar, é, simplesmente, um pagamento em
oSujeito Passivo, como bom contribuinte, atraso, e sendo um pagamento em
declara então que deve os R$ 7.000,00. atraso, não se beneficia da Denúncia
Espontânea. O pagamento deve vir,
Ocorre que no momento de fazer o pois, acompanhado de juros e multa.
pagamento ele não paga, porque não A Denúncia Espontânea não se aplica
tem dinheiro. Em out/12 ele levanta o porque o Sujeito Passivo já confessou que
dinheiro suficiente para o pagamento devia. Esse é o entendimento do STJ.
daquele tributo. Ele então vai dizer que
pretende fazer o pagamento do tributo A Súmula 360, do STJ enfrenta uma
cujo Fato Gerador é relativo a mai./12, antiga discussão no Direito Tributário,
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Assim, a Denúncia Espontânea implica Denúncia Espontânea estão presentes.
no pagamento de uma só vez. O Portanto, o art. 138 do CTN implica no
parcelamento não será permitido para pagamento do tributo acrescido única e
fins de Denúncia Espontânea. exclusivamente dos juros.
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Direito e Legislação Tributária
RESUMO
70 UNIDADE 2
fato não desobriga o comerciante a emitir lei, impõe a prática ou a abstenção
a respectiva nota fiscal, acobertando a de ato que não configure obrigação
mercadoria. principal.
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72 UNIDADE 2
o tributo de uma pessoa diversa do O P.U. do art. 124 do CTN, ao
contribuinte direto, escolhendo, expressamente dispor que a
assim, outra pessoa para cumprir a solidariedade não comporta
Obrigação Tributária. benefício de ordem, determina
que não poderá qualquer
Com relação às obrigações acessórias, devedor solidário exigir que o
o Sujeito Passivo é a pessoa obrigada Estado, credor da obrigação,
ao cumprimento das prestações que cobre antes deste ou daquele
constituam seu objeto (art. 122 do CTN). devedor, ou seja, observando
certa ordem de preferência, em
De acordo com o Código Tributário razão de estar mais diretamente
Nacional (arts. 124, 125 e 129 ao 138), relacionado com a situação
existem duas modalidades distintas na geradora do tributo. O Estado
sujeição passiva indireta: tem, assim, a faculdade de
exigir o cumprimento da
1. a responsabilidade por transfe- prestação tributária, total ou
rência: a lei tributária, além de escolher parcialmente, de qualquer um
o sujeito passivo, já prevê que, por dos codevedores. Satisfeito o
fato ou acontecimento posterior, a crédito tributário por qualquer
obrigação transfere-se para uma outra um ou por todos os devedores
pessoa, automaticamente. Esta transfe- solidários, as obrigações
rência pode se manifestar de 3 formas: solidárias se extinguem para
todos, simultaneamente, não
• pela solidariedade: nos termos do importando quem as cumpriu.
art. 124 do CTN são solidariamente Nesses casos o que importa é o
obrigadas: interesse público, é a preferência
da arrecadação. Além disso, o
* as pessoas que tenham interesse art. 125 do CTN, expressamente
comum na situação que constitua enumera os seguintes efeitos da
o FG da obrigação principal solidariedade, os quais somente
(solidariedade de fato). Ex.: 3 não prevalecem se houver
pessoas coproprietárias de um disposição de lei em contrário:
imóvel em relação ao IPTU; I) o pagamento efetuado por
um dos obrigados aproveita
* as pessoas expressamente aos demais; II) a isenção ou
designadas pela lei (solidariedade remissão de crédito exonera
de direito). todos os obrigados, salvo se
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74 UNIDADE 2
Pessoas responsáveis
Pagamento dos tributos devidos:
por sucessão:
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