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A definição legal de sujeito ativo da obrigação tributária é dada pelo art. 119 do
CTN, nos seguintes termos:
Esta regra, contida no art. 120 do CTN, foi aplicada por ocasião da divisão
territorial do estado de Goiás, em Goiás e Tocantins, sendo que a nova unidade da
federação criada não só sub-rogou-se no direito aos créditos tributários que eram devidos
para Goiás, relativamente aos fatos geradores ocorridos na região desmembrada, como
também utilizou a legislação tributária de Goiás até que entrasse em vigor a sua própria.
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O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
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Um exemplo de responsabilidade por substituição no direito tributário ocorre no
Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), quando a lei atribui à fonte pagadora de
rendimentos do trabalho assalariado o ônus de recolher na fonte o imposto devido. Nessa
situação, a responsabilidade é de tal forma atribuída que a fonte pagadora possui
a obrigação de recolher o IRPF, que nem mesmo importa se quem prestou os serviços o fez
de forma assalariada como empregado ou não. E se esta fonte pagadora (empresa, fundação
ou entidade do setor público) não fizer esta retenção e recolhimento aos cofres públicos,
sobre ela recairão todos os ônus da exigência – de maneira que ela não possui qualquer
chance de regresso contra o contribuinte, que é quem, em tese, deveria pagar o tributo.
Outro exemplo de responsabilidade no direito tributário por substituição
tributária ocorre com o Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços de Telecomunicações
e Transporte (ICMS), que é um imposto indireto (não incide sobre um contribuinte, mas
sobre intermitentes transações econômicas), não-cumulativo (como possui muitas
incidências, na próxima incidência permite-se deduzir o que incidiu na fase anterior) e
também plurifásico (incide em diversas operações, ou seja, incide tantas vezes quanto
ocorrerem vendas do mesmo produto). Nesse imposto, a lei determina que, em
determinados produtos, o recolhimento do ICMS deverá ser feito não por quem promove a
circulação da mercadoria, mas por quem a compra, que, desta forma, substitui o
contribuinte, na substituição tributária regressiva ou diferimento.
Nesse imposto também há a substituição tributária progressiva, ou para a
frente, em que a lei prevê o recolhimento do imposto antes do fato gerador das fases
seguintes ocorrer, em mais um tipo de responsabilidade no direito tributário
por substituição.
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Embora inicialmente fosse sua responsabilidade, no momento da compra e venda do
imóvel, a responsabilidade pelo pagamento do IPTU é transferida para o novo proprietário,
chamado de alienado.
A responsabilidade no direito tributário por transferência pode ser de três tipos:
por solidariedade tributária passiva, dos sucessores ou por sucessão, ou de terceiros.
OBSERVAÇÕES
1. AS CONVENÇÕES PARTICULARES
Estabelece o CTN que:
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Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar
a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Esta disposição, contida no art.123 do CTN, vem esclarecer que o Fisco não é obrigado a
aceitar as convenções particulares, sobre a responsabilidade pelo pagamento de tributo, que tendem para
modificar a definição legal do sujeito passivo. Assim, a cláusula em contrato de locação de imóvel que
atribui ao inquilino a obrigação de recolher o IPTU, liberando o Proprietário do imóvel, não pode ser
oposta à Fazenda Pública Municipal. O contrato vale somente entre as partes, ressalvada disposição de lei
em sentido contrário.
2.SOLIDARIEDADE
A definição legal de solidariedade nos é dada pelo Art. 896, parágrafo único, do Código
Civil, nos seguintes termos: “Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor
ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado à dívida”. No primeiro caso, tem-se a
solidariedade ativa e, no segundo, a solidariedade passiva.
Destarte, ocorrerá solidariedade passiva sempre que duas ou mais pessoas estiverem
simultaneamente obrigadas numa mesma relação jurídica-obrigacional, respondendo todas elas pela dívida
toda (in solidum). Em Direito Tributário admite-se apenas a solidariedade passiva, uma vez que numa
mesma relação obrigacional só é possível um único sujeito ativo, o qual estará exigindo tributo previsto
em sua competência.
A respeito da solidariedade, estatui o art. 124 do CTN:
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a solidariedade não comporta benefício de ordem
pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais
a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade
quanto aos demais pelo saldo
a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais
3.CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Capacidade é a aptidão legal para adquirir e exercer direitos e contrair obrigações. Em nosso
direito positivo (Direito Civil), algumas pessoas são indicadas como absolutamente ou relativamente
incapazes de exercer os atos da vida civil, dependendo de certas circunstâncias previstas em lei, como a
menoridade, a loucura, etc.
Em Direito Tributário, todavia, a capacidade tributária independe da capacidade civil das
pessoas naturais, significando que os incapazes segundo a lei civil (menores, surdos-mudos, que não
possam exprimir sua vontade, etc.) têm capacidade para figurarem no pólo passivo da relação obrigacional
tributária.
Mais do que isso, é irrelevante para caracterizar a capacidade tributária o fato de a pessoa
natural achar privada do exercício de certas atividades, como o comerciante falido (proibido
temporariamente de comerciar) e o engenheiro que teve seu registro profissional cassado, sendo que, se
tais pessoas exercem irregularmente os atos que lhe são proibidos e se, assim o fazendo, praticarem fato
gerador de algum tributo, serão tributadas normalmente. Ainda a capacidade tributária independe de a
pessoa jurídica estar regularmente constituída, sendo possível a tributação das sociedades de fato, que não
foram registradas na junta comercial ou no órgão competente designado pela lei. A seguir, o extraído do
texto legal contido no art. 126 do CTN.
4.DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
“O domicílio é o centro dos negócios de uma pessoa, isto é, é o lugar em que a pessoa
responde ativa e passivamente pelas suas obrigações 1”. Pelo art. 2º do CC “o domicílio civil da pessoa
natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”. Em matéria tributária, o
domicílio é, em princípio, aquele eleito pelo contribuinte ou responsável para nele responder pelas
obrigações tributárias, porém existe uma regra suplementar a ser aplicada na falta de eleição. Veja o
extrato das disposições contidas no art. 128 e seus §§ do CTN:
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Yoshiaki Ichihara, in obra citada,
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Regra suplementar Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio
tributário, considera-se como tal:
quanto às pessoas naturais a sua residência habitual, ou, sendo esta
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais
o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à
obrigação, o de cada estabelecimento
quanto às pessoas jurídicas de direito público qualquer de suas
repartições no território da entidade tributante