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Renato Borelli
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Juiz Federal do TRF1. Foi Juiz Federal do TRF5. Exerceu a advocacia privada e pública. Foi servidor público
e assessorou Desembargador Federal (TRF1) e Ministro (STJ). Atuou no CARF/Ministério da Fazenda como
Conselheiro (antigo Conselho de Contribuintes). É formado em Direito e Economia, com especialização em
Direito Público, Direito Tributário e Sociologia Jurídica.
GRUPO TEMÁTICO I
COMENTÁRIO
A questão diz que “a República tem como fundamento, EXCETO”, portanto pede a alterna-
tiva que NÃO traz um dos fundamentos da República.
A CF/1988 versa:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
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COMENTÁRIO
A Constituição de 1937, também conhecida como Constituição Polaca, por ter sido ins-
pirada no modelo semifascista polonês, era autoritária e concedia ao governo poderes
praticamente ilimitados. Foi a constituição do ESTADO NOVO (Era Vargas), OUTORGADA
por Getúlio Vargas. Vivia-se em Estado de Emergência, por isso, previu várias medidas
autoritárias e restrição de direitos e garantias, como: proibição de greve, proibição de MS
e Ação Popular, previsão de pena de morte sem guerra declarada.
Uma das medidas autoritárias foi a possibilidade de o Presidente da República submeter
novamente à apreciação do Poder Legislativo uma lei declarada inconstitucional pelo Po-
der Judiciário, se a lei reanalisada fosse aprovada por 2/3 do Congresso, voltava ao orde-
namento jurídico como lei válida.
Essa medida foi prevista no art. 96 da CF/1937, e com ela o Presidente da República con-
trolava também o Poder Judiciário.
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COMENTÁRIO
A CF/1988 versa:
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio
nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a inefi-
cácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Na-
cional decidir por maioria absoluta.
Deste modo:
A letra “A” está correta, pois é exatamente o que dispõe o art. 137, inciso I.
A letra “B” está incorreta, porque diz que poderá ser decretado sem a autorização do Con-
gresso Nacional.
A letra “C” está incorreta, pois omitiu que o Presidente da República deve solicitar ao Con-
gresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio.
A letra “D” está incorreta, pois também negou a necessidade de autorização do Congres-
so Nacional.
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COMENTÁRIO
A questão diz que “são privativos de brasileiros natos os cargos, EXCETO”, portanto pede
a alternativa que NÃO traz uma das hipóteses privativas.
A CF/1988 versa, em seu art. 12:
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice–Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
Lembre-se que toda a linha sucessória do Presidente da República não pode ser ocupada
por brasileiros não natos, ou seja, o Vice-Presidente da República, o Presidente da Câma-
ra dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e todos os Ministro do STF.
Além disso, devem ser natos os membros da carreira diplomática, oficiais das Forças Ar-
madas e o Ministro de Estado de DEFESA, pois em caso de guerra com outro país, o nosso
Ministro de Defesa deve estar inteiramente focado no interesse do Brasil.
Os demais Ministros de Estado, assim como o Ministro da Justiça, presente na letra “B”,
não precisa ser nato. Portanto, esta é a resposta.
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COMENTÁRIO
A questão dispõe que “compete privativamente à União legislar sobre, EXCETO”, portanto
pede a alternativa que NÃO traz uma das hipóteses previstas como privativas.
O art. 22 da CF/1988 apresenta as hipóteses de legislação privativa da União; o art. 23 fala
sobre a competência comum; e o art. 24 sobre a legislação concorrente.
A letra “A” traz a Desapropriação, disposta no art. 22, inciso II: “Art. 22. Compete privativa-
mente à União legislar sobre: II – desapropriação.”
A letra “B” traz o Trânsito e Transporte, situação prevista no art. 22, inciso XI: “Art. 22. Com-
pete privativamente à União legislar sobre: XI – trânsito e transporte.”
A letra “C” traz a Produção e Consumo, hipótese prevista no art. 24, inciso V: “Art. 24.
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: V
– produção e consumo”. Logo, esta é a resposta da questão.
A letra “D” traz a Seguridade Social, presente no art. 22, inciso XXIII: “Art. 22. Compete
privativamente à União legislar sobre: XXIII – seguridade social.”
COMENTÁRIO
A questão pede a alternativa INCORRETA.
A letra “A” está em desacordo com o disposto no art. 60, “§ 3º A emenda à Constituição
será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o
respectivo número de ordem.” O Presidente não sanciona, como diz a alternativa, nem veta
a emenda à Constituição.
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A letra “B” está de acordo com o art. 60, “§ 2º A proposta será discutida e votada em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.”
A letra “C” está em conformidade com o art. 60, “§ 1º A Constituição não poderá ser emen-
dada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.”
A letra “D” está prevista no art. 60, “§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejei-
tada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.”
Atenção! O Art. 67 traz uma exceção ao apresentado na letra “D”, pois versa: “A matéria
constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qual-
quer das Casas do Congresso Nacional.” Entretanto, como a regra é o apresentado no art.
60, § 5º, e é literalmente o que a CF dispõe, esta letra não pode ser considerada incorreta.
COMENTÁRIO
A questão diz que “será efetivado mediante a garantia de, EXCETO”. Deste modo, pede
uma hipótese que não se enquadra no dever do Estado em relação à educação.
Este assunto está disposto no art. 208 da CF/1988:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-
gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
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COMENTÁRIO
A questão diz que “incumbe ao poder público, para assegurar a efetividade do direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, EXCETO”, portanto a alternativa certa será a
em desacordo com a CF/1988.
O art. 225, § 1º, trata deste assunto e consta:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das es-
pécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V– controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
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COMENTÁRIO
A questão pede a afirmativa INCORRETA.
A letra “A” está correta, pois Governança no setor público compreende essencialmente os
mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e
monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação
de serviços de interesse da sociedade. Governança é a capacidade de implementar de
forma eficiente as políticas públicas. É um conceito direto, mas muito subjetivo. Assim, não
há norma legal que preveja.
A letra “B” está correta. O accountability horizontal exalta a prestação de contas e a pena-
lização dos agentes referente a suas ações e omissões.
Accountability envolve, principalmente, transparência, responsabilização, comunicação e presta-
ção sistemática de contas. Os responsáveis pela política pública devem primar por esses as-
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A letra “C” está incorreta, porque o planejamento estratégico, tático e operacional da Admi-
nistração Pública não é uma faculdade ao gestor público, mas sim um dever.
A letra “D” está correta. A teoria weberiana destacava os gastos e a burocracia, diferente-
mente do gerencialismo que enfatizava os resultados, promovendo uma melhor articulação
para maior eficiência.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A Lei n. 8.666/1993 institui as normas para licitações e contratos da Administração Pública.
Segundo os artigos desta lei, seguem as considerações sobre as alternativas da questão.
A letra “A” está correta, conforme o art. 22: “São modalidades de licitação: I – concorrência;
II – tomada de preços; III – convite; IV – concurso; V – leilão.”
A letra “B” está correta. De acordo com os artigos abaixo:
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao dis-
posto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: I – projeto básico; II – projeto executivo;
III – execução das obras e serviços.
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: (...) IX – Projeto Básico – conjunto de elementos
necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço,
ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a defini-
ção dos métodos e do prazo de execução (...). X – Projeto Executivo – o conjunto dos elementos
necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
A letra “D” está incorreta, pois exclui as entidades controladas indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a lei deixa claro que elas também são subordi-
nadas à 8.666:
Art. 1º, Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as socie-
dades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
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COMENTÁRIO
Vejamos a ementa da ADIN 3735:
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI 3.041/05, DO ESTADO DO MATO GROSSO DO
SUL. LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES COM O PODER PÚBLICO. DOCUMENTOS EXIGIDOS
PARA HABILITAÇÃO. CERTIDÃO NEGATIVA DE VIOLAÇÃO A DIREITOS DO CONSUMIDOR.
DISPOSIÇÃO COM SENTIDO AMPLO, NÃO VINCULADA A QUALQUER ESPECIFICIDADE. IN-
CONSTITUCIONALIDADE FORMAL, POR INVASÃO DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO
PARA LEGISLAR SOBRE A MATÉRIA (ART. 22, INCISO XXVII, DA CF).
1. A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida pela
Constituição (art. 37, XXI), pode ser relativizada por duas vias: (a) pela lei, mediante o es-
tabelecimento de condições de diferenciação exigíveis em abstrato; e (b) pela autoridade
responsável pela condução do processo licitatório, que poderá estabelecer elementos de
distinção circunstanciais, de qualificação técnica e econômica, sempre vinculados à garan-
tia de cumprimento de obrigações específicas.
2. Somente a lei federal poderá, em âmbito geral, estabelecer desequiparações entre os concor-
rentes e assim restringir o direito de participar de licitações em condições de igualdade. Ao direito
estadual (ou municipal) somente será legítimo inovar neste particular se tiver como objetivo esta-
belecer condições específicas, nomeadamente quando relacionadas a uma classe de objetos a
serem contratados ou a peculiares circunstâncias de interesse local.
3. Ao inserir a Certidão de Violação aos Direitos do Consumidor no rol de documentos exigidos
para a habilitação, o legislador estadual se arvorou na condição de intérprete primeiro do direito
constitucional de acesso a licitações e criou uma presunção legal, de sentido e alcance amplíssi-
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mos, segundo a qual a existência de registros desabonadores nos cadastros públicos de prote-
ção do consumidor é motivo suficiente para justificar o impedimento de contratar com a Adminis-
tração local.
4. Ao dispor nesse sentido, a Lei Estadual 3.041/05 se dissociou dos termos gerais do ordena-
mento nacional de licitações e contratos, e, com isso, usurpou a competência privativa da União
de dispor sobre normas gerais na matéria (art. 22, XXVII, da CF). 5. Ação direta de inconstitucio-
nalidade julgada procedente.
(ADI 3735, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 08/09/2016, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 31-07-2017 PUBLIC 01-08-2017)
COMENTÁRIO
A Lei n. 11.079/2004 institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-
-privada no âmbito da administração pública. Esta lei será necessária para a resolução
desta questão:
A letra “A” está incorreta, pois contraria o art. 6º, inciso II da Lei citada:
“Art. 6º A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-
-privada poderá ser feita por: II – cessão de créditos não tributários;”
A letra “B” está incorreta, pois está em descordo com o expresso nos §§1° e 2° do art. 2º:
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A letra “C” está incorreta, porque se opõe ao estabelecido no art. 5°, III:
Art. 5º As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no que cou-
ber, devendo também prever:
V – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato
do príncipe e álea econômica extraordinária.
13. O Supremo Tribunal Federal, no leading case referente a contratações temporárias (RE
658026/MG), elencou requisitos de validade da contratação temporária, indicando ex-
pressamente:
a. apenas a previsão em lei, a determinabilidade temporal do vínculo jurídico estabele-
cido entre poder público e contratado, e a excepcionalidade de situação fática atípica,
na Administração Pública, ensejadora de risco ao princípio da continuidade do ser-
viço público.
b. apenas a previsão em lei, o prazo de contratação predeterminado, a necessidade tem-
porária, o interesse público excepcional, e a necessidade de contratação indispensá-
vel, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado,
e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração.
c. apenas a temporariedade do vínculo jurídico firmado, a previsão em lei, e o excepcio-
nal interesse público, consubstanciado na situação fática anômala ocorrida na Admi-
nistração Pública, ensejadora de risco ao princípio da continuidade do serviço público.
d. apenas o prazo de contratação predeterminado, a necessidade temporária, o inte-
resse público excepcional, e a necessidade de contratação indispensável, sendo
vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que
devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração.
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COMENTÁRIO
Conforme a decisão citada no enunciado RE 658026/MG:
O conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição Federal pode ser resumido, ratificando-se,
dessa forma, o entendimento da Corte Suprema de que, para que se considere válida a contrata-
ção temporária, é preciso que:
a. os casos excepcionais estejam previstos em lei;
b. o prazo de contratação seja predeterminado;
c. a necessidade seja temporária;
d. o interesse público seja excepcional;
e. a necessidade de contratação seja indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços
ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais
da Administração.
COMENTÁRIO
A ementa do RE 1041210/ SP versa:
Criação de cargos em comissão. Requisitos estabelecidos pela Constituição Federal. Estrita ob-
servância para que se legitime o regime excepcional de livre nomeação e exoneração. Reper-
cussão geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência da Corte sobre o tema. 1. A criação de
cargos em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso público
de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os pressupostos constitucio-
nais para sua instituição. 2. Consoante a jurisprudência da Corte, a criação de cargos em comissão
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta, pois segundo a “Súmula Vinculante 38: É competente o Muni-
cípio para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.” Ou seja, se o
Município é competente para tratar sobre este assunto, a lei não pode ser inconstitucional.
A letra “B” está correta, pois é exatamente o teor da “Súmula Vinculante n. 49: Ofende o
princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabeleci-
mentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”
A letra “C” está incorreta. Como visto na resposta da letra “A”, os estabelecimentos comer-
ciais podem sofrer restrições, como a de horário. A exceção é o horário de atendimento
bancário que, por necessidade de padronização nacional e por se tratar de atividade finan-
ceira, é competência da União, conforme a Súmula 19 do STJ.
Segundo o Supremo, o Município pode editar legislação própria, com fundamento na au-
tonomia constitucional que lhe é inerente (CF, art. 30, I), com objetivo de determinar, às
instituições financeiras, que instalem, em suas agências, em favor dos usuários dos
serviços bancários (clientes ou não), equipamentos destinados a proporcionar-lhes se-
gurança (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras) ou a propiciar-lhes confor-
to, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento de cadeiras de
espera, ou colocação de bebedouros, ou, ainda, prestação de atendimento em prazo
razoável, com a fixação de TEMPO MÁXIMO de permanência dos usuários em FILA
DE ESPERA (RE 251542/SP).
Igualmente, o STF entende que a imposição legal de um limite ao tempo de espera em
fila dos usuários dos serviços prestados pelos CARTÓRIOS não constitui matéria relativa
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à disciplina dos registros públicos, mas assunto de interesse local. (STF - RE: 397094
DF, Relator: SEPÚLVEDA PERTENCE, Data de Julgamento: 29/08/2006, Primeira Turma,
Data de Publicação: DJ 27-10-2006)
A letra “D” está incorreta. Não é necessário que haja autorização em lei estadual, pois trata-
-se de assunto de interesse local (art. 30, I, da CR/1988). Nesse sentido dispõe a Súmula
n. 419 do STF: “os Municípios têm competência para regular o horário do comércio local,
desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas".
16. Sobre o poder de polícia e o exercício da segurança pública municipal, é correto afirmar,
à luz do posicionamento consolidado no Supremo Tribunal Federal, que:
a. a segurança pública, numa de suas dimensões, toca o exercício do poder de polí-
cia, o que confere à polícia militar a titularidade da imposição de multas de trânsito,
excluindo-se a possibilidade de a guarda municipal executar essa atividade.
b. a fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente
previstas, embora possa dar-se ostensivamente, constitui atividade típica de segu-
rança pública.
c. o poder de polícia não se confunde com segurança pública; o exercício do primeiro não
é prerrogativa exclusiva das entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com
exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da segurança pública.
d. a ordem jurídica brasileira estabeleceu que a atividade administrativa de fiscalização
do trânsito é permitida à guarda municipal nas hipóteses de convênios celebrados
com os órgãos policiais constitucionalmente legitimados para tanto.
COMENTÁRIO
O RE 658.570 gerou uma tese de repercussão geral sobre o assunto:
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃO
DE MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia
não se confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das
entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as fun-
ções de promoção da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções
administrativas legalmente previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exer-
cício de poder de polícia, não havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não poli-
ciais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro, observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a
competência comum dos entes da federação para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro
de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os Municípios podem determinar que o poder de
polícia que lhe compete seja exercido pela guarda municipal. 5. O art. 144, §8º, da CF, não impede
que a guarda municipal exerça funções adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações
do Município. Até mesmo instituições policiais podem cumular funções típicas de segurança pú-
blica com exercício de poder de polícia. Entendimento que não foi alterado pelo advento da EC n.
82/2014. 6. Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em repercussão geral, da seguinte
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A letra “A” está incorreta, pois não é atribuição exclusiva da Polícia Militar. E ainda o STF
estabeleceu, em sede de repercussão geral, que a guarda municipal também pode exercer
o poder de polícia de trânsito, inclusive com aplicação de multas.
A letra “B” está incorreta. A aplicação de multas constitui mero exercício do poder de polí-
cia, e não atividade típica de segurança pública, segundo entendimento do STF.
A letra “C” está correta, em consonância com o item 1 da Ementa supracitada.
A letra “D” está incorreta. Não existe tal previsão e não é necessário convênio com a polícia
para que as guardas possam exercer o referido poder de polícia.
17. Acerca das ações eleitorais e suas finalidades, assinale a alternativa incorreta:
a. Poderá o Ministério Público Eleitoral propor investigação judicial eleitoral, após o
deferimento do registro de candidatura, por atos ilícitos decorrentes de abuso do
poder económico elou político. Nesse caso, se o pedido final importar em cassação
do registro, diploma ou mandato, haverá litisconsórcio passivo necessário entre o titu-
lar e o vice da chapa majoritária.
b. A ação de impugnação a mandato eletivo poderá ser proposta pelo Ministério Público
Eleitoral ou por qualquer candidato, partido ou coligação, visando a cassação do
diploma de candidatos eleitos que tenham agido com abuso do poder político ou eco-
nômico, dentre outros. No caso de eleição majoritária, julgada procedente a AIME, os
votos do candidato eleito serão considerados nulos, e automaticamente será diplo-
mado o segundo colocado no certame, em virtude do efeito imediato das decisões da
Justiça Eleitoral em ações dessa natureza.
c. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibili-
dade infraconstitucional superveniente, inelegibilidade de natureza constitucional e
falta de condição de elegibilidade. Na primeira hipótese, não basta que a inelegibili-
dade seja desconhecida, é preciso que seja superveniente ao processo de registro de
candidatura.
d. As representações eleitorais baseadas na Lei n. 9.504/97 têm por finalidade, em
regra geral, garantir a lisura do pleito e do exercício do voto, ensejando a aplicação
de multa àqueles que incidirem em infrações às normas eleitorais. Excepcionalmente,
a representação eleitoral por captação ilícita de sufrágio, prevista no art. 41-A da Lei
n. 9.504/97, em caso de procedência, ensejará a aplicação de multa e a cassação do
registro de candidatura.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra “A” está correta. Conforme o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
fixado na Súmula n. 38: “Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato,
há litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.”
A letra “B” está incorreta. Nos termos do art. 14, § 10, da CF: “O mandato eletivo poderá
ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.”
Se houver a procedência dessa ação eleitoral nas eleições majoritárias para governador
e prefeito, independentemente do número de votos obtidos pelo cassado, deve-se fazer
novas eleições, com base o art. 224, § 3º, do Código Eleitoral.
A letra “C” está correta. Em consonância com o art. 262 do Código Eleitoral: “O recurso
contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente
ou de natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade.”
A letra “D” está correta. Segundo a citada no enunciado, Lei n. 9.504/1997:
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada
por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o
voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde
o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil
Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
18. Tomando por base a Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, e
considerando as proposições abaixo acerca dos cargos de Procurador-Geral de Justiça
e de Corregedor-Geral do Ministério Público, assinale a alternativa correta:
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COMENTÁRIO
O item "I" está incorreto. Art. 5º, “§ 1º O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo
Governador do Estado, entre os Procuradores de Justiça com o mínimo de 10 (dez) anos
de serviço na carreira, indicados em lista tríplice, para mandato de 2 (dois) anos, permi-
tida uma recondução, observado o mesmo procedimento.” O ato de nomeação do PGJ é
vinculado, e não discricionário, ou seja, não é precedida facultativamente de lista tríplice
como diz o enunciado do item.
O item "II" está incorreto. Art. 37, “§2º O Corregedor-Geral do Ministério Público, membro
nato da Câmara de Procuradores de Justiça e do Conselho Superior do Ministério Público,
será nomeado pelo Procurador-Geral de Justiça e empossado, com imediato exercício,
perante o Colégio de Procuradores de Justiça.” Não é pelo Governador.
O item "III" está incorreto. “Art.38. Ao Procurador-Geral de Justiça compete: LX – propor
ação civil para decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público.” Não é da
competência do Corregedor-Geral, e sim, do Procurador-Geral.
O item “IV” está correto. “Art. 17. O Procurador-Geral de Justiça ficará afastado de suas
funções: I – em caso de cometimento de infração penal, cuja sanção cominada seja de
reclusão, desde o recebimento da denúncia oferecida pelo Corregedor-Geral do Ministério
Público, ou queixa-crime, até o trânsito em julgado da decisão judicial.”
O item “V” está correto. “Art. 18. Ao Procurador-Geral compete: XXII – dirimir conflitos de
atribuições entre membros do Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito.”
Portanto, a letra “D” é a opção correta.
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19. A Lei n. 4.320/64, ainda sob a vigência da Constituição da República de 1946, estabe-
leceu regras sobre orçamento e sua execução pelo poder público. A Constituição da
República de 1988 recepcionou a legislação anterior naquilo que era materialmente
compatível. No entanto, o tratamento constitucional dado às leis orçamentárias promo-
veu profundas alterações no sistema jurídico criado pela legislação anterior, em espe-
cial dispondo sobre as três modalidades distintas de leis orçamentárias.
Sobre o novel tratamento constitucional dado à Lei n. 4.320/64, aponte a alternativa
incorreta:
a. No âmbito federal, o plano plurianual deverá ser apresentado por iniciativa do Chefe
do Poder Executivo Federal e estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública da União, Estados, Municípios e Distrito
Federal, para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.
b. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da adminis-
tração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subse-
quente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financei-
ras oficiais de fomento.
c. A lei orçamentária anual aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional com-
preenderá, dentre outros, o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.
d. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das emendas parlamentares
individuais, em percentual definido pela Constituição da República, sendo a metade
desse montante destinada a ações e serviços públicos de saúde.
COMENTÁRIO
Primeiramente, atenção ao enunciado, foi pedida a INCORRETA. E ainda pede sobre o
tratamento constitucional sobre a lei, deste modo, a justificativa das alternativas está se-
gundo a CF:
A letra “A” está incorreta. “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: §
1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.”
A letra “B” está correta. Art. 165, “§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as
metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital
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COMENTÁRIO
A letra “B” é a opção correta, conforme próprio julgado apontado no enunciado:
“DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IN-
CENTIVO FISCAL. REVOGAÇÃO. MAJORAÇÃO INDIRETA. ANTERIORIDADE. 1. A ju-
risprudência do Supremo Tribunal Federal concebe que não apenas a majoração direta de
tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta
decorrente de revogação de benefícios fiscais. Precedentes. 2. Agravo interno a que se
nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. (STF.
AG Reg em RE 1.053.254 /RS, Relator Min. Luis Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018)”.
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GRUPO TEMÁTICO II
I – Os prazos fornecidos pelos incisos do artigo 109 do Código Penal servirão não só
para o cálculo da prescrição, considerando-se a pena máxima em abstrato, como
também para aqueles relativos à pena já concretizada na sentença condenatória.
II – A prescrição superveniente ou intercorrente ocorre depois do trânsito em julgado para
a acusação, ou quando improvido seu recurso, tomando-se por base a pena fixada na
sentença penal condenatória, e permite a confecção do título executivo judicial.
III – O parâmetro para o limite da suspensão do curso do prazo prescricional, em caso
de suspensão do processo nos termos do artigo 366 do Código de Processo Penal,
é aquele determinado pelos incisos do artigo 109 do Código Penal, adotando-se o
máximo da pena abstratamente cominada ao delito.
IV – Em relação às hipóteses previstas no artigo 117 do Código Penal, a interrupção da
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime, exceto nos casos
de reincidência e pronúncia.
V – As causas de aumento e de diminuição de pena influenciam no cálculo da prescrição,
que deverá ser feito considerando o percentual de maior elevação, nas hipóteses de
causas de aumento de pena de quantidade variável, e o de menor redução, nas hipó-
teses de causas de diminuição de pena de quantidade variável.
COMENTÁRIO
O item "I" está correto. O disposto no art. 109 do Código Penal serve de base para o cálculo
da prescrição em abstrato e também para o em concreto.
“Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto
no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime.” Assim, os prazos servirão para realização do cálculo da prescrição,
considerando-se a pena máxima em abstrato.
Já o art. 110 dispõe: “A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.” Ou seja, os prazos do artigo ante-
rior, o 109, também servirão para calcular a prescrição, considerando-se a pena concreta.
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O item "II" está incorreto. A prescrição superveniente ou intercorrente não permite a con-
fecção do título executivo judicial. Ela é regulada pela pena em concreto com trânsito em
julgado para a acusação ou sendo seu recurso improvido. Conta-se a prescrição da pu-
blicação da sentença condenatória até a data do trânsito em julgado final. O CPC, no art.
515, VI, prevê, dentre o rol de títulos executivos judiciais, a sentença penal condenatória
transitada em julgado. Como a sentença penal que extingue a punibilidade pela prescrição
é DECLARATÓRIA, e não condenatória, não há a formação de título executivo judicial.
O item "III" está correto. Conforme a Súmula n. 415 do STJ: "O período de suspensão do
prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada".
O item "IV" está incorreto. A exceção é apenas no caso de reincidência.
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 – O curso da prescrição interrompe-se:
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI – pela reincidência.
§ 1º – Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efei-
tos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo
processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
O item "V" está correto. Chamado de Teoria da Pior das Hipóteses. Na busca da pena
máxima abstrata, para efeito de cálculo da prescrição da pretensão punitiva em abstrato,
consideram-se as causas de aumento (percentual de maior elevação) ou de diminuição de
pena (percentual de menor redução), com exceção do concurso formal e do crime conti-
nuado, pois nestes a prescrição será analisada sobre a pena de cada crime, isoladamente
considerado.
Deste modo, a letra “C” é a opção correta.
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COMENTÁRIO
O enunciado está pedindo a INCORRETA.
O dolo direto, o agente prevê que sua conduta pode causar o resultado e a pratica dese-
jando a sua produção. Subdivide-se em:
*Dolo direto de primeiro grau: o agente tem a consciência que sua conduta causará um
resultado, bem como a vontade de praticar a conduta e produzir o resultado.
*Dolo direto de segundo grau (dolo de consequências necessárias): previsão dos efeitos
colaterais como consequência necessária do meio escolhido. O agente prevê e quer a pro-
dução do resultado como consequência inevitável para atingir outro fim proposto.
Fonte: Alexandre Salim e Marcelo de Azevedo.
Assim, a letra “B” está incorreta, pois afirma que o dolo de consequências necessárias é
uma espécie de dolo indireto, quando na verdade é de dolo direto.
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COMENTÁRIO
A questão pede a alternativa INCORRETA.
A letra "A" está correta.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
O CTB não exclui a suspensão condicional do processo da 9.099. Assim, esta é possível.
A letra "D" está correta. As hipóteses de revogação obrigatória e facultativa da suspensão
condicional do processo estão previstas no Art. 89, §§ 1º, 2º e 3º, da Lei n. 9.099/1995.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denún-
cia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes
condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
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I – Uma parcela da doutrina entende que no caso de uma única subtração patrimonial
com pluralidade de mortes, considerando a unidade delituosa, não obstante desdo-
brada em vários atos, há crime único, com o número de mortes atuando como agra-
vante judicial na determinação da pena-base. No entanto, o Superior Tribunal de
Justiça vem decidindo que, nos crimes de latrocínio, a prática de uma subtração, com
mais de uma morte, dá ensejo ao reconhecimento do concurso formal.
II – O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstan-
ciado exige fundamentação, mas é suficiente para a sua exasperação a indicação do
número de majorantes.
III – O pagamento de cheque emitido sem suficiente provisão de fundos, após o recebi-
mento da denúncia, não obsta o prosseguimento da ação penal, mas permite o reco-
nhecimento do arrependimento posterior.
IV – A pena do roubo é aumentada de 1/3 (um terço) até metade, se há o concurso de duas
ou mais pessoas; se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância; se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; se o agente mantém a vítima em
seu poder, restringindo sua liberdade; se há destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
V – O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem, tra-
tando-se, assim, de delito formal que não admite a tentativa.
COMENTÁRIO
No gabarito preliminar, a letra “C” foi apontada como a resposta, entretanto todas as alter-
nativas estão erradas, e a questão foi ANULADA.
O item “I” está correto.
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STF e doutrina: (...) Segundo entendimento acolhido por esta Corte, a pluralidade de vítimas atin-
gidas pela violência no crime de roubo com resultado morte ou lesão grave, embora único o patri-
mônio lesado, não altera a unidade do crime, devendo essa circunstância ser sopesada na indivi-
dualização da pena. STF. 2ª Turma. HC 96736”
“STJ: É pacífico na jurisprudência do STJ o entendimento de que há concurso formal impróprio
no latrocínio quando ocorre uma única subtração e mais de um resultado morte, uma vez que se
trata de delito complexo, cujos bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a vida. STJ. 5ª Turma.
HC 336.680/PR”
O item “II” está incorreto. “Súmula n. 543 do STJ: O aumento na terceira fase de aplicação
da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo su-
ficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.”
O item “III” está incorreto. “Art. 16 Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da quei-
xa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.”
O item “IV” está incorreto. Pois nem todas apresentadas no item são de 1/3. Por exemplo:
“§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): II – se há destruição ou rompimento de obs-
táculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.”
O item “V” está incorreto. Embora seja delito formal, é possível fracionar o "iter criminis",
admitindo a tentativa.
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COMENTÁRIO
A letra "A" está correta. A principal crítica da teoria causalista, dentre outras, é que não
explica os crimes formais, nem os de mera conduta. Pois para a causalista, a conduta é o
movimento corporal voluntário que causa um resultado naturalístico, ou seja, que causa
uma modificação no mundo exterior, tendo por base a chamada “fotografia do resultado”.
Esta teoria tem como premissa as ciências naturais, orientadas pelas leis da causalidade,
em que se analisa uma relação de causa e efeito, independentemente de dolo ou culpa do
agente (que se encontram na culpabilidade).
A letra "B" está correta. Mezger, um dos expoentes do neokantismo, desenvolveu a teoria
da ratio essendi ou tipicidade como essência da ilicitude. Para ele, a tipicidade é essência
da ilicitude, formando um tipo penal de injusto. Há, assim, uma mistura impossível de se
dissociar entre a tipicidade e ilicitude.
A letra "C" está correta. Para a teoria finalista, conduta penalmente relevante é o compor-
tamento humano voluntário (ação ou omissão) em que há a vontade de uma finalidade.
A principal crítica a ela é em relação aos crimes culposos, pois não se pode aceitar uma
orientação da vontade a um resultado involuntário. Embora haja fundamento nesta crítica,
no crime culposo também há vontade dirigida a uma finalidade, a um resultado. Nestes
crimes, o resultado – involuntário – ocorre em razão dos meios negligentes, imprudentes e
imperitos utilizados pelo agente ao direcionar a sua conduta.
A letra "D" está incorreta. No causalismo, o tipo penal constituía somente elementos obje-
tivos descritivos (chamados de tipos normais). Os tipos penais que possuíam elementos
normativos e/ou subjetivos eram chamados de tipos penais anormais. Assim, diferente-
mente do afirmado na alternativa, os elementos normativos e os subjetivos passaram a
integrar o tipo penal no neokantismo.
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a lesão deve ser
grave ou gravíssima para haver esta qualificação do crime:
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. [...]
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima.
A letra “B” está incorreta, pois não há esta imposição de competência na letra da lei:
“Art. 24-A.
Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.”
A letra “C” está incorreta. A concessão das medidas protetivas é feita para assegurar a
integridade física e a vida da vítima, portanto deve ser célere, não necessitando do aval do
MP para a concessão.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.
A letra “D” está correta. À época da aplicação da prova, o entendimento não era sumulado,
mas já constava firmado pelo STJ – Edição 134 da jurisprudência em teses: “O crime do
artigo 90 da Lei n. 8.666/1993 é formal e prescinde da existência de prejuízo ao erário,
haja vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os lici-
tantes interessados em contratar, causada pela frustração ou pela fraude no procedimento
licitatório”.
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Recentemente, dia 10/02/2021, foi editada a Súmula n. 645 do STJ, que diz: “O crime de
fraude à licitação é formal, e sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou
da obtenção de vantagem”.
Lembrando que prescindir é dispensar.
Deste modo, continua estando correta esta alternativa, mas agora o entendimento encon-
tra um embasamento mais consolidado por estar sumulado.
27. De acordo com a Lei n. 11.343/2006 e com a sua interpretação pelo Superior Tribunal
de Justiça, marque a alternativa correta:
a. A expropriação de bens em favor da União, decorrente da prática de crime de trá-
fico ilícito de entorpecentes, não constitui efeito automático da sentença penal
condenatória.
b. A posse de substância entorpecente para uso próprio configura crime doloso e,
quando cometido no interior de estabelecimento prisional, constitui falta grave, nos
termos do artigo 52 da Lei de Execução Penal.
c. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e
o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, poderá
ser isento de pena ou ter a pena reduzida de um terço a dois terços.
d. São requisitos para o reconhecimento do tráfico privilegiado que o agente seja pri-
mário, de bons antecedentes e boa conduta social, que não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa.
COMENTÁRIO
A letra "A" está incorreta, pois de acordo com o STJ constitui efeito automático:
2. Na hipótese dos autos, as circunstâncias em que ocorreu o delito, em especial o número de
porções, e a nocividade do entorpecente apreendido, denotam que a medida substitutiva não se
mostra socialmente recomendável, sendo, portanto, legítimo impedir a permuta pretendida pelo
agravante. 3. A jurisprudência desta Corte estabeleceu-se no sentido de considerar a ex-
propriação de bens em favor da União pela prática de tráfico ilícito de entorpecentes um
efeito automático da condenação, já que encontra previsão em foro constitucional (art. 243)
e decorre da sentença condenatória, conforme regulamentado no art. 63 da Lei 11.343/2006 (STJ;
Quinta Turma; Ministro Jorge Mussi; AgRg no AREsp 507029 / SP; DJe 18/10/2017).
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de Questão de Ordem suscitada nos autos do RE 430.105 QO/RJ, rejeitou as teses de abolitio
criminis e infração penal sui generis, afirmando a natureza de crime da conduta do usuário de
drogas, não obstante a despenalização. 3. "A posse de substância entorpecente no interior do
estabelecimento prisional, ainda que para uso próprio, constitui falta grave (art. 52 da LEP)" (STJ;
Quinta Turma; Relatora Ministra Laurinda Vaz; HC 151.435/SP; DJe 12/05/2011).
A letra "C" está incorreta. Contraria o art. 41 da Lei n. 11.343/2006: “O indiciado ou acusado
que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identi-
ficação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.”
A letra "D" está incorreta. Ter boa conduta social não é requisito da minorante. Em desacor-
do com o art. 33 da Lei n. 11.343/2006: “§4° Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em
penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não
se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa".
COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra "A" está correta. O erro de compreensão se dá quando o agente, mesmo conhe-
cendo a ilicitude do fato, não a compreende por pertencer a uma esfera cultural que não a
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compreende, como, por exemplo, os silvícolas. Não tem como partilhar os seus valores e
esse erro de compreensão é, de acordo com a doutrina, uma modalidade de erro de proi-
bição invencível.
A letra "B" está correta. O crime de desacato previsto no art. 331 do CP: "Desacatar funcio-
nário público no exercício da função ou em razão dela". O crime de desacato é classificado
por Nucci como um "delito pluriofensivo, por atingir a honra de funcionário público e o pres-
tígio da Administração Pública". Com efeito, eliminando-se a elementar do tipo consubs-
tanciada na qualidade de funcionário público do sujeito passivo, permanece a intenção de
lesar a honra da vítima e, consequentemente, o crime de injúria, ainda que escusável o
erro quanto a elementar do crime de desacato.
A letra "C" está incorreta. A conduta descrita é erro de proibição direto, pois recai sobre a
ilicitude, ou conteúdo proibitivo, de uma norma penal. Está prevista no art. 21 do CP: "O
desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço".
A letra "D" está correta. Tanto nos crimes comissivos como nos omissivos, o erro que recai
sobre os elementos objetivos do tipo é considerado erro de tipo, ao passo que erro inci-
dente sobre o mandamento legal configura erro de proibição. Neste último caso, em razão
de erro, o agente supõe estar agindo de forma lícita e, portanto, a sua culpabilidade fica
afastada pelo fato de o agente não ter potencial consciência da ilicitude.
COMENTÁRIO
O enunciado pede a INCORRETA.
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A letra “A” está correta. “Diferente de outros países, a nossa lei não adotou o critério psi-
cológico, o qual se assenta no desejo de preservar a honra, mas sim o fisiopsicológico,
levando em conta o desequilíbrio fisiopsíquico oriundo do processo do parto. (CUNHA,
Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte especial, 10ª ed. Salvador: JusPODIVM,
2018, p. 100)”
A letra “B” está incorreta.
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio
no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. Isso
se dá porque o feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir sempre que o
crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente dita, enquanto que a torpeza
é de cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos motivos (razões) que levaram um indivíduo
a praticar o delito. STJ. 6ª Turma. HC 433898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018
(Info 625).
(CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Motivo torpe e feminicídio: inexistência de bis in idem. Bus-
cador Dizer o Direito, Manaus.)
A letra “C” está correta. “[O perdão judicial] constitui causa extintiva da punibilidade que, di-
ferente do perdão do ofendido, não precisa ser aceito para gerar efeitos. (CUNHA, Rogério
Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral, 6ª ed. - Salvador: JusPODIVM, 2018, p. 390.)”
A letra “D” está correta.
Tem sido posição predominante na doutrina e na jurisprudência a admissão da forma qualificada-
-privilegiada, desde que exista compatibilidade lógica entre as circunstâncias. Como regra, pode-
-se aceitar a existência concomitante de qualificadoras objetivas com as circunstâncias legais do
privilégio, que são de ordem subjetiva (motivo de relevante valor social ou moral e domínio de
violenta emoção). O que não se pode acolher é a convivência pacífica das qualificadoras subjeti-
vas com qualquer forma de privilégio, tal como seria o homicídio praticado, ao mesmo tempo, por
motivo fútil e por relevante valor moral. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 16ª
ed. - Rio de Janeiro: Forense, 2020.)
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COMENTÁRIO
Novamente é pedido a INCORRETA.
A letra “A” está correta, segundo o art. 108 do CP: “a extinção da punibilidade de crime que
é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a
este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos
outros, a agravação da pena resultante da conexão”.
A letra “B” está incorreta, pois o art. 92 do CP dispõe:
Art. 92. São também efeitos da condenação:
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a. quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
b. quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos de-
mais casos.
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos
sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar,
contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
Parágrafo único – Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motiva-
damente declarados na sentença.
A letra "C" está correta. Segundo a Lei que define os crimes resultantes de preconceito
de raça ou de cor, Lei n. 7.716/1989, no art. 16 “constitui efeito da condenação a perda
do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do
estabelecimento particular por prazo não superior a três meses” e no art. 18 “os efeitos de
que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença”.
A letra "D" está correta. Conforme a Súmula n. 269 do STJ: “É admissível a adoção do
regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados à pena igual ou inferior a quatro
anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”.
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COMENTÁRIO
Os artigos citados são de acordo com o CPP:
A letra “A” está incorreta.
A carta testemunhável é cabível nas seguintes hipóteses:
“Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I – da decisão que denegar o recurso;
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juí-
zo ad quem.”
A carta testemunhável objetiva, portanto, destrancar recurso cujo seguimento foi indevida-
mente obstado no juízo a quo.
No caso do RESE, há o efeito regressivo e a possibilidade de retratação pelo juiz. Nesse
momento, se houver indevida retenção do recurso em caso de não retratação, cabe carta
testemunhável.
Contudo, não é o que ocorre com a correição parcial, que é interposta diretamente no
tribunal, não havendo possibilidade de denegação pelo juiz (sequer passa por ele). Re-
forçando a tese de que a correição parcial é interposta diretamente no tribunal. NUCCI
(2013) ensina que “parece-nos ser cabível o rito do agravo, conforme previsto no Código
de Processo Civil”.
Ademais, dispõe o art. 290 do Regimento Interno do TJMG: “A correição parcial em autos,
para emenda de erros ou abusos, quando não haja recurso ordinário, será procedida sem
prejuízo do andamento do feito e a requerimento dos interessados ou do Ministério Público,
observada a forma do processamento de agravo de instrumento cível.”
A letra “B” está correta, segundo o art. 577: “O recurso poderá ser interposto pelo Minis-
tério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.” Quanto à
legitimidade do assistente de acusação, ela é supletiva e subsidiária com relação à do MP.
Doutrina e jurisprudência estendem a ele a legitimidade para interposição não apenas de
apelação e recurso em sentido estrito, mas também de outros recursos, caso o MP não
recorra ou o faça apenas de forma parcial. Como ao assistente de acusação é dada a pos-
sibilidade de interposição do RESE, ainda mais é conferida a ele legitimidade para manejo
da carta testemunhável para levar ao tribunal o RESE que não tenha sido admitido.
A letra “C” está incorreta. Conforme o art. 641: “O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará
recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido
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estrito, ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, de-
vidamente conferida e concertada.” Ainda o art. 643: “Extraído e autuado o instrumento,
observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o
processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.” Conclui-se que,
caso o recurso que se pretende “destrancar” seja o recurso em sentido estrito, vai ser re-
alizado juízo de retratação.
A letra “D” está incorreta, com base no art. 645: “O processo da carta testemunhável na
instância superior seguirá o processo do recurso denegado.”
COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta. “Súmula vinculante n. 45: A competência constitucional do tribu-
nal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela constituição estadual.”
A letra “B” está incorreta, pois prevalece a competência do Tribunal do Júri, segundo o STF:
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. JULGAMENTO DE CRIMES DOLOSOS
CONTRA A VIDA. COMPETÊNCIA MÍNIMA DO TRIBUNAL DO JÚRI. INTELIGÊNCIA DO ART. 5º,
XXXVIII, D, DA CF. POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO DE JURISDIÇÃO POR LEI ORDINÁRIA.
REGRAS DE CONEXÃO E CONTINÊNCIA LEGITIMAMENTE ESTABELECIDAS PELO ART. 78,
I, DO CPP. CONSELHO DE SENTENÇA QUE SE PRONUCIA TAMBÉM SOBRE OS DELITOS DE
SEQUESTRO E ROUBO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. ORDEM DENEGADA
I - A competência do Tribunal do Júri, fixada no art. 5º, XXXVIII, d, da CF, quanto ao julgamento de
crimes dolosos contra a vida é passível de ampliação pelo legislador ordinário. II - A regra estabe-
lecida no art. 78, I, do CPP de observância obrigatória, faz com que a competência constitucional
do tribunal do júri exerça uma vis atractiva sobre delitos que apresentem relação de continência
ou conexão com os crimes dolosos contra a vida. Precedentes. III - A manifestação dos jurados
sobre os delitos de seqüestro e roubo também imputados ao réu não maculam o julgamento com o
vício da nulidade. IV - O habeas corpus, ademais, em que pese configurar remédio constitucional
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de largo espectro, não pode ser utilizado como sucedâneo da revisão criminal, salvo em situações
nas quais se verifique flagrante nulidade processual seja na sentença condenatória, seja no acór-
dão que a tenha confirmado. V - Ordem denegada.(STF - HC: 101542 SP, Relator: Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 04/05/2010, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-096
DIVULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-04 PP-01149).
COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta. “Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da
arguição, poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, até que se julgue
o incidente da suspeição.
A letra “B” está incorreta. “Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente,
decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recu-
sado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.”
A letra “C” está incorreta.
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qual-
quer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for aplicável, as prescrições relativas
à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
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34. Em processo por crime doloso contra a vida, movido contra dois acusados, o juiz su-
mariante, ao final da fase, pronunciou um deles e impronunciou o outro. Inconformado.
o primeiro deles manejou recurso próprio, pretendendo sua despronúncia. Também in-
conformado, o Ministério Público manejou o recurso próprio, reclamando a manutenção
da qualificadora que se decotara no caso do réu pronunciado e a pronúncia do que fora
impronunciado. Os recursos manejados foram, respectivamente:
a. Recurso em sentido estrito e apelação.
b. Recurso em sentido estrito e recurso em sentido estrito.
c. Apelação e recurso em sentido estrito.
d. Apelação e apelação.
COMENTÁRIO
A letra “A” é a opção correta.
Cabe recurso em sentido estrito contra a decisão que pronuncia o acusado. “Art. 581.
Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: IV – que pronun-
ciar o réu.”
Contra a decisão de impronúncia, cabe apelação. “Art. 416. Contra a sentença de impro-
núncia ou de absolvição sumária caberá apelação.”
35. Sobre competência, sua fixação e modificação no processo penal, é correto afirmar que:
a. é desconhecida, no processo penal, a hipótese de foro de eleição.
b. na conexão de crimes de competência das justiças federal e estadual, o entendi-
mento prevalente, mas não unânime, é no sentido de promover-se a separação dos
processos.
c. o provimento do incidente de deslocamento de competência provocado pelo Procura-
dor-Geral da República somente depende de que, diante de grave violação a direitos
humanos, tenha sido proposta ação penal e haja possibilidade de responsabilização
internacional do Estado brasileiro.
d. configurado desacato à autoridade de juiz de Direito no exercício de funções eleito-
rais, a competência para o julgamento do crime será da Justiça Federal.
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta, pois é desconhecida, no processo penal, a hipótese de foro de
eleição. Art. 73 do CPP: “Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.”
A letra “B” está incorreta, com base na Súmula n. 122 do STJ: “Compete à Justiça Federal
o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual,
não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.”
A letra “C” está incorreta. Em desacordo com o art. 109, § 5º, da CF:
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal.
A letra “D” está correta. A competência para o julgamento do crime será da Justiça Fede-
ral, quando configurado desacato à autoridade de juiz de Direito no exercício de funções
eleitorais.
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME COMUM PRATICADO CONTRA JUIZ ELEITO-
RAL. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. A competência crimi-
nal da Justiça Eleitoral se restringe ao processo e julgamento dos crimes tipicamente eleitorais. 2.
O crime praticado contra Juiz Eleitoral, ou seja, contra órgão jurisdicional de cunho federal,
evidencia o interesse da União em preservar a própria administração. 3. Conflito conhecido
para declarar a competência do Juízo Federal do Juizado Especial Cível e Criminal da Seção
Judiciária do Estado de Rondônia, ora suscitado. [STJ, TERCEIRA SEÇÃO, CC 45552 / RO,
julgado em 08/11/2006, DJe 27/11/2006]
36. Acerca do instituto da liberdade provisória e das disposições que a disciplinam, é incor-
reta a afirmação seguinte:
a. O quebramento injustificado da fiança importa na perda de metade de seu valor, com
a consequente imposição de outras medidas cautelares, aí incluída a prisão preven-
tiva, se presentes seus requisitos.
b. A perda da fiança decorrente da não apresentação do condenado para o cumpri-
mento da pena imposta independe de que esta seja privativa de liberdade ou não.
c. A cassação da fiança ocorrerá na hipótese em que, instado a reforçá-la, o acusado
não o fizer.
d. Não se cogita de liberdade provisória mediante fiança nas hipóteses em que este-
jam presentes os requisitos de que depende a decretação da prisão preventiva e da
temporária.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra "A" está correta. Conforme o art. 343 do CPP: “O quebramento injustificado da fian-
ça importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição
de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.”
A letra "B" está correta. Art. 344 do CPP dispõe: “Entender-se-á perdido, na totalidade, o
valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento
da pena definitivamente imposta.”
A letra "C" está incorreta. A hipótese mencionada na alternativa é caso de fiança sem efei-
to. As hipóteses de cassação da fiança estão previstas nos arts. 338 e 339 do CPP.
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido
o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído
sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase
do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável,
no caso de inovação na classificação do delito.
A letra "D" está correta. Segundo o art. 324 do CPP: “Não será, igualmente, concedida
fiança: IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva
(art. 312).”
COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
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A letra “A” está correta. Não está estabelecido que o réu condenado ou absolvido impro-
priamente deve ser intimado conjuntamente com seu defensor.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo
afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado
de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
IV – mediante edital, nos casos do n II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem
encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V – mediante edital, nos casos do n III, se o defensor que o réu houver constituído também não for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o cer-
tificar o oficial de justiça.
A letra “D” está correta, conforme a Súmula n. 351 do STF: “É nula a citação por edital de
réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição”.
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COMENTÁRIO
A questão foi ANULADA, pois as letras “B” e “D” são iguais. A princípio a banca havia dado
no gabarito preliminar que a resposta era a letra “A”.
A letra "A" está correta. E as demais erradas.
Hipóteses de REEXAME OBRIGATÓRIO:
1) Sentença que concede HABEAS CORPUS. Juiz que tranca Inquérito Policial por enten-
der que o fato apurado é atípico.
2) Sentença que ABSOLVE SUMARIAMENTE o réu no júri (artigo 574, II).
Existe entendimento de que a reforma do Júri (Lei n. 11.689/2008), ao modificar o artigo
411 do CPP, teria acabado com o reexame necessário contra a absolvição sumária.
3) Decisão que arquiva inquérito policial ou da sentença que absolve o réu acusado de
crime contra a ECONOMIA POPULAR ou contra a saúde pública (exceto crimes previstos
na lei de drogas).
4) Decisão que concede REABILITAÇÃO CRIMINAL.
5) Decisão que defere MANDADO DE SEGURANÇA.
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COMENTÁRIO
A letra "A" está incorreta. Art. 136 do CPP: “O arresto do imóvel poderá ser decretado de
início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo
de inscrição da hipoteca legal.”
A letra "B" está correta. “O incidente de restituição de coisas apreendidas está sujeito ao
recurso de apelação, nos termos do art. 593, inciso II, do Código de Processo Penal.” (STJ
– RMS 33.274/SP – 5ª Turma – Rel. Min. Gilson Dipp – Dje 04.04.2011)”
A letra "C" está incorreta, pois é possível no caso de falsidade ideológica.
A letra "D" está incorreta. “Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, des-
pacho ou sentença: XVIII – que decidir o incidente de falsidade.”
40. Em relação aos recursos e ações de impugnação no processo penal, assinale a alter-
nativa correta:
a. Compete aos tribunais de justiça respectivos o julgamento das revisões criminais pro-
postas contra decisões dos juizados criminais estaduais monocráticos e das turmas
recursais correspondentes.
b. Consoante entendimento já consolidado na doutrina e na jurisprudência do ST F, a
falta do juízo de retratação é mera irregularidade, não sendo impeditiva do conheci-
mento e julgamento do recurso em sentido estrito.
c. Denomina-se "recurso invertido" a hipótese em que, cabível um recurso, maneje a
parte outro, ensejando-se assim a aplicação do princípio da fungibilidade recursal.
d. O agravo em execução tem, em regra, efeito suspensivo, devolutivo e regressivo.
COMENTÁRIO
A banca considerou a letra “A” correta, no entanto parte da assertiva contraria o entendi-
mento pacificado do STJ, sedimentado na tese 7) da 63ª edição de sua Jurisprudência em
Teses, disponível no site do STJ no endereço: https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/toc.jsp.
“7) A Turma Recursal é o órgão competente para o julgamento de revisão criminal ajuizada
em face de decisões proferidas pelos Juizados Especiais.”
Assim, compete aos tribunais de justiça respectivos o julgamento das revisões criminais
propostas contra decisões das turmas recursais correspondentes; contudo, julgamento de
revisão criminal contra decisões monocráticas compete à Turma Recursal.
A letra "B" está incorreta.
A decisão do magistrado que encaminha recurso em sentido estrito sem antes proceder ao juízo de
retratação é mera irregularidade não podendo ser entendida como ato apto a ensejar nulidade ab-
soluta, uma vez que o referido juízo é secundário em relação à pronúncia devidamente fundamen-
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tada. (STJ, HC 177.854/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 14/02/2012,
DJe de 24/02/2012).
A letra "D" está incorreta. Conforme a LEP: “Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz
caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo”.
41. Sob a ótica da lei dos registros públicos, considere as assertivas e marque a op-
ção correta:
I – O registro de nascimento deverá ser efetivado no Cartório de Registro Civil das Pes-
soas Naturais no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos
pais, sendo obrigados a fazer a declaração de nascimento, dentre outros, o pai ou a
mãe, isoladamente ou em conjunto.
II – O adolescente maior de dezesseis e menor de dezoito anos pode pessoalmente
requerer o registro de seu nascimento.
III – Devem ser lavrados dois assentos diferentes, o de nascimento e o de óbito, no caso
do nascimento de uma criança com um mínimo sinal de vida que venha a morrer logo
após o parto, desde que o fato seja atestado por médico.
IV – Podem os pais dar nome ao natimorto, apesar de tal prerrogativa não estar prevista
textualmente na Lei dos Registro Públicos.
COMENTÁRIO
O item “I” está correto.
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Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a registro, no lugar em
que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, dentro do prazo de quinze dias, que será
ampliado em até três meses para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório.
Art. 52. São obrigados a fazer declaração de nascimento:
1. o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no § 2 do art. 54.
O item “II” está correto. Art. 50, § 3º: “Os menores de vinte e um (21) anos e maiores de
dezoito (18) anos poderão, pessoalmente e isentos de multa, requerer o registro de seu
nascimento”.
O item “III” está correto. Art. 53, § 2º: “No caso de a criança morrer na ocasião do parto,
tendo, entretanto, respirado, serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito,
com os elementos cabíveis e com remissões recíprocas”.
O item “IV” está correto. PROVIMENTO 80, CNJ: “Art. 635. Quando se tratar de natimorto,
facultado o direito de escolha do nome do registrando, o registro será efetuado no Livro “C
– Auxiliar”, com índice em nome do pai ou da mãe, dispensado o assento de nascimento”.
Portanto, a letra “D” é a opção correta.
42. A Lei n. 10.447, de 9 de maio de 2002, institui o Dia Nacional da Adoção, a ser come-
morado anualmente, no dia 25 de maio.
A respeito da adoção, considere as assertivas e marque a opção correta:
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COMENTÁRIO
Questão que gerou muita discussão, pois o gabarito preliminar deu como resposta a letra
“D”, no entanto a banca alterou e no gabarito definitivo a letra “A” foi dita como a correta.
O item “I” está correto. “Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que
será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão”.
O item “II” está correto. Art. 47, § 7º: “A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei,
caso em que terá força retroativa à data do óbito”.
O item “III” está incorreto. Com base no § 2º do art. 42, a questão poderia ser considerada
correta, e acredita-se que, por isso, em primeiro momento o gabarito assim a considerou,
mas, lendo o § 4º, a deixa incorreta.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mante-
nham união estável, comprovada a estabilidade da família.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjun-
tamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de
convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada
a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifi-
quem a excepcionalidade da concessão.
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III – A lei exige que os documentos em língua estrangeira, dentre eles o relatório de habili-
tação proferido pela Autoridade Central do país de acolhida, sejam autenticados pela
autoridade consular, e acompanhados da tradução por tradutor público juramentado,
mediante os quais a Autoridade Central Estadual poderá dispensar a expedição de
outro laudo de habilitação.
IV – Os organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
habilitação à adoção internacional devem credenciar-se junto à Autoridade Central
Federal Brasileira.
V – Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma
entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional.
COMENTÁRIO
O item “I” está correto.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual
em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e
à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo, e deseja adotar criança em
outro país-parte da Convenção.
O item “II” está correto. Conforme o art. 52: “I – a pessoa ou casal estrangeiro, interessado
em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à ado-
ção perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida,
assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual;”
O item “III” está incorreto, pois a lei não dispõe nada a respeito da dispensa da expedição
de outro laudo de habilitação. Art. 52, V – “os documentos em língua estrangeira serão
devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções
internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado”.
O item “IV” está correto. Art. 52:
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais
e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de im-
prensa e em sítio próprio da internet.
O item “V” está correto, conforme o art. 52, § 12. “Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não
podem ser representados por mais de uma entidade credenciada para atuar na coopera-
ção em adoção internacional.”
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COMENTÁRIO
Segundo o CC:
O item “I” está correto. “Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo
se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.”
O item “II” está correto. “Art. 535. Parágrafo único: II - é anulável a troca de valores desi-
guais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e
do cônjuge do alienante.”
O item “III” está correto. “Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo
se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.”
O item “IV” está correto. “Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do as-
cendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações
que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.”
Assim, a letra “D” é a opção correta.
I – A fim de evitar abusos ou práticas comerciais aventureiras, a lei prevê que somente
determinadas pessoas nela qualificadas podem exercer o papel de incorporador
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COMENTÁRIO
Segundo a Lei n. 4.591:
Os itens “I” e “II” estão corretos, conforme o art. 31:
Art. 31. A iniciativa e a responsabilidade das incorporações imobiliárias caberão ao incorporador,
que somente poderá ser:
a. o proprietário do terreno, o promitente comprador, o cessionário deste ou promitente cessionário
com título que satisfaça os requisitos da alínea a do art. 32;
b. o construtor ou corretor de imóveis;
c. o ente da Federação imitido na posse a partir de decisão proferida em processo judicial de desa-
propriação em curso ou o cessionário deste, conforme comprovado mediante registro no registro
de imóveis competente.
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46. A respeito do direito à casa própria adquirida por meio do Sistema Financeiro de Habi-
tação (SFH), considere as seguintes afirmativas e, à luz da lei, da doutrina e da jurispru-
dência, marque a resposta correta:
COMENTÁRIO
O item “I” está correto. Súmula n. 308 do STJ: "A hipoteca firmada entre a construtora e o
agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não
tem eficácia perante os adquirentes do imóvel".
O item “II” está incorreto. A hipoteca é um direito real de garantia previsto nos arts. 1.419 a
1.430 do Código Civil. Contudo, não se trata de garantia absoluta.
O item “III” está correto. “Art. 8° O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar
e promover a construção e a aquisição da casa própria ou moradia, especialmente pelas
classes de menor renda da população, será integrado.”
Deste modo, a letra “A” é a opção correta.
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III – A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser
comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabele-
cimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado
quando da respectiva alta.
COMENTÁRIO
O item “I” está correto. Segundo a Lei n. 6.015/1973: “Art. 58. O prenome será definitivo,
admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios.”
O item “II” está incorreto. Conforme a Súmula n. 403 do STJ: “Independe de prova do pre-
juízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econô-
micos ou comerciais.”
O item “III” está correto. Com base na Lei n. 10.216/2001:
Art. 8º A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente re-
gistrado no Conselho Regional de Medicina – CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
§1º A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comuni-
cada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha
ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
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COMENTÁRIO
O item “I” está correto. Conforme a Lei n. 9.434/1997:
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a trans-
plante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e regis-
trada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utiliza-
ção de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
49. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência busca assegurar e promover
o exercício dos direitos e liberdades fundamentais, visando a inclusão social e a cida-
dania. A fim de dar efetividade aos institutos de proteção, foram previstas inovações
legislativas relevantes. A esse respeito, marque a alternativa correta:
a. A curatela poderá dar-se de forma compartilhada e proporcional às necessidades e
circunstâncias de cada caso, a critério do Juízo.
b. Na Tomada de Decisão Apoiada, a decisão
terá validade e efeitos sobre terceiros, com restrições, desde que inserida nos limites
do apoio acordado, que será homologado pelo juiz, após oitiva do Ministério Público.
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COMENTÁRIO
A letra "A" está correta. Segundo o CC: “Art. 1.775-A A curatela poderá dar-se de forma
compartilhada e proporcional às necessidades e circunstâncias de cada caso, a critério
do Juízo.”
A letra "B" está incorreta. Conforme o CC: “Art. 1783-A Na Tomada de Decisão Apoiada, a
decisão terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que inserida nos li-
mites do apoio acordado, que será homologado pelo juiz, após oitiva do Ministério Público.”
A letra "C" está incorreta. De acordo com o CC: “Art. 3º São absolutamente incapazes de
exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.” Todavia,
sobre a relativa não diz forma somente causa permanente, pode ser provisória: “Art. 4º
São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I – os maiores de
dezesseis e menores de dezoito anos; II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III
– aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.”
A letra "D" está incorreta. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, no art. 85: “§ 1º
A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matri-
mônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.”
50. O atual Código Civil impõe a necessidade de reparação do dano causado por ato ilícito,
inclusive com a obrigação de reparação do prejuízo, independentemente de culpa, nos
casos especificados pela lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Trata-se da chamada teoria do risco, criada, principalmente, por juristas franceses no
final do século XX, que deu caráter objetivo à responsabilidade civil, pelo qual "todo o
prejuízo deve ser atribuído ao seu autor e reparado por quem o causou, independente-
mente de ter ou não agido com culpa." (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de res-
ponsabilidade civil. São Paulo: Atlas, 2009. p. 136).
Em relação à responsabilidade civil, marque a alternativa incorreta:
a. A legitimidade para pleitear a reparação por danos morais é, em regra, do próprio
ofendido; no entanto, em certas situações, são colegitimadas também aquelas pes-
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soas que, sendo muito próximas afetivamente à vítima, são atingidas indiretamente
pelo evento danoso, reconhecendo-se, em tais casos, o chamado dano moral reflexo
ou em ricochete.
b. O incapaz poderá ser demandado pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.
c. A existência de licenciamento ambiental regular e a observância dos limites da ativi-
dade legitimamente autorizada exime o causador de degradação ambiental, se o fez
de boa-fé. Em caso de má-fé, a reparação civil pode incluir a obrigação de fazer ou
não fazer, cumulada com a de indenizar.
d. A responsabilidade civil consumerista é, por via de regra, de caráter objetivo, res-
salvada a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais, tendo o consumidor o
direito de reclamar por vícios aparentes ou de fácil constatação em prazos fatais, os
quais são obstados pela reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor
perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente,
que deve ser transmitida de forma inequívoca, e pela instauração de inquérito civil,
até seu encerramento.
COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA
A letra "A" está correta, de acordo com a Jurisprudência em Teses do STJ, Edição 125:
4) A legitimidade para pleitear a reparação por danos morais é, em regra, do próprio ofendido, no
entanto, em certas situações, são colegitimadas também aquelas pessoas que, sendo muito próxi-
mas afetivamente à vítima, são atingidas indiretamente pelo evento danoso, reconhecendo-se, em
tais casos, o chamado dano moral reflexo ou em ricochete.
A letra "B" está correta, pois o CC, no art. 928 versa: “O incapaz responde pelos prejuízos
que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes.”
A letra "C" está incorreta, pois a responsabilidade é objetiva, não importando se agiu de
boa-fé. Jurisprudência em Teses do STJ, Edição 119:
1) A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo
o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-
C do CPC/1973 - TEMA 681 e 707, letra a).
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Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela repa-
ração dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verifica-
ção de culpa.
COMENTÁRIO
O enunciado pede a INCORRETA.
De acordo com o CPC de 2015:
A letra "A" está correta.
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
de quem for vencido no processo.”
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§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu ante-
cessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o
denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso
será exercido por ação autônoma.
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta, pois se trata de hipóteses de impedimento, não suspeição:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
A letra “B” está incorreta, pois se trata de hipóteses de suspeição, não impedimento:
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado
o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar
meios para atender às despesas do litígio;
III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou
de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;"
A letra "D" está incorreta, pois não há regra preestabelecida, ficando a critério do relator.
Art. 146: “§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que,
se o incidente for recebido: I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; II – com
efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente".
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
De acordo com o NCPC:
A letra "A" está correta.
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:
I – a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II – o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido
ao advogado;
III – a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV – o encerramento com a assinatura do juiz.
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Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência,
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da
Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido
por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
A letra "D" está correta. “Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria
Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça
contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamen-
to ou regimento interno”.
COMENTÁRIO
Novamente é pedida a INCORRETA.
A letra "A" está correta.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com
a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado
útil do processo.
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A letra "B" está correta. “Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do
direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.”
A letra "C" está incorreta. “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente
da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:...”
A letra "D" está correta. “Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato pro-
cessual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar
dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição.”
COMENTÁRIO
O enunciado novamente pede pela INCORRETA.
A letra "A" está correta.
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os li-
tisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis
alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime
de casamento for o de separação absoluta de bens.
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A letra "C" está incorreta, pois o prazo é de 3 dias de antecedência, devendo ser feita por
carta com AR.
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da
hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.
§ 1º A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advo-
gado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia
da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento.
COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
Conforme a Lei n. 9.307/1996:
A letra "A" está correta.
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Art. 6º. Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem (cláusula compromissó-
ria vazia), a parte interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por
via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento,
convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral.
Art. 7º. Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitra-
gem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim
de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim.
A letra "B" está correta. Art. 8º, Parágrafo Único: “Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por
provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da conven-
ção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória”.
A letra "C" está incorreta. Art. 22-C, Parágrafo Único: “No cumprimento da carta arbitral
será observado o segredo de justiça, desde que comprovada a confidencialidade estipula-
da na arbitragem”.
A letra "D" está correta.
Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou
com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedi-
mento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsa-
bilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil.
COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
Segundo a Lei de Mediação:
A letra "A" está correta. Art. 20. “Parágrafo único. O termo final de mediação, na hipótese
de celebração de acordo, constitui título executivo extrajudicial e, quando homologado ju-
dicialmente, título executivo judicial.”
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A letra "B" está incorreta. Art. 17. “Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento
de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional.”
A letra "C" está correta. “Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-
-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as infor-
mações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas.”
A letra "D" está correta.
Art. 22. A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:
I – prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação, contado a partir da
data de recebimento do convite;
II – local da primeira reunião de mediação;
III – critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
IV – penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de mediação.
COMENTÁRIO
Novamente, pede-se a INCORRETA. Os artigos estão segundo o CPC:
A letra "A" está incorreta.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V – violar manifestamente norma jurídica:
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão
baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que
não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
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Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não
represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
A letra "C" está correta. “Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: III – o Mi-
nistério Público: a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;”
A letra "D" está correta. “Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumpri-
mento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.”
COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA. Segundo o NCPC:
A letra “A” está incorreta. Art. 357, “§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova
testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes
apresentem rol de testemunhas.”
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A letra “B” está correta. Art. 357: “§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser
superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.” e “§ 7º O juiz
poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos
fatos individualmente considerados.”
A letra “C” está correta:
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de sa-
neamento e de organização do processo:
I – resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os
meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
A letra “D” está correta. Art. 357, “§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de
fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em
cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes
a integrar ou esclarecer suas alegações.”
COMENTÁRIO
Novamente, o enunciado pede a INCORRETA. Segundo o CPC:
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A letra "B" está incorreta. Como vimos na letra “A”, não há essa previsão.
A letra "C" está correta. Art. 988 “§5º É inadmissível a reclamação: II – proposta para garan-
tir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos,
quando não esgotadas as instâncias ordinárias.”
A letra "D" está correta. Art. 988. “§2º A reclamação deverá ser instruída com prova docu-
mental e dirigida ao presidente do tribunal.”
GRUPO TEMÁTICO IV
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COMENTÁRIO
Atenção ao enunciado. A questão diz: “as assertivas seguintes harmonizam-se com o direi-
to ao reconhecimento, EXCETO:” Portanto, está pedindo a INCORRETA.
A letra “A” está incorreta, pois não há direito absoluto.
Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limites mo-
rais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações
de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal. As liberdades públicas não são incondicio-
nais, por isso devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na
própria CF (art. 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não
consagra o "direito à incitação ao racismo", dado que um direito individual não pode constituir-se
em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Prevalência dos
princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica. (HC 82.424, rel. p/ o ac. min.
Maurício Corrêa, j. 17-9-2003, P, DJ de 19-3-2004)
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a sua identidade sexual, sob a ótica psicossocial, a refletir a verdade real por ele vivenciada e que
se reflete na sociedade.
- A falta de fôlego do Direito em acompanhar o fato social exige, pois, a invocação dos princípios
que funcionam como fontes de oxigenação do ordenamento jurídico, marcadamente a dignidade
da pessoa humana – cláusula geral que permite a tutela integral e unitária da pessoa, na solução
das questões de interesse existencial humano.
- Em última análise, afirmar a dignidade humana significa para cada um manifestar sua verdadeira
identidade, o que inclui o reconhecimento da real identidade sexual, em respeito à pessoa humana
como valor absoluto.
- Somos todos filhos agraciados da liberdade do ser, tendo em perspectiva a transformação es-
trutural por que passa a família, que hoje apresenta molde eudemonista, cujo alvo é a promoção
de cada um de seus componentes, em especial da prole, com o insigne propósito instrumental
de torná-los aptos de realizar os atributos de sua personalidade e afirmar a sua dignidade como
pessoa humana.
- A situação fática experimentada pelo recorrente tem origem em idêntica problemática pela qual
passam os transexuais em sua maioria: um ser humano aprisionado à anatomia de homem, com
o sexo psicossocial feminino, que, após ser submetido à cirurgia de redesignação sexual, com a
adequação dos genitais à imagem que tem de si e perante a sociedade, encontra obstáculos na
vida civil, porque sua aparência morfológica não condiz com o registro de nascimento, quanto ao
nome e designativo de sexo.
- Conservar o “sexo masculino” no assento de nascimento do recorrente, em favor da realidade
biológica e em detrimento das realidades psicológica e social, bem como morfológica, pois a apa-
rência do transexual redesignado, em tudo se assemelha ao sexo feminino, equivaleria a manter o
recorrente em estado de anomalia, deixando de reconhecer seu direito de viver dignamente.
- Assim, tendo o recorrente se submetido à cirurgia de redesignação sexual, nos termos do acór-
dão recorrido, existindo, portanto, motivo apto a ensejar a alteração para a mudança de sexo no
registro civil, e a fim de que os assentos sejam capazes de cumprir sua verdadeira função, qual
seja, a de dar publicidade aos fatos relevantes da vida social do indivíduo, forçosa se mostra a
admissibilidade da pretensão do recorrente, devendo ser alterado seu assento de nascimento a fim
de que nele conste o sexo feminino, pelo qual é socialmente reconhecido.
- Vetar a alteração do prenome do transexual redesignado corresponderia a mantê-lo em uma
insustentável posição de angústia, incerteza e conflitos, que inegavelmente atinge a dignidade da
pessoa humana assegurada pela Constituição Federal. No caso, a possibilidade de uma vida digna
para o recorrente depende da alteração solicitada. E, tendo em vista que o autor vem utilizando o
prenome feminino constante da inicial, para se identificar, razoável a sua adoção no assento de
nascimento, seguido do sobrenome familiar, conforme dispõe o art. 58 da Lei n.º 6.015/73.
- Deve, pois, ser facilitada a alteração do estado sexual, de quem já enfrentou tantas dificuldades
ao longo da vida, vencendo-se a barreira do preconceito e da intolerância. O Direito não pode
fechar os olhos para a realidade social estabelecida, notadamente no que concerne à identidade
sexual, cuja realização afeta o mais íntimo aspecto da vida privada da pessoa. E a alteração do
designativo de sexo, no registro civil, bem como do prenome do operado, é tão importante quanto à
adequação cirúrgica, porquanto é desta um desdobramento, uma decorrência lógica que o Direito
deve assegurar.
- Assegurar ao transexual o exercício pleno de sua verdadeira identidade sexual consolida, sobre-
tudo, o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, cuja tutela consiste em promover
o desenvolvimento do ser humano sob todos os aspectos, garantindo que ele não seja desres-
peitado tampouco violentado em sua integridade psicofísica. Poderá, dessa forma, o redesignado
exercer, em amplitude, seus direitos civis, sem restrições de cunho discriminatório ou de intolerân-
cia, alçando sua autonomia privada em patamar de igualdade para com os demais integrantes da
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vida civil. A liberdade se refletirá na seara doméstica, profissional e social do recorrente, que terá,
após longos anos de sofrimentos constrangimentos, frustrações e dissabores, enfim, uma vida
plena e digna.
- De posicionamentos herméticos, no sentido de não se tolerar “imperfeições” como a esterilidade
ou uma genitália que não se conforma exatamente com os referenciais científicos, e, consequen-
temente, negar a pretensão do transexual de ter alterado o designativo de sexo e nome, subjaz o
perigo de estímulo a uma nova prática de eugenia social, objeto de combate da Bioética, que deve
ser igualmente combatida pelo Direito, não se olvidando os horrores provocados pelo holocausto
no século passado. Recurso especial provido. (STJ, REsp 1008398 / SP, Min Rel Nancy Andrighy)
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Pede a EXCEÇÃO. Segundo a Lei de Diretrizes Básicas, Lei n. 9.394/1996:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de
ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade
com a escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis
legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pe-
dagógica da escola; (Redação dada pela Lei n. 12.013, de 2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que apresentem quantidade
de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual permitido em lei; (Redação dada pela Lei
n. 13.803, de 2019)
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violên-
cia, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei
n. 13.663, de 2018)
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. (Incluído pela Lei n.
13.663, de 2018)
XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e enfrentamento ao
uso ou dependência de drogas.
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino;
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos perí-
odos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
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A letra "A" está correta. Art. 12, inciso I, c/c art. 13, inciso I.
A letra "B" está incorreta. Art. 12, inciso VII. Deve-se informar aos pais, não ao Conse-
lho Tutelar.
A letra "C" está correta. Art. 12, inciso IX.
A letra "D" está correta. Art. 12, inciso X, c/c art. 13, inciso VI.
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COMENTÁRIO
Novamente a questão pede a INCORRETA, a EXCEÇÃO. Segue o RESP apontado
na questão:
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCOR-
RÊNCIA. CIVIL. PLANO DE SAÚDE. MODALIDADE INDIVIDUAL OU FAMILIAR. CLÁUSULA DE
REAJUSTE DE MENSALIDADE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. LEGALIDADE. ÚLTIMO
GRUPO DE RISCO. PERCENTUAL DE REAJUSTE. DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS. ABUSIVI-
DADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO. EQUILÍBRIO FINANCEIRO-ATUARIAL DO CONTRATO.
1. A variação das contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde em
razão da idade do usuário deverá estar prevista no contrato, de forma clara, bem como todos os
grupos etários e os percentuais de reajuste correspondentes, sob pena de não ser aplicada (arts.
15, caput, e 16, IV, da Lei n. 9.656/1998).
2. A cláusula de aumento de mensalidade de plano de saúde conforme a mudança de faixa etária
do beneficiário encontra fundamento no mutualismo (regime de repartição simples) e na solidarie-
dade intergeracional, além de ser regra atuarial e asseguradora de riscos.
3. Os gastos de tratamento médico-hospitalar de pessoas idosas são geralmente mais altos do
que os de pessoas mais jovens, isto é, o risco assistencial varia consideravelmente em função da
idade. Com vistas a obter maior equilíbrio financeiro ao plano de saúde, foram estabelecidos pre-
ços fracionados em grupos etários a fim de que tanto os jovens quanto os de idade mais avançada
paguem um valor compatível com os seus perfis de utilização dos serviços de atenção à saúde.
4. Para que as contraprestações financeiras dos idosos não ficassem extremamente dispendio-
sas, o ordenamento jurídico pátrio acolheu o princípio da solidariedade intergeracional, a forçar
que os de mais tenra idade suportassem parte dos custos gerados pelos mais velhos, originando,
assim, subsídios cruzados (mecanismo do community rating modificado).
5. As mensalidades dos mais jovens, apesar de proporcionalmente mais caras, não podem ser
majoradas demasiadamente, sob pena de o negócio perder a atratividade para eles, o que coloca-
ria em colapso todo o sistema de saúde suplementar em virtude do fenômeno da seleção adversa
(ou antisseleção).
6. A norma do art. 15, § 3º, da Lei n. 10.741/2003, que veda "a discriminação do idoso nos planos
de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade", apenas inibe o reajuste que
consubstanciar discriminação desproporcional ao idoso, ou seja, aquele sem pertinência alguma
com o incremento do risco assistencial acobertado pelo contrato.
7. Para evitar abusividades (Súmula n. 469/STJ) nos reajustes das contraprestações pecuniárias
dos planos de saúde, alguns parâmetros devem ser observados, tais como (i) a expressa previsão
contratual; (ii) não serem aplicados índices de reajuste desarrazoados ou aleatórios, que onerem
em demasia o consumidor, em manifesto confronto com a equidade e as cláusulas gerais da boa-fé
objetiva e da especial proteção ao idoso, dado que aumentos excessivamente elevados, sobretudo
para esta última categoria, poderão, de forma discriminatória, impossibilitar a sua permanência no
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plano; e (iii) respeito às normas expedidas pelos órgãos governamentais: a) No tocante aos con-
tratos antigos e não adaptados, isto é, aos seguros e planos de saúde firmados antes da entrada
em vigor da Lei n. 9.656/1998, deve-se seguir o que consta no contrato, respeitadas, quanto à abu-
sividade dos percentuais de aumento, as normas da legislação consumerista e, quanto à validade
formal da cláusula, as diretrizes da Súmula Normativa n. 3/2001 da ANS.
b. Em se tratando de contrato (novo) firmado ou adaptado entre 2/1/1999 e 31/12/2003, deverão
ser cumpridas as regras constantes na Resolução CONSU n. 6/1998, a qual determina a obser-
vância de 7 (sete) faixas etárias e do limite de variação entre a primeira e a última (o reajuste dos
maiores de 70 anos não poderá ser superior a 6 (seis) vezes o previsto para os usuários entre 0
e 17 anos), não podendo também a variação de valor na contraprestação atingir o usuário idoso
vinculado ao plano ou seguro saúde há mais de 10 (dez) anos.
c. Para os contratos (novos) firmados a partir de 1º/1/2004, incidem as regras da RN n. 63/2003
da ANS, que prescreve a observância (i) de 10 (dez) faixas etárias, a última aos 59 anos; (ii) do
valor fixado para a última faixa etária não poder ser superior a 6 (seis) vezes o previsto para a
primeira; e (iii) da variação acumulada entre a sétima e décima faixas não poder ser superior à
variação cumulada entre a primeira e sétima faixas.
8. A abusividade dos aumentos das mensalidades de plano de saúde por inserção do usuário em
nova faixa de risco, sobretudo de participantes idosos, deverá ser aferida em cada caso concreto.
Tal reajuste será adequado e razoável sempre que o percentual de majoração for justificado atua-
rialmente, a permitir a continuidade contratual tanto de jovens quanto de idosos, bem como a so-
brevivência do próprio fundo mútuo e da operadora, que visa comumente o lucro, o qual não pode
ser predatório, haja vista a natureza da atividade econômica explorada: serviço público impróprio
ou atividade privada regulamentada, complementar, no caso, ao Serviço Único de Saúde (SUS),
de responsabilidade do Estado.
9. Se for reconhecida a abusividade do aumento praticado pela operadora de plano de saúde
em virtude da alteração de faixa etária do usuário, para não haver desequilíbrio contratual, faz-se
necessária, nos termos do art. 51, § 2º, do CDC, a apuração de percentual adequado e razoável
de majoração da mensalidade em virtude da inserção do consumidor na nova faixa de risco, o que
deverá ser feito por meio de cálculos atuariais na fase de cumprimento de sentença.
10. TESE para os fins do art. 1.040 do CPC/2015: O reajuste de mensalidade de plano de saúde
individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do beneficiário é válido desde que (i) haja
previsão contratual, (ii) sejam observadas as normas expedidas pelos órgãos governamentais re-
guladores e (iii) não sejam aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente
e sem base atuarial idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso.
11. CASO CONCRETO: Não restou configurada nenhuma política de preços desmedidos ou tenta-
tiva de formação, pela operadora, de "cláusula de barreira" com o intuito de afastar a usuária quase
idosa da relação contratual ou do plano de saúde por impossibilidade financeira. Longe disso, não
ficou patente a onerosidade excessiva ou discriminatória, sendo, portanto, idôneos o percentual de
reajuste e o aumento da mensalidade fundados na mudança de faixa etária da autora.
12. Recurso especial não provido.
(REsp 1568244/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado
em 14/12/2016, DJe 19/12/2016.
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servadas as normas expedidas pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam
aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem base atua-
rial idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso.” STJ. 2ª Seção.
REsp 1568244/RJ, j 14/12/16 (recurso repetitivo)
A letra "C" está correta, segundo o item 4 do julgado.
A letra "D" está correta. Embora muitos tenham marcado esta letra, pois não há correspon-
dência neste julgado, a afirmação trazida está certa:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE
DE MENSALIDADE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. (...)
1. A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp n. 1.280.211/
SP, firmou o entendimento de ser, (...) c) não serem aplicados índices de reajuste desarrazoados
ou aleatórios, que onerem excessivamente o consumidor, em manifesto confronto com a equidade
e a cláusula geral da boa-fé objetiva e da especial proteção do idoso, dado que aumentos eleva-
dos, sobretudo para essa última categoria, poderia, de forma discriminatória, impossibilitar
a sua permanência no plano; d) serem respeitadas as normas expedidas pelos órgãos gover-
namentais (Resolução CONSU n. 6/98 ou Resolução Normativa n. 63/2003 da ANS).2. Agravo
interno não provido.
(AgInt no AREsp 1191139/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 27/02/2018, DJe 06/03/2018)
64. No julgamento do RESP 1.558.086/SP, o Ministro Humberto Martins emitiu o juízo se-
guinte: "É abusivo o marketing (publicidade ou promoção de venda) de alimentos diri-
gido, direta ou indiretamente. às crianças. A decisão de compra e consumo de gêneros
alimentícios, sobretudo em época de crise de obesidade, deve residir com os pais. Daí
a ilegalidade, por abusivas, de campanhas publicitárias de fundo comercial que utilizem
ou manipulem o universo lúdico infantil."
No que diz respeito a esse juízo, integram o fundamento legal da decisão os dispositi-
vos seguintes, exceto:
a. É abusiva, dentre outras, a publicidade que se aproveite da deficiência de julgamento
e experiência da criança ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
b. É direito básico do consumidor a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas abusivas no
fornecimento de produtos e serviços.
c. É vedado ao fornecedor de produtos e serviços prevalecer-se da fraqueza ou igno-
rância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.
d. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços condicionar o fornecimento de pro-
duto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos.
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COMENTÁRIO
A questão pede a EXCEÇÃO, ou seja, a INCORRETA.
Atenção ao enunciado a respeito da fundamentação do RESP, pois todas as alternativas
estão em conformidade com o CDC:
A letra "A" está correta. Art. 37:
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à
violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e expe-
riência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a
se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
A letra "B" está correta. “Art. 6º São direitos básicos do consumidor: IV – a proteção contra
a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.”
A letra "C" está correta. “Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas: IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços.”
A letra "D" está incorreta. “Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas: I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao forne-
cimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos.”
Embora esteja de acordo com o CDC, não há nada no julgado apresentado que tenha sido
influenciado por este assunto específico da letra “D”.
65. Em agosto de 2017, por meio da rede social Facebook, o professor B. L. W. passou a
assediar sexualmente a aluna L.Y.N., à época com 14 anos de idade, encaminhando-
-lhe mensagens de cunho lascivo. A adolescente saiu da escola devido ao sofrimento
psicológico e constrangimento decorrentes do assédio, e o professor, reconhecida a fal-
ta grave, em procedimento administrativo, foi punido com a rescisão dos dois contratos
que mantinha com o Estado. Em face do mesmo fato, foi movida ação de improbidade
administrativa pela Promotoria. Durante o curso da ação, em 2018, o professor foi apro-
vado em concurso público para o cargo de professor, na rede estadual de ensino.
Aplicam-se ao caso as teses seguintes, exceto:
a. A Lei de Improbidade Administrativa objetiva coibir, punir elou afastar da atividade
pública os agentes que demonstrem caráter incompatível com a natureza da ativi-
dade desenvolvida.
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b. Aprovado em concurso público, o professor não pode ser impedido de contratar com
a administração antes do trânsito em julgado de condenação por improbidade admi-
nistrativa.
c. É possível a responsabilização por improbidade administrativa, ainda que tenham
sido aplicadas previamente, em decorrência do mesmo fato, sanções administrati-
vas e penais.
d. O assédio sexual, assim como o assédio moral, é passível de enquadramento na Lei
de Improbidade Administrativa como violador do princípio da moralidade.
COMENTÁRIO
Novamente pede a EXCEÇÃO.
A letra "A" está correta. Conforme o art. 37, CF:
“§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”
A letra "B" está incorreta. Com base na Lei n. 8.429/1992:
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trân-
sito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afasta-
mento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Contudo:
(...) Nos termos do art. 20 da Lei 8.429/1992 – LIA, a imposição das sanções de perda da função
pública e de suspensão de direitos políticos apenas se dá com o trânsito em julgado da sentença
condenatória. 3. Por outro lado, em relação às penalidades de ressarcimento ao erário, multa
civil e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, pelo período de cinco anos, não existe na Lei de Improbidade Administrativa a
mesma previsão, sendo omisso o diploma quanto a esse aspecto. STJ, REsp 1.523.385/PE, Rel.
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe, 7.10.2016.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
(...) 1. A propaganda comparativa é forma de publicidade que identifica explícita ou implicita-
mente concorrente de produtos ou serviços afins, consagrando-se, em verdade, como um instru-
mento de decisão do público consumidor.
2. Embora não haja lei vedando ou autorizando expressamente a publicidade comparativa, o
tema sofre influência das legislações consumerista e de propriedade industrial, tanto no âmbito
marcário quanto concorrencial.
3. A publicidade comparativa não é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor, desde que
obedeça ao princípio da veracidade das informações, seja objetiva e não abusiva. (...)." (REsp
1377911/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/10/2014,
DJe 19/12/2014)
"(...). 4- A publicidade comparativa pode ser definida como método ou técnica de confronto em-
pregado para enaltecer as qualidades ou o preço de produtos ou serviços anunciados em relação
a produtos ou serviços de um ou mais concorrentes, explícita ou implicitamente, com o ob-
jetivo de diminuir o poder de atração da concorrência frente ao público consumidor. (...)". (REsp
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1668550/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/05/2017, DJe
26/05/2017)
"(...). 4. A inexistência de norma expressa vedando a modalidade comparativa de publicidade re-
vela sua aceitação pelo ordenamento jurídico brasileiro, mas não isenta o responsável por sua
utilização de observar as regras atinentes à proteção dos direitos do consumidor e da propriedade
intelectual.
5. Consoante a jurisprudência desta Corte, a publicidade comparativa, apesar de ser de uti-
lização aceita, encontra limites na vedação à propaganda (i) enganosa ou abusiva; (ii) que
denigra a imagem ou gere confusão entre os produtos ou serviços comparados, acarre-
tando degenerescência ou desvio de clientela; (iii) que configure hipótese de concorrência
desleal e (iv) que peque pela subjetividade e/ou falsidade das informações.(REsp 1481124/
SC, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/04/2015,
DJe 13/04/2015)
Assim, a letra “B” está incorreta, pois diz: “embora seja possível identificar os concorrentes”
para classificar a publicidade comparativa implícita.
67. Há, no Município de Tutu Caramujo, uma casa antiga, sede de fazenda, construída no
século XIX. Alguns herdeiros mobilizaram-se e o casarão foi tombado. Há recursos dis-
poníveis, no orçamento municipal, para as obras de recuperação do imóvel, os quais,
todavia, não foram liberados devido à falta de um projeto técnico cuja elaboração, con-
forme a legislação municipal, cabe aos proprietários. A falta de consenso entre os titu-
lares do domínio, herdeiros netos e bisnetos do construtor, deu causa à propositura de
Ação Civil Pública, visando a imposição da obrigação de fazer consistente na apresen-
tação de projeto técnico de revitalização da sede do imóvel, no prazo de 90 dias.
Aplicam-se ao caso as teses seguintes, exceto:
a. A aprovação do tombamento impõe aos proprietários uma série de encargos para
a conservação e preservação do bem e para a manutenção das características que
motivaram o ato que lhe confere proteção como património histórico e cultural.
b. O tombamento é uma das formas de intervenção do poder público na propriedade
privada e se justifica pela necessidade de proteção do património histórico cultural,
razão pela qual aos proprietários incumbe o dever de conservação do bem.
c. A legitimidade passiva dos herdeiros decorre do princípio da saisine (artigo I .784 do
Código Civil), bem como do negócio jurídico pelo qual alguns receberam seus direitos
por meio de contrato de doação.
d. O herdeiro que mantém a posse sobre a casa sede da fazenda é o único responsável
pelo custeio do projeto de recuperação — responsabilidade porque a solidariedade
não se aquiliana — presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
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COMENTÁRIO
Está sendo pedida a EXCEÇÃO.
As letras “A” e “B” estão corretas, com base no Decreto-Lei n. 25/1937, que regula o
tombamento:
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras
de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Pa-
trimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa
correspondente ao dobro da importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa.
A letra “C” está correta. A legitimidade passiva dos herdeiros decorre do Princípio da Saisine.
EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA – TOMBAMENTO VOLUNTÁRIO DE BEM IMÓVEL – DEVER
DE CONSERVAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS – HERDEIROS - ESCRITURA PÚBLICA DE DO-
AÇÃO E PRINCÍPIO DA SAISINE – LEGITIMIDADE PASSIVA CONFIGURADA – PATRIMÔNIO
HISTÓRICO E CULTURAL EM SITUAÇÃO PRECÁRIA – ELABORAÇÃO DO PROJETO DE RE-
VITALIZAÇÃO – HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA NÃO COMPROVADA – ÔNUS DOS RECOR-
RENTES – RECURSO DESPROVIDO. 1. O tombamento é uma das formas de intervenção do
Poder Público na propriedade privada e se justifica pela necessidade de proteção do patrimônio
histórico-cultural, sendo que aos proprietários incumbe o dever de conservação do bem (artigo 19
do Decreto-Lei n. 25/1937). 2. Os apelantes possuem legitimidade para figurar no polo passivo da
ação em razão do princípio da saisine (artigo 1.784 do Código Civil), bem como porquanto juntada
aos autos escritura pública de doação em seu favor. 3. Efetivado o tombamento, impõe-se aos
proprietários uma série de encargos para a conservação e preservação do bem e para mantê-lo
dentro de suas características culturais, o que, nos termos da legislação de regência do Município
de Itabira, inclui a elaboração do projeto técnico de revitalização. 4. Não sendo demonstrada pelos
recorrentes a sua hipossuficiência financeira para arcar com a contratação de profissional a fim de
apresentarem o projeto necessário, não há que se falar em escusa da obrigação imposta por lei
(TJ-MG - AC: 10317140203330002 MG, Relator: Edilson Olímpio Fernandes, Data de Julgamento:
27/08/2019, Data de Publicação: 06/09/2019).
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra "A" está correta, conforme art. 39, §2º, da Lei n. 11.904/2009:
“Os bens inventariados ou registrados gozam de proteção com vistas em evitar o seu pere-
cimento ou degradação, a promover sua preservação e segurança e a divulgar a respectiva
existência.”
A letra "B" está correta, com base na conclusão aprovada no III Congresso Brasileiro da
Magistratura e do Ministério Público para o Meio Ambiente, realizado em Araxá (MG), no
período de 07 a 09 de agosto de 2019:
“9. Em razão da natureza fundamental, difusa, indisponível e intergeracional do patrimônio
cultural, a determinação, pelo Poder Judiciário, de medidas tendentes a fazer com que o
Legislativo e o Executivo cumpram a missão constitucional de promover a adequada tutela
dos bens de valor cultural (art. 23, inc. III e IV e art. 216 da CF/88) não implica violação à
separação de Poderes.”
A letra "C” está incorreta, pois o ato de tombamento apresenta eficácia declaratória e cons-
titutiva. A declaratória provém do reconhecimento da presença de determinados elementos
na realidade concreta, que fundamentam a proteção jurídica especial. A constitutiva se
traduz na incidência dessa proteção jurídica especial, que constitui um regime jurídico di-
ferenciado para o bem tombado.
A letra "D" está correta, porque é dispensável o prévio tombamento de um bem para viabi-
lizar o acesso à jurisdição em sua defesa. Segundo a CF, art. 216:
“§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o pa-
trimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.”
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COMENTÁRIO
O enunciado pede a INCORRETA. De acordo com a Lei n. 11.428/2006:
A letra “A” está incorreta. A lei não fala em vegetação inicial, e sim, primária.
“Art. 20. O corte e a supressão da vegetação primária do Bioma Mata Atlântica somente se-
rão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à realização de obras, pro-
jetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas científicas e práticas preservacionistas.”
A letra “B” está correta.
Art. 14. A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de regeneração so-
mente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo que a vegetação secundária em
estágio médio de regeneração poderá ser suprimida nos casos de utilidade pública e interesse so-
cial, em todos os casos devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo
próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, ressalvado
o disposto no inciso I do art. 30 e nos §§ 1º e 2º do art. 31 desta Lei.
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COMENTÁRIO
Novamente é pedida a INCORRETA.
A letra "A" está correta. Com base na Lei n. 11.445/2007:
“Art. 11. São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de
serviços públicos de saneamento básico: I - a existência de plano de saneamento básico;”
A letra "B" está incorreta, pois isto ocorre somente com as do Grupo de Proteção Integral,
com as do Grupo das Unidades de Uso Sustentável não. Lei n. 9.985/2000:
“Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é consi-
derada zona rural, para os efeitos legais. Parágrafo único. A zona de amortecimento das
unidades de conservação de que trata este artigo, uma vez definida formalmente, não pode
ser transformada em zona urbana.”
A letra "C" está correta. Conforme a Lei n. 10.257/2001:
“Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de
publicação desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo:”
A letra "D" está correta. Segundo a Lei n. 12.651/2012:
Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não de-
sobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta
concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a
legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o §1º do art. 182 da
Constituição Federal.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
Com base na Lei n. 13.300/16:
A letra "A" está correta. “Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: II -
por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício
de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalida-
de partidária;"
A letra “B” está incorreta. Segundo o art. 13:
Parágrafo Único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos indivi-
duais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desis-
tência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração coletiva.
A letra "C" está correta. Art. 12. “Parágrafo Único. Os direitos, as liberdades e as prerro-
gativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamen-
te, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou
categoria.”
A letra "D" está correta. “Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa
julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da
categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art.
9º.” e ainda,
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da
norma regulamentadora.
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§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente
ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por
decisão monocrática do relator.
COMENTÁRIO
Novamente deve-se achar a INCORRETA.
A letra “A” está correta.
Direito Constitucional e Processual Civil. Ação popular. Condições da ação. Ajuizamento para com-
bater ato lesivo à moralidade administrativa. Possibilidade. Acórdão que manteve sentença que
julgou extinto o processo, sem resolução do mérito, por entender que é condição da ação popular
a demonstração de concomitante lesão ao patrimônio público material. Desnecessidade. Conteú-
do do art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal. Reafirmação de jurisprudência. Repercussão
geral reconhecida.
1. O entendimento sufragado no acórdão recorrido de que, para o cabimento de ação popular, é
exigível a menção na exordial e a prova de prejuízo material aos cofres públicos, diverge do enten-
dimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal.
2. A decisão objurgada ofende o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal, que tem como ob-
jetos a serem defendidos pelo cidadão, separadamente, qualquer ato lesivo ao patrimônio material
público ou de entidade de que o Estado participe, ao patrimônio moral, ao cultural e ao histórico.
3. Agravo e recurso extraordinário providos.
4. Repercussão geral reconhecida com reafirmação da jurisprudência.”
STF. Tribunal Pleno. ARE 824781 RG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/08/2015 (Repercus-
são Geral).
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em leis subsequentes que versam sobre tutela coletiva, em especial os arts. 5º da LACP e 82 do
CDC. Ao menos no que toca à previsão legal expressa, realmente o único texto legal que atribui
legitimação ao cidadão é o art. 1º da LAP, que inclusive exclui outros sujeitos dessa legitimação,
salvo na excepcional hipótese de sucessão processual pelo Ministério Público, nos termos do art.
9º da mesma lei. (NEVES, Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Processo Coletivo, 4ª ed.
– Salvador: JusPODIVM, 2020, p. 198.)
A letra “D” está correta. A Lei n. 4.717/1965, que disciplina a Ação Popular, dispõe no 6º: “§
5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da
ação popular.” Conclui-se da leitura dos arts. 119 e 124 do CPC/15 que para que a assis-
tência seja possível, é necessário existir interesse jurídico.
“Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente inte-
ressado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para
assisti-la.”
“Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença
influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.”
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra “A” está incorreta, não é inafastável o princípio da congruência. O princípio da
congruência pode ser relativizado a fim de privilegiar a efetiva e adequada tutela do direito
ambiental.
[...] Dever-se, ainda, que, em se tratando de questão ambiental, dominada por interesse difuso e
planetário, como no caso em exame, há de mitigar-se o princípio da congruência, privilegian-
do-se o do ativismo judicial, de forma que o órgão julgador possa adequar a sua decisão,
na melhor forma possível, com a visão intertemporal, sempre voltada para a defesa e a
preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, no interesse das presentes e fu-
turas gerações.
[TRF-1ª Reg., Edcl 2000.39.02.000141-0/PA, 6ªT., j. 14.04.2008, rel. Des. Fed. Souza Prudente]
A letra “D” está correta. As regras processuais do ônus da prova são dirigidas às partes,
informando a quem incumbe o dever de apresentar aquilo que precisa ser provado. Antes a
regra era estática, mas com o tempo e a evolução do direito, agora é imposta a quem tem
mais condições de produzir prova. Assim, a parte que tem esta obrigação deve honrá-la,
pois caso não a cumpra, provavelmente perderá lide.
“Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os mo-
ralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos
fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.”
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta. Com base na Lei n. 7.347, art. 1º:
“Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que en-
volvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individu-
almente determinados.”
A letra “B” está incorreta. Segundo a Lei n. 12.529, art. 47:
Art. 47. Os prejudicados, por si ou pelos legitimados referidos no art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de
setembro de 1990, poderão ingressar em juízo para, em defesa de seus interesses individuais ou
individuais homogêneos, obter a cessação de práticas que constituam infração da ordem econômi-
ca, bem como o recebimento de indenização por perdas e danos sofridos, independentemente do
inquérito ou processo administrativo, que não será suspenso em virtude do ajuizamento de ação.
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III – Tratando-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida por juízo cível, a
competência para o seu julgamento é, sem dúvida, de uma das Câmaras Cíveis do TJ–RS.
Eventuais suspeitas da existência de ilícito penal não alteram a competência ratione ma-
teriae fixada no momento da propositura da ação – no caso, de natureza cível –, diante da
ausência de qualquer controvérsia de natureza criminal a ser dirimida no presente caso.
IV – Equivocada a decisão que remeteu os autos à Câmara Criminal do Tribunal de Justiça
do Estado.
VI – Conflito conhecido para declarar a competência da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Jus-
tiça do Estado do Rio Grande do Sul.”
(CC n. 41.743-RS, Rel. Ministro Gilson Dipp, Terceira Seção, julgado em 10.11.2004, DJ
1o.02.2005 p. 404).
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta.
Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis
nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descen-
tralização e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme
as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus
financeiro. STF. Plenário. RE 855178, julgado em 23/5/2019 (Info 941).
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COMENTÁRIO
O enunciado pede a INCORRETA.
A letra “A” está correta. Conforme a Resolução n. 23/2007 da CNMP:
Art. 5º Em caso de evidência de que os fatos narrados na representação não configurem lesão aos
interesses ou direitos mencionados no artigo 1º desta Resolução ou se o fato já tiver sido objeto
de investigação ou de ação civil pública ou se os fatos apresentados já se encontrarem solucio-
nados, o membro do Ministério Público, no prazo máximo de trinta dias, indeferirá o pedido de
instauração de inquérito civil, em decisão fundamentada, da qual se dará ciência pessoal ao
representante e ao representado.
§ 1º Do indeferimento caberá recurso administrativo, com as respectivas razões, no prazo
de dez dias.
§ 2º As razões de recurso serão protocoladas junto ao órgão que indeferiu o pedido, devendo
ser remetidas, caso não haja reconsideração, no prazo de três dias, juntamente com a represen-
tação e com a decisão impugnada, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de
Coordenação e Revisão respectiva para apreciação.
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COMENTÁRIO
A questão pede a INCORRETA.
A letra “A” está correta.
A liquidação e a execução individual de sentença genérica proferida em ação civil coletiva pode
ser ajuizada no foro do domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da sentença
não estão circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi de-
cidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses
metaindividuais postos em juízo.” [STJ. Corte Especial. REsp 1243887/PR, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 19/10/2011]
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COMENTÁRIO
A letra “A” está incorreta, com base na tese “4) A ausência da notificação do réu para a
defesa prévia, prevista no artigo 17, parágrafo 7º, da Lei de Improbidade Administrativa, só
acarreta nulidade processual se houver comprovado prejuízo (pas de nullité sans grief).”
Ver todas as teses nos comentários da próxima questão.
No entanto, observa-se que a ação se trata de ressarcimento ao erário, e assim diz a ju-
risprudência:
ADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. CONCESSÃO IRREGULAR DE VANTAGENS A SERVI-
DORES PÚBLICOS. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL, COM PEDIDO DE ANULAÇÃO DOS
ATOS CONCESSIVOS E DE RESSARCIMENTO DOS DANOS. 1. Não se pode confundir a típi-
ca ação de improbidade administrativa, de que trata o artigo 17 da Lei 8.429/92, com a ação
de responsabilidade civil para anular atos administrativos e obter o ressarcimento do dano
correspondente. Aquela tem caráter repressivo, já que se destina, fundamentalmente, a aplicar
sanções político-civis de natureza pessoal aos responsáveis por atos de improbidade administrati-
va (art. 12). Esta, por sua vez, tem por objeto consequências de natureza civil comum, suscetíveis
de obtenção por outros meios processuais. 2. O especialíssimo procedimento estabelecido na Lei
8.429/92, que prevê um juízo de delibação para recebimento da petição inicial (art. 17, §§ 8º e 9º),
precedido de notificação do demandado (art.17, § 7º), somente é aplicável para ações de improbi-
dade administrativa típicas. 3. Recurso especial improvido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C
do CPC. (REsp 1163643/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, 1ª SEÇÃO, j. 24/03/2010,
DJe 30/03/2010)” [CRÉDITOS PARA A QCOLEGA EMMYLE MENDONÇA]”
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a prática de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de dilapidação patri-
monial de bens do acionado, de modo a dificultar ou impossibilitar o eventual ressar-
cimento futuro.
COMENTÁRIO
O STJ divulgou 14 teses sobre a Improbidade Administrativa em sua 38ª edição do Juris-
prudência em Teses, está em seu site, no endereço: https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/toc.jsp
e são elas:
1) É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exigindo-se a pre-
sença de dolo nos casos dos artigos 9º e 11 (que coíbem o enriquecimento ilícito e o atentado aos
princípios administrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do artigo 10, que
censura os atos de improbidade por dano ao Erário.
2. O Ministério Público tem legitimidade ad causam para a propositura de Ação Civil Pública obje-
tivando o ressarcimento de danos ao erário, recorrentes de atos de improbidade.
3. O Ministério Público estadual possui legitimidade recursal para atuar como parte no Superior
Tribunal de Justiça nas ações de improbidade administrativa, reservando-se ao Ministério Público
Federal a atuação como fiscal da lei.
4. A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no artigo 17, parágrafo 7º, da Lei
de Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver comprovado prejuízo
(pas de nullité sans grief).
5. A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento fundamen-
tado da petição inicial nos termos do artigo 17, parágrafos 7º, 8º e 9º, da Lei 8.429/92, devendo
prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in dubio pro societate.
6. O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a particulares que se
beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude.
7. A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa não
obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimento dos danos causados ao
erário, que é imprescritível (artigo 37, parágrafo 5º da CF).
8. É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda.
9. Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo necessário entre o
agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo.
10. A revisão da dosimetria das sanções aplicadas em ação de improbidade administrativa implica
reexame do conjunto fático-probatório dos autos, encontrando óbice na súmula 7/STJ, salvo se
da leitura do acórdão recorrido verificar-se a desproporcionalidade entre os atos praticados e as
sanções impostas.
11. É possível o deferimento da medida acautelatória de indisponibilidade de bens em ação de im-
probidade administrativa nos autos da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto,
antes da notificação a que se refere o artigo 17, parágrafo 7º, da Lei 8.429/92.
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12. É possível a decretação da indisponibilidade de bens do promovido em ação civil Pública por
ato de improbidade administrativa, quando ausente (ou não demonstrada) a prática de atos (ou a
sua tentativa) que induzam a conclusão de risco de alienação, oneração ou dilapidação patrimonial
de bens do acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual ressarcimento futuro.
13. Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode recair sobre aqueles
adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar em consideração, o valor de possível multa
civil como sanção autônoma.
14. No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional nas ações de im-
probidade administrativa deve ser contado a partir do término do último mandato.
O item “I” está incorreto, com base na tese “14)”. O termo inicial da prescrição é a partir do
término do último mandato.
O item “II” está correto, conforme a tese “3)”.
O item “III” está incorreto, segundo o exposto na tese “13)”. A indisponibilidade pode recair
sobre os adquiridos anteriormente.
O item “IV” está incorreto, em desacordo com a tese “12)”, pois é possível.
Deste modo, a letra “A” é a opção correta.
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COMENTÁRIO
O item “I” está incorreto. A teoria adotada pelo CC é a teoria maior. O art. 50 exige a com-
provação de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, para fins de responsabilização
direta dos sócios.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas re-
lações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
O item “IV” está incorreto. Se tiver sido solicitada a desconsideração na petição inicial,
dispensa-se o incidente.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimen-
to, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
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GABARITO
1 C 21 C 41 D 61 A
2 D 22 B 42 A* 62 B
3 A 23 C 43 A 63 B
4 B 24 X 44 D 64 D
5 C 25 D 45 D 65 B
6 A 26 D 46 A 66 D
7 C 27 B 47 C 67 D
8 B 28 C 48 D 68 C
9 C 29 B 49 A 69 A
10 D 30 B 50 C 70 B
11 A 31 B 51 B 71 B
12 D 32 C 52 C 72 B
13 B 33 D 53 C 73 A
14 A 34 A 54 C 74 D
15 B 35 D 55 C 75 D
16 C 36 C 56 C 76 B
17 B 37 B 57 B 77 D
18 D 38 X 58 A 78 C
19 A 39 B 59 A 79 A
20 B 40 A 60 B 80 C
X = Anulada
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