Você está na página 1de 22

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO I

TURMAS: SEMESTRE 2021.2

PROFESSORA: DANIELA DE ANDRADE BORGES

PRAZO DE ENTREGA: 26/10/2021.

DISCENTE: MARIA CLARA OLIVEIRA FIGUEIREDO SILVA

ESTUDO DIRIGIDO 07

Este Estudo Dirigido foi respondido com base nas seguintes obras:
• Costa, Regina Helena Curso de direito tributário - Constituição e Código Tributário
Nacional. – 9. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

• Caliendo, Paulo Curso de direito tributário / Paulo Caliendo. – 2. ed. – São Paulo :
Saraiva Educação, 2019

• Sabbag, Eduardo Direito tributário essencial. – 7. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2020.

1) Explique o que é obrigação tributária.

Pode-se traduzir obrigação tributária como uma relação jurídica inerente à esfera do
Direito Tributário e estabelecida entre o sujeito ativo, aquele que arrecada o tributo, isto é, o
Estado, e o sujeito passivo, o contribuinte, de quem é exigido o tributo.

A obrigação tributária tem sua origem na concretização do fato gerador, ou seja, essa
relação jurídica se origina a partir da consubstancialização do fato previsto na lei que institui a
possibilidade de incidência de determinado tributo.
Nas palavras de Eduardo Sabbag, “a obrigação tributária é resultante do fato gerador
ou, em outras palavras, da concretização do paradigma legal previsto abstratamente na hipótese
de incidência tributária” (SABBAG, 2020).

A obrigação tributária é constituída pelo sujeito ativo, sujeito passivo, objeto e causa.
Segundo Regina Helena Costa, o sujeito ativo é o titular da capacidade tributária ativa, em
outras palavras, é o sujeito que possui o direito de exigir do sujeito passivo da relação jurídica-
tributária o pagamento do tributo ou de uma penalidade pecuniária e/ou a realização de uma
obrigação de fazer ou de não fazer, bem como tem a aptidão de fiscalizar a arrecadação de
tributos. O sujeito passivo, o chamado contribuinte, é aquele que tem o dever de pagar o tributo
ou a penalidade pecuniária ao sujeito ativo, na obrigação principal, sendo também aquele que
tem a obrigação de fazer ou de não fazer atos do interesse da arrecadação ou fiscalização
tributária, na obrigação acessória.

O objeto da obrigação tributária é, por sua vez, a prestação de tributo, que é o dever
do sujeito passivo a partir do momento em que se concretiza o fato gerador. Por fim, a causa é
o vínculo jurídico entre os sujeitos ativo e passivo, que se origina quando o fato gerador é
enquadrado na hipótese de incidência do tributo previsto em lei.

2) Explique a classificação da obrigação tributária quanto ao objeto em principal e


acessória.

O art. 113 do Código Tributário Nacional estabelece que a obrigação tributária é


principal ou acessória.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem
por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas
no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente
à penalidade pecuniária.

Como aludido anteriormente, o objeto da obrigação tributária é a prestação tributária, que pode
ter natureza pecuniária ou não pecuniária. Quando o objeto da obrigação é o pagamento de
tributo ou de penalidade (prestação de natureza pecuniária), tem-se a obrigação tributária
principal, conforme o §1º do art. 113 do CTN.

De forma sucinta, a obrigação principal se origina com a concretização do fato gerador, o qual
é a circunstância indicada pela lei como aquela necessária e suficiente para o surgimento da
obrigação, de acordo com o art. 114 do CTN1, e o seu objeto é melhor traduzido como o
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. É chamada de “principal” porque é a relação
jurídica mais importante no ordenamento jurídico tributário.

Em contrapartida, quando o objeto da obrigação é a prestação de natureza não


pecuniária, isto é, a prestação positiva ou negativa, tem-se a obrigação tributária acessória,
conforme o §2º do art. 113 do CTN. A prestação não pecuniária são, na realidade, obrigações
de fazer ou de não fazer que não têm caráter de patrimonialidade, como a obrigatoriedade de
emitir notas fiscais. Assim, pode-se entender a obrigação acessória como instrumento de
garantia da realização da obrigação principal. Consoante Regina Helena Costa:

“As obrigações acessórias constituem, portanto, condutas


comissivas ou omissivas exigíveis dos contribuintes no intuito
de assegurar o cumprimento da obrigação principal.
Compreendem, sempre, um “fazer” ou um “não fazer”, voltados
às atividades de controle e arrecadação tributária”. (COSTA,
Regina Helena, 2019).

Além disso, o art. 115 do CTN estabelece que o fato gerador da obrigação acessória é o fato
que implica o ato de fazer ou deixar de fazer que não está relacionado à obrigação principal
(pagamento de tributo ou penalidade pecuniária).

1Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática
ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

É importante aclarar também que, da leitura do §3º do art. 113 do CTN, depreende-se que, caso
a obrigação acessória não seja cumprida pelo contribuinte, incidirá penalidade pecuniária,
convolando tal obrigação em obrigação principal.

3) Como se classifica a obrigação de pagar penalidade pecuniária decorrente do não


cumprimento de uma obrigação acessória? Explique.

Obrigação de pagar penalidade pecuniária decorrente do descumprimento de uma obrigação


acessória se classifica como uma obrigação principal.

O §3º do art. 113 do CTN determina que:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente
à penalidade pecuniária.

O dispositivo supracitado estabelece que a inobservância de uma obrigação acessória por parte
do sujeito passivo gera uma sanção tributária. O pagamento da sanção tributária, ou penalidade
pecuniária, é o objeto da obrigação principal, sendo assim, a obrigação acessória, quando não
cumprida, convola-se em obrigação principal, já que a consequência da inobservância da
primeira é o objeto da segunda. Por isso é possível dizer que, neste caso, o fato gerador da
obrigação principal é o descumprimento da obrigação acessória. Sobre o tema, Regina Helena
Costa esclarece que:

“Cabe esclarecer que o objeto da relação jurídica sancionatória


pode ou não revestir caráter patrimonial, caso a penalidade
imposta ostente natureza pecuniária ou não.

No primeiro caso, será objeto da obrigação tributária principal,


como mencionado, porquanto esta, consoante a dicção do
Código Tributário Nacional, tem por objeto prestações de caráter
pecuniário, abrangendo tanto a prestação tributária como a
sanção pecuniária”. (COSTA, Regina Helena, 2019).

Contudo, a doutrinadora aludida acredita que o emprego da expressão “converte-se” no §1º do


art. 113 do CTN é errôneo, já que o próprio dispositivo, em seu §1º, determina que o objeto da
obrigação principal é o pagamento de tributo ou penalidade, logo não há uma transformação
de uma relação jurídica em outra, mas sim, ao meu entender, uma consequência.

4) A obrigação tributária acessória sempre acompanha a obrigação tributária principal?


Explique.

A obrigação acessória nem sempre acompanha a obrigação tributária principal, já que


a primeira não depende da última.

O art. 113, §2º do CTN define que “a obrigação acessória decorre da legislação
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos”. As prestações positivas ou negativas trazidas pelo
dispositivo podem ser traduzidas como obrigações de fazer ou de não fazer, senda assim, as
obrigações acessórias são instrumentos que auxiliam a realização das obrigações principais, é
um dever autônomo do sujeito passivo.

Por exemplo, o art. 14, III, do CTN prevê que:

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é


subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas
entidades nele referidas 2:

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros


revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

2 Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:


IV - cobrar imposto sobre:
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos
fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 104, de 2001)
Nessa circunstância, apesar de imunes à incidência de tributos, os sujeitos passivos em
questão ainda devem cumprir a obrigação tributária acessória, o que reforça o caráter autônomo
dessa classe de obrigação tributária.

5) Conceitue sujeito ativo da obrigação tributária.

O sujeito ativo da relação jurídico-tributária é o titular da capacidade tributária ativa,


em outras palavras, é o sujeito que possui o direito de exigir do sujeito passivo da relação
jurídica-tributária o pagamento do tributo ou de uma penalidade pecuniária e/ou a realização
de uma obrigação de fazer ou de não fazer, bem como tem a aptidão de fiscalizar a arrecadação
de tributos.

Nas palavras de Regina Helena Costa, “o sujeito ativo da obrigação tributária é o titular
da capacidade tributária ativa, isto é, aquela pessoa que detém a aptidão para arrecadar e
fiscalizar a exigência fiscal” (COSTA, Regina Helena, 2019).

Esta figura da obrigação tributária está prevista no art. 119 do CTN:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito


público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.

Contudo, é relevante aclarar que o sujeito ativo é, geralmente, o Estado, aquele que
detém a competência tributária, mas também pode haver a delegação de capacidade tributária
ativa, assim, o ente político transfere, através de lei, a atividade de arrecadar e fiscalizar tributos
a outra pessoa jurídica de direito público.

Dessa maneira, surgem dois tipos de sujeitos ativos: sujeito ativo direto, aquele que
detém a competência tributária, isto é, os entes federativos, que podem criar leis que instituem
tributos; e o sujeito ativo indireto, ou entidade parafiscal, aquele para quem os entes federativos
transferiram as suas capacidades tributárias ativas, delegando as funções de arrecadar e
fiscalizar tributos.

6) Diferencie capacidade tributária ativa de competência tributária, explicando também


o que é parafiscalidade.
Competência Tributária é a habitação para criar tributos, através da edição de normas.
Tal habilitação é concedida pela Constituição Federal aos entes políticos.

Nas palavras de Regina Helena:

“Competência tributária é a aptidão para criar tributos, mediante


a edição do necessário veículo legislativo (art. 150, I, CR),
indicador de todos os aspectos de sua hipótese de incidência. Em
sendo competência de natureza legislativa, somente as pessoas
políticas a detêm”. (COSTA, Regina Helena, 2019)

Em outras palavras, a Competência Tributária é o poder de legislar sobre tributos, isto


é, o poder de elaborar normas que, por sua vez, criam tributos.

Já a capacidade tributária ativa é a habilitação para recolher e fiscalizar o recolhimento


de tributos.

Diante do exposto e a partir da interpretação do art. 7º do CTN, é possível perceber


que há uma diferença entre a competência tributária e a capacidade tributária ativa. Enquanto
a primeira se refere à habilitação para criar tributos, mediante a edição de normas, sendo o que
o legislador tem o poder de decidir pela instituição ou não de tributo, a segunda diz respeito ao
sujeito ativo da relação jurídica-tributária, aquele que é o responsável por arrecadar e
supervisionar a arrecadação de tributos, impondo sanções aos que descumprem a legislação
correspondente.

Ao ler a obra de Eduardo Sabbag, entende-se que a competência tributária é


indelegável, isto é, o ato de criar normas que instituem tributos é intransferível, mas há a
possibilidade de delegar atribuições administrativas relativas à capacidade tributária ativa,
(arrecadar e fiscalizar a arrecadação de tributos), a outras pessoas jurídicas de Direito Público
ou Privado. Então, o ente detentor da competência tributária concede a sua capacidade
tributária ativa, delegando a terceiras funções administrativas de arrecadar e/ou fiscalizar
tributos.

A capacidade tributária ativa e a parafiscalidade estão intimamente ligados, já que a


parafiscalidade é a delegação das atribuições administrativas da competência tributária, ou seja,
é a delegação da capacidade tributária ativa. De acordo com Regina Helena Costa, a
parafiscalidade:

“Traduz a delegação, pela pessoa política, por meio de lei, de sua


capacidade tributária ativa, vale dizer, das aptidões de arrecadar
e fiscalizar a exigência de tributos a outra pessoa, de direito
público ou privado – autarquia, fundação pública, empresa
estatal ou pessoa jurídica de direito privado; esta, desde que
persiga finalidade pública”. (COSTA, Regina Helena, 2019)

7) Explique a sucessão ativa tributária.

A sucessão de competência tributária é um fenômeno que ocorre caso dois ou mais


entes federativos tenham suas competências tributárias alteradas mediante mudanças
territoriais, aplicando-se a regra da sub-rogação do poder de imposição, estabelecida pelo art.
120 do CTN:
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica
de direito público, que se constituir pelo desmembramento
territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação
tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.

A sucessão de competência tributária ativa, de acordo com Paulo Caliendo, in verbis:


“O caso da sucessão de competência tributária ativa se
caracteriza pelo fato de que existem duas entidades tributantes:
uma resultante da entidade territorial constituída e uma matriz:
entidade territorial originária e a transferência total ou parcial da
competência territorial de uma entidade para outra. A norma de
sucessão tributária deverá proceder a definição legal dos limites
e do momento de início da vigência da competência territorial”.
(CALIENDO, Paulo; 2019)

Portanto, tem-se que a sucessão da competência com essências territoriais dar-se-á em


hipóteses de desmembramento de um município. O município desmembrado, contrariando o
princípio da territorialidade, terá competência para instituir tributos no território recém criado,
exceto se a lei já instituir a tributação para ele.
8) Conceitue sujeito passivo da obrigação tributária.

De maneira sucinta, o sujeito passivo da relação jurídico-tributária, o chamado


contribuinte, é aquele que tem o dever de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária ao sujeito
ativo, na obrigação principal, sendo também aquele que tem a obrigação de fazer ou de não
fazer atos do interesse da arrecadação ou fiscalização tributária, na obrigação acessória.

Para Regina Helena Costa, à letra:

“Sujeito passivo tributário é, assim, a pessoa, física ou jurídica,


que detém aptidão para figurar no polo passivo de relação
jurídica dessa natureza, em qualquer das suas modalidades. Em
sentido amplo, é aquele a quem incumbe o cumprimento da
prestação de natureza fiscal, seja o pagamento de tributo, seja
um comportamento positivo ou negativo, estatuído no interesse
da arrecadação tributária. Ainda, qualifica-se como sujeito
passivo tributário aquele a quem, na relação jurídica
sancionatória, foi imposta a penalidade”. (COSTA, Regina
Helena, 2019)

O CTN, em seus art. 121 e 122, define o sujeito passivo da obrigação tributária:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa


obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:


I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de
lei.

Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa


obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
Da leitura do Parágrafo único da art. 121, conclui-se que, no tocante à obrigação
principal, existem duas espécies de sujeito passivo: o sujeito passivo direto, aquele que possui
relação pessoal e direta com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, I, do CTN), isto é, o
contribuinte, como por exemplo o proprietário de um carro é o contribuinte do IPVA; e o sujeito
passivo indireto, aquele que é o responsável, na condição de terceiro, escolhido por lei para o
pagamento do tributo, sem que tenha relação com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, II,
do CTN), como por exemplo, os pais de uma criança são os responsáveis tributários pelos
tributos devidos por ela.

9) Explique as normas gerais do CTN sobre domicílio tributário.

O domicílio tributário é conceituado como o lugar em que o sujeito passivo exerce a


sua obrigação tributária e os seus direitos, isto é, é o local onde o contribuinte cumpre os seus
deveres e direitos tributários.

Conforme o art. 127 do CTN:

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável,


de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável,
considera-se como tal:
I – quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou,
sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua
atividade;
II – quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos
que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III – quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de
suas repartições no território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em
qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como
domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da
situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
origem à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito,
quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização
do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.

Isto posto, entende-se que o Direito Tributário segue a regra do domicílio voluntário, assim, o
domicílio tributário do contribuinte será aquele de sua escolha. Contudo, caso o contribuinte
não o escolha, utiliza-se a regra do domicílio legal, o qual é determinado pela lei. De acordo
com Paulo Caliendo, nessa hipótese, o domicílio tributário d pessoas natural será o lugar onde
está a sua residência habitual, mas, caso a sua residência habitual for desconhecida ou incerta,
o domicílio será o centro habitual de suas atividades.

Já em relação à pessoa jurídica de direito privado, o seu domicílio tributário será o local em
está a sua sede determinada no contrato ou estatuto social. Se a PJ tiver filiais ou subsidiárias,
considera-se o domicílio o local em que se dão os atos ou fatos que originam a obrigação de
cada um de seus estabelecimentos.

A pessoa jurídica de direito público, por sua vez, terá como domicílio qualquer uma de suas
repartições no território da entidade tributante.

Além disso, o art. 174 não impõe obstáculos para que leis de criação de tributo estabeleçam o
domicílio tributário seguindo critérios legais, assim, nessa situação, o domicílio por eleição só
é utilizado se não houver a determinação de domicílio legal na lei específica de cada tributo.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve
em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução
fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que
importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

10) Quem tem capacidade tributária passiva no Direito Tributário?


A capacidade tributária passiva no Direito Tributário é a capacidade que a pessoa,
sujeito de direito, tem para participar de uma relação jurídico-tributária como o sujeito passivo.

O art. 126 do CTN regula a capacidade tributária passiva, o qual prevê que:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I – da capacidade civil das pessoas naturais;
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis,
comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus
bens ou negócios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída,
bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.

Deve-se declarar também que a capacidade para participar de uma relação jurídico-
tributária como um sujeito passivo é diferente da capacidade para efetuar o fato gerador. Por
exemplo, uma criança tem a capacidade para gerar o fato gerador, mas não pode participar da
obrigação tributária no polo passivo, já que não possui capacidade tributária passiva, sendo
assim, o polo passivo de tal obrigação será constituído pelos seus pais ou responsáveis, sendo
eles os sujeitos passivos indiretos.

11) Cláusulas particulares são oponíveis perante à Fazenda Pública para fins de definição
do sujeito passivo da obrigação tributária? Por que?

As cláusulas particulares não são oponíveis perante à Fazenda Pública para fins de
definição do sujeito passivo da obrigação tributária, assim regulamenta o art. 123 do CTN, in
verbis:
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes.

De acordo com Regina Helena Costa, a obrigação que tem sua em contrato particular não pode
ser oposta ao Fisco, com a finalidade de modificar a definição do sujeito passivo estabelecido
por lei, apenas em casos de previsão legal. Nessa circunstância, o Fisco cobrará o tributo do
sujeito passivo estabelecido em lei, assim, a parte ofendida deve acionar a parte ofensora do
contrato na esfera do direito privado.

12) Explique o que é solidariedade, hipóteses e efeitos.

A solidariedade é uma ferramenta que permite ao Fisco o eleger o devedor que será
cobrado pela a dívida integral em nome de todos os outros devedores, a fim de que a obrigação
tributária seja cumprida. Nos ensinamentos de Regina Helena Costa:

“A solidariedade, portanto, revela-se mais um instrumento de


praticabilidade no campo tributário, uma vez que propicia ao
Fisco a escolha do devedor em relação ao qual seja mais fácil e
cômodo exigir a dívida integral. Não fosse desse modo, diante
da multiplicidade de devedores numa mesma relação jurídica, a
Administração Fiscal estaria obrigada a cobrá-los todos, cada
qual por parte do débito, o que, induvidosamente, acarretaria
maior custo e dificuldades à satisfação do crédito tributário”.
(COSTA, Regina Helena, 2019)

Dessa forma, tem-se a solidariedade passiva quando há mais de um sujeito passivo


(devedor) na mesma obrigação tributária, sendo que cada um deles é obrigado a pagar a dívida
integralmente, como estabelece o art. 264 do Código Civil vigente.

Os artigos 124 e 125 do CTN regulam, respectivamente, as hipóteses e os efetios da


solidariedade.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não
comporta benefício de ordem.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes


os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos
demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados,
salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos
obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

13) Explique a sucessão tributária passiva nos casos do:

A sucessão tributária passiva ocorre quando sujeito passivo original transfere o polo
passivo da obrigação tributária para outra pessoa que tem capacidade tributária passiva,
tornando-se esta o novo sujeito passivo da obrigação.

Essa transferência pode ser transferência causa mortis, que é a transferência do polo
passivo para os herdeiros do sujeito passivo original, quando a responsabilidade é pessoal,
como prevê o art. 131, II e III do CTN.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação,
limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado
ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.

Ademais, a transferência do polo passivo pode ser transferência inter vivos, na qual a
obrigação é transferida para o comprador de um bem. Esta hipótese está prevista nos seguintes
artigos: art. 130, CTN; art. 131, I, CTN; art. 131, II e III, CTN; art. 132, CTN; e art. 133, CTN.

a) art. 130, CTN;

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato


gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens
imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,
subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo
quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a


sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

O artigo supracitado refere-se aos tributos que incidem sobre os bens imóveis, que, no caso de
compra e venda, serão cobrados do adquirente, logo o polo passivo da obrigação será
transferido para o novo proprietário.

Faz-se necessário esclarecer que isso não se trata de solidariedade ou responsabilidade


subsidiária. Há também duas exceções previstas no dispositivo aludido.

A primeira exceção acontece quando se contata que na escritura de transmissão de propriedade


há a negativa expedida pela Fazenda Pública, o que equivale a um atestado de inexistência de
débitos. A segunda exceção, prevista no Parágrafo único do dispositivo, ocorre quando o
imóvel for alienado em hasta pública, que o leilão realizado pelo Poder Público para a
satisfação de dívida.

b) art. 131, I, CTN;

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens
adquiridos ou remidos;

De acordo com Eduardo Sabbag:

“Tal dispositivo tem sido interpretado pela doutrina como um


comando afeto a bens móveis, uma vez que o precedente tratou
de bens imóveis. Ademais, a doutrina tem concebido o art. 131
do CTN como designativo de responsabilidade exclusiva,
afastando-se a responsabilidade dos devedores originais. Estes
não responderão supletiva (ou subsidiária) ou solidariamente, já
que o devedor sucedido (1) pode ter desaparecido (nos casos dos
incisos II e III) ou (2) pode não ter relevância (inciso I)”.
(SABBAG, Eduardo; 2020)

c) art. 131, II e III, CTN;

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação,
limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado
ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.

A transferência tratada no dispositivo é a transferência causa mortis, que é a


substituição do polo passivo para os herdeiros do sujeito passivo original, quando a
responsabilidade é pessoal.

Além disso, não há exceções paras as hipóteses de sucessão previstas no art. 131.

d) art. 132, CTN;

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de


fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é
responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas
jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou
incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de
extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a
exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer
sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão
social, ou sob firma individual.

O dispositivo aludido cuida da sucessão empresarial que ocorre quando há a extinção de pessoa
jurídica. Essa situação constitui a responsabilidade exclusiva das empresas que sofreram fusão,
transformação e incorporação, assim, a PJ derivada da relação societária é a responsável pelas
dívidas das empresas anteriores.
Além disso, o Parágrafo único deste dispositivo determina que, caso haja a continuação da
exploração da atividade por sócio remanescente, independente da manutenção da razão social,
esta unidade econômica será responsável pelas dívidas da empresa antiga.

e) art. 133, CTN.


Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que
adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão
social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à
data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de
comércio, indústria ou profissão.

Esse artigo diz respeito à sucessão comercial, a qual ocorre quando uma PJ ou uma PF adquire
uma PJ. Dar-se-á a sucessão comercial quando houver a manutenção da exploração da
atividade depois da alienação, aproveitando a prévia organização e absorvendo-se a unidade
econômica e a clientela antiga. Assim, o novo sujeito passivo da obrigação poderá ser
responsabilizado pelos tributos devidos pela PJ até a data do ato translativo. Contudo, é
interessante deixar claro que apenas ocorrerá a sucessão comercial se o adquirente manter a
exploração da atividade desempenhada.

14) Explique o que é a responsabilidade subsidiária de terceiros, requisitos para


caracterização e efeitos.

O art. 128 do CTN estabelece que:

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode


atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito
tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

Consoante este dispositivo, é possível que a lei que institui determinado tributo atribua
a uma terceira pessoa, de forma supletiva, o cumprimento total ou parcial da obrigação
tributária. Sendo assim, entende-se que a responsabilidade é subsidiária se a cobrança deve ser
mandatoriamente feita primeiramente ao contribuinte, logo é possível realizar a cobrança ao
responsável somente depois da execução sobre o contribuinte não for possível devido ao seu
patrimônio escasso.

Contudo há requisitos para a sua incidência, deve-se ter em mente que, em primeiro
lugar, exige-se o cumprimento da dívida ao contribuinte que realizou o fato gerador e apenas
depois de esgotadas as medidas de execução que se faz a cobrança ao responsável.

O art. 134, apesar de trazer erroneamente a palavra “solidariamente”, também cuida


da responsabilidade subsidiária:

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do


cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem
ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II – os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus
tutelados ou curatelados;
III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos
devidos por estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa
falida ou pelo concordatário;
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício,
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou
perante eles, em razão do seu ofício;
VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria
de penalidades, às de caráter moratório.

15) Explique o que é a responsabilidade pessoal de terceiros, requisitos para


caracterização e efeitos.

O art. 135 do CTN cuida da responsabilidade pessoal de terceiros, a ver:

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos


correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas
de direito privado.

A responsabilidade pessoal de terceiros é aquela em que o representante do contribuinte é


responsável pelos créditos da obrigação tributária quando comete excesso de poderes ou
infração a lei, contrato ou estatutos. Assim, o efeito de tal responsabilidade é a
responsabilização pessoal do representante do contribuinte, sendo que este último não é
responsabilizado, não há solidariedade nessa hipótese. Contudo, para que se incida esse tipo de
responsabilidade, deve-se estar presente o seu requisito.

O requisito para a incidência da responsabilidade pessoal de terceiros é a existência do excesso


de poderes ou de uma infração da lei, do contrato social ou de estatutos. Além disso, é
importante deixar claro que, de acordo com o artigo supracitado, os terceiros que podem ser
pessoalmente responsabilizados são: as pessoas aludidas no artigo 134; os mandatários,
prepostos e empregados; os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.

16) Os sócios gerentes respondem pelos tributos devidos pelas empresas das quais são
sócios em caso do inadimplemento de tributos? Explique.

O art. 135, III, do CTN determina que:


Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:
III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas
de direito privado.

Vê-se que os sócios-gerentes respondem pelos tributos devidos pelas empresas em


caso de inadimplemento apenas se for demonstrado que estes praticaram excesso de poderes
ou infração à lei, contrato ou estatuto. Então, se o sócio-gerente agir conforme a lei e do
contrato ou estatuto e, devido a questões externas, a empresa em que é sócio passar a dever
tributos, ele não responde pela dívida tributária, uma vez que se trata de inadimplência e não
de sonegação de tributos.

Isso também está previsto na súmula n. 430 do STJ, o qual prevê:

Súmula 430: “O inadimplemento da obrigação tributária pela


sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do
sócio-gerente”

17) Caso a empresa mude de endereço sem comunicar aos órgãos fazendários, é cabível o
redirecionamento da execução fiscal para a figura dos sócios gerentes?

Sim, o sócio-gerente pode ser responsabilizado se a empresa mudar o seu endereço


sem, contudo, haja a devida comunicação à Fazenda Pública, ocorrendo o redirecionamento da
execução fiscal, assim estabelece a súmula n. 435do STJ, a qual estabelece que:

Súmula 435: "Presume-se dissolvida irregularmente a empresa


que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente".

18) Sócios sem poderes de gerência respondem pelos créditos tributários das pessoas jurídicas
das quais são sócios em alguma hipótese?
19) O que é substituição tributária regressiva e progressiva?

Há algumas situações em que a lei estabelece que o terceiro substitua o contribuinte


antes mesmo que ocorra o fato gerador. Um exemplo disso é o ICMS e o IR. Eduardo Sabbag
traz o seguinte exemplo: “a Caixa Econômica Federal mostra-se como substituto tributário,
quanto ao IR incidente sobre o prêmio de loteria a ser pago a um ganhador”. (SABBAG,
Eduardo, 2020).

A substituição tributária regressiva é aquela em que há a antecipação da arrecadação


do tributo para um momento posterior ao acontecimento do fato gerador. Como exemplo,
Sabbag traz o seguinte:
“O ICMS devido pelo produtor rural, relativamente ao leite cru
que vende ao laticínio, é recolhido por este no lugar daquele, em
virtude do adiamento do fato gerador; o ICMS devido pelo
produtor rural, relativamente à cana em caule que vende à usina,
é recolhido por esta no lugar daquele, em virtude do adiamento
do fato gerador”. (SABBAG, Eduardo, 2020).

Já a substituição tributária progressiva é aquela em que há a antecipação da arrecadação do


tributo, sem, contudo, haja a determinação do fato gerador. Apesar de controversa, o art. 150,
§7º da CF prevê tal substituição.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária
a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga,
caso não se realize o fato gerador presumido.

Como exemplo, Sabbag escreve:


“Quando os veículos novos deixam a indústria automobilística
em direção às concessionárias ou lojas, já saem com o ICMS
antecipadamente recolhido, levando-se em conta que o fato
gerador relativamente à venda do bem está por realizar. O
mesmo fenômeno se dá com os cigarros, os refrigerantes e vários
outros bens”. (SABBAG, Eduardo, 2020).

20) A responsabilidade pelas infrações tributárias é objetiva ou subjetiva? Explique.

A responsabilidade pelas infrações tributárias segue a teoria da responsabilidade


objetiva. Desse modo, o contribuinte que cometer algo ilícito deve ser responsabilizado de
forma objetiva, isto é, independentemente de culpa. Sendo assim, não é necessário provar que
o contribuinte infrator não teve a intenção de cometer a infração, já que a responsabilidade é
objetiva e a análise de culpa é irrelevante para ocasionar a responsabilização. Neste caso,
também são desconsideradas as hipóteses de exclusão ou atenuação de punibilidade.

Isto está previsto no art. 136 do CTN:

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a


responsabilidade por infrações da legislação tributária independe
da intenção do agente ou do responsável e da efetividade,
natureza e extensão dos efeitos do ato.

21) Explique o que é denúncia espontânea, seus requisitos e efeitos.

A denúncia espontânea é a oportunidade em que o contribuinte em para se apresentar


à repartição fiscal com o intuito de declarar a existência de infração tributária e, em seguida,
cumprir sua obrigação tributária, efetuando o pagamento dos tributos em atraso. A denúncia
espontânea tem o objetivo de poupar o contribuinte do pagamento de multa.

Você também pode gostar