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ANATACIA BRITO
GABRIELE SOUZA
LILIAM BISPO
MYCHAEL BISPO
VINICIUS FRAGA
PARECER JURÍDICO
Salvador
2022
EMENDA: NÃO RECOLHIMENTO DE ICMS. INCIDÊNCIA
DE MULTA. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
ALTERNATIVAS DE SUSPENSÃO DE
EXIGIBILIDADE.OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E
ACESSÓRIAS
1. RELATÓRIO
Trata-se de uma consulta formulada pela empresa WWW, a consulta tem como objetivo
analisar sobre as questões de correção de pagamento, obrigações e créditos tributários.
Para tanto, relata que, é uma empresa criadora de games eletrônicos, contudo, a Fazenda
Pública vem exigindo os pagamentos ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) pelas vendas destes. Assim, o diretor da empresa, inconformado com a exigência
fiscal, deixou de recolher o tributo, como consequência o Estado lavrou o auto de infração
e imposição de multa, seja pelo não pagamento, seja pelo não preenchimento do livro fiscal,
ou seja, pela não emissão de nota fiscal.
2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Ao explicar o aludido artigo Hugo Segundo (2021, p.129) faz a seguinte explanação:
A obrigação principal é uma obrigação de dar dinheiro ou de pagar. Seu objeto
é uma prestação patrimonial. A obrigação acessória, por sua vez, é uma
obrigação de fazer, não fazer ou tolerar (emitir notas fiscais, escriturar
operações, elaborar declarações etc.), cuja finalidade é possibilitar o controle,
pelo Poder Público, sobre a arrecadação e a fiscalização dos tributos. Daí o
adjetivo “acessórias”, pois elas se prestam a auxiliar a verificação do
cumprimento das obrigações relativas ao pagamento de tributos e de multas.
Neste sentido, cumpre salientar que a constituição do crédito tributário está vinculada
ao seu lançamento e tendo em vista que a própria norma define como procedimento de caráter
administrativo o seu propósito de “verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.
Partindo dessa premissa, verifica-se todos os elementos para cobrança ser devida, pois o fato
gerador principal que incorre o tributo é verificado a partir do momento que ocorre a venda de
uma mercadoria e por isso a obrigação de pagar o ICMS e a obrigação acessória de emitir a
nota fiscal.
Ademais, considerando que de acordo com o artigo supramencionado que o crédito
tributário é a própria obrigação tributária já lançada, titulada, individualizada e o crédito
tributário nasce da obrigação, sendo consequência dela dentro de uma única relação jurídica.
Tão logo a obrigação tributária materializa-se pelo crédito tributário correlato, ou seja, o crédito
tributário é a determinação quantitativa do tributo e é obrigação da empresa WWW é pagar o
tributo, bem como preencher o livro fiscal e realizar a emissão de nota fiscal.
Nesta senda, tendo em vista que após o lançamento e a devida constituição de um crédito
tributário os sujeitos ativos da obrigação tributária podem exigir o pagamento de um
determinado imposto, no caso posto em tela, não poderia a empresa WWW, decidir não recolher
o tributo sem sofrer as consequências aplicadas justamente pelo Estado que lavrou auto de
infração e realizou a imposição de multa.
Com relação ao exposto acima, e tendo em vista à correção do pagamento, levando - se
em consideração que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória, pois independe da
vontade alheia do contribuinte, ao incorrer em erro por deixar de recolher o ICMS, os
responsáveis pela empresa que não repassar este tributo, poderá ser processado pelo crime de
apropriação indébita tributária, consoante exposto a Lei nº 8.137/90, art. 2º, inciso II, e o
consumidor que se sentir lesado, poderá junto com as autoridades fazendárias propor ação de
repetição de indébito contra a empresa WWW, uma vez que o comprador, um terceiro nesta
relação ao comprar o produto fornecido por esta empresa, pagou um valor indevido, dito isso,
o art. 167 do CTN, diz que será feita restituição do tributo na mesma proporção aos juros de
mora, bem como nas penalidades pecuniárias, nisso, a súmula 188 e 162 do STJ diz que:
3.0 CONCLUSÃO
Salvador-BA, 25 de novembro de 22
Advogado
OAB/UF