Você está na página 1de 19

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

AULA 3

Profª Marcella Gomes de Oliveira


CONVERSA INICIAL

Daremos continuidade aos nossos estudos, nesta aula, dividindo-os em


cinco temas que abordaremos da seguinte forma:

1. Capacidade tributária ativa e passiva


2. Lançamento tributário e suas modalidades
3. Constituição do crédito tributário
4. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário
5. Extinção do crédito tributário.

Em nossas aulas anteriores, conseguimos identificar como ocorre a


construção de uma obrigação tributária, qual seu objeto e as pessoas que fazem
parte dessa relação jurídica. Lembremos que a norma jurídica tributária é
constituída por uma hipótese de incidência e uma consequente tributária. Com
base nessa ideia, é possível construir a regra-matriz de incidência tributária,
completando seus critérios e interpretando a relação jurídica ocorrida a partir do
fato gerador.
Vimos também a competência tributária, que é outorgada pela
Constituição Federal (CF) aos entes federativos para a instituição, majoração e
extinção de tributos (Brasil, 1988); e também a hierarquia das leis.
Dessa forma, para continuar nosso raciocínio, primeiro é necessário
distinguir a competência tributária da capacidade tributária e este será nosso
primeiro tema.

CONTEXTUALIZANDO

Uma das formas de extinção do crédito tributário é a transação, que está


disposta no art. 171 do Código Tributário Nacional (CTN):

Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos
ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que,
mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e
consequente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar
a transação em cada caso. (Brasil, 1966)

Para ilustrar um exemplo de como pode ocorrer a transação como uma


modalidade de extinção do crédito tributário, falaremos sobre a Medida
Provisória (MP) do Contribuinte Legal. A MP n. 899/2019 estabelece requisitos
e condições para a regularização e a resolução de conflitos fiscais entre a

2
Administração Tributária Federal e os contribuintes com débitos em face da
União, regulamentando o instituto da transação tributária. Essa transação é uma
alternativa ao que era praticado por meio da concessão de parcelamentos
especiais (pelo Refis). A MP n. 899/2019 prevê a concessão de benefícios fiscais
nos casos de comprovada necessidade e mediante avaliação individual da
capacidade contributiva (Brasil, 2019a).

Saiba mais

Para entender mais sobre o assunto, acesse os links a seguir e leia uma
matéria a respeito da MP e seu próprio conteúdo, respectivamente em:
<http://www.pgfn.fazenda.gov.br/noticias/2019/mp-do-contribuinte-legal-
negociacao-de-dividas-junto-a-uniao> (Brasil, 2019b);
<http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-899-de-16-de-outubro-
de-2019-222374340> (Brasil, 2019a). Acesso em: 19 fev. 2020.

Após verificarmos como ocorre uma das modalidades de extinção do


crédito tributário, cabe agora entendermos mais os temas de nossa aula.

TEMA 1 – CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA E PASSIVA

A capacidade tributária pode ser ativa ou passiva e, conforme já


analisamos, essa definição está relacionada ao tipo de sujeito nela envolvido, de
modo que a capacidade tributária ativa irá se referir ao sujeito ativo (quem pode
cobrar), enquanto que a capacidade tributária passiva irá se referir ao sujeito
passivo (quem deve pagar). Em sua definição, temos que:

A capacidade tributária ativa, ao contrário da competência tributária, é


o poder atribuído pela lei às pessoas jurídicas de direito público de
exigir do particular o cumprimento da obrigação tributária, nos termos
do art. 119, do CTN.
Podemos concluir, por óbvio, que a capacidade tributária é delegável.
Analisando o art. 7º, §3º, do CTN, concluímos também que a função
de arrecadar um tributo pode ser delegada a uma pessoa jurídica de
direito privado, o que não a torna sujeito ativo da obrigação tributária.
Em outras situações, essa pessoa, poderá, além de arrecadar,
apropriar-se do produto arrecadado e permanecer com a arrecadação,
como é o caso das contribuições parafiscais arrecadadas pelos
conselhos regionais representativos de categorias profissionais.
Por outro lado, a capacidade tributária passiva é a aptidão dada ao
sujeito passivo (particular) para fazer parte da relação jurídico-
tributária, que pode ser de fato ou de direito. (Veneral, 2017, p. 167-
168)

A fundamentação legal a que se refere a capacidade tributária passiva


está no art. 126 do CTN:

3
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que
configure uma unidade econômica ou profissional. (Brasil, 1966)

Importante mencionar que outra ideia se apresenta para a identificação


do contribuinte, que é justamente a que se baseia na análise da capacidade
econômica atingida pelo tributo, de modo que o fato gerador poderia ser
considerado a tradução da capacidade econômica do contribuinte. Em regra, na
situação material descrita como fato gerador, o contribuinte é a pessoa que
manifesta a capacidade contributiva, quem detém titularidade de riqueza
(patrimônio, renda etc.). Como exemplo, quem aufere renda é quem será o
contribuinte do Imposto de Renda; assim como quem for proprietário de imóvel,
igualmente.
Mas quem demonstra capacidade contributiva nem sempre será a pessoa
a quem a lei irá determinar como contribuinte – temos, aqui, a diferenciação entre
contribuinte de fato e contribuinte de direito.
O contribuinte de fato será a pessoa que irá arcar com o ônus do
pagamento do tributo, não o que a lei define. Por exemplo, se uma empresa
vende produtos de primeira necessidade, a tributação não leva em conta a
capacidade econômica da empresa, mas a do consumidor, que será o
contribuinte de fato, uma vez que a empresa pode adicionar no valor de venda
de seus produtos parte da tributação. A empresa, que é o contribuinte de direito,
estaria onerando seus produtos, para obter uma margem maior de lucro. Em
outras palavras, embora o vendedor (empresa) possa ser definido como
contribuinte de direito, a capacidade econômica do consumidor é que precisa ser
ponderada para efeito da definição do eventual ônus fiscal, pois ele será o
contribuinte de fato.
É contribuinte quem a lei identificar como contribuinte, devendo ser
observados os parâmetros que decorrem tanto do CTN, quanto da CF (Brasil,
1966, 1988). Para Luciano Amaro (2011, p. 328, grifo do original):

À vista do exposto, podemos afirmar que a definição do contribuinte


não pode ignorar a capacidade contributiva do indivíduo, sob pena de
inconstitucionalidade (mas não necessariamente esse indivíduo
precisa ser “de direito” descrito como contribuinte). Respeitada essa
premissa, a Constituição não será ferida se a legislação
infraconstitucional indicar como contribuinte numa operação de venda
para o consumo, indiferentemente, o vendedor ou o comprador.

4
O Código Tributário Nacional, por seu turno, fecha um pouco mais o
espaço para definição da figura do contribuinte, ao exigir que ele tenha
a discutida relação pessoal e direta com o fato gerador, o que
significa que, conforme seja a descrição do fato gerador, o contribuinte
já poderá ser caracterizado a partir dessa descrição.

A capacidade jurídica pode ser entendida como a aptidão para assumir


direitos e obrigações. Outro exemplo seria o de que o fato de a pessoa física não
poder exercitar determinada atividade, digamos que, por um impedimento legal
(pródigo), não inibe a capacidade tributária, pois, se alguém não habilitado
legalmente exercer determinada atividade, está constituído o fato gerador, pois
sua condição jurídica particular não desqualifica o fato, ou seja, não impede o
nascimento da obrigação tributária.
Além disso, há também o princípio da capacidade contributiva, que se
encontra disposto na primeira parte do parágrafo 1º do art. 145 da CF: “sempre
que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte [...]” (Brasil, 1988, grifo nosso). Tal
princípio se manifesta nos fatos ou situações que revelam, da parte de quem os
realiza ou nelas se encontra, condições objetivas para suportar a carga fiscal.

Não é por outro motivo que este princípio sinaliza que os impostos
haverão de ter caráter pessoal. De fato, a capacidade contributiva deve
manifestar-se, sempre que possível, na pessoalidade destes tributos,
hipótese em que o legislador, ao estrutura-los, determinará à Fazenda
Pública que, por ocasião do lançamento, leve em conta especificidades
do contribuinte (idade, filhos menores, condições de saúde etc.). Tudo
para que – tornamos a dizer – venham a efetivamente atender ao
primado da isonomia. (Carrazza, 2006, p. 106)

Assim, a capacidade contributiva é um dos mecanismos para que seja


alcançada a justiça fiscal e esse princípio exige que os impostos sejam
modulados conforme as manifestações objetivas de riquezas dos contribuintes.

TEMA 2 – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO E SUAS MODALIDADES

O lançamento é a liquidação, ou seja, o acertamento ou quantificação da


obrigação tributária. Tal definição, explicitada no art. 142 do CTN (Brasil, 1966),
é criticada por parte da doutrina, pois há tributos, especificadamente as taxas,
que são cobrados em valores fixos e não precisam de cálculo, figurando hipótese
em que, ainda que exista o lançamento, não se pode dizer que, sobre ele, tenha
que se calcular o valor do tributo devido, pois a autoridade que realiza o
lançamento não propõe aplicar alguma penalidade.

5
Para alguns doutrinadores, o lançamento seria apenas um ato
administrativo, não sendo considerado um procedimento, pois, conforme os art.
147, 149 e 150 do CTN, existem três espécies de lançamento: o lançamento
de ofício (realizado pela administração independentemente da participação ou
provocação de terceiros interessados; ex.: Imposto sobre a Propriedade Predial
e Territorial Urbana – IPTU); o lançamento por declaração (ocorre quando é
levado ao conhecimento da autoridade administrativa o acontecimento de um
fato tributável e sua dimensão econômica pelo sujeito passivo, que aguarda o
cálculo do tributo devido e sua notificação por parte da administração, para que
enfim efetue o pagamento correspondente ou para que apresente a sua
impugnação; ex.: Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a
eles Relativos – ITBI); e o lançamento por homologação (quando a apuração
do montante devido cabe ao sujeito passivo, que também deve realizar o
pagamento do tributo antes da manifestação da autoridade fazendária acerca
dessa apuração; ex.: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI) (Brasil,
1966).
O lançamento possui natureza declaratória em face da obrigação
tributária e constitutiva do crédito tributário quanto à realidade formal autônoma,
de maneira a ser aplicada ao lançamento a legislação que era vigente
quando da ocorrência do fato gerador. Mas, em relação aos aspectos
materiais da relação tributária a ser acertada e em relação aos aspectos formais
do procedimento, deve ser aplicada a legislação vigente na data em que foi
realizado o lançamento, conforme disposto no art. 144 do CTN (Brasil, 1966).
É necessário, no lançamento, a sua devida fundamentação, para que ele
não seja considerado inválido, da mesma forma que são indispensáveis a
comprovação e a notificação do sujeito passivo, determinando a ele um prazo
para efetivação do pagamento ou impugnação administrativa. Tal impugnação
pode ser realizada pelo sujeito passivo em razão do direito de petição e das
garantias do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º,
incisos XXXIV, alínea a, LIV e LV da CF) (Brasil, 1988), ou seja, o direito
fornecido ao contribuinte de provocar a Administração Pública para que ela
exerça sobre esse ato administrativo a autotutela vinculada ou o seu
autocontrole, decorrente do princípio da legalidade.
Essa autotutela deve ser exercida por intermédio de um processo
administrativo, no qual é assegurada a participação em contraditório do cidadão,

6
com amplas possibilidades de defesa. Para que o sujeito passivo provoque o
exercício de autotutela ou autocontrole da Administração Pública é necessário
dar início ao processo administrativo por meio da impugnação, que é o
instrumento utilizado para o exercício do seu direito de defesa.
O lançamento configura um ato administrativo que externa a exigibilidade
da obrigação tributária, dando ensejo à inscrição na dívida ativa como respaldo
de uma eventual execução fiscal. Pela notificação do lançamento ao sujeito
passivo (art. 145 do CTN) (Brasil, 1966), o Fisco demonstra sua pretensão
tributária de modo formal ao contribuinte, de forma a dinamizar a relação
obrigacional. Se, nesse momento, o sujeito ativo (Estado) não tiver formalizado
sua pretensão em face do sujeito passivo (contribuinte); e se, no procedimento
tributário, não houver caráter litigioso, não incidirão as regras de processo
tributário. No entanto, se demonstrada a litigiosidade na relação tributária, diante
da existência de uma pretensão fiscal do Estado (notificação de lançamento); e
se houver a resistência do sujeito passivo (mediante impugnação administrativa
formal), iniciará a etapa de transformação do procedimento de lançamento no
chamado processo administrativo fiscal, presidido pelas garantias processuais
do contribuinte.
Por exemplo: um prestador de serviços deve emitir uma nota fiscal, a cada
prestação de serviço, sobre a qual irá incidir o Imposto sobre Serviços (ISS).
Considerando que o profissional presta serviços no seu município de origem e
também em municípios ao redor, pelo tipo de serviço há a definição de qual
município deverá recolher o ISS. Nesse caso, o prestador realizou o
recolhimento do ISS somente em seu município, em razão de sua atividade,
porém, se vê surpreendido ao receber uma notificação de lançamento por
arbitramento (já com fixação do valor) do município vizinho, para que
apresente as notas fiscais emitidas nos últimos cinco anos, por não ter verificado
o pagamento, desconsiderando a atividade prestada ou considerando que a
atividade prestada não se encaixa no pagamento do município em que está
fixado o estabelecimento do prestador, informando que o ISS deveria ter sido
recolhido no local da prestação do serviço.
O prestador de serviços apresenta sua impugnação administrativa,
juntando todas as notas fiscais emitidas, comprovando o recolhimento do ISS no
município do local de seu estabelecimento. Sendo assim, esse trâmite é o
chamado processo administrativo fiscal, que irá apurar a resposta do

7
contribuinte. Caso não haja uma decisão favorável ao contribuinte, será possível
a discussão judicial da situação.

TEMA 3 – CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A obrigação tributária se refere à relação jurídica havida em decorrência


da incidência da norma estabelecida na lei tributária acerca do fato que nela se
encontre previsto (art. 113 do CTN). Quando acertada, quantificada e liquidada,
a relação tributária é remetida à outra fase, torna-se líquida, certa e exigível.
Essa fase denomina-se, conforme explícito no CTN, crédito tributário (Brasil,
1966).
O crédito tributário corresponde ao direito do Estado de exigir o tributo, ou
melhor, de exigir o objeto da obrigação tributária principal do sujeito passivo.
Dessa forma, é possível verificar que o crédito tributário nasce com a obrigação
tributária e é formalizado pelo ato administrativo denominado lançamento.
Assim, temos uma ordem lógica de acontecimentos:

1. Obrigação tributária principal


a. Ocorrência do fato gerador, preenchendo os critérios da regra-matriz
de incidência tributária
 Critério material: verbo mais complemento
 Critério espacial: local do acontecimento
 Critério temporal: momento em que ocorreu
 Critério pessoal: sujeito ativo (credor); sujeito passivo (devedor)
 Critério quantitativo: base de cálculo (valor sobre o qual incidirá a
alíquota); alíquota (fixada com um percentual)
2. Lançamento tributário: ato administrativo (quantificação da obrigação
tributária)
a. Lançamento de ofício (realizado pela administração
independentemente da participação ou provocação de terceiros
interessados; ex.: IPTU)
b. Lançamento por declaração (ocorre quando é levado ao conhecimento
da autoridade administrativa o acontecimento de um fato tributável e
sua dimensão econômica pelo sujeito passivo, que aguarda o cálculo
do tributo devido e sua notificação por parte da administração, para

8
que, enfim, efetue o pagamento correspondente ou para que
apresente a sua impugnação; ex.: ITBI)
c. Lançamento por homologação (quando a apuração do montante
devido cabe ao sujeito passivo, que também deve realizar o
pagamento do tributo antes da manifestação da autoridade fazendária
acerca dessa apuração; ex.: IPI)
3. Crédito tributário: após a ocorrência da obrigação tributária principal e do
ato administrativo que é o lançamento, está constituído o crédito tributário
e, somente após essa constituição, ele poderá ser cobrado (exigido)

Portanto, uma pessoa que auferiu renda (obrigação tributária principal),


irá realizar o ato administrativo de preenchimento da declaração de Imposto de
Renda (lançamento por homologação, pois a autoridade administrativa apenas
confirma se os atos do sujeito passivo estão de acordo com a legislação
tributária; essa confirmação é a homologação) e, tendo sido constituído o crédito
tributário, o contribuinte irá realizar o pagamento.
No art. 142 do CTN consta que

compete privativamente à autoridade administrativa constituir o


crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação correspondente; determinar a matéria tributável; calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o
caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (grifo nosso)

E, em seu parágrafo único, que: “a atividade administrativa de lançamento é


vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional” (Brasil, 1966,
grifo nosso).
Os elementos da obrigação tributária e, consequentemente, do crédito
tributário deverão estar devidamente identificados, sendo eles: fato jurídico
tributário (fato gerador), os sujeitos ativo e passivo, a base de cálculo, a alíquota
e o montante a ser pago. Tais critérios são os mesmos critérios que verificamos
na regra-matriz de incidência tributária.
Importante destacar que, até o lançamento, existe apenas a obrigação
tributária e é após a formalização, pelo ato administrativo, do lançamento que o
crédito tributário é constituído e exigível. Então, se a obrigação tributária nasce
com a ocorrência do fato gerador, o crédito tributário nasce com o lançamento.

9
TEMA 4 – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A suspensão da exigibilidade do crédito, em rigor, ocorre quando o sujeito


ativo admite que o cumprimento da obrigação tributária deixa de ser exigido,
porém, não suspende a obrigação em si ou o crédito tributário, conforme
admitido pelo CTN, do surgimento da obrigação tributária e o aparecimento do
crédito tributário que dela for decorrente (art. 113, parágrafo 1º do CTN) (Brasil,
1966). Um dos exemplos que iremos estudar é o parcelamento, uma vez que,
realizado o parcelamento, não pode ser exigido o pagamento do crédito
tributário. Exemplificando ainda mais, podemos mencionar o Refis, que é o
programa de recuperação fiscal que tem como objetivo facilitar a regularização
de tributos em atraso de pessoas físicas ou jurídicas, caso optantes pelo
parcelamento.
Dessa forma, surge a possibilidade da existência da obrigação tributária
sem o crédito tributário, conforme disposto no art. 139 do CTN, segundo o qual
“o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta” (Brasil, 1966). Portanto, não existe obrigação sem crédito ou débito,
porque estes são imprescindíveis para a ocorrência de uma relação jurídica
denominada obrigação tributária, pois figuram como elementos indispensáveis e
integram o vínculo obrigacional.
Uma vez realizado o lançamento e notificado o sujeito passivo, sem que
ocorra o pagamento do tributo no prazo fixado, cabe à Fazenda Pública exigir
judicialmente o seu crédito, pois, como as demais obrigações em geral, a
obrigação tributária não é autoexecutável. Por isso, se o direito de crédito
estiver dotado de liquidez, certeza e exigibilidade pela efetuação do
lançamento, o Fisco procederá à formalização do título executivo mediante
a inscrição do crédito em dívida ativa (Nascimento, 1997).
O art. 151 do CTN prevê uma alternativa: mesmo que já tenha sido
efetuado o lançamento e inexistindo o pagamento, a Fazenda Pública não
poderá propor a execução judicial por causa da suspensão da exigibilidade
do crédito tributário. Não se extingue o direito de crédito da Fazenda, mas,
enquanto durarem as causas elencadas no referido artigo, ele não poderá ser
exercido por ausência de exigibilidade, pois, se fixado um prazo maior para
pagamento (moratória) ou caso seja realizada uma renegociação da dívida
(parcelamento) ou, então, que seja realizado depósito do valor para se evitar a

10
incidência de multas e juros, mas em que ainda se queira discutir o valor que
está sendo cobrado (Brasil, 1966). Todas essas hipóteses não fazem com que a
dívida esteja quitada, mas sim suspensa e, durante esse período, o crédito
tributário não poderá ser cobrado, ou seja, o crédito estará com sua exigibilidade
suspensa. Comprova-se aqui que a existência do direito nada tem a ver com seu
exercício ou exigibilidade.
A ocorrência de ao menos uma das causas presentes no art. 151 do CTN
e enquanto ela(s) durar(em) acarretará(ão) a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário, tendo como consequência: o bloqueio do ajuizamento de
execução fiscal; ou a suspensão da contagem do prazo prescricional para que
seja ajuizada a ação fiscal, se ela já tiver sido iniciada, causando um efeito
suspensivo, ou impedindo o início da contagem, gerando um efeito impeditivo;
ou, ainda, a não importância, em dispensa do cumprimento de obrigação
acessória ou principal (como preceitua o parágrafo único do mesmo artigo)
(Brasil, 1966).
Outra causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário são as
reclamações e recursos em processo tributário administrativo, de acordo com os
termos das leis que os disciplinam, já que, se o contribuinte apresentar uma
impugnação/recurso, não poderá o órgão administrativo lhe cobrar o valor que
está em discussão. Isso não evita a incidência de multas e juros, caso sejam
julgadas improcedentes as tentativas do contribuinte; mas, enquanto durar o
processo administrativo, não há o dever de pagar, o que pode acontecer ao fim
do processo, pois o crédito tributário tornar-se-á exigível. Dessa forma, cabe
identificar que as leis que regulam o processo administrativo tributário, no que
se refere ao art. 151 do CTN, são as leis das pessoas competentes para legislar,
ou seja, a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal. Assim sendo,
não podem negar efeito suspensivo às impugnações e recursos administrativos
as leis federais, estaduais ou municipais, pois o CTN consagra a norma de raiz
constitucional, inafastável, ainda que por meio de lei complementar (Brasil,
1966).
O CTN trata da suspensão da exigibilidade do crédito tributário no seu art.
151:

Art. 151 - Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;

11
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial;
VI - o parcelamento. (AC)
Parágrafo único - O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento
das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo
crédito seja suspenso, ou dela consequentes.

Vamos nos atentar para duas formas da suspensão da exigibilidade do


crédito, que são: a moratória e o parcelamento. Para Carlos Valder Nascimento
(1997, p. 413):

Moratória é a concessão de melhores condições e prazo para


execução da dívida (dilação do prazo para pagamento, parcelamento
da dívida), etc. não tem, assim, o sentido de remissão extintiva do
débito ou anistia das penalidades cabíveis. Funda-se a lei concessiva
em razões de ordem pública, como guerra, calamidade, comoção
política ou grave crise econômica e financeira.
No direito tributário somente decorre de lei, em razão do princípio da
indisponibilidade dos bens públicos, de modo que a autoridade
fazendária não pode – sem lei – conceder moratória de tributos.

Assim, temos que a moratória se refere a uma extensão do prazo para o


pagamento, enquanto o parcelamento seria a negociação do pagamento em
parcelas. Cabe, então, à União, aos estados e aos municípios a concessão da
moratória, mediante lei geral ou individual, de seus próprios tributos.
A moratória e o parcelamento, praticamente como toda atividade
administrativa, é procedimentalizada. No que se refere ao deferimento dos
pedidos de parcelamento, tal procedimento desenvolve-se desde o
requerimento, passa pela verificação realizada pela autoridade competente no
que diz respeito ao preenchimento dos requisitos legais exigidos como condição
para seu deferimento, até o aperfeiçoamento do ato que o concede. O
procedimento que defere o parcelamento deve ter suas exigências legais
atendidas para que então se conceda o benefício, de forma que não é facultada
ao Fisco a concessão de um parcelamento e, em outro momento, formular novas
exigências para que sejam reconhecidos seus efeitos.
Ainda que o parcelamento ou seus efeitos só possam ser
desconsiderados pelo Fisco no caso de o sujeito passivo dar causa à sua
rescisão, ocorre que, eventualmente, após concessão do parcelamento, seus
efeitos não sejam respeitados pelo agente autorizador.
Quanto à diferenciação entre moratória e parcelamento, destaca-se que
moratória é a concessão de melhores condições e prazo para a execução da

12
dívida, enquanto o parcelamento, introduzido pela Lei Complementar n.
104/2001, figura hipótese de suspensão, existindo a possibilidade da concessão
de tal instituto em normas incompatíveis com o regime jurídico de moratória,
como nas normas que determinam a incidência de juros e multas (Brasil, 2001).
Dessa forma, diferencia-se o parcelamento como espécie de moratória e o
parcelamento em sentido estrito.
Sendo assim, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ocorre
quando o sujeito ativo admite que o cumprimento da obrigação tributária deixe
de ser exigido, sem suspender a obrigação em si ou o crédito tributário.

TEMA 5 – EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A extinção do crédito tributário se refere ao término do direito da Fazenda


Pública de cobrar a obrigação tributária, exigir o pagamento do crédito tributário.
As hipóteses para que isso ocorra, previstas no CTN, encontram-se dispostas
nos arts. 156, 164 e 170 a 174 (Brasil, 1966).
As 12 modalidades de extinção do crédito tributário são:

1. Pagamento.
2. Imputação do pagamento: escolha do devedor, quando houver dois ou
mais débitos da mesma natureza, por um só credor, para indicar a qual
deles oferecerá pagamento, caso todos forem líquidos e vencidos. O
sujeito passivo indica qual débito pretende saldar em primeiro lugar.
3. Compensação: quando duas pessoas são credoras e devedoras uma da
outra ao mesmo tempo, há a possibilidade de suas prestações serem
extintas, dependendo dos seus valores.
4. Transação: acordo celebrado entre duas ou mais pessoas com finalidade
de extinguir o crédito tributário.
5. Remissão: depende de lei expedida pelo ente competente para legislar
sobre o tributo a que se aplica. Consiste na dispensa do pagamento total
ou parcial do crédito tributário e não se aplica às penalidades relativas à
falta de pagamento, mas sim ao tributo devido.
6. Prescrição: perda do direito de ação, perda do prazo para que se ajuíze
uma ação destinada a assegurar um direito; esse não exercício configura
prescrição se, no prazo de cinco anos, contados da data do lançamento

13
válido (constituição definitiva do crédito tributário), o credor não cobrar,
mediante via administrativa, seu crédito.
7. Decadência: tem como sinônimo a caducidade, correspondente ao prazo
para o exercício de um direito. Em matéria tributária, refere-se ao
exercício do direito de constituir o crédito tributário por meio do
lançamento. Se, em cinco anos, não se houver realizado o lançamento, o
direito decai e é considerada a sua decadência.
8. Conversão de depósito em renda: o sujeito passivo, ao discutir a validade
da cobrança do crédito tributário, poderá fazer depósito em juízo dos
valores até se apurar se o tributo é ou não devido.
9. Homologação do lançamento: refere-se a tributos sujeitos ao lançamento
por homologação. A lei permite ao sujeito passivo realizar o lançamento
e, se em cinco anos a Administração Pública não se manifestar, se
considerarão extintos os créditos tributários em razão da confirmação.
10. Consignação em pagamento: consiste no depósito judicial do valor devido
e tem efeito de pagamento; ocorre quando a Administração Pública se
recusar a receber o pagamento.
11. Decisão administrativa irreformável: ocorre ao término de um processo
administrativo que não pode mais sofrer alteração em âmbito
administrativo, podendo se extinguir o crédito por não ser considerado
devido o pagamento.
12. Decisão judicial transitada em julgado: decisão proferida por juízo ou
tribunal da qual não cabe qualquer recurso pode provocar a extinção da
exigência do crédito.

Assim, verificamos as formas pelas quais o crédito tributário se extingue


e não poderá mais ser exigido.

TROCANDO IDEIAS

O direito tributário possui uma relação com as demais áreas do direito,


inclusive com o direito penal. Sobre essa relação, vamos analisar o entendimento
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que o não recolhimento de Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode caracterizar crime.
Essa questão é importante pela ótica de como é possível utilizar o poder
de coerção do Estado para se garantir o pagamento de um tributo, ou seja, foi

14
constituído um crédito tributário; cabe ao sujeito ativo cobrá-lo e ver seu crédito
satisfeito. Não havendo causa de sua suspensão ou extinção, o crédito tributário
pode ser exigido pela via judicial, por meio da execução fisca, porém, o mero
inadimplemento de um tributo não configura cometimento de um crime ou pelo
menos não o deveria configurar.

Saiba mais

Para entender melhor, leia as matérias disponíveis nos links a seguir.


<http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-
antigas/2018/2018-08-28_07-51_Nao-recolhimento-de-ICMS-pode-caracterizar-
crime.aspx> (Brasil, 2018);
<https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI311964,71043-
A+criminalizacao+do+mero+inadimplemento+tributario+Analise+do+novo>
(Lima; Cannizzaro, 2019). Acesso em: 19 fev. 2020.

Discuta no fórum sobre a criminalização do não recolhimento do ICMS, se


acredita que essa criminalização poderia fazer com que diminuísse o
inadimplemento dos contribuintes quanto ao pagamento do crédito tributário
constituído.

NA PRÁTICA

Considere-se como caso prático hipotético uma pessoa que trabalhe


como perito de assistência técnica para os efeitos do Acordo Básico de
Assistência Técnica firmado entre o Brasil e a Organização das Nações Unidas
(ONU). Em tal situação, há previsão legal de isenção do Imposto de Renda,
expressa nos Decretos n. 1.041/1994 e n. 3.000/1999, que são os Regulamentos
de Imposto de Renda (RIR) (Brasil, 1994, 1999). Nessa situação, referida pessoa
faz constar, em sua declaração de Imposto de Renda, que a remuneração
percebida correspondente é de rendimentos não tributáveis.
Suponha-se que a declaração de Imposto de Renda dessa pessoa caia
na malha fina e, na averiguação fiscal sobre serem ou não, os rendimentos,
tributáveis, o agente fiscal interprete como tributáveis os referidos rendimentos.
Por entender o contribuinte ser obrigado a efetuar o pagamento do valor
constante da notificação de lançamento, ele opta por realizar o parcelamento,
única condição financeira que lhe é viável, no momento em que é obrigado a

15
confessar o débito de forma irrevogável e irretratável, configurando a confissão
extrajudicial.
No curso do parcelamento havido, com o correspondente adimplemento
de parcelas, o contribuinte fica sabendo que a exação fiscal que lhe foi
perpetrada é totalmente insubsistente, em decorrência da isenção de Imposto de
Renda a que tinha direito, diante de ter tido acesso a decisões judiciais sobre a
matéria. Verifica-se que a jurisprudência está se pacificando no sentido de
considerar que a confissão de débitos na via administrativa não implica a
impossibilidade de discutir sua legalidade ou inconstitucionalidade em ação
judicial.
Depois de referidos os conceitos anteriores, cabe mencionar a suspensão
da exigibilidade do crédito tributário, mais especificamente as figuras da
moratória e do parcelamento tributário. A suspensão ocorre quando o sujeito
ativo admite que o cumprimento da obrigação tributária deixe de ser
exigido, sem suspender a obrigação em si ou o crédito tributário, conforme
art. 151 do CTN (Brasil, 1966).
A moratória se exprime pela concessão de melhores condições e prazo
para a execução da dívida (art. 152 e seguintes do CTN), mediante dois
requisitos obrigatórios, que são: o prazo de duração do favor e os tributos a que
se aplica (Brasil, 1966).
Assim, com base na análise dos conceitos abordados, verifica-se que,
ainda que haja confissão, como um requisito para se aderir ao parcelamento;
ainda que a exigibilidade do crédito esteja suspensa, é possível discutir os efeitos
da confissão por via judicial, a fim de verificar que o tributo foi pago
indevidamente, extinguindo o crédito tributário a que se refere o parcelamento e
tendo direito o sujeito passivo à restituição dos valores porventura já pagos.

FINALIZANDO

O reconhecimento de um direito é realizado pelo direito positivo em


conjunto com a norma jurídica, ou seja, o texto legal e a sua interpretação,
ensejando a construção das normas jurídicas tributárias, que se exprimem de
várias formas, seja mediante a constituição do crédito tributário, das normas
protetivas do sujeito passivo, seja por meio do sujeito ativo ou ainda das medidas
legais cabíveis a cada caso concreto.

16
Verificamos, também, a diferença entre competência tributária e
capacidade tributária ativa e passiva e entre as figuras de contribuinte de fato e
contribuinte de direito, bem como o princípio da capacidade contributiva.
Acerca da relação jurídica ocorrida em decorrência da incidência da
norma disposta na lei tributária, depois de acertada, quantificada e liquidada,
remete-se a outra fase, denominada crédito tributário. A constituição do crédito
tributário ocorre mediante lançamento, que é um ato praticado pela
Administração Pública. Ainda que a obrigação tributária tenha surgimento com o
fato gerador, o crédito só é constituído e exigível a partir do seu lançamento.
Ainda falando sobre crédito tributário, estudamos as causas de suspensão
da sua exigibilidade e também as suas causas de extinção.
Após nossos estudos desta aula, continuaremos a construção dos
institutos abordados pela disciplina. Bons estudos!

17
REFERÊNCIAS

AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

BRASIL. Decreto n. 1.041, de 11 de janeiro de 1994. Diário Oficial da União,


Brasília, 12 jan. 1994. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D1041.htm>. Acesso em:
8 fev. 2020.

_____. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Diário Oficial da União,


Brasília, 29 mar. 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm>. Acesso em: 8 fev.
2020.

_____. Lei Complementar n. 104, de 10 de janeiro de 2001. Diário Oficial da


União, Brasília, p. 1, 11 jan. 2001. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm>. Acesso em: 7 fev.
2020.

_____. Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Diário Oficial da União, Brasília,


p. 12.452, 27 out. 1966. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 7 fev. 2020.

_____. Medida Provisória n. 899, de 16 de outubro de 2019. Diário Oficial da


União, Brasília, p. 1, 17 out. 2019a. Disponível em:
<http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-899-de-16-de-outubro-
de-2019-222374340>. Acesso em: 7 fev. 2020.

BRASIL. Ministério da Economia. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. MP


do Contribuinte Legal: negociação de dívidas junto à União. Brasília, 12 nov.
2019b. Disponível em: <http://www.pgfn.fazenda.gov.br/noticias/2019/mp-do-
contribuinte-legal-negociacao-de-dividas-junto-a-uniao>. Acesso em: 7 fev.
2020.

BRASIL. Senado Federal. Centro Gráfico. Constituição da República


Federativa do Brasil. Brasília, 1988.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Não recolhimento de ICMS pode


caracterizar crime. Brasília, 28 ago. 2018. Disponível em:
<http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-

18
antigas/2018/2018-08-28_07-51_Nao-recolhimento-de-ICMS-pode-caracterizar-
crime.aspx>. Acesso em: 8 fev. 2020.

CARRAZZA, R. A. Imposto sobre a renda (perfil constitucional e temas


específicos). São Paulo: Malheiros Editores, 2006.

LIMA, T. G. F.; CANNIZZARO, P. J. C. L. A criminalização do mero


inadimplemento tributário: análise do novo entendimento do STJ. Migalhas, 1
out. 2019. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/311964/a-
criminalizacao-do-mero-inadimplemento-tributario-analise-do-novo-
entendimento-do-stj>. Acesso em: 8 fev. 2020.

NASCIMENTO, C. V. (Coord.). Comentários ao código tributário nacional: Lei


n. 5.172, de 25/10/1966. Rio de Janeiro: Forense, 1997.

VENERAL, D. C. Direito aplicado. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.

19

Você também pode gostar