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SOCIEDADE LIMITADA

UNIPESSOAL (SLU)
Sociedade Limitada Unipessoal

❖Surge com a chamada Lei de Liberdade Econômica – Lei n. 13.874, de


20 de setembro de 2019; (MP 881/2019)
❖A referida legislação provoca uma série de alterações legislativas,
dentre elas, acrescenta ao artigo 1052 do CC:

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor


de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital
social.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais
pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no
que couber, as disposições sobre o contrato social. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)
Sociedade Limitada Unipessoal

❖Lei 14.382 de 27 de junho de 2022 que dispõe sobre o sistema


eletrônico de registros públicos revogou o art. 980-A do CC, que
tratava da EIRELI.
❖Permitiu-se portanto a constituição de sociedade limitada por um
único sócio – SLU (Art. 1052, CC).
❖A unipessoalidade pode resultar da constituição originária ou
derivada. Essa ultima se concretiza pela saída de sócios ou por outras
operações como: fusão, incorporação.. Etc.
❖O ato constitutivo observará as disposições do contrato social,
contudo, entende-se que a sua natureza não é de contrato por
encampar um perfil nitidamente institucional.
Sociedade Limitada Unipessoal

❖É vedada a participação de sócios cuja contribuição para o capital


social consista na prestação de serviços, exige-se ao menos que
formalmente todos contribuam para a formação do capital social com
dinheiro ou bens.
❖É uma das formas da natureza jurídica Sociedade Limitada na qual
não é preciso ter sócios. O patrimônio do empreendedor fica
separado do patrimônio da empresa, e também não há exigência de
valor mínimo para compor o Capital Social.
❖No final de 2021, a natureza jurídica EIRELI deixou de existir e todas
as empresas que possuiam essa natureza, passaram para Limitada
Unipessoal (SLU).
Sociedade Limitada Unipessoal

❖Ao contrário de outras naturezas jurídicas, é possível abrir mais de


uma empresa nesse formato.
❖Nome empresarial: pode ser na modalidade de firma ou
denominação.
•Pode abrir uma Sociedade Limitada Unipessoal pessoas maiores de 18
anos ou emancipadas que querem empreender sem a
obrigatoriedade de ter um sócio.
•Além disso, esse tipo de empresa permite a legalização de atividades
econômicas e profissões não contempladas em outras naturezas, tais
como advogados, médicos, entre vários outros.
Sociedade Limitada Unipessoal

❖Não pode abrir uma Sociedade Limitada


Unipessoal microempreendedores que já possuem MEI.
❖O nome da Sociedade Limitada Unipessoal deve acrescentar a palavra
“Limitada” ou “Ltda.” ao final do nome empresarial.
❖A principal diferença entre a SLU e a EIRELI é que a Eireli exigia a
comprovação de capital social mínimo de 100 salários mínimos. A
SLU, não. Além disso, quem tinha uma Eireli não podia abrir outro
negócio ou participar de outro empreendimento que tivesse o mesmo
formato. Já a SLU não tem essa limitação.
Diferença entre SLU e MEI:

MEI é a sigla para Microempreendedor Individual. Consiste em um tipo


de empresa com apenas um proprietário, cujo faturamento anual não
pode ultrapassar R$ 81 mil. Quem é MEI não pode ter sócios, nem ter
participação em outra empresa. Além disso, esse modelo empresarial
permite a contratação de apenas 1 empregado que deve receber, no
mínimo, o piso salarial da sua categoria. O MEI tem a vantagem de se
enquadrar automaticamente no Simples Nacional, regime tributário
que facilita o recolhimento de impostos em uma única guia, o DAS,
Documento de Arrecadação do Simples Nacional. No entanto, nem
todas as atividades econômicas são permitidas nesse tipo de empresa
Diferença entre SLU e EI

Trata-se de uma atividade composta apenas pelo proprietário da


empresa. Ou seja, assim como a SLU, não precisa de sócios.
Também como a Sociedade Limitada Unipessoal, não é preciso integrar
um valor mínimo de Capital Social. Por outro lado, o patrimônio
pessoal do empreendedor fica atrelado ao patrimônio da empresa.
Isso quer dizer que, no caso de dívidas ou falência, todos os seus bens
podem ser usados para quitação desses déficits.
Quanto ao número de empregados que podem ser contratados,
diferentemente do MEI, não há limite. Dessa forma, o proprietário
pode admitir quantos colaboradores forem necessários para o bom
andamento do seu negócio.
DO REGISTRO
DO SITEMA DE REGISTRO

Importante lembrar que no Direito Empresarial vamos tratar do


registro do empresário individual e da sociedade empresária.
As normas estão dispostas nos artigos do Código Civil, artigos 967-969
e artigos 1.150 até 1.154, assim como pela Lei 8.934/94 (Lei de Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins).

❖Empresário Individual (Pessoa Física) e Sociedade Empresária (Pessoas


Jurídicas) devem fazer o registro no Registro Público de Empresas
Mercantis (RPEM), a cargo das Juntas Comerciais.
❖Sociedade Simples o registro é feito no Registro Civil de Pessoa Jurídica
(RCPJ).
DO REGISTRO

ATENÇÃO!

O registro é obrigatório para que a empresa tenha regularidade e


personalidade, mas não é constitutivo da atividade de empresa. Logo,
REGISTRO tem função meramente declaratória.
(OAB XXVII 2018) Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu investir na
construção de uma hospedagem do tipo pousada no terreno que possuía em
Matinhos. Roberto contratou um arquiteto para mobiliar a pousada, fez cursos de
hotelaria e, com os ensinamentos recebidos, contratou empregados e os treinou. Ele
também contratou um desenvolvedor de sites de Internet e um profissional
de marketing para divulgar sua pousada. Desde então, Roberto dedica-se
exclusivamente à pousada, e os resultados são promissores. A pousada está sempre
cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em breve, será
ampliada em sua capacidade. Considerando a descrição da atividade econômica
explorada por Roberto, assinale a afirmativa correta.
a) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de
profissionalismo de seu titular quanto de produção de bens.
b) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços
não ser um ato de empresa.
c) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário
a partir do registro na Junta Comercial.
d) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário,
independentemente de registro na Junta Comercial.
(OAB XXVII 2018) Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu investir na
construção de uma hospedagem do tipo pousada no terreno que possuía em
Matinhos. Roberto contratou um arquiteto para mobiliar a pousada, fez cursos de
hotelaria e, com os ensinamentos recebidos, contratou empregados e os treinou. Ele
também contratou um desenvolvedor de sites de Internet e um profissional
de marketing para divulgar sua pousada. Desde então, Roberto dedica-se
exclusivamente à pousada, e os resultados são promissores. A pousada está sempre
cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em breve, será
ampliada em sua capacidade. Considerando a descrição da atividade econômica
explorada por Roberto, assinale a afirmativa correta.
a) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de
profissionalismo de seu titular quanto de produção de bens.
b) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços
não ser um ato de empresa.
c) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário
a partir do registro na Junta Comercial.
d) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário,
independentemente de registro na Junta Comercial.
(OAB XV 2014) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade intelectual
de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão
constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo
Chaves em nenhum órgão público. Com base nessas informações e nas disposições
do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza
literária.
b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão
público
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta
Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter
profissional.
(OAB XV 2014) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade intelectual
de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão
constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo
Chaves em nenhum órgão público. Com base nessas informações e nas disposições
do Código Civil, assinale a afirmativa correta.
a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza
literária.
b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão
público
c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta
Comercial.
d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter
profissional.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:

Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e


simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à
inscrição e aos efeitos daí decorrentes.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal


profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968
e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
O registro para o ruralista é opcional.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:

Art. 971. [...]

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo à


associação que desenvolva atividade futebolística em caráter habitual
e profissional, caso em que, com a inscrição, será considerada
empresária, para todos os efeitos. (Incluído pela Lei nº 14.193, de
2021)
Registro de filiais

Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar


sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis,
neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento
secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede.

Filial é uma nova unidade de uma empresa, que segue as regras e diretrizes de uma
sede ou matriz. Assim, a abertura pode ser feita como uma estratégica de
crescimento da marca. Logo, o projeto nasce com uma finalidade específica como,
por exemplo, a expansão do negócio.
Sucursal diz-se de ou estabelecimento comercial ou financeiro, subordinado a uma
matriz; filial.
ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Estabelecimento empresarial, que é sinônimo de fundo de comércio, é


o complexo de bens reunidos para o desenvolvimento da atividade
empresarial e possui um valor próprio, distinto do valor dos bens que o
compõem. Estabelecimento não é sinônimo de patrimônio. O
patrimônio é composto de todos os bens valorados economicamente e
o estabelecimento é composto, apenas, de bens utilizados para o
exercício da atividade. Os débitos, por exemplo, fazem parte do
patrimônio, mas não do estabelecimento.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

O estabelecimento se organiza para a obtenção de resultados para o


empresário e a sociedade empresária, ou seja, sua exploração
econômica visa a prosperidade. Assim, a capacidade de obtenção de
lucros é uma qualidade do estabelecimento, não o integrando como
elemento, mas sim como atributo.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

O Código Civil brasileiro, em seu art. 1.142, conceitua estabelecimento


empresarial como “(...) todo complexo de bens organizado, para
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.

A união desses bens organizados para possibilitar o exercício da


atividade empresarial faz que eles tenham um valor próprio distinto do
estabelecimento, considerado individualmente. Portanto, o fundo de
comércio ou estabelecimento empresarial constitui uma universalidade
de fato, um conjunto de bens que se mantêm unidos, destinados a um
fim, por vontade e determinação de seu proprietário.
Elementos do estabelecimento

Estabelecimento empresarial é composto por bens de duas categorias:


corpóreos e incorpóreos.
Os bens corpóreos são aqueles que se caracterizam por ocupar espaço
no mundo exterior, dentre eles podemos destacar: (a) mercadorias; (b)
instalações; (c) máquinas e utensílios; (d) dinheiro; e (e) veículos. Ainda
que citemos tais bens móveis, vale lembrar também dos bens imóveis.
Os bens incorpóreos são as coisas imateriais, que não ocupam espaço
no mundo exterior, são ideias, frutos da elaboração abstrata da
inteligência ou do conhecimento humano. Existem na consciência
coletiva. Nessa categoria, estão os direitos que seu titular integra no
estabelecimento empresarial, tais como (a) patente de invenção; (b)
modelo de utilidade; (c) marcas; (d) desenhos industriais; (e) obras
literárias; (f) ponto; e (g) título do estabelecimento.
Elementos do estabelecimento
Elementos do estabelecimento
Trespasse

O estabelecimento empresarial compõe o patrimônio do empresário,


razão pela qual este tem livre disponibilidade sobre o estabelecimento
empresarial, ou seja, faz dele o que melhor lhe aprouver. Por outro
lado, uma vez que integra o patrimônio do empresário, o
estabelecimento empresarial é a garantia dos credores; e, nessa linha,
a lei fixa determinadas condições para que possa ser alienado.

Ao cessionar o estabelecimento, é importante conceber que se estará


transferindo para outra titularidade bem móvel, situação que decorre
do mandamento legal presente no art. 1.143 do Código Civil, que
autoriza tal figura jurídica para que o estabelecimento, objeto unitário
de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, sejam
compatíveis com sua natureza.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por
sociedade empresária. (Vide Lei nº 14.195, de 2021)
§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a
atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. (Incluído pela
Lei nº 14.382, de 2022) PONTO COMERCIAL
§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual,
o endereço informado para fins de registro poderá ser, conforme o
caso, o endereço do empresário individual ou o de um dos sócios da
sociedade empresária. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)
§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, a
fixação do horário de funcionamento competirá ao Município,
observada a regra geral prevista no inciso II do caput do art. 3º da Lei
nº 13.874, de 20 de setembro de 2019.§ 3º Quando o local onde se
exerce a atividade empresarial for físico, a fixação do horário de
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de
negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis
com a sua natureza.

Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou


arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou
da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis,
e de publicado na imprensa oficial.
Trespasse

A alienação do estabelecimento empresarial poderá ser parcial e não


precisará de concordância dos credores, caso restem bens suficientes
para cumprir com as obrigações contraídas.

No caso de trespasse, situação em que são transferidos todos os bens


que constituem a substância da empresa para outro titular, o
legislador, no art. 1.145 do Código Civil, fixa como condição a
concordância expressa ou tácita de todos os credores do empresário
ou o pagamento de todos os credores.
Trespasse

REGRA ESPECÍFICA DAS PEQUENAS EMPRESAS:

Art. 71, LC 123/06. Os empresários e as sociedades de que trata esta


Lei Complementar, nos termos da legislação civil, ficam dispensados
da publicação de qualquer ato societário.
Trespasse

DA CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA:

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do


estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco
anos subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do
estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o
prazo do contrato.
Trespasse

DA TRANSFERÊNCIA DE DÉBITOS:

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo


pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.
SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO

•554, STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade


da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida,
mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos
geradores ocorridos até a data da sucessão.
• 451, STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento
comercial.
• 646, STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo
em determinada área.
• 645, STF: É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.
ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO COMERCIAL:

• III JORNADA, ENUNCIADO 95 – Os perfis em redes sociais, quando


explorados com finalidade empresarial, podem se caracterizar como
elemento imaterial do estabelecimento empresarial.

• II JORNADA, ENUNCIADO 59. A mera instalação de um novo


estabelecimento, em lugar antes ocupado por outro, ainda que no
mesmo ramo de atividade, não implica responsabilidade por sucessão
prevista no art. 1.146 do CCB.
NOME EMPRESARIAL
NOME EMPRESARIAL

É o nome com o qual o empresário, seja pessoa natural, seja pessoa


jurídica, se apresenta no mercado, identificando o sujeito que exerce a
atividade empresarial. O nome empresarial é também um dos
elementos incorpóreos do estabelecimento empresarial, não se
confundindo com outros elementos de identificação da empresa, como
a marca dos produtos vendidos ou o título do estabelecimento.

O nome empresarial torna possível a participação do empresário


individual e coletivo no mundo dos negócios, tornando-o sujeito de
direitos e obrigações e dando-lhe, ainda, legitimidade processual ativa
e passiva.
NOME EMPRESARIAL

De acordo com o art. 34 da Lei 8.934/1994: “O nome empresarial


obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade”.
O princípio da veracidade preceitua que o nome empresarial não
poderá conter nenhuma informação falsa, pois, sendo a expressão que
identifica o empresário ou sociedade empresária em suas relações, é
preciso que o nome empresarial forneça somente dados verdadeiros
referentes àquele com quem se negocia. Entretanto, em alguns casos,
poderá haver a alteração obrigatória do nome empresarial, como, por
exemplo, quando se provar, após o registro, a coexistência do nome
registrado com outro já constante dos assentamentos da Junta
Comercial, ou também quando ocorrer a morte ou a saída do sócio
cujo nome conste da firma da sociedade, ou, ainda, quando houver
transformação, incorporação, fusão ou cisão da sociedade.
NOME EMPRESARIAL

O princípio da novidade proíbe que se registre um nome empresarial


igual ou muito parecido com outro já registrado.

A Junta Comercial, em que o empresário ou a sociedade empresária


requereu o arquivamento de seus atos constitutivos, deve proceder à
análise de semelhanças entre o nome empresarial do requerido
registro e outro nome empresarial já registrado, fazendo uma consulta
de seus arquivos e assentamentos.
NOME EMPRESARIAL

Assim, a proteção do nome empresarial se inicia concomitantemente


com o registro e é restrita ao território do Estado da Junta Comercial
em que o empresário se registrou. Todavia, graças ao art. 1.167 do
Código Civil, cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, intentar ação
para anular a inscrição do nome empresarial efetivada com violação da
lei ou do contrato: “Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para
anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do
contrato”.
Não pode o nome empresarial ser objeto de alienação, exceto se o
adquirente do estabelecimento empresarial continuar usando o nome
empresarial antigo do alienante precedido do seu com a qualificação
do sucessor, desde o que o contrato de trespasse permita.
Firma

Só pode ter por base o nome civil do empresário individual ou dos


sócios da sociedade empresária quando o núcleo do nome empresarial
corresponde a um ou mais nomes civis do empresário, que
corresponde também a sua assinatura, conforme art. 1.155 do Código
Civil.
Quando determinada sociedade utiliza-se de firma, estamos diante de
uma firma social. A firma social identifica algumas espécies de
sociedades em que, obrigatoriamente, o nome dos sócios deve figurar
no nome empresarial. Em regra, a firma social identifica as sociedades
em que há sócios de responsabilidade ilimitada (art. 1.157 do Código
Civil), como, por exemplo, a sociedade em nome coletivo e a sociedade
em comandita simples.
Firma

Admite-se constar da firma apenas o nome de um ou alguns dos sócios,


acompanhado do termo “CIA” ao final, por extenso ou
abreviadamente.

A firma social deve atender ao disposto no art. 1.165 do Código Civil,


que determina: toda vez que um sócio vier a falecer, for excluído ou se
retirar, o seu nome não pode ser conservado na firma. Não se permite
a manutenção do nome nem mediante cláusula contratual.
REVOGADO!!!!!!
Denominação

Pode ter por base um nome civil ou qualquer outra expressão


linguística que a doutrina costuma designar como “elemento fantasia”.
Somente duas espécies societárias podem escolher entre firma e
denominação: a limitada e a comandita por ações.
A sociedade anônima só adota denominação. No entanto, o art. 1.160,
parágrafo único, do Código Civil, repetindo o art. 3º da Lei das S.A.,
permite que, na denominação, possa constar o nome do fundador,
acionista ou pessoa que tenha contribuído para o êxito da sociedade.
Isso não transforma a denominação em firma.
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial

O Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI – é um


órgão que vislumbra as funções de orientação, coordenação,
supervisão e normatização no âmbito do Sistema Nacional de Registro
de Empresas Mercantis – SINREM, e é chamado para orientação sobre
procedimentos nos casos de pedidos de registro de nomes
empresariais idênticos ou semelhantes aos que já se encontram
registrados.

A Instrução Normativa DREI 15/2013 traz os seguintes pontos,


considerados essenciais na formação do nome empresarial, a seguir:
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial

1)O nome empresarial é aquele sob o qual o empresário individual e as


sociedades empresárias, as cooperativas exercem as suas atividades e
se obrigam nos atos a ela pertinentes.
2)Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela sociedade
em que houver sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma
facultativa, pela sociedade limitada.
3)Denominação é o nome utilizado pela sociedade anônima e
cooperativa e, em caráter opcional, pela sociedade limitada, em
comandita por ações.
4)O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da
novidade e identificará, quando assim exigir a lei, o tipo jurídico da
sociedade.
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial

5)Sobre o princípio da veracidade: o empresário individual só poderá


adotar como firma o seu próprio nome, aditando posteriormente, se
quiser ou quando já existir nome empresarial idêntico ou semelhante,
designação mais precisa de sua pessoa ou de sua atividade. Não
constituem sobrenome e não podem ser abreviados: FILHO, JÚNIOR,
NETO, SOBRINHO etc., que indicam uma ordem ou relação de
parentesco.
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial
6)A firma:
a) da sociedade em nome coletivo, se não individualizar todos os sócios,
deverá conter o nome de pelo menos um deles, acrescido do aditivo “e
companhia”, por extenso ou abreviado;
b) da sociedade em comandita simples deverá conter o nome de pelo menos
um dos sócios comanditados, com o aditivo “e companhia”, por extenso ou
abreviado;
c) da sociedade em comandita por ações só poderá conter o nome de um ou
mais sócios diretores ou gerentes, com o aditivo “e companhia”, por extenso
ou abreviado, acrescida da expressão “comandita por ações”, por extenso ou
abreviada;
d) da sociedade limitada, se não individualizar todos os sócios, deverá conter
o nome de pelo menos um deles, acrescido do aditivo “e companhia” e da
palavra “limitada”, por extenso ou abreviados.
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial

7)A denominação é formada com palavras de uso comum ou vulgar na


língua nacional ou estrangeira e/ou com expressões de fantasia, com a
indicação do objeto da sociedade.

8)A denominação:
a) na sociedade limitada deverá ser seguida da palavra “limitada”, por
extenso ou abreviada;
b) na sociedade anônima deverá ser acompanhada da expressão
“companhia” ou “sociedade anônima”, por extenso ou abreviada,
vedada a utilização da primeira ao final;
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial

c) na sociedade em comandita por ações deverá ser seguida da


expressão “em comandita por ações”, por extenso ou abreviada;
d) na empresa individual de responsabilidade limitada deverá ser
seguida da expressão “EIRELI”;
e) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI e para as
sociedades enquadradas como microempresa ou empresa de pequeno
porte, inclusive quando o enquadramento se der juntamente com a
constituição, é facultativa a inclusão do objeto da sociedade.
Departamento de Registro Empresarial e Nome Empresarial

9)Na formação dos nomes empresariais das sociedades de propósito


específico será agregada a sigla SPE, observados os demais critérios de
formação do nome do tipo jurídico escolhido, de forma que:
)se adotar o tipo Sociedade Limitada, a sigla SPE deverá vir antes da
expressão LTDA;
b) se adotar o tipo Sociedade Anônima, a sigla SPE deverá vir antes da
expressão S/A;

10.Observado o princípio da novidade, não poderão coexistir, na


mesma unidade federativa, dois nomes empresariais idênticos ou
semelhantes.
DAS PEQUENAS EMPRESAS
DAS PEQUENAS EMPRESAS

LEGISLAÇÕES QUE REGEM A MATÉRIA:


# LC 123/06
# Art. 179, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte,
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução
destas por meio de lei.
# Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à
inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
O QUE AS CARACTERIZA:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se
microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita
bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);
e
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada
ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro
milhões e oitocentos mil reais).
Art. 18-A, § 1o Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se
MEI o empresário individual que se enquadre na definição do art. 966
da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, ou o
empreendedor que exerça as atividades de industrialização,
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, que tenha
auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00
(oitenta e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que
não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

TEVE ALTERAÇÕES EM 2021 – VER LC 123/06


EM QUE CONSISTE RECEITA BRUTA:

Art. 3º, § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput


deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas
operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os
descontos incondicionais concedidos.

§ 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite


a que se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de
meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver
exercido atividade, inclusive as frações de meses.
QUAIS TIPOS DE ATIVIDADES NÃO PODEM SE ENQUADRAR NO
CONCEITO DE PEQUENAS EMPRESAS?

Art. 3º, § 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico


diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de
que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal,
a pessoa jurídica:

I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;


II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de
pessoa jurídica com sede no exterior;
QUAIS TIPOS DE ATIVIDADES NÃO PODEM SE ENQUADRAR NO
CONCEITO DE PEQUENAS EMPRESAS?
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como
empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento
jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput
deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do
capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar,
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o
inciso II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
QUAIS TIPOS DE ATIVIDADES NÃO PODEM SE ENQUADRAR NO
CONCEITO DE PEQUENAS EMPRESAS?

VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;


VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito,
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de
empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de
capitalização ou de previdência complementar;
QUAIS TIPOS DE ATIVIDADES NÃO PODEM SE ENQUADRAR NO
CONCEITO DE PEQUENAS EMPRESAS?

IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de


desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5
(cinco) anos-calendário anteriores;

X - constituída sob a forma de sociedade por ações;

XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o


contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e
habitualidade.
COMO FICOU APÓS A ALTERAÇÃO?
INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 45, DE 7 DE MARÇO DE 2018.

Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2018, não é passível de registro o


nome empresarial que traga designação de porte ao seu final.
DA INSCRIÇÃO E DA BAIXA DA PEQUENA EMPRESA:

Art. 4º, § 1o O processo de abertura, registro, alteração e baixa da microempresa e


empresa de pequeno porte, bem como qualquer exigência para o início de seu
funcionamento, deverão ter trâmite especial e simplificado, preferencialmente
eletrônico, opcional para o empreendedor, observado o seguinte:

Art. 9º O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas),


referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos
de governo ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias,
previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da
sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem
prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos
administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção.
DA INSCRIÇÃO E DA BAIXA DA PEQUENA EMPRESA:

§ 4º A baixa do empresário ou da pessoa jurídica não impede que, posteriormente,


sejam lançados ou cobrados tributos, contribuições e respectivas penalidades,
decorrentes da falta do cumprimento de obrigações ou da prática comprovada e
apurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas
pelos empresários, pelas pessoas jurídicas ou por seus titulares, sócios ou
administradores.
.
Lei 8.906/94: art. 1º, § 2º:
"Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de
nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes,
quando visados por advogados“.

LC 123/06
“Art. 9º. Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno
porte o disposto no § 2º do art. 1º da Lei 8.906, de 4 de julho de 1994
.
ESCRITURAÇÃO
LIVROS EMPRESARIAIS
.
Os livros empresariais podem ser de duas espécies: obrigatórios e
facultativos (§ 1º do art. 1.179).

Dentre os obrigatórios, há o comum e os especiais (art. 1.180). O


comum é aquele que se exige em relação a qualquer empresário,
independentemente de sua atividade, e especiais são aqueles impostos
por lei para certos empresários, seja em função de seu ramo de
atuação, seja em razão de uma condição especial em que se encontre,
ou em consequência da utilização de mecanismos tendentes a
documentar e facilitar a operação com os créditos decorrentes de suas
vendas ou serviços.

No rol dos livros facultativos, temos os livros Caixa, Conta-Corrente,


Obrigações a Pagar, Obrigações a Receber, além daqueles que o
empresário, a seu critério, quiser utilizar.
Exemplo de especiais:
Dentre os livros obrigatórios especiais podemos destacar os livros a
que todas as sociedades anônimas estão obrigadas a escriturar,
conforme relação constante no art. 100 da Lei n. 6.404/76, o Livro de
Atas da Assembleia dos Cotistas, nas sociedades limitadas que adotem
a figura da assembleia (§ 1º do art. 1.075), o Livro de Registro de
Duplicatas, que devem ser mantidos e escriturados pelos empresários
que emitem esses títulos de créditos (Lei n. 5.474/78, art. 19), o Livro
de Balancetes Diários e Balanços dos estabelecimentos bancários (Lei
n. 4.843/65), o Livro de Entrada e Saída de Mercadorias dos Armazéns
Gerais (Decreto n. 1.102/1903, art. 7º), os livros dos leiloeiros exigidos
pelo art. 31 do Decreto n. 21.981/32, dentre os quais se encontram o
Diário de Entrada, o Diário de Saída e o Diário de Leilões, além de
outros relativos à atividades dos corretores de navio, de mercadorias,
tradutor público etc.
TEMOS APENAS UM LIVRO COMUM (GERAL) OBRIGATÓRIO!!

Diante das regras do vigente diploma codificado, o único livro comum


obrigatório é o Diário, o qual, entretanto, poderá ser substituído por
fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. No Diário
devem ser lançadas, com clareza, todas as operações decorrentes da
atividade econômica exercida pelo empresário. Ditas operações devem
ser individualizadas, indicando-se a caracterização do documento
respectivo, e escrituradas dia a dia. Será nele ainda lançado o balanço
patrimonial e o de resultado econômico (art. 1.184).

No livro diário são lançadas as entradas e saídas.


TEMOS APENAS UM LIVRO COMUM (GERAL) OBRIGATÓRIO!!

Diante das regras do vigente diploma codificado, o único livro comum


obrigatório é o Diário, o qual, entretanto, poderá ser substituído por
fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. No Diário
devem ser lançadas, com clareza, todas as operações decorrentes da
atividade econômica exercida pelo empresário. Ditas operações devem
ser individualizadas, indicando-se a caracterização do documento
respectivo, e escrituradas dia a dia. Será nele ainda lançado o balanço
patrimonial e o de resultado econômico (art. 1.184).

No livro diário são lançadas as entradas e saídas.


REGRAS IMPORTANTES!!

Na hipótese de adoção do regime de fichas de lançamento, o


empresário fará uso do livro “Balancetes Diários e Balanços”, que será
escriturado de modo que registre a posição diária de cada uma das
contas ou títulos contábeis e o balanço patrimonial ou de resultado
econômico, no encerramento do exercício (arts. 1.185 e 1.186).
REGRAS IMPORTANTES!!

Além de impor ao empresário individual e à sociedade empresária a


obrigação de adoção de uma escrituração regular em seus livros, exige
o Código que procedam ao levantamento anual de balanço patrimonial
e de resultado econômico283 (art. 1.179). O primeiro deverá exprimir
com fidelidade e clareza a situação real do empresário, indicando,
distintamente, o ativo e o passivo; o segundo demonstrará a conta de
lucros e perdas. Dessas obrigações somente se isentam os pequenos
empresários (§ 2º do art. 1.179), tais quais definidos no art. 68 da Lei
Complementar n. 123/2006.
REGRAS IMPORTANTES!!

Os livros empresariais, sejam eles obrigatórios ou facultativos, para


produzirem efeitos jurídicos, devem observar um critério de
escrituração e estar devidamente autenticados no Registro Público de
Empresas Mercantis. A escrituração, que deverá ficar a cargo de
contabilista legalmente habilitado, será feita em idioma e moeda
corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia,
mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens. Permite-se o
emprego de códigos numéricos ou abreviaturas, que deverão constar
de livro próprio e separado do empresário, igualmente autenticado
(arts. 1.181, 1.182 e 1.183).
PREPOSTO DO EMPRESÁRIO
.
PREPOSTO DO EMPRESÁRIO

O Código Civil de 2002 veio reservar todo um Capítulo para dispor


sobre os prepostos do empresário (Capítulo III do Título IV do Livro II,
que compreende os arts. 1.169 a 1.178), destacando, expressamente,
os gerentes e contabilistas. Os prepostos são aqueles que prestam
serviços ao empresário individual ou à sociedade empresária, sendo
irrelevante a natureza do vínculo – se subordinado ao regime da CLT,
se ligado por contrato de prestação de serviços, de cessão de mão de
obra etc. – para configurar, para fins do direito obrigacional, a relação
de preposição.
Assim é que o empresário, pessoa física ou jurídica, na condição de
preponente, fica responsável pelos atos de quaisquer de seus
prepostos, desde que realizados no interior de seu estabelecimento
físico e se relacione com a atividade empresarial ali desenvolvida, ainda
que não tenha havido autorização expressa e por escrito para a sua
realização. Atendidos esses pressupostos de lugar e objeto da atividade
econômica organizada, obriga-se o empresário pelos atos de seus
prepostos, independente da natureza do vínculo de preposição,
devendo fazer cumprir os termos das contratações por eles
implementadas. Quando, entretanto, os atos negociais forem
praticados pelo preposto no ambiente externo do estabelecimento, o
empresário somente estará obrigado dentro dos limites dos poderes
por ele outorgados a seu preposto, por instrumento escrito, cuja
exibição a terceiros poderá ser suprida por certidão ou cópia
autenticada de seu teor.
ATENÇÃO!!!

No exercício de suas funções, os prepostos estão sujeitos a responder


junto ao empresário por aqueles atos que o obrigue diante de
terceiros. Se por culpa se gerou o liame obrigacional, ficam obrigados,
pela via do regresso, a indenizar o preponente pelos desembolsos e
prejuízos experimentados em razão do ato; se por dolo, sem embargo
do direito de regresso do preponente que vier pessoalmente a por ele
responder, ficará com este solidariamente responsável junto a
terceiros.
ATENÇÃO!!!

Ao preposto é vedada a prática de certos atos sem que esteja


expressamente autorizado pelo preponente, sob pena de responder
pela reparação dos danos causados e de serem retidos os lucros da
operação. Nessa ordem, não pode negociar por conta própria ou de
terceiros, nem tomar parte, ainda que indiretamente, de operação do
mesmo gênero que lhe foi cometida. Outrossim, fica-lhe obstado, sem
autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição,
sob pena, nesse caso, de responder pessoalmente pelos atos do
substituto e pelas obrigações por ele contraídas.
IMPORTANTE!!!
Como acima se destacou, duas espécies de prepostos foram
explicitamente referidas pelo Código – o contabilista e o gerente.
O contabilista é o responsável pela escrituração dos livros do
empresário. Desse modo, os assentos lançados nos livros ou fichas do
preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua
escrituração, produzem, ressalvada a hipótese de má-fé, os mesmos
efeitos se fossem lançados pessoalmente pelo empresário.
O gerente é o preposto permanente no exercício da empresa,
presente, pois, na sede do empresário, ou em sua sucursal, filial ou
agência, cujas funções são de organização e direção do trabalho em um
desses estabelecimentos físicos, exercendo posto de chefia dentro da
estrutura organizacional da empresa.
IMPORTANTE!!!
Como acima se destacou, duas espécies de prepostos foram
explicitamente referidas pelo Código – o contabilista e o gerente.
O contabilista é o responsável pela escrituração dos livros do
empresário. Desse modo, os assentos lançados nos livros ou fichas do
preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua
escrituração, produzem, ressalvada a hipótese de má-fé, os mesmos
efeitos se fossem lançados pessoalmente pelo empresário.
O gerente é o preposto permanente no exercício da empresa,
presente, pois, na sede do empresário, ou em sua sucursal, filial ou
agência, cujas funções são de organização e direção do trabalho em um
desses estabelecimentos físicos, exercendo posto de chefia dentro da
estrutura organizacional da empresa.
IMPORTANTE!!

Não há se confundir a figura do gerente tratada pelo Código de 2002


com a do administrador da sociedade empresária. Este não é um
simples preposto da pessoa jurídica, mas integra o seu órgão de
administração, através do qual a sociedade torna presente a sua
vontade, exteriorizando e afirmando a sua personalidade jurídica. É,
pois, o seu representante legal. Aquele, o gerente legalmente
concebido, pode vir até a representar a sociedade na prática de certos
atos, mas o fará na condição de mandatário.

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