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EXCELENTÍSSIMO[A] SENHOR[A] DOUTOR[A] JUIZ[A] DA 8ª VARA DO TRABALHO DE PORTO VELHO//RO

Autos de nº 0000018-84.2020.5.14.0008
Agravante: AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME
Agravada: MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA

MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA, já qualificado nos autos em epígrafe, por


intermédio de seus advogados regularmente constituídos, vem respeitosamente à honrosa presença de Vossa
Excelência, apresentar CONTRAMINUTA AO AGRAVO DE PETIÇÃO interposto por AMAZÔNIA PRESTADORA
DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME, da mesma forma já qualificados nos referidos autos, pelo que, se
requer, após cumpridas as formalidades de estilo, NÃO SEJA CONHECIDO o apelo dos Agravantes por não
preencher as condições de admissibilidade, e, na derradeira hipótese no mérito, NEGADO PROVIMENTO
mantendo-se inalterada a r. sentença de ID nº “7b8b242”, proferida em 18/01/2024 [quinta-feira].

Termos em que,

Pede deferimento.

Porto Velho/RO, 12 de MARÇO de 2024.

Dr. MÁRCIO SANTOS Dr. FRANCISCO SALVATIERRA


OAB/RO 838 OAB/RO 7710
(assinado eletronicamente) (assinado eletronicamente)
CONTRAMINUTA AO AGRAVO DE PETIÇÃO

Autos de nº 0000018-84.2020.5.14.0008
Agravante: AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME
gravado: MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO

COLENDA TURMA.

PRECLARO (A) RELATOR (A).

A Agravante, Requereu a reforma da decisão “a quo”, trazendo as


seguintes alegações:

 Que se faz necessária a SUSPENSÃO DO IDPJ, alegando que no Recurso


Extraordinário (RE) 1387795, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.232), o ministro Dias
Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão nacional de todos os
processos que tratam da inclusão, na fase de execução da condenação trabalhista, de empresa
do mesmo grupo econômico que não tenha participado da fase de produção de provas e de
julgamento da ação, e que, ao seu ver, no caso dos autos a parte Agravada busca a inclusão da
Agravante, na fase de execução, por alegação de grupo econômico, o que se amolda
perfeitamente à hipótese em comento;

 Que o Juízo de 1º grau indeferiu o pedido de suspensão sob o argumento que o


presente caso não possui aderência com a temática instaurada no Recurso Extraordinário em
trâmite no STF, pois o suscitado está sendo incluído no polo passivo da lide por meio de IDPJ
inverso, sendo resguardado o contraditório e ampla defesa, em estrita observância do art. 134 e
seguintes do CPC, e, ao seu ver, não existe a exceção utilizada pelo juízo para indeferir o
pedido, quanto a utilização do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, alegando
que no caso dos autos deve ser interpretada a literalidade da decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal;

 Que nestes autos já foi julgado procedente incidente de desconsideração da


personalidade jurídica da empresa MAKAUBA PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA - ME, para
incluir no polo passivo da execução o espólio do sócio falecido FRANCISCO RIBEIRO FILHO,
aqui representado pela sua meeira/herdeira e demais herdeiros sucessores, ODAÍSA
MAGALHÃES DA SILVA, HUGO MIGUEL MAGALHÃES RIBEIRO, RUBÉRIO BATISTA
RIBEIRO e MARCELO BATISTA RIBEIRO, ante a ausência de inventário, com responsabilidade
limitada a cota parte hereditária de cada um, respeitando-se ainda, a meação da esposa, e, ao
seu ver, resta incontroversa a existência de bens do espólio, não há que se falar em
inadimplemento, e que, mesmo aplicando-se a teoria menor ao caso concreto, como existem
bens do espólio suficientes para garantir a execução, não estariam preenchidos os requisitos
para desconsideração ora requerida;
Ao final, 7ª Reclamada/Executada [AMAZÔNIA
PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA – ME], ora Agravante
requereu o conhecimento e provimento de seu AGRAVO DE PETIÇÃO para:

a) Preliminarmente, com fundamento no art.1.035, §5º, do CPC, fosse suspenso o presente


IDPJ, até o julgamento final do tema nº1.232 pelo Colendo STF;

b) Fosse julgado improcedente o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica;

c) Subsidiariamente, fosse respeita da ordem de preferência dos bens dos demais


executados aos da Agravante nos termos da fundamentação supra;

Não obstante, os fundamentos apresentados pelos Agravantes não se


mostram capazes de infirmar a decisão Agravada, a qual deverá ser MANTIDA INALTERADA por seus próprios e
adequados fundamentos, conforme os argumentos a seguir articulados.

1. DA PRELIMINAR PREJUDICIAL DE MÉRITO

1.1. DA INADMISSIBILIDADE DO AGRAVO PETIÇÃO – AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE


INCIDÊNICA DA SÚMULA N. 422 TST

Douto[a] Desembargador[a] Relator[a]! Conforme mencionado alhures, A


Agravante busca de reforma da r. sentença de ID nº “7b8b242”, proferida em 18/01/2024 [quinta-feira] pelo D.
Juízo a quo, contudo, não apresentou elementos aptos e idôneos a infirmar os fundamentos consignados na r.
decisão, limitando-se a tecer considerações genéricas, e, ainda, deixaram de enfrentar os argumentos explanados
pelo D. Juízo a quo na decisão que acertadamente assim fez decidir:

[...]
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO
8ª VARA DO TRABALHO DE PORTO VELHO
ATSum 0000018-84.2020.5.14.0008
RECLAMANTE: MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA
RECLAMADO: MAKAUBA PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - ME E OUTROS (6)

SENTENÇA IDPJ

I. RELATÓRIO

Trata-se de instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica inversa,


processado nos próprios autos, sendo instaurado no objetivo de viabilizar a persecução do
patrimônio da empresa.

Regularmente citada, a suscitada apresentou impugnação no id 24735de.


Vieram os autos conclusos para julgamento.

É o breve relatório.

II. FUNDAMENTAÇÃO

DA SUSPENSÃO

Pretende a suscitada a suspensão do incidente instaurado ao argumento de que "a parte


Reclamante busca a inclusão da Suscitada, na fase de execução, por alegação de grupo
econômico, o que amolda-se perfeitamente à hipótese" do Recurso Extraordinário (RE)
1387795, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.232).

O Ministro Relator Dias Toffoli determinou a suspensão nacional do processamento de todas as


execuções trabalhistas que versem sobre a questão controvertida no Tema nº 1.232 da Gestão
por Temas da Repercussão Geral, até o julgamento definitivo do recurso extraordinário, que
trata da "Possibilidade de inclusão no polo passivo da lide, na fase de execução trabalhista, de
empresa integrante de grupo econômico que não participou do processo de conhecimento".

Contudo, o presente caso não possui aderência com o temática instaurada no Recurso
Extraordinário em trâmite no STF, pois o suscitado está sendo incluído no polo passivo da lide
por meio de IDPJ inverso, sendo resguardado o contraditório e ampla defesa, em estrita
observância do art. 134 e seguintes do CPC, portanto, inexiste a pertinência entre o caso sob
análise e a questão tratada no Tema 1.232 do STF.

Rejeita-se o requerimento de suspensão do IDPJ.

DO MÉRITO

Por frustradas as tentativas de execução em face da pessoa jurídica empregadora (MAKAUBA


PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA - ME) e dos respectivos sócios (MARIA VILMA DE
ARAUJO e FRANCICO RIBEIRO FILHO - falecido), a suscitante MARIA FERREIRA DE
OLIVEIRA suscitou o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica, buscando a
responsabilização do suscitado AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E
MOTÉIS LTDA - ME, pela aplicação da desconsideração inversa da personalidade jurídica.

A suscitada afirmou que o pedido de sua responsabilização viola o §5º do art. 513 do CPC, pois
não participou do processo na fase de conhecimento. Ainda, ressaltou que as empresas não
fazem parte do mesmo grupo econômico. Por fim, alegou que não foram preenchidos os
requisitos para instauração do incidente de desconsideração da personalidade, apontando
solvência dos executados, e, ainda, que não houve abuso da personalidade jurídica, desvio de
finalidade ou confusão patrimonial.

É incontroverso que o sócio da executada (Makauba), Senhor Francisco Ribeiro Filho (falecido),
antes de seu falecimento, figurava como sócio da suscitada (Amazônia Prestadora de Serviços
de Hotéis e Motéis Ltda).
De início, registra-se que o argumento de impossibilidade de inclusão do suscitado no polo
passivo na fase de execução não prospera, pois a inclusão do suscitado decorre de instauração
do incidente de desconsideração da personalidade jurídica inversa, oportunidade em que pode
se manifestar e aduzir toda as provas cabíveis, garantido a observância dos invocados
princípios, nos termos do artigo 855-A da CLT c/c artigo 135 do CPC.

Ademais, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado em


qualquer fase do processo (Art. 134 do CPC e 855, II, da CLT).

A desconsideração inversa da personalidade jurídica implica alcançar o patrimônio de outra


empresa, integrada ou dirigida pelo sócio da devedora original, com o objetivo de satisfazer as
obrigações desta última. Tal medida parte do pressuposto de que, se a empresa executada e
respectivos sócios estão inadimplentes e não há bens capazes de satisfazer o seu débito, mas,
por outro lado, os sócios integram o quadro diretivo de outras empresas, a execução deverá
prosseguir sobre os bens destas últimas, das quais se valem os sócios para esquivar-se da
desconsideração que atingiu sua empresa anterior (a empregadora).

Isso porque, se o sócio emprega recursos próprios para a constituição de outra pessoa jurídica,
presume-se a confusão patrimonial ou o desvio de bens da pessoa física, o que leva ao
esvaziamento do patrimônio do executado e consequente frustração da execução.

No presente caso, são executados, além da reclamada MAKAUBA PRESTADORA DE


SERVIÇOS LTDA - ME, também os sócios MARIA VILMA DE ARAUJO e FRANCICO RIBEIRO
FILHO - falecido, cabendo registrar que as tentativas de execução em face dos mesmos não
obtiveram sucesso.

A sociedade suscitada era dirigida por um dos executados (FRANCISCO RIBEIRO FILHO).

Além disso, não há notícia da existência de inventário e de quem assumiu as cotas do sócio
falecido.
Convém destacar que, segundo a lei civil, os sucessores respondem pela dívida do falecido na
proporção do quinhão que receberam do mesmo, subrogando-se nos haveres e deveres do de
cujus.

Pelos fundamentos expostos, revela-se plenamente cabível e justificada a decretação da


desconsideração inversa da personalidade jurídica, para que seja responsabilizado o suscitado
AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME pela execução
que se processa nos presentes autos.

Diante do exposto, há de ser consumada a inclusão do suscitado no polo passivo da execução,


para que respondam pelas dívidas da sociedade.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, acolhe-se o incidente manejado, para determinar a desconsideração da


personalidade jurídica inversa almejada, a fim de autorizar a inclusão de AMAZÔNIA
PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME no polo passivo desta
execução, nos termos da fundamentação.
A suscitada já foi incluída no polo passivo desta execução no momento da instauração do
referido incidente.

A presente execução perfaz o montante de R$ 50.543,97 (Id eaf72c4).

Intimem-se.

Havendo ou não recurso no prazo legal, conclusos.

PORTO VELHO/RO, 18 de janeiro de 2024.

ANTONIO CESAR COELHO DE MEDEIROS PEREIRA


Juiz(a) do Trabalho Titular
[...]

Como se vê, NÃO HÁ MOTIVOS para a REFORMA da r. sentença proferida


em sede de 1º Grau, pois, como cediço, a ausência de impugnação específica aos fundamentos apresentados na
decisão Agravada implica em irregularidade formal, por conseguinte, torna inadmissível o presente recurso
conforme inteligência do artigo 1.010, II e III do Código de Processo Civil, como já pacificado na seara trabalhista
no texto Súmula nº. 422 do TST.

Inadvertidamente, em homenagem ao princípio da dialeticidade recursal,


a Agravante deveria demonstrar seu inconformismo desenvolvendo fundamentação destinada a atacar os
argumentos da r. decisão Agravada, contudo, assim não procedeu. Não basta simplesmente lançar recursos sem
promover a impugnação específica dos fundamentos da decisão combatida.

Nesse sentido já decidiu o Colendo Tribunal Superior do Trabalho


quando:

[...]
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - DECISÃO DENEGATÓRIA SEGUNDO A QUAL INCIDE
O ENTENDIMENTO DA SÚMULA Nº 126 DO TST - NÃO CONHECIMENTO - REPRODUÇÃO DO
RECURSO DE REVISTA - SÚMULA Nº 422 DO TST. Para que obtenha sucesso com o recurso interposto, a
parte deve atacar individualmente todos os fundamentos indicados na decisão que se pretende reformar. Não
basta a simples reprodução das razões apresentadas no recurso de revista. O apelo, portanto, encontra-se
desfundamentado, uma vez que foi interposto ao arrepio da norma inserta no art. 514, II, do CPC. Incidência da
Súmula nº 422 do TST. Agravo de instrumento não conhecido.(TST - AIRR: 39520105050015 3-
95.2010.5.05.0015, Relator: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 25/09/2013, 7ª Turma, Data
de Publicação: DEJT 27/09/2013)
[...]

Consubstanciado ao exposto, não merece o presente recurso ser


conhecido, pela incidência da Súmula nº. 422 do TST, vez que os Agravantes, em suas razões, não
impugnaram os fundamentos da r. decisão proferida pelo juízo da execução.

Diante do exposto, requer seja acatada a presente PRELIMINAR para


INADMITIR o AGRAVO DE PETIÇÃO dos Agravantes, com base na SÚMULA N. 422 TST.
Contudo, caso esse não seja o entendimento deste[a] Douto[a]
Desembargador[a] Relator[a], requer seja o AGRAVO DE PETIÇÃO interposto pela Agravante TOTALMENTE
IMPROVIDO, vez que desprovido de razão, com base nos motivos que se apresentam:

2. DO MÉRITO

2.1. DO ACERTO DA R. SENTENÇA DE 1º GRAU – DA AUSÊNCIA DE MOTIVOS PARA A


REFORMA – DA CORRETA DECISÃO ATRAVÉS DA QUAL O D. JUÍZO A QUO JULGOU PROCEDENTE
O INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA [IDPJ] SUSCITADA
PELA AGRAVADA, BUSCANDO A RESPONSABILIZAÇÃO D A AGRAVANTE “AMAZÔNIA
PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA – ME” , RESTANDO
INCONTROVERSO QUE O SÓCIO DA EXECUTADA/AGRAVANTE (MAKAUBA), SENHOR
FRANCISCO RIBEIRO FILHO (FALECIDO), ANTES DE SEU FALECIMENTO, FIGURAVA
COMO SÓCIO DA AGRAVANTE (AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E
MOTÉIS LTDA), E, COM ISSO, CAI POR TERRA O ARGUMENTO DE IMPOSSIBILIDADE DE
INCLUSÃO DA AGRAVANTE NO POLO PASSIVO NA FASE DE EXECUÇÃO, POIS SUA
INCLUSÃO DECORREU DE INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA, OPORTUNIDADE EM QUE P ÔDE SE MANIFESTAR
E ADUZIR TODA AS PROVAS CABÍVEIS, GARANTIDO A OBSERVÂNCIA DOS INVOCADOS
PRINCÍPIOS, NOS TERMOS DO ARTIGO 855-A DA CLT C/C ARTIGO 135 DO CPC

Douto[a] Desembargador[a] Relator[a]! Conforme mencionado alhures, A


Agravante busca de reforma da r. sentença de ID nº “7b8b242”, proferida em 18/01/2024 [quinta-feira] pelo D.
Juízo a quo, contudo, não apresentou elementos aptos e idôneos a infirmar os fundamentos consignados na r.
decisão, limitando-se a tecer considerações genéricas, e, ainda, deixaram de enfrentar os argumentos explanados
pelo D. Juízo a quo na decisão que acertadamente assim fez decidir:

[...]
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO
8ª VARA DO TRABALHO DE PORTO VELHO
ATSum 0000018-84.2020.5.14.0008
RECLAMANTE: MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA
RECLAMADO: MAKAUBA PRESTADORA DE SERVICOS LTDA - ME E OUTROS (6)

SENTENÇA IDPJ

I. RELATÓRIO

Trata-se de instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica inversa,


processado nos próprios autos, sendo instaurado no objetivo de viabilizar a persecução do
patrimônio da empresa.

Regularmente citada, a suscitada apresentou impugnação no id 24735de.


Vieram os autos conclusos para julgamento.

É o breve relatório.

II. FUNDAMENTAÇÃO

DA SUSPENSÃO

Pretende a suscitada a suspensão do incidente instaurado ao argumento de que "a parte


Reclamante busca a inclusão da Suscitada, na fase de execução, por alegação de grupo
econômico, o que amolda-se perfeitamente à hipótese" do Recurso Extraordinário (RE)
1387795, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.232).

O Ministro Relator Dias Toffoli determinou a suspensão nacional do processamento de todas as


execuções trabalhistas que versem sobre a questão controvertida no Tema nº 1.232 da Gestão
por Temas da Repercussão Geral, até o julgamento definitivo do recurso extraordinário, que
trata da "Possibilidade de inclusão no polo passivo da lide, na fase de execução trabalhista, de
empresa integrante de grupo econômico que não participou do processo de conhecimento".

Contudo, o presente caso não possui aderência com o temática instaurada no Recurso
Extraordinário em trâmite no STF, pois o suscitado está sendo incluído no polo passivo da lide
por meio de IDPJ inverso, sendo resguardado o contraditório e ampla defesa, em estrita
observância do art. 134 e seguintes do CPC, portanto, inexiste a pertinência entre o caso sob
análise e a questão tratada no Tema 1.232 do STF.

Rejeita-se o requerimento de suspensão do IDPJ.

DO MÉRITO

Por frustradas as tentativas de execução em face da pessoa jurídica empregadora (MAKAUBA


PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA - ME) e dos respectivos sócios (MARIA VILMA DE
ARAUJO e FRANCICO RIBEIRO FILHO - falecido), a suscitante MARIA FERREIRA DE
OLIVEIRA suscitou o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica, buscando a
responsabilização do suscitado AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E
MOTÉIS LTDA - ME, pela aplicação da desconsideração inversa da personalidade jurídica.

A suscitada afirmou que o pedido de sua responsabilização viola o §5º do art. 513 do CPC, pois
não participou do processo na fase de conhecimento. Ainda, ressaltou que as empresas não
fazem parte do mesmo grupo econômico. Por fim, alegou que não foram preenchidos os
requisitos para instauração do incidente de desconsideração da personalidade, apontando
solvência dos executados, e, ainda, que não houve abuso da personalidade jurídica, desvio de
finalidade ou confusão patrimonial.

É incontroverso que o sócio da executada (Makauba), Senhor Francisco Ribeiro Filho (falecido),
antes de seu falecimento, figurava como sócio da suscitada (Amazônia Prestadora de Serviços
de Hotéis e Motéis Ltda).
De início, registra-se que o argumento de impossibilidade de inclusão do suscitado no polo
passivo na fase de execução não prospera, pois a inclusão do suscitado decorre de instauração
do incidente de desconsideração da personalidade jurídica inversa, oportunidade em que pode
se manifestar e aduzir toda as provas cabíveis, garantido a observância dos invocados
princípios, nos termos do artigo 855-A da CLT c/c artigo 135 do CPC.

Ademais, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado em


qualquer fase do processo (Art. 134 do CPC e 855, II, da CLT).

A desconsideração inversa da personalidade jurídica implica alcançar o patrimônio de outra


empresa, integrada ou dirigida pelo sócio da devedora original, com o objetivo de satisfazer as
obrigações desta última. Tal medida parte do pressuposto de que, se a empresa executada e
respectivos sócios estão inadimplentes e não há bens capazes de satisfazer o seu débito, mas,
por outro lado, os sócios integram o quadro diretivo de outras empresas, a execução deverá
prosseguir sobre os bens destas últimas, das quais se valem os sócios para esquivar-se da
desconsideração que atingiu sua empresa anterior (a empregadora).

Isso porque, se o sócio emprega recursos próprios para a constituição de outra pessoa jurídica,
presume-se a confusão patrimonial ou o desvio de bens da pessoa física, o que leva ao
esvaziamento do patrimônio do executado e consequente frustração da execução.

No presente caso, são executados, além da reclamada MAKAUBA PRESTADORA DE


SERVIÇOS LTDA - ME, também os sócios MARIA VILMA DE ARAUJO e FRANCICO RIBEIRO
FILHO - falecido, cabendo registrar que as tentativas de execução em face dos mesmos não
obtiveram sucesso.

A sociedade suscitada era dirigida por um dos executados (FRANCISCO RIBEIRO FILHO).

Além disso, não há notícia da existência de inventário e de quem assumiu as cotas do sócio
falecido.
Convém destacar que, segundo a lei civil, os sucessores respondem pela dívida do falecido na
proporção do quinhão que receberam do mesmo, subrogando-se nos haveres e deveres do de
cujus.

Pelos fundamentos expostos, revela-se plenamente cabível e justificada a decretação da


desconsideração inversa da personalidade jurídica, para que seja responsabilizado o suscitado
AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME pela execução
que se processa nos presentes autos.

Diante do exposto, há de ser consumada a inclusão do suscitado no polo passivo da execução,


para que respondam pelas dívidas da sociedade.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, acolhe-se o incidente manejado, para determinar a desconsideração da


personalidade jurídica inversa almejada, a fim de autorizar a inclusão de AMAZÔNIA
PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME no polo passivo desta
execução, nos termos da fundamentação.
A suscitada já foi incluída no polo passivo desta execução no momento da instauração do
referido incidente.

A presente execução perfaz o montante de R$ 50.543,97 (Id eaf72c4).

Intimem-se.

Havendo ou não recurso no prazo legal, conclusos.

PORTO VELHO/RO, 18 de janeiro de 2024.

ANTONIO CESAR COELHO DE MEDEIROS PEREIRA


Juiz(a) do Trabalho Titular
[...]

Como se vê, NÃO HÁ MOTIVOS para a REFORMA da r. sentença proferida


em sede de 1º Grau, pois, em que pesem as alegações trazidas através da interposição de AGRAVO
DE PETIÇÃO pela Agravante, certo é que RAZÃO NENHUMA LHE ASSISTE, e, com isso, seu
APELO merece o TOTAL IMPROVIMENTO, vez que, ao contrário do que alega, correta fora a
decisão proferida pelo D. Juízo a quo, através da r. sentença de 1º Grau, fora JULGADO
PROCEDENTE o INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO de sua PERSONALIDADE JURÍDICA
[IDPJ], e, portanto, a r. sentença guerreada merece ser MANTIDA INTACTA.

Primeiro porque se trata de INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE DE


DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA, processado nos próprios
autos, sendo instaurado no objetivo de viabilizar a persecução do patrimônio da DEVEDORA
SUBSIDIÁRIA, a ora Agravante, não sendo o caso da aplicação à temática instaurada no
Recurso Extraordinário em trâmite no STF, pois a Agravante fora incluída no polo passivo da lide
por meio de IDPJ inverso, tendo sido respeitado e resguardado o contraditório e a ampla defesa,
em estrita observância do art. 134 e seguintes do CPC, portanto, inexiste a pertinência entre o
caso sob análise e a questão tratada no Tema 1.232 do STF.

Não bastasse isso, face às frustradas tentativas de execução


em face da pessoa jurídica empregadora principal (MAKAUBA PRESTADORA DE SERVIÇOS
LTDA - ME) e dos respectivos sócios (MARIA VILMA DE ARAUJO e FRANCICO RIBEIRO
FILHO - falecido), onde a Agravada MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA suscitou o Incidente de
Desconsideração da Personalidade Jurídica, buscando a responsabilização da Agravante
AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME, pela aplicação
da desconsideração inversa da personalidade jurídica, restando incontroverso que o sócio da
executada (Makauba), Senhor Francisco Ribeiro Filho (falecido), antes de seu falecimento,
figurava como sócio da suscitada (Amazônia Prestadora de Serviços de Hotéis e Motéis Ltda), e,
com isso, CAI POR TERRA o argumento de impossibilidade de inclusão da Agravante no polo
passivo na fase de execução, pois sua inclusão decorreu de instauração do incidente de
desconsideração da personalidade jurídica inversa, oportunidade em que pôde se manifestar e
aduzir toda as provas cabíveis, garantido a observância dos invocados princípios, nos termos do
artigo 855-A da CLT c/c artigo 135 do CPC.
Não bastasse isso, o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica pode ser instaurado em qualquer fase do processo (Art. 134 do CPC e
855, II, da CLT), como ocorreu no caso dos autos, e, REPITA-SE, tendo sido respeitado e
resguardado o contraditório e a ampla defesa, em estrita observância do art. 134 e seguintes do
CPC, portanto, inexiste a pertinência entre o caso sob análise e a questão tratada no Tema
1.232 do STF.

Não é demais consignar que a desconsideração inversa da


personalidade jurídica implica alcançar o patrimônio de outra empresa, integrada ou dirigida pelo
sócio da devedora original, com o objetivo de satisfazer as obrigações desta última. Tal medida
parte do pressuposto de que, se a empresa executada e respectivos sócios estão inadimplentes
e não há bens capazes de satisfazer o seu débito, mas, por outro lado, os sócios integram o
quadro diretivo de outras empresas, a execução deverá prosseguir sobre os bens destas últimas,
das quais se valem os sócios para esquivar-se da desconsideração que atingiu sua empresa
anterior (a empregadora). Isso porque, se o sócio emprega recursos próprios para a constituição
de outra pessoa jurídica, presume-se a confusão patrimonial ou o desvio de bens da pessoa
física, o que leva ao esvaziamento do patrimônio do executado e consequente frustração da
execução.

E foi exatamente o que ocorreu no caso dos autos, vez que


existem diversos executados na presente demanda, dentre eles a empresa MAKAUBA
PRESTADORA DE SERVIÇOS LTDA - ME, os sócios MARIA VILMA DE ARAUJO e FRANCICO
RIBEIRO FILHO - falecido, cabendo registrar que as tentativas de execução em face dos
mesmos não obtiveram sucesso, sendo fato incontroverso que a Agravante era dirigida por um
dos executados (FRANCISCO RIBEIRO FILHO), bem como, não há notícia da existência de
inventário e de quem assumiu as cotas do sócio falecido, e, diante disso, existe previsão legal de
que “os sucessores respondem pela dívida do falecido na proporção do quinhão que receberam
do mesmo, subrogando-se nos haveres e deveres do de cujus”.

Diante dos fatos supracitados, entendemos que p D. Juízo a


quo, agiu de maneira correta e exemplar em seu r. jugado de 1º Grau, não havendo se falar em
suposta REFORMA da decisão a quo atacada, através da qual o D. Juízo sentenciante JULGOU
PROCEDENTE o INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA dos
DEVEDORES PRINCIPAIS [Ver ID nº “7b8b242”], através do qual acolheu o incidente manejado,
para determinar a desconsideração da personalidade jurídica inversa almejada, a fim de
autorizar a inclusão da 7ª Reclamada/Executada [AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS
DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA – ME] no polo passivo desta execução.

Portanto, NÃO HÁ se falar em REFORMA da r. Sentença de 1º


Grau proferida pelo D. Juízo a quo.

3. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do EXPOSTO, e, ainda, consoante às evidências formuladas,


raciocínio jurídico evocado, as provas constantes dos autos e pelo notável saber jurídico deste[a] Douto[a]
Desembargador[a] Relator[a], requer:
a) Preliminarmente, que NÃO SEJA CONHECIDO o AGRAVO DE PETIÇÃO interposto pela Agravante
AMAZÔNIA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE HOTÉIS E MOTÉIS LTDA - ME, uma vez ausentes requisitos
imprescindíveis a sua admissibilidade, pela irregularidade formal, porquanto as razões dos Agravantes não
impugnam os fundamentos exarados na decisão Embargada;

b) Superada a questão preliminar suscitada, no mérito, uma vez a Agravante não apresentou fatos novos
que pudessem desconstituir o julgado atacado, e, ainda, em razão de que o Agravada/Exequente é detentora de
direito de natureza alimentar e que socorre a sua sobrevivência, deve, com isso, além de ser TOTALMENTE
IMPROVIDO o AGRAVO DE PETIÇÃO interposto pela Agravante, também, deve ser mantida a ÍNTREGA a r.
sentença proferida pelo D. Juízo a quo, por seus próprios fundamentos.

Termos em que,

Pede deferimento.

Porto Velho/RO, 12 de MARÇO de 2024.

Dr. MÁRCIO SANTOS Dr. FRANCISCO SALVATIERRA


OAB/RO 838 OAB/RO 7710
(assinado eletronicamente) (assinado eletronicamente)

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