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CASO 1.
Suponha que foi requerido, junto do TC, a fiscalização da constitucionalidade das normas do
Regulamento da Taxa Municipal de Proteção Civil de Aveiro que estavam na base da criação da
Taxa Municipal de Proteção Civil de Aveiro.
Esta taxa seria devida pelas pessoas singulares que residissem na área do Município de Aveiro e
pelas pessoas coletivas que aí tivessem sede, agência, sucursal, filial, delegação ou representação ou
que aí desenvolvessem atividade profissional e industrial.
Nos termos do aludido Regulamento, e na parte dedicada à justificação da implementação da Taxa
Municipal de Proteção Civil (TMPC), podia ler-se o seguinte: “[d]e acordo com a Lei de Bases da
Proteção Civil (Lei n.º 27/2006, de 3 de julho) a proteção civil é uma atividade desenvolvida pelo
Estado, Regiões Autónomas e Autarquias Locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e
privadas com a finalidade de prevenir riscos coletivos inerentes a situações de acidente grave ou
catástrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando
aquelas situações ocorram”.
As taxas previstas no Anexo I do Regulamento da TMPC do Município de Aveiro referem -se ao
serviço público prestado pelos Bombeiros e pela Proteção Civil Municipal, no âmbito dos serviços
de:
a) Prevenção dos riscos coletivos e a ocorrência de acidente grave ou de catástrofe deles
resultantes;
b) Atenuação dos riscos coletivos e limitação dos seus efeitos no caso de ocorrência de acidente
grave ou de catástrofe;
c) Socorrer e assistir as pessoas e outros seres vivos em perigo e proteger bens e valores
culturais, ambientais e de elevado interesse público;
d) Reposição da normalidade da vida das pessoas em áreas afetadas por acidente grave ou
catástrofe.
Resolução:
O tributo é uma prestação coativa exigida para a prossecução do interesse público; podemos concluir
que sim porque sendo uma prestação coativa é determinada por norma jurídica através de um
regulamento de um município, e está também ligado à arrecadação de receitas, por isso sim, é um
tributo.
Sendo um tributo, iremos aferir se é um imposto, uma taxa, ou uma contribuição especial, ou uma
contribuição a favor de entidades públicas. No caso em concreto estamos perante uma
inconstitucionalidade orgânica e formal declarada pelo TC, partindo do princípio que estará em causa
ou um imposto ou uma contribuição especial – há problemas formais porque foi emanada por
regulamento, e problemas orgânicos porque foi a autarquia de Aveiro que a criou. As taxas podem ser
criadas por qualquer forma jurídica, e por isso, não estamos perante uma taxa.
Neste caso, pelo pagamento da taxa haveria um serviço de segurança que seria atribuído, mas o
sentido de bilateralidade é muito difuso porque a individualidade não é possível e dificilmente
existirá bilateralidade, por isso não é uma taxa. Claro que há sujeitos que tiraram proveito da
segurança civil, mas outros teriam de pagar e não iriam recorrer a estes serviços, por isso não há
princípio da equivalência nem bilateralidade. A partir do momento em que não há bilateralidade, não
é taxa.
A “taxa” do caso em concreto, poderá ser então um imposto ou uma contribuição especial. Relação
entre taxa e imposto: esta “taxa” é unilateral; é coativa, foi criada por uma norma; é exigida por
entidades que exercem funções públicas, mas não é exigida a quem tem capacidade contributiva logo
não toma atenção aos rendimentos dos cidadãos, e era suposto; serve para a prossecução de entidades
públicas; não tem finalidade sancionatória; sendo imposto só podia ser criada por Lei ou por DL
autorizado pela AR. Ainda assim, pelas suas características, é imposto, apesar de ser inconstitucional,
ou seja inválido.
CASO 2.
Suponha que no passado dia 21 de fevereiro de 2022, por decreto-lei simples, foi criada a “taxa sobre
o digital”, que veio sujeitar a tributação todos os serviços digitalmente prestados em Portugal. No
seguimento da publicação do aludido diploma, foi emitido um ofício-circulado, que veio definir os
casos em que a “taxa sobre o digital” não será devida.
Resolução:
Perante o regresso da população, em massa, aos centros comerciais, um grupo de deputados propõe a
criação de uma nova taxa: a “taxa-shopping”, destinada a compensar os custos de congestionamento
gerados pelas deslocações aos centros.
A “taxa-shopping” será paga pelos utilizadores dos centros comerciais, aquando da respetiva entrada
nos centros, e será fixada no valor de 3€, por pessoa.
A “Associação dos Shoppings Unidos” teme que o pagamento desta nova imposição iniba a
população de continuar a frequentar os centros comerciais e, como forma de evitar este cenário,
encontra-se a preparar uma campanha publicitária, anunciando o seguinte: “Bombástico: esqueça o
IVA nas suas compras! Nós pagamos!”
Quid iuris?
Resolução:
CASO 4.
No mês passado, por Portaria do Governo, foi criada a Taxa de Consolidação Financeira, que passa a
ser devida por todos os cidadãos de nacionalidade portuguesa que aufiram rendimentos anuais
superiores a € 2.500.
Resulta da aludida Portaria que a Taxa de Consolidação Financeira vigorará durante os próximos
dois anos. No entanto, este período poderá ser prorrogado ou não, em função dos montantes de
receita que vierem a ser arrecadados.
Na sequência desta medida, a Autoridade Tributária e Aduaneira emitiu ontem um ofício-circulado,
nos termos do qual determinou que a Taxa de Consolidação Financeira será apenas devida por
advogados, podendo a mesma ser-lhes exigida também em relação aos rendimentos auferidos no ano
de 2017, no caso de terem sido superiores a € 20.000.
Resolução:
Apontamentos:
Princípio da legalidade tributária;
Princípio da segurança jurídica: esta imposição recai sobre rendimentos de 2017, por isso
temos a retroatividade, que deve ser classificada: autêntica, inautêntica ou até
retrospetividade (por isso, o enquadramento principiológico pode ser diferente. Se for de 1º
grau, aplicamos o 103º, n3 que proíbe qualquer retroatividade autêntica e, por isso, conseguir-
se-ia a tutela dos contribuintes);
Há um ofício circulado que procede a um conjunto de isenções: temos de perceber se este
é ou não fonte de direito fiscal e consoante a conclusão que chegassemos teriamos de ver se
há ou não violação de algum princípio jurídico-tributário.
Passos/Ditado:
1. Classificação jurídica do tributo: podemos falar na irrelevância do nomen iuris jurídico
atribuído. Podemos fazer referência a alguma jurisprudência do TC - TC ?/2015 (BB); esta é
uma verdadeira taxa ou não? Aqui é importante distinguir entre imposto ou taxa - atendendo
às características mais evidentes da bilateralidade e divisibilidade, estas parecem estar em
falta (o enunciado diz-nos que estas incidem sobre rendimentos auferidos superiores a 2.500
euros -, logo, parece estar em causa um imposto acessório, parecendo estar em causa um
adicionamento na medida em que recai sobre a matéria coletável e não sobre a coleta -
valorização de resposta. Esta taxa, não tendo na sua base nenhuma prestação administrativa, o
facto de não haver utilidade concreta ou proporcional ao sujeito passivo, não existindo nexo
direto imediato entre o valor pago e aquilo que se recebe, leva-nos a concluir que não
estamos perante uma verdadeira taxa. Comportamento desencadeado pelo sujeito passivo e é
este comportamento que dá origem à imposição tributária - lógica típica dos impostos e não
das taxas.
2. Logo, princípio da legalidade tributária que está associado ao exercício do poder tributário
e, como tal, quem é que tinha competência/legitimidade para criar este imposto? O princípio
da legalidade tributária é densificado através do princípio da reserva de lei; depois tínhamos
de distinguir rapidamente entre reserva de lei formal e material; reserva de lei em sentido
absoluto e relativo - art 165º, n1, al. i); art 103º, n2 CRP e art 8º LGT. No nosso
ordenamento jurídico temos uma reserva de lei formal e absoluta, ou seja, para criação e
disciplina dos impostos e os seus elementos essenciais, vale uma reserva material de lei
parlamentar. Logo, tínhamos de dizer que este teria de ser criado por via de uma lei da AR ou
DL autorizado do governo. No caso concreto, esta taxa de consolidação financeira foi criada
através de portaria do governo. Sabemos que nos termos do art 138º, n3, al. c) CPA, estas
portarias correspondem a regulamentos parlamentares e, por isso, administrativos. Temos
aqui o governo nos termos do 169º CRP a exercer competências administrativas e não
competências legislativas nos termos do 168º, o que significa que o governo não podia,
através deste ato jurídico público proceder à criação deste concreto tributo e isto, sobretudo,
para efeitos de reserva de lei formal. A absoluta faz exigência em termos de concretização
conteudística das normas jurídico tributárias, que tem de ser a mais exigente possível de
forma a deixar à administração tributária um trabalho de mera subsunção dos factos às
normas jurídicas. Esta matéria está ligada ao princípio da tipicidade. Desde logo, para evitar
que o legislador utiliza clausulas gerais de conceitos indeterminados nas normas juridico
tributárias.
3. Aqui, o princípio da prevalência e precedência de lei bastaria ser somente enunciado.
4. Já do ponto de vista material, podemos levantar o princípio da segurança jurídica. No
enunciado diz que a taxa pode ser prorrogada ou não consoante as receitas arrecadadas. Esta
indeterminabilidade do período de vigência da taxa permite dizer que este princípio da
segurança jurídica sai beliscado, pois sai prejudicada a segurança jurídica. As normas têm de
ser pensadas de forma a ser previsível e estável o quadro legal, de modo que o sujeito passivo
possa prever com o mínimo de razoabilidade a sua vida em termos fiscais. Logo, o facto de
não dizer o período de prorrogação pode prejudicar este princípio.
5. Convém mencionarmos ainda o princípio da igualdade tributária na sua vertente de
generalidade e universalidade - art 13º e 15º CRP. Esta taxa de consolidação financeira vai
ser devida a todos os cidadãos de nacionalidade portuguesa e apenas estes. A igualdade
horizontal está aqui em causa.
6. Temos ainda de enquadrar este ofício circulado no âmbito das normas internas do direito
circular. No fundo, dizer que estamos perante regulamento internos e, portanto, um conjunto
de normas gerais e abstratas que materializam a posição da administração tributária em face
de uma determinada lei que vão aplicar. Dizer que estes regulamentos internos têm como
destinatários primeiros os próprios serviços administrativos que não produzem efeitos
externos imediatos, ou seja, não vinculam nem os tribunais nem os contribuintes e, como tal,
não é uma fonte formal do direito fiscal. Como não é fonte, não pode legislar matéria de
impostos. Neste caso, este ofício vem estabelecer um conjunto de isenções, mas também
disciplinar matéria de incidência - art 103º, n2. Estamos então perante uma
inconstitucionalidade orgânica e formal.
7. Podemos fazer referência à proibição da retroatividade da lei fiscal - art 103º, n3 CRP.
Este tributo vai projetar os seus efeitos também perante situações passadas já extintas -
retroatividade autêntica ou de 1º grau.
8. Referência ao princípio da proteção da escolha e livre exercício da profissão - art 47º e
80º, al. c) CRP, na medida em que só afeta rendimentos de advogados.
CASO 5.
A 30 de março de 2018, foi publicado em Diário da República um decreto-lei que veio introduzir as
seguintes medidas legislativas:
a) Agravamento da taxa normal do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) no continente, de 23%
para 28% (mantendo as taxas normais dos Açores e da Madeira em 18% e 22%, respetivamente);
Resolução:
b) Estabelecimento de (i) isenção de IVA relativamente aos serviços profissionais prestados por
solicitadores e de (ii) isenção de todos os serviços médicos quando prestados a elementos de famílias
numerosas;
Resolução:
Resolução:
Vício material:
o Princípio da segurança jurídica: a não retroatividade das normas tributárias (artigo
103.º, n.º 3, da CRP, e artigo 12.º, da LGT);
o Recondução do caso a uma situação de retroatividade de 1.º grau
d) Criação do “imposto do sal”, que passará a incidir sobre quaisquer alimentos que tenham mais de
um grama de sal por cada 100 gramas de produto, tendo em vista diminuir os casos de aterosclerose
e hipertensão em Portugal.
Resolução:
Pronuncie-se sobre cada uma das medidas constantes no aludido diploma, individualizando as
respetivas respostas.
CASO 6.
A aludida imposição será devida não pelos consumidores finais, mas sim pelos agentes económicos
que concretizem o engarrafamento do produto vínico, pelos agentes económicos que sejam os
expedidores do produto ou pelo próprio produtor, enquanto supostos beneficiários da intervenção do
Instituto da Vinha e do Vinho, I.P.
Resolução:
Nota: poderíamos falar na teoria do prof Alberto Xavier- características de figuras tributárias (mas
apenas num contexto mais teórico).
Casos Práticos: Interpretação e Integração da Lei; Aplicação da lei fiscal no espaço; Relação
Jurídica Tributária
CASO 1.
A “Taxa Desportista” passará a acrescer, a partir de abril de 2020, ao preço dos bilhetes para todos os
jogos de todas as modalidades desportivas, devendo ser paga pelos espectadores no momento da
aquisição dos bilhetes.
A receita obtida pela cobrança da aludida imposição destinar-se-á à promoção da prática do desporto
em Portugal.
Tendo em conta os dados fornecidos, responda de uma forma juridicamente fundamentada às
seguintes questões:
Resolução:
a) É necessário desde logo evidenciar que o jogo não é realizado por uma entidade pública, nem
outros entes que integram a orgânica da atividade administrativa. Logo, é necessário reconduzir à
figura do imposto, para tal devemos definir taxa, e desenvolver as suas características.
Devemos também definir imposto e referir que este consiste numa prestação patrimonial coativa e
unilateral, cujo principal objetivo é o de angariação de receita pública indiscriminada. Parece não
haver contrapartida em termos efetivos, ou seja , não se trata de uma taxa. Na verdade, a própria
utilidade que poderia decorrer também não é divisível ou individualizável. -Não há nexo efetivo e
imediato para que pudéssemos estar perante uma taxa enquanto tributo público.
Na verdade, esta taxa desportiva não pode ser reconduzida a nenhuma das taxas previstas no Artigo
4º nº 2 da LGT.
Artigo 16º da lei do enquadramento orçamental (“Não pode afetar-se o produto de quaisquer receitas
à cobertura de determinadas despesas.”)- As receitas fiscais arrecadadas pelos impostos não podem
ser consignadas a determinadas despesas. De facto, proibe-se a consignação,tem que fazer face as
despesas gerais do Estado.
É necessário distinguir dois tipos de consignação:
Direta : o legislador canaliza a receita a uma atividade efetiva.
o No caso concreto a receita vai servir de forma genérica para promover o desporto, não
especificar de que modo irá promovê-lo , logo não há consignação direta.
Indireta: o legislador orienta/canaliza uma determinada receita para uma determinada entidade
pública
o No caso em apreço não sabemos o beneficiário da receita, pelo que não podemos dizer
que haja consignação indireta.
Também não podemos dizer que exista bilateralidade difusa, visto que todos os cidadãos vão
beneficiar da promoção do desporto. (Sérgio vasques- homogeneidade grupal)
b) A questão que se coloca é a seguinte: A isenção e a liquidação e cobrança são matérias essenciais
do imposto?
Competência legislativa em matéria tributária- artigo 165 nº1 al.i) da CRP
Por decreto lei simples é possível legislar- é necessário olhar ao Artigo 112º nº1 da CRP de
modo flexível.
Artigo 103º nº2 da CRP- refere os elementos essenciais do imposto
Artigo 103 nº 3 da CRP- refere-se de forma expressa à matéria de liquidação e cobrança
Artigo 198 nº1 da CRP - fala das várias espécies de decretos lei do governo
Principio da legalidade tributária- mais concretamente no que concerne à reserva de lei.
o Vale no ordenamento jurídico português uma reserva formal e absoluta( ou
intensidade máxima).Isto é, pressupõe-se que o fundamento da atuação da
Administração seja um ato normativo específico que tenha força de lei, ou seja, lei da
Assembleia da República ou Decreto Lei autorizado.Assim, os elementos essenciais
só podem ser disciplinados por estes atos normativos. Pressupõe-se ainda que esta lei
subjacente à atuação administrativa deve conter todos os elementos necessários à
tomada de decisão no caso concreto.
A matéria de isenção faz parte dos benefícios fiscais- Artigo 2º dos Estatuto dos Benefícios
Fiscais.
o Existe então, uma inconstitucionalidade orgânica e formal, uma vez que o Governo
legislou esta matéria através de Decreto-Lei simple e não através de Decreto-Lei
autorizado (como deveria).
Quanto à matéria de liquidação e cobrança-Artigo 8 nº 2 al.a) da LGT
o Sujeita a matéria de liquidação e cobrança ao princípio de legalidade. A Lei Geral
Tributária não tem valor reforçado,é na verdade uma lei simples, razão pela qual pode
ser derrogada por outra lei ou por decreto lei simples do Governo, uma vez que têm
igual valor.-Artigo 112 nº3 da CRP
Assim sendo, temos que olhar aos critérios de resolução de conflitos normativos: hierarquia,
especialidade e cronologia.
o O Decreto-Lei simples por ser posterior pode derrogar a lei anterior.
Artigo 103 nº 2 da CRP (“os impostos são criados por lei”)- devemos interpretar lei como ato
legislativo , a Constituição quis reservar a Assembleia da República ( ou Decreto Lei
autorizado do Governo) a disciplina da imposição fiscal, ou seja, as matérias essenciais do
imposto.Por outro lado, as normas procedimentais podem ser reguladas por lei simples e
decreto lei simples.
c)
d)
Aplicação da lei fiscal no espaço- A questão que se coloca é a de saber se uma norma jurídico
tributária portuguesa pode ser aplicada na compra de bilhetes em espanha para jogos em
espanha.
Para que uma norma tributária se aplique a uma determinada situação concreta é necessário
que se verifique uma conexão entre essa situação e o ordenamento jurídico de que essa norma
faz parte.
Princípio da territorialidade- Artigo 13º da LGT: as normas aplicam-se às realidades que
ocorrem no território que corresponde ao ordenamento jurídico ao qual as normas pertencem.
Qual o elemento de conexão que nos permite dizer que o facto tributário ocorre em Portugal e
portanto se aplicam as normas jurídicas portuguesas?
Podemos distinguir 2 tipos:
o Elementos de caráter real ou objetivo: reportam-se a elementos objetivos do facto
tributário, e traduzem-se geralmente numa ligação ao território de um determinado
Estado. São por exemplo a localização de um determinado bem, ou a localização onde
se obteve um rendimento.
o Elementos de caráter subjetivo ou pessoal: traduzem- se em aspectos do próprio
sujeito passivo,ou seja elementos de conexão como a nacionalidade, a residência ou a
sede ou direção efetiva.- Artigo 13º nº2 LGT
No caso concreto o elemento de conexão vai ser de carácter real e objetivo, uma vez que é
relevante o local onde se compra o bilhete ( é comprado em espanha)
Daqui resulta que a norma jurídica portuguesa que institui esta taxa não se vai aplicar
CASO 2.
Nessa sequência, a Assembleia da República aprovou, a 2 de maio de 2018, e ao abrigo de uma Lei
contendo, entre outras, a seguinte disposição:
Quid iuris?
Resolução:
Estamos perante uma contribuição especial de melhoria levado a cabo por uma autarquia local.A
melhoria aumentou o valor patrimonial dos imóveis ali situados.(Caso semelhante ao Exemplo da
Expo)
Antigamente acedia-se à extensividade desde que na interpretação extensiva fosse favorecida a
posição da administração tributária
o Princípio in dubio contra fiscum: implica que em situações de dúvida se deva decidir
contra a Administração Tributária.
o Princípio in dubio pro fiscum: interpretação a favor do fisco.
[Em situação de dúvida decide-se a favor da administração ou a favor do contribuinte. (Quanto à
administração - atividade de mero arrecadador de tributos, a arrecadação de receita fiscal não é
um fim em si mesmo, não podemos reconduzir o interesse público unicamente à arrecadação de
receita. A atividade da administração está sujeita à legalidade administrativa e fiscal. A
administração tributária não deve agir de modo a garantir a arrecadação a todo custo, mas sim
dentro do quadro da juridicidade, o qual é hetero determinado pelo legislador.)]
É necessário assegurar a observância do bloco de jurisdicidade que deverá dissipar as dúvidas, as
teorias pró ou contra fisco são de recusar.