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Aula 5 24-11

Jean-Jaques Rousseau -
continuação
A grande proposta de Rousseau é recuperar o homem do estado de natureza ou,
pelo menos, a liberdade e a igualdade naturais, através de um contrato social.
Contrato social:
 Cada um coloca todo o seu poder sobre a suprema direçã o da vontade geral
 Cada um é membro do soberano e do estado
 Sendo membros do Estado - sã o sú bditos (submissos à lei)
 Sendo membros do Soberano – sã o cidadã os (autores da lei)
A ideia de Soberania de Rousseau aproxima-se mais à de Hobbes: é inaliená vel,
indivisível (é hostil à divisã o do poder soberano), é infalível, é absoluta.
O que faz o poder soberano?
 Estabelece a lei, faz e desfaz a lei através de um mecanismo de
representaçã o (estar presente outra vez) – assembleia de representantes
No entanto, Rousseau é contrá rio à ideia que o poder soberano pode ser
representado. Perante este problema prá tico, Rousseau recorre á figura do
legislador que seja sá bio, capaz de entender a vontade geral do povo e traduzi-la
na lei.
Para além do legislador, o povo também poderia exercer a soberania através de
uma democracia direta: ideal de Rousseau. (Acaba por ser irrealista porque este
estado nã o pode ser exercido num país de europa moderna – há demasiados
cidadã os)
Se há um sufrá gio, Rousseau assume que quem votou em minoria está errado
porque o Povo (vontade geral) está sempre certo.
Para o funcionamento do mecanismo de sufrá gio, é necessá rio que o povo vote de
acordo com aquilo que pensa que seja a vontade geral e nã o de acordo com
interesses pessoais.
Poder governativo: para Rousseau, o governo é completamente distinto da
soberania. O governo nã o tem poder soberano – é constituído por funcioná rios do
povo. Rousseau nã o quer dar dignidade soberano ao poder executivo.

Governo: monarquia, aristocracia, democracia -> todos estes nã o possuem poder


soberano
Qual é o problema da monarquia? É o monarca pensar que pode exercer poder
soberano.
Qual é o problema da aristocracia? Por ser hereditá rio, acaba por ter os mesmos
problemas da monarquia.
E a democracia? É necessá rio a disponibilidade contante dos cidadã o de
participarem na atividade política e, ainda, é necessá rio que sejam também
extremamente virtuosos.
O Governo em geral, na época de Rousseau, era misto.
No fundo, Rousseau é um nostá lgico da democracia direta dos Antigos (ex: Atenas
de Péricles)
Defende a tolerâ ncia religiosa: considera que o Estado é compatível com diversas
religiõ es, no entanto, deve haver uma religiã o “civil” que estabelece dogmas
comuns mínimos.
Em suma, temos em Rousseau uma articulaçã o entre o plano histó rico-conjetural e
o plano teó rico-político. O primeiro trabalha a esfera da natureza do homem, o
segundo trata do Contrato Social. É dos primeiros a considerar que o governo se
adapta à identidade de cada povo (o governo que convém à Poló nia, pode nã o ser
ideal para Portugal).

Karl Marx)
 Pensador do século XIX
 1818 - 1883
 No final do século XVIII surge um modelo que concilia o exercício do poder
com os direitos naturais do homem (ex: Declaraçã o da Independência dos
EUA de Thomas Jefferson com ideais ainda muito Lockeana)
 Período de inicio do constitucionalismo moderno
 1ª Constituiçã o portuguesa: 1822
 Marx viveu numa época de constitucionalismo: a questã o desta época é
outra, é a “questã o social”
 Contexto de desenvolvimento industrial muito rá pido
 Os pensadores ocupam-se com as consequências desta evoluçã o:
desigualdades sociais
 Estudou filosofia e pretendia uma carreira académica, mas envolveu-se com
o jornalismo e com a politica para combater as desigualdades sociais.
 Em Paris conhece vá rios autores socialistas e anarquistas (Proudhon –
socialista anarquista francês)
 Acaba por fugir de Paris porque era mal visto em França -> vai para
Londres
 Uma das suas maiores obras, também assinada por Engels (seu grande
amigo) é o Manifesto do Partido Comunista (1848)
 Materialismo histó rico de Marx - pretende romper com a tradiçã o idealista.

A conceçã o materialista da histó rica obriga-nos a dividir as sociedades em duas


camadas:
Estrutura (condiçõ es materiais de produçã o): a)
Super estrutura (parte jurídico-política): b)

a)
“Os seres humanos sã o seres materiais que sã o partes da natureza” – prof lol
Os homens relacionam-se com a natureza através de fatores produtivos. Essas
forças produtivas também estabelecem o tipo de relaçã o que os seres humanos
têm com outros seres humanos, no quadro do processo produtivo.
Dã o origem a classes dominadas e as classes dominantes.
Na sua época, as classes dominantes eram os capitalistas, donos de fá bricas, e as
classes dominadas eram os trabalhadores assalariados ou proletariado.
Ocorre uma evoluçã o das forças produtivas para as relaçõ es de produçã o e das
relaçõ es de produçã o para as forças produtivas.
Forças produtivas –> relaçõ es de produçã o –> relaçõ es sociais
Nota: Marx nã o é um pensador moralista, é um pensador socioló gico-econó mico
Se há classes dominantes e classes dominadas entã o há luta de classes.
A revoluçã o é sempre feita pelas classes dominadas contra as classes dominantes,
mas ela é alicerçada pela contradiçã o entre o grau de elemento das forças
produtivas e as relaçõ es de produçã o. Ou seja, para a revoluçã o ter sucesso é
necessá rio que o elemento das forcas de produçã o nesse momento histó rico já
requer uma nova estrutura de classes.

b)
A luta de classes é também política e ideoló gica (nível super-estrutural)
As classes dominantes tendem a projetar poder dominante e ideias dominantes.

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