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‣ A Uniã o Europeia rege-se pelo Princípio da Uniã o de Direito. Isto é, todos os atos do poder
pú blico europeu devem conformar-se formal e materialmente com as disposiçõ es dos
tratados constitutivos, podendo os atos das instituiçõ es europeias que nã o lhes sejam
conformes ser anulados pelo TJUE. A base jurídica deste princípio encontra-se,
precisamente, nos tratados constitutivos, os quais estabelecem um sistema completo de
vias de recurso e procedimentos destinados a fiscalizar os atos das instituiçõ es europeias.
Ademais, foi o TJUE que deduziu jurisprudencialmente este princípio, no Acórdão Os Verdes
de 1986 quando decidiu que toda a atuaçã o das instituiçõ es europeias está subordinada ao
direito. Para este efeito, Uniã o Europeia é dotada de instituiçõ es pró prias, processos para
emitir e interpretar as normas europeias e mecanismos para sancionar a sua eventual
violaçã o.
o Princípio do efeito direto das normas europeias: Autoriza os particulares a invocarem as normas
europeias que imponham deveres ou reconheçam direitos de forma suficientemente clara e
incondicionada, inclusive contra normas nacionais violadoras do Direito da Uniã o Europeia
o Princípio da interpretação conforme: Postula que o intérprete e aplicador do direito nacional deve
atribuir às disposiçõ es nacionais um sentido conforme ou compatível com o Direito da Uniã o
o Princípio da tutela jurisdicional efetiva: Postula que a efetividade do Direito da Uniã o Europeia
depende da garantia judicial das suas normas; integra o direito de acesso à justiça, a um processo
equitativo e a um recurso efetivo; e implica a aplicaçã o de providências cautelares pelo juiz nacional
tendentes a evitar danos irrepará veis nos direitos dos particulares decorrentes do Direito da Uniã o
Europeia, mesmo que tais providências nã o estejam previstas ou sejam proibidas pelo direito
nacional
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o Carbonati Apuani
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o COSTA ENEL
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o Poplawski, C-573/17
‣ O TJUE tem decidido que só se a interpretaçã o conforme nã o for possível (limites) é que se
parte para o segundo princípio de aná lise – Princípio Do Efeito Direto. O princípio do efeito
direto prende-se com a suscetibilidade de invocaçã o de uma disposiçã o europeia por parte
daquele a quem confere direitos ou obrigaçõ es, ou seja, serve para que o particular possa
invocar uma disposição europeia junto das autoridades nacionais para questionar o
incumprimento do DUE por parte das autoridades nacionais. No entanto, há critérios a
preencher para que a disposiçã o europeia goze de efeito direto:
o Deve ser suficientemente clara ou precisa
o E apta para produzir os seus efeitos de forma incondicionada (ou seja, nã o sujeita a
termo, prazo ou medida complementar)
O efeito direto vertical verifica-se nas relaçõ es entre Particular-Estado e o efeito direito
horizontal entre Particular-Particular, sendo o efeito vertical proibido (Acó rdã o
Berlusconi), pois o Estado nã o pode beneficiar do seu pró prio erro em nã o ter transposto a
diretiva, ou em tê-la transposto incorretamente.
Normalmente, diretivas nunca podem ser sujeitas de efeito direito horizontal, por serem
dirigidas aos Estados e nã o aos particulares, mas se alguma disposiçã o da diretiva estiver a
concretizar algum princípio geral ou fundamental da UE (CDFUE), esta pode ser invocada
pelo particular.
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o Maria Pupino
Acó rdã o Marshall
Acó rdã o Maribel Dominguez
Acó rdã o Silvio Berusconi
‣ Se ambas falharem, quer a Interpretaçã o Conforme quer o Efeito Direto, entã o temos uma
reaçã o, que se debate com o Princípio da Responsabilidade do Estado por Violaçã o do
Direito da Uniã o Europeia, quer tenha sido por omissã o quer por açã o (Acó rdã o Ferreira da
Silva e Acó rdã o Gunter Fub). Existem pressupostos cumulativos para concluir se o Estado
pode ser responsabilizado por violaçã o do DUE ou nã o:
Esta açã o de responsabilizaçã o do Estado é movida nos Tribunais Nacionais e pode ser
proposta contra qualquer autoridade pú blica, nã o exigindo que quem a invoca tenha
conhecimento sobre o quadro organizató rio legal, além de que se parte do pressuposto
que todas as açõ es e propostas estã o bem elaboradas. Entã o, se os pressupostos
estiverem preenchidos, o TJUE devolve ao Tribunal Nacional o processo judicial e o
lesado prova o dano perante o Tribunal Nacional, e nã o perante o TJUE.
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o Ferreira da Silva
Acó rdã o Gunter Fub
‣ Por fim, temos o Princípio da Tutela Jurisdicional Efetiva (Acó rdã o LM e AK e Acó rdã o
ASJP), diz respeito à suscetibilidade de acautelar, perante um Tribunal Nacional, um direito
conferido por uma norma DUE. “Tutela” significa proteçã o, “Jurisdicional” significa
Tribunal, e “Efetiva” significa justiça bem conseguida. Este princípio é caracterizado pelo
direito à açã o, pelo direito a iniciar o procedimento judicial, artigo 19/1/2º pará grafo TUE,
e vem acompanhado de uma dimensã o dos direitos de defesa (ou seja, suscetibilidade de,
em juízo, poder contrariar os argumentos deduzidos), mas esta tutela só faz sentido se o
Tribunal for (pressupostos) independente (1), imparcial (2) e que decida dentro de um
prazo razoá vel (3), longe da influência dos interesses das partes e sem sofrer pressã o
exterior. Além disso é preciso assegurar que as partes têm acesso ao Direito e acesso ao
apoio judicial, a um processo equitativo e recurso efetivo, implica a aplicaçã o de
providências cautelares pelo juiz nacional tendentes a evitar danos irrepará veis nos
direitos dos particulares decorrentes do Direito da Uniã o Europeia, mesmo que tais
providencias nã o estejam previstas pelo direito nacional, até que o ó rgã o jurisdicional
competente se pronuncie sobre a conformidade das disposiçõ es internas com o Direito da
Uniã o.
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o LM
Acó rdã o AK
Acó rdã o ASJP
O TJ pode considerar o reenvio inadmissível quando: O litígio nã o tiver relaçã o com o DUE +
Quando a questã o prejudicial nada tenha a ver com o litígio ou com o seu objeto + Se o juiz
formular questõ es hipotéticas
Doutrina do ato claro (Acórdão Cilfit) – o tribunal obrigado a reenviar pode abster-se só se:
a disposiçã o é tao claro e evidente que nã o deixa lugar para qualquer dú vida razoá vel + O
TJUE já resolveu a questã o de Direito e causa em jurisprudência consolidada
Jurisprudência aplicável:
Acó rdã o Gomes Valente
Acó rdã o Club Tour
Acó rdã o McB
Acó rdã o Comissã o vs. Repú blica Francesa
Acó rdã o Kö bler
Acó rdã o Catasio
Acó rdã o Elchinov
Acó rdã o Foto-Frost
Acó rdã o Rheinmuhlen-Dusseldorf