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1. Fontes de Direito da
União Europeia
União Europeia
2. Processos de Decisão na
União Europeia
3. Princípios estruturantes
da União Europeia
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1. Fontes de Direito da União Europeia
Fontes de Direito da
União Europeia
Outras Fontes
Externas: costume;
Atos Típicos Atos Atípicos Convencionais
princípios gerais da
U.E; doutrina
Recomendação e
Regulamento Diretiva Decisão
Parecer
As fontes de direito são modos de formação e revelação de regras jurídicas que regem
determinada comunidade, neste caso a União Europeia.
Nas fontes de direito da UE é preciso, em primeiro lugar, distinguir o “Direito da União Europeia
Originário” ou primário e o “Direito da União Europeia Derivado” ou secundário.
Este tipo de fonte é composta por todos os Tratados e protocolos anexos aos Tratados, que
definem os elementos fundamentais da UE, de que destacamos: o tratado de Paris (CECA); os
tratados de Roma (CEE e CEEA); ato único europeu; tratado de Maastricht; tratado de
Amesterdão; tratado de Nice; tratado de Lisboa; tratados de adesão; convenção relativa a certas
instituições comuns às três comunidades; tratado de fusão dos executivos das três
comunidades; tratados que alteraram disposições específicas do sistema financeiro e
orçamental das comunidades; ato relativo à eleição do Parlamento Europeu por sufrágio
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universal direto e secreto; decisões relativas ao financiamento das comunidades e da União
Europeia através de recursos próprios; protocolos anexos aos tratados.
Estes tratados que constituem o direito da União Europeia originário são a lei fundamental da
União Europeia, a que todo o direito da União Europeia derivado está sujeito, ou seja, o “Direito
da União Europeia Originário” é superior hierarquicamente ao “Direito da União Europeia
Derivado”.
FONTES INTERNAS
As instituições da União Europeia e demais órgãos da União Europeia com poder legislativo
adotam no exercício do poder normativo atos típicos e atos atípicos. É um direito produzido de
forma autónoma por parte das instituições.
Atos Típicos
Por atos típicos entendemos os que são adotados pelas instituições da União Europeia e demais
órgãos da União Europeia com poder legislativo e que estão expressamente tipificados no artigo
288º do TFUE: Regulamento, Diretiva, Decisão, Recomendação e Parecer.
Podem ser vinculativos (regulamento, diretiva e decisão), que para serem válidos necessitam de
ser fundamentados numa disposição do Tratado, e/ou não vinculativos (recomendação e
parecer). Refere o artigo 296º do TFUE que: “Quando os Tratados não determinem o tipo de ato
a adotar, as instituições escolhê-lo-ão caso a caso, no respeito dos processos aplicáveis e do
princípio da proporcionalidade. Os atos jurídicos são fundamentados e fazem referência às
propostas, iniciativas, recomendações, pedidos ou pareceres previstos pelos Tratados”.
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Estes atos normativos necessitam também de ser publicados no Jornal Oficial da União
Europeia ou notificados aos seus destinatários.
a) Regulamento
O Regulamento é a “lei” da UE por excelência, sendo equiparável mutatis mutandi (mudando o
que é preciso mudar) às leis nacionais, ou seja, uniformiza uma vez que é igual nos 28 Estados-
membros. Definido no artigo 288º do TFUE, concluímos que o regulamento tem três
características:
caráter geral;
é obrigatório em todos os seus elementos;
diretamente aplicável em todos os Estados-membros.
Estas três características permitem que o regulamento vincule ao conteúdo das suas disposições
qualquer Estado-membro ou pessoa que viva no espaço da União Europeia.
Caráter geral O que significa que todas as pessoas singulares ou coletivas, incluindo os
Estados, estão vinculados a estas normas. Os regulamentos são equiparáveis às leis nacionais. O
regulamento aplica-se a todo o território da União Europeia, a uma categoria indeterminada de
pessoas, e não tem destinatários determinados.
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Regulamentos da Comissão: “Um ato legislativo pode delegar na Comissão o poder de
adotar atos não legislativos de alcance geral que completem ou alterem certos elementos
não essenciais do ato legislativo.” (art.290º, nº1 do TFUE)
Regulamentos do BCE: No exercício das suas funções o BCE pode emitir regulamentos.
b) Diretiva
A diretiva é um instrumento de harmonização, de modo a que os ordenamentos dos Estados-
membros sejam semelhantes.
A diretiva, nos termos do artigo 288º do TFUE “vincula o Estado-membro destinatário quanto
ao resultado a alcançar, deixando no entanto às instâncias nacionais a competência quanto à
forma e aos meios”.
só tem como destinatários os Estados membros (que podem ser um, vários ou todos os
Estados-membros)
impõe aos Estados-membros um resultado a alcançar
e deixa-lhes uma margem de atuação (maior ou menor), na escolha da forma e dos meios
para a implementação dessa norma.
Através da escolha “da forma” o Estado escolhe o instrumento técnico-jurídico nacional com o
qual transpõe a diretiva para a ordem jurídica nacional, para esta passar a produzir efeitos
jurídicos.
Os destinatários da diretiva são apenas os que ela própria designa, e esses destinatários podem
apenas ser os Estados (um Estado, alguns Estados ou todos os Estados), não tendo assim um
alcance geral. Esta limitação dos destinatários da diretiva é uma das suas características
fundamentais.
A leitura do artigo 288º do TFUE parece não permitir que uma diretiva fosse diretamente
aplicável na ordem jurídica dos Estados-membros. Mas, o TJUE já decidiu que findo o prazo para
transposição da diretiva e se esta for clara, suficiente precisa e incondicional, os particulares
podem invocar os direitos contidos nessa diretiva. Através de uma evolução jurisprudencial, o
TJUE chegou à consideração que nesses casos os particulares podem invocar os direitos contidos
nessa diretiva, passando o prazo estabelecido (6 meses).
Regulamentos ≠ Diretivas
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elementos e as diretivas só vinculam o Estado-membro destinatário quanto ao resultado a
alcançar, deixando às instâncias nacionais a competência quanto à forma e aos meios para
alcançar esses fins.
c) Decisão
A decisão é o terceiro tipo de ato normativo da União Europeia típico e vinculativo. Como refere
o artigo 288º do TFUE a decisão “obrigatória em todos os seus elementos. Quando designa
destinatários, só é obrigatória para estes.”
A decisão é obrigatória apenas para os destinatários que ela própria designa, que ela própria
individualiza.
d) Recomendação e Parecer
A recomendação e o parecer são atos típicos, igualmente previstos no artigo 288º do TFUE, que
apenas refere “As recomendações e os pareceres não são vinculativos”. No essencial
contribuem apenas para orientar as legislações dos Estados-membros, pretendendo
contribuir para a aproximação das legislações nacionais ou para a adaptação de uma
dada regulamentação interna ao regime da União Europeia. Não são obrigatórios.
A recomendação surge por iniciativa da instituição. Exprimem o ponto de vista da
instituição sobre determinada questão, apontando medidas ou soluções que defendem
o interesse da União Europeia. Nos tratados encontramos recomendações:
do Conselho dirigidas aos Estados-membros;
da Comissão dirigidas ao Conselho e aos Estados-membros.
O parecer surge normalmente no âmbito do processo de decisão, ou seja, surge a pedido
de alguém. É um ato preparatório e que tem essencialmente uma vertente interna,
revelando a opinião de uma instituição sobre uma determinada matéria. Nos tratados
encontramos pareceres:
da Comissão envidados aos Estados-membros;
da Comissão ao Conselho;
do PE;
do TJ;
do Tribunal de Contas;
do BCE;
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do Comité Económico e Social;
do Comité das Regiões;
do Comité Económico e Financeiro;
do Comité do Emprego.
Atos Atípicos
Os atos atípicos são os atos que não estão tipificados (elencados) no artigo 288º do TFUE,
encontram-se espalhados ao longo do Tratado.
FONTES EXTERNAS
Ao contrário das fontes internas, as fontes externas não emanam do interior do sistema jurídico-
institucional da União Europeia. São atos normativos que, que no entanto, obrigam a União
Europeia.
Este tipo de atos permitem à União Europeia desenvolver as suas relações económicas, sociais
e políticas com o resto do mundo.
Acordos celebrados pela própria UE com terceiros Estados (acordos tarifários, acordos
comerciais, acordos de ajuda alimentar, acordos com organizações internacionais, acordos
de associação, acordos de adesão). Estes acordos são vinculativos para as instituições da
União Europeia e para os Estados-membros (art.218º, nº8 do TFUE). Se o desejarem, o
Parlamento Europeu, o Conselho, a Comissão ou qualquer Estado-membro, podem obter
previamente junto do TJUE parecer sobre a compatibilidade de um projeto de acordo com
as disposições dos Tratados (art.218º, nº11 do TFUE)
Tratados celebrados pelos Estados-membros da UE com terceiros Estados ou
Organizações Internacionais. Como prevê o artigo 351º “As disposições dos Tratados não
prejudicam os direitos e obrigações decorrentes de convenções concluídas antes de 1 de
Janeiro de 1958 ou, em relação aos Estados que aderem à União, anteriormente à data da
respetiva adesão, entre um ou mais Estados-Membros, por um lado, e um ou mais Estados
terceiros, por outro”.
Tratados celebrados entre si por Estados que são membros da UE. Estes Tratado são
permitidos desde que sejam compatíveis com o Tratado da UE, em caso contrário são
inoponíveis na União Europeia (art.4º, nº3 do TUE).
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Outras Fontes Externas
Incluem-se o costume, os princípios gerais de direito e a doutrina.
A atividade da UE não pode ser alheia aos princípios gerais de direito comuns aos Estados-
membros, que deve respeitar. Aqui incluem-se mais alguns princípios, o da segurança jurídica,
o direito à defesa, igualdade de tratamento, proporcionalidade, confiança legítima, proteção
dos direitos fundamentais.
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2. Processos de Decisão na União Europeia
Processos de Decisão na
União Europeia
Processos de Decisão
no Tratado de Lisboa
de cooperação
de consulta de aprovação de nomeação de iniciativa
reforçada
Os processos de decisão da União Europeia possuem caraterísticas especiais, de que resulta que
são muito diferentes dos processos nacionais e dos internacionais.
O papel da Comissão, Conselho Europeu, Conselho e Parlamento Europeu foi variando, sendo
que o Parlamento Europeu foi a instituição que ao longo dos vários tratados mais poderes foi
ganhando.
O artigo 289.º do TFUE só faz referência a dois tipos de processos legislativos: o processo
legislativo ordinário e os processos legislativos especiais.
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e adaptado para reforçar a sua eficácia pelo Tratado de Amesterdão em 1999. Este processo
legislativo ordinário tem por base o anterior processo de codecisão.
Se o Conselho não aprovar a proposta do PE tem de ser convocado o Comité de Conciliação (28
membros do PE e 28 membros do Conselho), que tem por missão chegar a acordo sobre um
projeto comum, por maioria qualificada o Conselho e por maioria dos membros o PE, em 2ª
leitura.
Se, no prazo de 6 semanas após ter sido convocado, o Comité não aprovar um projeto comum,
considera-se que o ato não foi aprovado.
Se, no mesmo prazo, o Comité aprovar um projeto comum, o PE e o Conselho disporão cada um
de um prazo de 6 semanas a contar dessa aprovação, para adotar o ato em causa de acordo com
o projeto comum – 3ª leitura.
O PE delibera por maioria dos votos expressos e o Conselho por maioria qualificada.
a) Processo de consulta
Neste tipo de processo o Conselho não está juridicamente obrigado a ter em conta o parecer do
PE, ou seja, o Conselho não deve tomar uma decisão sem antes consultar o PE.
b) Processo de aprovação
O PE tem de dar a sua aprovação sobre a proposta legislativa do Conselho sem apresentar mais
alterações e o Conselho não pode ignorar o seu parecer. Se o PE rejeitar a proposta ela não pode
ser aprovada pelo Conselho.
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c) Processo de cooperação reforçada
Este processo de cooperação reforçada nos termos do art. 20º do Tratado da União Europeia
permite que os Estados-Membros que “desejem instituir entre si uma cooperação reforçada no
âmbito das competências não exclusivas da União podem recorrer às instituições desta e exercer
essas competências aplicando as disposições pertinentes dos Tratados, dentro dos limites e
segundo as regras previstas no presente artigo e nos artigos 326º a 334º do Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia”, podendo assim instituir entre si uma cooperação mais
estreita.
Assim, face a um pedido dos Estados-membros, a Comissão pode apresentar uma proposta,
após a qual o Conselho concede autorização para proceder à cooperação reforçada, logo após
obter aprovação do Parlamento.
d) Processo de nomeação
No caso da Comissão é o Parlamento Europeu que elege o Presidente das Comissão. Depois o
Conselho, de comum acordo com o Presidente eleito, adota a lista das demais personalidades
que tenciona nomear membros da Comissão. Os membros da Comissão são colegialmente
sujeitos a um voto de aprovação do Parlamento Europeu. Com base nessa aprovação, a
Comissão é nomeada pelo Conselho Europeu, deliberando por maioria qualificada (art.17º, nº7
do TUE).
e) Processo de iniciativa
“O Parlamento Europeu pode, por maioria dos membros que o compõem, solicitar à Comissão
que submeta à sua apreciação todas as propostas adequadas sobre as questões que se lhe
afigure requererem a elaboração de atos da União para efeitos de aplicação dos Tratados. Caso
não apresente uma proposta, a Comissão informa o Parlamento Europeu dos motivos para tal.”
(art.225º do TFUE)
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3. Princípios estruturantes da União Europeia
Princípio da autonomia
Princípios estruturantes
da União Europeia
Princípio da proporcionalidade
Princípio da subsidariedade
A atividade no plano jurídico ao longo da existência da UE, veio criar uma ordem jurídica própria,
sujeita a princípios específicos.
Não existe nos Tratados nenhuma norma que diga que as suas normas se aplicam diretamente
aos particulares. Neste acórdão o TJCE decidiu que os particulares podiam passar a invocar
contra os Estados-membros normas dos Tratados que estabelecessem para os Estados-
membros uma obrigação precisa, incondicional e perfeitamente determinada.
A argumentação utilizada pelo TJCE neste acórdão é referida até hoje como um exemplo de
grande espírito de integração, por exemplo quando refere: “O objetivo do Tratado CEE, que
consiste em instituir um mercado comum cujo funcionamento diz diretamente respeito aos
nacionais da Comunidade, implica que este Tratado seja mais do que um acordo meramente
gerador de obrigações recíprocas entre os Estados contratantes. Esta conceção é confirmada
pelo preâmbulo do Tratado, que, além dos governos, faz referência aos povos e, mais
concretamente, pela criação de órgãos investidos de poderes soberanos cujo exercício afeta quer
os Estados-Membros, quer os seus nacionais. (...)
Daqui deve concluir-se que a Comunidade constitui uma nova ordem jurídica de direito
internacional, a favor da qual os Estados limitaram, ainda que em domínios restritos, os seus
direitos soberanos, e cujos sujeitos são não só os Estados-Membros, mas também os seus
nacionais. Por conseguinte, o direito comunitário, independente da legislação dos Estados-
Membros, tal como impõe obrigações aos particulares, também lhes atribui direitos que entram
na sua esfera jurídica. Tais direitos nascem não só quando é feita uma atribuição expressa pelo
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Tratado, mas também como contrapartida de obrigações impostas pelos Tratados de forma bem
definida, quer aos particulares quer aos Estados-Membros quer às instituições comunitárias.
(....)”. Refere ainda o acórdão que o TJCE reconhece que o artigo 12º “produz efeitos imediatos
e atribui direitos individuais que os órgãos jurisdicionais nacionais devem tutelar”. (Acórdão Van
Gend en Loos v.Administraie der Belastingen, Processo nº26/62, Rec.1963, pp.3)
O princípio do efeito direito do direito da União Europeia significa assim que os particulares
(pessoas singulares ou coletivas) podem invocar em juízo, perante os órgãos jurisdicionais
nacionais, as disposições do direito comunitário, quer no caso de um diferendo contra o Estado
(aplicabilidade direta vertical), quer nas suas relações com outros particulares (aplicabilidade
direta horizontal).
Neste caso, o direito da União Europeia é superior ao direito nacional, ou seja, não importa se
uma lei é mais antiga ou mais recente uma vez que em 1º está o direito da União Europeia
hierarquicamente.
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que lhe forem atribuídas, previam-se três mecanismos de integração das lacunas dos Tratados,
que podem resultar da incapacidade de previsão dos autores dos Tratados:
Recurso à unidade de sentido constituída pelos três Tratados. Este princípio permite que
a unidade de sentido imanente às três Comunidades, possa ser invocado para integrar
lacunas existentes, exceto se estiver em causa uma norma específica de um Tratado.
Princípio das competências implícitas (que resulta do Direito Internacional) que prevê que
quando temos os direitos temos, implicitamente, os meios necessários.
Recurso ao artigo 308º do Tratado de Nice (poderes subsidiários), atualmente art.352º do
TFUE: “Se uma ação da União for considerada necessária, no quadro das políticas definidas
pelos Tratados, para atingir um dos objetivos estabelecidos pelos Tratados, sem que estes
tenham previsto os poderes de ação necessários para o efeito, o Conselho, deliberando por
unanimidade, sob proposta da Comissão e após aprovação do Parlamento Europeu, adotará
as disposições adequadas.”
Princípio da autonomia
É essencial para um correto funcionamento da ordem jurídica da União Europeia, pois assegura
que o direito da União Europeia não será desvirtuado pelos direitos nacionais e que é possível
uma aplicação uniforme em toda a União Europeia.
A autonomia tem uma dupla vertente, o face às ordens jurídicas nacionais e ao direito
internacional.
Princípio da proporcionalidade
Este princípio reconhecido na CEE desde o seu início foi introduzido expressamente no texto do
Tratado de Maastricht e está hoje consagrado no artigo 5º, nº 4 do Tratado da União Europeia
que refere “Em virtude do princípio da proporcionalidade, o conteúdo e a forma da ação da
União não devem exceder o necessário para alcançar os objetivos dos Tratados.”
O TJCE no acórdão Fedesa sintetiza bem este conceito ao defender que “O princípio da
proporcionalidade exige que os atos das instituições comunitárias não ultrapassem os limites do
adequado e necessário à realização dos objetivos legitimamente prosseguidos pela
regulamentação em causa, entendendo-se que, quando exista uma escolha entre várias medidas
adequadas se deve recorre à menos rígida e que os inconvenientes causados não devem ser
desproporcionados relativamente aos objetivos pretendidos”. (Acórdão FEDESA, Processo
nº331/88)
Princípio da subsidiariedade
Foi com o Tratado de Maastricht que o princípio da subsidiariedade passou a ter consagração
expressa no texto desse Tratado.
Este princípio vem exposto no artigo 5º nº 3 do Tratado da União Europeia que refere “Em
virtude do princípio da subsidiariedade, nos domínios que não sejam da sua competência
exclusiva, a União intervém apenas se e na medida em que os objetivos da ação considerada não
possam ser suficientemente alcançados pelos Estados-Membros, tanto ao nível central como ao
nível regional e local, podendo contudo, devido às dimensões ou aos efeitos da ação considerada,
ser mais bem alcançados ao nível da União.”
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Pretende este princípio dar particular importância à divisão de poderes entre diferentes níveis
de governo, garantindo que o poder será exercido pelo nível de poder mais baixo onde os
objetivos possam ser plenamente realizados.
Outros princípios
O Princípio da Comunidade de Direito significa que toda a atuação da UE deve respeitar os
direitos dos cidadãos.
O Princípio da Interpretação Conforme, quer garantir que toda a aplicação do direito no espaço
da UE, mesmo em relação ao direito nacional, é efetuada de acordo com os princípios e os
objetivos do direito da UE.
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